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BELAS-ARTES ULISBOA

ARTLAB UR — Trilogia de Mundos

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BELAS-ARTES ULISBOA

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A Câmara Municipal de Portalegre convida o público a visitar a exposição “ARTLAB — UR — Uma Trilogia de Mundos”, que estará patente na Galeria de Exposições Temporárias do Museu de Tapeçaria Guy Fino, de final de outubro até aos primeiros meses de 2016.

Esta mostra de tapeçaria contemporânea, uma colaboração com a Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa é, como refere Hugo Ferrão, regente da sua unidade curricular de Tapeçaria, composta por “fios urdidos para formarem teias”, trabalhos de um grupo de artistas inspirados na mítica cidade da Antiga Suméria, com o objetivo de, ainda segundo Hugo Ferrão, “reencontrar a dimensão da Humanidade que parece estar perdida”, e que estes diversos olhares artísticos pretendem redescobrir.

Dos três núcleos que compõem esta exposição, o primeiro é uma homenagem aos artistas que fundaram o grupo “3-4-5”, em finais dos anos 70, um conjunto de artistas inspirado pelas famosas tapeçarias francesas de Aubusson, e também pelas tapeçarias de Portalegre.

O segundo núcleo é integrado por colaboradores, ex-alunos e os professores da já mencionada unidade curricular de Tapeçaria das Belas-Artes. As obras deste núcleo são constituídas por peças elaboradas com os mais diversificados materiais e com técnicas muito diferentes. De entre muitas obras admiráveis, referência para peças como “Os Náufragos”, de Dora-Iva Rita, parte do conjunto “do Azul do Mundo”, composta por arame de cobre e pano de algodão, minúsculas figuras humanas que se agarram ao fio da esperança, coloridas com um profundo azul-cobalto; ou a admirável obra “Penélope”, de Sónia Godinho, homenagem à mulher alentejana feita com uma técnica mista sobre tela, um tríptico de painéis com intensos castanhos, vermelhos e negros, belíssimas amostras das capacidades ilimitadas destas variadas técnicas.

Finalmente, o terceiro núcleo é composto pelos atuais alunos da unidade curricular, que também nos mostram mais uma vez peças em vários materiais. Neste núcleo de muita qualidade, são peças admiráveis o original trabalho de Elisabete Santos, intitulado “Género”, retalhos de roupas femininas, constituído por materiais como colchas de cetim, rendas, joias e peças de faiança; ou ainda as magníficas peças de cerâmica de Joana Passos de Almeida, feitas de tear em prata dourada, fio de seda, algodão, ráfia e outros materiais.

Maria Adelaide de Aguiar Marques Teixeira Presidente da Câmara Municipal de Portalegre

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ARTLAB — UR — TRILOGIA DE MUNDOSTapeçaria Contemporânea

A exposição que agora se realiza na Galeria de Exposições Temporárias do Museu de Tapeçaria de Portalegre — Guy Fino, deve-se em grande parte à persistência e dedicação da Diretora do Museu, Dr.ª Paula Fernandes; à visão da Presidente da Câmara Municipal, Doutora Adelaide Teixeira; à perspetiva de estabelecer redes e protocolos entre outras instituições e a Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, protagonizada pelo seu Presidente, Doutor Vítor dos Reis; e também ao envolvimento e querer dos alunos e colaboradores da unidade curricular de Tapeçaria da Licenciatura de Pintura, que têm materializado, com escassos meios, os projetos orientados pelos professores Doutor Hugo Ferrão e Mestre Ana Gonçalves de Sousa.

Ao intitularmos esta mostra de Tapeçaria Contemporânea como «ArtLab Ur — Trilogia de Mundos», utilizámos o termo «Ur», evocando imageticamente uma cidade milenar, centro espiritual da antiga Suméria (Iraque), onde a ritualização performativa das festividades, não só manifestava a incerteza nas futuras colheitas, como também convocava as divindades ordenadoras e renovadoras capazes de materializar em abundância todas as preces dos seus devotos. Se nesse tempo longínquo, a teatralização mítica das «catarses divinas» tinha como principais interlocutores os mediadores-sacerdotes e o rei, legitimado como representante máximo da divindade, na visibilidade das narrativas construídas e interpretadas pelos sacerdotes; hoje o «museu» é igualmente um espaço de sacralização dos artistas e das obras produzidas, que projetam a criação de mundos.

O artista perante a agressividade do mundo exterior está em constante tensão com o seu mundo interior, que deve ser estruturado e ordenado, de modo a proporcionar formas de reconhecimento, utilizando os mitos para se contar, através de um sistema de comunicação, uma fala (Roland Barthes), que permita a sobrevivência do ser.

«Ur» simboliza também o combate cíclico patente no tratamento das terras, com o propósito de gerar condições para a renovação da natureza, para que possa acontecer a vida. A cadência cíclica dos dias, das noites, das estações do ano, das luas, também se intui no batimento dos quadros do tear, nos fios de fibras vegetais delicadamente fiados pelas mãos das tecedeiras, que urdem teias, passam tramas e dão forma aos tecidos que protegem o corpo, nos recebem crianças e nos cobrem na morte.

Quando falamos de «Ur», estamos a revisitar a ideia de que toda a atividade- -ofício-arte pode funcionar como suporte para a realização do ser, correspondendo simbolicamente a uma atividade divina (Titus Burckhardt), significando que toda a obra se materializa por imitação do divino. A recuperação dos ofícios e das artes tradicionais como a tecelagem ou a tapeçaria, nas sociedades pós-industriais, reflete a necessidade de recuperar uma visão do mundo em que a dimensão espiritual seja capaz de recentrar as possibilidades materiais presentes e verdadeiramente necessárias para a construção da existência em que se pode ser. Esta consciência está patente no corpo de cada uma das obras apresentadas.

Esta exposição tem a particularidade de revelar atitudes e preocupações que assistem aos artistas que nela participam e nos fazem intuir e descobrir

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outros sentires, que não aqueles feitos de «deletes» da nossa própria consciência, como forma de alienação constante. As manifestações artísticas dessa consciência projetam-se nos silêncios da materialidade das obras, nos mundos interiores em constante procura de novos modos de fazer mundos, entendidos como sistemas de símbolos, em articulação com campos de referência (Nelson Goodman). É nesta «paisagem» que o próprio artista vai construindo um quadro de significações que funciona como «impressão digital do ser».

A «trilogia de mundos», que compõem a presente exposição, caracteriza-se por uma unidade estética que se instaura por intermédio de fios urdidos, para formar teias que serão o suporte de toda a atividade das tramas utilizadas. É do entrecruzar fios de teia com os de trama que nasce a tapeçaria, à qual subjaz a arquitetura mítica do tecido, que tem na teia o elemento imutável, o suporte, e na trama as contingências e vicissitudes do fazer nascer a obra (mito grego das Moiras; mito romano das Parcas). O número de fios de teia por centímetro é indicador do nível de complexidade da obra, que convoca a unidade transcendental pressentida na imagem da aranha, tantas vezes evocada pelas tecedeiras, que descrevem a sua fiação, feita a partir de uma substância que sai do próprio corpo (mito de Aracne), tal como os artistas segregam a «substância metafísica» das teias que dão corpo ao imaginário.

No primeiro mundo-núcleo, encontramos um conjunto de artistas (Alves Dias, Cândida Marques, Gisella Santi, Guida Fonseca, Lena Horta Lobo, Luísa Ferreira, Maria Delfina, Maria João Gromicho e Maria José Mateus) que fez parte do «Grupo 3.4.5 — Associação de Tapeçaria Contemporânea Portuguesa», fundado por Gisella Santi (1922-2006), em 1978. Estes artistas foram muito influenciados pelas práticas no domínio da tecelagem e da tapeçaria de Lausanne, Lotz, Portalegre e Aubusson, cidade mítica na implementação da Tapeçaria Contemporânea Europeia, protagonizada por Jean Lurçat (1892-1966), cuja influência se reveste da maior importância em Portugal, pela relação estabelecida com Guy Fino (1920-1997), fundador da magnífica Manufatura de Tapeçaria de Portalegre (1946), com a colaboração de Manuel Peixeiro (1893-1964), criador do «ponto português», também conhecido por «ponto de Portalegre». A geração representada nesta mostra viveu um tempo cultural europeu de «renascimento da tapeçaria», no qual figuras como a Magalena Abakanowicz (1930) são os seus axis mundi imagéticos. É hoje fundamental desenvolverem-se estudos sobre este grupo, que teve um papel determinante na preservação e divulgação da Tapeçaria Contemporânea em Portugal. Esta mostra é, nesse sentido, uma homenagem e um pequeno contributo.

O segundo mundo-núcleo é constituído por colaboradores, por ex-alunos e pelos atuais professores de Tapeçaria (Ana Gonçalves de Sousa, Ana Maria Gonçalves, Cristina Vilas-Bôas, Dora-Iva Rita, Elisa de Sousa, Hugo Ferrão, Sónia Godinho e Teresa Matos Pereira), num contexto que deriva diretamente da reforma bauhausiana operada, em 1974, na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa. O professor Rocha de Sousa foi então a figura tutelar desta disciplina, programando-a para permitir propostas e estudos de matriz artística, antropológica, sociológica e tecnológica, como foi o realizado na Cooperativa Grupo de Tecelagem de Limões (1986) e no Centro de Interpretação — Museu do Linho (2014), em Trás-os-Montes, distrito de Vila Real, concelho de Ribeira de Pena. Neste contexto, as Mestras D.ª Ana Erénia e D.ª Joaquina Pires, em colaboração

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com o então aluno Hugo Ferrão, foram capazes de estruturar um projeto de recuperação de uma zona linheira, com todas as implicações logísticas do ensino-aprendizagem da tecelagem e os consequentes impactos na comunidade. Os «riscos-desenhos», que se apresentam nesta exposição, fazem parte das recolhas realizadas, a partir de 1981, no espaço encantatório de Limões.

No terceiro mundo-núcleo, encontramos os jovens alunos selecionados que frequentam a unidade curricular de Tapeçaria no presente (Beatriz Coelho, Daniel Xavier, Elisabete Santos, Francisco Vicente, Guilherme Ramos, Joana Passos de Almeida, Madalena Mendes, Márcia Marques, Margarida Vinhais, Rita Vieira Gonçalves e Susana Cruz), fortemente influenciados pelo novo conceito de «ArtLab», introduzido pelos professores Hugo Ferrão e Ana Gonçalves de Sousa. Nesta ideia transparece a noção de laboratório artístico experimental, constituindo as aulas um «lugar imagético» onde se desenvolvem metodologias criativas e exploram novas áreas como a Fiber Art e a Textil Art, abrindo espaço à reflexão e teorização sobre estas matérias, em estreita relação com a Tapeçaria Contemporânea. As propostas «coisificam-se» e, embora muito diversificadas, manifestam as preocupações latentes de um futuro incerto, no qual é urgente reencontrar a dimensão de humanidade, que parece estar perdida, mas simultaneamente é revelada por estes olhares artísticos, que transparecem uma maior consciência e leitura crítica sobre as storytales da pós-globalização.

A exposição «Art Lab. Ur — Trilogia de Mundos» inicia um novo ciclo, dando cumprimento a um plano integrador de outras iniciativas que visam contribuir para transformar o Museu de Tapeçaria de Portalegre — Guy Fino num polo de Tapeçaria Contemporânea a nível nacional e internacional. As conferências «ArtLab — Tapeçaria Contemporânea 2015/2016» vão trazer especialistas e artistas cujas temáticas abrangem desde os campos da Arte, Pedagogia, Ciência e Tecnologia ao Empreendedorismo, sendo a sua programação, divulgação e publicação realizadas pelo Museu e pela Faculdade. Será ainda realizado um workshop em Estamparia Têxtil, a agendar pelo Museu. A Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa e a Câmara Municipal de Portalegre reúnem atualmente as condições essenciais para assumirem um protocolo que poderá incluir residências artísticas, a criação de um centro de estudos sobre Tapeçaria e a implementação de pós-graduações que potenciem valências e competências que contribuam para que os jovens de hoje sejam capazes de desenhar o amanhã.

Casa das Três Colunas, Amieira do Tejo, Agosto 2015

Hugo FerrãoRegente das unidades curriculares de Tapeçaria — Licenciatura em PinturaDiretor da Área de PinturaCIEBA — Centro de Investigação e de Estudos em Belas-Artes

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8ALVES DIAS

As obras Sol Poente e Dunas executadas no início dos anos noventa, vivenciam a minha aprendizagem em métodos e técnicas de tapeçaria, que foi complementada no atelier da mestra Gisella Santi. A multitude de fios em compacto Gobelin de tonalidades fulvas e escarlate numa das obras, bem como o sentido de areias quentes e áridas em tons castanhos e ocres na outra, constituem o corpo das obras. Pretendo que as mesmas emanem uma expressão da vida e força telúrica.

Na obra Surprise Boxes, iniciada em 2011, esteve implícito o conceito do desenho em práticas artísticas contemporâneas. Para a sua execução, recorri a desenhos eróticos de grandes mestres da pintura e escultura moderna, como Klimt, Rodin e Picasso. Estas caixas abrem-se como se fosse um díptico. Numa das partes da caixa, estão reunidos materiais têxteis, imagens de revistas, courato, sementes e parafina; na outra, estão integrados registos de imagens bordadas.

Utilizo, de uma forma meticulosa, um vasto leque de materiais dos quais tiro partido para imprimir um cunho próprio às obras que realizo. Tento também impulsionar a minha criatividade, tirando partido das propriedades que os vários materiais me oferecem. Considero que a minha obra é feita de silêncios, de observação e de sensibilidade a tudo o que me rodeia.

Dunas (coleção do autor)Técnica mista: tecelagem vertical, fio de cobre, algodão, sisal e juta160 × 98 cm1990

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10GISELLA SANTI

“Cada tapeçaria conclui-se como uma única na qual o artista dedica-se desde o princípio até a conclusão. É um trabalho lento de grande investimento manual e físico, para além do processo criativo que lhe esta necessariamente implícito.

Para tanto são certezas que iluminam as mãos que tecem fios dóceis e agrestes e a musicalidade do pensamento que tudo articula e une como na vida.”

Gisella Santi in Catálogo Exposição Tapeçaria Contemporânea, Cultura Politécnica, Instituto Politécnico de Castelo Branco, 2004

Sem títuloTécnica mista: lã e linho200 × 50 × 50 cms/d

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12GUIDA FONSECA

Fios podem ser de várias coisas. Linho, prata, algodão, seda ou ouro... Como nós, apenas diferentes organizações moleculares. Frágeis ou fortes, para mim são linhas de força, de vida. Ligação contínua entre o pulsar do mundo e o meu, interior e inquieto. Tecer é para mim um pulsar primeiro, um gesto que ordena o caos e tudo religa. 

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Simbiose IIITécnica: gobelin e tecelagem; linho, algodão, madeira.55 × 22 cms/data Estruturas Tubulares (fragmento)Técnica: 2 elementos; tecido duplo em tear de baixo liço; linho, seda, linho fiado à mão, lã e mohair410 × 40 cm e 380 × 20 cms/data

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14LENA HORTA LOBO

Intenção e conceito de trabalho criativo CRIAR…

Um processo e uma procura contínua onde novas ideias e novos caminhos me surgem. Curiosa por natureza exploro-os, experimentando e combinando diferentes materiais, formas e cores, por vezes, com surpreendentes resultados. Reutilizo e reciclo também sucedâneos de trabalhos meus — tudo pode adquirir uma nova forma. Utilizo papel, tecido, tinta, lã, seda, algodão, vidro, metal, madeira e casca de bétula. Minhas formas de expressão são tapeçaria, pintura têxtil, aguarela, colagens, fotografia e peças de papel reciclado. Trabalho de uma forma espontânea, adoro a natureza e penso que o facto de ter vivido em três países influencia o meu trabalho e sinaliza vários percursos onde transparece, em todos, o forte sentimento da saudade, sempre presente, tanto das florestas e águas da “minha” Suécia, como da luz e do calor da minha vida em Portugal.

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Floresta minhaTécnica mista: fio de pesca, ráfia, algodão, linho, seda; o material tingido manualmente90 × 200 cm1989

NäverTécnica mista: casca de bétula, linho, fio de pesca, algodão, seda; o material tingido manualmente50 × 65 cms/data

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16MARIA CÂNDIDA MARQUES

Quando comecei a fazer Tapeçaria não imaginava quanto iria aprender acerca de mim própria.

Fui descobrindo aos poucos que me fascinavam as atmosferas, as paisagens, os espaços ilimitados e que gosto da indefinição das formas resultante da mistura quase líquida das cores.

O contacto com diversos materiais levou-me à escolha e associação de alguns que tenho trabalhado de forma a reforçar aquilo que procuro transmitir.

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Alentejo ITécnica: Gobelin, lã Serra D`Aire s/data

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18MARIA DELFINA MACEDO

Falar do meu trabalho não é fácil. O mundo exterior, as ameaças que pairam sobre a vida e a natureza e o universo influenciam--me e isso transparece no que realizo. Procuro uma mensagem de esperança, coloco ordem nas ideias e sentimentos, afirmo o pensamento crítico — e trabalho. Recorro a teias sobrepostas, aberturas de teia, enrolamentos e outras soluções pessoais. Ao começar uma tapeçaria, procuro esquecer o que fiz anteriormente invocando um espírito novo frente ao projeto seguinte. Contorno o ornamental perseguindo impressões emocionais e registos simbólicos.

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Som Primitivo Técnica mista: linho, sisal, juta e tampico 143 × 80 cm2004

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20MARIA JOÃO GROMICHO

Moldes de peças para vestuário

Estruturas inacabadas à espera de uma resposta para um dia se fundirem no mundo dos segredos, que dão vida às formas.

Entre o mundo real e o da fantasia, há um tempo sem tempo que percorre uma paisagem que fica no mais profundo do meu “eu”, do interior para o exterior, tão perto e ainda tão longe como uma miragem do próprio deserto.

A arte enriquece esta espera de ser encontrado, simplificando a complexidade da vida.

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Estrutura ITécnica mista: linho tingido120 × 105 cms/data

Estrutura IITécnica mista: linho tingido130 × 99 cms/data

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Instabilidade Técnica: tecelagem manual com fio de lã80 × 100 cm2002/03

MARIA JOSÉ MATEUS

Aquilo que ressalta num primeiro olhar da obra de Maria José Mateus é a proximidade fascinante entre o universo da pintura e da tapeçaria. Esta situação tem que ver com vários aspetos, em particular o gosto pela pintura e o desenho que desde menina cultivou, incentivada mais tarde pela pintura de Tomás Mateus, seu marido e companheiro e muitos anos. Basicamente aquilo que a artista faz, é como ela própria diz:

“Pintar com lã... Lançar uma teiaOlhá-la como se fosse uma tela em brancoEscolher uma gama de coresComeçar a entrelaçar os fios...Assim nasce a minha tapeçaria. Quase sempre sem uma ideia préviaSempre sem cartão antes elaborado.Uma cor pede outra cor. Um traço mais outro. Formas nascem.Pinceladas de lãUm jogo fio a fio»

Assim parte sempre para a aventura, pois a composição vai- -se realizando e tomando corpo ao ritmo do trabalho de mãos, respirando nas paragens próprias e sendo olhado quantas as vezes necessárias para poder ser concluído.

(extratos de um texto de Cristina Azevedo Tavares)

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Instabilidade Técnica: tecelagem manual com fio de lã80 × 100 cm2002/03

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24MARIA LUÍSA FERREIRA

A peça «Alentejo» ilustra o meu desejo de, por um lado, libertar a tapeçaria da restrição das 2 dimensões e, por outro lado, de introduzir elementos com texturas diferentes.

Aprofundando esse desejo de trabalhar em três dimensões optei por produzir peças escultóricas originais como as peças «Gémeos II» e «Velas III».

Nos trabalhos expostos mantive-me fiel à técnica Gobelin que neles serve de suporte material mais importante, embora em todos eles também recorra a varas de latão para garantir a perenidade do formato idealizado.

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Gémeos II (coleção particular)Técnica: Gobelin, linho fiado à mão40 × 24 × 17 cm s/data

Velas III (coleção particular)Técnica: Gobelin, linho fiado à mão, fio dourado e barras de latão37 × 20 × 27 cms/data

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28ANA GONÇALVES DE SOUSA

Mãos. As minhas e as tuas. Mãos que se movem na intencionalidade de construir uma trama. Mãos que passam fios, que os estendem, cortam, dão nós, agem com sentido e, por vezes, errantes erram, e voltam atrás para desenlaçar o mal--entendido. Mãos que dançam, mãos que param para pensar. Mãos rápidas, certeiras, que estruturam, ordenam, alinham, concluem, mas também mãos vagarosas, indecisas, à deriva, reveladoras do caos que em nós habita. As mesmas mãos. Na simplicidade e complexidade de cada gesto.

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Flying Away V Técnica mista: processo de feitura de manga plástica sobre teia de nylon400 × 350 × 4 cm2004

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30ANA MARIA GONÇALVES

Vestido realizado a partir de moldes base, incorporando no decote uma capa adornada e na extremidade inferior um bordado com missangas de três cores (preto, encarnado e prateado) e dois tamanhos, como se de ameias se tratasse. A cruz desenhada com bordado a ponto atrás e missangas no interior, conta com oito taxas cromadas e oito pedras encarnadas. Há uma segunda cruz, bordada igualmente a ponto atrás, com linha de algodão das mesmas cores (encarnado e preto).

Protótipo em pano-cruExercício de modelação no manequim Unidade de Formação de Moulage Curso Profissional de Modelação IndustrialDimensões variáveiss/data

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Protótipo em pano-cruExercício de modelação no manequim Unidade de Formação de Moulage Curso Profissional de Modelação IndustrialDimensões variáveiss/data

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32CRISTINA VILAS-BÔAS

Mescla, jardim de arte contemporânea...Torna vívido o mortificado, primaverando:O papel-lixo florea-se na arte.De onde vens tu, ó Mescla?... Da celulose?... Dos pigmentos naturais telurianos?... Do Paleolítico ou do Neolítico?... Do platinar de uma tira de chapa?

Mescla, és ubíqua?Viram-te na calçada portuguesa...... nos documentários e entrevistas....... nas demonstrações de técnicas...... nas exposições e instalações...Assim diz a Mescla: Sou o escape de “–Bôas”,do brotar da sua imaginação artística.

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Mescla Técnica mista: instalação — (2 biombos) ferro, papel artesanal reciclado, pigmento de acrílico e incrustações em diversos materiais (chapa de ferro, lãs, tecidos,entre outros)180 × 90 × 4 cm2015

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Do Azul do Mundo — NáufragosTécnica mista: arame de cobre, pano de algodão, têmpera36 × 22 cm2006

DORA-IVA RITA

Os Náufragos fazem parte de um conjunto de pequenas peças, intitulado Do Azul do Mundo, construídas por processos tecnológicos com proximidade ao dos têxteis tradicionais. Um lento enchimento de estruturas que se vão animando, enquanto se manipulam, desenvolvendo iniciativas expressivas para diversas interações, que por sua vez definem padrões estruturais que desencadeiam e organizam sistemas semânticos diversos. Inspirado inicialmente nas mantas de retalhos tecidas a partir da recoleção de roupa em desuso, o azul revelou-se através da obra de Ives Klein e do pigmento de cobalto mediterrânico, que se revelou ser um elemento agregador desses sistemas, criando uniformidade na linguagem pictórica.

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Do Azul do Mundo — NáufragosTécnica mista: arame de cobre, pano de algodão, têmpera36 × 22 cm2006

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36ELISA DE SOUSA

Agnus reporta à mítica figura do cordeiro pascal, um símbolo muito adorado na iconografia cristã. A peça trabalhada em arame, dá-nos uma perceção fria e moderna, contrapondo- -se à carga sentimental e “ternurenta” que a imagem religiosa contém. Contudo, a intersecção e conjugação com material têxtil visa a ligação ao mundo terreno, devolvendo importância ao animal enquanto ser. A auréola é um elemento importante do ícone religioso, sendo que é através dele que é estabelecida a ligação direta com o divino na mensagem para os crentes. Na peça proposta, ao ser elaborada tridimensionalmente com peso e sombra e o facto de não estar sobre a cabeça do animal, favorece essa nova leitura, reforçando o desprendimento das correntes tradicionais.

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AgnusTécnica mista: crochet, arame e lã20 × 37 × 17 cm2014

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38HUGO FERRÃO

As imagens fotográficas foram realizadas em Trás-os-Montes, na aldeia de Limões, concelho de Ribeira de Pena, no início dos anos 80, graças à orientação e cumplicidade do professor Rocha de Sousa, então regente e docente da unidade curricular de Tapeçaria da Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa. Estes registos feitos na luz dos dias são testemunhos desses instantes encantatórios em que somos capazes de pressentir algo indizível e que apenas o olhar e a visibilidade podem instaurar, trazendo à consciência a suspeição da nossa pequenez.

As mestras D.ª Ana Erénia Gonçalves e a D.ª Maria Joaquina Fernandes Pires iniciaram-me na arte e ofício da tecelagem do linho. Assisti e participei em todas as fases desse ciclo mágico, que vão da semente colocada delicadamente na terra ao tecido suave que envolve o corpo. Acompanhei as mestras em longos passeios e contatos com as jovens tecedeiras no sentido de organizar uma forma de ensino-aprendizagem, que não permitisse a quebra da cadeia de transmissão de saberes e conhecimentos de festiva complexidade distanciada dos enclausuramentos tecnológicos das sociedades pós-industriais.

Os desenhos (puxados) que se apresentam fazem parte de um conjunto de obras da D.ª Joaquina Pires que foram recuperados na Faculdade de Belas-Artes (Tapeçaria). Estes «riscos» que desenham nas almas a própria transcendência, alertam-nos para o significado e importância da preservação dessas memórias que se vieram a materializar na fundação da Cooperativa Grupo de Tecelagem de Limões (1986) e recentemente pela criação do Centro de Interpretação — Museu do Linho (2014), que alberga a cooperativa e simultaneamente sistematiza nos silêncios museológicos os rituais, os instrumentos, os sorrisos das pessoas, as palavras que nomeiam as formas de existir maravilhosas que presenciei e das quais guardo imagens de homens e mulheres plenos de humanidade.

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Fotografias e desenhos (puxados) do Ciclo do Linho da Aldeia de LimõesFotografias: Mestras Dª Ana Erénia Gonçalves, Dª Maria Joaquina Pires e a aprendiza Delmira. Fragmentos de desenhos recolhidos para serem utilizados na feitura das obras tecidas.1980-2015

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40SÓNIA GODINHO

Na interminável espera, tecem-se inacabados panos, que nascem à noite das mesmas mãos que, durante o dia, podam e lavram as vinhas, das mesmas mãos que, rudes e gastas pelo tempo e os duros afazeres, tarde e pela hora dos cansaços, se transformam num paciente e devoto instrumento de graciosidade. E é sempre inacabados que eles são continuados num outro, num recomeço incessante que busca esgotar um tempo que não passa e se prolonga nas teias da metamorfose que se dá enquanto se tece e se procura não pensar, descansar, fugir de alguma coisa que assombra. Achar, nesse vazio, o sossego que a noite não traz. São testemunhos das dores, medos e anseios, dessa demora que, não só se prolonga, mas se repete todos os dias, ou todas as noites, enquanto tecem esperanças em vez de panos.

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PenélopeTécnica mista: materiais têxteis diversos sobre e telas120 × 60 cm 2011

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42TERESA MATOS PEREIRA

Apelando a plasticidades particulares que compreendem um universo de texturas, elasticidades, temperaturas e volumetrias, as matérias têxteis proporcionam uma interpelação do observador, levando a tocar, a sentir, mas também a rememorar os gestos e os ritmos que entranham a preparação da matéria e a construção das peças. Órgão#1 e Orgão#2 procuram, através da sua materialidade, não só convocar os domínios da memória táctil, mas também adensar a ambiguidade entre o natural e o artificial, o germinado e o construído, que metaforiza a intervenção humana nos ciclos de vida. A hibridez destes órgãos remete para as inúmeras possibilidades de manipulação, dissecação e hibridação dos corpos que se vão configurando no campo científico, introduzindo descontinuidades, alterações e transmutações nos ciclos vitais, consolidando o papel do ser humano como artesão do tempo e da vida.

Orgão #1 OU Orgão #2 Técnica mista: matérias têxteis diversos Dimensões variáveis2001-2002

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Orgão #1 OU Orgão #2 Técnica mista: matérias têxteis diversos Dimensões variáveis2001-2002

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46BEATRIZ COELHO

Explora-se a ideia de janela enquanto passagem do exterior para o interior de uma casa/habitação e, metaforicamente, enquanto passagem do exterior para o interior de quem lá vive, de quem a habita. Esta ideia surgiu após a atenta análise de uma janela muito específica: uma janela partida mas pregada, remendada, colada com adesivos, presa e amarrada por cordas; uma janela fechada, que refletia, não só uma passagem temporal, mas também uma forte dimensão de presença humana. Como se a janela, por tão fechada e coberta, quisesse resguardar algo ou alguém e acabasse por revelar uma presença que se pressente. Por tão cerrada, a janela estava agora aberta e revelada.

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Sem título Técnica mista: madeira, acetato, plástico, fita adesiva, serapilheira, sisal e matérias têxteis diversas 120 × 100 cm2015

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48DANIEL XAVIER

A desconstrução pessoal num confronto eminente, quebrando as nossas máscaras, alimentadas por raízes profundas, com movimentos bruscos, criando linhas simplificadas, invisíveis a olho nu, e permitindo-nos sair do auto aprisionamento através de um processo de conhecimento próprio, como se estivéssemos a enfrentar uma segunda presença presente em nós, maior e mais forte que nós mesmos.

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Circles VI, XII, XVII, XVIII, XIX e XXIV Técnica mista: linha sobre fotografia12 × 12 cm 2015

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50ELISABETE SANTOS

A teia é feita de colchas de seda brocada, sobre as quais se efetuam golpes verticais. A trama é construída num jogo de texturas e simbolismos. São retalhos de roupa feminina, tecidos, rendas e fios diversos, jóias, pedaços de acessórios e cabelos de mulher. O feminino é o conceito-chave, não só pela própria autora ser mulher, como também pela tapeçaria ser tradicionalmente associada a este género, e ainda por ser na mulher que as questões da aparência mais se evidenciam. A mulher sempre se escondeu, protegeu e recriou, por prazer e imposição social, através do vestuário, dos acessórios e da maquilhagem. O que somos nem sempre corresponde ao que permitimos que de nós conheçam. Procura-se incitar a reflexão sobre a arte da tapeçaria, a condição da mulher, as questões da identidade de género e as máscaras com que vivemos todos os dias.

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Género Técnica mista: tecida e bordada; colchas de cetim brocado, rendase tecidos vários, lã, cabelo, fio de algodão, joias e peça de faiança vidrada 191 × 170 cm2015

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52FRANCISCO VICENTE

O redesign é a renovação do design de algo. A necessidade de redesign surge por diversas razões: pelo aparecimento de novas técnicas ou materiais, para eliminar falhas existentes ou, como estratégia de marketing, para reabilitar o produto no mercado. Optei por renovar um conjunto de quatro cadeiras de sala de jantar, substituindo e recriando o acento e o encosto. Sendo a estrutura das cadeiras em metal, escolhi utilizar materiais simultaneamente flexíveis e resistentes: o sisal e a lã. A escolha de tonalidades foi condicionada pela decoração já existente na sala a que se destinavam. Hoje, fazendo parte de um mesmo conjunto, todas elas são peças únicas, estruturalmente idênticas.

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Sem títuloTécnica mista: instalação; pontos tafetá e português, materiais têxteis aplicados em 4 cadeiras 2015

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54GUILHERME RAMOS

O mar. A imensidão. A necessidade de ser imenso, infinito, ser tudo num só corpo. Perder-me e de seguida encontrar-me numa nova realidade. Ainda, a condição de ser, de existir. A perceção da efemeridade e fragilidade do enigma que é estar vivo. Somos breves. Como domesticar o tempo?

Mar(l)inha Técnica mista: acrílico e linha sobre talagarça de algodãoDimensões variáveis 2015

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Sem título Técnica mista: cerâmica e tear em prata oxidada, algodão, ráfia e sedaDimensões variáveis2015

JOANA PASSOS DE ALMEIDA

Gosto de pensar na tapeçaria como um trabalho para ficar na sua estrutura. É importante que a obra tenha uma relação intrínseca com a base onde é feita. Por essa razão, neste projeto, fiz questão de dar um destino definitivo as minhas tapeçarias. A base faz parte da obra tanto quanto a tapeçaria, elas integram-se e complementam-se, formando um só.

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58MADALENA MENDES

Nos “cofres” (que é como quem diz “o sótão” da minha mãe), encontrei inúmeros desenhos e obras de arte feitas por mim quando tinha 3 anos. Fascinada com este bocado de mim algo esquecido, decidi criar um puzzle-autorretrato com estes desenhos (todos entre 1997 e 2002), que transportam com eles tudo o que fazia parte do “meu mundinho” na altura da minha (mágica) infância; tudo o que para mim existia e era crucial para a minha existência: a mãe, o pai, o irmão, a natureza, o cavalo, as princesas, os monstros. Com este puzzle gigante, as crianças (e os adultos) podem brincar, construindo, com as imagens do meu eu, o eu delas. Elaborando o seu próprio puzzle.

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Puzzle Técnica mista: Almofadas cheias com drakalon;tecido de algodão bordado a fio de algodãopintado a acrílico e com aplicações em feltro 280 × 360 cm2015

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60MÁRCIA MARQUES

O ser humano, como ser vivo que é, passa por etapas que inevitavelmente existem durante o percurso que conhecemos por “vida”. A vida é considerada um ciclo. No entanto, é possível determinar um início: o nascimento; um desenvolvimento: a idade adulta; e até, numa perspetiva séptica, um fim: a morte. Cada uma destas fases apresenta características diferentes, tanto físicas como psicológicas. Em Fases da Vida, a escolha das cores e dos tecidos está associada a cada fase e as espirais metálicas, que envolvem os tecidos, traduzem as suas dificuldades específicas.

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Fases da vida Técnica mista: metal, tecidos e néon 200 × 69 × 205 cm2015

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62MARGARIDA VINHAIS

Todas as volumetrias que seriam visíveis no rosto foram retiradas, num ato assumido de descaracterização e de procura da essência sem adornos. O tafetá simboliza a construção do eu através da sua trama. As diferentes paletas de cores traduzem as variadas máscaras, a persona. Estas difundem-se no ser e formam a personalidade, por vezes, de um modo tão leve que quase impercetível, como nos degrades suaves, por outras, demasiado abruptamente, como nas pinceladas fortes e assertivas.

Persona III e Persona IVTécnica mista: tafetá e acrílicosobre teia e trama de algodão 28.7 × 40.5 cm (cada)2015

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64RITA VIEIRA GONÇALVES

Sigilo — s. m. segredo; o que se mantém oculto; o que não se mostra, nem se conhece — é um retrato parcial, que procura capturar a identidade psicológica da personagem através da expressão do olhar e da sobriedade das cores: azul, cinza, preto e branco, numa faixa vertical de 48 × 6 cm, como se de uma pequena frecha se tratasse.

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SigiloTécnica: tapeçaria tecida em tafetá e português, fio de algodão e lãs48 × 6 cm2015

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66SUSANA CRUZ

Relação — ligação entre duas partes que não acontece de forma igual. A desigualdade confere-lhes diferentes formas. Uma delas, a maior e, por isso, entidade protetora, apoia-se sobre a outra. A mais pequena, frágil, guarda em si a energia-força que possuí e a que recebe da outra parte. A humanidade acontece porque alguém escolhe doar o seu tempo e a sua vida a outro ser. O centro da vida das duas entidades é a mais pequena, o que torna a protetora um ser incompleto, quando na ausência da protegida.

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IncondicionalTécnica mista: tecelagem escultórica com arame e elementos vegetaisØ 100 × 45 cm2015

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GISELLA [email protected]

Pescopagano, 1922-2006. Diplomada em pintura mural pela Escola Santa Maria del Carmine, em Veneza, esta mestra de arte frequentou dois cursos em Milão: um de desenho de modelo pela Academia de Brera e outro de restauro pintura e tapeçaria antiga no atelier do mestre Marino Guandalini. Já em Portugal, dos anos cinquenta até ao início dos anos setenta do século passado, dirige um laboratório de restauro de têxteis antigos. Após 1974, em parte inspirada pelas Bienais de Lausanne, inicia o seu percurso na tapeçaria contemporânea, bi e tridimensional. É fundadora, juntamente com Flávia Monsaraz, da ARA — Cooperativa de Tapeçaria Contemporânea. Lecionou tapeçaria e restauro de  Têxteis no seu atelier em Lisboa. Foi professora de tecnologia têxtil na  Escola António Arroio, e formadora em diversos cursos de tapeçaria. Fundou o Grupo 345 — Tapeçaria Contemporânea Portuguesa, tendo promovido várias exposições tanto em Portugal como no estrangeiro.  Na sua atividade como artista participou em diversas exposições individuais, coletivas e em simpósios de tapeçaria que ela própria dinamizou.

GUIDA [email protected]

Nasceu em 1955. Artista plástica de formação essencialmente autodidata, dedica-se à tapeçaria contemporânea desde 1988, ano em que frequentou o atelier de Gisella Santi. Foi membro do grupo 3.4.5, Associação de Tapeçaria Contemporânea Portuguesa. Participou na organização dos II, III e IV Simpósios de Tapeçaria Contemporânea. Integra o grupo de criadores do projeto Água Musa (Aldeias do Xisto). Frequentou o Curso Geral de Artes da Escola António Arroio. Fez diversos cursos:  Tecelagem de Cabo Verde — Museu Nacional de Etnologia, Design e Comunicação — Cearte, Técnicas de Serigrafia-Cearte. Tem desenvolvido várias ações de formação profissional nas áreas de tapeçaria, tecelagem, fiação e tinturaria natural, e participado em diversos eventos culturais e artísticos. Realizou várias exposições individuais e participou em coletivas. É autora de publicações técnicas na área têxtil.

PRIMEIRO MUNDO

ALVES [email protected]

Vila de Rei, 1952. 1972 — Curso de Pintura da Escola António Arroio, em Lisboa. 1972 a 2008 — Exerceu a profissão de professor no Ensino Particular e Oficial, lecionando as disciplinas Educação Visual e Educação Visual e Tecnológica. 1980 — Conclui o Estágio Profissional nas áreas de Papéis, Cerâmica, Madeiras e Têxteis. 1982 — Interessa-se e dedica-se à Tapeçaria Contemporânea, pesquisando novas formas, criando volumes e texturas, com diversos materiais. 1984 — Curso de Formação em Tecnologia de Materiais Específicos na Universidade de Aveiro. 1988 — Dirige Cursos de Tapeçaria, em Queluz e ingressa no Atelier de Gisella Santi. 1989 — Retoma a sua atividade como Pintor e integra o Grupo 3.4.5. — Associação de Tapeçaria Contemporânea Portuguesa. Divulga a Tapeçaria Contemporânea, orientando, aulas em Centros de Tempos Livres a nível do Ensino Oficial. 1993 — Curso Utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação em Contexto Educativo, na Escola Superior de Educação, em Lisboa. 1997 — Frequência da Licenciatura em Ensino de Educação Tecnológica, na Universidade Aberta, em Lisboa. 1998 — Júri de Seleção no IV Simpósio de Tapeçaria Contemporânea, em Loures. 2011 à atualidade — Faz parte da direção da Associação do Círculo Artístico e Cultural Artur Bual. 2012 — Curso Financiamento de Projetos Culturais através de Patrocínio, Mecenato e Crowdfunding, na Sociedade da Língua Portuguesa, em Lisboa. Exposições: realizou mais de trinta exposições individuais e mais de cento e quarenta coletivas em: Museus, Galerias Municipais e Galerias Particulares, em Portugal, Brasil, Canadá, França e Macau. Prémios: 1993 — 1º Prémio de Pintura no concurso de Artes Plásticas do Instituto Irene Lisboa. 1994 — Prémio dos Sócios da Sociedade Nacional de Belas Artes, em lisboa. Distinção: 1996 — Menção Honrosa na 1ª Bienal de Pintura “Prémio Cardoso Lopes”, na Amadora. Referências: está referenciado em alguns livros e revistas de arte. Coleções públicas e privadas: está representado em várias coleções de arte pública e privada

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LENA HORTA [email protected]

Estocolmo, Suécia. Desde 1976 vive e trabalha em Lisboa. Em 1980 ingressa no Atelier da Gisella Santi em Lisboa e à partir de 1982 integra no Grupo 3.4.5. — Tapeçaria Contemporânea. Desde 1986 trabalha no seu próprio atelier. Frequentou o curso “Têxtil Design”, Escola de Arte Carl Malmsten e cursos/workshops de tecelagem, tapeçaria, tintagem vegetal, papel feito à mão na Suécia. Exposições coletivas mais significativas: 9° Trienal Internacional de Tapeçaria, Lodz Polónia; Artistas Nórdicos, Museu da Mãe d’Água Lisboa; A Arte e a Imaginação da Europa, Museu da Água Lisboa ; 7 Artistas de Portugal, Galeria da Associação de Arte Fredericia, Dinamarca; Artistas Suecas no Mundo — Museu Milles, Estocolmo Suécia; Casa da Cerca, Almada Portugal; Salão Anual da Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa; Bienal de Vila Nova de Cerveira; Bienal de Tapeçaria, Matosinhos; Textilmuseum de Heidelberg, Alemanha; SWEA Art International, Bruxelas, Londres e Paris e XI Bienal de Fotografia Vila Franca de Xira. Exposições individuais: Natura Nórdica, Galeria Interni, Lisboa; Paisagens Têxteis, Museu Nacional do Traje, Lisboa; Tapeçaria Contemporânea, Galleri Sjöhästen, Nyköping, Suécia; Arte Têxtil, Galeria CTT, Lisboa e Percursos — Têxtil/Foto/Papel, Espaço da Junta de Freguesia Sta Catarina, Lisboa.

MARIA CÂNDIDA [email protected]

Portimão, 1939. 2014 — Termina o curso de formação artística (Artes Gráficas e Design) da Sociedade Nacional de Belas Artes de Lisboa. 1971 — Começa a trabalhar no Atelier de António Garcia. 1976 — Ingressa no Atelier de Gisella Santi, onde trabalha durante onze anos. 1978 — Toma parte na formação do Grupo 3.4.5. — Tapeçaria Contemporânea Portuguesa e expõe com o grupo até ao à comemoração do seu 10.º aniversário. 1987 — Trabalha e ensina Tapeçaria no seu atelier. Participa em mais de 60 exposições nacionais e internacionais. Está representada e coleções particulares no país e no estrangeiro.

MARIA DELFINA MACEDO

Nasceu em Lisboa. Curso do Instituto de Arte, Decoração e Design — IADE. Frequenta aulas de pintura, teoria da cor e têxteis no AR.CO — Instituto de Arte e Comunicação. Estudo de Artes Gráficas com o Dr. Guilherme Pires. Iniciação à gravura na Galeria GRAFIL, Lisboa. 1976, viagem à Alemanha, fábrica Franz Morat, Stuttgart para contacto com sistema de design têxtil aplicado às máquinas de tecer eletrónicas. Ingressa no Atelier de Gisella Santi onde permanece entre 1976/1980. Participa na formação do Grupo 3.4.5. — Tapeçaria Contemporânea Portuguesa, ao qual pertence desde 1978 à 1986, trabalhando individualmente à partir desta data. Participa em mais de 50 exposições com o Grupo 3.4.5. em Portugal e no estrangeiro. Esteve em Bienais de Vila Nova de Cerveira e Lagos; na VI Trienal Internacional de Minitêxtil em Angers 1999/2000; na Trienal Internacional de Tapeçaria, Lodz, Polónia 2001; na Bienal de Arte nos Açores. À convite de Lena Horta Lobo integra uma exposição coletiva de Tapeçaria na Dinamarca 2004.

MARIA JOÃO [email protected]

Ericeira, 1956. Iniciou a sua formação em artes em 1979, tendo percorrido diversas áreas de formação como a pintura de azulejo, o restauro de louça e a pintura na SNBA. É em 1987 que desperta para a tapeçaria contemporânea, ingressando assim no atelier de tapeçaria de Gisella Santi, onde então pertenceu ao Grupo 345 — Associação de Tapeçaria Contemporânea Portuguesa. Entretanto, foi monitora do Curso de Tapeçaria do Instituto de Formação Profissional, em Faro, e professora de Trabalhos Oficinais, na Escola Secundária da Ericeira. Pela necessidade de dar resposta às suas aspirações e expandir os seus horizontes, inicia em 1994 o estudo em Desenho, Pintura e História de Arte no ARCO — Centro de Arte e Comunicação Visual, em Lisboa. Em 1998 ingressa no Atelier ARTE ILIMITADA, de Filipe Rocha da Silva, que ainda frequenta. Ao longo dos seus estudos em artes plásticas procurou sempre e de forma incessante, a experimentação de diversas técnicas

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inovadoras e criativas. Com o objetivo claro de quebrar convencionalismos e de desenvolver novas técnicas e estéticas a artista continua ainda hoje a revelar uma originalidade notável. Participa em mais de 50 exposições coletivas, nacionais e internacionais, com obras vendidas a colecionadores e apreciadores de arte e realiza várias exposições individuais desde 1991.

MARIA JOSÉ MATEUS [email protected]

Castelo Branco, 1923. Licenciada em Farmácia, frequentou cursos de Gravura e o Curso de História de Arte (S.N.B.A.). A partir de 1984 integra o Grupo 3.4.5. — Associação de Tapeçaria Contemporânea Portuguesa. Participou em mais de uma centena de exposições coletivas em Portugal e no estrangeiro (exposições de arte portuguesa em França; Minitapeçaria em Melburne, na Austrália; Palais de L’Europe, Menton, França; Museu de Arte Africana em Dacar, Senegal; ect.), tendo estado representada na IV Bienal de Arte de Vila Nova de Cerveira; III e IV Mostras de Arte de Lagos; Bienal de Arte de Sintra; Bienal de Arte de Vila do Conde; I e II Bienais de Arte do Sabugal; Bienal de Tapeçaria de Matosinhos; I, II e III Simpósios de Tapeçaria Contemporânea de Loures; Exposição “Ecologia”, em Loures; artista convidada nos “100 Anos/100 Artistas — Centenário da S.N.B.A.” Realizou sete exposições individuais: Espaço A — clube cinquenta, Lisboa; Livraria Barata, Lisboa; Escola Secundária, Castelo Branco; Instituto das Artes e Ofícios, Lisboa; Sociedade Nacional de Belas Artes; Biblioteca da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa; Museu de Arqueologia e Etnologia do Distrito de Setúbal. Recebeu o 3º Prémio na Bienal de Tapeçaria de Matosinhos e também o 1º Prémio no salão de Sócios — 2005 da S.N.B.A. (Sociedade Nacional de Belas Artes). Está representada em várias coleções particulares e públicas, no país e no estrangeiro.

MARIA LUISA FERREIRA [email protected]

Exposições Individuais: Galeria Morgados da Pedricosa em Aveiro, integrada no Ano Têxtil — 1995 e Galeria dos CTT de 15 de Outubro a 6 de Novembro de 1996. Participou em mais de 40 Exposições Coletivas: 39ª Conferência dos Handweavers do Norte da California, 1993 prémio de excelência com a tapeçaria “Yelowstone River I”: 10ª Bienal Internacional de Miniatura Têxtil de Szombathely, Hungria, em 1994; Miniartextil de Como, Itália, em 1995, 1996, 1997, 1998 e 1999; CONVERGENCE 96, Portland, USA: 4º Festival Internacional de Tapeçaria de Beauvais em 1999: 11ª Trienal Internacional de Tapeçaria de Lodz, com “Emerging” em 2004. Obras em Museus: Norton Priory Museum, em Runcorn, Cheschire no Reino Unido. “Dar Pomorza” em Gdynia e no Central Museum of Textiles de Lodz, Polónia.

SEGUNDO MUNDO

ANA GONÇALVES DE [email protected]

Lisboa, 1980. Licenciada em Artes Plásticas — Pintura (2003), mestre (2007) e doutoranda em Educação Artística, Ana Gonçalves de Sousa é assistente convidada na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, onde lecciona há mais de seis anos nas áreas de Educação Artística e Tapeçaria. Enquanto artista, expõe regularmente desde 2002, destacando-se no seu currículo exposições e encontros no âmbito da tapeçaria contemporânea, como Tex Awake (2002), exposição colectiva realizada no âmbito do I Encontro da Texere (Textil Education and Research in Europe) em Portugal, e as várias exposições que tem concebido e organizado no Museu da Tapeçaria de Portalegre — Guy Fino (2011 a 2015). Enquanto docente e investigadora em Educação Artística, leciona no Mestrado em Educação Artística e no Mestrado Ensino das Artes Visuais, ambos da Universidade de Lisboa, desenvolvendo estudos que apresenta publicamente em conferências nacionais e internacionais, e expondo o seu

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trabalho, de natureza colaborativa e construtivista, junto da comunidade científica.

ANA MARIA GONÇ[email protected]

Lisboa, 1969. Fez o Curso de Artes dos Tecidos na então Escola Secundária António Arroio. Frequentou o Curso História, Variante História da Arte da Faculade de Letras de Lisboa, é licenciada em Educação Social pela Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Instituto Politécnico de Leiria (IPL) e mestranda em Ciências da Arte e do Património na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (FBAUL), trabalhando sobre Tapeçaria Contemporânea Portuguesa. Participou na Exposição ARTLAB Protocolo Simbólico na FBAUL e nas Conferências da Primavera: Maria Flávia de Monsaraz: “A Tapeçaria foi uma coisa que o Céu me deu…” (maio 2015). Quanto à Formação Profissional, tem o Curso de Modelação de Vestuário e o Curso de Especialização Tecnológica em Serviço Social e Desenvolvimento Comunitário. Ana Maria Gonçalves como educadora foi sempre utilizando os têxteis como matérias e materiais plásticamente expressivos: lecionou no ensino secundário — Trabalhos Oficinais/Têxteis; em decoração de interiores como especialista no segmento dos produtos têxteis e formando outros profissionais; criou e executou figurinos para teatro dedicado a publicos escolares, nomeadamente, para a peça Antes de Começar de Almada Negreiros; desde 2001, trabalha na Câmara Municipal de Odivelas onde criou e implementou diversos ateliês para adolescentes e jovens, atualmente, tem em curso no Centro Cultural da Malaposta, um Programa de Ateliês para adultos dedicado à Reutilização de Vestuário e de Têxteis-lar.

CRISTINA VILAS-BÔ[email protected]

Lisboa, 1967. Com formação e experiência profissional em Estilismo de Moda e Vitrinística, Cristina Vilas-Bôas frequentou todos os níveis de Tapeçaria na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, onde se licenciou em Pintura em 2012. Bolseira da Fundação Amadeu

Dias, desenvolve um projeto de investigação intitulado Pigmentos naturais aplicados à pintura sobre tela, e tem sido ainda formadora na FBAUL, no âmbito de um curso livre: O fabrico do papel aplicado às artes plásticas. Enquanto artista, trabalha nas áreas de Audiovisual, Desenho, Escultura, Instalação, Performance, Papel, Pintura, Tapeçaria e Vitral, e tem participado em várias exposições individuais e coletivas, encontrando-se representada em coleções privadas e públicas. Atualmente, é doutoranda em Belas-Artes — Instalação, na FBAUL.

DORA-IVA [email protected]

Lunda-Norte, Angola, 1954. Artista plástica-pintora licenciada pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (1981) e mestre em História da Arte pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (1987). Participou em muitas exposições coletivas, desde o I Salão de Arte Moderna de Faro, em 1981. Realizou vinte e quatro exposições individuais, algumas com o pintor Ilídio Salteiro. Realizou catorze intervenções de arte pública em Lisboa e no Algarve, tanto em meio urbano como na paisagem, de 1990 a 2013 (Lisboa e estuário do Tejo, sítio do Alto na Manta Rota, Tavira, Cacela Velha, Ria Formosa, Santa Bárbara de Nexe, Faro e Oeiras). Atualmente, aproximou-se da arte têxtil contemporânea, através da investigação teórica e da criação artística, tendo realizado neste âmbito uma exposição individual na Galeria do Ministério das Finanças em Lisboa (2007); diversas intervenções de arte têxtil pública urbana, nomeadamente Help!, no Jardim de Sant’Ana, em Tavira (2013), e Pelos Telhados, na Casa das Artes de Tavira (2015). Tem orientado workshops de Arte Têxtil — Tecnologias Leves de Moldes Diretos e participado em algumas exposições coletivas, designadamente na Trienal Internacional de Arte Têxtil Contextile, em Guimarães (2012); SUAVE, em Madrid, com itinerâncias em Espanha e América Latina (2013-2014); ESAP, em Guimarães (2014) e Casa das Artes de Tavira (2015).

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74CURRICULA VITAE

ELISA DE [email protected]

Lisboa, 1991. Licenciada em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes de Lisboa (2015), frequentou todos os níveis de Tapeçaria desta instituição, tendo desenvolvido projetos artísticos e científicos neste domínio, a partir de 2012-2013. Enquanto artista, influenciada pela época barroca, Elisa de Sousa explora a natureza-morta, produzindo pinturas e peças têxteis com o intuito de alcançar um sentido pessoal sobre este género. Expõe individual e coletivamente desde 2012, sendo de destacar a exposição individual Instante Natural (Barreiro, 2012) e as exposições coletivas Comic Festival (Veles/Macedónia, 2012), Ilustrar a Poesia (Biblioteca José Saramago, Loures, 2013), as exposições no âmbito da tapeçaria contemporânea realizadas no Museu de Tapeçaria de Portalegre — Guy Fino (2013 e 2014) e na FBAUL (2015) e o XXVII Salão Primavera (Casino do Estoril, 2015). Em 2013, um dos seus trabalhos, True Values, realizado em colaboração com Aleksandar Stevanov, foi publicado em Portugal (Zona Gráfica #3) e no catálogo do Festival de Belgrado, na Sérvia. O mesmo trabalho, no mesmo ano, ganhou o Prémio Best Artist Expression, no Festival de Veles, na Macedónia.

HUGO FERRÃ[email protected]

Lourenço Marques-Maputo, 1954. Professor Universitário-Artista. Doutoramento em Belas-Artes especialidade de Pintura pela Universidade de Lisboa com a tese intitulado: «Pintura como Hipertexto do Visível, Instauração do Tecno-imaginário do Citor» (2007). Equiparação a Doutoramento — Agregação ao 5º Grupo — Pintura como tema «Ciberarte, Imaginário Ciberpunk ou a Implosão do Futuro» (1996). Mestre em Comunicação Educacional Multimédia pela Universidade Aberta com a dissertação intitulada: «Ciberespaço como Matéria do Sonho, Tribos e Territórios Virtuais» (1995). Pós-Graduação em Sociologia do Sagrado e do Pensamento Religioso pela Universidade Nova de Lisboa com o ensaio intitulado: «Madonna della Vittoria, versus Sacra Conversazione — Visibilidade e Legibilidade do Discurso Pictórico» (1992). Licenciado em Artes

Plásticas-Pintura pela ESBAL (1985). Professor Associado de Pintura, onde cria as unidades curriculares de Ciberarte e Realidade Virtual, regente e docente de Tapeçaria, de fundador do Centro de Investigação em Ciberarte, e do CIEBA — Centro de Investigação e Estudos em Belas-Artes de quem é o primeiro diretor; Investigador Principal da secção de Ciberarte; Presidente do Conselho Científico de 2006-2012, Comissão de Coordenação do Doutoramento da Fac. de Belas-Artes de 2006-2012. Conselheiro da Universidade de Lisboa desde 2011. Conselheiro da Escola Artística António Arroio. Cria o conceito de «citor», investiga e publica nos domínios da iconografia, simbologia, tapeçaria, ciberarte, cibercultura, hipertexto, realidade virtual e seu impacto na formalização do discurso artístico-pintura. Mantém atividade artística no âmbito da pintura, fotografia e tapeçaria desde 1985.

SÓNIA [email protected]

Évora, 1983. Bacharel em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (2014), Sónia Godinho frequentou todos os níveis de Tapeçaria, tecnologia que, desde 2010, assume relevância no seu trabalho artístico. Atualmente vive entre Lisboa e Estremoz e, enquanto artista, tem aprofundado um trabalho assumidamente feminino e performativo, em torno dos mitos fundadores. Articula a Tapeçaria com o Desenho, a Fotografia e a Pintura. As obras da presente série abordam essencialmente a dicotomia entre o delicado trabalho de linhas dos lavores femininos e os duros trabalhos de campo que as mulheres ainda desempenham no Alentejo, de onde é natural.

TERESA MATOS [email protected]

Santiago do Cacém, 1974. Licenciatura em Artes Plásticas — Pintura (1998), Mestrado em Teorias da Arte (2002) e Doutoramento em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (2011). Teresa Matos é atualmente professora adjunta na Escola Superior de

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Educação de Lisboa, onde coordena a Licenciatura em Artes Visuais e Tecnologias e leciona nas áreas das Artes Visuais e Educação Artística. Como artista, tem realizado as seguintes exposições individuais: «Desenhos de Fogo», Biblioteca Municipal de Santiago do Cacém — Manuel da Fonseca (2012); «In Memoriam», Desenho e Pintura, Auditório Municipal António Chaínho, Santiago do Cacém (2010-2011); «A poeira do tempo», Desenho e Pintura, Galeria Imargem, Almada (2008); «In Naturalibus», Desenho e Objetos Têxteis, Casa do Corpo Santo, Setúbal (2003); «Tempo Fragmentado», Tapeçaria/ Instalação, Museu Municipal de Santiago do Cacém (1999). Desde 1998, tem participado igualmente em diversas exposições coletivas.

TERCEIRO MUNDO

BEATRIZ [email protected]

Porto, 1995. Ao concluir o Curso Científico-Humanístico de Artes Visuais, na Escola Secundária Camilo Castelo Branco, em Vila Nova de Famalicão (2013), Beatriz Coelho ingressou na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, onde atualmente frequenta o 3.º ano da licenciatura em Pintura. Tendo iniciado, no 1º semestre de 2014-2015, trabalho artístico no âmbito da Tapeçaria, que procura articular com a Pintura, a aluna encontra-se inscrita no nível de Desenvolvimento II, onde irá aprofundar as obras em exposição. Enquanto artista, tem participado em mostras coletivas desde cedo, sendo de destacar a exposição Interpretação tridimensional de uma obra bidimensional, que teve lugar na Fundação Cupertino de Miranda, em Vila Nova de Famalicão (2013).

DANIEL [email protected]

Lisboa, 1994. Após frequentar o Curso Científico-Humanístico de Artes Visuais, na Escola Secundária Francisco Simões (2009/2010 a 2011/2012), Daniel Xavier ingressou na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, onde frequenta atualmente o 4.º ano da licenciatura em Pintura. Enquanto artista explora o conhecimento humano como algo interpessoal, levando a uma certa construção/desconstrução pessoal. Expõe coletivamente desde 2010, sendo de destacar, em Portugal, as exposições coletivas realizadas na Associação 25 de Abril (Lisboa, 2015), na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa: GAB-A (Lisboa, 2014/2015), na Biblioteca José Saramago (Almada, 2013 e 2011); na Sala Pablo Neruda (Almada, 2012) e na Oficina da Cultura (Almada, 2010). Participou ainda em duas exposições coletivas no Brasil, na Faculdade de Artes Visuais de Campinas (Campinas, 2015) e na Galeria SEDE de Campinas (São Paulo, 2015).

ELISABETE [email protected]

Lisboa, 1961. Em 1979, completou o Curso de Artes Gráficas na Escola António Arroio. Ingressou de seguida na então Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, no curso de Artes Plásticas — variante de Pintura. Após uma interrupção, reingressou na FBAUL, frequentando atualmente o 4.º ano da licenciatura em Pintura e o nível de Projeto I da optativa de Tapeçaria. O seu trabalho desenvolve-se essencialmente no domínio da Tapeçaria, Pintura e Fotografia, explorando conceitos ligados ao feminino e às questões de identidade. Em 2014, realizou uma exposição individual intitulada “Ver e ser visto, máscaras da identidade”, na Casa da Cultura da Junta de Freguesia de Olivais. Entre as exposições coletivas destacam-se: “Oito olhares sobre o feminino”, Casa da Cultura da Junta de Freguesia de Olivais (Lisboa, 2015); “Laboratório de Anatomia — Ver e Pensar o Corpo”, no Museu de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, em parceria com a unidade de Ciberarte da Licenciatura em Pintura da Faculdade de Belas-Artes de Lisboa e o apoio da Reitoria da Universidade

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de Lisboa, onde decorreu (Lisboa, 2013); e “Exposição Coletiva do Prémio de Pintura Henrique Pousão”, no Cine-teatro Florbela Espanca (Vila Viçosa, 2012).

FRANCISCO VICENTE [email protected]

Lisboa, 1993. Após concluir, em 2009, o Curso Científico-Humanístico de Artes Visuais na Escola Secundária Leal da Câmara, em Rio de Mouro (Sintra), Francisco Vicente ingressou na licenciatura em Design de Equipamento na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, onde frequentou, no último ano lectivo, as unidades curriculares de Tapeçaria Iniciação e Tapeçaria Desenvolvimento I. Actualmente, recém-formado em Design de Equipamento, resolveu dedicar-se à Música, nomeadamente ao Canto, tendo iniciado recentemente os seus estudos na Escola de Jazz Hot Clube de Portugal. Com alguns projectos já desenvolvidos e outros em desenvolvimento na área de Design Mobiliário, Francisco Vicente pretende, num futuro próximo, retomar a formação universitária e prosseguir com a investigação e prática nesta vertente da sua identidade profissional.

GUILHERME RAMOS [email protected]

Covilhã, 1994. Guilherme Ramos iniciou a sua formação artística na Escola Secundária Campos Melo (Covilhã), onde frequentou o Curso Científico-Humanístico de Artes Visuais (2009/2010 a 2011/2012) e, paralelamente, no primeiro ano, um ateliê de pintura, no qual começou a desenvolver o gosto por esta área. Ao concluir o ensino secundário, ingressou na licenciatura em Pintura, na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (2012), onde se encontra hoje a frequentar o 3.º ano. Atualmente, inscrito no nível de Desenvolvimento II de Tapeçaria, Guilherme Ramos dá continuidade ao trabalho tem vindo a desenvolver desde o 1.º semestre de 2014-2015, procurando articular a linguagem têxtil com a pictórica, em estudos delicados que exploram os contrastes cromáticos e lumínicos da paisagem marinha.

JOANA PASSOS DE ALMEIDA [email protected]

Lisboa, 1995. Joana Passos de Almeida frequentou o Colégio Valsassina durante treze anos, concluindo nesta instituição, em 2013, o ensino secundário, no Agrupamento de Artes. Em 2012, fez o 1.º ano do Curso de Desenho da Sociedade Nacional de Belas-Artes, orientado pelo Professor Alexandre Grave e participou no curso teórico “Escultura Moderna e Contemporânea”, orientado pelo escultor Rui Sanches. No ano seguinte, voltou a realizar um curso teórico orientado pelo Professor Rui Sanches, desta vez intitulado “O protagonismo do corpo”. E, mais recentemente, em 2015, frequentou o curso teórico “Picasso e o século XX”, orientado pelo mesmo escultor; e fez ainda um Curso de Cerâmica, sob a orientação da ceramista Teresa Pavão. Desde 2013/2014 frequenta a licenciatura em Pintura da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, sendo neste momento aluna de Comunicação Visual, na Universidade PUC — Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), onde se encontra inserida no programa Erasmus do Rio de Janeiro, a concretizar o 1.º semestre do terceiro ano.

MADALENA MENDES [email protected]

Oeiras, 1995. Após frequentar o Curso Científico-Humanístico de Artes Visuais, na Escola Secundária Henriques Nogueira, em Torres Vedras (2010/2011 a 2012/2013), Madalena Corrêa Mendes ingressou na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, onde frequenta atualmente o 3.º ano da licenciatura em Pintura. Tendo começado a desenvolver trabalho artístico na área da Tapeçaria no 1.º semestre de 2014/2015, encontra-se agora inscrita no nível de Desenvolvimento II, onde irá aprofundar os exercícios ora em exposição. Enquanto artista, aborda temas relacionados com o auto-conhecimento e a “auto-procura”. A dualidade corpo-alma, o inconsciente, a gestualidade e o movimento são alguns dos conceitos-base do seu trabalho artístico. Tem participado em mostras coletivas desde cedo, sendo de destacar as GAB-A 2014 e as GAB-A 2015, na FBAUL.

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MÁRCIA MARQUES [email protected]

Lisboa, 1995. Ao concluir o Curso Científico-Humanístico de Artes Visuais, na Escola Secundária de Mem Martins (Sintra, 2013), Márcia Marques ingressou na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, onde frequenta atualmente o 3.º ano da licenciatura em Ciências da Arte e do Património. A primeira aproximação à Tapeçaria ocorreu no 1.º ano desta licenciatura, no âmbito da unidade curricular de Tecnologias Artísticas I. No mesmo ano e no âmbito da mesma disciplina, realizou uma entrevista ao artista Alves Dias, o que lhe possibilitou o contacto direto com algumas das suas obras e uma maior compreensão da tapeçaria contemporânea. Em Tapeçaria Iniciação (1.º semestre de 2014/2015), realizou experiências com materiais não convencionais e uma micro-tapeçaria tradicional. Mais recentemente, em Tapeçaria Desenvolvimento I (2.º semestre de 2014/2015), elaborou o primeiro projeto, intitulado “Fases da Vida”.

MARGARIDA VINHAIS [email protected]

Porto, 1993. Após frequentar o Curso Científico-Humanístico de Artes Visuais, na Escola Secundária Rodrigues de Freitas (Porto, 2009/2010) e na Escola Secundária do Padrão da Légua (Matosinhos, 2010/2011 e 2011/2012), Ana Margarida Vinhais ingressou na licenciatura em Artes Plásticas na Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto, no ano letivo 2012-2013, optando por continuar os seus estudos em Lisboa, no ano seguinte. Atualmente, a aluna frequenta o 3.º ano da licenciatura em Pintura na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, encontrando-se inscrita em Tapeçaria Desenvolvimento I, onde irá aprofundar os exercícios exploratórios ora em exposição, iniciados no semestre anterior.

RITA VIEIRA GONÇALVES [email protected]

Leiria, 1994. Entre 2009/2010 e 2011/2012, frequentou o Curso Tecnológico de Design Cerâmica e Escultura (Ensino Secundário), no Colégio de S. Miguel, em Fátima. Em 2011, participou na exposição Design de Objetos: Relógio de Pulso para uma Embalagem (design de embalagem e relógio), neste colégio. E em 2012, fez a ilustração de um conto infantil em aguarela; realizou um estágio no gabinete de arquitetura Arqui Home e, no âmbito do Concurso F1 in Schools, integrou ainda uma equipa, como designer gráfico, à qual foi atribuído o Prémio Melhor Identidade de Equipa, a nível nacional. Já na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, onde ingressou na Licenciatura em Design de Equipamento, em 2012, recebeu uma Bolsa de Mérito Expresso e Prébuild, durante três anos: 2012/2013 a 2014/2015; e participou no workshop Design Sustainability, em 2013.

SUSANA CRUZ [email protected]

Lisboa, 1994. Em 2012 completa o curso de têxteis da Esco-la Secundária Artística António Arroio, em Lisboa. Ingressa na Licenciatura de Pintura da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Em 2011 expõe na Escola Secundá-ria Artística António Arroio. Os seus interesses abrangem a Pintura e a Tapeçaria, bem como, a Filosofia. O seu traba-lho foca-se na descoberta do que é o ser humano pela arte. Oscila entre o lógico e o emocional, num percurso que é também pessoal.

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ARTLAB — UR — TRILOGIA DE MUNDOS Tapeçaria Contemporânea

Catálogo —

Organização e ediçãoFACULDADE DE BELAS-ARTES UNIVERSIDADE DE LISBOALargo da Academia Nacionalde Belas-Artes, 1249-058 LisboaTel. [+351] 213 252 [email protected] | www.fba.ul.pt

CÂMARA MUNICIPAL DE PORTALEGRERua Guilherme Fernandes, 287300-189 PortalegreTel. [+351] 245 307 [email protected]

CoordenaçãoAna Gonçalves de Sousa*Hugo Ferrão*Paula Fernandes**

Impressão e acabamentoetigrafe artes gráficas

ISBN978-989-8771-32-2

30 OUT 2015 — 28 FEV 2016Museu da Tapeçaria de Portalegre — Guy FinoRua da Figueira 9, 7300-139, Portalegre, [email protected]

Exposição —

ProduçãoCMP / FBAUL

CoordenaçãoAdelaide M. Teixeira**Ana Gonçalves de Sousa*Hugo Ferrão*Paula Fernandes**Pedro Barbas**

MontagemCarolina Baert**Elsa Quintino**Hélder Faria**Hugo Ferrão*João Gonçalves**Jorge Alcântara**Maria José Afonso**Paula Fernandes**

*Faculdade de Belas-Artes, Universidade de Lisboa; **Museu da Tapeçaria de Portalegre Guy Fino

Lisboa, 2015

© dos textos e das fotografias, os autores. © FBAUL, 2015.

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