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RestauraC;:6es de Amalgama (Classes I, II)

A longevidade das restauracoes dearnaiqarna esta ligada a varies fatores"->e todo 0 estorco deve ser feito no sentidode torna-la a mais ampla possivel, uma vezque poucos dentes resistem a sucessivassubstituicoes antes de se tornarem endo-donticamente envolvidos e/ou necessitaremde uma coroa.v Este capitulo se ocuparade algumas tecnicas e procedimentos queafetam a longevidade das restauracoes dearnalqarna em cavidades de classe I e II.

11.1. LIGAS PARA AMALGAMAJuntamente com a adequacao do pa-

ciente e 0 correto preparo da cavidade, 0tipo de liga e 0 fator que parece mais influirno desempenho cHnico das restauracoes dearnalqama,"? razao pela qual 0 profissionaldevera ser cauteloso na sua escolha e ma-nipulacao. Para tal, e irnprescindlvel 0 co-nhecimento de como elas se c1assificam ese comportam clinicamente,

11.1.1 ClasslficacaoAs ligas para amalqarna sao ciassifica-

das em funcao do conteudo de cobre queapresentam e do teor de fase gama 2 (s-nsHg) que os amalgam as oriundos delas

irao apresentar, em ligas com baixo teor decobre (convencionais) e ligas enriquecidascom cobre (alto teor de cobre, nao gama 2,gama 2 reduzida, baixo creep), Enquantoas primeiras apresentam uma proporcao decobre contida na liga que varia de 4 a 6%,as desiqnacoes de "alto teor" contern 9 a30%.

Innes e Youdelisw desenvolveram a pri-meira liga enriquecida com cobre em 1963,a qual nao observava a especificacao nQ 1da ADA.6 A liga por eles proposta apresen-tava dois tercos de uma liga convencional(Ag3Sn) de particulas irregulares com umterce de uma liga estetica de pratalcobrede particulas estericas, Os autores desta-cavam que 0 amalqarna obtido com essanova liga apresentava maior resistencia acompressao e melhor desempenho cllnicoque aqueles obtidos com ligas disponiveisna epoca, devido ao efeito da dispersaodas particulas esferoidais (AgCu), na l iga.

Posteriormente, Mahler e colaborado-res80 veri ficaram que 0 melhor comporta-mento dessa nova liga era devido a redu-gao ou elirninacao da fase gama 2 doarnalqama cristalizado, que, alem de ser afase de cristalizacao menos resistente me-canicamente, e tambern a mais susceptivela corrosao, A partir de en tao, surgiram no-vas ligas "enriquecidas com cobre", asquais, alern de diferirem das convencionais

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Dent lsf ica - Procedimentos Prevent ivos e Restauradores

em composicao e desempnho clfnico, tam-bern diferem entre si nesses aspectos, mas)principal mente ) no modo como 0 cobre eacrescido a liga, no formato das partfculase caracteristicas de manuseio.

Com relacao ao formato das particulas,as ligas convencionais podem estar dispo-niveis apenas com particulas irregulares(Iimalhas) ou apenas com particulas esteri-

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cas, enquanto as de alto teor de cobredem ser apresentadas com cornposicacuntca total mente estericas ou esferoidaisconstituidas de uma mistura de dois tiposde particulas (uma parte de limalha e ude particulas esferoidais) e com compos'gao unlca totalmente irrequlares= (Fig. 11-2 A,B,C eO).

Fig. 11-2. Ligas para arnalqarna. (Fotomicrografia de diferentes tipos de partfculas.) (A) Ligaconvencional com partrculas em forma de limal ~(Micro-cut).

(8) liga convencional com parncutas esrericas.

(e) Liga enr iquecida com cobre com part fculasem forma de mistura ( li rnalha + estenca).

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Hestauracoes de Amalgama (Classes I, II)

(D) Uga enriquecida com cobre com particulas:; forma de l imalha (Lathe-cut).

1.1.2. Principais Caracter isticas~ Teor de Fase Gama 2 (SnsHg). A'"l:>a9aoque ocorre entre 0 mercuric e a liga,_~r convencional, quer enriquecida com

re, e complexa e incompletamentepreendida. No entanto, para as ligas de

~'xo teor de cobre, a reacao de cristaliza-- pode ser, de uma forma simplista, re-

-:-esentada pel a seguinte equacao:

Sna) + Hg Ag3Sn(mercurio) - - - - "(Iase gama)

Essas lases de cnstalizacao sao diferen--= uanto a estrutura e cornposicao, sendo_2 as propriedades do amalgam a irao de-

_t;, or da proporcao de cada fase e da re-_ - entre elas. Acredita-se que 30% em__'16 do arnalqama cristalizado seja de

~ ama (particulas da ligCl inatacadasercurio), Isso e especial mente irnpor-urante os pnmeiros estagios da rea-e a fase gama e efetivamente aa contribuir para a resistencia do

a. A fase gama (4.921 kg/cm2) e ,damente. tres vezes mais resis-e a lase gama 1 (1.757 kq/crn") e

sete vezes mais que a gama 2 (703kg/cm 2).15

Otani e .Jorqensen= demonstraram queamaloarnas de ligas convencionais com50% de mercuric apresentarn, aproximada-mente 11,4% em volume, de fase gama 2.Matter e Reitz23 verificaram que a fase ga-rna (Ag3Sn) diminui com 0 aumento domercuric ate ser completamente consumidacom cerca de 67% de mercuric, enquanto a

+ Ag2H93(fase gam a 1) + SnsHg(fase gama 2)

fase gama 2 (SnsHg) aumenta cerca de20% com essa percentagem de mercuric.Assim sendo, e valico salientar que 0 vo-lume final de cada fase no arnalqarna cris-talizado ira depender da proporcao rnercu-rio/liga.

Mahler" acredita que a lase gama 2 nosarnalqarnas convencionais, deve-se ao fatode que 0 cobre dissolvido nessas ligas einsuficiente para combinar-se com todo 0estanho disponivel e formar a laseco.s,

Para as ligas enriouecidas com cobre. areacao com 0 rnercuno e um pouco diferen-

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Dentrstica - Procedimentes Prevent ives e Restauradores

te daquela que ocorre com as ligas con-vencionais, Em consequencia a grandepercentagem de cobre (9 a 30%) e de suaafinidade pelo estanho, com 0 tempo, prati-camente desaparece a fase gama 2, dandolugar a fase CusSns e mais fase gama 1.Porem, uma pequena quantidade de gama2 pode remanescer, algo em tomo de0,1%.Sl Com a substituicao da fase gama 2por esse novo composto ,CusSns, ha umaumento na resistencia do arnalqarna, umavez que a resistencia dessa nova fase e daordem de 5.124 kg/cm2.( ' b J > Resistenct a conoseo. A corrosaod~malgama e evidenciada, clinicarnente,atraves da sua textura superficial, fraturasmarginais e descoloracao das estruturasoentats,> sendo a fase gama 2 a que maissofre com esse processo.i'- Os amalqamasde ligas enriquecidas com cobre, por naoapresentarem fase gama 2, ou por apresen-tarem-na menos que aqueles de ligas con-vencionais, sao superiores, portanto, emtermos de resistencia a corrosao.o grande problema que tem sido credi-tado a fase gama 2 (SneHg) e 0 de ser umafase continua, tendo uma formacao emforma de rede atraves de toda a estruturado arnalqama. Assim sendo, quando se ini-cia a corrosao na superffcie da restauracao,ela difunde-se por todo 0 corpo do arnal-gama atraves da fase gama 2.

De acordo com Jorgensen,so 0 cloro e 0oxiqenio da saliva apresentam uma grandeatinidade para com 0 estanho. Dessa for-ma, esses elementos atacam a fase gama2, combinam-se com 0 estanho, formando6xidos e cloretos de estanho que sao dis-solvidos na saliva e deixam em liberdade 0mercuric. Como a fase gama 2 esta distri-buida uniformemente na massa do arnal-gama, existe a possibilidade de uma libera-cao continua desse mercuric, 0 qual, quan-do liberado, nao se dissolve na saliva, masvai difundir-se no interior do arnaiqarna,358

combinando-se com a tase gama inataca-da, formando novas fases gam a 1 e gama2. Em consequencia dessa difusao do mer-curio no interior do arnalqarna e da suareacao com a prata da fase gam a for-mando nova tase gama 1, verifica-se, 10-calmente, uma expansao denominada deexpansao rnercuroscopica. Em consequsn-cia da expansao mercurosc6pica ocorreuma cetlexao nas bordas da restauracao,deixando 0 arnalqarna sem suporte e, por-conseguinte, mais susceptivel a fraturas.

Uma deducao 16gica e que 0 desapare-cimento da tase gama 2 por corrosao pro-porciona 0 aparecimento de espacos vazios(porosidades) no arnalqarna, os quais con-correm para um enfraquecimento mecanicoda restauracao, Dessa forma, os arnalqa-mas de ligas enriquecidas com cobre apre-sentam uma vantagem sobre os conven-cionais, uma vez que 0 cobre tem uma afi-nidade para com 0 estanho muito maior doque a afinidade do mercuric para com ele,nao permitindo a formacao ou propiciandoa el tminacao da fase gama 2.

varies trabalhos clinicos34,73.75,105 terndemonstrado que os arnalqarnas de ligas"enriquecidas com cobre" sao superioresem resistencia a corrosao aqueles de ligasconvencionais.

~ Propriedades mectinicas. Durantem\rtos anos, os arnalqarnas de prata eramselecionados para a pratica diana, de acordocom algumas de suas propriedades meca-nicas, como por exemplo; elevada resisten-cia a cornpressao e diametral. Estudosmais recentes,36,72,79 porern, tern demons-trado que nao existe nem um teste labora-torial capaz de predizer 0 desempenho cli-nico de uma determinada liga. Isto significadizer que 0 clfnico deve ser cauteloso nautilizac;:ao de valores de propriedades me-canicas para selecionar a liga com a qualira trabalhar.