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Joseph Théophile Ngouo La Trilogie Révélation, Mystère et Connaissance: Dynamisme Sotériologique de Ep 3, 1-13 et Dn 2, 17-23. Tese de Doutorado Tese apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor pelo Programa de Pós-graduação em Teologia do Departamento de Teologia da PUC-Rio. Orientadora: Profa. Maria de Lourdes Corrêa Lima Rio de Janeiro Abril de 2016

Joseph Théophile Ngouo La Trilogie Révélation ... - PUC-Rio

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Joseph Theacuteophile Ngouo

La Trilogie Reacuteveacutelation Mystegravere et Connaissance Dynamisme Soteacuteriologique de Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23

Tese de Doutorado

Tese apresentada como requisito parcial para obtenccedilatildeo

do grau de Doutor pelo Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em

Teologia do Departamento de Teologia da PUC-Rio

Orientadora Profa Maria de Lourdes Correcirca Lima

Rio de Janeiro Abril de 2016

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Joseph Theacuteophile Ngouo

La Trilogie Reacuteveacutelation Mystegravere et Connaissance Dynamisme Soteacuteriologique de Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 Tese apresentada como requisito parcial para obtenccedilatildeo do grau de Doutor pelo Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Teologia do Departamento de Teologia do Centro de Teologia e Ciecircncias Humanas da PUC-Rio Aprovada pela Comissatildeo Examinadora abaixo assinada

Profa Maria de Lourdes Correcirca Lima

Orientadora Departamento de Teologia ndash PUC-Rio

Prof Leonardo Agostini Fernandes Departamento de Teologia ndash PUC-Rio

Prof Joseacute Otaacutecio Oliveira Guedes Departamento de Teologia ndash PUC-Rio

Prof Heitor Carlos Santos Utrini Diocese de Campos

Prof Antonio Carlos Frizzo Faculdade Dehoniana

Profa Denise Berruezo Portinari Coordenadora Setorial de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa do Centro

de Teologia e Ciecircncias Humanas ndash PUC-Rio

Rio de Janeiro 11 de abril de 2016

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Todos os direitos reservados Eacute proibida a reproduccedilatildeo

total ou parcial do trabalho sem a autorizaccedilatildeo da

universidade do autor e da orientadora

Joseph Theacuteophile Ngouo

Nasceu na Repuacuteblica dos Camarotildees (Aacutefrica)

sacerdote catoacutelico da Sociedade dos Missionaacuterios dos

Santos Apoacutestolos Graduou-se em Filosofia no

Institut de Philosophie Saint Joseph Mukassa de

Yaoundeacute em 1999 e em Teologia na Ecole

Theacuteologique Saint Cyprien de Ngoya em 2004

Terminou o Mestrado em Teologia Biacuteblica na

Pontificia Universidad Javeriana de Bogotaacute

(Colocircmbia) em 2011 e o Doutorado em Teologia

Biacuteblica na Pontificia Universidad Catoacutelica do Rio de

Janeiro em 2016 Atuou como formador no Petit

Seacuteminaire Saint Bartheacuteleacutemy de Ouahigouya (Burkina

Faso) e no Seminaacuterio de los Misioneros de los Santos

Apoacutestolos de Bogotaacute de 2007-2011

Ficha Catalograacutefica

CDD 200

Ngouo Joseph Theacuteophile La trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance dynamisme soteacuteriologique de Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 Joseph Theacuteophile Ngouo orientadora Maria de Lourdes Correcirca Lima ndash 2016 227 f 30 cm Tese (doutorado)ndashPontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro Departamento de Teologia 2016 Inclui bibliografia 1 Teologia ndash Teses 2 Dinamismos salviacuteficos 3 Campos semacircnticos 4 Revelaccedilatildeo 5 Misteacuterio 6 Conhecimento I Lima Maria de Lourdes Correcirca II Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro Departamento de Teologia III Tiacutetulo

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Remerciements

A

SOPHEZO Joseacutephine ma megravere qui a su conduire les premiers pas de ses fils agrave la

rencontre du Verbe incarneacute Sagesse et Splendeur eacuteternelle du Pegravere ceacuteleste

TCHINDA Albert mon pegravere qui aurait voulu voir de son vivant cette œuvre

doctorale mais Dieu a voulu dans son projet eacuteternel quil en participe

spirituellement dans la vision beacuteatifique

Isaac Martiacutenez CHUQUIZANA msa Bertrand ROMA msa Christian

RODEMBOURG msa Jean Braconin KASIAMA msa et Edward

PRZYGOCKI msa tous du Conseil Geacuteneacuteral qui ont compteacute sur mes qualiteacutes

humaines au-delagrave de ma faiblesse et mont donneacute loccasion de reacutealiser cette œuvre

magnifique dont ils ont toujours su mencourager et me soutenir dans les nuits de

mon seacutejour au Breacutesil

Dr Maria de Lourdes C LIMA ma directrice de thegravese qui a conduit avec sagesse

cette recherche pour sa patience son affection et son deacutevouement Son soutien

constant a rendu possible le recircve de faire de son eacutetudiant un passionneacute pour la

recherche scientifique et un amoureux des Saintes Ecritures Par son amour et son

deacutesir ardent de connaicirctre le mystegravere divin qui se reacutevegravele dans le texte sacreacute elle a su

faire sienne la preacuteoccupation qui a fait naitre ce travail qui en est devenue son cheval

de bataille

Tous mes professeurs et chercheurs de lUniversiteacute Pontificale Catholique de Rio

de Janeiro qui de maniegravere discregravete et geacuteneacutereuse mont partageacute leur amitieacute et leur

soutien en montrant le sens de la rigueur et la noblesse de la recherche theacuteologique

Pedro Ortiz Valdivieso SJ Docteur en Ecritures Saintes de lInstitut Pontifical

Biblique Rome (drsquoheureuse meacutemoire) et Mariacutea Luciacutea Jimeacutenez de Zitzmann

Docteur en Theacuteologie Biblique de lUniversiteacute Pontificale Xaveacuterienne Bogota qui

ont eu la gracircce de creacuteer et de mettre au service des chercheurs et eacutetudiants en Bible

la Meacutethode Theacuteologique Seacutemantique appliqueacutee agrave cette eacutetude

Je preacutesente agrave tous et agrave chacun mon immense gratitude et mes sincegraveres

remerciements

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Resumo

Joseph Theacuteophile Ngouo Lima Maria de Lourdes Correcirca A Trilogia

Revelaccedilatildeo Misteacuterio e Conhecimento dinamismo soterioloacutegico de Ef 3 1-

13 e Dn 2 17-23 Rio de Janeiro 2016 227p Tese de Doutorado ndash

Departamento de Teologia Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de

Janeiro

Nesta pesquisa trata-se de analisar a dinacircmica salviacutefica de Ef 3 1-13 e Dn 2

17-23 No seu procedimento metodoloacutegico o estudo demonstrou a importacircncia da

trilogia revelaccedilatildeo misteacuterio e conhecimento como fio condutor da dinacircmica salviacutefica

de Ef 3 1-13 et Dn 2 17-23 Ao evidenciar a importacircncia desta trilogia na dinacircmica

dos dois textos o estudo mostrou a sua validade como novo caminho hermenecircutico

e teoloacutegico para uma compreensatildeo sempre nova da mensagem biacuteblica Essa

contribuiccedilatildeo apresenta um caraacuteter metodoloacutegico na medida em que o procedimento

que enfatiza especialmente a relacionalidade dinacircmica e salviacutefica do texto biacuteblico

ainda natildeo tem sido aplicado nos textos de Ef 3 1-13 e Dn 2 17-23 De fato o

Meacutetodo Semacircntico Teoloacutegico aplicado na anaacutelise dos dois textos oferece a

possibilidade de uma visatildeo totalizante das accedilotildees salviacuteficas que natildeo contecircm

necessariamente os termos salvaccedilatildeo eou redenccedilatildeo mas que satildeo manifestadas

a partir de diversas expressotildees que constituem a totalidade do dinamismo salviacutefico

Atraveacutes do seu procedimento analiacutetico o Meacutetodo Semacircntico Teoloacutegico oferece a

possibilidade de conhecer o conteuacutedo dinacircmico e salviacutefico presente em Ef 3 1-13

e Dn 2 17-23 Seraacute que a mensagem biacuteblica como palavra divina que se revela ao

homem no tempo e no espaccedilo natildeo eacute fundamentalmente uma mensagem de

salvaccedilatildeo Um procedimento metodoloacutegico que evidencia a dinacircmica salviacutefica do

texto biacuteblico a partir das afinidades literaacuterias e relacionalidade semacircntica dos termos

aborda pois uma questatildeo fundamental para a vida de feacute da comunidade crente O

Meacutetodo Semacircntico Teoloacutegico permite pois entender como o projeto salviacutefico de

Deus acontece na historia a partir da dinacircmica salviacutefica dos dois textos estudados

A anaacutelise conseguiu demonstrar natildeo somente a incidecircncia lexicograacutefica que

constitui o potencial semacircntico dos dois textos mas tambeacutem o horizonte teoloacutegico

aberto a partir dos dinamismos soterioloacutegicos significados especialmente pela

trilogia revelaccedilatildeo misteacuterio e conhecimento A anaacutelise chegou agrave conclusatildeo que Ef

3 1-13 e Dn 2 17-23 possuem natildeo somente afinidades literaacuterias e semacircnticas mas

tambeacutem podem dialogar no horizonte teoloacutegico em torno aos dinamismos soterio-

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loacutegicos significados pela trilogia revelaccedilatildeo misteacuterio e conhecimento

Palavras-chave

Dinamismos salviacuteficos Campos semacircnticos Revelaccedilatildeo Misteacuterio

Conhecimento

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Reacutesumeacute

Joseph Theophile Ngouo Lima Maria de Lourdes Correcirca (Conseiller) La

Trilogie Reacuteveacutelation Mystegravere et Connaissance Dynamisme

Soteacuteriologique de Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 Rio de Janeiro 2016 227p

Thegravese de Doctorat ndash Departamento de Teologia Pontifiacutecia Universidade

Catoacutelica do Rio de Janeiro

Dans cette eacutetude il est question danalyser la dynamique salvifique de Ep 3

1-13 et Dn 2 17-23 Dans son processus meacutethodologique cette eacutetude a montreacute

limportance de la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance comme fil conducteur

de la dynamique salvifique de Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 En mettant en eacutevidence

limportance de cette trilogie dans le tissu des deux textes bibliques cette eacutetude a

apporteacute sa contribution dans le domaine hermeacuteneutique et theacuteologique pour une

compreacutehension toujours nouvelle du message biblique Cette contribution revecirct tout

de mecircme un caractegravere meacutethodologique dans la mesure ougrave ce processus qui souligne

de maniegravere particuliegravere la relationaliteacute dynamique et salvifique du texte biblique

na pas encore eacuteteacute appliqueacute sur Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 En effet la Meacutethode

Theacuteologique Seacutemantique appliqueacutee agrave ces deux textes offre la possibiliteacute dune

vision totalizante des actions salvifiques qui ne contiennent pas neacutecessairement les

termes salut etou reacutedemption mais qui le sont agrave partir de multiples expressions

qui constituent la totaliteacute du dynamisme salvifique A travers son processus

analytique la Meacutethode Theacuteologique Seacutemantique offre la possibiliteacute de connaicirctre le

contenu dynamique et salvifique preacutesent en Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 Le message

biblique comme parole divine qui se reacutevegravele agrave lhomme dans le temps et lespace

nest-il pas fondamentalement un message de salut Un processus meacutethodologique

qui seacutevertue agrave mettre en eacutevidence la dynamique salvifique du texte biblique agrave partir

des affiniteacutes litteacuteraires et la relationaliteacute seacutemantique des termes aborde donc une

question fondamentale pour la vie de foi de la communauteacute croyante La Meacutethode

Theacuteologique Seacutemantique permet donc de comprendre comment le projet salvifique

de Dieu se rend preacutesent dans lhistoire agrave partir de la dynamique salvifique des deux

textes eacutetudieacutes Lanalyse a reacuteussi agrave montrer non seulement lincidence

lexicographique qui constitue le potentiel seacutemantique des deux textes mais aussi

lhorizon theacuteologique qui se deacutegage agrave partir des dynamismes soteacuteriologiques

signifieacutes de maniegravere particuliegravere par la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

Il en reacutesulte que Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 possegravedent non seulement des affiniteacutes

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litteacuteraires et seacutemantiques mais aussi peuvent dialoguer sur le plan theacuteologique agrave

partir des dynamismes soteacuteriologiques signifieacutes par la trilogie reacuteveacutelation mystegravere

et connaissance

Mots clefs

Dynamismes salvifiques Champs seacutemantiques Reacuteveacutelation Mystegravere

Connaissance

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Sommaire

1 Introduction 15

11 Horizon theacutematique 15

12 Preacutesupposition et porteacutee de la dynamique salvifique des deux textes 18

13 Approche meacutethodologique 20

14 Contenu des composantes de la Meacutethode Theacuteologique Seacutemantique 22

141 Laction et la relation salvifique 22

142 Le champ seacutemantique 23

143 Expressions affines opposeacutees et les autres deacuteterminations 24

144 Les agents soteacuteriologiques les beacuteneacuteficiaires et leurs relations 24

15 Les diffeacuterentes eacutetapes de lrsquoeacutetude 25

2 Analyse de la dynamique soteacuteriologique de Ep 3 1-13 27

21 Texte et traduction de Ep 3 1-13 27

22 Structure et situation de luniteacute textuelle dans la dynamique de la lettre 30

221 Situation de Ep 3 1-13 dans la dynamique de la lettre 30

222 Structure geacuteneacuterale de la lettre 32

223 Linsertion de Ep 3 1-13 dans la premiegravere partie de la lettre 33

224 Organisation et structure de Ep 3 1-13 36

225 Organisation de la dynamique soteacuteriologique de luniteacute textuelle 41

23 Identification et lecture des dynamismes soteacuteriologiques de

Ep 3 1-13 42

231 Bregraveve lecture des dynamismes de Ep 3 1-13 50

24 Approche neacuteotestamentaire de la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et

connaissance 54

241 Approche neacuteotestamentaire de la Reacuteveacutelation 54

242 Approche neacuteotestamentaire du Mystegravere 60

243 Approche neacuteotestamentaire de la Connaissance 69

244 Reacutesumeacute de lapproche neacuteotestamentaire de la reacuteveacutelation mystegravere et

connaissance 75

25 Hermeacuteneutique theacuteologique des dynamismes soteacuteriologiques en

Ep 3 1-13 75

251 Dynamique de la reacuteveacutelation du mystegravere de Ep 1 3-14 agrave

Ep 3 1-13 75

252 Dynamique salvifique de Ep 3 12-7 reacuteveacutelation et connaissance

du mystegravere 77

2521 Moment dynamique de Ep 3 12-4 77

25211 La communion dans leacutepreuve comme lieu de lavegravenement du salut

dans le Christ 77

25212 La gracircce divine dans la dynamique salvifique du texte 80

25213 La lecture de leacutecriture dans lintelligence du mystegravere 84

2522 Moment dynamique de Ep 3 5-7 88

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25221 La radicaliteacute de la reacuteveacutelation du mystegravere au temps des apocirctres et

prophegravetes 88

25222 Eglise et Evangile contenu et instrument dexeacutecution du mystegravere

dans le Christ 91

25223 Pour une compreacutehension des ἔθνη et du contenu du mystegravere dans

les termes συγκληρονόμα σύσσωμα et συμμέτοχα 93

25224 La reacuteveacutelation du mystegravere et le service de lEvangile dans la

dynamique salvifique 103

253 Dynamique salvifique de Ep 3 8-1213 106

2531 Lannonce de lEvangile comme expression de lavegravenement

salvifique 106

2532 Le mystegravere cacheacute et reacuteveacuteleacute comme point de rencontre du projet

creacuteateur et salvifique 110

2533 La place de lEglise dans la dynamique du projet salvifique 112

2534 Limportance de la foi dans la dynamique du salut 115

2535 La souffrance comme chemin de gloire dans la dynamique du

salut 118

3 Analyse de la dynamique soteacuteriologique de Dn 217-23 121

31 Situation geacuteneacuterale du livre 121

311 Une dualiteacute de langues et de styles 121

312 Situation de Dn 2 17-23 dans lensemble du livre 122

313 Une expeacuterience de reacutesistance en terre eacutetrangegravere 124

3 2 Composition litteacuteraire de Dn 2 125

321 Preacutelude litteacuteraire de Dn 1 125

322 Le recircveinterpreacutetation comme motif litteacuteraire 127

323 Les lieux public et priveacute comme cadre litteacuteraire 128

33 Un aperccedilu de la structure du texte 129

331 Structure et dynamique interne de Dn 2 129

332 Luniteacute litteacuteraire en question 131

333 Uniteacute textuelle de Dn 2 17-23 133

3331 Traduction et eacuteleacutements de critique textuelle 133

3332 Luniteacute textuelle et ses limites 135

3333 Luniteacute textuelle et son organisation 135

33331 Dn 17a-20a premiegravere seacutequence du texte 135

33332 Dn 20b-23e Deuxiegraveme seacutequence du texte 137

34 Identification et lecture des dynamismes soteacuteriologiques 139

341 Tabeaux des dynamismes preacutesents dans le texte 139

342 Panorama seacutemantique de Dn 2 17-23 143

35 Approche veacuteteacuterotestamentaire de la reacuteveacutelation mystegravere et

connaissance 146

351 Une approche du mystegravere divin 146

3511 Le terme heacutebreu 146 סוד

3512 Le terme arameacuteen 148 רז

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3513 Le μυστήριον dans les autres eacutecrits 149

352 Une approche de la Reacuteveacutelation et de la Connaissance divine 151

3521 La reacuteveacutelation et la racine verbale heacutebraiumlque 151

3522 Recircve et vision comme deux modes de reacuteveacutelation 152

3523 Une eacutevolution du recircve et de la vision chez Daniel 154

expressions de la reacuteveacutelation et de la connaissance 156 ידע et גלה 3524

36 Hermeacuteneutique theacuteologique des dynamismes soteacuteriologiques en

Dn 2 17-23 160

361 Les termes hlggt zr et [dygt comme expression de la reacuteveacutelation divine 160

362 La priegravere de Daniel et ses compagnons Condition neacutecessaire

pour la reacuteveacutelation divine et lavegravenement salvifique 163

363 La communion comme condition neacutecessaire de lavegravenement

salvifique 165

364 La miseacutericorde divine lieu de lavegravenement salvifique 167

365 Le mystegravere divin comme eacuteveacutenement eschatologique 170

366 La sagesse de Daniel dans la mouvance eschatologique 173

367 La dynamique eschatologique de la priegravere des enfants dIsraeumll 174

368 Le mystegravere reacuteveacuteleacute source de beacuteneacutediction 175

369 La sagesse divine contenu du mystegravere reacuteveacuteleacute 176

4 Perspectives dun dialogue entre Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 182

41 Lhistoire comme lieu de lavegravenement salvifique 183

411 Le projet salvifique de Dieu et sa reacutealisation dans lhistoire 183

412 La foi dans la dynamique du projet salvifique 184

413 La question didentiteacute dans la dynamique du salut 185

42 Points de contacts litteacuteraires du dialogue eacutepheacutesien et danieacutelique 186

421 Le vocabulaire sapientiel et apocalyptique 187

422 Le vocabulaire temporel 188

423 Le mystegravere et la naissance dun nouveau langage 189

424 Correspondance entre Ep 3 8 et Dn 2 30 191

43 Le contenu du mystegravere dans la dynamique salvifique de Daniel et

Epheacutesiens 192

431 La sagesse eschatologique dans lavegravenement du projet salvifique 192

432 LEglise dans lavegravenement du projet salvifique 194

433 La priegravere dans la reacuteveacutelation du mystegravere et lavegravenement du projet

salvifique 196

44 La souveraineteacute divine et la soumission de toutes les puissances dans

lavegravenement du projet salvifique 197

441 La souveraineteacute divine dans lavegravenement du projet salvifique 197

442 Les principauteacutes et les puissances dans lavegravenement du projet

salvifique 200

45 La dynamique salvifique dans leschatologie eacutepheacutesienne et danieacutelique 205

451 La dynamique salvifique dans leschatologie eacutepheacutesienne 205

452 La dynamique salvifique dans leschatologie danieacutelique 208

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5 Conclusion 212

6 Reacutefeacuterences Bibliographiques 215

61 Bibles et Dictionnaires 215

62 Bibliographie sur la lettre aux Epheacutesiens 217

63 Bibliographie sur le livre de Daniel 223

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Liste des Tabeaux Tabeaux 1 Texte et traduction de Ep 31-13 27

Tabeaux 2 Termes favoris de la lettre aux Epheacutesiens 34

Tabeaux 3 Dynamismes soteacuteriologiques de Ep 3 12-7 42

Tabeaux 4 Dynamismes soteacuteriologiques de Ep 3 8-1213 46

Tabeaux 5 Champs seacutemantiques identifieacutes 50

Tabeaux 6 Comportement des protagonistes de leacuteveacutenement salvifique 53

Tabeaux 7 Occurrences de avpokaluyij et ἀποκαλύπτω dans les

Evangiles 55

Tabeaux 8 Occurrences des deux termes en Romains et en 1 et 2

Corinthiens 55

Tabeaux 9 Occurrences des deux termes en Galates Philippiens et

Thessaloniciens 55

Tabeaux 10 Occurrences des deux termes en Epheacutesiens 1 Pierre et

Apocalypse 56

Tabeaux 11 Emploi de μυστήριον dans les Evangiles synoptiques 60

Tabeaux 12 Emploi du terme dans les eacutecrits de saint Paul 60

Tabeaux 13 Emploi du terme dans lApocalypse de saint Jean 61

Tabeaux 14 Gnwrizw dans les Evangiles et les Actes 69

Tabeaux 15 Gnwrizw dans les lettres de Paul 70

Tabeaux 16 Gnwrizw dans la lettre aux Epheacutesiens et la deuxiegraveme lettre de

Pierre 70

Tabeaux 17 Inventaire lexicographique de Ep 3 2-4 87

Tabeaux 18 Texte et traduction de Dn 2 17-23 133

Tabeaux 19 Tableaux des dynamismes soteacuteriologiques de Dn 2 17-23 140

Tabeaux 20 Panorama seacutemantique de la premiegravere seacutequence du texte 144

Tabeaux 21 Panorama seacutemantique de la deuxiegraveme seacutequence du texte 144 Tabeaux 22 Tableau des diverses traductions du terme סוד dans la LXX 147

Tabeaux 23 Occurrences de רז dans la Bible Heacutebraiumlque la Septante et

Theacuteodotion 148

Tabeaux 24 Occurrences de μυστήριον dans les eacutecrits deuteacuterocanoniques 149 Tabeaux 25 Expressions de גלה dans le livre de Daniel 157

Tabeaux 26 Emploi de ידע dans le livre de Daniel et eacutequivalences dans

la LXX 158

Tabeaux 27 Panorama lexicographique de Dn 2 17-23 et Ep 3 1-13 186

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Liste des Abreviations

AT Ancien Testament

BHS Biblia Hebraica Sttutgartensia

Bib Biblica

BZ Biblische Zeitschrift

CBQ Catholic Biblical Quarterly

CBQMS Catholic Biblical Quarterly Monograph Series

CNT Commentaire du Nouveau Testament

Coll Collection

DBSup Dictionnaire de la Bible Suppleacutement

ExpTim The Expository Times

HTS Harvard Theological Studies

JBL Journal of Biblical Literature

JSNT Journal for the Study of the New Testament

JSOT Journal for the Study of the Old Testament

JSOTSup Journal for the Study of the Old Testament Supplement

JTS Journal of Theological Studies

LXX Septante

NT Nouveau Testament

NTS New Testament Studies

RechScR Recherche des Sciences Religieuses

RivB Rivista Biblica

TH Theacuteodotion

TM Texte Massoreacutetique

TZ Theologische Zeitschrift

Vol Volume

VT Vetus Testamentum

VTSup Vetus Testamentum Supplements

ZAW Zeitschrift fuumlr die Alttestamentliche Wissenschaft

ZNTW Zeitschrift fuumlr die Neutestamentliche Wissenschaft

ZNW Zeitschrift fuumlr die Neutestamentliche Wissenschaft

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1 Introduction

11 Horizon theacutematique

Le preacutesent travail porte sur une eacutetude de Ep 3 1-13 et Dn 2 17-28 en vue didentifier

et danalyser les actions et dynamismes soteacuteriologiques preacutesents dans les deux textes Ces

dynamismes sont signifieacutes de maniegravere particuliegravere par la reacuteveacutelation mystegravere et

connaissance Cette trilogie seacutemantique devient non seulement le fil conducteur des deux

textes mais aussi une trilogie fondamentale dans lavegravenement du projet salvifique de Dieu

qui se rend preacutesent dans la communauteacute croyante

En effet les auteurs du Nouveau Testament font reacuteguliegraverement usage de lAncien

Testament ainsi que des traditions extrabibliques pour transmettre la Bonne Nouvelle du

salut Toutefois au-delagrave de certains eacutecrits tels que les Evangiles et plusieurs Epicirctres

pauliniennes qui preacutesentent une varieacuteteacute deacutetudes par rapport agrave leur arriegravere-plan

veacuteteacuterotestamentaire lusage de lAncien Testament dans la lettre aux Epheacutesiens na pas

eacuteteacute lobjet dun grand nombre deacutetude biblique et en est resteacute agrave un aspect relativement

neacutegligeacute par les chercheurs1

En montrant que lauteur de la lettre a certainement eacuteteacute influenceacute par plusieurs

meacutethodes dinterpreacutetations en vigueur agrave son eacutepoque certains commentateurs

1 LINCOLN T A The Use of the OT in Ephesians p 16 Il resume ce manque dinteacuterecirct de la part des

commentateurs exeacutegegravetes et theacuteologiens en trois principaux points a) Le nombre reacuteduit des citations

explicites de lAT dans la lettre b) Limportance des recherches focaliseacutees sur le Gnosticisme et Qumran agrave

partir des travaux de Schlier et Kaumlsemann c) La perte de vue de la particuliariteacute de lutilisation de lAncien

Testament dans la lettre en comparaison avec les lettres incontesteacutees de Paul ceci agrave partir des eacutetudes de

Schmid et Barth En comparant lusage de lAncien Testament dans la lettre aux Epheacutesiens agrave celui des

lettres incontesteacutees de Paul SCHMID J Der Epheserbrief des Apostels Paulus p 313 passim reconnaicirct

lauthenticiteacute paulinienne de la lettre BARTH M Ephesians p 31 traite eacutegalement cette question en

reconnaissant agrave partir de lusage de lAncien Testament en Epheacutesiens que Paul est lauteur de la lettre Selon

lui lAncien Testament doit ecirctre consideacutereacute comme un facteur deacuteterminant de Epheacutesiens A la suite de cette

discussion se trouvent les eacutetudes de PERCY E Die Probleme der Kolosser- und Epheserbriefe p 449

passim DAHL N A Adresse und Prooumlmium des Epheserbriefes pp 241-264 LINDEMANN A

Bemerkungen zu den Adressaten und zum Anlass des Epheserbriefes ZNTW 67 (1976) p 235-251

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reconnaissent que quel que soit le canon le texte la meacutethode exeacutegeacutetique et homileacutetique

utiliseacutee par lauteur il a certainement fait recours agrave lAncien Testament et de sa

compreacutehension du message2

Cette question de lusage direct ou indirect de lAncien Testament dans la lettre aux

Epheacutesiens a eacuteteacute largement deacutebattue par les commentateurs Les diffeacuterentes positions vont

dun refus de reconnaicirctre lusage de lAncien Testament dans la lettre aux Epheacutesiens agrave une

reconnaissance parfois exageacutereacutee du rocircle de lAncien Testament en Epheacutesiens3

Malgreacute ces discussions il nen demeure pas moins que les eacutetudes sur lusage de

lAncien Testament en Epheacutesiens ont connu un certain retard et sont resteacutees en marge

dautres eacutetudes durant plusieurs deacutecennies Cependant on ne peut nier les travaux reacutealiseacutes

de part et dautre sur leacutetude de la lettre aux Epheacutesiens et son arriegravere-plan

veacuteteacuterotestamentaire

Au cours des derniegraveres anneacutees les eacutetudes sur la lettre aux Epheacutesiens sont entreacutees

dans une nouvelle phase La nouvelle approche de leacutetude de la lettre est domineacutee

principalement par lhypothegravese selon laquelle le document est une collection unique et

syncreacutetiste dune varieacuteteacute de traditions existantes dans lEacuteglise primitive 4 Malgreacute une

consideacuteration parfois exageacutereacutee da la place de lAncien Testament dans la lettre aux

Epheacutesiens il est reconnu dans ce sens que cest preacuteciseacutement agrave partir dune lecture de

lAncien Testament que lauteur de la lettre appelle ses lecteurs agrave une prise de conscience

de leur place dans le dessein salvifique de Dieu qui se deacuteploie depuis la creacuteation jusquagrave

la fin des temps5

Cette ligne deacutetude sinteacuteresse particuliegraverement aux questions relatives agrave lextension

et limpact de lAncien Testament dans la lettre aux Epheacutesiens Une analyse des citations

et allusions identifieacutees dans la lettre montre que linfluence de lAncien Testament a eacuteteacute

plus grande et plus reacutefleacutechie que ce qui a eacuteteacute jusquici reconnu6

En ce sens le champ seacutemantique du mystegravere dans la Lettre aux Epheacutesiens a eacuteteacute

reconnu comme faisant parti des termes qui font des liens entre le texte du Nouveau

Testament et lAncien Testament7 En effet la reacutealiteacute que recouvre ce champ seacutemantique

2 BARTH M Ephesians p 27 3 Pour une meacuteconnaissance du rocircle de lAncien Testament dans la lettre aux Epheacutesiens voir LINDEMANN

A Die Aufhebung der Zeit p 86 passim Par contre pour une reconnaissance parfois exageacutereacutee du rocircle de

lAncien Testament dans la lettre voir SAMPLEY J P ldquoAnd the two shall become one fleshrdquo p 1 passim 4 SAMPLEY J P ldquoAnd the two shall become one fleshrdquo p 1 5 Ibid p 161 6 THORSTEN M A profound Mystery p 1 7 Ibid p 2

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du mystegravere entraicircne lensemble du texte dans sa dynamique Cette reacutealiteacute tel un

engrenage englobe lacte de reacuteveacutelation le destinataire le contenu de la reacuteveacutelation sa

communication progressive et ses effets8

Dans la lettre aux Epheacutesiens et particuliegraverement en Ep 3 1-13 la reacuteception du

μυστήριον par Paul comme beacuteneacuteficiaire de la reacuteveacutelation divine9 est exprimeacutee en des termes

eacutequivalents dans leur fonction δίδωμι (cf Ep 3 2) γνωρίζω (cf Ep 3 3) et aussi

ἀποκαλύπτω (cf Ep 3 3) qui deacutecrit la forme de cette reacuteception10 Degraves lors le μυστήριον

eacutepheacutesien forme avec la reacuteveacutelation (ἀποκαλύπτω) et la connaissance (γνωρίζω) une trilogie

fondamentale dans la dynamique du texte

Pour comprendre leacutetymologie et leacutevolution seacutemantique du terme il serait

convenable de faire une eacutetude des cultes agrave mystegraveres et de la philosophie grecque ainsi que

de la tradition juive Toutefois lobjectif de cette eacutetude est danalyser cette trilogie

seacutemantique de maniegravere particuliegravere dans le contexte neacuteotestamentaire et

veacuteteacuterotestamentaire La trilogie eacutepheacutesienne exprimeacutee de maniegravere deacutecisive en Ep 3 1-13

par les termes ἀποκάλυψιςἀποκαλύπτω μυστήριον et γνωρίζω rappelle donc la trilogie

danieacutelique exprimeacutee de maniegravere particuliegravere en Dn 2 17-23 par les termes hlGgt ידע et רז

8 BOUTTIER M LEpicirctre de saint Paul aux Epheacutesiens p 289 9 Pour la question de lauthenticiteacute paulinienne de la lettre BROWN R Introduccioacuten al Nuevo Testamento

II Cartas y otros escritos p 803 estime quaujourdhui 80 de la critique reconnaicirct que Paul nest pas

lauteur de la lettre Toutefois HOEHNER H Ephesians An Exegetical Commentary p 27 passim preacutesente des statistiques des pour ou contre lauthenticiteacute paulinienne de la lettre et arrive agrave la conclusion

que laffirmation de Brown est sans fondement et doit ecirctre rejeteacutee Cette poleacutemique montre les difficulteacutes

dun concensus final sur la question de lauteur de la lettre Sans entrer dans cette question non reacutesolue de

lauthenciteacute paulinienne de la lettre nous utilisons le nom Paul dans ce travail pour la raison majeur que

ce nom et ses eacutequivalents apparaissent dans le texte de notre eacutetude (Ep 31813) En Ep 3 1 lauteur se

preacutesente comme Paul le prisonnier du Christ pour les Nations Cest dans ce sens que Paul est consideacutereacute

dans cette eacutetude comme beacuteneacuteficiaire de la reacuteveacutelation divine et en mecircme temps agent soteacuteriologique Comme

le reconnaicirct REYNIER C LEpicirctre aux Epheacutesiens p 41 il paraicirct impossible de lever lincertitude sur

lauteur de cette lettre qui peut aussi bien ecirctre attribueacutee agrave Paul quagrave un pseudeacutepigraphe deacutesireux de prolonger

la penseacutee de lapocirctre Est-il impensable quune telle lettre soit dun Paul qui reacutefleacutechit durant sa captiviteacute agrave

son ministegravere et agrave sa signification ulteacuterieure Ou cette lettre est-elle eacutecrite par un pseudeacutepigraphe qui entre dans la ligne de Paul et veut preacutesenter la signification globale de la penseacutee de Paul pour lEglise Rien ne

permet de trancher Si cette eacutepicirctre nest pas de Paul elle nest en rien une trahison de sa penseacutee mais au

contraire elle la magnifie sans la fausser Il nest donc pas invraissemblable quapregraves la disparition de

lapocirctre lEglise produise un tel texte quelle place sous lautoriteacute de Paul Etant donneacute la peacuteneacutetration desprit

dont cette eacutepicirctre fait preuve il est exclu quelle soit loeuvre dune communauteacute Seul un individu paraicirct

capable davoir atteint une telle concentration de penseacutee digne des plus grandes eacutepicirctres pauliniennes

Accepter que cet auteur ne soit pas Paul pose agrave mon avis un plus grand problegraveme que celui que pose agrave

dautres le fait de lui attribuer ce texte

10 SHERWOOD A Paulrsquos Imprisonment as the Glory of the Ethne p 103

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12 Preacutesupposition et porteacutee de la dynamique salvifique des deux textes

A partir de lanalyse de Ep 3 1-13 en prenant en compte Dn 2 17-28 comme son

arriegravere-plan veacuteteacuterotestamentaire cette eacutetude met en eacutevidence les dynamismes de salut

preacutesents dans ces deux textes Cette dynamique salvifique rend possible la compreacutehension

du projet salvifique de Dieu dans lhistoire A partir du potentiel seacutemantique qui les

conforme Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 offrent des eacuteleacutements soteacuteriologiques qui sont des

eacuteleacutements fondamentaux pour la leacutegitimation de la vie de foi dans un contexte de pluraliteacute

Dans ce potentiel seacutemantique la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance se preacutesente

comme le fondement soteacuteriologique de Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23

Le double caractegravere analytique et meacutethodologique de cette eacutetude est fondamental

dans lidentification et linterpreacutetation des actions soteacuteriologiques preacutesentes dans deux

textes Cette identification donne lieu agrave une mise en valeur des champs seacutemantiques qui

signifient ces actions en chaque moment de la structure du texte Lapproche

neacuteotestamentaire et veacuteteacuterotestamentaire a pour but de rechercher le sens et la signification

des champs seacutemantiques les plus relevant qui expriment ces dynamismes soteacuteriologiques

dans le contexte geacuteneacuteral du Nouveau et de lAncien Testament

Lhermeacuteneutique theacuteologique des deux uniteacutes textuelles cherche agrave comprendre

interpreacuteter et communiquer le potentiel salvifique dynamiseacute par cette trilogie seacutemantique

en lien avec les autres champs seacutemantiques preacutesents dans le texte Comment la trilogie en

question devient-elle une charpente seacutemantique fondamentale dans lexpression des

dynamismes soteacuteriologiques de Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23

Si cette trilogie se preacutesente comme le fondement soteacuteriologique des deux textes

bibliques quel est son contenu et son message theacuteologique dans les actions salvifiques

quelle signifie

A partir de leurs affiniteacutes seacutemantique et theacuteologique Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23

peuvent-ils ouvrir des perspectives dun dialogue agrave partir dynamismes soteacuteriologiques

signifieacutes par la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

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A partir dune approche synchronique du texte la lecture soteacuteriologique guideacutee par

la Meacutethode Theacuteologique Seacutemantique11 a pour but didentifier les dynamismes salvifiques

preacutesents dans le texte biblique En effet le texte biblique est avant tout un message reacuteveacuteleacute

pour le salut de lhumaniteacute Pour ce il est neacutecessaire didentifier dans ce texte les eacuteleacutements

qui se rapportent agrave lexpeacuterience du salut de Dieu qui se reacutevegravele dans lhistoire des hommes

et des femmes de la Bible Lidentification de ces eacuteleacutements salvifiques est capitale pour

la vie de foi des communauteacutes croyantes

Ces dynamismes constituent le potentiel soteacuteriologique du tissu textuel biblique et

sexpriment agrave travers des actions etou des relations salvifiques preacutesentes dans les

diffeacuterents contextes litteacuteraires A travers les actions salvifiques le croyant et sa

communauteacute y perccediloivent des interventions manifestes des agents soteacuteriologiques en

loccurrence Dieu (le Pegravere) Jeacutesus (le Fils) et lEsprit Saint Ces actions peuvent aussi ecirctre

geacuteneacutereacutees dans le texte par diffeacuterents personnages qui agissent comme instruments et

intermeacutediaires de la gracircce divine

Dans cette perspective les actions salvifiques sont perccedilues comme des dynamismes

qui font progresser le texte biblique dans ses diffeacuterentes composantes en rendant preacutesent

leacuteveacutenement du salut divin Ces actions salvifiques peuvent grammaticalement ecirctre

deacutetermineacutees par des verbes qui sont identifieacutes dans la dynamique du texte Toutefois tous

les vocables qui expriment une action ne sont pas neacutecessairement des verbes et tous les

verbes ne sont pas neacutecessairement indicateurs daction12

Lidentification des dynamismes salvifiques prend essentiellement compte du

contexte litteacuteraire Ainsi tous les verbes preacutesents dans le texte nindiquent pas

neacutecessairement une action salvifique De mecircme lidentification des actions salvifiques va

au de-lagrave de laspect singuliegravere du verbe qui nest pas lunique eacuteleacutement litteacuteraire pour

deacuteterminer une action salvifique La dynamique salvifique du texte ne se reacuteduit pas agrave

lunique preacutesence du verbe mais seacutetend sur un tissu de relations que celui-ci eacutetablit avec

les autres eacuteleacutements du texte13

11 Cette meacutethode de lecture et danalyse du texte biblique a eacuteteacute creacuteeacutee par le Pegravere Pedro Ortiz Valdivieso

SJ Docteur en Ecritures Saintes de lInstitut Pontifical Biblique Rome en collaboration avec Mariacutea Luciacutea

Jimeacutenez de Zitzmann Docteur en Theacuteologie Biblique de lUniversiteacute Pontificale Xaveacuterienne Bogota 12 RODRIGUEZ G W Fundamentacioacuten linguumliacutestica y filoloacutegica de las plataformas

sincroacutenica y diacroacutenica del Meacutetodo de anaacutelisis Semaacutentico Teoloacutegico p 66 13 Ibid p 69

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13 Approche meacutethodologique

Le processus meacutethodologique appliqueacute agrave cette eacutetude consiste agrave observer chaque

terme dans sa fonctionnaliteacute en lien avec les autres termes pour identifier les actions

soteacuteriologiques contenues dans le texte 14 Lanalyse du texte prend en compte non

seulement les verbes et les substantifs mais aussi les adverbes et les preacutepositions dans

leur fonction syntaxique et theacuteologique dans la dynamique du texte Cet aspect

fondamental de lexpeacuterience salvifique du croyant ou de la communauteacute croyante qui

souvre sur linattendue dun Dieu qui se rend preacutesent dans sa vie na pas eacuteteacute suffisamment

eacutetudieacute et mis en relief par les diffeacuterentes meacutethodologies de lrsquoexeacutegegravese biblique

La soteacuteriologie sest tregraves souvent limiteacutee agrave leacutetude des termes qui renvoient de

maniegravere explicite au terme laquo salut raquo ou laquo reacutedemption raquo Le processus meacutethodologique

appliqueacute agrave cette eacutetude offre la possibiliteacute dune vision totalisante des actions salvifiques

qui ne contiennent pas neacutecessairement le terme laquo salut raquo ou laquo reacutedemption raquo mais qui le

font agrave partir de multiples expressions qui constituent la totaliteacute du dynamisme

salvifique15

Cest dans ce sens que la Meacutethode Theacuteologique Seacutemantique agrave travers ses proceacutedeacutes

analytiques et avec laide des sciences linguistiques et philologiques offre la possibiliteacute

de connaicirctre le contenu dynamique et salvifique preacutesent dans les deux textes de notre

eacutetude

La Meacutethode Theacuteologique Seacutemantique a pour objet de didentifier et danalyser les actions salvifiques dans le contexte des diffeacuterents champs seacutemantiques qui les signifient Elle se

construit en accord avec lapport fondamental de la seacutemantique qui preacutetend trouver le sens

des termes et des diffeacuterentes parties du texte qui expriment une action deacutetermineacutee en se basant sur les diffeacuterentes relations qui le conforment agrave linteacuterieur des contextes respectifs

La maniegravere de regrouper les termes se fait agrave travers les champs seacutemantiques diffeacuterent de

la construction dune analyse eacutetymologique qui se fixe sur laspect formel du mot et non sur

sa signification Le point de deacutepart est lanalyse des expressions et leur signification16

La Meacutethode Theacuteologique Seacutemantique est une maniegravere de lire le texte biblique pour

comprendre et interpreacuteter leacuteveacutenement salvifique de Dieu dans lhistoire des hommes et

des femmes de la Bible Elle permet de comprendre comment ce projet salvifique se rend

14 Ibid p 66 15 VALDIVIESO P O ZITZMANN M L Anaacutelisis Semaacutentico-Teoloacutegico del Nuevo Testamento p 61 16 Ibid p 55

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preacutesent dans notre histoire agrave partir de la dynamique salvifique du texte biblique Pour cela

la recherche du sens et de la signification des termes apparaicirct comme un eacuteleacutement capital

dans lapplication de cette Meacutethode Toutefois cette recherche de sens ne se limite pas

exclusivement agrave laspect eacutetymologique ou linguistique mais prend en compte le texte lui-

mecircme dans lequel se trouvent ces dynamismes salvifiques ainsi que les diffeacuterentes

composantes et expressions qui les signifient

Leacutetude des champs seacutemantiques dun texte montre que laction salvifique sexprime

dans une grande varieacuteteacute de signifieacutes qui napparaissent pas neacutecessairement comme

terminologie speacutecifique du langage religieux mais qui font partie du langage courant de

la vie humaine dans ses divers aspects17 Cest pourquoi lanalyse du texte peut senrichir

avec les approches eacutetymologique structurelle et fonctionnelle Toutefois la Meacutethode

Theacuteologique Seacutemantique dans lanalyse des actions et dynamismes salvifiques part

toujours de la preacutemisse quil faut trouver le sens du mot en fonction des diffeacuterentes

composantes du texte18

Le message salvifique avant decirctre un texte eacutecrit a eacuteteacute une expeacuterience veacutecue et

transmise Bien quil soit un texte eacutecrit ce message continu decirctre un message vivant et

actuel dont leacuteveacutenement salvifique se rend chaque fois preacutesent dans la reacutealiteacute vitale des

personnes et des communauteacutes croyantes Cest ainsi que le processus analytique de cette

meacutethode agrave travers ses diffeacuterentes composantes part du texte biblique agrave son actualisation

dans le preacutesent de la communauteacute croyante

Le premier moment de cette meacutethodologie consiste agrave identifier dans le texte les

actions et dynamismes soteacuteriologiques qui y sont preacutesents ainsi que tous les agents

soteacuteriologiques qui les geacutenegraverent Ces actions et dynamismes sont signifieacutes par des champs

seacutemantiques qui srsquoentrelacent entre eux en faisant du texte biblique un tissu de relations

dont les diffeacuterents eacuteleacutements sont importants pour la compreacutehension du message

Les expressions affines etou opposeacutees ainsi que les autres deacuteterminations

favorisent la compreacutehension du dynamisme soteacuteriologique preacutesent dans le texte Les

diffeacuterents types de relations qui existent entre les personnages qui agissent dune maniegravere

ou dune autre dans le texte aident agrave identifier la relation entre les agents de ces actions

et leurs beacuteneacuteficiaires La reconnaissance et la deacutelimitation des contextes litteacuteraires dans

lesquels se deacuteroulent les diffeacuterentes actions fait eacutegalement partie inteacutegrante des

composantes essentielles de cette meacutethode

17 Ibid p 56 18 Ibid

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Ce premier moment meacutethodologique tient eacutegalement compte de la

preacutecompreacutehension de la foi comme preacutealable dune eacutetude exeacutegeacutetique et theacuteologie du texte

biblique En effet pour lire un texte biblique et linterpreacuteter de maniegravere adeacutequate cette

dimension de la foi est absolument neacutecessaire entre lauteur le texte sacreacute et le

lecteurinterpregravete dans la mesure ougrave le texte biblique nrsquoest pas simplement un texte

litteacuteraire mais un message de foi et de salut La foi apparait donc comme un preacutesupposeacute

adeacutequat pour linterpreacutetation correcte de lEcriture19 Tous ces aspects sont importants

dans la construction de ce premier moment meacutethodologique qui se preacutesente comme la

base sur laquelle se construit linterpreacutetation theacuteologique du texte

Le deuxiegraveme moment meacutethodologique consiste agrave une analyse des champs

seacutemantiques de grande relevance (reacuteveacutelation mystegravere et connaissance) qui signifient les

actions identifieacutees dans la dynamique du texte Cette analyse ne consiste pas agrave se perdre

dans les meacuteandres dune eacutetude diachronique des meacutethodes historico-critiques mais agrave

rester attentif agrave une lecture qui tient en compte le texte dans son eacutetat final pour souligner

sa dynamique soteacuteriologique

A partir des deacutecouvertes reacutealiseacutees dans le premier moment meacutethodologique et les

apports du deuxiegraveme le processus meacutethodologique eacutetablit un dialogue hermeacuteneutique sur

les deux textes avec les diffeacuterents commentateurs pour enrichir lanalyse et mettre en vue

les contributions apporteacutees En ce moment de lanalyse est mise en eacutevidence la

relationaliteacute dynamique entre la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance et les autres

champs seacutemantiques identifieacutes dans les deux textes leur contenu et message theacuteologique

agrave chaque moment dynamique du texte

14 Contenu des composantes de la Meacutethode Theacuteologique Seacutemantique

141 Laction et la relation salvifique

Lidentification des dynamismes soteacuteriologiques est preacutesenteacutee sous forme des

tableaux Dans la premiegravere partie du tableau se trouve le verset biblique qui contient de

19 CARBAJOSA I De la fe nace la exeacutegesis p 151

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maniegravere explicite ou implicite laction etou la relation salvifique Cette preacutesentation du

verset biblique est suivie drsquoune traduction en franccedilais La numeacuterotation qui preacutecegravede en

chiffre romain repreacutesente le nombre de dynamismes salvifiques identifieacutes dans le texte

A la suite des tableaux est preacutesenteacutee une bregraveve lecture des dynamismes soteacuteriologiques

identifieacutes

142 Le champ seacutemantique

Lidentification de ces actions et relations soteacuteriologiques se fait agrave travers des

champs seacutemantiques En effet le point de deacutepart est lanalyse des expressions et leur

signification Ces expressions sont analyseacutees selon tous les critegraveres qui aident agrave preacuteciser

et valoriser leur signification En comparant toutes les expressions on deacutecouvre plusieurs

types daffiniteacutes et en reacuteunissant les expressions affines on deacutecouvre plusieurs champs

dans lesquels les expressions se rapportent les unes aux autres ce sont des champs

seacutemantiques20

Ces champs seacutemantiques formeacutes agrave partir des mots ou expressions identifieacutes dans

le texte ont une importance fondamentale dans le deacuteploiement des dynamismes

salvifiques Leacutetude du champ seacutemantique montre que laction salvifique sexprime agrave

travers une grande varieacuteteacute de champs de significations qui napparaissent pas agrave premiegravere

vue comme terminologie speacutecifique du langage religieux mais comme faisant partie du

langage de la vie humaine dans ses multiples aspects21 Dans le champ seacutemantique se

concentre de forme inteacutegrale les caracteacuteristiques seacutemantiques qui constituent laction

soteacuteriologique

Les diffeacuterents contextes litteacuteraires sont importants dans la deacutetermination du champ

seacutemantique En effet celui-ci va au-delagrave dune deacutefinition eacutetymologique du terme pour

prendre en compte la fonction du mot par rapport au dynamisme salvifique et ses

diffeacuterentes composantes Les champs seacutemantiques sont deacutefinis dans leur relation au

dynamisme du texte et ne peuvent donc ecirctre par eux-mecircmes salvifiques ou non-

salvifiques Cest dans ce sens que les champs seacutemantiques peuvent signifieacutes des actions

et des relations salvifiques ou exprimeacutes des actions totalement contraires

20 VALDIVIESO P O ZITZMANN M L Anaacutelisis Semaacutentico-Teoloacutegico del Nuevo Testamento p 55 21 Ibid p 56

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143 Expressions affines opposeacutees et les autres deacuteterminations

Lanalyse prend eacutegalement en compte les relations daffiniteacutes exprimeacutees dans ces

uniteacutes textuelles Ces affiniteacutes explicitent et preacutecisent davantage le point focal du texte

contenu dans une action salvifique Ces expressions affines avec les autres

deacuteterminations sont agrave leur tour constitueacutees dactions salvifiques Les autres

deacuteterminations contribuent eacutegalement agrave clarifier le sens du texte Elles apportent plus

deacuteclairage sur les circonstances et les conditions de reacutealisation de la dynamique

soteacuteriologique de laction en cours Elles permettent eacutegalement deacutelucider les fonctions

des termes et leurs relations dans le contexte litteacuteraire22

Les expressions opposeacutees sont des phrases des expressions ou des mots qui dans

la dynamique du texte expriment des ideacutees totalement contraires au deacuteroulement de

laction salvifique Ces expressions eacutetablissent un paralleacutelisme avec la dynamique

soteacuteriologique de laction Toutefois par leur caractegravere dopposition ces expressions

rehaussent la dynamique de laction salvifique en lui donnant plus de vigueur et

dimportance

144 Les agents soteacuteriologiques les beacuteneacuteficiaires et leurs relations

Sil existe dans le texte biblique des actions qui geacutenegraverent un dynamisme de salut

il existe aussi un sujet agrave lorigine de ces actions Cest dans ce sens que se situe et se

comprend la fonction des agents soteacuteriologiques Ces agents sont ceux qui participent de

maniegravere effective agrave la reacutealisation dune action salvifique Les trois personnes divines de

la Sainte Triniteacute sont de maniegravere directe agrave la base de leacuteveacutenement salvifique qui se rend

preacutesent dans lhistoire des diffeacuterents personnages bibliques et de la communauteacute croyante

qui sont les beacuteneacuteficiaires de ces actions

22 Ibid p 56

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Toutefois en respectant le principe de communion et dindivisibiliteacute de la Sainte

Triniteacute qui ne sont pas trois dieux mais un seul Dieu en trois personnes il est possible

didentifier une action salvifique dans la dynamique du texte en eacutetroite relation avec lune

ou lautre personne de la Triniteacute divine Cette personne divine identifieacutee apparaicirct degraves lors

comme le principal agent soteacuteriologique dans laction en cours pour mener agrave son terme

et agrave son accomplissement lavegravenement du projet salvifique

Tout comme il nexiste pas daction salvifique aceacutephale sans agent soteacuteriologique

geacuteneacuterateur il nexiste pas tout de mecircme daction salvifique sans beacuteneacuteficiaire ou

destinataire Dans leacutetude des deux textes les beacuteneacuteficiaires directs ou indirects de chaque

dynamisme soteacuteriologique sont eacutegalement identifieacutes Cette identification preacutecegravede

lhermeacuteneutique theacuteologique de la dynamique salvifique du texte Les beacuteneacuteficiaires ne

sont pas de simples consommateurs de lrsquoaction salvifique ils sont aussi des protagonistes

et agents deacuteterminants de lrsquoavegravenement du projet salvifique de Dieu dans lrsquohistoire

Degraves lors que les agents soteacuteriologiques et leurs beacuteneacuteficiaires sont preacutesenteacutes

lrsquoanalyse identifie le type de relation qui existe entre lagent soteacuteriologique et le

beacuteneacuteficiaire de laction salvifique Ces relations se preacutesentent sous des formes varieacutees par

rapport au contexte litteacuteraire et la dynamique salvifique de laction

15 Les diffeacuterentes eacutetapes de lrsquoeacutetude

Au terme de cette introduction qui constitue la premiegravere eacutetape de ce travail il a

eacuteteacute question de preacutesenter lhorizon theacutematique de la preacutesente eacutetude pour en deacutegager la

porteacutee de la dynamique salvifique de Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 Cette dynamique

salvifique est identifieacutee et analyseacutee par lapplication de la Meacutethode Theacuteologique

Seacutemantique dans ses diffeacuterentes composantes

La deuxiegraveme eacutetape de cette eacutetude consistera agrave une analyse de la dynamique

soteacuteriologique de Ep 3 1-13 Cette deuxiegraveme eacutetape partira de la traduction de Ep 3 1-13

et de sa situation dans la dynamique de la lettre aux Epheacutesiens Lidentification de la

structure de cette uniteacute textuelle deacutebouchera sur une organisation et une lecture des

dynamismes soteacuteriologiques preacutesents dans le texte Cette identification donnera lieu agrave une

approche neacuteotestamentaire de la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance pour en

deacutegager sa speacutecificiteacute dans la lettre aux Epheacutesiens et en Ep 3 1-13 Lanalyse

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soteacuteriologique de cette uniteacute textuelle sachegravevera par une hermeacuteneutique theacuteologique des

dynamismes signifieacutes par la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

La troisiegraveme eacutetape de leacutetude consistera agrave une analyse de la dynamique

soteacuteriologique de Dn 2 17-23 Cette analyse prendra en compte la situation de Dn 2 17-

23 dans le contexte litteacuteraire du livre de Daniel pour en deacuteterminer quelques

caracteacuteristiques essentielles Lanalyse de lorganisation et de la structure de luniteacute

textuelle prendra en compte la traduction et la deacutelimitation de Dn 2 17-23 dans lensemble

de Dn 2 La lecture des dynamismes soteacuteriologiques deacutebouchera sur une approche

veacuteteacuterotestamentaire de la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance pour en deacutegager sa

particulariteacute dans le livre de Daniel et dans luniteacute textuelle de Dn 2 17-23 Cette analyse

sachegravevera sur un horizon theacuteologique des dynamismes soteacuteriologiques signifieacutes par la

reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

Ces deux eacutetapes preacuteceacutedentes serviront de base pour la quatriegraveme eacutetape de leacutetude

qui seacutevertuera agrave ouvrir des perspectives de dialogue entre Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 Les

affiniteacutes litteacuteraires et seacutemantiques identifieacutes dans les deux uniteacutes textuelles ouvriront des

horizons de dialogue sur le plan theacuteologique agrave partir des dynamismes soteacuteriologiques

signifieacutes par la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

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2 Analyse de la dynamique soteacuteriologique de Ep 3 1-13

21 Texte et traduction de Ep 3 1-13

Tabeaux 1 Texte et traduction de Ep 31-13

TEXTE GREC23 VERSETS TRADUCTION EN FRANCcedilAIS 1 Τούτου χάριν ἐγὼ Παῦλος 1a A cause de cela moi Paul

ὁ δέσμιος τοῦ Χριστοῦ [Ἰησοῦ]24 1b le prisonnier du Christ [Jeacutesus]

ὑπὲρ ὑμῶν τῶν ἐθνῶν25 1c pour vous les Nations

2 εἴ γε ἠκούσατε 2a Si vraiment vous avez appris

τὴν οἰκονομίαν τῆς χάριτος τοῦ θεοῦ 2b la dispensation de la gracircce de Dieu

τῆς δοθείσης μοι εἰς ὑμᾶς 2c qui ma eacuteteacute donneacutee pour vous

3 [ὅτι]26 κατὰ ἀποκάλυψιν 3a [car] au cours dune reacuteveacutelation

ἐγνωρίσθη27 μοι τὸ μυστήριον 3b ma eacuteteacute fait connaicirctre le mystegravere

23 Nous prenons comme base lapparat critique de NESTLE-ALAND Greek-English New Testament 27th Edition USA Deutsche Bibelgesellschaft 2001 pour la critique textuelle de cette uniteacute textuelle Le texte

de la 28e eacutedition ne preacutesente aucune diffeacuterence avec celui de la 27e eacutedition Les eacuteleacutements de critique textuelle

sont aussi les mecircmes Toutefois le texte de la 28e eacutedition passe sous silence le terme πρόθεσιν au v 11 qui

est substitueacute par un autre terme dans certains manuscrits Nous apporterons des clarifications dans

lapproche critique du v 11 24 La variante Ἰησοῦ est omise dans certains manuscrits (yen D F G (365) pc samss MVict) et attesteacutee par

les manuscrits suivants (icirc46 yen1 A B (C) D1 y 33 1739 (acirc 630 1881 al) Ucirc lat sy samss bo Or Lexpression

Χριστοῦ Ἰησοῦ apparaicirct 30 fois dans le Nouveau testament et seulement 3 fois dans la lettre aux Epheacutesiens

(11 220 31) Lusage de Χριστοῦ sans ladditif Ἰησοῦ est encore plus abondant tant dans la lettre aux

Epheacutesiens que dans le Nouveau Testament METZGER B M Un comentario textual al Nuevo Testamento

griego p 530 admet que la variante a eacuteteacute laisseacutee entre crochet pour justifier sans prendre de position

leacutequilibre existant entre les diffeacuterents manuscrits 25 Certains manuscrits trouvent la neacutecessiteacute de compleacuteter la phrase par un verbe pour obtenir un sens plus

complet Cest ainsi que D et 104 ajoutent la variante presbeuw (je suis lembassadeur) alors que 2464 pc

ajoutent la variante κεκαύχημαι (je me suis glorifieacute) Toutefois la variante neacutetant pas soutenue par les manuscrits anciens de grande valeur nest pas assez relevante 26 La variante ὅτι qui est omise dans icirc46 B F G b d sams Ambst est soutenue par yen A C D y 33 1739 1881

Ucirc ar vg sy samss bo Vue leacutequilibre entre les manuscrits la variante a eacuteteacute laisseacute entre crochets La preacutesence

de la variante permet pourtant de donner suite au deacuteveloppement du v 2 dans la mesure ougrave le v 3 nest pas

le deacutebut dune nouvelle phrase 27 Certains manuscrits preacutesentent une tentative dharmoniser largumentation de la phrase Cest ainsi que

la variante est substitueacutee par gar egnwrisqh dans F G et par egnwrise dans D2 Ucirc Toutes ces tentatives

apparaissent sans grande relevance eacutetant donneacute que la variante du texte est fortement soutenue par les

manuscrits anciens de grande valeur

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28

καθὼς προέγραψα ἐν ὀλίγῳ 3c comme je lai eacutecrit briegravevement 4 πρὸς ὃ δύνασθε ἀναγινώσκοντες 4a Pour que vous soyez capables en lisant

νοῆσαι τὴν σύνεσίν μου 4b de comprendre mon intelligence

ἐν τῷ μυστηρίῳ τοῦ Χριστοῦ 4c dans le mystegravere du Christ

5 ὃ ἑτέραις γενεαῖς οὐκ ἐγνωρίσθη τοῖς

υἱοῖς τῶν ἀνθρώπων

5a Qui na pas eacuteteacute fait connaicirctre des autres geacuteneacuterations des fils des hommes

ὡς νῦν ἀπεκαλύφθη τοῖς ἁγίοις

ἀποστόλοις28 αὐτοῦ καὶ προφήταις 5b comme maintenant il a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave ses

saints apocirctres et prophegravetes

ἐν πνεύματι 5c dans lEsprit 6 εἶναι τὰ ἔθνη συγκληρονόμα καὶ

σύσσωμα καὶ συμμέτοχα τῆς

ἐπαγγελίας29

6a Les Nations sont coheacuteritiegraveres co-

corporeacutees et coparticipantes de la

promesse

ἐν Χριστῷ Ἰησοῦ 6b dans le Christ Jeacutesus

διὰ τοῦ εὐαγγελίου 6c par lEvangile

7 οὗ ἐγενήθην διάκονος 7a Dont jai eacuteteacute fait serviteur

κατὰ τὴν δωρεὰν τῆς χάριτος τοῦ θεοῦ τῆς δοθείσης30 μοι

7b selon le don de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute donneacutee

κατὰ τὴν ἐνέργειαν τῆς δυνάμεως

αὐτοῦ

7c selon le deacuteploiement de sa puissance

8 Ἐμοὶ τῷ ἐλαχιστοτέρῳ πάντων

ἁγίων31

8a A moi le plus petit de tous les saints

ἐδόθη ἡ χάρις αὕτη32 8b a eacuteteacute donneacutee cette gracircce

τοῖς ἔθνεσιν εὐαγγελίσασθαι τὸ ἀνεξιχνίαστον πλοῦτος τοῦ Χριστοῦ

8c de proclamer lEvangile aux Nations linsondable richesse du Christ

28 La variante ἀποστόλοις est omise dans B b Ambst LINCOLN T A Ephesians p 167 y voit une

tentative duniformiser le texte sous linfluence de Col 1 26 Toutefois tregraves peu soutenue lomission nest

pas de grande importance 29 Apregraves le terme ἐπαγγελίας certains manuscrits (D1 F G y Ucirc ar vgcl syh Ambst) ajoutent la variante autou

un ajout qui ne preacutesente pas une grande importance dans la mesure ougrave la variante du texte est fortement

soutenue par les manuscrits anciens qui preacutefegraverent conserver la leccedilon bregraveve 30 La variante τῆς δοθείσης (qui saccorde avec la gracircce) est substitueacutee par τὴν δοθεῖσαν (qui saccorderait

plutocirct avec le don) dans D2 y 1739 1881 Ucirc Cette substitution nest pas soutenue par les manuscrits

anciens de grande valeur 31 La variante ἁγίων est omise dans icirc46 une omission qui nest soutenue que par ce manuscrit Il ny aurait

pas de motif suffisant pour omettre la variante dans la mesure ougrave lauteur de la lettre au deacutebut de ce

deuxiegraveme moment dynamique de luniteacute textuelle qui souvre sur lannonce de lEvangile et la dispensation

du mystegravere sidentifie aux croyants dont il a plusieurs fois appeleacute les saints 32 Apregraves le terme αὕτη certains manuscrits (D F G y 33 1739 1881 Ucirc latt) ajoutent la variante en qui

indiquerait la mission de proclamer lEvangile non pas aux Nations mais dans les nations ou parmi les

nations Cet ajout ne sapplique pas au contexte litteacuteraire de la lettre La variante du texte est dans ce sens

fortement attesteacutee par les autres manuscrits de grande valeur

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29

9 καὶ φωτίσαι [πάντας]33 9a Et de mettre en lumiegravere (agrave tous)

τίς ἡ οἰκονομία τοῦ μυστηρίου τοῦ

ἀποκεκρυμμένου

9b quelle est la dispensation du mystegravere

cacheacute

ἀπὸ τῶν αἰώνων ἐν 34 τῷ θεῷ τῷ τὰ

πάντα κτίσαντι35

9c depuis les siegravecles en Dieu qui creacutea toutes

choses

10 ἵνα γνωρισθῇ νῦν36 ταῖς ἀρχαῖς καὶ

ταῖς ἐξουσίαις ἐν τοῖς ἐπουρανίοις

10a Afin que soit maintenant connue des

principauteacutes et des puissances dans les

cieux

διὰ τῆς ἐκκλησίας 10b par lEglise

ἡ πολυποίκιλος σοφία τοῦ θεοῦ 10c la sagesse multiple de Dieu

11 κατὰ πρόθεσιν 37 τῶν αἰώνων ἣν

ἐποίησεν

11a Selon le projet des siegravecles quil a reacutealiseacute

ἐν τῷ Χριστῷ Ἰησοῦ τῷ κυρίῳ ἡμῶν 11b dans le Christ Jeacutesus notre Seigneur

12 ἐν ᾧ ἔχομεν τὴν παρρησίαν καὶ

προσαγωγὴν ἐν πεποιθήσει38

12a En qui nous avons la hardiesse et laccegraves

dans la confiance

διὰ τῆς πίστεως αὐτοῦ 12b par sa foi

13 διὸ αἰτοῦμαι μὴ ἐγκακεῖν 39 13a Ainsi je demande de ne pas perdre

courage

ἐν ταῖς θλίψεσίν μου ὑπὲρ ὑμῶν40 13b dans mes tribulations pour vous

33 La variante πάντας est omise dans yen A 6 1739 1881 pc Ambst Aug mais attesteacutee par icirc46 yen2 B C D F

G y 33 Ucirc latt sy co Tert METZGER B M Un comentario textual al Nuevo Testamento griego p 530

admet quil est difficile de deacuteterminer si cette variante a eacuteteacute omise accidentellement ou intentionnellement

ou encore si elle a eacuteteacute inseacutereacutee par rapport au terme fwtisai qui exige geacuteneacuteralement un accusatif comme

dans les autres passages du Nouveau Testament Faute dautres alternatives de lecture la variante a eacuteteacute

maintenue sur la base des manuscrits qui lattestent mais en la laissant entre crochets pour indiquer les

reacuteserves dune prise de position deacutefinitive sur le sujet Toutefois lomission de la variante naltegravere pas de maniegravere substantielle le fond du texte 34 La variante ἐν est omise dans yen 614 McionT mais lomission apparaicirct de moindre relevance et naltegravere

pas le sens du texte 35 Apregraves le terme κτίσαντι certains manuscrits D2 (acirc 0278) 1881 Ucirc syh ajoutent lexpression dia Ihsou Cristou mais le texte est fortement attesteacute par icirc46 yen A B C D F G P y 33 81 365 11751505 1739

2464 pc latt syp co On noterait une tentative dharmoniser le texte Cette tentative perd sa force devant le

poids des teacutemoins externes qui attestent la lecture bregraveve du texte

36 La variante νῦν est omise dans F G 629 lat syp Tert MVict Cette omission nest pas soutenue par dautres

manuscrits et nest pas justifieacutee dans le contexte litteacuteraire dans lequel νῦν joue un rocircle important dans le

paralleacutelisme entre le passeacute ougrave le mystegravere eacutetait cacheacute en Dieu et le preacutesent (maintenant) ougrave il est reacuteveacuteleacute 37 La variante πρόθεσιν est substitueacutee par prognwsin dans Cl et sinterpregravete dans le sens de la preacutescience de

Dieu Toutefois le contexte est bien celui du projet des siegravecles (πρόθεσιν) que Dieu reacutealise en Jeacutesus Christ

(v 11) qui fait suite au mystegravere cacheacute depuis les siegravecles en Dieu qui creacutea toutes choses (v 9) 38 La variante πεποιθήσει est substitueacutee par tw eleuqerwqhnai dans D BARTH M Ephesians p 348

admet que cela aurait eacuteteacute une bonne interpreacutetation mais elle nest attesteacutee par auncun autre manuscrit

Pourtant dans le contexte de la peacutericope πεποιθήσει reste la meilleure interpreacutetation dans la mesure ougrave elle

est lieacutee agrave la variante προσαγωγὴν 39 La variante ἐγκακεῖν est substitueacutee par ἐkκακεῖν dans C D2 F G y 0278 1739 1881 Ucirc mais fortement

attesteacutee par icirc46 yen A B D 33 81 326 pc co Son admission ne changerait pas non plus le sens de la phrase

puisse que perdre courage signifie eacutegalement se deacutecourager 40 La variante ὑμῶν est substitueacutee par ἡμῶν dans icirc46 81 pc boms Cette substitution tregraves peu attesteacutee par

les manuscrits serait totalement inadeacutequate dans le contexte du v 13 par rapport aux tribulations de lapocirctre

en faveur des Nations (ἐν ταῖς θλίψεσίν μου ὑπὲρ ὑμῶν) et la gloire qui en deacutepend (ἥτις ἐστὶν δόξα ὑμῶν)

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30

ἥτις ἐστὶν δόξα ὑμῶν 13c ce qui est votre gloire

22 Structure et situation de luniteacute textuelle dans la dynamique de la lettre41

221 Situation de Ep 3 1-13 dans la dynamique de la lettre

La theacutematique de la connaissance du mystegravere de la volonteacute divine eacutenonceacutee degraves le

premier chapitre en Ep 1 9 renvoi particuliegraverement au projet bienveillant que Dieu a

formeacute par avance pour le reacutealiser quand les temps seraient accomplis (Ep 1 10) Apregraves

avoir eacutenonceacute cette theacutematique qui sera deacuteveloppeacutee au long de la lettre lauteur de la lettre

aux Epheacutesiens aborde en 2 11-22 la nouvelle situation des Juifs et des Nations dans le

Christ

41 Lexpression ἐν Ἐφέσῳ en Ep 1 1 a poseacute degraves le deacutebut plusieurs dificulteacutes lieacutees non seulement aux

destinataires et au contexte socio-historique de la lettre mais aussi agrave lauteur la date de reacutedaction et lobjet

de la lettre Cette expression placeacutee au deacutebut de la lettre est soutenue par les manuscrits a2 A B2 D F G Y

0278 33 1881 Ucirc latt sy co Toutefois cette expression est totalement omise dans icirc46 a B 6 1739 (Voir

lapparat critique de NESTLE-ALAND Greek-English New Testament p 503) En comparaison avec les

lettres pauliniennes la lettre aux Epheacutesiens ne fait pas de reacutefeacuterences agrave la situation de la communauteacute

chreacutetienne aux destinataires de la lettre et leurs problegravemes speacutecifiques Pour reacutesoudre cette difficulteacute

plusieurs hypothegraveses ont eacuteteacute eacutemises - La lettre na pas eacuteteacute envoyeacutee agrave une Eglise particuliegravere - La lettre a

eacuteteacute envoyeacutee agrave une Eglise locale mais ladresse initiale a eacuteteacute posteacuterieurement omise pour donner agrave la lettre

une plus grande extension en restant particuliegraverement lieacutee agrave la communauteacute dEphegravese - La lettre a eacuteteacute

envoyeacutee agrave certaines Eglises de la province romaine de lAsie Mineure et un espace a eacuteteacute laisseacute pour

compleacuteter au moment opportun le nom de chaque communauteacute eccleacutesiale - Il existait plusieurs copies de

la lettre avec chacune un destinataire diffeacuterent la lettre dirigeacutee aux Epheacutesiens aurait eacuteteacute la plus reconnue

vue limportance de la ville dEphegravese et de sa communauteacute (Cf FOULKES F Efeacutesios p 17 et seq)

Aucune de ces hypothegraveses nest pleinement satisfaisante ni conclusive Pour LINCOLN A T Ephesians

p LXXIV il semble plus approprieacute de respecter le caractegravere distinctif de ce manque de speacutecificiteacute de la

lettre sur le contexte vital pour se concentrer sur les implications geacuteneacuterales de la lettre elle-mecircme tout en

trouvant satisfaction dans les diffeacuterents contours du contexte qui doit ecirctre prudemment reconstruit

notamment agrave partir de la situation rheacutetorique de la lettre Cette situation rheacutetorique ne doit pas faire fi du

contexte de vie historique mais doit focaliser lattention dabord et avant tout sur ce qui peut-ecirctre deacuteduit agrave

la fois de limage implicite de leacutecrivain et des destinataires qui se deacutegage du texte Le problegraveme de datation

et de lieu de reacutedaction de la lettre deacutepend aussi de celui de lauteur Si la lettre a eacuteteacute eacutecrite par Paul elle se

situerait entre 61-64 Si elle na pas eacuteteacute eacutecrite par Paul elle se situerait apregraves 64 et bien avant lanneacutee 90

(Cf REYNIER C LEpicirctre aux Epheacutesiens p 28) Pour certains auteurs les prisons de Ceacutesareacutee et Rome

avaient une dureacutee suffisante pour la reacutedaction dune ou de toutes les lettres de la captiviteacute Celle de Rome

serait la plus probable Si la lettre a eacuteteacute eacutecrite agrave Rome ou agrave Ceacutesareacutee sa reacutedaction remonterait agrave la fin de la

vie de Paul et la lettre aurait eacuteteacute eacutecrite au deacutebut des anneacutees 60 (BEST E Ephesians p 45-46)

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31

Cette nouvelle situation des Nations racheteacutees par le Christ preacutesente un contraste

avec le passeacute ougrave elles eacutetaient exclues de la citeacute dIsraeumll eacutetrangegraveres aux alliances de la

promesse nayant ni espeacuterance ni Dieu dans le monde (Ep 2 12) Cest autour de cette

opposition que se deacuteveloppe lensemble du chapitre pour mettre en vue les implications

de lœuvre salvifique de Dieu et le deacuteploiement de son projet bienveillant dans lhistoire

de la communauteacute chreacutetienne

Cette communauteacute chreacutetienne est devenue par la terminologie de Ep 2 un

Homme nouveau un Corps dont le Christ est deacutesormais la Tecircte La communauteacute

chreacutetienne formeacutee par les Juifs et les Nations cest lEglise Corps du Christ (Ep 2 1516)

Mais ce langage de Ep 2 ne va pas sans difficulteacutes Si dans une Eglise deacutesormais deacutefinie

comme un corps comment les chreacutetiens venus de la gentiliteacute vont-ils pouvoir tenir

compte de ce qui fait aussi partie de leur meacutemoire agrave savoir la foi juive et biblique42 De

mecircme comment les judeacuteo-chreacutetiens pourraient-ils comprendre que les Nations

partageaient avec eux les alliances de la promesse dont elles eacutetaient exclues depuis

toujours

Ep 3 et particuliegraverement luniteacute textuelle de Ep 3 1-13 apparaicirct dans la

dynamique de la lettre pour donner une reacuteponse agrave cette preacuteoccupation La reacuteponse est

simple et bregraveve cest un mystegravere La theacutematique de la reacuteveacutelation et de la connaissance du

mystegravere est donc particuliegraverement lobjet de Ep 3 1-13 qui la deacutecrit dans un vocabulaire

lieacute agrave la reacuteveacutelation et agrave la connaissance Les Nations sont coheacuteritiegraveres co-corporeacutees et

coparticipantes de la promesse dans le Christ par lEvangile (Ep 3 6) Si le mystegravere eacutetait

simplement eacutevoqueacute en Ep 1 et repris sous un autre angle en Ep 2 il trouve en Ep 3 1-13

sa veacuteritable formulation Tant au niveau de la theacutematique que de la terminologie le lien

est eacutevident entre Ep 3 et Ep 1-243

En effet le style de Ep 3 constitueacute de pleacuteonasme et redondance est en tout

semblable agrave celui des uniteacutes preacuteceacutedentes avec des phrases longues et des reacutepeacutetitions44 Sur

le plan de la theacutematique le deacuteploiement du mystegravere en lien avec lEglise corps du Christ

en fait un lien preacutepondeacuterant Limportance de lEvangile par lequel les Nations se sont

incorporeacutees au Christ en Ep 3 6 correspond agrave lEvangile auquel elles ont cru et ont eacuteteacute

marqueacutees dun sceau par lEsprit de la promesse (Ep 1 13-14) Parmi les autres thegravemes

42 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 167 43 Pour les liens lexicographiques et theacutematiques entre Ep 3 1-13 et lensemble de la lettre voir

particuliegraverement CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 57 passim REYNIER C Evangile et

mystegravere p 31 passim 44 ALETTI J-N Op cit p 169

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partageacutes par les trois chapitres et qui traversent ce bloc litteacuteraire se trouvent

particuliegraverement limportance de la gracircce divine (Ep 3 278 1 267 2 578) et la

reacutealisation du projet de Dieu eacutetabli depuis les siegravecles (Ep 3 11 111)

222 Structure geacuteneacuterale de la lettre

En se basant sur les eacuteleacutements essentiellement formels certains commentateurs ont

proposeacute une composition chiastique agrave lensemble de la lettre aux Epheacutesiens 45 Dans cette

composition chiastique chaque uniteacute litteacuteraire agrave linteacuterieur du grand ensemble preacutesente

eacutegalement une structure chiastique46 Dautres par contre voient dans la lettre aux

Epheacutesiens une division tripartite Dans cette division la premiegravere partie deacutecrit lœuvre

salvifique de Dieu (Ep 1 15-2 22) la deuxiegraveme partie est caracteacuteriseacutee par la louange

pour la reacuteveacutelation divine (Ep 3 1-4 24) et la troisiegraveme partie exhortative invite les lecteurs

agrave briller comme les enfants de lumiegravere (Ep 4 25-6 20)47

Toutefois la plupart des exeacutegegravetes propose une division bipartite de la lettre

constitueacutee dune partie didactique (Ep 1-3) et dune partie exhortative (Ep 4-6)48 Dans cet

ensemble on peut de maniegravere particuliegravere mettre en vue la perspective qui preacutesente une

organisation de la lettre agrave partir des critegraveres formels et seacutemantiques en lien avec la

theacutematique de la connaissance du mystegravere comme eacuteleacutement litteacuteraire deacuteterminant49 Une

fois le mystegravere connu en Ep 3 la partie exhortative est marqueacutee par des recommandations

pour un style de vie conforme au mystegravere dans leacutedification du Corps du Christ qui est

lEglise

En effet dans la lettre aux Epheacutesiens la theacutematique du mystegravere suit une eacutelaboration

progressive et le mystegravere se fait connaicirctre dans la dynamique progressive de louvrage

En reacuteservant degraves le deacutebut ses positions sur le mystegravere lauteur ne fait queacutepouser la

speacutecificiteacute de ce mystegravere qui est de necirctre connu et compris quau terme dune longue

preacuteparation50 A partir de cette division bipartite qui prend en consideacuteration Ep 1-3

45 CAMERON P S ldquoThe Structure of Ephesiansrdquo p 3 passim 46 Ibid p 4 passim 47 BARTH M Ephesians p 55 passim 48 Pour une eacutetude sur la division bipartite de luniteacute textuelle voir SCHLIER H La Carta a los Efesios p

20 LINCOLN T A Ephesians p XXXVI REYNIER C Evangile et mystegravere p 29 49 IOVINO P ldquoLa conoscenza del misteriordquo p 326 passim 50 ALETTI J-N Saint Paul Eacutepicirctre aux Eacutepheacutesiens p 12

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comme eacutetant la premiegravere partie et Ep 4-6 comme eacutetant la deuxiegraveme partie le texte de

notre eacutetude Ep 3 1-13 se situe alors dans la premiegravere partie de la lettre et marque un

tournant deacutecisif entre la partie didactique et la partie exhortative de la lettre

La question qui se pose est celle de savoir quelle est la situation de Ep 3 1-13

dans cette premiegravere partie de la lettre Ep 3 1-13 se trouve-t-il dans cette premiegravere partie

de la lettre comme une parenthegravese sans rapport avec le contexte ou comme un passage

deacuteterminant dans la dynamique de la lettre51

223 Linsertion de Ep 3 1-13 dans la premiegravere partie de la lettre

Les points de contacts theacutematique et terminologique preacutesenteacutes ci-dessus

montrent deacutejagrave dans une premiegravere approche un lien et une logique interne dans les trois

premiers chapitres de la lettre Ces correspondances sont encore affirmeacutees avec plus de

force agrave linteacuterieur de luniteacute textuelle de Ep 3 1-13

Pourtant certains auteurs considegraverent Ep 3 1-13 comme un fragment disparate

inseacutereacute dans la premiegravere partie de la lettre et dautres y voient simplement une digression

ou une parenthegravese52

Lanalyse minutieuse du vocabulaire de Ep 3 1- 13 et de son rapport avec les

diffeacuterentes uniteacutes litteacuteraires contenues dans lensemble de la lettre montre plusieurs

affiniteacutes En effet un regard sur les termes favoris de la lettre aux Epheacutesiens montre que

sur un total de vingt-quatre termes favoris de la lettre treize font parties de Ep 3 1-13

comme le preacutesente le tableau ci-dessous53

51 REYNIER C Evangile et mystegravere p 29 52 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 35 considegravere cette uniteacute textuelle comme digression allant de 3 2-14a une deacutelimitation baseacutee sur la question du genre litteacuteraire RYRIE C C ldquoThe mystery in

Ephesians 3rdquo p 24 considegravere luniteacute textuelle de 3 1-12 en le coupant du v 13 BUTTRICK G A The

Interpreters Bible p 664 le deacutelimite en 3 2-13 et le considegravere comme une longue parenthegravese qui interrompt

la priegravere de supplication du chapitre 3 GNILKA J Der Epheserbrief p 160 et PENNA R La lettera agli

Efesini p 154 deacutelimitent cette uniteacute textuelle en 3 1-12 agrave partir des consideacuterations simplement

diachroniques 53 Pour les mots favoris de Epheacutesiens nous nous servons des statistiques preacutesenteacutees par VANHOYE A

LEpicirctre aux Epheacutesiens et lEpicirctre aux Heacutebreux p 214 A partir de ces statistiques nous eacutelaborons la

freacutequence de ces mots dans luniteacute textuelle de Ep 3 1-13

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34

Tabeaux 2 Termes favoris de la lettre aux Epheacutesiens

TERMES FAVORIS EPHESIENS Ep 3 1-13

ἀγαπᾶν 10

ἀγάπη 10

ἅγιος 15 2

αἰών 7 2

ἀλήθεια 6

γνωρίζω 6 3

διό 5 1

εἰρήνη 8

ἕκαστος 5

ἐκκλησία 9 1

ἐπουράνιος 5 1

θέλημα 7

καθώς 10 1

κατά 24 4

μυστήριον 6 3

περιπατέω 8

πλοῦτος 5 1

ποτέ 6

σῶμα 9

τέκνον 5

ὑπέρ 10 2

φῶς 5

χάρις 12 3

Χριστός 46 5

Le terme σῶμα fondamentale dans la compreacutehension du mystegravere napparaicirct pas

litteacuteralement en Ep 3 1-13 mais se trouve inclus dans le terme σύσσωμος qui apparaicirct en

Ep 3 6 comme un hapax legomenon neacuteotestamentaire De mecircme la theacutematique de la

lumiegravere (φῶς) qui apparaicirct cinq fois dans la lettre nest pas totalement absente dans luniteacute

textuelle de Ep 3 1-13 et peut ecirctre vue dans la recommandation de mettre en lumiegravere

(φωτίζω) le mystegravere cacheacute depuis les siegravecles en Dieu (Ep 3 9)

En plus de ces deux indications on constate que plus de la moitieacute des termes

favoris de la lettre aux Epheacutesiens (1324) se retrouvent en Ep 3 1-13 En comptant la

freacutequence de ces termes favoris dans lensemble de la premiegravere partie de la lettre on

contaste quils ont une freacutequence totale de trente-six emplois en Ep 1 y compris ladresse

initiale vingt emplois dans lensemble de Ep 2 et une freacutequence totale de 29 emplois en

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Ep 3 1-1354 hormis les vv 14-21 Lemploi des termes favoris de la lettre apparaicirct donc

avec une grande importance dans luniteacute textuelle de Ep 3 1-13

Cette analyse peut eacutegalement prendre en compte la fonction de lhymne en Ep 1

3-14 En effet lhymne se preacutesente comme une introduction bipartite de la totaliteacute de la

lettre La premiegravere partie de lhymne (Ep 1 3-10) caracteacuteriseacutee par laction salvifique de

Dieu et les dons de sa gracircce fait un lien avec la premiegravere partie de la lettre (Ep 1--3) et

la deuxiegraveme partie de lhymne (Ep 11-14) qui deacutecrit la communauteacute chreacutetienne

beacuteneacuteficiaire des dons de Dieu deacutebouche sur la deuxiegraveme partie de la lettre (Ep 4--6)55

Dans cette organisation Ep 3 1-13 apparaicirct comme le sommet de la connaissance

du mystegravere eacutenonceacute en Ep 1 9 Si Ep 1 3-14 manifeste le chemin preacutevu par Dieu dans le

temps pour la reacuteveacutelation de son dessein Ep 3 1-13 en parle en terme de mystegravere en

montrant quavec laccomplissement des temps lunivers entier accegravede agrave la connaissance

du projet salvifique de Dieu56 A la suite de ces indications Ep 3 1-13 peut-il ecirctre

consideacutereacute comme un amalgame dexpressions enchevecirctreacutees et deacutepourvues dune logique

interne57

En effet pour certains auteurs le passage commenceacute en 3 1 avec un Τούτου χάριν

initial est interrompu par une longue parenthegravese ou digression (3 2-13) Cest alors la

reprise du tούτου χάριν en 3 14 qui marquerait la continuation de lideacutee enchaicircneacutee en 3

1 consideacutereacute comme eacutetant une anacoluthe qui ferait donc le lien avec le passage preacuteceacutedent

de 2 11-2258

Pourtant ces longues phrases quun lecteur moins averti pourrait croire

embrouilleacutees est fortement structureacutee par un tout systegraveme de subordinations59 Le style

redondant est encore celui des passages preacuteceacutedents constitueacute des phrases tregraves longues des

relatives et des reacutepeacutetitions qui font progresser les ideacutees dans une reprise constante de

vocabulaire Cest ainsi que la peacutericope se preacutesente comme une suite logique des ideacutees

amorceacutees dans le passage anteacuterieur60 Toutes les tentatives de structuration de Ep 3 1-13

54 REYNIER C Evangile et mystegravere p 31 eacutevoque eacutegalement cette freacutequence de 29 emplois en Ep 3 1-

13 mais ne preacutesente pas les autres freacutequence en Ep 1-2 55 Pour une eacutetude sur lorganisation bipartite de lhymne et sa correspondance avec les deux parties de la lettre voir CARAGOUNIS C The Ephesian mysterion p 49 passim REYNIER C Evangile et Mystegravere

p 32 passim 56 REYNIER C Evangile et Mystegravere p 35 57 Cest ce quen pense en effet PERCY E Die Probleme der Kolosser und Epheserbriefe p 179 passim 58 Cf LINCOLN T A Ephesians p 167 59 HUGEDE N Commentaire de lrsquoEpicirctre aux Epheacutesiens p 100 60Les paralleacutelismes lexicographiques ont eacuteteacute eacutegalement identifieacutes avec le passage de Col 1 23-29 Cf

MERKLEIN H Das kirchliche Amt nach dem Epheserbrief p 160 passim Dans les deux passages sont

abordeacutes les mecircmes sujets la vocation de Paul comme ministre de lEvangile les souffrances de lapocirctre des

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se situent sur deux grandes perspectives la division en quatre parties fondeacutee sur

lenchainement des ideacutees et sur les paralleacutelismes61 et la division en deux parties fondeacutee

essentiellement sur la reacuteception de la reacuteveacutelation et sa transmission62

224 Organisation et structure de Ep 3 1-13

Pour ce qui est de la structure du texte il a eacuteteacute souligneacute lavantage de la division

bipartite sur la division quadripartite de Ep 3 1-13 En effet la division bipartite tient en

compte non seulement la dimension lexicographique du texte mais aussi la double

theacutematique de Paul qui apparaicirct aux vv 1 et 13 et du mystegravere qui enchaicircne le texte dans

sa dynamique Toutefois cette approche divise le texte en Ep 3 1-6 (la reacuteception de la

reacuteveacutelation par Paul) et Ep 3 7-12 (Paul transmet la reacuteveacutelation aux nations) et fait

totalement abstraction du verset 13 alors quil fait partie inteacutegrante de luniteacute textuelle63

Lorganisation bipartite de lrsquouniteacute textuelle qui prend en compte les eacuteleacutements de

la syntaxe64 malgreacute la difficulteacute que repreacutesentent les versets 1 et 13 peut-ecirctre la plus

approprieacutee pour leacutetude de Ep 3 1-13 sous la perspective de la dynamique soteacuteriologique

du texte En effet la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance entraicircne le texte de Ep

3 1-13 dans sa dynamique Le panorama lexicographique de cette uniteacute textuelle se

trouve profondeacutement marqueacute par la preacutesence des termes ἀποκάλυψιςἀποκαλύπτω

μυστήριον et γνωρίζω dont la reacuteveacutelation et la connaissance apparaissent comme

composantes essentielles du mystegravere

Nations et lannonce du mystegravere cacheacute depuis toujours et maintenant reacuteveacuteleacute La lettre aux Colossiens eacutetant

anteacuterieure agrave celle aux Epheacutesiens certains commentateurs ont penseacute que lauteur de la Lettre aux Epheacutesiens

se serait servi du passage de Col 1 23-29 pour eacutecrire son texte en y reconnaissant deux sources un texte

plus ancien eacutecrit par Paul qui serait Ep 3 8-13 et des ajouts du reacutedacteur de la preacutesente lettre qui serait Ep

3 2-7 Cf BOISMARD M-E Lrsquoeacutenigme de la lettre aux Epheacutesiens p 102 et seq Toutefois en deacutepit des

similitudes entre les deux textes les diffeacuterences sont eacutegalement eacutenormes Aux vv 8-13 le mystegravere reste de

nature christologique et lEglise est linstrument de sa procclamation Cf ALETTI J-N Saint Paul Eacutepicirctre

aux Eacutepheacutesiens p 172 61 BARTH M Ephesians p 350 et seq ROUSSEAU F ldquoLa poeacutetique fondamentale du texte bibliquerdquo

p 164 et seq 62 GNILKA J Der Epheserbrief p 161 passim PFAMMATER J Epheserbrief und Kolosserbrief p 25 63 GNILKA J Der Epheserbrief p 162 et seq 64 Pour un division bibpartite de luniteacute textuelle de Ep 3 1-13 voir SCHLIER H Der Brief an die Epheser

p 147 SCHNACKENBURG R Ephesians p 128 passim PENNA R Lettera agli Efesini p 161

MASSON C LrsquoEpicirctre de saint Paul aux Epheacutesiens p 172 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens

p 172 passim REYNIER C Evangile et mystegravere p 55 passim BOUTTIER M LrsquoEpicirctre de saint Paul

aux Epheacutesiens p 136

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En effet luniteacute textuelle de Ep 3 1-13 se trouve enrobeacutee de la theacutematique de la

souffrance de celui qui se preacutesente en Ep 3 1 comme eacutetant le prisonnier du Christ (ὁ

δέσμιος τοῦ Χριστοῦ) pour les Nations et en Ep 3 13 comme celui dont les tribulations

(θλίψεσίν) sont pour la gloire des Nations Ep 3 1-13 est uniquement composeacute de trois

phrases la premiegravere phrase implique les vv 1-7 la deuxiegraveme prend en compte les vv 8-

12 et la troisiegraveme est constitueacutee du v 13 Comme il a eacuteteacute signaleacute plus haut le v 1 a eacuteteacute

sujet agrave plusieurs controverses sur son lien avec le reste de luniteacute textuelle65 Par sa

correspondance avec le v 13 il fait pourtant partie de luniteacute textuelle et ne peut donc ecirctre

exclu

Toutefois on ne peut nier la diffeacuterence qui seacutepare ce v1 du v 2 qui le suit ainsi

que des autres versets de luniteacute textuelle La diffeacuterence se trouve tant au niveau de la

syntaxe ougrave le v 1 se preacutesente sans aucun verbe quau niveau du vocabulaire qui isole ce

verset du verset suivant Pourtant les vv 2 et 7 forment une inclusion partielle de luniteacute

textuelle par lexpression τῆς χάριτος τοῦ θεοῦ τῆς δοθείσης μοι (la gracircce de Dieu qui

ma eacuteteacute donneacutee)

Les points de contacts entre les vv 1 et 13 qui constituent les limites de cette uniteacute

textuelle sont pourtant marqueacutes non seulement par la theacutematique de la souffrance mais

aussi par la reacutefeacuterence de la premiegravere personne du singulier attribueacutee agrave Paul tant au v 1

(ἐγὼ Παῦλος) quau v 13 (μου) et linsistance dirigeacutee aux Nations pour qui Paul endure

les souffrances (ὑπὲρ ὑμῶν [vv 1 et 13])

Malgreacute sa correspondance avec le v 1 le v 13 qui deacutelimite luniteacute textuelle en

amont est une phrase complegravete avec un sujet un verbe et un compleacutement66 Eucirct eacutegard agrave

ces eacuteleacutements litteacuteraires il en ressort que les vv 1 et 13 ne peuvent ecirctre deacutetacheacutes de Ep 3

1-13 Ils font partie inteacutegrante de cette uniteacute textuelle mais agrave la maniegravere dun cadre ougrave ils

sappellent et se reacutepondent lun agrave lautre dressant la stature de lapocirctre en dialogue avec

les Nations67

65 En se fondant sur le genre litteacuteraire certains excluent le v 1 du reste de luniteacute textuelle et prennent

seulement en consideacuteration les vv 2-13 Cf CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 55 et seq Dautres lincluent dans la premiegravere partie de luniteacute textuelle en la divisant des vv 1-7 et 8-13 Cf

LINDEMANN A Die Aufhebung der Zeit p 58 Pour ROUSSEAU F La poeacutetique fondamentale du texte

biblique Le fait litteacuteraire dun paralleacutelisme eacutelargi et omnipreacutesent p 146 passim le v 1 constitue une partie

du texte qui peut ecirctre reconnue comme la souffrance de Paul 66 Certains auteurs relient le v 13 avec les versets suivants Cf GNILKA J Der Epheserbrief p 179

passim et PENNA R La lettera agli Efesini p 166 Pourtant pour SCHLIER H Der Brief an die

Epheser p 166 et LONA H Die Eschatologie im Lolosser- und Epheserbrief p 280 passim le v 13 est

la conclusion du v12 ou des vv 10-11 et donc lieacute agrave la deuxiegraveme partie de luniteacute textuelle de Ep 3 1-13 67 REYNIER C Evangile et Mystegravere p 56

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Sil y a un changement manifeste entre le v 1 et le v 2 la transition entre le v 2

et le v 3 est assureacutee par la preacuteposition ὅτι qui est conserveacutee dans la traduction faite pour

cette eacutetude comme le montre les eacuteleacutements de critique de textuelle La preacuteposition ὅτι fait

de ce verset une explication de ce qui le preacutecegravede Ce v 3 annonce aussi la theacutematique de

la reacuteveacutelation du mystegravere agrave Paul dans les trois termes clefs de notre eacutetude ἀποκάλυψιν

μυστήριον et ἐγνωρίσθη

Dans la dynamique interne de luniteacute textuelle le terme ἀποκάλυψιν au v 3 trouve

sa reacutesonnance dans lindicatif aoriste ἀπεκαλύφθη au v 5 et le μυστήριον est repris aux

vv 4 et 9 tout en eacutetant introduit au v 5 par le relatif ὅς Au v 3 lindicatif aoriste

ἐγνωρίσθη a pour objet le mystegravere et pour modaliteacute la reacuteveacutelation dont lunique

destinataire est Paul alors quau v 5 ἐγνωρίσθη a une connotation neacutegative et eacutelargit

leacutetendue des destinataires 68 Dans toutes ses occurrences le mystegravere est lieacute agrave la

connaissance et ses diffeacuterentes reprises donnent lieu agrave un eacutelargissement progressif de la

theacutematique du mystegravere sous langle de la connaissance et de la reacuteveacutelation69

Si au v 3 il a eacuteteacute question du mystegravere qui a eacuteteacute donneacute agrave Paul de connaicirctre au v

4 il est question de son intelligence dans le mystegravere du Christ La theacutematique du mystegravere

eacutevolue Il sagit au v 4 du μυστήριον τοῦ Χριστοῦ Pourtant le paralleacutelisme entre καθὼς

προέγραψα ἐν ὀλίγῳ agrave la fin du v 3 et πρὸς ὃ δύνασθε ἀναγινώσκοντες au deacutebut du v 4

met en vue un rapport de compleacutementariteacute et de finaliteacute entre lacte deacutecriture fixeacute dans le

passeacute et lacte de lecture qui souvre sur une dureacutee indeacutetermineacutee70

La theacutematique du mystegravere poursuit son cours au v 5 introduit par le relatif ὅς Le

mystegravere qui na pas eacuteteacute fait connaicirctre dans le passeacute est maintenant reacuteveacuteleacute et les apocirctres et

les prophegravetes en sont les beacuteneacuteficiaires La reacuteveacutelation progressive du mystegravere marque une

opposition radicale dans le temps le passeacute ougrave le mystegravere eacutetait inconnu et le preacutesent ougrave il

est connu Cest sur cette opposition radicale du preacutesent et du passeacute formuleacutee sous la

forme du connu et de linconnu que les vv 5-7 constituent la pointe de luniteacute textuelle71

Cest dans la dynamique de cette opposition radicale que le v 6 annonce le contenu

du mystegravere les Nations sont coheacuteritiegraveres co-corporeacutees et coparticipantes de la promesse

Les vv 3-6 se trouvent donc agrave lrsquointeacuterieur drsquoune inclusion partielle formeacutee par les vv 2 et

772 Cette inclusion met en relief la theacutematique de la gratuiteacute de la gracircce divine qui se

68 Ibid p 60 69 Ibid 70 Ibid p 61 71 LONA H Die Eschatologie im Lolosser- und Epheserbrief p 280 passim 72 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 182

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trouve agrave ses extreacutemiteacutes en la combinant avec la theacutematique de la reacuteveacutelation du mystegravere

qui se trouve en son centre73

La nouvelle phrase qui commence au v 8 reprend la theacutematique de la gracircce donneacutee

agrave Paul Au v 1 la gracircce a eacuteteacute donneacutee agrave Paul en faveur des Nations Au v 7 cette gracircce

la constitueacute serviteur de lEvangile Le v 8 combine alors les deux actions comme une

sorte dinsistance en mettant en vue la gracircce reccedilue dannoncer lEvangile aux Nations

Sans aucune interruption le v 9 introduit par la conjonction καί enchaicircne le deuxiegraveme

volet de la mission reccedilue qui est celle de mettre en lumiegravere le mystegravere cacheacute depuis les

siegravecles

Mais la phrase qui prend son cours au v 8 sachegraveve au v 1274 Le ἵνα placeacute au

deacutebut du v 10 permet de passer de leacuteconomie du mystegravere cacheacute agrave la connaissance de la

sagesse de Dieu75 Le mystegravere qui eacutetait cacheacute depuis les siegravecles est maintenant connu

comme eacutetant lœuvre de la sagesse multiple de Dieu Cest par lEglise que cette sagesse

sera connue des principauteacutes et des puissances dans les cieux On passe du vocabulaire

de connaissance agrave connotation apocalyptique des vv 2-7 agrave un vocabulaire de

connaissance agrave connotation sapientielle dans les vv 8-1276

Le temps de lEglise exprimeacute au v 10 entre dans le projet eacuteternel de Dieu reacutealiseacute

dans le christ Jeacutesus (v 11) Lexpression ἐν τῷ Χριστῷ Ἰησοῦ τῷ κυρίῳ ἡμῶν reacuteintroduit

aux vv 11 et 12 la premiegravere personne du pluriel et agrave la diffeacuterence des vv 2-7 les vv 8-

12 sont dans la premiegravere personne du pluriel77

Eucirct eacutegard agrave lanalyse qui preacutecegravede il en ressort que luniteacute textuelle de Ep 3 1-13

est organiseacutee en deux parties compleacutementaires Ep 3 2-7 et Ep 3 8-12 La premiegravere partie

construite sur un scheacutema concentrique annonce la theacutematique de la reacuteveacutelation du mystegravere

et lautre construite sur une dynamique eacutevolutive traite du deacuteploiement de ce mystegravere

dans lunivers par lactiviteacute de Paul et de lEglise78

73 REYNIER C Evangile et Mystegravere p 65 74 LONA H Die Eschatologie im Lolosser- und Epheserbrief p 280 preacutesente les vv 8-13 en deux parties vv 8-10 et vv 11-13 La premiegravere partie est en parallegravele avec les vv 2-7 et la deuxiegraveme partie na pas de

parallegravele dans la premiegravere partie 75 REYNIER C Evangile et mystegravere p 71 76 Ibid p 75 77 BOUTTIER M LrsquoEpicirctre de saint Paul aux Epheacutesiens p 149 78 REYNIER C Op cit p 79 preacutesente dans la deuxiegraveme partie (vv 8-12) une structure parallegravele ouverte

En effet la structure bipartite preacutesenteacutee par cet auteur deacutecoupe de maniegravere excessive le texte en tregraves petits

morceaux et finit par perdre la valeur du texte comme un tout Pour la structure complegravete preacutesenteacutee par cet

auteur voir REYNIER C Evangile et mystegravere p 272-273

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Les vv 1 et 13 en se reacutepondant encadrent le deacuteveloppement de luniteacute textuelle

par leacutevocation de la souffrance apostolique en faveur des Nations 79 Le scheacutema ci-

dessous preacutesente lorganisation du texte dans sa structure qui servira pour cette eacutetude des

dynamismes soteacuteriologiques en lien avec la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance80

1A cause de cela moi Paul le prisonnier du Christ [Jeacutesus] pour vous les Nations

A 2Si vraiment vous avez appris la dispensation de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute

donneacutee pour vous

B 3[car] au cours dune reacuteveacutelation ma eacuteteacute fait connaicirctre le mystegravere comme je lai eacutecrit briegravevement

C4pour que vous soyez capables en lisant de comprendre mon

intelligence dans le mystegravere du Christ 5qui na pas eacuteteacute fait connaicirctre des

autres geacuteneacuterations des fils des hommes

B comme maintenant il a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave ses saints apocirctres et

prophegravetes dans lEsprit 6les Nations sont coheacuteritiegraveres co-corporeacutees et co-

participantes de la promesse dans le Christ Jeacutesus par lEvangile

A 7dont jai eacuteteacute fait serviteur selon le don de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute donneacutee

selon le deacuteploiement de sa puissance

8A moi le plus petit de tous les saints a eacuteteacute donneacutee cette gracircce dannoncer lEvangile

aux Nations linsondable richesse du Christ 9et de mettre en lumiegravere la dispensation du

mystegravere cacheacute depuis les siegravecles en Dieu qui creacutea toutes choses 10afin que soit

maintenant fait connaitre des principauteacutes et des puissances dans les cieux par

lEglise la sagesse multiple de Dieu

11selon le projet des siegravecles quil a reacutealiseacute dans le Christ Jeacutesus notre Seigneur 12en qui

nous avons la hardiesse et laccegraves dans la confiance par sa foi

13Ainsi je demande de ne pas perdre courage dans mes tribulations pour vous ce

qui est votre gloire

79 BOUTTIER M LrsquoEpicirctre de saint Paul aux Epheacutesiens p 136 80 Nous prenons comme base les structures proposeacutees par LONA H Die Eschatologie im Lolosser- und

Epheserbrief p 280 et REYNIER C Evangile et mystegravere p 272 passim Toutefois nous apportons des

modifications neacutecessaires pour le cadre de notre eacutetude Si la structure de Reynier subit un deacutecoupage

excessif qui fait perdre le texte et sa coheacuterence celle de Lona preacutesente au mieux lorganisation concentrique

des vv 2-7 comme premiegravere partie de Ep 3 1-13 ainsi que la division en deux sous-parties de la deuxiegraveme

partie du texte vv 8-10 et vv 11-13 Le deacutefaut ici est davoir inclu le v 13 comme faisant partie de cette

deuxiegraveme sous-partie malgreacute les diffeacuterences que nous avons signaleacutees plus haut Aussi il ne trouve pas de

correspondance des vv 11-13 dans la premiegravere partie du texte (vv 2-7) Enfin quen est-il du v 1 Pour

lui ce verset est tout simplement un anacoluthe

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225 Organisation de la dynamique soteacuteriologique de luniteacute textuelle

A partir dune approche synchronique des dynamismes soteacuteriologiques preacutesents

en Ep 3 1-13 la reacuteveacutelation le mystegravere et la connaissance apparaissent comme des champs

seacutemantiques les plus importants pour exprimer le deacuteploiement de la gracircce de Dieu dans

la communauteacute chreacutetienne Ces dynamismes sont proportionneacutes par des agents

soteacuteriologiques dont le premier Paul commence e termine la dynamique soteacuteriologique

du texte (vv 113) sous la forme dune inclusion

Le prisonnier du Christ Jeacutesus (v 1) apparaicirct comme agent soteacuteriologique pour la

communauteacute croyante agrave partir de ses souffrances pour le Christ (v 13) La souffrance du

serviteur de lEvangile (v 7) et dispensateur du mystegravere divin (v 9) devient le lieu ougrave se

rend preacutesent le salut de Dieu pour la communauteacute chreacutetienne

Le premier moment dynamique de notre texte (vv 2-7) sarticule autour de 7

dynamismes soteacuteriologiques signifieacutes par 26 champs seacutemantiques Le deuxiegraveme moment

dynamique (vv 8-12) est marqueacute par 6 dynamismes soteacuteriologiques signifieacutes par 29

champs seacutemantiques En effet luniteacute des versets 2 agrave 12 et le paralleacutelisme existant entre

les versets 1 et 13 formant une inclusion globale du texte indiquent les principaux thegravemes

du passage et deacutelimitent la peacutericope dans son uniteacute litteacuteraire81

Dans un premier moment du texte le mystegravere est reacuteveacuteleacute agrave Paul Et ce mystegravere qui

lui est donneacute de connaicirctre particuliegraverement au cours dune reacuteveacutelation est destineacute pour les

Nations qui en sont les beacuteneacuteficiaires Cest ainsi que ce premier moment qui sarticule

autour de la reacuteveacutelation (et donc de la connaissance) du mystegravere atteint son paroxysme

dans la reacuteveacutelation de la nouvelle situation des Nations comme expression concregravete et

sublime du mystegravere cacheacute depuis toujours

Ce premier moment dynamique du texte (vv 2-7) deacutebouche degraves lors sur le

deuxiegraveme moment (vv 8-12) qui sarticule autour de la dispensation de ce mystegravere cacheacute

en Dieu depuis les siegravecles Le mystegravere se fait connaicirctre non seulement par lactiviteacute de

Paul mais aussi par lintermeacutediaire de lEglise La communauteacute chreacutetienne devient le lieu

ougrave la creacuteation toute entiegravere est appeleacutee agrave connaicirctre la sagesse multiple de Dieu

81 REYNIER C Evangile et Mystegravere p 78

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23 Identification et lecture des dynamismes soteacuteriologiques de Ep 3 1-13

Dans la dynamique de la lettre Ep 3 1-13 se trouve dans le chapitre 3 qui met un

terme agrave la premiegravere partie de la lettre marqueacutee par un exposeacute du mystegravere du salut de Dieu

qui se rend preacutesent dans la vie de la communauteacute eccleacutesiale Cet exposeacute deacutebouche sur une

exhortation de lapocirctre pour une appropriation du mystegravere du Christ dans la communauteacute

eccleacutesiale

La lettre souvre sur le projet salvifique de Dieu qui nous a beacutenis par toutes sortes

de beacuteneacutedictions spirituelles nous a eacutelus en lui degraves avant la fondation du monde nous a

preacutedestineacutes agrave ecirctre ses fils adoptifs en Jeacutesus Christ et nous a fait connaicirctre le mystegravere de sa

volonteacute (cf Ep 1 3b-59) Lauteur enchaicircne avec les effets du salut qui loin decirctre reacuteserveacute

pour la fin des temps se rend deacutejagrave preacutesent dans la nouvelle situation de la communauteacute

chreacutetienne reacuteconcilieacutee dans et par le Christ (cf Ep 2 1-22)

Cest alors quen deacuteveloppant sa connaissance du mystegravere divin qui lui a eacuteteacute reacuteveacuteleacute

lauteur se preacutesente comme eacutetant le serviteur de ce mystegravere du Christ dans les eacutepreuves

(cf Ep 3 113) Ce contexte est celui dans lequel se situent les dynamismes

soteacuteriologiques preacutesenteacutes dans les tableaux ci-dessous et analyseacutes au long de cette eacutetude

Tabeaux 3 Dynamismes soteacuteriologiques de Ep 3 12-7

I

Ep 3 1

1Toutou carin evgw Pauloj o` desmioj tou Cristou IcircVIhsouETH uper u`mwn twn evqnwn

1A cause de cela moi Paul le prisonnier du Christ [Jeacutesus] pour vous les Nations

Relation soteacuteriologique Moi Paul le prisonnier du Christ [Jeacutesus] pour vous les Nations

Champs seacutemantiques δέσμιος (Prisonnier) evqnwn - ἔθνος (Nations)

Agent soteacuteriologique Paul

Expressions affines 13Ainsi je demande de ne pas perdre courage dans mes tribulations

pour vous ce qui est votre gloire

Relation dans le Christ Communion dans leacutepreuve et appartenance

Beacuteneacuteficiaires Les Nations

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II

Ep 3 2

2ei ge hvkousate thn oivkonomian thj caritoj tou qeou thj doqeishj moi eivj u`maj

2Si vraiment vous avez appris la dispensation de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute donneacutee pour

vous

Action soteacuteriologique Vous avez appris la dispensation de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute

donneacutee pour vous

Champs seacutemantiques hvkousate - ἀκούω (Ecoute) oivkonomian - οἰκονομία (Dispensation) caritoj (Gracircce) δοθείσης - δίδωμι (Don)

Agent Soteacuteriologique Dieu

Expressions affines 3car au cours dune reacuteveacutelation ma eacuteteacute fait connaicirctre le mystegravere comme je lai eacutecrit briegravevement

Autres deacuteterminations 4pour que vous soyez capables en lisant de comprendre mon intelligence dans le mystegravere du Christ 5qui na pas eacuteteacute fait connaicirctre des autres geacuteneacuterations des

fils des hommes comme maintenant il a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave ses saints apocirctres et prophegravetes dans

lEsprit

Relation avec Dieu Beacuteneacutefice du don gratuit

Beacuteneacuteficiaires Paul et Les Nations

III

Ep 3 3-4

3[ὅτι] κατὰ ἀποκάλυψιν ἐγνωρίσθη μοι τὸ μυστήριον καθὼς προέγραψα ἐν ὀλίγῳ 4 πρὸς ὃ

δύνασθε ἀναγινώσκοντες νοῆσαι τὴν σύνεσίν μου ἐν τῷ μυστηρίῳ τοῦ Χριστοῦ

3Car au cours dune reacuteveacutelation ma eacuteteacute fait connaicirctre le mystegravere comme je lai eacutecrit

briegravevement 4pour que vous soyez capables en lisant de comprendre mon intelligence dans le mystegravere du Christ

Action soteacuteriologique au cours dune reacuteveacutelation ma eacuteteacute fait connaicirctre le mystegravere comme je lai eacutecrit

Champs seacutemantiques ἀποκάλυψιν (Reacuteveacutelation) ἐγνωρίσθη - γνωρίζω (Connaissance)

μυστήριον (Mystegravere) προέγραψα - προγράφω (Ecrire avant Ecriture)

Agent Soteacuteriologique Dieu

Expressions affines 5qui na pas eacuteteacute fait connaicirctre des autres geacuteneacuterations des fils des hommes comme maintenant il a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave ses saints apocirctres et prophegravetes dans lEsprit 6Les

Nations sont coheacuteritiegraveres co-corporeacutees et coparticipantes de la promesse dans le Christ Jeacutesus

par lEvangile 7dont jai eacuteteacute fait serviteur selon le don de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute donneacutee

selon le deacuteploiement de sa puissance

Autres deacuteterminations 8A moi le plus petit de tous les saints a eacuteteacute donneacutee cette gracircce

dannoncer lEvangile aux Nations linsondable richesse du Christ 9et de mettre en lumiegravere la dispensation du mystegravere cacheacute depuis les siegravecles en Dieu qui creacutea toutes choses

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Relation avec Dieu Beacuteneacutefice dans la connaissance du mystegravere

Beacuteneacuteficiaire Paul

IV

Ep 3 3-4

3[ὅτι] κατὰ ἀποκάλυψιν ἐγνωρίσθη μοι τὸ μυστήριον καθὼς προέγραψα ἐν ὀλίγῳ 4πρὸς ὃ

δύνασθε ἀναγινώσκοντες νοῆσαι τὴν σύνεσίν μου ἐν τῷ μυστηρίῳ τοῦ Χριστοῦ

3Car au cours dune reacuteveacutelation ma eacuteteacute fait connaicirctre le mystegravere comme je lai eacutecrit

briegravevement 4pour que vous soyez capables en lisant de comprendre mon intelligence dans le mystegravere du Christ

Action soteacuteriologique pour que vous soyez capables en lisant de comprendre mon

intelligence dans le mystegravere du Christ

Champs seacutemantiques ἀναγινώσκοντες - ἀναγινώσκω (Lecture) νοῆσαι - νοέω

(Compreacutehension) σύνεσίν (Intelligence) μυστηρίῳ (Mystegravere)

Agent Soteacuteriologique Christ

Expressions affines 1A cause de cela moi Paul le prisonnier du Christ [Jeacutesus] pour vous les Nations 2Si vraiment vous avez appris la dispensation de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute

donneacutee pour vous 3car au cours dune reacuteveacutelation ma eacuteteacute fait connaicirctre le mystegravere comme je

lai eacutecrit briegravevement

Autres deacuteterminations 8A moi le plus petit de tous les saints a eacuteteacute donneacutee cette gracircce

dannoncer lEvangile aux Nations linsondable richesse du Christ 9et de mettre en lumiegravere la

dispensation du mystegravere cacheacute depuis les siegravecles en Dieu qui creacutea toutes choses

Relation avec le Christ Communion dans le mystegravere Intermeacutediaire

Beacuteneacuteficiaire Paul Nations

V

Ep 3 5-7 5 ὃ ἑτέραις γενεαῖς οὐκ ἐγνωρίσθη τοῖς υἱοῖς τῶν ἀνθρώπων ὡς νῦν ἀπεκαλύφθη τοῖς ἁγίοις

ἀποστόλοις αὐτοῦ καὶ προφήταις ἐν πνεύματι 6 εἶναι τὰ ἔθνη συγκληρονόμα καὶ σύσσωμα

καὶ συμμέτοχα τῆς ἐπαγγελίας ἐν Χριστῷ Ἰησοῦ διὰ τοῦ εὐαγγελίου 7οὗ ἐγενήθην διάκονος κατὰ τὴν δωρεὰν τῆς χάριτος τοῦ θεοῦ τῆς δοθείσης μοι κατὰ τὴν ἐνέργειαν τῆς δυνάμεως

αὐτοῦ

5qui na pas eacuteteacute fait connaicirctre des autres geacuteneacuterations des fils des hommes comme maintenant il a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave ses saints apocirctres et prophegravetes dans lEsprit 6Les Nations sont coheacuteritiegraveres co-

corporeacutees et coparticipantes de la promesse dans le Christ Jeacutesus par lEvangile 7dont jai eacuteteacute

fait serviteur selon le don de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute donneacutee selon le deacuteploiement de sa puissance

Action soteacuteriologique Maintenant il a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave ses saints apocirctres et prophegravetes dans lEsprit

Champs seacutemantiques νῦν (Maintenant) ἀπεκαλύφθη - ἀποκαλύπτω (Reacuteveacutelation) ἁγίοις

(Sainteteacute) ἀποστόλοις (Apostolat) προφήταις (Propheacutetie) ἐν πνεύματι (Communion avecdans lEsprit)

Agent Soteacuteriologique Christ

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45

Expressions opposeacutees 5qui na pas eacuteteacute fait connaicirctre des autres geacuteneacuterations des fils des

hommes

Expressions affines 1A cause de cela moi Paul le prisonnier du Christ [Jeacutesus] pour vous

les Nations 2Si vraiment vous avez appris la dispensation de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute

donneacutee pour vous 3car au cours dune reacuteveacutelation ma eacuteteacute fait connaicirctre le mystegravere comme je lai eacutecrit briegravevement 4pour que vous soyez capables en lisant de comprendre mon

intelligence dans le mystegravere du Christ

Autres deacuteterminations 8A moi le plus petit de tous les saints a eacuteteacute donneacutee cette gracircce

dannoncer lEvangile aux Nations linsondable richesse du Christ 9et de mettre en lumiegravere la

dispensation du mystegravere cacheacute depuis les siegravecles en Dieu qui creacutea toutes choses

Relation avec le Christ Communion dans lEsprit

Beacuteneacuteficiaires Apocirctres et Prophegravetes

VI

Ep 3 5-7

5ὃ ἑτέραις γενεαῖς οὐκ ἐγνωρίσθη τοῖς υἱοῖς τῶν ἀνθρώπων ὡς νῦν ἀπεκαλύφθη τοῖς ἁγίοις ἀποστόλοις αὐτοῦ καὶ προφήταις ἐν πνεύματι 6εἶναι τὰ ἔθνη συγκληρονόμα καὶ σύσσωμα

καὶ συμμέτοχα τῆς ἐπαγγελίας ἐν Χριστῷ Ἰησοῦ διὰ τοῦ εὐαγγελίου 7οὗ ἐγενήθην διάκονος

κατὰ τὴν δωρεὰν τῆς χάριτος τοῦ θεοῦ τῆς δοθείσης μοι κατὰ τὴν ἐνέργειαν τῆς δυνάμεως

αὐτοῦ

5qui na pas eacuteteacute fait connaicirctre des autres geacuteneacuterations des fils des hommes comme maintenant il

a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave ses saints apocirctres et prophegravetes dans lEsprit 6Les Nations sont coheacuteritiegraveres co-

corporeacutees et coparticipantes de la promesse dans le Christ Jeacutesus par lEvangile 7dont jai eacuteteacute fait serviteur selon le don de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute donneacutee selon le deacuteploiement de sa

puissance

Action soteacuteriologique Les Nations sont coheacuteritiegraveres co-corporeacutees et coparticipantes de la

promesse dans le Christ Jeacutesus par lEvangile

Champs seacutemantiques ἔθνη (Nations) συγκληρονόμα (Heacuteritage) σύσσωμα (Corps) συμμέτοχα (Participation) ἐπαγγελίας (Promesse) εὐαγγελίου

(Evangile) Communion (manifesteacutee par la preacuteposition ἐν)

Agent Soteacuteriologique Evangile

Expressions opposeacutees 5qui na pas eacuteteacute fait connaicirctre des autres geacuteneacuterations des fils des hommes

Expressions affines 1A cause de cela moi Paul le prisonnier du Christ [Jeacutesus] pour vous

les Nations 2Si vraiment vous avez appris la dispensation de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute donneacutee pour vous 3Car au cours dune reacuteveacutelation ma eacuteteacute fait connaicirctre le mystegravere comme je

lai eacutecrit briegravevement 4pour que vous soyez capables en lisant de comprendre mon

intelligence dans le mystegravere du Christ

Autres deacuteterminations 8A moi le plus petit de tous les saints a eacuteteacute donneacutee cette gracircce

dannoncer lEvangile aux Nations linsondable richesse du Christ 9et de mettre en lumiegravere la

dispensation du mystegravere cacheacute depuis les siegravecles en Dieu qui creacutea toutes choses

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46

Relation dansavec le Christ Communion

Beacuteneacuteficiaires Les Nations

VII

Ep 3 5-7

5ὃ ἑτέραις γενεαῖς οὐκ ἐγνωρίσθη τοῖς υἱοῖς τῶν ἀνθρώπων ὡς νῦν ἀπεκαλύφθη τοῖς ἁγίοις

ἀποστόλοις αὐτοῦ καὶ προφήταις ἐν πνεύματι 6εἶναι τὰ ἔθνη συγκληρονόμα καὶ σύσσωμα

καὶ συμμέτοχα τῆς ἐπαγγελίας ἐν Χριστῷ Ἰησοῦ διὰ τοῦ εὐαγγελίου 7οὗ ἐγενήθην διάκονος κατὰ τὴν δωρεὰν τῆς χάριτος τοῦ θεοῦ τῆς δοθείσης μοι κατὰ τὴν ἐνέργειαν τῆς δυνάμεως

αὐτοῦ

5qui na pas eacuteteacute fait connaicirctre des autres geacuteneacuterations des fils des hommes comme maintenant il a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave ses saints apocirctres et prophegravetes dans lEsprit 6Les Nations sont coheacuteritiegraveres co-

corporeacutees et coparticipantes de la promesse dans le Christ Jeacutesus par lEvangile 7dont jai eacuteteacute

fait serviteur selon le don de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute donneacutee selon le deacuteploiement de sa puissance

Action soteacuteriologique jai eacuteteacute fait serviteur selon le don de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute

donneacutee selon le deacuteploiement de sa puissance

Champs seacutemantiques ἐγενήθην - γίνομαι (Devenir) διάκονος (Service) δωρεὰν - δωρεά

(Don) χάριτος (Gracircce) ἐνέργειαν - ἐνέργεια (Deacuteploiement) δυνάμεως - δύναμις (Puissance)

Agent Soteacuteriologique Le don de la gracircce de Dieu

Expressions affines 1A cause de cela moi Paul le prisonnier du Christ [Jeacutesus] pour vous les Nations 2Si vraiment vous avez appris la dispensation de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute

donneacutee pour vous

Autres deacuteterminations 8A moi le plus petit de tous les saints a eacuteteacute donneacutee cette gracircce dannoncer lEvangile aux Nations linsondable richesse du Christ 9et de mettre en lumiegravere la

dispensation du mystegravere cacheacute depuis les siegravecles en Dieu qui creacutea toutes choses

Relation avec Dieu Service

Beacuteneacuteficiaire Paul

Tabeaux 4 Dynamismes soteacuteriologiques de Ep 3 8-1213

VIII

Ep 3 8-9

8 Ἐμοὶ τῷ ἐλαχιστοτέρῳ πάντων ἁγίων ἐδόθη ἡ χάρις αὕτη τοῖς ἔθνεσιν εὐαγγελίσασθαι τὸ

ἀνεξιχνίαστον πλοῦτος τοῦ Χριστοῦ 9καὶ φωτίσαι [πάντας] τίς ἡ οἰκονομία τοῦ μυστηρίου τοῦ ἀποκεκρυμμένου ἀπὸ τῶν αἰώνων

ἐν τῷ θεῷ τῷ τὰ πάντα κτίσαντι

8A moi le plus petit de tous les saints a eacuteteacute donneacutee cette gracircce dannoncer lEvangile aux

Nations linsondable richesse du Christ 9et de mettre en lumiegravere la dispensation du mystegravere

cacheacute depuis les siegravecles en Dieu qui creacutea toutes choses

Action soteacuteriologique A moi le plus petit de tous les saints a eacuteteacute donneacutee cette gracircce

dannoncer lEvangile aux Nations linsondable richesse du Christ

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47

Champs seacutemantiques ἐλαχιστοτέρῳ - ἐλάσσων (Le plus petit) ἁγίων - ἅγιος (Sainteteacute)

ἐδόθη - δίδωμι (Don) χάρις (Gracircce) εὐαγγελίσασθαι - εὐαγγελίζω (Evangile) ἔθνεσιν

(Nations) πλοῦτος (Richesse)

Agent Soteacuteriologique Dieu

Expressions affines 9et de mettre en lumiegravere la dispensation du mystegravere cacheacute depuis les siegravecles en Dieu qui creacutea toutes choses

Expressions opposeacutees 5qui na pas eacuteteacute fait connaicirctre des autres geacuteneacuterations des fils des hommes

Autres deacuteterminations 10Afin quil soit maintenant connu des principauteacutes et des puissances

dans les cieux par lEglise la sagesse multiple de Dieu 11selon le projet des siegravecles quil a reacutealiseacute dans le Christ Jeacutesus notre Seigneur

Relation avec Dieu Service de lannonce de lEvangile

Beacuteneacuteficiaire Paul

IX

Ep 3 8-9 8 Ἐμοὶ τῷ ἐλαχιστοτέρῳ πάντων ἁγίων ἐδόθη ἡ χάρις αὕτη τοῖς ἔθνεσιν εὐαγγελίσασθαι τὸ

ἀνεξιχνίαστον πλοῦτος τοῦ Χριστοῦ 9καὶ φωτίσαι [πάντας] τίς ἡ οἰκονομία τοῦ μυστηρίου τοῦ ἀποκεκρυμμένου ἀπὸ τῶν αἰώνων

ἐν τῷ θεῷ τῷ τὰ πάντα κτίσαντι

8A moi le plus petit de tous les saints a eacuteteacute donneacutee cette gracircce dannoncer lEvangile aux

Nations linsondable richesse du Christ 9et de mettre en lumiegravere la dispensation du mystegravere

cacheacute depuis les siegravecles en Dieu qui creacutea toutes choses

Action soteacuteriologique mettre en lumiegravere la dispensation du mystegravere cacheacute depuis les siegravecles

en Dieu qui creacutea toutes choses

Champs seacutemantiques φωτίσαι - φωτίζω (Lumiegravere) οἰκονομία (Dispensation) μυστηρίου

(Mystegravere) κτίσαντι - κτίζω (Creacuteation) αἰώνων (Siegravecles)

Agent Soteacuteriologique Dieu

Expressions affines 7Dont jai eacuteteacute fait serviteur selon le don de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute

donneacutee selon le deacuteploiement de sa puissance 8A moi le plus petit de tous les saints a eacuteteacute donneacutee cette gracircce dannoncer lEvangile aux Nations linsondable richesse du Christ

Expressions opposeacutees 5qui na pas eacuteteacute fait connaicirctre des autres geacuteneacuterations des fils des hommes

Autres deacuteterminations 10Afin quil soit maintenant connu des principauteacutes et des puissances

dans les cieux par lEglise la sagesse multiple de Dieu 11selon le projet des siegravecles quil a

reacutealiseacute dans le Christ Jeacutesus notre Seigneur

Relation avec Dieu Service du mystegravere cacheacute

Beacuteneacuteficiaire Paul

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48

X

Ep 3 10-11

10 ἵνα γνωρισθῇ νῦν ταῖς ἀρχαῖς καὶ ταῖς ἐξουσίαις ἐν τοῖς ἐπουρανίοις διὰ τῆς ἐκκλησίας ἡ

πολυποίκιλος σοφία τοῦ θεοῦ 11κατὰ πρόθεσιν τῶν αἰώνων ἣν ἐποίησεν ἐν τῷ Χριστῷ Ἰησοῦ τῷ κυρίῳ ἡμῶν

10Afin quil soit maintenant connu des principauteacutes et des puissances dans les cieux par

lEglise la sagesse multiple de Dieu 11selon le projet des siegravecles quil a reacutealiseacute dans le Christ

Jeacutesus notre Seigneur

Action soteacuteriologique quil soit maintenant connu des principauteacutes et des puissances dans

les cieux par lEglise la sagesse multiple de Dieu

Champs seacutemantiques νῦν (Maintenant) γνωρισθῇ - γνωρίζω (Connaissance) ἀρχαῖς

(Principauteacutes) ἐξουσίαις (Puissances) ἐπουρανίοις (Cieux) ἐκκλησίας (Eglise) σοφία

(Sagesse)

Agent Soteacuteriologique Eglise

Expressions affines 4pour que vous soyez capables en lisant de comprendre mon

intelligence dans mystegravere du Christ 5bccomme maintenant il a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave ses saints apocirctres et prophegravetes dans lEsprit 6Les Nations sont coheacuteritiegraveres co-corporeacutees et coparticipantes de la

promesse dans le Christ Jeacutesus par lEvangile

Expressions opposeacutees 5aqui na pas eacuteteacute fait connaicirctre des autres geacuteneacuterations des fils des

hommes

Autres deacuteterminations 11selon le projet des siegravecles quil a reacutealiseacute dans le Christ Jeacutesus notre

Seigneur 12En qui nous avons la hardiesse et laccegraves dans la confiance par sa foi

Relation avec Dieu Agent intermeacutediaire

Beacuteneacuteficiaire Puissances et Principauteacutes dans les cieux

XI

Ep 3 10-11

10ἵνα γνωρισθῇ νῦν ταῖς ἀρχαῖς καὶ ταῖς ἐξουσίαις ἐν τοῖς ἐπουρανίοις διὰ τῆς ἐκκλησίας ἡ

πολυποίκιλος σοφία τοῦ θεοῦ 11κατὰ πρόθεσιν τῶν αἰώνων ἣν ἐποίησεν ἐν τῷ Χριστῷ Ἰησοῦ τῷ κυρίῳ ἡμῶν

10Afin quil soit maintenant connu des principauteacutes et des puissances dans les cieux par

lEglise la sagesse multiple de Dieu 11selon le projet des siegravecles quil a reacutealiseacute dans le Christ Jeacutesus notre Seigneur

Action soteacuteriologique le projet des siegravecles quil a reacutealiseacute dans le Christ Jeacutesus notre Seigneur

Champs seacutemantiques πρόθεσιν - πρόθεσις (Projet) αἰώνων - αἰών (eacuteternel siegravecles) ἐποίησεν

- ποιέω (Reacutealisation) ἐν τῷ Χριστῷ Ἰησοῦ τῷ κυρίῳ ἡμῶν (Communion dans le Christ

Seigneur)

Agent Soteacuteriologique Dieu

Expressions affines 1A cause de cela moi Paul le prisonnier du Christ [Jeacutesus] pour vous les Nations 12En qui nous avons la hardiesse et laccegraves dans la confiance par sa foi

DBD
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49

Autres deacuteterminations 13Ainsi je demande de ne pas perdre courage dans mes tribulations

pour vous ce qui est votre gloire

Relation avec le Christ Communion dans le projet

Beacuteneacuteficiaire Nous (les croyants)

XII

Ep 3 12

12ἐν ᾧ ἔχομεν τὴν παρρησίαν καὶ προσαγωγὴν ἐν πεποιθήσει διὰ τῆς πίστεως αὐτοῦ

12En qui nous avons la hardiesse et laccegraves dans la confiance par sa foi

Action soteacuteriologique En qui nous avons la hardiesse et laccegraves dans la confiance par sa foi

Champs seacutemantiques παρρησίαν - παρρησία (Hardiesse) προσαγωγὴν - προσαγωγή

(Accegraves) πεποιθήσει - πεποίθησις (Confiance) πίστεως - πίστις (Foi)

Agent Soteacuteriologique Le Christ

Expressions affines 10Afin quil soit maintenant connu des principauteacutes et des puissances dans les cieux par lEglise la sagesse multiple de Dieu 11selon le projet des siegravecles quil a

reacutealiseacute dans le Christ Jeacutesus notre Seigneur

Autres deacuteterminations 8A moi le plus petit de tous les saints a eacuteteacute donneacutee cette gracircce dannoncer lEvangile aux Nations linsondable richesse du Christ

Relation avec le Christ Communion dans la foi Beacuteneacuteficiaire Nous (les croyants)

XIII

Ep 3 13

13διὸ αἰτοῦμαι μὴ ἐγκακεῖν ἐν ταῖς θλίψεσίν μου ὑπὲρ ὑμῶν ἥτις ἐστὶν δόξα ὑμῶν

13Ainsi je demande de ne pas perdre courage dans mes tribulations pour vous ce qui est votre

gloire

Relation soteacuteriologique Je demande de ne pas perdre courage dans mes tribulations pour vous ce qui est votre gloire

Champs seacutemantiques ἐγκακεῖν - ἐγκακέω (Perdre courage) θλίψεσίν - θλῖψις (Tribulation) δόξα (Gloire)

Agent Soteacuteriologique Paul

Expressions affines 1A cause de cela moi Paul le prisonnier du Christ [Jeacutesus] pour vous

les Nations

Autres deacuteterminations 8A moi le plus petit de tous les saints a eacuteteacute donneacutee cette gracircce

dannoncer lEvangile aux Nations linsondable richesse du Christ

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50

Relation avec Paul Communion dans la perseacuteveacuterance

Beacuteneacuteficiaire Vous (Les Nations)

231 Bregraveve lecture des dynamismes de Ep 3 1-13

Les tableaux ci-dessus offrent une grille de lecture sur les agents et les diffeacuterentes

composantes de la dynamique salvifique de Ep 3 1-13 Les reacutesultats de cette lecture en

plus des eacuteleacutements de lanalyse litteacuteraire effectueacutee plus haut serviront de base pour

lhermeacuteneutique theacuteologique de ces dynamismes

Sur un ensemble de 13 versets qui constituent la peacutericope se trouvent un total de

13 dynamismes salvifiques Ces dynamismes sont signifieacutes par 48 champs seacutemantiques

dont les Nations la Gracircce le Don la Dispensation Maintenant lEvangile la

Communion et les siegravecles forment avec la reacuteveacutelation le mystegravere et la connaissance en

sont les plus freacutequents Le tableau ci-dessous preacutesente le nombre total des champs

seacutemantiques identifieacutes ainsi que leurs formes dexpressions dans la dynamique du texte

Tabeaux 5 Champs seacutemantiques identifieacutes

No Champ seacutemantique Forme dexpression Reacutefeacuterence Freacutequ-

ence

1

Prisonnier δέσμιος 31 1

2 Nations evqnwn ἔθνη ἔθνεσιν 3168 3

3 Gracircce caritoj χάρις 3 278 3

4 Don δοθείσης δωρεὰν ἐδόθη 3278 3

5 Ecoute hvkousate 32 1

6 Dispensation oivkonomian οἰκονομία 329 2

7 Reacuteveacutelation ἀποκάλυψιν ἀπεκαλύφθη 335 2

8 Connaissance ἐγνωρίσθη γνωρισθῇ 33510 3

9 Mystegravere μυστήριον μυστηρίῳ μυστηρίου 3349 3

10 Ecriture (eacutecrire avant) προέγραψα 33 1

11 Lecture ἀναγινώσκοντες 34 1

12 Compreacutehension νοῆσαι 34 1

13 Intelligence σύνεσίν 34 1

14 Maintenant νῦν 3510 2

15 Geacuteneacuteration γενεαῖς 35 1

16 Fils des Hommes υἱοῖς τῶν ἀνθρώπων 35 1

17 Sainteteacute ἁγίοις ἁγίων 358 2

18 Apostolat ἀποστόλοις 35 1

19 Propheacutetie προφήταις 35 1

20 Heacuteritage συγκληρονόμα 36 1

21 Corps σύσσωμα 36 1

22 Participation συμμέτοχα 36 1

23 Promesse ἐπαγγελίας 36 1

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51

24 Evangile εὐαγγελίου εὐαγγελίσασθαι 368 2

25 Communion ἐν Χριστῷ Ἰησοῦ ἐν πνεύματι ἐν τῷ Χριστῷ Ἰησοῦ τῷ κυρίῳ ἡμῶν

35611 3

26 Devenir ἐγενήθην 37 1

27 Service διάκονος 37 1

28 Deacuteploiement ἐνέργειαν 37 1

29 Puissance δυνάμεως 37 1

30 Le plus petit ἐλαχιστοτέρῳ 38 1

31 Richesse πλοῦτος 38 1

32 Lumiegravere φωτίσαι 39 1

33 Creacuteation κτίσαντι 39 1

34 Principauteacutes ἀρχαῖς 310 1

35 Puissances ἐξουσίαις 310 1

36 Cieux ἐπουρανίοις 310 1

37 Eglise (Assembleacutee) ἐκκλησίας 310 1

38 Sagesse σοφία 310 1

39 Projet πρόθεσιν 311 1

40 Eternel (Siegravecles) αἰώνων 3911 2

41 Reacutealisation ἐποίησεν 311 1

42 Hardiesse παρρησίαν 312 1

43 Accegraves libre προσαγωγὴν 312 1

44 Confiance πεποιθήσει 312 1

45 Foi πίστεως 312 1

46 Perdre courage ἐγκακεῖν 313 1

47 Tribulation θλίψεσίν 313 1

48 Gloire δόξα 313 1

Dans la structure des deux moments dynamiques du texte la reacuteveacutelation le mystegravere

et la connaissance apparaissent comme le pivot autour duquel gravitent les autres

eacuteleacutements soteacuteriologiques Cest agrave travers cette trilogie que devient possible le deacuteploiement

de la gracircce salvifique de Dieu dans la communauteacute eccleacutesiale Si la lettre aux Epheacutesiens

preacutesente une dimension christologique et eccleacutesiologique indeacuteniable le nombre important

des dynamismes salvifiques preacutesents dans cette peacutericope nous montre que la dimension

soteacuteriologique nen est pas moins

Ces dynamismes salvifiques sont proportionneacutes par 6 agents soteacuteriologiques Dieu

(le Pegravere) apparaicirct comme le principal agent soteacuteriologique dans la deuxiegraveme action

salvifique (v 2) Cette action se retrouve dans le premier moment dynamique du texte

Cest encore Dieu qui protagonise la huitiegraveme neuviegraveme et onziegraveme action salvifique qui

se retrouvent dans le deuxiegraveme moment dynamique aux versets 8 9 et 11 Dieu agit

eacutegalement agrave travers le don de sa gracircce qui apparaicirct comme principal agent agrave la septiegraveme

action lieacutee au v 7

Le Christ apparaicirct quatre fois dans le texte comme principal agent soteacuteriologique

Il apparaicirct trois fois dans la premiegravere partie du texte aux versets 3 4 et 6 qui regroupent

la troisiegraveme quatriegraveme et cinquiegraveme action soteacuteriologique Il apparaicirct tout de mecircme dans

la deuxiegraveme partie du texte au verset 12 qui contient la douziegraveme action salvifique

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52

LEglise et lEvangile sont eacutegalement des principaux agents salvifiques qui rendent

possible leacuteveacutenement salvifique dynamiseacute par le v 10 de la dixiegraveme action et le v 6 de la

sixiegraveme action Lapocirctre Paul apparaicirct comme premier et dernier agent salvifique Il ouvre

et ferme la structure dynamique du texte aux vv 1 et 13 de la premiegravere et treiziegraveme action

salvifique Paul se preacutesente comme le prisonnier du Christ (v 1) pour la communauteacute de

foi Il encourage la communauteacute agrave ne pas perdre courage dans ses tribulations qui seront

leur propre gloire (v 13) Leacutepreuve nest plus une eacutepreuve degraves lors quil prend un sens

dans le Christ Si Cette captiviteacute est voulue par le Christ elle ne peut plus ecirctre provoqueacutee

par des ennemis82

Les Nations sont beacuteneacuteficiaires des dynamismes proportionneacutes par lapocirctre Paul

(vv 113) Dieu (v 2) le Christ (v 4) et lEvangile (v 6) Paul est sans aucun doute lun

des agents principaux de lavegravenement du mystegravere salvifique de Dieu pour la communauteacute

croyante Mais il est en mecircme temps le grand beacuteneacuteficiaire des dynamismes geacutereacutes par Dieu

(v 289) le Christ (v 34) et le Don de la gracircce de Dieu (v 7) Lorsque lecirctre humain a

compris le dynamisme salvifique de la Parole ce mysterium salutis le saisit cest-agrave-dire

le dynamise et linspire agrave laction dans sa propre communauteacute 83 Les apocirctres et les

prophegravetes sont beacuteneacuteficiaires des dynamismes proportionneacutes par le Christ (v 6) Les

puissances et les principauteacutes dans les cieux en sont pour les actions salvifiques dont

lEglise en est le principal agent salvifique (v 10)

Au v 13 le pronom personnel vous beacuteneacuteficiaire de la derniegravere action salvifique

de la peacutericope est mis pour les Nations Toutefois il nest pas aussi facile didentifier

lusage du pronom personnel nous aux vv 11 et 12 beacuteneacuteficiaire de la onziegraveme et

douziegraveme actions salvifiques A qui se reacutefegravere le nous beacuteneacuteficiaire des actions en

question dans ce contexte litteacuteraire La question sera abordeacutee dans lhermeacuteneutique

theacuteologique des dynamismes au sujet de lusage des pronoms personnels tregraves freacutequent

chez lauteur de la lettre

Le tableau ci-dessous preacutesente le comportement des diffeacuterents protagonistes de

leacuteveacutenement salvifique en tant que agents principaux des dynamismes identifieacutes dans les

diffeacuterents versets du texte

82 HUGEDE N Commentaire de lrsquoEpicirctre aux Epheacutesiens p 100 83 RODRIGUEZ G W Fundamentacioacuten linguumliacutestica y filoloacutegica de las plataformas sincroacutenica y diacroacutenica

del ldquoMeacutetodo de anaacutelisis Semaacutentico Teoloacutegicordquo p 65

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53

Tabeaux 6 Comportement des protagonistes de leacuteveacutenement salvifique

Agents

Versets

Paul Dieu Christ Evangile Eglise Don de la

gracircce de

Dieu

1 I

2 II

3 III

4 IV

5 V

6 VI

7 VII

8 VIII

9 IX

10 X

11 XI

12 XII

13 XIII

Laction salvifique est produite par un agent quelconque pour le bien dun ou

plusieurs destinataires ou beacuteneacuteficiaires Apregraves avoir mis en eacutevidence les principaux

acteurs des dynamismes identifieacutes il convient de mettre en relief la nature de relation

entre les diffeacuterents agents de ces actions salvifiques et leurs beacuteneacuteficiaires Quel type de

relation existe-t-il entre eux

En tant quagent principal du premier dynamisme Paul entretient avec les Nations

qui en sont les beacuteneacuteficiaires une relation dans le Christ marqueacutee par la communion dans

leacutepreuve et lappartenance Cest ainsi que tous Paul et les Nations seront beacuteneacuteficiaires

de la deuxiegraveme action salvifique Ils jouiront ainsi dun privilegravege dans leur relation avec

Dieu qui en est lagent principal Cette relation est alors impreacutegneacutee par un don gratuit de

Dieu agrave lapocirctre en faveur des Nations

La gratuiteacute du don de Dieu introduit lapocirctre Paul dans la connaissance du mystegravere

du Christ (troisiegraveme action salvifique) dont il en est le beacuteneacuteficiaire Un privilegravege qui donne

agrave Paul et aux Nations la possibiliteacute dentretenir avec le Christ une relation de communion

dans le mystegravere dont Paul en est aussi lintermeacutediaire (quatriegraveme action salvifique)

Par ailleurs les apocirctres et les prophegravetes beacuteneacuteficiaires de la cinquiegraveme action

salvifique jouissent dune relation de communion dans lEsprit avec le Christ protagoniste

principal de laction Le temps de lEsprit souvre alors sur lannonce et leacutecoute de

lEvangile comme agent principal de la sixiegraveme action salvifique apparaicirct comme

eacuteleacutement indispensable pour laffermissement de la communion entre le Christ et les

Nations qui sont beacuteneacuteficiaires de cette action

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Le don de la gracircce de Dieu fait alors de lapocirctre Paul beacuteneacuteficiaire de la septiegraveme

action salvifique le serviteur de lEvangile dont les Nations sont coheacuteritiegraveres co-

corporeacutees et coparticipantes de la promesse dans le Christ Jeacutesus Privileacutegieacute par ce don

de la gracircce de Dieu Paul est inviteacute agrave la huitiegraveme et neuviegraveme action salvifique agrave annoncer

lEvangile aux Nations et de mettre en lumiegravere la dispensation du mystegravere cacheacute depuis

les siegravecles en Dieu

Cest alors que lEglise agent intermeacutediaire de la dixiegraveme action devient le lieu

ougrave les Puissances et les Principauteacutes dans les cieux sont appeleacutees agrave connaicirctre la sagesse

multiple de Dieu Cest le motif suffisant de communion de tous les croyants dans le projet

de Dieu (onziegraveme action salvifique) et dans la foi au Christ (douziegraveme action salvifique)

Cette communion dans sa dimension verticale et horizontale devient pour les

Nations un motif de perseacuteveacuterance et de participation aux souffrances de lapocirctre pour

entrer dans la gloire de Dieu (treiziegraveme action salvifique)

24 Approche neacuteotestamentaire de la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

241 Approche neacuteotestamentaire de la Reacuteveacutelation

On trouve dans la langue grecque plusieurs mots et expressions (ἀποκαλύπτω

dhlow evpifaneia fanerow γνωρίζω o[rama ὀπτασία)84 qui traduisent la reacuteveacutelation aussi

bien dans son contenu que dans son deacuteroulement comme eacuteveacutenement Ces diffeacuterentes

formes dexpressions de la reacuteveacutelation apparaissent eacutegalement dans le contexte du

Nouveau Testament Nous en tiendrons compte au cours de nos analyses

Toutefois notre eacutetude porte particuliegraverement sur la reacuteveacutelation agrave partir des termes

ἀποκαλύπτωavpokaluyij qui se trouvent dans notre peacutericope faisant partie de la trilogie

seacutemantique reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

Le verbe ἀποκαλύπτω qui signifie deacuteceler reacuteveacuteler deacutecouvrir est formeacute de

kaluptw masquer occulter et de la preacuteposition apo de et employeacute dans le grec

84 MUNDLE W apokaluptw col 2113

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classique pour traduire la manifestation des choses preacutealablement occultes 85 Le

substantif avpokaluyij qui signifie manifestation reacuteveacutelation est employeacute seulement

depuis le premier siegravecle et dans un sens essentiellement religieux86

Dans le Nouveau Testament le verbe ἀποκαλύπτω apparaicirct 26 fois alors que le

substantif avpokaluyij apparaicirct seulement 18 fois Les tableaux ci-dessous nous preacutesentent

un aperccedilu geacuteneacuteral des deux termes dans le Nouveau Testament

Tabeaux 7 Occurrences de avpokaluyij et ἀποκαλύπτω dans les Evangiles

Matthieu Luc Jean

Apokaluyij 232

vApokaluptw

1026

1125

1127

1617

235

1021

1022

122

1730

1238

Tabeaux 8 Occurrences des deux termes en Romains et en 1 et 2 Corinthiens87

Rom 1Cor 2Cor

vApokaluyij 25 819 1625 17 146 1426 121 127

vApokaluptw

117

118

818

210

313

1430

Tabeaux 9 Occurrences des deux termes en Galates Philippiens et Thessaloniciens

Gal

Phil

2Th

vApokaluyij 112

22 17

vApokaluptw

116

323

315

23

26

28

85 Ibid col 2114 86 Ibid 87 Dans la deuxiegraveme lettre aux Corinthiens apparaicirct le verbe ἀνακαλύπτω uniquement en 2Cor 3 1418

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Tabeaux 10 Occurrences des deux termes en Epheacutesiens 1 Pierre et Apocalypse

1Pe

Ep

Ap

Apokaluyij 17 113 413 117 33

11

vApokaluptw 15 112

51

35

Dans les Evangiles alors que le verbe avpokaluptw apparaicirct seulement 4 fois en

Matthieu 5 fois en Luc et une fois dans le quatriegraveme Evangile lemploi du substantif

avpokaluyij est encore plus rare et ne sy trouve quune seule fois en Lc 2 32 Aucun des

deux termes napparaicirct dans le deuxiegraveme Evangile ainsi que dans les Actes des Apocirctres

Colossiens Phileacutemon Timotheacutee Tite et Heacutebreux Dans les lettres catholiques les deux

termes napparaissent que dans la premiegravere lettre de saint Pierre et curieusement seul le

substantif apparaicirct une seule fois dans lApocalypse

En effet en Mc 4 22 Jeacutesus avertit ses disciples quil ny a rien de cacheacute qui ne

doive ecirctre manifesteacute et rien nest demeureacute secret que pour venir agrave la lumiegravere Ce verset

est repris en Mt 10 26 dans le contexte ougrave Jeacutesus invite ses disciples agrave ne pas avoir peur

des perseacutecutions quils endureront dans lannonce de lEvangile Cependant alors que

Marc emploi le verbe φανερόω Matthieu utilise le verbe avpokaluptw Les deux verbes

apparaissent dans ce contexte comme des termes interchangeables dans le sens ordinaire

de mettre agrave la lumiegravere faire voir

Les autres emplois de avpokaluptw en Matthieu sont essentiellement theacuteologique

(Mt 11 2527 16 17) Dieu apparaicirct comme le sujet principal de la reacuteveacutelation qui est

faite aux pauvres et aux tout-petits Le mystegravere divin est reacuteveacuteleacute non pas aux sages et aux

intelligents mais aux tout-petits Se faire petit humble et pauvre de cœur devient la

condition sine qua non pour beacuteneacuteficier de la reacuteveacutelation divine qui introduit dans le

mystegravere de la pleine connaissance du Pegravere et du Fils

Cette ideacutee de la reacuteveacutelation divine particuliegraverement dirigeacutee aux tout-petits et

favorisant la connaissance du Pegravere et du Fils continue en Lc 10 2122 et 12 2 La

reacuteveacutelation divine qui a lieu dans lhistoire se reacutealise de maniegravere surprenante et

deacuteconcertante agrave partir des beacuteneacuteficiaires de cet eacuteveacutenement divin composeacutes essentiellement

par ceux qui navaient aucune consideacuteration dans la socieacuteteacute

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Dans ce sens avpokaluptw ne renvoie pas tant au fait de deacutevoiler ce qui eacutetait

anteacuterieurement cacheacute mais de reacuteveacuteler une reacutealiteacute qui par sa nature eacutetait voileacutee la mecircme

ideacutee se poursuit dans le sens strictement apocalyptique en Lc 17 30 le Fils de lHomme

encore cacheacute sera reacuteveacuteleacute par Dieu88 La reacuteveacutelation trouve alors dans la connaissance une

composante essentielle (Mt 11 27)

La reacuteveacutelation du mystegravere divin atteint son paroxysme dans la connaissance et la

proclamation de Jeacutesus comme le Christ le Fils du Dieu vivant (Mt 16 17) Cette

connaissance transmise et reccedilue gratuitement ne deacutepend pas des meacuterites des beacuteneacuteficiaires

de lœuvre salvifique Cest alors maintenant et non seulement agrave la fin des temps que

Dieu reacutevegravele efficacement le Christ et fonde ainsi la communauteacute eschatologique89

Lunique emploi de avpokaluptw dans le quatriegraveme Evangile en 12 38 se trouve

dans une citation de Is 53 1 dans le contexte de lincreacuteduliteacute et de laveuglement du

peuple juif qui na pas reconnu en Jeacutesus le Messie vApokaluptw sexprime en lien avec

βραχίων κυρίου (bras du Seigneur) comme contenu de la reacuteveacutelation mais aussi en fonction

de ceux qui ont cru agrave lannonce du prophegravete Toutefois bien que avpokaluptw et

avpokaluyij ne font pas deacutefinitivement partie du vocabulaire johannique -comme

lattestent les tableaux ci-dessus- le thegraveme de Jeacutesus en tant que meacutediateur de la reacuteveacutelation

divine est plus preacutesent dans lEvangile de saint Jean que dans les Evangiles synoptiques90

Dans les eacutecrits pauliniens alors que les termes avpokaluptw et avpokaluyij

apparaissent 13 fois chacun le verbe φανερόω apparaicirct 22 fois sur un total de 49

occurrences dans le Nouveau Testament Paul emploi les deux verbes avpokaluptw et

φανερόω comme des synonymes91 Cest ainsi quils sont respectivement employeacutes en

Rom 1 17 et 3 21 comme termes interchangeables pour faire allusion agrave la justice de

Dieu qui se reacutevegravele (avποκαλύπτεται) de la foi agrave la foi et a eacuteteacute manifesteacutee (πεφανέρωται) et

attesteacutee par la Loi et les Prophegravetes

Toutefois en Rm 1 17 lEvangile apparaicirct comme une composante essentielle de

cette reacuteveacutelation Cest par lEvangile et en lui que la justice de Dieu sest reacuteveacuteleacutee Mais cet

Evangile est bien au de-lagrave de la mesure et des dimensions humaines parce que lapocirctre

88 HOLTZ T avpokaluptw col 391 89 Ibid p 392 90 MUNDLE W apokaluptw col 2117 La reacuteveacutelation est aussi exprimeacutee dans le quatriegraveme Evangile de

maniegravere particuliegravere par les termes φανερόω (9 fois) ἐμφανίζω (2 fois) γνωρίζω (3 fois) γινώσκω (57

fois) ὁράω (82 fois) λόγος (40 fois) ἀλήθεια (25 fois) Cf THISELTON A C ἀλήθεια col 2601

passim KLAPPERT B λόγος col 1510 passim 91 BULTMANN R LUumlHRMANN D φανερόω col 841

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ne la reccedilu ni dun homme ni dun enseignement mais agrave partir dune reacuteveacutelation de Jeacutesus

Christ δι᾽ ἀποκαλύψεως Ἰησοῦ Χριστοῦ (cf Gal 1 12)

Malgreacute les difficulteacutes releveacutees sur lemploi du geacutenitif dans ce cas 92 Ἰησοῦ

Χριστοῦ peut ecirctre consideacutereacute dans ce contexte comme le sujet et lobjet de la reacuteveacutelation

dont lapocirctre en est le beacuteneacuteficiaire Par cette reacuteveacutelation lapocirctre est appeleacute agrave participer agrave

lœuvre salvifique de Celui dit-il qui ma mis agrave part degraves le sein de ma megravere et ma appeleacute

par sa gracircce et daigna reacuteveacuteler en moi93 son Fils pour que je lannonce aux Nations (cf

Gal 1 16)

Mais cette reacuteveacutelation se limiterait-elle au moment preacutecis de la rencontre de Paul

avec le Christ sur le chemin de Damas consideacutereacute comment moment deacutecisif de la

conversion de lapocirctre Ou encore couvrirait-elle la peacuteriode durant laquelle lapocirctre a pu

comprendre avec la gracircce de Dieu toutes les implications de leacuteveacutenement qui a eu lieu

sur le chemin de Damas Cette question sera abordeacutee dans lanalyse de Ep 3 3 ougrave

apparaissent tous les termes de la trilogie reacuteveacutelation (ἀποκάλυψιν) mystegravere (μυστήριον)

et connaissance (ἐγνωρίσθη)

En Rm 3 21 au lieu du preacutesent avποκαλύπτεται employeacute en Rm 1 17 se trouve le

parfait πεφανέρωται qui nindique pas un moment preacutecis du passeacute mais un eacuteveacutenement

deacutefinitif la justification fondeacutee sur lavegravenement du Christ est maintenant une reacutealiteacute pour

le pistij94 Cette foi devient lobjet de la reacuteveacutelation en Gal 3 23 en opposition agrave la loi

sous laquelle eacutetaient enfermeacutes les juifs avant le temps de la foi

Le fait que Paul renvoi aux eacuteveacutenements historiques fondateurs de lEvangile est

eacutevident dans lemploi de laoriste laquoavantraquo et laquoapregravesraquo la reacuteveacutelation de la foi95 (Gal 3

2325) Mais cette foi peut-elle ecirctre consideacutereacutee uniquement dans le sens de loccurrence

dun eacuteveacutenement historique sans impliquer lacte de croire de lindividu 96 Et quelle

seraient les implications de la reacuteveacutelation de la foi en lien avec lEvangile de Jeacutesus Christ97

92 Cf BETZ H D Galatians p 63 BRUCE F F The Epistle to the Galatians p 89 DIETER L Das

Offenbarungsverstaumlndnis bei Paulus und in paulinischen Gemeinden p 76 KERTELGE K Apokalypsis

Jesou Christou (Gal 1 12) p 266 passim 93 Nous approuvons la traduction de ἐν ἐμοί par en moi au lieu de agrave moi Cf BETZ H D Galatians

p 64 passim GUILLET J Reacuteveacutelation II Nouveau Testament p 606 SMITH M On the History of

ἀποκαλύπτω and ἀποκάλυψις p 9 passim 94 BULTMANN R LUumlHRMANN D φανερόω col 841 95 BOCKMUEHL M Revelation and Mystery p 134 96 BETZ H D Galatians p 120 voit dans cette reacuteveacutelation de la foi lavegravenement dune reacutealiteacute historique qui

na rien agrave voir avec lacte individuel de la foi 97 KAumlSEMANN E Perspectives on Paul p 103 et seq voit ici une manifestation de la foi sous une forme

personnifieacutee Dans la lettre aux Epheacutesiens la dynamique du mystegravere et ses composantes ouvre la voie agrave une

nouvelle compreacutehension de lEvangile Nous preacutesenterons les implications de cette foi en lien avec

lEvangile dans le prochain chapitre

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Cest ainsi que par amour du Christ cette foi passera par bien deacutepreuves pour en

veacuterifier sa qualiteacute afin quelle devienne un sujet de louange de gloire et dhonneur lors de

la reacuteveacutelation de Jeacutesus Christ (cf 1Pe 1 57) Mais la reacuteveacutelation ne se limite pas seulement

agrave la reacuteveacutelation de la foi et de la justice de Dieu Elle est aussi reacuteveacutelation de la colegravere de

Dieu ὀργὴ θεοῦ contre toute impieacuteteacute et toute injustice des hommes qui deacutetiennent la

veacuteriteacute dans linjustice (cf Rom 1 18)

En Rm 2 5 le contenu de la reacuteveacutelation est celui du juste jugement de Dieu qui au

jour de sa colegravere rendra agrave chacun selon ses œuvres Toutefois la gloire divine qui se

reacutevegravelera agrave ceux qui auront perseacuteveacuterer dans le temps preacutesent est incomparable avec les

souffrances endureacutees (cf Rom 8 18) car la creacuteation toute entiegravere aspire agrave la reacuteveacutelation

des fils de Dieu (cf Rom 8 19) Le substantif avpokaluyij employeacute dans la deuxiegraveme

lettre aux Corinthiens (les deux uniques occurrences du terme au pluriel) fait

particuliegraverement allusion aux visions et reacuteveacutelations que Paul aurait certainement reccedilues

lors dune expeacuterience extatique98 Mais ces reacuteveacutelations ont eacuteteacute faites par le Seigneur qui

en est lagent principal

Dans la premiegravere lettre aux Corinthiens cest essentiellement dans le contexte des

charismes dans la communauteacute quapparaissent les reacutefeacuterences agrave la reacuteveacutelation comme

faisant partie de ces charismes au mecircme titre que la science la propheacutetie et lenseignement

(1Cor 14 6) En 1Cor 14 26 la reacuteveacutelation est eacutegalement citeacutee comme faisant partie des

charismes reccedilus en vue deacutedifier au mecircme titre que le psaume lenseignement la langue

et linterpreacutetation Mecircme si en 1Cor 14 26 la propheacutetie naccompagne pas la reacuteveacutelation

dans la liste des charismes en 1Cor 14 30 la reacuteception de la propheacutetie est deacutesigneacutee par

ἀποκαλυφθῇ pour montrer le lien entre la reacuteveacutelation et la propheacutetie99

Au bout de ce parcours il peut ecirctre observeacute que non seulement la reacuteveacutelation passeacutee

deacutefinit la foi et la vie chreacutetienne dans le preacutesent mais aussi implique et exige la

divulgation divine au cours de la mission apostolique On peut ainsi parler dune

keacuterygmatization de la dimension constitutive de la reacuteveacutelation passeacutee dans le preacutesent100

Par ailleurs la reacuteveacutelation dans la deuxiegraveme lettre aux Thessaloniciens sexprime

dans le contexte de la parousie avec un accent eschatologique En effet la venue du Fils

de lHomme sera preacuteceacutedeacutee des signes visibles tels que la reacuteveacutelation de lhomme impie le

fils de la perdition qui seacutelegraveve et se considegravere comme un dieu (2Th 2 3-8) Cest agrave cette

98 Cf HOLTZ T avpokaluptw col 393 MUNDLE W apokaluptw col 2119 99 HOLTZ T Op cit col 394 100 Cf PENNA R Il Mysterion Paolino p 38 LADD G E Revelation and Tradition in Paul p 224

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perspective eschatologique que renvoi lusage du terme dans la premiegravere lettre de Pierre

(1Pe 1 57 12-13)

La reacuteveacutelation du Christ est reacuteveacutelation de sa gloire agrave laquelle participeront les

chreacutetiens qui maintenant endurent la souffrance et les tentations101 Cest ce sens futur de

la reacuteveacutelation quexprime lunique emploi du terme dans lApocalypse de saint Jean Il sagit

de la reacuteveacutelation de Jeacutesus Christ Ἀποκάλυψις Ἰησοῦ Χριστοῦ faite par Dieu pour montrer

agrave ses serviteurs ce qui arrivera bientocirct (Ap 1 1)

242 Approche neacuteotestamentaire du Mystegravere

Dans le Nouveau Testament en geacuteneacuteral le terme μυστήριον apparaicirct 28 fois sous

diffeacuterentes formes largement domineacutees par lusage au singulier Les tableaux ci-dessous

nous preacutesentent un bref panorama du terme dans les eacutecrits du Nouveau Testament102

Tabeaux 11 Emploi de μυστήριον dans les Evangiles synoptiques

MATTIEU MARCOS LUCAS

13 11 μυστήρια 4 11 μυστήριον 8 10 μυστήρια

Tabeaux 12 Emploi du terme dans les eacutecrits de saint Paul

Rm 1Cor Ep Col 2Th 1Ti

11 25 μυστήριον

16 25 μυστhρiou

2 1 μυστήριον

2 7 μυστηρίῳ

4 1 μυστηρίwn

13 2 μυστήρια

14 2 μυστήρια

15 51 μυστήριον

1 9 μυστήριον

3 3 μυστήριον

3 4 μυστηρίῳ

3 9 μυστhρiou

5 32 μυστήριον

101 MUNDLE W Op cit col 2119 102 Le terme μυστήριον est pratiquement absent dans le quatriegraveme Eacutevangile les Eacutepicirctres Catholiques la

lettre aux Heacutebreux ainsi que dans certaines lettres de Paul la deuxiegraveme lettre aux Corinthiens la lettre aux

Galates la lettre aux Philippiens la premiegravere lettre aux Thessaloniciens la deuxiegraveme lettre agrave Timotheacutee les

lettres agrave Tite et agrave Phileacutemon

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6 19 μυστήριον

1 26 μυστήριον

1 27 μυστhρiou

2 2 μυστhρiou

4 3 μυστήριον

2 7 μυστήριον

3 9 μυστήριον

3 16 μυστήριον

Tabeaux 13 Emploi du terme dans lApocalypse de saint Jean

APOCALYPSE

1 20 μυστήριον

10 7 μυστήριον

17 5 μυστήριον

17 7 μυστήριον

Le substantif musthrion103 dont lorigine demeure obscure pourrait venir du verbe

muw (fermer ecirctre fermeacute bouche close) et la deacutesinence -thrion pourrait indiquer un lieu

un espace un moyen ou un instrument 104 Dans la litteacuterature grecque classique et

postclassique lusage habituel du terme au pluriel renvoi agrave certains cultes secrets connus

sous le nom des religions mysteacuteriques ougrave le musthj qui tenait la bouche et mecircme les yeux

fermeacutes eacutetait plongeacute dans un certain silence105

Cest ainsi que la racine du verbe deacutesigne comme inexprimable le contenu de la

ceacuteleacutebration cultuelle inaccessible agrave la penseacutee discursive Linitieacute ne participe pas agrave

leacuteveacutenement sacreacute de maniegravere rationnelle et cognitive mais il est transporteacute agrave un niveau

plus profond de lexpeacuterience106

La traduction commune de musthrion par le mot secret rencontreacutee dans les

religions agrave mystegraveres et la philosophie ne couvre que partiellement la porteacutee seacutemantique

du terme et en appauvrit sa richesse theacuteologique Les auteurs du Nouveau Testament

lappliquent geacuteneacuteralement agrave une deacutesignation du mystegravere de Dieu qui a eacuteteacute cacheacute dans

lAncien Testament mais qui est reacuteveacuteleacute dans le Nouveau Testament107

Dans la litteacuterature neacuteotestamentaire la proximiteacute de musthrion avec des mots

comme avpokekrummenon rend le sens du mot secret tregraves peu probable car il est

pratiquement inutile de parler dun secret cacheacute Il est donc impossible de qualifier le mot

103 Nous aborderons larriegravere plan seacutemitique du mystegravere et son aperccedilu veacuteteacuterotestamentaire dans le troisiegraveme

chapitre de cette eacutetude Il en sera de mecircme pour leacutetude de la reacuteveacutelation et de la connaissance 104 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 182 105 CARAGOUNIS C The Ephesians Mysterion p 1 106 KRAumlMER H muthrion col 343 107 CARAGOUNIS C Op cit p 1

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secret par ladjectif cacheacute108 Sil est secret il est donc deacutejagrave cacheacute et donc reacuteserveacute agrave un

groupe deacutetermineacute Dans le mecircme sens il est eacutegalement inapproprieacute de parler dun secret

reacuteveacuteleacute agrave partir du moment ougrave ce secret est totalement dissous dans le processus de la

reacuteveacutelation alors que les auteurs du Nouveau Testament font allusion agrave un musthrion

cacheacutee puis reacuteveacuteleacute109 et non dun secret cacheacute

Si le musthj eacutetait tenu agrave garder silence sur un mystegravere reacuteserveacute agrave un groupe dinitieacutes

les auteurs du Nouveau Testament nous montrent que le musthrion de Dieu se reacutevegravele et

le beacuteneacuteficiaire de cette reacuteveacutelation est appeleacute agrave la faire connaicirctre aux autres Cest ainsi que

ce mystegravere de Dieu sexprime particuliegraverement en lien avec la reacuteveacutelation et de la

connaissance en Ep 3 55 Le vocabulaire lieacute au mystegravere (particuliegraverement le mystegravere

eacutepheacutesien) est donc un vocabulaire eacutegalement lieacute agrave la connaissance

Dans le Nouveau Testament le terme musthrion apparaicirct uniquement cinq fois au

pluriel (Mt 13 11 Lc 8 10 1Cor 4 1 13 2 14 2) En dehors des synoptiques ougrave le

terme est employeacute uniquement en Mc 4 11 et ses paralegravelle en Mt 13 11 et Lc 8 10

musthrion est aussi employeacute quatre fois dans le livre de lApocalypse Tous les autres

emplois du terme dans le Nouveau Testament se trouvent dans les lettres attribueacutees agrave Paul

comme le montre le tableau 12 (2 fois en Rom 6 fois en 1Cor 6 fois en Ep 4 fois en Col

1 fois en 2Th et 2 fois en 1Ti) Le vocabulaire du mystegravere est donc essentiellement un

vocabulaire paulinien

Dans les synoptiques le terme apparaicirct dans le contexte du discours parabolique

de Jeacutesus sur le Royaume de Dieudes Cieux qui se preacutesente comme un mystegravere qui est

donneacute de connaicirctre particuliegraverement aux disciples de Jeacutesus Alors que Marc en fait un

usage au singulier du terme Matthieu et Luc en font un usage au pluriel Dans les trois

Evangiles le Royaume de Dieu en tant que mystegravere est un don qui est fait aux disciples

Ce don sexprime par lusage du passif δέδοται (a eacuteteacute donneacute) du verbe δίδωμι

(donner) chez les trois eacutevangeacutelistes A la diffeacuterence du deuxiegraveme Evangile Matthieu et

Luc introduisent linfinitif aoriste γνῶναι du verbe γινώσκω (savoir connaicirctre) et les deux

verbes δίδωμι et γινώσκω deviennent importants dans ce contexte litteacuteraire de la

proclamation du mystegravere du Royaume de Dieu qui se rend preacutesent dans la vie du disciple

Dans la lettre aux Romains se trouvent deux reacutefeacuterences au mystegravere Rom 11 25

et 16 25 Le contexte de Rom 11 25 est marqueacute par les infideacuteliteacutes dIsrael Paul utilise le

108 Ibid p 2 109 Ibid

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terme musthrion pour deacutecrire la situation dIsrael comme peuple eacutelu dans leacuteconomie de

Dieu et lavegravenement de lEglise Si Israel est le peuple eacutelu pourquoi le salut doit-il

deacutesormais passer par lEglise110

Le musthrion se rapporte alors agrave la nature particuliegravere de leacuteconomie de Dieu par

lequel loffre du salut aux paiumlens implique en quelque sorte le rejet temporaire et partiel

de lEvangile par Israeumll111 Largumentation qui regroupe les chapitres 9 agrave 11 trouve son

sommet en Rm 11 25 ougrave lapocirctre fait allusion au mystegravere quil ne faut pas ignorer Je ne

veux pas fregraveres vous laisser ignorer ce mystegravere pour que vous ne vous complaisiez pas

en vous-mecircmes (cf Rom 11 25a) Ce mystegravere se reacutefegravere preacuteciseacutement agrave lendurcissement

dIsrael qui a preacutefeacutereacute la loi au Christ112 ouvrant ainsi a posteriori la porte agrave lentreacutee des

Nations dans le Corps de lEglise Une partie de Israeumll sest endurcie jusquagrave ce que soit

entreacutee la totaliteacute des paiumlens (cf Rm 11 25b)

Le contexte de Rom 16 25 qui fait eacutegalement allusion au musthrion est celui de

la doxologie113 finale de la lettre Le musthrion sexprime ici dans un language assez

proche du vocabulaire eacutepheacutesien dont lEvangile le Christ et la foi en sont les cateacutegories

essentielles Ce mystegravere qui eacutetait cacheacute depuis toujours est maintenant manifesteacute agrave toutes

les nations par lEvangile et la proclamation de Jeacutesus Christ pour que tous puissent y

acceacuteder par lobeacuteissance de la foi

Degraves lors le mystegravere qualifie la connaissance universelle qui permet agrave tous

dacceacuteder agrave la foi sans observer la loi car lEvangile est puissance de Dieu et nest pas

deacutependant de la loi en matiegravere de salut114 Le vocabulaire quimpose la reacuteveacutelation du

mystegravere divin dans ce contexte ouvre deacutejagrave la voie agrave une nouvelle compreacutehension du

dessein salvifique de Dieu Un vocabulaire essentiellement caracteacuteriseacute par les termes

εὐαγγέλιόν κήρυγμα ἀποκάλυψιν μυστηρίου χρόνοις αἰωνίοις σεσιγημένου ἔθνη

γνωρισθέντος ὑπακοὴν πίστεως φανερωθέντος νῦν γραφῶν προφητικῶν σοφῷ

A celui qui peut vous affermir selon mon Evangile et la proclamation de Jeacutesus Christ selon

la reacuteveacutelation du mystegravere maintenu cacheacute depuis les siegravecles eacuteternels mais maintenant

manifesteacute et par les eacutecritures des prophegravetes selon la loi du Dieu eacuteternel a eacuteteacute donneacute de

connaicirctre agrave toutes les nations pour quils parviennent par lobeacuteissance de la foi agrave lunique

110 REYNIER C Evangile et mystegravere p 212 111 CARAGOUNIS C The Ephesians Mysterion p 28 112 REYNIER C Evangile et mystegravere p 213 113 Cette doxologie est totalement omise dans certains manuscrits (F G 629 Hiermss) alors que dautres (y 0209vid

Ucirc mvid syh Orlat mss) la placent agrave la fin du chapitre 14 et dautres encore (icirc46) la placent agrave la fin du

chapitre 15 Toutefois cette position situeacutee agrave la fin du livre est soutenue par la plupart de manuscrits (icirc46

yen B C D 81 365 630 1739 2464 al ar b vg syp co) 114 REYNIER C Op cit p 214

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Dieu sage agrave Lui soit la gloire par Jeacutesus Christ pour les siegravecles des siegravecles Amen (Rom

16 25-27)

La premiegravere lettre de saint Paul aux Corinthiens contient six allusions au terme

mystegravere dont trois au singulier et trois au pluriel Apregraves lhabituelle salutation douverture

(1Cor 1 1-3) et une bregraveve priegravere daction de gracircce (1Cor 1 4-9) lapocirctre poursuit

immeacutediatement par les scandales et dissensions internes qui minent et ruinent la

communauteacute chreacutetienne de Corinthe (1Cor 1 10-16)

Cest alors que lapocirctre oppose agrave la sagesse115 du monde celle de Dieu manifesteacutee

dans le langage de la croix du Christ qui est folie pour ceux qui se perdent mais puissance

de Dieu pour ceux qui se sauvent (1Cor 1 17-18) La foi chreacutetienne est donc fondeacutee sur

le langage de la croix et non sur la sagesse et la rheacutetorique greacuteco-romaine Cest au cœur

de cette poleacutemique que lapocirctre fait allusion au musthrion116 de Dieu qui a eacuteteacute au preacutealable

annonceacute lors de son ministegravere apostolique aupregraves de la communauteacute de Corinthe avec

pour seul souci de ne connaicirctre que le Christ crucifieacute

Comme eacutetant le musthrion tou qeou qui ne peut ecirctre reacuteveacuteleacute que par Dieu lui-

mecircme lhistoire de la crucifixion du Christ deacutepasse degraves lors la sagesse humaine et se

comprend comme un eacuteveacutenement preacutepareacute et reacutealiseacute dans la sphegravere de Dieu117

Cest dans cette logique divine de la croix que se comprend le musthrion en 1Cor

2 7 en tant que sagesse de Dieu qui est demeureacutee cacheacutee en mystegravere et que Dieu lui-

mecircme a preacutedestineacute avant les siegravecles pour notre gloire Si lapocirctre a pointeacute du doigt degraves le

deacutebut de la lettre lune des causes de la division au sein de la communauteacute sur la question

du leadership il revient au chapitre 3 pour deacutefinir le rocircle de chaque ouvrier dans le champ

du Seigneur

Apregraves lusage des meacutetaphores agricole et architecturale lapocirctre en arrive en 1Cor

4 1 agrave la meacutetaphore de servir lEglise comme serviteurs du Christ et intendants des

mystegraveres de Dieu118 En 1Cor 4 1 le terme ὑπηρέτας utiliseacute pour qualifier les serviteurs

du Christ napparaicirct quune seule fois dans la litteacuterature paulinienne Ce terme est

115 Le contexte est largement domineacute par lemploi du terme σοφία qui apparaicirct 16 fois dans les trois premiers

chapitres sur un total de 17 occurences dans la lettre et celui de σοφός qui apparaicirct 10 fois dans les trois

premiers chapitres sur un total de 11 occurences dans la lettre 116 Nous nentrons pas dans le deacutebat si le terme original utiliseacute a eacuteteacute musthrion ou martirion Nous relevons

que le terme musthrion est substitueacute par martirion dans certains manuscrits (yen2 B D F G 33 1739 1881)

Toutefois le terme musthrion est fortement soutenu En effet GLADD B Revealing the Mysterion p

123 preacutesente une liste exhaustive des auteurs qui considegraverent musthrion comme lecture originale et ceux

qui par contre considegraverent martirion comme originale 117 BORNKAMM G musthrion col 694 118 GLADD B Revealing the Mysterion p 166

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couramment employeacute dans les synoptiques et les Actes des Apocirctres pour deacutesigner un

individu qui rend pratiquement un service servile 119 Dans lannonce de lEvangile

lapocirctre est donc purement et simplement un ὑπηρέτας du Christ et un οἰκονόμος des

mystegraveres120 dont Dieu en est lauteur principal

Les deux autres emplois de μυστήριον121 au pluriel apparaissent en 1Cor 13 2 et

1Cor 14 2 dans le contexte des charismes dans lEglise Le mystegravere sexprime par rapport

agrave la connaissance la science la foi et la chariteacute limportance des dons reccedilus se comprend

en fonction du ἀγάπη Sans lamour le don devient steacuterile et ne parvient pas agrave leacutedification

de lEglise122

Le savoir de tous les mystegraveres de toute la connaissance et de toute la foi est vain

si le prophegravete na pas la chariteacute le contexte est celui de la deacutefinition du statut du prophegravete

pour aider la communauteacute agrave mieux comprendre le charisme de la propheacutetie et de la

glossolalie123 Alors que la connaissance de tous les mystegraveres en 1Cor 13 2 se reacutefegravere aux

dons spirituels de la propheacutetie en 1Cor 14 2 les μυστήρια sont les mystegraveres de Dieu qui

sexpriment de maniegravere incompreacutehensible pour lhomme dans la glossolalie extatique124

Cest dans un contexte vital125 marqueacute par la poleacutemique sur la reacutesurrection des

morts quon retrouve le dernier emploi de μυστήριον dans la lettre employeacute dans ce cas

par rapport au thegraveme de la vie et de la mort pour parler de la transformation des chreacutetiens

au moment de la parousie126 Sagit-il dune transformation des chreacutetiens encore vivants

sans passer par lexpeacuterience de la mort ou sagit-il dune transformation qui aura lieu agrave la

fin des temps127

Quel que soit la situation le μυστήριον se situe ici dans la perspective du retour

du Christ et sexprime par rapport agrave la mort avec le verbe κοιμάω (dormir) et agrave la

119 Ibid p 167 120 Pour lusage au pluriel de μυστήριον qui nest pas assez freacutequent chez Paul GLADD B Revealing the Mysterion p 169 affirme que le pluriel nest pas deacutefinit dans le contexte immeacutediat de 1Cor 4 1-5 mais en

1Cor 13 2 et 1Cor 14 2 semble indiquer lusage geacuteneacuteral du terme et laisse probablement entendre les

diverses reacuteveacutelations eschatologiques 121 Nous nentrerons pas dans le deacutebat des difficulteacutes que preacutesente lemploi du terme dans ce contexte Cf

BROWN R The Semitic Background of the Term Mystery in the New Testament p 47 BOCKMUEHL

M Revelation and Mystery in Ancien Judaism and Pauline Christianity p 168 122 GLADD B Revealing the Mysterion p 192 123 REYNIER C Evangile et mystegravere p 207 124 KRAumlMER H muthrion col 348 125 Le Sitz im Leben de 1Cor 15 est marqueacute par la preacutesence de certains courants qui nient la resurrection des

morts Cf WILSON J H The Corinthians Who Say There is No Resurrection of the Dead p 90 et seq

HOLLEMAN J Resurrection and Parousia p 35 et seq TUCKETT C M The Corinthians Who Say

There is No Resurrection of the Dead (1 Cor 15 12) p 251 et seq 126 KRAumlMER H Op cit col 348 127 Cf GLADD B Revealing the Mysterion p 250

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transformation avec le verbe ἀλλάσσω (transformer) des chreacutetiens La mort et la

transformation des chreacutetiens au retour du Christ constituent ici un aspect important du

mystegravere Cest dans ce sens que ceux qui seront encore vivants au retour du Christ auront

aussi agrave subir une transformation corporelle radicale pour avoir part agrave lincorruptibiliteacute128

Dans le contexte de 2Th 2 7 Paul envisage une activiteacute clandestine du μυστήριον

ἀνομίας preacutesente dans le monde avant mecircme sa manifestation eschatologique dans

lanteacutechrist Une notion qui semble contredire agrave premiegravere vue la conception du

μυστήριον paulinien qui nest pas totalement manifesteacute jusquagrave sa pleine reacuteveacutelation en

Christ129

Le contenu du μυστήριον dans ce passage est bien difficile agrave cerner130 Il est agrave

noter que le μυστήριον est sujet direct de ἐνεργεῖται du verbe ἐνεργέω employeacute quatre

fois dans la lettre aux Epheacutesiens dont trois usages en lien avec lœuvre de Dieu (cf Ep 1

1120 3 20) et un usage en lien avec les puissances opposeacutees agrave la reacutealisation du plan

divin (Ep 2 2) Toutefois le focus du μυστήριον ἀνομίας renvoi agrave la personne et agrave lœuvre

du ἄνομος qui opegravere de maniegravere dissimuleacutee dans le monde mais ce mystegravere sera reacutesolu

lorsquagrave la parousie limpie sera totalement deacutepouilleacute et son image reacuteelle deviendra

eacutevidente pour tous131

Dans la premiegravere lettre agrave Timotheacutee lusage des termes πίστις (19 fois ) πιστός (11

fois) et πιστεύω (3 fois) deacutenote limportance capitale de la foi dans la dynamique de la

lettre Lapocirctre se preacuteoccupe davantage agrave une domestication de la foi 132 et de

lexpeacuterience chreacutetienne Cest alors par rapport agrave la foi que lauteur fait allusion au mystegravere

selon lunique expression neacuteotestamentaire μυστήριον τῆς πίστεως

Le mystegravere ne sexprime pas ici en fonction de la reacuteveacutelation ou du projet divin

deacuteployeacute agrave travers des geacuteneacuterations ni du Christ qui en a eacuteteacute bien souvent son contenu

direct mais du mystegravere de la foi Toutefois le contenu du mystegravere en 3 9 est eacuteclaireacute par

τῆς εὐσεβείας μυστήριον en 3 16 et ne peut ecirctre compris seacutepareacutement Le grand mystegravere

de la pieacuteteacute a eacuteteacute manifesteacute dans la chair justifieacute dans lEsprit vu par les anges proclameacute

parmi les nations et cru dans le monde (cf 1 Tim 3 16)

128 REYNIER C Evangile et mystegravere p 212 129 BOCKMUEHL M Revelation and Mystery p 197 130 Le milieu religieux de Tessalonique eacutetait de plusieurs groupes religieux dans lesquels le terme eacutetait

freacutequemment utiliseacute Cf CALDEROacuteN C Los cultos de miacutestenos y su influencia en el cristianismo p

51 et seq 131 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 27 132 GOURGUES M La premiegravere lettre agrave Timotheacutee teacutemoin dune laquodomesticationraquo et dune adaptation de

la foi et de lexpeacuterience eccleacutesiale p 5 passim

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La lettre aux Colossiens contient quatre reacutefeacuterences au μυστήριον comme il est

indiqueacute dans le tableau 1 Ce mystegravere renvoi agrave leacuteveacutenement de la Parole de Dieu le

mystegravere cacheacute depuis les siegravecles (1 26) mystegravere du Christ chez les croyants dont lapocirctre

doit annoncer (1 27 4 3) Cest le mystegravere de Dieu dans lequel se trouvent tous les treacutesors

de la sagesse et da la connaissance (2 2-3)

En effet la premiegravere partie de la lettre aux Colossiens133 (cf Col 1 9-2 23) est

caracteacuteriseacutee par un enseignement doctrinal dont largumentation se deacuteveloppe en deux

sections La premiegravere aborde la question du salut messianique dans une dimension

cosmique (Col 1 9-23) La deuxiegraveme deacutecrit le ministegravere de Paul le serviteur de la Parole

de Dieu dans lannonce du Christ pour qui lapocirctre endure les souffrances en faveur des

Nations (Col 1 24-2 3)

Cest dans cette deuxiegraveme section de la premiegravere partie du livre que se trouvent les

trois premiegraveres allusions au μυστήριον Preacuteceacutedeacutee agrave la fin de la premiegravere section par une

poleacutemique contre les fausses doctrines (Col 24-2 23) la partie exhortative du livre (Col

3 1-4 1) ne fait aucune reacutefeacuterence explicite au μυστήριον La derniegravere allusion au

μυστήριον napparaicirct que dans la partie conclusive du livre (Col 4 2-18) se reacutefeacuterant au

μυστήριον τοῦ Χριστοῦ

A la diffeacuterence des autres textes neacuteotestamentaires le μυστήριον Colossien est

tregraves proche du μυστήριον eacutepheacutesien Sa manifestation deacutepend essentiellement de Dieu qui

en est lagent soteacuteriologique principal deacuteployant progressivement son projet de salut dans

lhistoire des hommes Si le mystegravere dans les synoptiques renvoi agrave lavegravenement du Regravegne

de Dieu dans le monde dans les lettres pauliennes son contenu christologique ἐν

Χριστῷ renvoi agrave un aspect essentiel de lannonce de lEvangile

Dans la lettre aux Colossiens le Christ est encore le contenu du mystegravere mais les

destinataires les Nations sont tellement lieacutes au Christ quils entrent aussi dans le

mystegravere134 que Dieu lui-mecircme en a fait connaicirctre la richesse aux paiumlens Lexpression

Χριστὸς ἐν ὑμῖν traduit clairement le contenu de ce mystegravere cest le Christ en vous et

non simplement le Christ parmi vous135

133 Cf SENEacuteN V G Colosenses y Efesios p 33 passim 134 REYNIER C Evangile et mystegravere p 215 135 Lexpression a eacuteteacute traduite par Christ parmi vous par certains commentateurs MOULE C The Epistles

of Paul the Apostle to the Colossians and to Philemon p 83 et seq LOHSE E A Commentary on the

Epistles to the Colossians and to Philemon p 73 sous linfluence du contexte vital marqueacute par les pratiques

asceacutetiques rigides rencontreacutees chez certains membres de la communauteacute de Colosse Toutefois lexpression

renvoi davantage agrave linhabitation du Christ en chaque croyant et agrave travers ce dernier dans la communauteacute

Voir agrave propos WRIGHT N T Poetry and Theology in Colossians 1 p 15-20 p 444 et seq

POKORNY P Colossians p 103

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Dans la perspective de la reacuteveacutelation progressive du μυστήριον laccent est mis agrave

la fois sur le Christ et sur le croyant136 Le Christ demeure deacutesormais dans le croyant et

en entrant dans ce mystegravere le croyant sunit profondeacutement au Christ dans une pleine

communion Cette dimension du μυστήριον eacutenonceacutee en Colossiens sera deacuteveloppeacutee dans

la lettre aux Epheacutesiens

Dans lApocalypse de saint Jean μυστήριον sexprime essentiellement dans un

contexte eschatologique La vision de lauteur renvoi agrave linauguration de

laccomplissement de lœuvre messianique du Fils de lHomme et le μυστήριον est celui

du Royaume eschatologique dont laccomplissement apparaicirct sous limage de lEacuteglise des

saints et des anges gardiens 137 Le μυστήριον est celui des sept eacutetoiles et des sept

candeacutelabres dor dont Jean a eacuteteacute le teacutemoinbeacuteneacuteficiaire au cours dune vision Toutefois

ce mystegravere de Dieu en Ap 10 7 sera consommeacute dans les jours de la voix du septiegraveme

ange quand celui-ci sonnera de la trompette

En Ap 17 57 le μυστήριον sexprime dans un vocabulaire apocalyptique qui

soppose agrave laction soteacuteriologique divine Il sagit du mystegravere de la Babylone la grande la

megravere des prostitueacutee et des abominations de la terre Le pouvoir satanique occulte opposeacute

agrave la reacutealisation du plan divin est enfin reacuteveacuteleacute Ce pouvoir implique un μυστήριον qui est

en activiteacute dans le monde mais ce μυστήριον montre en mecircme temps que sa fin est

eacuteminente138

Dans le Nouveau Testament en geacuteneacuteral μυστήριον qui apparaicirct 28 fois ne

preacutesente en aucun cas un aperccedilu des rapports avec les religions agrave mystegraveres Dans les

textes eucharistiques ougrave ces rapports pourraient ecirctre signaleacutes le terme napparaicirct pas et

dans les contextes ougrave apparaicirct le terme ces rapports font deacutefaut139 Ce constat fait valoir

le fait quun mot est revecirctu dun ensemble de signifieacutes qui va tregraves souvent au de-lagrave dune

approximation eacutetymologique pour prendre en compte les diffeacuterents contextes Cest agrave

partir de chaque contexte quil faut saisir le sens et la fonction dynamique du mot et toute

la nouveauteacute quil impose

136 MITTON C The Epistle to the Ephesians p 88 accentue la dimension du Christ et sa demeure et

minimize linclusion des Gentiles 137 BEALE G K The use of Daniel in Jewish Apocalyptic Literature and in the Revelation of St John p

169 138 BORNKAMM G μυστήριον col 705 139 Ibid col 706

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243 Approche neacuteotestamentaire de la Connaissance

La connaissance est un aspect important du mystegravere divin qui est progressivement

reacuteveacuteleacute dans la lettre aux Epheacutesiens et particuliegraverement en Ep 3 1-13 Ce mystegravere est

dabord connu de Paul (cf Ep 3 3) ensuite des apocirctres et prophegravetes (cf Ep 3 5) et

finalement connu des puissances et principauteacutes dans les cieux par lEglise (cf Ep 3 10)

Cette connaissance est exprimeacutee dans la lettre au Epheacutesiens de maniegravere particuliegravere par

le verbe gnwrizw140

Dans le Nouveau Testament ce verbe sexprime de maniegravere freacutequente dans le sens

fondamental de faire connaicirctre manifester publiquement ou encore communiquer

solennellement mais aussi savoir et reacuteveacuteler141 par Dieu leacuteconomie du salut en Jeacutesus

Christ Cette perspective religieuse de gnwrizw dans le sens de proclamer leacuteveacutenement

du salut dans le Christ deacutetermine lemploi du verbe principalement en Jean Colossiens et

Epheacutesiens142

Le verbe gnwrizw apparaicirct 25 fois dans le Nouveau Testament Les tableaux ci-

dessous nous preacutesentent la variation du verbe et ses diffeacuterentes formes dans les eacutecrits du

Nouveau Testament

Tabeaux 14 Gnwrizw dans les Evangiles et les Actes

Gnwrizw Lc 2 15

ἐγνώρισεν 2 17 ἐγνώρισαν

Jn 15 15

ἐγνώρισα

17 26

ἐγνώρισα

17 26

γνωρίσω

Ac 2 28 ἐγνώρισάς

140 Ce verbe apparaicirct six fois dans la lettre aux Epheacutesiens 19 3 3510 6 1921 141 KNOCH O Γνωρίζω col 772 142 Ibid

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Tabeaux 15 Gnwrizw dans les lettres de Paul

Gnwrizw Rom 9 22

γνωρίσαι 9 23 γνωρίσῃ

16 26 γνωρισθέντος

1Cor 12 3 γνωρίζω

15 1 Γνωρίζω

2Cor 8 1 Γνωρίζομεν

Gal 1 11 Γνωρίζω

Phil 1 22 γνωρίζω

4 6 γνωριζέσθω

Col 1 27 γνωρίσαι

4 7 γνωρίσει

4 9 γνωρίσουσιν

Tabeaux 16 Gnwrizw dans la lettre aux Epheacutesiens et la deuxiegraveme lettre de Pierre

Gnwrizw

Ep 1 19

γνωρίσας

3 3

ἐγνωρίσθη

3 5

ἐγνωρίσθη

3 10

γνωρισθῇ

6 19

γνωρίσαι

6 21

γνωρίσει

2Pe 1 16

ἐγνωρίσαμεν

Dans les Evangiles le terme se retrouve respectivement 2 et 3 fois en Luc et Jean

et pratiquement absent chez Matthieu et Marc Dans le troisiegraveme Evangile le contexte est

celui de la naissance de Jeacutesus et la visite des bergers En effet apregraves lannonce de lange

les bergers deacutecidegraverent aller agrave Bethleacuteem pour voir (ὁράω) ce qui eacutetait arriveacute et que le

Seigneur leur avait fait connaicirctre ἐγνώρισεν (cf Lc 2 15) par lintermeacutediaire de ses anges

Apregraves avoir vu ἰδόντες les bergers agrave leur tour firent connaicirctre ἐγνώρισαν143 ce qui leur

avait eacuteteacute annonceacutee (cf Lc 2 17)

Dans le premier cas Dieu apparaicirct comme le sujet du verbe alors que dans le

deuxiegraveme cas les bergers sont sujet du verbe gnwrizw sexprime de maniegravere particuliegravere

en lien avec ὁράω ceux qui font connaicirctre sont ceux qui ont vu

Dans le quatriegraveme Evangile le contexte est celui du mystegravere pascal de Jeacutesus Dans

son discours sur la vigne veacuteritable Jeacutesus invite ses disciples agrave demeurer en Lui comme le

sarment sur la vigne pour porter des fruits en abondance Demeurer uni agrave Jeacutesus cest aussi

demeurer dans son amour en suivant le chemin de lobservance des commandements

143 ἐγνώρισαν a eacuteteacute substitueacute dans certains manuscrits (A Q y f113 33 Ucirc) par dieγνwρισαν Toutefois

ἐγνώρισαν est qualitativement soutenu par un bon nombre de manuscrits (yen B D L W X 565 579 1241)

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Cest agrave cette condition que les disciples connaicirctront (cf Jn 15 15) les biens messianiques

apporteacutes par le Christ144 Si le serviteur ne sait pas (οἶδεν) ce que fait son seigneur Jeacutesus

est celui qui fait connaitre (ἐγνώρισα) agrave ses amis tout ce quil a entendu (ἤκουσα) de son

Pegravere

Tout comme il a fait connaicirctre agrave ses disciples ce quil a entendu du Pegravere en Jn 15

15 Jeacutesus a eacutegalement fait connaicirctre son Pegravere agrave ses disciples pour quils puissent entrer

dans cette communion damour entre le Pegravere et le Fils (cf Jn 17 26) Le but de la

connaissance dont Jeacutesus est le sujet et Dieu lobjet est damener les disciples agrave une vie

damour dans la communion avec les personnes divines pour porter les fruits neacutecessaires

Si lamour est une composante essentielle de la connaissance leacutecoute en est eacutegalement

une car celui qui fait connaicirctre est celui qui a dabord eacutecouteacute

Dans les Actes des Apocirctres le terme gnwrizw145 apparaicirct une seule fois en 2 28

dans une citation du Ps 15 8-11 Le contexte est celui du discours de Pierre apregraves que les

Apocirctres aient reccedilus la gracircce de lEsprit Saint le jour de la Pentecocircte146 La connaissance

sexprime ici agrave laide des composantes essentielles de la joie dans le Seigneur et les

chemins de vie qui en est son objet Dans la deuxiegraveme lettre de Pierre le contexte est

troubleacute par les speacuteculations sophistes sur la parousie Pierre reacuteaffirme le message des

apocirctres sur la puissance et lavegravenement du Christ quils ont fait connaicirctre Cette annonce

est fondeacutee sur le teacutemoignage oculaire des apocirctres et non pas sur les fables et speacuteculations

sophistes (cf 2P 1 16)

Les deux emplois du verbe gnwrizw dans la premiegravere lettre aux Corinthiens ont

pour sujet lapocirctre En 1Cor 12 3 il reacuteaffirme lœuvre de lEsprit dans le contexte de

lexercice des charismes dans la communauteacute chreacutetienne En 1Cor 15 1 il utilise le mecircme

verbe pour reacuteaffirmer limportance de la foi en lEvangile qui a eacuteteacute annonceacute dans un

contexte ougrave la reacutesurrection des morts est mise en question par certains courants Cest dans

le mecircme sens quest reacuteaffirmeacutee agrave laide du pronom personnel nous limportance de la

gracircce de Dieu accordeacutee aux Eglises de Maceacutedoine en 2Cor 8 1 dans le contexte de la

collecte organiseacutee en faveur des fidegraveles du Christ

144 ZEVENI G Commentaire spirituel de lEvangile de Jean v 2 p 112 145 Nous ne prenons pas en consideacuteration ici le verbe ἀναγνωρίζομαι qui apparaicirct une seule fois dans le

Nouveau Testament en Ac 7 13 avec le sens de se faire connaicirctre soi-mecircme Ce verbe a eacuteteacute substitueacute par

gnwrizw dans les manuscrits suivants A B p vg 146 Ac 2 28 reprend exactemente le mecircme vocabulaire du Ps 15 11 dans le texte de la LXX ἐγνώρισάς μοι

ὁδοὺς ζωῆς

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En Gal 1 11 le sujet du verbe gnwrizw est encore lapocirctre qui reacuteaffirme la valeur

de lEvangile qui nest pas une invention des hommes mais la reacuteveacutelation mecircme du Christ

Le geacutenitif objectif ἀποκαλύψεως Ἰησοῦ Χριστοῦ montre que ce nest pas seulement

lEvangile comme message qui a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave lapocirctre mais Jeacutesus lui-mecircme Le contexte

de Phil 1 22 ougrave Paul est encore le sujet du verbe est marqueacute par le dilemme dont lapocirctre

ne sait quoi choisir mourir pour ecirctre deacutefinitivement avec le Christ ou vivre pour

lannonce de lEvangile en faveur des autres

En effet si vivre cest le Christ et mourir est un gain (cf Phil 1 21) il ne revient

donc pas agrave lapocirctre de prendre cette deacutecision Pour cela Paul se trouve dans lembarras et

ne sait pas ce quil faut faire Cest alors dans les recommandations finales de la lettre (cf

Phil 4 6) que lapocirctre invite la communauteacute chreacutetienne agrave vivre dans laction de gracircce

loraison et la priegravere et que leurs demandes soient toujours connues et preacutesenteacutees agrave Dieu

Si la communauteacute doit preacutesenter ses priegraveres pour les faire connaicirctre par Dieu cela marque

le caractegravere distinctif de la priegravere qui eacutetait dans les communauteacutes chreacutetiennes de

leacutepoque147

En Rom 9 2223 Dieu est le sujet du verbe gnwrizw La connaissance est celle

de la puissance de Dieu et la richesse de sa gloire dans lhistoire du peuple dIsrael teacutemoin

infidegravele des promesses de Dieu En Rom 16 26 la connaissance sexprime en fonction de

la reacuteveacutelation du mystegravere de Dieu cacheacute depuis toujours mais aujourdhui manifesteacute selon

le projet de Dieu

Le contexte de Rm 16 25-26 est bien proche de celui de Col 1 26-27 et Ep 3 1-

13 ou apparaissent tous les termes de notre trilogie pour exprimer laction salvifique de

Dieu Cest uniquement dans ces trois contextes que ces trois termes apparaissent

ensemble dans les eacutecrits du Nouveau Testament Lattention y sera porteacutee de maniegravere

particuliegravere dans linterpreacutetation theacuteologique des dynamismes soteacuteriologiques

Toutefois il en ressort que dans le contexte des eacutecrits du Nouveau Testament la

connaissance agrave laquelle renvoi le verbe gnwrizw nest pas une simple connaissance Cest

une connaissance en lien avec la reacuteveacutelation de Dieu qui saccomplit en Jeacutesus Christ148

Cest ainsi que Dieu se reacutevegravele en se faisant connaicirctre

En plus du verbe gnwrizw sont aussi employeacutes dans le contexte geacuteneacuteral du

Nouveau Testament les verbes γινώσκω et oi=da dont lemploi en est abondant En effet

147 KNOCH O Γνωρίζω col 773 148 Ibid col 772

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73

le verbe γινώσκω qui signifie savoir connaicirctre149 employeacute 222 fois dans les eacutecrits

neacuteotestamentaires se retrouve uniquement 3 fois dans la lettre aux Epheacutesiens (cf 3 19

5 5 6 22) Ce verbe indique geacuteneacuteralement la perception intellectuelle dun objet ou dun

rapport objectif150

Malgreacute les difficulteacutes deacutetablir parfois une limite entre son usage profane et

religieux le verbe γινώσκω preacutesente une varieacuteteacute de significations qui vont de lexpeacuterience

agrave partir des sens agrave une expeacuterience de la foi ce qui rend les limites entre son usage profane

et religieux assez fluides151 Dans la Gregravece antique le verbe γινώσκω signifiait arriver agrave

connaicirctre et nindiquait pas directement la connaissance comme telle mais plutocirct la

deacutemarche de lesprit et le progregraves de la penseacutee qui font aboutir agrave la connaissance152 Dans

ce sens cette deacutemarche peut ecirctre une observation un renseignement reccedilu une expeacuterience

ou un raisonnement153

Cest dans ce sens que dans les trois seuls versets ougrave apparaicirct γινώσκω dans la

lettre aux Epheacutesiens lemphase de la connaissance est du cocircteacute de lecirctre humain agrave partir de

son expeacuterience et son effort Connaicirctre serait donc ici une deacutecouverte inteacuterieure

existentielle une expeacuterience qui se comprend dans le sens existentiel et non

psychologique154 Cest une expeacuterience qui doit placer le chreacutetien en marche ou dans un

processus pour arriver agrave connaicirctre (γινώσκein) lamour du Christ qui surpasse toute

connaissance (γνῶσις) pour ecirctre combleacutes de la pleacutenitude de Dieu (cf Ep 3 19)

Le verbe oi=da employeacute 318 fois par les auteurs du Nouveau Testament se retrouve

uniquement 5 fois sous la plume de lauteur de la lettre aux Epheacutesiens (cf 1 18 5 5 6

8921) Ce verbe est geacuteneacuteralement employeacute dans le sens davoir perccedilu avoir vu

savoir connaicirctre mais aussi indiffeacuteremment dans certains cas comme synonyme de

γινώσκω155 Par sa racine (io=) aussi bien que par son usage seacutemantique le verbe oi=da reste

lieacute au verbe voir et comme en eacutetant un parfait il sert de parfait agrave γινώσκω et deacutesigne

la connaissance en tant que acquise avec une note marqueacutee de certitude absolue ou la

connaissance comme saisie immeacutediate intuitive156

149 SCHMITHALS W γινώσκω col 746 150 BULTMANN R γινώσκω col 461 151 SCHMITHALS W Op cit col 748 152 LA POTTERIE I oi=da et γινώσκω les deux modes de la connaissance dans le quatriegraveme Evangile

p 710 153 Ibid p 710 154 SCHLIER H La Carta a los Efesios p 225 155 SEESEMANN H oi=da col 329 156 LA POTTERIE I Op cit p 710 et seq

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Dans le Nouveau Testament lusage de oi=da noffre pas beaucoup de

particulariteacutes il apparaicirct presque toujours dans le sens de savoir et prend rarement le

sens du verbe connaicirctre157 Cest aussi le cas de son emploi dans la lettre aux Epheacutesiens

Toutefois le contenu de cette connaissance est particuliegraverement remarquable en 1 18

cest la connaissance de lespeacuterance de lappel divin de la richesse de la gloire de son

heacuteritage dans les saints et lextraordinaire grandeur de son pouvoir en nous

De mecircme le substantif γνῶσις qui apparaicirct 29 fois dans les eacutecrits du Nouveau

Testament napparaicirct quune seule fois dans la lettre aux Epheacutesiens en Ep 3 19

Appartenant au mecircme groupe le substantif ἐπίγνωσις apparaicirct en Ep 1 17 et 4 13 γνῶσις

et ἐπίγνωσις sont geacuteneacuteralement employeacutes indistinctement dans le mecircme sens pour

deacutesigner la connaissance158 Toutefois ἐπίγνωσις sexprime en Epheacutesiens en fonction de

la sagesse et de la reacuteveacutelation qui donnent accegraves agrave la connaissance de Dieu (1 17) pour

parvenir agrave luniteacute dans la foi (cf Ep 4 13)

Aucun de ces termes ne se retrouve dans la peacutericope de Ep 3 1-13 Par contre le

verbe gnwrizw employeacute seulement 25 fois dans le Nouveau Testament se retrouve 6 fois

dans la lettre aux Epheacutesiens et donc 3 fois dans notre peacutericope159 En preacutesentant le plus

grand nombre demploi dans la lettre aux Epheacutesiens par rapport aux autres eacutecrits

neacuteotestamentaires gnwrizw devient un verbe essentiellement eacutepheacutesien Ces indices

litteacuteraires nous montrent limportance et le privilegravege accordeacute au terme gnwrizw dans la

dynamique de la lettre et sa concentration en Ep 3 1-13

En effet la connaissance du μυστήριον divin ne se reacuteduit pas agrave une γνῶσις

speacuteculative et intellectuelle cest une reacutealiteacute qui deacutepasse infiniment le croyant et

lintroduit dans une relation profonde avec Dieu qui se fait connaicirctre agrave lui en reacuteveacutelant son

mystegravere Cest ainsi que la vie chreacutetienne si elle nexiste pas sans lamour elle nexiste

pas non plus sans progregraves dans la connaissance car la croissance dans la connaissance du

mystegravere est deacutecisive pour la vie eccleacutesiale160

157 SEESEMANN H oi=da col 331 158 SCHMITHALS W γινώσκω col 747 159 Le verbe ἀναγινώσκω qui apparaicirct 32 fois dans le NT apparaicirct une seule fois dans la lettre aux Epheacutesiens

en 3 4 Dans le grec classique ce verbe a le sens de lire ou lire agrave haute voix publiquement Dans le

Nouveau Testament il renvoi pratiquement agrave la lecture des autres eacutecrits soit du Nouveau Testament soit de

lAncien Testament Cf TUGGY A E Lexico Griego-espantildeol del Nuevo Testamento p 64 160 ALETTI J-N Saint Paul Eacutepicirctre aux Eacutepheacutesiens p 91 et seq

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244 Reacutesumeacute de lapproche neacuteotestamentaire de la reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

Lapproche seacutemantique neacuteotestamentaire reacutealiseacutee dans ce chapitre nous permet de

reconnaicirctre que les termes de la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance sont tregraves peu

employeacutes par les auteurs du Nouveau Testament Les trois termes avpokaluptw

avpokaluyij musthrion et gnwrizw appartiennent essentiellement au vocabulaire

paulinien Le terme gnwrizw quant agrave lui est un terme essentiellement eacutepheacutesien

Les occurrences des trois termes dans les diffeacuterents contextes litteacuteraires du

Nouveau Testament sont assez diversifieacutees Ils napparaissent ensemble quen Rom 16

25-26 et Col 1 26-27 Toutefois leur apparition est de plus grande relevance en Ep 3 1-

13 ougrave ils apparaissent comme champs seacutemantiques essentiels pour exprimer les

dynamismes soteacuteriologiques preacutesents dans cette peacutericope

25 Hermeacuteneutique theacuteologique des dynamismes soteacuteriologiques en Ep 3 1-13

251 Dynamique de la reacuteveacutelation du mystegravere de Ep 1 3-14 agrave Ep 3 1-13

Le μυστήριον est sans aucun doute un des principaux thegravemes de la lettre aux

Epheacutesiens161 Dans la dynamique de la lettre il est annonceacute en 1 9 comme eacutetant le

μυστήριον τοῦ θελήματος αὐτοῦ Cette premiegravere annonce du mystegravere se fait deacutejagrave en lien

avec la connaissance γνωρίσας ἡμῖν τὸ μυστήριον Lhymne de la lettre aux Epheacutesiens

appeleacutee aussi eulogie ou beacuteneacutediction162 atteint ici son paroxysme et ne culmine non pas

161 Cf HUGEDE N Commentaire de lrsquoEpicirctre aux Epheacutesiens p 102 considegravere eacutegalement lexposeacute du

mystegravere comme eacutetant le corps central de toute lEpicirctre aux Colossiens ALETTI J-N Saint Paul Eacutepicirctre aux

Eacutepheacutesiens p 12 162 Pour les caracteacuteristiques de la Beacuteneacutediction ou Eulogie dans lAncien et le Nouveau Testament Cf

SCHLIER H Carta a los Efesios p 49 passim LINCOLN T A Ephesians p 10 passim CAMBIER J

La Beacuteneacutediction de Epheacutesien 1 3-14 p 58 passim LYONNET S La Beacuteneacutediction de Epheacutesien 1 3-14

et son arriegravere-plan judaique p 341 passim

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sur le statut des croyants mais sur le fait de connaicirctre comme si la connaissance devrait

preacutevaloir163 Degraves le deacutebut de la lettre la connaissance prend deacutejagrave une place importante

dans la reacuteveacutelation du mystegravere de la volonteacute divine

Ce mystegravere est celui que Dieu sest proposeacute de reacutealiser degraves avant la fondation du

monde Le mystegravere de leacutelection de la filiation et de ladoption divine (cf Ep 1 4-5) Cest

ce mystegravere de sa volonteacute que Dieu a voulu reacutealiser agrave la pleacutenitude des temps reacutecapitulant

toute chose dans le Christ (cf Ep 1 9-10) Il veut le faire connaicirctre parce que cest le

mystegravere de sa volonteacute Ce nest donc pas un mystegravere reacuteserveacute exclusivement agrave un groupe

dinitieacutes164 mais un mystegravere qui se donne de connaicirctre agrave tous les croyants

Par sa nature decirctre mystegravere il ne se deacutevoile pas dun coup dans la dynamique de

la lettre Cest alors dans une logique progressive quil faut le deacutecouvrir tant quil se laisse

connaicirctre Si Dieu a fait connaicirctre le mystegravere de sa volonteacute en Ep 1 9 cette reacuteveacutelation

doit renvoyer neacutecessairement agrave un moment de lhistoire que le contexte de la beacuteneacutediction

ne preacutecise pas Quel est ce mystegravere de la volonteacute divine Comment Dieu la-t-il fait

connaicirctre et agrave quelle moment preacutecis Ces questionnements autour de la premiegravere annonce

du mystegravere trouveront leurs reacuteponses seulement dans les versets que constitue luniteacute

textuelle de Ep 3 1-13

Toutefois si Dieu est le sujet et lagent soteacuteriologique de la manifestation et de la

connaissance du mystegravere les beacuteneacuteficiaires de cette reacuteveacutelation sont preacuteciseacutement les Juifs

et les Nations Ils sont indiqueacutes respectivement en Ep 1 11-12 par le projet du salut de

Dieu advenu dans lhistoire des Juifs et en Ep 1 13 par lavegravenement du salut divin dans

lhistoire des Nations Si les Juifs et les Nations sont beacuteneacuteficiaires de ce dynamisme

soteacuteriologique il en ressort dembleacutee que le mystegravere que Dieu fait connaicirctre est celui de

la reacuteunion des Juifs et des Nations dans le Christ Le dynamisme salvifique de la

connaissance du mystegravere de la volonteacute divine deacutebouche degraves lors sur la reacuteunion et

linteacutegration des uns et des autres dans le Christ

En Ep 1 17-18 lauteur renforce ce dynamisme de la reacuteveacutelation et de la

connaissance du mystegravere dans un vocabulaire caracteacuteristique de la connaissance πνεῦμα

σοφίας καὶ ἀποκαλύψεως ἐν ἐπιγνώσει αὐτου (un esprit de sagesse et de reacuteveacutelation dans

la connaissance profonde de Lui) Cette connaissance acquise dans un esprit de sagesse

et de reacuteveacutelation a pour objet lespeacuterance de lappel divin la richesse de la gloire de sa

163 ALETTI J-N Saint Paul Eacutepicirctre aux Eacutepheacutesiens p 69 164 La conception du mystegravere chez Paul se deacutemarque deacutejagrave de la conception gnostique ougrave les μυστήρια eacutetaient

des reacuteveacutelations secregravetes reacuteserveacutees agrave un groupe dinitieacutes Cf FINKENRATH G musthrion col 2282

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promesse et lextraordinaire grandeur de sa puissance Si lauteur demande agrave Dieu de faire

grandir ses destinataires dans la connaissance (cf Ep 1 17-18a) cest pour quils puissent

comprendre le lien de causaliteacute existant entre leur situation (cf Ep 1 18b-19) et celle du

Christ (cf Ep 1 20-22)165

Cest ainsi que le mystegravere eacutepheacutesien sexprime progressivement dans la dynamique

de la lettre en relation agrave la reacuteveacutelation et agrave la connaissance pour atteindre son point

culminant en Ep 3 1-13 Pour saisir toute la porteacutee de cette trilogie seacutemantique il est

donc neacutecessaire de lanalyser en lien avec le tissu textuel des autres champs seacutemantiques

preacutesents dans le texte Cest dans cette approche du tissu textuel dans ses composantes

essentielles que lon parviendra agrave trouver le contenu et la signification de cette trilogie

dans chacune des actions quelle signifie dans les deux moments dynamiques de la

peacutericope

252 Dynamique salvifique de Ep 3 12-7 reacuteveacutelation et connaissance du mystegravere

2521 Moment dynamique de Ep 3 12-4

25211 La communion dans leacutepreuve comme lieu de lavegravenement du salut dans le Christ

En Ep 3 12-7 ont eacuteteacute identifieacutes 7 dynamismes soteacuteriologiques signifieacutes par 26

champs seacutemantiques Pour lunique fois dans la lettre aux Epheacutesiens et dans lensemble

du Nouveau Testament les trois termes de cette trilogie avpokaluyin musthrion et

evgnwrisqh se reacuteunissent dans un seul verset (Ep 3 3) Le v 3 devient ainsi la charpente

du premier moment dynamique (Ep 3 2-4) de la premiegravere partie de cette uniteacute textuelle

(Ep 3 2-7) Le vocabulaire de ce premier moment du texte et de lensemble de la peacutericope

165 ALETTI J-N Saint Paul Eacutepicirctre aux Eacutepheacutesiens p 91

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est profondeacutement marqueacute par ces trois termes Cest un vocabulaire essentiellement lieacute agrave

la reacuteveacutelation et agrave la connaissance du mystegravere divin

Cest au cours dune reacuteveacutelation que Dieu fait connaicirctre son mystegravere agrave Paul (v 3)

Mais ce mystegravere nest pas reacuteserveacute uniquement agrave Paul qui est devenu prisonnier du Christ

pour les Nations (v 1-2) Cest agrave partir dune lecture approfondie que les Nations sont

appeleacutes agrave comprendre lintelligence que Paul a lui-mecircme du mystegravere du Christ (v 4) Mais

ce mystegravere est aussi celui qui est reacuteveacuteleacute aux saints apocirctres et prophegravetes et qui na pas eacuteteacute

fait connaicirctre aux autres geacuteneacuterations (v 5)

La reacuteveacutelation de ce mystegravere fait comprendre que les Nations sont deacutesormais

membres du mecircme corps et partagent le mecircme heacuteritage dans le Christ par lEvangile (v

6) dont Paul a eacuteteacute fait le serviteur selon le don de la gracircce de Dieu (v 7) Cest ainsi que

la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance dynamise le texte et lentraicircne dans sa

mouvance

Le premier dynamisme salvifique du texte est celui de la communion de Paul avec

le Christ qui sexprime par lexpression ὁ δέσμιος τοῦ Χριστοῦ (Ep 3 1)166 En effet dans

la litteacuterature neacuteotestamentaire le concept de communion ne sexprime pas par le terme

koinwnia qui est totalement absent dans les Evangiles et dans la lettre aux Epheacutesiens et

napparaicirct que 13 fois dans les eacutecrits pauliniens une fois dans les Actes des Apocirctres et

dans la lettre aux Heacutebreux et 4 fois dans la premiegravere lettre de saint Jean

Toutefois la communion aussi bien dans les eacutecrits pauliniens que dans le Nouveau

Testament en geacuteneacuteral sexprime de plusieurs maniegraveres et essentiellement par lusage des

preacutepositions du datif et du geacutenitif 167 comme dans le cas preacutesent Dans ce sens la

communion comme participation aux souffrances du Christ au nom de lEvangile rejoint

le premier sens de ce concept qui nest pas avant tout celui dune association avec lautre

mais une participation avec lautre168

Ainsi degraves le deacutebut de la peacutericope Paul exprime sa communion profonde avec le

Christ marqueacutee par leacutepreuve dont les Nations en sont les beacuteneacuteficiaires ἐγὼ169 Παῦλος ὁ

166 Lexpression apparaicirct aussi en Phm 19 Loin decirctre une image ou une figure de style lemprisonnement

de Paul est une reacutealiteacute Cf (Phm 1910) En Ep 4 1 il se preacutesente comme prisonnier dans le Seigneur alors

quil se preacutesente en Col 1 23 comme le serviteur de lEvangile 167 Pour une eacutetude sur les implications theacuteologiques des preacutepositions dans le Nouveau et dans les lettres

pauliniens voir PANIKULAM G Koinonia in the New Testament p 2 168 Ibid p 1 169 Dans le souci davoir une phrase complegravete avec un verbe et un preacutedicat certains auteurs ont ajouteacute eivmi Cf CHRYSOSTOM S Homilies on Galatians Ephesians Philippians Colossians Thessalonians

Timothy Titus and Philemon p 241 et seq MEYER H A Critical and Exegetical Handbook to the

Epistle to the Ephesians and Epistle to Philemon p 153 HOULDEN J L Pauls Letters from Prison

Philippians Colossians Philemon and Ephesians p 297 Dans son article SHERWOOD A Pauls

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δέσμιος τοῦ Χριστοῦ [Ἰησοῦ] ὑπὲρ ὑμῶν τῶν ἐθνῶν Lavegravenement salvifique de Dieu

advient dans la vie de Paul agrave travers cette communion avec le Christ dans la participation

agrave ses souffrances Paul nest pas un prisonnier quelconque parmi tant dautres il est le

prisonnier par excellence170du Christ Cest agrave partir de cette communion profonde avec le

Christ que Paul fait une lecture theacuteologique de sa situation dans la prison Mecircme en eacutetant

sous les chaicircnes (cf Phm 10) de ses perseacutecuteurs il possegravede une grande liberteacute

inteacuterieure dans sa relation de communion avec le Christ qui donne finalement un sens agrave

sa souffrance

Les tribulations de lapocirctre prisonnier du Christ comme dynamisme salvifique du

v 1 en lien avec son expression affine au v 13 qui deacutelimite luniteacute textuelle deviennent

ainsi un chemin de gloire pour les Nations θλίψεσίν μου ὑπὲρ ὑμῶν ἥτις ἐστὶν δόξα

ὑμῶν Ce dynamisme est lieacute et renforceacute par la deacutetermination de lannonce de lEvangile

comme eacutetant linsondable richesse du Christ (Ep 3 8) Cest alors au nom de lEvangile

que Paul est fait prisonnier du Christ

En effet en Ep 1 9-14 Dieu a fait connaicirctre le mystegravere de sa volonteacute dune part

aux Juifs qui ont par avance espeacutereacute dans le Christ et dautre part aux Nations qui ont

eacutecouteacute la Parole de veacuteriteacute lEvangile du salut Ce mystegravere sest fait connaicirctre en vue de la

gloire de Dieu et la louange de sa gracircce Cette gloire passe alors par les souffrances de

lapocirctre comme eacutetant partie inteacutegrante de lannonce de lEvangile du Christ

Cest agrave partir de cette communion avec le Christ et dans la participation agrave sa

souffrance que Paul devient lui-mecircme un agent soteacuteriologique du dynamisme salvifique

de Dieu pour les Nations Il est totalement lieacute au Christ et en mecircme temps lieacute par le Christ

dans les chaicircnes de lhumaniteacute171 Cest par lui que leacuteveacutenement salvifique de Dieu advient

aux Nations Le dynamisme de communion avec le Christ est essentiellement marqueacute par

la situation de lapocirctre δέσμιος (τοῦ Χριστοῦ) par rapport aux beacuteneacuteficiaires τῶν ἐθνῶν

Imprisonment as the Glory of the Ethne p 98 note 2 fait une analyse formelle des conseacutequences de cette

addition 170 BUTTRICK G A The Interpreters Bible p 664 171 SCHNACKENBURG R Ephesians p 130

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25212 La gracircce divine dans la dynamique salvifique du texte

Dans la logique interne du texte Paul et les Nations deviennent en mecircme temps

beacuteneacuteficiaires de la deuxiegraveme action soteacuteriologique (Ep 3 2) dont Dieu en est lagent

principal ἠκούσατε τὴν οἰκονομίαν τῆς χάριτος τοῦ θεοῦ τῆς δοθείσης μοι εἰς ὑμᾶς172

(Ep 3 2) Cest ici que commence ce que beaucoup de commentateurs ont appeleacute

digression ou parenthegravese Dans lun ou lautre cas ce passage est en substance lun des

plus importants de la lettre aux Epheacutesiens tant dans les grandes envoleacutees de sa penseacutee que

dans la correspondante magnificence de son expression173

Laction salvifique de Dieu dans la vie de Paul et des Nations sexprime

essentiellement agrave travers les verbes ἀκούω et δίδωμι ainsi que les termes οἰκονομία et

χάρις Si la gracircce de Dieu a eacuteteacute donneacutee agrave Paul cest en vue de la mettre au service des

Nations Mecircme si lindicatif aoriste ἠκούσατε apparaicirct ici comme un terme assez

geacuteneacuterique174 il devient important dans lexpression du dynamisme salvifique agrave partir du

don de la gracircce divine accordeacutee agrave Paul pour les Nations Cest apregraves avoir entendu ou

mieux encore eacutecouteacute lEvangile que les Nations parviennent agrave entrer en syntonie avec

lapocirctre qui a reccedilu une gracircce dont elles sont les beacuteneacuteficiaires

Le verbe δίδωμι qui apparaicirct en Ep 3 2 sous laspect du participe aoriste δοθείσης

renvoi au geacutenitif χάριτος dans la mesure ougrave ce nest pas la dispensation de la gracircce qui a

eacuteteacute donneacutee agrave Paul mais la gracircce elle-mecircme Le substantif οἰκονομία qui signifie

administration dispensation charge plan175 peut aussi deacutesigner ce qui est administreacute176

172 Lexpression εἴ γε placeacutee en deacutebut du v 2 apparaicirct seulement quatre fois dans le Nouveau Testament en

2Cor 5 3 Gal 3 4 Ep 3 2 et 4 21 Col 1 23 Son sens varie selon les contextes En Ep 3 2 elle sexprime

dans lordre de certitude Lauteur suppose que les destinataires ont deacutejagrave une certaine ideacutee de son ministegravere

Cf ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 175 ABBOTT T K A critical and Exegetical

Commentary on the Epistles to the Ephesians and to the Colossians p 78 173 BUTTRICK G A The Interpreters Bible p 664 174 BEST E Ephesians p 297 considegravere ἠκούσατε simplement comme un terme tregraves geacuteneacuteral alors que ce

verbe renvoi agrave ce qui preacutecegravede et introduit en mecircme temps le deacutebut de ce qui a eacuteteacute appeleacute digression Cf

SHERWOOD A Paulrsquos Imprisonment as the Glory of the Ethne p 102 175 TUGGY A E Lexico Griego-Espantildeol del Nuevo Testamento p 639 176 MEYER H A Critical and Exegetical Handbook to the Epistle to the Eohesians and Epistle to

Philemon p 155 ABBOTT T K A critical and Exegetical Commentary on the Epistles to the Ephesians

and to the Colossians p 79 SCHLIER H Der Brief an die Epheser p 148 GNILKA J Der Epheserbrief

p 163 MERKLEIN H Das kirchliche Amt nach dem Epheserbrief p 173 passim SCHNACKENBURG

R Ephesians p 132

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ou lacte mecircme dadministrer177 Dans le premier moment dynamique du texte (vv 2-7)

οἰκονομία renvoi davantage agrave Dieu qui prend linitiative daccorder sa gracircce agrave Paul pour

le ministegravere aupregraves des paiumlens Dans le deuxiegraveme moment dynamique du texte (vv 8-12)

οἰκονομία en 3 9 renvoi alors agrave Paul dans lacte mecircme dadministrer en mettant en

lumiegravere le mystegravere cacheacute depuis les siegravecles

Le contexte de Ep 3 2 apporte une nouveauteacute par rapport agrave Col 1 26 cest la gracircce

de Dieu qui est accordeacutee agrave Paul et non sa dispensation Ces deux termes δίδωμι et χάρις178

apparaissent de nouveau comme champs seacutemantiques exprimant le septiegraveme et huitiegraveme

dynamisme salvifique (vv 78) dont Paul est encore le beacuteneacuteficiaire Mais en quoi consiste

preacuteciseacutement cette gracircce de Dieu qui est donneacutee agrave Paul pour les Nations

Dans les eacutecrits pauliniens on note une eacutevolution dans le concept de la gracircce qui

deacutepend agrave la fois de lexpeacuterience de lapocirctre et des conditions historiques des communauteacutes

quil a eacutevangeacuteliseacutees179 Cest ainsi que chez Paul la gracircce renvoi particuliegraverement au don

speacutecifique de Dieu qui se manifeste aux Nations dans legravere messianique180

En effet les Nations qui sont beacuteneacuteficiaires du premier dynamisme salvifique (Ep

3 1) et avec Paul du deuxiegraveme dynamisme (Ep 3 2) aident agrave comprendre le sens des

expressions affines et autres deacuteterminations181 qui rendent intelligibles la troisiegraveme action

soteacuteriologique (Ep 3 3) Ep 3 2 preacutepare et annonce ainsi le dynamisme salvifique de la

charpente centrale de cette premiegravere partie de la peacutericope κατὰ ἀποκάλυψιν182 ἐγνωρίσθη

μοι τὸ μυστήριον (cf Ep 3 3) Si la gracircce a eacuteteacute donneacutee agrave Paul pour les Nations cette

gracircce se comprend dans le cas preacutesent agrave partir du dynamisme salvifique qui sentrelace

avec les champs seacutemantiques de la reacuteveacutelation du mystegravere et de la connaissance

ἀποκάλυψιν μυστήριον ἐγνωρίσθη

177 Cest le sens du terme en Ep 1 10 et Ep 3 9 En Ep 3 2 PENNA R La lettera agli Efesini p 157 opte

pour οἰκονομία comme charge dadministrer confieacutee par Dieu agrave Paul et LINCOLN T A Ephesians 174

opte pour οἰκονομία en tant quexercice de la charge par Paul 178 A partir de lexpression τῆς χάριτος τοῦ θεοῦ τῆς δοθείσης μοι au vv 2 et 7 REYNIER C Evangile et mystegravere p 65 y voit un paralleacutelisme qui inserre les versets 3 agrave 6 sous la forme dune inclusion partielle 179 RAMOS F Diccionario de San Pablo p 594 180 BARTH M Ephesians p 358 181 Voir les tableaux 1 et 2 des dynamismes soteacuteriologiques identifieacutes dans le texte 182 MERKLEIN H Das kirchliche Amt nach dem Epheserbrief p 198 et LINCOLN T A Ephesians

p 175 traduisent respectivement lexpression κατὰ ἀποκάλυψιν par agrave cause dune reacuteveacutelation et selon une

reacuteveacutelation Ce qui semble ne pas accorder limportance neacutecessaire agrave cette expression placeacutee au deacutebut de la

phrase Pour donner plus demphase agrave cette expression nous la traduisons par au cours dune reacuteveacutelation

qui va dans le sens de linterpreacutetation de OBRIEN P T The Letter to the Ephesians p 223 et seq pour

qui la preacuteposition kata suivie de laccusatif nest pas prise dans sens instrumental qui se traduirait par le

moyen dune reacuteveacutelation La reacuteveacutelation est une composante essentielle de la connaissance du mystegravere qui

marque toute la diffeacuterence entre Epheacutesiens et Colossiens qui nemploie ni le verbe avpokaluptw ni le

substanif avpokaluyij

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La gracircce qui a eacuteteacute donneacutee agrave Paul agrave partir de sa communion dans leacutepreuve avec le

Christ est celle de la connaissance du mystegravere Cest au cours dune reacuteveacutelation κατὰ

ἀποκάλυψιν que le μυστήριον lui a eacuteteacute donneacute de connaicirctre ἐγνωρίσθη Cette trilogie

seacutemantique reprend tout le dynamisme du texte degraves le deacutebut y compris le deacutebut de la

lettre pour mettre en eacutevidence la gratuiteacute du don divin accordeacute agrave lapocirctre En Ep 1 6-10

le mystegravere de la volonteacute de Dieu se manifeste dans la connaissance de sa gloire pour la

louange de sa gracircce

Dans ce contexte la gracircce exprime deacutejagrave la grandeur du don de Dieu qui na sa

source et son terme que dans son amour totalement gratuit Le projet salvifique de Dieu

advient dans la vie de Paul par la gratuiteacute de la gracircce divine et non par les meacuterites

personnels de lapocirctre Lavegravenement salvifique se comprend degraves lors agrave travers la gratuiteacute

de la gracircce divine qui agit dans la vie de la personne ou de la communauteacute

En Ep 2 4-9 cest encore la gracircce qui est au cœur de lœuvre du salut et sexprime

en lien avec lamour gratuit de Dieu et la richesse de sa miseacutericorde La gracircce devient

ainsi un champ seacutemantique significatif du dynamisme salvifique de Dieu qui rend

possible la compreacutehension du μυστήριον et la participation agrave sa dispensation La

communion de lapocirctre avec le Christ sentrelace degraves lors avec le don de la gracircce pour que

laction salvifique de Dieu advienne aupregraves des Nations Il est donc difficile et voire

impossible de connaicirctre le mystegravere de Dieu en dehors du don de sa gracircce Par ailleurs si

Paul a reccedilu la connaissance du mystegravere κατὰ ἀποκάλυψιν de quelle reacuteveacutelation sagit-il

Dans son ministegravere apostolique Paul a fait lexpeacuterience de la reacuteveacutelation divine et

en a fait de maniegravere particuliegravere au moment de sa conversion La reacuteveacutelation de ce

mystegravere183 renvoie-t-elle agrave celle que lapocirctre a reccedilue sur le chemin de Damas (cf Ac 9 3-

183 La finale de ce verset καθὼς προέγραψα ἐν ὀλίγῳ fait allusion agrave un eacutecrit de Paul particuliegraverement sur le

mystegravere Le verbe προγράφω qui a le sens de lanteacuterioriteacute eacutecrire avant (ZERWICK M GROSVENOR

M A Grammatical Analysis of the Greek New Testament p 583) apparaicirct seulement quatre fois dans le

Nouveau Testament (Rom 15 4 Gal 3 1 Ep 3 3 et Jude 4) Lexpression evn ovligw pourrait ecirctre traduite

par en quelques mots si elle eacutetait employeacutee au pluriel Dans le cas preacutesent du singulier elle peut ecirctre

traduite par ladverbe briegravevement (ZERWICK M GROSVENOR M A Grammatical Analysis of the

Greek New Testament p 583) Plusieurs discussions on eacuteteacute faites sur leacutecrit dont Paul fait allusion

CHRYSOSTOM S Homilies on Galatians Ephesians Philippians Colossians Thessalonians Timothy

Titus and Philemon p 242 et seq soriente vers la possibiliteacute dune autre lettre que Paul aurait eacutecrite aux Epheacutesiens sur le mystegravere Ce qui nest confirmeacute par aucun manuscrit Pour sa part DAVIES L I wrote

afore in a few words (Eph iii3) p 568 y voit un lien avec le passage de Rm 16 25-27 qui fait allusion au

mystegravere Mais quel serait le rapport entre la lettre aux Romains et la communauteacute chreacutetienne dEphegravese

BRUCE F F The Epistle to the Ephesians p 312 y voit la possibiliteacute dune reacutefeacuterence agrave Col 1 25-27

Certains commentaires ALFORD H The Greek New Testament With a Critically Revised Text p 3 et seq

et BARTH M Ephesians p 329 y voient une reacutefeacuterence au mystegravere deacutejagrave mentionneacute dans la lettre aux

Epheacutesiens et preacutecisement en Ep 1 9 Plusieurs commentateurs y voient la reacutefeacuterence au mystegravere eacutepheacutesien

deacutecrit en Ep 2 11-22 ougrave les juifs et les Nations sont creacutees en un seul homme nouveau et devenus tous deux

un seul corps Cf MEYER H A Critical and Exegetical Handbook to the Epistle to the Ephesians and

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16) Dans la dynamique des Actes des Apocirctres apregraves leacutepisode de la conversion de

lapocirctre sur le chemin de Damas il reccediloit la mission daller vers les Nations paiumlennes pour

leur ouvrir les yeux afin quelles reviennent des teacutenegravebres agrave la lumiegravere (cf Ac 26 17-18)

Toutefois dans la dynamique du texte eacutepheacutesien lexpression κατὰ ἀποκάλυψιν ne

renvoie pas neacutecessairement agrave lexpeacuterience de Damas ni agrave une reacuteveacutelation particuliegravere Kατὰ

ἀποκάλυψιν aide agrave identifier le moyen par lequel Paul a connu le mystegravere 184 Cette

expression est renforceacutee par laoriste ἐγνωρίσθη du verbe gnwrizw Si laoriste renvoi agrave

une action accomplie dans le temps peut-on le reacuteduire dans le cas preacutesent agrave une action

immeacutediate survenue agrave un moment preacutecis dans lhistoire de lapocirctre

En effet lemploi de laoriste ἐγνωρίσθη ne veut pas dire que la reacuteveacutelation eacutetait

instantaneacutee ou immeacutediate ayant lieu seulement au moment mecircme de la conversion de

Paul Laspect aoriste couvre toute la peacuteriode pendant laquelle Paul a ducirc comprendre la

pleine signification de sa conversion avant la reacutedaction de la lettre185

Malgreacute lusage abondant de la premiegravere personne du singulier dans le texte [vv

123(2x)47(2x)813(2x)] les souffrances endureacutees par lapocirctre en faveur des Nations et

sa connaissance du mystegravere ne sont en rien une autoglorification des meacuterites personnels

de lapocirctre Il est parvenu agrave la connaissance du mystegravere divin agrave partir dune communication

personnelle et directe de Dieu186 Alors que lusage du passif ἐγνωρίσθη renforce lideacutee

du mystegravere qui lui a eacuteteacute donneacute κατὰ ἀποκάλυψιν et non agrave partir dune ingeacutenuiteacute humaine

le datif montre que Paul est reacuteellement le beacuteneacuteficiaire et non lagent de la connaissance

du mystegravere187

Dans laction salvifique exprimeacutee par cette reacuteveacutelation du mystegravere par le don

gratuit de la gracircce divine Paul porte deacutesormais en lui-mecircme le contenu du mystegravere Son

existence est deacutesormais marqueacutee par la dynamique du mystegravere quil a reccedilu au cours dune

Epistle to Philemon p 156 ABBOTT T K A critical and Exegetical Commentary on the Epistles to the

Ephesians and to the Colossians p 79 et seq SCHLIER H La Carta a los Efesios p 149 GNILKA J

Der Epheserbrief p 164 SCHACKENBURG R Ephesians p 132 LINCOLN T A Ephesians p 175

MERKLEIN H Das Kirchliche Amt nach dem Epheserbrief p 215 et seq 184 BEST E Ephesians p 299 Certains commentateurs renvoient cette reacuteveacutelation agrave lexpeacuterience de Paul

sur la route de Damas Cf SCHNACKENBURG R Ephesians p 131 MUDDIMAN J The Epistle to the Ephesians p 150 185 BEST E Ephesians p 301 ZERWICK M Il Greco del Nuovo Testamento p 171 affirme quil y a

un risque de confondre le caractegravere ponctuelle de laction avec linstantaneacuteiteacute comme si cela impliquait

neacutecessairement la briegraveveteacute de laction Laoriste peut ecirctre vu comme une peacuteriode de temps tregraves long tant

quil est consideacutereacute comme eacutetant seulement un eacuteveacutenement historique sans se soucier de sa longueur objective

De mecircme les actions reacutepeacuteteacutees peuvent ecirctre exprimeacutees par laoriste si lauteur les considegravere comme une

uniteacute 186 BEST E Ephesians p 300 187 HOEHNER H Ephesians p 448

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reacuteveacutelation Lexistence de Paul ne peut poursuivre son cours comme si rien ne seacutetait passeacute

La gracircce dont il a eacuteteacute beacuteneacuteficiaire est preacutesente et agissante en sa personne La reacuteveacutelation

du mystegravere devient un acte du salut divin qui fait irruption dans la vie de Paul et

transforme le cours de son existence en donnant un nouveau sens agrave son histoire

25213 La lecture de leacutecriture dans lintelligence du mystegravere

Si la reacuteveacutelation sexprime ici en lien avec le mystegravere et la connaissance comme un

dynamisme qui prend en compte les actions preacuteceacutedentes lexpression emphatique κατὰ

ἀποκάλυψιν renvoi eacutegalement agrave la prochaine action soteacuteriologique (Ep 3 4) qui donne

une premiegravere indication sur le mystegravere qui a eacuteteacute reacuteveacuteleacute188 Cest en lisant ἀναγινώσκοντες

(cf Ep 3 4) que les Nations seront capables de comprendre lintelligence de lapocirctre dans

le mystegravere qui lui a eacuteteacute donneacute de connaicirctre au cours dune reacuteveacutelation

La reacuteveacutelation reccedilue par Paul rend possible la connaissance du mystegravere du moins

agrave lapocirctre qui a eacuteteacute beacuteneacuteficiaire de cette reacuteveacutelation divine Mais cest en lisant

ἀναγινώσκοντες ce qui a eacuteteacute eacutecrit προέγραψα (cf Ep 3 3) que les Nations seront

capables de comprendre lintelligence de ce mystegravere Si au cours dune reacuteveacutelation a eacuteteacute

donneacute agrave Paul de connaicirctre le mystegravere cela se comprend dans le cas preacutesent agrave partir du

dynamisme de la lecture

Apregraves lacte de leacutecriture suit lacte de la lecture 189 En sexprimant et en

sentrelaccedilant avec la compreacutehension (νοῆσαι) et lintelligence dans le mystegravere la lecture

devient le lieu indispensable de la connaissance du mystegravere La lecture de ce qui est eacutecrit

devient en mecircme temps le lieu reacutefeacuterentiel ougrave la reacuteveacutelation divine se rend preacutesent dans la

vie de la communauteacute (des Nations)

Dans le grec classique ἀναγινώσκοντες du verbe ἀναγινώσκω signifie lire ou

lire agrave haute voix en public190 Dans le Nouveau Testament ἀναγινώσκω apparaicirct 32 fois

et aussi geacuteneacuteralement employeacute dans le sens de lire ou de lire agrave haute voix en public191

188 Sur le plan formel la conjonction ὅτι employeacutee seulement 13 fois dans la lettre assure le passage du v

2 au v 3 alors que lexpression πρὸς ὃ fait le lien entre le v 3 et le v 4 favorisant une eacutevolution dans les

ideacutees developpeacutees et le deacutevoilement progressif du mystegravere 189 BOUTTIER M LEpicirctre de Saint Paul aux Epheacutesiens p 140 190 TUGGY AE Lexico Griego-Espantildeol del Nuevo Testamento p 64 191 Ibid

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Son apparition en Ep 3 4 est lunique usage du verbe dans la lettre aux Epheacutesiens192 Dans

la plupart des cas ἀναγινώσκω renvoi agrave la lecture de lAncien Testament (cf Mt 12 35

19 4 21 1642 Ac 8 283032) et donc agrave la lecture effectueacutee agrave haute voix qui eacutetait

pratiqueacutee dans les synagogues et les lieux de rencontres des premiegraveres communauteacutes

chreacutetiennes193

La lecture de la lettre dans un contexte communautaire de louange loin decirctre

eacutepheacutemegravere lui impose une finaliteacute 194 preacutecise et indeacuteniable dans leacutedification de la

communauteacute Toutefois cette pratique de lecture habituelle dans lantiquiteacute et

speacutecialement dans le contexte liturgique de lEglise primitive exclut-elle la possibiliteacute

dune lecture personnelle ou priveacutee

Dans la litteacuterature neacuteotestamentaire le verbe ἀναγινώσκω renvoi eacutegalement agrave la

lecture des lettres apostoliques et plus preacuteciseacutement aux lettres de Paul qui eacutetaient lues au

sein de la communauteacute (cf Ac 15 31 2Cor 1 13 Col 4 16) Mais en 2Cor 3 2 Paul va

au-delagrave de la lecture de lAncien Testament et des lettres apostoliques qui sont faites dans

des assembleacutees publiques Notre lettre dit-il cest vous une lettre eacutecrite en nos cœurs

connue et lue (ἀναγινωσκομένη) par tous les hommes Vous ecirctes manifestement une lettre

du Christ remise agrave nos soins eacutecrite non avec de lencre mais avec lEsprit du Dieu vivant

non sur des tables de pierre mais des tables de chair sur les cœurs (2Cor 3 2-3)

Dans le contexte de Ep 3 4 la possibiliteacute dune lecture personnelle ne peut donc

pas ecirctre exclue Au-delagrave de la lecture essentiellement communautaire recommandeacutee par

Paul en Col 4 16 le contexte de Ep 3 4 implique aussi une lecture personnelle qui prenne

le temps neacutecessaire de peser ce qui est lu Cest une invitation agrave lire et agrave relire en

reacutefleacutechissant sur la signification de ce qui est eacutecrit Paul est sucircr quen lisant les Nations

seront capables de percevoir (νοῆσαι) son intelligence dans le mystegravere du Christ

dappreacutecier sa grandeur en tant quexpositeur de lultime signification de lEvangile et

dappreacutehender de maniegravere croissante ses ideacutees fondamentales195

192 ἀναγινώσκω apparaicirct en Matthieu (7 fois) en Marc (4 fois) en Luc (3 fois) en Jean (1 fois) dans les

Actes de Apocirctres (8 fois) dans la deuxiegraveme lettre aux Corinthiens (3 fois) en Col (3 fois) et une fois

respectivement en Ep 1Th et Ap Du mecircme groupe le substantif ἀνάγνωσις apparaicirct uniquement en Ac 13

15 et 2Cor 3 14 ougrave il renvoi explicitement agrave la lecture de lAncien Testament et en 1Tm 4 13 ougrave le contexte

de la lecture est aussi celle de lAncien Testament dans les assembleacutees liturgiques de lEglise primitive 193 LOURDES G U El Apocalipsis pautas literarias de lectura Consejo Superior de Investigaciones

cientiacuteficas no 79 p 22 Cest dans ce sens que HORT F J A Prolegomena to Saint Pauls Epistles to the

Romans and the Ephesians p 150 et seq propose de voir dans anaginwskontej une reacutefeacuterence agrave la lecture

de lAncien Testament qui permettrait de comprendre le mystegravere chreacutetien preacutesenteacute par Paul agrave partir de la

propheacutetie de lAncien Testament 194 ERNST J Die Briefe an die Philipper an Philemon an die Kolosser an die Epheser p 245 et seq 195 BUTTRICK G A The Interpreters Bible p 667

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La perception (νοῆσαι) de lintelligence de Paul dans le mystegravere du Christ est donc

marqueacutee et conditionneacutee par la lecture attentive de la lettre ou en un mot de leacutecriture

Linfinitif aoriste νοῆσαι du verbe νοέω en Ep 3 4 qui sexprime par rapport agrave la lecture

(de la part des Nations) et agrave lintelligence du mystegravere (de la part de Paul) reacuteapparaicirct en

Ep 3 20 par rapport agrave la puissance de Dieu qui est capable de faire toute chose au-delagrave de

la perception ou de la compreacutehension humaine

Cet appel agrave comprendre lintelligence du mystegravere qui est gratuitement reacuteveacuteleacute est

deacutecisif dans la vie de foi dans le Christ (Ep 3 12) Il revient agrave la communauteacute chreacutetienne

de grandir dans la connaissance du mystegravere Cest agrave la mesure de sa connaissance du

mystegravere que lEglise pourra ecirctre plus attacheacutee au Christ196

Lexpression τὴν σύνεσίν μου ἐν τῷ μυστηρίῳ τοῦ Χριστου nest pas synonyme

dun eacutegocentrisme ou dune autoglorification de Paul Son principal objectif est daider les

Epheacutesiens dans leur compreacutehension de ce qui lui a eacuteteacute reacuteveacuteleacute 197 Dans le Nouveau

Testament σύνεσις est employeacute 7 fois seulement (cf Mc 12 33 Lc 2 47 1Cor 1 19 Ep

3 4 Col 1 9 2 2 2Tim 2 7) Aux Colossiens Paul demande agrave Dieu de leur donner

laccegraves agrave la pleine connaissance de sa volonteacute en toute sagesse et intelligence spirituelle

(Col 1 9) pour parvenir agrave la pleacutenitude de lintelligence dans le mystegravere de Dieu et du

Christ (Col 2 2) Par contre aux Corinthiens Paul se sert dune citation de Is 29 14 pour

annoncer la destruction par Dieu de lintelligence speacuteculative et orgueilleuse de lhomme

(cf 1Cor 1 19)

Si le mystegravere a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave Paul κατὰ ἀποκάλυψιν le terme σύνεσις ne peut donc

ecirctre consideacutereacute comme une intelligence strictement humaine mais une intelligence donneacutee

par Dieu dans la compreacutehension de son mystegravere198 Le dynamisme de la reacuteveacutelation divine

rejoint et eacutelegraveve lintelligence humaine Si le v 4 preacutesente une premiegravere indication du

mystegravere μυστηρίῳ τοῦ Χριστου il reste alors agrave comprendre le sens de ce mystegravere agrave partir

du geacutenitif τοῦ Χριστου qui le qualifie Sagit-il dun mystegravere qui concerne la personne du

Christ (geacutenitif objectif) 199 ou dun mystegravere qui est le Christ lui-mecircme (geacutenitif

eacutepexeacutegeacutetique ou dapposition)200

196 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 199 197 HOEHNER H Ephesians p 458 198 BEST E Ephesians p 303 199 ABBOTT T K A critical and Exegetical Commentary on the Epistles to the Ephesians and to the

Colossians p 80 200 Cf ELLICOTT C J A Critical and Grammatical Commentary on st Pauls Epistle to the Ephesians

p 59 MEYER H A Critical and Exegetical Handbook to the Epistle to the Ephesians and Epistle to

Philemon p157 BARTH M Ephesians p 331 BRUCE F F The Epistle to the Ephesians p 313

HOEHNER H Ephesians p 458

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Le μυστηρίῳ τοῦ Χριστου peut ecirctre consideacutereacute eacutepexeacutegeacutetique dans le sens ougrave il

sidentifie au Christ sans lequel il est impossible de comprendre le mystegravere Toutefois la

progression dans lintelligence du mystegravere laisse voir que cest un mystegravere dont le Christ

est devenu agrave la fois sujet et objet 201 Cest ainsi que le Christ est consideacutereacute agent

soteacuteriologique dont la relation avec les beacuteneacuteficiaires (Paul et les Nations) est marqueacutee par

la communion dans lintelligence du mystegravere

Au terme de ce premier moment dynamique de la premiegravere partie de la peacutericope

un inventaire lexicographique montre que Ep 3 2-4 est constitueacute dun vocabulaire

essentiellement lieacute agrave la reacuteveacutelation et connaissance du mystegravere (voir le tableau ci-dessous)

Dans ce vocabulaire lieacute agrave la reacuteveacutelation et connaissance du mystegravere quatre termes sont

employeacutes uniquement dans la peacutericope de notre eacutetude (ἀποκαλύπτω προγράφω σύνεσις

ἀναγινώσκω) et ne se retrouvent nulle part dans la lettre Les termes γνωρίζω et

μυστήριον employeacutes six fois dans la lettre ont une forte concentration dans la peacutericope

alors que ἀποκάλυψις et νοέω employeacutes deux fois chacun dans lensemble de la lettre

aux Epheacutesiens napparaissent que dans la premiegravere partie de la lettre

Tabeaux 17 Inventaire lexicographique de Ep 3 2-4

Terme Reacutefeacuterence dans la peacutericope

et dans la lettre

Freacutequence dans la lettre

χάρις 1267 2578 3278

4729 624

12

ἀκούω 11315 32 42129 5

ἀποκάλυψις 117 33 2

ἀποκαλύπτω 35 1

γνωρίζω 19 33510 61921 6

μυστήριον 19 3349 532 619 6

νοέω 3420 2

προγράφω 33 1

σύνεσις 34 1

ἀναγινώσκω 34 1

201 BOUTTIER M LrsquoEpicirctre de saint Paul aux Epheacutesiens p 140 et seq

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2522 Moment dynamique de Ep 3 5-7

25221 La radicaliteacute de la reacuteveacutelation du mystegravere au temps des apocirctres et prophegravetes

Le deuxiegraveme moment dynamique de la premiegravere partie de Ep 3 1-13 est constitueacute

par Ep 3 5-7 Le panorama seacutemantique de ce moment dynamique est essentiellement

constitueacute par les termes νῦν ἀπεκαλύφθη ἁγίοις ἀποστόλοις προφήταις πνεύματι

ἔθνη συγκληρονόμα σύσσωμα συμμέτοχα ἐπαγγελίας εὐαγγελίου Les beacuteneacuteficiaires

de la premiegravere action soteacuteriologique que compose ce moment dynamique sont

principalement les apocirctres et les prophegravetes Ceux-ci entretiennent avec Dieu sujet

implicite et agent de leacuteveacutenement salvifique une relation de communion dans lEsprit

En effet la finale du v 5 emphatise cette communion non seulement avec Dieu

mais aussi avec le Christ qui est devenu au verset preacuteceacutedent sujet et objet du mystegravere Le

v 5 donne aux versets preacuteceacutedents une plus grande extension dans la compreacutehension de la

reacuteveacutelation du mystegravere Au v 3 le mystegravere a eacuteteacute reacuteveacuteleacute principalement agrave Paul en faveur des

Nations Ce mystegravere est preacutesenteacute au v 4 comme le mystegravere du Christ Au v 5 ce

mystegravere202 est reacuteveacuteleacute aux saints apocirctres et prophegravetes dans lEsprit

Le dynamisme salvifique de la reacuteveacutelation et connaissance du mystegravere continue agrave

sentrelacer avec les diffeacuterents termes qui composent le tissu textuel de la peacutericope Ce

dynamisme sexprime dans le cas preacutesent agrave partir du lien existant dune part entre le passif

ἀπεκαλύφθη et les beacuteneacuteficiaires de laction ἁγίοις ἀποστόλοις καὶ προφήταις ἐν πνεύματι

et dautre part entre la neacutegation du passif οὐκ ἐγνωρίσθη et la reacutefeacuterence temporelle

ἑτέραις γενεαῖς τοῖς υἱοῖς τῶν ἀνθρώπων

Le mystegravere du Christ reacuteveacuteleacute agrave Paul est resteacute cacheacute des autres geacuteneacuterations et

maintenant reacuteveacuteleacute aux apocirctres et prophegravetes dans lEsprit La preacutesente action soteacuteriologique

est preacuteceacutedeacutee et renforceacutee par une expression opposeacutee qui affirme avec force laction

salvifique de Dieu dans le temps preacutesent (νῦν)

202 Le pronom relatif ὃ placeacute au deacutebut du v 5 renvoi au μυστηρίῳ (τοῦ Χριστοῦ) du v 4 qui fait eacutegalement

reacutefeacuterence agrave la premiegravere apparition du μυστήριον localiseacute au v 3 Le contenu du mystegravere se fait

progressivement connaicirctre

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Dans son dynamisme dopposition cette expression opposeacutee agrave laction bien

quindiquant que le mystegravere a eacuteteacute cacheacute aux autres geacuteneacuterations rehausse en mecircme temps

le contenu salvifique de laction divine dans la reacuteveacutelation du mystegravere que Dieu fait

connaicirctre maintenant aux saints apocirctres et prophegravetes Lexpression opposeacutee permet de

comprendre de maniegravere plus profonde et radicale laction divine qui se rend preacutesente dans

la vie des apocirctres et des prophegravetes

La preacutesence de cette expression opposeacutee introduit un autre type de vocabulaire

essentiellement lieacute au temps ou agrave lhistoire Le vocabulaire lieacute agrave la reacuteveacutelation et

connaissance qui envahit le texte sentrelace alors avec le vocabulaire temporel dans le

deacutevoilement progressif du mystegravere

Lopposition radicale et non relative manifesteacutee par la conjonction ὡς203 entre le

temps passeacute et le temps preacutesent est encore plus explicite au v 9 Toutefois le νῦν

eschatologique dans son opposition avec les temps eacuteternels fait craquer les notions de

passeacute et de preacutesent204 Les autres deacuteterminations de laction en cours identifieacutees dans la

lecture des dynamismes soteacuteriologiques apportent plus deacuteclairage dans la

compreacutehension de la dynamique soteacuteriologique de cette action

Elles permettent deacutelucider les fonctions des diffeacuterents termes et leurs relations

dans la peacutericope Ainsi le contenu du mystegravere tel que reacuteveacuteleacute aux saints apocirctres et

prophegravetes (v 5) navait pas encore eacuteteacute reacuteveacuteleacute dans les temps anciens aux geacuteneacuterations de

lAncien Testament205 Ce mystegravere est resteacute cacheacute en Dieu depuis les siegravecles (v 9)

203 La conjonction ὡς a geacuteneacutereacute plusieurs discussions dans linterpreacutetation de ce verset Certains

commentateurs la comprennent dans le sens dune comparaison de degreacute selon laquelle le mystegravere a eacuteteacute partiellement reacuteveacuteleacute dans lAncien Testament et pleinement reacuteveacuteleacute aux temps des apocirctres Cf

CHRYSOSTOM S Homilies on Galatians Ephesians Philippians Colossians Thessalonians Timothy

Titus and Philemon p 243 MEYER H A Critical and Exegetical Handbook to the Epistle to the

Ephesians and Epistle to Philemon p 159 CAIRD G B Pauls Letters from Prison p 64 WESTCOTT

B F Saint Pauls Epistle to the Ephesians p 45 ABBOTT T K Critical and Exegetical Commentary on

the Epistles to the Ephesians and to the Colossians p 82 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p

102 BARTH M Ephesians p 333 et seq Dautres le comprennent dans le sens dune comparaison

absolue qui marque une nouveauteacute dans la reacuteveacutelation et la connaissance du mystegravere qui navait pas eacuteteacute reacuteveacuteleacute

dans lAncien Testament Cf SCHLIER H La Carta a los Efesios p 196 GNILKA J Der Epheserbrief

p 167 MERKLEIN H Das kirchliche Amt nach dem Epheserbrief p 166 SCHNACKENBURG R

Ephesians p 134 PENNA R La Lettera agli Efesini p 159 LINCOLN T A Ephesians p 177

BRUCE F F The Epistle to the Ephesians p 313 et seq BEST E Ephesians p 305 et seq OBRIEN P T The Letter to the Ephesians p 232 note 30 BOCKMUEHL M Revelation and Mystery in Ancient

Judaism and Pauline Christianity p 201 note 39 HOEHNER H Ephesians p 461 204 DEWAILLY L-M Mystegravere et silence dans Rom XVI 25 p 116 Cet auteur rappelle tout de mecircme

que le νῦν eschatologique deacutesigne le temps messianique inaugureacute par la venue du Christ et il nest pas

toujours aiseacute de voir sil exclut ou englobe les anticipations qui ont preacutepareacute cette venue surtout quand ce

νῦν est en opposition avec αἰών ou αἰώνioj 205 Dans la lettre aux Epheacutesiens le terme γενεά est employeacute uniquement en 3 5 et 3 21 pour deacutesigner les

geacuteneacuterations En 3 5 le pluriel eteraij geneaij renvoie particuliegraverement agrave toutes les geacuteneacuterations qui ont

preacuteceacutedeacute le temps de la reacuteveacutelation du mystegravere agrave Paul aux saints apocirctres et prophegravetes Dans les autres lettres

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Bien avant la reacuteveacutelation aux apocirctres et prophegravetes personne en Israel na conccedilu ni

annonceacute une communauteacute messianique harmonieusement composeacutee de paiumlens et de juifs

dans le Christ206 Loin decirctre un exploit humain la reacuteveacutelation de ce mystegravere est une œuvre

divine Le lien entre le passif theacuteologique207 ἀπεκαλύφθη et le syntagme ἐν πνεύματι est

aussi fondamentale que le lien entre ἀποστόλοις καὶ προφήταις La reacuteveacutelation du mystegravere

est lœuvre de Dieu dans lEsprit LEsprit apparaicirct tout de mecircme comme instrument

soteacuteriologique de la reacuteveacutelation du mystegravere divin

Le lien entre Esprit et reacuteveacutelation est deacutejagrave exprimeacute en Ep 1 17 en relation avec la

sagesse et la connaissance En Ep 1 1 Paul se preacutesente comme apocirctre de Jeacutesus Christ par

la volonteacute de Dieu En Ep 2 20 lEglise de Dieu est eacutedifieacutee sur le fondement des apocirctres

et des prophegravetes En Ep 4 11 apocirctres et prophegravetes apparaissent comme un don de Dieu

dans le Christ Le prophegravete est celui qui est doteacute par lEsprit du don de la propheacutetie pour

leacutedification de lEglise en eacutetant capable de connaicirctre et de communiquer le mystegravere de

Dieu208 Bien diffeacuterent du groupe des apocirctres sans leur ecirctre opposeacutes les prophegravetes sont

contemporains de apocirctres et sont ainsi les prophegravetes de la Nouvelle Alliance qui

beacuteneacuteficient avec les apocirctres de la reacuteveacutelation du mystegravere

Si les apocirctres et les prophegravetes sont beacuteneacuteficiaires de la reacuteveacutelation du mystegravere cest

alors par eux que ce mystegravere se fera deacutesormais connaicirctre par lEglise Degraves lors la

notification du mystegravere se fera en reacutefeacuterence aux apocirctres et aux prophegravetes et le message de

lEglise sera alors un message essentiellement apostolique209 LEglise elle-mecircme sera par

nature apostolique

Malgreacute ces indications importantes et cette description progressive du mystegravere

lon ne parvient pas encore agrave saisir le contenu existentiel et la porteacutee de cette reacuteveacutelation

divine dans la vie des Nations Quel est le contenu non seulement theacuteologique mais

existentiel de ce mystegravere qui est donneacute de connaicirctre aux Nations

pauliniennes γενεά est employeacute uniquement en Phil 2 15 et Col 1 26 dans le mecircme sens des geacuteneacuterations

De plus dans la lettre aux Epheacutesiens lexpression τοῖς υἱοῖς τῶν ἀνθρώπων est uniquement employeacutee en 3

5 pour deacutesigner lensemble des ecirctres humains des geacuteneacuterations preacuteceacutedentes et non seulement les serviteurs

eacutelus de Dieu ou les prophegravetes de lAncien Testament (contre BARTH M Ephesians p 333) Dans le mecircme

sens BOUTTIER M LrsquoEpicirctre de saint Paul aux Epheacutesiens p 142 note 315 affirme que le grec classique

exigerait alloij eacutetant donneacute que eteraij suppose normalement deux choses qui impliquerait dans ce cas le

contraste entre la geacuteneacuteration preacuteceacutedente et celle qui reccediloit maintenant la communication du mystegravere 206 Cf ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 178 PENNA R La Lettera agli Efesini p 159 207 Lexpression passifs theacuteologiques est agrave juste titre employeacutee par les commentateus Cf ALETTI J-N

Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 179 Dans le mecircme sens LINCOLN T A Ephesians p 177 emploie

lexpression anglaise divine passives 208 HOEHNER H Ephesians p 463 et seq 209 ALETTI J-N Op cit p 179

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25222 Eglise et Evangile contenu et instrument dexeacutecution du mystegravere dans le Christ

Apregraves avoir dit quand comment et agrave qui le mystegravere a eacuteteacute reacuteveacuteleacute cest en 3 6 quest

donneacutee une explication deacutecisive de ce mystegravere εἶναι τὰ ἔθνη συγκληρονόμα καὶ

σύσσωμα καὶ συμμέτοχα τῆς ἐπαγγελίας ἐν Χριστῷ Ἰησοῦ διὰ τοῦ εὐαγγελίου Les

termes qui constituent le potentiel seacutemantique de cette action soteacuteriologique rendent plus

explicite le processus de reacuteveacutelation et de connaissance du mystegravere Si Ep 3 3 a eacuteteacute

consideacutereacute comme la charpente du texte la premiegravere partie de la peacutericope atteint ici son

sommet Dans un vocabulaire dinteacutegration le v 6 en lien avec le v 5 exprime en images

ce qui est conceptualiseacute par les termes mystegravere reacuteveacutelation et connaissance210

Les Nations sont essentiellement les grands beacuteneacuteficiaires du dynamisme

soteacuteriologique exprimeacute au v 6 La relation de communion entre le Christ et les Nations

est marqueacutee par le syntagme ἐν Χριστῷ Ἰησοῦ211 qui indique le Christ comme lieu

theacuteologique et existentiel de la communion entre les Nations et les Juifs Le contenu du

mystegravere est donc essentiellement eccleacutesiologique et les Juifs et les Nations font deacutesormais

partis du mystegravere Le projet salvifique de Dieu advient dans la vie des Nations et des Juifs

agrave travers lEglise qui devient le lieu visible de lavegravenement du salut

Si la description du mystegravere est essentiellement eccleacutesiologique en Ep 3 6 la

dimension verticale de la relation avec le Christ y est aussi fondamentale Cest dans le

Christ qui est devenu le lieu theacuteologique et existentiel de la communion que les Nations

et les Juifs sont appeleacutes agrave former lEglise et agrave participer au projet salvifique de Dieu qui

sest rendu preacutesent dans leur vie Le syntagme ἐν Χριστῷ Ἰησοῦ sunit alors aux termes

composeacutes en σύν concernant les Nations et caracteacuterisant le fait decirctre avec le Christ212

mais aussi le fait decirctre avec les autres dans le Christ

210 REYNIER C Evangile et mystegravere p 105 211 Les possibiliteacutes dapplication de la preacuteposition evn dans le grec classique deacutepasse deacutejagrave eacutenormeacutement son

sens local Dans le Nouveau Testament ces possibiliteacutes se sont davantage eacutelargies agrave partir de la construction

avec la preacuteposition heacutebreu b Cf ELLIGER W ldquoenrdquo col 1369 De plus lemploi de la preacuteposition evn avec

le datif est de tregraves grande importance theacuteologique dans la Bible en geacuteneacuteral Les expressions ἐν Χριστῷ ou

evn Kuriw| et leurs deacuteriveacutes deacutenotent les membres du Christ ou de lEglise lactiviteacute ou leacutetat du chreacutetien mais

aussi la base objective de communion avec Dieu la reacuteunion de plusieurs en un seul Cf KITTEL G

Theological Dictionary of the New Testament Vol 2 p 537 212 REYNIER C Op cit p 108

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Toutefois cette relation de communion dans le Christ est eacutetablie par lEvangile

qui se preacutesente comme instrument ou agent soteacuteriologique principal de laction en cours

Cest par lannonce et leacutecoute de lEvangile que les Nations sont coheacuteritiegraveres co-corporeacutees

et coparticipantes de la promesse συγκληρονόμα καὶ σύσσωμα καὶ συμμέτοχα τῆς

ἐπαγγελίας ἐν Χριστῷ Ἰησοῦ διὰ τοῦ εὐαγγελίου En effet la preacuteposition διά suivie du

geacutenitif signifie agrave travers ou par le moyen de exprimant ainsi une cause intermeacutediaire

ou instrumentale213 Mais lusage de cette preacuteposition peut aussi seacutetendre agrave une cause

principale214

Ainsi dans le dynamisme soteacuteriologique en cours le syntagme preacutepositionnel διὰ

τοῦ εὐαγγελίου fait donc de lEvangile linstrument principal dexeacutecution du mystegravere215

En placcedilant ce syntagme agrave la fin du verset le texte accorde agrave lEvangile une place

privileacutegieacutee en lien avec la reacuteveacutelation et la connaissance du mystegravere Le salut se reacutealise non

seulement ἐν Χριστῷ Ἰησοῦ mais aussi gracircce agrave lEvangile de telle sorte que dans la bouche

ou sous la plume de Paul lEvangile ne se contente pas seulement dannoncer Jeacutesus mais

il sannonce lui-mecircme216

Ce dynamisme met en vue le lien fondamental entre lEglise et lEvangile Si

lEglise est le contenu du mystegravere et lEvangile linstrument principal de lexeacutecution de ce

mystegravere lEglise ne peut donc exister sans lEvangile tout comme lEvangile sans lEglise

naurait pas de sens De plus si lEglise est le lieu visible de lavegravenement du salut divin

dans la vie des Juifs et des Nations lEvangile est deacutesormais linstrument de la

proclamation du projet salvifique de Dieu qui se rend preacutesent dans la vie de lEglise

En 1Cor 4 15 lEvangile est aussi exprimeacute par ce syntagme indiquant son

importance dans la vie nouvelle quelle apporte aux chreacutetiens Mais le lien y est fait avec

la paterniteacute spirituelle de Paul qui a engendreacute les chreacutetiens dans le Christ par lEvangile

Dans un contexte dexhortation lEvangile apparaicirct comme instrument fondamentale dans

le rappel de la vocation des chreacutetiens de Thessalonique qui ont eacuteteacute appeleacutes agrave entrer en

possession de la gloire du Christ διὰ τοῦ εὐαγγελίου (cf 2Th 2 14) Ce syntagme apparaicirct

enfin en 2Tim 1 10 en lien avec le Christ qui a lui-mecircme deacutetruit la mort pour faire

resplendir la vie et limmortaliteacute

213 ZERWICK M Il greco del Nuovo Testamento p 89 214 Ibid p 89 215 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 181 216 BAULES R Lrsquoinsondable richesse du Christ p 59

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Dans les quatre occurrences du terme εὐαγγέλιον dans la lettre aux Epheacutesiens

cest lunique fois en 3 6 ougrave lEvangile est preacutesenteacute comme une cause instrumentale par

le syntagme preacutepositionnel διὰ τοῦ εὐαγγελίου Cest apregraves avoir eacutecouteacute cet Evangile

comme parole de veacuteriteacute Evangile du salut et y avoir cru que les Nations ont eacuteteacute marqueacutees

dun sceau par lEsprit de la Promesse (Ep 1 13) Mais cet Evangile du salut est aussi

lEvangile de la paix (Ep 6 15) La paix et le salut apparaissent ainsi comme objet de

lEvangile qui est annonceacute et qui agit dans la vie des Nations217 Le texte dIsaiumle 52 7 dont

lauteur sen est certainement inspireacute montre le lien entre la paix et le salut

ר משמיע ש לוםמה־נאוו על־ההרים רגלי מבש מבשר טוב משמיע ישועה אמר לציון מלך אלהיך

ὡς ὥρα ἐπὶ τῶν ὀρέων ὡς πόδες εὐαγγελιζομένου ἀκοὴν εἰρήνης

ὡς εὐαγγελιζόμενος ἀγαθά ὅτι ἀκουστὴν ποιήσω τὴν σωτηρίαν σου

λέγων Σιων βασιλεύσει σου ὁ θεός (Is 52 7)

Pourtant cet Evangile en Ep 6 19 sexprime en lien avec le mystegravere cest le

μυστήριον τοῦ εὐαγγελίου Par lEvangile le mystegravere se fait connaicirctre aux Nations La

reacuteveacutelation du mystegravere a donc pour but deacutelever au rang de Bonne Nouvelle leacuteveacutenement

du Christ et gracircce agrave elle Paul ainsi que les saints apocirctres et prophegravetes se voient en

possession de quelque chose dimportant qui doit ecirctre connu des autres218 En produisant

la connaissance et en manifestant ce qui doit-ecirctre annonceacute la reacuteveacutelation fournit le contenu

et la forme du μυστήριον τοῦ εὐαγγελίου219

25223 Pour une compreacutehension des ἔθνη et du contenu du mystegravere dans les termes συγκληρονόμα σύσσωμα et συμμέτοχα

La premiegravere question est celle de savoir qui sont les Nations exprimeacutees dans le

texte par lexpression τὰ ἔθνη et avec qui sont-elles coheacuteritiegraveres co-corporeacutees et

coparticipantes de la promesse dans le Christ Jeacutesus Le terme ἔθνος apparaicirct 162 fois

217 Certains auteurs y ont vu une allusion agrave Is 52 7 Cf BAULES R Lrsquoinsondable richesse du Christ p

57 BEST E Ephesians p 599 REYNIER C LEpicirctre aux Epheacutesiens p 205 218 BAULES R Op cit p 58 219 Ibid p 58

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dans le Nouveau Testament aussi bien au singulier quau pluriel Dans la LXX le terme

heacutebreu עם est geacuteneacuteralement traduit par λαός en lien au peuple eacutelu et le terme גוי est traduit

ἔθνος en lien aux Gentils

Ainsi dans les deacutebuts du Nouveau Testament se trouve consolideacutee la distinction

terminologique selon laquelle עם deacutesigne le peuple de Dieu et גוים deacutesigne les autres

peuples en dehors de Israeumll cest-agrave-dire les Gentils220 Progressivement le terme acquiert

une connotation peacutejorative et les גוים seront consideacutereacutes comme ceux qui vivent eacuteloigneacutes

de Dieu (cest-agrave-dire du Dieu dIsraeumll) et par conseacutequent hostiles agrave Dieu221

Dans les lettres de Paul ἔθνος (ou τὰ ἔθνη) revecirct une double connotation positive

et neacutegative Dans la lettre aux Epheacutesiens τὰ ἔθνη apparaicirct toujours au pluriel (2 11 3

168 417) et sans aucune connotation neacutegative ou peacutejorative Sur un total de cinq

emplois dans la lettre le terme est employeacute trois fois en Ep 3 1-13 Aux vv 6 et 8 lauteur

aurait pu changer lexpression τὰ ἔθνη par le pronom personnel vous Mais il a preacutefeacutereacute

dans sa rheacutetorique reprendre cette expression insistante en lien au mystegravere qui est reacuteveacuteleacute

et qui est donneacute agrave connaicirctre aux Nations qui en sont les grands beacuteneacuteficiaires

Le contexte de la premiegravere apparition de τὰ ἔθνη est important pour comprendre

sa signification dans lensemble de la lettre Souvenez-vous donc quautrefois vous les

Nations dans la chair appeleacutes preacutepuce par ceux qui sont appeleacutes circoncision dans la

chair faite par la main (humaine) [souvenez-vous] quen ce temps-lagrave vous eacutetiez seacutepareacutes

du Christ exclus de la citoyenneteacute dIsraeumll eacutetrangers aux alliances de la promesse nayant

pas despeacuterance et priveacutes de Dieu dans le monde (cf Ep 2 11-12)

En appelant les Nations τὰ ἔθνη par opposition non pas aux juifs mais agrave Israeumll

terme agrave connotation plus religieuse Epheacutesiens rappelle que la diffeacuterence religieuse entre

les deux peuples est deacutefinitivement abolie222 Ainsi les juifs ne peuvent plus se consideacuterer

peuple eacutelu en se diffeacuterenciant par leur preacuterogatives des Nations qui seraient seacutepareacutees par

la chair223

En effet par la Loi de Moiumlse les Nations eacutetaient exclues du droit de citeacute dIsraeumll224

Mais par la croix du Christ elles deviennent concitoyens des saints membres de la

maison de Dieu eacutedifieacutee sur le fondement des apocirctres et des prophegravetes (cf Ep 2 19) Le

220 WAHER N ἔθνος col 1160 221 Ibid col 1160 222 REYNIER C Evangile et mystegravere p 109 223 Ibid p 109 224 Bien que la lettre fasse plusieurs reacutefeacuterences agrave Israeumll le terme Ἰσραήλ napparaicirct quune fois dans la lettre

et le terme Ἰουδαῖος ny apparaicirct pas

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paralleacutelisme existant entre Ep 2 12 et 2 19 ne veut donc pas faire des Nations les

nouveaux membres dIsraeumll En devenant un mecircme corps les Nations ne deviennent pas

les juifs225

Entre ces deux passages lauteur de la lettre fait une lecture de Is 57 19 ougrave la paix

est encore dans lattente future alors quen Ep 2 14-17 la paix est deacutejagrave preacutesente dans

lavegravenement du Christ qui creacutee une nouvelle humaniteacute en eacutetant lui-mecircme la paix entre les

deux peuples226

Cest agrave la lumiegravere du mystegravere eacutepheacutesien et ses diffeacuterentes composantes que se

comprend cette nouvelle situation des Nations et des juifs qui se rend plus explicite en Ep

3 1-13 Le mystegravere y est reacuteveacuteleacute en des cateacutegories nouvelles Et cette nouveauteacute est baseacutee

sur la nouvelle situation des Juifs et des Nations dans lEglise Le Christ a fait des deux

peuples un seul deacutetruisant la barriegravere qui les seacuteparait supprimant la haine cette loi de

preacuteceptes pour creacuteer les deux en un seul Homme Nouveau (Ep 2 14-15)

Cette nouvelle situation des uns et des autres marque deacutesormais le statut de lEglise

qui devient elle-mecircme le lieu de reacuteveacutelation et de connaissance du mystegravere En proclamant

le mystegravere lEglise annonce finalement ce qui la constitue fondamentalement parce

quelle fait deacutesormais parti du message quelle annonce227 Par la proclamation du mystegravere

lEglise rend teacutemoignage agrave lEvangile qui est le principal agent soteacuteriologique en Ep 3 6

et dont Paul est le serviteur en Ep 3 7 Ce dynamisme couronne avec le rocircle de lEglise

qui devient elle-mecircme le principal agent soteacuteriologique en Ep 3 10 dans la reacuteveacutelation de

la sagesse de Dieu aux principauteacutes et aux puissances

Les termes choisis pour exprimer le contenu du mystegravere en Ep 3 6 sont assez

deacuteroutants συγκληρονόμα σύσσωμα et συμμέτοχα Trois termes composeacutes du preacutefixe

σύν qui frise agrave la fois du pleacuteonasme ou de la tautologie et pose un problegraveme de

compreacutehension et dinterpreacutetation Le premier terme συγκληρονόμος est composeacute de la

preacuteposition σύν et du substantif κληρονόμος En effet la signification du groupe de mots

κληρονόμος et ses deacuteriveacutes tourne autour du concept de lheacuteritage et donc de lheacuteritier et

le κληρονόμος est soit lheacuteritier naturel ou leacutegal228 Ainsi le συγκληρονόμος est celui qui

partage avec lautre lheacuteritage il est heacuteritier avec ou alors coheacuteritier

225 Contre linterpretation de BARTH M Ephesians p 269 et seq 226 USAMI K Somatic Comprehension of Unity p 57 227 ALETTI J-N Les difficulteacutes eccleacutesiologiques de la Lettre aux Epheacutesiens De quelques suggestions

p 565 228 FOERSTER W κληρονόμος col 611 et seq

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Le terme κληρονομία napparaicirct comme terme theacuteologique ni dans le grec

classique ni dans le gnosticisme helleacutenistique sinon dans lhelleacutenisme particuliegraverement

dans les eacutecrits avec une grande influence juive229 Dans le Nouveau Testament aucun des

termes de ce groupe napparaicirct dans le quatriegraveme Evangile et les lettres de saint Jean (une

seule fois apparaicirct le verbe κληρονομέω en Ap 217) Le contenu theacuteologique de

κληρονόμος dans les synoptiques est essentiellement marqueacute par la parabole des

vignerons homicides (cf Mc 12 1-12) ougrave lheacuteritier repreacutesente le fils et lheacuteritage est le

royaume de Dieu230

Chez Paul le contenu de κληρονομία est inseacuteparablement lieacute agrave sa compreacutehension

de laccomplissement de la promesse faite agrave Abraham mecircme si son exeacutegegravese de lAncien

Testament ne prend pas en compte la plaine de Canaan comme lieu daccomplissement

de cette promesse 231 Par ce terme Paul fait le lien entre le passeacute et le preacutesent ougrave

saccomplit dans le Christ la promesse faite agrave Abraham

Le terme κληρονόμος qui manque dans la lettre aux Epheacutesiens devient alors un

terme important dans ce groupe de mots Dans la lettre aux Epheacutesiens ougrave la preacuteoccupation

est essentiellement eccleacutesiologique le contenu de κληρονομία nest pas tant celui de

leacuteveacutenement historique du Christ que celui de luniteacute finale du cosmos232

Cest ainsi que le terme συγκληρονόμος qui napparaicirct quune fois dans les eacutecrits

pauliniens (Rm 8 17)233 diffegravere de lusage du terme en Epheacutesiens En Rm 8 17 le terme

est employeacute par rapport au Christ Les chreacutetiens sont heacuteritiers de Dieu et coheacuteritiers avec

le Christ συγκληρονόμοι δὲ Χριστοῦ La perspective en Rom 8 17 est essentiellement

christologique En Ep 3 6 le terme met laccent sur la perspective eccleacutesiologique

traduisant la relation entre les Juifs et les Nations comme membres dun mecircme corps Le

premier terme fait donc ainsi appel au second

Pour sa part le terme σύσσωμa est composeacute de la preacuteposition σύν et du substantif

σῶμα qui est tregraves freacutequent dans les eacutecrits de Paul et dans le Nouveau Testament

229 HAMMER P A Comparison of Kleronomia in Paul and Ephesians p 267 et seq 230 FOERSTER W κληρονόμος col 650 231 HAMMER P A Comparison of Kleronomia in Paul and Ephesians p 269 Hammer observe tout de mecircme que le terme heacutebreu נחלה ne devient reacuteellement un terme theacuteologique dans lAncien Testament

quagrave lentreacutee agrave Canaan Le terme employeacute dans le contexte de Abraham est celui de ירש beaucoup moins

important theacuteologiquement La LXX emploi les deux termes indistinctement et finit par perdre la distinction

theacuteologique du terme heacutebreu 232 Ibid p 269 233 Les deux autres occurrences du terme dans le Nouveau Testament apparaissent en Hb 11 9 et 1P 3 7

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Litteacuteralement σύσσωμa signifie ecirctre du mecircme corps ou co-corporer234 Le terme

σῶμα apparaicirct 91 fois dans les eacutecrits de Paul sur un total de 142 occurrences dans le

Nouveau Testament Toutefois contrairement agrave lusage traditionnel et agrave linfluence

veacuteteacuterotestamentaire encore perceptible dans les Evangiles les eacutecrits pauliniens

nemploient pas le terme σῶμα pour deacutesigner un corps inerte ou un cadavre235

Chez Paul σῶμα renvoie agrave plusieurs reacutealiteacutes Il est parfois employeacute comme

synonyme de σάρξ pour traduire la mateacuterialiteacute du corps physique et individuel de lecirctre

humain en tant quecirctre de chair dans toute sa fragiliteacute (cf Ga 6 17 Col 1 24 1Cor 5 3)

En plus de cet aspect charnel σῶμα est aussi employeacute pour deacutesigner la personne humaine

dans son inteacutegraliteacute (cf Phil 1 20 Rm 6 6-12 12 1) Par ailleurs au-delagrave de laspect

physique et visible du corps σῶμα est aussi employeacute en reacutefeacuterence au corps spirituel (cf

1Cor 15 42-44) apregraves la reacutesurrection en opposition au corps psychique

Par rapport au Christ σῶμα est employeacute pour deacutesigner le corps du Christ crucifieacute

ou ressusciteacute (cf Col 1 22 2 9-17 Rm 7 4) le corps eucharistique du Christ (cf 1Cor

11 24-29) mais aussi le corps du Christ qui est lEglise la communauteacute des croyants (cf

Col 1 18-24 1Cor 12 12-27) Dans ce sens lidentification de la communauteacute chreacutetienne

de Corinthe au corps du Christ en 1Cor 12 27 meacuterite agrave cet effet une attention particuliegravere

ὑμεῖς δέ ἐστε σῶμα Χριστοῦ (or vous ecirctes corps du Christ)

Le geacutenitif Χριστοῦ qui qualifie le terme σῶμα introduit une particulariteacute dans lusage

neacuteotestamentaire de la theacutematique du corps236

En effet la premiegravere lettre aux Corinthiens contient le plus grand nombre

demplois du terme σῶμα Toutefois cest en 1Cor 10 16 quapparaicirct le premier usage de

lexpression σῶμα Χριστοῦ (Corps du Christ) sous la forme dune interrogation et non

dune affirmation incisive τὸν ἄρτον ὃν κλῶμεν οὐχὶ κοινωνία τοῦ σώματος τοῦ Χριστοῦ

ἐστιν (le pain que nous rompons nest-il pas communion au Corps du Christ) En 1Cor

12 27 laffirmation est dense et cateacutegorique laquo vous ecirctes Corps du Christ raquo

234 Le contexte de Ep 3 6 ne permet donc pas une interpreacutetation de σύσσωμa dans le sens de compagnon

desclave comme le fait PREUSCHEN E Syssocircmos Ep 3 6 p 85 et seq 235 En Gn 15 11 σῶμα est employeacute pour deacutesigner les cadavres danimaux dans le contexte du sacrifice

dAbraham En 1S 31 10 12 Ps 110 (109) 6 il est eacutegalement employeacute pour deacutesigner les cadavres Dans

les synoptiques il est ausssi employeacute dans ce mecircme sens pour deacutesigner le corps inerte de Jeacutesus en Mc 15 43 Mt 27 59 Lc 23 55 En effet le terme σῶμα na pas un seul eacutequivalent dans la langue heacutebreu Il est parfois traduit par σάρξ pour deacutesigner le terme heacutebreu בשר En Gn 47 18 σῶμα deacutesigne le terme heacutebreu

qui est parfois traduit par le terme στόμα dans la LXX (Jg 14 89) En Ez 23 35 et Nh 9 26 σῶμα est גויה

employeacute pour traduire lheacutebreu גו dans le sens de tourner le dos agrave quelquun Il est aussi employeacute pour

traduire le terme heacutebreu נבלה (Dt 21 23) Pour les diffeacuterentes traductions heacutebraiumlques de ce terme voir

SCHWEIZER E σῶμα σωματικός σύσσωμος col 660 et seq 236 REYNIER C Evangile et mystegravere p 113

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Mais dans la construction de cette phrase on peut noter labsence de larticle

deacutefini Faut-il ou non insister sur labsence de larticle dans cette affirmation237 Toujours

est-il que sans article deacutefini cette affirmation se trouve dans une forme indeacutetermineacutee238

La communauteacute chreacutetienne de Corinthe en tant que communauteacute particuliegravere se trouvant

dans un lieu deacutetermineacute est deacutesigneacutee Corps du Christ et non de maniegravere exclusive le

Corps du Christ Ainsi labsence de larticle devant le terme σῶμα fait en sorte que

laffirmation aussi dense quelle soit nidentifie pas de maniegravere exclusive la communaute

de Corinthe au Corps du Christ cest en Epheacutesiens que cette identification devient

possible pour la premiegravere fois239

En Ep 1 22-23 on peut alors noter la preacutesence de larticle dans laffirmation καὶ

πάντα ὑπέταξεν ὑπὸ τοὺς πόδας αὐτοῦ καὶ αὐτὸν ἔδωκεν κεφαλὴν ὑπὲρ πάντα τῇ

ἐκκλησίᾳ ἥτις ἐστὶν τὸ σῶμα αὐτοῦ τὸ πλήρωμα τοῦ τὰ πάντα ἐν πᾶσιν πληρουμένου

(Et il a tout mis sous ses pieds et la constitueacute chef sur toutes choses agrave lEglise qui est son

corps la pleacutenitude de celui remplit tout en tout) En Epheacutesiens la theacutematique du corps a

donc eacutevolueacute lidentification de lEglise au Corps du Christ devient universelle et le danger

de lexclusivisme dune communauteacute particuliegravere est eacuteloigneacute240 Deacutesormais la theacutematique

du corps ne renvoie plus agrave une Eglise particuliegravere mais qualifie lEglise dans son

universaliteacute

Vu lusage assez freacutequent de σῶμα dans les eacutecrits du Nouveau Testament et la

polyseacutemie du terme chez Paul quelle serait alors la speacutecificiteacute de cette theacutematique du

corps dans la lettre aux Epheacutesiens en lien agrave leacutevolution quelle apporte dans les eacutecrits du

Nouveau Testament En effet dans la lettre aux Epheacutesiens le terme σῶμα est employeacute

9 fois [1 23 2 16 4 412 4 16(2x) 5 232830] alors que lexpression σύσσωμa en Ep

3 6 est lunique emploi dans le Nouveau Testament

Contrairement aux eacutecrits pauliniens ougrave lon note plusieurs acceptions de la

theacutematique du corps toutes les reacutefeacuterences du terme σῶμα en Epheacutesiens renvoient

essentiellement agrave la description de lEglise Degraves lors le terme σῶμα exprime leacutetroite

237 RAMAROSON L LEglise Corps du Christ dans les eacutecrits pauliniens simples esquisses p 133

sinterroge sil y a lieu dinsister sur labsence de larticle Il voit justifieacute labsence de larticle en lien avec le

contexte geacuteneacuteral de 1Cor 12 mais aussi en rapport avec celui de Rm 12 5 238 SCHWEIZER E σῶμα σωματικός σύσσωμος col 723-724 239 REYNIER C Evangile et mystegravere p 113 240 Ibid p 113 et seq

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deacutependance vitale institueacutee entre le Christ et lEglise et qui ne se maintient que par

linfluence incessante du Christ lui-mecircme241

Dans la dynamique de la lettre σῶμα apparaicirct deux fois seulement dans la

premiegravere partie (cf Ep 1 23 2 16) et sept fois dans la deuxiegraveme partie de la lettre En Ep

1 23 lEglise est preacutesenteacutee comme le corps dont le Christ est la tecircte la pleacutenitude de celui

qui remplit tout en tout Cette Eglise doit son existence agrave la croix du Christ qui en sa

personne a creacuteeacute les juifs et les Nations en un seul Homme Nouveau faisant la paix entre

les deux et les reacuteconciliant avec Dieu (Ep 2 15-16)242

Cest dans ce sens que dans le contexte de la reacuteconciliation des juifs et des Nations

en Ep 2 15-16 le syntagme ἐν ἑνὶ σώματι (en un seul corps) en parallegravele avec ἕνα καινὸν

ἄνθρωπον (un seul Homme Nouveau) renvoi agrave la meacutetaphore de lEglise243 et non au corps

individuel ou physique du Christ mort sur la croix244 Bien sucircr dans la dynamique de la

lettre le corps que constitue lEglise est inseacuteparable du corps individuel du Christ mort

sur la croix

Cest ainsi que luniteacute de lEglise-corps dans lincorporation de ceux qui sont

sauveacutes dans la mort et la reacutesurrection est lieacutee au thegraveme de la reacuteconciliation245 Le Christ

est celui qui creacutee les Juifs et les Nations en un seul Homme Nouveau En mecircme temps il

est celui qui fait la paix entre les deux peuples et les reacuteconcilie en un seul corps Le mot

corps employeacute non pas pour deacutesigner Israeumll mais linteacutegration des hommes dans le

Christ souligne alors la nouveauteacute de laction divine246

Cest ainsi quapregraves avoir eacuteteacute eacutevoqueacute en Ep 1 23 puis en Ep 2 16 σῶμα est repris

en Ep 4 3-4a en lien avec le πνεῦμα pour sauvegarder luniteacute de lEsprit dans le lien de la

paix car il ny a quun seul corps et un seul Esprit (σπουδάζοντες τηρεῖν τὴν ἑνότητα τοῦ

241 BAULES R Lrsquoinsondable richesse du Christ p 28 242 On peut observer que cest lunique fois dans la lettre aux Epheacutesiens et dans le Noveau Testament que le

verbe creacuteer (κτίζω) est appliqueacute directement au Christ comme sujet De plus le contexte parle de la creacuteation

dun seul Homme Nouveau et non de la creacuteation dun nouveau peuple Dans ce sens le terme λαός attribueacute

au peuple dIsraeumll avec toutes les preacuterogatives de peuple eacutelu est eacuteviteacute par lauteur et napparaicirct pas du tout dans la lettre aux Epheacutesiens 243 Voir aussi OBRIEN P T The Letter to the Ephesians p 202 MACDONALD M Colossians and

Ephesians p 246 et seq LINCOLN T A Ephesians p 144 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux

Epheacutesiens p 154 et seq BEST E Ephesians p 264 244 Pour REYNIER C Evangile et mystegravere p 112 en Ep 2 16 σῶμα peut renvoyer soit agrave lEglise soit au

corps mort du Christ sur la croix Pour SCHWEIZER E Op cit p 746 et seq en 2 16 paralegravellement agrave

Col 1 22 σῶμα deacutesigne probablement le corps du Christ exeacutecuteacute sur la croix 245 REYNIER C Evangile et mystegravere p 115 246 BAULES R Lrsquoinsondable richesse du Christ p 28

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πνεύματος ἐν τῷ συνδέσμῳ τῆς εἰρήνηςmiddot Ἓν σῶμα καὶ ἓν πνεῦμα)247 Luniteacute de lEglise

est exprimeacutee en lien avec luniteacute de lEsprit

Mais cette uniteacute de lEglise ne soppose pas agrave la notion de diversiteacute car chaque

membre du corps a reccedilu des dons en vue de la construction du corps du Christ (Ep 4 12)

La relation entre le corps eccleacutesial et le Christ Tecircte de lEglise devient alors explicite en

Ep 4 16 ougrave la croissance des chreacutetiens dans lamour a son origine dans le Christ qui est

la tecircte du corps248

Les derniegraveres occurrences de σῶμα au chapitre 5 sont aussi en lien avec lEglise

malgreacute les images dordre anthropologique tregraves fortes utiliseacutees dans la description de la

relation conjugale entre la femme et son eacutepoux Le mari est tecircte de la femme tout comme

le Christ est tecircte de lEglise lui le sauveur du corps (Ep 5 23) Epheacutesiens se reacutefegravere agrave ces

images anthropologiques assez complexes pour deacutecrire essentiellement la relation du

Christ et de lEglise249

Eucirct eacutegard agrave ce qui preacutecegravede au vu de cette description eacutepheacutesienne cette reacutealiteacute na

de sens que par rapport au mystegravere qui est reacuteveacuteleacute progressivement dans un langage tout agrave

fait nouveau Degraves lors les trois termes en σύν enrichissent lexpression de cette reacutealiteacute et

le neacuteologisme σύσσωμa revecirct une signification profonde dans le fait decirctre un corps

avec250 Il y a donc un lien indeacuteniable entre Ep 2 11-22 ougrave le contenu du mystegravere a eacuteteacute

eacutenonceacute agrave partir de la reacuteconciliation des Juifs et des Nations la creacuteation des deux peuples

en un seul Homme Nouveau et Ep 3 1-13 ougrave le contenu du mystegravere est rendu plus

explicite

Sur le plan litteacuteraire ce lien est dabord marqueacute par lexpression καθὼς προέγραψα

ἐν ὀλίγῳ (Ep 3 3) Ainsi les trois termes composeacutes en σύν dont σύσσωμa est le pivot

deacutecrivent le contenu du mystegravere qui est donneacute de connaicirctre dans un vocabulaire nouveau

Le contenu du mystegravere et la proceacutedure paradoxale de la resignification des cateacutegories non

247 Le thegraveme de luniteacute eccleacutesial est tellement fort et speacutecifique dans la lettre aux Epheacutesiens que le terme

ἑνότης qui napparaicirct pas du tout dans la septante napparaicirct que dans ce contexte de Ep 4 3 13 comme

un hapax neacuteotestamentaire 248 BEST E Ephesians p 409 249 LINCOLN T A Ephesians p 262 informe que la meacutetaphore du Christ comme Tecircte eacutetait agrave lorigine

indeacutependant de la meacutetaphore de lEglise comme corps Mais les deux sont mis ensemble en Col et Ep ougrave

lEglise-Corps reccediloit sa vie du Christ et le Christ-Tecircte est compris agrave la fois comme autoriteacute et origine 250 REYNIER C Evangile et mystegravere p 117 PENNA R Il Mysterion Paolino p 73 considegravere le terme

σύσσωμa comme un neacuteologisme LINCOLN T A Ephesians p 180 observe que ce terme napparaicirct nulle

part dans la litteacuterature grecque ancienne et a eacuteteacute inventeacute par lauteur de la lettre pour deacutecrire la nouveauteacute

de lEglise Corps du Christ

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bibliques assurent la continuiteacute et la nouveauteacute entre laction salvifique et ses effets

interpreacuteteacutes agrave la lumiegravere de luniteacute entre le Christ et son Eglise qui est son corps251

Si lEglise corps du Christ est le contenu du mystegravere en Ep 3 6 cest alors apregraves

le deacutevoilement de celui-ci que la lettre preacutesente les conseacutequences eccleacutesiologiques de ce

qui a eacuteteacute eacutenonceacute dans la premiegravere partie de la lettre Les eacuteleacutements seacutemantiques qui

composent alors la notion dEglise comme Corps du Christ se comprennent et

sinterpregravetent sous la cateacutegorie du mystegravere qui est reacuteveacuteleacute aux Nations252

Par la reprise de la conjonction καί le terme σύσσωμa est agrave la fois lieacute au premier

terme συγκληρονόμα et au troisiegraveme συμμέτοχα embarquant tous les trois termes dans un

mecircme dynamisme Si dans le Nouveau Testament συγκληρονόμα apparaicirct seulement en

Rm 8 17 Hb 11 9 1P 3 7 et Ep 3 6 les deux autres termes σύσσωμa et συμμέτοχα

napparaissent que dans la lettre aux Epheacutesiens

Le troisiegraveme terme συμμέτοχα qui sert tout de mecircme agrave reacuteveacuteler le contenu du

μυστήριον est composeacute de la preacuteposition σύν et du substantif μέτοχος En effet le groupe

de mots μετέχω et ses deacuteriveacutes expriment lideacutee de participer 253 dans le sens dune

participation avec lautre Lusage de ce terme est tregraves rare dans la LXX et apparaicirct

geacuteneacuteralement dans un contexte eacutethique renvoyant agrave la participation agrave une action bonne ou

mauvaise 254 Progressivement mέτοχος et κοινωνός (ami compagnon) sont utiliseacutes

comme deux termes interchangeables255 Cette acception du terme est aussi retrouveacutee

dans les textes du Nouveau Testament256

Cest ainsi que mecircme en se reacutefeacuterant agrave la tradition veacuteteacuterotestamentaire συμμέτοχα

entre dans la nouveauteacute quintroduit le mystegravere dans sa dynamique de reacuteveacutelation et de

connaissance En se construisant sur la base de deux preacutepositions qui ont en effet le mecircme

sens σύν et μετά le terme συμμέτοχα preacutesenterait un pleacuteonasme qui donnerait

certainement raison aux deacutetracteurs du style eacutepheacutesien Mais nest-ce pas encore lagrave une

caracteacuteristique du mystegravere qui se reacutevegravele dans un langage deacuteroutant et exige un nouveau

regard et une nouvelle compreacutehension

251 GRANADOS J M La reconciliacioacuten en la Carta a los Efesios y en la Carta a los Colosenses p 231 252 Ibid p 197 253 HANSE H μετέχω col 1358 254 Ibid p 1360 255 Ibid 256 Dans le Nouveau testament μέτοχος est employeacute en Lc 5 7 Hb 1 9 3 1 3 14 6 4 12 8 Le verbe

metecw apparaicirct en 1Cor 9 10 9 12 10 17 10 21 10 30 Hb 2 14 5 13 7 13 On retrouve eacutegalement

μετοχή en 2Cor 6 14 συμμέτοχος est quant lui employeacute seulement en Ep 3 6 et 5 7

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En reacuteveacutelant le contenu du mystegravere les trois termes composeacutes de la preacuteposition σύν

constituent agrave leur tour un dynamisme important dans la relation salvifique des chreacutetiens

non seulement entre eux dans une dimension horizontale mais aussi avec le Christ dans

une dimension verticale Ces trois termes sajoutent agrave une seacuterie de mots composeacutes en σύν

qui abondent dans la lettre aux Epheacutesiens Ces mots en σύν expriment non seulement un

ecirctre ensemble mais le partage dun mecircme statut dune mecircme digniteacute dune mecircme

beacuteneacutediction257 Les Nations partagent avec les juifs la mecircme promesse dans le Christ

Si la conjonction καί situe les trois termes sur un mecircme plan litteacuteraire la

preacuteposition σύν eacutetablit les Juifs et les Nations sur un mecircme pied deacutegaliteacute Les Nations

sont deacutesormais coparticipants de la promesse dans le Christ Jeacutesus par lEvangile Elles

sont deacutesormais inclues dans la promesse agrave laquelle elles eacutetaient autrefois exclues vivant

sans espeacuterance et priveacutes de Dieu dans le monde (Ep 2 2) En remontant aux anteacuteceacutedents

veacuteteacuterotestamentaires Epheacutesiens valide ainsi la promesse aussi bien pour les Juifs que

pour les Nations258

Toutefois en eacutetant coheacuteritiegraveres co-corporeacutees et coparticipantes de la promesse

les Nations ne deviennent pas Israeumll et pas mecircme le nouvel Israeumll259 Israeumll non plus ne

devient pas les Nations Linteacutegration des deux peuples dans lunique corps du Christ nest

pas synonyme dassimilation ou duniformisme Les diversiteacutes qui seacuteparaient les deux

peuples sont appeleacutees agrave se reacuteconcilier dans une uniteacute supeacuterieure de genre totalement

diffeacuterent et nouveau le tertium genus260

En formant le corps du Christ les chreacutetiens dorigine paiumlenne et ceux dorigine

juive deviennent une nouvelle humaniteacute creacuteeacutee par le Christ Cest pourquoi le syntagme

ἐν Χριστῷ Ἰησοῦ sapplique essentiellement aux trois adjectifs accentuant la communion

des Juifs et des Nations dans le Christ par lEvangile agent soteacuteriologique indispensable

257 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 180 258 PENNA R La lettera agli Efisini p 161 259 REYNIER C Evangile et Mystegravere p 110 260 PENNA R Il Mysterion Paolino p 74

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25224 La reacuteveacutelation du mystegravere et le service de lEvangile dans la dynamique salvifique

Le pronom relatif ὅς placeacute apregraves τοῦ εὐαγγελίου fait le lien entre la fin du v 6 et

le deacutebut du v 7 qui preacutesente Paul comme le serviteur (διάκονος) de lEvangile En effet

si les apocirctres et les prophegravetes preacutesenteacutes au v 5 ont pour mission le service de lEvangile

pourquoi Paul est-il encore preacutesenteacute ici comme le serviteur de lEvangile261 Si Paul a la

mission dannoncer lEvangile et de mettre en lumiegravere la dispensation du mystegravere quelle

serait le lien entre lEvangile et le mystegravere

Lauteur de la lettre continue agrave deacutecrire la reacuteveacutelation progressive du mystegravere et ses

composantes dans un style litteacuteraire deacuteroutant et un langage tout agrave fait nouveau Cest

ainsi que le prisonnier du Christ (cf Ep 3 1) est aussi le serviteur de lEvangile et les

tribulations de celui qui annonce lEvangile sont la gloire des Nations (cf Ep 3 13)

Pourtant Paul ne sest pas lui-mecircme attribueacute la mission dannoncer lEvangile et den ecirctre

le serviteur

Le passif ἐγενήθην διάκονος montre quil a eacuteteacute fait serviteur de lEvangile De

mecircme que le mystegravere lui a eacuteteacute fait connaicirctre κατὰ ἀποκάλυψιν (v 3) le service de

lEvangile lui est aussi accordeacute κατὰ τὴν δωρεὰν τῆς χάριτος τοῦ θεου (v 7) Si connaicirctre

le mystegravere du Christ na pas eacuteteacute de lordre de la capaciteacute intellectuelle du geacutenie de Paul

de mecircme ecirctre serviteur de lEvangile nest pas de lordre de la preacutetention personnelle de

lapocirctre La connaissance du mystegravere tout comme le service de lEvangile est un don

totalement gratuit de Dieu dans lavegravenement de son projet salvifique

La premiegravere partie du texte (Ep 3 2-7) sachegraveve sur lannonce de lEvangile qui

sera deacuteveloppeacute dans la deuxiegraveme partie (Ep 3 8-12) Si la premiegravere partie du texte a

commenceacute par la dispensation de la gracircce de Dieu donneacutee agrave Paul (v 2) elle se termine

eacutegalement par le don de la gracircce de Dieu qui lui est donneacutee (v 7) La phrase τῆς χάριτος

τοῦ θεοῦ τῆς δοθείσης μοι au v 2 et la phrase τὴν δωρεὰν τῆς χάριτος τοῦ θεοῦ τῆς

δοθείσης μοι au v 7 forme alors une inclusion partielle qui met laccent sur la gratuiteacute de

la reacuteveacutelation divine En constituant lEvangile la reacuteveacutelation constitue aussi celui qui en

261 LONA H Die Eschatologie im Kolosser- und Epheserbrief p 290

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est le serviteur262 Cest parce quil a reccedilu la connaissance du mystegravere au cours dune

reacuteveacutelation que Paul est devenu le serviteur de lEvangile

LEvangile dont lapocirctre est appeleacute agrave ecirctre le serviteur se comprend dans la

dynamique du mystegravere qui se fait connaicirctre Quelle est alors la speacutecificiteacute du service de

lEvangile dans la lettre aux Epheacutesiens et quel est le lien entre ce service et la trilogie

reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

Le terme διάκονος est un terme essentiellement paulinien Il apparaicirct 21 fois dans

les eacutecrits de Paul et seulement 8 fois dans les Evangiles263 Dιάκονος est employeacute dans les

Evangiles pour deacutesigner le disciple qui se met au service des autres (cf Mt 20 26 23 11

Mc 9 35 10 43) le διάκονος est aussi le serviteur du roi (cf Mt 22 13) les servants aux

noces (cf Jn 2 59) Il deacutesigne eacutegalement celui qui se met agrave la suite du Christ (cf Jn 12

26)

Dans les lettres de Paul διάκονος est appliqueacute au ministre de Dieu dans le service

du bien pour lutter contre le mal (cf Rm 13 4) le terme renvoi aussi aux ministres de

lEglise (cf Rm 16 1) les serviteurs pour lannonce de lEvangile (cf 1Cor 3 5 2Cor 11

15 Col 1 23) les ministres du Christ (cf 2Cor 11 23 Col 1 7) le Christ lui-mecircme

comme serviteur de la circoncision pour faire connaicirctre la veacuteriteacute (cfRm 15 8) le terme

renvoi enfin aux diacres dans un service dEglise en voie dinstitutionnalisation (cf 1Tm

3 812)

De maniegravere geacuteneacuterale le terme διάκονος contient dans son acception une certaine

deacutependance ou soumission comme dans le cas de la relation entre un esclave et son maicirctre

(cf Rm 6 16-17 1Cor 7 21-22) Paul lui-mecircme se preacutesente dailleurs comme esclave du

Christ δοῦλος Χριστοῦ Ἰησοῦ (cf Rm 1 1 Ga 1 10) et esclave de Dieu δοῦλος θεοῦ

(cf Tt 1 1) Cest ainsi que les deux termes διάκονος et δοῦλος sont parfois employeacutes

comme termes interchangeables mecircme dans la lettre aux Epheacutesiens (cf Ep 6 5-6)

Toutefois dans la lettre aux Epheacutesiens le terme δοῦλος nest en aucune fois

appliqueacute agrave Paul mais agrave ceux qui vivent dans une relation de deacutependance ou de soumission

de type maicirctreesclave (cf Ep 6 5-6) En Ep 3 7 Paul est le διάκονος τοῦ εὐαγγελίου

LEvangile est lobjet du service dont Paul a eacuteteacute gratuitement fait serviteur En parlant de

service de lEvangile laccent est mis non pas sur les notions dobeacuteissance et de

262 BAULES R Lrsquoinsondable richesse du Christ p 60 263 Le terme διάκονος apparaicirct seulement 6 fois dans la LXX en Esther 1 10 2 2 6 35 Pr 10 4 4 M 9 17 (lunique emploi dans les textes dits apocryphes) traduisant indistinctement le termes heacutebreux נער et

trV

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soumission qui sont constitutives de la relation maicirctreesclave mais sur la notion de

gratuiteacute qui nentre jamais dans la relation maicirctreesclave264

Cest gratuitement que la gracircce de Dieu a eacuteteacute donneacutee agrave Paul pour les Nations (cf

Ep 3 2) Cest encore gratuitement que le mystegravere lui a eacuteteacute fait connaicirctre au cours dune

reacuteveacutelation (cf Ep 3 3) et a eacuteteacute reacuteveacuteleacute aux saints apocirctres et prophegravetes (cf Ep 3 5) Et cest

enfin gratuitement quil a eacuteteacute fait serviteur de lEvangile selon le don de la gracircce de Dieu

(cf Ep 3 7-8) La notion de gratuiteacute sentrelace ainsi avec la notion de connaissance qui

est celle de la reacuteveacutelation impreacutevisible de mystegravere de Dieu265 Le service de lEvangile est

donc inseacuteparable du dynamisme reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

Le vocabulaire qui constitue et exprime le service de lannonce de lEvangile est

un vocabulaire lieacute agrave la reacuteveacutelation et agrave la connaissance du mystegravere Le participe passif τῆς

δοθείσης μοι montre clairement que lapocirctre Paul est le grand beacuteneacuteficiaire de cette action

soteacuteriologique Il entretient avec Dieu non pas une relation dobeacuteissance servile et de

soumission aveugle mais une relation de service de lEvangile quil a reccedilu κατὰ τὴν

δωρεὰν τῆς χάριτος τοῦ θεου (cf Ep 3 7)

Le substantif δωρεά est employeacute deux fois seulement dans la lettre (cf Ep 3 7 4

7) en faisant toujours reacutefeacuterence au don gratuit de Dieu Cest un substantif que Paul

emploie pour signifier la geacuteneacuterositeacute de laction divine dans le Christ en faveur de

lhumaniteacute (cf Rm 3 24 5 15 2Cor 9 15)266 Si le geacutenitif τῆς χάριτος est soit objectif

ou epeacutexeacutegeacutetique celui qui suit τοῦ θεοῦ est un geacutenitif de possession qui deacutetermine

lorigine ou lauteur de la gracircce

Bien que Dieu soit lui-mecircme lagent implicite de ce dynamisme en eacutetant agrave lorigine

du don de la gracircce il agit pourtant explicitement dans laction en cours par lefficaciteacute de

la gracircce offerte agrave lapocirctre La gracircce divine est agrave lœuvre dans la vie du serviteur de

lEvangile Toutefois cette gracircce divine ne peut ecirctre seacutepareacutee de son origine En donnant

sa gracircce agrave son serviteur lui accordant la capaciteacute neacutecessaire dans lexercice de sa mission

Dieu lui-mecircme continue agrave agir dans le ministegravere de son serviteur selon le deacuteploiement de

sa puissance κατὰ τὴν ἐνέργειαν τῆς δυνάμεως αὐτοῦ (cf Ep 3 7)

Le pronom possessif αὐτοῦ se rapporte au substantif δυνάμεως qui renvoie agrave la

puissance mecircme de Dieu et explicite davantage laction du don de la gracircce Les deux

preacutepositions ne sont donc pas en coordination car la deuxiegraveme sert agrave deacuteterminer le passif

264 REYNIER C Evangile et mystegravere p 90 265 Ibid 266 LINCLON T A Ephesians p 182

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τῆς δοθείσης μοι267 Epheacutesiens considegravere le service de lannonce de lEvangile accordeacute agrave

Paul comme un eacuteleacutement deacutecisif dans la connaissance du mystegravere qui lui a eacuteteacute donneacute au

cours dune reacuteveacutelation Paul est alors consideacutereacute non comme un heacuteros en soi mais comme

un instrument de la gracircce divine268

La gracircce davoir eacuteteacute fait serviteur de lEvangile qui se comprend dans le

dynamisme proportionneacute par la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance culmine la

premiegravere partie du texte (Ep 3 2-7) et deacutebouche en mecircme temps sur le dynamisme

soteacuteriologique de lannonce de cet Evangile qui initie le deuxiegraveme moment dynamique

(Ep 3 8-12) Cest ainsi que les versets 8-12 en faisant suite aux versets 2-7 deacuteveloppent

le deuxiegraveme moment de la penseacutee de lauteur et ne traite plus tant lorigine et la nature du

mystegravere que sa proclamation universelle269

253 Dynamique salvifique de Ep 3 8-1213

2531 Lannonce de lEvangile comme expression de lavegravenement salvifique

Au v 7 le service de lEvangile est principalement orienteacute vers le choix et lappel

de lapocirctre qui en a eacuteteacute fait serviteur Au v 8 ce service est davantage orienteacute vers

lannonce Si les Nations apparaissent comme les destinataires de ce service Paul est

avant tout le beacuteneacuteficiaire de cette action soteacuteriologique marqueacutee degraves le deacutebut du verset

par une affirmation solennelle et emphatique Ἐμοὶ τῷ ἐλαχιστοτέρῳ πάντων ἁγίων ἐδόθη

ἡ χάρις αὕτη (cf Ep 3 8) Le prisonnier du Christ Jeacutesus (3 1) et serviteur de lEvangile

(3 7) se preacutesente maintenant comme le plus petit de tous les saints (3 8) expression

unique dans la litteacuterature neacuteotestamentaire270

267 SCHLIER H La Carta a los Efesios p 198 Contre CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p

105 qui condegravere les deux syntagmes marqueacutes par la preacuteposition κατὰ comme un paralleacutelisme 268 LINCOLN T A Op cit p 182 269 PENNA R La lettera agli Efesini p 161 et seq 270 Lexpression ἐλαχιστοτέρῳ se preacutesente comme le comparatif du superlatif ἐλάχιστος qui se traduit par

le plus petit Dans ce cas lexpression ἐλαχιστοτέρῳ se traduirait litteacuteralement par le plus petit du plus

petit (de tous les saints) Cf ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 185

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Mecircme si le superlatif ἐλάχιστος semble sinspirer de 1Cor 15 9271 ougrave Paul se

preacutesente comme le plus petits des apocirctres la comparaison avec Ep 3 8 ne concerne pas

les apocirctres mais tous les saints Cependant en 1Cor 15 9 le superlatif ἐλάχιστος

sexprime en fonction de lindigniteacute de lapocirctre qui a perseacutecuteacute lEglise de Dieu mettant

en relief la gracircce de Dieu par laquelle Paul est devenu ce quil est appeleacute au ministegravere

apostolique

En Ep 3 8 ἐλαχιστοτέρῳ sexprime en fonction du service de lannonce de

lEvangile en faisant eacutegalement appel au don de la gracircce de Dieu qui a eacuteteacute fait agrave lapocirctre

Ce don de la gracircce enrobe la premiegravere partie du texte dans une inclusion partielle Laspect

soteacuteriologique est donc preacutesent en arriegravere fond dans la mesure ougrave dans la vocation de Paul

le salut et la mission adviennent dans un mecircme temps 272 Cest parce que le projet

salvifique de Dieu sest rendu preacutesent dans la vie de Paul par la reacuteveacutelation du mystegravere et

la gracircce qui lui a eacuteteacute donneacutee que celui-ci est appeleacute agrave porter cette Bonne Nouvelle aux

Nations Cette expeacuterience personnelle de lapocirctre dans lavegravenement du salut divin devient

une base importante dans le service de lannonce de lEvangile

Le pronom personnel Ἐμοὶ placeacute en deacutebut de la phrase dans un ton emphatique

contraste avec lexpression ἐλαχιστοτέρῳ pour mettre en valeur le don de la gracircce de Dieu

pour le service de lannonce de lEvangile Linfinitif aoriste εὐαγγελίσασθαι fait alors

suite au terme εὐαγγέλιον placeacute en Ep 3 6 pour souligner la particulariteacute de cette annonce

il sagit de lannonce de lEvangile

Le passif theacuteologique ἐδόθη en mettant laccent sur la provenance de la gracircce qui

a eacuteteacute donneacutee agrave lapocirctre deacutetermine en mecircme temps lorigine du service de lEvangile qui

lui est confieacute En effet dans les 12 emplois du verbe δίδωμι dans la lettre aux Epheacutesiens

Dieu ou le Christ en sont les principaux sujets agrave lexception de Ep 4 2729 ougrave les chreacutetiens

sont appeleacutes agrave ne pas donner prise au diable mais agrave profeacuterer toute parole bonne et

eacutedifiante qui apporte la gracircce agrave ceux qui les eacutecoutent

Le service de lEvangile se comprend dans cette dynamique du don divin Ce nest

ni une responsabiliteacute confieacutee par une autoriteacute humaine ni le produit des meacuterites et

compeacutetences de Paul Dieu est encore lauteur ou lagent soteacuteriologique de ce dynamisme

dont Paul en est le grand beacuteneacuteficiaire en eacutetant constitueacute serviteur de lEvangile en faveur

271 Certains commentateurs voient dans ἐλαχιστοτέρῳ une reacuteminiscence de 1Cor 15 9 Cf

SCHNACKENBURG R Ephesians p 136 PENNA R La lettera agli Efesini p 162 REYNIER C

Evangile et mystegravere p 93 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 185 272 REYNIER C Evangile et mystegravere p 95

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des Nations Cest pourquoi un tel service nest pas ordonneacute au privilegravege personnel de

lapocirctre mais un don en faveur des croyants en provenance de la gentiliteacute et de tous les

membres de lEglise qui deviendra lagent ministeacuteriel de la communication de la sagesse

divine273

En donnant suite agrave ce dynamisme soteacuteriologique lexpression affine en Ep 3 9

rehausse et explicite davantage le contenu de lannonce de lEvangile en lien avec la

dispensation du mystegravere cacheacute depuis les siegravecles Le service de lEvangile preacutesenteacute en Ep

3 8 comme une annonce est deacutecrit en Ep 3 9 comme une mise en lumiegravere par la

concordance des infinitifs aoristes εὐαγγελίσασθαι et φωτίσαι Annoncer lEvangile aux

Nations cest donc mettre en lumiegravere le mystegravere cacheacute en Dieu depuis les siegravecles Ce

mystegravere a eacuteteacute fait connaicirctre agrave lapocirctre au cours dune reacuteveacutelation Le lien entre lEvangile et

la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance est donc indeacuteniable

Toutefois alors que le dynamisme de Ep 3 9 souligne limportance de la mise en

lumiegravere du mystegravere cacheacute en Dieu Ep 3 8 se penche sur le caractegravere inouiuml de lEvangile

comme eacutetant linsondable richesse du Christ τὸ ἀνεξιχνίαστον πλοῦτος τοῦ Χριστοῦ En

Ep 3 4 le μυστήριον a eacuteteacute preacutesenteacute comme celui du Christ En Ep 3 8 lEvangile est

preacutesenteacute comme linsondable richesse du Christ Le terme πλοῦτος est encore un terme

essentiellement eacutepheacutesien274

Comme le montrent ses occurrences dans le Nouveau Testament y compris les

lettres de Paul πλοῦτος est diversement employeacute tant pour indiquer la richesse du monde

preacutecaire et voueacutee agrave la ruine que pour se reacutefeacuterer agrave la richesse infinie de Dieu Dans le lettre

aux Epheacutesiens πλοῦτος est employeacute essentiellement par rapport agrave la richesse de la gracircce

(cf Ep 1 7 2 7) et de la gloire (cf Ep 1 18 3 16) de Dieu Ep 3 8 est lunique occurrence

neacuteotestamentaire ougrave πλοῦτος est employeacute pour indiquer lEvangile comme linsondable

richesse du Christ

Si en Ep 3 4 le geacutenitif τοῦ Χριστοῦ qualifiant le mystegravere a eacuteteacute consideacutereacute agrave la fois

eacutepexeacutegeacutetique et objectif en Ep 3 8 laspect objectif est primordial La richesse du Christ

273 MANZUR R La retorica della lettera agli Efesini p 79 274 Le terme πλοῦτος apparaicirct 22 fois dans le Nouveau Testament Dans les synoptiques il apparaicirct uniquement dans le contexte de lexplication de la parabole du semeur en Mc 4 19 et ses parallegraveles en Mt

13 22 et Lc 8 14 pour parler de la richesse du monde Dans la lettre aux Romains πλοῦτος sexprime par

rapport agrave Dieu lui-mecircme (11 33) agrave sa bonteacute (2 4) ou agrave sa gloire (9 23) En Rm 11 12 il sexprime par

rapport agrave la richesse du monde et des paiumlens En 2 Cor 8 2 πλοῦτος sexprime dans le sens de la geacuteneacuterositeacute

humaine En Ph 4 19 il sagit de la richesse de Dieu et en Hb 11 26 de la richesse supeacuterieure Alors quen

Jc 5 2 et Ap 18 17 il sagit de la richesse preacutecaire en opposition agrave la richesse de lagneau eacutegorgeacute (Ap 5

12) Plus proche de Epheacutesiens est le contexte de Col 1 27 et 2 2 ougrave πλοῦτος sexprime par rapport agrave la

richesse de la gloire du mystegravere Avec les cinq occurrences du terme la lettre aux Epheacutesiens contient le

plus grand nombre demplois

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consiste en tout ce que Dieu a mis en Jeacutesus comme richesse de sa gracircce qui nous pardonne

et nous creacutee dans une vie nouvelle nous amenant agrave entrer dans la pleacutenitude de Dieu et

avoir part aux richesses de sa gloire275 Cette richesse du Christ est elle-mecircme qualifieacutee

dinsondable (ἀνεξιχνίαστον) un adjectif qui napparaicirct que deux fois dans le Nouveau

Testament

Si en Rm 11 33 les chemins de Dieu sont insondables en Ep 3 8 lEvangile est

linsondable richesse du Christ La richesse du Christ est insondable non pas parce quelle

est inconnaissable mais parce quelle ne peut ecirctre totalement exploiteacutee Ladjectif

ἀνεξιχνίαστον marque donc leacutemerveillement devant lactiviteacute de Dieu et montre

lincapaciteacute de lesprit humain mecircme apregraves la reacuteveacutelation de sonder par lui-mecircme les

profondeurs de Dieu276

En comparant Ep 3 8 et Col 1 27 qui lui est plus proche on constate que le

contenu de lEvangile aussi bien que du mystegravere est essentiellement christologique et Dieu

est encore le principal agent soteacuteriologique Toutefois les diffeacuterences entre les deux

passages sont aussi grandes Alors que Ep 3 8 parle de lEvangile comme linsondable

richesse du Christ Col 1 27 traite de la richesse de la gloire du mystegravere divin

De plus alors quen Col 1 26-27 les beacuteneacuteficiaires de laction salvifique sont

directement les saints en Ep 3 8 Paul le plus petit de tous les saints est le grand

beacuteneacuteficiaire de ce dynamisme salvifique En tant que beacuteneacuteficiaire il reccediloit la mission

dannoncer lEvangile aux Nations et de mettre en lumiegravere le mystegravere cacheacute depuis les

siegravecles

En outre en Ep 3 8 le service de lannonce de lEvangile est caracteacuteriseacute par lacte

divin du don gratuit qui sexprime par rapport agrave la reacuteveacutelation et agrave la connaissance277 En

effet degraves son premier emploi en Ep 1 7 δίδωμι sexprime deacutejagrave par rapport agrave un esprit de

sagesse et de reacuteveacutelation dans la connaissance de Dieu De mecircme en Ep 4 11 δίδωμι

sexprime par rapport au ministegravere comme un don accordeacute aux uns et aux autres decirctres

prophegravetes apocirctres eacutevangeacutelistes pasteurs ou docteurs (cf Ep 4 11)

En Ep 3 278 tous les emplois de δίδωμι au passif ont Dieu comme auteur et

Paul en est le beacuteneacuteficiaire Ainsi cet emploi speacutecifique de δίδωμι contribue agrave souligner

le caractegravere divin transcendant et gratuit de la charge reccedilue par Paul pour le service de

275 BAULES R Lrsquoinsondable richesse du Christ p 63 276 BEST E Ephesians p 318 277 REYNIER C Evangile et mystegravere p 95 et seq

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lannonce de lEvangile278 et la mise en lumiegravere du mystegravere cacheacute depuis les siegravecles Cette

mise en lumiegravere du mystegravere cacheacute ainsi que la connaissance de la sagesse divine (cf Ep

3 10) par les principauteacutes et les puissances confirme et enchaicircne le dynamisme de la

reacuteveacutelation du mystegravere aux apocirctres et aux prophegravetes (cf Ep 3 5)

En Ep 3 5 lexpression opposeacutee agrave laction soteacuteriologique a servi de rehausser la

valeur du dynamisme de la reacuteveacutelation du mystegravere aux apocirctres et prophegravetes En Ep 3 9

cette expression est rebattue par le dynamisme de la mise en lumiegravere du mystegravere cacheacute

depuis les siegravecles qui sous-entend que ce mystegravere na pas eacuteteacute connu des autres geacuteneacuterations

Toutefois laction qui prend sa source au v 9 et enchaicircne le v 10 dans son

dynamisme nest pas tout simplement une reprise du v 5 Ce dynamisme relance encore

la question pour qui ce mystegravere est-il maintenant cacheacute Pour les Nations et ceux agrave qui

le mystegravere nest pas encore reacuteveacuteleacute Si le mystegravere a eacuteteacute fait connaicirctre agrave Paul aux apocirctres et

aux prophegravetes est-il encore cacheacute pour ceux-ci

2532 Le mystegravere cacheacute et reacuteveacuteleacute comme point de rencontre du projet creacuteateur et salvifique

La reacuteponse aux questions poseacutees ci-dessus est directement lieacutee agrave la forme verbale

du verbe ἀποκρύπτω qui se trouve en Ep 3 9 au participe parfait passif En effet

ἀποκρύπτω apparaicirct quatre fois seulement dans le Nouveau Testament En Lc 10 21

ἀποκρύπτω est en parallegravele avec ἀποκαλύπτω tous deux agrave lindicatif aoriste dans le

contexte du retour en mission des 72 disciples Lannonce de la Bonne Nouvelle ayant

trouveacute succegraves aupregraves des foules Jeacutesus rend gracircce agrave son Pegravere Je te beacutenis Pegravere Seigneur

du ciel et de la terre parce que tu as cacheacute (ἀπέκρυψας) ces choses aux sages et intelligents

et les a reacuteveacuteleacutees (ἀπεκάλυψας) aux plus petits (cf Lc 10 21)

Dans la premiegravere lettre aux Corinthiens ἀποκρύπτω est employeacute pour exprimer la

sagesse divine comme une sagesse mysteacuterieuse et cacheacutee (ἀποκεκρυμμένην) preacutedestineacutee

avant les siegravecles par Dieu pour notre gloire (cf 1Cor 2 7) Le dernier emploi de

ἀποκρύπτω se trouve en Col 1 26 ougrave il se trouve en parallegravele avec φανερόω pour

exprimer le mystegravere cacheacute (ἀποκεκρυμμένον) depuis les siegravecles et les geacuteneacuterations mais

278 Ibid p 96

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maintenant manifesteacute aux saints En 1Cor 2 7 et Col 1 26 ἀποκρύπτω se trouve

eacutegalement au participe parfait passif tout comme en Ep 3 9

Lemploi du passif laisse entendre que Dieu est le seul responsable de son mystegravere

de son silence et de sa reacuteveacutelation et le participe parfait en exprimant leffet preacutesent et

permanent dune action passeacutee montre quil ne sagit pas dune phase totalement releacutegueacutee

dans le passeacute279 Le mystegravere a-t-il eacuteteacute cacheacute agrave un moment de lhistoire et ne lest plus agrave un

autre moment Lemploi du participe parfait en Ep 3 9 montre que le mystegravere continu

decirctre cacheacute Personne ni Paul ni les apocirctres et les prophegravetes ne peut avoir la

connaissance totale du mystegravere divin En des proportions diffeacuterentes le mystegravere reste

cacheacute pour tous mecircme pour ceux agrave qui Dieu la deacutejagrave reacuteveacuteleacute280

Ce mystegravere cacheacute depuis les siegravecles est maintenant connu des principauteacutes et des

puissances dans les cieux par lEglise Lannonce de lEvangile et la mise en lumiegravere du

mystegravere montrent comment le projet salvifique de Dieu rejoint son projet creacuteateur281 Le

Dieu creacuteateur nest donc pas diffeacuterent du Dieu reacutedempteur 282 Lexpression ἀπὸ τῶν

αἰώνων (cf Ep 3 9) en lien avec ταῖς ἀρχαῖς καὶ ταῖς ἐξουσίαις (cf Ep 3 10) peut ecirctre

comprise dans un sens spatial Le mystegravere qui a eacuteteacute cacheacute depuis les siegravecles est reacuteveacuteleacute aux

puissances et principauteacutes dans les cieux283

Mais quand sera-t-il de la valeur du νῦν eschatologique en Ep 3 10 De plus les

vv 9-10 font suite au v 5 ougrave apparaicirct pour la premiegravere fois le νῦν se reacutefeacuterant au mystegravere

qui a eacuteteacute cacheacute aux geacuteneacuterations et maintenant reacuteveacuteleacute aux saints apocirctres et prophegravetes Cest

pourquoi le τῶν αἰώνων a davantage une perspective essentiellement temporelle284

En effet tous les emplois de ce terme dans la lettre aux Epheacutesiens revecirctent cette

connotation temporelle [cf Ep 1 21 2 2 2 7 3 11 3 21 (2x)] Car Dieu reacutevegravele son

mystegravere dans lhistoire et ce mystegravere reste le mystegravere de Dieu mecircme sil est reacuteveacuteleacute aux

279 DEWAILLY L-M Mystegravere et silence dans Rom XVI 25 p 116 280 Ibid p 117 281 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 186 Comme le souligne BARTH M Ephesians p

344 cest lunique fois ougrave Epheacutesiens fait reacutefeacuterence agrave la premiegravere creacuteation plutocirct quagrave la nouvelle creacuteation 282 Selon SCHLIER H La Carta a los Efesios p 203 avant la reacuteveacutelation du mystegravere par la gnose ce

mystegravere selon les gnostiques eacutetient cacheacute aux eacuteons ainsi que le mystegravere de la reacutedemption qui eacutetait non seulement cacheacute pour le monde mais aussi cacheacute devant le creacuteateur des mondes Le dieu creacuteateur navait

rien agrave voir avec le dieu reacutedempteur et vice versa Les eacuteons auraient eacuteteacute creacutees par le dieu creacuteteur qui serait le

dieu des mondes Mais Ep 3 9 montre que le mystegravere qui eacutetait cacheacute pour le monde neacutetait pas cacheacute pour

le creacuteateur du monde 283 Pour une interpreacutetation de αἰώνων dans le sens spatial voir SCHLIER H La Carta a los Efesios p

201 LINDEMANN A Die Aufhebung der Zeit p 223 284 Pour une compreacutehension de αἰώνων dans le sens temporel voir aussi GNILKA J Der Epheserbrief p

172 BARTH M Ephesians p 343 et seq SCHNAKENBURG R Ephesians p 138 LINCOLN T A

Ephesians p 184 et seq BRUCE F F The Epistle to the Ephesians p 319 et seq

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hommes Ce nest pas par reacuteserve voulue par cachotterie encore moins par deacutedain ou

deacutefiance mais par suite dune irreacutemeacutediable distance entre Dieu et tout ce qui nest pas

Dieu car mecircme connu des hommes Dieu ne peut ecirctre que Dieu285

Lexpeacuterience eacutepheacutesienne rejoint celle dIsaiumle devant le mystegravere du Dieu cacheacute

lorsque celui-ci seacutecrit אכן אתה אל מסתתר אלהי ישראל מושיע (Vraiment tu es un Dieu qui

se cache Dieu dIsraeumll sauveur) que la septante traduit σὺ γὰρ εἶ θεός καὶ οὐκ ᾔδειμεν ὁ

θεὸς τοῦ Ισραηλ σωτήρ (Is 45 15)

Le mystegravere cacheacute depuis les siegravecles est cacheacute en Dieu lui-mecircme comme le montre

lexpression ἐν τῷ θεῷ τῷ τὰ πάντα κτίσαντι (cf Ep 3 9) Le Dieu cacheacute na pas agrave ecirctre

cacheacute par un autre ou par autre chose que soi il se cache lui-mecircme et se cache en lui-

mecircme286 Tout de mecircme quand il se reacutevegravele il se donne agrave connaicirctre agrave celui agrave qui il veut se

reacuteveacuteler Le mystegravere est donc celui que le Dieu creacuteateur a cacheacute et maintient cacheacute en lui

cacheacute dans le creacuteateur de toutes choses et cacheacute dans son œuvre de creacuteation287

2533 La place de lEglise dans la dynamique du projet salvifique

Les principauteacutes et les puissances dans les cieux deviennent alors beacuteneacuteficiaires du

dynamisme soteacuteriologique qui prend en compte le v 10 et dont lagent soteacuteriologique est

lEglise Si Ep 3 10 est lunique fois ougrave lEglise apparaicirct comme agent soteacuteriologique de

mecircme cest aussi lunique fois ougrave les puissances et les principauteacutes apparaissent comme

beacuteneacuteficiaires de laction salvifique Qui sont alors ces puissances et principauteacutes qui ont

accegraves agrave la connaissance du mystegravere

Sont-elles des puissances politiques provenant de lhelleacutenisme288 ou des eacuteons deacutecrits dans

le gnosticisme 289 ou encore les puissances angeacuteliques provenant de lapocalyptique

juive290

285 DEWAILLY L-M ldquoMystegravere et silence dans Rom XVI 25rdquo p 118 286 Ibid p 115 287 SCHLIER H La Carta a los Efesios p 202 288 BARTH M Ephesians p 175 289 IRENEE S Contre les heacutereacutesies Livre I 1 1-4 3 290 Cf CARR W Angels and Principalities p 174 et seq SCHLIER H La Carta a los Efesios p 114

SCHNACKENBURG R Ephesians p 140 PENNA R La Lettera agli Efesini p 165 En trouvant un

arriegravere plan des principauteacutes et des puissances dans lapocalyptique juive ces auteurs les interpregravetent dans

le sens neacutegatif des puissances maleacutefiques agrave partir de Ep 6 12 qui les deacutecrits comme telles Toutefois le

contexte de Ep 6 12 soppose agrave celui de Ep 1 21 ougrave les principauteacutes et les puissances peuvent ecirctre

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En effet en Ep 1 21 ἀρχή et ἐξουσία apparaissent dans le contexte laffirmation

de la supreacutematie du Christ ougrave Dieu la fait sieacuteger dans les cieux au-dessus de toute

principauteacute et puissance (cf Ep 1 21) Dans ce contexte au v 21 le Ps 110 1 est citeacute

pour souligner la gloire du Christ exalteacute et assis agrave la droite de Dieu dans les cieux291 Dans

le mecircme contexte le v 22 affirme la soumission de toute chose au Christ que Dieu a

constitueacute Tecircte de son Eglise qui est son Corps (cf Ep 1 22) Ep 1 22 fait donc appel au

Ps 8 7 qui y est eacutegalement citeacute Il en ressort donc que la gloire du Christ et son exaltation

par Dieu est exprimeacutee dans le teacutemoignage du Ps 110 1 et la soumission de toute chose au

Christ est exprimeacutee par le Ps 8 7292

En Ep 2 2 apparait uniquement le terme ἐξουσία dans le contexte de la gratuiteacute

du salut dans le Christ Ce contexte souligne le contraste entre le preacutesent des Nations ougrave

elles sont sauveacutees par Dieu et le passeacute ougrave elles eacutetaient mortes par suite des peacutecheacutes dans

lesquels elles ont veacutecu selon le prince des puissances de lair [τὸν ἄρχοντα τῆς ἐξουσίας

τοῦ ἀέρος] (cf Ep 2 2) Dans ce contexte les deux termes napparaissent pas de maniegravere

simultaneacutee et ne feront leur deuxiegraveme apparition quen Ep 3 10

Le contexte de Ep 3 10 est celui du deacuteploiement du mystegravere dont la reacuteveacutelation se

fait de maniegravere progressive En Ep 3 10 ἀρχή et ἐξουσία apparaissent en lien avec lEglise

par qui leur sera connue la sagesse de Dieu Les principauteacutes et les puissances dans ce

contexte sont susceptibles decirctre les hocirctes des cieux vu que lexpression est tregraves noble

exprimer pour la notion dhostiliteacute entre Dieu et son Eglise dune part et les puissances du

mal de lautre293

Au-delagrave des repreacutesentations historiquement deacutetermineacutees lenjeu poseacute dans ce

dynamisme est bien le rocircle de lEglise face agrave tout pouvoir voulant oppresser les humains

lEglise a pour mission de montrer la preacutevalence de la sagesse divine294 Par lEglise la

connaissance du mystegravere va au-delagrave des apocirctres et des prophegravetes et donc au-delagrave de la

sphegravere terrestre pour atteindre la sphegravere ceacuteleste agrave partir des principauteacutes et des puissances

Laccegraves des cieux agrave cette connaissance est lexpression concregravete de la transformation

provoqueacutee par le deacuteploiement du mystegravere dont lorigine est en Dieu 295 agent

soteacuteriologique du dynamisme preacuteceacutedent

consideacutereacutees sous un angle soit positif ou neacutegatif Pour REYNIER C Evangile et mystegravere p 130 le

contexte de Ep 3 1-13 invite agrave consideacuterer les principauteacutes et les puissances sous un angle positif 291 CARR W Op cit p 98 292 Ibid 293 CARR W Angels and Principalities p 99 294 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 187 295 REYNIER C Evangile et mystegravere p 131

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Lexistence de lEglise a donc des implications cosmiques provenant de la victoire

du Christ296 Au vv 8-9 Paul est le beacuteneacuteficiaire du dynamisme soteacuteriologique ougrave il reccediloit

la mission dannoncer lEvangile linsondable richesse du Christ et de mettre en lumiegravere

le mystegravere cacheacute en Dieu depuis les siegravecles Au v 10 la conjonction ἵνα fait le lien avec

laction preacuteceacutedente et introduit la finaliteacute de ce dynamisme dans laction de la

connaissance de la sagesse divine dont les puissances et les principauteacutes dans les cieux

en sont les principaux beacuteneacuteficiaires

Toutefois ce nest ni Paul le serviteur de lEvangile et du mystegravere ni les apocirctres

et les prophegravetes qui font connaicirctre cette sagesse aux puissances dans les cieux Cette

mission est celle de lEglise En mecircme temps que la connaissance du mystegravere seacutetend au-

delagrave de la sphegravere terrestre pour atteindre les ecirctres dans les cieux le service qui

laccompagne seacutetend eacutegalement dune dimension personnelle agrave une dimension eccleacutesiale

La mission de Paul se fond en quelque sorte dans la mission de lEglise

Pourtant cette Eglise est elle aussi le contenu du mystegravere qui a eacuteteacute reacuteveacuteleacute aux

apocirctres et aux prophegravetes en Ep 3 6 les Nations sont coheacuteritiegraveres co-corporeacutees et

coparticipantes de la promesse dans le Christ Jeacutesus (cf Ep 36) Elle est eacutegalement le

Corps dont le Christ est la Tecircte (cf Ep 122) En faisant connaicirctre aux puissances et aux

principauteacutes la sagesse multiple de Dieu lEglise se fait connaicirctre elle-mecircme dans ce

quelle est Le deacutepassement des barriegraveres entre les Juifs et les Nations unis par le Christ

dans lEglise est le gage du deacutepassement de tout dualisme cosmologique quand lunivers

sera restaureacute en harmonie avec le Christ297 Cest deacutesormais par lEglise que la sagesse

multiple de Dieu se fait connaicirctre

Comment lEglise fera-t-elle connaicirctre agrave ces pouvoirs la sagesse de Dieu Au-delagrave

de la simple annonce du message le teacutemoignage de son existence en tant quEglise Corps

du Christ est le lieu ougrave la sagesse de Dieu est connue des puissances et des principauteacutes

dans les cieux298 En sidentifiant agrave la sagesse multiple de Dieu le mystegravere se sert une fois

de plus dun vocabulaire unique dans lensemble du Nouveau Testament Ladjectif

πολυποίκιλος est composeacute de poluj qui signifie plusieurs et ποiκιλος qui contient deacutejagrave

lideacutee de plusieurs dans plusieurs couleurs299 Ladjectif πολυποίκιλος est alors une

redondance caracteacuteristique du vocabulaire eacutepheacutesien

296 LINCOLN T A Paradise Now and not Yet p 154 et seq 297 LINCOLN T A Ephesians p 155 298 ARNOLD C Power and Magic p 63 299 TUGGY A E Lexico Griego-Espantildeol del Nuevo Testamento p 742-745

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En qualifiant la sagesse divine πολυποίκιλος indique sa richesse et sa densiteacute qui

ne peut ecirctre reacuteduite agrave une seule dimension mais qui se reacutevegravele en une composition de

contraires les Juifs et les Nations dans le Christ300 Cest ainsi que laction soteacuteriologique

du v 11 ougrave Dieu lui-mecircme est encore agent principal reprend tout le contexte anteacuterieur

sous langle du projet eacuteternel de Dieu reacutealiseacute dans le Christ La communion entre Dieu et

le Christ est marqueacutee dun cocircteacute par lexpression ἐν τῷ Χριστῷ Ἰησου et la communion

entre le Christ et les croyants est marqueacutee de lautre par lexpression τῷ κυρίῳ ἡμῶν

Mecircme si les beacuteneacuteficiaires de cette action ne sont pas explicitement deacutetermineacutes on

sous-entend agrave partir de cette communion avec le Christ que le projet eacuteternel que Dieu a

reacutealiseacute dans le Christ est en faveur de lhumaniteacute et principalement de ceux qui ont cru

Lexpression affine agrave cette action qui devient elle-mecircme la prochaine action

soteacuteriologique confirme cette ideacutee en montrant par le pronom personnel ἔχομεν que les

beacuteneacuteficiaires sont ceux qui ont reccedilu dans le Christ le courage et la confiance

Lexpression κατὰ πρόθεσιν τῶν αἰώνων (cf Ep 3 11) montre alors que la sagesse

multiple de Dieu na pas eacuteteacute le reacutesultat dune ideacutee de derniegravere minute ni dun nouveau

projet celui de lEglise qui serait creacuteeacute de maniegravere hacirctive301 Le projet salvifique de Dieu

fait encore suite agrave son projet eacutetabli depuis les siegravecles dans le Christ Ce dynamisme

poursuit son cours au v 12 ougrave le Christ lui-mecircme apparaicirct comme agent soteacuteriologique

principal agrave travers lusage du syntagme ἐν ᾧ et de lexpression διὰ τῆς πίστεως αὐτοῦ (cf

Ep 3 12)

2534 Limportance de la foi dans la dynamique du salut

Sil est aiseacute de comprendre que cest par la foi que ceux qui ont cru ont la liberteacute

et la confiance dans le Christ il nest pas tout de mecircme facile de saisir le sujet de cette foi

dans lexpression διὰ τῆς πίστεως αὐτοῦ Sagit-il de la foi des croyants dans le Christ ou

de la foi du Christ lui-mecircme302 En effet les deux sens du geacutenitif subjectif et objectif

apparaissent dans le Nouveau Testament et principalement dans les lettres de Paul

300 PENNA R La Lettera agli Efesini p 163 301 HOEHNER H Ephesians p 485 302 Les avis des commentateurs sont diviseacutes sur la question Pour certains il sagit dun geacutenitif subjetif qui

traite de la foi du Christ lui-mecircme Cf BARTH M Ephesians p 347 BEST E Ephesians p 330

OBRIEN P T The Letter to the Ephesians p 249 Pour dautres il sagit dun geacutenitif objectif dont lobjet

de la foi est le Christ Ceux-ci mettent en vue la foi des croyants et non celle du Christ Cf LINCOLN T

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Toutefois dans la lettre aux Epheacutesiens le sens objectif indiquant la foi des

croyants est constamment souligneacute (cf Ep 1 15 1 19) Cest ainsi que lexpression διὰ

τῆς πίστεως αὐτοῦ dans le contexte de Ep 3 12 se comprend mieux dans le sens de la foi

des croyants dans le Christ et non exclusivement dune foi veacutecue par le Christ lui-mecircme

Lexpression πίστεως αὐτοῦ indique une insistance nette et continue sur la foi comme

condition neacutecessaire et suffisante de la justification303

Le dynamisme de la reacuteveacutelation progressive du mystegravere deacutebouche sur un acte de

foi La foi apparaicirct au bout de luniteacute textuelle comme un eacuteleacutement soteacuteriologique

important dans lavegravenement du projet salvifique de Dieu La foi rend possible le

deacuteploiement de la gracircce divine et laccomplissement du mystegravere dans le projet salvifique

de Dieu eacutetablit depuis les siegravecles

Si le syntagme ἐν ᾧ placeacute au deacutebut du verset 12 renvoi au Christ en qui est reacutealiseacute

le projet eacuteternel de Dieu les autres champs seacutemantiques de laction sont deacutetermineacutes par

la dynamique de la foi dans le Christ se reacutefegraverent tous aux croyants indiqueacutes par le preacutesent

de lindicatif ἔχομεν La fonction de la foi dans le texte exprime alors le changement

radical quelle provoque dans les relations agrave Dieu et au monde elle est eacutevoqueacutee dans sa

dimension de connaissance et dadheacutesion agrave ce mystegravere deacutesormais reacuteveacuteleacute agrave tous dans sa

pleacutenitude304

Cependant mecircme si lexpression διὰ τῆς πίστεως αὐτοῦ nindique pas une foi

veacutecue litteacuteralement par le Christ celui-ci nest pas un simple objet de la foi Le Christ est

un sujet actif mais son action nest pas de croire elle permet denglober la foi de son

origine agrave son terme de la susciter et de lui donner sa physionomie propre de creacuteer son

univers et de le marquer de son visage305

A Ephesians p 190 Pour dautres encore les deux sens du geacutenitif (subjectif et objectif) sont agrave prendre en

compte et non agrave ecirctre consideacutereacutes de maniegravere exclusive car la foi des croyants deacutepend de la foi du Christ Cf

WILLIAMS S K Again Pistis Christou p 431 et seq HOOKER M D Pistis Christou p 340 et

seq 303 ALETTI J-N Lacte de croire pour Paul p 241 304 REYNIER C Evangile et mystegravere p 139 et seq 305 VON BALTHASAR H U La foi du Christ p 39 citeacute par GUILLET J La foi de Jeacutesus Christ p 17

Comme le preacutecise GUILLET J Op cit p 31 note 2 Balthasar deacuteveloppe linterpreacutetation de

DEISSMANN A Paulus p 94 qui voit dans ce geacutenitif un geacutenitif mystique La foi du Christ cest la foi

agrave linteacuterieur de la reacutealiteacute du Christ la foi qui participe agrave la pleacutenitude de la veacuteriteacute de lamour de la passion

et de la reacutesurrection du Christ et agrave tous les aspects de sa reacutealiteacute et qui repose sur elle Ce geacutenitif mystique

peut se comprendre soit avec SCHWEITZER A Die Mystik des Apostels Paulus comme lexpeacuterience

dune existence nouvelle et authentique veacutecue dans la foi soit plutocirct dans la ligne plus objective de

LOHMEYER E Grundlagen paulinischer Theologie p 116 comme un eacutetat de fait dans lequel se trouve

le moi croyant et sur lequel il se fonde

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Cette foi est ce qui donne aux croyants la liberteacute et la confiance dans le Christ Le

terme παρρησία dans son arriegravere-plan syriaque et arameacuteen exprime cette liberteacute dans le

sens du franc-parler et de la liberteacute du langage306 Le terme παρρησία apparaicirct deux fois

dans la lettre aux Epheacutesiens En Ep 3 12 le contexte est marqueacute par lannonce de

lEvangile et la mise en lumiegravere du mystegravere cacheacute en Dieu depuis les siegravecles Ce mystegravere

sest fait connaitre des principauteacutes et des puissances dans les cieux En Ep 6 19-20 le

contexte est aussi celui de la liberteacute de faire connaicirctre le mystegravere de lEvangile Ainsi

dans la lettre aux Epheacutesiens le terme παρρησία assure le passage de la liberteacute de langage

agrave la liberteacute dans les relations ou dans la maniegravere dagir307

Dans le contexte de Ep 3 12 puisse que le croyant est dans le Christ il peut parler

librement hardiment ouvertement agrave Dieu et sans aucune restriction il peut sapprocher

de Dieu avec confiance se tenant devant les principauteacutes et les puissances non pas en

baissant la tecircte mais capable daffronter leur preacutesence308 Le style dense et surchargeacute

dEpheacutesiens se retrouve encore dans lusage des trois termes παρρησία προσαγωγή et

πεποίθησις Dans leurs subtiliteacutes ces termes se preacutesentent comme une conseacutequence de la

reacuteveacutelation du mystegravere qui se fait connaicirctre

Alors que παρρησία met laccent sur lideacutee de la liberteacute de langage προσαγωγή

souligne davantage laspect de la liberteacute dapproche et ἐν πεποιθήσει renforce celui de la

liberteacute de confiance 309 Si παρρησία apparaicirct 31 fois dans le Nouveau Testament

προσαγωγή napparait que trois fois (cf Rm 5 2 Ep 2 18 3 12) et πεποίθησις six fois

uniquement dans les lettres de Paul (cf 2Cor 1 15 3 4 8 22 10 2 Phi 3 4 Ep 3 12)

En Rm 5 2 le contexte de lemploi de προσαγωγή est celui de la justification par la foi

dans le Christ En Ep 2 18 le contexte est celui de la reacuteconciliation des Juifs et des

Nations par le Christ en un seul corps

Dans un contexte marqueacute par la connaissance du mystegravere par les principauteacutes et

les puissances dans les cieux Ep 3 12 reacuteaffirme le libre accegraves des croyants dans la

confiance par la foi au Christ Les trois termes πίστις πεποίθησις et προσαγωγή eacutevoquent

le deacutepassement des divisions et mettent en lumiegravere luniteacute luniversaliteacute le deacuteploiement

maximal du mystegravere reacuteveacuteleacute en lui-mecircme et rendu visible par laccession de toute

lhumaniteacute ainsi que des principauteacutes et des puissances agrave la connaissance de ce mystegravere310

306 JOUumlON P Divers sens de παρρησία dans le Nouveau Testament p 239 307 Ibid p 241 308 HOENER H Ephesians p 488 309 Ibid p 488 310 REYNIER C Evangile et mystegravere p 141

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Le texte ne dit pas explicitement aupregraves de qui les croyants ont accegraves Mais le contexte

permet daffirmer que par la foi au Christ les croyants ont accegraves agrave Dieu En omettant cette

preacutecision Epheacutesiens laisse le soin au lecteur de ne retenir que lattitude qui est la sienne

attitude qui explique pourquoi Paul parle finalement de ses tribulations au verset 13311

2535 La souffrance comme chemin de gloire dans la dynamique du salut

Le panorama seacutemantique de Ep 3 13 est essentiellement composeacute de trois termes

ἐγκακέω θλῖψις et δόξα Un vocabulaire diffeacuterent de celui que preacutesente lensemble de Ep

3 2-12312 Toutefois comme il a eacuteteacute montreacute dans cette eacutetude par son thegraveme et son genre

litteacuteraire Ep 3 13 ne peut ecirctre seacutepareacute de ce qui preacutecegravede pour ecirctre relieacute agrave Ep 3 14-19 qui

est une mention de priegravere En effet Ep 3 13 reprend le thegraveme de la souffrance de lapocirctre

qui a eacuteteacute eacutevoqueacute en Ep 3 1 En outre aux vv 1 et 13 Paul est le principal agent

soteacuteriologique dont les nations en sont les beacuteneacuteficiaires Les Nations entretiennent avec

Paul une relation de communion dans la souffrance dont le terme est la gloire des Nations

La souffrance de lapocirctre devient le lieu ougrave se rend preacutesent leacuteveacutenement salvifique

de Dieu pour la communauteacute de foi dans le Christ Dans la dynamique du texte les termes

δέσμιος (v 1) et δόξα (v 13) qui apparaissent respectivement comme premier et dernier

champ seacutemantique de la peacutericope montrent le parcours du teacutemoignage du serviteur de

lEvangile et du mystegravere du Christ qui va de la souffrance dun prisonnier du Christ agrave la

gloire de la communauteacute croyante

Si dans la premiegravere partie du texte (Ep 3 2-7) se trouve une insistance sur la

personnaliteacute de Paul avec lemploi de la premiegravere personne du singulier (six fois) dans la

deuxiegraveme partie (Ep 3 8-12) par contre la premiegravere personne du singulier disparaicirct apregraves

le evmoi emphatique du v 8 pour ne reacuteapparaicirctre quau v 13 en lien avec les souffrances

de celui qui a eacuteteacute preacutesenteacute comme le prisonnier du Christ (v 1) Tout se passe comme si

la souffrance eacutetait le destin final du serviteur de lEvangile

Toutefois les vv 2-7 contrastent avec cette perspective et preacutesentent la mission

de lapocirctre par rapport agrave la reacuteveacutelation du mystegravere qui donne un sens agrave ses souffrances

311 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 188 312 Ep 3 13 a eacuteteacute sujet agrave plusieurs discussions A cause du genre litteacuteraire de Ep 3 1-12 GNILKA J Der

Epheserbrief p 179 et seq et PENNA R La lettera agli Efesini p 166 relient le v 13 aux versets suivants

(Ep 3 13-19) Ceux-ci considegraverent Ep 3 12 comme la conclusion de la digression

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Cest en lien avec le mystegravere qui lui a eacuteteacute donneacute de connaicirctre au cours dune reacuteveacutelation

que les tribulations de lapocirctre deviennent pour les Nations un chemin de gloire Si Paul

a eacuteteacute fait prisonnier pour les Nations cest eacutegalement pour les Nations que la gracircce de

Dieu lui a eacuteteacute donneacutee Les tribulations ne sont donc pas un handicap mais ce qui permet

aux Nations dentendre Paul parler de la digniteacute et de la gloire qui est la leur et dentrer

par-lagrave dans le mystegravere mecircme du dessein divin313

Dans la dynamique de la lettre aux Epheacutesiens alors que ἐγκακεῖν314 et θλίψεσίν

apparaissent uniquement en Ep 3 13 δόξα apparaicirct eacutegalement en 1 6 1 12 1 14 1 17

1 18 3 16 et 3 21 Le substantif δόξα dans la lettre aux Epheacutesiens renvoie chaque fois

agrave la gloire de Dieu Ep 3 13 est lunique occurrence dans la lettre ougrave δόξα ne renvoie pas

agrave Dieu mais aux hommes et particuliegraverement aux Nations De plus en Ep 3 13 δόξα

sexprime par rapport agrave θλῖψις qui nest pas le cas dans les autres occurrences du terme

dans la lettre La gloire et la souffrance sont alors deux reacutealiteacutes concomitantes

En effet chez Paul lorsque la gloire et la souffrance sont juxtaposeacutees comme

dans le cas preacutesent il sagit dune gloire eschatologique la glorification des croyants315

La souffrance est donc une condition sine qua non pour entrer et avoir part agrave la gloire

divine En 2Cor 4 17 la souffrance du temps preacutesent est pour les messagers de la Bonne

Nouvelle une preacuteparation pour une masse eacuteternelle de gloire De mecircme les fils de Dieu

heacuteritiers de Dieu et coheacuteritiers avec le Christ souffrent avec lui pour ecirctre glorifieacutes avec

lui car les souffrances du temps preacutesent ne sont pas comparables avec la gloire qui leur

sera reacuteveacuteleacutee (Rm 8 17-18)

Toutefois si en 2Cor 4 17 et Rm 8 17-18 ceux qui souffrent sont ceux qui seront

glorifieacutes en Ep 3 13 celui qui souffre (Paul) endure la souffrance pour la glorification

des autres (les Nations) Paul souffre et les Nations seront glorifieacutees par sa souffrance316

Ce contraste semble inadmissible quand on sait que celui qui souffre est celui-lagrave mecircme

qui sera glorifieacute agrave lexception du Christ dont la souffrance est pour le salut de

lhumaniteacute317 En 2Cor 1 6 le contexte est bien proche de Ep 3 13 ougrave ceux qui souffrent

le font pour le salut et la consolation des autres Cest donc cette compreacutehension de la

souffrance de Paul par rapport agrave leffet salvifique de la souffrance du Christ pour les

313 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 189 314 Dans le Nouveau Testament le verbe ἐγκακέω apparaicirct seulement en Lc 18 1 2Cor 4 116 Ga 6 9 et

2Th 3 13 alors que le substantif θλῖψις est employeacute 45 fois et δόξα compte 166 occurences 315 LINCOLN T A Ephesians p 192 316 Ibid 317 HOEHNER H Ephesians p 493

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croyants qui est exprimeacutee en Ep 3 13 en termes de tribulations de Paul pour la gloire des

Nations318

En Ep 3 13 le pronom personnel ὑμῶν indique les beacuteneacuteficiaires de la derniegravere

action salvifique de la peacutericope qui sont les Nations Toutefois aux vv 11-12 on assiste

agrave un changement brusque de la premiegravere personne du singulier agrave la premiegravere personne du

pluriel qui salterne avec le ὑμῶν du v 13

Dans la lettre aux Epheacutesiens le passage dun pronom personnel agrave lautre est assez

freacutequent Si la premiegravere personne du singulier vise principalement lauteur de la lettre et

la deuxiegraveme personne du pluriel se dirige essentiellement aux destinataires tout le

problegraveme consiste agrave identifier ceux qui se cachent derriegravere la premiegravere personne du

pluriel Sagit-il dun nous communautaire eacutepistolaire apostolique ou personnel

traduisant un je emphatique319

Dans le contexte de Ep 3 1-13 le projet creacuteateur de Dieu (v 9) rejoint son projet

reacutedempteur (v 11) Ce projet est eacutetabli et reacutealiseacute dans le Christ et dont les croyants en

sont les beacuteneacuteficiaires La premiegravere personne du pluriel aux vv 11-12 peut ecirctre consideacutereacutee

communautaire dans le sens quil renverrait agrave la totaliteacute des croyants et non exclusivement

aux chreacutetiens dorigine juive et encore moins agrave Paul ou aux apocirctres et prophegravetes Cette

alternance de pronom personnel est aussi un indice deacutecriture remarquable qui montre la

transition dun texte qui passe de lexhortation agrave la ceacuteleacutebration commune320

Luniteacute textuelle de Ep 3 1-13 ne sachegraveve donc pas sur une note douloureuse de

la souffrance de lapocirctre Dans son style et un message deacuteconcertant et deacuteroutant Ep 3

1-3 va au-delagrave de toutes les attentes et deacutebouche sur un horizon de gloire de tous ceux qui

ont eacuteteacute beacuteneacuteficiaires de la gracircce de la reacuteveacutelation du mystegravere Ceux qui en formant lEglise

Corps du Christ par qui sera connue des principauteacutes et des puissances dans les cieux la

sagesse multiple de Dieu font deacutesormais partie du mystegravere parce que le salut est arriveacute agrave

leur porte

318 LINCOLN T A Ephesians p 192 319 CARREZ M Le nous en 2Cor p 474 et seq 320 BOUTTIER M LrsquoEpicirctre de saint Paul aux Epheacutesiens p 291

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3 Analyse de la dynamique soteacuteriologique de Dn 217-23

31 Situation geacuteneacuterale du livre

311 Une dualiteacute de langues et de styles

Dans la Bible Heacutebraiumlque321 le livre de Daniel se trouve parmi les ~ybIWtKgt (les Ecrits)

entre le livre dEsther et celui dEsdrasNeacuteheacutemie 322 Dans la Bible grecque et en

loccurrence la Septante le livre de Daniel se situe parmi les livres propheacutetiques et

notamment apregraves le prophegravete Ezeacutechiel Le texte grec y ajoute quelques parties dites

deuteacuterocanoniques323

Leacutetude du livre en geacuteneacuteral se confronte agrave un problegraveme de base qui attire lattention

du lecteur degraves le premier contact avec le texte celui de sa dualiteacute linguistique324 Le livre

commence par lheacutebreu en Dn 1 1-2 4a Dans la deuxiegraveme moitieacute de Dn 2 4 le texte

change brusquement de lheacutebreu pour larameacuteen de Dn 2 4b-728 Au deacutebut du chapitre

8 le texte renoue avec lheacutebreu de Dn 81-12 13 Cette dualiteacute linguistique qui ne

321 Pour notre eacutetude nous nous servons du texte massoreacutetique (TM) de la Biblia Heacutebraica Stuttgartensia

(BHS) Il est difficile de suivre le texte de la Septante (LXX) dans la mesure ougrave les divers termes employeacutes pour traduire principalement les termes hlGgt et ידע (ainsi que dautres termes importants de luniteacute textuelle)

font perdre la speacutecificiteacute de la reacuteveacutelation divine comme nous le montrerons au moment opportun Toutefois

pour appronfondir lanalyse des comparations seront faites en temps et lieu avec le texte de la Septante et

celui de Theacuteodotion (TH) 322 La question serait ici celle de savoir pourquoi Daniel navait-il pas eacuteteacute classeacute parmi les prophegravetes Il est

reconnu par la majoriteacute des commentateurs que la situation du livre dans la Bible Heacutebraiumlque nest pas une

preuve quil na pas eacuteteacute consideacutereacute comme un eacutecrit purement propheacutetique mais plutocirct quau moment de son

apparition le corpus propheacutetique de la Bible Heacutebraiumlque eacutetait deacutejagrave constitueacute Cf DELCOR M Le livre de

Daniel p 9 et seq 323 La LXX et TH ajoutent au TM les chapitres 13 et 14 ainsi que la section 3 24-90 Toutefois le texte de

la LXX diffegravere eacutenormeacutement de celui de TH qui est plus proche du TM Ces diffeacuterences ont eacuteteacute agrave lorigine

de plusieurs deacutebats qui ont ameneacutes les critiques a jeteacute un discredit sur le texte danieacutelique de la LXX qui a

finalement eacuteteacute abandonneacute par lEglise au profit de TH dans les premiers siegravecles Cf GRELOT P Les

versions grecques de Daniel p 381 et seq 324 Le problegraveme de la dualiteacute linguumlistique du livre de Daniel a eacuteteacute largement deacutebattu et ne trouve pas de

concensus parmi les auteurs Pour leacutetat de la question voir COLLINS J J Daniel p 2 et seq

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correspond pas agrave la dualiteacute stylistique du livre pose ineacutevitablement le problegraveme de lauteur

du livre qui engendre celui de la date de composition et luniteacute litteacuteraire du livre325

Dans la Bible heacutebraiumlque le livre de Daniel se divise en deux parties326 Les

chapitres 1-6 sont des reacutecits dont Daniel agrave la troisiegraveme personne du singulier est le heacuteros

Par contre les chapitres 7-12 sont des visions dont Daniel agrave la premiegravere personne du

singulier est le beacuteneacuteficiaire Le passage des reacutecits aux visions marque aussi le passage de

la premiegravere agrave la troisiegraveme personne en ce qui concerne le personnage de Daniel327 Le

chapitre 7 est consideacutereacute comme la charniegravere centrale du livre Par larameacuteen auquel il est

eacutecrit Dn 7 se rattache au cycle narratif de Dn 2 4b-6 29 et par son genre litteacuteraire et son

contenu il appartient au cycle des visions apocalyptiques des chapitres 8-12328

312 Situation de Dn 2 17-23 dans lensemble du livre

Le peacutericope de notre eacutetude Dn 2 17-23 se trouve preacuteciseacutement en Dn 2 dans la

partie arameacuteenne du livre Pourtant cette partie arameacuteenne preacutesente une structure

concentrique qui commence et sachegraveve par un horizon relatif agrave quatre empires

mondiaux329 Le lien entre les chapitres 2 et 7 est assez eacutevident En Dn 2 31-45 il sagit

du recircve du roi Nabuchodonosor raconteacute par Daniel et suivi de son interpreacutetation De

mecircme en Dn 7 2-1823-7 il sagit de la vision des quatre becirctes de Daniel et suivie de son

interpreacutetation

Par ailleurs le style apocalyptique de Dn 7 est parfois souligneacute au deacutetriment de

Dn 2 Pourtant tout comme en Dn 7 les pheacutenomegravenes mentionneacutes ne manquent pas en Dn

2 ougrave il sagit eacutegalement dun songe qui transmet une reacuteveacutelation (Dn 2 26-29) se deacuteroulant

325 Pour leacutevolution de la discussion sur luniteacute litteacuteraire de loeuvre ainsi que les diffeacuterentes positions voir

LACOCQUE A Daniel et son temps p 45 et seq AZZAM J Daniel ou le deacutechiffrement drsquoune

souffrance devenue excessive p 12 et seq GINSBERG H L The Composition of the Book of Daniel

p 246 et seq 326 Cette division bipartite est presque unanimement reconnue par les commentateurs et exeacutegegravetes 327 Dans les chapitres 7-12 lexception est faite en 10 1 ougrave Daniel est preacutesenteacute agrave la troisiegraveme personne contrairement agrave lusage de la premiegravere personne dans cette partie du livre 328 COPPENS J Le livre de Daniel et ses problegravemes p 2 329 LENGLET A La structure litteacuteraire de Daniel 2-7 p 170 En identifiant la structure de Dn 2-7

LENGLET A La structure litteacuteraire de Daniel 2-7 p 171 et seq place au centre de la partie arameacutenne

les chapitres 4-5 quil considegravere comme uniteacute de la symeacutetrie concentrique de cette partie du livre Dun cocircteacute

comme de lautre les chapitres traitant le mecircme thegraveme chacune en sa maniegravere sont mis en parallegravele Les

chapitres 2 et 3 dun cocircteacute sont respectivement mis en parallegraveles avec les chapitres 7 et 6 de lautre Toutefois

Dn 2 tout comme les autres reacutecits de la premiegravere partie du livre nest pas apocalyptique mais contient des

eacuteleacutements qui la preacuteparent comme il sera montreacute dans lapproche eschatologique du prochain chapitre

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dans un monde supra-historique plein de symboles purement apocalyptiques et causant la

peur et la frayeur330 De mecircme tout comme la partie arameacuteenne le texte heacutebreu de Daniel

preacutesente une structure concentrique qui met en parallegravele Dn 1 avec Dn 10-12 Dn 2 et 9

et Dn 8 se preacutesente comme le centre de la section heacutebraiumlque331

Le chapitre 2 de la section arameacuteenne et plus preacuteciseacutement la peacutericope de Dn 2

17-23 a des liens eacutevidents avec la partie heacutebraiumlque notamment pour ce qui est de la priegravere

de Daniel que lon retrouve non seulement en Dn 2 17-23 et 6 10-11 mais aussi en Dn 9

3-19 et 10 12 Alors quen Dn 2 la priegravere de Daniel et son discours soulignent lincapaciteacute

des hommes agrave deacutecouvrir ce que Dieu seul peut reacuteveacuteler (Dn 2 20-2327-28) en Dn 9 la

priegravere de Daniel est une critique de linfideacuteliteacute de son peuple (9 14-19)332

Plusieurs points de contacts relient eacutegalement Dn 2 au reste des reacutecits contenus

dans la section arameacuteenne la liste des sages en Dn 2 2 et 4 4 la formule de salutation

au roi en Dn 2 4b et 3 9 la demande du recircve et de son interpreacutetation en Dn 2 5-7et 4 6

La grandeur de Dieu qui fait et deacutefait les rois (Dn 2 21 4 14 et 5 20) Le thegraveme du

mystegravere preacutesent en Dn 2 et Dn 4 6333

A partir de son genre litteacuteraire et son eacutepoque de reacutedaction Dn 2 se preacutesente comme

une reacuteponse de lauteur sacreacute agrave langoisse de lacircme juive fasse au paganisme mondial qui

seacutevit agrave travers la succession des empires334 Il est vrai que Dn 2 et les autres reacutecits de la

premiegravere partie du livre ont joueacute un rocircle fondamental agrave leacutepoque maccabeacuteenne lors de la

perseacutecution dAntiochus IV Epiphane335 Les principaux points de Dn 2 qui se retrouvent

330 LENGLET A ldquoLa structure litteacuteraire de Daniel 2-7rdquo p 181 331 MILLER J ldquoThe Redaction of Danielrdquo p 122 En effet agrave partir de lusage de la formule ומשכילים et

en 1 417 et 11 3335 LACOCQUE A Daniel en son temps p 10 et seq y voit une inclusio entre והשכל

Dn 1 et Dn 11-12 Par contre MILLER J ldquoThe Redaction of Danielrdquo p 121 eacutetend cette inclusio de Dn 1

et Dn 11-12 agrave Dn 1 et Dn 10-12 agrave partir des similitudes entre Dn 1 et 10 sur les questions de boissons et

nourritures en Dn 1 581216 et 103 332 MILLER J Op cit p 122 333 GOLDINGAY J Daniel p 37 et seq deacuteveloppe ces points de contacts et montre eacutegalement les points

de contact entre Dn 2 et les autres textes de lAncien Testament notamment avec Gn 11 1-9 Pr 9 10-11

Ps 8 6-8 Jr 27 5-7 Jb 28 1-2 1Chr 22 14-16 Is 40--48 334 DELCOR M Le livre de Daniel p 87 Il ny a pas de doute sur le genre apocalyptique du livre de

Daniel qui est presque unanimement reconnu par les commentateurs Toutefois la division du livre en reacutecits

et visions a souvent poseacute le problegraveme du genre litteacuteraire de la premiegravere partie du livre Pour LACOCQUE

A Daniel et son temps p 50 les reacutecits sont des Haggadocirct et les visions des apocalypses Dans son ouvrage KLOCH K Das Buch Daniel p 88-91 preacutesente quelques genres litteacuteraires (tels la leacutegende le roman le

midrash le reacutecit de court) quil applique aux reacutecits Pour COLLINS J J Daniel p 42 Dn 1-6 correspond

mieux aux reacutecits de cour Pour dautres genres qui ont eacuteteacute proposeacutes voir AZZAM J Daniel ou le

deacutechiffrement drsquoune souffrance devenue excessive p 16 et seq 335 La plupart dauteurs situent la reacutedaction finale du livre ainsi que sa deuxiegraveme partie (Dn 7-12) agrave leacutepoque

macabeacuteenne entre 167-164 avant Jeacutesus-Christ les reacutecits (Dn 1-6) contiennent des traditions plus anciennes

dont quelques unes peuvent remonter agrave leacutepoque perse Le recueil haggadique pourrait remonter grosso

modo au milieu du IIIe siegravecle Toutefois pour linterpreacutetation traditionnelle que les traditionalistes

continuent agrave deacutefendre la reacutedaction du livre remonte agrave lempire neacuteobabylonien (606-539) et aux deacutebuts de

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pratiquement au cœur de Dn 2 17-23 sont de grande relevance durant la peacuteriode

maccabeacuteenne En effet linterpreacutetation du recircve qui montre limmanence de la fin de

lhistoire et la victoire de Daniel sur les sages de Babylone est lexpression de la

supeacuterioriteacute du Dieu des Juifs sur toute sagesse humaine336

Le contexte de reacutedaction de ce chapitre et donc lintention de lauteur serait-il

bien anteacuterieur agrave cette situation maccabeacuteenne Cest bien ce qui ressort dans le deacutebat sur

lhistoire de la composition du livre agrave propos de la situation des Juifs en terre eacutetrangegravere

Cest alors agrave partir de la conviction de la souveraineteacute de Dieu qui controcircle les

eacuteveacutenements que lhistoire doit servir agrave deacutefinir un paradigme et un style de vie pour les

Juifs de la diaspora337 Mecircme si le contexte historique est celui dans lequel les Juifs et les

Nations vivaient cocircte agrave cocircte dans la diaspora338 sans aucune oppression ouverte la

situation neacutetait pas aussi aiseacutee quelle puisse paraicirctre Comment vivre authentiquement le

judaiumlsme au milieu des nations paiumlennes et idolacirctres tout en se mettant au service des rois

eacutetrangers

313 Une expeacuterience de reacutesistance en terre eacutetrangegravere

Le judaiumlsme du peuple juif et lidolacirctrie des nations sont deux tendances

religieuses diameacutetralement opposeacutees et ne font pas bon meacutenage Mais aussi un brassage

eacutetroit avec les forces culturelles eacutetrangegraveres agrave tous les niveaux de la vie et une interaction

complegravete avec le milieu paiumlen pouvaient entraicircner quelques hostiliteacutes envers les juifs dans

le veacutecu de leur identiteacute culturelle et religieuse339 En ce sens Dn 2 et les autres reacutecits

peuvent ecirctre lus dans la perspective dune litteacuterature de reacutesistance

Fidegraveles agrave leurs traditions religieuses et culturelles les juifs expriment leur identiteacute

non pas dans une totale assimilation des us et coutumes des nations eacutetrangegraveres mais agrave

travers un processus de reacutesistance passive340 Il sagit dune reacutesistance qui ne souvre pas

agrave la reacutevolte mais qui est vue dans le sens dune nouvelle compreacutehension de la relation

la domination perse (539-535) Cf COPPENS J Le livre de Daniel et ses problegravemes p1 LACOCQUE

A Daniel et son temps p 44 COLLINS J J The Court-Tales in Daniel and the Development of

Apocalyptic p 234 336 DAVIES P R Daniel Chapter two p 395 337 HUMPHREYS W L A Life-Style for Diaspora A Study of the Tales of Esther and Daniel p 222 338 DAVIES P R Op cit p 396 339 HUMPHREYS W L Op cit p 222 340 KIM J Y Doxology as the Rhetoric of Resistance in the Aramaic Tales of Daniel 2-6 p 75

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entre les juifs et leur Dieu sous la domination eacutetrangegravere341 La question de fond est donc

aussi celle de lidentiteacute juive qui est fondamentalement lieacutee agrave la notion de diviniteacute Il est

clair que le monotheacuteisme juif nest pas agrave comparer avec le polytheacuteisme des nations

eacutetrangegraveres Le Dieu des juifs est strictement supeacuterieur aux autres dieux

Ainsi donc les reacutecits de Dn 1-6 sont agrave la fois les reacutecits dune reacutesistance spirituelle

et culturelle qui implique le besoin dune reneacutegociation de lidentiteacute juive en terre

eacutetrangegravere342 Le juif de la diaspora est en quelque sorte deacutechireacute en lui-mecircme Comment

rester fidegravele agrave lalliance avec son Dieu et servir le pouvoir temporel auquel il se trouve

soumis Chaque reacutecit de Dn 1-6 cherche alors agrave explorer une dimension ou lautre de cette

neacutegociation complexe didentiteacute et dobligation dans le rapport entre Dieu et lempire343

Pourtant Dn 1-6 nest pas un recueil des faits historiques et il ne faut pas chercher

dans ces reacutecits une chronologie exacte des eacuteveacutenements historiques Celui qui est appeleacute

roi Balthazar (Dn 5 2) et preacutesenteacute comme fils du roi Nabuchodonosor na jamais eacuteteacute le

fils de ce dernier Darius le Megravede est tout simplement inconnu des historiens344 Ces

problegravemes historiques montrent que les reacutecits de Dn 1-6 doivent ecirctre lus non pas dans le

sens dune chronique mais dune satire345 A travers les lentilles de la satire ces reacutecits

doivent ecirctre lus comme une expeacuterience de reacutesistance aux souverains eacutetrangers346

3 2 Composition litteacuteraire de Dn 2

321 Preacutelude litteacuteraire de Dn 1

Le bref reacutecit de la destruction de Jeacuterusalem et la captiviteacute juive en Dn 1 1-2 sert

non seulement agrave faire le lien entre le livre de Daniel et le cadre de lalliance contenu dans

le deuxiegraveme livre des Rois et la propheacutetie de Jeacutereacutemie mais aussi agrave mettre au premier plan

341 Ibid p 75 342 SMITH-CHRISTOPHER D L Prayers and Dreams p 271 343 PORTIER-YOUNG A ldquoLanguages of Identity and Obligationrdquo p 111 344 COPPENS J Le livre de Daniel et ses problegravemes p 2 et seq 345 EDELMAN D The Origins of the Second Temple p 13 346 DAVIES P R Daniel in the Lions Den p 160-178 Voir aussi MILLS M E Household and

Table p 410

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la relation entre le pouvoir de Nabuchodonosor sur les juifs et la toute-puissance de Dieu

agrave la fois sur les juifs et sur Nabuchodonosor lui-mecircme347

En effet Dn 1 souvre sur une offensive du roi de Babylone qui assiegravege Jeacuterusalem

et enlegraveve le roi Joaquim Cette offensive de la ville sainte inclus une attaque du lieu sacreacute

ougrave le roi babylonien vide le temple du saint dIsraeumll et amegravene les objets sacreacutes pour les

deacuteposer dans le treacutesor de ses dieux (Dn 1 1-2) La premiegravere apparition de Daniel se trouve

en Dn 1 6 parmi les enfants de la cour destineacutes agrave recevoir une eacuteducation selon les

recommandations du roi Cette premiegravere apparition de lenfant juif dans la cour royale

met en scegravene la premiegravere reacutesistance de celui qui sera reconnu comme le heacuteros des reacutecits

En Dn 1 7 on assiste agrave un changement de nom non seulement par rapport agrave Daniel

qui sappellera deacutesormais Baltasar mais aussi de ses compagnons Ananias qui deviendra

Shadrak Misaeumll qui sera appeleacute Meshak et Azarias qui prendra le nom de Abed Nego Ce

changement de nom se fait sans aucune reacuteaction de la part des quatre enfants dIsrael

Leur nom juif en lien avec leur dimension religieuse de la relation avec le Dieu dIsraeumll

est totalement changeacute par des noms eacutetrangers en relation avec les dieux babyloniens

Toutefois devant les prescriptions alimentaires qui leur sont donneacutees Daniel reacuteagit en

manifestant son refus de ne pas se souiller en prenant part au mets du roi et au vin de sa

table (Dn 1 8)

Ce dialogue entre le conseiller du roi et le jeune Daniel est marqueacute par le jeu de la

triple preacutesence de וישם qui donne un rythme en Dn 1 7-8 et met en eacutevidence la diffeacuterence

culturelle des deux univers dans lesquels se trouvent les deux personnages La reacutepeacutetition

de ce verbe souligne le contraste entre la vision du monde babylonien et celle dIsraeumll en

mettant laccent sur la reacutesistance de Daniel face agrave une assimilation de la vision du monde

babylonien348

Aux quatre fils dIsraeumll Dieu donna la sagesse et combla Daniel de la gracircce de

discerner les visions (חזון) et les songes (חלום) (Dn 1 17) Cet aspect des songes sera

particuliegraverement deacuteveloppeacute en Dn 2 agrave travers le songe de Nabuchodonosor qui mettra en

exergue la sagesse de Daniel dont Dieu lui-mecircme en est la source

347 PORTIER-YOUNG A ldquoLanguages of Identity and Obligationrdquo p 108 348 Ibid p 109

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322 Le recircveinterpreacutetation comme motif litteacuteraire

Alors que Dn 1 place le jeune Daniel et ses compagnons agrave la cour royale sous les

ordres du roi Nabuchodonosor Dn 2 agrave travers la sagesse du jeune juif montre la

souveraineteacute du Dieu de Daniel source de toute sagesse sur le roi Nabuchodonosor Le

contexte nest donc pas celui dun conflit qui oppose Daniel au roi et aux sages de

Babylone Ni dun conflit ouvert entre le Dieu de Daniel et les dieux babyloniens Il sagit

dun conflit entre le Dieu de Daniel et le roi Nabuchodonosor qui deacutebouchera finalement

sur la supeacuterioriteacute du Dieu dIsraeumll sur les dieux babyloniens349

Pour deacutevelopper ce thegraveme de la souveraineteacute du Dieu dIsraeumll Dn 2 se sert alors

du motif de recircve-interpreacutetation pour montrer la supeacuterioriteacute du Dieu de Daniel350 comme

thegraveme central de tout le chapitre et des autres reacutecits Limportance de ce motif de recircve-

interpreacutetation est marqueacutee par la freacutequence du terme פשר en Dn 2 et dans les autres

reacutecits351 Toutefois malgreacute sa grande freacutequence en Dn 2 le terme napparaicirct pas du tout

dans la section de Dn 2 17-23 et sera remplaceacute par dautres termes qui seront analyseacutes

dans la suite cette eacutetude

Mais si le roi avait besoin de savoir la signification de son recircve pourquoi ne

lavait-il pas raconteacute agrave ses devins et magiciens pour en recevoir linterpreacutetation comme

ceacutetait le cas en Meacutesopotamie352 Le roi avait-il oublieacute son recircve ou voulait-il mettre ses

conseillers agrave leacutepreuve353 pour avoir enfin confiance en leur interpreacutetation354 Toujours

est-il que dans la dynamique du reacutecit cet eacuteleacutement perturbateur creacutee une tension en placcedilant

les conseillers du roi devant lincapaciteacute de reacutesoudre leacutenigme Le dialogue entre le roi et

349 DAVIES P R Daniel Chapter Two p 396 Cet auteur deacutecrit la situation de non hostiliteacute entre Daniel

le roi et les sages de Babylone en montrant lintention de Daniel dinterpreacuteter le recircve du roi montrer au roi les intentions de son coeur (2 30) et sauver la vie des sages de Babylone (2 24) Mais labsence de conflit

ou de guerre nest pas toujours synonyme dune veacuteritable situation de paix 350 KIM J Y Doxology as the Rhetoric of Resistance in the Aramaic Tales of Daniel 2-6 p 120 351 Le terme פשר apparaicirct en 2 456 (2x)7916242526303645 434615 (2x)16 (2x)21 5 78

(2x)12 (2x) 15 (2x)16 (2x) 26 716 352 Sur la question de la pratique des recircves et leur interpreacutetation en Meacutesopotamie Cf OPPENHEIM L A

The Interpretation of Dreams in the Ancient Near East p 217 et seq 353 Pour dautres le roi voulait mettre ses conseillers agrave leacutepreuve Cf COLLINS J J Daniel p 156 354 Cest certainement dans ce sens quil faudrait comprendre lattitude du roi en lien avec Dn 2 9b ougrave le roi

se deacutetermine agrave croire agrave linterpreacutetation de ses conseillers si ceux-ci lui rapporte le recircve Cf GINSBERG H

L The Legends of the Jews IV p 327

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ses conseillers (Dn 2 1-12) entre dans une crise qui deacutebouche sur le deacutecret de lexeacutecution

des sages de Babylone et favorise ainsi lentreacutee de Daniel sur la scegravene355

323 Les lieux public et priveacute comme cadre litteacuteraire

La situation de crise entre le roi et ses conseillers est une preacuteparation du succegraves de

Daniel dans la suite du reacutecit ougrave laction du jeune juif se deacuteroulera sur deux grands fronts

le domaine public et le domaine priveacute Dans le domaine public ougrave il est appeleacute agrave avoir du

succegraves en terre eacutetrangegravere Daniel agit devant lautoriteacute de Babylone en tant que devin

babylonien356 Dans le domaine priveacute Daniel agit comme un juif de la diaspora en

maintenant son alleacutegeance religieuse en terre eacutetrangegravere357 pour recevoir de son Dieu la

reacuteveacutelation et la sagesse dont il a besoin Le lieu priveacute a donc une importance fondamentale

dans le succegraves du jeune juif agrave la cour royale

En dautres termes Daniel entre en scegravene comme protagoniste de laction

salvifique de Dieu non seulement pour lui et ses compagnons mais aussi pour les sages

de Babylone En eacutetant lui-mecircme beacuteneacuteficiaire de la reacuteveacutelation divine Daniel devient

protagoniste du deacuteploiement de la gracircce divine au milieu des nations eacutetrangegraveres

Toutefois Dieu lui-mecircme sera le protagoniste principal qui tiendra en son pouvoir le

controcircle des eacuteveacutenements de lhistoire

355 En Dn 2 13 Daniel et ses compagnons sont compteacutes parmi les sages qui seront exeacutecuteacutes selon le deacutecret

du roi FEWELL D N Circle of Sovereignty p 24 et SEOW C L Daniel p 37 suggegraverent que Daniel

eacutetait encore en cours dinitiation 356 KIM J Y Doxology as the Rhetoric of Resistance in the Aramaic Tales of Daniel 2-6 p 125 357 Ibid

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33 Un aperccedilu de la structure du texte

331 Structure et dynamique interne de Dn 2

Le deacutenouement du reacutecit atteint son point culminant dans la profession de foi du

roi comme signe de reconnaissance de la souveraineteacute du Dieu de Daniel comme eacutetant le

Dieu de tous les dieux le maicirctre des rois et le reacuteveacutelateur des mystegraveres (Dn 2 47) Cette

souveraineteacute de Dieu est particuliegraverement souligneacutee dans la section centrale en Dn 2 17-

23 qui situe Daniel et ses compagnons dans le domaine priveacute dans un climat de priegravere

ougrave Daniel reccediloit la reacuteveacutelation du mystegravere

Cette section centrale se trouve au cœur de la structure concentrique de Dn 2 qui

peut ecirctre ainsi scheacutematiseacute358

A Recircve troublant de Nabuchodonosor qui convoque ses conseillers (2 1-2)

B Dialogue du roi et des sages incapables de deacutecouvrir le recircve (2 3-12)

C Rencontre de Daniel et Aryock (2 13-16)

D Mystegravere reacuteveacuteleacute agrave Daniel et compagnons en priegravere (2 17-23)

C Rencontre de Daniel et Aryock (2 24-25)

B Dialogue du roi et Daniel qui deacutecouvre et reacutevegravele le recircve (2 26-47)

A Reconnaissance et gratitude du roi envers Daniel (2 48-49)

358 Nous nous basons sur la structure proposeacutee par PRINSLOO G T M Two Poems in a Sea of Prose The Content and Context of Daniel 220-23 and 627-28 p 98 agrave laquelle nous apportons quelques

modifications Prinsloo preacutesente la structure de Dn 2 de la faccedilon suivante Introduction (21) Le roi et ses

courtisans (22-12) Daniel et Aryock (213-16) Daniel et ses compagnons en priegravere (217-23) Daniel et

Aryock (224-25) Le roi et Daniel le sage courtisan (226-47) Le reacutesultat (228-49) La Structure proposeacutee

par KIM J Y Doxology as the Rhetoric of Resistance in the Aramaic Tales of Daniel 2-6 p 133 se base

eacutegalement sur celle de Prinsloo en apportant les modifications suivantes 21 22-13 214-16 217-23

224-25 226-45 et 246-49 Ces modifications selon Kim prennent en compte la preacutesence de la particule arameacuteenne aux vv 14 et 46 qui repreacutesente un terme de transition en arameacuteen Pourtant uniquement אדין

en Dn 2 cette particule apparaicirct eacutegalement aux vv 14151719(2x)25354648 En effet selon MARGAIN J Les particules dans le Targum samaritain de Genegravese-Exode p 21 la particule אדין est attesteacutee dans

larameacuteen de lempire et couramment employeacute dans les documents de la Mer morte comme eacutequivalent de

lheacutebreu za (alors) Cette particule disparaicirct progressivement de la langue targumique La structure proposeacutee

par COLLINS J J Daniel p 152 se preacutesente ainsi Introduction (21) dialogue entre le roi et les sages

(22-12) lintervention de Daniel (213-16) la reacuteveacutelation agrave Daniel (217-24) le dialogue de Daniel avec le

roi (225-45) et la conclusion (246-49) Il est agrave noter que dans sa premiegravere preacutesentation de la structure de

Dn 2 Collins mettait ensemble les vv 1-2 comme introduction Cf COLLINS J J Daniel p 152 note 1

PLOumlGER O Das Buch Daniel p 47-54 propose la division suivante 2 1-13 214-24 225-45 et 246-

49

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Le reacutecit de Dn 2 commence par la narration du recircve de Nabuchodonosor dont

lesprit est troubleacute Le roi fait alors appel agrave ses devins et magiciens pour en avoir

lexplication Cette preacutesentation A est une introduction du reacutecit qui trouve sa conclusion

en A ougrave le roi se trouve satisfait et manifeste sa gratitude envers Daniel Le reacutecit qui a

commenceacute aux deux premiers versets par une narration se termine aux deux derniers

versets par une autre narration Si A et A peuvent ainsi ecirctre mis en parallegravele sur le plan

de la narration il en va de mecircme sur le plan du problegraveme poseacute et du reacutesultat obtenu

La partie A donne suite agrave la partie B par lexpression en 2 3 ויאמר להם המלך (le roi

leur dit) qui inaugure le dialogue entre le roi et ses conseillers qui ont eacuteteacute anteacuterieurement

convoqueacutes dans la narration Mais le dialogue entre le roi et ses conseillers se solde sur

une situation de crise devant lincapaciteacute de ces derniers de deacutecouvrir le recircve et son

interpreacutetation Furieux le roi ordonne de faire peacuterir tous les sages de Babylone Cette

partie B trouve son parallegravele en B ougrave Daniel dans son dialogue avec le roi reacuteussit agrave

deacutecouvrir le recircve du roi et agrave lui reacuteveacuteler son interpreacutetation

Si les sages du roi ont eacuteteacute incapables de trouver le recircve et den donner son

interpreacutetation dans la partie B cest tout le contraire qui se produit en B avec le jeune juif

de la cour royale En utilisant le verbe hlGgt en 2 47 pour deacutecrire les actions reacuteveacutelatrices de

Dieu et de Daniel Nabuchodonosor reconnaicirct lunique action de Dieu et la speacutecificiteacute du

rocircle joueacute par Daniel par rapport aux autres sages de Babylone359 Une fois le deacutecret

promulgueacute de tuer les sages de Babylone la partie B donne suite agrave la partie C ougrave Daniel

et ses compagnons sont eacutegalement rechercheacutes pour ecirctre exeacutecuteacutes Cest dans ce cadre quagrave

lieu la rencontre de Daniel avec lexeacutecuteur Aryock qui lui reacutevegravele les motifs du deacutecret

royal

Le personnage dAryock est le veacutehicule par lequel les babyloniens entrent dans les

coulisses et celui qui en mecircme temps conduit Daniel agrave leur place360 Cest ainsi que la

partie C de la rencontre entre Daniel et Aryock en route pour exeacutecuter le deacutecret royal de

la mise agrave mort des sages trouve sa reacutesonnance en C dans la nouvelle rencontre des deux

personnages ougrave Daniel sinterpose contre le projet de faire peacuterir les sages de Babylone

En effet dans la dynamique du texte apregraves sa premiegravere rencontre avec Aryock

Daniel sen alla demander au roi un deacutelai pour lui permettre dinterpreacuteter son recircve Cest

alors apregraves cette demande aupregraves du roi que Daniel se retira chez lui agrave la rencontre de ses

359 MEADOWCROFT T J Aramaic Daniel and Greek Daniel p 178 360 FEWELL D N Circle of Sovereignty p 53

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compagnons Cest dans ce cadre priveacute que le mystegravere lui fut reacuteveacuteleacute dans une vision

nocturne Dans cette section centrale se trouve le cœur du message contenu en Dn 2 agrave

savoir la souveraineteacute de Dieu qui deacutetient le controcircle des eacuteveacutenements de lhistoire Un

message qui est dailleurs proclameacute par le roi agrave la fin de sa rencontre avec Daniel en 2

47

332 Luniteacute litteacuteraire en question

Il est vrai que des problegravemes reacutedactionnels tels que des additions et reacutepeacutetitions

des doublets et contradictions ont eacuteteacute identifieacutes dans le corpus litteacuteraire de ce chapitre361

Toutefois ces difficulteacutes nempecircchent pas dadmirer le deacuteveloppement progressif de

lensemble du reacutecit depuis lentreacutee en scegravene des sages babyloniens jusquagrave celle de Daniel

dont la propheacutetie est le point culminant du reacutecit362 Sans entrer dans les discussions sur

les problegravemes reacutedactionnels ce qui nest pas le but de notre eacutetude nous voyons dans la

suite logique du reacutecit une uniteacute litteacuteraire de lœuvre dans sa reacutedaction finale centreacutee sur

la personnaliteacute de Daniel363

Cette uniteacute litteacuteraire se fait eacutegalement remarquer dans le rapport qui existe entre

Dn 2 17-23 et le reste du chapitre Le manque dunanimiteacute sur la deacutelimitation du texte dit

additionnel (vv 13145-23) en est encore une preuve La terminologie employeacutee dans

cette section est bien celle qui se trouve dans lensemble du chapitre Lorsque Daniel

demande un deacutelai au roi au v 16 il soffre agrave deacutecouvrir (להחויה) linterpreacutetation de son recircve

361 Certains critiques ont consideacutereacute les vv 13-23 comme une addition Cf DAVIES P R Daniel p 45 et

seq DAVIES P R Daniel Chapter Two p 393 et seq HARTMAN L F DI LELLA A A The Book

of Daniel p 139 Dautres considegraverent le mateacuteriel additif plutocirct aux vv 14-23 Cf LACOCQUE A Le livre

de Daniel p 46 PORTEOUS N W Daniel p 42 Dautres encore considegraverent le mateacuteriel additif agrave partir

des vv 15-23 Cf SEGAL M From Joseph to Daniel p 142 Ces difficulteacutes sont ducirces agrave la contradiction

eacutevidente entre le v 16 ougrave Daniel se preacutesente lui-mecircme chez le roi lui demandant un deacutelai pour deacutecouvrir

linterpreacutetation de son recircve et le v 24 ougrave Daniel se rend plutocirct chez Aryock pour que celui-ci lintroduise

devant le roi La difficulteacute serait surmonteacute si le v 24 faisait directement suite au v 13 Par ailleurs les eacuteveacutenements de Dn 2 ont lieu agrave la deuxiegraveme anneacutee du regravegne de Nabuchodonosor (Dn 2 1) alors quen Dn 1

518 Daniel et ses compagnons avaient deacutejagrave passeacute trois ans agrave la cour du roi Ceci suppose eacutegalement que le

roi selon le chapitre 1 connaissait deacutejagrave Daniel alors que celui-ci est preacutesenteacute devant le roi au chapitre 2

comme un eacutetranger Comment peut-on expliquer ces incoheacuterences Sans avoir lintention de reacutesoudre le

problegraveme ni de laggraver MEADOWCROFT T J Aramaic Daniel and Greek Daniel p 162 et seq

souligne que dans la narration tout comme dans le reacutecit biblique le temps chronologique reacuteel et le temps

narratif ne doivent pas toujours ecirctre strictement assimileacutes 362 DELCOR M Le livre de Daniel p 72 363 AZZAM J Daniel ou le deacutechiffrement drsquoune souffrance devenue excessive p 16

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Dans le dialogue du roi avec ses devins et magiciens la question centrale est celle de

deacutecouvrir linterpreacutetation du recircve tout comme dans le dialogue du roi avec Daniel

Dn 2 13-23 est marqueacutee par la seacutequence du substantif פשר qui se retrouve

eacutegalement dans lensemble du chapitre et plus particuliegraverement employeacute en lien avec le

verbe hwx Cette uniteacute se fait encore remarquer dans le deacuteveloppement progressif du reacutecit

agrave travers le dialogue entre les diffeacuterents personnages Alors que le roi utilise

indistinctement le verbe hwx en lien avec le substantif פשר et le couple חלם et רפש les sages

de Babylone et Daniel nutilisent jamais ce verbe en lien avec le substantif חלם

Dans le dialogue du roi avec les sages de la cour tous les emplois du verbe ידע ont

pour destinataire le roi tout comme dans le dialogue de celui-ci avec Daniel Dans leur

dialogue avec le roi les sages nemploient jamais le verbe ידע qui est uniquement placeacute

dans la bouche du roi et dirigeacute aux sages comme sujets de la connaissance cest-agrave-dire

ceux qui feraient connaicirctre au roi son recircve et son interpreacutetation Le verbe ידע est employeacute

ici en lien avec חלם et פשר

Par contre dans son dialogue avec le roi Daniel a une conception totalement

diffeacuterente et le choix des verbes lorsquil fait allusion agrave linterpreacutetation et agrave la reacuteveacutelation

reflegravete cette faccedilon de voir364 Dans la section du dialogue du roi avec Daniel lunique

emploi de ידע qui est placeacute dans la bouche du roi est dirigeacute agrave Daniel comme eacutetant celui

qui pourra faire connaicirctre au roi son recircve et son interpreacutetation Toutefois toutes les autres

occurrences du verbe ידע dans cette section du dialogue apparaissent dans le discours de

Daniel ayant Dieu comme sujet du verbe celui qui fait connaicirctre au roi ce qui doit arriver

Le verbe ידע prend une connotation particuliegravere dans le sens de la reacuteveacutelation dont Dieu

est lui-mecircme le sujet

En outre pour Daniel le Dieu qui fait connaicirctre en donnant la connaissance est

aussi le Dieu qui reacutevegravele le mystegravere Dans le discours de Daniel le verbe דעי sexprime non

seulement en lien avec le verbe hlGgt mais aussi avec le terme qui ont tous les trois Dieu רז

comme sujet Alors quau vv 24 et 27 Daniel emploie le verbe hwx en lien avec lactiviteacute

des sages et de devins de Babylone aux vv 28 29 et 30 le langage du jeune juif change

en fonction de lactiviteacute divine de la reacuteveacutelation des mystegraveres365

En Dn 2 17-23 objet de notre eacutetude et section centrale du chapitre en plus du

substantif פשר qui y est totalement absent le verbe hwx ny apparaicirct pas non plus Dans

364 MEADOWCROFT T J Aramaic Daniel and Greek Daniel p 178 365 Ibid

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lordre de la reacuteveacutelation divine cette section est le lieu par excellence de lenjeu des termes

hlGgt ידע et רז dans la dynamique du reacutecit Cest dans cette section quapparaissent pour la

premiegravere fois les termes hlGgt et qui vont devenir deacutecisif dans la suite du reacutecit Le verbe רז

hlGgt est particuliegraverement utiliseacute en fonction de רז mais aussi par rapport agrave ידע dans le cadre

de la reacuteveacutelation divine

333 Uniteacute textuelle de Dn 2 17-23

3331 Traduction et eacuteleacutements de critique textuelle

Eucirct eacutegard agrave tout ce qui preacutecegravede il nest donc pas judicieux de consideacuterer les vv

13-23 comme eacutetant un mateacuteriel secondaire366 Dans ces versets se trouve le cœur du

message sur la souveraineteacute de Dieu deacuteveloppeacute dans lensemble du chapitre Il importe agrave

preacutesent de poser le regard sur cette section centrale pour deacutecrire son dynamisme et en

identifier son particularisme

Tabeaux 18 Texte et traduction de Dn 2 17-23

maison Alors Daniel sen alla agrave sa

17a אדין דניאל לביתה אזל

et fit connaicirctre la chose agrave Ananias Misael et

Azarias ses compagnons

17b י מלתא ולחנניה מישאל ועזריה חברוה הודע

des pour quils demandent miseacutericordes au Dieu

cieux

au sujet de ce mystegravere

18a א ורחמין למבעא מן־קדם אלה שמי על־רזה דנה

afin que Daniel et ses compagnons ne peacuterissent

pas avec le reste des sages de Babylone

18b ם־שאר ע די לא יהבדון דניאל וחברוהי בבלחכימי

Alors le mystegravere fut reacuteveacuteleacute agrave Daniel dans une

367 vision de nuit

19a גלידי־ליליא רזה 368אדין לדניאל בחזוא

366 Contre ANDERSON R A Signs and Wonders A Commentary on the Book of Daniel p 11 367 A la diffeacuterence du TM qui conjugue le verbe hlGgt au Peil parfait passif 3e masculin singulier les

fragments de la Geniza du Caire le preacutesentent au Pual forme passive du pael qui est intensif ou causatif

Toutefois dans la partie arameacuteenne du livre de Daniel le verbe hlGgt apparaicirct 7 fois uniquement en Dn 2

dans la forme active peal (2 22282947(2x)) et la forme passive peil (21930) 368 Deux fragments de la Geniza du Caire ont lun et lautre une lecture diffeacuterente de celle du TM A la place du terme du TM ces deux fragemnent preacutesentent le terme awzgtxIbgt qui napparaicirct nulle (dans la vision) בחזוא

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Puis Daniel beacutenit le Dieu des cieux 19b אאדין דניאל ברך לאלה שמי

Daniel prit la parole et dit 20a ענה דניאל ואמר

Beacuteni soit le nom de Dieu 20b ך להוא369 שמה די־אלהא מבר

des siegravecles et pour les siegravecles 20c מן־עלמא ועד־עלמא

Car agrave lui la sagesse et la force 20d די לה־היא 370די חכמתא וגבורתא

Et il fait changer les temps et les saisons 21a והוא מהשנא עדניא וזמניא

Deacutetrocircne les rois et eacutetablit les rois 21b מהעדה מלכין ומהקים מלכין

Donne la sagesse aux sages 21c יהב חכמתא לחכימין

Et la connaissance aux intelligents

21d ומנדעא לידעי בינה

Il reacutevegravele les choses profondes et cacheacutees 22a ומסתרתא 371הוא גלא עמיקתא

Connaicirct ce qui est dans les teacutenegravebres 22b ידע מה בחשוכא

Et la lumiegravere demeure avec lui 22c שרא(עמה ]372ונהורא) [ונהירא

A toi Dieu de mes pegraveres 23a לך אלה אבהתי

Je rends gracircce et (te) loue

23b מהודא ומשבח אנה

Car tu mas donneacute la sagesse et la force 23c לי 373וגבורתא יהבת די חכמתא

Et maintenant tu nous a fait connaicirctre

ce que nous tavons demandeacute

23d וכען הודעתני די־בעינא מנך

Car laffaire du roi tu nous a fait connaicirctre

23e די־מלת מלכא הודעתנא

part dans les 12 occurrences de חזו tant au pluriel comme au singulier dans le TM BAUER H LEANDER

P Grammatik des Biblisch-aramaumlschen p 232 considegravere cette derniegravere comme une erreur de lecture 369 De mecircme deux fragments de la Geniza du Caire ont lun et lautre une lecture diffeacuterente du jussif להוא

du TM Ces deux fragments preacutesentent le terme hwhgtlI Dans lexplication de la forme preacutefixeacutee de la

conjugaison de הוה LI T The Verbal System of the Aramaic of Daniel p 126 et seq affirme que certains

chercheurs comme KAUTZSCH E Grammatik des Biblisch-Aramaumlischen mit einer kritischen Eroumlrterung

der aramaumlischen Woumlrter im Neuen Testament Leipzig Verlag von F C W Vogel 1884 p 79 ont attribueacute

au preacutefixe ל la mecircme origine que la particule arabe ل li- qui peut ecirctre lieacutee au jussif ou au subjonctif

Dautres chercheurs ont reconnu que cette particule ל a dabord eacuteteacute employeacutee comme jussif et plus tard

remplaceacute par la conjugaison preacutefixeacutee dans certaines formes darameacuteen oriental Son emploi avec הוה dans

larameacuteen biblique est ducirce aux tentatives tardives du scribe de faire la diffeacuterence entre ce verbe et le nom

divin יהוה Dans ce sens ajoute-t-il lapparition de la particule ל dans larameacuteen biblique ne reflegravete pas une

signification particuliegravere Dans le livre de Daniel et particuliegraverement dans la partie arameacuteenne la particule

agrave la 3e personne masculin singulier (220 28 29(2x) 41 42 45 318 422 529 הוה apparaicirct preacutefixeacutee agrave ל

63) agrave la 3e personne masculin pluriel (243(2x) 62 3 27) et agrave la troisiegraveme personne feacuteminin pluriel

(517) 370 La Bible rabbinique de Jacob ben Hayyim et la variante du texte heacutebreu dapregraves H Strack preacutesentent une

legravegegravere modification avec le dagesh dans le T La lecture est la suivante aTrgtWbggtW BAUER H LEANDER P

Grammatik des Biblisch-aramaiumlschen p 22 explique quon est en face dune varians lectio et cette

explication sapplique aussi en Dn 2 23 avec loccurrence du mecircme mot 371 En lieu et place de עמיקתא eacutetat emphatique feacuteminin pluriel de עמיק plusieurs manuscrits preacutesentent la

lecture atqy~I[] qui selon BAUER H LEANDER P Grammatik des Biblisch-aramaumlischen p 188 et seq

il sagit dune varians lectio 372 Il est ici question du souci de la tradition massoreacutetique de preacuteserver la qualiteacute du texte Ce terme eacutecrit ainsi ונהירא dougrave le Ketiv les massoregravetes proposent de lire א dougrave le Qere En effet le Ketiv eacutetant un ונהור

eacutetat emphatique de נהור fait que la voyelle A donne une forme dheacutebraiumlsme Cf MARGAIN J Le livre de

Daniel p 19 373 Au lieu de 2 יהבתe masculin singulier de יהב du TM les fragments de la Geniza du Caire preacutesentent la

lecture Tbgthygt qui est une varians lectio Cf BAUER H LEANDER P Grammatik des Biblisch-

aramaumlischen p 101

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3332 Luniteacute textuelle et ses limites

Dn 2 17-23 qui constitue le centre du reacutecit de Dn 2 est diviseacute en deux parties La

premiegravere partie eacutecrite en prose est composeacutee des vv 17a-20a La deuxiegraveme partie eacutecrite

en poeacutesie est composeacutee des vv 20b-23e Le v 17 marque le deacutebut de la peacutericope par un

changement de lieu en situant Daniel et ses compagnons dans un cadre diffeacuterent Le

contexte particulier de la maison (לביתה) comme lieu priveacute est surtout le lieu ideacuteal pour la

priegravere des quatre jeunes juifs en terre eacutetrangegravere Lexpression אדין דניאל לביתה אזל qui

contient la premiegravere occurrence du verbe אזל (aller sen aller) au v 17 marque le deacutebut

de cette uniteacute textuelle

Le hafel initial du למבעא au v 17 suivi de linfinitif construit ידע du verbe הודע

verbe בעה au v 18 montre Daniel comme celui qui fait connaicirctre linformation agrave ses

compagnons afin quils puissent implorer la miseacutericorde de Dieu au sujet de ce mystegravere

Au v 23 les deux verbes citeacutes reviennent comme reacutesultat de la situation poseacutee au v 17

et Dieu apparaicirct dans la louange du jeune juif comme celui qui fait connaicirctre agrave Daniel et

ses compagnons ce quils lui ont demandeacute au deacutebut de luniteacute textuelle

Le v 24 montre le deacutebut dune autre uniteacute textuelle en situant de nouveau Daniel

dans un contexte public allant agrave la rencontre dAryock lexeacutecuteur Lexpression כל־קבל

qui fait reacutefeacuterence agrave ce qui preacutecegravede assure le passage de Daniel de sa maison ougrave le דנה

mystegravere lui a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave la nouvelle rencontre avec Aryock

3333 Luniteacute textuelle et son organisation

33331 Dn 17a-20a premiegravere seacutequence du texte

Dans cette section centrale du chapitre les diffeacuterentes parties du texte ne sont plus

mis en parallegravele les uns avec les autres Une progression dans le deacuteveloppement du thegraveme

et lagencement des termes marque la dynamique du texte Au vv 17-18 Daniel sen va

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chez lui et fait connaicirctre la situation agrave ses compagnons leur demandant de prier pour

quils ne peacuterissent pas avec les autres sages de Babylone Le deacutepart pour la maison

exprimeacutee par le parfait אזל le partage de linformation avec le parfait et la demande הודע

de priegravere dans linfinitif construit למבעא constituent le premier moment dynamique (vv

17a-18b) de cette partie en prose (vv 17a-20a)

Linfinitif construit למבעא au v 18 fonctionne dans ce cas non pas comme un

compleacutement mais comme finaliteacute 374 de laction en cours pour que Daniel et ses

compagnons ne peacuterissent pas (יהבדון) avec les sages de Babylone Le syntagme די לא

marque la conjonction finale neacutegative afin quene pas375 Linfinitif למבעא exprime

alors la finaliteacute de הודע comme verbe principal376 De plus la finaliteacute de laction exprimeacutee

par linfinitif למבעא a une extension non pas immeacutediate mais future Cette extension est

contenue dans limparfait ou linaccompli בדון די et introduite par la particule relative יה

377

Le deuxiegraveme moment dynamique de la prose (vv 19a-20a) est caracteacuteriseacute par la

reacuteveacutelation du mystegravere agrave Daniel Le premier moment dynamique (vv 17a-18a) sest servi

dun panorama lexicographique de 25 mots pour deacutecrire le contexte dans lequel se

trouvent les quatre jeunes juifs Le deuxiegraveme moment de la prose (vv 19a-20a) se sert

uniquement de 14 mots pour exprimer la reacuteveacutelation faite agrave Daniel Si le premier moment

est caracteacuteriseacute par deux verbes au parfait un infinitif et un imparfait le deuxiegraveme moment

se caracteacuterise par deux parfaits et deux participes Les deux parfaits גלי et des verbes ברך

hlGgt et rbgt apparaissent pour la premiegravere fois en Dn 2 19

Si Daniel est le sujet de rBgt celui qui beacutenit le Dieu des cieux Dieu lui-mecircme est le sujet

implicite de hlGgt celui qui reacutevegravele le mystegravere Laccompli au v19b trouve sa reacutesonnance ברך

dans le participe passeacute au v20b au deacutebut de la deuxiegraveme partie La premiegravere partie מברך

de luniteacute textuelle diviseacutee en deux moments dynamiques sachegraveve sur lattitude de

louange de Daniel qui prend la parole

374 LI T The Verbal System of the Aramaic of Daniel p 135 et seq observe que dans larameacuteen de Daniel

les verbes agrave linfinitif ont lieu soit dans des clauses subordonneacutees soit dans des clauses seacutemantiquement

subordonneacutees et fonctionnent en geacuteneacuteral comme compleacutement Il identifie quatre cas ougrave lininitif ne

fonctionne pas comme compleacutement mais exprime une finaliteacute (2 141618 3 20b 5 15a) 375 MARGAIN J Le livre de Daniel p 18 376 Cf BAUER H LEANDER P Grammatik des Biblisch-aramaumlischen p 300 377 LI T The Verbal System of the Aramaic of Daniel p 122 et seq preacutesente des cas de conjugaisons exprimant une finaliteacute agrave fonction future introduites par la particule 1830 2 דיab 3 28ab 4 314a 5 15

6 218

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33332 Dn 20b-23e Deuxiegraveme seacutequence du texte

Cette indication sert donc de transition pour la partie poeacutetique de la peacutericope (vv

20b-23e) qui est marqueacutee par une inclusion aux vv 20 et 23 par lexpression חכמתא

Cette partie poeacutetique est eacutegalement caracteacuteriseacutee par deux moments dynamiques וגבורתא

Au vv 20b-22c premier moment de la poeacutesie Daniel sadresse agrave Dieu agrave la

troisiegraveme personne du singulier Ce moment dynamique commence par une expression

solennelle au v 20b י־אלהא מברך qui donne le ton de la louange La priegravere להוא שמה ד

senchaicircne alors par une liste des œuvres de Dieu avec une succession de verbes au

participe qui caracteacuterise cette forme poeacutetique A lexception du jussif378 להוא du verbe הוה

tous les autres verbes de ce moment dynamique sont au participe dans ses diffeacuterentes

fonctions

En effet la fonction la plus freacutequente du participe passif est celle de ladjectif

preacutedicat exprimeacute dans le passif au v 20 Ici le participe passif est accompagneacute 379מברך

par le verbe La disposition des formes verbales fait ressortir sur le plan 380ה הו

morphologique un certain paralleacutelisme Les participes passifs des vv 20b et 22ac se

complegravetent et sentrelacent avec les participes actifs des vv 21abc et 22ab Toutefois

certains participes passifs ont une fonction active agrave lexemple du verbe שרא au v 22c qui

est un participe passif avec une fonction active381 De plus tout comme dans larameacuteen

de Daniel et les langues seacutemitiques le participe passif au v 22a est aussi substantiveacute et

fonctionne comme un nom382

Par ailleurs lemploi reacutepeacutetitif de la troisiegraveme personne du singulier creacutee un effet

dinsistance dans la dynamique progressive de la peacutericope Tout est orienteacute vers Dieu et

en aucun moment apparaicirct la premiegravere personne du singulier Sur le plan lexical de

378 Il est agrave remarquer avec LI T The Verbal System of the Aramaic of Daniel p 125 que le jussif et limparfait ne sont pas tregraves distincts lun de lautre excepteacute dans 4 cas ougrave le jussif est clairement distingueacute agrave

cause de la neacutegation אל et dans les autres cas de la preacutesence du suffixe pronominal qui distingue le jussif de

limparfait Tous les quatre cas ougrave le jussif est clairement distinct sont agrave la forme neacutegative exprimant par

neacutegation une demande (Dn 2 24) ou une exhortation (Dn 4 16 5 10 [2x]) 379 Ibid p 66 preacutesente 13 cas de participe passif avec fonction de ladjectif preacutedicat (2 20314245 3

15181928 4 132 6 5b 7 7b19) 380 Ibid p 66 Les autres participes passifs accompagneacutes par le verbe הוה se retrouvent en 2 42 3 18 et

4 1 381 Cf BAUER H LEANDER P Grammatik des Biblisch-aramaumlischen p 297 LI T The Verbal System

of the Aramaic of Daniel p 69 382 LI T Op cit p 67

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nombreux jeux dassonances et dalliteacuterations rythment lagencement de la poeacutesie dans ses

diffeacuterentes composantes Cest ainsi que sagesse (חכמתא) et force (וגבורתא) constituent une

reacutepeacutetition inclusive qui forme luniteacute de cette partie poeacutetique

A linteacuterieur de cette uniteacute se font encore remarquer des paralleacutelismes et de

nombreux jeux sonores qui retentissent dans la lecture des diffeacuterents stiques et vers de la

poeacutesie agrave travers lagencement des voyelles et consonnes Le premier attribut de la sagesse

de Dieu est exposeacute agrave partir dun paralleacutelisme qui implique le fait que Dieu donne la sagesse

aux sages et la connaissance aux intelligents383 En plus de faire changer les temps et les

stations Dieu deacutetrocircne les rois et eacutetablit les rois

La succession de trois hafel au participe au v 21ab fait eacutegalement ressortir le

paralleacutelisme interne dans les groupes de mots מהעדה מלכין et Puisse quil 384ומהקים מלכין

deacutetient la sagesse et la force Dieu peut donner cette sagesse aux sages la connaissance

aux intelligents mais aussi reacuteveacuteler les choses profondes et cacheacutees Lagencement des

pieds se fait remarquer en 22ab pour mettre en exergue la force et la sagesse divine agrave

travers le contraste teacutenegravebres et lumiegravere dans les stiques ונהורא עמה שרא et ידע מה בחשוכא

Aux vv 23a-23e deuxiegraveme moment dynamique de la poeacutesie le ton de la priegravere

change Dieu est maintenant personnaliseacute agrave la deuxiegraveme personne du singulier dans une

relation plus directe avec Daniel qui se preacutesente agrave la premiegravere personne du singulier Ce

deuxiegraveme moment de la poeacutesie souvre par une expression emphatique אלה אבהתי לך Si

le premier moment dynamique sest servi dun panorama lexical de 35 mots pour exprimer

les attributs et les actions de Dieu dans lensemble le deuxiegraveme moment de la poeacutesie se

sert uniquement de 18 mots pour rendre gracircce agrave Dieu pour ses actions dans la vie de

Daniel et de ses compagnons

Il y a dans le deuxiegraveme moment de la poeacutesie une alternance entre la premiegravere et

la deuxiegraveme personne du singulier au v 23abcd En 23de on assiste au passage de la

premiegravere personne du singulier pour la premiegravere personne du pluriel dans la partie finale

de la poeacutesie Ce moment est marqueacute par labondance des verbes et des termes avec

suffixes

Au v 22ab le participe actif fonctionne comme un preacutesent geacuteneacuteral qui exprime

des exposeacutes de faits intemporels ou des actions qui ont lieu de maniegravere habituelle et non

pas neacutecessairement au moment du discours385 Toutefois les deux participes actifs au v

383 PRINSLOO GTM Two Poems in a Sea of Prose p 96 384 Ibid 385 LI T The Verbal System of the Aramaic of Daniel p 50

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23b exprime non pas un preacutesent geacuteneacuteral mais un preacutesent actuel qui implique le moment

mecircme du discours386 Laction de gracircce et la louange de Daniel deacutecrites par les deux

participes actifs מהודא et du יהבת sont lieacutees agrave laction de Dieu exprimeacute par le parfait ומשבח

verbe ידעmais aussi par les deux hafel au parfait du verbe 387יהב

A partir de cette disposition litteacuteraire le message de la section centrale de Dn 2

contenu dans les vv 17-23 est donc claire et eacutevidente Le Dieu qui reacutevegravele le mystegravere est

celui qui possegravede la sagesse et la force Il gouverne sur tout lunivers en faisant changer

le temps et les saisons en eacutetablissant et en deacutetrocircnant les rois Cest lui qui donne la sagesse

et la connaissance en reacuteveacutelant les choses profondes et cacheacutees Cest ainsi quil a fait

connaicirctre agrave Daniel et ses compagnons le mystegravere cacheacute dans laffaire du roi

34 Identification et lecture des dynamismes soteacuteriologiques

341 Tabeaux des dynamismes preacutesents dans le texte

Sur le plan soteacuteriologique Dn 2 17-23 apparaicirct dans un contexte de crise ougrave les

parties en cause se trouvent devant une situation de vie ou de mort En fait le roi

Nabuchodonosor eacutetant deacuteccedilu devant lincapaciteacute de ses devins et magiciens de trouver son

recircve et den donner linterpreacutetation ordonne lexeacutecution de tous les sages de Babylone y

compris Daniel et ses compagnons Ce reacutecit deacutebouche alors sur une intervention de

Daniel qui apparaicirct dans ce contexte comme protagoniste du dynamisme salvifique de

Dieu au milieu des nations eacutetrangegraveres

Cest alors en tant que reacuteveacutelateur du mystegravere (Dn 2 47) par la sagesse divine qui

dirige les eacuteveacutenements de lhistoire que Daniel entre en scegravene Dans la dynamique du reacutecit

la peacutericope de Dn 2 17-23 est le lieu propice et indispensable pour la compreacutehension de

lavegravenement salvifique de Dieu en terre eacutetrangegravere Cest dans cette peacutericope que la sagesse

et la force de Dieu sont affirmeacutees de maniegravere absolue en montrant le controcircle de Dieu sur

les eacuteveacutenements de lhistoire

386 Ibid p 50 387 ROSENTHAL F A Grammar of Biblical Aramaic p 47 observe que seulement limparfait et linfinitif

de la racine tn apparaicirct dans larameacuteen biblique pour le parfait et limpeacuteratif est employeacutee la racine bhy

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Ce dynamisme salvifique du Dieu omniscient et omnipotent sexprime

particuliegraverement agrave travers les termes hlGgt רז et ידע qui constituent une trilogie seacutemantique

importante dans le dynamisme du reacutecit Cette trilogie sentrelace dans ce contexte avec

un grand nombre de champs seacutemantiques pour favoriser lavegravenement salvifique de Dieu

dans la diaspora Les termes hlGgt et רז font non seulement leur premiegravere apparition dans ce

contexte mais aussi sont intrinsegravequement lieacutes entre eux et en lien avec ידע qui preacutesente sa

plus grande freacutequence dans ce contexte388

Apregraves avoir preacutesenteacute dans les tableaux ci-dessous les dynamismes salvifiques

preacutesents dans le texte lanalyse de ces dynamismes montrera comment la reacuteveacutelation et la

connaissance du mystegravere divin sont devenues aussi importante dans le livre de Daniel et

par ricochet dans la litteacuterature apocalyptique

Tabeaux 19 Tableaux des dynamismes soteacuteriologiques de Dn 2 17-23

I

Dn 2 17 ולחנניה מישאל ועזריה חברוהי מלתא הודע אדין דניאל לביתה אזל17

Alors Daniel sen alla agrave sa maison et fit connaicirctre la chose agrave Ananias Misaeumll et Azarias ses

compagnons

Action soteacuteriologique Daniel sen alla agrave sa maison et fit connaicirctre la chose agrave Ananias Misaeumll

et Azarias

Champs seacutemantiques Connaissance (הודע) Chose (מלתא) maison (לביתה) Aller (אזל)

Agent soteacuteriologique Daniel

Expressions affines 18pour quils implorent miseacutericordes au Dieu des cieux au sujet de ce

mystegravere afin que Daniel et ses compagnons ne peacuterissent pas avec le reste des sages de Babylone

Autres deacuteterminations 19Alors le mystegravere fut reacuteveacuteleacute agrave Daniel dans une vision de nuit Puis

Daniel beacutenit le Dieu des cieux

Relation avec Daniel Communion

Beacuteneacuteficiaires Daniel Ananias Misaeumll et Azarias et les sages de Babylone

Contexte immeacutediat Intervention de Daniel

Contexte amplifieacute Le songe de Nabuchodonosor la statue composite

II

Dn 2 18 והי עם־שאר חכימי בבלדי לא יהבדון דניאל וחבר ורחמין למבעא מן־קדם אלה שמיא על־רזה דנה18

18pour quils implorent miseacutericordes au Dieu des cieux au sujet de ce mystegravere afin que Daniel

et ses compagnons ne peacuterissent pas avec le reste des sages de Babylone

388 Alors que les termes hlGgt et רז apparaissent respectivement en 2 19 et 2 18 pour la premiegravere fois ידע

quant agrave lui apparaicirct 36 fois dans la partie arameacuteenne de Daniel et donc 17 fois en Dn 2 avec une freacutequence

de 5 occurrences en 2 17-23 Pour les autres occurrences hlGgt apparaicirct uniquement en Dn 2 2228293047(2x) et רז apparaicirct en 2 18192728293047(2x) 4 6

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Action soteacuteriologique pour quils demandent miseacutericordes au Dieu des cieux au sujet de ce

mystegravere

Champs seacutemantiques Demande (למבעא) Miseacutericorde (ורחמין) Ciel (שמיא)

Mystegravere (רזה)

Agent soteacuteriologique Ananias Misaeumll et Azarias

Expressions affines 17

Alors Daniel alla dans sa maison et fit connaicirctre la chose agrave Ananias

Misaeumll et Azarias ses compagnons

Autres deacuteterminations 19Alors le mystegravere fut reacuteveacuteleacute agrave Daniel dans une vision de nuit Puis

Daniel loua le Dieu des cieux

Relation avec Ananias Misaeumll et Azarias Intersession pour le salut

Beacuteneacuteficiaires Daniel ses compagnons et les sages de Babylone

Contexte immeacutediat Intervention de Daniel

Contexte amplifieacute Le songe de Nabuchodonosor la statue composite

III

Dn 2 19 ין דניאל ברך לאלה שמי 19 אאדין לדניאל בחזוא די־ליליא רזה גלי אד

19Alors le mystegravere fut reacuteveacuteleacute agrave Daniel dans une vision de nuit Puis Daniel loua le Dieu des

cieux

Action soteacuteriologique le mystegravere fut reacuteveacuteleacute agrave Daniel dans une vision de nuit

Champs seacutemantiques Mystegravere (רזה) Reacuteveacutelation (גלי) Vision (בחזוא) Nuit (די־ליליא)

Agent soteacuteriologique Dieu

Expressions affines 20Daniel prit la parole et dit Beacuteni soit le nom de Dieu des siegravecles et pour

les siegravecles car agrave lui la sagesse et la force 21Il fait changer les temps et les stations deacutetrocircne les

rois et eacutetablit les rois donne la sagesse aux sages et la connaissance aux intelligents

Autres deacuteterminations 22Il reacutevegravele les choses profondes et cacheacutees connaicirct ce qui est dans les

teacutenegravebres et la lumiegravere demeure avec lui

Relation avec Dieu Don gratuit

Beacuteneacuteficiaire Daniel

Contexte immeacutediat Intervention de Daniel

Contexte amplifieacute Le songe de Nabuchodonosor la statue composite

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IV

Dn 2 21-22 חכימין ומנדעא לידעי בינהל יהב חכמתא והוא מהשנא עדניא וזמניא מהעדה מלכין ומהקים מלכין 21

אעמה שר ]ונהורא) [ונהירא( הוא גלא עמיקתא ומסתרתא ידע מה בחשוכא22

21Il fait changer les temps et les stations deacutetrocircne les rois et eacutetablit les rois donne la sagesse

aux sages et la connaissance aux intelligents 22Il reacutevegravele les choses profondes et cacheacutees

connaicirct ce qui est dans les teacutenegravebres et la lumiegravere demeure avec lui

Dynamisme soteacuteriologique Il fait changer les temps et les stations deacutetrocircne les rois et eacutetablit

les rois donne la sagesse aux sages et la connaissance aux intelligents Il reacutevegravele les choses

profondes et cacheacutees connaicirct ce qui est dans les teacutenegravebres et la lumiegravere demeure avec lui

Champs seacutemantiques Temps (עדניא) Stations (וזמניא) Deacutetrocircner (מהעדה) Etablir ( הקיםומ )

Donner (יהב) Sagesse (חכמתא) Sage (לחכימין) Connaissance (ידע ומנדעא) Intelligent (בינה

) Reacuteveacutelation (לידעי אגל ) Choses profondes et cacheacutees (עמיקתא ומסתרתא) Teacutenegravebres ( חשוכאב )

Lumiegravere (ונהורא) Demeurer (שרא)

Agent soteacuteriologique Dieu

Expressions affines 20Daniel prit la parole et dit Beacuteni soit le nom de Dieu des siegravecles et pour

les siegravecles car agrave lui la sagesse et la force

Autres deacuteterminations 23A toi Dieu de mes pegraveres je rends gracircce et je te loue car tu mas

donneacute la sagesse et la force et maintenant tu mas fait connaicirctre ce que nous tavons demandeacute

car laffaire du roi tu nous as fait connaicirctre

Relation avec Dieu Gouvernement divin sur lunivers

Beacuteneacuteficiaires Les sages les intelligents lœuvre de la creacuteation

Contexte immeacutediat Intervention de Daniel

Contexte amplifieacute Le songe de Nabuchodonosor la statue composite

V

Dn 2 23 ודעתני די־בעינא מנך די־מלתהלך אלה אבהתי מהודא ומשבח אנה די חכמתא וגבורתא יהבת לי וכען 23

מלכא הודעתנא23A toi Dieu de mes pegraveres je rends gracircce et je te loue car tu mas donneacute la sagesse et la force

et maintenant tu mas fait connaicirctre ce que nous tavons demandeacute car laffaire du roi tu nous

lrsquoas fait connaicirctre

Action soteacuteriologique Tu mas donneacute sagesse et force et maintenant tu mas fait connaicirctre

ce que nous tavons demandeacute car laffaire du roi tu nous as fait connaicirctre

Champs seacutemantiques Don ( יהבת) Sagesse (חכמתא) Force (וגבורתא)

Maintenant (וכען) Connaissance (הודעתנא הודעתני) Demande (בעינא) affaire (מלת)

Agent soteacuteriologique Dieu

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Expressions affines 20Daniel prit la parole et dit Beacuteni soit le nom de Dieu des siegravecles et pour

les siegravecles car agrave lui la sagesse et la force 21Il fait changer les temps et les stations deacutetrocircne les

rois et eacutetablit les rois donne la sagesse aux sages et la connaissance aux intelligents

Autres deacuteterminations 22Il reacutevegravele les choses profondes et cacheacutees connaicirct ce qui est dans les

teacutenegravebres et la lumiegravere demeure avec lui

Relation avec Dieu Beacuteneacutefice dans le don de la sagesse et de la connaissance

Beacuteneacuteficiaire Daniel et Nous

Contexte immeacutediat Intervention de Daniel

Contexte amplifieacute Le songe de Nabuchodonosor la statue composite

Malgreacute son caractegravere narratif Daniel 2 17-23 preacutesente cinq dynamismes

soteacuteriologiques signifieacutes par 24 champs seacutemantiques Dans cette peacutericope la trilogie

Reacuteveacutelation Mystegravere et Connaissance apparaicirct tout de mecircme comme champs seacutemantiques

de grande importance et fil conducteur de lavegravenement salvifique de Dieu non seulement

pour Daniel et ses compagnons mais aussi pour le roi et les sages de Babylone ainsi que

les intelligents et la creacuteation toute entiegravere Tous se preacutesentent comme beacuteneacuteficiaires de ces

dynamismes salvifiques

Mecircme si Daniel et ses compagnons sont beacuteneacuteficiaires (v 19 21 22) des actions

salvifiques geacuteneacutereacutees par Dieu qui se preacutesente dans le texte comme le principal agent

soteacuteriologique ces quatre jeunes juifs sont en mecircme temps protagonistes et agents des

dynamismes salvifiques pour les sages de Babylone En tant quagent soteacuteriologique

Daniel rend preacutesent le salut de Dieu dans la vie de ses compagnons (v 17) mais aussi

dans celle du roi et des sages de Babylone (v 24) En mecircme temps Ananias Misaeumll et

Azarias sont geacuteneacuterateurs des actions de salut non seulement pour Daniel et les sages de

Babylone mais aussi pour eux-mecircmes (v 18)

342 Panorama seacutemantique de Dn 2 17-23

Le tableau ci-dessous preacutesente un panorama des champs seacutemantiques preacutesents

dans les deux parties du texte

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Tabeaux 20 Panorama seacutemantique de la premiegravere seacutequence du texte

PREMIERE PARTIE DU TEXTE

No Champ seacutemantique Forme dexpression Reacutefeacuterence Freacutequence

1 Connaissance 17 2 הודע

2 Chosediscoursaffaire 17 2 מלתא

3 Maison 17 2 לביתה

4 Aller 17 2 אזל

5 Demande 18 2 למבעא

6 Miseacutericorde 18 2 ורחמין

7 Ciel 18 2 שמיא

8 Mystegravere 1819 2 רזה

9 Reacuteveacutelation 19 2 גלי

10 Vision

19 2 בחזוא

11 Nuit

19 2 די־ליליא

Tabeaux 21 Panorama seacutemantique de la deuxiegraveme seacutequence du texte

DEUXIEME PARTIE DU TEXTE

No Champ seacutemantique Forme dexpression Reacutefeacuterence Freacutequence

1 Changement 21 2 מהשנא

2 Tempsstations 21 2 וזמניא עדניא (2x)

3 Deacutetrocircnement (Deacutetrocircner) 21 2 מהעדה

4 Etablir 21 2 ומהקים

5 Don (Donner) 2123 2 יהבת יהב

6 Sagesse 21 2 לחכימין חכמתא(2x)23

7 Connaissance לידעי בינה ומנדעא

הודעתנא הודעתני

2

21(3x)23(2x)

8 Reacuteveacutelation גלא

2 22

9 Protection (choses cacheacutees) 22 2 ומסתרתא

10 Profondeur (choses

profondes)

22 2 עמיקתא

11 Teacutenegravebres 22 2 בחשוכא

12 Lumiegravere 22 2 ונהורא

13 Demeure 22 2 שרא

14 Force 23 2 וגבורתא

15 Maintenant 23 2 וכען

16 Demande 23 2 בעינא

17 Chose 23 2 מלת

Au deacutebut de la peacutericope Daniel fait connaicirctre agrave ses compagnons la situation de

vie ou de mort dans laquelle ils se trouvent Cette communication de Daniel agrave ses

compagnons exprimeacutee par le verbe ידע constitue la premiegravere action soteacuteriologique de

peacutericope Daniel est le sujet du verbe et donc celui qui fait connaicirctre En effet leacutetude

des champs seacutemantiques dun texte biblique montre que laction salvifique sexprime dans

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une grande varieacuteteacute de signifieacutes qui bien souvent napparaissent pas agrave premiegravere vue

comme terminologie speacutecifique du langage religieux mais qui font partie du langage de

la vie humaine dans ses multiples aspects389 Cest ainsi que linformation de Daniel agrave ses

compagnons engagent ceux-ci dans un processus et une dynamique de salut Les

compagnons de Daniel et les sages de Babylone sont donc les beacuteneacuteficiaires de cette action

salvifique

Ce faire connaicirctre est aussi exprimeacute dans la deuxiegraveme partie du texte non

seulement par le verbe ידע au vv 21 et 23 mais aussi accompagneacute des substantifs מנדע et

au v 21 Si Daniel est le sujet du verbe dans la premiegravere partie cest Dieu lui-mecircme בינה

qui en est le sujet dans la deuxiegraveme partie Dieu est alors agent soteacuteriologique par le fait

de donner la connaissance aux intelligents la sagesse et la force agrave Daniel et en faisant

connaicirctre agrave celui-ci et agrave ses compagnons ce quils ont demandeacute

Laction salvifique geacuteneacutereacutee par la communication de Daniel au v 17 poursuit son

dynamisme au v 18 dans la demande de la miseacutericorde divine de ses compagnons Cest

en faisant recours (le verbe בעה) agrave la miseacutericorde divine que Ananias Misaeumll et Azarias

beacuteneacuteficiaires de laction preacuteceacutedente devient eux-mecircmes protagonistes de laction

salvifique non seulement pour eux mais aussi pour Daniel et les sages de Babylone Dans

la premiegravere partie du texte le verbe בעה sarticule avec ידע dun cocircteacute et les רחמין divines

de lautre De mecircme dans la deuxiegraveme partie בעה sarticule de nouveau avec ידע dans

laction dont Dieu en est le protagoniste

Le v 19a se preacutesente comme le moment crucial du reacutecit ougrave le mystegravere est reacuteveacuteleacute

agrave Daniel dans une vision de nuit Le sujet du peil גלי est implicite mais le contexte montre

sans aucun doute que Dieu est celui qui reacutevegravele agrave Daniel le mystegravere Par la reacuteveacutelation du

mystegravere Dieu est alors lagent soteacuteriologique de cette action dont Daniel en est le

beacuteneacuteficiaire Ce dynamisme se poursuit dans la deuxiegraveme partie du texte par les actions

eacuteclatantes de Dieu sur lunivers Le vocabulaire gnoseacuteologique lieacute agrave la reacuteveacutelation et agrave la

connaissance du mystegravere sarticule avec le vocabulaire de temporaliteacute pour deacutecrire les

dynamismes salvifiques de Dieu dans lœuvre de la creacuteation et dans la vie de Daniel et de

ses compagnons Pour analyser ces dynamismes dans cette uniteacute textuelle et dans le livre

de Daniel et en deacutegager ses particulariteacutes il convient desquisser un aperccedilu

veacuteteacuterotestamentaire de la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

389 VALDIVIESO P O ZITZMANN M L Anaacutelisis semaacutentico-teoloacutegico del Nuevo Testamento p 56

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35 Approche veacuteteacuterotestamentaire de la reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

351 Une approche du mystegravere divin

3511 Le terme heacutebreu סוד

Dans la litteacuterature veacuteteacuterotestamentaire le terme grec μυστήριον trouve son

eacutequivalence dans le terme arameacuteen רז terme dorigine perse390 et de lheacutebreu סוד Le terme

heacutebreu סוד apparaicirct 21 fois dans la Bible heacutebraiumlque Dans la LXX סוד est traduit de

maniegravere diverse par plusieurs termes et ny est jamais traduit par le terme μυστήριον En

TH le terme apparaicirct 3 fois (Ps 25 14 Pr 20 19 Jb 15 8) et une fois chez Symmaque

(Pr 11 13)391

On peut se demander pourquoi la LXX na-t-il jamais traduit le terme סוד par

μυστήριον alors que dautres le traduisent par ce terme Le motif de cette reacuteserve de la

LXX paraicirct eacutevident car le pluriel de ce terme deacutesignait les cultes paiumlens secrets et les

traducteurs de la LXX en connaissaient lusage392 Mais aussi le terme heacutebreu סוד contient

souvent une connotation peacutejorative alors que pour la LXX le mot μυστήριον a une

tonaliteacute eacuteleveacutee et deacutesigne un deacutecret divin cacheacute393

Toutefois on peut aussi se demander pourquoi certains textes -comme on la vu

ci-dessus- traduisent alors סוד par μυστήριον malgreacute cette connotation peacutejorative En

effet le sens eacuteleacutementaire du mot est celui dune conversation confidentielle le fait de

parler en secret ou donner un conseil394 Dans un sens plus amplifieacute ce terme indique un

groupe de personnes qui partagent une intimiteacute et une confiance qui ne peut ecirctre trahie395

Le terme סוד revecirct donc lideacutee dun rassemblement intime soit divin ou seacuteculier deacutetenant

390 BROWN R The Semitic Background of the Term ldquoMysteryrdquo in the New Testament p 6 391 Cf BORNKAMM G μυστήριον col 678 392 PRUumlMM K Mystegraveres p 174 393 Ibid p 174 394 HARRIS L Dicionaacuterio Internacional de Teologia do Antigo Testamento p 1471 395 Ibid

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un secret dont le terme μυστήριον tout naturellement saisit le caractegravere priveacute de

leacuteveacutenement396 Le tableau ci-dessous preacutesente les diffeacuterentes traductions du terme סוד

dans la LXX Dans ses diverses connotations il napparaicirct quune fois dans le

Pentateuque six fois dans la litteacuterature propheacutetique et quatorze fois dans la section

poeacutetique et sapientiale397

Tabeaux 22 Tableau des diverses traductions du terme סוד dans la LXX

Genegravese Job Psaumes Proverbes Jeacutereacutemie Ezeacutechiel Amos

496 βουλή

158 σύνταγμα

1919 εἰδότες

294 ἐπισκοπὴν

2514 κραταίωμα

5515 ἐδέσματα

643 συστροφῆς

834 γνώμην

898 βουλῇ

1111 βουλῇ

332 συνεδριάζει

1113 βουλὰς

1522 συνέδρια

2019 X

259 ἀναχώρει

611 συναγωγὴν

1517 συνεδρίῳ

2318 ὑποστήματι

2322 ὑποστάσει

139 παιδείᾳ

37 παιδείαν

Il en ressort du tableau ci-dessus que le terme סוד est un terme assez commun qui

peut deacutesigner un conseil seacuteculier (Gn 49 6 Jr 6 11 15 17 Ez 13 9 Ps 55 15 64 3) ou

un secret (Pr 11 13 20 19 25 9) Toutefois il se reacutefegravere aussi au conseil divin (Jr 23

1822) ou au secret de Dieu (Am 3 7)398

396 GLADD B Revealing the mysterion p 21 et seq 397 BOCKMUEHL M Revelation and Mystery in Ancient Judaism and Pauline Christianity p 15 observe que le terme סוד napparaicirct jamais dans les contextes apocalyptiques 398 Cf GLADD B Revealing the Mysterio p 21

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3512 Le terme arameacuteen רז

Pour sa part le terme arameacuteen רז est traduit par μυστήριον dans toutes ses

occurrences aussi bien dans TH que dans la LXX (agrave lexception de Dn 4 6 qui ne se trouve

pas dans la LXX) Dans la litteacuterature veacuteteacuterotestamentaire le terme רז renvoie

particuliegraverement au livre de Daniel ougrave il apparaicirct 9 fois et essentiellement en Dn 2 Le

tableau ci-dessous preacutesente les occurrences du terme dans la Bible Heacutebraiumlque dans la

Septante et dans Theacuteodotion399

Tabeaux 23 Occurrences de רז dans la Bible Heacutebraiumlque la Septante et Theacuteodotion

Daniel BHS LXX TH

μυστηρίου μυστηρίου רזה 18 2

μυστήριον μυστήριον רזה 19 2

μυστήριον μυστήριον רזה 27 2

μυστήρια μυστήρια רזין 28 2

μυστήρια μυστήρια רזיא 29 2

μυστήριον μυστήριον רזא 30 2

μυστήρια μυστήρια רזין 47 2

μυστήριον μυστήριον רזה 47 2

רז 6 4

4 9 μυστήριον

Dans le livre de Daniel סוד napparaicirct jamais dans la partie heacutebraiumlque et

seulement le terme רז apparaicirct dans la partie arameacuteenne Le fait que la LXX ait eacuteviteacute de

traduire le terme סוד par μυστήριον (pour les motifs susciteacutes) et quavec TH tous deux

ont maintenu la traduction de רז par μυστήριον montre quil y existe agrave la base une

diffeacuterence significative entre le סוד heacutebreu et le רז arameacuteen En effet cest dans le livre

de Daniel que le mystegravere prend pour la premiegravere fois un sens qui sera important pour le

deacuteveloppement futur du terme celui du mystegravere eschatologique 400 Il sagit dune

intimation cacheacutee deacuteveacutenements divinement guideacutes et dont la reacuteveacutelation et linterpreacutetation

sont reacuteserveacutees agrave Dieu seul401

399 La traduction de רזי en Is 24 16 est incertaine TH et Symmaque le traduisent par μυστήριον mou (mon

secret) Cette interpreacutetation serait incertaine car le mot deacuterive de hzr et donnerait lieu agrave la traduction

(malheur agrave moi) Cf PRUumlMM K Mystegraveres p 174 Certains admettent la traduction du terme par

μυστήριον Cf NIEHAUS J Raz Peshar in Isaiah XXIV p 376 et seq 400 BORNKAMM G μυστήριον col 814 401 Ibid

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3513 Le μυστήριον dans les autres eacutecrits

Dans la LXX le terme μυστήριον apparaicirct eacutegalement dans les livres tardifs qui

ont eacuteteacute pour la plupart eacutecrits dans la langue grecque et reconnus comme

deuteacuterocanoniques402 Le tableau ci-dessous preacutesente les occurrences du terme dans les

eacutecrits deuteacuterocanoniques

Tabeaux 24 Occurrences de μυστήριον dans les eacutecrits deuteacuterocanoniques

Judith Tobie 2Maccabeacutees Sagesse Siracide

2 2 μυστήριον

12 7 μυστήριον

12 11 μυστήριον

13 21 μυστήρια

2 22 μυστήρια

6 22 μυστήρια

14 15 μυστήρια

14 23 μυστήρια

22 22 μυστηρίου

27 16 μυστήρια

27 17 μυστήρια

27 21 μυστήρια

En Judith 2 2 le μυστήριον est celui que deacutetient le roi avec ses aides de camp et

ses conseillers En Tobie 12 711 le μυστήριον sexprime dans une eacutetroite relation avec

le verbe laquo cacher raquo (κρύπτω) En mecircme temps il se situe en parallegravele avec ἀνακαλύπτω

dans les recommandations de Raphaeumll agrave Tobie et son fils En deacuteclarant agrave ce pegravere de famille

et agrave son fils de rendre gracircce agrave Dieu et de le beacutenir pour le bien quil leur a fait Raphaeumll

recommande que le μυστήριον du roi doit ecirctre cacheacute alors que les œuvres de Dieu doivent

ecirctre reacuteveacuteleacutees

402 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 183 observe que dans certains manuscrits le terme

μυστήριον apparaicirct aussi en Si 3 19 REYNIER C Evangile et mystegravere p 216 fait mention du terme

μυστήριον dans les apocalypses apocryphes et notamment en 1Heacuten 46 2 48 6-7 62 7 ougrave il a le sens dun

messie cacheacute pour apparaicirctre un jour Le terme a une dimension messianico-eschatologique GLADD B

Revealing the Mysterion p 52 signale que dans les termes les plus employeacutes agrave Qumracircn pour traduire la notion de secret le terme רז est le plus utiliseacute avec environ 120 occurrences dont 117 emplois ont un sens

eschatologique et seulement 3 en ont un sens seacuteculier

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En 2M 13 21 le contexte est celui de la trahison de Rodokos un soldat de larmeacutee

juive qui deacutevoilait les secrets aux ennemis Dans ce contexte les μυστήρια apparaissent

comme objet du verbe προσαγγέλλω (annoncer) Dans ces trois livres le μυστήριον est

donc employeacute non pas par rapport agrave Dieu dans un sens religieux mais par rapport au roi

et par rapport agrave un groupe de personnes qui deacutetiennent un secret qui ne doit pas ecirctre trahi

De mecircme en Sir 22 22 le mystegravere apparaicirct dans des situations de trahison dun

secret dami qui rend impossible la reacuteconciliation car qui reacutevegravele (ἀποκαλύπτω) les secrets

dun ami perd son creacutedit (27 161721) Mecircme sils sexpriment comme objet de

ἀποκαλύπτω les μυστήρια dans ce contexte sont encore les secrets dun ami403

En Sg 2 22 μυστήρια sexprime par rapport agrave Dieu En ignorant la destineacutee

immortelle de lhomme les impies ignorent les secrets de Dieu En Sg 6 22 il se preacutesente

comme objet du verbe ἀποκρύπτω En effet dans sa volonteacute de deacutecrire la sagesse le roi

Salomon sengage agrave ne pas cacher les mystegraveres Les μυστήρια sont ici employeacutes dans un

sens pratiquement religieux en lien avec Dieu

Toutefois en Sg 14 15 ougrave les mystegraveres ont eacutegalement une dimension religieuse

ceux-ci sexpriment par rapport aux rites dinitiation (τελετάς) qui sont transmis du pegravere

au fils et ces mystegraveres sont plutocirct des mystegraveres occultes qui naident pas agrave garder la pureteacute

ni dans la vie ni dans le mariage (14 23) Dans cet usage la relation entre les mystegraveres et

les rites dinitiation montrent un lien eacutevident avec les cultes paiumlens des religions

mysteacuteriques

403 PRUumlMM K Mystegraveres p 175 observe que le mot heacutebreu רז en Sir 8 18 serait la base du κρυπτόν de

la LXX Le cas de Sir 12 11 est plus douteux De plus Pruumlmm remarque que le mot μυστήριον se trouve

eacutegalement dans dautres passages de Siracide de la LXX sans leur correspondant heacutebreu Cest le cas de Sir 3 19 qui aurait la base de lheacutebreu סוד et qui fait allusion aux secrets divins reacuteveacuteleacutes aux humbles et non aux

orgueilleux

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352 Une approche de la Reacuteveacutelation et de la Connaissance divine

3521 La reacuteveacutelation et la racine verbale heacutebraiumlque

Lobjectif de cette section nest pas de faire un exposeacute systeacutematique sur la

reacuteveacutelation De prime abord la religion dIsraeumll est une religion de reacuteveacutelation qui se base

sur la croyance dun Dieu qui sest reacuteveacuteleacute agrave lhomme404 et qui continue agrave se reacuteveacuteler Il ne

sagit pas non plus de repeacuterer dans lEcriture toutes les formes de reacuteveacutelation divine405 Il

serait dailleurs inutile de chercher dans lAncien Testament un mot qui couvrirait la

notion de reacuteveacutelation406

Toutefois la langue heacutebraiumlque connaicirct plusieurs racines verbales qui dune

maniegravere ou dune autre servent agrave exprimer laction reacuteveacutelatrice de Dieu407 Le verbe dgn

dans ses 371 occurrences dans la Bible heacutebraiumlque est tregraves souvent employeacute pour exprimer

la reacuteveacutelation divine Mais cest un verbe qui possegravede une gamme de significations tregraves

ample408 Si son sens de base est celui de faire connaicirctre quelque chose agrave quelquun son

sens theacuteologique traduit ce qui est reacuteveacuteleacute tant par Dieu que par lhomme409

Ses quatre occurrences dans le livre de Daniel (2 2 9 23 10 21 11 2)

apparaissent dans des contextes tregraves significatifs La premiegravere occurrence de dgn en Dn 2

2 apparaicirct quand le roi fait appel agrave ses devins et magiciens pour lui interpreacuteter son recircve

En Dn 9 23 dgn apparaicirct dans le contexte de lannonce dune parole agrave Daniel par lange

Gabriel De mecircme en 1021 et 11 2 cest encore lange qui annonce agrave Daniel la veacuteriteacute et

ce qui est eacutecrit dans le livre de veacuteriteacute

En Daniel dgn revecirct donc une signification theacuteologique de lannonce ou de

linterpreacutetation Cest ce sens dinterpreacuteter quil faut comprendre en Daniel tout comme en

404 HAAG H Reacuteveacutelation col 586 405 LAncien Testament contient plusieurs formes de reacuteveacutelation divine et dont les plus particuliegraveres sont les

songes (rencontreacutes chez les patriarches) et les visions (particuliegraverement chez les prophegravetes) mais surtout

lexceptionnelle theacuteophanie du mont sinaiuml en Ex 19 16-25 dans son caractegravere unique et extraordinaire Pour

une eacutetude sur les diffeacuterentes formes de reacuteveacutelations voir HAAG H Reacuteveacutelation col 586 et seq FITERA

F M El concepto de revelacioacuten en el libro de Daniel p 119 et seq 406 HAAG H Op cit col 587 407 Ibid 408 Cf ALONSO SCHOKEL L Dicionaacuterio Biacuteblico Hebraico-Portuguecircs p 417 409 HARRIS L Dicionaacuterio Internacional de Teologia do Antigo Testamento p 1289

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Gn 41 24 car lusage de dgn particuliegraverement en Dn 2 2 exprime le caractegravere propheacutetique

de linterpreacutetation et non pas seulement de faire connaicirctre au roi son recircve410

Le verbe arameacuteen apparaissent 412har son eacutequivalent heacutebraiumlque et 411ה חז

respectivement 30 et 22 fois dans le livre de Daniel Au-delagrave de leurs significations

ordinaires les deux verbes sont aussi employeacutes en fonction des recircves et des visions qui

structurent les deux parties du livre et en constituent les deux formes essentielles de

reacuteveacutelation Alors que חזה est essentiellement employeacute dans la premiegravere partie du livre

(avec quelques occurrences en Dn 7 consideacutereacute comme la charniegravere des deux parties du

livre) le verbe har est essentiellement utiliseacute dans la deuxiegraveme partie413 Lemploi de ces

deux verbes montre une eacutevolution terminologique et seacutemantique dans le rapport entre les

recircves et les visions qui configurent les deux parties du livre

3522 Recircve et vision comme deux modes de reacuteveacutelation

En effet dans la litteacuterature veacuteteacuterotestamentaire le recircve et la vision sont deux

modes de reacuteveacutelation preacutesents aussi bien dans le Pentateuque que dans les autres eacutecrits

Ces deux modes de reacuteveacutelation sont exprimeacutes en Nb 12 6-8 dans un scheacutema concentrique

qui souligne la particulariteacute de la reacuteveacutelation divine agrave Moiumlse au-delagrave des deux formes

susciteacutees Toutefois ces deux modes de reacuteveacutelation et particuliegraverement les recircves entrent

dans une peacuteriode de crise au temps des prophegravetes414

Avec le prophegravete Jeacutereacutemie la question particuliegravere des recircves resurgit dans les

contextes de la poleacutemique avec les autres prophegravetes (Jr 25-31) Le deacutebat sur la propheacutetie

en posant des questions sur lauthenticiteacute de la parole propheacutetique conduit agrave une tentative

de rationalisation des rapports entre le songe et la vision reacuteservant le songe agrave la nuit et la

vision au jour415 Cest particuliegraverement dans le livre de Joeumll que reacuteapparaissent le songe

410 HUSSER J-M Le songe et la parole p 252 et seq 411 Occurrences de חזה dans la partie arameacuteenne de Daniel 2826313441(2x)4345 3192527 4

26710151720 5 523 7 12467911 9(2x)1321 412 Occurrences de har dans la partie heacutebraiumlque de Daniel 1 1013(2x)15 8 1(2x)2(3x)34671520 9

1821 10 57(2x)8 12 5 413 Dans la premiegravere partie du livre le verbe har est uniquement employeacute dans le sens commun en Dn 1

101315 414 Pendant cette peacuteriode de crise la vision comme mode de reacuteveacutelation divine na pas eacutechappeacute agrave la critique

propheacutetique Voir Ez 13 6-7 23 21 34 22 28 415 HUSSER J-M Songes col 1524

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et la vision comme expressions de la reacuteveacutelation propheacutetique sous leffet de leffusion de

lEsprit sur toute chair (Jl 3 1)

En effet loracle qui ouvre la seconde partie du livre de Joeumll place de nouveau en

parallegravele le songe et la vision comme manifestations types de lesprit propheacutetique416

על־כל־בשר ונבאו בניכם ובנותיכםוהיה אחרי־כן אשפוך את־רוחי זקניכם חלמות יחלמון בחוריכם חזינות יראו

Apregraves cela je reacutepandrai mon Esprit sur toute chair vos fils et vos filles propheacutetiseront

Vos anciens recircveront des recircves Vos jeunes gens verront des visions (Jl 3 1)

Le prophegravete Joeumll preacutesente un vocabulaire qui justifie la dimension propheacutetique de

leacutecrit et reacutesume lorigine et le don de lexpeacuterience religieuse en Israeumll417 Leffusion de

lEsprit accompagne degraves lors la propheacutetie et rend possible la reacuteveacutelation divine Par

leffusion de lEsprit il devient possible decirctre prophegravete de recircver les recircves et de voir

les visions comme veacutehicule de la communication divine418

Dans son vocabulaire le prophegravete Joeumll se deacutemarque de la propheacutetie classique et

annonce deacutejagrave les usages de lapocalyptique419 Le paralleacutelisme eacutetablit entre les expressions

voir les visions renvoie particuliegraverement au חזינות יראו recircver les recircves et חלמות יחלמון

livre de Daniel En faisant allusion au recircve de Nabuchodonosor Dn 2 13 emploie la

mecircme expression recircver un recircve qui rappelle celle du prophegravete Joeumll et correspond agrave un

usage plus ancien rencontreacute dans le cycle de Joseph (Gn 37 569 40 58 41 1115 42

9) dans le livre du Deuteacuteronome (Dt 13 246) et dans le livre des Juges (Jg 7 13)

Lexpression la plus courante pour dire recircver ou faire un recircve est celui de

laccusatif interne jai recircveacute un recircve qui sert agrave deacutesigner exclusivement des recircves

symboliques qui se distinguent des recircves-messages introduits par la formule dans un

recircve et preacuteceacutedeacutes du verbe deacutecrivant le mode dintervention de Dieu selon les contextes420

416 Ibid 417 FERNANDES L A O anuacutencio do dia do Senhor p 211 418 Ibid p 211 419 HUSSER J-M Songes col 1524 et seq Mecircme si la terminologie du prophegravete Joeumll sera en partie

utiliseacutee dans les textes apocalyptiques il ny a pas encore chez Joeumll de lapocalyptique agrave proprement parler

Nous reconnaissons avec FERNANDES L A O anuacutencio do dia do Senhor p 392 lexistence dune

eschatologie joelienne eacutelaboreacutee agrave partir de la theacutematique du Jour du Seigneur dans son caractegravere futur qui

demeure latent et ouvert pour reacutealiser lintervention de Dieu dans le but de reacutetablir une situation

deacutesordonneacutee et en particulier celle de la justice et du droit 420 HUSSER J-M Op cit col 1484

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3523 Une eacutevolution du recircve et de la vision chez Daniel

Dans la dynamique progressive du livre de Daniel lexpression recircver un recircve

employeacutee en Dn 2 13 est substitueacutee en 4 2 par lexpression voir un recircve (חלם חזית) Le

verbe voir est exprimeacute en 4 2 par la racine verbale חזה dougrave deacuterive le substantif חזון Ce

substantif est employeacute dans la deuxiegraveme partie du livre (Dn 7-12) pour indiquer le mode

de reacuteveacutelation agrave travers la vision421

En passant de lexpression recircver un recircve agrave voir un recircve le recircve comme mode

de reacuteveacutelation divine perd sa force et finit par ecirctre deacutecrit en termes de vision Le verbe חזה

employeacute dans lexpression voir un recircve est encore employeacute dans les chapitres 4 et 5

mais aussi le chapitre 7 qui contient les derniegraveres occurrences du verbe Ce rapprochement

terminologique qui creacutee une apparente confusion entre le recircve et la vision est

caracteacuteristique de lapocalyptique et le livre de Daniel est lexpression de lassimilation

progressive du recircve agrave la vision propheacutetique422

Ce changement terminologique marque une eacutevolution qui deacutebouche sur une

disparition progressive du recircve comme mode de reacuteveacutelation au profit de la vision agrave travers

les expressions dans ma vision de la nuit (בחזוי עם־ליליא) et visions de sa tecircte sur sa

couche (וחזו י ראשה על־משכבה)423 Le chapitre 7 par sa fonction dans le livre assure cette

transition des recircves aux visions par la derniegravere reacutefeacuterence du terme חלם en Dn 7 1 Il ne

sera plus que question de visions dans la suite du livre

Toutefois les deux mots utiliseacutes pour deacutesigner aussi bien les visions que les recircves

dans la partie arameacuteenne deacutenotent une certaine diffeacuterence Bien que chaque type de recircve

ou vision de nuit soit vu comme une communication venant de lexteacuterieur חזו est employeacute

pour souligner les visions qui viennent explicitement du Dieu de Daniel comme opposeacutees

aux recircves Babyloniens424 Le recircve qui a eacuteteacute un motif dominant dans la premiegravere partie du

livre avec 25 occurrences est employeacute uniquement en 7 1 dans la deuxiegraveme partie du

livre au profit de la vision qui en abonde

421 Dans la premiegravere partie du livre חזון apparaicirct en 1 17 2 1928 4 26710 Toutes ses occurrences dans

la section heacutebraiumlque sont au singulier (812(2x)13151726 92124 1014 1114) alors que dans la

section arameacuteenne il napparaicirct que 3 fois au singulier (219 7220) et 9 fois au pluriel (228 426710

7171315) 422 HUSSER J-M ldquoSongesrdquo col 1505 423 FITERA F M El concepto de revelacioacuten en el libro de Daniel p 148 424 MEADOWCROFT T J Aramaic Daniel and Greek Daniel p 180

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Par ailleurs חלום est parfois employeacute dans la Bible heacutebraiumlque pour exprimer la

reacuteveacutelation divine comme en Gn 37 5-10 Mais sil existe ici un seul verbe pour exprimer

les recircves (חלום) il existe plus dun verbe pour traduire les visions Dans le livre de Daniel

est uniquement employeacute dans la partie heacutebraiumlque en 1 17 2 123 et non directement חלום

en lien avec la reacuteveacutelation divine Son absence dans la deuxiegraveme partie du livre au profit

de son parallegravele heacutebraiumlque חזון largement employeacute et arameacuteen חזו (en 7 127131520)

souligne lorigine divine de la vision dans le livre de Daniel

En effet si le verbe voir dans la racine verbale חזה (ou ראה) est tregraves souvent

utiliseacute dans les reacutecits de visions on ne le trouve en principe jamais dans les reacutecits de

songes425 Cette eacutevolution est bien visible dans la dynamique du livre de Daniel ougrave le

verbe voir exprimeacute jusqualors par la racine חזה sera aussi substitueacute par la racine ראה

dans les chapitres 8 agrave 12426 A cet effet le substantif מראה deacuteriveacute de la racine ראה est aussi

employeacute avec חזון de maniegravere indistincte pour deacutesigner les visions comme unique forme

de reacuteveacutelation subsistant dans ce contexte427

Le fait que la vision de Dn 7 1 soit preacutesenteacutee comme un recircve est caracteacuteristique

de la situation charniegravere de ce chapitre situeacute entre les reacutecits haggadiques et la partie

apocalyptique428 En marquant la transition entre les deux parties du livre le chapitre 7

consacre lassimilation du recircve et de la vision Degraves lors la reacuteveacutelation du mystegravere ne pourra

ecirctre comprise que dans une vision de nuit (Dn 2 19) Si Nabuchodonosor est le

personnage recircveur Daniel en est le visionnaire

A travers les songes et les visions qui conforment ses deux parties le livre de

Daniel reacutecupegravere les deux modaliteacutes essentielles de la reacuteveacutelation biblique les recircves et les

songes qui trouvent leur deacutenominateur commun dans le personnage de Daniel qui

comprenait toutes les visions et les recircves (Dn 1 17)429

425 HUSSER J-M ldquoSongesrdquo col 1505 Les cas de Gn 41 22 et 31 10 ougrave il est question de voir les recircves deacutecrits avec la racine ראה en sont des exceptions 426 Les versets 10 14 et 11 14 font cas dexception dans cette finale du livre 427 Occurrences de מראה dans le livre de Daniel 1413(2x)15 815162627 9 23 10 167(2x)81618 428 HUSSER J-M Op cit col 1506 429 FITERA F M El concepto de revelacioacuten en el libro de Daniel p 141 et seq Dans le livre de Daniel

apparaissent dautres traits caracteacuteristiques de la reacuteveacutelation quil convient de signaler puisse quils ne seront

pas analyseacutes dans le cadre de cette eacutetude Le premier cas est celui de la reacuteveacutelation dune parole agrave Daniel dans lexpression en Dn 10 1 Malgreacute toutes les (une parole fut reacuteveacuteleacutee agrave Daniel) דבר נגלה לדניאל

diffeacuterences cette expression rappelle la formule propheacutetique par excellence (ויהי דבר־יהוה) rencontreacutee chez

les grands prophegravetes Mecircme si la formule (ויהי דבר־יהוה) est aussi retrouveacutee dans le Pentateuque et les livres

historiques et sapientiels il est plus freacutequent chez Jeacutereacutemie Ezeacutechiel et mecircme chez Zacharias Il est vrai que cette expression ne contient pas le nom de Dieu retrouveacutee dans la formule דבר־יהוה Aussi le verbe היה est

ici remplaceacute par le verbe גלה Pourtant sous langle de la reacuteveacutelation propheacutetique cette expression montre

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3524 expressions de la reacuteveacutelation et de la connaissance ידע et גלה

Sans rester insensible aux autres expressions et formes de reacuteveacutelation lobjectif de

cette section consiste agrave identifier les actions reacuteveacutelatrices de Dieu agrave partir des racines

verbales גלה et ידע Malgreacute leur porteacutee seacutemantique assez large la section arameacuteenne de

Daniel utilise le verbe hlggt en connexion avec le verbe pour transmettre lideacutee de la ידע

reacuteveacutelation divine430

Cette approche dans le cadre de notre eacutetude sinteacuteresse davantage au lien existant

entre ces deux verbes et le substantif qui constituent une trilogie importante dans רז

lexpression des dynamismes salvifiques Ce caractegravere salvifique est le trait essentiel de

la notion biblique de reacuteveacutelation et la racine verbale גלה est la racine heacutebraiumlque et

arameacuteenne qui correspond le plus fidegravelement au terme reacuteveacuteler431

En effet le verbe hlggt signifie deacutecouvrir deacutevoiler reacuteveacuteler manifester432 Dans

lAncien Testament la racine verbale גלה apparaicirct 187 fois dans la section heacutebraiumlque et 9

fois dans la section arameacuteenne uniquement dans les livres de Daniel et Esdras 4 10 5

12 On trouve une forte concentration du terme en Dn 2 ougrave il apparaicirct 7 fois sur un total

de 8 occurrences dans le livre433 Autrement dit le terme apparaicirct essentiellement dans la

la valeur de la parole qui constitue le prophegravete comme celui qui a reccedilu ou eacutecouteacute une parole Un autre trait

caracteacuteristique de la reacuteveacutelation chez les prophegravetes rencontreacute dans le livre de Daniel est limportance de

lEsprit et sa fonction dans la reacuteveacutelation Cette importance de lEsprit est exprimeacutee dans la seacutequence de lexpression י רוח־אלהין קדישין en Dn 4 5615 5 11 et en 5 (en qui demeure lesprit des dieux saints) וד

14 (en qui demeure lesprit des dieux) et enfin en 5 12 6 4 (esprit extraordinaire) En effet רוח et דבר ont

eacuteteacute traditionnellement consideacutereacutes comme deux formes distinctes de reacuteveacutelation caracteacuterisant respectivement

deux peacuteriodes historiques diffeacuterentes celle des prophegravetes posseacutedeacutes par lEsprit avant le VIIIe siegravecle et celle

des prophegravetes posseacutedeacutes par la parole du VIIIe siegravecle au prophegravete Jeacutereacutemie (Cf MOWINCKEL S The

Spirit and the Word in the Pre-Exilic Reforming Prophets p 199 et seq) Il savegravere impossible de limiter

les actions reacuteveacutelatrices de Dieu dans toutes ses composantes dans des cateacutegories mentales et temporelles

Avant le VIIIe les prophegravetes sous la mouvance de lEsprit eacutetaient-ils priveacutes de la parole Et les prophegravetes contemporains de Jeacutereacutemie eacutetaient-ils priveacutes de laction de lEsprit LEsprit et la parole sont deux

caracteacuteristiques essentielles de toute reacuteveacutelation De telle maniegravere que laction reacuteveacutelatrice de lEsprit na de sens que par laction de la parole Malgreacute son importance indeacuteniable le דבר ne constitue pas agrave elle seule

une modaliteacute de la reacuteveacutelation mais en est le contenu dont la transmission arrive agrave son terme agrave travers des

multiples modaliteacutes (Cf FITERA F M El concepto de revelacioacuten en el libro de Daniel p 145) 430 MEADOWCROFT T J Aramaic Daniel and Greek Daniel p 178 431 HAAG H ldquoReacuteveacutelationrdquo col 588 passim 432 ALONSO SCHOKEL L Dicionaacuterio Biacuteblico Hebraico-Portuguecircs p 138 433 Les ocurrences du verbe גלה dans le livre de Daniel Dn 2 192228293047 (2x) 101

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premiegravere partie du livre caracteacuteriseacutee par les songes et seulement une fois dans la deuxiegraveme

partie caracteacuteriseacutee par les visions434

Dans le texte de la LXX du livre de Daniel גלה est traduit en des termes varieacutes tels

que avnakaluptw (2 222829) ἐκφαίνω (2 193047) et δείκνυμι (10 1) Le texte de TH

quant agrave elle traduit le verbe גלה par avpokaluptw dans les versets ci-dessus et en fait

eacutegalement un ajout dans le contexte de Dn 11 35 ougrave le verbe bel (blanchir rendre blanc

purifier) est eacutegalement traduit par le verbe avpokaluptw Le tableau ci-dessous preacutesente

les diffeacuterentes formes dexpressions de גלה dans les deux sections du livre

Tabeaux 25 Expressions de גלה dans le livre de Daniel

Daniel Section arameacuteenne Section heacutebraiumlque

גלי 19 2

גלא 22 2

גלא 28 2

וגלא 29 2

גלי 30 2

למגלא וגלה 47 2

נגלה 1 10

Par ailleurs la terminologie employeacutee dans le livre de Daniel pour signifier la

connaissance du mystegravere divin et tregraves lieacutee au verbe hlggt est particuliegraverement la racine ידע

En effet ידע est employeacute dans lAncien Testament avec une escale de significations

damplitude consideacuterable toutefois il nest pas possible de faire une histoire deacutetailleacutee de

leacutevolution de ces significations agrave linteacuterieur ou agrave lexteacuterieur de lAncien Testament435

Dans le domaine du savoir nous retenons que ידע deacutesigne le savoir qui provient

de la perception de lexpeacuterience et de la connaissance un savoir qui peut ecirctre appris et

transmis436 Dans le domaine de la reacuteveacutelation le niphal (se faire connaicirctre se manifester)

et le hiphil (faire connaicirctre manifester) de ידע sont employeacutes comme concepts de

reacuteveacutelation437

434 Pour la structure du livre de Daniel nous nous remettons agrave la division bipartite traditionnellement

reconnue par la majoriteacute des commentateurs Voir ALONSO SCHOKEL L SICRE DIAZ J L Profetas

II p 1262 passim 435 SCHOTTROFF W ידע col 947 436 Ibid col 949 437 Ibid col 957

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Dans la dynamique du livre de Daniel le verbe arameacuteen ידע apparaicirct 36 fois alors

que son eacutequivalence heacutebreu ידע napparaicirct que 7 fois438 Le tableau ci-dessous preacutesente les

variations de ce verbe dans le livre de Daniel et son usage assez diversifieacute dans la LXX

Tabeaux 26 Emploi de ידע dans le livre de Daniel et eacutequivalences dans la LXX

Equivalence dans la LXX ידע dans la section en

arameacuteen

Dans la section en ידע

heacutebreux

14 συνετός ידע

22 ἀναγγέλλω

23 ἐπιγινώσκω ידע

24 ἀναγγέλλω hwx

25 δηλόω ἀπαγγέλλω ידע

26 δηλόω ἀναγγέλλω hwx ((2x)

27 hwx

28 οἶδα ידע

29 δηλόω γινώσκω ἀπαγγέλλω ידע hwx

29 δηλόω ידע

210 hwx

211 δηλόω hwx

216 δηλόω hwx

ידע 215

217 ὑποδείκνυμι ידע

221 σύνεσις ידע

222 γινώσκω ידע

223 δηλόω ידע

ידע 223

224 δηλόω hwx

225 δηλόω ידע

226 δηλόω ידע

227 hwx

228 δηλόω ידע

229 δηλόω ידע

230 δηλόω ידע

ידע 230

ידע 245

247 δηλόω

315 γινώσκω

ידע 318

332 hwx

345 γινώσκω

ידע 43

ידע 44

438 Ocurrences de ידע dans la partie arameacuteenne Dn 2 589(2x)1517212223(2x)2526282930(2x)45

dans la partie heacutebraiumlque Dn 1 ידע 16 7 1116 6 8151617212223 5 3461415222329 4 318

4 2 3 8 19 9 25 10 20 11 3238

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ידע 46

ידע 414

ידע 415

417 γινώσκω

418 ὑποδείκνυμι

ידע 422

ידע 423

ידע 429

431 ἐπιγινώσκω

437 ὑποδείκνυμι

57 ἀπαγγέλλω ὑποδείκνυμι hwx

58 ἀπαγγέλλω ידע

59 ἀπαγγέλλω ὑποδείκνυμι

512 ὑποδείκνυμι hwx (2x)

hwx ידע 515

516 ὑποδείκνυμι ידע

517 ἀναγινώσκω ידע

ידע 521

ידע 522

ידע 523

64 συνετός

66 οἶδα

69 οἶδα

611 ἐπιγινώσκω ידע

ידע 616

716 δηλόω ידע

819 ἀπαγγέλλω ידע

922 ὑποδείκνυμι

923 ὑποδείκνυμι

925 γινώσκω ידע

1014 ὑποδείκνυμι

1020 γινώσκω ידע

1021 ὑποδείκνυμι

112 ὑποδείκνυμι

1132 γινώσκω ידע

1138 γινώσκω ידע

1139 ἐπιγινώσκω

Dans la version de Theodition les verbes [dygt ou [dy mais aussi hwx sont

geacuteneacuteralement traduits par γνωρίζω (reacuteveacuteler faire connaicirctre) ou par γινώσκω (connaicirctre)

Par contre dans la LXX du livre de Daniel ougrave γνωρίζω est pratiquement absent on trouve

un usage tregraves diversifieacute des verbes δηλόω (montrer reacuteveacuteler faire connaicirctre) 439 qui

439 Le verbe apparaicirct 15 fois dans le livre de Daniel 2 569(2x)11162324252628293047 716

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apparaicirct 15 fois ὑποδείκνυμι (12 fois) γινώσκω qui apparaicirct 9 fois440 et dautres verbes

preacutesenteacutes dans le tableau ci-dessus

Lemploi de [dy dans les sections arameacuteenne et heacutebraiumlque du livre de Daniel est

essentiellement seacuteculier Toutefois son usage en lien avec la reacuteveacutelation divine et de

maniegravere particuliegravere en eacutetroite relation avec hlGgt et zr est particuliegraverement relevant dans le

cadre de notre eacutetude Dans tous les usages du verbe [dy dans la section heacutebraiumlque le cas

le plus relevant est son expression en Dn 11 32 ougrave Dieu apparaicirct comme objet du verbe

[dy Le peuple sera fort parce quil connaicirct son Dieu Ici le verbe [dy ne sexprime pas en

lien avec hlGgt et zr comme cest particuliegraverement le cas dans la section arameacuteenne

En effet dans la section arameacuteenne lemploi de [dygt en Dn 2 17-23 ainsi que les

vv 2 28-3045 savegravere particuliegraverement significatif En plus de son lien tregraves eacutetroit avec

hlGgt et zr Dieu apparaicirct comme le sujet du verbe [dygt dans toutes ses occurrences dans lrsquouniteacute

textuelle de Dn 2 17-23441 ainsi que dans les vv 2 28-2945 De plus toutes les

occurrences du verbe hlggt sont lieacutees au mystegravere non seulement en Dn 2 17-23 mais aussi

dans tout le chapitre 2 Apregraves ces observations qui montrent limportance des champs

seacutemantiques de la connaissance et de la reacuteveacutelation comme composantes essentielles du

mystegravere il convient degraves lors desquisser une hermeacuteneutique theacuteologique de cette trilogie

dans la perspective des dynamismes soteacuteriologiques preacutesents dans ce texte

36 Hermeacuteneutique theacuteologique des dynamismes soteacuteriologiques en Dn 2 17-23

361 Les termes hlggt zr et [dygt comme expression de la reacuteveacutelation divine

Lanalyse litteacuteraire du texte a permis didentifier une eacutevolution dans lusage des

termes et leur importance dans la dynamique du livre et particuliegraverement en Dn 2 Cest

ainsi quil a eacuteteacute remarqueacute que les termes ~lxervP et hwx aussi essentiels en Dn 2 sont

totalement absents dans la partie centrale du chapitre constitueacutee par les vv 17-23

440 Et preacutecisement en Dn 2 922 3 1545 4 17 9 25 10 20 11 3238 441 Lunique exception est le v 2 17 ougrave Daniel apparaicirct comme sujet de ce verbe

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Pourtant ces trois termes ~lxervP et hwx sont dune importance particuliegravere en Dn 2 dans

le processus de compreacutehension et dinterpreacutetation du recircve du roi Nabuchodonosor

Par contre en Dn 2 17-23 apparaissent les termes hlGgt et zr en lien avec [dygt comme

fil conducteur de lactiviteacute reacuteveacutelatrice de Dieu et expression des dynamismes salvifiques

preacutesents dans le texte Les termes hlGgt et zr font leur premiegravere apparition dans ce contexte

en lien avec le Dieu dIsraeumll le seul capable de reacuteveacuteler le mystegravere De plus le verbe [dygt

dont Dieu est essentiellement le sujet dans ce contexte prend une connotation particuliegravere

en lien avec la reacuteveacutelation divine du mystegravere

En effet une lecture attentive du texte montre que les sages de Babylone

nemploient jamais le verbe [dygt dans leur dialogue avec le roi Et lorsque ce dernier

emploie le verbe [dygt indistinctement avec le verbe hwx en lien avec le recircve et son

interpreacutetation il le dirige aux sages de Babylone comme ceux qui pourraient lui faire

connaicirctre son recircve et son interpreacutetation Ce qui na pas eacuteteacute le cas dans le reacutecit car les sages

de Babylone nont pas pu trouver une reacuteponse agrave leacutenigme du roi

Par contre dans le discours de Daniel avec le roi Dieu apparaicirct comme le sujet

du verbe [dygt celui agrave qui il revient de faire connaicirctre le mystegravere (2 282930) La

connaissance dont il est question nest plus un simple fruit de lexpeacuterience humaine mais

une connaissance dont Dieu est lorigine et dont Lui seul peut en disposer et donner agrave qui

il veut

Dans la dynamique du texte le terme rvP est geacuteneacuteralement employeacute comme objet

du verbe hwx Or dans larameacuteen biblique ce terme est presque exclusivement un terme de

la pratique mantique 442 Ce changement terminologique implique eacutegalement une

eacutevolution seacutemantique dans laquelle le terme zr et ses composantes hlGgt et [dygt vont jouer un

rocircle deacutecisif dans lactiviteacute reacuteveacutelatrice de Dieu443

En effet les vv 17-23 ont eacuteteacute consideacutereacutes comme centre theacuteologique et point focal

du reacutecit444 De plus lun des avantages de la structure concentrique (agrave lexemple de Dn 2

442 VANDERKAM J Mantic Wisdom in the Dead Sea scrolls p 350 reconnaicirct que lassociation du terme avec la mantique a eacuteteacute bien deacutemontreacutee et que ce terme eacutetait employeacute dans lAkkadien avec des nuances פשר

diffeacuterentes en lien avec la manipulation des recircves divinatoires MEADOWCROFT T J Aramaic Daniel

and Greek Daniel p 177 reconnaicirct eacutegalement ce terme comme faisant partie du vocabulaire mantique Cet

auteur remarque aussi un brin dans la Bible heacutebraiumlque ougrave ce terme fonctionne comme un terme de la sagesse

aphoristique utiliseacutee dans la deacuteclaration dopinions ou de connaissance sur Dieu (Ps 19 3 Jb 32 1017 36

2) 443 Malgreacute que les termes רז et פשר soient tregraves lieacutes en Dn 2 comme le montre BEALE G K The Use of

Daniel in Jewish Apocalyptic Literature and in the Revelation of St John p 12-13 la dynamique du reacutecit

montre une diffeacuterence importante dans lusage des deux termes 444 PRINSLOO GTM Two Poems in a Sea of Prose p 100

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dont les vv 17-23 constituent le centre) est la localisation au centre du reacutecit du thegraveme

principal deacuteveloppeacute dans le texte445 En ce sens on est en droit de reconnaicirctre quen situant

le message principal dans les vv 17-23 au centre du reacutecit lauteur de Dn 2 choisit tout

de mecircme un langage approprieacute pour exprimer le contenu de son message Ce langage

passe neacutecessairement par lintroduction du mystegravere et ses composantes dans cette partie

centrale du reacutecit

Par lapparition de cette trilogie qui devient deacutecisif dans la suite du reacutecit tout effort

humain de comprendre et dinterpreacuteter le recircve par la seule sagesse humaine se noie dans

loceacutean de la reacuteveacutelation et de la connaissance du mystegravere divin Les qualiteacutes humaines et

intellectuelles exigeacutees par la cour royale et deacutecrites en Dn 1 vont faire place agrave une sagesse

inspireacutee par Dieu une connaissance reacuteveacuteleacutee ainsi que des aptitudes surhumaines qui

sexercent exclusivement dans linterpreacutetation des recircves446 La peacutericope de Dn 2 17-23

devient le lieu par excellence des enjeux theacuteologiques du reacutecit preacutesenteacute en Dn 2 Cette

peacutericope organiseacutee dune partie en prose et dune partie poeacutetique preacutesente une uniteacute

interne coheacuterente dans ses eacuteleacutements

Pourtant certains commentateurs ont montreacute que le poegraveme de Dn 2 20-23 inclus

dans la partie centrale du texte est inapproprieacute agrave la forme geacuteneacuterale du chapitre 2 et doit

ecirctre consideacutereacute comme une addition tardive agrave la narration447 En laissant de cocircteacute les termes

~lxervP et hwx lieacutes agrave la compreacutehension et agrave linterpreacutetation des recircves pour choisir les termes

hlggt zr et [dygt dans la partie centrale du texte lauteur de Dn 2 est en train de pointer le doigt

sur un eacuteleacutement essentiel

445 LENGLET A ldquoLa structure litteacuteraire de Daniel 2-7rdquo p 170 446 HUSSER J-M Le songe et la parole p 252 et seq 447 NIDITCH S DORAN R The Success Story of the Wise Courtier A Formal Approach p 191

souligne limportance de la supreacutematie de Dieu et laction de gracircce dans les vv 20-23 mais les considegravere

comme inapproprieacutes dans le reacutecit de Dn 2 MOWINCKEL S Psalm and Wisdom p 217 considegravere le

poegraveme de Dn 2 20-23 comme une addition dans le livre PLOumlGER O Das Buch Daniel p 50 reconnaicirct

les vv 17-23 comme centre du reacutecit mais considegravere que le poegraveme des vv 20-23 a eacuteteacute composeacute pour

reacutepondre agrave la situation preacutepareacutee par le reacutecit Par contre dans son eacutetude PRINSLOO GTM Two Poems in a Sea of Prose p 100 montre que le poegraveme de Dn 2 20-23 fonctionne comme centre theacuteologique et

point focal du reacutecit Il souligne lorigine en Dieu de toute sagesse et de tout pouvoir Cependant Prinsloo

se limite agrave consideacuterer le poegraveme comme centre theacuteologique seulement agrave partir des thegravemes de la supreacutematie

de Dieu comme source de sagesse et de pouvoir Son analyse ne prend pas en compte les vv 17-19 qui

constituent avec les vv 20-23 le centre du reacutecit La structure concentrique de Dn 2 trouve son centre dans

les vv 17-23 et non seulement dans les vv 20-23 Ce centre de nature bipartite doit ecirctre consideacutereacute et analyseacute

du point de vue de son uniteacute et non dans la division de ses deux parties En le consideacuterant dans son uniteacute

on voit dans ce centre limportance du changement terminologique qui implique une eacutevolution seacutemantique dans la dynamique du reacutecit Cest dans cette perspective que nous soulignons lusage des termes רז hlGgt et

qui deviennent deacutecisifs dans ce contexte ידע

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Au-delagrave de toute recherche sur lidentification historique de la statue composite

le Dieu dIsraeumll est la source de la veacuteritable sagesse qui gouverne lunivers Il ny a certes

pas de confrontation entre Daniel et les sages de Babylone mais la preacutesence toujours

impuissante de ces derniers met en vue cette distinction entre un savoir humain et une

sagesse divine448

Si la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance exprimeacutee par les termes hlggt zr et

[dygt devient le fil conducteur du reacutecit quel est son contenu et sa signification theacuteologique

en Dn 2 17-23 Comment la peacutericope de Dn 2 17-23 devient-elle fondamentale dans la

compreacutehension de lavegravenement salvifique du Dieu dIsraeumll

362 La priegravere de Daniel et ses compagnons Condition neacutecessaire pour la reacuteveacutelation divine et lavegravenement salvifique

La reacutefeacuterence aux trois compagnons de Daniel en Dn 2 17 a eacuteteacute consideacutereacutee par

certains commentateurs comme un rocircle superficiel attribueacute agrave ces derniers dans la

dynamique du reacutecit449 Pourtant Dn 2 17 preacutesente le premier dynamisme salvifique de la

partie centrale du reacutecit En effet degraves son retour agrave la maison Daniel fit connaicirctre (הודע) la

chose agrave ses compagnons Si le recircve est essentiellement orienteacute vers le roi Nabuchodonosor

et son empire on ne peut perdre de vue ce que le texte suggegravere sur lattitude du juif en

terre eacutetrangegravere450

Cest preacuteciseacutement dans cette attitude du juif en terre eacutetrangegravere quil est possible de

faire une lecture et une interpreacutetation theacuteologique des dynamismes soteacuteriologiques

preacutesents dans le texte Dans ce sens le retour de Daniel agrave la maison 451 suivi du

rassemblement avec ses compagnons nest pas un simple deacutetail secondaire Cest un

moment significatif non seulement dans la compreacutehension de cette attitude juive en terre

448 HUSSER J-M Le songe et la parole p 255 449 COLLINS J J Daniel p 153 affirme que les compagnons de Daniel ont un rocircle superficiel dans le

reacutecit et quils ont eacuteteacute preacutesenteacutes en 2 49 tout simplement comme une preacuteparation au chapitre 3 450 SMITH-CHRISTOPHER D The Book of Daniel p 52 451 Dans le livre de Daniel le terme בית apparaicirct en 1 2(3x) 2 517 329 4 127 5 31023 6 11 Son

occurrence en 2 17 est lunique fois ougrave la maison comme lieu dhabitation est preacutesenteacutee dans le livre comme un lieu de priegravere Ceci est bien diffeacuterent de son usage en Dn 1 2 dans les expressions בית־האלהים

(maison de Dieu) et בית אלהיו (maison de ses dieux) Dans ce sens DI LELLA A A Il libro de Daniele

p 38 observe que cette indication pourrait ecirctre le premier exemple dans lEcriture ougrave lon fait reacutefeacuterence agrave

une maison dhabitation comme lieu de rencontre pour la priegravere

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eacutetrangegravere452 mais aussi dans lavegravenement de laction salvifique du Dieu dIsraeumll dont

Daniel et ses compagnons en sont les protagonistes

Dans ce contexte Daniel apparaicirct comme le premier intermeacutediaire de lavegravenement

salvifique de Dieu en faisant connaicirctre la situation agrave ses compagnons afin de les engager

eux aussi dans ce dynamisme de salut agrave travers une attitude de priegravere Le dynamisme

initieacute par Daniel au v 17 est donc renforceacute par son expression affine au v 18 qui devient

agrave son tour la deuxiegraveme action salvifique de la peacutericope

Cette premiegravere action dont Daniel est le sujet est signifieacutee par le haphel הודע qui

sentrelace avec לביתה מלתא et אזל pour donner suite agrave ce dynamisme Pour les sages de

Babylone il n y a aucun rapport entre le monde des hommes et celui des dieux dont la

demeure nest point parmi les ecirctres de chair (Dn 2 11) Les sages de Babylone situent

leurs diviniteacutes et les hommes dans deux mondes totalement diffeacuterents453 Alors que pour

Daniel il y a un Dieu qui existe dans le ciel et qui eacutecoute la priegravere de ceux qui crient vers

lui Il est donc inutile de chercher agrave comprendre ou interpreacuteter le recircve du roi agrave partir dune

sagesse purement humaine454

Ce nest ni dans la sagesse humaine ni dans les pratiques divinatoires que se trouve

la clef de compreacutehension de ce mystegravere Cest dans un climat de priegravere dirigeacutee au Dieu du

ciel quil faut se laisser instruire Ce qui eacutetait appeleacute מלתא en 2 58111517 devient en 2

18 un mystegravere plein de rationaliteacute et de sagesse455 Si en 2 18 le רז danieacutelique inclut le

contenu du recircve et son interpreacutetation456 on comprend alors pourquoi les termes ~lxervP et

hwx sont totalement absents dans cette section du texte

452 SMITH-CHRISTOPHER D The Book of Daniel p 52 se limite agrave souligner lattitude du juif comme moment significatif dans luniteacute textuelle Touefois au-delagrave de cette attitude juive il faut y voir lavegravenement

salvifique de Dieu qui advient en terre eacutetrangegravere et dont Daniel et ses compagnons en sont les protagonistes

dans la dynamique du reacutecit Le problegraveme de fond nest pas celui dun conflit entre les Israeumllites et les

Babyloniens mais de montrer la supeacuterioriteacute du Dieu dIsraeumll non seulement sur les hommes y compris le

roi Nabuchodonosor mais aussi sur les diviniteacutes babyloniennes 453 GLADD B Revealing the Mysterion p 46 reconnaicirct que par leur reacuteponse en Dn 2 11 les sages de

Babylone montrent que leurs dieux ne divulguent pas de telles informations aux hommes mais le Dieu de

Daniel diffeacuterent des dieux babyloniens est caracteacuteriseacute par sa reacuteveacutelation 454 LACOCQUE A Le livre de Daniel p 46 observe que Dn 2 28 soppose radicalement agrave laffirmation

des Chaldeacuteens en Dn 2 11 sur la non communication entre le divin et lhumain 455 MARCONCINI B Daniele p 68 Cet auteur reconnaicirct que le principal motif qui unifie cette scegravene est le concept de mystegravere Dans le mecircme sens BEALE G K The Use of Daniel in Jewish Apocalyptic Literature and in the Revelation of St John p 17 afirme mais sans le montrer que ce mystegravere (רז) dans la

plupart de ses emplois est associeacute aux verbes hlGgt et ידע Son analyse soriente davantage dans la relation

entre רז et פשר sans lequel dit-il le mystegravere ne peut ecirctre compris Pourtant פשר napparaicirct pas dans la

peacutericope de Dn 2 17-23 et le terme רז se pose en imposant une autre perspective qui sera deacutemontreacutee dans

la suite de cette eacutetude 456 Cf BEALE G K The Use of Daniel in Jewish Apocalyptic Literature and in the Revelation of St John

p 13 Voir aussi BROWN R The Semitic Background of the Term ldquoMysteryrdquo in the New Testament p 7

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Par ailleurs diffeacuterent de son eacutequivalent heacutebraiumlque סוד qui revecirct une varieacuteteacute de sens

le רז danieacutelique est exclusivement lieacute au dynamisme de la reacuteveacutelation divine Le cadre de

cette reacuteveacutelation est exprimeacute en Dn 2 17 par la mention de la maison comme lieu de priegravere

et dont le verbe אזל contribue dans sa deacutelimitation avec le contexte anteacuterieur

Toutefois le dynamisme salvifique initieacute par Daniel ne sachegraveve pas dans cette

premiegravere action dont Daniel est le sujet du verbe principal הודע La finaliteacute de laction qui

a pourtant une extension future contenue dans linaccompli יהבדון est exprimeacutee au v 18

par linfinitif למבעא Pour que Daniel et ses compagnons ne peacuterissent pas avec les sages

de Babylone il faudra que Ananias Misaeumll et Azarias implorent la miseacutericorde divine

363 La communion comme condition neacutecessaire de lavegravenement salvifique

Les quatre fils dIsraeumll se trouvent en terre eacutetrangegravere dans une situation deacutelicate de

leur existence Le retour de Daniel agrave la maison est un moment propice pour se retrouver

avec ses compagnons et raffermir leur lien de communion fraternelle en celui agrave qui ils ont

mis leur confiance Vu lurgence de la situation Daniel aurait pu se retirer tout seul en

priegravere apregraves sa rencontre avec le roi en 2 16 Le rassemblement avec ses compagnons

met en vue limportance de la priegravere communautaire

Ce moment de priegravere eacutetablit un lien commun et une solidariteacute entre les participants

en renforccedilant la foi de chacun dans une situation de peacuteril457 En restant fidegraveles agrave leur Dieu

Daniel et ses compagnons ne vivent pas leur foi de maniegravere isoleacutee les uns des autres Cest

dans la priegravere communautaire que cette foi salimente et saffermit particuliegraverement dans

des moments dadversiteacutes

En effet le scheacutema de lhistoire de Daniel a certainement des similitudes dans le

Proche Orient ancien458 Dans ce sens cette histoire peut ecirctre lue selon le type dun reacutecit

traditionnel ougrave une personne de statut infeacuterieur (prisonnier eacutetranger serviteur jeune) est

emmeneacutee devant une personne de classe supeacuterieure (roi chef) pour reacutepondre agrave une

457 Voir aussi DI LELLA A A Il libro di Daniele p 38 et SEGAL M From Joseph to Daniel The

Literary Development of the Narrative in Daniel 2 p 130 458 Pour une eacutetude sur les histoires semblables agrave celle de Daniel dans le Proche Orient ancien voir WILLS

L M The Jews in the Court of the Foreign King p 182 passim HUMPHREYS W L A life-style for

Diaspora A Study of the Tales of Esther and Daniel p 217

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question difficile ou reacutesoudre un problegraveme qui exige une intelligence profonde459 La

situation de Daniel comme exileacute en terre eacutetrangegravere reacutepond aux caracteacuteristiques de ces

histoires traditionnelles

Toutefois dans lhistoire de Daniel la demande de priegravere apparaicirct comme un

eacuteleacutement theacuteologique proeacuteminent qui montre que Daniel ne reacutesout pas le problegraveme par sa

propre sagesse mais par la gracircce de la reacuteveacutelation divine460 En effet le verbe hlGgt au hafel

signifie deacuteporter exiler et le substantif arameacuteen qui en deacuterive est WlGgt qui signifie exil

deacuteportation461 En Dn 2 25 Daniel est identifieacute par Aryock comme lun des deacuteporteacutes de

Juda (גלותא די יהוד)462

Le lien verbal est ainsi fait entre Dieu le reacuteveacutelateur et Daniel le deacuteporteacute agrave travers

qui Dieu est capable de reacuteveacuteler son mystegravere463 Si en Dn 2 25 Daniel a eacuteteacute preacutesenteacute par

Aryock comme lun des deacuteporteacutes de Juda en Dn 2 47 le roi preacutesente Daniel aux cocircteacutes de

son Dieu comme celui qui reacutevegravele le mystegravere Mecircme si Daniel est preacutesenteacute comme un

modegravele pour un style de vie dans la diaspora464 on ne peut pas perdre de vue que cest le

Dieu dIsraeumll qui continue decirctre le plus grand protagoniste dans le succegraves du jeune juif en

terre eacutetrangegravere

En mecircme temps sur le plan de lavegravenement salvifique le rocircle de Daniel et ses

compagnons nest ni neacutegligeable ni secondaire Les quatre juifs de la diaspora deviennent

dans un contexte de peacuteril des meacutediations indispensables de la gracircce salvifique du Dieu

dIsraeumll en terre eacutetrangegravere Dans sa toute-puissance le Dieu dIsraeumll aurait pu agir sans

aucune meacutediation humaine En se servant de la meacutediation de Daniel et ses compagnons

pour le deacuteploiement de laction salvifique de Dieu la peacutericope met en vue limportance

de la meacutediation humaine comme agent soteacuteriologique de lavegravenement salvifique Cette

meacutediation humaine passe neacutecessairement par Daniel et ses compagnons qui sont les seuls

personnages protagonistes de lavegravenement salvifique de Dieu dans la partie centrale du

reacutecit

Daniel (et ses compagnons) nutilise pas les artifices babyloniens traditionnels de

divinations mais un moyen supeacuterieur daccegraves agrave la reacuteveacutelation agrave travers la priegravere465 Ce

459 NIDITCH S DORAN R The Success Story of the Wise Courtier p 180 460 COLLINS J J A imaginaccedilatildeo apocaliacuteptica p 140 461 HARRIS L Dicionaacuterio Internacional de Teologia do Antigo Testamento p 1676 462 Dans larameacuteen biblique en dehors de Dn 2 le verbe hlGgt apparaicirct uniquement en Esd 4 10 et 5 12

Toutes les deux occurrences se trouvent au hafel signifiant ecirctre deacuteporteacute 463 MEADOWCROFT T J Aramaic Daniel and Greek Daniel p 182 464 Cf HUMPHREYS W L Op cit p 222 passim 465 COLLINS J J A imaginaccedilatildeo apocaliacuteptica p 141

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moment de priegravere de nature communautaire montre clairement la distance prise par les

jeunes juifs de la diaspora par rapport aux dieux babyloniens

364 La miseacutericorde divine lieu de lavegravenement salvifique

La connaissance de la situation dont Daniel a eacuteteacute le sujet introduit les jeunes juifs

dans un processus qui va rendre effective lavegravenement salvifique Par leur intersession

les compagnons de Daniel deviennent non pas des figurants dans un rocircle secondaire mais

des protagonistes de lavegravenement salvifique de Dieu dans une situation de peacuteril En effet

malgreacute ses multiples sens dans la dynamique du livre linfinitif construit למבעא deacutecrit au

v 18 une priegravere de demande agrave Dieu dans une situation reacuteelle de crise une situation dans

laquelle Daniel et ses compagnons seraient morts si Dieu dans sa miseacutericorde ne leur

reacuteveacutelait pas le mystegravere qui a embarrasseacute les sages de Babylone466

Linfinitif למבעא a donc pour objet la miseacutericorde divine exprimeacutee par le terme

qui en est lunique emploi dans la partie arameacuteenne du livre de Daniel En ורחמין

sentrelaccedilant avec dautres champs seacutemantiques dans ce tissu textuel le הודע de laction

initiale du v 17 deacutebouche sur la reacuteveacutelation du mystegravere agrave Daniel au v 19

Par ailleurs mecircme si Ananias Misaeumll et Azarias sont protagonistes de laction

salvifique par leur demande de priegravere le Dieu du ciel467 est celui qui reacutevegravele le mystegravere

En sappuyant sur le v 17 comme son origine et son expression affine cette action

salvifique geacuteneacutereacutee par les compagnons de Daniel au v 18 est deacutetermineacutee au v 19 par la

reacuteveacutelation du mystegravere agrave Daniel dans une vision de nuit Le couronnement de ce

dynamisme par laction reacuteveacutelatrice de Dieu fait du v 19 le point culminant de la peacutericope

et de ce moment de priegravere

En tant que protagonistes des actions geacuteneacutereacutees respectivement aux vv 17-18

Daniel et ses compagnons sont aussi beacuteneacuteficiaires de ces actions avec les sages de

Babylone La priegravere dirigeacutee au Dieu du ciel par les quatre fils dIsraeumll nest pas une priegravere

466 HARRIS L Dicionaacuterio Internacional de Teologia do Antigo Testamento p 2639 467 DELCOR M Le livre de Daniel p 77 observe que lexpression Dieu du ciel employeacute aussi en Gn 24

7 na eu guegravere de succegraves agrave leacutepoque preacuteexilienne A leacutepoque post-exilienne cest sous cette appelation que

le gouvernement perse deacutesignait le Dieu des juifs Cette expression se trouve aussi dans le livre des

Chroniques Esdras Neacuteheacutemie Jonas Tobie et Judith La LXX de Daniel la traduit par ὁ κύριος τοῦ ὑψίστου

qui est une appelation de leacutepoque helleacutenistique

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centreacutee sur eux-mecircmes mais une priegravere ouverte sur les appels et les besoins du monde

qui les entoure Daniel et ses compagnons avaient pourtant reccedilu une formation solide agrave la

cour du roi Une formation agrave laquelle ils avaient eacuteteacute instruits en toute sagesse pour ecirctre

des savants en science et subtils en savoir (Dn 1 4)

Comme tout universitaire agrave la fin de sa formation les quatre enfants dIsraeumll

pouvaient donc se contenter de chercher dans leur historique acadeacutemique des eacuteleacutements de

reacuteponse agrave leacutenigme du roi Pourtant en se retournant au Dieu du ciel dans une attitude de

priegravere Daniel et ses compagnons rappellent et sinsegraverent dans une longue tradition

veacuteteacuterotestamentaire468

La priegravere des quatre jeunes juifs eacutetant une priegravere de demande exprimeacutee par

linfinitif למבעא on peut bien se demander quel est lobjet de cette priegravere de demande Il

est eacutevident comme lindique le contexte quil sagit de recevoir la reacuteveacutelation divine au

sujet du mystegravere Mais lobjet de linfinitif למבעא est exprimeacute en termes de miseacutericorde

divine par le substantif רחמין

Dans la partie heacutebraiumlque du livre de Daniel le terme רחמין apparaicirct en 1 9 et 9

918 toujours en lien avec la miseacutericorde divine Toutefois dans la tradition

veacuteteacuterotestamentaire רחמין est tregraves souvent traduit par le terme entrailles469 Sa forme

plurielle est due au pluriel ancien devenu rare dans la langue heacutebraiumlque et formeacute agrave partir

de la forme primitive du singulier ~xr qui veut dire entrailles470

Ainsi degraves que le terme entrailles est employeacute de maniegravere figurative dans la

langue heacutebraiumlque pour exprimer le siegravege des eacutemotions il nest pas surprenant de trouver

dans les mecircmes conjonctions stylistiques de son usuel synonyme ~y[Ime (intestins) ou רחמין

ble (cœur) 471 Dans cette perspective la priegravere des quatre fils dIsraeumll a pour objet

datteindre le Dieu du ciel dans ses entrailles ou dans son cœur pour susciter sa

compassion Lusage du terme au pluriel montre en deacutefinitive lintensiteacute de ce sentiment

de miseacutericorde divine lieacutee agrave la compassion472

468 HEBBARD A Reading Daniel as a Text in Teological hermeneutics p 87 soutient que par la priegravere

Daniel fait le lien avec le passeacute de la communauteacute du Dieu dIsraeumll et se place en continuiteacute dune longue et

riche tradition 469 Voir Gn 43 30 Dt 19 6 1R 3 26 Pr 12 10 Os 11 8 Jb 30 27 Lm 1 20 2 11 470 JOUumlON P Grammaire de lheacutebreu biblique p 236 471 EITAN I An Unknown Meaning of רחמין p 269 472 HARRIS L Dicionaacuterio Internacional de Teologia do Antigo Testamento p 1736 STEINMANN A Daniel p 122 observe que le terme רחמין est placeacute au deacutebut du v 18 preacuteceacutedant linfinitif למבעא pour

marquer ce caractegravere emphatique

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Lavegravenement salvifique du Dieu dIsraeumll advient dans la diaspora non pas dabord

parce quil possegravede la force et la puissance mais parce quil est le Dieu compatissant et

miseacutericordieux Il est le Dieu qui se laisse toucher dans ses entrailles par la souffrance

humaine qui suscite en lui une attitude salvifique La compassion de Dieu pour son peuple

devient le lieu ougrave jaillit la reacuteponse divine agrave la priegravere des quatre jeunes juifs en terre

eacutetrangegravere La reacuteveacutelation du mystegravere devient fondamentalement un acte salvifique du Dieu

dIsraeumll et sa toute-puissance se traduit dans sa compassion miseacutericordieuse qui prend

forme dans lhistoire de son peuple

Daniel et ses compagnons ainsi que les sages de Babylone sont alors beacuteneacuteficiaires

de ce dynamisme salvifique dans la mesure ougrave Dieu se laisse toucher jusque dans ses

entrailles par la priegravere des enfants dIsraeumll Il ne sagit plus simplement de recevoir la

reacuteveacutelation du mystegravere mais de sauver la vie de tous ceux qui se trouvent dans un danger

de mort proclameacute par le deacutecret du roi Le caractegravere universel de cette priegravere montre

eacutegalement le caractegravere universel de laction salvifique du Dieu dIsraeumll De mecircme que la

priegravere des quatre fils dIsraeumll ne sest pas renfermeacutee sur eux-mecircmes aussi le salut de Dieu

deacutepasse les frontiegraveres dIsraeumll et se rend preacutesent dans la vie des nations paiumlennes

Pourtant certains commentateurs affirment sans reacuteserve que Dn 2 18b a eacuteteacute reacutedigeacute

pour le plaisir de mettre ce verset en harmonie avec Dn 2 24473

Dans la perspective des dynamismes soteacuteriologiques le texte biblique nest pas

tout simplement une œuvre litteacuteraire dont les diffeacuterents eacuteleacutements sont placeacutes dans le

simple but de servir dharmonie pour larchitecture textuelle Loin dignorer limportance

de lanalyse litteacuteraire lon ne peut perdre de vue la finaliteacute du texte biblique qui est avant

tout un message de foi et de salut Les dimensions historico-critique theacuteologique et mecircme

pastorale sont degraves lors appeleacutees agrave dialoguer et agrave ecirctre tenues ensemble dans le travail de

lexeacutegegravese biblique474

473 HARTMAN L F DI LELLA A A The Book of Daniel p 140 Pour soutenir leur theacuteorie du texte

additionnel ceux-ci considegraverent que la mention pour que Daniel et ses compagnons ne peacuterissent pas avec

les autres sages de Babylone au v 18b a eacuteteacute inseacutereacutee pour le simple plaisir de faire lharmonie avec le v 24

ougrave Daniel est preacutesenteacute comme voulant sauver les sages de Babylone La question du texte additionnel a eacuteteacute

discuteacutee dans la rubrique de luniteacute litteacuteraire en question Nous reconnaissons avec CARBAJOSA I De la fe nace la exeacutegesis p 173 quil est vrai que lon ne peut se passer aujourdhui de la neacutecessiteacute dune eacutetude

historique et litteacuteraire de lEcriture qui reacutepond agrave une partie essentielle de sa propre nature comme un corpus

litteacuteraire qui teacutemoigne dun eacuteveacutenement historique Il est aussi indeacuteniable que la reacuteveacutelation divine advient

dans lhistoire soffre agrave lhomme dans les coordonneacutees du temps et de lespace dans la fragiliteacute et proximiteacute

de faits et paroles apparemment contingents qui doivent ecirctre accueillis et interpreacuteteacutes 474 CARBAJOSA I Op cit p 145 reconnaicirct quune eacutetude historico-critique de lEcriture qui se passe de la

foi ou lincorpore seulement dans un deuxiegraveme moment meacutethodologique pourrait obtenir des

connaissances sur la dimension historique de la reacuteveacutelation mais natteindra jamais la signification

theacuteologique des faits et paroles eacutetudieacutes

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Cest pourquoi en deacuteconsideacuterant la mention finale du v 18 on perd de vue la

dimension universelle du salut divin qui advient non seulement pour les fils dIsraeumll

(Daniel et ses compagnons) mais aussi pour les nations paiumlennes (les sages de Babylone)

ainsi que pour le roi Nabuchodonosor lui-mecircme En effet la priegravere de Daniel et de ses

compagnons comme action dintercession opegravere aussi en faveur du roi qui souffrait de

ne pas comprendre la reacuteveacutelation reccedilue dans son recircve475

En ignorant cette mention finale on finit par ignorer limportance de laction

humaine comme protagoniste indispensable de lavegravenement salvifique En Dn 2 18

Daniel et ses compagnons ainsi que les sages de Babylone sont beacuteneacuteficiaires de laction

salvifique protagoniseacutee par Ananias Misaeumll et Azarias dans la communion de priegravere

365 Le mystegravere divin comme eacuteveacutenement eschatologique

Si limportance du recircveinterpreacutetation comme motif litteacuteraire est marqueacutee par la

freacutequence du terme פשר en Dn 2 il a eacuteteacute noteacute que ce terme et ses composantes

napparaissent pas en Dn 2 17-23 Alors que le roi fait le recircve476 au cours dun sommeil

et son esprit en fucirct troubleacute477 Daniel reccediloit la reacuteveacutelation du mystegravere dans une vision de

nuit et beacutenit le Dieu du ciel

En Dn 2 18 apparaicirct pour la premiegravere fois le terme mystegravere (רז) qui donne au reacutecit

une tournure et une perspective diffeacuterente Cette premiegravere apparition du mystegravere au

singulier est accompagneacutee du pronom deacutemonstratif דנה (ce) Le mystegravere fait donc

allusion au contenu du recircve et son interpreacutetation exigeacutes par le roi dans la dynamique du

reacutecit Une question se pose Le mystegravere danieacutelique se limiterait-il au contenu du recircve et

475 AZZAM J Daniel ou le deacutechiffrement drsquoune souffrance devenue excessive p 145 476 COLLINS J J Imaginaccedilatildeo apocaliacuteptica p 142 observe quagrave cause de la fameuse propheacutetie des quatre

regravegnes le recircve a eacuteteacute beaucoup plus eacutetudieacute que les autres parties du reacutecit alors que laccent nest pas tant sur

le contenu du recircve que sur la capaciteacute de Daniel de le reacuteveacuteler Mais les commentaires ont eacutegalement oublieacute de voir que les termes פשר חלם et hwx sont totalement absents dans la partie centrale du reacutecit et que cette

capaciteacute de Daniel de faire connaicirctre le mystegravere (et non seulement le recircve) vient du Dieu dIsraeumll et implique

sur le plan litteacuteraire un nouveau langage 477 A la diffeacuterence du Nifal le Hitpael ותתפעם du verbe ~[p exprime la forme non seulement reacutefleacutechie du

verbe mais aussi laspect intensif de laction Cf JOUumlON P Grammaire de lheacutebreu biblique p 118 Ceci

montre comment le roi eacutetait profondeacutement en souffrance dans son esprit STEINMANN A Daniel p 114

soutient que cet usage du hitpael en Dn 2 1 en est lunique reacutefeacuterence du ~[p au hitpael dans lAncien

Testament

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son interpreacutetation En Dn 2 19 le pronom deacutemonstratif disparaicirct et donne lieu agrave larticle

deacutefini pour exprimer le moment de la reacuteveacutelation du mystegravere agrave Daniel dans une vision de

nuit

Apregraves avoir eacuteteacute beacuteneacuteficiaire de cette reacuteveacutelation Daniel dirige une priegravere de

louange et daction de gracircce agrave Dieu pour avoir reccedilu la reacuteveacutelation du mystegravere Si le mystegravere

se reacuteduit au contenu du recircve et son interpreacutetation agrave partir de ce moment il cesserait decirctre

pour Daniel un mystegravere Aussi cesserait-il decirctre pour le roi un mystegravere agrave partir du

moment ougrave celui-ci recevra le contenu de son recircve et son interpreacutetation aux vv 31-45

Toutefois les vv 27-30 preacutesentent le Dieu de Daniel comme celui qui reacutevegravele les mystegraveres

et situent ces mystegraveres dans une perspective eschatologique Il y a un Dieu dans le ciel

qui reacutevegravele les mystegraveres et qui a fait connaicirctre au roi ce qui arrivera agrave la fin des jours (Dn

2 28)478

Dans le livre de Daniel le mystegravere assume pour la premiegravere fois une signification

importante dans lhistoire du terme celle du mystegravere eschatologique de lannonce

mysteacuterieuse dun eacuteveacutenement futur eacutetabli par Dieu et donc la reacuteveacutelation est reacuteserveacutee agrave Lui

478 Lexpression arameacuteenne באחרית יומיא est leacutequivalent heacutebreu de באחרית הימים qui en dehors du livre

de Daniel apparaicirct en Gn 49 1 Nb 24 14 Dt 4 30 31 29 Is 2 2 Jr 23 20 30 24 48 47 49 39 Ez 38

16 Os 3 5 Mi 4 1 MARCONCINI B Daniele p 68 soutient que cette expression qui signifie

litteacuteralement nel seguito dei giorni est toujours consideacutereacutee comme imminente dans les textes anteacuterieurs agrave

Daniel et cela donnerait lieu agrave une variation de lhistoire dont on deacutecrit une fin partielle et qualitative Cette

expression se trouve eacutegalement en Dn 10 14 Dans le contexte de Dn 2 28 BEALE G K A New Testament

Biblical Theology p 108 y voit une correspondance et une influence avec lusage de cette expression en Is

2 2 La pierre qui frappe la statue et devient une grande montagne (Dn 2 35) est vue comme limage de la

montagne dIsaiumle (2 2-4) qui non seulement symbolise Israeumll mais aussi se trouve inteacutegralement lieacutee agrave la

notion de temple Aussi bien en Daniel quen Isaiumle les deux eacuteveacutenements auront lieu agrave la fin des jours En

effet dans le contexte de linterpreacutetation du recircve du roi Nabuchodonosor le point focal de lexpression

danieacutelique באחרית יומיא en Dn 2 28 est lieacute agrave leacutetablissement du royaume de Dieu dans le futur et par

conseacutequent lieacute agrave la theacutematique du mystegravere Toutefois la reacutefeacuterence agrave la destruction successive des diffeacuterents

royaumes serait une maniegravere de montrer que bien que le focus de cette expression porte sur la deacutefaite finale

du royaume ennemi agrave la fin de lhistoire les eacuteveacutenements preacutesents font non seulement parti dun mouvement

historique souverainement conccedilu mais aussi dun processus eschatologique inextricablement lieacute agrave la fin qui

culmine avec le jugement final Cf BEALE G K A New Testament Biblical Theology p 108 Voir aussi

PORTEOUS N W Daniel p 44 qui perccediloit que le mecircme pheacutenomegravene est observeacute en Dn 11 1-12 13

comme une eacutelaboration du contenu de באחרית הימים en Dn 10 14 ougrave lecirctre ceacuteleste vient faire comprendre

agrave Daniel ce qui adviendra agrave son peuple agrave la fin des jours Le contenu de cette reacuteveacutelation eschatologique est

preacutecisement donneacute en Dn 11-12 qui souligne le climax historique de la tribulation finale et la reacutesurrection

des justes Dans la dynamique du livre de Daniel plusieurs expressions font eacutegalement reacutefeacuterences au temps

de la fin particuliegraverement dans les chapitres 11 et 12 pour montrer les diffeacuterentes facettes de la deacutetresse

finale de Israeumll de la perseacutecution causeacutee par lennemi eschatologique BEALE G K A New Testament

Biblical Theology p 111 A la suite de Dn 2 28 ougrave la LXX et TH traduisent lexpression arameacuteenne par

ἐσχάτων τῶν ἡμερῶν en Dn 2 29 la LXX traduit eacutegalement lexpression arameacuteenne אחרי דנה par ἐσχάτων

τῶν ἡμερῶν

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seul479 En faisant appel agrave ce terme arameacuteen dorigine perse le reacutecit de Daniel se situe

deacutesormais dans une perspective eschatologique Cest aussi dans cette perspective

eschatologique que se situent limportance et la porteacutee de lavegravenement salvifique du Dieu

dIsraeumll dans la diaspora et dont Daniel et ses compagnons en sont devenus des agents

indispensables

Cette dimension eschatologique marque toute la diffeacuterence non seulement entre le

Dieu dIsraeumll et les diviniteacutes babyloniennes mais aussi entre la connaissance de Daniel et

celle des sages babyloniens Au-delagrave de la sagesse mantique babylonienne Daniel et ses

compagnons agissent en tant que meacutediateurs de lavegravenement salvifique du Dieu dIsraeumll

qui est la source de leur sagesse en terre eacutetrangegravere Cette meacutediation de Daniel comme

agent soteacuteriologique est renforceacutee par le don de la sagesse que Dieu lui accorde au v 23

pour confondre la sagesse des sages babyloniens

Pourtant certains commentateurs estiment que plutocirct que decirctre classeacute dans le rocircle

de prophegravete biblique ou sage homme Daniel doit ecirctre classeacute dans le rocircle de sage de la

mantique meacutesopotamienne480 De mecircme en montrant limportance de la reacuteveacutelation divine

dans les arts mantiques meacutesopotamiens il a eacuteteacute souligneacute que les diviniteacutes ne reacuteveacutelaient

pas seulement les preacutesages (ou les recircves) mais aussi accordaient la connaissance

neacutecessaire pour les interpreacuteter481

On ne peut nier les similitudes et les correspondances formelles qui existent entre

les arts mantiques en Israeumll et dans le Proche Orient ancien482 La divination en Israeumll a

largement correspondu dans la gamme de ses emplois agrave la pratique de la divination en

Meacutesopotamie et dans le Proche Orient ancien483 La connaissance de la volonteacute divine par

les recircves et leur interpreacutetation est donc indeacuteniable dans la mantique meacutesopotamienne et

dans le Proche Orient ancien

Dans lart dinterpreacuteter les recircves en comptant sur la diviniteacute agrave linstar des sages

babyloniens Daniel peut donc ecirctre consideacutereacute lui aussi comme un veacuteritable mantique484

La sagesse de Daniel est donc une sagesse mantique en lien avec les recircves et les mystegraveres

479 BORNKAMM μυστήριον col 679 480 LAWSON J The God who Reveals Secrets The Mesopotamian Background to Daniel 2 47 p 72 481 Ibid p 69 482 Pour une eacutetude sur la classification des types de recircves et leur structures dans le Proche Orient Ancien et

la comparaison avec le modegravele des recircves bibliques voir OPPENHEIM A The Interpretation of Dreams in

the Ancient Near East p 179 et seq GNUSE R Dreams in the Night p 28 passim 483 CRYER F H Divination in Ancient Israel and its Near Eastern Environment p 224 484 GLADD B Revealing the Mysterion p 24

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et non une sagesse proverbiale485 De plus Daniel et les sages de Babylone ont eacuteteacute tous

entraineacutes agrave la mantique et tous croyaient agrave la connaissance qursquoaccordait la diviniteacute dans

linterpreacutetation des recircves486 Ce fait est pratiquement indeacuteniable

Toutefois devant leacutechec des sages babyloniens et le succegraves de Daniel dans

linterpreacutetation du recircve du roi la question se pose non pas sur la capaciteacute des dieux

babyloniens de reacuteveacuteler aux sages leur volonteacute mais sur lefficaciteacute de ces diviniteacutes

paiumlennes Le manque de succegraves des sages babyloniens montre linefficaciteacute des dieux

meacutesopotamiens et le caractegravere idolacirctre de leurs arts mantiques qui ne peuvent les sauver

dans une situation de peacuteril487

366 La sagesse de Daniel dans la mouvance eschatologique

A partir du mystegravere (et ses composantes) qui introduit une perspective

eschatologique dans la dynamique du reacutecit la sagesse mantique de Daniel seacuteloigne de

celle du Proche Orient ancien 488 En effet la sagesse mantique paiumlenne traite des

reacuteveacutelations sur le futur immeacutediat alors que chez Daniel la sagesse mantique appartient au

futur eschatologique489 Degraves lors Daniel ne peut ecirctre consideacutereacute comme un sage de la

mantique meacutesopotamienne mecircme si lutilisation des recircves comme forme de reacuteveacutelation

divine eacutetait aussi en vogue dans le Proche Orient ancien

Si le fond du reacutecit est une critique de lidolacirctrie des nations paiumlennes il serait

difficile et mecircme contradictoire de voir en Daniel un sage de la mantique meacutesopotamienne

mettant en eacutechec ses propres diviniteacutes Par ailleurs la longue tradition dIsraeumll neacutetait pas

aussi pauvre dans lart divinatoire pour que Daniel puisse mecircler les eacuteleacutements de sa

croyance au Dieu unique avec les traditions des nations paiumlennes et idolacirctres490 Il est tout

485 COLLINS J J A imaginaccedilatildeo apocaliacuteptica p 142 MUumlLLER H-P Mantische Weisheit und

Apokalyptik p 268 passim 486 GLADD B Revealing the Mysterion p 24 487 Contre LAWSON J The God who Reveals Secrets The Mesopotamian Background to Daniel 2 47 p 74 qui soutient que les arts mantiques meacutesopotamiens ne sont pas inefficaces Il reconnaicirct pourtant le

caractegravere idolacirctre et paiumlen de ces arts Pourtant lidolacirctrie est fondamentalement le fait dattribuer un

caractegravere divin agrave une image ou une statue qui nen est pas digne COLLINS J J The Court-Tales in Daniel

and the development of Apocalyptic p 234 souligne que lideacutee du royaume de Dieu en Dn 2 doit plus agrave

cette poleacutemique juive contre lidolacirctrie quagrave loracle politique babylonienne 488 Cf VANDERKAM J Enoch and the Growth of Apocalyptic Tradition p 62 489 BAUCKHAM R Rise of the Apocalyptic p 14 490 Les textes bibliques eacutetudieacutes par MUumlLLER H-P Mantische Weisheit und Apokalyptik 268 et seq

sont en geacuteneacuteral des textes exiliques et post-exiliques (Is 19 11-13 44 25 47 10 Jr 50 35 Est 1 13 Gn

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de mecircme clair que les juifs qui ont eacutecrit les reacutecits eacutetaient loin decirctre des syncreacutetistes491

Cest pourquoi dans sa forme la sagesse preacutesenteacutee chez Daniel est une sagesse mantique

mais son contenu est soigneusement eschatologique et en continuation avec la propheacutetie

biblique preacuteceacutedente492

367 La dynamique eschatologique de la priegravere des enfants dIsraeumll

Sur le plan des dynamismes salvifiques la priegravere de Daniel et ses compagnons

pour obtenir la reacuteveacutelation du mystegravere revecirct degraves lors une perspective eschatologique En

senracinant dans la situation de peacuteril imminent dans laquelle se trouvent Daniel et ses

compagnons ainsi que les sages de Babylone la priegravere des enfants dIsraeumll en lien avec

le mystegravere divin deacutepasse son contexte immeacutediat pour prendre en compte la situation de

tous ceux qui souffrent dans la diaspora babylonienne

Il a eacuteteacute en effet notifieacute que dans le livre de Daniel la souffrance seacutetend agrave tous les

personnages et atteint chacun aussi bien dans la vie courante que dans les expeacuteriences

extraordinaires de songes et de visions493 Toutefois les juifs y compris Daniel et ses

compagnons sont ceux qui endurent le plus cette expeacuterience de souffrance en vivant le

moment le plus tragique de leur histoire qui commence avec le siegravege de Jeacuterusalem par le

roi Nabuchodonosor494 La terre dans laquelle ils se trouvent nest plus celle donneacutee par

Dieu le lieu de culte est deacutetruit le roi est deacuteporteacute lautoriteacute paiumlenne est celle agrave laquelle

ils sont deacutesormais soumis les lois sont paiumlennes et parfois inconciliables avec les lois de

Dieu495

41) Et celui-ci conclut que cette forme de sagesse est entreacutee dans la tradition litteacuteraire dIsraeumll agrave partir de

la diaspora Toutefois VANDERKAM J Mantic Wisdom in the Dead Sea Scrolls p 336 reconnaicirct

lexistence de documents abondants pour les arts mantiques non seulement dans le Proche Orient Ancien

mais aussi en Israeumll Voir aussi CRYER F H Divination in Ancient Israel and its Near Eastern

Environment p 224 Pour sa part KAUFMANN Y The History of the Religion of Israel p 486 et seq preacutesente en deux groupes les types de divinations approuveacutes et ceux reacuteprouveacutes par la tradition biblique

Ainsi pour HUSSER J-M Le songe et la parole p 257 cest pendant lexil agrave Babylone que Israeumll eucirct

loccasion de faire connaissance avec cette forme de sagesse de faccedilon plus immeacutediate bien que cela ne fucirct

sans doute pas nouvelle 491 COLLINS J J The Court-Tales in Daniel and the development of Apocalyptic p 234 492 GLADD B Revealing the Mysterion p 26 493 AZZAM J Daniel ou le deacutechiffrement drsquoune souffrance devenue excessive p 86 494 MARCONCINI B Daniele p 11 495 Ibid p 11

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Lordre tyrannique et arbitraire du roi de faire peacuterir tous les sages de Babylone est

donc contrecarreacute par la priegravere de Daniel et ses compagnons et la violence despotique du

roi est confronteacutee agrave la prudence et agrave la pieacuteteacute de Daniel ougrave elle trouve sa reacutedemption496

Dans cette perspective laction salvifique du Dieu dIsraeumll ne se limite pas seulement agrave

sauver la vie de ceux qui eacutetaient destineacutes agrave mourir selon le deacutecret royal mais aussi seacutetend

agrave tous ceux qui souffrent sous les puissances idolacirctres et dictatoriales et dont le salut

adviendra agrave la fin des jours

368 Le mystegravere reacuteveacuteleacute source de beacuteneacutediction

Si Dieu napparaicirct pas dans le reacutecit parmi les personnages en action son rocircle

explicite est essentiellement deacutecrit aux vv 20-23 ougrave il apparaicirct directement comme agent

soteacuteriologique497 Dans ces versets laction salvifique de Dieu ne consiste pas seulement

agrave sauver lhomme dune situation de danger de mort mais aussi daccorder leacuteleacutement

salvifique neacutecessaire dans des situations preacutecises

En effet la reacuteveacutelation du mystegravere au v 19 ougrave Dieu apparaicirct deacutejagrave comme principal

agent soteacuteriologique a fait jaillir le poegraveme daction de gracircce contenu dans les vv 20-23498

Cest apregraves que le mystegravere ait eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave Daniel dans une vision de nuit (v 19) que celui-

ci prit la parole et beacutenit le Dieu du ciel (v 20) Si la priegravere des enfants dIsraeumll eacutetait deacutejagrave

motiveacutee par la demande de miseacutericorde divine au sujet du mystegravere la priegravere daction de

gracircce de Daniel est encore le fruit de la reacuteveacutelation de ce mystegravere Le contenu des vv 20-

23 est donc directement lieacute agrave la nature du mystegravere reacuteveacuteleacute agrave Daniel499

Au v 19 sommet de cette partie centrale du reacutecit laccent est mis sur la reacuteveacutelation

du mystegravere exprimeacutee par les termes zr et hlGgt Lexpression solennelle להוא שמה די־אלהא

au v 20b montre la reacuteponse du beacuteneacuteficiaire de la reacuteveacutelation divine Dans une attitude מברך

dhumiliteacute Daniel beacutenit le nom du Dieu du ciel En effet le participe passeacute מברך au v 20b

496 AZZAM J Daniel ou le deacutechiffrement drsquoune souffrance devenue excessive p 74 et seq La violence

des rois est tellement marqueacutee dans la dynamique du livre que lattitude du roi Nabuchodonosor est deacutecrite

par Daniel comme celui qui tuait qui il voulait et laissait vivre qui il voulait (Dn 5 19) 497 WATTS J W Psalm and Story p 148 montre tout de mecircme que le narrateur ne deacutecrit pas Dieu comme

personnage en Dn 2 mais cette desription est reacuteserveacutee aux discours de Daniel et Nabuchodonosor 498 PRINSLOO GTM Two Poems in a Sea of Prose p 96 considegravere les vv 20-23 comme un psaume

daction de gracircce Voir aussi GOLDINGAY J Daniel p 39 WYK V The Struture of Daniel 2 20-23

p 185 TOWNER W S The Poetic Passages of Daniel 1-6 p 319 499 GLADD B Revealing the Mysterion p 27

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rappelle laccompli ברך au v 19b ougrave il est a eacuteteacute fait mention de la beacuteneacutediction de Daniel

Plus quun poegraveme proclameacute en reacuteponse agrave laction salvifique de Dieu Daniel preacutesente une

attitude de louange digne de celui qui a reccedilu la reacuteveacutelation divine du mystegravere

On peut bien discuter sur le genre et la structure des vv 20-23 et trouver ses

parallegraveles dans la tradition biblique500 Mais il nen demeure pas moins que cette reacuteponse

de Daniel agrave la reacuteveacutelation reccedilue teacutemoigne de lattitude de celui qui est non seulement

beacuteneacuteficiaire de laction salvifique de Dieu en terre eacutetrangegravere mais aussi meacutediateur de cette

action divine pour les autres Laccompli ברך au v 19b sert alors agrave introduire lhymne de

beacuteneacutediction qui va suivre dans les vv 20-23501

369 La sagesse divine contenu du mystegravere reacuteveacuteleacute

Lhymne daction de gracircce aux vv 20-23 est parsemeacute dune seacuterie de participes

actifs qui met en exergue lœuvre salvifique de Dieu dans lhistoire de son peuple Ces

versets confirment le parallegravele constant eacutetabli entre le Dieu du ciel et le caractegravere

mysteacuterieux de lhistoire502 ougrave se deacuteroule progressivement le projet salvifique de Dieu

Dans ce sens la sagesse apparaicirct non seulement comme un eacuteleacutement litteacuteraire

constitutif de linclusion du poegraveme mais aussi comme attribut de Dieu qui donne la

sagesse aux sages et la connaissance aux intelligents La sagesse dont Dieu est lorigine

apparaicirct comme le contenu theacuteologique du mystegravere qui se reacutevegravele et dont les sages et les

intelligents en sont les principaux beacuteneacuteficiaires au v 21cd En effet rendre visible ce qui

est cacheacute aux yeux des hommes est proprement une œuvre salvifique503

La priegravere de Daniel preacutesente alors cette œuvre salvifique dont Dieu en est lagent

principal dans le passeacute et le preacutesent de lhistoire du peuple Cette œuvre salvifique a

eacutegalement un caractegravere eschatologique En effet le motif de la beacuteneacutediction formuleacute au v

500 Les commentaires ont trouveacute dans les vv 20-23 des parallegraveles bibliques en Jb 12 12 Ps 41 14 Ne 9

5 Est 1 3 Cf LACOCQUE A Le livre de Daniel p 45 501 GUILLET J Le langage spontaneacute de la beacuteneacutediction dans lAncien Testament p 183 considegravere cette

premiegravere annonce du terme comme une introduction agrave la beacuteneacutediction 502 LACOCQUE A Op cit p 45 503 Ibid p 45 et seq

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20b est preacutesenteacute au v 20d le nom de Dieu est beacuteni pour les siegravecles504 parce que la sagesse

et la force sont agrave Lui505

Ce motif de la beacuteneacutediction entre deacutejagrave en contraste avec la reacuteveacuterence des Chaldeacuteens

devant le roi Nabuchodonosor en 2 4 Vis ocirc roi pour toujours506 Alors que les

Chaldeacuteens souhaitent au roi une existence eacuteternelle le contenu du recircve de celui-ci montre

pourtant quaucun pouvoir humain et temporel nest eacuteternel Cest pourquoi cette

expression chaldeacuteenne toujours en reacutefeacuterence aux rois est contrecarreacutee par la beacuteneacutediction

de Daniel dont le Dieu est eacuteternel et son royaume est eacutetablit pour toujours (2 44-45)507

Dans les vv 21a-22b le motif de la beacuteneacutediction devient encore plus explicite et

laisse apparaicirctre le contenu du mystegravere reacuteveacuteleacute au v 19a Le pouvoir salvifique du Dieu

dIsraeumll seacutetend sur sa capaciteacute de dominer lunivers de faire changer le temps et les

saisons mais aussi denlever et den eacutetablir les rois Le Dieu dont le nom est beacuteni est celui

qui pose des actions concregravetes dans lhistoire des peuples Dynamiseacute par les participes

actifs גלא et ידע le v 22 intensifie ce motif de la beacuteneacutediction508 Les dieux des religions

paiumlennes des ideacuteologies et des philosophies agrave preacutetention universelle nopegraverent aucun

controcircle sur les eacuteveacutenements509

Dans la partie arameacuteenne du livre le terme עדן (temps) apparaicirct dans le dialogue

du roi avec les sages de Babylone en 2 89 pour exprimer le temps que ceux-ci sont en

train de gagner devant leur incapaciteacute de trouver leacutenigme du roi En 3 515 עדן apparaicirct

comme une locution adverbiale pour deacutesigner le moment de la sonnerie de la trompegravete

Dans le contexte de la priegravere de Daniel au v 21a עדן est plus quune courte dureacutee

dune circonstance unique et difficile comme celle dans laquelle se trouvent les sages de

Babylone510 Dans ce cas le terme renvoi au pouvoir souverain que Dieu deacutetient pour

controcircler le cours de lhistoire511 Le temps sexprime alors par rapport agrave la saison (eacutepoque)

comme un moment deacutetermineacute par Dieu dans lequel se deacuteploie progressivement son projet

salvifique

504 SMITH-CHRISTOPHER D The Book of Daniel p 52 observe que la beacuteneacutediction du nom de Dieu pour

les siegravecles rappelle Is 47 ainsi que la Theacuteologie du nom divin en Deuteacuteronome particuliegraverement dans la

discussion sur le temple comme lieu ougrave demeure le nom de Dieu COLLINS J J Daniel p 160 poursuit que cette Theacuteologie du nom est une caracteacuteristique de la tradition deuteacuteronomique 505 GLADD B Revealing the Mysterion p 29 506 Cette expression chaldeacuteenne apparaicirct toujours en reacutefeacuterence aux diffeacuterents rois (voir 3 9 5 10 6 7 6

22) 507 Cf STEINMANN A Daniel p 114 508 MEADOWCROFT T J Aramaic Daniel and Greek Daniel p 169 509 LACOCQUE A Daniel et son temps p 148 510 HARRIS L Dicionaacuterio Internacional de Teologia do Antigo Testamento p 1719 511 Ibid

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Dans cette perspective lenlegravevement des rois au v 21b rappelle dune part le siegravege

de Jeacuterusalem ougrave Dieu livra aux mains de Nabuchodonosor le roi Joaquim roi de Juda (Dn

1 2) et dautre part renvoie agrave linterpreacutetation du recircve sur la fin du pouvoir que

Nabuchodonosor a lui-mecircme reccedilu de Dieu (Dn 2 37) ainsi que la fin des empires

successifs jusquagrave leacutetablissement du royaume eacuteternel de Dieu (Dn 2 44) Mecircme si le

premier centre dinteacuterecirct de linterpreacutetation vise les eacuteveacutenements eschatologiques cela reste

encore pertinent dans la situation de Daniel512

En effet le moment le plus dramatique et le plus extraordinaire du reacutecit513 est celui

de lexigence du roi envers les sages de Babylone agrave deacuteclarer le contenu de son recircve et son

interpreacutetation Ce moment est extraordinaire dans le sens quil est un cas unique dans le

Proche Orient ancien ougrave un roi exige aux sages de faire connaicirctre le contenu de son

recircve514 Il est aussi dramatique parce que la deacutecision arbitraire du roi est suivie dun deacutecret

de mise agrave mort de tous les sages de Babylone

Alors que Nabuchodonosor utilise son autoriteacute impeacuteriale pour mettre agrave mort la

force salvifique de Dieu sexerce contre tout pouvoir totalitaire au profit de ceux qui en

sont victimes Dieu utilise sa force non pas pour rendre en piegraveces (Dn 2 5) les rois

mais pour leur enlever leur autoriteacute devenue abusive et totalitaire En ce sens la force

divine sexprime par rapport agrave la sagesse dont il en est lorigine Tout pouvoir reccedilu de

Dieu doit donc ecirctre exerceacute avec sagesse

Dans la dynamique du livre la premiegravere occurrence de חכמה se trouve en Dn 1 4

comme qualiteacute humaine exigeacutee dans le choix des enfants des familles nobles dIsraeumll qui

devraient ecirctre formeacutes agrave la cour royale Le terme חכמה est ici employeacute dans le sens dune

connaissance empirique515 Dans le contexte de leacuteducation babylonienne en Dn 1 17

apparaicirct deacutejagrave comme un don de Dieu accordeacute aux quatre enfants dIsraeumll516 Dans ce חכמה

contexte la sagesse des enfants dIsraeumll apparaicirct en Dn 1 20 comme supeacuterieure agrave celle

des devins et magiciens babyloniens

Apregraves la longue discussion qui a mis en deacuteroute la sagesse des sages babyloniens

(Dn 2 1-13) le terme חכמה reacuteapparaicirct dans le contexte de la priegravere de Daniel (vv 20-23)

512 BEALE G K The Use of Daniel p 14 513 Expression employeacutee par LACOCQUE A Le livre de Daniel p 41 pour qualifier linstant de la deacutecision

absurde et arbitraire du roi

514 Cf AZZAM J Daniel ou le deacutechiffrement drsquoune souffrance devenue excessive p 101 LACOCQUE

A Le livre de Daniel p 41 515 GOLDINGAY J Daniel p 20 516 Ce verset (Dn 1 17) a eacuteteacute consideacutereacute par COLLINS J J Daniel p 144 comme un verset paradigmatique

dans le livre de Daniel

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ayant pour origine le Dieu dIsraeumll Cest pourquoi la sagesse de Daniel nest pas une

sagesse empirique qui serait le fruit de son expeacuterience humaine ni une sagesse reccedilue lors

de sa formation agrave la cour royale

En eacutetant celui qui incarne la sagesse du Dieu dIsraeumll on comprend alors pourquoi

Daniel ne pouvait pas ecirctre preacutesent parmi les sages de Babylone convoqueacutes pour ecirctre mis

en deacuteroute par leacutenigme du roi La sagesse divine de Daniel ne pouvait pas ecirctre confondue

agrave la sagesse idolacirctre des nations paiumlennes A travers Daniel et les sages de Babylone

lenjeu est donc aussi et surtout celui de la supeacuterioriteacute du Dieu dIsraeumll source de toute

sagesse sur les rois des nations paiumlennes et leurs diviniteacutes517

Au v 23 qui assume les vv 20-22 le mystegravere est la reacuteveacutelation de la sagesse divine

agrave Daniel sur les eacuteveacutenements futurs preacuteciseacutement lenlegravevement et labaissement du roi ainsi

que leacutetablissement deacutefinitive du regravegne de Dieu518 Ces eacuteveacutenements futurs sexpriment

dans dautres deacuteterminations comme eacutetant des choses profondes et cacheacutees (v 22a) ce

qui se trouve dans les teacutenegravebres (v 22b) mais qui neacutechappe pas agrave la connaissance divine

parce que la lumiegravere demeure avec Lui (v 22c)

Lexpression choses profondes et cacheacutees augmente le degreacute de mystegravere sur le

recircve du roi alors que le paralleacutelisme lexical lumiegravere et teacutenegravebres souligne la

connaissance du Dieu dIsraeumll 519 En effet dans lAncien Testament la lumiegravere est

employeacutee de maniegravere symbolique pour deacutesigner la vue la connaissance la veacuteriteacute la

bonteacute la joie et la vie alors que les teacutenegravebres symbolisent labsence de ces concepts520 Ce

contraste entre la lumiegravere (נהור) et les teacutenegravebres (חשוך) se produit eacutegalement dans le texte

postexilique de Is 60 ougrave le thegraveme de la lumiegravere est aussi employeacute pour parler du pouvoir

de Dieu sur les nations521

De mecircme en Is 30 26 le thegraveme de la lumiegravere sert agrave deacutecrire la victoire de Dieu au

jour ougrave il gueacuterira son peuple de ses blessures En Jb 30 26 le bonheur et le malheur

sexpriment par rapport au contraste lumiegravere et teacutenegravebres et la puissance divine se

517 Contre GOLDINGAY J Daniel p 54 qui nie toute poleacutemique entre le Dieu dIsraeumll et les dieux

babyloniens en soulignant plutocirct lopposition entre la sagesse surnaturelle de Daniel et la sagesse mondaine

des sages de Babylone 518 GLADD B Revealing the Mysterion p 31 519 KIM J Y Doxology as the Rhetoric of Resistance in the Aramaic Tales of Daniel 2-6 p 140 520 HARTMANN L F DI LELLA A A The Book of Daniel p 140 521 SMITH-CHRISTOPHER D Prayers and Dreams p 286 Dans larameacuteen biblique le terme חשוך

(teacutenegravebres) apparaicirct uniquement en Dn 2 22 Cf HARRIS L Dicionaacuterio Internacional de Teologia do

Antigo Testamento p 1693 GAMMIE J On the Intention and Sources of Daniel I-VI p 291 et seq

conclut au terme de son eacutetude sur les sources des reacutecits de Daniel que les auteurs du livre ont puiseacute tant au

niveau des ideacutees theacuteologiques que du vocabulaire dans le Deuteacutero-Isaiumle les Proverbes et Job

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manifeste en ce quil deacutevoile les profondeurs des teacutenegravebres et amegravene lombre agrave la lumiegravere

(Jb 12 22) Dans le contexte du livre de Daniel ougrave lon est en face dun reacutecit de conflits

de loyauteacute et estimations contrasteacutees de puissance mondaine il est clair que la lumiegravere et

plus speacutecialement la sagesse comme lumiegravere deacuteveloppe davantage la notion de lumiegravere

comme une expression de la puissance divine sur les puissances terrestres caracteacuteriseacutees

par les teacutenegravebres522

Pourtant au v 22c du poegraveme de Dn 2 le participe passeacute שרא qui renvoie agrave la

lumiegravere a une fonction active Lexpression la lumiegravere demeure avec lui pourrait donc

renvoyer agrave la responsabiliteacute dIsraeumll de servir les rois eacutetrangers comme la lumiegravere des

nations leur montrant ainsi le pouvoir salvifique du Dieu des exileacutes523 En ce sens Daniel

(et Israeumll en geacuteneacuteral) serait pour les nations reacuteveacutelateur dhistoire et donc libeacuterateur524

Mais si Daniel (et ses compagnons) est preacutesenteacute comme protagoniste de

lavegravenement salvifique du Dieu dIsraeumll la lumiegravere est en deacutefinitive lexpression du

pouvoir salvifique de Dieu sur les forces terrestres repreacutesenteacutees par les teacutenegravebres Au v

20d la force divine est deacutecrite par le terme qui reacuteapparaicirct au v 23c pour exprimer גבורה

la force reccedilue par Daniel

En effet le substantif גבורה deacuterive de la racine rbg qui est associeacutee au combat et

possegravede un lien avec la force et la vitaliteacute dun guerrier couronneacute de succegraves525 Dans la

litteacuterature biblique גבורה renvoie geacuteneacuteralement au pouvoir de Dieu526 Pourtant dans le

discours de Daniel en Dn 2 37 le pouvoir accordeacute agrave Nabuchodonosor sexprime par le

substantif חסן Or ce terme ainsi que son eacutequivalent heacutebraiumlque est geacuteneacuteralement employeacute

dans le sens de richesse ou prospeacuteriteacute mateacuterielle527 De mecircme la force accordeacutee au roi en

2 37 est exprimeacutee par le substantif תקף Comme dans le cas de Dn 11 17 ce terme fait

appel au pouvoir ou agrave lautoriteacute dun royaume ou dun gouvernant528

Cette diffeacuterence terminologique montre la supeacuterioriteacute du pouvoir et de la sagesse

divine dont Daniel est le beacuteneacuteficiaire sur le roi et les sages babyloniens ainsi que les

diviniteacutes meacutesopotamiennes En deacutefinitive le pouvoir de Daniel se deacutefinit en connexion

522 SMITH-CHRISTOPHER D Prayers and Dreams p 287 523 KIM J Y Doxology as the Rhetoric of Resistance in the Aramaic Tales of Daniel 2-6 p 140 524 LACOCQUE A Daniel et son temps p 149 525 HARRIS L Dicionaacuterio Internacional de Teologia do Antigo Testamento p 242 526 Ibid p 243 527 Ibid p 506 528 Ibid p 1658

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avec Dieu et ce pouvoir se trouve dans sa connaissance ou dans la lumiegravere de sa

sagesse529

Sur le plan des dynamismes soteacuteriologiques Daniel et ses compagnons (exprimeacutes

par le suffixe de la premiegravere personne du pluriel au v 23c) sont beacuteneacuteficiaires de lactiviteacute

reacuteveacutelatrice de Dieu qui leur a donneacute de connaicirctre laffaire du roi Les quatre enfants

dIsraeumll entretiennent donc avec Dieu une relation de beacuteneacutefice dans le don de la sagesse

et de la connaissance et peuvent alors briller parmi les nations paiumlennes et idolacirctres

comme de veacuteritables fils de lumiegravere

Ce nest donc pas seulement par la priegravere que Daniel et ses compagnons

deviennent protagonistes de lavegravenement salvifique dans la diaspora mais aussi par la

sagesse reccedilue du Dieu dIsraeumll Le don divin de la sagesse devient un acte libeacuterateur et

donc salvifique non seulement pour Daniel et ses compagnons mais aussi agrave travers eux

pour les nations eacutetrangegraveres En ce sens la connaissance de lidentiteacute juive comme peuple

de sagesse et de lumiegravere divine est essentielle pour leacuteventuelle deacutefaite de lautoriteacute

impeacuteriale530 et lavegravenement salvifique du Dieu dIsraeumll dans la diaspora babylonienne

Beacutenir le nom du Dieu du ciel revient finalement agrave confesser les richesses de sa

puissance salvifique agrave remonter agrave leur source ineacutepuisable mais aussi se laisser emporter

par leacutelan de cette reacuteveacutelation chercher agrave lamplifier au maximum et convier tout son

entourage agrave la reconnaicirctre et agrave la reacutepandre531 afin decirctre participant du projet salvifique du

Dieu dIsraeumll qui advient pour tous les peuples jusquagrave la fin des jours

529 SMITH-CHRISTOPHER D Prayers and Dreams p 289 530 Ibid 531 GUILLET J Le langage spontaneacute de la beacuteneacutediction dans lAncien Testament p 204

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4 Perspectives dun dialogue entre Ep 3 1-13 ET Dn 2 17-23

Apregraves une analyse de la dynamique soteacuteriologique de Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23

le but du preacutesent chapitre est de mettre en exergue des points de contacts entre la lettre

aux Epheacutesiens et le livre de Daniel agrave partir des deux peacutericopes eacutetudieacutees En affirmant des

affiniteacutes qui existent entre les deux textes ces points de contacts permettent deacutetablir un

dialogue entre ces deux eacutecrits bibliques non seulement sur le plan litteacuteraire mais aussi et

surtout sur le plan theacuteologique et particuliegraverement en lien avec les dynamismes

soteacuteriologiques signifieacutes par la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

En effet lusage du terme μυστήριον dans la lettre aux Epheacutesiens et dans les eacutecrits

neacuteotestamentaires reflegravete un arriegravere-plan seacutemitique532 Son emploi dans la lettre aux

Epheacutesiens correspond davantage agrave son usage dans le livre de Daniel ougrave les termes

importants en lien avec le mystegravere sont eacutegalement attesteacutes533 Les similitudes entre Daniel

et Epheacutesiens ne sont pas simplement dordre geacuteneacuteral mais implique un processus

dadaptation de reacuteinterpreacutetation et dapplication agrave de nouvelles situations et contextes534

Cest donc particuliegraverement dans cette tradition danieacutelique que lauteur de la lettre

aux Epheacutesiens fait usage de cet heacuteritage pour deacutecrire le mystegravere eschatologique de Dieu

qui se rend preacutesent dans la communauteacute chreacutetienne dEphegravese 535 Le dialogue entre

Epheacutesiens et Daniel prendra alors en compte les contextes historique et litteacuteraire le

vocabulaire le contenu de la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance comme fil

conducteur de la dynamique salvifique des deux textes

532 Cf BROWN R The Semitic Background of the Term Mystery in the New Testament p 1 passim

BORNKAMM G μυστήριον col 677 et seq 533 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 121 et seq 534 Ibid p 135 535 Ibid

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41 Lhistoire comme lieu de lavegravenement salvifique

411 Le projet salvifique de Dieu et sa reacutealisation dans lhistoire

Leacutetude de la lettre aux Epheacutesiens montre quelle accorde une grande importance

non seulement au projet de Dieu et sa reacuteveacutelation dans lhistoire mais aussi agrave la place de

lEglise et agrave la connaissance qui ouvre au mystegravere du Christ et qui nest possible que dans

lEglise536 Ce projet de Dieu est fondamentalement lieacute agrave son œuvre de salut reacutealiseacutee dune

part par le don de sa gracircce (Ep 1 6) et dautre part par lannonce et laccueil dans la foi

de lEvangile du salut (Ep 1 13)

Lœuvre de salut qui se deacuteploie dans la dynamique de la lettre nest donc pas avant

tout le reacutesultat dun effort humain mais un don de la gracircce divine par la foi en Jeacutesus Christ

(Ep 2 8-9) Laction divine de la gracircce est le fondement du salut et la reacuteponse de la foi

apparaicirct comme le moyen par lequel ce salut devient effectif dans la vie de la personne

humaine et de la communauteacute537

Dans le contexte de Dn 2 17-23 les termes רז et hlGgt font leur premiegravere apparition

en lien avec le Dieu dIsraeumll Lemploi de ces termes dans la dynamique du reacutecit montre

que le Dieu dIsraeumll est le seul capable de reacuteveacuteler le mystegravere En effet le message central

de la peacutericope de Dn 2 17-23 est celui de laffirmation de la souveraineteacute de Dieu source

de toute sagesse qui dirige les eacuteveacutenements de lhistoire538 En Daniel les eacuteveacutenements

historiques nont lieu par aucune neacutecessiteacute autre que par le deacutecret de Dieu De mecircme en

Epheacutesiens les eacuteveacutenements de lhistoire arrivent selon le projet eacuteternel eacutetabli en Dieu

depuis les siegravecles539

536 REYNIER C LEpicirctre aux Epheacutesiens p 41 et seq 537 LINCOLN T A Ephesians p 111 538 PRINSLOO GTM Two Poems in a Sea of Prose p 101 539 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 124

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412 La foi dans la dynamique du projet salvifique

Si lattitude du chreacutetien par rapport agrave Dieu est exprimeacutee en termes de foi en Ep 3

12 ce terme napparaicirct pourtant pas litteacuteralement dans la peacutericope de Dn 2 17-23 Or

lattitude de priegravere de Daniel et ses amis peut bien ecirctre deacutecrite comme une attitude de foi

au Dieu dIsraeumll540 Daniel est dailleurs deacutecrit comme un homme de foi en Dn 2 45 6

524 En effet le verbe ~a ] qui signifie confier croire en se traduit au participe passeacute

par digne de confiance541

En Dn 2 45 le participe passeacute ן ומהימ est exprimeacute par rapport agrave son sujet פשר

Toutefois en Dn 6 524 le verbe ~a ] renvoi particuliegraverement agrave la fideacuteliteacute et agrave la foi de

Daniel agrave son Dieu En ce sens le jeu dassonance sur le couple בעה (demander) et בעו

(demande priegravere) en Dn 6 8 et 6 14 revecirct une importance particuliegravere dans le sens dune

manifestation de foi ou de fideacuteliteacute au Dieu dIsraeumll542 A travers cette attitude de foi

manifeste chez Daniel (et ses compagnons) lavegravenement salvifique du Dieu dIsraeumll

devient effective dans la diaspora babylonienne

Toutefois la fideacuteliteacute de Daniel agrave son Dieu nest pas incompatible avec son service

agrave la cour royale543 Son attitude dans la diaspora babylonienne manifeste la sagesse par

laquelle le Dieu dIsraeumll deacutetient le controcircle des eacuteveacutenements de lhistoire ougrave se deacuteploie

progressivement son projet de salut Ce projet salvifique ne consiste pas agrave opposer Israeumll

aux nations eacutetrangegraveres ni de sauver les uns au deacutetriment des autres En restant fidegravele au

Dieu dIsraeumll tout en eacutetant au service des rois eacutetrangers cette attitude du jeune juif de la

diaspora peut paraicirctre complexe et pose la question du veacutecu authentique du judaiumlsme au

milieu des nations paiumlennes et idolacirctres Pourtant cest agrave travers cette attitude que le projet

salvifique de Dieu adviendra en terre eacutetrangegravere

540 Le recours agrave la priegravere est une constance assez reacuteguliegravere aussi bien dans la lettre aux Epheacutesiens que dans

le livre de Daniel Voir Dn 2 20-23 6 10-11 6 27-28 9 3-19 Ep 1 3-1417-23 3 14-21 541 HARRIS L Dicionaacuterio Internacional de Teologia do Antigo Testamento p 1667 542 Ibid p 1673 543 Il faut dire avec COLLINS J J Imaginaccedilatildeo apocaliacuteptica p 150 que Dn 2 ne rejette pas le

gouvernement paiumlen qui est vu comme faisant partie du dessein de Dieu

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413 La question didentiteacute dans la dynamique du salut

Cette question de lauthenticiteacute est eacutetroitement lieacutee agrave celle de lidentiteacute juive en

terre eacutetrangegravere Il est question de surmonter ladversiteacute et de trouver leacutequilibre dune vie

agrave la fois enrichissante et creacuteative dans un contexte paiumlen544 Comme faisant partie du

monde eacutetranger il nest pas question de se couper de ce monde ni de chercher ou espeacuterer

sa destruction545 Il faut sauver agrave la fois le monde juif et le monde paiumlen comme faisant

partie de lhistoire que Dieu dirige avec sagesse dans son projet eacutetabli depuis les siegravecles

Cette probleacutematique de lidentiteacute se retrouve eacutegalement dans les premiers siegravecles

du christianisme naissant et particuliegraverement dans le rapport entre les chreacutetiens dorigine

juive et paiumlenne preacutesent dans la lettre aux Epheacutesiens En effet la lettre aux Epheacutesiens

appartient agrave lheure critique et feacuteconde ougrave le christianisme seacuteloigne de ses reacutefeacuterences

fondatrices546 Comment teacutemoigner de lEvangile du Christ dans un monde qui continue

agrave vivre comme si rien ne seacutetait passeacute La lettre aux Epheacutesiens est engageacutee dans ce

tournant de lhistoire et se preacutesente comme porteuse dun mystegravere reacuteveacuteleacute par Dieu547

Dans le souci de donner une reacuteponse agrave cette question didentiteacute la premiegravere partie

de la lettre renforce le sens de lidentiteacute chreacutetienne le privilegravege et le statut dont jouissent

les Juifs et les Nations en tant que chreacutetiens faisant partie du Corps du Christ qui est

lEglise548 De mecircme dans la deuxiegraveme partie la lettre aux Epheacutesiens invite les Juifs et

les Nations agrave teacutemoigner de cette identiteacute comme ceux qui font partie non seulement de

lEglise ou du monde mais des deux reacutealiteacutes inseacuteparables549

En Daniel tout comme en Epheacutesiens cette probleacutematique passe ineacutevitablement

par le recours agrave la theacutematique du mystegravere que Dieu reacutevegravele et fait connaicirctre dans lhistoire

Si le mystegravere a eacuteteacute fait connaicirctre agrave Paul au cours dune reacuteveacutelation (Ep 3 3) cest dans une

vision de nuit que ce mystegravere a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave Daniel (Dn 2 19) La reacuteveacutelation du μυστήριον

eacutepheacutesien et du רז danieacutelique renforce le rapprochement entre les deux textes et preacutesente

des affiniteacutes aussi bien dordre litteacuteraire que theacuteologique

544 HUMPHREYS W L A Life-Style for Diaspora A Study of the Tales of Esther and Daniel p 223 545 Ibid 546 BOUTTIER M LrsquoEpicirctre de saint Paul aux Epheacutesiens p 45 547 Ibid p 46 548 LINCOLN T A Ephesians p LXXV 549 Ibid

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42 Points de contacts litteacuteraires du dialogue eacutepheacutesien et danieacutelique

Les points de contacts formels entre Epheacutesiens et Daniel vont au-delagrave du terme

μυστήριον et de son eacutequivalent arameacuteen רז pour prendre en compte dautres termes qui

constituent le panorama seacutemantique des deux textes Cest ainsi que

ἀποκάλυψιςἀποκαλύπτω et γνωρίζω dune part et hlGgt et ידע dautre part deviennent des

composantes essentielles du mystegravere dans le deacuteploiement du projet salvifique de Dieu

En effet le champ seacutemantique de Dn 2 semblable agrave celui de Ep 3 1-13 se

caracteacuterise par une abondance de termes agrave connotation sapientielle et apocalyptique qui

fait apparaicirctre un fil conducteur commun de Daniel agrave Epheacutesiens550 Le tableau ci-dessous

preacutesente quelques points de contacts importants dans le rapprochement des deux textes

Tabeaux 27 Panorama lexicographique de Dn 2 17-23 et Ep 3 1-13

DANIEL

EPHESIENS

2 TM רז

LXX μυστήριον

TH μυστήριον

3 349 μυστήριον

2 TM hlGgt TH ἀποκαλύπτω

335 ἀποκάλυψις ἀποκαλύπτω

2 1723(2x)

TM ידע

TH γνωρίζω

33510 γνωρίζω

2 2023 TM חכמה

LXX σοφία

TH σοφία

3 10

σοφία

2 2023 TM גבורה

LXXμεγαλωσύνηφρόνησις

TH σύνεσις δύναμις

3 4 et 3

7

σύνεσις δύναμις

2 21 TM לידעי בינה

LXX σύνεσις

TH σύνεσις

3 4 σύνεσις

2 2123 TM יהב

LXX δίδωμι

TH δίδωμι

3 278 δίδωμι

2 22 TM rtsgt LXX σκοτεινός

TH ἀπόκρυφος

3 9 = 35 ἀποκρύπτω

2 22 TM ונהורא

LXX φῶς

TH φῶς

3 9 φωτίζω

550 REYNIER C Evangile et mystegravere p 223

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2 23 TM כען

LXX νῦν TH νῦν

3 510 νῦν

2 20 TM מן־עלמא ועד־עלמא

LXX εἰς τὸν αἰῶνα

TH ἀπὸ τοῦ αἰῶνος καὶ ἕως τοῦ

αἰῶνος

3 9

3 11

ἀπὸ τῶν αἰώνων

πρόθεσιν τῶν αἰώνων

421 Le vocabulaire sapientiel et apocalyptique

Dans la premiegravere partie de la peacutericope en Dn 2 17-19 apparaissent les trois termes

clefs de notre eacutetude comme expression de la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et

connaissance551 Cette trilogie est exprimeacutee dans le TM par les termes hlG qui ידע et רז lt

correspondent respectivement aux termes ἀποκάλυψις ἀποκαλύπτω μυστήριον et

γνωρίζω en Ep 3 35 Le texte grec de TH traduit la trilogie danieacutelique par les mecircmes

termes retrouveacutes en Epheacutesiens 3 1-13552

Le couple sagesse (חכמה) et force (גבורה) qui constitue une inclusion du poegraveme

danieacutelique renvoi eacutegalement agrave Ep 3 10 ougrave la sagesse (σοφία) de Dieu sera connue des

principauteacutes et des puissances dans les cieux par lEglise Alors que la LXX traduit le

terme גבורה respectivement par μεγαλωσύνη en Dn 2 20 et par φρόνησις en Dn 2 23 le

texte de TH traduit le mecircme terme par σύνεσις en Dn 2 20 et par δύναμις en Dn 2 23

En Dn 2 21 la sagesse que Dieu donne aux sages ainsi que la connaissance aux

intelligents trouve une correspondance lexicale en Ep 3 4 avec le σύνεσις de lapocirctre dans

le mystegravere du Christ et la πολυποίκιλος σοφία τοῦ θεου qui doit ecirctre connue des

principauteacutes et des puissances dans les cieux De mecircme en Dn 2 2123 et Ep 3 278

551 Dans cette premiegravere partie de luniteacute textuelle au v 17 la LXX traduit le terme arameacuteen חבר par

συνεταίροις (compagnons) et au v 18 le mecircme terme est traduit par Δανιηλ καὶ οἱ μετ᾽ αὐτου (Daniel et

ceux avec lui) Dans la mecircme logique du TM TH le traduit par φίλοις (amis) 552 Comme il a eacuteteacute montreacute dans lanalyse du chapitre preacuteceacutedent le texte de TH aussi bien que celui de la LXX traduisent le terme arameacuteen רז toujours par μυστήριον toutefois les verbes hlGgt et ידע connaissent une

gamme de traductions tregraves varieacutees dans la LXX Par ailleurs en Dn 2 19-20 apparaicirct le verbe rbgt traduit

aussi bien par la LXX que par TH par le terme εὐλογέω Mecircme si ce verbe napparaicirct pas en Ep 3 1-13 il

apparaicirct en Ep 1 3 comme un terme essentiel dans la dynamique de la lettre et le lien avec Daniel est aussi

remarquable Pour les correspondances entre Daniel 2 et Ep 1 Voir CARAGOUNIS C The Ephesian

Mysterion p 123 et seq Cet auteur y fait aussi allusion agrave quelques eacuteleacutements communs entre Daniel 2 et

Ep 3 mais son eacutetude abonde davantage dans la correspondance entre Dn 2 et la beacuteneacutediction en Ep 1

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cette correspondance lexicale est encore plus renforceacutee par le verbe δίδωμι qui indique

lorigine divine du don de la sagesse et de lintelligence accordeacutee agrave Daniel et aux

intelligents ainsi que le don de la gracircce dont lapocirctre en est le beacuteneacuteficiaire

En effet la seacutequence danieacutelique tu mas donneacute la sagesse et la force tu nous as

fait connaicirctre ce que nous tavons demandeacute et tu nous a fait connaicirctre laffaire du roi553

en Dn 2 23 qui souligne avec emphase lorigine divine du don renvoie eacutegalement agrave la

seacutequence eacutepheacutesienne la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute donneacutee et ma eacuteteacute fait connaicirctre le

mystegravere en Ep 3 2-3 qui souligne lorigine en Dieu du don de la gracircce

La reacuteveacutelation des choses profondes554 et cacheacutees (ἀπόκρυφος) en Dn 2 22 fait

eacutecho du mystegravere cacheacute (ἀποκρύπτω) en Dieu depuis les siegravecles (Ep 3 9) Ce mystegravere

cacheacute en Dieu fait appel au mystegravere du Christ qui na pas eacuteteacute fait connaicirctre des autres

geacuteneacuterations des fils des hommes mais qui est maintenant reacuteveacuteleacute aux saints apocirctres et

prophegravetes (Ep 3 5) En outre le contraste teacutenegravebres et lumiegravere en Dn 2 22 trouve sa

reacutesonnance dans la mise en lumiegravere (φωτίζω) du mystegravere cacheacute en Dieu depuis les siegravecles

(Ep 3 9) En Daniel tout comme en Epheacutesiens Dieu est le sujet du mystegravere et Lui seul

est capable de le reacuteveacuteler agrave qui il veut

422 Le vocabulaire temporel

La correspondance dans le vocabulaire sapientiel et apocalyptique sentrelace

aussi bien en Daniel quen Epheacutesiens avec le vocabulaire temporel Le champ seacutemantique

de la temporaliteacute est marqueacute par le νῦν eschatologique eacutepheacutesien en 3 510 qui entraicircne

dans sa dynamique le νῦν de la reacuteveacutelation faite agrave Daniel (et ses compagnons) en Dn 2 23

553 Le texte grec de TH traduit le dernier ידע de Dn 2 23 avec le suffixe de la premiegravere personne du singulier

Au lieu de tu nous as fait connaicirctre du TM le texte de TH preacutesente τὸ ὅραμα τοῦ βασιλέως ἐγνώρισάς

μοι (la vision du roi tu mas fait connaicirctre) MEADOWCROFT T J Aramaic Daniel and Greek Daniel p

167 affirme quil nexiste aucun teacutemoin textuel arameacuteen qui confirme ce suffixe de la premiegravere personne du

singulier Par ailleurs alors que le texte de TH traduit dans le mecircme sens que le TM la phrase ce que nous

tavons demandeacute au v 23 avec le suffixe de la premiegravere personne du pluriel (ἃ ἠξιώσαμεν παρὰ σοῦ) la

LXX quant agrave elle traduit cette phrase avec le suffixe de la premiegravere personne du singulier ἠξίωσα (ce que

jai demandeacute) MEADOWCROFT T J Op cit p 167 mentionne deux teacutemoins de la recension lucianique

ainsi que le bohairic et eacutethiopien qui soutiennent le singulier hxiwsa Il conclut que TH reflegravete mieux le

sens du chapitre dans la mesure ougrave les amis de Daniel se sont tous reacuteunis en priegravere mecircme si Daniel a eacuteteacute le

seul agrave avoir reccedilu la reacuteveacutelation 554 Il faut remarquer avec MEADOWCROFT T J Op cit p 170 et seq que la reacuteveacutelation des choses

profondes (et cacheacutees) est unique dans larameacuteen biblique Malgreacute son occurrence en Is 29 5 et ses diverses

connotations en Is 22 7 Ez 23 32 ou Jb 11 8 ce nest quen Dn 2 22 que le terme revecirct un sens

eschatologique ou mecircme apocalyptique en lien avec le mystegravere divin TH et la LXX le traduisent par βαθέα

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Cest maintenant (νῦν) que le mystegravere est reacuteveacuteleacute et les apocirctres et prophegravetes en sont les

beacuteneacuteficiaires dans lEsprit (Ep 3 5) Cest aussi maintenant (νῦν) que la sagesse multiple

de Dieu doit ecirctre connue des principauteacutes et des puissances dans les cieux par lEglise (Ep

3 10)

Ce νῦν est bien le νῦν de la fin dune fin qui nest pas cessation de lhistoire mais

dune fin qui est conccedilue comme le temps de la croissance continue de lEglise555 Cest

dans cette perspective de la temporaliteacute que se situe agrave la fois le πρόθεσιν τῶν αἰώνων de

Ep 3 11 et le mystegravere cacheacute ἀπὸ τῶν αἰώνων en Ep 3 9 ainsi que le nom de Dieu qui doit

ecirctre beacuteni ἀπὸ τοῦ αἰῶνος καὶ ἕως τοῦ αἰῶνος (Dn 2 20) Ce vocabulaire de la temporaliteacute

est encore plus abondant en Ep 3 1-13

A travers ce panorama de vocabulaire sapientiel et apocalyptique il en ressort que

la reacuteveacutelation du mystegravere qui a son origine en Dieu est une sagesse dont la dimension

personnelle est fortement souligneacutee aussi bien en Daniel quen Epheacutesiens556 Mais le

projet salvifique de Dieu est tellement surabondant et riche quil ne peut ecirctre deacutecrit quen

termes sapientiels557 Il a donc fallu conjuguer avec les deux types de vocabulaire dans

une parfaite harmonie pour exprimer la richesse du projet salvifique de Dieu dans les

deux textes bibliques

En effet en donnant un privilegravege agrave la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

Daniel et Epheacutesiens vont au-delagrave dun simple choix des termes pour marquer une

eacutevolution dans la maniegravere de comprendre et dinterpreacuteter le projet salvifique de Dieu qui

fait son cours dans lhistoire558

423 Le mystegravere et la naissance dun nouveau langage

Lemploi du terme רז dans le livre de Daniel apparaicirct pour la premiegravere fois dans le

contexte de Dn 2 17-23 consideacutereacute comme partie centrale du reacutecit de Dn 2 Ce terme vient

agrave la suite dun ensemble de termes employeacutes dans le reacutecit pour parler du recircve du roi

555 REYNIER C Evangile et mystegravere p 262 556 Ibid p 223 557 Ibid p 256 558 Dans son analyse du terme μυστήριον REYNIER C Evangile et mystegravere p 224 montre deacutejagrave

limportance du choix de ce terme et le changement radical que cela implique dans la maniegravere de penser et

dexprimer la reacutealiteacute du Christ et de lEglise Cette reacutealiteacute du Christ et de lEglise exprimeacutee en terme de

mystegravere fait partie du projet salvifique de Dieu qui suit son cours de Daniel agrave Epheacutesiens

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Nabuchodonosor et son interpreacutetation Toutefois en donnant un sens au recircve du roi le רז

danieacutelique fait appel agrave un autre type de vocabulaire preacuteciseacutement dans la partie centrale

du reacutecit pour deacutecrire la reacuteveacutelation divine et le deacuteploiement du projet salvifique de Dieu

Ce nouveau langage imposeacute par lemploi du terme רז va au-delagrave des cateacutegories

dexpressions lieacutees au symbolisme des recircves Cest ainsi que le verbe hlG gt fait aussi son

apparition dans ce contexte et employeacute toujours en lien avec le mystegravere Il nest plus

seulement question de linterpreacutetation (פשר) du recircve (חלם) mais de la reacuteveacutelation dun

mystegravere Dans ce contexte le verbe ידע devient lui aussi une composante importante du

mystegravere pour exprimer de maniegravere particuliegravere la connaissance dont Dieu seul en est

lorigine

La reacuteveacutelation progressive du mystegravere fait donc appel agrave un nouveau langage qui

sexprime agrave travers des termes qui deviennent deacutecisifs dans le deacuteploiement du projet

salvifique de Dieu En ce sens en Dn 2 18 agrave travers le lien entre les termes רז et רחמין la

reacuteveacutelation divine devient lexpression de la miseacutericorde de Dieu pour tous ceux qui se

trouvent dans une situation de peacuteril Dans la dynamique du mystegravere ce projet salvifique

de Dieu sexprime comme eacutetant des choses profondes et cacheacutees (Dn 2 22) qui ne seront

pleinement reacuteveacuteleacutees et connues quagrave la fin des jours (Dn 2 28)

Le recours au mystegravere exprime degraves lors la richesse inouiumle du projet salvifique

eacutetabli depuis les siegravecles en Dieu Ce recours au mystegravere et ses composantes qui permet

dexprimer le projet salvifique de Dieu situe deacutesormais le reacutecit danieacutelique dans une

dynamique eschatologique En effet mecircme apregraves sa reacuteveacutelation le mystegravere divin continue

decirctre un mystegravere559

De mecircme dans la lettre aux Epheacutesiens le recours au terme μυστήριον impose

ladoption dun nouveau langage Un langage qui sexprime non seulement agrave travers les

composantes ἀποκάλυψις ἀποκαλύπτω et γνωρίζω mais aussi agrave travers leacutelaboration de

nouveaux termes et concepts qui implique une eacutevolution dans le langage theacuteologique560

En effet la dynamique de la lettre aux Epheacutesiens est marqueacutee par lusage du terme

μυστήριον qui en est une theacutematique essentielle Si les occurrences du terme sont deacutejagrave

assez significatives dans la dynamique de la lettre sa forte concentration en Ep 3 1-13

permet de comprendre le contenu du mystegravere eacutepheacutesien et den deacutegager ses conseacutequences

559 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 124 560 REYNIER C Evangile et mystegravere p 224

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De mecircme quen Daniel le μυστήριον eacutepheacutesien favorise le recours agrave de nouveaux

termes et concepts pour deacutecrire le projet salvifique de Dieu qui advient maintenant dans

et par lEglise561 La voie est deacutesormais ouverte agrave lexeacutegegravese et agrave la theacuteologie qui peuvent

interpreacuteter et inventer des concepts nouveaux dans et par lEglise pour rendre compte de

linsondable richesse du Christ et de sa prodigieuse nouveauteacute562

424 Correspondance entre Ep 3 8 et Dn 2 30563

Au-delagrave de la peacutericope de Dn 2 17-23 cette correspondance lexicale et syntaxique

est encore plus marqueacutee en Dn 2 30 et Ep 3 8 selon le scheacutema ci-dessous

Dn 2 30 (TH)564 Ep 3 8

καὶ ἐμοὶ δὲ Ἐμοὶ

οὐκ ἐν σοφίᾳ τῇ οὔσῃ ἐν ἐμοὶ παρὰ πάντας τοὺς ζῶντας τῷ ἐλαχιστοτέρῳ πάντων ἁγίων

τὸ μυστήριον τοῦτο ἀπεκαλύφθη ἐδόθη ἡ χάρις αὕτη

ἀλλ᾽ ἕνεκεν τοῦ τὴν σύγκρισιν τοῖς ἔθνεσιν εὐαγγελίσασθαι

τῷ βασιλεῖ γνωρίσαι ἵνα τοὺς διαλογισμοὺς τῆς καρδίας σου γνῷς τὸ ἀνεξιχνίαστον πλοῦτος τοῦ Χριστοῦ

Et agrave moi

non pas par une sagesse qui soit en moi plus quen tous les vivants

ce mystegravere a eacuteteacute reacuteveacuteleacute

pour que linterpreacutetation soit connue du roi et pour que tu connaisses les penseacutees de ton cœur

(Dn 2 30)

A moi

le plus petit de tous les saints

a eacuteteacute donneacutee cette gracircce

dannoncer lEvangile aux Nations linsondable richesse du Christ (Ep 3 8)

Dun cocircteacute comme de lautre les deux passages commencent par un Ἐμοὶ

emphatique qui trouve son compleacutement tant dans le mystegravere qui a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave Daniel que

dans la gracircce qui a eacuteteacute donneacutee agrave Paul Les deux passifs theacuteologiques ἀπεκαλύφθη (Dn 2

561 Lanalyse du premier chapitre a montreacute lapparition des termes qui ne sont employeacutes quen Ep 3 1-13 562 Reynier C Evangile et mystegravere p 263 Cet auteur parle de lacte de naissance dun nouveau langage

theacuteologique car lEglise Corps du Christ rassemblant les Juifs et les Nations doit inventer un langage

nouveau pour exprimer sa reacutealiteacute Cf Ibid p 266 passim 563 Ibid p 223 note 11 fait une allusion agrave quelques points de contacts entre Dn 2 30 et Ep 3 8 et 9 564 Le texte de TH et celui de la LXX en Dn 2 30 sont presque identiques Lunique diffeacuterence majeure est lusage du passif ἀπεκαλύφθη du verbe ἀποκαλύπτω par TH pour traduire le peil י du TM La LXX גל

par contre opte pour le passif ἐξεφάνθη du verbe ἐκφαίνω

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30) et ἐδόθη (Ep 3 8) marquent lorigine divine de la reacuteveacutelation et du don de la gracircce

Entre le Ἐμοὶ initial et son compleacutement se trouve un trait caracteacuteristique du beacuteneacuteficiaire

de la reacuteveacutelation et du don de la gracircce divine Daniel se preacutesente comme nayant pas plus

de sagesse que les autres ecirctres humains et Paul se considegravere le plus petit de tous les saints

et donc de tous les fidegraveles dans le Christ

Les deux versets deacutebouchent lun et lautre sur la finaliteacute du don reccedilu et lextension

des destinataires de la gracircce divine En Dn 2 30 il sagit de faire connaicirctre au roi

linterpreacutetation pour que celui-ci puisse connaicirctre les penseacutees de son cœur565 En Ep 3 8

il sagit dannoncer lEvangile aux Nations linsondable richesse du Christ Si Dn 2 atteint

son climax dans leacutetablissement du royaume eacuteternel de Dieu qui deacutetient en son pouvoir le

controcircle des eacuteveacutenements de lhistoire le mystegravere eacutepheacutesien atteint son climax dans la

reacuteunion des Juifs et des Nations dans le Corps du Christ qui est lEglise566

Dun cocircteacute comme de lautre avec des accents diffeacuterents il sagit dune theacuteologie

de lhistoire 567 Pourtant en Ep 3 6 lEglise apparaicirct comme eacutetant le contenu du

mystegravere568 Il convient degraves lors de faire un rapprochement entre le contenu du mystegravere en

Dn 2 17-23 et celui de Ep 3 1-13 pour en deacutegager les points de contacts et leacutevolution

sur le plan des dynamismes salvifiques des deux textes

43 Le contenu du mystegravere dans la dynamique salvifique de Daniel et Epheacutesiens

431 La sagesse eschatologique dans lavegravenement du projet salvifique

Lanalyse du terme רז dans le chapitre preacuteceacutedant a montreacute que ladoption de ce

terme arameacuteen dorigine perse situe le reacutecit de Daniel dans une perspective

565 STEINMANN A Daniel p 130 remarque que dans larameacuteen biblique le verbe impersonnel renvoie

agrave Dieu comme ultime agent de laction et le verbe en question se met au passif comme dans le cas preacutesent

(γνωρίσαι) pour que linterpreacutetation soit connue au roi 566 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 124 567 COLLINS J J Imaginaccedilatildeo apocaliacuteptica p 150 568 Il a eacuteteacute montreacute dans lanalyse du chapitre 2 que le deacutevoilement progressif du mystegravere eacutepheacutesien en Ep 3

1-13 deacutebouche sur lEglise comme contenu du mystegravere Voir aussi REYNIER C Evangile et mystegravere p

262 qui reconnaicirct lEglise Corps du Christ comme contenu du mystegravere en Ep 3 1-13

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eschatologique En effet le contexte de Dn 2 est celui ougrave les juifs se trouvent en terre

eacutetrangegravere dans la diaspora babylonienne Leur contact et soumission aux cultures lois et

institutions paiumlennes et idolacirctres conduit agrave une assimilation progressive des coutumes

eacutetrangegraveres et par conseacutequent agrave une perte de leur identiteacute religieuse et culturelle baseacutee sur

lalliance avec le Dieu dIsraeumll

Dans ce contexte ladaptation du terme רז deacutepasse deacutesormais le cadre du recircve du

roi et son contenu pour prendre une perspective eschatologique En ce sens la sagesse a

eacuteteacute preacutesenteacutee et analyseacutee comme contenu de ce mystegravere eschatologique en Dn 2 20-23

La fonction de cette sagesse a eacuteteacute deacutecrite comme celle de mettre en deacuteroute la sagesse des

devins et magiciens babyloniens pour affirmer la supeacuterioriteacute du Dieu dIsraeumll source de

toute sagesse sur les nations paiumlennes et leurs diviniteacutes

Mais cette sagesse est aussi celle qui consiste agrave ramener vers le Dieu dIsraeumll tous

les deacuteporteacutes de Juda qui au contact avec le contexte paiumlen et idolacirctre se sont enliser dans

le syncreacutetisme ceux qui en saccommodant aux cultures eacutetrangegraveres se sont eacuteloigneacutes du

Dieu dIsraeumll comme eacutetant lunique source du salut569 Cest cette sagesse dont Daniel a

eacuteteacute le beacuteneacuteficiaire dans son rocircle de protagoniste de lavegravenement salvifique de Dieu en terre

eacutetrangegravere Cest la sagesse par laquelle Dieu conduit les eacuteveacutenements de lhistoire

De plus cette sagesse dont Daniel a eacuteteacute le beacuteneacuteficiaire pour le salut des quatre

enfants dIsraeumll ainsi que des magiciens et devins babyloniens teacutemoigne en mecircme temps

du caractegravere universel de lavegravenement salvifique de Dieu en terre eacutetrangegravere Ce projet

salvifique de Dieu deacutepasse deacutejagrave les frontiegraveres dIsraeumll et se rend preacutesent chez les nations

paiumlennes et idolacirctres

Si ce caractegravere universel du projet salvifique apparaicirct encore de maniegravere implicite

en Daniel en Epheacutesiens luniversaliteacute du projet salvifique de Dieu devient une reacutealiteacute

manifeste dans la reacuteunion des Juifs et des Nations dans lEglise Cest par cette Eglise que

sera connue des principauteacutes et des puissances dans les cieux la sagesse multiple de Dieu

(cf Ep 3 10)

En effet en Ep 1 17 la theacutematique de la sagesse apparaicirct deacutejagrave en lien avec celle

de la reacuteveacutelation dans la priegravere de Paul En se tournant agrave Dieu dans la priegravere Paul lui

demande de donner aux Juifs et aux Nations devenus chreacutetiens un esprit de sagesse et de

reacuteveacutelation pour arriver agrave la vraie connaissance de Dieu (cf Ep 1 17) Il sagit en Daniel

comme en Epheacutesiens dune sagesse dont lorigine se trouve en Dieu Alors que Paul

569 LACOCQUE A Daniel et son temps p 149

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demande un esprit de sagesse et de reacuteveacutelation Daniel rend gracircce agrave Dieu pour lui avoir

donneacute la sagesse et la force (Dn 2 23)

Pourtant si cette sagesse danieacutelique est dans sa forme une sagesse mantique elle

est dans son fond une sagesse eschatologique En Dn 2 28 ce mystegravere renvoie alors agrave ce

qui arrivera agrave la fin des jours car il y a un Dieu dans le ciel qui reacutevegravele les mystegraveres et qui

a fait connaicirctre au roi Nabuchodonosor ce qui arrivera agrave la fin des jours (Dn 2 28)

432 LEglise dans lavegravenement du projet salvifique

A la lumiegravere des eacutetudes bibliques concernant Israeumll et les Nations dans la

perspective eschatologique les noms et les images appliqueacutes agrave lEglise montrent que

lEglise est effectivement consideacutereacutee comme le vrai temps de la fin composeacutee des

chreacutetiens dorigine juive et paiumlenne570 Si en Dn 2 17-23 la sagesse est essentiellement

le contenu du mystegravere en Ep 3 1-13 lEglise Corps du Christ reacuteunissant les chreacutetiens

dorigine juive et paiumlenne apparaicirct comme le contenu du mystegravere

Loin de soumettre les uns et les autres dans un processus dassimilation lEglise

est deacutesormais le lieu ougrave se joue la question didentiteacute des Juifs et des Nations appeleacutes agrave

former le Corps du Christ Cest en assumant pleinement cette identiteacute dans le Christ que

lEglise constitueacutee des Juifs et des Nations fera connaicirctre aux principauteacutes et aux

puissances dans les cieux la sagesse multiple de Dieu selon le projet eacutetabli depuis les

siegravecles dans le Christ (Ep 3 10-11)

Sur le plan des dynamismes soteacuteriologiques on assiste agrave une eacutevolution importante

de Dn 2 17-23 agrave Ep 3 1-13 Le dynamisme initieacute au v 17 par Daniel le deacuteporteacute de Juda

atteint son sommet au v 19 par la reacuteveacutelation du mystegravere dans une vision de nuit De mecircme

en Ep 3 le dynamisme initieacute par Paul le prisonnier du Christ au v 1 atteint son

paroxysme au v 3 par lavegravenement du mystegravere qui lui a eacuteteacute fait connaicirctre au cours dune

reacuteveacutelation

En tant que protagonistes des actions geacuteneacutereacutees en Dn 2 17-18 Daniel et ses

compagnons en sont aussi des beacuteneacuteficiaires Mais ces actions sont eacutegalement geacuteneacutereacutees

pour le salut des sages de Babylone qui se trouvent dans une situation de peacuteril De mecircme

570 BEALE G K A New Testament Biblical Theology p 669

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en Ep 3 en tant que protagonistes de lavegravenement salvifique Paul est en mecircme temps

beacuteneacuteficiaires de la reacuteveacutelation du mystegravere divin qui est tout de mecircme dirigeacutee au salut des

Nations qui en sont les grands beacuteneacuteficiaires

En Daniel laction des quatre jeunes juifs comme protagonistes de lavegravenement

salvifique du Dieu dIsraeumll en terre eacutetrangegravere est encore limiteacutee agrave une dimension terrestre

et parfois individuelle De plus mecircme sil nest pas question deacuteliminer les nations

eacutetrangegraveres pour la survie du peuple dIsraeumll il est encore question dune confrontation

entre les deux peuples et la sagesse du Dieu dIsraeumll dont Daniel en est le beacuteneacuteficiaire

servira de confirmer la supeacuterioriteacute du Dieu de Daniel sur les diviniteacutes meacutesopotamiennes

Dans luniteacute textuelle de Dn 2 17-23 le retour de Daniel agrave la maison et sa

rencontre avec ses amis dans la priegravere a mis en relief limportance de la communion

comme condition neacutecessaire pour lavegravenement salvifique du Dieu dIsraeumll en terre

eacutetrangegravere Cette aspect communautaire sera porteacute agrave une dimension plus large en Ep 3 1-

13 Si Daniel et ses compagnons eacutetaient les principaux agents soteacuteriologiques en Dn 2

17-23 en Ep 3 1-13 au-delagrave de lactiviteacute de Paul comme prisonnier du Christ et serviteur

de lEvangile lEglise devient en Ep 3 10 lagent soteacuteriologique par qui sera connue la

sagesse multiple de Dieu

En reacuteunissant en son sein les Juifs et les Nations lEglise manifeste clairement le

deacutepassement impreacutevisible des barriegraveres et teacutemoigne de leffectiviteacute de lavegravenement

salvifique du Dieu de Jeacutesus Christ Le caractegravere individuel de la meacutediation de la gracircce

divine preacutesent dans le protagonisme de Daniel donne suite agrave une dimension

communautaire et eccleacutesiale Si en Daniel le mystegravere est employeacute pour deacutecrire le plan

salvifique de Dieu571 ce projet est progressivement reacuteveacuteleacute dans la connaissance des

choses profondes et cacheacutees (Dn 2 22) dont lexistence de lEglise en est maintenant une

manifestation

En Epheacutesiens lEglise est le contenu du mystegravere ougrave se joue deacutesormais le projet

salvifique cacheacute en Dieu depuis les siegravecles Il est vrai que Epheacutesiens met laccent sur la

reacutealiteacute du salut dans lhistoire pour affermir les chreacutetiens face aux menaces croissantes de

leur environnement mais lattente future nest pas du tout consumeacutee par lexpeacuterience

actuelle du salut572 Ainsi lEglise devient dans le projet eacuteternel reacutealiseacute dans le Christ (Ep

3 11) le lieu par excellence ougrave advient lavegravenement salvifique dans lhistoire des peuples

571 ARNOLD C Power and Magic p 127 572 LONA H Die Eschatologie im Kolosser und Epheserbrief p 427 passim

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En effet dans sa fonction de faire connaicirctre aux principauteacutes et puissances la

sagesse multiple de Dieu le passif γνωρισθῇ en Ep 3 10 invite agrave consideacuterer le rocircle de

lEglise plus dans le sens passif que dans le sens actif Toutefois lEglise nest pas passive

dans le sens de ne pas reacutesister agrave linfluence des puissances mais dans le sens quelle ne

doit pas agir comme un agent expeacutedieacute pour proclamer la domination de Dieu sur les

puissances573 Lexistence de lEglise montre aux puissances quelles sont impuissantes

dempecirccher le progregraves de lEvangile et la dispensation du mystegravere cacheacute et ne peuvent

deacutetruire le corps du Christ constitueacute des Juifs et des Nations574

433 La priegravere dans la reacuteveacutelation du mystegravere et lavegravenement du projet salvifique

La priegravere est un eacuteleacutement essentiel aussi bien dans la lettre aux Epheacutesiens que dans

le livre de Daniel En Dn 2 17-23 la reacuteveacutelation du mystegravere est preacuteceacutedeacutee et motiveacutee par

la priegravere des quatre enfants dIsraeumll reacuteunis en priveacute dans le lieu dhabitation De plus apregraves

la reacuteveacutelation du mystegravere Daniel adresse une priegravere agrave Dieu qui est tout de mecircme contenue

dans la partie centrale du reacutecit En Epheacutesiens apregraves avoir eacuteteacute beacuteneacuteficiaire de la reacuteveacutelation

du mystegravere en Ep 3 1-13 Paul adresse une priegravere agrave Dieu qui est situeacutee en Ep 3 14-21

Cette priegravere est mise dans la bouche de Paul agrave genoux en preacutesence du Pegravere de qui

toute paterniteacute au ciel et sur la terre tire son nom (Ep 3 14) Elle surgit dans ce contexte

comme reacuteponse de lapocirctre et le fruit de la reacuteveacutelation du mystegravere qui lui a eacuteteacute fait connaicirctre

en Ep 3 1-13 La reacuteveacutelation du mystegravere tant en Epheacutesiens quen Daniel deacutebouche sur une

attitude de priegravere Si Daniel beacutenit le nom du Dieu du ciel (Dn 2 20) Paul se met agrave genoux

en preacutesence du Pegravere du ciel et de la terre (Ep 3 14) Lattitude de priegravere des deux

personnages manifeste le lien entre le Dieu du ciel reacuteveacutelateur du mystegravere et le caractegravere

mysteacuterieux de lhistoire ougrave se deacuteroule le projet salvifique575

573 ARNOLD C Power and Magic p 63 574 Ibid p 64 575 LACOCQUE A Le livre de Daniel p 45 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 124 observe

que la reacuteveacutelation du mystegravere amegravene Daniel et Epheacutesien agrave beacutenir Dieu

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44 La souveraineteacute divine et la soumission de toutes les puissances dans lavegravenement du projet salvifique

441 La souveraineteacute divine dans lavegravenement du projet salvifique

Le livre de Daniel met en scegravene deux grands groupes de personnes Dun cocircteacute se

trouve le peuple dIsraeumll auquel appartient Daniel et ses trois amis qui sont protagonistes

de la reacuteveacutelation divine et de lavegravenement salvifique dans la diaspora babylonienne Ce

groupe est consideacutereacute comme appartenant au Dieu qui reacutevegravele les mystegraveres Dun autre cocircteacute

se trouve le groupe des Nations eacutetrangegraveres Parmi ceux-ci se trouvent le roi

Nabuchodonosor et ses successeurs ainsi que les sages de Babylone qui sont eux aussi

beacuteneacuteficiaires de lavegravenement salvifique du Dieu dIsraeumll Ce groupe est consideacutereacute comme

eacutetant des nations paiumlennes et idolacirctres

Toutefois dans la dynamique du reacutecit de Dn 2 et particuliegraverement en Dn 2 17-

23 ougrave est affirmeacute de maniegravere deacutecisive la souveraineteacute du Dieu dIsraeumll le reacuteveacutelateur des

mystegraveres Israeumll et les nations eacutetrangegraveres sont appeleacutes agrave se soumettre agrave lautoriteacute du Dieu

du Ciel qui controcircle les eacuteveacutenements de lhistoire 576 Daniel est lui-mecircme capable

dinterpreacuteter le recircve du roi et de preacutedire le futur parce que son Dieu controcircle lhistoire et

deacutetermine les eacuteveacutenements la connaissance divine teacutemoigne de la puissance divine et de

son controcircle sur lhistoire577

Dans la dynamique du livre le recircve et la vision en Dn 2 et 7 atteignent leur climax

dans leacutetablissement du royaume de Dieu avec son autoriteacute universelle et eacuteternelle ougrave le

mystegravere est particuliegraverement axeacute sur lacte eschatologique de Dieu de tout soumettre sous

576 Pour VON RAD G Theacuteologie de lAncien Testament p 267 le livre de Daniel ne preacutesente pas des

reacutefeacuterences sur lhistoire du peuple dIsraeumll et leacuteveacutenement du salut qui y est eschatologique est uniquement

tourneacute vers le futur et non preacutesent dans lhistoire dIsraeumll Cette affirmation ne tient pas en compte le lien entre le Dieu du ciel et ses actions dans lhistoire Dieu nest pas tout simplement preacutesent dans lhistoire

mais il agit dans cette histoire Cest lui qui fait changer les temps et les saisons cest lui qui fait et deacutefait

les rois donne la sagesse aux sages reacutevegravele les choses profondes et cacheacutees (Dn 2 21-22) Nous observons

avec DELCOR M Lhistoire selon le livre de Daniel notamment au chapitre 11 p 386 que loriginaliteacute

de Daniel est marqueacutee par son inteacuterecirct pour lhistoire universelle ideacutee qui eacutetait reacutepandue dans le monde

greacuteco-romain et dans le monde meacutesopotamien Toutefois linteacuterecirct de Daniel pour la totaliteacute de lhistoire ne

lempecircche pas de sinteacuteresser aux eacuteveacutenements particuliers Ce sont ces eacuteveacutenements particuliers faisant partie

de lhistoire universelle qui rendent possible une lecture du deacuteploiment du projet salvifique du Dieu dIsraeumll 577 DAVIES P R Eschatology in the Book of Daniel p 40

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sa domination578 La partie centrale de Dn 2 met en vue cette souveraineteacute de Dieu non

seulement dans les eacuteveacutenements futurs qui arriveront agrave la fin des jours mais aussi dans les

eacuteveacutenements qui font partie du passeacute et du preacutesent du peuple Le lien entre lhabileteacute de

reacuteveacuteler le futur et la souveraineteacute est particuliegraverement affirmeacute dans la deacuteclaration du roi

Votre Dieu est le Dieu des dieux et le maicirctre des rois le reacuteveacutelateur des mystegraveres (Dn

2 47)579

Dans la lettre aux Epheacutesiens et particuliegraverement en Ep 3 1-13 ougrave est exprimeacute de

maniegravere deacutecisive le contenu du mystegravere il est aussi question des Juifs et des Nations

appeleacutes maintenant agrave se soumettre agrave lautoriteacute du Christ en formant son Corps qui est

lEglise En Epheacutesiens les Nations sont coheacuteritiegraveres co-corporeacutees et coparticipantes de

la promesse dans le Christ Jeacutesus (Ep 3 6) Le mystegravere eacutepheacutesien atteint son climax dans le

avnakefalaiwsij de tous les ecirctres dans le Christ et qui saccomplit au temps fixeacute tout

comme le regravegne de Dieu en Daniel580

En effet dans le deacuteploiement de son projet salvifique Dieu fait connaicirctre le

mystegravere de sa volonteacute quil avait formeacute en Lui par avance pour le reacutealiser quand les temps

seraient accomplis (Ep 1 10a) Ce mystegravere consiste effectivement agrave ramener tous les ecirctres

ceacutelestes et terrestres sous lautoriteacute du Christ (Ep 1 10b) Ainsi tout comme la soumission

de toute chose au royaume de Dieu en Daniel le avnakefalaiwsij eacutepheacutesien implique la

soumission de toute chose dans la Christ581

Par ailleurs en Daniel la soumission du peuple dIsraeumll agrave lautoriteacute divine implique

une eacutethique de vie Israeumll est appeleacute agrave garder la loi et les deacutecrets de Dieu agrave reconnaicirctre la

souveraineteacute de Dieu par la priegravere et le refus des autres diviniteacutes ainsi que lobservance

des lois alimentaires582 Par contre la soumission des nations eacutetrangegraveres agrave lautoriteacute de

Dieu dans le livre de Daniel est particuliegraverement baseacutee sur lattitude des rois paiumlens et

idolacirctres Les rois des nations eacutetrangegraveres sont appeleacutes agrave eacuteviter toute attitude

dinsubordination au Dieu du ciel et de se reconnaicirctre eux-mecircmes pas plus que des

serviteurs par rapport agrave Dieu qui est lunique roi de lunivers583

La reconnaissance de la souveraineteacute du Dieu dIsraeumll par les nations eacutetrangegraveres

passe par la soumission des rois paiumlens qui dans lexercice de leur pouvoir sont des rois

578 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 124 579 DAVIES P R Op cit p 40 580 CARAGOUNIS C Op cit p 124 581 Ibid 582 BARTON J Theological Ethics in Daniel p 666 583 Ibid

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despotes des reacutegimes totalitaires La soumission au Dieu dIsraeumll comme eacutethique

theacuteologique du livre de Daniel renforce le fait que lhistoire ne deacutepend pas des deacutecisions

humaines mais a eacuteteacute formeacutee par avance dans le projet salvifique de Dieu 584 Cette

soumission dIsraeumll et des nations eacutetrangegraveres montre au bout du compte que le Dieu du

ciel est celui dont le nom doit ecirctre beacutenit eacuteternellement parce que cest agrave Lui la sagesse et

la force pour conduire les eacuteveacutenements de lhistoire dans le temps et au-delagrave du temps

Cest une reconnaissance que cest le Dieu du ciel qui fait changer le temps et les

saisons alors que les diviniteacutes paiumlennes nont aucune maicirctrise sur le temps et les

eacuteveacutenements de lhistoire Le Dieu du ciel est celui qui deacutetrocircne les rois et en eacutetablit dautres

dans sa sagesse et sa force (Dn 2 20-21)

Dans la lettre aux Epheacutesiens la soumission de tous les ecirctres sous lautoriteacute du

Christ implique aussi bien pour les Juifs que pour les Nations la neacutecessiteacute de former le

Corps du Christ qui est lEglise Toutefois dans le ἀνακεφαλαιώσασθαι τὰ πάντα ἐν τῷ

Χριστῷ qui forme le climax de la Beacuteneacutediction sont inclus non seulement lEglise mais

aussi des puissances spirituelles eacutenumeacutereacutees en Ep 1 21 qui attestent que le vrai contraste

en Epheacutesiens ne se situe pas entre les Juifs et les Nations mais plutocirct entre lEglise et les

puissances585 Cest par lEglise que sera connue de ces puissances invisibles la sagesse

multiple de Dieu (Ep 3 10)

Les Juifs et les Nations sont degraves lors inviteacutes dans une eacutethique de vie agrave marcher

en accord avec lappel quils ont reccedilu (Ep 4 1) Cet appel consiste dune part agrave se supporter

les uns les autres dans lamour avec humiliteacute douceur et patience (Ep 4 2) et dautre part

agrave garder luniteacute par le lien de paix (Ep 4 3) Cet appel est deacutejagrave affirmeacute de maniegravere

condenseacutee et deacutecisive dans le contenu du mystegravere en Ep 3 6 Le projet salvifique de Dieu

advient deacutesormais par la constitution dun peuple uni dans le Christ Cest une uniteacute que

les Juifs et les Nations sont appeleacutes agrave garder (τηρεῖν τὴν ἑνότητα) parce quelle est deacutejagrave

donneacutee Cette uniteacute deacutejagrave donneacutee par la croix du Christ est le reacutesultat de lagir salvifique

du Christ qui est notre paix586

Le Christ ayant lui-mecircme fait et proclameacute la paix (Ep 2 14-18) il revient aux

Juifs et aux Nations decirctre des agents de paix et de reacuteconciliation dans lEglise pour

preacuteserver luniteacute587 Le projet salvifique que Dieu a par avance eacutetabli selon sa volonteacute nest

584 Ibid 585 CARAGOUNIS C Ephesian Mysterion p 157 586 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 209 587 Ibid p 210

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donc pas un deacuteterminisme ni en Epheacutesiens ni en Daniel ougrave est affirmeacute sans reacuteserve le

deacuteploiement de ce projet eacuteternel de Dieu

En Daniel comme en Epheacutesiens le projet salvifique de Dieu nexclut pas une

eacutethique de vie individuelle etou communautaire qui consiste agrave participer agrave son avegravenement

et agrave son accomplissement En dautres termes la soumission au projet salvifique de Dieu

ne veut pas dire que laction humaine nest pas importante bien au contraire il y a un

impeacuteratif de coopeacuterer au projet de Dieu par la soumission agrave sa volonteacute588

En Epheacutesiens les Juifs et les Nations deacutesormais membres dun mecircme corps sont

appeleacutes agrave revecirctir larmure de Dieu pour reacutesister aux manœuvres du diable car ce nest pas

contre les adversaires de sang et de chair quils ont agrave lutter mais contre les principauteacutes

et les puissances (Ep 6 11-12) Le concept de principauteacutes et puissances et leur

soumission agrave Dieu comme faisant partie du projet salvifique et condition preacutealable pour

lavegravenement du projet eschatologique de Dieu en Daniel a la mecircme eacutequivalence en

Epheacutesiens589 Cest agrave ces principauteacutes et puissances que la sagesse multiple de Dieu doit

maintenant ecirctre connue par lEglise (Ep 3 10)

442 Les principauteacutes et les puissances dans lavegravenement du projet salvifique

Dans le contexte socio-historique de lAsie Mineure Occidentale reacutegnait une

grande peur des puissances de la part des populations locales et ces puissances eacutetaient

aussi un sujet de preacuteoccupation pour les destinataires de la lettre590 Comment lauteur

reacutepond-il agrave cette preacuteoccupation rencontreacutee par les communauteacutes chreacutetiennes dans le veacutecu

de leur foi Et quel rapport peut-on eacutetablir entre le concept de puissances dans la lettre

aux Epheacutesiens et celui du livre de Daniel591

588 BARTON J Theological Ethics in Daniel p 667 589 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 135 590 ARNOLD C Power and Magic p 124 591 Dans leacutetude du concept des principauteacutes et des puissances dans le Nouveau Testament en geacuteneacuteral et

dans la lettre aux Epheacutesiens en particulier le lien a eacuteteacute particuliegraverement noteacute avec lapocalyptique juive Cf

EVERLING O Die Paulinische Angelologie und Daumlmonologie p 119 DIEBELIUS M Die Geisterwelt

im Glauben des Paulus p 182 Toutefois mecircme si cest un concensus que les lettres pauliniens reflegravetent

un arriegravere fond juif du monde des esprits ARNOLD C Power and Magic p 52 observe quau premier

siegravecle le judaiumlsme partageait aussi les croyances du monde helleacutenistique sur les puissances spirituelles et

par conseacutequent lopinion juive chevauche de faccedilon significative sur le monde helleacutenistique

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En effet cest dans un contexte marqueacute par la croyance agrave lexistence des puissances

surnaturelles que lauteur de la lettre fait appel aux termes ἀρχή et ἐξουσία appliqueacutes agrave

ces puissances invisibles Dans la dynamique de la lettre la premiegravere occurrence des

termes ἀρχή et ἐξουσία apparaicirct au singulier en Ep 1 21 preacuteciseacutement dans le contexte de

laffirmation de la souveraineteacute du Christ qui sest assis agrave la droite de Dieu bien au-dessus

de toutes les puissances ceacutelestes

Dans ce contexte apparaicirct aussi la premiegravere occurrence du terme ἐκκλησία en lien

avec le Christ En mettant toute chose sous ses pieds Dieu constitue le Christ comme

Tecircte de son Eglise au-dessus de toute chose (Ep 1 22) En soulignant la supreacutematie du

Christ sur tous les ecirctres Dieu met le Christ au-dessus de toutes les principauteacutes et

puissances quel que soit leur nature592 Cest dans et par lavegravenement du Christ en qui Dieu

a reacuteuni tous les ecirctres terrestres et ceacutelestes que Dieu continue agrave deacuteployer son projet

salvifique

Dans le contexte du combat spirituel en Ep 6 12 les ἀρχαῖς et ἐξουσίαις au

pluriel sont identifieacutes comme des puissances maleacutefiques en conflit avec les croyants

montrant que le conflit auquel sont appeleacutes les Juifs et les Nations dans le Christ est un

conflit spirituel et non physique593 Les lieux ceacutelestes ougrave reacutesident ces puissances renvoient

non seulement agrave la source des beacuteneacutedictions spirituelles dont les croyants en sont

beacuteneacuteficiaires mais aussi au lieu ougrave siegravege le Christ agrave la droite de Dieu ainsi que le lieu de

reacutesidence des ecirctres spirituels594

Dans cette perspective lexistence de lEglise est une eacutevidence tangible qui atteste

que le pouvoir des puissances ceacutelestes a eacuteteacute aneacuteanti pour deacutemontrer la soumission au

Christ des eacuteleacutements les plus divers de la creacuteation595 La deuxiegraveme occurrence de ἀρχή et

ἐξουσία apparaicirct au pluriel en Ep 3 10 encore en lien avec la deuxiegraveme occurrence de

ἐκκλησία par qui sera connue la sagesse multiple de Dieu

En effet en 1Cor 2 8 aucun des princes (τῶν ἀρχόντων) de ce monde na connu

la sagesse divine qui se trouve dans le Christ pourtant en Ep 3 10 cette sagesse divine

sera connue des principauteacutes et les puissances dans les cieux (ταῖς ἀρχαῖς καὶ ταῖς

ἐξουσίαις ἐν τοῖς ἐπουρανίοις) Puisse quils sont eux aussi dans les cieux ougrave le Christ a

eacuteteacute exalteacute quel que soit leur nature ce sont des ecirctres soumis agrave la souveraineteacute du Christ596

592 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 102 593 HOEHNER H Ephesians p 482 594 Ibid 595 Ibid p 484 596 BOISMARD M-E Lrsquoeacutenigme de la lettre aux Epheacutesiens p 43

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Le νῦν exprimeacute en Ep 3 10 revecirct degraves lors toute sa signification dans le fait quil

marque le temps de lEglise597 Le mystegravere qui a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave Paul aux saints apocirctres et

prophegravetes na pas encore eacuteteacute porteacute agrave la connaissance des principauteacutes et des puissances

Il faut attendre le temps de lEglise qui est elle-mecircme le contenu du mystegravere par qui Dieu

continue agrave porter agrave son terme son projet salvifique

La compreacutehension de ces ἀρχαῖς et ἐξουσίαις ne peut donc ignorer les

repreacutesentations dont deacutepend Epheacutesiens dans sa maniegravere de parler des reacutealiteacutes invisibles

de son eacutepoque en lutte avec les humains et qui ont particuliegraverement leur milieu de vie

dans lapocalyptique juive598 Lexistence de lEglise est un tournant important dans la

reacuteveacutelation progressive du mystegravere divin pour que son projet salvifique puisse aller au-

delagrave de la sphegravere terrestre pour atteindre les principauteacutes et les puissances dans les cieux

Dans le livre de Daniel les termes ἀρχή et ἐξουσία napparaissent pas litteacuteralement

dans la peacutericope de Dn 2 17-23 Toutefois la question de la souveraineteacute de Dieu et son

pouvoir sur tout lunivers exprime de maniegravere implicite la souveraineteacute et la domination

de Dieu sur toutes les puissances visibles et invisibles En effet dans le texte arameacuteen de

Daniel le terme שלטן apparaicirct 13 fois dont 12 occurrences au singulier (3 33 4

1931(2x) 6 27(2x) 7 61214(2x)2627a) et une seule au pluriel (7 27b)

En Dn 3 et 4 טןשל renvoi au pouvoir de Dieu qui est exerceacute de geacuteneacuteration en

geacuteneacuteration Les deux occurrences de Dn 6 font respectivement allusion au pouvoir humain

du roi Darius et au pouvoir de Dieu reconnu comme un pouvoir qui naura pas de fin En

Dn 7 qui contient le plus grand nombre doccurrences שלטן est non seulement employeacute

par rapport agrave la figure du leacuteopard dans la vision de Daniel (7 6) mais aussi par rapport

aux autres becirctes agrave qui la domination a eacuteteacute enleveacutee

En Dn 7 14 שלטן est employeacute en lien avec la figure pareille agrave un Fils dhomme

deacutecrit en Dn 7 13 agrave qui est confieacutee une domination eacuteternelle En Dn 7 26 שלטן renvoi agrave

la domination du roi qui seacutelegravevera apregraves les 10 autres rois avec un pouvoir eacutenorme mais

qui finira par ecirctre vaincu Dans ce contexte שלטן exprime aussi la domination sous tous

les cieux qui est donneacute au peuple des saints du Tregraves Haut (Dn 7 27a)

597 LINCOLN T A Ephesians p 186 598 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 187 En faisant allusion au judaiumlsme de leacutepoque et

en particulier de lapocalyptique plusieurs auteurs y voient le lien entre le concept des puissances invisibles

de Epheacutesiens et celui de Daniel (Dn 7 27 10 13) Maccabeacutees (2M 5 2) Enoch (1Enoch 61 10 41 9 90

2124) Cf ARNOLD C Power and Magic p 186 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 157-

161

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Toutefois le terme שלטנה (TH = avrcai LXX = evxousiai) en contraste en Dn 7 14

et 7 27a ne porte pas sur le sens abstrait de puissance ou autoriteacute mais sur le sens concret

des puissances invisibles soumis au עליונין (Tregraves-haut)599 Lunique emploi de שלטן au

pluriel renvoi agrave toutes les dominations qui serviront le Tregraves-haut et lui obeacuteiront600 Il en

ressort que שלטן est employeacute non seulement dans le sens de puissance autoriteacute et regravegne

mais aussi dans le sens de puissances spirituelles601

Degraves lors le lien avec la partie des visions de Daniel paraicirct alors eacutevident dans la

correspondance avec le terme שר (LXX = στρατηγός et TH = ἄρχων) particuliegraverement en

Dn 10 132021 En effet en Dn 1 7-18 שר est employeacute pour deacutesigner le chef des

eunuques de la cour royale de Babylone Si son emploi en Dn 8 25 renvoi tregraves

certainement agrave Dieu comme le Prince des princes son emploi en 8 11 est assez

ambivalent Sil est question de larmeacutee ceacuteleste et de son chef qui serait Dieu lui-mecircme le

texte deacutecrirait larrogance dAntiochus mais sil est question de larmeacutee dIsraeumll et de son

chef le Grand precirctre le texte ferait allusion agrave la perseacutecution en 1 Maccabeacutees602

Tout compte fait lemploi du terme en Dn 10 132021 montre que שר nest pas

tout simplement employeacute dans le sens dune autoriteacute humaine mais aussi dans le sens

dune autoriteacute spirituelle En effet le monde symbolique de Daniel preacutesente une

dimension agrave la fois temporelle et spatiale Lideacutee de la deacutesagreacutegation de lordre du monde

preacutesenteacutee en Dn 7 est agrave la fois accompagneacutee dune ferme conviction du controcircle divin sur

le cours de lhistoire et dune croyance vive agrave lactiviteacute des pouvoirs surnaturels eacutevidents

dans les princes angeacuteliques de Dn 10603 Si le ἄρχων du peuple dIsraeumll est repreacutesenteacute par

le prince Michel les arcontej de la Perse et de la Gregravece sont aussi des puissances

invisibles qui sont des vraies et ultimes autoriteacutes agissant en leur homologues terrestres604

Le conflit des puissances met donc en scegravene des forces humaines et ceacutelestes dans

la reacuteveacutelation progressive du mystegravere de Dieu dont le projet salvifique se rend preacutesent dans

lhistoire En changeant le pluriel αὐτῶν de la LXX en Dn 7 27 par le singulier αὐτῷ le

599 CARAGOUNIS C History and Supra-history pp 396 passim 600 Lusage du terme שלטן en Dn 7 est particuliegraverement significatif non seulement en lien avec les puissances

terrestres mais aussi en lien avec la figure du Fils de lhomme et des puissances invisibles En Dn 7 12-27 la LXX traduit le terme שלטן par evxousia alors que TH emploi trois fois evxousia et quatre fois ἀρχή 601 CARAGOUNIS C The Ephesion Mysterion p 159 602 ALONSO SCHOumlKEL L SICRE DIAZ J L Profetas II p 1318 603 COLLINS J J Daniel and His Social World p 140 604 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 159

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texte de TH renvoi non pas a λαῷ (agrave linstar de la LXX) mais au ὑψίστου agrave qui les avrcai

comme puissances invisibles sont soumises et non pas aux saints du Tregraves Haut605

Degraves lors il en deacutecoule que toutes les puissances visibles et invisibles sont

soumises agrave la figure pareille au Fils de lhomme agrave qui est confieacutee une domination eacuteternelle

Ainsi en Dn 7 le concept de avrcaievxousiai renvoi non seulement aux puissances

spirituelles qui inspirent des actions contre le projet divin du salut mais aussi renvoi agrave

lautoriteacute des rois qui gouvernent selon leur suzerain invisibles606

La soumission de toutes ces puissances visibles et invisibles agrave la souveraineteacute du

ὑψίστου renvoi aussi agrave la soumission de toutes les puissances terrestres et ceacutelestes dans

le Christ dont Epheacutesiens en fait une parfaite illustration En Daniel tout comme en

Epheacutesiens le concept de avrcaievxousiai touche agrave la fois le monde visible des humains qui

sont en lutte contre ces puissances mais aussi le monde invisible ougrave ces puissances ont

un champ daction qui va au-delagrave de la sphegravere terrestre

En Daniel comme en Epheacutesiens quel que soit le pouvoir de ces ecirctres visibles ou

invisibles ils sont tous soumis agrave la souveraineteacute de Dieu dont le projet salvifique se

deacuteploie dans le monde visible et invisible En Epheacutesiens il revient agrave lEglise contenu

eschatologique du mystegravere decirctre le lieu ougrave la sagesse divine sera connue de ces

principauteacutes et puissances dans les cieux (Cf Ep 3 10)

La question de lhistoire dans ses cateacutegories spatiales et temporelles ainsi que la

soumission de toutes les puissances visibles et invisibles sous lautoriteacute de Dieu ou du

Christ tout comme le νῦν dans sa dimension eschatologique pose ineacutevitablement la

question de leschatologie dans les deux eacutecrits bibliques Existe-t-il une eschatologie en

Daniel et Epheacutesiens et quel serait leur point de rencontre

605 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 160 606 CARAGOUNIS C The Son of Man p 70

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45 La dynamique salvifique dans leschatologie eacutepheacutesienne et danieacutelique

451 La dynamique salvifique dans leschatologie eacutepheacutesienne

Il ne sagit pas ici de faire une eacutetude deacutetailleacutee sur leschatologie de la lettre aux

Epheacutesiens La preacutesente approche de leschatologie eacutepheacutesienne entre en continuation avec

lanalyse qui a eacuteteacute eacutelaboreacutee au cours de cette eacutetude Lobjectif est de mettre en exergue le

deacuteploiement du projet salvifique de Dieu dans la dynamique eschatologique eacutepheacutesienne

en lien avec la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance comme fil conducteur de la

peacutericope de Ep 3 1-13 Sil existe une eschatologie eacutepheacutesienne comment le projet

salvifique de Dieu advient dans cette perspective eschatologique

En effet dans la dynamique de la lettre la peacutericope de Ep 2 1-22 qui preacutecegravede

immeacutediatement la peacutericope de Ep 3 1-13 est fondamentale dans la compreacutehension de

leschatologie et la dynamique salvifique de la lettre607 Ep 2 1-22 se divise litteacuteralement

en deux parties608 La premiegravere partie (Ep 2 1-10) deacutecrit avec veacuteheacutemence la situation des

chreacutetiens qui jadis eacutetaient morts agrave cause de leurs fautes mais Dieu les a fait revivre avec

le Christ (συνεζωοποίησεν) et cest par gracircce et non par leurs meacuterites personnels quils

ont eacuteteacute sauveacutes En les faisant revivre Dieu les a ressusciteacutes (συνήγειρεν) avec le Christ et

les a fait asseoir avec Lui (συνεκάθισεν) dans les cieux (Ep 2 6)

607 Pour sa part ARNOLD C Power and Magic p 147 reconnaicirct uniquement le texte de Ep 2 4-10 comme

important pour comprendre leschatologie espheacutesienne puisque le salut y est deacutecrit comme une deacutelivrance

des puissances invisibles Notre perspective prend en compte tout le chapitre 2 et deacutebouche sur luniteacute

textuelle de Ep 3 1-13 pour les raisons qui seront montreacutees ci-dessus 608 Malgreacute les difficulteacutes qui se preacutesentent dans la structuration de Ep 2 nous nous refeacuterons agrave la division

admise par la majoriteacute des exeacutegegravetes et commentateurs Cette division est faite agrave partir de linclusion partielle

formeacutee par le verbe περιπατέω au vv 2 et 10 Cf ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 115

Cet auteur observe que sur le plan de la syntaxe les vv 1-7 forment une seule phrase et la subdivision des vv 1-10 pourrait se preacutesenter ainsi vv 1-7 et vv 8-10 Mais sur le plan seacutemantique il y a un grand contraste

entre la situation des Nations dans le passeacute et dans le preacutesent Les vv 1-10 peuvent aussi ecirctre coupeacutes en 1-

3 et 4-10 Par ailleurs dans leacutetude de lhistoire de la reacutedaction du texte BOISMARD M-E Lrsquoeacutenigme de

la lettre aux Epheacutesiens p 29 passim eacutelimine les vv 1-2 5 et 9 quil considegravere comme un ajout du dernier

reacutedacteur et preacutesente une structure concentrique du texte modifieacute De mecircme pour les vv 11-22 cet auteur

eacutelimine les vv 13 et 19-22 Dans la deuxiegraveme partie de Ep 2 les vv 11-22 preacutesentent eacutegalement une

structure concentrique Cf REYNIER C Evangile et mystegravere p 37 Toutefois GIAVINI G La structure

litteacuteraire de Ep 2 11-22 p 209 passim deacutelimite cette structure concentrique au v 19 comme fin de luniteacute

litteacuteraire

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Les termes composeacutes avec la preacuteposition σύν marquent cette communion

profonde avec le Christ dans la dimension verticale du chreacutetien eacutetabli deacutesormais dans les

cieux avec le Christ609 Dans ce contexte Dieu apparaicirct comme sujet des verbes et agent

des dynamismes salvifiques celui qui rachegravete les Nations dun passeacute ougrave elles eacutetaient

mortes agrave un preacutesent ougrave elles sont reacuteinteacutegreacutees dans la vie

Apregraves la description de cette œuvre salvifique de Dieu aux vv 1-10 il est question

dans la deuxiegraveme partie (Ep 2 11-22) de la description de lœuvre salvifique du Christ

qui opegravere lunion et la reacuteconciliation non plus seulement avec Dieu mais avec une

humaniteacute diviseacutee par les barriegraveres religieuses entre les Juifs et les Nations610 Le Christ

est celui qui unit les Juifs et les Nations en un seul Corps deacutetruisant la barriegravere qui les

seacuteparait pour creacuteer en sa personne un seul Homme nouveau (Ep 2 14-16)

Alors que Ep 2 1-10 soulignait la dimension verticale du salut et de la

reacuteconciliation des hommes avec Dieu Ep 2 11-22 souligne davantage la dimension

horizontale de la reacuteconciliation des hommes entre eux611 Lensemble du chapitre 2 met

donc en vue le lien inseacuteparable entre la dimension verticale du salut opeacutereacute par Dieu et la

dimension horizontale de luniteacute des chreacutetiens dans le Christ Luniteacute des Juifs et des

Nations sauveacutes par Dieu et reacuteconcilieacutes par le Christ devient le lieu manifeste de

lavegravenement du salut divin dans la communauteacute chreacutetienne

Le lien inseacuteparable dans les deux dimensions verticale et horizontale de la vie

chreacutetienne est fondamental dans la compreacutehension de la reacuteveacutelation du mystegravere qui se fait

connaicirctre et donc de leschatologie et de la dynamique salvifique de la lettre Pourtant

une lecture de ce contexte a ameneacute certains commentateurs agrave penser que leschatologie a

eacuteteacute remplaceacutee par une eccleacutesiologie ceacuteleste qui implique que leschatologie eacutepheacutesienne

est une Praumlsentische Eschatologie une eschatologie deacutejagrave reacutealiseacutee dans le preacutesent sans

aucune existence possible dune perspective future612

Il est vrai que la dimension preacutesente de leschatologie tregraves marqueacutee dans la

dynamique de la lettre est indeacuteniable Il sagit dun preacutesent ougrave le mystegravere qui navait pas

eacuteteacute connu dans le passeacute est reacuteveacuteleacute et embarque ce preacutesent dans sa dynamique Il ny a

pourtant aucune contradiction dans la double dimension preacutesente et future de

609 REYNIER C Evangile et mystegravere p37 610 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 136 611 REYNIER C Op cit p 38 612LINDEMANN A Die Aufhebung der Zeit p 237 passim

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leschatologie eacutepheacutesienne de mecircme quil ny a aucune contradiction entre la dimension

preacutesente du salut et sa dimension future613

Dans cette double dimension du preacutesent et du futur se situe le temps de

laccomplissement signifieacute par le terme avnakefalaiwsij Ce temps de laccomplissement

est aussi le temps de lEglise par qui la sagesse divine sera connue des principauteacutes et des

puissances dans les cieux (Ep 3 10) En effet le concept de l avnakefalaiwsij implique

que deacutejagrave ici et maintenant lEglise commence une action et un mode decirctre qui appartient

en propre agrave un temps eschatologique cest-agrave-dire au avnakefalaiwsij et bien au-delagrave614

Si le mystegravere na pas eacuteteacute connu dans le passeacute il est maintenant reacuteveacuteleacute et son

contenu nest rien de moins que lEglise linclusion des Nations dans le Corps du Christ

Loin decirctre bacirctit sur le rapport passeacute-preacutesent Ep 3 1-13 deacutecrit le passage dune non-

connaissance du mystegravere agrave une connaissance qui seffectue dans le preacutesent avec des

cateacutegories de la connaissance qui portent la marque de la temporaliteacute615

La reacuteveacutelation du mystegravere se situe dans une perspective eschatologique qui prend

en compte le preacutesent ougrave les Nations sont deacutesormais incorporeacutees au Christ et le futur ougrave la

sagesse divine sera connue des principauteacutes et des puissances par lEglise Lexistence et

la mission de lEglise se comprennent degraves lors dans cette dimension eschatologique du

preacutesent et du futur Lincorporation des Nations dans le projet divin du salut est un indice

de lacte eschatologique ducirc agrave la reacuteveacutelation du mystegravere616

La dimension laquo praumlsentische raquo de leschatologie eacutepheacutesienne nest donc pas une

dimension autarcique mais une reacutealiteacute infeacutereacutee de lexistence de leschatologie proclitique

et analeptique617 En eacutetant deacutejagrave sauveacutee dans et par le Christ cest au tour de lEsprit de

continuer son œuvre dans lEglise preacuteparant la reacutedemption de ceux que Dieu sest acquis

pour la louange de sa gloire (Ep 1 14) Le salut acquis dans le Christ nexclut donc pas la

perspective du salut final

Dans cette dimension eschatologique les Juifs et les Nations sauveacutes par Dieu et

reacuteconcilieacutes par le Christ ougrave ils ont eacuteteacute recreacutees en un seul Homme nouveau auront agrave ne

pas contrister lEsprit qui les a marqueacutes de son sceau pour le jour de la reacutedemption (Ep 4

613 LONA H Die Eschatologie im Kolosser-und Epheserbrief p 427 614 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 138 615 REYNIER C Evangile et mystegravere p 40 616 CARAGOUNIS C Op cit p 141 et seq 617 LEMMER H A Multifarious Understanding of Eschatology in Ephesians p 116 passim

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30) Leschatologie laquo praumlsentische raquo nest donc pas seulement un fait objectif mais une

reacutealiteacute existentielle quand lEsprit agit sur lexistence terrestre de lEglise618

Mecircme en eacutetant tourneacutee vers les cieux lEglise comme contenu du mystegravere continu

son existence dans lhistoire ougrave le projet salvifique de Dieu continue agrave se rendre preacutesent

dans la vie des hommes Leacutethique theacuteologique eacutepheacutesienne est donc le lieu de la

manifestation du salut opeacutereacute par Dieu et la reacutefeacuterence temporelle sert agrave mettre en eacutevidence

le nouveau type de relation instaureacutee entre lhomme et Dieu619

452 La dynamique salvifique dans leschatologie danieacutelique

Si la tendance a eacuteteacute de nier la perspective future de leschatologie eacutepheacutesienne au

profit dune praumlsentische eschatologie en Daniel la tendance est de nier lexistence mecircme

de leschatologie dans les reacutecits de Dn 1-6620 A premiegravere vue la perspective de Dn 1-6

en contraste frappant avec Dn 7-12 nest pas eschatologique mais orienteacutee au preacutesent621

Dun cocircteacute les six reacutecits de Dn 1-6 font une description des diffeacuterents royaumes

terrestres en soulignant la souveraineteacute de Dieu et son controcircle sur les eacuteveacutenements de

lhistoire Cette affirmation de la souveraineteacute divine passe par sa capaciteacute de reacuteveacuteler le

mystegravere et de porter agrave terme son projet salvifique en intervenant dans lhistoire

Dun autre cocircteacute les visions dont Daniel est le beacuteneacuteficiaire poursuivent cette ideacutee

de la souveraineteacute de Dieu sur les puissances terrestres et ceacutelestes De plus on retrouve

dans les visions une irreacutesistible conviction de limmanence de lintervention de Dieu ainsi

que lannonce tregraves preacutesente dun eschaton imminent622 Le style eacutenigmatique des visions

axeacutees sur le temps de la fin confegravere agrave cette deuxiegraveme partie du livre un caractegravere

eschatologique et apocalyptique

618 Ibid p 117 619 REYNIER C Evangile et mystegravere p 37 620 Une tendance rencontreacutee chez KRATZ R G Translatio impirii p 48 passim qui soutient que linterlude

eschatologique de Dn 2 44 est anormal dans les reacutecits de Dn 1-6 et doit ecirctre consideacutereacute comme une addition

posteacuterieure Le recircve original envisagerait seulement la passage de lempire babylonien agrave celui des Megravedes et

des Perses et aurait une perspective historique en coheacuterence avec les reacutecits Kratz est citeacute par COLLINS J

J Nebuchadnezzar and the Kingdom of God-Deferred Eschatology in the Jewish Diaspora p 132 621 COLLINS J J Nebuchadnezzar and the Kingdom of God-Deferred Eschatology in the Jewish

Diaspora p 132 622 DAVIES P R Eschatology in the Book of Daniel p 42

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Toutefois les deux parties du livre sont pourtant inseacuteparables et sont unies tant

dans leur structure que dans la theacutematique de la souveraineteacute de Dieu et son controcircle sur

lhistoire Pour ce il est agrave reconnaicirctre que leschatologie a une place inteacutegrale dans les

reacutecits de Dn 1-6 bien que cela soit moins important quen Dn 7-12623

Dans le reacutecit de Dn 2 la souveraineteacute de Dieu est souligneacutee de maniegravere particuliegravere

dans la partie centrale du reacutecit qui a eacuteteacute lobjet de notre eacutetude Mais cette souveraineteacute

divine sous des angles et des accents diffeacuterents est aussi affirmeacutee au long des reacutecits de

Dn 1-6 Apregraves avoir reccedilu le contenu de son recircve et son interpreacutetation le roi

Nabuchodonosor reconnaicirct le Dieu de Daniel comme le Dieu des dieux et le maicirctre des

rois le reacuteveacutelateur des mystegraveres (Dn 2 47)

De mecircme dans sa priegravere en Dn 4 Nabuchodonosor reconnaicirct encore le Dieu de

Daniel comme celui qui vit agrave jamais car son empire est un empire eacuteternel et son royaume

pour toutes les geacuteneacuterations (4 31) De mecircme quen Dn 2 le chapitre 6 sachegraveve par une

profession de foi du roi Darius qui reconnaicirct le pouvoir eacuteternel du Dieu de Daniel dont le

royaume ne sera point deacutetruit et son empire naura pas de fin (6 27)

Ces affirmations constantes de la souveraineteacute divine montrent en mecircme temps

que Dieu nest pas absent dans le preacutesent de lhistoire ougrave paraissent dominer les puissances

humaines repreacutesenteacutees par les rois paiumlens et idolacirctres La peacutericope de Dn 2 17-23 affirme

avec force que cest le Dieu du ciel qui fait et deacutefait les rois (2 21) mecircme quand ces

derniers pensent ecirctre des tout-puissants en seacuterigeant le droit de donner la mort ou la vie

agrave qui ils veulent Cest le Dieu du ciel qui fait changer le temps et les saisons (2 21)

mecircme lorsque les rois paiumlens pensent avoir la maicirctrise des eacuteveacutenements du royaume

Dans cette perspective la destruction de la statue composite dans le recircve du roi en

Dn 2 implique la fin de ces royaumes paiumlens et idolacirctres et leacutetablissement du royaume

eacuteternel de Dieu En effet limage de la pierre qui deacutetruit la statue dans le recircve du roi

Nabuchodonosor a eacuteteacute reconnue comme le seul passage en Dn 1-6 qui fait allusion agrave la

reacutealisation eschatologique du royaume de Dieu sur la terre624

Cette pierre qui reacuteduit en poussiegravere les diffeacuterentes parties de la statue rappelle

toutes les affirmations de la souveraineteacute de Dieu et leacutetablissement de son royaume

eacuteternel La perspective eschatologique est indeacuteniable dans cette conclusion de

linterpreacutetation du recircve par Daniel qui reconnaicirct quen ce temps-lagrave le Dieu du ciel dressera

623 COLLINS J J Nebuchadnezzar and the Kingdom of God-Deferred Eschatology in the Jewish

Diaspora p 136 624 Ibid p 132

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un royaume qui ne sera jamais deacutetruit il eacutecrasera et aneacuteantira tous les autres royaumes et

lui-mecircme subsistera agrave jamais (2 44)

Leschatologie de Dn 2 complegravete le thegraveme de la souveraineteacute divine dans le preacutesent

alors que lultime royaume eacutetablit par le Dieu du ciel est le corollaire et laccomplissement

final de la souveraineteacute du Tregraves-Haut que Nabuchodonosor reconnaicirct dans ce preacutesent625

Cette espeacuterance eschatologique alimente degraves lors la foi du peuple exileacute et devient le

fondement dune eacutethique theacuteologique dans la diaspora babylonienne Lespeacuterance

eschatologique de Dn 1-6 nest donc pas urgente car dans le preacutesent Daniel se contente

de servir les rois eacutetrangers agrave qui Dieu a lui-mecircme donneacute le pouvoir sur les royaumes de

la terre626

Par ailleurs dans les reacutecits de Dn 1-6 et particuliegraverement en Dn 2 la destruction

de la statue par la pierre nest pourtant pas le seul indice de la perspective eschatologique

du texte Il est vrai que selon certaines conceptions de leschatologie il ny aurait aucune

en Dn 1-6 si ce nest le fameux recircve de la statue et son interpreacutetation en Dn 2627 Si

leschatologie des visions de Dn 7-12 ont un lien avec les reacutecits de Dn 1-6 cela montre

que ces reacutecits contiennent plus dun eacuteleacutement eschatologique En effet le manque

demphase sur leacuteleacutement eschatologique en Dn 2 ne veut pas dire que leschatologie y est

totalement absente628

Un autre eacuteleacutement eschatologique deacutecisif en Dn 2 est celui proportionneacute par

lemploi du mystegravere et ses composantes Il y a un Dieu dans le ciel qui reacutevegravele les mystegraveres

et qui a fait connaicirctre au roi Nabuchodonosor ce qui arrivera agrave la fin des jours (Dn 2 28)

Le mystegravere situe le texte dans une dimension eschatologique qui prend en compte non

seulement le futur ce qui arrivera agrave la fin des jours mais aussi le preacutesent ougrave Dieu fait

connaicirctre son mystegravere Ce preacutesent est celui ougrave Dieu reacutevegravele les choses profondes et cacheacutees

(Dn 2 22) Cest dans cette dynamique eschatologique en lien avec la reacuteveacutelation du

mystegravere que Dieu deacuteploie son projet salvifique dans lhistoire

Dans le contexte de Dn 2 un accent particulier est mis sur la sagesse par laquelle

Daniel interpregravete le recircve au deacutetriment des sages de Babylone Pourtant cette sagesse dont

Dieu en est la source est en lien avec la souveraineteacute divine Cest avec sagesse que Dieu

megravene agrave terme les eacuteveacutenements de lhistoire et les conduits agrave leur accomplissement Cette

625 Ibid p 136 626 Ibid p 137 627 DAVIES P R Eschatology in the Book of Daniel p 39 628 COLLINS J J Nebuchadnezzar and the Kingdom of God-Deferred Eschatology in the Jewish

Diaspora p 136

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sagesse est pour autant le contenu du mystegravere en Dn 2 20-23 et cest bien par elle que

Dieu dirige toute chose Le mystegravere est modeleacute par la sagesse divine il est un produit de

cette sagesse et en mecircme temps la sagesse divine renvoi et se reacutevegravele dans le mystegravere629

La sagesse divine dont Daniel en est le beacuteneacuteficiaire est un acte salvifique de Dieu

en terre eacutetrangegravere En se mettant au service des rois eacutetrangers Daniel est appeleacute agrave porter

agrave la connaissance des nations paiumlennes la sagesse eschatologique du Dieu dIsraeumll Cest

deacutesormais par le deacuteporteacute de Juda que le projet salvifique du Dieu du ciel arrive aux portes

des nations eacutetrangegraveres En portant aux nations eacutetrangegraveres la sagesse eschatologique de

Dieu Daniel fait deacutesormais partie du mystegravere quil reacutevegravele

En prenant en compte la dimension preacutesente de lhistoire du deacuteporteacute de Juda et de

la diaspora babylonienne la sagesse divine comme contenu du mystegravere deacutepasse son

contexte historique et renvoi finalement aux eacuteveacutenements qui arriveront agrave la fin des jours

Cest ainsi que le mystegravere sexprime et sentrelace avec lexpression (באחרית יומיא)

arameacuteenne באחרית יומיא qui est employeacute pour la premiegravere fois en Dn 2 28 En effet cette

expression arameacuteenne qui correspond agrave lexpression heacutebraiumlque באחרית הימים est une

expression typiquement eschatologique630

Eucirct eacutegard agrave ce qui preacutecegravede il en ressort que dans le projet eschatologique de Dieu

aussi bien en Dn 2 17-23 quen Ep 3 1-13 le mystegravere inclut et deacutepasse celui qui le porte

De mecircme que Daniel fait finalement partie du mystegravere quil reacutevegravele lEglise en Ep 3 10

est elle-mecircme le contenu du mystegravere Si en Dn 2 17-23 il revient au jeune deacuteporteacute de

Juda de faire connaicirctre aux nations paiumlennes le mystegravere de la sagesse divine en Ep 3 1-

13 cest par lEglise que sera connue des principauteacutes et des puissances la sagesse multiple

de Dieu Alors que la mission de Daniel comme protagoniste de lavegravenement salvifique

aux prises avec les nations paiumlennes se reacutealise dans la sphegravere terrestre celle de lEglise

ougrave sont deacutesormais unis les Juifs et les Nations poursuit son cours ἐν τοῖς ἐπουρανίοις

629 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 108 630 HARTMAN L F DI LELLA A A The Book of Daniel p 140

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5 Conclusion

Dans son processus meacutethodologique cette eacutetude a montreacute limportance de la

trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance comme fil conducteur de la dynamique

salvifique de Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 En mettant en eacutevidence limportance de cette

trilogie dans le tissu textuel des deux textes bibliques cette eacutetude a apporteacute sa contribution

dans le domaine hermeacuteneutique et theacuteologique pour une compreacutehension toujours nouvelle

du message biblique

Cette contribution revecirct tout de mecircme un caractegravere meacutethodologique dans la

mesure ougrave ce processus qui souligne de maniegravere particuliegravere la relationaliteacute dynamique

et salvifique du texte biblique na pas encore eacuteteacute appliqueacute sur Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23

Cette contribution meacutethodologique sinsegravere dans lespace ouvert par la Commission

Pontificale Biblique qui reconnaicirct que la maniegravere dinterpreacuteter les textes pour les hommes

de notre temps a des conseacutequences directes sur leur relation personnelle et

communautaire avec Dieu et se trouve lieacutee agrave la mission de lEglise631

Le message biblique comme parole divine qui se reacutevegravele agrave lhomme dans le temps

et lespace nest-il pas fondamentalement un message de salut Un processus

meacutethodologique qui seacutevertue agrave mettre en eacutevidence la dynamique salvifique du texte

biblique agrave partir des affiniteacutes litteacuteraires et la relationaliteacute seacutemantique des termes aborde

une question fondamentale pour la vie de foi de la communauteacute croyante

Lanalyse a reacuteussi agrave montrer non seulement lincidence lexicographique qui

constitue le potentiel seacutemantique des textes eacutetudieacutes mais aussi lhorizon theacuteologique qui

se dessine agrave partir des dynamismes soteacuteriologiques signifieacutes de maniegravere particuliegravere par

la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance Il en reacutesulte que Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23

possegravedent non seulement des affiniteacutes litteacuteraires et seacutemantiques mais aussi peuvent entrer

en dialogue sur le plan theacuteologique agrave partir des dynamismes soteacuteriologiques

proportionneacutes par la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

Le premier chapitre de leacutetude a permis didentifier les dynamismes

soteacuteriologiques preacutesents en Ep 3 1-13 et les champs seacutemantiques significatifs des actions

631 PONTIFICIA COMISIOacuteN BIacuteBLICA La interpretacioacuten de la Biblia en la Iglesia p 6

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en cours dans le texte De maniegravere simultaneacutee ont eacuteteacute mises en eacutevidence les expressions

affines ou opposeacutees qui rendent possible ces dynamismes ainsi que les autres

deacuteterminations qui rehaussent le contenu de ces actions dans la dynamique salvifique du

texte

Cette analyse a pu montrer le caractegravere relationnel non seulement des diffeacuterents

agents soteacuteriologiques et leurs beacuteneacuteficiaires mais aussi des diffeacuterents termes qui

constituent le potentiel seacutemantique de la dynamique salvifique du texte Ces diffeacuterentes

composantes du contenu dynamique et salvifique du texte biblique et de la meacutethodologie

appliqueacutee agrave cette eacutetude ont permis de faire une approche neacuteotestamentaire de la trilogie

reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

Cest alors que par sa speacutecificiteacute dans la lettre aux Epheacutesiens et sa grande relevance

en Ep 3 1-13 la reacuteveacutelation mystegravere et connaissance apparaissent comme des champs

seacutemantiques essentiels dans lexpression et la compreacutehension de la dynamique salvifique

de cette uniteacute textuelle Cette lecture ouvre la perspective dune hermeacuteneutique

theacuteologique qui communique lun des apports essentiels de cette eacutetude sur lentrelacement

de cette trilogie avec les diffeacuterents champs seacutemantiques preacutesents dans le texte

La trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance apparaicirct donc non seulement

comme fil conducteur de la dynamique salvifique de Ep 3 1-13 mais aussi comme

fondement soteacuteriologique de la vie chreacutetienne en Eglise

En prenant le livre de Daniel comme arriegravere-plan de la reacuteveacutelation du mystegravere

eacutepheacutesien le chapitre 3 sest appesanti sur une analyse de la dynamique soteacuteriologique de

Dn 2 17-23 Le processus meacutethodologique est eacutegalement parti dune mise en eacutevidence

des dynamismes soteacuteriologiques preacutesents dans cette uniteacute textuelle Lanalyse a montreacute

que les termes hlGgt רז et ידע revecirctent une importance particuliegravere en Dn 2 17-23 qui

constitue la partie centrale de la structure concentrique de Dn 2

En situant la theacutematique centrale de son message dans cette uniteacute textuelle lauteur

de Dn 2 choisit un langage approprieacute pour transmettre ce message Ce langage passe par

la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance exprimeacutee par les termes hlGgt רז et ידע qui

deviennent le fil conducteur de cette uniteacute textuelle et de lensemble de Dn 2

Lapproche veacuteteacuterotestamentaire a permis de souligner la speacutecificiteacute de cette

trilogie dans le livre de Daniel comme expression privileacutegieacutee de la reacuteveacutelation divine et de

lavegravenement du projet salvifique Cest ainsi que lhermeacuteneutique theacuteologique en montrant

la relationaliteacute dynamique des termes qui constituent le potentiel seacutemantique de cette

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uniteacute textuelle a mis en valeur le contenu theacuteologique de cette trilogie qui devient deacutecisif

dans la lecture de la dynamique salvifique du texte

Dans la dynamique de leacutetude le quatriegraveme chapitre se preacutesente comme la

reacutesultante des chapitres 2 et 3 ouvrant un horizon de dialogue entre Ep 3 1-13 et Dn 2

17-23 Ce dialogue prend en compte les affiniteacutes existantes entre les deux textes sur le

plan litteacuteraire mais aussi sur le plan theacuteologique en lien avec la dynamique salvifique

signifieacutee par la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

Le dialogue entre Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 dans leurs points de contacts

litteacuteraires fait valoir la perspective de leacutelaboration dun nouveau langage theacuteologique

pour rendre compte de la leacutegitimiteacute de la foi en Dieu dans un contexte de pluraliteacute En

passant par une reconnaissance de la sagesse eschatologique du projet salvifique preacutesent

dans ces textes le dialogue danieacutelico-eacutepheacutesien deacutebouche sur laffirmation de la

souveraineteacute de Dieu qui controcircle les eacutevegravenements de lhistoire quil a sagement eacutetabli

depuis les siegravecles

Leacutetude de Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 sachegraveve degraves lors sur une perspective

eschatologique ougrave le projet salvifique de Dieu se rend preacutesent dans lhistoire des hommes

Sagit-il dune eschatologie deacutejagrave reacutealiseacutee ou dune eschatologie en attente de sa

reacutealisation Si la dynamique salvifique du projet divin analyseacutee dans les deux uniteacutes

textuelles advient dans le preacutesent il nen demeure pas moins que ce preacutesent est tourneacute

vers le futur qui reste encore et toujours un mystegravere que Dieu seul reacutevegravele et fait connaicirctre

dans le temps et lespace

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Joseph Theacuteophile Ngouo

La Trilogie Reacuteveacutelation Mystegravere et Connaissance Dynamisme Soteacuteriologique de Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 Tese apresentada como requisito parcial para obtenccedilatildeo do grau de Doutor pelo Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Teologia do Departamento de Teologia do Centro de Teologia e Ciecircncias Humanas da PUC-Rio Aprovada pela Comissatildeo Examinadora abaixo assinada

Profa Maria de Lourdes Correcirca Lima

Orientadora Departamento de Teologia ndash PUC-Rio

Prof Leonardo Agostini Fernandes Departamento de Teologia ndash PUC-Rio

Prof Joseacute Otaacutecio Oliveira Guedes Departamento de Teologia ndash PUC-Rio

Prof Heitor Carlos Santos Utrini Diocese de Campos

Prof Antonio Carlos Frizzo Faculdade Dehoniana

Profa Denise Berruezo Portinari Coordenadora Setorial de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa do Centro

de Teologia e Ciecircncias Humanas ndash PUC-Rio

Rio de Janeiro 11 de abril de 2016

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Todos os direitos reservados Eacute proibida a reproduccedilatildeo

total ou parcial do trabalho sem a autorizaccedilatildeo da

universidade do autor e da orientadora

Joseph Theacuteophile Ngouo

Nasceu na Repuacuteblica dos Camarotildees (Aacutefrica)

sacerdote catoacutelico da Sociedade dos Missionaacuterios dos

Santos Apoacutestolos Graduou-se em Filosofia no

Institut de Philosophie Saint Joseph Mukassa de

Yaoundeacute em 1999 e em Teologia na Ecole

Theacuteologique Saint Cyprien de Ngoya em 2004

Terminou o Mestrado em Teologia Biacuteblica na

Pontificia Universidad Javeriana de Bogotaacute

(Colocircmbia) em 2011 e o Doutorado em Teologia

Biacuteblica na Pontificia Universidad Catoacutelica do Rio de

Janeiro em 2016 Atuou como formador no Petit

Seacuteminaire Saint Bartheacuteleacutemy de Ouahigouya (Burkina

Faso) e no Seminaacuterio de los Misioneros de los Santos

Apoacutestolos de Bogotaacute de 2007-2011

Ficha Catalograacutefica

CDD 200

Ngouo Joseph Theacuteophile La trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance dynamisme soteacuteriologique de Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 Joseph Theacuteophile Ngouo orientadora Maria de Lourdes Correcirca Lima ndash 2016 227 f 30 cm Tese (doutorado)ndashPontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro Departamento de Teologia 2016 Inclui bibliografia 1 Teologia ndash Teses 2 Dinamismos salviacuteficos 3 Campos semacircnticos 4 Revelaccedilatildeo 5 Misteacuterio 6 Conhecimento I Lima Maria de Lourdes Correcirca II Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro Departamento de Teologia III Tiacutetulo

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Remerciements

A

SOPHEZO Joseacutephine ma megravere qui a su conduire les premiers pas de ses fils agrave la

rencontre du Verbe incarneacute Sagesse et Splendeur eacuteternelle du Pegravere ceacuteleste

TCHINDA Albert mon pegravere qui aurait voulu voir de son vivant cette œuvre

doctorale mais Dieu a voulu dans son projet eacuteternel quil en participe

spirituellement dans la vision beacuteatifique

Isaac Martiacutenez CHUQUIZANA msa Bertrand ROMA msa Christian

RODEMBOURG msa Jean Braconin KASIAMA msa et Edward

PRZYGOCKI msa tous du Conseil Geacuteneacuteral qui ont compteacute sur mes qualiteacutes

humaines au-delagrave de ma faiblesse et mont donneacute loccasion de reacutealiser cette œuvre

magnifique dont ils ont toujours su mencourager et me soutenir dans les nuits de

mon seacutejour au Breacutesil

Dr Maria de Lourdes C LIMA ma directrice de thegravese qui a conduit avec sagesse

cette recherche pour sa patience son affection et son deacutevouement Son soutien

constant a rendu possible le recircve de faire de son eacutetudiant un passionneacute pour la

recherche scientifique et un amoureux des Saintes Ecritures Par son amour et son

deacutesir ardent de connaicirctre le mystegravere divin qui se reacutevegravele dans le texte sacreacute elle a su

faire sienne la preacuteoccupation qui a fait naitre ce travail qui en est devenue son cheval

de bataille

Tous mes professeurs et chercheurs de lUniversiteacute Pontificale Catholique de Rio

de Janeiro qui de maniegravere discregravete et geacuteneacutereuse mont partageacute leur amitieacute et leur

soutien en montrant le sens de la rigueur et la noblesse de la recherche theacuteologique

Pedro Ortiz Valdivieso SJ Docteur en Ecritures Saintes de lInstitut Pontifical

Biblique Rome (drsquoheureuse meacutemoire) et Mariacutea Luciacutea Jimeacutenez de Zitzmann

Docteur en Theacuteologie Biblique de lUniversiteacute Pontificale Xaveacuterienne Bogota qui

ont eu la gracircce de creacuteer et de mettre au service des chercheurs et eacutetudiants en Bible

la Meacutethode Theacuteologique Seacutemantique appliqueacutee agrave cette eacutetude

Je preacutesente agrave tous et agrave chacun mon immense gratitude et mes sincegraveres

remerciements

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Resumo

Joseph Theacuteophile Ngouo Lima Maria de Lourdes Correcirca A Trilogia

Revelaccedilatildeo Misteacuterio e Conhecimento dinamismo soterioloacutegico de Ef 3 1-

13 e Dn 2 17-23 Rio de Janeiro 2016 227p Tese de Doutorado ndash

Departamento de Teologia Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de

Janeiro

Nesta pesquisa trata-se de analisar a dinacircmica salviacutefica de Ef 3 1-13 e Dn 2

17-23 No seu procedimento metodoloacutegico o estudo demonstrou a importacircncia da

trilogia revelaccedilatildeo misteacuterio e conhecimento como fio condutor da dinacircmica salviacutefica

de Ef 3 1-13 et Dn 2 17-23 Ao evidenciar a importacircncia desta trilogia na dinacircmica

dos dois textos o estudo mostrou a sua validade como novo caminho hermenecircutico

e teoloacutegico para uma compreensatildeo sempre nova da mensagem biacuteblica Essa

contribuiccedilatildeo apresenta um caraacuteter metodoloacutegico na medida em que o procedimento

que enfatiza especialmente a relacionalidade dinacircmica e salviacutefica do texto biacuteblico

ainda natildeo tem sido aplicado nos textos de Ef 3 1-13 e Dn 2 17-23 De fato o

Meacutetodo Semacircntico Teoloacutegico aplicado na anaacutelise dos dois textos oferece a

possibilidade de uma visatildeo totalizante das accedilotildees salviacuteficas que natildeo contecircm

necessariamente os termos salvaccedilatildeo eou redenccedilatildeo mas que satildeo manifestadas

a partir de diversas expressotildees que constituem a totalidade do dinamismo salviacutefico

Atraveacutes do seu procedimento analiacutetico o Meacutetodo Semacircntico Teoloacutegico oferece a

possibilidade de conhecer o conteuacutedo dinacircmico e salviacutefico presente em Ef 3 1-13

e Dn 2 17-23 Seraacute que a mensagem biacuteblica como palavra divina que se revela ao

homem no tempo e no espaccedilo natildeo eacute fundamentalmente uma mensagem de

salvaccedilatildeo Um procedimento metodoloacutegico que evidencia a dinacircmica salviacutefica do

texto biacuteblico a partir das afinidades literaacuterias e relacionalidade semacircntica dos termos

aborda pois uma questatildeo fundamental para a vida de feacute da comunidade crente O

Meacutetodo Semacircntico Teoloacutegico permite pois entender como o projeto salviacutefico de

Deus acontece na historia a partir da dinacircmica salviacutefica dos dois textos estudados

A anaacutelise conseguiu demonstrar natildeo somente a incidecircncia lexicograacutefica que

constitui o potencial semacircntico dos dois textos mas tambeacutem o horizonte teoloacutegico

aberto a partir dos dinamismos soterioloacutegicos significados especialmente pela

trilogia revelaccedilatildeo misteacuterio e conhecimento A anaacutelise chegou agrave conclusatildeo que Ef

3 1-13 e Dn 2 17-23 possuem natildeo somente afinidades literaacuterias e semacircnticas mas

tambeacutem podem dialogar no horizonte teoloacutegico em torno aos dinamismos soterio-

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loacutegicos significados pela trilogia revelaccedilatildeo misteacuterio e conhecimento

Palavras-chave

Dinamismos salviacuteficos Campos semacircnticos Revelaccedilatildeo Misteacuterio

Conhecimento

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Reacutesumeacute

Joseph Theophile Ngouo Lima Maria de Lourdes Correcirca (Conseiller) La

Trilogie Reacuteveacutelation Mystegravere et Connaissance Dynamisme

Soteacuteriologique de Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 Rio de Janeiro 2016 227p

Thegravese de Doctorat ndash Departamento de Teologia Pontifiacutecia Universidade

Catoacutelica do Rio de Janeiro

Dans cette eacutetude il est question danalyser la dynamique salvifique de Ep 3

1-13 et Dn 2 17-23 Dans son processus meacutethodologique cette eacutetude a montreacute

limportance de la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance comme fil conducteur

de la dynamique salvifique de Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 En mettant en eacutevidence

limportance de cette trilogie dans le tissu des deux textes bibliques cette eacutetude a

apporteacute sa contribution dans le domaine hermeacuteneutique et theacuteologique pour une

compreacutehension toujours nouvelle du message biblique Cette contribution revecirct tout

de mecircme un caractegravere meacutethodologique dans la mesure ougrave ce processus qui souligne

de maniegravere particuliegravere la relationaliteacute dynamique et salvifique du texte biblique

na pas encore eacuteteacute appliqueacute sur Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 En effet la Meacutethode

Theacuteologique Seacutemantique appliqueacutee agrave ces deux textes offre la possibiliteacute dune

vision totalizante des actions salvifiques qui ne contiennent pas neacutecessairement les

termes salut etou reacutedemption mais qui le sont agrave partir de multiples expressions

qui constituent la totaliteacute du dynamisme salvifique A travers son processus

analytique la Meacutethode Theacuteologique Seacutemantique offre la possibiliteacute de connaicirctre le

contenu dynamique et salvifique preacutesent en Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 Le message

biblique comme parole divine qui se reacutevegravele agrave lhomme dans le temps et lespace

nest-il pas fondamentalement un message de salut Un processus meacutethodologique

qui seacutevertue agrave mettre en eacutevidence la dynamique salvifique du texte biblique agrave partir

des affiniteacutes litteacuteraires et la relationaliteacute seacutemantique des termes aborde donc une

question fondamentale pour la vie de foi de la communauteacute croyante La Meacutethode

Theacuteologique Seacutemantique permet donc de comprendre comment le projet salvifique

de Dieu se rend preacutesent dans lhistoire agrave partir de la dynamique salvifique des deux

textes eacutetudieacutes Lanalyse a reacuteussi agrave montrer non seulement lincidence

lexicographique qui constitue le potentiel seacutemantique des deux textes mais aussi

lhorizon theacuteologique qui se deacutegage agrave partir des dynamismes soteacuteriologiques

signifieacutes de maniegravere particuliegravere par la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

Il en reacutesulte que Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 possegravedent non seulement des affiniteacutes

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litteacuteraires et seacutemantiques mais aussi peuvent dialoguer sur le plan theacuteologique agrave

partir des dynamismes soteacuteriologiques signifieacutes par la trilogie reacuteveacutelation mystegravere

et connaissance

Mots clefs

Dynamismes salvifiques Champs seacutemantiques Reacuteveacutelation Mystegravere

Connaissance

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Sommaire

1 Introduction 15

11 Horizon theacutematique 15

12 Preacutesupposition et porteacutee de la dynamique salvifique des deux textes 18

13 Approche meacutethodologique 20

14 Contenu des composantes de la Meacutethode Theacuteologique Seacutemantique 22

141 Laction et la relation salvifique 22

142 Le champ seacutemantique 23

143 Expressions affines opposeacutees et les autres deacuteterminations 24

144 Les agents soteacuteriologiques les beacuteneacuteficiaires et leurs relations 24

15 Les diffeacuterentes eacutetapes de lrsquoeacutetude 25

2 Analyse de la dynamique soteacuteriologique de Ep 3 1-13 27

21 Texte et traduction de Ep 3 1-13 27

22 Structure et situation de luniteacute textuelle dans la dynamique de la lettre 30

221 Situation de Ep 3 1-13 dans la dynamique de la lettre 30

222 Structure geacuteneacuterale de la lettre 32

223 Linsertion de Ep 3 1-13 dans la premiegravere partie de la lettre 33

224 Organisation et structure de Ep 3 1-13 36

225 Organisation de la dynamique soteacuteriologique de luniteacute textuelle 41

23 Identification et lecture des dynamismes soteacuteriologiques de

Ep 3 1-13 42

231 Bregraveve lecture des dynamismes de Ep 3 1-13 50

24 Approche neacuteotestamentaire de la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et

connaissance 54

241 Approche neacuteotestamentaire de la Reacuteveacutelation 54

242 Approche neacuteotestamentaire du Mystegravere 60

243 Approche neacuteotestamentaire de la Connaissance 69

244 Reacutesumeacute de lapproche neacuteotestamentaire de la reacuteveacutelation mystegravere et

connaissance 75

25 Hermeacuteneutique theacuteologique des dynamismes soteacuteriologiques en

Ep 3 1-13 75

251 Dynamique de la reacuteveacutelation du mystegravere de Ep 1 3-14 agrave

Ep 3 1-13 75

252 Dynamique salvifique de Ep 3 12-7 reacuteveacutelation et connaissance

du mystegravere 77

2521 Moment dynamique de Ep 3 12-4 77

25211 La communion dans leacutepreuve comme lieu de lavegravenement du salut

dans le Christ 77

25212 La gracircce divine dans la dynamique salvifique du texte 80

25213 La lecture de leacutecriture dans lintelligence du mystegravere 84

2522 Moment dynamique de Ep 3 5-7 88

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25221 La radicaliteacute de la reacuteveacutelation du mystegravere au temps des apocirctres et

prophegravetes 88

25222 Eglise et Evangile contenu et instrument dexeacutecution du mystegravere

dans le Christ 91

25223 Pour une compreacutehension des ἔθνη et du contenu du mystegravere dans

les termes συγκληρονόμα σύσσωμα et συμμέτοχα 93

25224 La reacuteveacutelation du mystegravere et le service de lEvangile dans la

dynamique salvifique 103

253 Dynamique salvifique de Ep 3 8-1213 106

2531 Lannonce de lEvangile comme expression de lavegravenement

salvifique 106

2532 Le mystegravere cacheacute et reacuteveacuteleacute comme point de rencontre du projet

creacuteateur et salvifique 110

2533 La place de lEglise dans la dynamique du projet salvifique 112

2534 Limportance de la foi dans la dynamique du salut 115

2535 La souffrance comme chemin de gloire dans la dynamique du

salut 118

3 Analyse de la dynamique soteacuteriologique de Dn 217-23 121

31 Situation geacuteneacuterale du livre 121

311 Une dualiteacute de langues et de styles 121

312 Situation de Dn 2 17-23 dans lensemble du livre 122

313 Une expeacuterience de reacutesistance en terre eacutetrangegravere 124

3 2 Composition litteacuteraire de Dn 2 125

321 Preacutelude litteacuteraire de Dn 1 125

322 Le recircveinterpreacutetation comme motif litteacuteraire 127

323 Les lieux public et priveacute comme cadre litteacuteraire 128

33 Un aperccedilu de la structure du texte 129

331 Structure et dynamique interne de Dn 2 129

332 Luniteacute litteacuteraire en question 131

333 Uniteacute textuelle de Dn 2 17-23 133

3331 Traduction et eacuteleacutements de critique textuelle 133

3332 Luniteacute textuelle et ses limites 135

3333 Luniteacute textuelle et son organisation 135

33331 Dn 17a-20a premiegravere seacutequence du texte 135

33332 Dn 20b-23e Deuxiegraveme seacutequence du texte 137

34 Identification et lecture des dynamismes soteacuteriologiques 139

341 Tabeaux des dynamismes preacutesents dans le texte 139

342 Panorama seacutemantique de Dn 2 17-23 143

35 Approche veacuteteacuterotestamentaire de la reacuteveacutelation mystegravere et

connaissance 146

351 Une approche du mystegravere divin 146

3511 Le terme heacutebreu 146 סוד

3512 Le terme arameacuteen 148 רז

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3513 Le μυστήριον dans les autres eacutecrits 149

352 Une approche de la Reacuteveacutelation et de la Connaissance divine 151

3521 La reacuteveacutelation et la racine verbale heacutebraiumlque 151

3522 Recircve et vision comme deux modes de reacuteveacutelation 152

3523 Une eacutevolution du recircve et de la vision chez Daniel 154

expressions de la reacuteveacutelation et de la connaissance 156 ידע et גלה 3524

36 Hermeacuteneutique theacuteologique des dynamismes soteacuteriologiques en

Dn 2 17-23 160

361 Les termes hlggt zr et [dygt comme expression de la reacuteveacutelation divine 160

362 La priegravere de Daniel et ses compagnons Condition neacutecessaire

pour la reacuteveacutelation divine et lavegravenement salvifique 163

363 La communion comme condition neacutecessaire de lavegravenement

salvifique 165

364 La miseacutericorde divine lieu de lavegravenement salvifique 167

365 Le mystegravere divin comme eacuteveacutenement eschatologique 170

366 La sagesse de Daniel dans la mouvance eschatologique 173

367 La dynamique eschatologique de la priegravere des enfants dIsraeumll 174

368 Le mystegravere reacuteveacuteleacute source de beacuteneacutediction 175

369 La sagesse divine contenu du mystegravere reacuteveacuteleacute 176

4 Perspectives dun dialogue entre Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 182

41 Lhistoire comme lieu de lavegravenement salvifique 183

411 Le projet salvifique de Dieu et sa reacutealisation dans lhistoire 183

412 La foi dans la dynamique du projet salvifique 184

413 La question didentiteacute dans la dynamique du salut 185

42 Points de contacts litteacuteraires du dialogue eacutepheacutesien et danieacutelique 186

421 Le vocabulaire sapientiel et apocalyptique 187

422 Le vocabulaire temporel 188

423 Le mystegravere et la naissance dun nouveau langage 189

424 Correspondance entre Ep 3 8 et Dn 2 30 191

43 Le contenu du mystegravere dans la dynamique salvifique de Daniel et

Epheacutesiens 192

431 La sagesse eschatologique dans lavegravenement du projet salvifique 192

432 LEglise dans lavegravenement du projet salvifique 194

433 La priegravere dans la reacuteveacutelation du mystegravere et lavegravenement du projet

salvifique 196

44 La souveraineteacute divine et la soumission de toutes les puissances dans

lavegravenement du projet salvifique 197

441 La souveraineteacute divine dans lavegravenement du projet salvifique 197

442 Les principauteacutes et les puissances dans lavegravenement du projet

salvifique 200

45 La dynamique salvifique dans leschatologie eacutepheacutesienne et danieacutelique 205

451 La dynamique salvifique dans leschatologie eacutepheacutesienne 205

452 La dynamique salvifique dans leschatologie danieacutelique 208

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5 Conclusion 212

6 Reacutefeacuterences Bibliographiques 215

61 Bibles et Dictionnaires 215

62 Bibliographie sur la lettre aux Epheacutesiens 217

63 Bibliographie sur le livre de Daniel 223

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Liste des Tabeaux Tabeaux 1 Texte et traduction de Ep 31-13 27

Tabeaux 2 Termes favoris de la lettre aux Epheacutesiens 34

Tabeaux 3 Dynamismes soteacuteriologiques de Ep 3 12-7 42

Tabeaux 4 Dynamismes soteacuteriologiques de Ep 3 8-1213 46

Tabeaux 5 Champs seacutemantiques identifieacutes 50

Tabeaux 6 Comportement des protagonistes de leacuteveacutenement salvifique 53

Tabeaux 7 Occurrences de avpokaluyij et ἀποκαλύπτω dans les

Evangiles 55

Tabeaux 8 Occurrences des deux termes en Romains et en 1 et 2

Corinthiens 55

Tabeaux 9 Occurrences des deux termes en Galates Philippiens et

Thessaloniciens 55

Tabeaux 10 Occurrences des deux termes en Epheacutesiens 1 Pierre et

Apocalypse 56

Tabeaux 11 Emploi de μυστήριον dans les Evangiles synoptiques 60

Tabeaux 12 Emploi du terme dans les eacutecrits de saint Paul 60

Tabeaux 13 Emploi du terme dans lApocalypse de saint Jean 61

Tabeaux 14 Gnwrizw dans les Evangiles et les Actes 69

Tabeaux 15 Gnwrizw dans les lettres de Paul 70

Tabeaux 16 Gnwrizw dans la lettre aux Epheacutesiens et la deuxiegraveme lettre de

Pierre 70

Tabeaux 17 Inventaire lexicographique de Ep 3 2-4 87

Tabeaux 18 Texte et traduction de Dn 2 17-23 133

Tabeaux 19 Tableaux des dynamismes soteacuteriologiques de Dn 2 17-23 140

Tabeaux 20 Panorama seacutemantique de la premiegravere seacutequence du texte 144

Tabeaux 21 Panorama seacutemantique de la deuxiegraveme seacutequence du texte 144 Tabeaux 22 Tableau des diverses traductions du terme סוד dans la LXX 147

Tabeaux 23 Occurrences de רז dans la Bible Heacutebraiumlque la Septante et

Theacuteodotion 148

Tabeaux 24 Occurrences de μυστήριον dans les eacutecrits deuteacuterocanoniques 149 Tabeaux 25 Expressions de גלה dans le livre de Daniel 157

Tabeaux 26 Emploi de ידע dans le livre de Daniel et eacutequivalences dans

la LXX 158

Tabeaux 27 Panorama lexicographique de Dn 2 17-23 et Ep 3 1-13 186

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Liste des Abreviations

AT Ancien Testament

BHS Biblia Hebraica Sttutgartensia

Bib Biblica

BZ Biblische Zeitschrift

CBQ Catholic Biblical Quarterly

CBQMS Catholic Biblical Quarterly Monograph Series

CNT Commentaire du Nouveau Testament

Coll Collection

DBSup Dictionnaire de la Bible Suppleacutement

ExpTim The Expository Times

HTS Harvard Theological Studies

JBL Journal of Biblical Literature

JSNT Journal for the Study of the New Testament

JSOT Journal for the Study of the Old Testament

JSOTSup Journal for the Study of the Old Testament Supplement

JTS Journal of Theological Studies

LXX Septante

NT Nouveau Testament

NTS New Testament Studies

RechScR Recherche des Sciences Religieuses

RivB Rivista Biblica

TH Theacuteodotion

TM Texte Massoreacutetique

TZ Theologische Zeitschrift

Vol Volume

VT Vetus Testamentum

VTSup Vetus Testamentum Supplements

ZAW Zeitschrift fuumlr die Alttestamentliche Wissenschaft

ZNTW Zeitschrift fuumlr die Neutestamentliche Wissenschaft

ZNW Zeitschrift fuumlr die Neutestamentliche Wissenschaft

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1 Introduction

11 Horizon theacutematique

Le preacutesent travail porte sur une eacutetude de Ep 3 1-13 et Dn 2 17-28 en vue didentifier

et danalyser les actions et dynamismes soteacuteriologiques preacutesents dans les deux textes Ces

dynamismes sont signifieacutes de maniegravere particuliegravere par la reacuteveacutelation mystegravere et

connaissance Cette trilogie seacutemantique devient non seulement le fil conducteur des deux

textes mais aussi une trilogie fondamentale dans lavegravenement du projet salvifique de Dieu

qui se rend preacutesent dans la communauteacute croyante

En effet les auteurs du Nouveau Testament font reacuteguliegraverement usage de lAncien

Testament ainsi que des traditions extrabibliques pour transmettre la Bonne Nouvelle du

salut Toutefois au-delagrave de certains eacutecrits tels que les Evangiles et plusieurs Epicirctres

pauliniennes qui preacutesentent une varieacuteteacute deacutetudes par rapport agrave leur arriegravere-plan

veacuteteacuterotestamentaire lusage de lAncien Testament dans la lettre aux Epheacutesiens na pas

eacuteteacute lobjet dun grand nombre deacutetude biblique et en est resteacute agrave un aspect relativement

neacutegligeacute par les chercheurs1

En montrant que lauteur de la lettre a certainement eacuteteacute influenceacute par plusieurs

meacutethodes dinterpreacutetations en vigueur agrave son eacutepoque certains commentateurs

1 LINCOLN T A The Use of the OT in Ephesians p 16 Il resume ce manque dinteacuterecirct de la part des

commentateurs exeacutegegravetes et theacuteologiens en trois principaux points a) Le nombre reacuteduit des citations

explicites de lAT dans la lettre b) Limportance des recherches focaliseacutees sur le Gnosticisme et Qumran agrave

partir des travaux de Schlier et Kaumlsemann c) La perte de vue de la particuliariteacute de lutilisation de lAncien

Testament dans la lettre en comparaison avec les lettres incontesteacutees de Paul ceci agrave partir des eacutetudes de

Schmid et Barth En comparant lusage de lAncien Testament dans la lettre aux Epheacutesiens agrave celui des

lettres incontesteacutees de Paul SCHMID J Der Epheserbrief des Apostels Paulus p 313 passim reconnaicirct

lauthenticiteacute paulinienne de la lettre BARTH M Ephesians p 31 traite eacutegalement cette question en

reconnaissant agrave partir de lusage de lAncien Testament en Epheacutesiens que Paul est lauteur de la lettre Selon

lui lAncien Testament doit ecirctre consideacutereacute comme un facteur deacuteterminant de Epheacutesiens A la suite de cette

discussion se trouvent les eacutetudes de PERCY E Die Probleme der Kolosser- und Epheserbriefe p 449

passim DAHL N A Adresse und Prooumlmium des Epheserbriefes pp 241-264 LINDEMANN A

Bemerkungen zu den Adressaten und zum Anlass des Epheserbriefes ZNTW 67 (1976) p 235-251

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16

reconnaissent que quel que soit le canon le texte la meacutethode exeacutegeacutetique et homileacutetique

utiliseacutee par lauteur il a certainement fait recours agrave lAncien Testament et de sa

compreacutehension du message2

Cette question de lusage direct ou indirect de lAncien Testament dans la lettre aux

Epheacutesiens a eacuteteacute largement deacutebattue par les commentateurs Les diffeacuterentes positions vont

dun refus de reconnaicirctre lusage de lAncien Testament dans la lettre aux Epheacutesiens agrave une

reconnaissance parfois exageacutereacutee du rocircle de lAncien Testament en Epheacutesiens3

Malgreacute ces discussions il nen demeure pas moins que les eacutetudes sur lusage de

lAncien Testament en Epheacutesiens ont connu un certain retard et sont resteacutees en marge

dautres eacutetudes durant plusieurs deacutecennies Cependant on ne peut nier les travaux reacutealiseacutes

de part et dautre sur leacutetude de la lettre aux Epheacutesiens et son arriegravere-plan

veacuteteacuterotestamentaire

Au cours des derniegraveres anneacutees les eacutetudes sur la lettre aux Epheacutesiens sont entreacutees

dans une nouvelle phase La nouvelle approche de leacutetude de la lettre est domineacutee

principalement par lhypothegravese selon laquelle le document est une collection unique et

syncreacutetiste dune varieacuteteacute de traditions existantes dans lEacuteglise primitive 4 Malgreacute une

consideacuteration parfois exageacutereacutee da la place de lAncien Testament dans la lettre aux

Epheacutesiens il est reconnu dans ce sens que cest preacuteciseacutement agrave partir dune lecture de

lAncien Testament que lauteur de la lettre appelle ses lecteurs agrave une prise de conscience

de leur place dans le dessein salvifique de Dieu qui se deacuteploie depuis la creacuteation jusquagrave

la fin des temps5

Cette ligne deacutetude sinteacuteresse particuliegraverement aux questions relatives agrave lextension

et limpact de lAncien Testament dans la lettre aux Epheacutesiens Une analyse des citations

et allusions identifieacutees dans la lettre montre que linfluence de lAncien Testament a eacuteteacute

plus grande et plus reacutefleacutechie que ce qui a eacuteteacute jusquici reconnu6

En ce sens le champ seacutemantique du mystegravere dans la Lettre aux Epheacutesiens a eacuteteacute

reconnu comme faisant parti des termes qui font des liens entre le texte du Nouveau

Testament et lAncien Testament7 En effet la reacutealiteacute que recouvre ce champ seacutemantique

2 BARTH M Ephesians p 27 3 Pour une meacuteconnaissance du rocircle de lAncien Testament dans la lettre aux Epheacutesiens voir LINDEMANN

A Die Aufhebung der Zeit p 86 passim Par contre pour une reconnaissance parfois exageacutereacutee du rocircle de

lAncien Testament dans la lettre voir SAMPLEY J P ldquoAnd the two shall become one fleshrdquo p 1 passim 4 SAMPLEY J P ldquoAnd the two shall become one fleshrdquo p 1 5 Ibid p 161 6 THORSTEN M A profound Mystery p 1 7 Ibid p 2

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du mystegravere entraicircne lensemble du texte dans sa dynamique Cette reacutealiteacute tel un

engrenage englobe lacte de reacuteveacutelation le destinataire le contenu de la reacuteveacutelation sa

communication progressive et ses effets8

Dans la lettre aux Epheacutesiens et particuliegraverement en Ep 3 1-13 la reacuteception du

μυστήριον par Paul comme beacuteneacuteficiaire de la reacuteveacutelation divine9 est exprimeacutee en des termes

eacutequivalents dans leur fonction δίδωμι (cf Ep 3 2) γνωρίζω (cf Ep 3 3) et aussi

ἀποκαλύπτω (cf Ep 3 3) qui deacutecrit la forme de cette reacuteception10 Degraves lors le μυστήριον

eacutepheacutesien forme avec la reacuteveacutelation (ἀποκαλύπτω) et la connaissance (γνωρίζω) une trilogie

fondamentale dans la dynamique du texte

Pour comprendre leacutetymologie et leacutevolution seacutemantique du terme il serait

convenable de faire une eacutetude des cultes agrave mystegraveres et de la philosophie grecque ainsi que

de la tradition juive Toutefois lobjectif de cette eacutetude est danalyser cette trilogie

seacutemantique de maniegravere particuliegravere dans le contexte neacuteotestamentaire et

veacuteteacuterotestamentaire La trilogie eacutepheacutesienne exprimeacutee de maniegravere deacutecisive en Ep 3 1-13

par les termes ἀποκάλυψιςἀποκαλύπτω μυστήριον et γνωρίζω rappelle donc la trilogie

danieacutelique exprimeacutee de maniegravere particuliegravere en Dn 2 17-23 par les termes hlGgt ידע et רז

8 BOUTTIER M LEpicirctre de saint Paul aux Epheacutesiens p 289 9 Pour la question de lauthenticiteacute paulinienne de la lettre BROWN R Introduccioacuten al Nuevo Testamento

II Cartas y otros escritos p 803 estime quaujourdhui 80 de la critique reconnaicirct que Paul nest pas

lauteur de la lettre Toutefois HOEHNER H Ephesians An Exegetical Commentary p 27 passim preacutesente des statistiques des pour ou contre lauthenticiteacute paulinienne de la lettre et arrive agrave la conclusion

que laffirmation de Brown est sans fondement et doit ecirctre rejeteacutee Cette poleacutemique montre les difficulteacutes

dun concensus final sur la question de lauteur de la lettre Sans entrer dans cette question non reacutesolue de

lauthenciteacute paulinienne de la lettre nous utilisons le nom Paul dans ce travail pour la raison majeur que

ce nom et ses eacutequivalents apparaissent dans le texte de notre eacutetude (Ep 31813) En Ep 3 1 lauteur se

preacutesente comme Paul le prisonnier du Christ pour les Nations Cest dans ce sens que Paul est consideacutereacute

dans cette eacutetude comme beacuteneacuteficiaire de la reacuteveacutelation divine et en mecircme temps agent soteacuteriologique Comme

le reconnaicirct REYNIER C LEpicirctre aux Epheacutesiens p 41 il paraicirct impossible de lever lincertitude sur

lauteur de cette lettre qui peut aussi bien ecirctre attribueacutee agrave Paul quagrave un pseudeacutepigraphe deacutesireux de prolonger

la penseacutee de lapocirctre Est-il impensable quune telle lettre soit dun Paul qui reacutefleacutechit durant sa captiviteacute agrave

son ministegravere et agrave sa signification ulteacuterieure Ou cette lettre est-elle eacutecrite par un pseudeacutepigraphe qui entre dans la ligne de Paul et veut preacutesenter la signification globale de la penseacutee de Paul pour lEglise Rien ne

permet de trancher Si cette eacutepicirctre nest pas de Paul elle nest en rien une trahison de sa penseacutee mais au

contraire elle la magnifie sans la fausser Il nest donc pas invraissemblable quapregraves la disparition de

lapocirctre lEglise produise un tel texte quelle place sous lautoriteacute de Paul Etant donneacute la peacuteneacutetration desprit

dont cette eacutepicirctre fait preuve il est exclu quelle soit loeuvre dune communauteacute Seul un individu paraicirct

capable davoir atteint une telle concentration de penseacutee digne des plus grandes eacutepicirctres pauliniennes

Accepter que cet auteur ne soit pas Paul pose agrave mon avis un plus grand problegraveme que celui que pose agrave

dautres le fait de lui attribuer ce texte

10 SHERWOOD A Paulrsquos Imprisonment as the Glory of the Ethne p 103

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12 Preacutesupposition et porteacutee de la dynamique salvifique des deux textes

A partir de lanalyse de Ep 3 1-13 en prenant en compte Dn 2 17-28 comme son

arriegravere-plan veacuteteacuterotestamentaire cette eacutetude met en eacutevidence les dynamismes de salut

preacutesents dans ces deux textes Cette dynamique salvifique rend possible la compreacutehension

du projet salvifique de Dieu dans lhistoire A partir du potentiel seacutemantique qui les

conforme Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 offrent des eacuteleacutements soteacuteriologiques qui sont des

eacuteleacutements fondamentaux pour la leacutegitimation de la vie de foi dans un contexte de pluraliteacute

Dans ce potentiel seacutemantique la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance se preacutesente

comme le fondement soteacuteriologique de Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23

Le double caractegravere analytique et meacutethodologique de cette eacutetude est fondamental

dans lidentification et linterpreacutetation des actions soteacuteriologiques preacutesentes dans deux

textes Cette identification donne lieu agrave une mise en valeur des champs seacutemantiques qui

signifient ces actions en chaque moment de la structure du texte Lapproche

neacuteotestamentaire et veacuteteacuterotestamentaire a pour but de rechercher le sens et la signification

des champs seacutemantiques les plus relevant qui expriment ces dynamismes soteacuteriologiques

dans le contexte geacuteneacuteral du Nouveau et de lAncien Testament

Lhermeacuteneutique theacuteologique des deux uniteacutes textuelles cherche agrave comprendre

interpreacuteter et communiquer le potentiel salvifique dynamiseacute par cette trilogie seacutemantique

en lien avec les autres champs seacutemantiques preacutesents dans le texte Comment la trilogie en

question devient-elle une charpente seacutemantique fondamentale dans lexpression des

dynamismes soteacuteriologiques de Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23

Si cette trilogie se preacutesente comme le fondement soteacuteriologique des deux textes

bibliques quel est son contenu et son message theacuteologique dans les actions salvifiques

quelle signifie

A partir de leurs affiniteacutes seacutemantique et theacuteologique Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23

peuvent-ils ouvrir des perspectives dun dialogue agrave partir dynamismes soteacuteriologiques

signifieacutes par la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

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A partir dune approche synchronique du texte la lecture soteacuteriologique guideacutee par

la Meacutethode Theacuteologique Seacutemantique11 a pour but didentifier les dynamismes salvifiques

preacutesents dans le texte biblique En effet le texte biblique est avant tout un message reacuteveacuteleacute

pour le salut de lhumaniteacute Pour ce il est neacutecessaire didentifier dans ce texte les eacuteleacutements

qui se rapportent agrave lexpeacuterience du salut de Dieu qui se reacutevegravele dans lhistoire des hommes

et des femmes de la Bible Lidentification de ces eacuteleacutements salvifiques est capitale pour

la vie de foi des communauteacutes croyantes

Ces dynamismes constituent le potentiel soteacuteriologique du tissu textuel biblique et

sexpriment agrave travers des actions etou des relations salvifiques preacutesentes dans les

diffeacuterents contextes litteacuteraires A travers les actions salvifiques le croyant et sa

communauteacute y perccediloivent des interventions manifestes des agents soteacuteriologiques en

loccurrence Dieu (le Pegravere) Jeacutesus (le Fils) et lEsprit Saint Ces actions peuvent aussi ecirctre

geacuteneacutereacutees dans le texte par diffeacuterents personnages qui agissent comme instruments et

intermeacutediaires de la gracircce divine

Dans cette perspective les actions salvifiques sont perccedilues comme des dynamismes

qui font progresser le texte biblique dans ses diffeacuterentes composantes en rendant preacutesent

leacuteveacutenement du salut divin Ces actions salvifiques peuvent grammaticalement ecirctre

deacutetermineacutees par des verbes qui sont identifieacutes dans la dynamique du texte Toutefois tous

les vocables qui expriment une action ne sont pas neacutecessairement des verbes et tous les

verbes ne sont pas neacutecessairement indicateurs daction12

Lidentification des dynamismes salvifiques prend essentiellement compte du

contexte litteacuteraire Ainsi tous les verbes preacutesents dans le texte nindiquent pas

neacutecessairement une action salvifique De mecircme lidentification des actions salvifiques va

au de-lagrave de laspect singuliegravere du verbe qui nest pas lunique eacuteleacutement litteacuteraire pour

deacuteterminer une action salvifique La dynamique salvifique du texte ne se reacuteduit pas agrave

lunique preacutesence du verbe mais seacutetend sur un tissu de relations que celui-ci eacutetablit avec

les autres eacuteleacutements du texte13

11 Cette meacutethode de lecture et danalyse du texte biblique a eacuteteacute creacuteeacutee par le Pegravere Pedro Ortiz Valdivieso

SJ Docteur en Ecritures Saintes de lInstitut Pontifical Biblique Rome en collaboration avec Mariacutea Luciacutea

Jimeacutenez de Zitzmann Docteur en Theacuteologie Biblique de lUniversiteacute Pontificale Xaveacuterienne Bogota 12 RODRIGUEZ G W Fundamentacioacuten linguumliacutestica y filoloacutegica de las plataformas

sincroacutenica y diacroacutenica del Meacutetodo de anaacutelisis Semaacutentico Teoloacutegico p 66 13 Ibid p 69

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13 Approche meacutethodologique

Le processus meacutethodologique appliqueacute agrave cette eacutetude consiste agrave observer chaque

terme dans sa fonctionnaliteacute en lien avec les autres termes pour identifier les actions

soteacuteriologiques contenues dans le texte 14 Lanalyse du texte prend en compte non

seulement les verbes et les substantifs mais aussi les adverbes et les preacutepositions dans

leur fonction syntaxique et theacuteologique dans la dynamique du texte Cet aspect

fondamental de lexpeacuterience salvifique du croyant ou de la communauteacute croyante qui

souvre sur linattendue dun Dieu qui se rend preacutesent dans sa vie na pas eacuteteacute suffisamment

eacutetudieacute et mis en relief par les diffeacuterentes meacutethodologies de lrsquoexeacutegegravese biblique

La soteacuteriologie sest tregraves souvent limiteacutee agrave leacutetude des termes qui renvoient de

maniegravere explicite au terme laquo salut raquo ou laquo reacutedemption raquo Le processus meacutethodologique

appliqueacute agrave cette eacutetude offre la possibiliteacute dune vision totalisante des actions salvifiques

qui ne contiennent pas neacutecessairement le terme laquo salut raquo ou laquo reacutedemption raquo mais qui le

font agrave partir de multiples expressions qui constituent la totaliteacute du dynamisme

salvifique15

Cest dans ce sens que la Meacutethode Theacuteologique Seacutemantique agrave travers ses proceacutedeacutes

analytiques et avec laide des sciences linguistiques et philologiques offre la possibiliteacute

de connaicirctre le contenu dynamique et salvifique preacutesent dans les deux textes de notre

eacutetude

La Meacutethode Theacuteologique Seacutemantique a pour objet de didentifier et danalyser les actions salvifiques dans le contexte des diffeacuterents champs seacutemantiques qui les signifient Elle se

construit en accord avec lapport fondamental de la seacutemantique qui preacutetend trouver le sens

des termes et des diffeacuterentes parties du texte qui expriment une action deacutetermineacutee en se basant sur les diffeacuterentes relations qui le conforment agrave linteacuterieur des contextes respectifs

La maniegravere de regrouper les termes se fait agrave travers les champs seacutemantiques diffeacuterent de

la construction dune analyse eacutetymologique qui se fixe sur laspect formel du mot et non sur

sa signification Le point de deacutepart est lanalyse des expressions et leur signification16

La Meacutethode Theacuteologique Seacutemantique est une maniegravere de lire le texte biblique pour

comprendre et interpreacuteter leacuteveacutenement salvifique de Dieu dans lhistoire des hommes et

des femmes de la Bible Elle permet de comprendre comment ce projet salvifique se rend

14 Ibid p 66 15 VALDIVIESO P O ZITZMANN M L Anaacutelisis Semaacutentico-Teoloacutegico del Nuevo Testamento p 61 16 Ibid p 55

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preacutesent dans notre histoire agrave partir de la dynamique salvifique du texte biblique Pour cela

la recherche du sens et de la signification des termes apparaicirct comme un eacuteleacutement capital

dans lapplication de cette Meacutethode Toutefois cette recherche de sens ne se limite pas

exclusivement agrave laspect eacutetymologique ou linguistique mais prend en compte le texte lui-

mecircme dans lequel se trouvent ces dynamismes salvifiques ainsi que les diffeacuterentes

composantes et expressions qui les signifient

Leacutetude des champs seacutemantiques dun texte montre que laction salvifique sexprime

dans une grande varieacuteteacute de signifieacutes qui napparaissent pas neacutecessairement comme

terminologie speacutecifique du langage religieux mais qui font partie du langage courant de

la vie humaine dans ses divers aspects17 Cest pourquoi lanalyse du texte peut senrichir

avec les approches eacutetymologique structurelle et fonctionnelle Toutefois la Meacutethode

Theacuteologique Seacutemantique dans lanalyse des actions et dynamismes salvifiques part

toujours de la preacutemisse quil faut trouver le sens du mot en fonction des diffeacuterentes

composantes du texte18

Le message salvifique avant decirctre un texte eacutecrit a eacuteteacute une expeacuterience veacutecue et

transmise Bien quil soit un texte eacutecrit ce message continu decirctre un message vivant et

actuel dont leacuteveacutenement salvifique se rend chaque fois preacutesent dans la reacutealiteacute vitale des

personnes et des communauteacutes croyantes Cest ainsi que le processus analytique de cette

meacutethode agrave travers ses diffeacuterentes composantes part du texte biblique agrave son actualisation

dans le preacutesent de la communauteacute croyante

Le premier moment de cette meacutethodologie consiste agrave identifier dans le texte les

actions et dynamismes soteacuteriologiques qui y sont preacutesents ainsi que tous les agents

soteacuteriologiques qui les geacutenegraverent Ces actions et dynamismes sont signifieacutes par des champs

seacutemantiques qui srsquoentrelacent entre eux en faisant du texte biblique un tissu de relations

dont les diffeacuterents eacuteleacutements sont importants pour la compreacutehension du message

Les expressions affines etou opposeacutees ainsi que les autres deacuteterminations

favorisent la compreacutehension du dynamisme soteacuteriologique preacutesent dans le texte Les

diffeacuterents types de relations qui existent entre les personnages qui agissent dune maniegravere

ou dune autre dans le texte aident agrave identifier la relation entre les agents de ces actions

et leurs beacuteneacuteficiaires La reconnaissance et la deacutelimitation des contextes litteacuteraires dans

lesquels se deacuteroulent les diffeacuterentes actions fait eacutegalement partie inteacutegrante des

composantes essentielles de cette meacutethode

17 Ibid p 56 18 Ibid

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Ce premier moment meacutethodologique tient eacutegalement compte de la

preacutecompreacutehension de la foi comme preacutealable dune eacutetude exeacutegeacutetique et theacuteologie du texte

biblique En effet pour lire un texte biblique et linterpreacuteter de maniegravere adeacutequate cette

dimension de la foi est absolument neacutecessaire entre lauteur le texte sacreacute et le

lecteurinterpregravete dans la mesure ougrave le texte biblique nrsquoest pas simplement un texte

litteacuteraire mais un message de foi et de salut La foi apparait donc comme un preacutesupposeacute

adeacutequat pour linterpreacutetation correcte de lEcriture19 Tous ces aspects sont importants

dans la construction de ce premier moment meacutethodologique qui se preacutesente comme la

base sur laquelle se construit linterpreacutetation theacuteologique du texte

Le deuxiegraveme moment meacutethodologique consiste agrave une analyse des champs

seacutemantiques de grande relevance (reacuteveacutelation mystegravere et connaissance) qui signifient les

actions identifieacutees dans la dynamique du texte Cette analyse ne consiste pas agrave se perdre

dans les meacuteandres dune eacutetude diachronique des meacutethodes historico-critiques mais agrave

rester attentif agrave une lecture qui tient en compte le texte dans son eacutetat final pour souligner

sa dynamique soteacuteriologique

A partir des deacutecouvertes reacutealiseacutees dans le premier moment meacutethodologique et les

apports du deuxiegraveme le processus meacutethodologique eacutetablit un dialogue hermeacuteneutique sur

les deux textes avec les diffeacuterents commentateurs pour enrichir lanalyse et mettre en vue

les contributions apporteacutees En ce moment de lanalyse est mise en eacutevidence la

relationaliteacute dynamique entre la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance et les autres

champs seacutemantiques identifieacutes dans les deux textes leur contenu et message theacuteologique

agrave chaque moment dynamique du texte

14 Contenu des composantes de la Meacutethode Theacuteologique Seacutemantique

141 Laction et la relation salvifique

Lidentification des dynamismes soteacuteriologiques est preacutesenteacutee sous forme des

tableaux Dans la premiegravere partie du tableau se trouve le verset biblique qui contient de

19 CARBAJOSA I De la fe nace la exeacutegesis p 151

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maniegravere explicite ou implicite laction etou la relation salvifique Cette preacutesentation du

verset biblique est suivie drsquoune traduction en franccedilais La numeacuterotation qui preacutecegravede en

chiffre romain repreacutesente le nombre de dynamismes salvifiques identifieacutes dans le texte

A la suite des tableaux est preacutesenteacutee une bregraveve lecture des dynamismes soteacuteriologiques

identifieacutes

142 Le champ seacutemantique

Lidentification de ces actions et relations soteacuteriologiques se fait agrave travers des

champs seacutemantiques En effet le point de deacutepart est lanalyse des expressions et leur

signification Ces expressions sont analyseacutees selon tous les critegraveres qui aident agrave preacuteciser

et valoriser leur signification En comparant toutes les expressions on deacutecouvre plusieurs

types daffiniteacutes et en reacuteunissant les expressions affines on deacutecouvre plusieurs champs

dans lesquels les expressions se rapportent les unes aux autres ce sont des champs

seacutemantiques20

Ces champs seacutemantiques formeacutes agrave partir des mots ou expressions identifieacutes dans

le texte ont une importance fondamentale dans le deacuteploiement des dynamismes

salvifiques Leacutetude du champ seacutemantique montre que laction salvifique sexprime agrave

travers une grande varieacuteteacute de champs de significations qui napparaissent pas agrave premiegravere

vue comme terminologie speacutecifique du langage religieux mais comme faisant partie du

langage de la vie humaine dans ses multiples aspects21 Dans le champ seacutemantique se

concentre de forme inteacutegrale les caracteacuteristiques seacutemantiques qui constituent laction

soteacuteriologique

Les diffeacuterents contextes litteacuteraires sont importants dans la deacutetermination du champ

seacutemantique En effet celui-ci va au-delagrave dune deacutefinition eacutetymologique du terme pour

prendre en compte la fonction du mot par rapport au dynamisme salvifique et ses

diffeacuterentes composantes Les champs seacutemantiques sont deacutefinis dans leur relation au

dynamisme du texte et ne peuvent donc ecirctre par eux-mecircmes salvifiques ou non-

salvifiques Cest dans ce sens que les champs seacutemantiques peuvent signifieacutes des actions

et des relations salvifiques ou exprimeacutes des actions totalement contraires

20 VALDIVIESO P O ZITZMANN M L Anaacutelisis Semaacutentico-Teoloacutegico del Nuevo Testamento p 55 21 Ibid p 56

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24

143 Expressions affines opposeacutees et les autres deacuteterminations

Lanalyse prend eacutegalement en compte les relations daffiniteacutes exprimeacutees dans ces

uniteacutes textuelles Ces affiniteacutes explicitent et preacutecisent davantage le point focal du texte

contenu dans une action salvifique Ces expressions affines avec les autres

deacuteterminations sont agrave leur tour constitueacutees dactions salvifiques Les autres

deacuteterminations contribuent eacutegalement agrave clarifier le sens du texte Elles apportent plus

deacuteclairage sur les circonstances et les conditions de reacutealisation de la dynamique

soteacuteriologique de laction en cours Elles permettent eacutegalement deacutelucider les fonctions

des termes et leurs relations dans le contexte litteacuteraire22

Les expressions opposeacutees sont des phrases des expressions ou des mots qui dans

la dynamique du texte expriment des ideacutees totalement contraires au deacuteroulement de

laction salvifique Ces expressions eacutetablissent un paralleacutelisme avec la dynamique

soteacuteriologique de laction Toutefois par leur caractegravere dopposition ces expressions

rehaussent la dynamique de laction salvifique en lui donnant plus de vigueur et

dimportance

144 Les agents soteacuteriologiques les beacuteneacuteficiaires et leurs relations

Sil existe dans le texte biblique des actions qui geacutenegraverent un dynamisme de salut

il existe aussi un sujet agrave lorigine de ces actions Cest dans ce sens que se situe et se

comprend la fonction des agents soteacuteriologiques Ces agents sont ceux qui participent de

maniegravere effective agrave la reacutealisation dune action salvifique Les trois personnes divines de

la Sainte Triniteacute sont de maniegravere directe agrave la base de leacuteveacutenement salvifique qui se rend

preacutesent dans lhistoire des diffeacuterents personnages bibliques et de la communauteacute croyante

qui sont les beacuteneacuteficiaires de ces actions

22 Ibid p 56

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25

Toutefois en respectant le principe de communion et dindivisibiliteacute de la Sainte

Triniteacute qui ne sont pas trois dieux mais un seul Dieu en trois personnes il est possible

didentifier une action salvifique dans la dynamique du texte en eacutetroite relation avec lune

ou lautre personne de la Triniteacute divine Cette personne divine identifieacutee apparaicirct degraves lors

comme le principal agent soteacuteriologique dans laction en cours pour mener agrave son terme

et agrave son accomplissement lavegravenement du projet salvifique

Tout comme il nexiste pas daction salvifique aceacutephale sans agent soteacuteriologique

geacuteneacuterateur il nexiste pas tout de mecircme daction salvifique sans beacuteneacuteficiaire ou

destinataire Dans leacutetude des deux textes les beacuteneacuteficiaires directs ou indirects de chaque

dynamisme soteacuteriologique sont eacutegalement identifieacutes Cette identification preacutecegravede

lhermeacuteneutique theacuteologique de la dynamique salvifique du texte Les beacuteneacuteficiaires ne

sont pas de simples consommateurs de lrsquoaction salvifique ils sont aussi des protagonistes

et agents deacuteterminants de lrsquoavegravenement du projet salvifique de Dieu dans lrsquohistoire

Degraves lors que les agents soteacuteriologiques et leurs beacuteneacuteficiaires sont preacutesenteacutes

lrsquoanalyse identifie le type de relation qui existe entre lagent soteacuteriologique et le

beacuteneacuteficiaire de laction salvifique Ces relations se preacutesentent sous des formes varieacutees par

rapport au contexte litteacuteraire et la dynamique salvifique de laction

15 Les diffeacuterentes eacutetapes de lrsquoeacutetude

Au terme de cette introduction qui constitue la premiegravere eacutetape de ce travail il a

eacuteteacute question de preacutesenter lhorizon theacutematique de la preacutesente eacutetude pour en deacutegager la

porteacutee de la dynamique salvifique de Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 Cette dynamique

salvifique est identifieacutee et analyseacutee par lapplication de la Meacutethode Theacuteologique

Seacutemantique dans ses diffeacuterentes composantes

La deuxiegraveme eacutetape de cette eacutetude consistera agrave une analyse de la dynamique

soteacuteriologique de Ep 3 1-13 Cette deuxiegraveme eacutetape partira de la traduction de Ep 3 1-13

et de sa situation dans la dynamique de la lettre aux Epheacutesiens Lidentification de la

structure de cette uniteacute textuelle deacutebouchera sur une organisation et une lecture des

dynamismes soteacuteriologiques preacutesents dans le texte Cette identification donnera lieu agrave une

approche neacuteotestamentaire de la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance pour en

deacutegager sa speacutecificiteacute dans la lettre aux Epheacutesiens et en Ep 3 1-13 Lanalyse

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soteacuteriologique de cette uniteacute textuelle sachegravevera par une hermeacuteneutique theacuteologique des

dynamismes signifieacutes par la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

La troisiegraveme eacutetape de leacutetude consistera agrave une analyse de la dynamique

soteacuteriologique de Dn 2 17-23 Cette analyse prendra en compte la situation de Dn 2 17-

23 dans le contexte litteacuteraire du livre de Daniel pour en deacuteterminer quelques

caracteacuteristiques essentielles Lanalyse de lorganisation et de la structure de luniteacute

textuelle prendra en compte la traduction et la deacutelimitation de Dn 2 17-23 dans lensemble

de Dn 2 La lecture des dynamismes soteacuteriologiques deacutebouchera sur une approche

veacuteteacuterotestamentaire de la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance pour en deacutegager sa

particulariteacute dans le livre de Daniel et dans luniteacute textuelle de Dn 2 17-23 Cette analyse

sachegravevera sur un horizon theacuteologique des dynamismes soteacuteriologiques signifieacutes par la

reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

Ces deux eacutetapes preacuteceacutedentes serviront de base pour la quatriegraveme eacutetape de leacutetude

qui seacutevertuera agrave ouvrir des perspectives de dialogue entre Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 Les

affiniteacutes litteacuteraires et seacutemantiques identifieacutes dans les deux uniteacutes textuelles ouvriront des

horizons de dialogue sur le plan theacuteologique agrave partir des dynamismes soteacuteriologiques

signifieacutes par la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

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2 Analyse de la dynamique soteacuteriologique de Ep 3 1-13

21 Texte et traduction de Ep 3 1-13

Tabeaux 1 Texte et traduction de Ep 31-13

TEXTE GREC23 VERSETS TRADUCTION EN FRANCcedilAIS 1 Τούτου χάριν ἐγὼ Παῦλος 1a A cause de cela moi Paul

ὁ δέσμιος τοῦ Χριστοῦ [Ἰησοῦ]24 1b le prisonnier du Christ [Jeacutesus]

ὑπὲρ ὑμῶν τῶν ἐθνῶν25 1c pour vous les Nations

2 εἴ γε ἠκούσατε 2a Si vraiment vous avez appris

τὴν οἰκονομίαν τῆς χάριτος τοῦ θεοῦ 2b la dispensation de la gracircce de Dieu

τῆς δοθείσης μοι εἰς ὑμᾶς 2c qui ma eacuteteacute donneacutee pour vous

3 [ὅτι]26 κατὰ ἀποκάλυψιν 3a [car] au cours dune reacuteveacutelation

ἐγνωρίσθη27 μοι τὸ μυστήριον 3b ma eacuteteacute fait connaicirctre le mystegravere

23 Nous prenons comme base lapparat critique de NESTLE-ALAND Greek-English New Testament 27th Edition USA Deutsche Bibelgesellschaft 2001 pour la critique textuelle de cette uniteacute textuelle Le texte

de la 28e eacutedition ne preacutesente aucune diffeacuterence avec celui de la 27e eacutedition Les eacuteleacutements de critique textuelle

sont aussi les mecircmes Toutefois le texte de la 28e eacutedition passe sous silence le terme πρόθεσιν au v 11 qui

est substitueacute par un autre terme dans certains manuscrits Nous apporterons des clarifications dans

lapproche critique du v 11 24 La variante Ἰησοῦ est omise dans certains manuscrits (yen D F G (365) pc samss MVict) et attesteacutee par

les manuscrits suivants (icirc46 yen1 A B (C) D1 y 33 1739 (acirc 630 1881 al) Ucirc lat sy samss bo Or Lexpression

Χριστοῦ Ἰησοῦ apparaicirct 30 fois dans le Nouveau testament et seulement 3 fois dans la lettre aux Epheacutesiens

(11 220 31) Lusage de Χριστοῦ sans ladditif Ἰησοῦ est encore plus abondant tant dans la lettre aux

Epheacutesiens que dans le Nouveau Testament METZGER B M Un comentario textual al Nuevo Testamento

griego p 530 admet que la variante a eacuteteacute laisseacutee entre crochet pour justifier sans prendre de position

leacutequilibre existant entre les diffeacuterents manuscrits 25 Certains manuscrits trouvent la neacutecessiteacute de compleacuteter la phrase par un verbe pour obtenir un sens plus

complet Cest ainsi que D et 104 ajoutent la variante presbeuw (je suis lembassadeur) alors que 2464 pc

ajoutent la variante κεκαύχημαι (je me suis glorifieacute) Toutefois la variante neacutetant pas soutenue par les manuscrits anciens de grande valeur nest pas assez relevante 26 La variante ὅτι qui est omise dans icirc46 B F G b d sams Ambst est soutenue par yen A C D y 33 1739 1881

Ucirc ar vg sy samss bo Vue leacutequilibre entre les manuscrits la variante a eacuteteacute laisseacute entre crochets La preacutesence

de la variante permet pourtant de donner suite au deacuteveloppement du v 2 dans la mesure ougrave le v 3 nest pas

le deacutebut dune nouvelle phrase 27 Certains manuscrits preacutesentent une tentative dharmoniser largumentation de la phrase Cest ainsi que

la variante est substitueacutee par gar egnwrisqh dans F G et par egnwrise dans D2 Ucirc Toutes ces tentatives

apparaissent sans grande relevance eacutetant donneacute que la variante du texte est fortement soutenue par les

manuscrits anciens de grande valeur

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28

καθὼς προέγραψα ἐν ὀλίγῳ 3c comme je lai eacutecrit briegravevement 4 πρὸς ὃ δύνασθε ἀναγινώσκοντες 4a Pour que vous soyez capables en lisant

νοῆσαι τὴν σύνεσίν μου 4b de comprendre mon intelligence

ἐν τῷ μυστηρίῳ τοῦ Χριστοῦ 4c dans le mystegravere du Christ

5 ὃ ἑτέραις γενεαῖς οὐκ ἐγνωρίσθη τοῖς

υἱοῖς τῶν ἀνθρώπων

5a Qui na pas eacuteteacute fait connaicirctre des autres geacuteneacuterations des fils des hommes

ὡς νῦν ἀπεκαλύφθη τοῖς ἁγίοις

ἀποστόλοις28 αὐτοῦ καὶ προφήταις 5b comme maintenant il a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave ses

saints apocirctres et prophegravetes

ἐν πνεύματι 5c dans lEsprit 6 εἶναι τὰ ἔθνη συγκληρονόμα καὶ

σύσσωμα καὶ συμμέτοχα τῆς

ἐπαγγελίας29

6a Les Nations sont coheacuteritiegraveres co-

corporeacutees et coparticipantes de la

promesse

ἐν Χριστῷ Ἰησοῦ 6b dans le Christ Jeacutesus

διὰ τοῦ εὐαγγελίου 6c par lEvangile

7 οὗ ἐγενήθην διάκονος 7a Dont jai eacuteteacute fait serviteur

κατὰ τὴν δωρεὰν τῆς χάριτος τοῦ θεοῦ τῆς δοθείσης30 μοι

7b selon le don de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute donneacutee

κατὰ τὴν ἐνέργειαν τῆς δυνάμεως

αὐτοῦ

7c selon le deacuteploiement de sa puissance

8 Ἐμοὶ τῷ ἐλαχιστοτέρῳ πάντων

ἁγίων31

8a A moi le plus petit de tous les saints

ἐδόθη ἡ χάρις αὕτη32 8b a eacuteteacute donneacutee cette gracircce

τοῖς ἔθνεσιν εὐαγγελίσασθαι τὸ ἀνεξιχνίαστον πλοῦτος τοῦ Χριστοῦ

8c de proclamer lEvangile aux Nations linsondable richesse du Christ

28 La variante ἀποστόλοις est omise dans B b Ambst LINCOLN T A Ephesians p 167 y voit une

tentative duniformiser le texte sous linfluence de Col 1 26 Toutefois tregraves peu soutenue lomission nest

pas de grande importance 29 Apregraves le terme ἐπαγγελίας certains manuscrits (D1 F G y Ucirc ar vgcl syh Ambst) ajoutent la variante autou

un ajout qui ne preacutesente pas une grande importance dans la mesure ougrave la variante du texte est fortement

soutenue par les manuscrits anciens qui preacutefegraverent conserver la leccedilon bregraveve 30 La variante τῆς δοθείσης (qui saccorde avec la gracircce) est substitueacutee par τὴν δοθεῖσαν (qui saccorderait

plutocirct avec le don) dans D2 y 1739 1881 Ucirc Cette substitution nest pas soutenue par les manuscrits

anciens de grande valeur 31 La variante ἁγίων est omise dans icirc46 une omission qui nest soutenue que par ce manuscrit Il ny aurait

pas de motif suffisant pour omettre la variante dans la mesure ougrave lauteur de la lettre au deacutebut de ce

deuxiegraveme moment dynamique de luniteacute textuelle qui souvre sur lannonce de lEvangile et la dispensation

du mystegravere sidentifie aux croyants dont il a plusieurs fois appeleacute les saints 32 Apregraves le terme αὕτη certains manuscrits (D F G y 33 1739 1881 Ucirc latt) ajoutent la variante en qui

indiquerait la mission de proclamer lEvangile non pas aux Nations mais dans les nations ou parmi les

nations Cet ajout ne sapplique pas au contexte litteacuteraire de la lettre La variante du texte est dans ce sens

fortement attesteacutee par les autres manuscrits de grande valeur

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29

9 καὶ φωτίσαι [πάντας]33 9a Et de mettre en lumiegravere (agrave tous)

τίς ἡ οἰκονομία τοῦ μυστηρίου τοῦ

ἀποκεκρυμμένου

9b quelle est la dispensation du mystegravere

cacheacute

ἀπὸ τῶν αἰώνων ἐν 34 τῷ θεῷ τῷ τὰ

πάντα κτίσαντι35

9c depuis les siegravecles en Dieu qui creacutea toutes

choses

10 ἵνα γνωρισθῇ νῦν36 ταῖς ἀρχαῖς καὶ

ταῖς ἐξουσίαις ἐν τοῖς ἐπουρανίοις

10a Afin que soit maintenant connue des

principauteacutes et des puissances dans les

cieux

διὰ τῆς ἐκκλησίας 10b par lEglise

ἡ πολυποίκιλος σοφία τοῦ θεοῦ 10c la sagesse multiple de Dieu

11 κατὰ πρόθεσιν 37 τῶν αἰώνων ἣν

ἐποίησεν

11a Selon le projet des siegravecles quil a reacutealiseacute

ἐν τῷ Χριστῷ Ἰησοῦ τῷ κυρίῳ ἡμῶν 11b dans le Christ Jeacutesus notre Seigneur

12 ἐν ᾧ ἔχομεν τὴν παρρησίαν καὶ

προσαγωγὴν ἐν πεποιθήσει38

12a En qui nous avons la hardiesse et laccegraves

dans la confiance

διὰ τῆς πίστεως αὐτοῦ 12b par sa foi

13 διὸ αἰτοῦμαι μὴ ἐγκακεῖν 39 13a Ainsi je demande de ne pas perdre

courage

ἐν ταῖς θλίψεσίν μου ὑπὲρ ὑμῶν40 13b dans mes tribulations pour vous

33 La variante πάντας est omise dans yen A 6 1739 1881 pc Ambst Aug mais attesteacutee par icirc46 yen2 B C D F

G y 33 Ucirc latt sy co Tert METZGER B M Un comentario textual al Nuevo Testamento griego p 530

admet quil est difficile de deacuteterminer si cette variante a eacuteteacute omise accidentellement ou intentionnellement

ou encore si elle a eacuteteacute inseacutereacutee par rapport au terme fwtisai qui exige geacuteneacuteralement un accusatif comme

dans les autres passages du Nouveau Testament Faute dautres alternatives de lecture la variante a eacuteteacute

maintenue sur la base des manuscrits qui lattestent mais en la laissant entre crochets pour indiquer les

reacuteserves dune prise de position deacutefinitive sur le sujet Toutefois lomission de la variante naltegravere pas de maniegravere substantielle le fond du texte 34 La variante ἐν est omise dans yen 614 McionT mais lomission apparaicirct de moindre relevance et naltegravere

pas le sens du texte 35 Apregraves le terme κτίσαντι certains manuscrits D2 (acirc 0278) 1881 Ucirc syh ajoutent lexpression dia Ihsou Cristou mais le texte est fortement attesteacute par icirc46 yen A B C D F G P y 33 81 365 11751505 1739

2464 pc latt syp co On noterait une tentative dharmoniser le texte Cette tentative perd sa force devant le

poids des teacutemoins externes qui attestent la lecture bregraveve du texte

36 La variante νῦν est omise dans F G 629 lat syp Tert MVict Cette omission nest pas soutenue par dautres

manuscrits et nest pas justifieacutee dans le contexte litteacuteraire dans lequel νῦν joue un rocircle important dans le

paralleacutelisme entre le passeacute ougrave le mystegravere eacutetait cacheacute en Dieu et le preacutesent (maintenant) ougrave il est reacuteveacuteleacute 37 La variante πρόθεσιν est substitueacutee par prognwsin dans Cl et sinterpregravete dans le sens de la preacutescience de

Dieu Toutefois le contexte est bien celui du projet des siegravecles (πρόθεσιν) que Dieu reacutealise en Jeacutesus Christ

(v 11) qui fait suite au mystegravere cacheacute depuis les siegravecles en Dieu qui creacutea toutes choses (v 9) 38 La variante πεποιθήσει est substitueacutee par tw eleuqerwqhnai dans D BARTH M Ephesians p 348

admet que cela aurait eacuteteacute une bonne interpreacutetation mais elle nest attesteacutee par auncun autre manuscrit

Pourtant dans le contexte de la peacutericope πεποιθήσει reste la meilleure interpreacutetation dans la mesure ougrave elle

est lieacutee agrave la variante προσαγωγὴν 39 La variante ἐγκακεῖν est substitueacutee par ἐkκακεῖν dans C D2 F G y 0278 1739 1881 Ucirc mais fortement

attesteacutee par icirc46 yen A B D 33 81 326 pc co Son admission ne changerait pas non plus le sens de la phrase

puisse que perdre courage signifie eacutegalement se deacutecourager 40 La variante ὑμῶν est substitueacutee par ἡμῶν dans icirc46 81 pc boms Cette substitution tregraves peu attesteacutee par

les manuscrits serait totalement inadeacutequate dans le contexte du v 13 par rapport aux tribulations de lapocirctre

en faveur des Nations (ἐν ταῖς θλίψεσίν μου ὑπὲρ ὑμῶν) et la gloire qui en deacutepend (ἥτις ἐστὶν δόξα ὑμῶν)

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30

ἥτις ἐστὶν δόξα ὑμῶν 13c ce qui est votre gloire

22 Structure et situation de luniteacute textuelle dans la dynamique de la lettre41

221 Situation de Ep 3 1-13 dans la dynamique de la lettre

La theacutematique de la connaissance du mystegravere de la volonteacute divine eacutenonceacutee degraves le

premier chapitre en Ep 1 9 renvoi particuliegraverement au projet bienveillant que Dieu a

formeacute par avance pour le reacutealiser quand les temps seraient accomplis (Ep 1 10) Apregraves

avoir eacutenonceacute cette theacutematique qui sera deacuteveloppeacutee au long de la lettre lauteur de la lettre

aux Epheacutesiens aborde en 2 11-22 la nouvelle situation des Juifs et des Nations dans le

Christ

41 Lexpression ἐν Ἐφέσῳ en Ep 1 1 a poseacute degraves le deacutebut plusieurs dificulteacutes lieacutees non seulement aux

destinataires et au contexte socio-historique de la lettre mais aussi agrave lauteur la date de reacutedaction et lobjet

de la lettre Cette expression placeacutee au deacutebut de la lettre est soutenue par les manuscrits a2 A B2 D F G Y

0278 33 1881 Ucirc latt sy co Toutefois cette expression est totalement omise dans icirc46 a B 6 1739 (Voir

lapparat critique de NESTLE-ALAND Greek-English New Testament p 503) En comparaison avec les

lettres pauliniennes la lettre aux Epheacutesiens ne fait pas de reacutefeacuterences agrave la situation de la communauteacute

chreacutetienne aux destinataires de la lettre et leurs problegravemes speacutecifiques Pour reacutesoudre cette difficulteacute

plusieurs hypothegraveses ont eacuteteacute eacutemises - La lettre na pas eacuteteacute envoyeacutee agrave une Eglise particuliegravere - La lettre a

eacuteteacute envoyeacutee agrave une Eglise locale mais ladresse initiale a eacuteteacute posteacuterieurement omise pour donner agrave la lettre

une plus grande extension en restant particuliegraverement lieacutee agrave la communauteacute dEphegravese - La lettre a eacuteteacute

envoyeacutee agrave certaines Eglises de la province romaine de lAsie Mineure et un espace a eacuteteacute laisseacute pour

compleacuteter au moment opportun le nom de chaque communauteacute eccleacutesiale - Il existait plusieurs copies de

la lettre avec chacune un destinataire diffeacuterent la lettre dirigeacutee aux Epheacutesiens aurait eacuteteacute la plus reconnue

vue limportance de la ville dEphegravese et de sa communauteacute (Cf FOULKES F Efeacutesios p 17 et seq)

Aucune de ces hypothegraveses nest pleinement satisfaisante ni conclusive Pour LINCOLN A T Ephesians

p LXXIV il semble plus approprieacute de respecter le caractegravere distinctif de ce manque de speacutecificiteacute de la

lettre sur le contexte vital pour se concentrer sur les implications geacuteneacuterales de la lettre elle-mecircme tout en

trouvant satisfaction dans les diffeacuterents contours du contexte qui doit ecirctre prudemment reconstruit

notamment agrave partir de la situation rheacutetorique de la lettre Cette situation rheacutetorique ne doit pas faire fi du

contexte de vie historique mais doit focaliser lattention dabord et avant tout sur ce qui peut-ecirctre deacuteduit agrave

la fois de limage implicite de leacutecrivain et des destinataires qui se deacutegage du texte Le problegraveme de datation

et de lieu de reacutedaction de la lettre deacutepend aussi de celui de lauteur Si la lettre a eacuteteacute eacutecrite par Paul elle se

situerait entre 61-64 Si elle na pas eacuteteacute eacutecrite par Paul elle se situerait apregraves 64 et bien avant lanneacutee 90

(Cf REYNIER C LEpicirctre aux Epheacutesiens p 28) Pour certains auteurs les prisons de Ceacutesareacutee et Rome

avaient une dureacutee suffisante pour la reacutedaction dune ou de toutes les lettres de la captiviteacute Celle de Rome

serait la plus probable Si la lettre a eacuteteacute eacutecrite agrave Rome ou agrave Ceacutesareacutee sa reacutedaction remonterait agrave la fin de la

vie de Paul et la lettre aurait eacuteteacute eacutecrite au deacutebut des anneacutees 60 (BEST E Ephesians p 45-46)

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31

Cette nouvelle situation des Nations racheteacutees par le Christ preacutesente un contraste

avec le passeacute ougrave elles eacutetaient exclues de la citeacute dIsraeumll eacutetrangegraveres aux alliances de la

promesse nayant ni espeacuterance ni Dieu dans le monde (Ep 2 12) Cest autour de cette

opposition que se deacuteveloppe lensemble du chapitre pour mettre en vue les implications

de lœuvre salvifique de Dieu et le deacuteploiement de son projet bienveillant dans lhistoire

de la communauteacute chreacutetienne

Cette communauteacute chreacutetienne est devenue par la terminologie de Ep 2 un

Homme nouveau un Corps dont le Christ est deacutesormais la Tecircte La communauteacute

chreacutetienne formeacutee par les Juifs et les Nations cest lEglise Corps du Christ (Ep 2 1516)

Mais ce langage de Ep 2 ne va pas sans difficulteacutes Si dans une Eglise deacutesormais deacutefinie

comme un corps comment les chreacutetiens venus de la gentiliteacute vont-ils pouvoir tenir

compte de ce qui fait aussi partie de leur meacutemoire agrave savoir la foi juive et biblique42 De

mecircme comment les judeacuteo-chreacutetiens pourraient-ils comprendre que les Nations

partageaient avec eux les alliances de la promesse dont elles eacutetaient exclues depuis

toujours

Ep 3 et particuliegraverement luniteacute textuelle de Ep 3 1-13 apparaicirct dans la

dynamique de la lettre pour donner une reacuteponse agrave cette preacuteoccupation La reacuteponse est

simple et bregraveve cest un mystegravere La theacutematique de la reacuteveacutelation et de la connaissance du

mystegravere est donc particuliegraverement lobjet de Ep 3 1-13 qui la deacutecrit dans un vocabulaire

lieacute agrave la reacuteveacutelation et agrave la connaissance Les Nations sont coheacuteritiegraveres co-corporeacutees et

coparticipantes de la promesse dans le Christ par lEvangile (Ep 3 6) Si le mystegravere eacutetait

simplement eacutevoqueacute en Ep 1 et repris sous un autre angle en Ep 2 il trouve en Ep 3 1-13

sa veacuteritable formulation Tant au niveau de la theacutematique que de la terminologie le lien

est eacutevident entre Ep 3 et Ep 1-243

En effet le style de Ep 3 constitueacute de pleacuteonasme et redondance est en tout

semblable agrave celui des uniteacutes preacuteceacutedentes avec des phrases longues et des reacutepeacutetitions44 Sur

le plan de la theacutematique le deacuteploiement du mystegravere en lien avec lEglise corps du Christ

en fait un lien preacutepondeacuterant Limportance de lEvangile par lequel les Nations se sont

incorporeacutees au Christ en Ep 3 6 correspond agrave lEvangile auquel elles ont cru et ont eacuteteacute

marqueacutees dun sceau par lEsprit de la promesse (Ep 1 13-14) Parmi les autres thegravemes

42 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 167 43 Pour les liens lexicographiques et theacutematiques entre Ep 3 1-13 et lensemble de la lettre voir

particuliegraverement CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 57 passim REYNIER C Evangile et

mystegravere p 31 passim 44 ALETTI J-N Op cit p 169

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partageacutes par les trois chapitres et qui traversent ce bloc litteacuteraire se trouvent

particuliegraverement limportance de la gracircce divine (Ep 3 278 1 267 2 578) et la

reacutealisation du projet de Dieu eacutetabli depuis les siegravecles (Ep 3 11 111)

222 Structure geacuteneacuterale de la lettre

En se basant sur les eacuteleacutements essentiellement formels certains commentateurs ont

proposeacute une composition chiastique agrave lensemble de la lettre aux Epheacutesiens 45 Dans cette

composition chiastique chaque uniteacute litteacuteraire agrave linteacuterieur du grand ensemble preacutesente

eacutegalement une structure chiastique46 Dautres par contre voient dans la lettre aux

Epheacutesiens une division tripartite Dans cette division la premiegravere partie deacutecrit lœuvre

salvifique de Dieu (Ep 1 15-2 22) la deuxiegraveme partie est caracteacuteriseacutee par la louange

pour la reacuteveacutelation divine (Ep 3 1-4 24) et la troisiegraveme partie exhortative invite les lecteurs

agrave briller comme les enfants de lumiegravere (Ep 4 25-6 20)47

Toutefois la plupart des exeacutegegravetes propose une division bipartite de la lettre

constitueacutee dune partie didactique (Ep 1-3) et dune partie exhortative (Ep 4-6)48 Dans cet

ensemble on peut de maniegravere particuliegravere mettre en vue la perspective qui preacutesente une

organisation de la lettre agrave partir des critegraveres formels et seacutemantiques en lien avec la

theacutematique de la connaissance du mystegravere comme eacuteleacutement litteacuteraire deacuteterminant49 Une

fois le mystegravere connu en Ep 3 la partie exhortative est marqueacutee par des recommandations

pour un style de vie conforme au mystegravere dans leacutedification du Corps du Christ qui est

lEglise

En effet dans la lettre aux Epheacutesiens la theacutematique du mystegravere suit une eacutelaboration

progressive et le mystegravere se fait connaicirctre dans la dynamique progressive de louvrage

En reacuteservant degraves le deacutebut ses positions sur le mystegravere lauteur ne fait queacutepouser la

speacutecificiteacute de ce mystegravere qui est de necirctre connu et compris quau terme dune longue

preacuteparation50 A partir de cette division bipartite qui prend en consideacuteration Ep 1-3

45 CAMERON P S ldquoThe Structure of Ephesiansrdquo p 3 passim 46 Ibid p 4 passim 47 BARTH M Ephesians p 55 passim 48 Pour une eacutetude sur la division bipartite de luniteacute textuelle voir SCHLIER H La Carta a los Efesios p

20 LINCOLN T A Ephesians p XXXVI REYNIER C Evangile et mystegravere p 29 49 IOVINO P ldquoLa conoscenza del misteriordquo p 326 passim 50 ALETTI J-N Saint Paul Eacutepicirctre aux Eacutepheacutesiens p 12

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comme eacutetant la premiegravere partie et Ep 4-6 comme eacutetant la deuxiegraveme partie le texte de

notre eacutetude Ep 3 1-13 se situe alors dans la premiegravere partie de la lettre et marque un

tournant deacutecisif entre la partie didactique et la partie exhortative de la lettre

La question qui se pose est celle de savoir quelle est la situation de Ep 3 1-13

dans cette premiegravere partie de la lettre Ep 3 1-13 se trouve-t-il dans cette premiegravere partie

de la lettre comme une parenthegravese sans rapport avec le contexte ou comme un passage

deacuteterminant dans la dynamique de la lettre51

223 Linsertion de Ep 3 1-13 dans la premiegravere partie de la lettre

Les points de contacts theacutematique et terminologique preacutesenteacutes ci-dessus

montrent deacutejagrave dans une premiegravere approche un lien et une logique interne dans les trois

premiers chapitres de la lettre Ces correspondances sont encore affirmeacutees avec plus de

force agrave linteacuterieur de luniteacute textuelle de Ep 3 1-13

Pourtant certains auteurs considegraverent Ep 3 1-13 comme un fragment disparate

inseacutereacute dans la premiegravere partie de la lettre et dautres y voient simplement une digression

ou une parenthegravese52

Lanalyse minutieuse du vocabulaire de Ep 3 1- 13 et de son rapport avec les

diffeacuterentes uniteacutes litteacuteraires contenues dans lensemble de la lettre montre plusieurs

affiniteacutes En effet un regard sur les termes favoris de la lettre aux Epheacutesiens montre que

sur un total de vingt-quatre termes favoris de la lettre treize font parties de Ep 3 1-13

comme le preacutesente le tableau ci-dessous53

51 REYNIER C Evangile et mystegravere p 29 52 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 35 considegravere cette uniteacute textuelle comme digression allant de 3 2-14a une deacutelimitation baseacutee sur la question du genre litteacuteraire RYRIE C C ldquoThe mystery in

Ephesians 3rdquo p 24 considegravere luniteacute textuelle de 3 1-12 en le coupant du v 13 BUTTRICK G A The

Interpreters Bible p 664 le deacutelimite en 3 2-13 et le considegravere comme une longue parenthegravese qui interrompt

la priegravere de supplication du chapitre 3 GNILKA J Der Epheserbrief p 160 et PENNA R La lettera agli

Efesini p 154 deacutelimitent cette uniteacute textuelle en 3 1-12 agrave partir des consideacuterations simplement

diachroniques 53 Pour les mots favoris de Epheacutesiens nous nous servons des statistiques preacutesenteacutees par VANHOYE A

LEpicirctre aux Epheacutesiens et lEpicirctre aux Heacutebreux p 214 A partir de ces statistiques nous eacutelaborons la

freacutequence de ces mots dans luniteacute textuelle de Ep 3 1-13

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Tabeaux 2 Termes favoris de la lettre aux Epheacutesiens

TERMES FAVORIS EPHESIENS Ep 3 1-13

ἀγαπᾶν 10

ἀγάπη 10

ἅγιος 15 2

αἰών 7 2

ἀλήθεια 6

γνωρίζω 6 3

διό 5 1

εἰρήνη 8

ἕκαστος 5

ἐκκλησία 9 1

ἐπουράνιος 5 1

θέλημα 7

καθώς 10 1

κατά 24 4

μυστήριον 6 3

περιπατέω 8

πλοῦτος 5 1

ποτέ 6

σῶμα 9

τέκνον 5

ὑπέρ 10 2

φῶς 5

χάρις 12 3

Χριστός 46 5

Le terme σῶμα fondamentale dans la compreacutehension du mystegravere napparaicirct pas

litteacuteralement en Ep 3 1-13 mais se trouve inclus dans le terme σύσσωμος qui apparaicirct en

Ep 3 6 comme un hapax legomenon neacuteotestamentaire De mecircme la theacutematique de la

lumiegravere (φῶς) qui apparaicirct cinq fois dans la lettre nest pas totalement absente dans luniteacute

textuelle de Ep 3 1-13 et peut ecirctre vue dans la recommandation de mettre en lumiegravere

(φωτίζω) le mystegravere cacheacute depuis les siegravecles en Dieu (Ep 3 9)

En plus de ces deux indications on constate que plus de la moitieacute des termes

favoris de la lettre aux Epheacutesiens (1324) se retrouvent en Ep 3 1-13 En comptant la

freacutequence de ces termes favoris dans lensemble de la premiegravere partie de la lettre on

contaste quils ont une freacutequence totale de trente-six emplois en Ep 1 y compris ladresse

initiale vingt emplois dans lensemble de Ep 2 et une freacutequence totale de 29 emplois en

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Ep 3 1-1354 hormis les vv 14-21 Lemploi des termes favoris de la lettre apparaicirct donc

avec une grande importance dans luniteacute textuelle de Ep 3 1-13

Cette analyse peut eacutegalement prendre en compte la fonction de lhymne en Ep 1

3-14 En effet lhymne se preacutesente comme une introduction bipartite de la totaliteacute de la

lettre La premiegravere partie de lhymne (Ep 1 3-10) caracteacuteriseacutee par laction salvifique de

Dieu et les dons de sa gracircce fait un lien avec la premiegravere partie de la lettre (Ep 1--3) et

la deuxiegraveme partie de lhymne (Ep 11-14) qui deacutecrit la communauteacute chreacutetienne

beacuteneacuteficiaire des dons de Dieu deacutebouche sur la deuxiegraveme partie de la lettre (Ep 4--6)55

Dans cette organisation Ep 3 1-13 apparaicirct comme le sommet de la connaissance

du mystegravere eacutenonceacute en Ep 1 9 Si Ep 1 3-14 manifeste le chemin preacutevu par Dieu dans le

temps pour la reacuteveacutelation de son dessein Ep 3 1-13 en parle en terme de mystegravere en

montrant quavec laccomplissement des temps lunivers entier accegravede agrave la connaissance

du projet salvifique de Dieu56 A la suite de ces indications Ep 3 1-13 peut-il ecirctre

consideacutereacute comme un amalgame dexpressions enchevecirctreacutees et deacutepourvues dune logique

interne57

En effet pour certains auteurs le passage commenceacute en 3 1 avec un Τούτου χάριν

initial est interrompu par une longue parenthegravese ou digression (3 2-13) Cest alors la

reprise du tούτου χάριν en 3 14 qui marquerait la continuation de lideacutee enchaicircneacutee en 3

1 consideacutereacute comme eacutetant une anacoluthe qui ferait donc le lien avec le passage preacuteceacutedent

de 2 11-2258

Pourtant ces longues phrases quun lecteur moins averti pourrait croire

embrouilleacutees est fortement structureacutee par un tout systegraveme de subordinations59 Le style

redondant est encore celui des passages preacuteceacutedents constitueacute des phrases tregraves longues des

relatives et des reacutepeacutetitions qui font progresser les ideacutees dans une reprise constante de

vocabulaire Cest ainsi que la peacutericope se preacutesente comme une suite logique des ideacutees

amorceacutees dans le passage anteacuterieur60 Toutes les tentatives de structuration de Ep 3 1-13

54 REYNIER C Evangile et mystegravere p 31 eacutevoque eacutegalement cette freacutequence de 29 emplois en Ep 3 1-

13 mais ne preacutesente pas les autres freacutequence en Ep 1-2 55 Pour une eacutetude sur lorganisation bipartite de lhymne et sa correspondance avec les deux parties de la lettre voir CARAGOUNIS C The Ephesian mysterion p 49 passim REYNIER C Evangile et Mystegravere

p 32 passim 56 REYNIER C Evangile et Mystegravere p 35 57 Cest ce quen pense en effet PERCY E Die Probleme der Kolosser und Epheserbriefe p 179 passim 58 Cf LINCOLN T A Ephesians p 167 59 HUGEDE N Commentaire de lrsquoEpicirctre aux Epheacutesiens p 100 60Les paralleacutelismes lexicographiques ont eacuteteacute eacutegalement identifieacutes avec le passage de Col 1 23-29 Cf

MERKLEIN H Das kirchliche Amt nach dem Epheserbrief p 160 passim Dans les deux passages sont

abordeacutes les mecircmes sujets la vocation de Paul comme ministre de lEvangile les souffrances de lapocirctre des

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se situent sur deux grandes perspectives la division en quatre parties fondeacutee sur

lenchainement des ideacutees et sur les paralleacutelismes61 et la division en deux parties fondeacutee

essentiellement sur la reacuteception de la reacuteveacutelation et sa transmission62

224 Organisation et structure de Ep 3 1-13

Pour ce qui est de la structure du texte il a eacuteteacute souligneacute lavantage de la division

bipartite sur la division quadripartite de Ep 3 1-13 En effet la division bipartite tient en

compte non seulement la dimension lexicographique du texte mais aussi la double

theacutematique de Paul qui apparaicirct aux vv 1 et 13 et du mystegravere qui enchaicircne le texte dans

sa dynamique Toutefois cette approche divise le texte en Ep 3 1-6 (la reacuteception de la

reacuteveacutelation par Paul) et Ep 3 7-12 (Paul transmet la reacuteveacutelation aux nations) et fait

totalement abstraction du verset 13 alors quil fait partie inteacutegrante de luniteacute textuelle63

Lorganisation bipartite de lrsquouniteacute textuelle qui prend en compte les eacuteleacutements de

la syntaxe64 malgreacute la difficulteacute que repreacutesentent les versets 1 et 13 peut-ecirctre la plus

approprieacutee pour leacutetude de Ep 3 1-13 sous la perspective de la dynamique soteacuteriologique

du texte En effet la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance entraicircne le texte de Ep

3 1-13 dans sa dynamique Le panorama lexicographique de cette uniteacute textuelle se

trouve profondeacutement marqueacute par la preacutesence des termes ἀποκάλυψιςἀποκαλύπτω

μυστήριον et γνωρίζω dont la reacuteveacutelation et la connaissance apparaissent comme

composantes essentielles du mystegravere

Nations et lannonce du mystegravere cacheacute depuis toujours et maintenant reacuteveacuteleacute La lettre aux Colossiens eacutetant

anteacuterieure agrave celle aux Epheacutesiens certains commentateurs ont penseacute que lauteur de la Lettre aux Epheacutesiens

se serait servi du passage de Col 1 23-29 pour eacutecrire son texte en y reconnaissant deux sources un texte

plus ancien eacutecrit par Paul qui serait Ep 3 8-13 et des ajouts du reacutedacteur de la preacutesente lettre qui serait Ep

3 2-7 Cf BOISMARD M-E Lrsquoeacutenigme de la lettre aux Epheacutesiens p 102 et seq Toutefois en deacutepit des

similitudes entre les deux textes les diffeacuterences sont eacutegalement eacutenormes Aux vv 8-13 le mystegravere reste de

nature christologique et lEglise est linstrument de sa procclamation Cf ALETTI J-N Saint Paul Eacutepicirctre

aux Eacutepheacutesiens p 172 61 BARTH M Ephesians p 350 et seq ROUSSEAU F ldquoLa poeacutetique fondamentale du texte bibliquerdquo

p 164 et seq 62 GNILKA J Der Epheserbrief p 161 passim PFAMMATER J Epheserbrief und Kolosserbrief p 25 63 GNILKA J Der Epheserbrief p 162 et seq 64 Pour un division bibpartite de luniteacute textuelle de Ep 3 1-13 voir SCHLIER H Der Brief an die Epheser

p 147 SCHNACKENBURG R Ephesians p 128 passim PENNA R Lettera agli Efesini p 161

MASSON C LrsquoEpicirctre de saint Paul aux Epheacutesiens p 172 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens

p 172 passim REYNIER C Evangile et mystegravere p 55 passim BOUTTIER M LrsquoEpicirctre de saint Paul

aux Epheacutesiens p 136

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En effet luniteacute textuelle de Ep 3 1-13 se trouve enrobeacutee de la theacutematique de la

souffrance de celui qui se preacutesente en Ep 3 1 comme eacutetant le prisonnier du Christ (ὁ

δέσμιος τοῦ Χριστοῦ) pour les Nations et en Ep 3 13 comme celui dont les tribulations

(θλίψεσίν) sont pour la gloire des Nations Ep 3 1-13 est uniquement composeacute de trois

phrases la premiegravere phrase implique les vv 1-7 la deuxiegraveme prend en compte les vv 8-

12 et la troisiegraveme est constitueacutee du v 13 Comme il a eacuteteacute signaleacute plus haut le v 1 a eacuteteacute

sujet agrave plusieurs controverses sur son lien avec le reste de luniteacute textuelle65 Par sa

correspondance avec le v 13 il fait pourtant partie de luniteacute textuelle et ne peut donc ecirctre

exclu

Toutefois on ne peut nier la diffeacuterence qui seacutepare ce v1 du v 2 qui le suit ainsi

que des autres versets de luniteacute textuelle La diffeacuterence se trouve tant au niveau de la

syntaxe ougrave le v 1 se preacutesente sans aucun verbe quau niveau du vocabulaire qui isole ce

verset du verset suivant Pourtant les vv 2 et 7 forment une inclusion partielle de luniteacute

textuelle par lexpression τῆς χάριτος τοῦ θεοῦ τῆς δοθείσης μοι (la gracircce de Dieu qui

ma eacuteteacute donneacutee)

Les points de contacts entre les vv 1 et 13 qui constituent les limites de cette uniteacute

textuelle sont pourtant marqueacutes non seulement par la theacutematique de la souffrance mais

aussi par la reacutefeacuterence de la premiegravere personne du singulier attribueacutee agrave Paul tant au v 1

(ἐγὼ Παῦλος) quau v 13 (μου) et linsistance dirigeacutee aux Nations pour qui Paul endure

les souffrances (ὑπὲρ ὑμῶν [vv 1 et 13])

Malgreacute sa correspondance avec le v 1 le v 13 qui deacutelimite luniteacute textuelle en

amont est une phrase complegravete avec un sujet un verbe et un compleacutement66 Eucirct eacutegard agrave

ces eacuteleacutements litteacuteraires il en ressort que les vv 1 et 13 ne peuvent ecirctre deacutetacheacutes de Ep 3

1-13 Ils font partie inteacutegrante de cette uniteacute textuelle mais agrave la maniegravere dun cadre ougrave ils

sappellent et se reacutepondent lun agrave lautre dressant la stature de lapocirctre en dialogue avec

les Nations67

65 En se fondant sur le genre litteacuteraire certains excluent le v 1 du reste de luniteacute textuelle et prennent

seulement en consideacuteration les vv 2-13 Cf CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 55 et seq Dautres lincluent dans la premiegravere partie de luniteacute textuelle en la divisant des vv 1-7 et 8-13 Cf

LINDEMANN A Die Aufhebung der Zeit p 58 Pour ROUSSEAU F La poeacutetique fondamentale du texte

biblique Le fait litteacuteraire dun paralleacutelisme eacutelargi et omnipreacutesent p 146 passim le v 1 constitue une partie

du texte qui peut ecirctre reconnue comme la souffrance de Paul 66 Certains auteurs relient le v 13 avec les versets suivants Cf GNILKA J Der Epheserbrief p 179

passim et PENNA R La lettera agli Efesini p 166 Pourtant pour SCHLIER H Der Brief an die

Epheser p 166 et LONA H Die Eschatologie im Lolosser- und Epheserbrief p 280 passim le v 13 est

la conclusion du v12 ou des vv 10-11 et donc lieacute agrave la deuxiegraveme partie de luniteacute textuelle de Ep 3 1-13 67 REYNIER C Evangile et Mystegravere p 56

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Sil y a un changement manifeste entre le v 1 et le v 2 la transition entre le v 2

et le v 3 est assureacutee par la preacuteposition ὅτι qui est conserveacutee dans la traduction faite pour

cette eacutetude comme le montre les eacuteleacutements de critique de textuelle La preacuteposition ὅτι fait

de ce verset une explication de ce qui le preacutecegravede Ce v 3 annonce aussi la theacutematique de

la reacuteveacutelation du mystegravere agrave Paul dans les trois termes clefs de notre eacutetude ἀποκάλυψιν

μυστήριον et ἐγνωρίσθη

Dans la dynamique interne de luniteacute textuelle le terme ἀποκάλυψιν au v 3 trouve

sa reacutesonnance dans lindicatif aoriste ἀπεκαλύφθη au v 5 et le μυστήριον est repris aux

vv 4 et 9 tout en eacutetant introduit au v 5 par le relatif ὅς Au v 3 lindicatif aoriste

ἐγνωρίσθη a pour objet le mystegravere et pour modaliteacute la reacuteveacutelation dont lunique

destinataire est Paul alors quau v 5 ἐγνωρίσθη a une connotation neacutegative et eacutelargit

leacutetendue des destinataires 68 Dans toutes ses occurrences le mystegravere est lieacute agrave la

connaissance et ses diffeacuterentes reprises donnent lieu agrave un eacutelargissement progressif de la

theacutematique du mystegravere sous langle de la connaissance et de la reacuteveacutelation69

Si au v 3 il a eacuteteacute question du mystegravere qui a eacuteteacute donneacute agrave Paul de connaicirctre au v

4 il est question de son intelligence dans le mystegravere du Christ La theacutematique du mystegravere

eacutevolue Il sagit au v 4 du μυστήριον τοῦ Χριστοῦ Pourtant le paralleacutelisme entre καθὼς

προέγραψα ἐν ὀλίγῳ agrave la fin du v 3 et πρὸς ὃ δύνασθε ἀναγινώσκοντες au deacutebut du v 4

met en vue un rapport de compleacutementariteacute et de finaliteacute entre lacte deacutecriture fixeacute dans le

passeacute et lacte de lecture qui souvre sur une dureacutee indeacutetermineacutee70

La theacutematique du mystegravere poursuit son cours au v 5 introduit par le relatif ὅς Le

mystegravere qui na pas eacuteteacute fait connaicirctre dans le passeacute est maintenant reacuteveacuteleacute et les apocirctres et

les prophegravetes en sont les beacuteneacuteficiaires La reacuteveacutelation progressive du mystegravere marque une

opposition radicale dans le temps le passeacute ougrave le mystegravere eacutetait inconnu et le preacutesent ougrave il

est connu Cest sur cette opposition radicale du preacutesent et du passeacute formuleacutee sous la

forme du connu et de linconnu que les vv 5-7 constituent la pointe de luniteacute textuelle71

Cest dans la dynamique de cette opposition radicale que le v 6 annonce le contenu

du mystegravere les Nations sont coheacuteritiegraveres co-corporeacutees et coparticipantes de la promesse

Les vv 3-6 se trouvent donc agrave lrsquointeacuterieur drsquoune inclusion partielle formeacutee par les vv 2 et

772 Cette inclusion met en relief la theacutematique de la gratuiteacute de la gracircce divine qui se

68 Ibid p 60 69 Ibid 70 Ibid p 61 71 LONA H Die Eschatologie im Lolosser- und Epheserbrief p 280 passim 72 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 182

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trouve agrave ses extreacutemiteacutes en la combinant avec la theacutematique de la reacuteveacutelation du mystegravere

qui se trouve en son centre73

La nouvelle phrase qui commence au v 8 reprend la theacutematique de la gracircce donneacutee

agrave Paul Au v 1 la gracircce a eacuteteacute donneacutee agrave Paul en faveur des Nations Au v 7 cette gracircce

la constitueacute serviteur de lEvangile Le v 8 combine alors les deux actions comme une

sorte dinsistance en mettant en vue la gracircce reccedilue dannoncer lEvangile aux Nations

Sans aucune interruption le v 9 introduit par la conjonction καί enchaicircne le deuxiegraveme

volet de la mission reccedilue qui est celle de mettre en lumiegravere le mystegravere cacheacute depuis les

siegravecles

Mais la phrase qui prend son cours au v 8 sachegraveve au v 1274 Le ἵνα placeacute au

deacutebut du v 10 permet de passer de leacuteconomie du mystegravere cacheacute agrave la connaissance de la

sagesse de Dieu75 Le mystegravere qui eacutetait cacheacute depuis les siegravecles est maintenant connu

comme eacutetant lœuvre de la sagesse multiple de Dieu Cest par lEglise que cette sagesse

sera connue des principauteacutes et des puissances dans les cieux On passe du vocabulaire

de connaissance agrave connotation apocalyptique des vv 2-7 agrave un vocabulaire de

connaissance agrave connotation sapientielle dans les vv 8-1276

Le temps de lEglise exprimeacute au v 10 entre dans le projet eacuteternel de Dieu reacutealiseacute

dans le christ Jeacutesus (v 11) Lexpression ἐν τῷ Χριστῷ Ἰησοῦ τῷ κυρίῳ ἡμῶν reacuteintroduit

aux vv 11 et 12 la premiegravere personne du pluriel et agrave la diffeacuterence des vv 2-7 les vv 8-

12 sont dans la premiegravere personne du pluriel77

Eucirct eacutegard agrave lanalyse qui preacutecegravede il en ressort que luniteacute textuelle de Ep 3 1-13

est organiseacutee en deux parties compleacutementaires Ep 3 2-7 et Ep 3 8-12 La premiegravere partie

construite sur un scheacutema concentrique annonce la theacutematique de la reacuteveacutelation du mystegravere

et lautre construite sur une dynamique eacutevolutive traite du deacuteploiement de ce mystegravere

dans lunivers par lactiviteacute de Paul et de lEglise78

73 REYNIER C Evangile et Mystegravere p 65 74 LONA H Die Eschatologie im Lolosser- und Epheserbrief p 280 preacutesente les vv 8-13 en deux parties vv 8-10 et vv 11-13 La premiegravere partie est en parallegravele avec les vv 2-7 et la deuxiegraveme partie na pas de

parallegravele dans la premiegravere partie 75 REYNIER C Evangile et mystegravere p 71 76 Ibid p 75 77 BOUTTIER M LrsquoEpicirctre de saint Paul aux Epheacutesiens p 149 78 REYNIER C Op cit p 79 preacutesente dans la deuxiegraveme partie (vv 8-12) une structure parallegravele ouverte

En effet la structure bipartite preacutesenteacutee par cet auteur deacutecoupe de maniegravere excessive le texte en tregraves petits

morceaux et finit par perdre la valeur du texte comme un tout Pour la structure complegravete preacutesenteacutee par cet

auteur voir REYNIER C Evangile et mystegravere p 272-273

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Les vv 1 et 13 en se reacutepondant encadrent le deacuteveloppement de luniteacute textuelle

par leacutevocation de la souffrance apostolique en faveur des Nations 79 Le scheacutema ci-

dessous preacutesente lorganisation du texte dans sa structure qui servira pour cette eacutetude des

dynamismes soteacuteriologiques en lien avec la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance80

1A cause de cela moi Paul le prisonnier du Christ [Jeacutesus] pour vous les Nations

A 2Si vraiment vous avez appris la dispensation de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute

donneacutee pour vous

B 3[car] au cours dune reacuteveacutelation ma eacuteteacute fait connaicirctre le mystegravere comme je lai eacutecrit briegravevement

C4pour que vous soyez capables en lisant de comprendre mon

intelligence dans le mystegravere du Christ 5qui na pas eacuteteacute fait connaicirctre des

autres geacuteneacuterations des fils des hommes

B comme maintenant il a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave ses saints apocirctres et

prophegravetes dans lEsprit 6les Nations sont coheacuteritiegraveres co-corporeacutees et co-

participantes de la promesse dans le Christ Jeacutesus par lEvangile

A 7dont jai eacuteteacute fait serviteur selon le don de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute donneacutee

selon le deacuteploiement de sa puissance

8A moi le plus petit de tous les saints a eacuteteacute donneacutee cette gracircce dannoncer lEvangile

aux Nations linsondable richesse du Christ 9et de mettre en lumiegravere la dispensation du

mystegravere cacheacute depuis les siegravecles en Dieu qui creacutea toutes choses 10afin que soit

maintenant fait connaitre des principauteacutes et des puissances dans les cieux par

lEglise la sagesse multiple de Dieu

11selon le projet des siegravecles quil a reacutealiseacute dans le Christ Jeacutesus notre Seigneur 12en qui

nous avons la hardiesse et laccegraves dans la confiance par sa foi

13Ainsi je demande de ne pas perdre courage dans mes tribulations pour vous ce

qui est votre gloire

79 BOUTTIER M LrsquoEpicirctre de saint Paul aux Epheacutesiens p 136 80 Nous prenons comme base les structures proposeacutees par LONA H Die Eschatologie im Lolosser- und

Epheserbrief p 280 et REYNIER C Evangile et mystegravere p 272 passim Toutefois nous apportons des

modifications neacutecessaires pour le cadre de notre eacutetude Si la structure de Reynier subit un deacutecoupage

excessif qui fait perdre le texte et sa coheacuterence celle de Lona preacutesente au mieux lorganisation concentrique

des vv 2-7 comme premiegravere partie de Ep 3 1-13 ainsi que la division en deux sous-parties de la deuxiegraveme

partie du texte vv 8-10 et vv 11-13 Le deacutefaut ici est davoir inclu le v 13 comme faisant partie de cette

deuxiegraveme sous-partie malgreacute les diffeacuterences que nous avons signaleacutees plus haut Aussi il ne trouve pas de

correspondance des vv 11-13 dans la premiegravere partie du texte (vv 2-7) Enfin quen est-il du v 1 Pour

lui ce verset est tout simplement un anacoluthe

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225 Organisation de la dynamique soteacuteriologique de luniteacute textuelle

A partir dune approche synchronique des dynamismes soteacuteriologiques preacutesents

en Ep 3 1-13 la reacuteveacutelation le mystegravere et la connaissance apparaissent comme des champs

seacutemantiques les plus importants pour exprimer le deacuteploiement de la gracircce de Dieu dans

la communauteacute chreacutetienne Ces dynamismes sont proportionneacutes par des agents

soteacuteriologiques dont le premier Paul commence e termine la dynamique soteacuteriologique

du texte (vv 113) sous la forme dune inclusion

Le prisonnier du Christ Jeacutesus (v 1) apparaicirct comme agent soteacuteriologique pour la

communauteacute croyante agrave partir de ses souffrances pour le Christ (v 13) La souffrance du

serviteur de lEvangile (v 7) et dispensateur du mystegravere divin (v 9) devient le lieu ougrave se

rend preacutesent le salut de Dieu pour la communauteacute chreacutetienne

Le premier moment dynamique de notre texte (vv 2-7) sarticule autour de 7

dynamismes soteacuteriologiques signifieacutes par 26 champs seacutemantiques Le deuxiegraveme moment

dynamique (vv 8-12) est marqueacute par 6 dynamismes soteacuteriologiques signifieacutes par 29

champs seacutemantiques En effet luniteacute des versets 2 agrave 12 et le paralleacutelisme existant entre

les versets 1 et 13 formant une inclusion globale du texte indiquent les principaux thegravemes

du passage et deacutelimitent la peacutericope dans son uniteacute litteacuteraire81

Dans un premier moment du texte le mystegravere est reacuteveacuteleacute agrave Paul Et ce mystegravere qui

lui est donneacute de connaicirctre particuliegraverement au cours dune reacuteveacutelation est destineacute pour les

Nations qui en sont les beacuteneacuteficiaires Cest ainsi que ce premier moment qui sarticule

autour de la reacuteveacutelation (et donc de la connaissance) du mystegravere atteint son paroxysme

dans la reacuteveacutelation de la nouvelle situation des Nations comme expression concregravete et

sublime du mystegravere cacheacute depuis toujours

Ce premier moment dynamique du texte (vv 2-7) deacutebouche degraves lors sur le

deuxiegraveme moment (vv 8-12) qui sarticule autour de la dispensation de ce mystegravere cacheacute

en Dieu depuis les siegravecles Le mystegravere se fait connaicirctre non seulement par lactiviteacute de

Paul mais aussi par lintermeacutediaire de lEglise La communauteacute chreacutetienne devient le lieu

ougrave la creacuteation toute entiegravere est appeleacutee agrave connaicirctre la sagesse multiple de Dieu

81 REYNIER C Evangile et Mystegravere p 78

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42

23 Identification et lecture des dynamismes soteacuteriologiques de Ep 3 1-13

Dans la dynamique de la lettre Ep 3 1-13 se trouve dans le chapitre 3 qui met un

terme agrave la premiegravere partie de la lettre marqueacutee par un exposeacute du mystegravere du salut de Dieu

qui se rend preacutesent dans la vie de la communauteacute eccleacutesiale Cet exposeacute deacutebouche sur une

exhortation de lapocirctre pour une appropriation du mystegravere du Christ dans la communauteacute

eccleacutesiale

La lettre souvre sur le projet salvifique de Dieu qui nous a beacutenis par toutes sortes

de beacuteneacutedictions spirituelles nous a eacutelus en lui degraves avant la fondation du monde nous a

preacutedestineacutes agrave ecirctre ses fils adoptifs en Jeacutesus Christ et nous a fait connaicirctre le mystegravere de sa

volonteacute (cf Ep 1 3b-59) Lauteur enchaicircne avec les effets du salut qui loin decirctre reacuteserveacute

pour la fin des temps se rend deacutejagrave preacutesent dans la nouvelle situation de la communauteacute

chreacutetienne reacuteconcilieacutee dans et par le Christ (cf Ep 2 1-22)

Cest alors quen deacuteveloppant sa connaissance du mystegravere divin qui lui a eacuteteacute reacuteveacuteleacute

lauteur se preacutesente comme eacutetant le serviteur de ce mystegravere du Christ dans les eacutepreuves

(cf Ep 3 113) Ce contexte est celui dans lequel se situent les dynamismes

soteacuteriologiques preacutesenteacutes dans les tableaux ci-dessous et analyseacutes au long de cette eacutetude

Tabeaux 3 Dynamismes soteacuteriologiques de Ep 3 12-7

I

Ep 3 1

1Toutou carin evgw Pauloj o` desmioj tou Cristou IcircVIhsouETH uper u`mwn twn evqnwn

1A cause de cela moi Paul le prisonnier du Christ [Jeacutesus] pour vous les Nations

Relation soteacuteriologique Moi Paul le prisonnier du Christ [Jeacutesus] pour vous les Nations

Champs seacutemantiques δέσμιος (Prisonnier) evqnwn - ἔθνος (Nations)

Agent soteacuteriologique Paul

Expressions affines 13Ainsi je demande de ne pas perdre courage dans mes tribulations

pour vous ce qui est votre gloire

Relation dans le Christ Communion dans leacutepreuve et appartenance

Beacuteneacuteficiaires Les Nations

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43

II

Ep 3 2

2ei ge hvkousate thn oivkonomian thj caritoj tou qeou thj doqeishj moi eivj u`maj

2Si vraiment vous avez appris la dispensation de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute donneacutee pour

vous

Action soteacuteriologique Vous avez appris la dispensation de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute

donneacutee pour vous

Champs seacutemantiques hvkousate - ἀκούω (Ecoute) oivkonomian - οἰκονομία (Dispensation) caritoj (Gracircce) δοθείσης - δίδωμι (Don)

Agent Soteacuteriologique Dieu

Expressions affines 3car au cours dune reacuteveacutelation ma eacuteteacute fait connaicirctre le mystegravere comme je lai eacutecrit briegravevement

Autres deacuteterminations 4pour que vous soyez capables en lisant de comprendre mon intelligence dans le mystegravere du Christ 5qui na pas eacuteteacute fait connaicirctre des autres geacuteneacuterations des

fils des hommes comme maintenant il a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave ses saints apocirctres et prophegravetes dans

lEsprit

Relation avec Dieu Beacuteneacutefice du don gratuit

Beacuteneacuteficiaires Paul et Les Nations

III

Ep 3 3-4

3[ὅτι] κατὰ ἀποκάλυψιν ἐγνωρίσθη μοι τὸ μυστήριον καθὼς προέγραψα ἐν ὀλίγῳ 4 πρὸς ὃ

δύνασθε ἀναγινώσκοντες νοῆσαι τὴν σύνεσίν μου ἐν τῷ μυστηρίῳ τοῦ Χριστοῦ

3Car au cours dune reacuteveacutelation ma eacuteteacute fait connaicirctre le mystegravere comme je lai eacutecrit

briegravevement 4pour que vous soyez capables en lisant de comprendre mon intelligence dans le mystegravere du Christ

Action soteacuteriologique au cours dune reacuteveacutelation ma eacuteteacute fait connaicirctre le mystegravere comme je lai eacutecrit

Champs seacutemantiques ἀποκάλυψιν (Reacuteveacutelation) ἐγνωρίσθη - γνωρίζω (Connaissance)

μυστήριον (Mystegravere) προέγραψα - προγράφω (Ecrire avant Ecriture)

Agent Soteacuteriologique Dieu

Expressions affines 5qui na pas eacuteteacute fait connaicirctre des autres geacuteneacuterations des fils des hommes comme maintenant il a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave ses saints apocirctres et prophegravetes dans lEsprit 6Les

Nations sont coheacuteritiegraveres co-corporeacutees et coparticipantes de la promesse dans le Christ Jeacutesus

par lEvangile 7dont jai eacuteteacute fait serviteur selon le don de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute donneacutee

selon le deacuteploiement de sa puissance

Autres deacuteterminations 8A moi le plus petit de tous les saints a eacuteteacute donneacutee cette gracircce

dannoncer lEvangile aux Nations linsondable richesse du Christ 9et de mettre en lumiegravere la dispensation du mystegravere cacheacute depuis les siegravecles en Dieu qui creacutea toutes choses

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44

Relation avec Dieu Beacuteneacutefice dans la connaissance du mystegravere

Beacuteneacuteficiaire Paul

IV

Ep 3 3-4

3[ὅτι] κατὰ ἀποκάλυψιν ἐγνωρίσθη μοι τὸ μυστήριον καθὼς προέγραψα ἐν ὀλίγῳ 4πρὸς ὃ

δύνασθε ἀναγινώσκοντες νοῆσαι τὴν σύνεσίν μου ἐν τῷ μυστηρίῳ τοῦ Χριστοῦ

3Car au cours dune reacuteveacutelation ma eacuteteacute fait connaicirctre le mystegravere comme je lai eacutecrit

briegravevement 4pour que vous soyez capables en lisant de comprendre mon intelligence dans le mystegravere du Christ

Action soteacuteriologique pour que vous soyez capables en lisant de comprendre mon

intelligence dans le mystegravere du Christ

Champs seacutemantiques ἀναγινώσκοντες - ἀναγινώσκω (Lecture) νοῆσαι - νοέω

(Compreacutehension) σύνεσίν (Intelligence) μυστηρίῳ (Mystegravere)

Agent Soteacuteriologique Christ

Expressions affines 1A cause de cela moi Paul le prisonnier du Christ [Jeacutesus] pour vous les Nations 2Si vraiment vous avez appris la dispensation de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute

donneacutee pour vous 3car au cours dune reacuteveacutelation ma eacuteteacute fait connaicirctre le mystegravere comme je

lai eacutecrit briegravevement

Autres deacuteterminations 8A moi le plus petit de tous les saints a eacuteteacute donneacutee cette gracircce

dannoncer lEvangile aux Nations linsondable richesse du Christ 9et de mettre en lumiegravere la

dispensation du mystegravere cacheacute depuis les siegravecles en Dieu qui creacutea toutes choses

Relation avec le Christ Communion dans le mystegravere Intermeacutediaire

Beacuteneacuteficiaire Paul Nations

V

Ep 3 5-7 5 ὃ ἑτέραις γενεαῖς οὐκ ἐγνωρίσθη τοῖς υἱοῖς τῶν ἀνθρώπων ὡς νῦν ἀπεκαλύφθη τοῖς ἁγίοις

ἀποστόλοις αὐτοῦ καὶ προφήταις ἐν πνεύματι 6 εἶναι τὰ ἔθνη συγκληρονόμα καὶ σύσσωμα

καὶ συμμέτοχα τῆς ἐπαγγελίας ἐν Χριστῷ Ἰησοῦ διὰ τοῦ εὐαγγελίου 7οὗ ἐγενήθην διάκονος κατὰ τὴν δωρεὰν τῆς χάριτος τοῦ θεοῦ τῆς δοθείσης μοι κατὰ τὴν ἐνέργειαν τῆς δυνάμεως

αὐτοῦ

5qui na pas eacuteteacute fait connaicirctre des autres geacuteneacuterations des fils des hommes comme maintenant il a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave ses saints apocirctres et prophegravetes dans lEsprit 6Les Nations sont coheacuteritiegraveres co-

corporeacutees et coparticipantes de la promesse dans le Christ Jeacutesus par lEvangile 7dont jai eacuteteacute

fait serviteur selon le don de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute donneacutee selon le deacuteploiement de sa puissance

Action soteacuteriologique Maintenant il a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave ses saints apocirctres et prophegravetes dans lEsprit

Champs seacutemantiques νῦν (Maintenant) ἀπεκαλύφθη - ἀποκαλύπτω (Reacuteveacutelation) ἁγίοις

(Sainteteacute) ἀποστόλοις (Apostolat) προφήταις (Propheacutetie) ἐν πνεύματι (Communion avecdans lEsprit)

Agent Soteacuteriologique Christ

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45

Expressions opposeacutees 5qui na pas eacuteteacute fait connaicirctre des autres geacuteneacuterations des fils des

hommes

Expressions affines 1A cause de cela moi Paul le prisonnier du Christ [Jeacutesus] pour vous

les Nations 2Si vraiment vous avez appris la dispensation de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute

donneacutee pour vous 3car au cours dune reacuteveacutelation ma eacuteteacute fait connaicirctre le mystegravere comme je lai eacutecrit briegravevement 4pour que vous soyez capables en lisant de comprendre mon

intelligence dans le mystegravere du Christ

Autres deacuteterminations 8A moi le plus petit de tous les saints a eacuteteacute donneacutee cette gracircce

dannoncer lEvangile aux Nations linsondable richesse du Christ 9et de mettre en lumiegravere la

dispensation du mystegravere cacheacute depuis les siegravecles en Dieu qui creacutea toutes choses

Relation avec le Christ Communion dans lEsprit

Beacuteneacuteficiaires Apocirctres et Prophegravetes

VI

Ep 3 5-7

5ὃ ἑτέραις γενεαῖς οὐκ ἐγνωρίσθη τοῖς υἱοῖς τῶν ἀνθρώπων ὡς νῦν ἀπεκαλύφθη τοῖς ἁγίοις ἀποστόλοις αὐτοῦ καὶ προφήταις ἐν πνεύματι 6εἶναι τὰ ἔθνη συγκληρονόμα καὶ σύσσωμα

καὶ συμμέτοχα τῆς ἐπαγγελίας ἐν Χριστῷ Ἰησοῦ διὰ τοῦ εὐαγγελίου 7οὗ ἐγενήθην διάκονος

κατὰ τὴν δωρεὰν τῆς χάριτος τοῦ θεοῦ τῆς δοθείσης μοι κατὰ τὴν ἐνέργειαν τῆς δυνάμεως

αὐτοῦ

5qui na pas eacuteteacute fait connaicirctre des autres geacuteneacuterations des fils des hommes comme maintenant il

a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave ses saints apocirctres et prophegravetes dans lEsprit 6Les Nations sont coheacuteritiegraveres co-

corporeacutees et coparticipantes de la promesse dans le Christ Jeacutesus par lEvangile 7dont jai eacuteteacute fait serviteur selon le don de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute donneacutee selon le deacuteploiement de sa

puissance

Action soteacuteriologique Les Nations sont coheacuteritiegraveres co-corporeacutees et coparticipantes de la

promesse dans le Christ Jeacutesus par lEvangile

Champs seacutemantiques ἔθνη (Nations) συγκληρονόμα (Heacuteritage) σύσσωμα (Corps) συμμέτοχα (Participation) ἐπαγγελίας (Promesse) εὐαγγελίου

(Evangile) Communion (manifesteacutee par la preacuteposition ἐν)

Agent Soteacuteriologique Evangile

Expressions opposeacutees 5qui na pas eacuteteacute fait connaicirctre des autres geacuteneacuterations des fils des hommes

Expressions affines 1A cause de cela moi Paul le prisonnier du Christ [Jeacutesus] pour vous

les Nations 2Si vraiment vous avez appris la dispensation de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute donneacutee pour vous 3Car au cours dune reacuteveacutelation ma eacuteteacute fait connaicirctre le mystegravere comme je

lai eacutecrit briegravevement 4pour que vous soyez capables en lisant de comprendre mon

intelligence dans le mystegravere du Christ

Autres deacuteterminations 8A moi le plus petit de tous les saints a eacuteteacute donneacutee cette gracircce

dannoncer lEvangile aux Nations linsondable richesse du Christ 9et de mettre en lumiegravere la

dispensation du mystegravere cacheacute depuis les siegravecles en Dieu qui creacutea toutes choses

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46

Relation dansavec le Christ Communion

Beacuteneacuteficiaires Les Nations

VII

Ep 3 5-7

5ὃ ἑτέραις γενεαῖς οὐκ ἐγνωρίσθη τοῖς υἱοῖς τῶν ἀνθρώπων ὡς νῦν ἀπεκαλύφθη τοῖς ἁγίοις

ἀποστόλοις αὐτοῦ καὶ προφήταις ἐν πνεύματι 6εἶναι τὰ ἔθνη συγκληρονόμα καὶ σύσσωμα

καὶ συμμέτοχα τῆς ἐπαγγελίας ἐν Χριστῷ Ἰησοῦ διὰ τοῦ εὐαγγελίου 7οὗ ἐγενήθην διάκονος κατὰ τὴν δωρεὰν τῆς χάριτος τοῦ θεοῦ τῆς δοθείσης μοι κατὰ τὴν ἐνέργειαν τῆς δυνάμεως

αὐτοῦ

5qui na pas eacuteteacute fait connaicirctre des autres geacuteneacuterations des fils des hommes comme maintenant il a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave ses saints apocirctres et prophegravetes dans lEsprit 6Les Nations sont coheacuteritiegraveres co-

corporeacutees et coparticipantes de la promesse dans le Christ Jeacutesus par lEvangile 7dont jai eacuteteacute

fait serviteur selon le don de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute donneacutee selon le deacuteploiement de sa puissance

Action soteacuteriologique jai eacuteteacute fait serviteur selon le don de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute

donneacutee selon le deacuteploiement de sa puissance

Champs seacutemantiques ἐγενήθην - γίνομαι (Devenir) διάκονος (Service) δωρεὰν - δωρεά

(Don) χάριτος (Gracircce) ἐνέργειαν - ἐνέργεια (Deacuteploiement) δυνάμεως - δύναμις (Puissance)

Agent Soteacuteriologique Le don de la gracircce de Dieu

Expressions affines 1A cause de cela moi Paul le prisonnier du Christ [Jeacutesus] pour vous les Nations 2Si vraiment vous avez appris la dispensation de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute

donneacutee pour vous

Autres deacuteterminations 8A moi le plus petit de tous les saints a eacuteteacute donneacutee cette gracircce dannoncer lEvangile aux Nations linsondable richesse du Christ 9et de mettre en lumiegravere la

dispensation du mystegravere cacheacute depuis les siegravecles en Dieu qui creacutea toutes choses

Relation avec Dieu Service

Beacuteneacuteficiaire Paul

Tabeaux 4 Dynamismes soteacuteriologiques de Ep 3 8-1213

VIII

Ep 3 8-9

8 Ἐμοὶ τῷ ἐλαχιστοτέρῳ πάντων ἁγίων ἐδόθη ἡ χάρις αὕτη τοῖς ἔθνεσιν εὐαγγελίσασθαι τὸ

ἀνεξιχνίαστον πλοῦτος τοῦ Χριστοῦ 9καὶ φωτίσαι [πάντας] τίς ἡ οἰκονομία τοῦ μυστηρίου τοῦ ἀποκεκρυμμένου ἀπὸ τῶν αἰώνων

ἐν τῷ θεῷ τῷ τὰ πάντα κτίσαντι

8A moi le plus petit de tous les saints a eacuteteacute donneacutee cette gracircce dannoncer lEvangile aux

Nations linsondable richesse du Christ 9et de mettre en lumiegravere la dispensation du mystegravere

cacheacute depuis les siegravecles en Dieu qui creacutea toutes choses

Action soteacuteriologique A moi le plus petit de tous les saints a eacuteteacute donneacutee cette gracircce

dannoncer lEvangile aux Nations linsondable richesse du Christ

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47

Champs seacutemantiques ἐλαχιστοτέρῳ - ἐλάσσων (Le plus petit) ἁγίων - ἅγιος (Sainteteacute)

ἐδόθη - δίδωμι (Don) χάρις (Gracircce) εὐαγγελίσασθαι - εὐαγγελίζω (Evangile) ἔθνεσιν

(Nations) πλοῦτος (Richesse)

Agent Soteacuteriologique Dieu

Expressions affines 9et de mettre en lumiegravere la dispensation du mystegravere cacheacute depuis les siegravecles en Dieu qui creacutea toutes choses

Expressions opposeacutees 5qui na pas eacuteteacute fait connaicirctre des autres geacuteneacuterations des fils des hommes

Autres deacuteterminations 10Afin quil soit maintenant connu des principauteacutes et des puissances

dans les cieux par lEglise la sagesse multiple de Dieu 11selon le projet des siegravecles quil a reacutealiseacute dans le Christ Jeacutesus notre Seigneur

Relation avec Dieu Service de lannonce de lEvangile

Beacuteneacuteficiaire Paul

IX

Ep 3 8-9 8 Ἐμοὶ τῷ ἐλαχιστοτέρῳ πάντων ἁγίων ἐδόθη ἡ χάρις αὕτη τοῖς ἔθνεσιν εὐαγγελίσασθαι τὸ

ἀνεξιχνίαστον πλοῦτος τοῦ Χριστοῦ 9καὶ φωτίσαι [πάντας] τίς ἡ οἰκονομία τοῦ μυστηρίου τοῦ ἀποκεκρυμμένου ἀπὸ τῶν αἰώνων

ἐν τῷ θεῷ τῷ τὰ πάντα κτίσαντι

8A moi le plus petit de tous les saints a eacuteteacute donneacutee cette gracircce dannoncer lEvangile aux

Nations linsondable richesse du Christ 9et de mettre en lumiegravere la dispensation du mystegravere

cacheacute depuis les siegravecles en Dieu qui creacutea toutes choses

Action soteacuteriologique mettre en lumiegravere la dispensation du mystegravere cacheacute depuis les siegravecles

en Dieu qui creacutea toutes choses

Champs seacutemantiques φωτίσαι - φωτίζω (Lumiegravere) οἰκονομία (Dispensation) μυστηρίου

(Mystegravere) κτίσαντι - κτίζω (Creacuteation) αἰώνων (Siegravecles)

Agent Soteacuteriologique Dieu

Expressions affines 7Dont jai eacuteteacute fait serviteur selon le don de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute

donneacutee selon le deacuteploiement de sa puissance 8A moi le plus petit de tous les saints a eacuteteacute donneacutee cette gracircce dannoncer lEvangile aux Nations linsondable richesse du Christ

Expressions opposeacutees 5qui na pas eacuteteacute fait connaicirctre des autres geacuteneacuterations des fils des hommes

Autres deacuteterminations 10Afin quil soit maintenant connu des principauteacutes et des puissances

dans les cieux par lEglise la sagesse multiple de Dieu 11selon le projet des siegravecles quil a

reacutealiseacute dans le Christ Jeacutesus notre Seigneur

Relation avec Dieu Service du mystegravere cacheacute

Beacuteneacuteficiaire Paul

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48

X

Ep 3 10-11

10 ἵνα γνωρισθῇ νῦν ταῖς ἀρχαῖς καὶ ταῖς ἐξουσίαις ἐν τοῖς ἐπουρανίοις διὰ τῆς ἐκκλησίας ἡ

πολυποίκιλος σοφία τοῦ θεοῦ 11κατὰ πρόθεσιν τῶν αἰώνων ἣν ἐποίησεν ἐν τῷ Χριστῷ Ἰησοῦ τῷ κυρίῳ ἡμῶν

10Afin quil soit maintenant connu des principauteacutes et des puissances dans les cieux par

lEglise la sagesse multiple de Dieu 11selon le projet des siegravecles quil a reacutealiseacute dans le Christ

Jeacutesus notre Seigneur

Action soteacuteriologique quil soit maintenant connu des principauteacutes et des puissances dans

les cieux par lEglise la sagesse multiple de Dieu

Champs seacutemantiques νῦν (Maintenant) γνωρισθῇ - γνωρίζω (Connaissance) ἀρχαῖς

(Principauteacutes) ἐξουσίαις (Puissances) ἐπουρανίοις (Cieux) ἐκκλησίας (Eglise) σοφία

(Sagesse)

Agent Soteacuteriologique Eglise

Expressions affines 4pour que vous soyez capables en lisant de comprendre mon

intelligence dans mystegravere du Christ 5bccomme maintenant il a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave ses saints apocirctres et prophegravetes dans lEsprit 6Les Nations sont coheacuteritiegraveres co-corporeacutees et coparticipantes de la

promesse dans le Christ Jeacutesus par lEvangile

Expressions opposeacutees 5aqui na pas eacuteteacute fait connaicirctre des autres geacuteneacuterations des fils des

hommes

Autres deacuteterminations 11selon le projet des siegravecles quil a reacutealiseacute dans le Christ Jeacutesus notre

Seigneur 12En qui nous avons la hardiesse et laccegraves dans la confiance par sa foi

Relation avec Dieu Agent intermeacutediaire

Beacuteneacuteficiaire Puissances et Principauteacutes dans les cieux

XI

Ep 3 10-11

10ἵνα γνωρισθῇ νῦν ταῖς ἀρχαῖς καὶ ταῖς ἐξουσίαις ἐν τοῖς ἐπουρανίοις διὰ τῆς ἐκκλησίας ἡ

πολυποίκιλος σοφία τοῦ θεοῦ 11κατὰ πρόθεσιν τῶν αἰώνων ἣν ἐποίησεν ἐν τῷ Χριστῷ Ἰησοῦ τῷ κυρίῳ ἡμῶν

10Afin quil soit maintenant connu des principauteacutes et des puissances dans les cieux par

lEglise la sagesse multiple de Dieu 11selon le projet des siegravecles quil a reacutealiseacute dans le Christ Jeacutesus notre Seigneur

Action soteacuteriologique le projet des siegravecles quil a reacutealiseacute dans le Christ Jeacutesus notre Seigneur

Champs seacutemantiques πρόθεσιν - πρόθεσις (Projet) αἰώνων - αἰών (eacuteternel siegravecles) ἐποίησεν

- ποιέω (Reacutealisation) ἐν τῷ Χριστῷ Ἰησοῦ τῷ κυρίῳ ἡμῶν (Communion dans le Christ

Seigneur)

Agent Soteacuteriologique Dieu

Expressions affines 1A cause de cela moi Paul le prisonnier du Christ [Jeacutesus] pour vous les Nations 12En qui nous avons la hardiesse et laccegraves dans la confiance par sa foi

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49

Autres deacuteterminations 13Ainsi je demande de ne pas perdre courage dans mes tribulations

pour vous ce qui est votre gloire

Relation avec le Christ Communion dans le projet

Beacuteneacuteficiaire Nous (les croyants)

XII

Ep 3 12

12ἐν ᾧ ἔχομεν τὴν παρρησίαν καὶ προσαγωγὴν ἐν πεποιθήσει διὰ τῆς πίστεως αὐτοῦ

12En qui nous avons la hardiesse et laccegraves dans la confiance par sa foi

Action soteacuteriologique En qui nous avons la hardiesse et laccegraves dans la confiance par sa foi

Champs seacutemantiques παρρησίαν - παρρησία (Hardiesse) προσαγωγὴν - προσαγωγή

(Accegraves) πεποιθήσει - πεποίθησις (Confiance) πίστεως - πίστις (Foi)

Agent Soteacuteriologique Le Christ

Expressions affines 10Afin quil soit maintenant connu des principauteacutes et des puissances dans les cieux par lEglise la sagesse multiple de Dieu 11selon le projet des siegravecles quil a

reacutealiseacute dans le Christ Jeacutesus notre Seigneur

Autres deacuteterminations 8A moi le plus petit de tous les saints a eacuteteacute donneacutee cette gracircce dannoncer lEvangile aux Nations linsondable richesse du Christ

Relation avec le Christ Communion dans la foi Beacuteneacuteficiaire Nous (les croyants)

XIII

Ep 3 13

13διὸ αἰτοῦμαι μὴ ἐγκακεῖν ἐν ταῖς θλίψεσίν μου ὑπὲρ ὑμῶν ἥτις ἐστὶν δόξα ὑμῶν

13Ainsi je demande de ne pas perdre courage dans mes tribulations pour vous ce qui est votre

gloire

Relation soteacuteriologique Je demande de ne pas perdre courage dans mes tribulations pour vous ce qui est votre gloire

Champs seacutemantiques ἐγκακεῖν - ἐγκακέω (Perdre courage) θλίψεσίν - θλῖψις (Tribulation) δόξα (Gloire)

Agent Soteacuteriologique Paul

Expressions affines 1A cause de cela moi Paul le prisonnier du Christ [Jeacutesus] pour vous

les Nations

Autres deacuteterminations 8A moi le plus petit de tous les saints a eacuteteacute donneacutee cette gracircce

dannoncer lEvangile aux Nations linsondable richesse du Christ

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50

Relation avec Paul Communion dans la perseacuteveacuterance

Beacuteneacuteficiaire Vous (Les Nations)

231 Bregraveve lecture des dynamismes de Ep 3 1-13

Les tableaux ci-dessus offrent une grille de lecture sur les agents et les diffeacuterentes

composantes de la dynamique salvifique de Ep 3 1-13 Les reacutesultats de cette lecture en

plus des eacuteleacutements de lanalyse litteacuteraire effectueacutee plus haut serviront de base pour

lhermeacuteneutique theacuteologique de ces dynamismes

Sur un ensemble de 13 versets qui constituent la peacutericope se trouvent un total de

13 dynamismes salvifiques Ces dynamismes sont signifieacutes par 48 champs seacutemantiques

dont les Nations la Gracircce le Don la Dispensation Maintenant lEvangile la

Communion et les siegravecles forment avec la reacuteveacutelation le mystegravere et la connaissance en

sont les plus freacutequents Le tableau ci-dessous preacutesente le nombre total des champs

seacutemantiques identifieacutes ainsi que leurs formes dexpressions dans la dynamique du texte

Tabeaux 5 Champs seacutemantiques identifieacutes

No Champ seacutemantique Forme dexpression Reacutefeacuterence Freacutequ-

ence

1

Prisonnier δέσμιος 31 1

2 Nations evqnwn ἔθνη ἔθνεσιν 3168 3

3 Gracircce caritoj χάρις 3 278 3

4 Don δοθείσης δωρεὰν ἐδόθη 3278 3

5 Ecoute hvkousate 32 1

6 Dispensation oivkonomian οἰκονομία 329 2

7 Reacuteveacutelation ἀποκάλυψιν ἀπεκαλύφθη 335 2

8 Connaissance ἐγνωρίσθη γνωρισθῇ 33510 3

9 Mystegravere μυστήριον μυστηρίῳ μυστηρίου 3349 3

10 Ecriture (eacutecrire avant) προέγραψα 33 1

11 Lecture ἀναγινώσκοντες 34 1

12 Compreacutehension νοῆσαι 34 1

13 Intelligence σύνεσίν 34 1

14 Maintenant νῦν 3510 2

15 Geacuteneacuteration γενεαῖς 35 1

16 Fils des Hommes υἱοῖς τῶν ἀνθρώπων 35 1

17 Sainteteacute ἁγίοις ἁγίων 358 2

18 Apostolat ἀποστόλοις 35 1

19 Propheacutetie προφήταις 35 1

20 Heacuteritage συγκληρονόμα 36 1

21 Corps σύσσωμα 36 1

22 Participation συμμέτοχα 36 1

23 Promesse ἐπαγγελίας 36 1

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51

24 Evangile εὐαγγελίου εὐαγγελίσασθαι 368 2

25 Communion ἐν Χριστῷ Ἰησοῦ ἐν πνεύματι ἐν τῷ Χριστῷ Ἰησοῦ τῷ κυρίῳ ἡμῶν

35611 3

26 Devenir ἐγενήθην 37 1

27 Service διάκονος 37 1

28 Deacuteploiement ἐνέργειαν 37 1

29 Puissance δυνάμεως 37 1

30 Le plus petit ἐλαχιστοτέρῳ 38 1

31 Richesse πλοῦτος 38 1

32 Lumiegravere φωτίσαι 39 1

33 Creacuteation κτίσαντι 39 1

34 Principauteacutes ἀρχαῖς 310 1

35 Puissances ἐξουσίαις 310 1

36 Cieux ἐπουρανίοις 310 1

37 Eglise (Assembleacutee) ἐκκλησίας 310 1

38 Sagesse σοφία 310 1

39 Projet πρόθεσιν 311 1

40 Eternel (Siegravecles) αἰώνων 3911 2

41 Reacutealisation ἐποίησεν 311 1

42 Hardiesse παρρησίαν 312 1

43 Accegraves libre προσαγωγὴν 312 1

44 Confiance πεποιθήσει 312 1

45 Foi πίστεως 312 1

46 Perdre courage ἐγκακεῖν 313 1

47 Tribulation θλίψεσίν 313 1

48 Gloire δόξα 313 1

Dans la structure des deux moments dynamiques du texte la reacuteveacutelation le mystegravere

et la connaissance apparaissent comme le pivot autour duquel gravitent les autres

eacuteleacutements soteacuteriologiques Cest agrave travers cette trilogie que devient possible le deacuteploiement

de la gracircce salvifique de Dieu dans la communauteacute eccleacutesiale Si la lettre aux Epheacutesiens

preacutesente une dimension christologique et eccleacutesiologique indeacuteniable le nombre important

des dynamismes salvifiques preacutesents dans cette peacutericope nous montre que la dimension

soteacuteriologique nen est pas moins

Ces dynamismes salvifiques sont proportionneacutes par 6 agents soteacuteriologiques Dieu

(le Pegravere) apparaicirct comme le principal agent soteacuteriologique dans la deuxiegraveme action

salvifique (v 2) Cette action se retrouve dans le premier moment dynamique du texte

Cest encore Dieu qui protagonise la huitiegraveme neuviegraveme et onziegraveme action salvifique qui

se retrouvent dans le deuxiegraveme moment dynamique aux versets 8 9 et 11 Dieu agit

eacutegalement agrave travers le don de sa gracircce qui apparaicirct comme principal agent agrave la septiegraveme

action lieacutee au v 7

Le Christ apparaicirct quatre fois dans le texte comme principal agent soteacuteriologique

Il apparaicirct trois fois dans la premiegravere partie du texte aux versets 3 4 et 6 qui regroupent

la troisiegraveme quatriegraveme et cinquiegraveme action soteacuteriologique Il apparaicirct tout de mecircme dans

la deuxiegraveme partie du texte au verset 12 qui contient la douziegraveme action salvifique

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LEglise et lEvangile sont eacutegalement des principaux agents salvifiques qui rendent

possible leacuteveacutenement salvifique dynamiseacute par le v 10 de la dixiegraveme action et le v 6 de la

sixiegraveme action Lapocirctre Paul apparaicirct comme premier et dernier agent salvifique Il ouvre

et ferme la structure dynamique du texte aux vv 1 et 13 de la premiegravere et treiziegraveme action

salvifique Paul se preacutesente comme le prisonnier du Christ (v 1) pour la communauteacute de

foi Il encourage la communauteacute agrave ne pas perdre courage dans ses tribulations qui seront

leur propre gloire (v 13) Leacutepreuve nest plus une eacutepreuve degraves lors quil prend un sens

dans le Christ Si Cette captiviteacute est voulue par le Christ elle ne peut plus ecirctre provoqueacutee

par des ennemis82

Les Nations sont beacuteneacuteficiaires des dynamismes proportionneacutes par lapocirctre Paul

(vv 113) Dieu (v 2) le Christ (v 4) et lEvangile (v 6) Paul est sans aucun doute lun

des agents principaux de lavegravenement du mystegravere salvifique de Dieu pour la communauteacute

croyante Mais il est en mecircme temps le grand beacuteneacuteficiaire des dynamismes geacutereacutes par Dieu

(v 289) le Christ (v 34) et le Don de la gracircce de Dieu (v 7) Lorsque lecirctre humain a

compris le dynamisme salvifique de la Parole ce mysterium salutis le saisit cest-agrave-dire

le dynamise et linspire agrave laction dans sa propre communauteacute 83 Les apocirctres et les

prophegravetes sont beacuteneacuteficiaires des dynamismes proportionneacutes par le Christ (v 6) Les

puissances et les principauteacutes dans les cieux en sont pour les actions salvifiques dont

lEglise en est le principal agent salvifique (v 10)

Au v 13 le pronom personnel vous beacuteneacuteficiaire de la derniegravere action salvifique

de la peacutericope est mis pour les Nations Toutefois il nest pas aussi facile didentifier

lusage du pronom personnel nous aux vv 11 et 12 beacuteneacuteficiaire de la onziegraveme et

douziegraveme actions salvifiques A qui se reacutefegravere le nous beacuteneacuteficiaire des actions en

question dans ce contexte litteacuteraire La question sera abordeacutee dans lhermeacuteneutique

theacuteologique des dynamismes au sujet de lusage des pronoms personnels tregraves freacutequent

chez lauteur de la lettre

Le tableau ci-dessous preacutesente le comportement des diffeacuterents protagonistes de

leacuteveacutenement salvifique en tant que agents principaux des dynamismes identifieacutes dans les

diffeacuterents versets du texte

82 HUGEDE N Commentaire de lrsquoEpicirctre aux Epheacutesiens p 100 83 RODRIGUEZ G W Fundamentacioacuten linguumliacutestica y filoloacutegica de las plataformas sincroacutenica y diacroacutenica

del ldquoMeacutetodo de anaacutelisis Semaacutentico Teoloacutegicordquo p 65

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53

Tabeaux 6 Comportement des protagonistes de leacuteveacutenement salvifique

Agents

Versets

Paul Dieu Christ Evangile Eglise Don de la

gracircce de

Dieu

1 I

2 II

3 III

4 IV

5 V

6 VI

7 VII

8 VIII

9 IX

10 X

11 XI

12 XII

13 XIII

Laction salvifique est produite par un agent quelconque pour le bien dun ou

plusieurs destinataires ou beacuteneacuteficiaires Apregraves avoir mis en eacutevidence les principaux

acteurs des dynamismes identifieacutes il convient de mettre en relief la nature de relation

entre les diffeacuterents agents de ces actions salvifiques et leurs beacuteneacuteficiaires Quel type de

relation existe-t-il entre eux

En tant quagent principal du premier dynamisme Paul entretient avec les Nations

qui en sont les beacuteneacuteficiaires une relation dans le Christ marqueacutee par la communion dans

leacutepreuve et lappartenance Cest ainsi que tous Paul et les Nations seront beacuteneacuteficiaires

de la deuxiegraveme action salvifique Ils jouiront ainsi dun privilegravege dans leur relation avec

Dieu qui en est lagent principal Cette relation est alors impreacutegneacutee par un don gratuit de

Dieu agrave lapocirctre en faveur des Nations

La gratuiteacute du don de Dieu introduit lapocirctre Paul dans la connaissance du mystegravere

du Christ (troisiegraveme action salvifique) dont il en est le beacuteneacuteficiaire Un privilegravege qui donne

agrave Paul et aux Nations la possibiliteacute dentretenir avec le Christ une relation de communion

dans le mystegravere dont Paul en est aussi lintermeacutediaire (quatriegraveme action salvifique)

Par ailleurs les apocirctres et les prophegravetes beacuteneacuteficiaires de la cinquiegraveme action

salvifique jouissent dune relation de communion dans lEsprit avec le Christ protagoniste

principal de laction Le temps de lEsprit souvre alors sur lannonce et leacutecoute de

lEvangile comme agent principal de la sixiegraveme action salvifique apparaicirct comme

eacuteleacutement indispensable pour laffermissement de la communion entre le Christ et les

Nations qui sont beacuteneacuteficiaires de cette action

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Le don de la gracircce de Dieu fait alors de lapocirctre Paul beacuteneacuteficiaire de la septiegraveme

action salvifique le serviteur de lEvangile dont les Nations sont coheacuteritiegraveres co-

corporeacutees et coparticipantes de la promesse dans le Christ Jeacutesus Privileacutegieacute par ce don

de la gracircce de Dieu Paul est inviteacute agrave la huitiegraveme et neuviegraveme action salvifique agrave annoncer

lEvangile aux Nations et de mettre en lumiegravere la dispensation du mystegravere cacheacute depuis

les siegravecles en Dieu

Cest alors que lEglise agent intermeacutediaire de la dixiegraveme action devient le lieu

ougrave les Puissances et les Principauteacutes dans les cieux sont appeleacutees agrave connaicirctre la sagesse

multiple de Dieu Cest le motif suffisant de communion de tous les croyants dans le projet

de Dieu (onziegraveme action salvifique) et dans la foi au Christ (douziegraveme action salvifique)

Cette communion dans sa dimension verticale et horizontale devient pour les

Nations un motif de perseacuteveacuterance et de participation aux souffrances de lapocirctre pour

entrer dans la gloire de Dieu (treiziegraveme action salvifique)

24 Approche neacuteotestamentaire de la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

241 Approche neacuteotestamentaire de la Reacuteveacutelation

On trouve dans la langue grecque plusieurs mots et expressions (ἀποκαλύπτω

dhlow evpifaneia fanerow γνωρίζω o[rama ὀπτασία)84 qui traduisent la reacuteveacutelation aussi

bien dans son contenu que dans son deacuteroulement comme eacuteveacutenement Ces diffeacuterentes

formes dexpressions de la reacuteveacutelation apparaissent eacutegalement dans le contexte du

Nouveau Testament Nous en tiendrons compte au cours de nos analyses

Toutefois notre eacutetude porte particuliegraverement sur la reacuteveacutelation agrave partir des termes

ἀποκαλύπτωavpokaluyij qui se trouvent dans notre peacutericope faisant partie de la trilogie

seacutemantique reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

Le verbe ἀποκαλύπτω qui signifie deacuteceler reacuteveacuteler deacutecouvrir est formeacute de

kaluptw masquer occulter et de la preacuteposition apo de et employeacute dans le grec

84 MUNDLE W apokaluptw col 2113

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classique pour traduire la manifestation des choses preacutealablement occultes 85 Le

substantif avpokaluyij qui signifie manifestation reacuteveacutelation est employeacute seulement

depuis le premier siegravecle et dans un sens essentiellement religieux86

Dans le Nouveau Testament le verbe ἀποκαλύπτω apparaicirct 26 fois alors que le

substantif avpokaluyij apparaicirct seulement 18 fois Les tableaux ci-dessous nous preacutesentent

un aperccedilu geacuteneacuteral des deux termes dans le Nouveau Testament

Tabeaux 7 Occurrences de avpokaluyij et ἀποκαλύπτω dans les Evangiles

Matthieu Luc Jean

Apokaluyij 232

vApokaluptw

1026

1125

1127

1617

235

1021

1022

122

1730

1238

Tabeaux 8 Occurrences des deux termes en Romains et en 1 et 2 Corinthiens87

Rom 1Cor 2Cor

vApokaluyij 25 819 1625 17 146 1426 121 127

vApokaluptw

117

118

818

210

313

1430

Tabeaux 9 Occurrences des deux termes en Galates Philippiens et Thessaloniciens

Gal

Phil

2Th

vApokaluyij 112

22 17

vApokaluptw

116

323

315

23

26

28

85 Ibid col 2114 86 Ibid 87 Dans la deuxiegraveme lettre aux Corinthiens apparaicirct le verbe ἀνακαλύπτω uniquement en 2Cor 3 1418

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Tabeaux 10 Occurrences des deux termes en Epheacutesiens 1 Pierre et Apocalypse

1Pe

Ep

Ap

Apokaluyij 17 113 413 117 33

11

vApokaluptw 15 112

51

35

Dans les Evangiles alors que le verbe avpokaluptw apparaicirct seulement 4 fois en

Matthieu 5 fois en Luc et une fois dans le quatriegraveme Evangile lemploi du substantif

avpokaluyij est encore plus rare et ne sy trouve quune seule fois en Lc 2 32 Aucun des

deux termes napparaicirct dans le deuxiegraveme Evangile ainsi que dans les Actes des Apocirctres

Colossiens Phileacutemon Timotheacutee Tite et Heacutebreux Dans les lettres catholiques les deux

termes napparaissent que dans la premiegravere lettre de saint Pierre et curieusement seul le

substantif apparaicirct une seule fois dans lApocalypse

En effet en Mc 4 22 Jeacutesus avertit ses disciples quil ny a rien de cacheacute qui ne

doive ecirctre manifesteacute et rien nest demeureacute secret que pour venir agrave la lumiegravere Ce verset

est repris en Mt 10 26 dans le contexte ougrave Jeacutesus invite ses disciples agrave ne pas avoir peur

des perseacutecutions quils endureront dans lannonce de lEvangile Cependant alors que

Marc emploi le verbe φανερόω Matthieu utilise le verbe avpokaluptw Les deux verbes

apparaissent dans ce contexte comme des termes interchangeables dans le sens ordinaire

de mettre agrave la lumiegravere faire voir

Les autres emplois de avpokaluptw en Matthieu sont essentiellement theacuteologique

(Mt 11 2527 16 17) Dieu apparaicirct comme le sujet principal de la reacuteveacutelation qui est

faite aux pauvres et aux tout-petits Le mystegravere divin est reacuteveacuteleacute non pas aux sages et aux

intelligents mais aux tout-petits Se faire petit humble et pauvre de cœur devient la

condition sine qua non pour beacuteneacuteficier de la reacuteveacutelation divine qui introduit dans le

mystegravere de la pleine connaissance du Pegravere et du Fils

Cette ideacutee de la reacuteveacutelation divine particuliegraverement dirigeacutee aux tout-petits et

favorisant la connaissance du Pegravere et du Fils continue en Lc 10 2122 et 12 2 La

reacuteveacutelation divine qui a lieu dans lhistoire se reacutealise de maniegravere surprenante et

deacuteconcertante agrave partir des beacuteneacuteficiaires de cet eacuteveacutenement divin composeacutes essentiellement

par ceux qui navaient aucune consideacuteration dans la socieacuteteacute

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Dans ce sens avpokaluptw ne renvoie pas tant au fait de deacutevoiler ce qui eacutetait

anteacuterieurement cacheacute mais de reacuteveacuteler une reacutealiteacute qui par sa nature eacutetait voileacutee la mecircme

ideacutee se poursuit dans le sens strictement apocalyptique en Lc 17 30 le Fils de lHomme

encore cacheacute sera reacuteveacuteleacute par Dieu88 La reacuteveacutelation trouve alors dans la connaissance une

composante essentielle (Mt 11 27)

La reacuteveacutelation du mystegravere divin atteint son paroxysme dans la connaissance et la

proclamation de Jeacutesus comme le Christ le Fils du Dieu vivant (Mt 16 17) Cette

connaissance transmise et reccedilue gratuitement ne deacutepend pas des meacuterites des beacuteneacuteficiaires

de lœuvre salvifique Cest alors maintenant et non seulement agrave la fin des temps que

Dieu reacutevegravele efficacement le Christ et fonde ainsi la communauteacute eschatologique89

Lunique emploi de avpokaluptw dans le quatriegraveme Evangile en 12 38 se trouve

dans une citation de Is 53 1 dans le contexte de lincreacuteduliteacute et de laveuglement du

peuple juif qui na pas reconnu en Jeacutesus le Messie vApokaluptw sexprime en lien avec

βραχίων κυρίου (bras du Seigneur) comme contenu de la reacuteveacutelation mais aussi en fonction

de ceux qui ont cru agrave lannonce du prophegravete Toutefois bien que avpokaluptw et

avpokaluyij ne font pas deacutefinitivement partie du vocabulaire johannique -comme

lattestent les tableaux ci-dessus- le thegraveme de Jeacutesus en tant que meacutediateur de la reacuteveacutelation

divine est plus preacutesent dans lEvangile de saint Jean que dans les Evangiles synoptiques90

Dans les eacutecrits pauliniens alors que les termes avpokaluptw et avpokaluyij

apparaissent 13 fois chacun le verbe φανερόω apparaicirct 22 fois sur un total de 49

occurrences dans le Nouveau Testament Paul emploi les deux verbes avpokaluptw et

φανερόω comme des synonymes91 Cest ainsi quils sont respectivement employeacutes en

Rom 1 17 et 3 21 comme termes interchangeables pour faire allusion agrave la justice de

Dieu qui se reacutevegravele (avποκαλύπτεται) de la foi agrave la foi et a eacuteteacute manifesteacutee (πεφανέρωται) et

attesteacutee par la Loi et les Prophegravetes

Toutefois en Rm 1 17 lEvangile apparaicirct comme une composante essentielle de

cette reacuteveacutelation Cest par lEvangile et en lui que la justice de Dieu sest reacuteveacuteleacutee Mais cet

Evangile est bien au de-lagrave de la mesure et des dimensions humaines parce que lapocirctre

88 HOLTZ T avpokaluptw col 391 89 Ibid p 392 90 MUNDLE W apokaluptw col 2117 La reacuteveacutelation est aussi exprimeacutee dans le quatriegraveme Evangile de

maniegravere particuliegravere par les termes φανερόω (9 fois) ἐμφανίζω (2 fois) γνωρίζω (3 fois) γινώσκω (57

fois) ὁράω (82 fois) λόγος (40 fois) ἀλήθεια (25 fois) Cf THISELTON A C ἀλήθεια col 2601

passim KLAPPERT B λόγος col 1510 passim 91 BULTMANN R LUumlHRMANN D φανερόω col 841

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ne la reccedilu ni dun homme ni dun enseignement mais agrave partir dune reacuteveacutelation de Jeacutesus

Christ δι᾽ ἀποκαλύψεως Ἰησοῦ Χριστοῦ (cf Gal 1 12)

Malgreacute les difficulteacutes releveacutees sur lemploi du geacutenitif dans ce cas 92 Ἰησοῦ

Χριστοῦ peut ecirctre consideacutereacute dans ce contexte comme le sujet et lobjet de la reacuteveacutelation

dont lapocirctre en est le beacuteneacuteficiaire Par cette reacuteveacutelation lapocirctre est appeleacute agrave participer agrave

lœuvre salvifique de Celui dit-il qui ma mis agrave part degraves le sein de ma megravere et ma appeleacute

par sa gracircce et daigna reacuteveacuteler en moi93 son Fils pour que je lannonce aux Nations (cf

Gal 1 16)

Mais cette reacuteveacutelation se limiterait-elle au moment preacutecis de la rencontre de Paul

avec le Christ sur le chemin de Damas consideacutereacute comment moment deacutecisif de la

conversion de lapocirctre Ou encore couvrirait-elle la peacuteriode durant laquelle lapocirctre a pu

comprendre avec la gracircce de Dieu toutes les implications de leacuteveacutenement qui a eu lieu

sur le chemin de Damas Cette question sera abordeacutee dans lanalyse de Ep 3 3 ougrave

apparaissent tous les termes de la trilogie reacuteveacutelation (ἀποκάλυψιν) mystegravere (μυστήριον)

et connaissance (ἐγνωρίσθη)

En Rm 3 21 au lieu du preacutesent avποκαλύπτεται employeacute en Rm 1 17 se trouve le

parfait πεφανέρωται qui nindique pas un moment preacutecis du passeacute mais un eacuteveacutenement

deacutefinitif la justification fondeacutee sur lavegravenement du Christ est maintenant une reacutealiteacute pour

le pistij94 Cette foi devient lobjet de la reacuteveacutelation en Gal 3 23 en opposition agrave la loi

sous laquelle eacutetaient enfermeacutes les juifs avant le temps de la foi

Le fait que Paul renvoi aux eacuteveacutenements historiques fondateurs de lEvangile est

eacutevident dans lemploi de laoriste laquoavantraquo et laquoapregravesraquo la reacuteveacutelation de la foi95 (Gal 3

2325) Mais cette foi peut-elle ecirctre consideacutereacutee uniquement dans le sens de loccurrence

dun eacuteveacutenement historique sans impliquer lacte de croire de lindividu 96 Et quelle

seraient les implications de la reacuteveacutelation de la foi en lien avec lEvangile de Jeacutesus Christ97

92 Cf BETZ H D Galatians p 63 BRUCE F F The Epistle to the Galatians p 89 DIETER L Das

Offenbarungsverstaumlndnis bei Paulus und in paulinischen Gemeinden p 76 KERTELGE K Apokalypsis

Jesou Christou (Gal 1 12) p 266 passim 93 Nous approuvons la traduction de ἐν ἐμοί par en moi au lieu de agrave moi Cf BETZ H D Galatians

p 64 passim GUILLET J Reacuteveacutelation II Nouveau Testament p 606 SMITH M On the History of

ἀποκαλύπτω and ἀποκάλυψις p 9 passim 94 BULTMANN R LUumlHRMANN D φανερόω col 841 95 BOCKMUEHL M Revelation and Mystery p 134 96 BETZ H D Galatians p 120 voit dans cette reacuteveacutelation de la foi lavegravenement dune reacutealiteacute historique qui

na rien agrave voir avec lacte individuel de la foi 97 KAumlSEMANN E Perspectives on Paul p 103 et seq voit ici une manifestation de la foi sous une forme

personnifieacutee Dans la lettre aux Epheacutesiens la dynamique du mystegravere et ses composantes ouvre la voie agrave une

nouvelle compreacutehension de lEvangile Nous preacutesenterons les implications de cette foi en lien avec

lEvangile dans le prochain chapitre

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Cest ainsi que par amour du Christ cette foi passera par bien deacutepreuves pour en

veacuterifier sa qualiteacute afin quelle devienne un sujet de louange de gloire et dhonneur lors de

la reacuteveacutelation de Jeacutesus Christ (cf 1Pe 1 57) Mais la reacuteveacutelation ne se limite pas seulement

agrave la reacuteveacutelation de la foi et de la justice de Dieu Elle est aussi reacuteveacutelation de la colegravere de

Dieu ὀργὴ θεοῦ contre toute impieacuteteacute et toute injustice des hommes qui deacutetiennent la

veacuteriteacute dans linjustice (cf Rom 1 18)

En Rm 2 5 le contenu de la reacuteveacutelation est celui du juste jugement de Dieu qui au

jour de sa colegravere rendra agrave chacun selon ses œuvres Toutefois la gloire divine qui se

reacutevegravelera agrave ceux qui auront perseacuteveacuterer dans le temps preacutesent est incomparable avec les

souffrances endureacutees (cf Rom 8 18) car la creacuteation toute entiegravere aspire agrave la reacuteveacutelation

des fils de Dieu (cf Rom 8 19) Le substantif avpokaluyij employeacute dans la deuxiegraveme

lettre aux Corinthiens (les deux uniques occurrences du terme au pluriel) fait

particuliegraverement allusion aux visions et reacuteveacutelations que Paul aurait certainement reccedilues

lors dune expeacuterience extatique98 Mais ces reacuteveacutelations ont eacuteteacute faites par le Seigneur qui

en est lagent principal

Dans la premiegravere lettre aux Corinthiens cest essentiellement dans le contexte des

charismes dans la communauteacute quapparaissent les reacutefeacuterences agrave la reacuteveacutelation comme

faisant partie de ces charismes au mecircme titre que la science la propheacutetie et lenseignement

(1Cor 14 6) En 1Cor 14 26 la reacuteveacutelation est eacutegalement citeacutee comme faisant partie des

charismes reccedilus en vue deacutedifier au mecircme titre que le psaume lenseignement la langue

et linterpreacutetation Mecircme si en 1Cor 14 26 la propheacutetie naccompagne pas la reacuteveacutelation

dans la liste des charismes en 1Cor 14 30 la reacuteception de la propheacutetie est deacutesigneacutee par

ἀποκαλυφθῇ pour montrer le lien entre la reacuteveacutelation et la propheacutetie99

Au bout de ce parcours il peut ecirctre observeacute que non seulement la reacuteveacutelation passeacutee

deacutefinit la foi et la vie chreacutetienne dans le preacutesent mais aussi implique et exige la

divulgation divine au cours de la mission apostolique On peut ainsi parler dune

keacuterygmatization de la dimension constitutive de la reacuteveacutelation passeacutee dans le preacutesent100

Par ailleurs la reacuteveacutelation dans la deuxiegraveme lettre aux Thessaloniciens sexprime

dans le contexte de la parousie avec un accent eschatologique En effet la venue du Fils

de lHomme sera preacuteceacutedeacutee des signes visibles tels que la reacuteveacutelation de lhomme impie le

fils de la perdition qui seacutelegraveve et se considegravere comme un dieu (2Th 2 3-8) Cest agrave cette

98 Cf HOLTZ T avpokaluptw col 393 MUNDLE W apokaluptw col 2119 99 HOLTZ T Op cit col 394 100 Cf PENNA R Il Mysterion Paolino p 38 LADD G E Revelation and Tradition in Paul p 224

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perspective eschatologique que renvoi lusage du terme dans la premiegravere lettre de Pierre

(1Pe 1 57 12-13)

La reacuteveacutelation du Christ est reacuteveacutelation de sa gloire agrave laquelle participeront les

chreacutetiens qui maintenant endurent la souffrance et les tentations101 Cest ce sens futur de

la reacuteveacutelation quexprime lunique emploi du terme dans lApocalypse de saint Jean Il sagit

de la reacuteveacutelation de Jeacutesus Christ Ἀποκάλυψις Ἰησοῦ Χριστοῦ faite par Dieu pour montrer

agrave ses serviteurs ce qui arrivera bientocirct (Ap 1 1)

242 Approche neacuteotestamentaire du Mystegravere

Dans le Nouveau Testament en geacuteneacuteral le terme μυστήριον apparaicirct 28 fois sous

diffeacuterentes formes largement domineacutees par lusage au singulier Les tableaux ci-dessous

nous preacutesentent un bref panorama du terme dans les eacutecrits du Nouveau Testament102

Tabeaux 11 Emploi de μυστήριον dans les Evangiles synoptiques

MATTIEU MARCOS LUCAS

13 11 μυστήρια 4 11 μυστήριον 8 10 μυστήρια

Tabeaux 12 Emploi du terme dans les eacutecrits de saint Paul

Rm 1Cor Ep Col 2Th 1Ti

11 25 μυστήριον

16 25 μυστhρiou

2 1 μυστήριον

2 7 μυστηρίῳ

4 1 μυστηρίwn

13 2 μυστήρια

14 2 μυστήρια

15 51 μυστήριον

1 9 μυστήριον

3 3 μυστήριον

3 4 μυστηρίῳ

3 9 μυστhρiou

5 32 μυστήριον

101 MUNDLE W Op cit col 2119 102 Le terme μυστήριον est pratiquement absent dans le quatriegraveme Eacutevangile les Eacutepicirctres Catholiques la

lettre aux Heacutebreux ainsi que dans certaines lettres de Paul la deuxiegraveme lettre aux Corinthiens la lettre aux

Galates la lettre aux Philippiens la premiegravere lettre aux Thessaloniciens la deuxiegraveme lettre agrave Timotheacutee les

lettres agrave Tite et agrave Phileacutemon

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61

6 19 μυστήριον

1 26 μυστήριον

1 27 μυστhρiou

2 2 μυστhρiou

4 3 μυστήριον

2 7 μυστήριον

3 9 μυστήριον

3 16 μυστήριον

Tabeaux 13 Emploi du terme dans lApocalypse de saint Jean

APOCALYPSE

1 20 μυστήριον

10 7 μυστήριον

17 5 μυστήριον

17 7 μυστήριον

Le substantif musthrion103 dont lorigine demeure obscure pourrait venir du verbe

muw (fermer ecirctre fermeacute bouche close) et la deacutesinence -thrion pourrait indiquer un lieu

un espace un moyen ou un instrument 104 Dans la litteacuterature grecque classique et

postclassique lusage habituel du terme au pluriel renvoi agrave certains cultes secrets connus

sous le nom des religions mysteacuteriques ougrave le musthj qui tenait la bouche et mecircme les yeux

fermeacutes eacutetait plongeacute dans un certain silence105

Cest ainsi que la racine du verbe deacutesigne comme inexprimable le contenu de la

ceacuteleacutebration cultuelle inaccessible agrave la penseacutee discursive Linitieacute ne participe pas agrave

leacuteveacutenement sacreacute de maniegravere rationnelle et cognitive mais il est transporteacute agrave un niveau

plus profond de lexpeacuterience106

La traduction commune de musthrion par le mot secret rencontreacutee dans les

religions agrave mystegraveres et la philosophie ne couvre que partiellement la porteacutee seacutemantique

du terme et en appauvrit sa richesse theacuteologique Les auteurs du Nouveau Testament

lappliquent geacuteneacuteralement agrave une deacutesignation du mystegravere de Dieu qui a eacuteteacute cacheacute dans

lAncien Testament mais qui est reacuteveacuteleacute dans le Nouveau Testament107

Dans la litteacuterature neacuteotestamentaire la proximiteacute de musthrion avec des mots

comme avpokekrummenon rend le sens du mot secret tregraves peu probable car il est

pratiquement inutile de parler dun secret cacheacute Il est donc impossible de qualifier le mot

103 Nous aborderons larriegravere plan seacutemitique du mystegravere et son aperccedilu veacuteteacuterotestamentaire dans le troisiegraveme

chapitre de cette eacutetude Il en sera de mecircme pour leacutetude de la reacuteveacutelation et de la connaissance 104 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 182 105 CARAGOUNIS C The Ephesians Mysterion p 1 106 KRAumlMER H muthrion col 343 107 CARAGOUNIS C Op cit p 1

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secret par ladjectif cacheacute108 Sil est secret il est donc deacutejagrave cacheacute et donc reacuteserveacute agrave un

groupe deacutetermineacute Dans le mecircme sens il est eacutegalement inapproprieacute de parler dun secret

reacuteveacuteleacute agrave partir du moment ougrave ce secret est totalement dissous dans le processus de la

reacuteveacutelation alors que les auteurs du Nouveau Testament font allusion agrave un musthrion

cacheacutee puis reacuteveacuteleacute109 et non dun secret cacheacute

Si le musthj eacutetait tenu agrave garder silence sur un mystegravere reacuteserveacute agrave un groupe dinitieacutes

les auteurs du Nouveau Testament nous montrent que le musthrion de Dieu se reacutevegravele et

le beacuteneacuteficiaire de cette reacuteveacutelation est appeleacute agrave la faire connaicirctre aux autres Cest ainsi que

ce mystegravere de Dieu sexprime particuliegraverement en lien avec la reacuteveacutelation et de la

connaissance en Ep 3 55 Le vocabulaire lieacute au mystegravere (particuliegraverement le mystegravere

eacutepheacutesien) est donc un vocabulaire eacutegalement lieacute agrave la connaissance

Dans le Nouveau Testament le terme musthrion apparaicirct uniquement cinq fois au

pluriel (Mt 13 11 Lc 8 10 1Cor 4 1 13 2 14 2) En dehors des synoptiques ougrave le

terme est employeacute uniquement en Mc 4 11 et ses paralegravelle en Mt 13 11 et Lc 8 10

musthrion est aussi employeacute quatre fois dans le livre de lApocalypse Tous les autres

emplois du terme dans le Nouveau Testament se trouvent dans les lettres attribueacutees agrave Paul

comme le montre le tableau 12 (2 fois en Rom 6 fois en 1Cor 6 fois en Ep 4 fois en Col

1 fois en 2Th et 2 fois en 1Ti) Le vocabulaire du mystegravere est donc essentiellement un

vocabulaire paulinien

Dans les synoptiques le terme apparaicirct dans le contexte du discours parabolique

de Jeacutesus sur le Royaume de Dieudes Cieux qui se preacutesente comme un mystegravere qui est

donneacute de connaicirctre particuliegraverement aux disciples de Jeacutesus Alors que Marc en fait un

usage au singulier du terme Matthieu et Luc en font un usage au pluriel Dans les trois

Evangiles le Royaume de Dieu en tant que mystegravere est un don qui est fait aux disciples

Ce don sexprime par lusage du passif δέδοται (a eacuteteacute donneacute) du verbe δίδωμι

(donner) chez les trois eacutevangeacutelistes A la diffeacuterence du deuxiegraveme Evangile Matthieu et

Luc introduisent linfinitif aoriste γνῶναι du verbe γινώσκω (savoir connaicirctre) et les deux

verbes δίδωμι et γινώσκω deviennent importants dans ce contexte litteacuteraire de la

proclamation du mystegravere du Royaume de Dieu qui se rend preacutesent dans la vie du disciple

Dans la lettre aux Romains se trouvent deux reacutefeacuterences au mystegravere Rom 11 25

et 16 25 Le contexte de Rom 11 25 est marqueacute par les infideacuteliteacutes dIsrael Paul utilise le

108 Ibid p 2 109 Ibid

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terme musthrion pour deacutecrire la situation dIsrael comme peuple eacutelu dans leacuteconomie de

Dieu et lavegravenement de lEglise Si Israel est le peuple eacutelu pourquoi le salut doit-il

deacutesormais passer par lEglise110

Le musthrion se rapporte alors agrave la nature particuliegravere de leacuteconomie de Dieu par

lequel loffre du salut aux paiumlens implique en quelque sorte le rejet temporaire et partiel

de lEvangile par Israeumll111 Largumentation qui regroupe les chapitres 9 agrave 11 trouve son

sommet en Rm 11 25 ougrave lapocirctre fait allusion au mystegravere quil ne faut pas ignorer Je ne

veux pas fregraveres vous laisser ignorer ce mystegravere pour que vous ne vous complaisiez pas

en vous-mecircmes (cf Rom 11 25a) Ce mystegravere se reacutefegravere preacuteciseacutement agrave lendurcissement

dIsrael qui a preacutefeacutereacute la loi au Christ112 ouvrant ainsi a posteriori la porte agrave lentreacutee des

Nations dans le Corps de lEglise Une partie de Israeumll sest endurcie jusquagrave ce que soit

entreacutee la totaliteacute des paiumlens (cf Rm 11 25b)

Le contexte de Rom 16 25 qui fait eacutegalement allusion au musthrion est celui de

la doxologie113 finale de la lettre Le musthrion sexprime ici dans un language assez

proche du vocabulaire eacutepheacutesien dont lEvangile le Christ et la foi en sont les cateacutegories

essentielles Ce mystegravere qui eacutetait cacheacute depuis toujours est maintenant manifesteacute agrave toutes

les nations par lEvangile et la proclamation de Jeacutesus Christ pour que tous puissent y

acceacuteder par lobeacuteissance de la foi

Degraves lors le mystegravere qualifie la connaissance universelle qui permet agrave tous

dacceacuteder agrave la foi sans observer la loi car lEvangile est puissance de Dieu et nest pas

deacutependant de la loi en matiegravere de salut114 Le vocabulaire quimpose la reacuteveacutelation du

mystegravere divin dans ce contexte ouvre deacutejagrave la voie agrave une nouvelle compreacutehension du

dessein salvifique de Dieu Un vocabulaire essentiellement caracteacuteriseacute par les termes

εὐαγγέλιόν κήρυγμα ἀποκάλυψιν μυστηρίου χρόνοις αἰωνίοις σεσιγημένου ἔθνη

γνωρισθέντος ὑπακοὴν πίστεως φανερωθέντος νῦν γραφῶν προφητικῶν σοφῷ

A celui qui peut vous affermir selon mon Evangile et la proclamation de Jeacutesus Christ selon

la reacuteveacutelation du mystegravere maintenu cacheacute depuis les siegravecles eacuteternels mais maintenant

manifesteacute et par les eacutecritures des prophegravetes selon la loi du Dieu eacuteternel a eacuteteacute donneacute de

connaicirctre agrave toutes les nations pour quils parviennent par lobeacuteissance de la foi agrave lunique

110 REYNIER C Evangile et mystegravere p 212 111 CARAGOUNIS C The Ephesians Mysterion p 28 112 REYNIER C Evangile et mystegravere p 213 113 Cette doxologie est totalement omise dans certains manuscrits (F G 629 Hiermss) alors que dautres (y 0209vid

Ucirc mvid syh Orlat mss) la placent agrave la fin du chapitre 14 et dautres encore (icirc46) la placent agrave la fin du

chapitre 15 Toutefois cette position situeacutee agrave la fin du livre est soutenue par la plupart de manuscrits (icirc46

yen B C D 81 365 630 1739 2464 al ar b vg syp co) 114 REYNIER C Op cit p 214

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Dieu sage agrave Lui soit la gloire par Jeacutesus Christ pour les siegravecles des siegravecles Amen (Rom

16 25-27)

La premiegravere lettre de saint Paul aux Corinthiens contient six allusions au terme

mystegravere dont trois au singulier et trois au pluriel Apregraves lhabituelle salutation douverture

(1Cor 1 1-3) et une bregraveve priegravere daction de gracircce (1Cor 1 4-9) lapocirctre poursuit

immeacutediatement par les scandales et dissensions internes qui minent et ruinent la

communauteacute chreacutetienne de Corinthe (1Cor 1 10-16)

Cest alors que lapocirctre oppose agrave la sagesse115 du monde celle de Dieu manifesteacutee

dans le langage de la croix du Christ qui est folie pour ceux qui se perdent mais puissance

de Dieu pour ceux qui se sauvent (1Cor 1 17-18) La foi chreacutetienne est donc fondeacutee sur

le langage de la croix et non sur la sagesse et la rheacutetorique greacuteco-romaine Cest au cœur

de cette poleacutemique que lapocirctre fait allusion au musthrion116 de Dieu qui a eacuteteacute au preacutealable

annonceacute lors de son ministegravere apostolique aupregraves de la communauteacute de Corinthe avec

pour seul souci de ne connaicirctre que le Christ crucifieacute

Comme eacutetant le musthrion tou qeou qui ne peut ecirctre reacuteveacuteleacute que par Dieu lui-

mecircme lhistoire de la crucifixion du Christ deacutepasse degraves lors la sagesse humaine et se

comprend comme un eacuteveacutenement preacutepareacute et reacutealiseacute dans la sphegravere de Dieu117

Cest dans cette logique divine de la croix que se comprend le musthrion en 1Cor

2 7 en tant que sagesse de Dieu qui est demeureacutee cacheacutee en mystegravere et que Dieu lui-

mecircme a preacutedestineacute avant les siegravecles pour notre gloire Si lapocirctre a pointeacute du doigt degraves le

deacutebut de la lettre lune des causes de la division au sein de la communauteacute sur la question

du leadership il revient au chapitre 3 pour deacutefinir le rocircle de chaque ouvrier dans le champ

du Seigneur

Apregraves lusage des meacutetaphores agricole et architecturale lapocirctre en arrive en 1Cor

4 1 agrave la meacutetaphore de servir lEglise comme serviteurs du Christ et intendants des

mystegraveres de Dieu118 En 1Cor 4 1 le terme ὑπηρέτας utiliseacute pour qualifier les serviteurs

du Christ napparaicirct quune seule fois dans la litteacuterature paulinienne Ce terme est

115 Le contexte est largement domineacute par lemploi du terme σοφία qui apparaicirct 16 fois dans les trois premiers

chapitres sur un total de 17 occurences dans la lettre et celui de σοφός qui apparaicirct 10 fois dans les trois

premiers chapitres sur un total de 11 occurences dans la lettre 116 Nous nentrons pas dans le deacutebat si le terme original utiliseacute a eacuteteacute musthrion ou martirion Nous relevons

que le terme musthrion est substitueacute par martirion dans certains manuscrits (yen2 B D F G 33 1739 1881)

Toutefois le terme musthrion est fortement soutenu En effet GLADD B Revealing the Mysterion p

123 preacutesente une liste exhaustive des auteurs qui considegraverent musthrion comme lecture originale et ceux

qui par contre considegraverent martirion comme originale 117 BORNKAMM G musthrion col 694 118 GLADD B Revealing the Mysterion p 166

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couramment employeacute dans les synoptiques et les Actes des Apocirctres pour deacutesigner un

individu qui rend pratiquement un service servile 119 Dans lannonce de lEvangile

lapocirctre est donc purement et simplement un ὑπηρέτας du Christ et un οἰκονόμος des

mystegraveres120 dont Dieu en est lauteur principal

Les deux autres emplois de μυστήριον121 au pluriel apparaissent en 1Cor 13 2 et

1Cor 14 2 dans le contexte des charismes dans lEglise Le mystegravere sexprime par rapport

agrave la connaissance la science la foi et la chariteacute limportance des dons reccedilus se comprend

en fonction du ἀγάπη Sans lamour le don devient steacuterile et ne parvient pas agrave leacutedification

de lEglise122

Le savoir de tous les mystegraveres de toute la connaissance et de toute la foi est vain

si le prophegravete na pas la chariteacute le contexte est celui de la deacutefinition du statut du prophegravete

pour aider la communauteacute agrave mieux comprendre le charisme de la propheacutetie et de la

glossolalie123 Alors que la connaissance de tous les mystegraveres en 1Cor 13 2 se reacutefegravere aux

dons spirituels de la propheacutetie en 1Cor 14 2 les μυστήρια sont les mystegraveres de Dieu qui

sexpriment de maniegravere incompreacutehensible pour lhomme dans la glossolalie extatique124

Cest dans un contexte vital125 marqueacute par la poleacutemique sur la reacutesurrection des

morts quon retrouve le dernier emploi de μυστήριον dans la lettre employeacute dans ce cas

par rapport au thegraveme de la vie et de la mort pour parler de la transformation des chreacutetiens

au moment de la parousie126 Sagit-il dune transformation des chreacutetiens encore vivants

sans passer par lexpeacuterience de la mort ou sagit-il dune transformation qui aura lieu agrave la

fin des temps127

Quel que soit la situation le μυστήριον se situe ici dans la perspective du retour

du Christ et sexprime par rapport agrave la mort avec le verbe κοιμάω (dormir) et agrave la

119 Ibid p 167 120 Pour lusage au pluriel de μυστήριον qui nest pas assez freacutequent chez Paul GLADD B Revealing the Mysterion p 169 affirme que le pluriel nest pas deacutefinit dans le contexte immeacutediat de 1Cor 4 1-5 mais en

1Cor 13 2 et 1Cor 14 2 semble indiquer lusage geacuteneacuteral du terme et laisse probablement entendre les

diverses reacuteveacutelations eschatologiques 121 Nous nentrerons pas dans le deacutebat des difficulteacutes que preacutesente lemploi du terme dans ce contexte Cf

BROWN R The Semitic Background of the Term Mystery in the New Testament p 47 BOCKMUEHL

M Revelation and Mystery in Ancien Judaism and Pauline Christianity p 168 122 GLADD B Revealing the Mysterion p 192 123 REYNIER C Evangile et mystegravere p 207 124 KRAumlMER H muthrion col 348 125 Le Sitz im Leben de 1Cor 15 est marqueacute par la preacutesence de certains courants qui nient la resurrection des

morts Cf WILSON J H The Corinthians Who Say There is No Resurrection of the Dead p 90 et seq

HOLLEMAN J Resurrection and Parousia p 35 et seq TUCKETT C M The Corinthians Who Say

There is No Resurrection of the Dead (1 Cor 15 12) p 251 et seq 126 KRAumlMER H Op cit col 348 127 Cf GLADD B Revealing the Mysterion p 250

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transformation avec le verbe ἀλλάσσω (transformer) des chreacutetiens La mort et la

transformation des chreacutetiens au retour du Christ constituent ici un aspect important du

mystegravere Cest dans ce sens que ceux qui seront encore vivants au retour du Christ auront

aussi agrave subir une transformation corporelle radicale pour avoir part agrave lincorruptibiliteacute128

Dans le contexte de 2Th 2 7 Paul envisage une activiteacute clandestine du μυστήριον

ἀνομίας preacutesente dans le monde avant mecircme sa manifestation eschatologique dans

lanteacutechrist Une notion qui semble contredire agrave premiegravere vue la conception du

μυστήριον paulinien qui nest pas totalement manifesteacute jusquagrave sa pleine reacuteveacutelation en

Christ129

Le contenu du μυστήριον dans ce passage est bien difficile agrave cerner130 Il est agrave

noter que le μυστήριον est sujet direct de ἐνεργεῖται du verbe ἐνεργέω employeacute quatre

fois dans la lettre aux Epheacutesiens dont trois usages en lien avec lœuvre de Dieu (cf Ep 1

1120 3 20) et un usage en lien avec les puissances opposeacutees agrave la reacutealisation du plan

divin (Ep 2 2) Toutefois le focus du μυστήριον ἀνομίας renvoi agrave la personne et agrave lœuvre

du ἄνομος qui opegravere de maniegravere dissimuleacutee dans le monde mais ce mystegravere sera reacutesolu

lorsquagrave la parousie limpie sera totalement deacutepouilleacute et son image reacuteelle deviendra

eacutevidente pour tous131

Dans la premiegravere lettre agrave Timotheacutee lusage des termes πίστις (19 fois ) πιστός (11

fois) et πιστεύω (3 fois) deacutenote limportance capitale de la foi dans la dynamique de la

lettre Lapocirctre se preacuteoccupe davantage agrave une domestication de la foi 132 et de

lexpeacuterience chreacutetienne Cest alors par rapport agrave la foi que lauteur fait allusion au mystegravere

selon lunique expression neacuteotestamentaire μυστήριον τῆς πίστεως

Le mystegravere ne sexprime pas ici en fonction de la reacuteveacutelation ou du projet divin

deacuteployeacute agrave travers des geacuteneacuterations ni du Christ qui en a eacuteteacute bien souvent son contenu

direct mais du mystegravere de la foi Toutefois le contenu du mystegravere en 3 9 est eacuteclaireacute par

τῆς εὐσεβείας μυστήριον en 3 16 et ne peut ecirctre compris seacutepareacutement Le grand mystegravere

de la pieacuteteacute a eacuteteacute manifesteacute dans la chair justifieacute dans lEsprit vu par les anges proclameacute

parmi les nations et cru dans le monde (cf 1 Tim 3 16)

128 REYNIER C Evangile et mystegravere p 212 129 BOCKMUEHL M Revelation and Mystery p 197 130 Le milieu religieux de Tessalonique eacutetait de plusieurs groupes religieux dans lesquels le terme eacutetait

freacutequemment utiliseacute Cf CALDEROacuteN C Los cultos de miacutestenos y su influencia en el cristianismo p

51 et seq 131 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 27 132 GOURGUES M La premiegravere lettre agrave Timotheacutee teacutemoin dune laquodomesticationraquo et dune adaptation de

la foi et de lexpeacuterience eccleacutesiale p 5 passim

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La lettre aux Colossiens contient quatre reacutefeacuterences au μυστήριον comme il est

indiqueacute dans le tableau 1 Ce mystegravere renvoi agrave leacuteveacutenement de la Parole de Dieu le

mystegravere cacheacute depuis les siegravecles (1 26) mystegravere du Christ chez les croyants dont lapocirctre

doit annoncer (1 27 4 3) Cest le mystegravere de Dieu dans lequel se trouvent tous les treacutesors

de la sagesse et da la connaissance (2 2-3)

En effet la premiegravere partie de la lettre aux Colossiens133 (cf Col 1 9-2 23) est

caracteacuteriseacutee par un enseignement doctrinal dont largumentation se deacuteveloppe en deux

sections La premiegravere aborde la question du salut messianique dans une dimension

cosmique (Col 1 9-23) La deuxiegraveme deacutecrit le ministegravere de Paul le serviteur de la Parole

de Dieu dans lannonce du Christ pour qui lapocirctre endure les souffrances en faveur des

Nations (Col 1 24-2 3)

Cest dans cette deuxiegraveme section de la premiegravere partie du livre que se trouvent les

trois premiegraveres allusions au μυστήριον Preacuteceacutedeacutee agrave la fin de la premiegravere section par une

poleacutemique contre les fausses doctrines (Col 24-2 23) la partie exhortative du livre (Col

3 1-4 1) ne fait aucune reacutefeacuterence explicite au μυστήριον La derniegravere allusion au

μυστήριον napparaicirct que dans la partie conclusive du livre (Col 4 2-18) se reacutefeacuterant au

μυστήριον τοῦ Χριστοῦ

A la diffeacuterence des autres textes neacuteotestamentaires le μυστήριον Colossien est

tregraves proche du μυστήριον eacutepheacutesien Sa manifestation deacutepend essentiellement de Dieu qui

en est lagent soteacuteriologique principal deacuteployant progressivement son projet de salut dans

lhistoire des hommes Si le mystegravere dans les synoptiques renvoi agrave lavegravenement du Regravegne

de Dieu dans le monde dans les lettres pauliennes son contenu christologique ἐν

Χριστῷ renvoi agrave un aspect essentiel de lannonce de lEvangile

Dans la lettre aux Colossiens le Christ est encore le contenu du mystegravere mais les

destinataires les Nations sont tellement lieacutes au Christ quils entrent aussi dans le

mystegravere134 que Dieu lui-mecircme en a fait connaicirctre la richesse aux paiumlens Lexpression

Χριστὸς ἐν ὑμῖν traduit clairement le contenu de ce mystegravere cest le Christ en vous et

non simplement le Christ parmi vous135

133 Cf SENEacuteN V G Colosenses y Efesios p 33 passim 134 REYNIER C Evangile et mystegravere p 215 135 Lexpression a eacuteteacute traduite par Christ parmi vous par certains commentateurs MOULE C The Epistles

of Paul the Apostle to the Colossians and to Philemon p 83 et seq LOHSE E A Commentary on the

Epistles to the Colossians and to Philemon p 73 sous linfluence du contexte vital marqueacute par les pratiques

asceacutetiques rigides rencontreacutees chez certains membres de la communauteacute de Colosse Toutefois lexpression

renvoi davantage agrave linhabitation du Christ en chaque croyant et agrave travers ce dernier dans la communauteacute

Voir agrave propos WRIGHT N T Poetry and Theology in Colossians 1 p 15-20 p 444 et seq

POKORNY P Colossians p 103

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Dans la perspective de la reacuteveacutelation progressive du μυστήριον laccent est mis agrave

la fois sur le Christ et sur le croyant136 Le Christ demeure deacutesormais dans le croyant et

en entrant dans ce mystegravere le croyant sunit profondeacutement au Christ dans une pleine

communion Cette dimension du μυστήριον eacutenonceacutee en Colossiens sera deacuteveloppeacutee dans

la lettre aux Epheacutesiens

Dans lApocalypse de saint Jean μυστήριον sexprime essentiellement dans un

contexte eschatologique La vision de lauteur renvoi agrave linauguration de

laccomplissement de lœuvre messianique du Fils de lHomme et le μυστήριον est celui

du Royaume eschatologique dont laccomplissement apparaicirct sous limage de lEacuteglise des

saints et des anges gardiens 137 Le μυστήριον est celui des sept eacutetoiles et des sept

candeacutelabres dor dont Jean a eacuteteacute le teacutemoinbeacuteneacuteficiaire au cours dune vision Toutefois

ce mystegravere de Dieu en Ap 10 7 sera consommeacute dans les jours de la voix du septiegraveme

ange quand celui-ci sonnera de la trompette

En Ap 17 57 le μυστήριον sexprime dans un vocabulaire apocalyptique qui

soppose agrave laction soteacuteriologique divine Il sagit du mystegravere de la Babylone la grande la

megravere des prostitueacutee et des abominations de la terre Le pouvoir satanique occulte opposeacute

agrave la reacutealisation du plan divin est enfin reacuteveacuteleacute Ce pouvoir implique un μυστήριον qui est

en activiteacute dans le monde mais ce μυστήριον montre en mecircme temps que sa fin est

eacuteminente138

Dans le Nouveau Testament en geacuteneacuteral μυστήριον qui apparaicirct 28 fois ne

preacutesente en aucun cas un aperccedilu des rapports avec les religions agrave mystegraveres Dans les

textes eucharistiques ougrave ces rapports pourraient ecirctre signaleacutes le terme napparaicirct pas et

dans les contextes ougrave apparaicirct le terme ces rapports font deacutefaut139 Ce constat fait valoir

le fait quun mot est revecirctu dun ensemble de signifieacutes qui va tregraves souvent au de-lagrave dune

approximation eacutetymologique pour prendre en compte les diffeacuterents contextes Cest agrave

partir de chaque contexte quil faut saisir le sens et la fonction dynamique du mot et toute

la nouveauteacute quil impose

136 MITTON C The Epistle to the Ephesians p 88 accentue la dimension du Christ et sa demeure et

minimize linclusion des Gentiles 137 BEALE G K The use of Daniel in Jewish Apocalyptic Literature and in the Revelation of St John p

169 138 BORNKAMM G μυστήριον col 705 139 Ibid col 706

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243 Approche neacuteotestamentaire de la Connaissance

La connaissance est un aspect important du mystegravere divin qui est progressivement

reacuteveacuteleacute dans la lettre aux Epheacutesiens et particuliegraverement en Ep 3 1-13 Ce mystegravere est

dabord connu de Paul (cf Ep 3 3) ensuite des apocirctres et prophegravetes (cf Ep 3 5) et

finalement connu des puissances et principauteacutes dans les cieux par lEglise (cf Ep 3 10)

Cette connaissance est exprimeacutee dans la lettre au Epheacutesiens de maniegravere particuliegravere par

le verbe gnwrizw140

Dans le Nouveau Testament ce verbe sexprime de maniegravere freacutequente dans le sens

fondamental de faire connaicirctre manifester publiquement ou encore communiquer

solennellement mais aussi savoir et reacuteveacuteler141 par Dieu leacuteconomie du salut en Jeacutesus

Christ Cette perspective religieuse de gnwrizw dans le sens de proclamer leacuteveacutenement

du salut dans le Christ deacutetermine lemploi du verbe principalement en Jean Colossiens et

Epheacutesiens142

Le verbe gnwrizw apparaicirct 25 fois dans le Nouveau Testament Les tableaux ci-

dessous nous preacutesentent la variation du verbe et ses diffeacuterentes formes dans les eacutecrits du

Nouveau Testament

Tabeaux 14 Gnwrizw dans les Evangiles et les Actes

Gnwrizw Lc 2 15

ἐγνώρισεν 2 17 ἐγνώρισαν

Jn 15 15

ἐγνώρισα

17 26

ἐγνώρισα

17 26

γνωρίσω

Ac 2 28 ἐγνώρισάς

140 Ce verbe apparaicirct six fois dans la lettre aux Epheacutesiens 19 3 3510 6 1921 141 KNOCH O Γνωρίζω col 772 142 Ibid

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Tabeaux 15 Gnwrizw dans les lettres de Paul

Gnwrizw Rom 9 22

γνωρίσαι 9 23 γνωρίσῃ

16 26 γνωρισθέντος

1Cor 12 3 γνωρίζω

15 1 Γνωρίζω

2Cor 8 1 Γνωρίζομεν

Gal 1 11 Γνωρίζω

Phil 1 22 γνωρίζω

4 6 γνωριζέσθω

Col 1 27 γνωρίσαι

4 7 γνωρίσει

4 9 γνωρίσουσιν

Tabeaux 16 Gnwrizw dans la lettre aux Epheacutesiens et la deuxiegraveme lettre de Pierre

Gnwrizw

Ep 1 19

γνωρίσας

3 3

ἐγνωρίσθη

3 5

ἐγνωρίσθη

3 10

γνωρισθῇ

6 19

γνωρίσαι

6 21

γνωρίσει

2Pe 1 16

ἐγνωρίσαμεν

Dans les Evangiles le terme se retrouve respectivement 2 et 3 fois en Luc et Jean

et pratiquement absent chez Matthieu et Marc Dans le troisiegraveme Evangile le contexte est

celui de la naissance de Jeacutesus et la visite des bergers En effet apregraves lannonce de lange

les bergers deacutecidegraverent aller agrave Bethleacuteem pour voir (ὁράω) ce qui eacutetait arriveacute et que le

Seigneur leur avait fait connaicirctre ἐγνώρισεν (cf Lc 2 15) par lintermeacutediaire de ses anges

Apregraves avoir vu ἰδόντες les bergers agrave leur tour firent connaicirctre ἐγνώρισαν143 ce qui leur

avait eacuteteacute annonceacutee (cf Lc 2 17)

Dans le premier cas Dieu apparaicirct comme le sujet du verbe alors que dans le

deuxiegraveme cas les bergers sont sujet du verbe gnwrizw sexprime de maniegravere particuliegravere

en lien avec ὁράω ceux qui font connaicirctre sont ceux qui ont vu

Dans le quatriegraveme Evangile le contexte est celui du mystegravere pascal de Jeacutesus Dans

son discours sur la vigne veacuteritable Jeacutesus invite ses disciples agrave demeurer en Lui comme le

sarment sur la vigne pour porter des fruits en abondance Demeurer uni agrave Jeacutesus cest aussi

demeurer dans son amour en suivant le chemin de lobservance des commandements

143 ἐγνώρισαν a eacuteteacute substitueacute dans certains manuscrits (A Q y f113 33 Ucirc) par dieγνwρισαν Toutefois

ἐγνώρισαν est qualitativement soutenu par un bon nombre de manuscrits (yen B D L W X 565 579 1241)

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Cest agrave cette condition que les disciples connaicirctront (cf Jn 15 15) les biens messianiques

apporteacutes par le Christ144 Si le serviteur ne sait pas (οἶδεν) ce que fait son seigneur Jeacutesus

est celui qui fait connaitre (ἐγνώρισα) agrave ses amis tout ce quil a entendu (ἤκουσα) de son

Pegravere

Tout comme il a fait connaicirctre agrave ses disciples ce quil a entendu du Pegravere en Jn 15

15 Jeacutesus a eacutegalement fait connaicirctre son Pegravere agrave ses disciples pour quils puissent entrer

dans cette communion damour entre le Pegravere et le Fils (cf Jn 17 26) Le but de la

connaissance dont Jeacutesus est le sujet et Dieu lobjet est damener les disciples agrave une vie

damour dans la communion avec les personnes divines pour porter les fruits neacutecessaires

Si lamour est une composante essentielle de la connaissance leacutecoute en est eacutegalement

une car celui qui fait connaicirctre est celui qui a dabord eacutecouteacute

Dans les Actes des Apocirctres le terme gnwrizw145 apparaicirct une seule fois en 2 28

dans une citation du Ps 15 8-11 Le contexte est celui du discours de Pierre apregraves que les

Apocirctres aient reccedilus la gracircce de lEsprit Saint le jour de la Pentecocircte146 La connaissance

sexprime ici agrave laide des composantes essentielles de la joie dans le Seigneur et les

chemins de vie qui en est son objet Dans la deuxiegraveme lettre de Pierre le contexte est

troubleacute par les speacuteculations sophistes sur la parousie Pierre reacuteaffirme le message des

apocirctres sur la puissance et lavegravenement du Christ quils ont fait connaicirctre Cette annonce

est fondeacutee sur le teacutemoignage oculaire des apocirctres et non pas sur les fables et speacuteculations

sophistes (cf 2P 1 16)

Les deux emplois du verbe gnwrizw dans la premiegravere lettre aux Corinthiens ont

pour sujet lapocirctre En 1Cor 12 3 il reacuteaffirme lœuvre de lEsprit dans le contexte de

lexercice des charismes dans la communauteacute chreacutetienne En 1Cor 15 1 il utilise le mecircme

verbe pour reacuteaffirmer limportance de la foi en lEvangile qui a eacuteteacute annonceacute dans un

contexte ougrave la reacutesurrection des morts est mise en question par certains courants Cest dans

le mecircme sens quest reacuteaffirmeacutee agrave laide du pronom personnel nous limportance de la

gracircce de Dieu accordeacutee aux Eglises de Maceacutedoine en 2Cor 8 1 dans le contexte de la

collecte organiseacutee en faveur des fidegraveles du Christ

144 ZEVENI G Commentaire spirituel de lEvangile de Jean v 2 p 112 145 Nous ne prenons pas en consideacuteration ici le verbe ἀναγνωρίζομαι qui apparaicirct une seule fois dans le

Nouveau Testament en Ac 7 13 avec le sens de se faire connaicirctre soi-mecircme Ce verbe a eacuteteacute substitueacute par

gnwrizw dans les manuscrits suivants A B p vg 146 Ac 2 28 reprend exactemente le mecircme vocabulaire du Ps 15 11 dans le texte de la LXX ἐγνώρισάς μοι

ὁδοὺς ζωῆς

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En Gal 1 11 le sujet du verbe gnwrizw est encore lapocirctre qui reacuteaffirme la valeur

de lEvangile qui nest pas une invention des hommes mais la reacuteveacutelation mecircme du Christ

Le geacutenitif objectif ἀποκαλύψεως Ἰησοῦ Χριστοῦ montre que ce nest pas seulement

lEvangile comme message qui a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave lapocirctre mais Jeacutesus lui-mecircme Le contexte

de Phil 1 22 ougrave Paul est encore le sujet du verbe est marqueacute par le dilemme dont lapocirctre

ne sait quoi choisir mourir pour ecirctre deacutefinitivement avec le Christ ou vivre pour

lannonce de lEvangile en faveur des autres

En effet si vivre cest le Christ et mourir est un gain (cf Phil 1 21) il ne revient

donc pas agrave lapocirctre de prendre cette deacutecision Pour cela Paul se trouve dans lembarras et

ne sait pas ce quil faut faire Cest alors dans les recommandations finales de la lettre (cf

Phil 4 6) que lapocirctre invite la communauteacute chreacutetienne agrave vivre dans laction de gracircce

loraison et la priegravere et que leurs demandes soient toujours connues et preacutesenteacutees agrave Dieu

Si la communauteacute doit preacutesenter ses priegraveres pour les faire connaicirctre par Dieu cela marque

le caractegravere distinctif de la priegravere qui eacutetait dans les communauteacutes chreacutetiennes de

leacutepoque147

En Rom 9 2223 Dieu est le sujet du verbe gnwrizw La connaissance est celle

de la puissance de Dieu et la richesse de sa gloire dans lhistoire du peuple dIsrael teacutemoin

infidegravele des promesses de Dieu En Rom 16 26 la connaissance sexprime en fonction de

la reacuteveacutelation du mystegravere de Dieu cacheacute depuis toujours mais aujourdhui manifesteacute selon

le projet de Dieu

Le contexte de Rm 16 25-26 est bien proche de celui de Col 1 26-27 et Ep 3 1-

13 ou apparaissent tous les termes de notre trilogie pour exprimer laction salvifique de

Dieu Cest uniquement dans ces trois contextes que ces trois termes apparaissent

ensemble dans les eacutecrits du Nouveau Testament Lattention y sera porteacutee de maniegravere

particuliegravere dans linterpreacutetation theacuteologique des dynamismes soteacuteriologiques

Toutefois il en ressort que dans le contexte des eacutecrits du Nouveau Testament la

connaissance agrave laquelle renvoi le verbe gnwrizw nest pas une simple connaissance Cest

une connaissance en lien avec la reacuteveacutelation de Dieu qui saccomplit en Jeacutesus Christ148

Cest ainsi que Dieu se reacutevegravele en se faisant connaicirctre

En plus du verbe gnwrizw sont aussi employeacutes dans le contexte geacuteneacuteral du

Nouveau Testament les verbes γινώσκω et oi=da dont lemploi en est abondant En effet

147 KNOCH O Γνωρίζω col 773 148 Ibid col 772

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le verbe γινώσκω qui signifie savoir connaicirctre149 employeacute 222 fois dans les eacutecrits

neacuteotestamentaires se retrouve uniquement 3 fois dans la lettre aux Epheacutesiens (cf 3 19

5 5 6 22) Ce verbe indique geacuteneacuteralement la perception intellectuelle dun objet ou dun

rapport objectif150

Malgreacute les difficulteacutes deacutetablir parfois une limite entre son usage profane et

religieux le verbe γινώσκω preacutesente une varieacuteteacute de significations qui vont de lexpeacuterience

agrave partir des sens agrave une expeacuterience de la foi ce qui rend les limites entre son usage profane

et religieux assez fluides151 Dans la Gregravece antique le verbe γινώσκω signifiait arriver agrave

connaicirctre et nindiquait pas directement la connaissance comme telle mais plutocirct la

deacutemarche de lesprit et le progregraves de la penseacutee qui font aboutir agrave la connaissance152 Dans

ce sens cette deacutemarche peut ecirctre une observation un renseignement reccedilu une expeacuterience

ou un raisonnement153

Cest dans ce sens que dans les trois seuls versets ougrave apparaicirct γινώσκω dans la

lettre aux Epheacutesiens lemphase de la connaissance est du cocircteacute de lecirctre humain agrave partir de

son expeacuterience et son effort Connaicirctre serait donc ici une deacutecouverte inteacuterieure

existentielle une expeacuterience qui se comprend dans le sens existentiel et non

psychologique154 Cest une expeacuterience qui doit placer le chreacutetien en marche ou dans un

processus pour arriver agrave connaicirctre (γινώσκein) lamour du Christ qui surpasse toute

connaissance (γνῶσις) pour ecirctre combleacutes de la pleacutenitude de Dieu (cf Ep 3 19)

Le verbe oi=da employeacute 318 fois par les auteurs du Nouveau Testament se retrouve

uniquement 5 fois sous la plume de lauteur de la lettre aux Epheacutesiens (cf 1 18 5 5 6

8921) Ce verbe est geacuteneacuteralement employeacute dans le sens davoir perccedilu avoir vu

savoir connaicirctre mais aussi indiffeacuteremment dans certains cas comme synonyme de

γινώσκω155 Par sa racine (io=) aussi bien que par son usage seacutemantique le verbe oi=da reste

lieacute au verbe voir et comme en eacutetant un parfait il sert de parfait agrave γινώσκω et deacutesigne

la connaissance en tant que acquise avec une note marqueacutee de certitude absolue ou la

connaissance comme saisie immeacutediate intuitive156

149 SCHMITHALS W γινώσκω col 746 150 BULTMANN R γινώσκω col 461 151 SCHMITHALS W Op cit col 748 152 LA POTTERIE I oi=da et γινώσκω les deux modes de la connaissance dans le quatriegraveme Evangile

p 710 153 Ibid p 710 154 SCHLIER H La Carta a los Efesios p 225 155 SEESEMANN H oi=da col 329 156 LA POTTERIE I Op cit p 710 et seq

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Dans le Nouveau Testament lusage de oi=da noffre pas beaucoup de

particulariteacutes il apparaicirct presque toujours dans le sens de savoir et prend rarement le

sens du verbe connaicirctre157 Cest aussi le cas de son emploi dans la lettre aux Epheacutesiens

Toutefois le contenu de cette connaissance est particuliegraverement remarquable en 1 18

cest la connaissance de lespeacuterance de lappel divin de la richesse de la gloire de son

heacuteritage dans les saints et lextraordinaire grandeur de son pouvoir en nous

De mecircme le substantif γνῶσις qui apparaicirct 29 fois dans les eacutecrits du Nouveau

Testament napparaicirct quune seule fois dans la lettre aux Epheacutesiens en Ep 3 19

Appartenant au mecircme groupe le substantif ἐπίγνωσις apparaicirct en Ep 1 17 et 4 13 γνῶσις

et ἐπίγνωσις sont geacuteneacuteralement employeacutes indistinctement dans le mecircme sens pour

deacutesigner la connaissance158 Toutefois ἐπίγνωσις sexprime en Epheacutesiens en fonction de

la sagesse et de la reacuteveacutelation qui donnent accegraves agrave la connaissance de Dieu (1 17) pour

parvenir agrave luniteacute dans la foi (cf Ep 4 13)

Aucun de ces termes ne se retrouve dans la peacutericope de Ep 3 1-13 Par contre le

verbe gnwrizw employeacute seulement 25 fois dans le Nouveau Testament se retrouve 6 fois

dans la lettre aux Epheacutesiens et donc 3 fois dans notre peacutericope159 En preacutesentant le plus

grand nombre demploi dans la lettre aux Epheacutesiens par rapport aux autres eacutecrits

neacuteotestamentaires gnwrizw devient un verbe essentiellement eacutepheacutesien Ces indices

litteacuteraires nous montrent limportance et le privilegravege accordeacute au terme gnwrizw dans la

dynamique de la lettre et sa concentration en Ep 3 1-13

En effet la connaissance du μυστήριον divin ne se reacuteduit pas agrave une γνῶσις

speacuteculative et intellectuelle cest une reacutealiteacute qui deacutepasse infiniment le croyant et

lintroduit dans une relation profonde avec Dieu qui se fait connaicirctre agrave lui en reacuteveacutelant son

mystegravere Cest ainsi que la vie chreacutetienne si elle nexiste pas sans lamour elle nexiste

pas non plus sans progregraves dans la connaissance car la croissance dans la connaissance du

mystegravere est deacutecisive pour la vie eccleacutesiale160

157 SEESEMANN H oi=da col 331 158 SCHMITHALS W γινώσκω col 747 159 Le verbe ἀναγινώσκω qui apparaicirct 32 fois dans le NT apparaicirct une seule fois dans la lettre aux Epheacutesiens

en 3 4 Dans le grec classique ce verbe a le sens de lire ou lire agrave haute voix publiquement Dans le

Nouveau Testament il renvoi pratiquement agrave la lecture des autres eacutecrits soit du Nouveau Testament soit de

lAncien Testament Cf TUGGY A E Lexico Griego-espantildeol del Nuevo Testamento p 64 160 ALETTI J-N Saint Paul Eacutepicirctre aux Eacutepheacutesiens p 91 et seq

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244 Reacutesumeacute de lapproche neacuteotestamentaire de la reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

Lapproche seacutemantique neacuteotestamentaire reacutealiseacutee dans ce chapitre nous permet de

reconnaicirctre que les termes de la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance sont tregraves peu

employeacutes par les auteurs du Nouveau Testament Les trois termes avpokaluptw

avpokaluyij musthrion et gnwrizw appartiennent essentiellement au vocabulaire

paulinien Le terme gnwrizw quant agrave lui est un terme essentiellement eacutepheacutesien

Les occurrences des trois termes dans les diffeacuterents contextes litteacuteraires du

Nouveau Testament sont assez diversifieacutees Ils napparaissent ensemble quen Rom 16

25-26 et Col 1 26-27 Toutefois leur apparition est de plus grande relevance en Ep 3 1-

13 ougrave ils apparaissent comme champs seacutemantiques essentiels pour exprimer les

dynamismes soteacuteriologiques preacutesents dans cette peacutericope

25 Hermeacuteneutique theacuteologique des dynamismes soteacuteriologiques en Ep 3 1-13

251 Dynamique de la reacuteveacutelation du mystegravere de Ep 1 3-14 agrave Ep 3 1-13

Le μυστήριον est sans aucun doute un des principaux thegravemes de la lettre aux

Epheacutesiens161 Dans la dynamique de la lettre il est annonceacute en 1 9 comme eacutetant le

μυστήριον τοῦ θελήματος αὐτοῦ Cette premiegravere annonce du mystegravere se fait deacutejagrave en lien

avec la connaissance γνωρίσας ἡμῖν τὸ μυστήριον Lhymne de la lettre aux Epheacutesiens

appeleacutee aussi eulogie ou beacuteneacutediction162 atteint ici son paroxysme et ne culmine non pas

161 Cf HUGEDE N Commentaire de lrsquoEpicirctre aux Epheacutesiens p 102 considegravere eacutegalement lexposeacute du

mystegravere comme eacutetant le corps central de toute lEpicirctre aux Colossiens ALETTI J-N Saint Paul Eacutepicirctre aux

Eacutepheacutesiens p 12 162 Pour les caracteacuteristiques de la Beacuteneacutediction ou Eulogie dans lAncien et le Nouveau Testament Cf

SCHLIER H Carta a los Efesios p 49 passim LINCOLN T A Ephesians p 10 passim CAMBIER J

La Beacuteneacutediction de Epheacutesien 1 3-14 p 58 passim LYONNET S La Beacuteneacutediction de Epheacutesien 1 3-14

et son arriegravere-plan judaique p 341 passim

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sur le statut des croyants mais sur le fait de connaicirctre comme si la connaissance devrait

preacutevaloir163 Degraves le deacutebut de la lettre la connaissance prend deacutejagrave une place importante

dans la reacuteveacutelation du mystegravere de la volonteacute divine

Ce mystegravere est celui que Dieu sest proposeacute de reacutealiser degraves avant la fondation du

monde Le mystegravere de leacutelection de la filiation et de ladoption divine (cf Ep 1 4-5) Cest

ce mystegravere de sa volonteacute que Dieu a voulu reacutealiser agrave la pleacutenitude des temps reacutecapitulant

toute chose dans le Christ (cf Ep 1 9-10) Il veut le faire connaicirctre parce que cest le

mystegravere de sa volonteacute Ce nest donc pas un mystegravere reacuteserveacute exclusivement agrave un groupe

dinitieacutes164 mais un mystegravere qui se donne de connaicirctre agrave tous les croyants

Par sa nature decirctre mystegravere il ne se deacutevoile pas dun coup dans la dynamique de

la lettre Cest alors dans une logique progressive quil faut le deacutecouvrir tant quil se laisse

connaicirctre Si Dieu a fait connaicirctre le mystegravere de sa volonteacute en Ep 1 9 cette reacuteveacutelation

doit renvoyer neacutecessairement agrave un moment de lhistoire que le contexte de la beacuteneacutediction

ne preacutecise pas Quel est ce mystegravere de la volonteacute divine Comment Dieu la-t-il fait

connaicirctre et agrave quelle moment preacutecis Ces questionnements autour de la premiegravere annonce

du mystegravere trouveront leurs reacuteponses seulement dans les versets que constitue luniteacute

textuelle de Ep 3 1-13

Toutefois si Dieu est le sujet et lagent soteacuteriologique de la manifestation et de la

connaissance du mystegravere les beacuteneacuteficiaires de cette reacuteveacutelation sont preacuteciseacutement les Juifs

et les Nations Ils sont indiqueacutes respectivement en Ep 1 11-12 par le projet du salut de

Dieu advenu dans lhistoire des Juifs et en Ep 1 13 par lavegravenement du salut divin dans

lhistoire des Nations Si les Juifs et les Nations sont beacuteneacuteficiaires de ce dynamisme

soteacuteriologique il en ressort dembleacutee que le mystegravere que Dieu fait connaicirctre est celui de

la reacuteunion des Juifs et des Nations dans le Christ Le dynamisme salvifique de la

connaissance du mystegravere de la volonteacute divine deacutebouche degraves lors sur la reacuteunion et

linteacutegration des uns et des autres dans le Christ

En Ep 1 17-18 lauteur renforce ce dynamisme de la reacuteveacutelation et de la

connaissance du mystegravere dans un vocabulaire caracteacuteristique de la connaissance πνεῦμα

σοφίας καὶ ἀποκαλύψεως ἐν ἐπιγνώσει αὐτου (un esprit de sagesse et de reacuteveacutelation dans

la connaissance profonde de Lui) Cette connaissance acquise dans un esprit de sagesse

et de reacuteveacutelation a pour objet lespeacuterance de lappel divin la richesse de la gloire de sa

163 ALETTI J-N Saint Paul Eacutepicirctre aux Eacutepheacutesiens p 69 164 La conception du mystegravere chez Paul se deacutemarque deacutejagrave de la conception gnostique ougrave les μυστήρια eacutetaient

des reacuteveacutelations secregravetes reacuteserveacutees agrave un groupe dinitieacutes Cf FINKENRATH G musthrion col 2282

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promesse et lextraordinaire grandeur de sa puissance Si lauteur demande agrave Dieu de faire

grandir ses destinataires dans la connaissance (cf Ep 1 17-18a) cest pour quils puissent

comprendre le lien de causaliteacute existant entre leur situation (cf Ep 1 18b-19) et celle du

Christ (cf Ep 1 20-22)165

Cest ainsi que le mystegravere eacutepheacutesien sexprime progressivement dans la dynamique

de la lettre en relation agrave la reacuteveacutelation et agrave la connaissance pour atteindre son point

culminant en Ep 3 1-13 Pour saisir toute la porteacutee de cette trilogie seacutemantique il est

donc neacutecessaire de lanalyser en lien avec le tissu textuel des autres champs seacutemantiques

preacutesents dans le texte Cest dans cette approche du tissu textuel dans ses composantes

essentielles que lon parviendra agrave trouver le contenu et la signification de cette trilogie

dans chacune des actions quelle signifie dans les deux moments dynamiques de la

peacutericope

252 Dynamique salvifique de Ep 3 12-7 reacuteveacutelation et connaissance du mystegravere

2521 Moment dynamique de Ep 3 12-4

25211 La communion dans leacutepreuve comme lieu de lavegravenement du salut dans le Christ

En Ep 3 12-7 ont eacuteteacute identifieacutes 7 dynamismes soteacuteriologiques signifieacutes par 26

champs seacutemantiques Pour lunique fois dans la lettre aux Epheacutesiens et dans lensemble

du Nouveau Testament les trois termes de cette trilogie avpokaluyin musthrion et

evgnwrisqh se reacuteunissent dans un seul verset (Ep 3 3) Le v 3 devient ainsi la charpente

du premier moment dynamique (Ep 3 2-4) de la premiegravere partie de cette uniteacute textuelle

(Ep 3 2-7) Le vocabulaire de ce premier moment du texte et de lensemble de la peacutericope

165 ALETTI J-N Saint Paul Eacutepicirctre aux Eacutepheacutesiens p 91

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est profondeacutement marqueacute par ces trois termes Cest un vocabulaire essentiellement lieacute agrave

la reacuteveacutelation et agrave la connaissance du mystegravere divin

Cest au cours dune reacuteveacutelation que Dieu fait connaicirctre son mystegravere agrave Paul (v 3)

Mais ce mystegravere nest pas reacuteserveacute uniquement agrave Paul qui est devenu prisonnier du Christ

pour les Nations (v 1-2) Cest agrave partir dune lecture approfondie que les Nations sont

appeleacutes agrave comprendre lintelligence que Paul a lui-mecircme du mystegravere du Christ (v 4) Mais

ce mystegravere est aussi celui qui est reacuteveacuteleacute aux saints apocirctres et prophegravetes et qui na pas eacuteteacute

fait connaicirctre aux autres geacuteneacuterations (v 5)

La reacuteveacutelation de ce mystegravere fait comprendre que les Nations sont deacutesormais

membres du mecircme corps et partagent le mecircme heacuteritage dans le Christ par lEvangile (v

6) dont Paul a eacuteteacute fait le serviteur selon le don de la gracircce de Dieu (v 7) Cest ainsi que

la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance dynamise le texte et lentraicircne dans sa

mouvance

Le premier dynamisme salvifique du texte est celui de la communion de Paul avec

le Christ qui sexprime par lexpression ὁ δέσμιος τοῦ Χριστοῦ (Ep 3 1)166 En effet dans

la litteacuterature neacuteotestamentaire le concept de communion ne sexprime pas par le terme

koinwnia qui est totalement absent dans les Evangiles et dans la lettre aux Epheacutesiens et

napparaicirct que 13 fois dans les eacutecrits pauliniens une fois dans les Actes des Apocirctres et

dans la lettre aux Heacutebreux et 4 fois dans la premiegravere lettre de saint Jean

Toutefois la communion aussi bien dans les eacutecrits pauliniens que dans le Nouveau

Testament en geacuteneacuteral sexprime de plusieurs maniegraveres et essentiellement par lusage des

preacutepositions du datif et du geacutenitif 167 comme dans le cas preacutesent Dans ce sens la

communion comme participation aux souffrances du Christ au nom de lEvangile rejoint

le premier sens de ce concept qui nest pas avant tout celui dune association avec lautre

mais une participation avec lautre168

Ainsi degraves le deacutebut de la peacutericope Paul exprime sa communion profonde avec le

Christ marqueacutee par leacutepreuve dont les Nations en sont les beacuteneacuteficiaires ἐγὼ169 Παῦλος ὁ

166 Lexpression apparaicirct aussi en Phm 19 Loin decirctre une image ou une figure de style lemprisonnement

de Paul est une reacutealiteacute Cf (Phm 1910) En Ep 4 1 il se preacutesente comme prisonnier dans le Seigneur alors

quil se preacutesente en Col 1 23 comme le serviteur de lEvangile 167 Pour une eacutetude sur les implications theacuteologiques des preacutepositions dans le Nouveau et dans les lettres

pauliniens voir PANIKULAM G Koinonia in the New Testament p 2 168 Ibid p 1 169 Dans le souci davoir une phrase complegravete avec un verbe et un preacutedicat certains auteurs ont ajouteacute eivmi Cf CHRYSOSTOM S Homilies on Galatians Ephesians Philippians Colossians Thessalonians

Timothy Titus and Philemon p 241 et seq MEYER H A Critical and Exegetical Handbook to the

Epistle to the Ephesians and Epistle to Philemon p 153 HOULDEN J L Pauls Letters from Prison

Philippians Colossians Philemon and Ephesians p 297 Dans son article SHERWOOD A Pauls

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δέσμιος τοῦ Χριστοῦ [Ἰησοῦ] ὑπὲρ ὑμῶν τῶν ἐθνῶν Lavegravenement salvifique de Dieu

advient dans la vie de Paul agrave travers cette communion avec le Christ dans la participation

agrave ses souffrances Paul nest pas un prisonnier quelconque parmi tant dautres il est le

prisonnier par excellence170du Christ Cest agrave partir de cette communion profonde avec le

Christ que Paul fait une lecture theacuteologique de sa situation dans la prison Mecircme en eacutetant

sous les chaicircnes (cf Phm 10) de ses perseacutecuteurs il possegravede une grande liberteacute

inteacuterieure dans sa relation de communion avec le Christ qui donne finalement un sens agrave

sa souffrance

Les tribulations de lapocirctre prisonnier du Christ comme dynamisme salvifique du

v 1 en lien avec son expression affine au v 13 qui deacutelimite luniteacute textuelle deviennent

ainsi un chemin de gloire pour les Nations θλίψεσίν μου ὑπὲρ ὑμῶν ἥτις ἐστὶν δόξα

ὑμῶν Ce dynamisme est lieacute et renforceacute par la deacutetermination de lannonce de lEvangile

comme eacutetant linsondable richesse du Christ (Ep 3 8) Cest alors au nom de lEvangile

que Paul est fait prisonnier du Christ

En effet en Ep 1 9-14 Dieu a fait connaicirctre le mystegravere de sa volonteacute dune part

aux Juifs qui ont par avance espeacutereacute dans le Christ et dautre part aux Nations qui ont

eacutecouteacute la Parole de veacuteriteacute lEvangile du salut Ce mystegravere sest fait connaicirctre en vue de la

gloire de Dieu et la louange de sa gracircce Cette gloire passe alors par les souffrances de

lapocirctre comme eacutetant partie inteacutegrante de lannonce de lEvangile du Christ

Cest agrave partir de cette communion avec le Christ et dans la participation agrave sa

souffrance que Paul devient lui-mecircme un agent soteacuteriologique du dynamisme salvifique

de Dieu pour les Nations Il est totalement lieacute au Christ et en mecircme temps lieacute par le Christ

dans les chaicircnes de lhumaniteacute171 Cest par lui que leacuteveacutenement salvifique de Dieu advient

aux Nations Le dynamisme de communion avec le Christ est essentiellement marqueacute par

la situation de lapocirctre δέσμιος (τοῦ Χριστοῦ) par rapport aux beacuteneacuteficiaires τῶν ἐθνῶν

Imprisonment as the Glory of the Ethne p 98 note 2 fait une analyse formelle des conseacutequences de cette

addition 170 BUTTRICK G A The Interpreters Bible p 664 171 SCHNACKENBURG R Ephesians p 130

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25212 La gracircce divine dans la dynamique salvifique du texte

Dans la logique interne du texte Paul et les Nations deviennent en mecircme temps

beacuteneacuteficiaires de la deuxiegraveme action soteacuteriologique (Ep 3 2) dont Dieu en est lagent

principal ἠκούσατε τὴν οἰκονομίαν τῆς χάριτος τοῦ θεοῦ τῆς δοθείσης μοι εἰς ὑμᾶς172

(Ep 3 2) Cest ici que commence ce que beaucoup de commentateurs ont appeleacute

digression ou parenthegravese Dans lun ou lautre cas ce passage est en substance lun des

plus importants de la lettre aux Epheacutesiens tant dans les grandes envoleacutees de sa penseacutee que

dans la correspondante magnificence de son expression173

Laction salvifique de Dieu dans la vie de Paul et des Nations sexprime

essentiellement agrave travers les verbes ἀκούω et δίδωμι ainsi que les termes οἰκονομία et

χάρις Si la gracircce de Dieu a eacuteteacute donneacutee agrave Paul cest en vue de la mettre au service des

Nations Mecircme si lindicatif aoriste ἠκούσατε apparaicirct ici comme un terme assez

geacuteneacuterique174 il devient important dans lexpression du dynamisme salvifique agrave partir du

don de la gracircce divine accordeacutee agrave Paul pour les Nations Cest apregraves avoir entendu ou

mieux encore eacutecouteacute lEvangile que les Nations parviennent agrave entrer en syntonie avec

lapocirctre qui a reccedilu une gracircce dont elles sont les beacuteneacuteficiaires

Le verbe δίδωμι qui apparaicirct en Ep 3 2 sous laspect du participe aoriste δοθείσης

renvoi au geacutenitif χάριτος dans la mesure ougrave ce nest pas la dispensation de la gracircce qui a

eacuteteacute donneacutee agrave Paul mais la gracircce elle-mecircme Le substantif οἰκονομία qui signifie

administration dispensation charge plan175 peut aussi deacutesigner ce qui est administreacute176

172 Lexpression εἴ γε placeacutee en deacutebut du v 2 apparaicirct seulement quatre fois dans le Nouveau Testament en

2Cor 5 3 Gal 3 4 Ep 3 2 et 4 21 Col 1 23 Son sens varie selon les contextes En Ep 3 2 elle sexprime

dans lordre de certitude Lauteur suppose que les destinataires ont deacutejagrave une certaine ideacutee de son ministegravere

Cf ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 175 ABBOTT T K A critical and Exegetical

Commentary on the Epistles to the Ephesians and to the Colossians p 78 173 BUTTRICK G A The Interpreters Bible p 664 174 BEST E Ephesians p 297 considegravere ἠκούσατε simplement comme un terme tregraves geacuteneacuteral alors que ce

verbe renvoi agrave ce qui preacutecegravede et introduit en mecircme temps le deacutebut de ce qui a eacuteteacute appeleacute digression Cf

SHERWOOD A Paulrsquos Imprisonment as the Glory of the Ethne p 102 175 TUGGY A E Lexico Griego-Espantildeol del Nuevo Testamento p 639 176 MEYER H A Critical and Exegetical Handbook to the Epistle to the Eohesians and Epistle to

Philemon p 155 ABBOTT T K A critical and Exegetical Commentary on the Epistles to the Ephesians

and to the Colossians p 79 SCHLIER H Der Brief an die Epheser p 148 GNILKA J Der Epheserbrief

p 163 MERKLEIN H Das kirchliche Amt nach dem Epheserbrief p 173 passim SCHNACKENBURG

R Ephesians p 132

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ou lacte mecircme dadministrer177 Dans le premier moment dynamique du texte (vv 2-7)

οἰκονομία renvoi davantage agrave Dieu qui prend linitiative daccorder sa gracircce agrave Paul pour

le ministegravere aupregraves des paiumlens Dans le deuxiegraveme moment dynamique du texte (vv 8-12)

οἰκονομία en 3 9 renvoi alors agrave Paul dans lacte mecircme dadministrer en mettant en

lumiegravere le mystegravere cacheacute depuis les siegravecles

Le contexte de Ep 3 2 apporte une nouveauteacute par rapport agrave Col 1 26 cest la gracircce

de Dieu qui est accordeacutee agrave Paul et non sa dispensation Ces deux termes δίδωμι et χάρις178

apparaissent de nouveau comme champs seacutemantiques exprimant le septiegraveme et huitiegraveme

dynamisme salvifique (vv 78) dont Paul est encore le beacuteneacuteficiaire Mais en quoi consiste

preacuteciseacutement cette gracircce de Dieu qui est donneacutee agrave Paul pour les Nations

Dans les eacutecrits pauliniens on note une eacutevolution dans le concept de la gracircce qui

deacutepend agrave la fois de lexpeacuterience de lapocirctre et des conditions historiques des communauteacutes

quil a eacutevangeacuteliseacutees179 Cest ainsi que chez Paul la gracircce renvoi particuliegraverement au don

speacutecifique de Dieu qui se manifeste aux Nations dans legravere messianique180

En effet les Nations qui sont beacuteneacuteficiaires du premier dynamisme salvifique (Ep

3 1) et avec Paul du deuxiegraveme dynamisme (Ep 3 2) aident agrave comprendre le sens des

expressions affines et autres deacuteterminations181 qui rendent intelligibles la troisiegraveme action

soteacuteriologique (Ep 3 3) Ep 3 2 preacutepare et annonce ainsi le dynamisme salvifique de la

charpente centrale de cette premiegravere partie de la peacutericope κατὰ ἀποκάλυψιν182 ἐγνωρίσθη

μοι τὸ μυστήριον (cf Ep 3 3) Si la gracircce a eacuteteacute donneacutee agrave Paul pour les Nations cette

gracircce se comprend dans le cas preacutesent agrave partir du dynamisme salvifique qui sentrelace

avec les champs seacutemantiques de la reacuteveacutelation du mystegravere et de la connaissance

ἀποκάλυψιν μυστήριον ἐγνωρίσθη

177 Cest le sens du terme en Ep 1 10 et Ep 3 9 En Ep 3 2 PENNA R La lettera agli Efesini p 157 opte

pour οἰκονομία comme charge dadministrer confieacutee par Dieu agrave Paul et LINCOLN T A Ephesians 174

opte pour οἰκονομία en tant quexercice de la charge par Paul 178 A partir de lexpression τῆς χάριτος τοῦ θεοῦ τῆς δοθείσης μοι au vv 2 et 7 REYNIER C Evangile et mystegravere p 65 y voit un paralleacutelisme qui inserre les versets 3 agrave 6 sous la forme dune inclusion partielle 179 RAMOS F Diccionario de San Pablo p 594 180 BARTH M Ephesians p 358 181 Voir les tableaux 1 et 2 des dynamismes soteacuteriologiques identifieacutes dans le texte 182 MERKLEIN H Das kirchliche Amt nach dem Epheserbrief p 198 et LINCOLN T A Ephesians

p 175 traduisent respectivement lexpression κατὰ ἀποκάλυψιν par agrave cause dune reacuteveacutelation et selon une

reacuteveacutelation Ce qui semble ne pas accorder limportance neacutecessaire agrave cette expression placeacutee au deacutebut de la

phrase Pour donner plus demphase agrave cette expression nous la traduisons par au cours dune reacuteveacutelation

qui va dans le sens de linterpreacutetation de OBRIEN P T The Letter to the Ephesians p 223 et seq pour

qui la preacuteposition kata suivie de laccusatif nest pas prise dans sens instrumental qui se traduirait par le

moyen dune reacuteveacutelation La reacuteveacutelation est une composante essentielle de la connaissance du mystegravere qui

marque toute la diffeacuterence entre Epheacutesiens et Colossiens qui nemploie ni le verbe avpokaluptw ni le

substanif avpokaluyij

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La gracircce qui a eacuteteacute donneacutee agrave Paul agrave partir de sa communion dans leacutepreuve avec le

Christ est celle de la connaissance du mystegravere Cest au cours dune reacuteveacutelation κατὰ

ἀποκάλυψιν que le μυστήριον lui a eacuteteacute donneacute de connaicirctre ἐγνωρίσθη Cette trilogie

seacutemantique reprend tout le dynamisme du texte degraves le deacutebut y compris le deacutebut de la

lettre pour mettre en eacutevidence la gratuiteacute du don divin accordeacute agrave lapocirctre En Ep 1 6-10

le mystegravere de la volonteacute de Dieu se manifeste dans la connaissance de sa gloire pour la

louange de sa gracircce

Dans ce contexte la gracircce exprime deacutejagrave la grandeur du don de Dieu qui na sa

source et son terme que dans son amour totalement gratuit Le projet salvifique de Dieu

advient dans la vie de Paul par la gratuiteacute de la gracircce divine et non par les meacuterites

personnels de lapocirctre Lavegravenement salvifique se comprend degraves lors agrave travers la gratuiteacute

de la gracircce divine qui agit dans la vie de la personne ou de la communauteacute

En Ep 2 4-9 cest encore la gracircce qui est au cœur de lœuvre du salut et sexprime

en lien avec lamour gratuit de Dieu et la richesse de sa miseacutericorde La gracircce devient

ainsi un champ seacutemantique significatif du dynamisme salvifique de Dieu qui rend

possible la compreacutehension du μυστήριον et la participation agrave sa dispensation La

communion de lapocirctre avec le Christ sentrelace degraves lors avec le don de la gracircce pour que

laction salvifique de Dieu advienne aupregraves des Nations Il est donc difficile et voire

impossible de connaicirctre le mystegravere de Dieu en dehors du don de sa gracircce Par ailleurs si

Paul a reccedilu la connaissance du mystegravere κατὰ ἀποκάλυψιν de quelle reacuteveacutelation sagit-il

Dans son ministegravere apostolique Paul a fait lexpeacuterience de la reacuteveacutelation divine et

en a fait de maniegravere particuliegravere au moment de sa conversion La reacuteveacutelation de ce

mystegravere183 renvoie-t-elle agrave celle que lapocirctre a reccedilue sur le chemin de Damas (cf Ac 9 3-

183 La finale de ce verset καθὼς προέγραψα ἐν ὀλίγῳ fait allusion agrave un eacutecrit de Paul particuliegraverement sur le

mystegravere Le verbe προγράφω qui a le sens de lanteacuterioriteacute eacutecrire avant (ZERWICK M GROSVENOR

M A Grammatical Analysis of the Greek New Testament p 583) apparaicirct seulement quatre fois dans le

Nouveau Testament (Rom 15 4 Gal 3 1 Ep 3 3 et Jude 4) Lexpression evn ovligw pourrait ecirctre traduite

par en quelques mots si elle eacutetait employeacutee au pluriel Dans le cas preacutesent du singulier elle peut ecirctre

traduite par ladverbe briegravevement (ZERWICK M GROSVENOR M A Grammatical Analysis of the

Greek New Testament p 583) Plusieurs discussions on eacuteteacute faites sur leacutecrit dont Paul fait allusion

CHRYSOSTOM S Homilies on Galatians Ephesians Philippians Colossians Thessalonians Timothy

Titus and Philemon p 242 et seq soriente vers la possibiliteacute dune autre lettre que Paul aurait eacutecrite aux Epheacutesiens sur le mystegravere Ce qui nest confirmeacute par aucun manuscrit Pour sa part DAVIES L I wrote

afore in a few words (Eph iii3) p 568 y voit un lien avec le passage de Rm 16 25-27 qui fait allusion au

mystegravere Mais quel serait le rapport entre la lettre aux Romains et la communauteacute chreacutetienne dEphegravese

BRUCE F F The Epistle to the Ephesians p 312 y voit la possibiliteacute dune reacutefeacuterence agrave Col 1 25-27

Certains commentaires ALFORD H The Greek New Testament With a Critically Revised Text p 3 et seq

et BARTH M Ephesians p 329 y voient une reacutefeacuterence au mystegravere deacutejagrave mentionneacute dans la lettre aux

Epheacutesiens et preacutecisement en Ep 1 9 Plusieurs commentateurs y voient la reacutefeacuterence au mystegravere eacutepheacutesien

deacutecrit en Ep 2 11-22 ougrave les juifs et les Nations sont creacutees en un seul homme nouveau et devenus tous deux

un seul corps Cf MEYER H A Critical and Exegetical Handbook to the Epistle to the Ephesians and

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16) Dans la dynamique des Actes des Apocirctres apregraves leacutepisode de la conversion de

lapocirctre sur le chemin de Damas il reccediloit la mission daller vers les Nations paiumlennes pour

leur ouvrir les yeux afin quelles reviennent des teacutenegravebres agrave la lumiegravere (cf Ac 26 17-18)

Toutefois dans la dynamique du texte eacutepheacutesien lexpression κατὰ ἀποκάλυψιν ne

renvoie pas neacutecessairement agrave lexpeacuterience de Damas ni agrave une reacuteveacutelation particuliegravere Kατὰ

ἀποκάλυψιν aide agrave identifier le moyen par lequel Paul a connu le mystegravere 184 Cette

expression est renforceacutee par laoriste ἐγνωρίσθη du verbe gnwrizw Si laoriste renvoi agrave

une action accomplie dans le temps peut-on le reacuteduire dans le cas preacutesent agrave une action

immeacutediate survenue agrave un moment preacutecis dans lhistoire de lapocirctre

En effet lemploi de laoriste ἐγνωρίσθη ne veut pas dire que la reacuteveacutelation eacutetait

instantaneacutee ou immeacutediate ayant lieu seulement au moment mecircme de la conversion de

Paul Laspect aoriste couvre toute la peacuteriode pendant laquelle Paul a ducirc comprendre la

pleine signification de sa conversion avant la reacutedaction de la lettre185

Malgreacute lusage abondant de la premiegravere personne du singulier dans le texte [vv

123(2x)47(2x)813(2x)] les souffrances endureacutees par lapocirctre en faveur des Nations et

sa connaissance du mystegravere ne sont en rien une autoglorification des meacuterites personnels

de lapocirctre Il est parvenu agrave la connaissance du mystegravere divin agrave partir dune communication

personnelle et directe de Dieu186 Alors que lusage du passif ἐγνωρίσθη renforce lideacutee

du mystegravere qui lui a eacuteteacute donneacute κατὰ ἀποκάλυψιν et non agrave partir dune ingeacutenuiteacute humaine

le datif montre que Paul est reacuteellement le beacuteneacuteficiaire et non lagent de la connaissance

du mystegravere187

Dans laction salvifique exprimeacutee par cette reacuteveacutelation du mystegravere par le don

gratuit de la gracircce divine Paul porte deacutesormais en lui-mecircme le contenu du mystegravere Son

existence est deacutesormais marqueacutee par la dynamique du mystegravere quil a reccedilu au cours dune

Epistle to Philemon p 156 ABBOTT T K A critical and Exegetical Commentary on the Epistles to the

Ephesians and to the Colossians p 79 et seq SCHLIER H La Carta a los Efesios p 149 GNILKA J

Der Epheserbrief p 164 SCHACKENBURG R Ephesians p 132 LINCOLN T A Ephesians p 175

MERKLEIN H Das Kirchliche Amt nach dem Epheserbrief p 215 et seq 184 BEST E Ephesians p 299 Certains commentateurs renvoient cette reacuteveacutelation agrave lexpeacuterience de Paul

sur la route de Damas Cf SCHNACKENBURG R Ephesians p 131 MUDDIMAN J The Epistle to the Ephesians p 150 185 BEST E Ephesians p 301 ZERWICK M Il Greco del Nuovo Testamento p 171 affirme quil y a

un risque de confondre le caractegravere ponctuelle de laction avec linstantaneacuteiteacute comme si cela impliquait

neacutecessairement la briegraveveteacute de laction Laoriste peut ecirctre vu comme une peacuteriode de temps tregraves long tant

quil est consideacutereacute comme eacutetant seulement un eacuteveacutenement historique sans se soucier de sa longueur objective

De mecircme les actions reacutepeacuteteacutees peuvent ecirctre exprimeacutees par laoriste si lauteur les considegravere comme une

uniteacute 186 BEST E Ephesians p 300 187 HOEHNER H Ephesians p 448

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reacuteveacutelation Lexistence de Paul ne peut poursuivre son cours comme si rien ne seacutetait passeacute

La gracircce dont il a eacuteteacute beacuteneacuteficiaire est preacutesente et agissante en sa personne La reacuteveacutelation

du mystegravere devient un acte du salut divin qui fait irruption dans la vie de Paul et

transforme le cours de son existence en donnant un nouveau sens agrave son histoire

25213 La lecture de leacutecriture dans lintelligence du mystegravere

Si la reacuteveacutelation sexprime ici en lien avec le mystegravere et la connaissance comme un

dynamisme qui prend en compte les actions preacuteceacutedentes lexpression emphatique κατὰ

ἀποκάλυψιν renvoi eacutegalement agrave la prochaine action soteacuteriologique (Ep 3 4) qui donne

une premiegravere indication sur le mystegravere qui a eacuteteacute reacuteveacuteleacute188 Cest en lisant ἀναγινώσκοντες

(cf Ep 3 4) que les Nations seront capables de comprendre lintelligence de lapocirctre dans

le mystegravere qui lui a eacuteteacute donneacute de connaicirctre au cours dune reacuteveacutelation

La reacuteveacutelation reccedilue par Paul rend possible la connaissance du mystegravere du moins

agrave lapocirctre qui a eacuteteacute beacuteneacuteficiaire de cette reacuteveacutelation divine Mais cest en lisant

ἀναγινώσκοντες ce qui a eacuteteacute eacutecrit προέγραψα (cf Ep 3 3) que les Nations seront

capables de comprendre lintelligence de ce mystegravere Si au cours dune reacuteveacutelation a eacuteteacute

donneacute agrave Paul de connaicirctre le mystegravere cela se comprend dans le cas preacutesent agrave partir du

dynamisme de la lecture

Apregraves lacte de leacutecriture suit lacte de la lecture 189 En sexprimant et en

sentrelaccedilant avec la compreacutehension (νοῆσαι) et lintelligence dans le mystegravere la lecture

devient le lieu indispensable de la connaissance du mystegravere La lecture de ce qui est eacutecrit

devient en mecircme temps le lieu reacutefeacuterentiel ougrave la reacuteveacutelation divine se rend preacutesent dans la

vie de la communauteacute (des Nations)

Dans le grec classique ἀναγινώσκοντες du verbe ἀναγινώσκω signifie lire ou

lire agrave haute voix en public190 Dans le Nouveau Testament ἀναγινώσκω apparaicirct 32 fois

et aussi geacuteneacuteralement employeacute dans le sens de lire ou de lire agrave haute voix en public191

188 Sur le plan formel la conjonction ὅτι employeacutee seulement 13 fois dans la lettre assure le passage du v

2 au v 3 alors que lexpression πρὸς ὃ fait le lien entre le v 3 et le v 4 favorisant une eacutevolution dans les

ideacutees developpeacutees et le deacutevoilement progressif du mystegravere 189 BOUTTIER M LEpicirctre de Saint Paul aux Epheacutesiens p 140 190 TUGGY AE Lexico Griego-Espantildeol del Nuevo Testamento p 64 191 Ibid

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Son apparition en Ep 3 4 est lunique usage du verbe dans la lettre aux Epheacutesiens192 Dans

la plupart des cas ἀναγινώσκω renvoi agrave la lecture de lAncien Testament (cf Mt 12 35

19 4 21 1642 Ac 8 283032) et donc agrave la lecture effectueacutee agrave haute voix qui eacutetait

pratiqueacutee dans les synagogues et les lieux de rencontres des premiegraveres communauteacutes

chreacutetiennes193

La lecture de la lettre dans un contexte communautaire de louange loin decirctre

eacutepheacutemegravere lui impose une finaliteacute 194 preacutecise et indeacuteniable dans leacutedification de la

communauteacute Toutefois cette pratique de lecture habituelle dans lantiquiteacute et

speacutecialement dans le contexte liturgique de lEglise primitive exclut-elle la possibiliteacute

dune lecture personnelle ou priveacutee

Dans la litteacuterature neacuteotestamentaire le verbe ἀναγινώσκω renvoi eacutegalement agrave la

lecture des lettres apostoliques et plus preacuteciseacutement aux lettres de Paul qui eacutetaient lues au

sein de la communauteacute (cf Ac 15 31 2Cor 1 13 Col 4 16) Mais en 2Cor 3 2 Paul va

au-delagrave de la lecture de lAncien Testament et des lettres apostoliques qui sont faites dans

des assembleacutees publiques Notre lettre dit-il cest vous une lettre eacutecrite en nos cœurs

connue et lue (ἀναγινωσκομένη) par tous les hommes Vous ecirctes manifestement une lettre

du Christ remise agrave nos soins eacutecrite non avec de lencre mais avec lEsprit du Dieu vivant

non sur des tables de pierre mais des tables de chair sur les cœurs (2Cor 3 2-3)

Dans le contexte de Ep 3 4 la possibiliteacute dune lecture personnelle ne peut donc

pas ecirctre exclue Au-delagrave de la lecture essentiellement communautaire recommandeacutee par

Paul en Col 4 16 le contexte de Ep 3 4 implique aussi une lecture personnelle qui prenne

le temps neacutecessaire de peser ce qui est lu Cest une invitation agrave lire et agrave relire en

reacutefleacutechissant sur la signification de ce qui est eacutecrit Paul est sucircr quen lisant les Nations

seront capables de percevoir (νοῆσαι) son intelligence dans le mystegravere du Christ

dappreacutecier sa grandeur en tant quexpositeur de lultime signification de lEvangile et

dappreacutehender de maniegravere croissante ses ideacutees fondamentales195

192 ἀναγινώσκω apparaicirct en Matthieu (7 fois) en Marc (4 fois) en Luc (3 fois) en Jean (1 fois) dans les

Actes de Apocirctres (8 fois) dans la deuxiegraveme lettre aux Corinthiens (3 fois) en Col (3 fois) et une fois

respectivement en Ep 1Th et Ap Du mecircme groupe le substantif ἀνάγνωσις apparaicirct uniquement en Ac 13

15 et 2Cor 3 14 ougrave il renvoi explicitement agrave la lecture de lAncien Testament et en 1Tm 4 13 ougrave le contexte

de la lecture est aussi celle de lAncien Testament dans les assembleacutees liturgiques de lEglise primitive 193 LOURDES G U El Apocalipsis pautas literarias de lectura Consejo Superior de Investigaciones

cientiacuteficas no 79 p 22 Cest dans ce sens que HORT F J A Prolegomena to Saint Pauls Epistles to the

Romans and the Ephesians p 150 et seq propose de voir dans anaginwskontej une reacutefeacuterence agrave la lecture

de lAncien Testament qui permettrait de comprendre le mystegravere chreacutetien preacutesenteacute par Paul agrave partir de la

propheacutetie de lAncien Testament 194 ERNST J Die Briefe an die Philipper an Philemon an die Kolosser an die Epheser p 245 et seq 195 BUTTRICK G A The Interpreters Bible p 667

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La perception (νοῆσαι) de lintelligence de Paul dans le mystegravere du Christ est donc

marqueacutee et conditionneacutee par la lecture attentive de la lettre ou en un mot de leacutecriture

Linfinitif aoriste νοῆσαι du verbe νοέω en Ep 3 4 qui sexprime par rapport agrave la lecture

(de la part des Nations) et agrave lintelligence du mystegravere (de la part de Paul) reacuteapparaicirct en

Ep 3 20 par rapport agrave la puissance de Dieu qui est capable de faire toute chose au-delagrave de

la perception ou de la compreacutehension humaine

Cet appel agrave comprendre lintelligence du mystegravere qui est gratuitement reacuteveacuteleacute est

deacutecisif dans la vie de foi dans le Christ (Ep 3 12) Il revient agrave la communauteacute chreacutetienne

de grandir dans la connaissance du mystegravere Cest agrave la mesure de sa connaissance du

mystegravere que lEglise pourra ecirctre plus attacheacutee au Christ196

Lexpression τὴν σύνεσίν μου ἐν τῷ μυστηρίῳ τοῦ Χριστου nest pas synonyme

dun eacutegocentrisme ou dune autoglorification de Paul Son principal objectif est daider les

Epheacutesiens dans leur compreacutehension de ce qui lui a eacuteteacute reacuteveacuteleacute 197 Dans le Nouveau

Testament σύνεσις est employeacute 7 fois seulement (cf Mc 12 33 Lc 2 47 1Cor 1 19 Ep

3 4 Col 1 9 2 2 2Tim 2 7) Aux Colossiens Paul demande agrave Dieu de leur donner

laccegraves agrave la pleine connaissance de sa volonteacute en toute sagesse et intelligence spirituelle

(Col 1 9) pour parvenir agrave la pleacutenitude de lintelligence dans le mystegravere de Dieu et du

Christ (Col 2 2) Par contre aux Corinthiens Paul se sert dune citation de Is 29 14 pour

annoncer la destruction par Dieu de lintelligence speacuteculative et orgueilleuse de lhomme

(cf 1Cor 1 19)

Si le mystegravere a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave Paul κατὰ ἀποκάλυψιν le terme σύνεσις ne peut donc

ecirctre consideacutereacute comme une intelligence strictement humaine mais une intelligence donneacutee

par Dieu dans la compreacutehension de son mystegravere198 Le dynamisme de la reacuteveacutelation divine

rejoint et eacutelegraveve lintelligence humaine Si le v 4 preacutesente une premiegravere indication du

mystegravere μυστηρίῳ τοῦ Χριστου il reste alors agrave comprendre le sens de ce mystegravere agrave partir

du geacutenitif τοῦ Χριστου qui le qualifie Sagit-il dun mystegravere qui concerne la personne du

Christ (geacutenitif objectif) 199 ou dun mystegravere qui est le Christ lui-mecircme (geacutenitif

eacutepexeacutegeacutetique ou dapposition)200

196 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 199 197 HOEHNER H Ephesians p 458 198 BEST E Ephesians p 303 199 ABBOTT T K A critical and Exegetical Commentary on the Epistles to the Ephesians and to the

Colossians p 80 200 Cf ELLICOTT C J A Critical and Grammatical Commentary on st Pauls Epistle to the Ephesians

p 59 MEYER H A Critical and Exegetical Handbook to the Epistle to the Ephesians and Epistle to

Philemon p157 BARTH M Ephesians p 331 BRUCE F F The Epistle to the Ephesians p 313

HOEHNER H Ephesians p 458

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Le μυστηρίῳ τοῦ Χριστου peut ecirctre consideacutereacute eacutepexeacutegeacutetique dans le sens ougrave il

sidentifie au Christ sans lequel il est impossible de comprendre le mystegravere Toutefois la

progression dans lintelligence du mystegravere laisse voir que cest un mystegravere dont le Christ

est devenu agrave la fois sujet et objet 201 Cest ainsi que le Christ est consideacutereacute agent

soteacuteriologique dont la relation avec les beacuteneacuteficiaires (Paul et les Nations) est marqueacutee par

la communion dans lintelligence du mystegravere

Au terme de ce premier moment dynamique de la premiegravere partie de la peacutericope

un inventaire lexicographique montre que Ep 3 2-4 est constitueacute dun vocabulaire

essentiellement lieacute agrave la reacuteveacutelation et connaissance du mystegravere (voir le tableau ci-dessous)

Dans ce vocabulaire lieacute agrave la reacuteveacutelation et connaissance du mystegravere quatre termes sont

employeacutes uniquement dans la peacutericope de notre eacutetude (ἀποκαλύπτω προγράφω σύνεσις

ἀναγινώσκω) et ne se retrouvent nulle part dans la lettre Les termes γνωρίζω et

μυστήριον employeacutes six fois dans la lettre ont une forte concentration dans la peacutericope

alors que ἀποκάλυψις et νοέω employeacutes deux fois chacun dans lensemble de la lettre

aux Epheacutesiens napparaissent que dans la premiegravere partie de la lettre

Tabeaux 17 Inventaire lexicographique de Ep 3 2-4

Terme Reacutefeacuterence dans la peacutericope

et dans la lettre

Freacutequence dans la lettre

χάρις 1267 2578 3278

4729 624

12

ἀκούω 11315 32 42129 5

ἀποκάλυψις 117 33 2

ἀποκαλύπτω 35 1

γνωρίζω 19 33510 61921 6

μυστήριον 19 3349 532 619 6

νοέω 3420 2

προγράφω 33 1

σύνεσις 34 1

ἀναγινώσκω 34 1

201 BOUTTIER M LrsquoEpicirctre de saint Paul aux Epheacutesiens p 140 et seq

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2522 Moment dynamique de Ep 3 5-7

25221 La radicaliteacute de la reacuteveacutelation du mystegravere au temps des apocirctres et prophegravetes

Le deuxiegraveme moment dynamique de la premiegravere partie de Ep 3 1-13 est constitueacute

par Ep 3 5-7 Le panorama seacutemantique de ce moment dynamique est essentiellement

constitueacute par les termes νῦν ἀπεκαλύφθη ἁγίοις ἀποστόλοις προφήταις πνεύματι

ἔθνη συγκληρονόμα σύσσωμα συμμέτοχα ἐπαγγελίας εὐαγγελίου Les beacuteneacuteficiaires

de la premiegravere action soteacuteriologique que compose ce moment dynamique sont

principalement les apocirctres et les prophegravetes Ceux-ci entretiennent avec Dieu sujet

implicite et agent de leacuteveacutenement salvifique une relation de communion dans lEsprit

En effet la finale du v 5 emphatise cette communion non seulement avec Dieu

mais aussi avec le Christ qui est devenu au verset preacuteceacutedent sujet et objet du mystegravere Le

v 5 donne aux versets preacuteceacutedents une plus grande extension dans la compreacutehension de la

reacuteveacutelation du mystegravere Au v 3 le mystegravere a eacuteteacute reacuteveacuteleacute principalement agrave Paul en faveur des

Nations Ce mystegravere est preacutesenteacute au v 4 comme le mystegravere du Christ Au v 5 ce

mystegravere202 est reacuteveacuteleacute aux saints apocirctres et prophegravetes dans lEsprit

Le dynamisme salvifique de la reacuteveacutelation et connaissance du mystegravere continue agrave

sentrelacer avec les diffeacuterents termes qui composent le tissu textuel de la peacutericope Ce

dynamisme sexprime dans le cas preacutesent agrave partir du lien existant dune part entre le passif

ἀπεκαλύφθη et les beacuteneacuteficiaires de laction ἁγίοις ἀποστόλοις καὶ προφήταις ἐν πνεύματι

et dautre part entre la neacutegation du passif οὐκ ἐγνωρίσθη et la reacutefeacuterence temporelle

ἑτέραις γενεαῖς τοῖς υἱοῖς τῶν ἀνθρώπων

Le mystegravere du Christ reacuteveacuteleacute agrave Paul est resteacute cacheacute des autres geacuteneacuterations et

maintenant reacuteveacuteleacute aux apocirctres et prophegravetes dans lEsprit La preacutesente action soteacuteriologique

est preacuteceacutedeacutee et renforceacutee par une expression opposeacutee qui affirme avec force laction

salvifique de Dieu dans le temps preacutesent (νῦν)

202 Le pronom relatif ὃ placeacute au deacutebut du v 5 renvoi au μυστηρίῳ (τοῦ Χριστοῦ) du v 4 qui fait eacutegalement

reacutefeacuterence agrave la premiegravere apparition du μυστήριον localiseacute au v 3 Le contenu du mystegravere se fait

progressivement connaicirctre

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Dans son dynamisme dopposition cette expression opposeacutee agrave laction bien

quindiquant que le mystegravere a eacuteteacute cacheacute aux autres geacuteneacuterations rehausse en mecircme temps

le contenu salvifique de laction divine dans la reacuteveacutelation du mystegravere que Dieu fait

connaicirctre maintenant aux saints apocirctres et prophegravetes Lexpression opposeacutee permet de

comprendre de maniegravere plus profonde et radicale laction divine qui se rend preacutesente dans

la vie des apocirctres et des prophegravetes

La preacutesence de cette expression opposeacutee introduit un autre type de vocabulaire

essentiellement lieacute au temps ou agrave lhistoire Le vocabulaire lieacute agrave la reacuteveacutelation et

connaissance qui envahit le texte sentrelace alors avec le vocabulaire temporel dans le

deacutevoilement progressif du mystegravere

Lopposition radicale et non relative manifesteacutee par la conjonction ὡς203 entre le

temps passeacute et le temps preacutesent est encore plus explicite au v 9 Toutefois le νῦν

eschatologique dans son opposition avec les temps eacuteternels fait craquer les notions de

passeacute et de preacutesent204 Les autres deacuteterminations de laction en cours identifieacutees dans la

lecture des dynamismes soteacuteriologiques apportent plus deacuteclairage dans la

compreacutehension de la dynamique soteacuteriologique de cette action

Elles permettent deacutelucider les fonctions des diffeacuterents termes et leurs relations

dans la peacutericope Ainsi le contenu du mystegravere tel que reacuteveacuteleacute aux saints apocirctres et

prophegravetes (v 5) navait pas encore eacuteteacute reacuteveacuteleacute dans les temps anciens aux geacuteneacuterations de

lAncien Testament205 Ce mystegravere est resteacute cacheacute en Dieu depuis les siegravecles (v 9)

203 La conjonction ὡς a geacuteneacutereacute plusieurs discussions dans linterpreacutetation de ce verset Certains

commentateurs la comprennent dans le sens dune comparaison de degreacute selon laquelle le mystegravere a eacuteteacute partiellement reacuteveacuteleacute dans lAncien Testament et pleinement reacuteveacuteleacute aux temps des apocirctres Cf

CHRYSOSTOM S Homilies on Galatians Ephesians Philippians Colossians Thessalonians Timothy

Titus and Philemon p 243 MEYER H A Critical and Exegetical Handbook to the Epistle to the

Ephesians and Epistle to Philemon p 159 CAIRD G B Pauls Letters from Prison p 64 WESTCOTT

B F Saint Pauls Epistle to the Ephesians p 45 ABBOTT T K Critical and Exegetical Commentary on

the Epistles to the Ephesians and to the Colossians p 82 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p

102 BARTH M Ephesians p 333 et seq Dautres le comprennent dans le sens dune comparaison

absolue qui marque une nouveauteacute dans la reacuteveacutelation et la connaissance du mystegravere qui navait pas eacuteteacute reacuteveacuteleacute

dans lAncien Testament Cf SCHLIER H La Carta a los Efesios p 196 GNILKA J Der Epheserbrief

p 167 MERKLEIN H Das kirchliche Amt nach dem Epheserbrief p 166 SCHNACKENBURG R

Ephesians p 134 PENNA R La Lettera agli Efesini p 159 LINCOLN T A Ephesians p 177

BRUCE F F The Epistle to the Ephesians p 313 et seq BEST E Ephesians p 305 et seq OBRIEN P T The Letter to the Ephesians p 232 note 30 BOCKMUEHL M Revelation and Mystery in Ancient

Judaism and Pauline Christianity p 201 note 39 HOEHNER H Ephesians p 461 204 DEWAILLY L-M Mystegravere et silence dans Rom XVI 25 p 116 Cet auteur rappelle tout de mecircme

que le νῦν eschatologique deacutesigne le temps messianique inaugureacute par la venue du Christ et il nest pas

toujours aiseacute de voir sil exclut ou englobe les anticipations qui ont preacutepareacute cette venue surtout quand ce

νῦν est en opposition avec αἰών ou αἰώνioj 205 Dans la lettre aux Epheacutesiens le terme γενεά est employeacute uniquement en 3 5 et 3 21 pour deacutesigner les

geacuteneacuterations En 3 5 le pluriel eteraij geneaij renvoie particuliegraverement agrave toutes les geacuteneacuterations qui ont

preacuteceacutedeacute le temps de la reacuteveacutelation du mystegravere agrave Paul aux saints apocirctres et prophegravetes Dans les autres lettres

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Bien avant la reacuteveacutelation aux apocirctres et prophegravetes personne en Israel na conccedilu ni

annonceacute une communauteacute messianique harmonieusement composeacutee de paiumlens et de juifs

dans le Christ206 Loin decirctre un exploit humain la reacuteveacutelation de ce mystegravere est une œuvre

divine Le lien entre le passif theacuteologique207 ἀπεκαλύφθη et le syntagme ἐν πνεύματι est

aussi fondamentale que le lien entre ἀποστόλοις καὶ προφήταις La reacuteveacutelation du mystegravere

est lœuvre de Dieu dans lEsprit LEsprit apparaicirct tout de mecircme comme instrument

soteacuteriologique de la reacuteveacutelation du mystegravere divin

Le lien entre Esprit et reacuteveacutelation est deacutejagrave exprimeacute en Ep 1 17 en relation avec la

sagesse et la connaissance En Ep 1 1 Paul se preacutesente comme apocirctre de Jeacutesus Christ par

la volonteacute de Dieu En Ep 2 20 lEglise de Dieu est eacutedifieacutee sur le fondement des apocirctres

et des prophegravetes En Ep 4 11 apocirctres et prophegravetes apparaissent comme un don de Dieu

dans le Christ Le prophegravete est celui qui est doteacute par lEsprit du don de la propheacutetie pour

leacutedification de lEglise en eacutetant capable de connaicirctre et de communiquer le mystegravere de

Dieu208 Bien diffeacuterent du groupe des apocirctres sans leur ecirctre opposeacutes les prophegravetes sont

contemporains de apocirctres et sont ainsi les prophegravetes de la Nouvelle Alliance qui

beacuteneacuteficient avec les apocirctres de la reacuteveacutelation du mystegravere

Si les apocirctres et les prophegravetes sont beacuteneacuteficiaires de la reacuteveacutelation du mystegravere cest

alors par eux que ce mystegravere se fera deacutesormais connaicirctre par lEglise Degraves lors la

notification du mystegravere se fera en reacutefeacuterence aux apocirctres et aux prophegravetes et le message de

lEglise sera alors un message essentiellement apostolique209 LEglise elle-mecircme sera par

nature apostolique

Malgreacute ces indications importantes et cette description progressive du mystegravere

lon ne parvient pas encore agrave saisir le contenu existentiel et la porteacutee de cette reacuteveacutelation

divine dans la vie des Nations Quel est le contenu non seulement theacuteologique mais

existentiel de ce mystegravere qui est donneacute de connaicirctre aux Nations

pauliniennes γενεά est employeacute uniquement en Phil 2 15 et Col 1 26 dans le mecircme sens des geacuteneacuterations

De plus dans la lettre aux Epheacutesiens lexpression τοῖς υἱοῖς τῶν ἀνθρώπων est uniquement employeacutee en 3

5 pour deacutesigner lensemble des ecirctres humains des geacuteneacuterations preacuteceacutedentes et non seulement les serviteurs

eacutelus de Dieu ou les prophegravetes de lAncien Testament (contre BARTH M Ephesians p 333) Dans le mecircme

sens BOUTTIER M LrsquoEpicirctre de saint Paul aux Epheacutesiens p 142 note 315 affirme que le grec classique

exigerait alloij eacutetant donneacute que eteraij suppose normalement deux choses qui impliquerait dans ce cas le

contraste entre la geacuteneacuteration preacuteceacutedente et celle qui reccediloit maintenant la communication du mystegravere 206 Cf ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 178 PENNA R La Lettera agli Efesini p 159 207 Lexpression passifs theacuteologiques est agrave juste titre employeacutee par les commentateus Cf ALETTI J-N

Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 179 Dans le mecircme sens LINCOLN T A Ephesians p 177 emploie

lexpression anglaise divine passives 208 HOEHNER H Ephesians p 463 et seq 209 ALETTI J-N Op cit p 179

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25222 Eglise et Evangile contenu et instrument dexeacutecution du mystegravere dans le Christ

Apregraves avoir dit quand comment et agrave qui le mystegravere a eacuteteacute reacuteveacuteleacute cest en 3 6 quest

donneacutee une explication deacutecisive de ce mystegravere εἶναι τὰ ἔθνη συγκληρονόμα καὶ

σύσσωμα καὶ συμμέτοχα τῆς ἐπαγγελίας ἐν Χριστῷ Ἰησοῦ διὰ τοῦ εὐαγγελίου Les

termes qui constituent le potentiel seacutemantique de cette action soteacuteriologique rendent plus

explicite le processus de reacuteveacutelation et de connaissance du mystegravere Si Ep 3 3 a eacuteteacute

consideacutereacute comme la charpente du texte la premiegravere partie de la peacutericope atteint ici son

sommet Dans un vocabulaire dinteacutegration le v 6 en lien avec le v 5 exprime en images

ce qui est conceptualiseacute par les termes mystegravere reacuteveacutelation et connaissance210

Les Nations sont essentiellement les grands beacuteneacuteficiaires du dynamisme

soteacuteriologique exprimeacute au v 6 La relation de communion entre le Christ et les Nations

est marqueacutee par le syntagme ἐν Χριστῷ Ἰησοῦ211 qui indique le Christ comme lieu

theacuteologique et existentiel de la communion entre les Nations et les Juifs Le contenu du

mystegravere est donc essentiellement eccleacutesiologique et les Juifs et les Nations font deacutesormais

partis du mystegravere Le projet salvifique de Dieu advient dans la vie des Nations et des Juifs

agrave travers lEglise qui devient le lieu visible de lavegravenement du salut

Si la description du mystegravere est essentiellement eccleacutesiologique en Ep 3 6 la

dimension verticale de la relation avec le Christ y est aussi fondamentale Cest dans le

Christ qui est devenu le lieu theacuteologique et existentiel de la communion que les Nations

et les Juifs sont appeleacutes agrave former lEglise et agrave participer au projet salvifique de Dieu qui

sest rendu preacutesent dans leur vie Le syntagme ἐν Χριστῷ Ἰησοῦ sunit alors aux termes

composeacutes en σύν concernant les Nations et caracteacuterisant le fait decirctre avec le Christ212

mais aussi le fait decirctre avec les autres dans le Christ

210 REYNIER C Evangile et mystegravere p 105 211 Les possibiliteacutes dapplication de la preacuteposition evn dans le grec classique deacutepasse deacutejagrave eacutenormeacutement son

sens local Dans le Nouveau Testament ces possibiliteacutes se sont davantage eacutelargies agrave partir de la construction

avec la preacuteposition heacutebreu b Cf ELLIGER W ldquoenrdquo col 1369 De plus lemploi de la preacuteposition evn avec

le datif est de tregraves grande importance theacuteologique dans la Bible en geacuteneacuteral Les expressions ἐν Χριστῷ ou

evn Kuriw| et leurs deacuteriveacutes deacutenotent les membres du Christ ou de lEglise lactiviteacute ou leacutetat du chreacutetien mais

aussi la base objective de communion avec Dieu la reacuteunion de plusieurs en un seul Cf KITTEL G

Theological Dictionary of the New Testament Vol 2 p 537 212 REYNIER C Op cit p 108

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Toutefois cette relation de communion dans le Christ est eacutetablie par lEvangile

qui se preacutesente comme instrument ou agent soteacuteriologique principal de laction en cours

Cest par lannonce et leacutecoute de lEvangile que les Nations sont coheacuteritiegraveres co-corporeacutees

et coparticipantes de la promesse συγκληρονόμα καὶ σύσσωμα καὶ συμμέτοχα τῆς

ἐπαγγελίας ἐν Χριστῷ Ἰησοῦ διὰ τοῦ εὐαγγελίου En effet la preacuteposition διά suivie du

geacutenitif signifie agrave travers ou par le moyen de exprimant ainsi une cause intermeacutediaire

ou instrumentale213 Mais lusage de cette preacuteposition peut aussi seacutetendre agrave une cause

principale214

Ainsi dans le dynamisme soteacuteriologique en cours le syntagme preacutepositionnel διὰ

τοῦ εὐαγγελίου fait donc de lEvangile linstrument principal dexeacutecution du mystegravere215

En placcedilant ce syntagme agrave la fin du verset le texte accorde agrave lEvangile une place

privileacutegieacutee en lien avec la reacuteveacutelation et la connaissance du mystegravere Le salut se reacutealise non

seulement ἐν Χριστῷ Ἰησοῦ mais aussi gracircce agrave lEvangile de telle sorte que dans la bouche

ou sous la plume de Paul lEvangile ne se contente pas seulement dannoncer Jeacutesus mais

il sannonce lui-mecircme216

Ce dynamisme met en vue le lien fondamental entre lEglise et lEvangile Si

lEglise est le contenu du mystegravere et lEvangile linstrument principal de lexeacutecution de ce

mystegravere lEglise ne peut donc exister sans lEvangile tout comme lEvangile sans lEglise

naurait pas de sens De plus si lEglise est le lieu visible de lavegravenement du salut divin

dans la vie des Juifs et des Nations lEvangile est deacutesormais linstrument de la

proclamation du projet salvifique de Dieu qui se rend preacutesent dans la vie de lEglise

En 1Cor 4 15 lEvangile est aussi exprimeacute par ce syntagme indiquant son

importance dans la vie nouvelle quelle apporte aux chreacutetiens Mais le lien y est fait avec

la paterniteacute spirituelle de Paul qui a engendreacute les chreacutetiens dans le Christ par lEvangile

Dans un contexte dexhortation lEvangile apparaicirct comme instrument fondamentale dans

le rappel de la vocation des chreacutetiens de Thessalonique qui ont eacuteteacute appeleacutes agrave entrer en

possession de la gloire du Christ διὰ τοῦ εὐαγγελίου (cf 2Th 2 14) Ce syntagme apparaicirct

enfin en 2Tim 1 10 en lien avec le Christ qui a lui-mecircme deacutetruit la mort pour faire

resplendir la vie et limmortaliteacute

213 ZERWICK M Il greco del Nuovo Testamento p 89 214 Ibid p 89 215 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 181 216 BAULES R Lrsquoinsondable richesse du Christ p 59

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Dans les quatre occurrences du terme εὐαγγέλιον dans la lettre aux Epheacutesiens

cest lunique fois en 3 6 ougrave lEvangile est preacutesenteacute comme une cause instrumentale par

le syntagme preacutepositionnel διὰ τοῦ εὐαγγελίου Cest apregraves avoir eacutecouteacute cet Evangile

comme parole de veacuteriteacute Evangile du salut et y avoir cru que les Nations ont eacuteteacute marqueacutees

dun sceau par lEsprit de la Promesse (Ep 1 13) Mais cet Evangile du salut est aussi

lEvangile de la paix (Ep 6 15) La paix et le salut apparaissent ainsi comme objet de

lEvangile qui est annonceacute et qui agit dans la vie des Nations217 Le texte dIsaiumle 52 7 dont

lauteur sen est certainement inspireacute montre le lien entre la paix et le salut

ר משמיע ש לוםמה־נאוו על־ההרים רגלי מבש מבשר טוב משמיע ישועה אמר לציון מלך אלהיך

ὡς ὥρα ἐπὶ τῶν ὀρέων ὡς πόδες εὐαγγελιζομένου ἀκοὴν εἰρήνης

ὡς εὐαγγελιζόμενος ἀγαθά ὅτι ἀκουστὴν ποιήσω τὴν σωτηρίαν σου

λέγων Σιων βασιλεύσει σου ὁ θεός (Is 52 7)

Pourtant cet Evangile en Ep 6 19 sexprime en lien avec le mystegravere cest le

μυστήριον τοῦ εὐαγγελίου Par lEvangile le mystegravere se fait connaicirctre aux Nations La

reacuteveacutelation du mystegravere a donc pour but deacutelever au rang de Bonne Nouvelle leacuteveacutenement

du Christ et gracircce agrave elle Paul ainsi que les saints apocirctres et prophegravetes se voient en

possession de quelque chose dimportant qui doit ecirctre connu des autres218 En produisant

la connaissance et en manifestant ce qui doit-ecirctre annonceacute la reacuteveacutelation fournit le contenu

et la forme du μυστήριον τοῦ εὐαγγελίου219

25223 Pour une compreacutehension des ἔθνη et du contenu du mystegravere dans les termes συγκληρονόμα σύσσωμα et συμμέτοχα

La premiegravere question est celle de savoir qui sont les Nations exprimeacutees dans le

texte par lexpression τὰ ἔθνη et avec qui sont-elles coheacuteritiegraveres co-corporeacutees et

coparticipantes de la promesse dans le Christ Jeacutesus Le terme ἔθνος apparaicirct 162 fois

217 Certains auteurs y ont vu une allusion agrave Is 52 7 Cf BAULES R Lrsquoinsondable richesse du Christ p

57 BEST E Ephesians p 599 REYNIER C LEpicirctre aux Epheacutesiens p 205 218 BAULES R Op cit p 58 219 Ibid p 58

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dans le Nouveau Testament aussi bien au singulier quau pluriel Dans la LXX le terme

heacutebreu עם est geacuteneacuteralement traduit par λαός en lien au peuple eacutelu et le terme גוי est traduit

ἔθνος en lien aux Gentils

Ainsi dans les deacutebuts du Nouveau Testament se trouve consolideacutee la distinction

terminologique selon laquelle עם deacutesigne le peuple de Dieu et גוים deacutesigne les autres

peuples en dehors de Israeumll cest-agrave-dire les Gentils220 Progressivement le terme acquiert

une connotation peacutejorative et les גוים seront consideacutereacutes comme ceux qui vivent eacuteloigneacutes

de Dieu (cest-agrave-dire du Dieu dIsraeumll) et par conseacutequent hostiles agrave Dieu221

Dans les lettres de Paul ἔθνος (ou τὰ ἔθνη) revecirct une double connotation positive

et neacutegative Dans la lettre aux Epheacutesiens τὰ ἔθνη apparaicirct toujours au pluriel (2 11 3

168 417) et sans aucune connotation neacutegative ou peacutejorative Sur un total de cinq

emplois dans la lettre le terme est employeacute trois fois en Ep 3 1-13 Aux vv 6 et 8 lauteur

aurait pu changer lexpression τὰ ἔθνη par le pronom personnel vous Mais il a preacutefeacutereacute

dans sa rheacutetorique reprendre cette expression insistante en lien au mystegravere qui est reacuteveacuteleacute

et qui est donneacute agrave connaicirctre aux Nations qui en sont les grands beacuteneacuteficiaires

Le contexte de la premiegravere apparition de τὰ ἔθνη est important pour comprendre

sa signification dans lensemble de la lettre Souvenez-vous donc quautrefois vous les

Nations dans la chair appeleacutes preacutepuce par ceux qui sont appeleacutes circoncision dans la

chair faite par la main (humaine) [souvenez-vous] quen ce temps-lagrave vous eacutetiez seacutepareacutes

du Christ exclus de la citoyenneteacute dIsraeumll eacutetrangers aux alliances de la promesse nayant

pas despeacuterance et priveacutes de Dieu dans le monde (cf Ep 2 11-12)

En appelant les Nations τὰ ἔθνη par opposition non pas aux juifs mais agrave Israeumll

terme agrave connotation plus religieuse Epheacutesiens rappelle que la diffeacuterence religieuse entre

les deux peuples est deacutefinitivement abolie222 Ainsi les juifs ne peuvent plus se consideacuterer

peuple eacutelu en se diffeacuterenciant par leur preacuterogatives des Nations qui seraient seacutepareacutees par

la chair223

En effet par la Loi de Moiumlse les Nations eacutetaient exclues du droit de citeacute dIsraeumll224

Mais par la croix du Christ elles deviennent concitoyens des saints membres de la

maison de Dieu eacutedifieacutee sur le fondement des apocirctres et des prophegravetes (cf Ep 2 19) Le

220 WAHER N ἔθνος col 1160 221 Ibid col 1160 222 REYNIER C Evangile et mystegravere p 109 223 Ibid p 109 224 Bien que la lettre fasse plusieurs reacutefeacuterences agrave Israeumll le terme Ἰσραήλ napparaicirct quune fois dans la lettre

et le terme Ἰουδαῖος ny apparaicirct pas

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paralleacutelisme existant entre Ep 2 12 et 2 19 ne veut donc pas faire des Nations les

nouveaux membres dIsraeumll En devenant un mecircme corps les Nations ne deviennent pas

les juifs225

Entre ces deux passages lauteur de la lettre fait une lecture de Is 57 19 ougrave la paix

est encore dans lattente future alors quen Ep 2 14-17 la paix est deacutejagrave preacutesente dans

lavegravenement du Christ qui creacutee une nouvelle humaniteacute en eacutetant lui-mecircme la paix entre les

deux peuples226

Cest agrave la lumiegravere du mystegravere eacutepheacutesien et ses diffeacuterentes composantes que se

comprend cette nouvelle situation des Nations et des juifs qui se rend plus explicite en Ep

3 1-13 Le mystegravere y est reacuteveacuteleacute en des cateacutegories nouvelles Et cette nouveauteacute est baseacutee

sur la nouvelle situation des Juifs et des Nations dans lEglise Le Christ a fait des deux

peuples un seul deacutetruisant la barriegravere qui les seacuteparait supprimant la haine cette loi de

preacuteceptes pour creacuteer les deux en un seul Homme Nouveau (Ep 2 14-15)

Cette nouvelle situation des uns et des autres marque deacutesormais le statut de lEglise

qui devient elle-mecircme le lieu de reacuteveacutelation et de connaissance du mystegravere En proclamant

le mystegravere lEglise annonce finalement ce qui la constitue fondamentalement parce

quelle fait deacutesormais parti du message quelle annonce227 Par la proclamation du mystegravere

lEglise rend teacutemoignage agrave lEvangile qui est le principal agent soteacuteriologique en Ep 3 6

et dont Paul est le serviteur en Ep 3 7 Ce dynamisme couronne avec le rocircle de lEglise

qui devient elle-mecircme le principal agent soteacuteriologique en Ep 3 10 dans la reacuteveacutelation de

la sagesse de Dieu aux principauteacutes et aux puissances

Les termes choisis pour exprimer le contenu du mystegravere en Ep 3 6 sont assez

deacuteroutants συγκληρονόμα σύσσωμα et συμμέτοχα Trois termes composeacutes du preacutefixe

σύν qui frise agrave la fois du pleacuteonasme ou de la tautologie et pose un problegraveme de

compreacutehension et dinterpreacutetation Le premier terme συγκληρονόμος est composeacute de la

preacuteposition σύν et du substantif κληρονόμος En effet la signification du groupe de mots

κληρονόμος et ses deacuteriveacutes tourne autour du concept de lheacuteritage et donc de lheacuteritier et

le κληρονόμος est soit lheacuteritier naturel ou leacutegal228 Ainsi le συγκληρονόμος est celui qui

partage avec lautre lheacuteritage il est heacuteritier avec ou alors coheacuteritier

225 Contre linterpretation de BARTH M Ephesians p 269 et seq 226 USAMI K Somatic Comprehension of Unity p 57 227 ALETTI J-N Les difficulteacutes eccleacutesiologiques de la Lettre aux Epheacutesiens De quelques suggestions

p 565 228 FOERSTER W κληρονόμος col 611 et seq

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Le terme κληρονομία napparaicirct comme terme theacuteologique ni dans le grec

classique ni dans le gnosticisme helleacutenistique sinon dans lhelleacutenisme particuliegraverement

dans les eacutecrits avec une grande influence juive229 Dans le Nouveau Testament aucun des

termes de ce groupe napparaicirct dans le quatriegraveme Evangile et les lettres de saint Jean (une

seule fois apparaicirct le verbe κληρονομέω en Ap 217) Le contenu theacuteologique de

κληρονόμος dans les synoptiques est essentiellement marqueacute par la parabole des

vignerons homicides (cf Mc 12 1-12) ougrave lheacuteritier repreacutesente le fils et lheacuteritage est le

royaume de Dieu230

Chez Paul le contenu de κληρονομία est inseacuteparablement lieacute agrave sa compreacutehension

de laccomplissement de la promesse faite agrave Abraham mecircme si son exeacutegegravese de lAncien

Testament ne prend pas en compte la plaine de Canaan comme lieu daccomplissement

de cette promesse 231 Par ce terme Paul fait le lien entre le passeacute et le preacutesent ougrave

saccomplit dans le Christ la promesse faite agrave Abraham

Le terme κληρονόμος qui manque dans la lettre aux Epheacutesiens devient alors un

terme important dans ce groupe de mots Dans la lettre aux Epheacutesiens ougrave la preacuteoccupation

est essentiellement eccleacutesiologique le contenu de κληρονομία nest pas tant celui de

leacuteveacutenement historique du Christ que celui de luniteacute finale du cosmos232

Cest ainsi que le terme συγκληρονόμος qui napparaicirct quune fois dans les eacutecrits

pauliniens (Rm 8 17)233 diffegravere de lusage du terme en Epheacutesiens En Rm 8 17 le terme

est employeacute par rapport au Christ Les chreacutetiens sont heacuteritiers de Dieu et coheacuteritiers avec

le Christ συγκληρονόμοι δὲ Χριστοῦ La perspective en Rom 8 17 est essentiellement

christologique En Ep 3 6 le terme met laccent sur la perspective eccleacutesiologique

traduisant la relation entre les Juifs et les Nations comme membres dun mecircme corps Le

premier terme fait donc ainsi appel au second

Pour sa part le terme σύσσωμa est composeacute de la preacuteposition σύν et du substantif

σῶμα qui est tregraves freacutequent dans les eacutecrits de Paul et dans le Nouveau Testament

229 HAMMER P A Comparison of Kleronomia in Paul and Ephesians p 267 et seq 230 FOERSTER W κληρονόμος col 650 231 HAMMER P A Comparison of Kleronomia in Paul and Ephesians p 269 Hammer observe tout de mecircme que le terme heacutebreu נחלה ne devient reacuteellement un terme theacuteologique dans lAncien Testament

quagrave lentreacutee agrave Canaan Le terme employeacute dans le contexte de Abraham est celui de ירש beaucoup moins

important theacuteologiquement La LXX emploi les deux termes indistinctement et finit par perdre la distinction

theacuteologique du terme heacutebreu 232 Ibid p 269 233 Les deux autres occurrences du terme dans le Nouveau Testament apparaissent en Hb 11 9 et 1P 3 7

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Litteacuteralement σύσσωμa signifie ecirctre du mecircme corps ou co-corporer234 Le terme

σῶμα apparaicirct 91 fois dans les eacutecrits de Paul sur un total de 142 occurrences dans le

Nouveau Testament Toutefois contrairement agrave lusage traditionnel et agrave linfluence

veacuteteacuterotestamentaire encore perceptible dans les Evangiles les eacutecrits pauliniens

nemploient pas le terme σῶμα pour deacutesigner un corps inerte ou un cadavre235

Chez Paul σῶμα renvoie agrave plusieurs reacutealiteacutes Il est parfois employeacute comme

synonyme de σάρξ pour traduire la mateacuterialiteacute du corps physique et individuel de lecirctre

humain en tant quecirctre de chair dans toute sa fragiliteacute (cf Ga 6 17 Col 1 24 1Cor 5 3)

En plus de cet aspect charnel σῶμα est aussi employeacute pour deacutesigner la personne humaine

dans son inteacutegraliteacute (cf Phil 1 20 Rm 6 6-12 12 1) Par ailleurs au-delagrave de laspect

physique et visible du corps σῶμα est aussi employeacute en reacutefeacuterence au corps spirituel (cf

1Cor 15 42-44) apregraves la reacutesurrection en opposition au corps psychique

Par rapport au Christ σῶμα est employeacute pour deacutesigner le corps du Christ crucifieacute

ou ressusciteacute (cf Col 1 22 2 9-17 Rm 7 4) le corps eucharistique du Christ (cf 1Cor

11 24-29) mais aussi le corps du Christ qui est lEglise la communauteacute des croyants (cf

Col 1 18-24 1Cor 12 12-27) Dans ce sens lidentification de la communauteacute chreacutetienne

de Corinthe au corps du Christ en 1Cor 12 27 meacuterite agrave cet effet une attention particuliegravere

ὑμεῖς δέ ἐστε σῶμα Χριστοῦ (or vous ecirctes corps du Christ)

Le geacutenitif Χριστοῦ qui qualifie le terme σῶμα introduit une particulariteacute dans lusage

neacuteotestamentaire de la theacutematique du corps236

En effet la premiegravere lettre aux Corinthiens contient le plus grand nombre

demplois du terme σῶμα Toutefois cest en 1Cor 10 16 quapparaicirct le premier usage de

lexpression σῶμα Χριστοῦ (Corps du Christ) sous la forme dune interrogation et non

dune affirmation incisive τὸν ἄρτον ὃν κλῶμεν οὐχὶ κοινωνία τοῦ σώματος τοῦ Χριστοῦ

ἐστιν (le pain que nous rompons nest-il pas communion au Corps du Christ) En 1Cor

12 27 laffirmation est dense et cateacutegorique laquo vous ecirctes Corps du Christ raquo

234 Le contexte de Ep 3 6 ne permet donc pas une interpreacutetation de σύσσωμa dans le sens de compagnon

desclave comme le fait PREUSCHEN E Syssocircmos Ep 3 6 p 85 et seq 235 En Gn 15 11 σῶμα est employeacute pour deacutesigner les cadavres danimaux dans le contexte du sacrifice

dAbraham En 1S 31 10 12 Ps 110 (109) 6 il est eacutegalement employeacute pour deacutesigner les cadavres Dans

les synoptiques il est ausssi employeacute dans ce mecircme sens pour deacutesigner le corps inerte de Jeacutesus en Mc 15 43 Mt 27 59 Lc 23 55 En effet le terme σῶμα na pas un seul eacutequivalent dans la langue heacutebreu Il est parfois traduit par σάρξ pour deacutesigner le terme heacutebreu בשר En Gn 47 18 σῶμα deacutesigne le terme heacutebreu

qui est parfois traduit par le terme στόμα dans la LXX (Jg 14 89) En Ez 23 35 et Nh 9 26 σῶμα est גויה

employeacute pour traduire lheacutebreu גו dans le sens de tourner le dos agrave quelquun Il est aussi employeacute pour

traduire le terme heacutebreu נבלה (Dt 21 23) Pour les diffeacuterentes traductions heacutebraiumlques de ce terme voir

SCHWEIZER E σῶμα σωματικός σύσσωμος col 660 et seq 236 REYNIER C Evangile et mystegravere p 113

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Mais dans la construction de cette phrase on peut noter labsence de larticle

deacutefini Faut-il ou non insister sur labsence de larticle dans cette affirmation237 Toujours

est-il que sans article deacutefini cette affirmation se trouve dans une forme indeacutetermineacutee238

La communauteacute chreacutetienne de Corinthe en tant que communauteacute particuliegravere se trouvant

dans un lieu deacutetermineacute est deacutesigneacutee Corps du Christ et non de maniegravere exclusive le

Corps du Christ Ainsi labsence de larticle devant le terme σῶμα fait en sorte que

laffirmation aussi dense quelle soit nidentifie pas de maniegravere exclusive la communaute

de Corinthe au Corps du Christ cest en Epheacutesiens que cette identification devient

possible pour la premiegravere fois239

En Ep 1 22-23 on peut alors noter la preacutesence de larticle dans laffirmation καὶ

πάντα ὑπέταξεν ὑπὸ τοὺς πόδας αὐτοῦ καὶ αὐτὸν ἔδωκεν κεφαλὴν ὑπὲρ πάντα τῇ

ἐκκλησίᾳ ἥτις ἐστὶν τὸ σῶμα αὐτοῦ τὸ πλήρωμα τοῦ τὰ πάντα ἐν πᾶσιν πληρουμένου

(Et il a tout mis sous ses pieds et la constitueacute chef sur toutes choses agrave lEglise qui est son

corps la pleacutenitude de celui remplit tout en tout) En Epheacutesiens la theacutematique du corps a

donc eacutevolueacute lidentification de lEglise au Corps du Christ devient universelle et le danger

de lexclusivisme dune communauteacute particuliegravere est eacuteloigneacute240 Deacutesormais la theacutematique

du corps ne renvoie plus agrave une Eglise particuliegravere mais qualifie lEglise dans son

universaliteacute

Vu lusage assez freacutequent de σῶμα dans les eacutecrits du Nouveau Testament et la

polyseacutemie du terme chez Paul quelle serait alors la speacutecificiteacute de cette theacutematique du

corps dans la lettre aux Epheacutesiens en lien agrave leacutevolution quelle apporte dans les eacutecrits du

Nouveau Testament En effet dans la lettre aux Epheacutesiens le terme σῶμα est employeacute

9 fois [1 23 2 16 4 412 4 16(2x) 5 232830] alors que lexpression σύσσωμa en Ep

3 6 est lunique emploi dans le Nouveau Testament

Contrairement aux eacutecrits pauliniens ougrave lon note plusieurs acceptions de la

theacutematique du corps toutes les reacutefeacuterences du terme σῶμα en Epheacutesiens renvoient

essentiellement agrave la description de lEglise Degraves lors le terme σῶμα exprime leacutetroite

237 RAMAROSON L LEglise Corps du Christ dans les eacutecrits pauliniens simples esquisses p 133

sinterroge sil y a lieu dinsister sur labsence de larticle Il voit justifieacute labsence de larticle en lien avec le

contexte geacuteneacuteral de 1Cor 12 mais aussi en rapport avec celui de Rm 12 5 238 SCHWEIZER E σῶμα σωματικός σύσσωμος col 723-724 239 REYNIER C Evangile et mystegravere p 113 240 Ibid p 113 et seq

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deacutependance vitale institueacutee entre le Christ et lEglise et qui ne se maintient que par

linfluence incessante du Christ lui-mecircme241

Dans la dynamique de la lettre σῶμα apparaicirct deux fois seulement dans la

premiegravere partie (cf Ep 1 23 2 16) et sept fois dans la deuxiegraveme partie de la lettre En Ep

1 23 lEglise est preacutesenteacutee comme le corps dont le Christ est la tecircte la pleacutenitude de celui

qui remplit tout en tout Cette Eglise doit son existence agrave la croix du Christ qui en sa

personne a creacuteeacute les juifs et les Nations en un seul Homme Nouveau faisant la paix entre

les deux et les reacuteconciliant avec Dieu (Ep 2 15-16)242

Cest dans ce sens que dans le contexte de la reacuteconciliation des juifs et des Nations

en Ep 2 15-16 le syntagme ἐν ἑνὶ σώματι (en un seul corps) en parallegravele avec ἕνα καινὸν

ἄνθρωπον (un seul Homme Nouveau) renvoi agrave la meacutetaphore de lEglise243 et non au corps

individuel ou physique du Christ mort sur la croix244 Bien sucircr dans la dynamique de la

lettre le corps que constitue lEglise est inseacuteparable du corps individuel du Christ mort

sur la croix

Cest ainsi que luniteacute de lEglise-corps dans lincorporation de ceux qui sont

sauveacutes dans la mort et la reacutesurrection est lieacutee au thegraveme de la reacuteconciliation245 Le Christ

est celui qui creacutee les Juifs et les Nations en un seul Homme Nouveau En mecircme temps il

est celui qui fait la paix entre les deux peuples et les reacuteconcilie en un seul corps Le mot

corps employeacute non pas pour deacutesigner Israeumll mais linteacutegration des hommes dans le

Christ souligne alors la nouveauteacute de laction divine246

Cest ainsi quapregraves avoir eacuteteacute eacutevoqueacute en Ep 1 23 puis en Ep 2 16 σῶμα est repris

en Ep 4 3-4a en lien avec le πνεῦμα pour sauvegarder luniteacute de lEsprit dans le lien de la

paix car il ny a quun seul corps et un seul Esprit (σπουδάζοντες τηρεῖν τὴν ἑνότητα τοῦ

241 BAULES R Lrsquoinsondable richesse du Christ p 28 242 On peut observer que cest lunique fois dans la lettre aux Epheacutesiens et dans le Noveau Testament que le

verbe creacuteer (κτίζω) est appliqueacute directement au Christ comme sujet De plus le contexte parle de la creacuteation

dun seul Homme Nouveau et non de la creacuteation dun nouveau peuple Dans ce sens le terme λαός attribueacute

au peuple dIsraeumll avec toutes les preacuterogatives de peuple eacutelu est eacuteviteacute par lauteur et napparaicirct pas du tout dans la lettre aux Epheacutesiens 243 Voir aussi OBRIEN P T The Letter to the Ephesians p 202 MACDONALD M Colossians and

Ephesians p 246 et seq LINCOLN T A Ephesians p 144 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux

Epheacutesiens p 154 et seq BEST E Ephesians p 264 244 Pour REYNIER C Evangile et mystegravere p 112 en Ep 2 16 σῶμα peut renvoyer soit agrave lEglise soit au

corps mort du Christ sur la croix Pour SCHWEIZER E Op cit p 746 et seq en 2 16 paralegravellement agrave

Col 1 22 σῶμα deacutesigne probablement le corps du Christ exeacutecuteacute sur la croix 245 REYNIER C Evangile et mystegravere p 115 246 BAULES R Lrsquoinsondable richesse du Christ p 28

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πνεύματος ἐν τῷ συνδέσμῳ τῆς εἰρήνηςmiddot Ἓν σῶμα καὶ ἓν πνεῦμα)247 Luniteacute de lEglise

est exprimeacutee en lien avec luniteacute de lEsprit

Mais cette uniteacute de lEglise ne soppose pas agrave la notion de diversiteacute car chaque

membre du corps a reccedilu des dons en vue de la construction du corps du Christ (Ep 4 12)

La relation entre le corps eccleacutesial et le Christ Tecircte de lEglise devient alors explicite en

Ep 4 16 ougrave la croissance des chreacutetiens dans lamour a son origine dans le Christ qui est

la tecircte du corps248

Les derniegraveres occurrences de σῶμα au chapitre 5 sont aussi en lien avec lEglise

malgreacute les images dordre anthropologique tregraves fortes utiliseacutees dans la description de la

relation conjugale entre la femme et son eacutepoux Le mari est tecircte de la femme tout comme

le Christ est tecircte de lEglise lui le sauveur du corps (Ep 5 23) Epheacutesiens se reacutefegravere agrave ces

images anthropologiques assez complexes pour deacutecrire essentiellement la relation du

Christ et de lEglise249

Eucirct eacutegard agrave ce qui preacutecegravede au vu de cette description eacutepheacutesienne cette reacutealiteacute na

de sens que par rapport au mystegravere qui est reacuteveacuteleacute progressivement dans un langage tout agrave

fait nouveau Degraves lors les trois termes en σύν enrichissent lexpression de cette reacutealiteacute et

le neacuteologisme σύσσωμa revecirct une signification profonde dans le fait decirctre un corps

avec250 Il y a donc un lien indeacuteniable entre Ep 2 11-22 ougrave le contenu du mystegravere a eacuteteacute

eacutenonceacute agrave partir de la reacuteconciliation des Juifs et des Nations la creacuteation des deux peuples

en un seul Homme Nouveau et Ep 3 1-13 ougrave le contenu du mystegravere est rendu plus

explicite

Sur le plan litteacuteraire ce lien est dabord marqueacute par lexpression καθὼς προέγραψα

ἐν ὀλίγῳ (Ep 3 3) Ainsi les trois termes composeacutes en σύν dont σύσσωμa est le pivot

deacutecrivent le contenu du mystegravere qui est donneacute de connaicirctre dans un vocabulaire nouveau

Le contenu du mystegravere et la proceacutedure paradoxale de la resignification des cateacutegories non

247 Le thegraveme de luniteacute eccleacutesial est tellement fort et speacutecifique dans la lettre aux Epheacutesiens que le terme

ἑνότης qui napparaicirct pas du tout dans la septante napparaicirct que dans ce contexte de Ep 4 3 13 comme

un hapax neacuteotestamentaire 248 BEST E Ephesians p 409 249 LINCOLN T A Ephesians p 262 informe que la meacutetaphore du Christ comme Tecircte eacutetait agrave lorigine

indeacutependant de la meacutetaphore de lEglise comme corps Mais les deux sont mis ensemble en Col et Ep ougrave

lEglise-Corps reccediloit sa vie du Christ et le Christ-Tecircte est compris agrave la fois comme autoriteacute et origine 250 REYNIER C Evangile et mystegravere p 117 PENNA R Il Mysterion Paolino p 73 considegravere le terme

σύσσωμa comme un neacuteologisme LINCOLN T A Ephesians p 180 observe que ce terme napparaicirct nulle

part dans la litteacuterature grecque ancienne et a eacuteteacute inventeacute par lauteur de la lettre pour deacutecrire la nouveauteacute

de lEglise Corps du Christ

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bibliques assurent la continuiteacute et la nouveauteacute entre laction salvifique et ses effets

interpreacuteteacutes agrave la lumiegravere de luniteacute entre le Christ et son Eglise qui est son corps251

Si lEglise corps du Christ est le contenu du mystegravere en Ep 3 6 cest alors apregraves

le deacutevoilement de celui-ci que la lettre preacutesente les conseacutequences eccleacutesiologiques de ce

qui a eacuteteacute eacutenonceacute dans la premiegravere partie de la lettre Les eacuteleacutements seacutemantiques qui

composent alors la notion dEglise comme Corps du Christ se comprennent et

sinterpregravetent sous la cateacutegorie du mystegravere qui est reacuteveacuteleacute aux Nations252

Par la reprise de la conjonction καί le terme σύσσωμa est agrave la fois lieacute au premier

terme συγκληρονόμα et au troisiegraveme συμμέτοχα embarquant tous les trois termes dans un

mecircme dynamisme Si dans le Nouveau Testament συγκληρονόμα apparaicirct seulement en

Rm 8 17 Hb 11 9 1P 3 7 et Ep 3 6 les deux autres termes σύσσωμa et συμμέτοχα

napparaissent que dans la lettre aux Epheacutesiens

Le troisiegraveme terme συμμέτοχα qui sert tout de mecircme agrave reacuteveacuteler le contenu du

μυστήριον est composeacute de la preacuteposition σύν et du substantif μέτοχος En effet le groupe

de mots μετέχω et ses deacuteriveacutes expriment lideacutee de participer 253 dans le sens dune

participation avec lautre Lusage de ce terme est tregraves rare dans la LXX et apparaicirct

geacuteneacuteralement dans un contexte eacutethique renvoyant agrave la participation agrave une action bonne ou

mauvaise 254 Progressivement mέτοχος et κοινωνός (ami compagnon) sont utiliseacutes

comme deux termes interchangeables255 Cette acception du terme est aussi retrouveacutee

dans les textes du Nouveau Testament256

Cest ainsi que mecircme en se reacutefeacuterant agrave la tradition veacuteteacuterotestamentaire συμμέτοχα

entre dans la nouveauteacute quintroduit le mystegravere dans sa dynamique de reacuteveacutelation et de

connaissance En se construisant sur la base de deux preacutepositions qui ont en effet le mecircme

sens σύν et μετά le terme συμμέτοχα preacutesenterait un pleacuteonasme qui donnerait

certainement raison aux deacutetracteurs du style eacutepheacutesien Mais nest-ce pas encore lagrave une

caracteacuteristique du mystegravere qui se reacutevegravele dans un langage deacuteroutant et exige un nouveau

regard et une nouvelle compreacutehension

251 GRANADOS J M La reconciliacioacuten en la Carta a los Efesios y en la Carta a los Colosenses p 231 252 Ibid p 197 253 HANSE H μετέχω col 1358 254 Ibid p 1360 255 Ibid 256 Dans le Nouveau testament μέτοχος est employeacute en Lc 5 7 Hb 1 9 3 1 3 14 6 4 12 8 Le verbe

metecw apparaicirct en 1Cor 9 10 9 12 10 17 10 21 10 30 Hb 2 14 5 13 7 13 On retrouve eacutegalement

μετοχή en 2Cor 6 14 συμμέτοχος est quant lui employeacute seulement en Ep 3 6 et 5 7

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En reacuteveacutelant le contenu du mystegravere les trois termes composeacutes de la preacuteposition σύν

constituent agrave leur tour un dynamisme important dans la relation salvifique des chreacutetiens

non seulement entre eux dans une dimension horizontale mais aussi avec le Christ dans

une dimension verticale Ces trois termes sajoutent agrave une seacuterie de mots composeacutes en σύν

qui abondent dans la lettre aux Epheacutesiens Ces mots en σύν expriment non seulement un

ecirctre ensemble mais le partage dun mecircme statut dune mecircme digniteacute dune mecircme

beacuteneacutediction257 Les Nations partagent avec les juifs la mecircme promesse dans le Christ

Si la conjonction καί situe les trois termes sur un mecircme plan litteacuteraire la

preacuteposition σύν eacutetablit les Juifs et les Nations sur un mecircme pied deacutegaliteacute Les Nations

sont deacutesormais coparticipants de la promesse dans le Christ Jeacutesus par lEvangile Elles

sont deacutesormais inclues dans la promesse agrave laquelle elles eacutetaient autrefois exclues vivant

sans espeacuterance et priveacutes de Dieu dans le monde (Ep 2 2) En remontant aux anteacuteceacutedents

veacuteteacuterotestamentaires Epheacutesiens valide ainsi la promesse aussi bien pour les Juifs que

pour les Nations258

Toutefois en eacutetant coheacuteritiegraveres co-corporeacutees et coparticipantes de la promesse

les Nations ne deviennent pas Israeumll et pas mecircme le nouvel Israeumll259 Israeumll non plus ne

devient pas les Nations Linteacutegration des deux peuples dans lunique corps du Christ nest

pas synonyme dassimilation ou duniformisme Les diversiteacutes qui seacuteparaient les deux

peuples sont appeleacutees agrave se reacuteconcilier dans une uniteacute supeacuterieure de genre totalement

diffeacuterent et nouveau le tertium genus260

En formant le corps du Christ les chreacutetiens dorigine paiumlenne et ceux dorigine

juive deviennent une nouvelle humaniteacute creacuteeacutee par le Christ Cest pourquoi le syntagme

ἐν Χριστῷ Ἰησοῦ sapplique essentiellement aux trois adjectifs accentuant la communion

des Juifs et des Nations dans le Christ par lEvangile agent soteacuteriologique indispensable

257 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 180 258 PENNA R La lettera agli Efisini p 161 259 REYNIER C Evangile et Mystegravere p 110 260 PENNA R Il Mysterion Paolino p 74

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25224 La reacuteveacutelation du mystegravere et le service de lEvangile dans la dynamique salvifique

Le pronom relatif ὅς placeacute apregraves τοῦ εὐαγγελίου fait le lien entre la fin du v 6 et

le deacutebut du v 7 qui preacutesente Paul comme le serviteur (διάκονος) de lEvangile En effet

si les apocirctres et les prophegravetes preacutesenteacutes au v 5 ont pour mission le service de lEvangile

pourquoi Paul est-il encore preacutesenteacute ici comme le serviteur de lEvangile261 Si Paul a la

mission dannoncer lEvangile et de mettre en lumiegravere la dispensation du mystegravere quelle

serait le lien entre lEvangile et le mystegravere

Lauteur de la lettre continue agrave deacutecrire la reacuteveacutelation progressive du mystegravere et ses

composantes dans un style litteacuteraire deacuteroutant et un langage tout agrave fait nouveau Cest

ainsi que le prisonnier du Christ (cf Ep 3 1) est aussi le serviteur de lEvangile et les

tribulations de celui qui annonce lEvangile sont la gloire des Nations (cf Ep 3 13)

Pourtant Paul ne sest pas lui-mecircme attribueacute la mission dannoncer lEvangile et den ecirctre

le serviteur

Le passif ἐγενήθην διάκονος montre quil a eacuteteacute fait serviteur de lEvangile De

mecircme que le mystegravere lui a eacuteteacute fait connaicirctre κατὰ ἀποκάλυψιν (v 3) le service de

lEvangile lui est aussi accordeacute κατὰ τὴν δωρεὰν τῆς χάριτος τοῦ θεου (v 7) Si connaicirctre

le mystegravere du Christ na pas eacuteteacute de lordre de la capaciteacute intellectuelle du geacutenie de Paul

de mecircme ecirctre serviteur de lEvangile nest pas de lordre de la preacutetention personnelle de

lapocirctre La connaissance du mystegravere tout comme le service de lEvangile est un don

totalement gratuit de Dieu dans lavegravenement de son projet salvifique

La premiegravere partie du texte (Ep 3 2-7) sachegraveve sur lannonce de lEvangile qui

sera deacuteveloppeacute dans la deuxiegraveme partie (Ep 3 8-12) Si la premiegravere partie du texte a

commenceacute par la dispensation de la gracircce de Dieu donneacutee agrave Paul (v 2) elle se termine

eacutegalement par le don de la gracircce de Dieu qui lui est donneacutee (v 7) La phrase τῆς χάριτος

τοῦ θεοῦ τῆς δοθείσης μοι au v 2 et la phrase τὴν δωρεὰν τῆς χάριτος τοῦ θεοῦ τῆς

δοθείσης μοι au v 7 forme alors une inclusion partielle qui met laccent sur la gratuiteacute de

la reacuteveacutelation divine En constituant lEvangile la reacuteveacutelation constitue aussi celui qui en

261 LONA H Die Eschatologie im Kolosser- und Epheserbrief p 290

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est le serviteur262 Cest parce quil a reccedilu la connaissance du mystegravere au cours dune

reacuteveacutelation que Paul est devenu le serviteur de lEvangile

LEvangile dont lapocirctre est appeleacute agrave ecirctre le serviteur se comprend dans la

dynamique du mystegravere qui se fait connaicirctre Quelle est alors la speacutecificiteacute du service de

lEvangile dans la lettre aux Epheacutesiens et quel est le lien entre ce service et la trilogie

reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

Le terme διάκονος est un terme essentiellement paulinien Il apparaicirct 21 fois dans

les eacutecrits de Paul et seulement 8 fois dans les Evangiles263 Dιάκονος est employeacute dans les

Evangiles pour deacutesigner le disciple qui se met au service des autres (cf Mt 20 26 23 11

Mc 9 35 10 43) le διάκονος est aussi le serviteur du roi (cf Mt 22 13) les servants aux

noces (cf Jn 2 59) Il deacutesigne eacutegalement celui qui se met agrave la suite du Christ (cf Jn 12

26)

Dans les lettres de Paul διάκονος est appliqueacute au ministre de Dieu dans le service

du bien pour lutter contre le mal (cf Rm 13 4) le terme renvoi aussi aux ministres de

lEglise (cf Rm 16 1) les serviteurs pour lannonce de lEvangile (cf 1Cor 3 5 2Cor 11

15 Col 1 23) les ministres du Christ (cf 2Cor 11 23 Col 1 7) le Christ lui-mecircme

comme serviteur de la circoncision pour faire connaicirctre la veacuteriteacute (cfRm 15 8) le terme

renvoi enfin aux diacres dans un service dEglise en voie dinstitutionnalisation (cf 1Tm

3 812)

De maniegravere geacuteneacuterale le terme διάκονος contient dans son acception une certaine

deacutependance ou soumission comme dans le cas de la relation entre un esclave et son maicirctre

(cf Rm 6 16-17 1Cor 7 21-22) Paul lui-mecircme se preacutesente dailleurs comme esclave du

Christ δοῦλος Χριστοῦ Ἰησοῦ (cf Rm 1 1 Ga 1 10) et esclave de Dieu δοῦλος θεοῦ

(cf Tt 1 1) Cest ainsi que les deux termes διάκονος et δοῦλος sont parfois employeacutes

comme termes interchangeables mecircme dans la lettre aux Epheacutesiens (cf Ep 6 5-6)

Toutefois dans la lettre aux Epheacutesiens le terme δοῦλος nest en aucune fois

appliqueacute agrave Paul mais agrave ceux qui vivent dans une relation de deacutependance ou de soumission

de type maicirctreesclave (cf Ep 6 5-6) En Ep 3 7 Paul est le διάκονος τοῦ εὐαγγελίου

LEvangile est lobjet du service dont Paul a eacuteteacute gratuitement fait serviteur En parlant de

service de lEvangile laccent est mis non pas sur les notions dobeacuteissance et de

262 BAULES R Lrsquoinsondable richesse du Christ p 60 263 Le terme διάκονος apparaicirct seulement 6 fois dans la LXX en Esther 1 10 2 2 6 35 Pr 10 4 4 M 9 17 (lunique emploi dans les textes dits apocryphes) traduisant indistinctement le termes heacutebreux נער et

trV

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soumission qui sont constitutives de la relation maicirctreesclave mais sur la notion de

gratuiteacute qui nentre jamais dans la relation maicirctreesclave264

Cest gratuitement que la gracircce de Dieu a eacuteteacute donneacutee agrave Paul pour les Nations (cf

Ep 3 2) Cest encore gratuitement que le mystegravere lui a eacuteteacute fait connaicirctre au cours dune

reacuteveacutelation (cf Ep 3 3) et a eacuteteacute reacuteveacuteleacute aux saints apocirctres et prophegravetes (cf Ep 3 5) Et cest

enfin gratuitement quil a eacuteteacute fait serviteur de lEvangile selon le don de la gracircce de Dieu

(cf Ep 3 7-8) La notion de gratuiteacute sentrelace ainsi avec la notion de connaissance qui

est celle de la reacuteveacutelation impreacutevisible de mystegravere de Dieu265 Le service de lEvangile est

donc inseacuteparable du dynamisme reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

Le vocabulaire qui constitue et exprime le service de lannonce de lEvangile est

un vocabulaire lieacute agrave la reacuteveacutelation et agrave la connaissance du mystegravere Le participe passif τῆς

δοθείσης μοι montre clairement que lapocirctre Paul est le grand beacuteneacuteficiaire de cette action

soteacuteriologique Il entretient avec Dieu non pas une relation dobeacuteissance servile et de

soumission aveugle mais une relation de service de lEvangile quil a reccedilu κατὰ τὴν

δωρεὰν τῆς χάριτος τοῦ θεου (cf Ep 3 7)

Le substantif δωρεά est employeacute deux fois seulement dans la lettre (cf Ep 3 7 4

7) en faisant toujours reacutefeacuterence au don gratuit de Dieu Cest un substantif que Paul

emploie pour signifier la geacuteneacuterositeacute de laction divine dans le Christ en faveur de

lhumaniteacute (cf Rm 3 24 5 15 2Cor 9 15)266 Si le geacutenitif τῆς χάριτος est soit objectif

ou epeacutexeacutegeacutetique celui qui suit τοῦ θεοῦ est un geacutenitif de possession qui deacutetermine

lorigine ou lauteur de la gracircce

Bien que Dieu soit lui-mecircme lagent implicite de ce dynamisme en eacutetant agrave lorigine

du don de la gracircce il agit pourtant explicitement dans laction en cours par lefficaciteacute de

la gracircce offerte agrave lapocirctre La gracircce divine est agrave lœuvre dans la vie du serviteur de

lEvangile Toutefois cette gracircce divine ne peut ecirctre seacutepareacutee de son origine En donnant

sa gracircce agrave son serviteur lui accordant la capaciteacute neacutecessaire dans lexercice de sa mission

Dieu lui-mecircme continue agrave agir dans le ministegravere de son serviteur selon le deacuteploiement de

sa puissance κατὰ τὴν ἐνέργειαν τῆς δυνάμεως αὐτοῦ (cf Ep 3 7)

Le pronom possessif αὐτοῦ se rapporte au substantif δυνάμεως qui renvoie agrave la

puissance mecircme de Dieu et explicite davantage laction du don de la gracircce Les deux

preacutepositions ne sont donc pas en coordination car la deuxiegraveme sert agrave deacuteterminer le passif

264 REYNIER C Evangile et mystegravere p 90 265 Ibid 266 LINCLON T A Ephesians p 182

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τῆς δοθείσης μοι267 Epheacutesiens considegravere le service de lannonce de lEvangile accordeacute agrave

Paul comme un eacuteleacutement deacutecisif dans la connaissance du mystegravere qui lui a eacuteteacute donneacute au

cours dune reacuteveacutelation Paul est alors consideacutereacute non comme un heacuteros en soi mais comme

un instrument de la gracircce divine268

La gracircce davoir eacuteteacute fait serviteur de lEvangile qui se comprend dans le

dynamisme proportionneacute par la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance culmine la

premiegravere partie du texte (Ep 3 2-7) et deacutebouche en mecircme temps sur le dynamisme

soteacuteriologique de lannonce de cet Evangile qui initie le deuxiegraveme moment dynamique

(Ep 3 8-12) Cest ainsi que les versets 8-12 en faisant suite aux versets 2-7 deacuteveloppent

le deuxiegraveme moment de la penseacutee de lauteur et ne traite plus tant lorigine et la nature du

mystegravere que sa proclamation universelle269

253 Dynamique salvifique de Ep 3 8-1213

2531 Lannonce de lEvangile comme expression de lavegravenement salvifique

Au v 7 le service de lEvangile est principalement orienteacute vers le choix et lappel

de lapocirctre qui en a eacuteteacute fait serviteur Au v 8 ce service est davantage orienteacute vers

lannonce Si les Nations apparaissent comme les destinataires de ce service Paul est

avant tout le beacuteneacuteficiaire de cette action soteacuteriologique marqueacutee degraves le deacutebut du verset

par une affirmation solennelle et emphatique Ἐμοὶ τῷ ἐλαχιστοτέρῳ πάντων ἁγίων ἐδόθη

ἡ χάρις αὕτη (cf Ep 3 8) Le prisonnier du Christ Jeacutesus (3 1) et serviteur de lEvangile

(3 7) se preacutesente maintenant comme le plus petit de tous les saints (3 8) expression

unique dans la litteacuterature neacuteotestamentaire270

267 SCHLIER H La Carta a los Efesios p 198 Contre CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p

105 qui condegravere les deux syntagmes marqueacutes par la preacuteposition κατὰ comme un paralleacutelisme 268 LINCOLN T A Op cit p 182 269 PENNA R La lettera agli Efesini p 161 et seq 270 Lexpression ἐλαχιστοτέρῳ se preacutesente comme le comparatif du superlatif ἐλάχιστος qui se traduit par

le plus petit Dans ce cas lexpression ἐλαχιστοτέρῳ se traduirait litteacuteralement par le plus petit du plus

petit (de tous les saints) Cf ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 185

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Mecircme si le superlatif ἐλάχιστος semble sinspirer de 1Cor 15 9271 ougrave Paul se

preacutesente comme le plus petits des apocirctres la comparaison avec Ep 3 8 ne concerne pas

les apocirctres mais tous les saints Cependant en 1Cor 15 9 le superlatif ἐλάχιστος

sexprime en fonction de lindigniteacute de lapocirctre qui a perseacutecuteacute lEglise de Dieu mettant

en relief la gracircce de Dieu par laquelle Paul est devenu ce quil est appeleacute au ministegravere

apostolique

En Ep 3 8 ἐλαχιστοτέρῳ sexprime en fonction du service de lannonce de

lEvangile en faisant eacutegalement appel au don de la gracircce de Dieu qui a eacuteteacute fait agrave lapocirctre

Ce don de la gracircce enrobe la premiegravere partie du texte dans une inclusion partielle Laspect

soteacuteriologique est donc preacutesent en arriegravere fond dans la mesure ougrave dans la vocation de Paul

le salut et la mission adviennent dans un mecircme temps 272 Cest parce que le projet

salvifique de Dieu sest rendu preacutesent dans la vie de Paul par la reacuteveacutelation du mystegravere et

la gracircce qui lui a eacuteteacute donneacutee que celui-ci est appeleacute agrave porter cette Bonne Nouvelle aux

Nations Cette expeacuterience personnelle de lapocirctre dans lavegravenement du salut divin devient

une base importante dans le service de lannonce de lEvangile

Le pronom personnel Ἐμοὶ placeacute en deacutebut de la phrase dans un ton emphatique

contraste avec lexpression ἐλαχιστοτέρῳ pour mettre en valeur le don de la gracircce de Dieu

pour le service de lannonce de lEvangile Linfinitif aoriste εὐαγγελίσασθαι fait alors

suite au terme εὐαγγέλιον placeacute en Ep 3 6 pour souligner la particulariteacute de cette annonce

il sagit de lannonce de lEvangile

Le passif theacuteologique ἐδόθη en mettant laccent sur la provenance de la gracircce qui

a eacuteteacute donneacutee agrave lapocirctre deacutetermine en mecircme temps lorigine du service de lEvangile qui

lui est confieacute En effet dans les 12 emplois du verbe δίδωμι dans la lettre aux Epheacutesiens

Dieu ou le Christ en sont les principaux sujets agrave lexception de Ep 4 2729 ougrave les chreacutetiens

sont appeleacutes agrave ne pas donner prise au diable mais agrave profeacuterer toute parole bonne et

eacutedifiante qui apporte la gracircce agrave ceux qui les eacutecoutent

Le service de lEvangile se comprend dans cette dynamique du don divin Ce nest

ni une responsabiliteacute confieacutee par une autoriteacute humaine ni le produit des meacuterites et

compeacutetences de Paul Dieu est encore lauteur ou lagent soteacuteriologique de ce dynamisme

dont Paul en est le grand beacuteneacuteficiaire en eacutetant constitueacute serviteur de lEvangile en faveur

271 Certains commentateurs voient dans ἐλαχιστοτέρῳ une reacuteminiscence de 1Cor 15 9 Cf

SCHNACKENBURG R Ephesians p 136 PENNA R La lettera agli Efesini p 162 REYNIER C

Evangile et mystegravere p 93 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 185 272 REYNIER C Evangile et mystegravere p 95

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des Nations Cest pourquoi un tel service nest pas ordonneacute au privilegravege personnel de

lapocirctre mais un don en faveur des croyants en provenance de la gentiliteacute et de tous les

membres de lEglise qui deviendra lagent ministeacuteriel de la communication de la sagesse

divine273

En donnant suite agrave ce dynamisme soteacuteriologique lexpression affine en Ep 3 9

rehausse et explicite davantage le contenu de lannonce de lEvangile en lien avec la

dispensation du mystegravere cacheacute depuis les siegravecles Le service de lEvangile preacutesenteacute en Ep

3 8 comme une annonce est deacutecrit en Ep 3 9 comme une mise en lumiegravere par la

concordance des infinitifs aoristes εὐαγγελίσασθαι et φωτίσαι Annoncer lEvangile aux

Nations cest donc mettre en lumiegravere le mystegravere cacheacute en Dieu depuis les siegravecles Ce

mystegravere a eacuteteacute fait connaicirctre agrave lapocirctre au cours dune reacuteveacutelation Le lien entre lEvangile et

la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance est donc indeacuteniable

Toutefois alors que le dynamisme de Ep 3 9 souligne limportance de la mise en

lumiegravere du mystegravere cacheacute en Dieu Ep 3 8 se penche sur le caractegravere inouiuml de lEvangile

comme eacutetant linsondable richesse du Christ τὸ ἀνεξιχνίαστον πλοῦτος τοῦ Χριστοῦ En

Ep 3 4 le μυστήριον a eacuteteacute preacutesenteacute comme celui du Christ En Ep 3 8 lEvangile est

preacutesenteacute comme linsondable richesse du Christ Le terme πλοῦτος est encore un terme

essentiellement eacutepheacutesien274

Comme le montrent ses occurrences dans le Nouveau Testament y compris les

lettres de Paul πλοῦτος est diversement employeacute tant pour indiquer la richesse du monde

preacutecaire et voueacutee agrave la ruine que pour se reacutefeacuterer agrave la richesse infinie de Dieu Dans le lettre

aux Epheacutesiens πλοῦτος est employeacute essentiellement par rapport agrave la richesse de la gracircce

(cf Ep 1 7 2 7) et de la gloire (cf Ep 1 18 3 16) de Dieu Ep 3 8 est lunique occurrence

neacuteotestamentaire ougrave πλοῦτος est employeacute pour indiquer lEvangile comme linsondable

richesse du Christ

Si en Ep 3 4 le geacutenitif τοῦ Χριστοῦ qualifiant le mystegravere a eacuteteacute consideacutereacute agrave la fois

eacutepexeacutegeacutetique et objectif en Ep 3 8 laspect objectif est primordial La richesse du Christ

273 MANZUR R La retorica della lettera agli Efesini p 79 274 Le terme πλοῦτος apparaicirct 22 fois dans le Nouveau Testament Dans les synoptiques il apparaicirct uniquement dans le contexte de lexplication de la parabole du semeur en Mc 4 19 et ses parallegraveles en Mt

13 22 et Lc 8 14 pour parler de la richesse du monde Dans la lettre aux Romains πλοῦτος sexprime par

rapport agrave Dieu lui-mecircme (11 33) agrave sa bonteacute (2 4) ou agrave sa gloire (9 23) En Rm 11 12 il sexprime par

rapport agrave la richesse du monde et des paiumlens En 2 Cor 8 2 πλοῦτος sexprime dans le sens de la geacuteneacuterositeacute

humaine En Ph 4 19 il sagit de la richesse de Dieu et en Hb 11 26 de la richesse supeacuterieure Alors quen

Jc 5 2 et Ap 18 17 il sagit de la richesse preacutecaire en opposition agrave la richesse de lagneau eacutegorgeacute (Ap 5

12) Plus proche de Epheacutesiens est le contexte de Col 1 27 et 2 2 ougrave πλοῦτος sexprime par rapport agrave la

richesse de la gloire du mystegravere Avec les cinq occurrences du terme la lettre aux Epheacutesiens contient le

plus grand nombre demplois

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consiste en tout ce que Dieu a mis en Jeacutesus comme richesse de sa gracircce qui nous pardonne

et nous creacutee dans une vie nouvelle nous amenant agrave entrer dans la pleacutenitude de Dieu et

avoir part aux richesses de sa gloire275 Cette richesse du Christ est elle-mecircme qualifieacutee

dinsondable (ἀνεξιχνίαστον) un adjectif qui napparaicirct que deux fois dans le Nouveau

Testament

Si en Rm 11 33 les chemins de Dieu sont insondables en Ep 3 8 lEvangile est

linsondable richesse du Christ La richesse du Christ est insondable non pas parce quelle

est inconnaissable mais parce quelle ne peut ecirctre totalement exploiteacutee Ladjectif

ἀνεξιχνίαστον marque donc leacutemerveillement devant lactiviteacute de Dieu et montre

lincapaciteacute de lesprit humain mecircme apregraves la reacuteveacutelation de sonder par lui-mecircme les

profondeurs de Dieu276

En comparant Ep 3 8 et Col 1 27 qui lui est plus proche on constate que le

contenu de lEvangile aussi bien que du mystegravere est essentiellement christologique et Dieu

est encore le principal agent soteacuteriologique Toutefois les diffeacuterences entre les deux

passages sont aussi grandes Alors que Ep 3 8 parle de lEvangile comme linsondable

richesse du Christ Col 1 27 traite de la richesse de la gloire du mystegravere divin

De plus alors quen Col 1 26-27 les beacuteneacuteficiaires de laction salvifique sont

directement les saints en Ep 3 8 Paul le plus petit de tous les saints est le grand

beacuteneacuteficiaire de ce dynamisme salvifique En tant que beacuteneacuteficiaire il reccediloit la mission

dannoncer lEvangile aux Nations et de mettre en lumiegravere le mystegravere cacheacute depuis les

siegravecles

En outre en Ep 3 8 le service de lannonce de lEvangile est caracteacuteriseacute par lacte

divin du don gratuit qui sexprime par rapport agrave la reacuteveacutelation et agrave la connaissance277 En

effet degraves son premier emploi en Ep 1 7 δίδωμι sexprime deacutejagrave par rapport agrave un esprit de

sagesse et de reacuteveacutelation dans la connaissance de Dieu De mecircme en Ep 4 11 δίδωμι

sexprime par rapport au ministegravere comme un don accordeacute aux uns et aux autres decirctres

prophegravetes apocirctres eacutevangeacutelistes pasteurs ou docteurs (cf Ep 4 11)

En Ep 3 278 tous les emplois de δίδωμι au passif ont Dieu comme auteur et

Paul en est le beacuteneacuteficiaire Ainsi cet emploi speacutecifique de δίδωμι contribue agrave souligner

le caractegravere divin transcendant et gratuit de la charge reccedilue par Paul pour le service de

275 BAULES R Lrsquoinsondable richesse du Christ p 63 276 BEST E Ephesians p 318 277 REYNIER C Evangile et mystegravere p 95 et seq

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lannonce de lEvangile278 et la mise en lumiegravere du mystegravere cacheacute depuis les siegravecles Cette

mise en lumiegravere du mystegravere cacheacute ainsi que la connaissance de la sagesse divine (cf Ep

3 10) par les principauteacutes et les puissances confirme et enchaicircne le dynamisme de la

reacuteveacutelation du mystegravere aux apocirctres et aux prophegravetes (cf Ep 3 5)

En Ep 3 5 lexpression opposeacutee agrave laction soteacuteriologique a servi de rehausser la

valeur du dynamisme de la reacuteveacutelation du mystegravere aux apocirctres et prophegravetes En Ep 3 9

cette expression est rebattue par le dynamisme de la mise en lumiegravere du mystegravere cacheacute

depuis les siegravecles qui sous-entend que ce mystegravere na pas eacuteteacute connu des autres geacuteneacuterations

Toutefois laction qui prend sa source au v 9 et enchaicircne le v 10 dans son

dynamisme nest pas tout simplement une reprise du v 5 Ce dynamisme relance encore

la question pour qui ce mystegravere est-il maintenant cacheacute Pour les Nations et ceux agrave qui

le mystegravere nest pas encore reacuteveacuteleacute Si le mystegravere a eacuteteacute fait connaicirctre agrave Paul aux apocirctres et

aux prophegravetes est-il encore cacheacute pour ceux-ci

2532 Le mystegravere cacheacute et reacuteveacuteleacute comme point de rencontre du projet creacuteateur et salvifique

La reacuteponse aux questions poseacutees ci-dessus est directement lieacutee agrave la forme verbale

du verbe ἀποκρύπτω qui se trouve en Ep 3 9 au participe parfait passif En effet

ἀποκρύπτω apparaicirct quatre fois seulement dans le Nouveau Testament En Lc 10 21

ἀποκρύπτω est en parallegravele avec ἀποκαλύπτω tous deux agrave lindicatif aoriste dans le

contexte du retour en mission des 72 disciples Lannonce de la Bonne Nouvelle ayant

trouveacute succegraves aupregraves des foules Jeacutesus rend gracircce agrave son Pegravere Je te beacutenis Pegravere Seigneur

du ciel et de la terre parce que tu as cacheacute (ἀπέκρυψας) ces choses aux sages et intelligents

et les a reacuteveacuteleacutees (ἀπεκάλυψας) aux plus petits (cf Lc 10 21)

Dans la premiegravere lettre aux Corinthiens ἀποκρύπτω est employeacute pour exprimer la

sagesse divine comme une sagesse mysteacuterieuse et cacheacutee (ἀποκεκρυμμένην) preacutedestineacutee

avant les siegravecles par Dieu pour notre gloire (cf 1Cor 2 7) Le dernier emploi de

ἀποκρύπτω se trouve en Col 1 26 ougrave il se trouve en parallegravele avec φανερόω pour

exprimer le mystegravere cacheacute (ἀποκεκρυμμένον) depuis les siegravecles et les geacuteneacuterations mais

278 Ibid p 96

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maintenant manifesteacute aux saints En 1Cor 2 7 et Col 1 26 ἀποκρύπτω se trouve

eacutegalement au participe parfait passif tout comme en Ep 3 9

Lemploi du passif laisse entendre que Dieu est le seul responsable de son mystegravere

de son silence et de sa reacuteveacutelation et le participe parfait en exprimant leffet preacutesent et

permanent dune action passeacutee montre quil ne sagit pas dune phase totalement releacutegueacutee

dans le passeacute279 Le mystegravere a-t-il eacuteteacute cacheacute agrave un moment de lhistoire et ne lest plus agrave un

autre moment Lemploi du participe parfait en Ep 3 9 montre que le mystegravere continu

decirctre cacheacute Personne ni Paul ni les apocirctres et les prophegravetes ne peut avoir la

connaissance totale du mystegravere divin En des proportions diffeacuterentes le mystegravere reste

cacheacute pour tous mecircme pour ceux agrave qui Dieu la deacutejagrave reacuteveacuteleacute280

Ce mystegravere cacheacute depuis les siegravecles est maintenant connu des principauteacutes et des

puissances dans les cieux par lEglise Lannonce de lEvangile et la mise en lumiegravere du

mystegravere montrent comment le projet salvifique de Dieu rejoint son projet creacuteateur281 Le

Dieu creacuteateur nest donc pas diffeacuterent du Dieu reacutedempteur 282 Lexpression ἀπὸ τῶν

αἰώνων (cf Ep 3 9) en lien avec ταῖς ἀρχαῖς καὶ ταῖς ἐξουσίαις (cf Ep 3 10) peut ecirctre

comprise dans un sens spatial Le mystegravere qui a eacuteteacute cacheacute depuis les siegravecles est reacuteveacuteleacute aux

puissances et principauteacutes dans les cieux283

Mais quand sera-t-il de la valeur du νῦν eschatologique en Ep 3 10 De plus les

vv 9-10 font suite au v 5 ougrave apparaicirct pour la premiegravere fois le νῦν se reacutefeacuterant au mystegravere

qui a eacuteteacute cacheacute aux geacuteneacuterations et maintenant reacuteveacuteleacute aux saints apocirctres et prophegravetes Cest

pourquoi le τῶν αἰώνων a davantage une perspective essentiellement temporelle284

En effet tous les emplois de ce terme dans la lettre aux Epheacutesiens revecirctent cette

connotation temporelle [cf Ep 1 21 2 2 2 7 3 11 3 21 (2x)] Car Dieu reacutevegravele son

mystegravere dans lhistoire et ce mystegravere reste le mystegravere de Dieu mecircme sil est reacuteveacuteleacute aux

279 DEWAILLY L-M Mystegravere et silence dans Rom XVI 25 p 116 280 Ibid p 117 281 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 186 Comme le souligne BARTH M Ephesians p

344 cest lunique fois ougrave Epheacutesiens fait reacutefeacuterence agrave la premiegravere creacuteation plutocirct quagrave la nouvelle creacuteation 282 Selon SCHLIER H La Carta a los Efesios p 203 avant la reacuteveacutelation du mystegravere par la gnose ce

mystegravere selon les gnostiques eacutetient cacheacute aux eacuteons ainsi que le mystegravere de la reacutedemption qui eacutetait non seulement cacheacute pour le monde mais aussi cacheacute devant le creacuteateur des mondes Le dieu creacuteateur navait

rien agrave voir avec le dieu reacutedempteur et vice versa Les eacuteons auraient eacuteteacute creacutees par le dieu creacuteteur qui serait le

dieu des mondes Mais Ep 3 9 montre que le mystegravere qui eacutetait cacheacute pour le monde neacutetait pas cacheacute pour

le creacuteateur du monde 283 Pour une interpreacutetation de αἰώνων dans le sens spatial voir SCHLIER H La Carta a los Efesios p

201 LINDEMANN A Die Aufhebung der Zeit p 223 284 Pour une compreacutehension de αἰώνων dans le sens temporel voir aussi GNILKA J Der Epheserbrief p

172 BARTH M Ephesians p 343 et seq SCHNAKENBURG R Ephesians p 138 LINCOLN T A

Ephesians p 184 et seq BRUCE F F The Epistle to the Ephesians p 319 et seq

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hommes Ce nest pas par reacuteserve voulue par cachotterie encore moins par deacutedain ou

deacutefiance mais par suite dune irreacutemeacutediable distance entre Dieu et tout ce qui nest pas

Dieu car mecircme connu des hommes Dieu ne peut ecirctre que Dieu285

Lexpeacuterience eacutepheacutesienne rejoint celle dIsaiumle devant le mystegravere du Dieu cacheacute

lorsque celui-ci seacutecrit אכן אתה אל מסתתר אלהי ישראל מושיע (Vraiment tu es un Dieu qui

se cache Dieu dIsraeumll sauveur) que la septante traduit σὺ γὰρ εἶ θεός καὶ οὐκ ᾔδειμεν ὁ

θεὸς τοῦ Ισραηλ σωτήρ (Is 45 15)

Le mystegravere cacheacute depuis les siegravecles est cacheacute en Dieu lui-mecircme comme le montre

lexpression ἐν τῷ θεῷ τῷ τὰ πάντα κτίσαντι (cf Ep 3 9) Le Dieu cacheacute na pas agrave ecirctre

cacheacute par un autre ou par autre chose que soi il se cache lui-mecircme et se cache en lui-

mecircme286 Tout de mecircme quand il se reacutevegravele il se donne agrave connaicirctre agrave celui agrave qui il veut se

reacuteveacuteler Le mystegravere est donc celui que le Dieu creacuteateur a cacheacute et maintient cacheacute en lui

cacheacute dans le creacuteateur de toutes choses et cacheacute dans son œuvre de creacuteation287

2533 La place de lEglise dans la dynamique du projet salvifique

Les principauteacutes et les puissances dans les cieux deviennent alors beacuteneacuteficiaires du

dynamisme soteacuteriologique qui prend en compte le v 10 et dont lagent soteacuteriologique est

lEglise Si Ep 3 10 est lunique fois ougrave lEglise apparaicirct comme agent soteacuteriologique de

mecircme cest aussi lunique fois ougrave les puissances et les principauteacutes apparaissent comme

beacuteneacuteficiaires de laction salvifique Qui sont alors ces puissances et principauteacutes qui ont

accegraves agrave la connaissance du mystegravere

Sont-elles des puissances politiques provenant de lhelleacutenisme288 ou des eacuteons deacutecrits dans

le gnosticisme 289 ou encore les puissances angeacuteliques provenant de lapocalyptique

juive290

285 DEWAILLY L-M ldquoMystegravere et silence dans Rom XVI 25rdquo p 118 286 Ibid p 115 287 SCHLIER H La Carta a los Efesios p 202 288 BARTH M Ephesians p 175 289 IRENEE S Contre les heacutereacutesies Livre I 1 1-4 3 290 Cf CARR W Angels and Principalities p 174 et seq SCHLIER H La Carta a los Efesios p 114

SCHNACKENBURG R Ephesians p 140 PENNA R La Lettera agli Efesini p 165 En trouvant un

arriegravere plan des principauteacutes et des puissances dans lapocalyptique juive ces auteurs les interpregravetent dans

le sens neacutegatif des puissances maleacutefiques agrave partir de Ep 6 12 qui les deacutecrits comme telles Toutefois le

contexte de Ep 6 12 soppose agrave celui de Ep 1 21 ougrave les principauteacutes et les puissances peuvent ecirctre

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En effet en Ep 1 21 ἀρχή et ἐξουσία apparaissent dans le contexte laffirmation

de la supreacutematie du Christ ougrave Dieu la fait sieacuteger dans les cieux au-dessus de toute

principauteacute et puissance (cf Ep 1 21) Dans ce contexte au v 21 le Ps 110 1 est citeacute

pour souligner la gloire du Christ exalteacute et assis agrave la droite de Dieu dans les cieux291 Dans

le mecircme contexte le v 22 affirme la soumission de toute chose au Christ que Dieu a

constitueacute Tecircte de son Eglise qui est son Corps (cf Ep 1 22) Ep 1 22 fait donc appel au

Ps 8 7 qui y est eacutegalement citeacute Il en ressort donc que la gloire du Christ et son exaltation

par Dieu est exprimeacutee dans le teacutemoignage du Ps 110 1 et la soumission de toute chose au

Christ est exprimeacutee par le Ps 8 7292

En Ep 2 2 apparait uniquement le terme ἐξουσία dans le contexte de la gratuiteacute

du salut dans le Christ Ce contexte souligne le contraste entre le preacutesent des Nations ougrave

elles sont sauveacutees par Dieu et le passeacute ougrave elles eacutetaient mortes par suite des peacutecheacutes dans

lesquels elles ont veacutecu selon le prince des puissances de lair [τὸν ἄρχοντα τῆς ἐξουσίας

τοῦ ἀέρος] (cf Ep 2 2) Dans ce contexte les deux termes napparaissent pas de maniegravere

simultaneacutee et ne feront leur deuxiegraveme apparition quen Ep 3 10

Le contexte de Ep 3 10 est celui du deacuteploiement du mystegravere dont la reacuteveacutelation se

fait de maniegravere progressive En Ep 3 10 ἀρχή et ἐξουσία apparaissent en lien avec lEglise

par qui leur sera connue la sagesse de Dieu Les principauteacutes et les puissances dans ce

contexte sont susceptibles decirctre les hocirctes des cieux vu que lexpression est tregraves noble

exprimer pour la notion dhostiliteacute entre Dieu et son Eglise dune part et les puissances du

mal de lautre293

Au-delagrave des repreacutesentations historiquement deacutetermineacutees lenjeu poseacute dans ce

dynamisme est bien le rocircle de lEglise face agrave tout pouvoir voulant oppresser les humains

lEglise a pour mission de montrer la preacutevalence de la sagesse divine294 Par lEglise la

connaissance du mystegravere va au-delagrave des apocirctres et des prophegravetes et donc au-delagrave de la

sphegravere terrestre pour atteindre la sphegravere ceacuteleste agrave partir des principauteacutes et des puissances

Laccegraves des cieux agrave cette connaissance est lexpression concregravete de la transformation

provoqueacutee par le deacuteploiement du mystegravere dont lorigine est en Dieu 295 agent

soteacuteriologique du dynamisme preacuteceacutedent

consideacutereacutees sous un angle soit positif ou neacutegatif Pour REYNIER C Evangile et mystegravere p 130 le

contexte de Ep 3 1-13 invite agrave consideacuterer les principauteacutes et les puissances sous un angle positif 291 CARR W Op cit p 98 292 Ibid 293 CARR W Angels and Principalities p 99 294 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 187 295 REYNIER C Evangile et mystegravere p 131

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Lexistence de lEglise a donc des implications cosmiques provenant de la victoire

du Christ296 Au vv 8-9 Paul est le beacuteneacuteficiaire du dynamisme soteacuteriologique ougrave il reccediloit

la mission dannoncer lEvangile linsondable richesse du Christ et de mettre en lumiegravere

le mystegravere cacheacute en Dieu depuis les siegravecles Au v 10 la conjonction ἵνα fait le lien avec

laction preacuteceacutedente et introduit la finaliteacute de ce dynamisme dans laction de la

connaissance de la sagesse divine dont les puissances et les principauteacutes dans les cieux

en sont les principaux beacuteneacuteficiaires

Toutefois ce nest ni Paul le serviteur de lEvangile et du mystegravere ni les apocirctres

et les prophegravetes qui font connaicirctre cette sagesse aux puissances dans les cieux Cette

mission est celle de lEglise En mecircme temps que la connaissance du mystegravere seacutetend au-

delagrave de la sphegravere terrestre pour atteindre les ecirctres dans les cieux le service qui

laccompagne seacutetend eacutegalement dune dimension personnelle agrave une dimension eccleacutesiale

La mission de Paul se fond en quelque sorte dans la mission de lEglise

Pourtant cette Eglise est elle aussi le contenu du mystegravere qui a eacuteteacute reacuteveacuteleacute aux

apocirctres et aux prophegravetes en Ep 3 6 les Nations sont coheacuteritiegraveres co-corporeacutees et

coparticipantes de la promesse dans le Christ Jeacutesus (cf Ep 36) Elle est eacutegalement le

Corps dont le Christ est la Tecircte (cf Ep 122) En faisant connaicirctre aux puissances et aux

principauteacutes la sagesse multiple de Dieu lEglise se fait connaicirctre elle-mecircme dans ce

quelle est Le deacutepassement des barriegraveres entre les Juifs et les Nations unis par le Christ

dans lEglise est le gage du deacutepassement de tout dualisme cosmologique quand lunivers

sera restaureacute en harmonie avec le Christ297 Cest deacutesormais par lEglise que la sagesse

multiple de Dieu se fait connaicirctre

Comment lEglise fera-t-elle connaicirctre agrave ces pouvoirs la sagesse de Dieu Au-delagrave

de la simple annonce du message le teacutemoignage de son existence en tant quEglise Corps

du Christ est le lieu ougrave la sagesse de Dieu est connue des puissances et des principauteacutes

dans les cieux298 En sidentifiant agrave la sagesse multiple de Dieu le mystegravere se sert une fois

de plus dun vocabulaire unique dans lensemble du Nouveau Testament Ladjectif

πολυποίκιλος est composeacute de poluj qui signifie plusieurs et ποiκιλος qui contient deacutejagrave

lideacutee de plusieurs dans plusieurs couleurs299 Ladjectif πολυποίκιλος est alors une

redondance caracteacuteristique du vocabulaire eacutepheacutesien

296 LINCOLN T A Paradise Now and not Yet p 154 et seq 297 LINCOLN T A Ephesians p 155 298 ARNOLD C Power and Magic p 63 299 TUGGY A E Lexico Griego-Espantildeol del Nuevo Testamento p 742-745

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En qualifiant la sagesse divine πολυποίκιλος indique sa richesse et sa densiteacute qui

ne peut ecirctre reacuteduite agrave une seule dimension mais qui se reacutevegravele en une composition de

contraires les Juifs et les Nations dans le Christ300 Cest ainsi que laction soteacuteriologique

du v 11 ougrave Dieu lui-mecircme est encore agent principal reprend tout le contexte anteacuterieur

sous langle du projet eacuteternel de Dieu reacutealiseacute dans le Christ La communion entre Dieu et

le Christ est marqueacutee dun cocircteacute par lexpression ἐν τῷ Χριστῷ Ἰησου et la communion

entre le Christ et les croyants est marqueacutee de lautre par lexpression τῷ κυρίῳ ἡμῶν

Mecircme si les beacuteneacuteficiaires de cette action ne sont pas explicitement deacutetermineacutes on

sous-entend agrave partir de cette communion avec le Christ que le projet eacuteternel que Dieu a

reacutealiseacute dans le Christ est en faveur de lhumaniteacute et principalement de ceux qui ont cru

Lexpression affine agrave cette action qui devient elle-mecircme la prochaine action

soteacuteriologique confirme cette ideacutee en montrant par le pronom personnel ἔχομεν que les

beacuteneacuteficiaires sont ceux qui ont reccedilu dans le Christ le courage et la confiance

Lexpression κατὰ πρόθεσιν τῶν αἰώνων (cf Ep 3 11) montre alors que la sagesse

multiple de Dieu na pas eacuteteacute le reacutesultat dune ideacutee de derniegravere minute ni dun nouveau

projet celui de lEglise qui serait creacuteeacute de maniegravere hacirctive301 Le projet salvifique de Dieu

fait encore suite agrave son projet eacutetabli depuis les siegravecles dans le Christ Ce dynamisme

poursuit son cours au v 12 ougrave le Christ lui-mecircme apparaicirct comme agent soteacuteriologique

principal agrave travers lusage du syntagme ἐν ᾧ et de lexpression διὰ τῆς πίστεως αὐτοῦ (cf

Ep 3 12)

2534 Limportance de la foi dans la dynamique du salut

Sil est aiseacute de comprendre que cest par la foi que ceux qui ont cru ont la liberteacute

et la confiance dans le Christ il nest pas tout de mecircme facile de saisir le sujet de cette foi

dans lexpression διὰ τῆς πίστεως αὐτοῦ Sagit-il de la foi des croyants dans le Christ ou

de la foi du Christ lui-mecircme302 En effet les deux sens du geacutenitif subjectif et objectif

apparaissent dans le Nouveau Testament et principalement dans les lettres de Paul

300 PENNA R La Lettera agli Efesini p 163 301 HOEHNER H Ephesians p 485 302 Les avis des commentateurs sont diviseacutes sur la question Pour certains il sagit dun geacutenitif subjetif qui

traite de la foi du Christ lui-mecircme Cf BARTH M Ephesians p 347 BEST E Ephesians p 330

OBRIEN P T The Letter to the Ephesians p 249 Pour dautres il sagit dun geacutenitif objectif dont lobjet

de la foi est le Christ Ceux-ci mettent en vue la foi des croyants et non celle du Christ Cf LINCOLN T

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Toutefois dans la lettre aux Epheacutesiens le sens objectif indiquant la foi des

croyants est constamment souligneacute (cf Ep 1 15 1 19) Cest ainsi que lexpression διὰ

τῆς πίστεως αὐτοῦ dans le contexte de Ep 3 12 se comprend mieux dans le sens de la foi

des croyants dans le Christ et non exclusivement dune foi veacutecue par le Christ lui-mecircme

Lexpression πίστεως αὐτοῦ indique une insistance nette et continue sur la foi comme

condition neacutecessaire et suffisante de la justification303

Le dynamisme de la reacuteveacutelation progressive du mystegravere deacutebouche sur un acte de

foi La foi apparaicirct au bout de luniteacute textuelle comme un eacuteleacutement soteacuteriologique

important dans lavegravenement du projet salvifique de Dieu La foi rend possible le

deacuteploiement de la gracircce divine et laccomplissement du mystegravere dans le projet salvifique

de Dieu eacutetablit depuis les siegravecles

Si le syntagme ἐν ᾧ placeacute au deacutebut du verset 12 renvoi au Christ en qui est reacutealiseacute

le projet eacuteternel de Dieu les autres champs seacutemantiques de laction sont deacutetermineacutes par

la dynamique de la foi dans le Christ se reacutefegraverent tous aux croyants indiqueacutes par le preacutesent

de lindicatif ἔχομεν La fonction de la foi dans le texte exprime alors le changement

radical quelle provoque dans les relations agrave Dieu et au monde elle est eacutevoqueacutee dans sa

dimension de connaissance et dadheacutesion agrave ce mystegravere deacutesormais reacuteveacuteleacute agrave tous dans sa

pleacutenitude304

Cependant mecircme si lexpression διὰ τῆς πίστεως αὐτοῦ nindique pas une foi

veacutecue litteacuteralement par le Christ celui-ci nest pas un simple objet de la foi Le Christ est

un sujet actif mais son action nest pas de croire elle permet denglober la foi de son

origine agrave son terme de la susciter et de lui donner sa physionomie propre de creacuteer son

univers et de le marquer de son visage305

A Ephesians p 190 Pour dautres encore les deux sens du geacutenitif (subjectif et objectif) sont agrave prendre en

compte et non agrave ecirctre consideacutereacutes de maniegravere exclusive car la foi des croyants deacutepend de la foi du Christ Cf

WILLIAMS S K Again Pistis Christou p 431 et seq HOOKER M D Pistis Christou p 340 et

seq 303 ALETTI J-N Lacte de croire pour Paul p 241 304 REYNIER C Evangile et mystegravere p 139 et seq 305 VON BALTHASAR H U La foi du Christ p 39 citeacute par GUILLET J La foi de Jeacutesus Christ p 17

Comme le preacutecise GUILLET J Op cit p 31 note 2 Balthasar deacuteveloppe linterpreacutetation de

DEISSMANN A Paulus p 94 qui voit dans ce geacutenitif un geacutenitif mystique La foi du Christ cest la foi

agrave linteacuterieur de la reacutealiteacute du Christ la foi qui participe agrave la pleacutenitude de la veacuteriteacute de lamour de la passion

et de la reacutesurrection du Christ et agrave tous les aspects de sa reacutealiteacute et qui repose sur elle Ce geacutenitif mystique

peut se comprendre soit avec SCHWEITZER A Die Mystik des Apostels Paulus comme lexpeacuterience

dune existence nouvelle et authentique veacutecue dans la foi soit plutocirct dans la ligne plus objective de

LOHMEYER E Grundlagen paulinischer Theologie p 116 comme un eacutetat de fait dans lequel se trouve

le moi croyant et sur lequel il se fonde

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Cette foi est ce qui donne aux croyants la liberteacute et la confiance dans le Christ Le

terme παρρησία dans son arriegravere-plan syriaque et arameacuteen exprime cette liberteacute dans le

sens du franc-parler et de la liberteacute du langage306 Le terme παρρησία apparaicirct deux fois

dans la lettre aux Epheacutesiens En Ep 3 12 le contexte est marqueacute par lannonce de

lEvangile et la mise en lumiegravere du mystegravere cacheacute en Dieu depuis les siegravecles Ce mystegravere

sest fait connaitre des principauteacutes et des puissances dans les cieux En Ep 6 19-20 le

contexte est aussi celui de la liberteacute de faire connaicirctre le mystegravere de lEvangile Ainsi

dans la lettre aux Epheacutesiens le terme παρρησία assure le passage de la liberteacute de langage

agrave la liberteacute dans les relations ou dans la maniegravere dagir307

Dans le contexte de Ep 3 12 puisse que le croyant est dans le Christ il peut parler

librement hardiment ouvertement agrave Dieu et sans aucune restriction il peut sapprocher

de Dieu avec confiance se tenant devant les principauteacutes et les puissances non pas en

baissant la tecircte mais capable daffronter leur preacutesence308 Le style dense et surchargeacute

dEpheacutesiens se retrouve encore dans lusage des trois termes παρρησία προσαγωγή et

πεποίθησις Dans leurs subtiliteacutes ces termes se preacutesentent comme une conseacutequence de la

reacuteveacutelation du mystegravere qui se fait connaicirctre

Alors que παρρησία met laccent sur lideacutee de la liberteacute de langage προσαγωγή

souligne davantage laspect de la liberteacute dapproche et ἐν πεποιθήσει renforce celui de la

liberteacute de confiance 309 Si παρρησία apparaicirct 31 fois dans le Nouveau Testament

προσαγωγή napparait que trois fois (cf Rm 5 2 Ep 2 18 3 12) et πεποίθησις six fois

uniquement dans les lettres de Paul (cf 2Cor 1 15 3 4 8 22 10 2 Phi 3 4 Ep 3 12)

En Rm 5 2 le contexte de lemploi de προσαγωγή est celui de la justification par la foi

dans le Christ En Ep 2 18 le contexte est celui de la reacuteconciliation des Juifs et des

Nations par le Christ en un seul corps

Dans un contexte marqueacute par la connaissance du mystegravere par les principauteacutes et

les puissances dans les cieux Ep 3 12 reacuteaffirme le libre accegraves des croyants dans la

confiance par la foi au Christ Les trois termes πίστις πεποίθησις et προσαγωγή eacutevoquent

le deacutepassement des divisions et mettent en lumiegravere luniteacute luniversaliteacute le deacuteploiement

maximal du mystegravere reacuteveacuteleacute en lui-mecircme et rendu visible par laccession de toute

lhumaniteacute ainsi que des principauteacutes et des puissances agrave la connaissance de ce mystegravere310

306 JOUumlON P Divers sens de παρρησία dans le Nouveau Testament p 239 307 Ibid p 241 308 HOENER H Ephesians p 488 309 Ibid p 488 310 REYNIER C Evangile et mystegravere p 141

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Le texte ne dit pas explicitement aupregraves de qui les croyants ont accegraves Mais le contexte

permet daffirmer que par la foi au Christ les croyants ont accegraves agrave Dieu En omettant cette

preacutecision Epheacutesiens laisse le soin au lecteur de ne retenir que lattitude qui est la sienne

attitude qui explique pourquoi Paul parle finalement de ses tribulations au verset 13311

2535 La souffrance comme chemin de gloire dans la dynamique du salut

Le panorama seacutemantique de Ep 3 13 est essentiellement composeacute de trois termes

ἐγκακέω θλῖψις et δόξα Un vocabulaire diffeacuterent de celui que preacutesente lensemble de Ep

3 2-12312 Toutefois comme il a eacuteteacute montreacute dans cette eacutetude par son thegraveme et son genre

litteacuteraire Ep 3 13 ne peut ecirctre seacutepareacute de ce qui preacutecegravede pour ecirctre relieacute agrave Ep 3 14-19 qui

est une mention de priegravere En effet Ep 3 13 reprend le thegraveme de la souffrance de lapocirctre

qui a eacuteteacute eacutevoqueacute en Ep 3 1 En outre aux vv 1 et 13 Paul est le principal agent

soteacuteriologique dont les nations en sont les beacuteneacuteficiaires Les Nations entretiennent avec

Paul une relation de communion dans la souffrance dont le terme est la gloire des Nations

La souffrance de lapocirctre devient le lieu ougrave se rend preacutesent leacuteveacutenement salvifique

de Dieu pour la communauteacute de foi dans le Christ Dans la dynamique du texte les termes

δέσμιος (v 1) et δόξα (v 13) qui apparaissent respectivement comme premier et dernier

champ seacutemantique de la peacutericope montrent le parcours du teacutemoignage du serviteur de

lEvangile et du mystegravere du Christ qui va de la souffrance dun prisonnier du Christ agrave la

gloire de la communauteacute croyante

Si dans la premiegravere partie du texte (Ep 3 2-7) se trouve une insistance sur la

personnaliteacute de Paul avec lemploi de la premiegravere personne du singulier (six fois) dans la

deuxiegraveme partie (Ep 3 8-12) par contre la premiegravere personne du singulier disparaicirct apregraves

le evmoi emphatique du v 8 pour ne reacuteapparaicirctre quau v 13 en lien avec les souffrances

de celui qui a eacuteteacute preacutesenteacute comme le prisonnier du Christ (v 1) Tout se passe comme si

la souffrance eacutetait le destin final du serviteur de lEvangile

Toutefois les vv 2-7 contrastent avec cette perspective et preacutesentent la mission

de lapocirctre par rapport agrave la reacuteveacutelation du mystegravere qui donne un sens agrave ses souffrances

311 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 188 312 Ep 3 13 a eacuteteacute sujet agrave plusieurs discussions A cause du genre litteacuteraire de Ep 3 1-12 GNILKA J Der

Epheserbrief p 179 et seq et PENNA R La lettera agli Efesini p 166 relient le v 13 aux versets suivants

(Ep 3 13-19) Ceux-ci considegraverent Ep 3 12 comme la conclusion de la digression

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Cest en lien avec le mystegravere qui lui a eacuteteacute donneacute de connaicirctre au cours dune reacuteveacutelation

que les tribulations de lapocirctre deviennent pour les Nations un chemin de gloire Si Paul

a eacuteteacute fait prisonnier pour les Nations cest eacutegalement pour les Nations que la gracircce de

Dieu lui a eacuteteacute donneacutee Les tribulations ne sont donc pas un handicap mais ce qui permet

aux Nations dentendre Paul parler de la digniteacute et de la gloire qui est la leur et dentrer

par-lagrave dans le mystegravere mecircme du dessein divin313

Dans la dynamique de la lettre aux Epheacutesiens alors que ἐγκακεῖν314 et θλίψεσίν

apparaissent uniquement en Ep 3 13 δόξα apparaicirct eacutegalement en 1 6 1 12 1 14 1 17

1 18 3 16 et 3 21 Le substantif δόξα dans la lettre aux Epheacutesiens renvoie chaque fois

agrave la gloire de Dieu Ep 3 13 est lunique occurrence dans la lettre ougrave δόξα ne renvoie pas

agrave Dieu mais aux hommes et particuliegraverement aux Nations De plus en Ep 3 13 δόξα

sexprime par rapport agrave θλῖψις qui nest pas le cas dans les autres occurrences du terme

dans la lettre La gloire et la souffrance sont alors deux reacutealiteacutes concomitantes

En effet chez Paul lorsque la gloire et la souffrance sont juxtaposeacutees comme

dans le cas preacutesent il sagit dune gloire eschatologique la glorification des croyants315

La souffrance est donc une condition sine qua non pour entrer et avoir part agrave la gloire

divine En 2Cor 4 17 la souffrance du temps preacutesent est pour les messagers de la Bonne

Nouvelle une preacuteparation pour une masse eacuteternelle de gloire De mecircme les fils de Dieu

heacuteritiers de Dieu et coheacuteritiers avec le Christ souffrent avec lui pour ecirctre glorifieacutes avec

lui car les souffrances du temps preacutesent ne sont pas comparables avec la gloire qui leur

sera reacuteveacuteleacutee (Rm 8 17-18)

Toutefois si en 2Cor 4 17 et Rm 8 17-18 ceux qui souffrent sont ceux qui seront

glorifieacutes en Ep 3 13 celui qui souffre (Paul) endure la souffrance pour la glorification

des autres (les Nations) Paul souffre et les Nations seront glorifieacutees par sa souffrance316

Ce contraste semble inadmissible quand on sait que celui qui souffre est celui-lagrave mecircme

qui sera glorifieacute agrave lexception du Christ dont la souffrance est pour le salut de

lhumaniteacute317 En 2Cor 1 6 le contexte est bien proche de Ep 3 13 ougrave ceux qui souffrent

le font pour le salut et la consolation des autres Cest donc cette compreacutehension de la

souffrance de Paul par rapport agrave leffet salvifique de la souffrance du Christ pour les

313 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 189 314 Dans le Nouveau Testament le verbe ἐγκακέω apparaicirct seulement en Lc 18 1 2Cor 4 116 Ga 6 9 et

2Th 3 13 alors que le substantif θλῖψις est employeacute 45 fois et δόξα compte 166 occurences 315 LINCOLN T A Ephesians p 192 316 Ibid 317 HOEHNER H Ephesians p 493

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croyants qui est exprimeacutee en Ep 3 13 en termes de tribulations de Paul pour la gloire des

Nations318

En Ep 3 13 le pronom personnel ὑμῶν indique les beacuteneacuteficiaires de la derniegravere

action salvifique de la peacutericope qui sont les Nations Toutefois aux vv 11-12 on assiste

agrave un changement brusque de la premiegravere personne du singulier agrave la premiegravere personne du

pluriel qui salterne avec le ὑμῶν du v 13

Dans la lettre aux Epheacutesiens le passage dun pronom personnel agrave lautre est assez

freacutequent Si la premiegravere personne du singulier vise principalement lauteur de la lettre et

la deuxiegraveme personne du pluriel se dirige essentiellement aux destinataires tout le

problegraveme consiste agrave identifier ceux qui se cachent derriegravere la premiegravere personne du

pluriel Sagit-il dun nous communautaire eacutepistolaire apostolique ou personnel

traduisant un je emphatique319

Dans le contexte de Ep 3 1-13 le projet creacuteateur de Dieu (v 9) rejoint son projet

reacutedempteur (v 11) Ce projet est eacutetabli et reacutealiseacute dans le Christ et dont les croyants en

sont les beacuteneacuteficiaires La premiegravere personne du pluriel aux vv 11-12 peut ecirctre consideacutereacutee

communautaire dans le sens quil renverrait agrave la totaliteacute des croyants et non exclusivement

aux chreacutetiens dorigine juive et encore moins agrave Paul ou aux apocirctres et prophegravetes Cette

alternance de pronom personnel est aussi un indice deacutecriture remarquable qui montre la

transition dun texte qui passe de lexhortation agrave la ceacuteleacutebration commune320

Luniteacute textuelle de Ep 3 1-13 ne sachegraveve donc pas sur une note douloureuse de

la souffrance de lapocirctre Dans son style et un message deacuteconcertant et deacuteroutant Ep 3

1-3 va au-delagrave de toutes les attentes et deacutebouche sur un horizon de gloire de tous ceux qui

ont eacuteteacute beacuteneacuteficiaires de la gracircce de la reacuteveacutelation du mystegravere Ceux qui en formant lEglise

Corps du Christ par qui sera connue des principauteacutes et des puissances dans les cieux la

sagesse multiple de Dieu font deacutesormais partie du mystegravere parce que le salut est arriveacute agrave

leur porte

318 LINCOLN T A Ephesians p 192 319 CARREZ M Le nous en 2Cor p 474 et seq 320 BOUTTIER M LrsquoEpicirctre de saint Paul aux Epheacutesiens p 291

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3 Analyse de la dynamique soteacuteriologique de Dn 217-23

31 Situation geacuteneacuterale du livre

311 Une dualiteacute de langues et de styles

Dans la Bible Heacutebraiumlque321 le livre de Daniel se trouve parmi les ~ybIWtKgt (les Ecrits)

entre le livre dEsther et celui dEsdrasNeacuteheacutemie 322 Dans la Bible grecque et en

loccurrence la Septante le livre de Daniel se situe parmi les livres propheacutetiques et

notamment apregraves le prophegravete Ezeacutechiel Le texte grec y ajoute quelques parties dites

deuteacuterocanoniques323

Leacutetude du livre en geacuteneacuteral se confronte agrave un problegraveme de base qui attire lattention

du lecteur degraves le premier contact avec le texte celui de sa dualiteacute linguistique324 Le livre

commence par lheacutebreu en Dn 1 1-2 4a Dans la deuxiegraveme moitieacute de Dn 2 4 le texte

change brusquement de lheacutebreu pour larameacuteen de Dn 2 4b-728 Au deacutebut du chapitre

8 le texte renoue avec lheacutebreu de Dn 81-12 13 Cette dualiteacute linguistique qui ne

321 Pour notre eacutetude nous nous servons du texte massoreacutetique (TM) de la Biblia Heacutebraica Stuttgartensia

(BHS) Il est difficile de suivre le texte de la Septante (LXX) dans la mesure ougrave les divers termes employeacutes pour traduire principalement les termes hlGgt et ידע (ainsi que dautres termes importants de luniteacute textuelle)

font perdre la speacutecificiteacute de la reacuteveacutelation divine comme nous le montrerons au moment opportun Toutefois

pour appronfondir lanalyse des comparations seront faites en temps et lieu avec le texte de la Septante et

celui de Theacuteodotion (TH) 322 La question serait ici celle de savoir pourquoi Daniel navait-il pas eacuteteacute classeacute parmi les prophegravetes Il est

reconnu par la majoriteacute des commentateurs que la situation du livre dans la Bible Heacutebraiumlque nest pas une

preuve quil na pas eacuteteacute consideacutereacute comme un eacutecrit purement propheacutetique mais plutocirct quau moment de son

apparition le corpus propheacutetique de la Bible Heacutebraiumlque eacutetait deacutejagrave constitueacute Cf DELCOR M Le livre de

Daniel p 9 et seq 323 La LXX et TH ajoutent au TM les chapitres 13 et 14 ainsi que la section 3 24-90 Toutefois le texte de

la LXX diffegravere eacutenormeacutement de celui de TH qui est plus proche du TM Ces diffeacuterences ont eacuteteacute agrave lorigine

de plusieurs deacutebats qui ont ameneacutes les critiques a jeteacute un discredit sur le texte danieacutelique de la LXX qui a

finalement eacuteteacute abandonneacute par lEglise au profit de TH dans les premiers siegravecles Cf GRELOT P Les

versions grecques de Daniel p 381 et seq 324 Le problegraveme de la dualiteacute linguumlistique du livre de Daniel a eacuteteacute largement deacutebattu et ne trouve pas de

concensus parmi les auteurs Pour leacutetat de la question voir COLLINS J J Daniel p 2 et seq

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correspond pas agrave la dualiteacute stylistique du livre pose ineacutevitablement le problegraveme de lauteur

du livre qui engendre celui de la date de composition et luniteacute litteacuteraire du livre325

Dans la Bible heacutebraiumlque le livre de Daniel se divise en deux parties326 Les

chapitres 1-6 sont des reacutecits dont Daniel agrave la troisiegraveme personne du singulier est le heacuteros

Par contre les chapitres 7-12 sont des visions dont Daniel agrave la premiegravere personne du

singulier est le beacuteneacuteficiaire Le passage des reacutecits aux visions marque aussi le passage de

la premiegravere agrave la troisiegraveme personne en ce qui concerne le personnage de Daniel327 Le

chapitre 7 est consideacutereacute comme la charniegravere centrale du livre Par larameacuteen auquel il est

eacutecrit Dn 7 se rattache au cycle narratif de Dn 2 4b-6 29 et par son genre litteacuteraire et son

contenu il appartient au cycle des visions apocalyptiques des chapitres 8-12328

312 Situation de Dn 2 17-23 dans lensemble du livre

Le peacutericope de notre eacutetude Dn 2 17-23 se trouve preacuteciseacutement en Dn 2 dans la

partie arameacuteenne du livre Pourtant cette partie arameacuteenne preacutesente une structure

concentrique qui commence et sachegraveve par un horizon relatif agrave quatre empires

mondiaux329 Le lien entre les chapitres 2 et 7 est assez eacutevident En Dn 2 31-45 il sagit

du recircve du roi Nabuchodonosor raconteacute par Daniel et suivi de son interpreacutetation De

mecircme en Dn 7 2-1823-7 il sagit de la vision des quatre becirctes de Daniel et suivie de son

interpreacutetation

Par ailleurs le style apocalyptique de Dn 7 est parfois souligneacute au deacutetriment de

Dn 2 Pourtant tout comme en Dn 7 les pheacutenomegravenes mentionneacutes ne manquent pas en Dn

2 ougrave il sagit eacutegalement dun songe qui transmet une reacuteveacutelation (Dn 2 26-29) se deacuteroulant

325 Pour leacutevolution de la discussion sur luniteacute litteacuteraire de loeuvre ainsi que les diffeacuterentes positions voir

LACOCQUE A Daniel et son temps p 45 et seq AZZAM J Daniel ou le deacutechiffrement drsquoune

souffrance devenue excessive p 12 et seq GINSBERG H L The Composition of the Book of Daniel

p 246 et seq 326 Cette division bipartite est presque unanimement reconnue par les commentateurs et exeacutegegravetes 327 Dans les chapitres 7-12 lexception est faite en 10 1 ougrave Daniel est preacutesenteacute agrave la troisiegraveme personne contrairement agrave lusage de la premiegravere personne dans cette partie du livre 328 COPPENS J Le livre de Daniel et ses problegravemes p 2 329 LENGLET A La structure litteacuteraire de Daniel 2-7 p 170 En identifiant la structure de Dn 2-7

LENGLET A La structure litteacuteraire de Daniel 2-7 p 171 et seq place au centre de la partie arameacutenne

les chapitres 4-5 quil considegravere comme uniteacute de la symeacutetrie concentrique de cette partie du livre Dun cocircteacute

comme de lautre les chapitres traitant le mecircme thegraveme chacune en sa maniegravere sont mis en parallegravele Les

chapitres 2 et 3 dun cocircteacute sont respectivement mis en parallegraveles avec les chapitres 7 et 6 de lautre Toutefois

Dn 2 tout comme les autres reacutecits de la premiegravere partie du livre nest pas apocalyptique mais contient des

eacuteleacutements qui la preacuteparent comme il sera montreacute dans lapproche eschatologique du prochain chapitre

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dans un monde supra-historique plein de symboles purement apocalyptiques et causant la

peur et la frayeur330 De mecircme tout comme la partie arameacuteenne le texte heacutebreu de Daniel

preacutesente une structure concentrique qui met en parallegravele Dn 1 avec Dn 10-12 Dn 2 et 9

et Dn 8 se preacutesente comme le centre de la section heacutebraiumlque331

Le chapitre 2 de la section arameacuteenne et plus preacuteciseacutement la peacutericope de Dn 2

17-23 a des liens eacutevidents avec la partie heacutebraiumlque notamment pour ce qui est de la priegravere

de Daniel que lon retrouve non seulement en Dn 2 17-23 et 6 10-11 mais aussi en Dn 9

3-19 et 10 12 Alors quen Dn 2 la priegravere de Daniel et son discours soulignent lincapaciteacute

des hommes agrave deacutecouvrir ce que Dieu seul peut reacuteveacuteler (Dn 2 20-2327-28) en Dn 9 la

priegravere de Daniel est une critique de linfideacuteliteacute de son peuple (9 14-19)332

Plusieurs points de contacts relient eacutegalement Dn 2 au reste des reacutecits contenus

dans la section arameacuteenne la liste des sages en Dn 2 2 et 4 4 la formule de salutation

au roi en Dn 2 4b et 3 9 la demande du recircve et de son interpreacutetation en Dn 2 5-7et 4 6

La grandeur de Dieu qui fait et deacutefait les rois (Dn 2 21 4 14 et 5 20) Le thegraveme du

mystegravere preacutesent en Dn 2 et Dn 4 6333

A partir de son genre litteacuteraire et son eacutepoque de reacutedaction Dn 2 se preacutesente comme

une reacuteponse de lauteur sacreacute agrave langoisse de lacircme juive fasse au paganisme mondial qui

seacutevit agrave travers la succession des empires334 Il est vrai que Dn 2 et les autres reacutecits de la

premiegravere partie du livre ont joueacute un rocircle fondamental agrave leacutepoque maccabeacuteenne lors de la

perseacutecution dAntiochus IV Epiphane335 Les principaux points de Dn 2 qui se retrouvent

330 LENGLET A ldquoLa structure litteacuteraire de Daniel 2-7rdquo p 181 331 MILLER J ldquoThe Redaction of Danielrdquo p 122 En effet agrave partir de lusage de la formule ומשכילים et

en 1 417 et 11 3335 LACOCQUE A Daniel en son temps p 10 et seq y voit une inclusio entre והשכל

Dn 1 et Dn 11-12 Par contre MILLER J ldquoThe Redaction of Danielrdquo p 121 eacutetend cette inclusio de Dn 1

et Dn 11-12 agrave Dn 1 et Dn 10-12 agrave partir des similitudes entre Dn 1 et 10 sur les questions de boissons et

nourritures en Dn 1 581216 et 103 332 MILLER J Op cit p 122 333 GOLDINGAY J Daniel p 37 et seq deacuteveloppe ces points de contacts et montre eacutegalement les points

de contact entre Dn 2 et les autres textes de lAncien Testament notamment avec Gn 11 1-9 Pr 9 10-11

Ps 8 6-8 Jr 27 5-7 Jb 28 1-2 1Chr 22 14-16 Is 40--48 334 DELCOR M Le livre de Daniel p 87 Il ny a pas de doute sur le genre apocalyptique du livre de

Daniel qui est presque unanimement reconnu par les commentateurs Toutefois la division du livre en reacutecits

et visions a souvent poseacute le problegraveme du genre litteacuteraire de la premiegravere partie du livre Pour LACOCQUE

A Daniel et son temps p 50 les reacutecits sont des Haggadocirct et les visions des apocalypses Dans son ouvrage KLOCH K Das Buch Daniel p 88-91 preacutesente quelques genres litteacuteraires (tels la leacutegende le roman le

midrash le reacutecit de court) quil applique aux reacutecits Pour COLLINS J J Daniel p 42 Dn 1-6 correspond

mieux aux reacutecits de cour Pour dautres genres qui ont eacuteteacute proposeacutes voir AZZAM J Daniel ou le

deacutechiffrement drsquoune souffrance devenue excessive p 16 et seq 335 La plupart dauteurs situent la reacutedaction finale du livre ainsi que sa deuxiegraveme partie (Dn 7-12) agrave leacutepoque

macabeacuteenne entre 167-164 avant Jeacutesus-Christ les reacutecits (Dn 1-6) contiennent des traditions plus anciennes

dont quelques unes peuvent remonter agrave leacutepoque perse Le recueil haggadique pourrait remonter grosso

modo au milieu du IIIe siegravecle Toutefois pour linterpreacutetation traditionnelle que les traditionalistes

continuent agrave deacutefendre la reacutedaction du livre remonte agrave lempire neacuteobabylonien (606-539) et aux deacutebuts de

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pratiquement au cœur de Dn 2 17-23 sont de grande relevance durant la peacuteriode

maccabeacuteenne En effet linterpreacutetation du recircve qui montre limmanence de la fin de

lhistoire et la victoire de Daniel sur les sages de Babylone est lexpression de la

supeacuterioriteacute du Dieu des Juifs sur toute sagesse humaine336

Le contexte de reacutedaction de ce chapitre et donc lintention de lauteur serait-il

bien anteacuterieur agrave cette situation maccabeacuteenne Cest bien ce qui ressort dans le deacutebat sur

lhistoire de la composition du livre agrave propos de la situation des Juifs en terre eacutetrangegravere

Cest alors agrave partir de la conviction de la souveraineteacute de Dieu qui controcircle les

eacuteveacutenements que lhistoire doit servir agrave deacutefinir un paradigme et un style de vie pour les

Juifs de la diaspora337 Mecircme si le contexte historique est celui dans lequel les Juifs et les

Nations vivaient cocircte agrave cocircte dans la diaspora338 sans aucune oppression ouverte la

situation neacutetait pas aussi aiseacutee quelle puisse paraicirctre Comment vivre authentiquement le

judaiumlsme au milieu des nations paiumlennes et idolacirctres tout en se mettant au service des rois

eacutetrangers

313 Une expeacuterience de reacutesistance en terre eacutetrangegravere

Le judaiumlsme du peuple juif et lidolacirctrie des nations sont deux tendances

religieuses diameacutetralement opposeacutees et ne font pas bon meacutenage Mais aussi un brassage

eacutetroit avec les forces culturelles eacutetrangegraveres agrave tous les niveaux de la vie et une interaction

complegravete avec le milieu paiumlen pouvaient entraicircner quelques hostiliteacutes envers les juifs dans

le veacutecu de leur identiteacute culturelle et religieuse339 En ce sens Dn 2 et les autres reacutecits

peuvent ecirctre lus dans la perspective dune litteacuterature de reacutesistance

Fidegraveles agrave leurs traditions religieuses et culturelles les juifs expriment leur identiteacute

non pas dans une totale assimilation des us et coutumes des nations eacutetrangegraveres mais agrave

travers un processus de reacutesistance passive340 Il sagit dune reacutesistance qui ne souvre pas

agrave la reacutevolte mais qui est vue dans le sens dune nouvelle compreacutehension de la relation

la domination perse (539-535) Cf COPPENS J Le livre de Daniel et ses problegravemes p1 LACOCQUE

A Daniel et son temps p 44 COLLINS J J The Court-Tales in Daniel and the Development of

Apocalyptic p 234 336 DAVIES P R Daniel Chapter two p 395 337 HUMPHREYS W L A Life-Style for Diaspora A Study of the Tales of Esther and Daniel p 222 338 DAVIES P R Op cit p 396 339 HUMPHREYS W L Op cit p 222 340 KIM J Y Doxology as the Rhetoric of Resistance in the Aramaic Tales of Daniel 2-6 p 75

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entre les juifs et leur Dieu sous la domination eacutetrangegravere341 La question de fond est donc

aussi celle de lidentiteacute juive qui est fondamentalement lieacutee agrave la notion de diviniteacute Il est

clair que le monotheacuteisme juif nest pas agrave comparer avec le polytheacuteisme des nations

eacutetrangegraveres Le Dieu des juifs est strictement supeacuterieur aux autres dieux

Ainsi donc les reacutecits de Dn 1-6 sont agrave la fois les reacutecits dune reacutesistance spirituelle

et culturelle qui implique le besoin dune reneacutegociation de lidentiteacute juive en terre

eacutetrangegravere342 Le juif de la diaspora est en quelque sorte deacutechireacute en lui-mecircme Comment

rester fidegravele agrave lalliance avec son Dieu et servir le pouvoir temporel auquel il se trouve

soumis Chaque reacutecit de Dn 1-6 cherche alors agrave explorer une dimension ou lautre de cette

neacutegociation complexe didentiteacute et dobligation dans le rapport entre Dieu et lempire343

Pourtant Dn 1-6 nest pas un recueil des faits historiques et il ne faut pas chercher

dans ces reacutecits une chronologie exacte des eacuteveacutenements historiques Celui qui est appeleacute

roi Balthazar (Dn 5 2) et preacutesenteacute comme fils du roi Nabuchodonosor na jamais eacuteteacute le

fils de ce dernier Darius le Megravede est tout simplement inconnu des historiens344 Ces

problegravemes historiques montrent que les reacutecits de Dn 1-6 doivent ecirctre lus non pas dans le

sens dune chronique mais dune satire345 A travers les lentilles de la satire ces reacutecits

doivent ecirctre lus comme une expeacuterience de reacutesistance aux souverains eacutetrangers346

3 2 Composition litteacuteraire de Dn 2

321 Preacutelude litteacuteraire de Dn 1

Le bref reacutecit de la destruction de Jeacuterusalem et la captiviteacute juive en Dn 1 1-2 sert

non seulement agrave faire le lien entre le livre de Daniel et le cadre de lalliance contenu dans

le deuxiegraveme livre des Rois et la propheacutetie de Jeacutereacutemie mais aussi agrave mettre au premier plan

341 Ibid p 75 342 SMITH-CHRISTOPHER D L Prayers and Dreams p 271 343 PORTIER-YOUNG A ldquoLanguages of Identity and Obligationrdquo p 111 344 COPPENS J Le livre de Daniel et ses problegravemes p 2 et seq 345 EDELMAN D The Origins of the Second Temple p 13 346 DAVIES P R Daniel in the Lions Den p 160-178 Voir aussi MILLS M E Household and

Table p 410

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la relation entre le pouvoir de Nabuchodonosor sur les juifs et la toute-puissance de Dieu

agrave la fois sur les juifs et sur Nabuchodonosor lui-mecircme347

En effet Dn 1 souvre sur une offensive du roi de Babylone qui assiegravege Jeacuterusalem

et enlegraveve le roi Joaquim Cette offensive de la ville sainte inclus une attaque du lieu sacreacute

ougrave le roi babylonien vide le temple du saint dIsraeumll et amegravene les objets sacreacutes pour les

deacuteposer dans le treacutesor de ses dieux (Dn 1 1-2) La premiegravere apparition de Daniel se trouve

en Dn 1 6 parmi les enfants de la cour destineacutes agrave recevoir une eacuteducation selon les

recommandations du roi Cette premiegravere apparition de lenfant juif dans la cour royale

met en scegravene la premiegravere reacutesistance de celui qui sera reconnu comme le heacuteros des reacutecits

En Dn 1 7 on assiste agrave un changement de nom non seulement par rapport agrave Daniel

qui sappellera deacutesormais Baltasar mais aussi de ses compagnons Ananias qui deviendra

Shadrak Misaeumll qui sera appeleacute Meshak et Azarias qui prendra le nom de Abed Nego Ce

changement de nom se fait sans aucune reacuteaction de la part des quatre enfants dIsrael

Leur nom juif en lien avec leur dimension religieuse de la relation avec le Dieu dIsraeumll

est totalement changeacute par des noms eacutetrangers en relation avec les dieux babyloniens

Toutefois devant les prescriptions alimentaires qui leur sont donneacutees Daniel reacuteagit en

manifestant son refus de ne pas se souiller en prenant part au mets du roi et au vin de sa

table (Dn 1 8)

Ce dialogue entre le conseiller du roi et le jeune Daniel est marqueacute par le jeu de la

triple preacutesence de וישם qui donne un rythme en Dn 1 7-8 et met en eacutevidence la diffeacuterence

culturelle des deux univers dans lesquels se trouvent les deux personnages La reacutepeacutetition

de ce verbe souligne le contraste entre la vision du monde babylonien et celle dIsraeumll en

mettant laccent sur la reacutesistance de Daniel face agrave une assimilation de la vision du monde

babylonien348

Aux quatre fils dIsraeumll Dieu donna la sagesse et combla Daniel de la gracircce de

discerner les visions (חזון) et les songes (חלום) (Dn 1 17) Cet aspect des songes sera

particuliegraverement deacuteveloppeacute en Dn 2 agrave travers le songe de Nabuchodonosor qui mettra en

exergue la sagesse de Daniel dont Dieu lui-mecircme en est la source

347 PORTIER-YOUNG A ldquoLanguages of Identity and Obligationrdquo p 108 348 Ibid p 109

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322 Le recircveinterpreacutetation comme motif litteacuteraire

Alors que Dn 1 place le jeune Daniel et ses compagnons agrave la cour royale sous les

ordres du roi Nabuchodonosor Dn 2 agrave travers la sagesse du jeune juif montre la

souveraineteacute du Dieu de Daniel source de toute sagesse sur le roi Nabuchodonosor Le

contexte nest donc pas celui dun conflit qui oppose Daniel au roi et aux sages de

Babylone Ni dun conflit ouvert entre le Dieu de Daniel et les dieux babyloniens Il sagit

dun conflit entre le Dieu de Daniel et le roi Nabuchodonosor qui deacutebouchera finalement

sur la supeacuterioriteacute du Dieu dIsraeumll sur les dieux babyloniens349

Pour deacutevelopper ce thegraveme de la souveraineteacute du Dieu dIsraeumll Dn 2 se sert alors

du motif de recircve-interpreacutetation pour montrer la supeacuterioriteacute du Dieu de Daniel350 comme

thegraveme central de tout le chapitre et des autres reacutecits Limportance de ce motif de recircve-

interpreacutetation est marqueacutee par la freacutequence du terme פשר en Dn 2 et dans les autres

reacutecits351 Toutefois malgreacute sa grande freacutequence en Dn 2 le terme napparaicirct pas du tout

dans la section de Dn 2 17-23 et sera remplaceacute par dautres termes qui seront analyseacutes

dans la suite cette eacutetude

Mais si le roi avait besoin de savoir la signification de son recircve pourquoi ne

lavait-il pas raconteacute agrave ses devins et magiciens pour en recevoir linterpreacutetation comme

ceacutetait le cas en Meacutesopotamie352 Le roi avait-il oublieacute son recircve ou voulait-il mettre ses

conseillers agrave leacutepreuve353 pour avoir enfin confiance en leur interpreacutetation354 Toujours

est-il que dans la dynamique du reacutecit cet eacuteleacutement perturbateur creacutee une tension en placcedilant

les conseillers du roi devant lincapaciteacute de reacutesoudre leacutenigme Le dialogue entre le roi et

349 DAVIES P R Daniel Chapter Two p 396 Cet auteur deacutecrit la situation de non hostiliteacute entre Daniel

le roi et les sages de Babylone en montrant lintention de Daniel dinterpreacuteter le recircve du roi montrer au roi les intentions de son coeur (2 30) et sauver la vie des sages de Babylone (2 24) Mais labsence de conflit

ou de guerre nest pas toujours synonyme dune veacuteritable situation de paix 350 KIM J Y Doxology as the Rhetoric of Resistance in the Aramaic Tales of Daniel 2-6 p 120 351 Le terme פשר apparaicirct en 2 456 (2x)7916242526303645 434615 (2x)16 (2x)21 5 78

(2x)12 (2x) 15 (2x)16 (2x) 26 716 352 Sur la question de la pratique des recircves et leur interpreacutetation en Meacutesopotamie Cf OPPENHEIM L A

The Interpretation of Dreams in the Ancient Near East p 217 et seq 353 Pour dautres le roi voulait mettre ses conseillers agrave leacutepreuve Cf COLLINS J J Daniel p 156 354 Cest certainement dans ce sens quil faudrait comprendre lattitude du roi en lien avec Dn 2 9b ougrave le roi

se deacutetermine agrave croire agrave linterpreacutetation de ses conseillers si ceux-ci lui rapporte le recircve Cf GINSBERG H

L The Legends of the Jews IV p 327

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ses conseillers (Dn 2 1-12) entre dans une crise qui deacutebouche sur le deacutecret de lexeacutecution

des sages de Babylone et favorise ainsi lentreacutee de Daniel sur la scegravene355

323 Les lieux public et priveacute comme cadre litteacuteraire

La situation de crise entre le roi et ses conseillers est une preacuteparation du succegraves de

Daniel dans la suite du reacutecit ougrave laction du jeune juif se deacuteroulera sur deux grands fronts

le domaine public et le domaine priveacute Dans le domaine public ougrave il est appeleacute agrave avoir du

succegraves en terre eacutetrangegravere Daniel agit devant lautoriteacute de Babylone en tant que devin

babylonien356 Dans le domaine priveacute Daniel agit comme un juif de la diaspora en

maintenant son alleacutegeance religieuse en terre eacutetrangegravere357 pour recevoir de son Dieu la

reacuteveacutelation et la sagesse dont il a besoin Le lieu priveacute a donc une importance fondamentale

dans le succegraves du jeune juif agrave la cour royale

En dautres termes Daniel entre en scegravene comme protagoniste de laction

salvifique de Dieu non seulement pour lui et ses compagnons mais aussi pour les sages

de Babylone En eacutetant lui-mecircme beacuteneacuteficiaire de la reacuteveacutelation divine Daniel devient

protagoniste du deacuteploiement de la gracircce divine au milieu des nations eacutetrangegraveres

Toutefois Dieu lui-mecircme sera le protagoniste principal qui tiendra en son pouvoir le

controcircle des eacuteveacutenements de lhistoire

355 En Dn 2 13 Daniel et ses compagnons sont compteacutes parmi les sages qui seront exeacutecuteacutes selon le deacutecret

du roi FEWELL D N Circle of Sovereignty p 24 et SEOW C L Daniel p 37 suggegraverent que Daniel

eacutetait encore en cours dinitiation 356 KIM J Y Doxology as the Rhetoric of Resistance in the Aramaic Tales of Daniel 2-6 p 125 357 Ibid

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33 Un aperccedilu de la structure du texte

331 Structure et dynamique interne de Dn 2

Le deacutenouement du reacutecit atteint son point culminant dans la profession de foi du

roi comme signe de reconnaissance de la souveraineteacute du Dieu de Daniel comme eacutetant le

Dieu de tous les dieux le maicirctre des rois et le reacuteveacutelateur des mystegraveres (Dn 2 47) Cette

souveraineteacute de Dieu est particuliegraverement souligneacutee dans la section centrale en Dn 2 17-

23 qui situe Daniel et ses compagnons dans le domaine priveacute dans un climat de priegravere

ougrave Daniel reccediloit la reacuteveacutelation du mystegravere

Cette section centrale se trouve au cœur de la structure concentrique de Dn 2 qui

peut ecirctre ainsi scheacutematiseacute358

A Recircve troublant de Nabuchodonosor qui convoque ses conseillers (2 1-2)

B Dialogue du roi et des sages incapables de deacutecouvrir le recircve (2 3-12)

C Rencontre de Daniel et Aryock (2 13-16)

D Mystegravere reacuteveacuteleacute agrave Daniel et compagnons en priegravere (2 17-23)

C Rencontre de Daniel et Aryock (2 24-25)

B Dialogue du roi et Daniel qui deacutecouvre et reacutevegravele le recircve (2 26-47)

A Reconnaissance et gratitude du roi envers Daniel (2 48-49)

358 Nous nous basons sur la structure proposeacutee par PRINSLOO G T M Two Poems in a Sea of Prose The Content and Context of Daniel 220-23 and 627-28 p 98 agrave laquelle nous apportons quelques

modifications Prinsloo preacutesente la structure de Dn 2 de la faccedilon suivante Introduction (21) Le roi et ses

courtisans (22-12) Daniel et Aryock (213-16) Daniel et ses compagnons en priegravere (217-23) Daniel et

Aryock (224-25) Le roi et Daniel le sage courtisan (226-47) Le reacutesultat (228-49) La Structure proposeacutee

par KIM J Y Doxology as the Rhetoric of Resistance in the Aramaic Tales of Daniel 2-6 p 133 se base

eacutegalement sur celle de Prinsloo en apportant les modifications suivantes 21 22-13 214-16 217-23

224-25 226-45 et 246-49 Ces modifications selon Kim prennent en compte la preacutesence de la particule arameacuteenne aux vv 14 et 46 qui repreacutesente un terme de transition en arameacuteen Pourtant uniquement אדין

en Dn 2 cette particule apparaicirct eacutegalement aux vv 14151719(2x)25354648 En effet selon MARGAIN J Les particules dans le Targum samaritain de Genegravese-Exode p 21 la particule אדין est attesteacutee dans

larameacuteen de lempire et couramment employeacute dans les documents de la Mer morte comme eacutequivalent de

lheacutebreu za (alors) Cette particule disparaicirct progressivement de la langue targumique La structure proposeacutee

par COLLINS J J Daniel p 152 se preacutesente ainsi Introduction (21) dialogue entre le roi et les sages

(22-12) lintervention de Daniel (213-16) la reacuteveacutelation agrave Daniel (217-24) le dialogue de Daniel avec le

roi (225-45) et la conclusion (246-49) Il est agrave noter que dans sa premiegravere preacutesentation de la structure de

Dn 2 Collins mettait ensemble les vv 1-2 comme introduction Cf COLLINS J J Daniel p 152 note 1

PLOumlGER O Das Buch Daniel p 47-54 propose la division suivante 2 1-13 214-24 225-45 et 246-

49

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Le reacutecit de Dn 2 commence par la narration du recircve de Nabuchodonosor dont

lesprit est troubleacute Le roi fait alors appel agrave ses devins et magiciens pour en avoir

lexplication Cette preacutesentation A est une introduction du reacutecit qui trouve sa conclusion

en A ougrave le roi se trouve satisfait et manifeste sa gratitude envers Daniel Le reacutecit qui a

commenceacute aux deux premiers versets par une narration se termine aux deux derniers

versets par une autre narration Si A et A peuvent ainsi ecirctre mis en parallegravele sur le plan

de la narration il en va de mecircme sur le plan du problegraveme poseacute et du reacutesultat obtenu

La partie A donne suite agrave la partie B par lexpression en 2 3 ויאמר להם המלך (le roi

leur dit) qui inaugure le dialogue entre le roi et ses conseillers qui ont eacuteteacute anteacuterieurement

convoqueacutes dans la narration Mais le dialogue entre le roi et ses conseillers se solde sur

une situation de crise devant lincapaciteacute de ces derniers de deacutecouvrir le recircve et son

interpreacutetation Furieux le roi ordonne de faire peacuterir tous les sages de Babylone Cette

partie B trouve son parallegravele en B ougrave Daniel dans son dialogue avec le roi reacuteussit agrave

deacutecouvrir le recircve du roi et agrave lui reacuteveacuteler son interpreacutetation

Si les sages du roi ont eacuteteacute incapables de trouver le recircve et den donner son

interpreacutetation dans la partie B cest tout le contraire qui se produit en B avec le jeune juif

de la cour royale En utilisant le verbe hlGgt en 2 47 pour deacutecrire les actions reacuteveacutelatrices de

Dieu et de Daniel Nabuchodonosor reconnaicirct lunique action de Dieu et la speacutecificiteacute du

rocircle joueacute par Daniel par rapport aux autres sages de Babylone359 Une fois le deacutecret

promulgueacute de tuer les sages de Babylone la partie B donne suite agrave la partie C ougrave Daniel

et ses compagnons sont eacutegalement rechercheacutes pour ecirctre exeacutecuteacutes Cest dans ce cadre quagrave

lieu la rencontre de Daniel avec lexeacutecuteur Aryock qui lui reacutevegravele les motifs du deacutecret

royal

Le personnage dAryock est le veacutehicule par lequel les babyloniens entrent dans les

coulisses et celui qui en mecircme temps conduit Daniel agrave leur place360 Cest ainsi que la

partie C de la rencontre entre Daniel et Aryock en route pour exeacutecuter le deacutecret royal de

la mise agrave mort des sages trouve sa reacutesonnance en C dans la nouvelle rencontre des deux

personnages ougrave Daniel sinterpose contre le projet de faire peacuterir les sages de Babylone

En effet dans la dynamique du texte apregraves sa premiegravere rencontre avec Aryock

Daniel sen alla demander au roi un deacutelai pour lui permettre dinterpreacuteter son recircve Cest

alors apregraves cette demande aupregraves du roi que Daniel se retira chez lui agrave la rencontre de ses

359 MEADOWCROFT T J Aramaic Daniel and Greek Daniel p 178 360 FEWELL D N Circle of Sovereignty p 53

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compagnons Cest dans ce cadre priveacute que le mystegravere lui fut reacuteveacuteleacute dans une vision

nocturne Dans cette section centrale se trouve le cœur du message contenu en Dn 2 agrave

savoir la souveraineteacute de Dieu qui deacutetient le controcircle des eacuteveacutenements de lhistoire Un

message qui est dailleurs proclameacute par le roi agrave la fin de sa rencontre avec Daniel en 2

47

332 Luniteacute litteacuteraire en question

Il est vrai que des problegravemes reacutedactionnels tels que des additions et reacutepeacutetitions

des doublets et contradictions ont eacuteteacute identifieacutes dans le corpus litteacuteraire de ce chapitre361

Toutefois ces difficulteacutes nempecircchent pas dadmirer le deacuteveloppement progressif de

lensemble du reacutecit depuis lentreacutee en scegravene des sages babyloniens jusquagrave celle de Daniel

dont la propheacutetie est le point culminant du reacutecit362 Sans entrer dans les discussions sur

les problegravemes reacutedactionnels ce qui nest pas le but de notre eacutetude nous voyons dans la

suite logique du reacutecit une uniteacute litteacuteraire de lœuvre dans sa reacutedaction finale centreacutee sur

la personnaliteacute de Daniel363

Cette uniteacute litteacuteraire se fait eacutegalement remarquer dans le rapport qui existe entre

Dn 2 17-23 et le reste du chapitre Le manque dunanimiteacute sur la deacutelimitation du texte dit

additionnel (vv 13145-23) en est encore une preuve La terminologie employeacutee dans

cette section est bien celle qui se trouve dans lensemble du chapitre Lorsque Daniel

demande un deacutelai au roi au v 16 il soffre agrave deacutecouvrir (להחויה) linterpreacutetation de son recircve

361 Certains critiques ont consideacutereacute les vv 13-23 comme une addition Cf DAVIES P R Daniel p 45 et

seq DAVIES P R Daniel Chapter Two p 393 et seq HARTMAN L F DI LELLA A A The Book

of Daniel p 139 Dautres considegraverent le mateacuteriel additif plutocirct aux vv 14-23 Cf LACOCQUE A Le livre

de Daniel p 46 PORTEOUS N W Daniel p 42 Dautres encore considegraverent le mateacuteriel additif agrave partir

des vv 15-23 Cf SEGAL M From Joseph to Daniel p 142 Ces difficulteacutes sont ducirces agrave la contradiction

eacutevidente entre le v 16 ougrave Daniel se preacutesente lui-mecircme chez le roi lui demandant un deacutelai pour deacutecouvrir

linterpreacutetation de son recircve et le v 24 ougrave Daniel se rend plutocirct chez Aryock pour que celui-ci lintroduise

devant le roi La difficulteacute serait surmonteacute si le v 24 faisait directement suite au v 13 Par ailleurs les eacuteveacutenements de Dn 2 ont lieu agrave la deuxiegraveme anneacutee du regravegne de Nabuchodonosor (Dn 2 1) alors quen Dn 1

518 Daniel et ses compagnons avaient deacutejagrave passeacute trois ans agrave la cour du roi Ceci suppose eacutegalement que le

roi selon le chapitre 1 connaissait deacutejagrave Daniel alors que celui-ci est preacutesenteacute devant le roi au chapitre 2

comme un eacutetranger Comment peut-on expliquer ces incoheacuterences Sans avoir lintention de reacutesoudre le

problegraveme ni de laggraver MEADOWCROFT T J Aramaic Daniel and Greek Daniel p 162 et seq

souligne que dans la narration tout comme dans le reacutecit biblique le temps chronologique reacuteel et le temps

narratif ne doivent pas toujours ecirctre strictement assimileacutes 362 DELCOR M Le livre de Daniel p 72 363 AZZAM J Daniel ou le deacutechiffrement drsquoune souffrance devenue excessive p 16

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Dans le dialogue du roi avec ses devins et magiciens la question centrale est celle de

deacutecouvrir linterpreacutetation du recircve tout comme dans le dialogue du roi avec Daniel

Dn 2 13-23 est marqueacutee par la seacutequence du substantif פשר qui se retrouve

eacutegalement dans lensemble du chapitre et plus particuliegraverement employeacute en lien avec le

verbe hwx Cette uniteacute se fait encore remarquer dans le deacuteveloppement progressif du reacutecit

agrave travers le dialogue entre les diffeacuterents personnages Alors que le roi utilise

indistinctement le verbe hwx en lien avec le substantif פשר et le couple חלם et רפש les sages

de Babylone et Daniel nutilisent jamais ce verbe en lien avec le substantif חלם

Dans le dialogue du roi avec les sages de la cour tous les emplois du verbe ידע ont

pour destinataire le roi tout comme dans le dialogue de celui-ci avec Daniel Dans leur

dialogue avec le roi les sages nemploient jamais le verbe ידע qui est uniquement placeacute

dans la bouche du roi et dirigeacute aux sages comme sujets de la connaissance cest-agrave-dire

ceux qui feraient connaicirctre au roi son recircve et son interpreacutetation Le verbe ידע est employeacute

ici en lien avec חלם et פשר

Par contre dans son dialogue avec le roi Daniel a une conception totalement

diffeacuterente et le choix des verbes lorsquil fait allusion agrave linterpreacutetation et agrave la reacuteveacutelation

reflegravete cette faccedilon de voir364 Dans la section du dialogue du roi avec Daniel lunique

emploi de ידע qui est placeacute dans la bouche du roi est dirigeacute agrave Daniel comme eacutetant celui

qui pourra faire connaicirctre au roi son recircve et son interpreacutetation Toutefois toutes les autres

occurrences du verbe ידע dans cette section du dialogue apparaissent dans le discours de

Daniel ayant Dieu comme sujet du verbe celui qui fait connaicirctre au roi ce qui doit arriver

Le verbe ידע prend une connotation particuliegravere dans le sens de la reacuteveacutelation dont Dieu

est lui-mecircme le sujet

En outre pour Daniel le Dieu qui fait connaicirctre en donnant la connaissance est

aussi le Dieu qui reacutevegravele le mystegravere Dans le discours de Daniel le verbe דעי sexprime non

seulement en lien avec le verbe hlGgt mais aussi avec le terme qui ont tous les trois Dieu רז

comme sujet Alors quau vv 24 et 27 Daniel emploie le verbe hwx en lien avec lactiviteacute

des sages et de devins de Babylone aux vv 28 29 et 30 le langage du jeune juif change

en fonction de lactiviteacute divine de la reacuteveacutelation des mystegraveres365

En Dn 2 17-23 objet de notre eacutetude et section centrale du chapitre en plus du

substantif פשר qui y est totalement absent le verbe hwx ny apparaicirct pas non plus Dans

364 MEADOWCROFT T J Aramaic Daniel and Greek Daniel p 178 365 Ibid

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lordre de la reacuteveacutelation divine cette section est le lieu par excellence de lenjeu des termes

hlGgt ידע et רז dans la dynamique du reacutecit Cest dans cette section quapparaissent pour la

premiegravere fois les termes hlGgt et qui vont devenir deacutecisif dans la suite du reacutecit Le verbe רז

hlGgt est particuliegraverement utiliseacute en fonction de רז mais aussi par rapport agrave ידע dans le cadre

de la reacuteveacutelation divine

333 Uniteacute textuelle de Dn 2 17-23

3331 Traduction et eacuteleacutements de critique textuelle

Eucirct eacutegard agrave tout ce qui preacutecegravede il nest donc pas judicieux de consideacuterer les vv

13-23 comme eacutetant un mateacuteriel secondaire366 Dans ces versets se trouve le cœur du

message sur la souveraineteacute de Dieu deacuteveloppeacute dans lensemble du chapitre Il importe agrave

preacutesent de poser le regard sur cette section centrale pour deacutecrire son dynamisme et en

identifier son particularisme

Tabeaux 18 Texte et traduction de Dn 2 17-23

maison Alors Daniel sen alla agrave sa

17a אדין דניאל לביתה אזל

et fit connaicirctre la chose agrave Ananias Misael et

Azarias ses compagnons

17b י מלתא ולחנניה מישאל ועזריה חברוה הודע

des pour quils demandent miseacutericordes au Dieu

cieux

au sujet de ce mystegravere

18a א ורחמין למבעא מן־קדם אלה שמי על־רזה דנה

afin que Daniel et ses compagnons ne peacuterissent

pas avec le reste des sages de Babylone

18b ם־שאר ע די לא יהבדון דניאל וחברוהי בבלחכימי

Alors le mystegravere fut reacuteveacuteleacute agrave Daniel dans une

367 vision de nuit

19a גלידי־ליליא רזה 368אדין לדניאל בחזוא

366 Contre ANDERSON R A Signs and Wonders A Commentary on the Book of Daniel p 11 367 A la diffeacuterence du TM qui conjugue le verbe hlGgt au Peil parfait passif 3e masculin singulier les

fragments de la Geniza du Caire le preacutesentent au Pual forme passive du pael qui est intensif ou causatif

Toutefois dans la partie arameacuteenne du livre de Daniel le verbe hlGgt apparaicirct 7 fois uniquement en Dn 2

dans la forme active peal (2 22282947(2x)) et la forme passive peil (21930) 368 Deux fragments de la Geniza du Caire ont lun et lautre une lecture diffeacuterente de celle du TM A la place du terme du TM ces deux fragemnent preacutesentent le terme awzgtxIbgt qui napparaicirct nulle (dans la vision) בחזוא

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Puis Daniel beacutenit le Dieu des cieux 19b אאדין דניאל ברך לאלה שמי

Daniel prit la parole et dit 20a ענה דניאל ואמר

Beacuteni soit le nom de Dieu 20b ך להוא369 שמה די־אלהא מבר

des siegravecles et pour les siegravecles 20c מן־עלמא ועד־עלמא

Car agrave lui la sagesse et la force 20d די לה־היא 370די חכמתא וגבורתא

Et il fait changer les temps et les saisons 21a והוא מהשנא עדניא וזמניא

Deacutetrocircne les rois et eacutetablit les rois 21b מהעדה מלכין ומהקים מלכין

Donne la sagesse aux sages 21c יהב חכמתא לחכימין

Et la connaissance aux intelligents

21d ומנדעא לידעי בינה

Il reacutevegravele les choses profondes et cacheacutees 22a ומסתרתא 371הוא גלא עמיקתא

Connaicirct ce qui est dans les teacutenegravebres 22b ידע מה בחשוכא

Et la lumiegravere demeure avec lui 22c שרא(עמה ]372ונהורא) [ונהירא

A toi Dieu de mes pegraveres 23a לך אלה אבהתי

Je rends gracircce et (te) loue

23b מהודא ומשבח אנה

Car tu mas donneacute la sagesse et la force 23c לי 373וגבורתא יהבת די חכמתא

Et maintenant tu nous a fait connaicirctre

ce que nous tavons demandeacute

23d וכען הודעתני די־בעינא מנך

Car laffaire du roi tu nous a fait connaicirctre

23e די־מלת מלכא הודעתנא

part dans les 12 occurrences de חזו tant au pluriel comme au singulier dans le TM BAUER H LEANDER

P Grammatik des Biblisch-aramaumlschen p 232 considegravere cette derniegravere comme une erreur de lecture 369 De mecircme deux fragments de la Geniza du Caire ont lun et lautre une lecture diffeacuterente du jussif להוא

du TM Ces deux fragments preacutesentent le terme hwhgtlI Dans lexplication de la forme preacutefixeacutee de la

conjugaison de הוה LI T The Verbal System of the Aramaic of Daniel p 126 et seq affirme que certains

chercheurs comme KAUTZSCH E Grammatik des Biblisch-Aramaumlischen mit einer kritischen Eroumlrterung

der aramaumlischen Woumlrter im Neuen Testament Leipzig Verlag von F C W Vogel 1884 p 79 ont attribueacute

au preacutefixe ל la mecircme origine que la particule arabe ل li- qui peut ecirctre lieacutee au jussif ou au subjonctif

Dautres chercheurs ont reconnu que cette particule ל a dabord eacuteteacute employeacutee comme jussif et plus tard

remplaceacute par la conjugaison preacutefixeacutee dans certaines formes darameacuteen oriental Son emploi avec הוה dans

larameacuteen biblique est ducirce aux tentatives tardives du scribe de faire la diffeacuterence entre ce verbe et le nom

divin יהוה Dans ce sens ajoute-t-il lapparition de la particule ל dans larameacuteen biblique ne reflegravete pas une

signification particuliegravere Dans le livre de Daniel et particuliegraverement dans la partie arameacuteenne la particule

agrave la 3e personne masculin singulier (220 28 29(2x) 41 42 45 318 422 529 הוה apparaicirct preacutefixeacutee agrave ל

63) agrave la 3e personne masculin pluriel (243(2x) 62 3 27) et agrave la troisiegraveme personne feacuteminin pluriel

(517) 370 La Bible rabbinique de Jacob ben Hayyim et la variante du texte heacutebreu dapregraves H Strack preacutesentent une

legravegegravere modification avec le dagesh dans le T La lecture est la suivante aTrgtWbggtW BAUER H LEANDER P

Grammatik des Biblisch-aramaiumlschen p 22 explique quon est en face dune varians lectio et cette

explication sapplique aussi en Dn 2 23 avec loccurrence du mecircme mot 371 En lieu et place de עמיקתא eacutetat emphatique feacuteminin pluriel de עמיק plusieurs manuscrits preacutesentent la

lecture atqy~I[] qui selon BAUER H LEANDER P Grammatik des Biblisch-aramaumlischen p 188 et seq

il sagit dune varians lectio 372 Il est ici question du souci de la tradition massoreacutetique de preacuteserver la qualiteacute du texte Ce terme eacutecrit ainsi ונהירא dougrave le Ketiv les massoregravetes proposent de lire א dougrave le Qere En effet le Ketiv eacutetant un ונהור

eacutetat emphatique de נהור fait que la voyelle A donne une forme dheacutebraiumlsme Cf MARGAIN J Le livre de

Daniel p 19 373 Au lieu de 2 יהבתe masculin singulier de יהב du TM les fragments de la Geniza du Caire preacutesentent la

lecture Tbgthygt qui est une varians lectio Cf BAUER H LEANDER P Grammatik des Biblisch-

aramaumlischen p 101

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3332 Luniteacute textuelle et ses limites

Dn 2 17-23 qui constitue le centre du reacutecit de Dn 2 est diviseacute en deux parties La

premiegravere partie eacutecrite en prose est composeacutee des vv 17a-20a La deuxiegraveme partie eacutecrite

en poeacutesie est composeacutee des vv 20b-23e Le v 17 marque le deacutebut de la peacutericope par un

changement de lieu en situant Daniel et ses compagnons dans un cadre diffeacuterent Le

contexte particulier de la maison (לביתה) comme lieu priveacute est surtout le lieu ideacuteal pour la

priegravere des quatre jeunes juifs en terre eacutetrangegravere Lexpression אדין דניאל לביתה אזל qui

contient la premiegravere occurrence du verbe אזל (aller sen aller) au v 17 marque le deacutebut

de cette uniteacute textuelle

Le hafel initial du למבעא au v 17 suivi de linfinitif construit ידע du verbe הודע

verbe בעה au v 18 montre Daniel comme celui qui fait connaicirctre linformation agrave ses

compagnons afin quils puissent implorer la miseacutericorde de Dieu au sujet de ce mystegravere

Au v 23 les deux verbes citeacutes reviennent comme reacutesultat de la situation poseacutee au v 17

et Dieu apparaicirct dans la louange du jeune juif comme celui qui fait connaicirctre agrave Daniel et

ses compagnons ce quils lui ont demandeacute au deacutebut de luniteacute textuelle

Le v 24 montre le deacutebut dune autre uniteacute textuelle en situant de nouveau Daniel

dans un contexte public allant agrave la rencontre dAryock lexeacutecuteur Lexpression כל־קבל

qui fait reacutefeacuterence agrave ce qui preacutecegravede assure le passage de Daniel de sa maison ougrave le דנה

mystegravere lui a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave la nouvelle rencontre avec Aryock

3333 Luniteacute textuelle et son organisation

33331 Dn 17a-20a premiegravere seacutequence du texte

Dans cette section centrale du chapitre les diffeacuterentes parties du texte ne sont plus

mis en parallegravele les uns avec les autres Une progression dans le deacuteveloppement du thegraveme

et lagencement des termes marque la dynamique du texte Au vv 17-18 Daniel sen va

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chez lui et fait connaicirctre la situation agrave ses compagnons leur demandant de prier pour

quils ne peacuterissent pas avec les autres sages de Babylone Le deacutepart pour la maison

exprimeacutee par le parfait אזל le partage de linformation avec le parfait et la demande הודע

de priegravere dans linfinitif construit למבעא constituent le premier moment dynamique (vv

17a-18b) de cette partie en prose (vv 17a-20a)

Linfinitif construit למבעא au v 18 fonctionne dans ce cas non pas comme un

compleacutement mais comme finaliteacute 374 de laction en cours pour que Daniel et ses

compagnons ne peacuterissent pas (יהבדון) avec les sages de Babylone Le syntagme די לא

marque la conjonction finale neacutegative afin quene pas375 Linfinitif למבעא exprime

alors la finaliteacute de הודע comme verbe principal376 De plus la finaliteacute de laction exprimeacutee

par linfinitif למבעא a une extension non pas immeacutediate mais future Cette extension est

contenue dans limparfait ou linaccompli בדון די et introduite par la particule relative יה

377

Le deuxiegraveme moment dynamique de la prose (vv 19a-20a) est caracteacuteriseacute par la

reacuteveacutelation du mystegravere agrave Daniel Le premier moment dynamique (vv 17a-18a) sest servi

dun panorama lexicographique de 25 mots pour deacutecrire le contexte dans lequel se

trouvent les quatre jeunes juifs Le deuxiegraveme moment de la prose (vv 19a-20a) se sert

uniquement de 14 mots pour exprimer la reacuteveacutelation faite agrave Daniel Si le premier moment

est caracteacuteriseacute par deux verbes au parfait un infinitif et un imparfait le deuxiegraveme moment

se caracteacuterise par deux parfaits et deux participes Les deux parfaits גלי et des verbes ברך

hlGgt et rbgt apparaissent pour la premiegravere fois en Dn 2 19

Si Daniel est le sujet de rBgt celui qui beacutenit le Dieu des cieux Dieu lui-mecircme est le sujet

implicite de hlGgt celui qui reacutevegravele le mystegravere Laccompli au v19b trouve sa reacutesonnance ברך

dans le participe passeacute au v20b au deacutebut de la deuxiegraveme partie La premiegravere partie מברך

de luniteacute textuelle diviseacutee en deux moments dynamiques sachegraveve sur lattitude de

louange de Daniel qui prend la parole

374 LI T The Verbal System of the Aramaic of Daniel p 135 et seq observe que dans larameacuteen de Daniel

les verbes agrave linfinitif ont lieu soit dans des clauses subordonneacutees soit dans des clauses seacutemantiquement

subordonneacutees et fonctionnent en geacuteneacuteral comme compleacutement Il identifie quatre cas ougrave lininitif ne

fonctionne pas comme compleacutement mais exprime une finaliteacute (2 141618 3 20b 5 15a) 375 MARGAIN J Le livre de Daniel p 18 376 Cf BAUER H LEANDER P Grammatik des Biblisch-aramaumlischen p 300 377 LI T The Verbal System of the Aramaic of Daniel p 122 et seq preacutesente des cas de conjugaisons exprimant une finaliteacute agrave fonction future introduites par la particule 1830 2 דיab 3 28ab 4 314a 5 15

6 218

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33332 Dn 20b-23e Deuxiegraveme seacutequence du texte

Cette indication sert donc de transition pour la partie poeacutetique de la peacutericope (vv

20b-23e) qui est marqueacutee par une inclusion aux vv 20 et 23 par lexpression חכמתא

Cette partie poeacutetique est eacutegalement caracteacuteriseacutee par deux moments dynamiques וגבורתא

Au vv 20b-22c premier moment de la poeacutesie Daniel sadresse agrave Dieu agrave la

troisiegraveme personne du singulier Ce moment dynamique commence par une expression

solennelle au v 20b י־אלהא מברך qui donne le ton de la louange La priegravere להוא שמה ד

senchaicircne alors par une liste des œuvres de Dieu avec une succession de verbes au

participe qui caracteacuterise cette forme poeacutetique A lexception du jussif378 להוא du verbe הוה

tous les autres verbes de ce moment dynamique sont au participe dans ses diffeacuterentes

fonctions

En effet la fonction la plus freacutequente du participe passif est celle de ladjectif

preacutedicat exprimeacute dans le passif au v 20 Ici le participe passif est accompagneacute 379מברך

par le verbe La disposition des formes verbales fait ressortir sur le plan 380ה הו

morphologique un certain paralleacutelisme Les participes passifs des vv 20b et 22ac se

complegravetent et sentrelacent avec les participes actifs des vv 21abc et 22ab Toutefois

certains participes passifs ont une fonction active agrave lexemple du verbe שרא au v 22c qui

est un participe passif avec une fonction active381 De plus tout comme dans larameacuteen

de Daniel et les langues seacutemitiques le participe passif au v 22a est aussi substantiveacute et

fonctionne comme un nom382

Par ailleurs lemploi reacutepeacutetitif de la troisiegraveme personne du singulier creacutee un effet

dinsistance dans la dynamique progressive de la peacutericope Tout est orienteacute vers Dieu et

en aucun moment apparaicirct la premiegravere personne du singulier Sur le plan lexical de

378 Il est agrave remarquer avec LI T The Verbal System of the Aramaic of Daniel p 125 que le jussif et limparfait ne sont pas tregraves distincts lun de lautre excepteacute dans 4 cas ougrave le jussif est clairement distingueacute agrave

cause de la neacutegation אל et dans les autres cas de la preacutesence du suffixe pronominal qui distingue le jussif de

limparfait Tous les quatre cas ougrave le jussif est clairement distinct sont agrave la forme neacutegative exprimant par

neacutegation une demande (Dn 2 24) ou une exhortation (Dn 4 16 5 10 [2x]) 379 Ibid p 66 preacutesente 13 cas de participe passif avec fonction de ladjectif preacutedicat (2 20314245 3

15181928 4 132 6 5b 7 7b19) 380 Ibid p 66 Les autres participes passifs accompagneacutes par le verbe הוה se retrouvent en 2 42 3 18 et

4 1 381 Cf BAUER H LEANDER P Grammatik des Biblisch-aramaumlischen p 297 LI T The Verbal System

of the Aramaic of Daniel p 69 382 LI T Op cit p 67

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nombreux jeux dassonances et dalliteacuterations rythment lagencement de la poeacutesie dans ses

diffeacuterentes composantes Cest ainsi que sagesse (חכמתא) et force (וגבורתא) constituent une

reacutepeacutetition inclusive qui forme luniteacute de cette partie poeacutetique

A linteacuterieur de cette uniteacute se font encore remarquer des paralleacutelismes et de

nombreux jeux sonores qui retentissent dans la lecture des diffeacuterents stiques et vers de la

poeacutesie agrave travers lagencement des voyelles et consonnes Le premier attribut de la sagesse

de Dieu est exposeacute agrave partir dun paralleacutelisme qui implique le fait que Dieu donne la sagesse

aux sages et la connaissance aux intelligents383 En plus de faire changer les temps et les

stations Dieu deacutetrocircne les rois et eacutetablit les rois

La succession de trois hafel au participe au v 21ab fait eacutegalement ressortir le

paralleacutelisme interne dans les groupes de mots מהעדה מלכין et Puisse quil 384ומהקים מלכין

deacutetient la sagesse et la force Dieu peut donner cette sagesse aux sages la connaissance

aux intelligents mais aussi reacuteveacuteler les choses profondes et cacheacutees Lagencement des

pieds se fait remarquer en 22ab pour mettre en exergue la force et la sagesse divine agrave

travers le contraste teacutenegravebres et lumiegravere dans les stiques ונהורא עמה שרא et ידע מה בחשוכא

Aux vv 23a-23e deuxiegraveme moment dynamique de la poeacutesie le ton de la priegravere

change Dieu est maintenant personnaliseacute agrave la deuxiegraveme personne du singulier dans une

relation plus directe avec Daniel qui se preacutesente agrave la premiegravere personne du singulier Ce

deuxiegraveme moment de la poeacutesie souvre par une expression emphatique אלה אבהתי לך Si

le premier moment dynamique sest servi dun panorama lexical de 35 mots pour exprimer

les attributs et les actions de Dieu dans lensemble le deuxiegraveme moment de la poeacutesie se

sert uniquement de 18 mots pour rendre gracircce agrave Dieu pour ses actions dans la vie de

Daniel et de ses compagnons

Il y a dans le deuxiegraveme moment de la poeacutesie une alternance entre la premiegravere et

la deuxiegraveme personne du singulier au v 23abcd En 23de on assiste au passage de la

premiegravere personne du singulier pour la premiegravere personne du pluriel dans la partie finale

de la poeacutesie Ce moment est marqueacute par labondance des verbes et des termes avec

suffixes

Au v 22ab le participe actif fonctionne comme un preacutesent geacuteneacuteral qui exprime

des exposeacutes de faits intemporels ou des actions qui ont lieu de maniegravere habituelle et non

pas neacutecessairement au moment du discours385 Toutefois les deux participes actifs au v

383 PRINSLOO GTM Two Poems in a Sea of Prose p 96 384 Ibid 385 LI T The Verbal System of the Aramaic of Daniel p 50

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23b exprime non pas un preacutesent geacuteneacuteral mais un preacutesent actuel qui implique le moment

mecircme du discours386 Laction de gracircce et la louange de Daniel deacutecrites par les deux

participes actifs מהודא et du יהבת sont lieacutees agrave laction de Dieu exprimeacute par le parfait ומשבח

verbe ידעmais aussi par les deux hafel au parfait du verbe 387יהב

A partir de cette disposition litteacuteraire le message de la section centrale de Dn 2

contenu dans les vv 17-23 est donc claire et eacutevidente Le Dieu qui reacutevegravele le mystegravere est

celui qui possegravede la sagesse et la force Il gouverne sur tout lunivers en faisant changer

le temps et les saisons en eacutetablissant et en deacutetrocircnant les rois Cest lui qui donne la sagesse

et la connaissance en reacuteveacutelant les choses profondes et cacheacutees Cest ainsi quil a fait

connaicirctre agrave Daniel et ses compagnons le mystegravere cacheacute dans laffaire du roi

34 Identification et lecture des dynamismes soteacuteriologiques

341 Tabeaux des dynamismes preacutesents dans le texte

Sur le plan soteacuteriologique Dn 2 17-23 apparaicirct dans un contexte de crise ougrave les

parties en cause se trouvent devant une situation de vie ou de mort En fait le roi

Nabuchodonosor eacutetant deacuteccedilu devant lincapaciteacute de ses devins et magiciens de trouver son

recircve et den donner linterpreacutetation ordonne lexeacutecution de tous les sages de Babylone y

compris Daniel et ses compagnons Ce reacutecit deacutebouche alors sur une intervention de

Daniel qui apparaicirct dans ce contexte comme protagoniste du dynamisme salvifique de

Dieu au milieu des nations eacutetrangegraveres

Cest alors en tant que reacuteveacutelateur du mystegravere (Dn 2 47) par la sagesse divine qui

dirige les eacuteveacutenements de lhistoire que Daniel entre en scegravene Dans la dynamique du reacutecit

la peacutericope de Dn 2 17-23 est le lieu propice et indispensable pour la compreacutehension de

lavegravenement salvifique de Dieu en terre eacutetrangegravere Cest dans cette peacutericope que la sagesse

et la force de Dieu sont affirmeacutees de maniegravere absolue en montrant le controcircle de Dieu sur

les eacuteveacutenements de lhistoire

386 Ibid p 50 387 ROSENTHAL F A Grammar of Biblical Aramaic p 47 observe que seulement limparfait et linfinitif

de la racine tn apparaicirct dans larameacuteen biblique pour le parfait et limpeacuteratif est employeacutee la racine bhy

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Ce dynamisme salvifique du Dieu omniscient et omnipotent sexprime

particuliegraverement agrave travers les termes hlGgt רז et ידע qui constituent une trilogie seacutemantique

importante dans le dynamisme du reacutecit Cette trilogie sentrelace dans ce contexte avec

un grand nombre de champs seacutemantiques pour favoriser lavegravenement salvifique de Dieu

dans la diaspora Les termes hlGgt et רז font non seulement leur premiegravere apparition dans ce

contexte mais aussi sont intrinsegravequement lieacutes entre eux et en lien avec ידע qui preacutesente sa

plus grande freacutequence dans ce contexte388

Apregraves avoir preacutesenteacute dans les tableaux ci-dessous les dynamismes salvifiques

preacutesents dans le texte lanalyse de ces dynamismes montrera comment la reacuteveacutelation et la

connaissance du mystegravere divin sont devenues aussi importante dans le livre de Daniel et

par ricochet dans la litteacuterature apocalyptique

Tabeaux 19 Tableaux des dynamismes soteacuteriologiques de Dn 2 17-23

I

Dn 2 17 ולחנניה מישאל ועזריה חברוהי מלתא הודע אדין דניאל לביתה אזל17

Alors Daniel sen alla agrave sa maison et fit connaicirctre la chose agrave Ananias Misaeumll et Azarias ses

compagnons

Action soteacuteriologique Daniel sen alla agrave sa maison et fit connaicirctre la chose agrave Ananias Misaeumll

et Azarias

Champs seacutemantiques Connaissance (הודע) Chose (מלתא) maison (לביתה) Aller (אזל)

Agent soteacuteriologique Daniel

Expressions affines 18pour quils implorent miseacutericordes au Dieu des cieux au sujet de ce

mystegravere afin que Daniel et ses compagnons ne peacuterissent pas avec le reste des sages de Babylone

Autres deacuteterminations 19Alors le mystegravere fut reacuteveacuteleacute agrave Daniel dans une vision de nuit Puis

Daniel beacutenit le Dieu des cieux

Relation avec Daniel Communion

Beacuteneacuteficiaires Daniel Ananias Misaeumll et Azarias et les sages de Babylone

Contexte immeacutediat Intervention de Daniel

Contexte amplifieacute Le songe de Nabuchodonosor la statue composite

II

Dn 2 18 והי עם־שאר חכימי בבלדי לא יהבדון דניאל וחבר ורחמין למבעא מן־קדם אלה שמיא על־רזה דנה18

18pour quils implorent miseacutericordes au Dieu des cieux au sujet de ce mystegravere afin que Daniel

et ses compagnons ne peacuterissent pas avec le reste des sages de Babylone

388 Alors que les termes hlGgt et רז apparaissent respectivement en 2 19 et 2 18 pour la premiegravere fois ידע

quant agrave lui apparaicirct 36 fois dans la partie arameacuteenne de Daniel et donc 17 fois en Dn 2 avec une freacutequence

de 5 occurrences en 2 17-23 Pour les autres occurrences hlGgt apparaicirct uniquement en Dn 2 2228293047(2x) et רז apparaicirct en 2 18192728293047(2x) 4 6

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Action soteacuteriologique pour quils demandent miseacutericordes au Dieu des cieux au sujet de ce

mystegravere

Champs seacutemantiques Demande (למבעא) Miseacutericorde (ורחמין) Ciel (שמיא)

Mystegravere (רזה)

Agent soteacuteriologique Ananias Misaeumll et Azarias

Expressions affines 17

Alors Daniel alla dans sa maison et fit connaicirctre la chose agrave Ananias

Misaeumll et Azarias ses compagnons

Autres deacuteterminations 19Alors le mystegravere fut reacuteveacuteleacute agrave Daniel dans une vision de nuit Puis

Daniel loua le Dieu des cieux

Relation avec Ananias Misaeumll et Azarias Intersession pour le salut

Beacuteneacuteficiaires Daniel ses compagnons et les sages de Babylone

Contexte immeacutediat Intervention de Daniel

Contexte amplifieacute Le songe de Nabuchodonosor la statue composite

III

Dn 2 19 ין דניאל ברך לאלה שמי 19 אאדין לדניאל בחזוא די־ליליא רזה גלי אד

19Alors le mystegravere fut reacuteveacuteleacute agrave Daniel dans une vision de nuit Puis Daniel loua le Dieu des

cieux

Action soteacuteriologique le mystegravere fut reacuteveacuteleacute agrave Daniel dans une vision de nuit

Champs seacutemantiques Mystegravere (רזה) Reacuteveacutelation (גלי) Vision (בחזוא) Nuit (די־ליליא)

Agent soteacuteriologique Dieu

Expressions affines 20Daniel prit la parole et dit Beacuteni soit le nom de Dieu des siegravecles et pour

les siegravecles car agrave lui la sagesse et la force 21Il fait changer les temps et les stations deacutetrocircne les

rois et eacutetablit les rois donne la sagesse aux sages et la connaissance aux intelligents

Autres deacuteterminations 22Il reacutevegravele les choses profondes et cacheacutees connaicirct ce qui est dans les

teacutenegravebres et la lumiegravere demeure avec lui

Relation avec Dieu Don gratuit

Beacuteneacuteficiaire Daniel

Contexte immeacutediat Intervention de Daniel

Contexte amplifieacute Le songe de Nabuchodonosor la statue composite

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IV

Dn 2 21-22 חכימין ומנדעא לידעי בינהל יהב חכמתא והוא מהשנא עדניא וזמניא מהעדה מלכין ומהקים מלכין 21

אעמה שר ]ונהורא) [ונהירא( הוא גלא עמיקתא ומסתרתא ידע מה בחשוכא22

21Il fait changer les temps et les stations deacutetrocircne les rois et eacutetablit les rois donne la sagesse

aux sages et la connaissance aux intelligents 22Il reacutevegravele les choses profondes et cacheacutees

connaicirct ce qui est dans les teacutenegravebres et la lumiegravere demeure avec lui

Dynamisme soteacuteriologique Il fait changer les temps et les stations deacutetrocircne les rois et eacutetablit

les rois donne la sagesse aux sages et la connaissance aux intelligents Il reacutevegravele les choses

profondes et cacheacutees connaicirct ce qui est dans les teacutenegravebres et la lumiegravere demeure avec lui

Champs seacutemantiques Temps (עדניא) Stations (וזמניא) Deacutetrocircner (מהעדה) Etablir ( הקיםומ )

Donner (יהב) Sagesse (חכמתא) Sage (לחכימין) Connaissance (ידע ומנדעא) Intelligent (בינה

) Reacuteveacutelation (לידעי אגל ) Choses profondes et cacheacutees (עמיקתא ומסתרתא) Teacutenegravebres ( חשוכאב )

Lumiegravere (ונהורא) Demeurer (שרא)

Agent soteacuteriologique Dieu

Expressions affines 20Daniel prit la parole et dit Beacuteni soit le nom de Dieu des siegravecles et pour

les siegravecles car agrave lui la sagesse et la force

Autres deacuteterminations 23A toi Dieu de mes pegraveres je rends gracircce et je te loue car tu mas

donneacute la sagesse et la force et maintenant tu mas fait connaicirctre ce que nous tavons demandeacute

car laffaire du roi tu nous as fait connaicirctre

Relation avec Dieu Gouvernement divin sur lunivers

Beacuteneacuteficiaires Les sages les intelligents lœuvre de la creacuteation

Contexte immeacutediat Intervention de Daniel

Contexte amplifieacute Le songe de Nabuchodonosor la statue composite

V

Dn 2 23 ודעתני די־בעינא מנך די־מלתהלך אלה אבהתי מהודא ומשבח אנה די חכמתא וגבורתא יהבת לי וכען 23

מלכא הודעתנא23A toi Dieu de mes pegraveres je rends gracircce et je te loue car tu mas donneacute la sagesse et la force

et maintenant tu mas fait connaicirctre ce que nous tavons demandeacute car laffaire du roi tu nous

lrsquoas fait connaicirctre

Action soteacuteriologique Tu mas donneacute sagesse et force et maintenant tu mas fait connaicirctre

ce que nous tavons demandeacute car laffaire du roi tu nous as fait connaicirctre

Champs seacutemantiques Don ( יהבת) Sagesse (חכמתא) Force (וגבורתא)

Maintenant (וכען) Connaissance (הודעתנא הודעתני) Demande (בעינא) affaire (מלת)

Agent soteacuteriologique Dieu

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Expressions affines 20Daniel prit la parole et dit Beacuteni soit le nom de Dieu des siegravecles et pour

les siegravecles car agrave lui la sagesse et la force 21Il fait changer les temps et les stations deacutetrocircne les

rois et eacutetablit les rois donne la sagesse aux sages et la connaissance aux intelligents

Autres deacuteterminations 22Il reacutevegravele les choses profondes et cacheacutees connaicirct ce qui est dans les

teacutenegravebres et la lumiegravere demeure avec lui

Relation avec Dieu Beacuteneacutefice dans le don de la sagesse et de la connaissance

Beacuteneacuteficiaire Daniel et Nous

Contexte immeacutediat Intervention de Daniel

Contexte amplifieacute Le songe de Nabuchodonosor la statue composite

Malgreacute son caractegravere narratif Daniel 2 17-23 preacutesente cinq dynamismes

soteacuteriologiques signifieacutes par 24 champs seacutemantiques Dans cette peacutericope la trilogie

Reacuteveacutelation Mystegravere et Connaissance apparaicirct tout de mecircme comme champs seacutemantiques

de grande importance et fil conducteur de lavegravenement salvifique de Dieu non seulement

pour Daniel et ses compagnons mais aussi pour le roi et les sages de Babylone ainsi que

les intelligents et la creacuteation toute entiegravere Tous se preacutesentent comme beacuteneacuteficiaires de ces

dynamismes salvifiques

Mecircme si Daniel et ses compagnons sont beacuteneacuteficiaires (v 19 21 22) des actions

salvifiques geacuteneacutereacutees par Dieu qui se preacutesente dans le texte comme le principal agent

soteacuteriologique ces quatre jeunes juifs sont en mecircme temps protagonistes et agents des

dynamismes salvifiques pour les sages de Babylone En tant quagent soteacuteriologique

Daniel rend preacutesent le salut de Dieu dans la vie de ses compagnons (v 17) mais aussi

dans celle du roi et des sages de Babylone (v 24) En mecircme temps Ananias Misaeumll et

Azarias sont geacuteneacuterateurs des actions de salut non seulement pour Daniel et les sages de

Babylone mais aussi pour eux-mecircmes (v 18)

342 Panorama seacutemantique de Dn 2 17-23

Le tableau ci-dessous preacutesente un panorama des champs seacutemantiques preacutesents

dans les deux parties du texte

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Tabeaux 20 Panorama seacutemantique de la premiegravere seacutequence du texte

PREMIERE PARTIE DU TEXTE

No Champ seacutemantique Forme dexpression Reacutefeacuterence Freacutequence

1 Connaissance 17 2 הודע

2 Chosediscoursaffaire 17 2 מלתא

3 Maison 17 2 לביתה

4 Aller 17 2 אזל

5 Demande 18 2 למבעא

6 Miseacutericorde 18 2 ורחמין

7 Ciel 18 2 שמיא

8 Mystegravere 1819 2 רזה

9 Reacuteveacutelation 19 2 גלי

10 Vision

19 2 בחזוא

11 Nuit

19 2 די־ליליא

Tabeaux 21 Panorama seacutemantique de la deuxiegraveme seacutequence du texte

DEUXIEME PARTIE DU TEXTE

No Champ seacutemantique Forme dexpression Reacutefeacuterence Freacutequence

1 Changement 21 2 מהשנא

2 Tempsstations 21 2 וזמניא עדניא (2x)

3 Deacutetrocircnement (Deacutetrocircner) 21 2 מהעדה

4 Etablir 21 2 ומהקים

5 Don (Donner) 2123 2 יהבת יהב

6 Sagesse 21 2 לחכימין חכמתא(2x)23

7 Connaissance לידעי בינה ומנדעא

הודעתנא הודעתני

2

21(3x)23(2x)

8 Reacuteveacutelation גלא

2 22

9 Protection (choses cacheacutees) 22 2 ומסתרתא

10 Profondeur (choses

profondes)

22 2 עמיקתא

11 Teacutenegravebres 22 2 בחשוכא

12 Lumiegravere 22 2 ונהורא

13 Demeure 22 2 שרא

14 Force 23 2 וגבורתא

15 Maintenant 23 2 וכען

16 Demande 23 2 בעינא

17 Chose 23 2 מלת

Au deacutebut de la peacutericope Daniel fait connaicirctre agrave ses compagnons la situation de

vie ou de mort dans laquelle ils se trouvent Cette communication de Daniel agrave ses

compagnons exprimeacutee par le verbe ידע constitue la premiegravere action soteacuteriologique de

peacutericope Daniel est le sujet du verbe et donc celui qui fait connaicirctre En effet leacutetude

des champs seacutemantiques dun texte biblique montre que laction salvifique sexprime dans

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une grande varieacuteteacute de signifieacutes qui bien souvent napparaissent pas agrave premiegravere vue

comme terminologie speacutecifique du langage religieux mais qui font partie du langage de

la vie humaine dans ses multiples aspects389 Cest ainsi que linformation de Daniel agrave ses

compagnons engagent ceux-ci dans un processus et une dynamique de salut Les

compagnons de Daniel et les sages de Babylone sont donc les beacuteneacuteficiaires de cette action

salvifique

Ce faire connaicirctre est aussi exprimeacute dans la deuxiegraveme partie du texte non

seulement par le verbe ידע au vv 21 et 23 mais aussi accompagneacute des substantifs מנדע et

au v 21 Si Daniel est le sujet du verbe dans la premiegravere partie cest Dieu lui-mecircme בינה

qui en est le sujet dans la deuxiegraveme partie Dieu est alors agent soteacuteriologique par le fait

de donner la connaissance aux intelligents la sagesse et la force agrave Daniel et en faisant

connaicirctre agrave celui-ci et agrave ses compagnons ce quils ont demandeacute

Laction salvifique geacuteneacutereacutee par la communication de Daniel au v 17 poursuit son

dynamisme au v 18 dans la demande de la miseacutericorde divine de ses compagnons Cest

en faisant recours (le verbe בעה) agrave la miseacutericorde divine que Ananias Misaeumll et Azarias

beacuteneacuteficiaires de laction preacuteceacutedente devient eux-mecircmes protagonistes de laction

salvifique non seulement pour eux mais aussi pour Daniel et les sages de Babylone Dans

la premiegravere partie du texte le verbe בעה sarticule avec ידע dun cocircteacute et les רחמין divines

de lautre De mecircme dans la deuxiegraveme partie בעה sarticule de nouveau avec ידע dans

laction dont Dieu en est le protagoniste

Le v 19a se preacutesente comme le moment crucial du reacutecit ougrave le mystegravere est reacuteveacuteleacute

agrave Daniel dans une vision de nuit Le sujet du peil גלי est implicite mais le contexte montre

sans aucun doute que Dieu est celui qui reacutevegravele agrave Daniel le mystegravere Par la reacuteveacutelation du

mystegravere Dieu est alors lagent soteacuteriologique de cette action dont Daniel en est le

beacuteneacuteficiaire Ce dynamisme se poursuit dans la deuxiegraveme partie du texte par les actions

eacuteclatantes de Dieu sur lunivers Le vocabulaire gnoseacuteologique lieacute agrave la reacuteveacutelation et agrave la

connaissance du mystegravere sarticule avec le vocabulaire de temporaliteacute pour deacutecrire les

dynamismes salvifiques de Dieu dans lœuvre de la creacuteation et dans la vie de Daniel et de

ses compagnons Pour analyser ces dynamismes dans cette uniteacute textuelle et dans le livre

de Daniel et en deacutegager ses particulariteacutes il convient desquisser un aperccedilu

veacuteteacuterotestamentaire de la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

389 VALDIVIESO P O ZITZMANN M L Anaacutelisis semaacutentico-teoloacutegico del Nuevo Testamento p 56

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35 Approche veacuteteacuterotestamentaire de la reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

351 Une approche du mystegravere divin

3511 Le terme heacutebreu סוד

Dans la litteacuterature veacuteteacuterotestamentaire le terme grec μυστήριον trouve son

eacutequivalence dans le terme arameacuteen רז terme dorigine perse390 et de lheacutebreu סוד Le terme

heacutebreu סוד apparaicirct 21 fois dans la Bible heacutebraiumlque Dans la LXX סוד est traduit de

maniegravere diverse par plusieurs termes et ny est jamais traduit par le terme μυστήριον En

TH le terme apparaicirct 3 fois (Ps 25 14 Pr 20 19 Jb 15 8) et une fois chez Symmaque

(Pr 11 13)391

On peut se demander pourquoi la LXX na-t-il jamais traduit le terme סוד par

μυστήριον alors que dautres le traduisent par ce terme Le motif de cette reacuteserve de la

LXX paraicirct eacutevident car le pluriel de ce terme deacutesignait les cultes paiumlens secrets et les

traducteurs de la LXX en connaissaient lusage392 Mais aussi le terme heacutebreu סוד contient

souvent une connotation peacutejorative alors que pour la LXX le mot μυστήριον a une

tonaliteacute eacuteleveacutee et deacutesigne un deacutecret divin cacheacute393

Toutefois on peut aussi se demander pourquoi certains textes -comme on la vu

ci-dessus- traduisent alors סוד par μυστήριον malgreacute cette connotation peacutejorative En

effet le sens eacuteleacutementaire du mot est celui dune conversation confidentielle le fait de

parler en secret ou donner un conseil394 Dans un sens plus amplifieacute ce terme indique un

groupe de personnes qui partagent une intimiteacute et une confiance qui ne peut ecirctre trahie395

Le terme סוד revecirct donc lideacutee dun rassemblement intime soit divin ou seacuteculier deacutetenant

390 BROWN R The Semitic Background of the Term ldquoMysteryrdquo in the New Testament p 6 391 Cf BORNKAMM G μυστήριον col 678 392 PRUumlMM K Mystegraveres p 174 393 Ibid p 174 394 HARRIS L Dicionaacuterio Internacional de Teologia do Antigo Testamento p 1471 395 Ibid

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un secret dont le terme μυστήριον tout naturellement saisit le caractegravere priveacute de

leacuteveacutenement396 Le tableau ci-dessous preacutesente les diffeacuterentes traductions du terme סוד

dans la LXX Dans ses diverses connotations il napparaicirct quune fois dans le

Pentateuque six fois dans la litteacuterature propheacutetique et quatorze fois dans la section

poeacutetique et sapientiale397

Tabeaux 22 Tableau des diverses traductions du terme סוד dans la LXX

Genegravese Job Psaumes Proverbes Jeacutereacutemie Ezeacutechiel Amos

496 βουλή

158 σύνταγμα

1919 εἰδότες

294 ἐπισκοπὴν

2514 κραταίωμα

5515 ἐδέσματα

643 συστροφῆς

834 γνώμην

898 βουλῇ

1111 βουλῇ

332 συνεδριάζει

1113 βουλὰς

1522 συνέδρια

2019 X

259 ἀναχώρει

611 συναγωγὴν

1517 συνεδρίῳ

2318 ὑποστήματι

2322 ὑποστάσει

139 παιδείᾳ

37 παιδείαν

Il en ressort du tableau ci-dessus que le terme סוד est un terme assez commun qui

peut deacutesigner un conseil seacuteculier (Gn 49 6 Jr 6 11 15 17 Ez 13 9 Ps 55 15 64 3) ou

un secret (Pr 11 13 20 19 25 9) Toutefois il se reacutefegravere aussi au conseil divin (Jr 23

1822) ou au secret de Dieu (Am 3 7)398

396 GLADD B Revealing the mysterion p 21 et seq 397 BOCKMUEHL M Revelation and Mystery in Ancient Judaism and Pauline Christianity p 15 observe que le terme סוד napparaicirct jamais dans les contextes apocalyptiques 398 Cf GLADD B Revealing the Mysterio p 21

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3512 Le terme arameacuteen רז

Pour sa part le terme arameacuteen רז est traduit par μυστήριον dans toutes ses

occurrences aussi bien dans TH que dans la LXX (agrave lexception de Dn 4 6 qui ne se trouve

pas dans la LXX) Dans la litteacuterature veacuteteacuterotestamentaire le terme רז renvoie

particuliegraverement au livre de Daniel ougrave il apparaicirct 9 fois et essentiellement en Dn 2 Le

tableau ci-dessous preacutesente les occurrences du terme dans la Bible Heacutebraiumlque dans la

Septante et dans Theacuteodotion399

Tabeaux 23 Occurrences de רז dans la Bible Heacutebraiumlque la Septante et Theacuteodotion

Daniel BHS LXX TH

μυστηρίου μυστηρίου רזה 18 2

μυστήριον μυστήριον רזה 19 2

μυστήριον μυστήριον רזה 27 2

μυστήρια μυστήρια רזין 28 2

μυστήρια μυστήρια רזיא 29 2

μυστήριον μυστήριον רזא 30 2

μυστήρια μυστήρια רזין 47 2

μυστήριον μυστήριον רזה 47 2

רז 6 4

4 9 μυστήριον

Dans le livre de Daniel סוד napparaicirct jamais dans la partie heacutebraiumlque et

seulement le terme רז apparaicirct dans la partie arameacuteenne Le fait que la LXX ait eacuteviteacute de

traduire le terme סוד par μυστήριον (pour les motifs susciteacutes) et quavec TH tous deux

ont maintenu la traduction de רז par μυστήριον montre quil y existe agrave la base une

diffeacuterence significative entre le סוד heacutebreu et le רז arameacuteen En effet cest dans le livre

de Daniel que le mystegravere prend pour la premiegravere fois un sens qui sera important pour le

deacuteveloppement futur du terme celui du mystegravere eschatologique 400 Il sagit dune

intimation cacheacutee deacuteveacutenements divinement guideacutes et dont la reacuteveacutelation et linterpreacutetation

sont reacuteserveacutees agrave Dieu seul401

399 La traduction de רזי en Is 24 16 est incertaine TH et Symmaque le traduisent par μυστήριον mou (mon

secret) Cette interpreacutetation serait incertaine car le mot deacuterive de hzr et donnerait lieu agrave la traduction

(malheur agrave moi) Cf PRUumlMM K Mystegraveres p 174 Certains admettent la traduction du terme par

μυστήριον Cf NIEHAUS J Raz Peshar in Isaiah XXIV p 376 et seq 400 BORNKAMM G μυστήριον col 814 401 Ibid

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3513 Le μυστήριον dans les autres eacutecrits

Dans la LXX le terme μυστήριον apparaicirct eacutegalement dans les livres tardifs qui

ont eacuteteacute pour la plupart eacutecrits dans la langue grecque et reconnus comme

deuteacuterocanoniques402 Le tableau ci-dessous preacutesente les occurrences du terme dans les

eacutecrits deuteacuterocanoniques

Tabeaux 24 Occurrences de μυστήριον dans les eacutecrits deuteacuterocanoniques

Judith Tobie 2Maccabeacutees Sagesse Siracide

2 2 μυστήριον

12 7 μυστήριον

12 11 μυστήριον

13 21 μυστήρια

2 22 μυστήρια

6 22 μυστήρια

14 15 μυστήρια

14 23 μυστήρια

22 22 μυστηρίου

27 16 μυστήρια

27 17 μυστήρια

27 21 μυστήρια

En Judith 2 2 le μυστήριον est celui que deacutetient le roi avec ses aides de camp et

ses conseillers En Tobie 12 711 le μυστήριον sexprime dans une eacutetroite relation avec

le verbe laquo cacher raquo (κρύπτω) En mecircme temps il se situe en parallegravele avec ἀνακαλύπτω

dans les recommandations de Raphaeumll agrave Tobie et son fils En deacuteclarant agrave ce pegravere de famille

et agrave son fils de rendre gracircce agrave Dieu et de le beacutenir pour le bien quil leur a fait Raphaeumll

recommande que le μυστήριον du roi doit ecirctre cacheacute alors que les œuvres de Dieu doivent

ecirctre reacuteveacuteleacutees

402 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 183 observe que dans certains manuscrits le terme

μυστήριον apparaicirct aussi en Si 3 19 REYNIER C Evangile et mystegravere p 216 fait mention du terme

μυστήριον dans les apocalypses apocryphes et notamment en 1Heacuten 46 2 48 6-7 62 7 ougrave il a le sens dun

messie cacheacute pour apparaicirctre un jour Le terme a une dimension messianico-eschatologique GLADD B

Revealing the Mysterion p 52 signale que dans les termes les plus employeacutes agrave Qumracircn pour traduire la notion de secret le terme רז est le plus utiliseacute avec environ 120 occurrences dont 117 emplois ont un sens

eschatologique et seulement 3 en ont un sens seacuteculier

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En 2M 13 21 le contexte est celui de la trahison de Rodokos un soldat de larmeacutee

juive qui deacutevoilait les secrets aux ennemis Dans ce contexte les μυστήρια apparaissent

comme objet du verbe προσαγγέλλω (annoncer) Dans ces trois livres le μυστήριον est

donc employeacute non pas par rapport agrave Dieu dans un sens religieux mais par rapport au roi

et par rapport agrave un groupe de personnes qui deacutetiennent un secret qui ne doit pas ecirctre trahi

De mecircme en Sir 22 22 le mystegravere apparaicirct dans des situations de trahison dun

secret dami qui rend impossible la reacuteconciliation car qui reacutevegravele (ἀποκαλύπτω) les secrets

dun ami perd son creacutedit (27 161721) Mecircme sils sexpriment comme objet de

ἀποκαλύπτω les μυστήρια dans ce contexte sont encore les secrets dun ami403

En Sg 2 22 μυστήρια sexprime par rapport agrave Dieu En ignorant la destineacutee

immortelle de lhomme les impies ignorent les secrets de Dieu En Sg 6 22 il se preacutesente

comme objet du verbe ἀποκρύπτω En effet dans sa volonteacute de deacutecrire la sagesse le roi

Salomon sengage agrave ne pas cacher les mystegraveres Les μυστήρια sont ici employeacutes dans un

sens pratiquement religieux en lien avec Dieu

Toutefois en Sg 14 15 ougrave les mystegraveres ont eacutegalement une dimension religieuse

ceux-ci sexpriment par rapport aux rites dinitiation (τελετάς) qui sont transmis du pegravere

au fils et ces mystegraveres sont plutocirct des mystegraveres occultes qui naident pas agrave garder la pureteacute

ni dans la vie ni dans le mariage (14 23) Dans cet usage la relation entre les mystegraveres et

les rites dinitiation montrent un lien eacutevident avec les cultes paiumlens des religions

mysteacuteriques

403 PRUumlMM K Mystegraveres p 175 observe que le mot heacutebreu רז en Sir 8 18 serait la base du κρυπτόν de

la LXX Le cas de Sir 12 11 est plus douteux De plus Pruumlmm remarque que le mot μυστήριον se trouve

eacutegalement dans dautres passages de Siracide de la LXX sans leur correspondant heacutebreu Cest le cas de Sir 3 19 qui aurait la base de lheacutebreu סוד et qui fait allusion aux secrets divins reacuteveacuteleacutes aux humbles et non aux

orgueilleux

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352 Une approche de la Reacuteveacutelation et de la Connaissance divine

3521 La reacuteveacutelation et la racine verbale heacutebraiumlque

Lobjectif de cette section nest pas de faire un exposeacute systeacutematique sur la

reacuteveacutelation De prime abord la religion dIsraeumll est une religion de reacuteveacutelation qui se base

sur la croyance dun Dieu qui sest reacuteveacuteleacute agrave lhomme404 et qui continue agrave se reacuteveacuteler Il ne

sagit pas non plus de repeacuterer dans lEcriture toutes les formes de reacuteveacutelation divine405 Il

serait dailleurs inutile de chercher dans lAncien Testament un mot qui couvrirait la

notion de reacuteveacutelation406

Toutefois la langue heacutebraiumlque connaicirct plusieurs racines verbales qui dune

maniegravere ou dune autre servent agrave exprimer laction reacuteveacutelatrice de Dieu407 Le verbe dgn

dans ses 371 occurrences dans la Bible heacutebraiumlque est tregraves souvent employeacute pour exprimer

la reacuteveacutelation divine Mais cest un verbe qui possegravede une gamme de significations tregraves

ample408 Si son sens de base est celui de faire connaicirctre quelque chose agrave quelquun son

sens theacuteologique traduit ce qui est reacuteveacuteleacute tant par Dieu que par lhomme409

Ses quatre occurrences dans le livre de Daniel (2 2 9 23 10 21 11 2)

apparaissent dans des contextes tregraves significatifs La premiegravere occurrence de dgn en Dn 2

2 apparaicirct quand le roi fait appel agrave ses devins et magiciens pour lui interpreacuteter son recircve

En Dn 9 23 dgn apparaicirct dans le contexte de lannonce dune parole agrave Daniel par lange

Gabriel De mecircme en 1021 et 11 2 cest encore lange qui annonce agrave Daniel la veacuteriteacute et

ce qui est eacutecrit dans le livre de veacuteriteacute

En Daniel dgn revecirct donc une signification theacuteologique de lannonce ou de

linterpreacutetation Cest ce sens dinterpreacuteter quil faut comprendre en Daniel tout comme en

404 HAAG H Reacuteveacutelation col 586 405 LAncien Testament contient plusieurs formes de reacuteveacutelation divine et dont les plus particuliegraveres sont les

songes (rencontreacutes chez les patriarches) et les visions (particuliegraverement chez les prophegravetes) mais surtout

lexceptionnelle theacuteophanie du mont sinaiuml en Ex 19 16-25 dans son caractegravere unique et extraordinaire Pour

une eacutetude sur les diffeacuterentes formes de reacuteveacutelations voir HAAG H Reacuteveacutelation col 586 et seq FITERA

F M El concepto de revelacioacuten en el libro de Daniel p 119 et seq 406 HAAG H Op cit col 587 407 Ibid 408 Cf ALONSO SCHOKEL L Dicionaacuterio Biacuteblico Hebraico-Portuguecircs p 417 409 HARRIS L Dicionaacuterio Internacional de Teologia do Antigo Testamento p 1289

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Gn 41 24 car lusage de dgn particuliegraverement en Dn 2 2 exprime le caractegravere propheacutetique

de linterpreacutetation et non pas seulement de faire connaicirctre au roi son recircve410

Le verbe arameacuteen apparaissent 412har son eacutequivalent heacutebraiumlque et 411ה חז

respectivement 30 et 22 fois dans le livre de Daniel Au-delagrave de leurs significations

ordinaires les deux verbes sont aussi employeacutes en fonction des recircves et des visions qui

structurent les deux parties du livre et en constituent les deux formes essentielles de

reacuteveacutelation Alors que חזה est essentiellement employeacute dans la premiegravere partie du livre

(avec quelques occurrences en Dn 7 consideacutereacute comme la charniegravere des deux parties du

livre) le verbe har est essentiellement utiliseacute dans la deuxiegraveme partie413 Lemploi de ces

deux verbes montre une eacutevolution terminologique et seacutemantique dans le rapport entre les

recircves et les visions qui configurent les deux parties du livre

3522 Recircve et vision comme deux modes de reacuteveacutelation

En effet dans la litteacuterature veacuteteacuterotestamentaire le recircve et la vision sont deux

modes de reacuteveacutelation preacutesents aussi bien dans le Pentateuque que dans les autres eacutecrits

Ces deux modes de reacuteveacutelation sont exprimeacutes en Nb 12 6-8 dans un scheacutema concentrique

qui souligne la particulariteacute de la reacuteveacutelation divine agrave Moiumlse au-delagrave des deux formes

susciteacutees Toutefois ces deux modes de reacuteveacutelation et particuliegraverement les recircves entrent

dans une peacuteriode de crise au temps des prophegravetes414

Avec le prophegravete Jeacutereacutemie la question particuliegravere des recircves resurgit dans les

contextes de la poleacutemique avec les autres prophegravetes (Jr 25-31) Le deacutebat sur la propheacutetie

en posant des questions sur lauthenticiteacute de la parole propheacutetique conduit agrave une tentative

de rationalisation des rapports entre le songe et la vision reacuteservant le songe agrave la nuit et la

vision au jour415 Cest particuliegraverement dans le livre de Joeumll que reacuteapparaissent le songe

410 HUSSER J-M Le songe et la parole p 252 et seq 411 Occurrences de חזה dans la partie arameacuteenne de Daniel 2826313441(2x)4345 3192527 4

26710151720 5 523 7 12467911 9(2x)1321 412 Occurrences de har dans la partie heacutebraiumlque de Daniel 1 1013(2x)15 8 1(2x)2(3x)34671520 9

1821 10 57(2x)8 12 5 413 Dans la premiegravere partie du livre le verbe har est uniquement employeacute dans le sens commun en Dn 1

101315 414 Pendant cette peacuteriode de crise la vision comme mode de reacuteveacutelation divine na pas eacutechappeacute agrave la critique

propheacutetique Voir Ez 13 6-7 23 21 34 22 28 415 HUSSER J-M Songes col 1524

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et la vision comme expressions de la reacuteveacutelation propheacutetique sous leffet de leffusion de

lEsprit sur toute chair (Jl 3 1)

En effet loracle qui ouvre la seconde partie du livre de Joeumll place de nouveau en

parallegravele le songe et la vision comme manifestations types de lesprit propheacutetique416

על־כל־בשר ונבאו בניכם ובנותיכםוהיה אחרי־כן אשפוך את־רוחי זקניכם חלמות יחלמון בחוריכם חזינות יראו

Apregraves cela je reacutepandrai mon Esprit sur toute chair vos fils et vos filles propheacutetiseront

Vos anciens recircveront des recircves Vos jeunes gens verront des visions (Jl 3 1)

Le prophegravete Joeumll preacutesente un vocabulaire qui justifie la dimension propheacutetique de

leacutecrit et reacutesume lorigine et le don de lexpeacuterience religieuse en Israeumll417 Leffusion de

lEsprit accompagne degraves lors la propheacutetie et rend possible la reacuteveacutelation divine Par

leffusion de lEsprit il devient possible decirctre prophegravete de recircver les recircves et de voir

les visions comme veacutehicule de la communication divine418

Dans son vocabulaire le prophegravete Joeumll se deacutemarque de la propheacutetie classique et

annonce deacutejagrave les usages de lapocalyptique419 Le paralleacutelisme eacutetablit entre les expressions

voir les visions renvoie particuliegraverement au חזינות יראו recircver les recircves et חלמות יחלמון

livre de Daniel En faisant allusion au recircve de Nabuchodonosor Dn 2 13 emploie la

mecircme expression recircver un recircve qui rappelle celle du prophegravete Joeumll et correspond agrave un

usage plus ancien rencontreacute dans le cycle de Joseph (Gn 37 569 40 58 41 1115 42

9) dans le livre du Deuteacuteronome (Dt 13 246) et dans le livre des Juges (Jg 7 13)

Lexpression la plus courante pour dire recircver ou faire un recircve est celui de

laccusatif interne jai recircveacute un recircve qui sert agrave deacutesigner exclusivement des recircves

symboliques qui se distinguent des recircves-messages introduits par la formule dans un

recircve et preacuteceacutedeacutes du verbe deacutecrivant le mode dintervention de Dieu selon les contextes420

416 Ibid 417 FERNANDES L A O anuacutencio do dia do Senhor p 211 418 Ibid p 211 419 HUSSER J-M Songes col 1524 et seq Mecircme si la terminologie du prophegravete Joeumll sera en partie

utiliseacutee dans les textes apocalyptiques il ny a pas encore chez Joeumll de lapocalyptique agrave proprement parler

Nous reconnaissons avec FERNANDES L A O anuacutencio do dia do Senhor p 392 lexistence dune

eschatologie joelienne eacutelaboreacutee agrave partir de la theacutematique du Jour du Seigneur dans son caractegravere futur qui

demeure latent et ouvert pour reacutealiser lintervention de Dieu dans le but de reacutetablir une situation

deacutesordonneacutee et en particulier celle de la justice et du droit 420 HUSSER J-M Op cit col 1484

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3523 Une eacutevolution du recircve et de la vision chez Daniel

Dans la dynamique progressive du livre de Daniel lexpression recircver un recircve

employeacutee en Dn 2 13 est substitueacutee en 4 2 par lexpression voir un recircve (חלם חזית) Le

verbe voir est exprimeacute en 4 2 par la racine verbale חזה dougrave deacuterive le substantif חזון Ce

substantif est employeacute dans la deuxiegraveme partie du livre (Dn 7-12) pour indiquer le mode

de reacuteveacutelation agrave travers la vision421

En passant de lexpression recircver un recircve agrave voir un recircve le recircve comme mode

de reacuteveacutelation divine perd sa force et finit par ecirctre deacutecrit en termes de vision Le verbe חזה

employeacute dans lexpression voir un recircve est encore employeacute dans les chapitres 4 et 5

mais aussi le chapitre 7 qui contient les derniegraveres occurrences du verbe Ce rapprochement

terminologique qui creacutee une apparente confusion entre le recircve et la vision est

caracteacuteristique de lapocalyptique et le livre de Daniel est lexpression de lassimilation

progressive du recircve agrave la vision propheacutetique422

Ce changement terminologique marque une eacutevolution qui deacutebouche sur une

disparition progressive du recircve comme mode de reacuteveacutelation au profit de la vision agrave travers

les expressions dans ma vision de la nuit (בחזוי עם־ליליא) et visions de sa tecircte sur sa

couche (וחזו י ראשה על־משכבה)423 Le chapitre 7 par sa fonction dans le livre assure cette

transition des recircves aux visions par la derniegravere reacutefeacuterence du terme חלם en Dn 7 1 Il ne

sera plus que question de visions dans la suite du livre

Toutefois les deux mots utiliseacutes pour deacutesigner aussi bien les visions que les recircves

dans la partie arameacuteenne deacutenotent une certaine diffeacuterence Bien que chaque type de recircve

ou vision de nuit soit vu comme une communication venant de lexteacuterieur חזו est employeacute

pour souligner les visions qui viennent explicitement du Dieu de Daniel comme opposeacutees

aux recircves Babyloniens424 Le recircve qui a eacuteteacute un motif dominant dans la premiegravere partie du

livre avec 25 occurrences est employeacute uniquement en 7 1 dans la deuxiegraveme partie du

livre au profit de la vision qui en abonde

421 Dans la premiegravere partie du livre חזון apparaicirct en 1 17 2 1928 4 26710 Toutes ses occurrences dans

la section heacutebraiumlque sont au singulier (812(2x)13151726 92124 1014 1114) alors que dans la

section arameacuteenne il napparaicirct que 3 fois au singulier (219 7220) et 9 fois au pluriel (228 426710

7171315) 422 HUSSER J-M ldquoSongesrdquo col 1505 423 FITERA F M El concepto de revelacioacuten en el libro de Daniel p 148 424 MEADOWCROFT T J Aramaic Daniel and Greek Daniel p 180

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Par ailleurs חלום est parfois employeacute dans la Bible heacutebraiumlque pour exprimer la

reacuteveacutelation divine comme en Gn 37 5-10 Mais sil existe ici un seul verbe pour exprimer

les recircves (חלום) il existe plus dun verbe pour traduire les visions Dans le livre de Daniel

est uniquement employeacute dans la partie heacutebraiumlque en 1 17 2 123 et non directement חלום

en lien avec la reacuteveacutelation divine Son absence dans la deuxiegraveme partie du livre au profit

de son parallegravele heacutebraiumlque חזון largement employeacute et arameacuteen חזו (en 7 127131520)

souligne lorigine divine de la vision dans le livre de Daniel

En effet si le verbe voir dans la racine verbale חזה (ou ראה) est tregraves souvent

utiliseacute dans les reacutecits de visions on ne le trouve en principe jamais dans les reacutecits de

songes425 Cette eacutevolution est bien visible dans la dynamique du livre de Daniel ougrave le

verbe voir exprimeacute jusqualors par la racine חזה sera aussi substitueacute par la racine ראה

dans les chapitres 8 agrave 12426 A cet effet le substantif מראה deacuteriveacute de la racine ראה est aussi

employeacute avec חזון de maniegravere indistincte pour deacutesigner les visions comme unique forme

de reacuteveacutelation subsistant dans ce contexte427

Le fait que la vision de Dn 7 1 soit preacutesenteacutee comme un recircve est caracteacuteristique

de la situation charniegravere de ce chapitre situeacute entre les reacutecits haggadiques et la partie

apocalyptique428 En marquant la transition entre les deux parties du livre le chapitre 7

consacre lassimilation du recircve et de la vision Degraves lors la reacuteveacutelation du mystegravere ne pourra

ecirctre comprise que dans une vision de nuit (Dn 2 19) Si Nabuchodonosor est le

personnage recircveur Daniel en est le visionnaire

A travers les songes et les visions qui conforment ses deux parties le livre de

Daniel reacutecupegravere les deux modaliteacutes essentielles de la reacuteveacutelation biblique les recircves et les

songes qui trouvent leur deacutenominateur commun dans le personnage de Daniel qui

comprenait toutes les visions et les recircves (Dn 1 17)429

425 HUSSER J-M ldquoSongesrdquo col 1505 Les cas de Gn 41 22 et 31 10 ougrave il est question de voir les recircves deacutecrits avec la racine ראה en sont des exceptions 426 Les versets 10 14 et 11 14 font cas dexception dans cette finale du livre 427 Occurrences de מראה dans le livre de Daniel 1413(2x)15 815162627 9 23 10 167(2x)81618 428 HUSSER J-M Op cit col 1506 429 FITERA F M El concepto de revelacioacuten en el libro de Daniel p 141 et seq Dans le livre de Daniel

apparaissent dautres traits caracteacuteristiques de la reacuteveacutelation quil convient de signaler puisse quils ne seront

pas analyseacutes dans le cadre de cette eacutetude Le premier cas est celui de la reacuteveacutelation dune parole agrave Daniel dans lexpression en Dn 10 1 Malgreacute toutes les (une parole fut reacuteveacuteleacutee agrave Daniel) דבר נגלה לדניאל

diffeacuterences cette expression rappelle la formule propheacutetique par excellence (ויהי דבר־יהוה) rencontreacutee chez

les grands prophegravetes Mecircme si la formule (ויהי דבר־יהוה) est aussi retrouveacutee dans le Pentateuque et les livres

historiques et sapientiels il est plus freacutequent chez Jeacutereacutemie Ezeacutechiel et mecircme chez Zacharias Il est vrai que cette expression ne contient pas le nom de Dieu retrouveacutee dans la formule דבר־יהוה Aussi le verbe היה est

ici remplaceacute par le verbe גלה Pourtant sous langle de la reacuteveacutelation propheacutetique cette expression montre

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3524 expressions de la reacuteveacutelation et de la connaissance ידע et גלה

Sans rester insensible aux autres expressions et formes de reacuteveacutelation lobjectif de

cette section consiste agrave identifier les actions reacuteveacutelatrices de Dieu agrave partir des racines

verbales גלה et ידע Malgreacute leur porteacutee seacutemantique assez large la section arameacuteenne de

Daniel utilise le verbe hlggt en connexion avec le verbe pour transmettre lideacutee de la ידע

reacuteveacutelation divine430

Cette approche dans le cadre de notre eacutetude sinteacuteresse davantage au lien existant

entre ces deux verbes et le substantif qui constituent une trilogie importante dans רז

lexpression des dynamismes salvifiques Ce caractegravere salvifique est le trait essentiel de

la notion biblique de reacuteveacutelation et la racine verbale גלה est la racine heacutebraiumlque et

arameacuteenne qui correspond le plus fidegravelement au terme reacuteveacuteler431

En effet le verbe hlggt signifie deacutecouvrir deacutevoiler reacuteveacuteler manifester432 Dans

lAncien Testament la racine verbale גלה apparaicirct 187 fois dans la section heacutebraiumlque et 9

fois dans la section arameacuteenne uniquement dans les livres de Daniel et Esdras 4 10 5

12 On trouve une forte concentration du terme en Dn 2 ougrave il apparaicirct 7 fois sur un total

de 8 occurrences dans le livre433 Autrement dit le terme apparaicirct essentiellement dans la

la valeur de la parole qui constitue le prophegravete comme celui qui a reccedilu ou eacutecouteacute une parole Un autre trait

caracteacuteristique de la reacuteveacutelation chez les prophegravetes rencontreacute dans le livre de Daniel est limportance de

lEsprit et sa fonction dans la reacuteveacutelation Cette importance de lEsprit est exprimeacutee dans la seacutequence de lexpression י רוח־אלהין קדישין en Dn 4 5615 5 11 et en 5 (en qui demeure lesprit des dieux saints) וד

14 (en qui demeure lesprit des dieux) et enfin en 5 12 6 4 (esprit extraordinaire) En effet רוח et דבר ont

eacuteteacute traditionnellement consideacutereacutes comme deux formes distinctes de reacuteveacutelation caracteacuterisant respectivement

deux peacuteriodes historiques diffeacuterentes celle des prophegravetes posseacutedeacutes par lEsprit avant le VIIIe siegravecle et celle

des prophegravetes posseacutedeacutes par la parole du VIIIe siegravecle au prophegravete Jeacutereacutemie (Cf MOWINCKEL S The

Spirit and the Word in the Pre-Exilic Reforming Prophets p 199 et seq) Il savegravere impossible de limiter

les actions reacuteveacutelatrices de Dieu dans toutes ses composantes dans des cateacutegories mentales et temporelles

Avant le VIIIe les prophegravetes sous la mouvance de lEsprit eacutetaient-ils priveacutes de la parole Et les prophegravetes contemporains de Jeacutereacutemie eacutetaient-ils priveacutes de laction de lEsprit LEsprit et la parole sont deux

caracteacuteristiques essentielles de toute reacuteveacutelation De telle maniegravere que laction reacuteveacutelatrice de lEsprit na de sens que par laction de la parole Malgreacute son importance indeacuteniable le דבר ne constitue pas agrave elle seule

une modaliteacute de la reacuteveacutelation mais en est le contenu dont la transmission arrive agrave son terme agrave travers des

multiples modaliteacutes (Cf FITERA F M El concepto de revelacioacuten en el libro de Daniel p 145) 430 MEADOWCROFT T J Aramaic Daniel and Greek Daniel p 178 431 HAAG H ldquoReacuteveacutelationrdquo col 588 passim 432 ALONSO SCHOKEL L Dicionaacuterio Biacuteblico Hebraico-Portuguecircs p 138 433 Les ocurrences du verbe גלה dans le livre de Daniel Dn 2 192228293047 (2x) 101

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premiegravere partie du livre caracteacuteriseacutee par les songes et seulement une fois dans la deuxiegraveme

partie caracteacuteriseacutee par les visions434

Dans le texte de la LXX du livre de Daniel גלה est traduit en des termes varieacutes tels

que avnakaluptw (2 222829) ἐκφαίνω (2 193047) et δείκνυμι (10 1) Le texte de TH

quant agrave elle traduit le verbe גלה par avpokaluptw dans les versets ci-dessus et en fait

eacutegalement un ajout dans le contexte de Dn 11 35 ougrave le verbe bel (blanchir rendre blanc

purifier) est eacutegalement traduit par le verbe avpokaluptw Le tableau ci-dessous preacutesente

les diffeacuterentes formes dexpressions de גלה dans les deux sections du livre

Tabeaux 25 Expressions de גלה dans le livre de Daniel

Daniel Section arameacuteenne Section heacutebraiumlque

גלי 19 2

גלא 22 2

גלא 28 2

וגלא 29 2

גלי 30 2

למגלא וגלה 47 2

נגלה 1 10

Par ailleurs la terminologie employeacutee dans le livre de Daniel pour signifier la

connaissance du mystegravere divin et tregraves lieacutee au verbe hlggt est particuliegraverement la racine ידע

En effet ידע est employeacute dans lAncien Testament avec une escale de significations

damplitude consideacuterable toutefois il nest pas possible de faire une histoire deacutetailleacutee de

leacutevolution de ces significations agrave linteacuterieur ou agrave lexteacuterieur de lAncien Testament435

Dans le domaine du savoir nous retenons que ידע deacutesigne le savoir qui provient

de la perception de lexpeacuterience et de la connaissance un savoir qui peut ecirctre appris et

transmis436 Dans le domaine de la reacuteveacutelation le niphal (se faire connaicirctre se manifester)

et le hiphil (faire connaicirctre manifester) de ידע sont employeacutes comme concepts de

reacuteveacutelation437

434 Pour la structure du livre de Daniel nous nous remettons agrave la division bipartite traditionnellement

reconnue par la majoriteacute des commentateurs Voir ALONSO SCHOKEL L SICRE DIAZ J L Profetas

II p 1262 passim 435 SCHOTTROFF W ידע col 947 436 Ibid col 949 437 Ibid col 957

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Dans la dynamique du livre de Daniel le verbe arameacuteen ידע apparaicirct 36 fois alors

que son eacutequivalence heacutebreu ידע napparaicirct que 7 fois438 Le tableau ci-dessous preacutesente les

variations de ce verbe dans le livre de Daniel et son usage assez diversifieacute dans la LXX

Tabeaux 26 Emploi de ידע dans le livre de Daniel et eacutequivalences dans la LXX

Equivalence dans la LXX ידע dans la section en

arameacuteen

Dans la section en ידע

heacutebreux

14 συνετός ידע

22 ἀναγγέλλω

23 ἐπιγινώσκω ידע

24 ἀναγγέλλω hwx

25 δηλόω ἀπαγγέλλω ידע

26 δηλόω ἀναγγέλλω hwx ((2x)

27 hwx

28 οἶδα ידע

29 δηλόω γινώσκω ἀπαγγέλλω ידע hwx

29 δηλόω ידע

210 hwx

211 δηλόω hwx

216 δηλόω hwx

ידע 215

217 ὑποδείκνυμι ידע

221 σύνεσις ידע

222 γινώσκω ידע

223 δηλόω ידע

ידע 223

224 δηλόω hwx

225 δηλόω ידע

226 δηλόω ידע

227 hwx

228 δηλόω ידע

229 δηλόω ידע

230 δηλόω ידע

ידע 230

ידע 245

247 δηλόω

315 γινώσκω

ידע 318

332 hwx

345 γινώσκω

ידע 43

ידע 44

438 Ocurrences de ידע dans la partie arameacuteenne Dn 2 589(2x)1517212223(2x)2526282930(2x)45

dans la partie heacutebraiumlque Dn 1 ידע 16 7 1116 6 8151617212223 5 3461415222329 4 318

4 2 3 8 19 9 25 10 20 11 3238

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ידע 46

ידע 414

ידע 415

417 γινώσκω

418 ὑποδείκνυμι

ידע 422

ידע 423

ידע 429

431 ἐπιγινώσκω

437 ὑποδείκνυμι

57 ἀπαγγέλλω ὑποδείκνυμι hwx

58 ἀπαγγέλλω ידע

59 ἀπαγγέλλω ὑποδείκνυμι

512 ὑποδείκνυμι hwx (2x)

hwx ידע 515

516 ὑποδείκνυμι ידע

517 ἀναγινώσκω ידע

ידע 521

ידע 522

ידע 523

64 συνετός

66 οἶδα

69 οἶδα

611 ἐπιγινώσκω ידע

ידע 616

716 δηλόω ידע

819 ἀπαγγέλλω ידע

922 ὑποδείκνυμι

923 ὑποδείκνυμι

925 γινώσκω ידע

1014 ὑποδείκνυμι

1020 γινώσκω ידע

1021 ὑποδείκνυμι

112 ὑποδείκνυμι

1132 γινώσκω ידע

1138 γινώσκω ידע

1139 ἐπιγινώσκω

Dans la version de Theodition les verbes [dygt ou [dy mais aussi hwx sont

geacuteneacuteralement traduits par γνωρίζω (reacuteveacuteler faire connaicirctre) ou par γινώσκω (connaicirctre)

Par contre dans la LXX du livre de Daniel ougrave γνωρίζω est pratiquement absent on trouve

un usage tregraves diversifieacute des verbes δηλόω (montrer reacuteveacuteler faire connaicirctre) 439 qui

439 Le verbe apparaicirct 15 fois dans le livre de Daniel 2 569(2x)11162324252628293047 716

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apparaicirct 15 fois ὑποδείκνυμι (12 fois) γινώσκω qui apparaicirct 9 fois440 et dautres verbes

preacutesenteacutes dans le tableau ci-dessus

Lemploi de [dy dans les sections arameacuteenne et heacutebraiumlque du livre de Daniel est

essentiellement seacuteculier Toutefois son usage en lien avec la reacuteveacutelation divine et de

maniegravere particuliegravere en eacutetroite relation avec hlGgt et zr est particuliegraverement relevant dans le

cadre de notre eacutetude Dans tous les usages du verbe [dy dans la section heacutebraiumlque le cas

le plus relevant est son expression en Dn 11 32 ougrave Dieu apparaicirct comme objet du verbe

[dy Le peuple sera fort parce quil connaicirct son Dieu Ici le verbe [dy ne sexprime pas en

lien avec hlGgt et zr comme cest particuliegraverement le cas dans la section arameacuteenne

En effet dans la section arameacuteenne lemploi de [dygt en Dn 2 17-23 ainsi que les

vv 2 28-3045 savegravere particuliegraverement significatif En plus de son lien tregraves eacutetroit avec

hlGgt et zr Dieu apparaicirct comme le sujet du verbe [dygt dans toutes ses occurrences dans lrsquouniteacute

textuelle de Dn 2 17-23441 ainsi que dans les vv 2 28-2945 De plus toutes les

occurrences du verbe hlggt sont lieacutees au mystegravere non seulement en Dn 2 17-23 mais aussi

dans tout le chapitre 2 Apregraves ces observations qui montrent limportance des champs

seacutemantiques de la connaissance et de la reacuteveacutelation comme composantes essentielles du

mystegravere il convient degraves lors desquisser une hermeacuteneutique theacuteologique de cette trilogie

dans la perspective des dynamismes soteacuteriologiques preacutesents dans ce texte

36 Hermeacuteneutique theacuteologique des dynamismes soteacuteriologiques en Dn 2 17-23

361 Les termes hlggt zr et [dygt comme expression de la reacuteveacutelation divine

Lanalyse litteacuteraire du texte a permis didentifier une eacutevolution dans lusage des

termes et leur importance dans la dynamique du livre et particuliegraverement en Dn 2 Cest

ainsi quil a eacuteteacute remarqueacute que les termes ~lxervP et hwx aussi essentiels en Dn 2 sont

totalement absents dans la partie centrale du chapitre constitueacutee par les vv 17-23

440 Et preacutecisement en Dn 2 922 3 1545 4 17 9 25 10 20 11 3238 441 Lunique exception est le v 2 17 ougrave Daniel apparaicirct comme sujet de ce verbe

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Pourtant ces trois termes ~lxervP et hwx sont dune importance particuliegravere en Dn 2 dans

le processus de compreacutehension et dinterpreacutetation du recircve du roi Nabuchodonosor

Par contre en Dn 2 17-23 apparaissent les termes hlGgt et zr en lien avec [dygt comme

fil conducteur de lactiviteacute reacuteveacutelatrice de Dieu et expression des dynamismes salvifiques

preacutesents dans le texte Les termes hlGgt et zr font leur premiegravere apparition dans ce contexte

en lien avec le Dieu dIsraeumll le seul capable de reacuteveacuteler le mystegravere De plus le verbe [dygt

dont Dieu est essentiellement le sujet dans ce contexte prend une connotation particuliegravere

en lien avec la reacuteveacutelation divine du mystegravere

En effet une lecture attentive du texte montre que les sages de Babylone

nemploient jamais le verbe [dygt dans leur dialogue avec le roi Et lorsque ce dernier

emploie le verbe [dygt indistinctement avec le verbe hwx en lien avec le recircve et son

interpreacutetation il le dirige aux sages de Babylone comme ceux qui pourraient lui faire

connaicirctre son recircve et son interpreacutetation Ce qui na pas eacuteteacute le cas dans le reacutecit car les sages

de Babylone nont pas pu trouver une reacuteponse agrave leacutenigme du roi

Par contre dans le discours de Daniel avec le roi Dieu apparaicirct comme le sujet

du verbe [dygt celui agrave qui il revient de faire connaicirctre le mystegravere (2 282930) La

connaissance dont il est question nest plus un simple fruit de lexpeacuterience humaine mais

une connaissance dont Dieu est lorigine et dont Lui seul peut en disposer et donner agrave qui

il veut

Dans la dynamique du texte le terme rvP est geacuteneacuteralement employeacute comme objet

du verbe hwx Or dans larameacuteen biblique ce terme est presque exclusivement un terme de

la pratique mantique 442 Ce changement terminologique implique eacutegalement une

eacutevolution seacutemantique dans laquelle le terme zr et ses composantes hlGgt et [dygt vont jouer un

rocircle deacutecisif dans lactiviteacute reacuteveacutelatrice de Dieu443

En effet les vv 17-23 ont eacuteteacute consideacutereacutes comme centre theacuteologique et point focal

du reacutecit444 De plus lun des avantages de la structure concentrique (agrave lexemple de Dn 2

442 VANDERKAM J Mantic Wisdom in the Dead Sea scrolls p 350 reconnaicirct que lassociation du terme avec la mantique a eacuteteacute bien deacutemontreacutee et que ce terme eacutetait employeacute dans lAkkadien avec des nuances פשר

diffeacuterentes en lien avec la manipulation des recircves divinatoires MEADOWCROFT T J Aramaic Daniel

and Greek Daniel p 177 reconnaicirct eacutegalement ce terme comme faisant partie du vocabulaire mantique Cet

auteur remarque aussi un brin dans la Bible heacutebraiumlque ougrave ce terme fonctionne comme un terme de la sagesse

aphoristique utiliseacutee dans la deacuteclaration dopinions ou de connaissance sur Dieu (Ps 19 3 Jb 32 1017 36

2) 443 Malgreacute que les termes רז et פשר soient tregraves lieacutes en Dn 2 comme le montre BEALE G K The Use of

Daniel in Jewish Apocalyptic Literature and in the Revelation of St John p 12-13 la dynamique du reacutecit

montre une diffeacuterence importante dans lusage des deux termes 444 PRINSLOO GTM Two Poems in a Sea of Prose p 100

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dont les vv 17-23 constituent le centre) est la localisation au centre du reacutecit du thegraveme

principal deacuteveloppeacute dans le texte445 En ce sens on est en droit de reconnaicirctre quen situant

le message principal dans les vv 17-23 au centre du reacutecit lauteur de Dn 2 choisit tout

de mecircme un langage approprieacute pour exprimer le contenu de son message Ce langage

passe neacutecessairement par lintroduction du mystegravere et ses composantes dans cette partie

centrale du reacutecit

Par lapparition de cette trilogie qui devient deacutecisif dans la suite du reacutecit tout effort

humain de comprendre et dinterpreacuteter le recircve par la seule sagesse humaine se noie dans

loceacutean de la reacuteveacutelation et de la connaissance du mystegravere divin Les qualiteacutes humaines et

intellectuelles exigeacutees par la cour royale et deacutecrites en Dn 1 vont faire place agrave une sagesse

inspireacutee par Dieu une connaissance reacuteveacuteleacutee ainsi que des aptitudes surhumaines qui

sexercent exclusivement dans linterpreacutetation des recircves446 La peacutericope de Dn 2 17-23

devient le lieu par excellence des enjeux theacuteologiques du reacutecit preacutesenteacute en Dn 2 Cette

peacutericope organiseacutee dune partie en prose et dune partie poeacutetique preacutesente une uniteacute

interne coheacuterente dans ses eacuteleacutements

Pourtant certains commentateurs ont montreacute que le poegraveme de Dn 2 20-23 inclus

dans la partie centrale du texte est inapproprieacute agrave la forme geacuteneacuterale du chapitre 2 et doit

ecirctre consideacutereacute comme une addition tardive agrave la narration447 En laissant de cocircteacute les termes

~lxervP et hwx lieacutes agrave la compreacutehension et agrave linterpreacutetation des recircves pour choisir les termes

hlggt zr et [dygt dans la partie centrale du texte lauteur de Dn 2 est en train de pointer le doigt

sur un eacuteleacutement essentiel

445 LENGLET A ldquoLa structure litteacuteraire de Daniel 2-7rdquo p 170 446 HUSSER J-M Le songe et la parole p 252 et seq 447 NIDITCH S DORAN R The Success Story of the Wise Courtier A Formal Approach p 191

souligne limportance de la supreacutematie de Dieu et laction de gracircce dans les vv 20-23 mais les considegravere

comme inapproprieacutes dans le reacutecit de Dn 2 MOWINCKEL S Psalm and Wisdom p 217 considegravere le

poegraveme de Dn 2 20-23 comme une addition dans le livre PLOumlGER O Das Buch Daniel p 50 reconnaicirct

les vv 17-23 comme centre du reacutecit mais considegravere que le poegraveme des vv 20-23 a eacuteteacute composeacute pour

reacutepondre agrave la situation preacutepareacutee par le reacutecit Par contre dans son eacutetude PRINSLOO GTM Two Poems in a Sea of Prose p 100 montre que le poegraveme de Dn 2 20-23 fonctionne comme centre theacuteologique et

point focal du reacutecit Il souligne lorigine en Dieu de toute sagesse et de tout pouvoir Cependant Prinsloo

se limite agrave consideacuterer le poegraveme comme centre theacuteologique seulement agrave partir des thegravemes de la supreacutematie

de Dieu comme source de sagesse et de pouvoir Son analyse ne prend pas en compte les vv 17-19 qui

constituent avec les vv 20-23 le centre du reacutecit La structure concentrique de Dn 2 trouve son centre dans

les vv 17-23 et non seulement dans les vv 20-23 Ce centre de nature bipartite doit ecirctre consideacutereacute et analyseacute

du point de vue de son uniteacute et non dans la division de ses deux parties En le consideacuterant dans son uniteacute

on voit dans ce centre limportance du changement terminologique qui implique une eacutevolution seacutemantique dans la dynamique du reacutecit Cest dans cette perspective que nous soulignons lusage des termes רז hlGgt et

qui deviennent deacutecisifs dans ce contexte ידע

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Au-delagrave de toute recherche sur lidentification historique de la statue composite

le Dieu dIsraeumll est la source de la veacuteritable sagesse qui gouverne lunivers Il ny a certes

pas de confrontation entre Daniel et les sages de Babylone mais la preacutesence toujours

impuissante de ces derniers met en vue cette distinction entre un savoir humain et une

sagesse divine448

Si la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance exprimeacutee par les termes hlggt zr et

[dygt devient le fil conducteur du reacutecit quel est son contenu et sa signification theacuteologique

en Dn 2 17-23 Comment la peacutericope de Dn 2 17-23 devient-elle fondamentale dans la

compreacutehension de lavegravenement salvifique du Dieu dIsraeumll

362 La priegravere de Daniel et ses compagnons Condition neacutecessaire pour la reacuteveacutelation divine et lavegravenement salvifique

La reacutefeacuterence aux trois compagnons de Daniel en Dn 2 17 a eacuteteacute consideacutereacutee par

certains commentateurs comme un rocircle superficiel attribueacute agrave ces derniers dans la

dynamique du reacutecit449 Pourtant Dn 2 17 preacutesente le premier dynamisme salvifique de la

partie centrale du reacutecit En effet degraves son retour agrave la maison Daniel fit connaicirctre (הודע) la

chose agrave ses compagnons Si le recircve est essentiellement orienteacute vers le roi Nabuchodonosor

et son empire on ne peut perdre de vue ce que le texte suggegravere sur lattitude du juif en

terre eacutetrangegravere450

Cest preacuteciseacutement dans cette attitude du juif en terre eacutetrangegravere quil est possible de

faire une lecture et une interpreacutetation theacuteologique des dynamismes soteacuteriologiques

preacutesents dans le texte Dans ce sens le retour de Daniel agrave la maison 451 suivi du

rassemblement avec ses compagnons nest pas un simple deacutetail secondaire Cest un

moment significatif non seulement dans la compreacutehension de cette attitude juive en terre

448 HUSSER J-M Le songe et la parole p 255 449 COLLINS J J Daniel p 153 affirme que les compagnons de Daniel ont un rocircle superficiel dans le

reacutecit et quils ont eacuteteacute preacutesenteacutes en 2 49 tout simplement comme une preacuteparation au chapitre 3 450 SMITH-CHRISTOPHER D The Book of Daniel p 52 451 Dans le livre de Daniel le terme בית apparaicirct en 1 2(3x) 2 517 329 4 127 5 31023 6 11 Son

occurrence en 2 17 est lunique fois ougrave la maison comme lieu dhabitation est preacutesenteacutee dans le livre comme un lieu de priegravere Ceci est bien diffeacuterent de son usage en Dn 1 2 dans les expressions בית־האלהים

(maison de Dieu) et בית אלהיו (maison de ses dieux) Dans ce sens DI LELLA A A Il libro de Daniele

p 38 observe que cette indication pourrait ecirctre le premier exemple dans lEcriture ougrave lon fait reacutefeacuterence agrave

une maison dhabitation comme lieu de rencontre pour la priegravere

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eacutetrangegravere452 mais aussi dans lavegravenement de laction salvifique du Dieu dIsraeumll dont

Daniel et ses compagnons en sont les protagonistes

Dans ce contexte Daniel apparaicirct comme le premier intermeacutediaire de lavegravenement

salvifique de Dieu en faisant connaicirctre la situation agrave ses compagnons afin de les engager

eux aussi dans ce dynamisme de salut agrave travers une attitude de priegravere Le dynamisme

initieacute par Daniel au v 17 est donc renforceacute par son expression affine au v 18 qui devient

agrave son tour la deuxiegraveme action salvifique de la peacutericope

Cette premiegravere action dont Daniel est le sujet est signifieacutee par le haphel הודע qui

sentrelace avec לביתה מלתא et אזל pour donner suite agrave ce dynamisme Pour les sages de

Babylone il n y a aucun rapport entre le monde des hommes et celui des dieux dont la

demeure nest point parmi les ecirctres de chair (Dn 2 11) Les sages de Babylone situent

leurs diviniteacutes et les hommes dans deux mondes totalement diffeacuterents453 Alors que pour

Daniel il y a un Dieu qui existe dans le ciel et qui eacutecoute la priegravere de ceux qui crient vers

lui Il est donc inutile de chercher agrave comprendre ou interpreacuteter le recircve du roi agrave partir dune

sagesse purement humaine454

Ce nest ni dans la sagesse humaine ni dans les pratiques divinatoires que se trouve

la clef de compreacutehension de ce mystegravere Cest dans un climat de priegravere dirigeacutee au Dieu du

ciel quil faut se laisser instruire Ce qui eacutetait appeleacute מלתא en 2 58111517 devient en 2

18 un mystegravere plein de rationaliteacute et de sagesse455 Si en 2 18 le רז danieacutelique inclut le

contenu du recircve et son interpreacutetation456 on comprend alors pourquoi les termes ~lxervP et

hwx sont totalement absents dans cette section du texte

452 SMITH-CHRISTOPHER D The Book of Daniel p 52 se limite agrave souligner lattitude du juif comme moment significatif dans luniteacute textuelle Touefois au-delagrave de cette attitude juive il faut y voir lavegravenement

salvifique de Dieu qui advient en terre eacutetrangegravere et dont Daniel et ses compagnons en sont les protagonistes

dans la dynamique du reacutecit Le problegraveme de fond nest pas celui dun conflit entre les Israeumllites et les

Babyloniens mais de montrer la supeacuterioriteacute du Dieu dIsraeumll non seulement sur les hommes y compris le

roi Nabuchodonosor mais aussi sur les diviniteacutes babyloniennes 453 GLADD B Revealing the Mysterion p 46 reconnaicirct que par leur reacuteponse en Dn 2 11 les sages de

Babylone montrent que leurs dieux ne divulguent pas de telles informations aux hommes mais le Dieu de

Daniel diffeacuterent des dieux babyloniens est caracteacuteriseacute par sa reacuteveacutelation 454 LACOCQUE A Le livre de Daniel p 46 observe que Dn 2 28 soppose radicalement agrave laffirmation

des Chaldeacuteens en Dn 2 11 sur la non communication entre le divin et lhumain 455 MARCONCINI B Daniele p 68 Cet auteur reconnaicirct que le principal motif qui unifie cette scegravene est le concept de mystegravere Dans le mecircme sens BEALE G K The Use of Daniel in Jewish Apocalyptic Literature and in the Revelation of St John p 17 afirme mais sans le montrer que ce mystegravere (רז) dans la

plupart de ses emplois est associeacute aux verbes hlGgt et ידע Son analyse soriente davantage dans la relation

entre רז et פשר sans lequel dit-il le mystegravere ne peut ecirctre compris Pourtant פשר napparaicirct pas dans la

peacutericope de Dn 2 17-23 et le terme רז se pose en imposant une autre perspective qui sera deacutemontreacutee dans

la suite de cette eacutetude 456 Cf BEALE G K The Use of Daniel in Jewish Apocalyptic Literature and in the Revelation of St John

p 13 Voir aussi BROWN R The Semitic Background of the Term ldquoMysteryrdquo in the New Testament p 7

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Par ailleurs diffeacuterent de son eacutequivalent heacutebraiumlque סוד qui revecirct une varieacuteteacute de sens

le רז danieacutelique est exclusivement lieacute au dynamisme de la reacuteveacutelation divine Le cadre de

cette reacuteveacutelation est exprimeacute en Dn 2 17 par la mention de la maison comme lieu de priegravere

et dont le verbe אזל contribue dans sa deacutelimitation avec le contexte anteacuterieur

Toutefois le dynamisme salvifique initieacute par Daniel ne sachegraveve pas dans cette

premiegravere action dont Daniel est le sujet du verbe principal הודע La finaliteacute de laction qui

a pourtant une extension future contenue dans linaccompli יהבדון est exprimeacutee au v 18

par linfinitif למבעא Pour que Daniel et ses compagnons ne peacuterissent pas avec les sages

de Babylone il faudra que Ananias Misaeumll et Azarias implorent la miseacutericorde divine

363 La communion comme condition neacutecessaire de lavegravenement salvifique

Les quatre fils dIsraeumll se trouvent en terre eacutetrangegravere dans une situation deacutelicate de

leur existence Le retour de Daniel agrave la maison est un moment propice pour se retrouver

avec ses compagnons et raffermir leur lien de communion fraternelle en celui agrave qui ils ont

mis leur confiance Vu lurgence de la situation Daniel aurait pu se retirer tout seul en

priegravere apregraves sa rencontre avec le roi en 2 16 Le rassemblement avec ses compagnons

met en vue limportance de la priegravere communautaire

Ce moment de priegravere eacutetablit un lien commun et une solidariteacute entre les participants

en renforccedilant la foi de chacun dans une situation de peacuteril457 En restant fidegraveles agrave leur Dieu

Daniel et ses compagnons ne vivent pas leur foi de maniegravere isoleacutee les uns des autres Cest

dans la priegravere communautaire que cette foi salimente et saffermit particuliegraverement dans

des moments dadversiteacutes

En effet le scheacutema de lhistoire de Daniel a certainement des similitudes dans le

Proche Orient ancien458 Dans ce sens cette histoire peut ecirctre lue selon le type dun reacutecit

traditionnel ougrave une personne de statut infeacuterieur (prisonnier eacutetranger serviteur jeune) est

emmeneacutee devant une personne de classe supeacuterieure (roi chef) pour reacutepondre agrave une

457 Voir aussi DI LELLA A A Il libro di Daniele p 38 et SEGAL M From Joseph to Daniel The

Literary Development of the Narrative in Daniel 2 p 130 458 Pour une eacutetude sur les histoires semblables agrave celle de Daniel dans le Proche Orient ancien voir WILLS

L M The Jews in the Court of the Foreign King p 182 passim HUMPHREYS W L A life-style for

Diaspora A Study of the Tales of Esther and Daniel p 217

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question difficile ou reacutesoudre un problegraveme qui exige une intelligence profonde459 La

situation de Daniel comme exileacute en terre eacutetrangegravere reacutepond aux caracteacuteristiques de ces

histoires traditionnelles

Toutefois dans lhistoire de Daniel la demande de priegravere apparaicirct comme un

eacuteleacutement theacuteologique proeacuteminent qui montre que Daniel ne reacutesout pas le problegraveme par sa

propre sagesse mais par la gracircce de la reacuteveacutelation divine460 En effet le verbe hlGgt au hafel

signifie deacuteporter exiler et le substantif arameacuteen qui en deacuterive est WlGgt qui signifie exil

deacuteportation461 En Dn 2 25 Daniel est identifieacute par Aryock comme lun des deacuteporteacutes de

Juda (גלותא די יהוד)462

Le lien verbal est ainsi fait entre Dieu le reacuteveacutelateur et Daniel le deacuteporteacute agrave travers

qui Dieu est capable de reacuteveacuteler son mystegravere463 Si en Dn 2 25 Daniel a eacuteteacute preacutesenteacute par

Aryock comme lun des deacuteporteacutes de Juda en Dn 2 47 le roi preacutesente Daniel aux cocircteacutes de

son Dieu comme celui qui reacutevegravele le mystegravere Mecircme si Daniel est preacutesenteacute comme un

modegravele pour un style de vie dans la diaspora464 on ne peut pas perdre de vue que cest le

Dieu dIsraeumll qui continue decirctre le plus grand protagoniste dans le succegraves du jeune juif en

terre eacutetrangegravere

En mecircme temps sur le plan de lavegravenement salvifique le rocircle de Daniel et ses

compagnons nest ni neacutegligeable ni secondaire Les quatre juifs de la diaspora deviennent

dans un contexte de peacuteril des meacutediations indispensables de la gracircce salvifique du Dieu

dIsraeumll en terre eacutetrangegravere Dans sa toute-puissance le Dieu dIsraeumll aurait pu agir sans

aucune meacutediation humaine En se servant de la meacutediation de Daniel et ses compagnons

pour le deacuteploiement de laction salvifique de Dieu la peacutericope met en vue limportance

de la meacutediation humaine comme agent soteacuteriologique de lavegravenement salvifique Cette

meacutediation humaine passe neacutecessairement par Daniel et ses compagnons qui sont les seuls

personnages protagonistes de lavegravenement salvifique de Dieu dans la partie centrale du

reacutecit

Daniel (et ses compagnons) nutilise pas les artifices babyloniens traditionnels de

divinations mais un moyen supeacuterieur daccegraves agrave la reacuteveacutelation agrave travers la priegravere465 Ce

459 NIDITCH S DORAN R The Success Story of the Wise Courtier p 180 460 COLLINS J J A imaginaccedilatildeo apocaliacuteptica p 140 461 HARRIS L Dicionaacuterio Internacional de Teologia do Antigo Testamento p 1676 462 Dans larameacuteen biblique en dehors de Dn 2 le verbe hlGgt apparaicirct uniquement en Esd 4 10 et 5 12

Toutes les deux occurrences se trouvent au hafel signifiant ecirctre deacuteporteacute 463 MEADOWCROFT T J Aramaic Daniel and Greek Daniel p 182 464 Cf HUMPHREYS W L Op cit p 222 passim 465 COLLINS J J A imaginaccedilatildeo apocaliacuteptica p 141

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moment de priegravere de nature communautaire montre clairement la distance prise par les

jeunes juifs de la diaspora par rapport aux dieux babyloniens

364 La miseacutericorde divine lieu de lavegravenement salvifique

La connaissance de la situation dont Daniel a eacuteteacute le sujet introduit les jeunes juifs

dans un processus qui va rendre effective lavegravenement salvifique Par leur intersession

les compagnons de Daniel deviennent non pas des figurants dans un rocircle secondaire mais

des protagonistes de lavegravenement salvifique de Dieu dans une situation de peacuteril En effet

malgreacute ses multiples sens dans la dynamique du livre linfinitif construit למבעא deacutecrit au

v 18 une priegravere de demande agrave Dieu dans une situation reacuteelle de crise une situation dans

laquelle Daniel et ses compagnons seraient morts si Dieu dans sa miseacutericorde ne leur

reacuteveacutelait pas le mystegravere qui a embarrasseacute les sages de Babylone466

Linfinitif למבעא a donc pour objet la miseacutericorde divine exprimeacutee par le terme

qui en est lunique emploi dans la partie arameacuteenne du livre de Daniel En ורחמין

sentrelaccedilant avec dautres champs seacutemantiques dans ce tissu textuel le הודע de laction

initiale du v 17 deacutebouche sur la reacuteveacutelation du mystegravere agrave Daniel au v 19

Par ailleurs mecircme si Ananias Misaeumll et Azarias sont protagonistes de laction

salvifique par leur demande de priegravere le Dieu du ciel467 est celui qui reacutevegravele le mystegravere

En sappuyant sur le v 17 comme son origine et son expression affine cette action

salvifique geacuteneacutereacutee par les compagnons de Daniel au v 18 est deacutetermineacutee au v 19 par la

reacuteveacutelation du mystegravere agrave Daniel dans une vision de nuit Le couronnement de ce

dynamisme par laction reacuteveacutelatrice de Dieu fait du v 19 le point culminant de la peacutericope

et de ce moment de priegravere

En tant que protagonistes des actions geacuteneacutereacutees respectivement aux vv 17-18

Daniel et ses compagnons sont aussi beacuteneacuteficiaires de ces actions avec les sages de

Babylone La priegravere dirigeacutee au Dieu du ciel par les quatre fils dIsraeumll nest pas une priegravere

466 HARRIS L Dicionaacuterio Internacional de Teologia do Antigo Testamento p 2639 467 DELCOR M Le livre de Daniel p 77 observe que lexpression Dieu du ciel employeacute aussi en Gn 24

7 na eu guegravere de succegraves agrave leacutepoque preacuteexilienne A leacutepoque post-exilienne cest sous cette appelation que

le gouvernement perse deacutesignait le Dieu des juifs Cette expression se trouve aussi dans le livre des

Chroniques Esdras Neacuteheacutemie Jonas Tobie et Judith La LXX de Daniel la traduit par ὁ κύριος τοῦ ὑψίστου

qui est une appelation de leacutepoque helleacutenistique

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centreacutee sur eux-mecircmes mais une priegravere ouverte sur les appels et les besoins du monde

qui les entoure Daniel et ses compagnons avaient pourtant reccedilu une formation solide agrave la

cour du roi Une formation agrave laquelle ils avaient eacuteteacute instruits en toute sagesse pour ecirctre

des savants en science et subtils en savoir (Dn 1 4)

Comme tout universitaire agrave la fin de sa formation les quatre enfants dIsraeumll

pouvaient donc se contenter de chercher dans leur historique acadeacutemique des eacuteleacutements de

reacuteponse agrave leacutenigme du roi Pourtant en se retournant au Dieu du ciel dans une attitude de

priegravere Daniel et ses compagnons rappellent et sinsegraverent dans une longue tradition

veacuteteacuterotestamentaire468

La priegravere des quatre jeunes juifs eacutetant une priegravere de demande exprimeacutee par

linfinitif למבעא on peut bien se demander quel est lobjet de cette priegravere de demande Il

est eacutevident comme lindique le contexte quil sagit de recevoir la reacuteveacutelation divine au

sujet du mystegravere Mais lobjet de linfinitif למבעא est exprimeacute en termes de miseacutericorde

divine par le substantif רחמין

Dans la partie heacutebraiumlque du livre de Daniel le terme רחמין apparaicirct en 1 9 et 9

918 toujours en lien avec la miseacutericorde divine Toutefois dans la tradition

veacuteteacuterotestamentaire רחמין est tregraves souvent traduit par le terme entrailles469 Sa forme

plurielle est due au pluriel ancien devenu rare dans la langue heacutebraiumlque et formeacute agrave partir

de la forme primitive du singulier ~xr qui veut dire entrailles470

Ainsi degraves que le terme entrailles est employeacute de maniegravere figurative dans la

langue heacutebraiumlque pour exprimer le siegravege des eacutemotions il nest pas surprenant de trouver

dans les mecircmes conjonctions stylistiques de son usuel synonyme ~y[Ime (intestins) ou רחמין

ble (cœur) 471 Dans cette perspective la priegravere des quatre fils dIsraeumll a pour objet

datteindre le Dieu du ciel dans ses entrailles ou dans son cœur pour susciter sa

compassion Lusage du terme au pluriel montre en deacutefinitive lintensiteacute de ce sentiment

de miseacutericorde divine lieacutee agrave la compassion472

468 HEBBARD A Reading Daniel as a Text in Teological hermeneutics p 87 soutient que par la priegravere

Daniel fait le lien avec le passeacute de la communauteacute du Dieu dIsraeumll et se place en continuiteacute dune longue et

riche tradition 469 Voir Gn 43 30 Dt 19 6 1R 3 26 Pr 12 10 Os 11 8 Jb 30 27 Lm 1 20 2 11 470 JOUumlON P Grammaire de lheacutebreu biblique p 236 471 EITAN I An Unknown Meaning of רחמין p 269 472 HARRIS L Dicionaacuterio Internacional de Teologia do Antigo Testamento p 1736 STEINMANN A Daniel p 122 observe que le terme רחמין est placeacute au deacutebut du v 18 preacuteceacutedant linfinitif למבעא pour

marquer ce caractegravere emphatique

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Lavegravenement salvifique du Dieu dIsraeumll advient dans la diaspora non pas dabord

parce quil possegravede la force et la puissance mais parce quil est le Dieu compatissant et

miseacutericordieux Il est le Dieu qui se laisse toucher dans ses entrailles par la souffrance

humaine qui suscite en lui une attitude salvifique La compassion de Dieu pour son peuple

devient le lieu ougrave jaillit la reacuteponse divine agrave la priegravere des quatre jeunes juifs en terre

eacutetrangegravere La reacuteveacutelation du mystegravere devient fondamentalement un acte salvifique du Dieu

dIsraeumll et sa toute-puissance se traduit dans sa compassion miseacutericordieuse qui prend

forme dans lhistoire de son peuple

Daniel et ses compagnons ainsi que les sages de Babylone sont alors beacuteneacuteficiaires

de ce dynamisme salvifique dans la mesure ougrave Dieu se laisse toucher jusque dans ses

entrailles par la priegravere des enfants dIsraeumll Il ne sagit plus simplement de recevoir la

reacuteveacutelation du mystegravere mais de sauver la vie de tous ceux qui se trouvent dans un danger

de mort proclameacute par le deacutecret du roi Le caractegravere universel de cette priegravere montre

eacutegalement le caractegravere universel de laction salvifique du Dieu dIsraeumll De mecircme que la

priegravere des quatre fils dIsraeumll ne sest pas renfermeacutee sur eux-mecircmes aussi le salut de Dieu

deacutepasse les frontiegraveres dIsraeumll et se rend preacutesent dans la vie des nations paiumlennes

Pourtant certains commentateurs affirment sans reacuteserve que Dn 2 18b a eacuteteacute reacutedigeacute

pour le plaisir de mettre ce verset en harmonie avec Dn 2 24473

Dans la perspective des dynamismes soteacuteriologiques le texte biblique nest pas

tout simplement une œuvre litteacuteraire dont les diffeacuterents eacuteleacutements sont placeacutes dans le

simple but de servir dharmonie pour larchitecture textuelle Loin dignorer limportance

de lanalyse litteacuteraire lon ne peut perdre de vue la finaliteacute du texte biblique qui est avant

tout un message de foi et de salut Les dimensions historico-critique theacuteologique et mecircme

pastorale sont degraves lors appeleacutees agrave dialoguer et agrave ecirctre tenues ensemble dans le travail de

lexeacutegegravese biblique474

473 HARTMAN L F DI LELLA A A The Book of Daniel p 140 Pour soutenir leur theacuteorie du texte

additionnel ceux-ci considegraverent que la mention pour que Daniel et ses compagnons ne peacuterissent pas avec

les autres sages de Babylone au v 18b a eacuteteacute inseacutereacutee pour le simple plaisir de faire lharmonie avec le v 24

ougrave Daniel est preacutesenteacute comme voulant sauver les sages de Babylone La question du texte additionnel a eacuteteacute

discuteacutee dans la rubrique de luniteacute litteacuteraire en question Nous reconnaissons avec CARBAJOSA I De la fe nace la exeacutegesis p 173 quil est vrai que lon ne peut se passer aujourdhui de la neacutecessiteacute dune eacutetude

historique et litteacuteraire de lEcriture qui reacutepond agrave une partie essentielle de sa propre nature comme un corpus

litteacuteraire qui teacutemoigne dun eacuteveacutenement historique Il est aussi indeacuteniable que la reacuteveacutelation divine advient

dans lhistoire soffre agrave lhomme dans les coordonneacutees du temps et de lespace dans la fragiliteacute et proximiteacute

de faits et paroles apparemment contingents qui doivent ecirctre accueillis et interpreacuteteacutes 474 CARBAJOSA I Op cit p 145 reconnaicirct quune eacutetude historico-critique de lEcriture qui se passe de la

foi ou lincorpore seulement dans un deuxiegraveme moment meacutethodologique pourrait obtenir des

connaissances sur la dimension historique de la reacuteveacutelation mais natteindra jamais la signification

theacuteologique des faits et paroles eacutetudieacutes

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Cest pourquoi en deacuteconsideacuterant la mention finale du v 18 on perd de vue la

dimension universelle du salut divin qui advient non seulement pour les fils dIsraeumll

(Daniel et ses compagnons) mais aussi pour les nations paiumlennes (les sages de Babylone)

ainsi que pour le roi Nabuchodonosor lui-mecircme En effet la priegravere de Daniel et de ses

compagnons comme action dintercession opegravere aussi en faveur du roi qui souffrait de

ne pas comprendre la reacuteveacutelation reccedilue dans son recircve475

En ignorant cette mention finale on finit par ignorer limportance de laction

humaine comme protagoniste indispensable de lavegravenement salvifique En Dn 2 18

Daniel et ses compagnons ainsi que les sages de Babylone sont beacuteneacuteficiaires de laction

salvifique protagoniseacutee par Ananias Misaeumll et Azarias dans la communion de priegravere

365 Le mystegravere divin comme eacuteveacutenement eschatologique

Si limportance du recircveinterpreacutetation comme motif litteacuteraire est marqueacutee par la

freacutequence du terme פשר en Dn 2 il a eacuteteacute noteacute que ce terme et ses composantes

napparaissent pas en Dn 2 17-23 Alors que le roi fait le recircve476 au cours dun sommeil

et son esprit en fucirct troubleacute477 Daniel reccediloit la reacuteveacutelation du mystegravere dans une vision de

nuit et beacutenit le Dieu du ciel

En Dn 2 18 apparaicirct pour la premiegravere fois le terme mystegravere (רז) qui donne au reacutecit

une tournure et une perspective diffeacuterente Cette premiegravere apparition du mystegravere au

singulier est accompagneacutee du pronom deacutemonstratif דנה (ce) Le mystegravere fait donc

allusion au contenu du recircve et son interpreacutetation exigeacutes par le roi dans la dynamique du

reacutecit Une question se pose Le mystegravere danieacutelique se limiterait-il au contenu du recircve et

475 AZZAM J Daniel ou le deacutechiffrement drsquoune souffrance devenue excessive p 145 476 COLLINS J J Imaginaccedilatildeo apocaliacuteptica p 142 observe quagrave cause de la fameuse propheacutetie des quatre

regravegnes le recircve a eacuteteacute beaucoup plus eacutetudieacute que les autres parties du reacutecit alors que laccent nest pas tant sur

le contenu du recircve que sur la capaciteacute de Daniel de le reacuteveacuteler Mais les commentaires ont eacutegalement oublieacute de voir que les termes פשר חלם et hwx sont totalement absents dans la partie centrale du reacutecit et que cette

capaciteacute de Daniel de faire connaicirctre le mystegravere (et non seulement le recircve) vient du Dieu dIsraeumll et implique

sur le plan litteacuteraire un nouveau langage 477 A la diffeacuterence du Nifal le Hitpael ותתפעם du verbe ~[p exprime la forme non seulement reacutefleacutechie du

verbe mais aussi laspect intensif de laction Cf JOUumlON P Grammaire de lheacutebreu biblique p 118 Ceci

montre comment le roi eacutetait profondeacutement en souffrance dans son esprit STEINMANN A Daniel p 114

soutient que cet usage du hitpael en Dn 2 1 en est lunique reacutefeacuterence du ~[p au hitpael dans lAncien

Testament

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son interpreacutetation En Dn 2 19 le pronom deacutemonstratif disparaicirct et donne lieu agrave larticle

deacutefini pour exprimer le moment de la reacuteveacutelation du mystegravere agrave Daniel dans une vision de

nuit

Apregraves avoir eacuteteacute beacuteneacuteficiaire de cette reacuteveacutelation Daniel dirige une priegravere de

louange et daction de gracircce agrave Dieu pour avoir reccedilu la reacuteveacutelation du mystegravere Si le mystegravere

se reacuteduit au contenu du recircve et son interpreacutetation agrave partir de ce moment il cesserait decirctre

pour Daniel un mystegravere Aussi cesserait-il decirctre pour le roi un mystegravere agrave partir du

moment ougrave celui-ci recevra le contenu de son recircve et son interpreacutetation aux vv 31-45

Toutefois les vv 27-30 preacutesentent le Dieu de Daniel comme celui qui reacutevegravele les mystegraveres

et situent ces mystegraveres dans une perspective eschatologique Il y a un Dieu dans le ciel

qui reacutevegravele les mystegraveres et qui a fait connaicirctre au roi ce qui arrivera agrave la fin des jours (Dn

2 28)478

Dans le livre de Daniel le mystegravere assume pour la premiegravere fois une signification

importante dans lhistoire du terme celle du mystegravere eschatologique de lannonce

mysteacuterieuse dun eacuteveacutenement futur eacutetabli par Dieu et donc la reacuteveacutelation est reacuteserveacutee agrave Lui

478 Lexpression arameacuteenne באחרית יומיא est leacutequivalent heacutebreu de באחרית הימים qui en dehors du livre

de Daniel apparaicirct en Gn 49 1 Nb 24 14 Dt 4 30 31 29 Is 2 2 Jr 23 20 30 24 48 47 49 39 Ez 38

16 Os 3 5 Mi 4 1 MARCONCINI B Daniele p 68 soutient que cette expression qui signifie

litteacuteralement nel seguito dei giorni est toujours consideacutereacutee comme imminente dans les textes anteacuterieurs agrave

Daniel et cela donnerait lieu agrave une variation de lhistoire dont on deacutecrit une fin partielle et qualitative Cette

expression se trouve eacutegalement en Dn 10 14 Dans le contexte de Dn 2 28 BEALE G K A New Testament

Biblical Theology p 108 y voit une correspondance et une influence avec lusage de cette expression en Is

2 2 La pierre qui frappe la statue et devient une grande montagne (Dn 2 35) est vue comme limage de la

montagne dIsaiumle (2 2-4) qui non seulement symbolise Israeumll mais aussi se trouve inteacutegralement lieacutee agrave la

notion de temple Aussi bien en Daniel quen Isaiumle les deux eacuteveacutenements auront lieu agrave la fin des jours En

effet dans le contexte de linterpreacutetation du recircve du roi Nabuchodonosor le point focal de lexpression

danieacutelique באחרית יומיא en Dn 2 28 est lieacute agrave leacutetablissement du royaume de Dieu dans le futur et par

conseacutequent lieacute agrave la theacutematique du mystegravere Toutefois la reacutefeacuterence agrave la destruction successive des diffeacuterents

royaumes serait une maniegravere de montrer que bien que le focus de cette expression porte sur la deacutefaite finale

du royaume ennemi agrave la fin de lhistoire les eacuteveacutenements preacutesents font non seulement parti dun mouvement

historique souverainement conccedilu mais aussi dun processus eschatologique inextricablement lieacute agrave la fin qui

culmine avec le jugement final Cf BEALE G K A New Testament Biblical Theology p 108 Voir aussi

PORTEOUS N W Daniel p 44 qui perccediloit que le mecircme pheacutenomegravene est observeacute en Dn 11 1-12 13

comme une eacutelaboration du contenu de באחרית הימים en Dn 10 14 ougrave lecirctre ceacuteleste vient faire comprendre

agrave Daniel ce qui adviendra agrave son peuple agrave la fin des jours Le contenu de cette reacuteveacutelation eschatologique est

preacutecisement donneacute en Dn 11-12 qui souligne le climax historique de la tribulation finale et la reacutesurrection

des justes Dans la dynamique du livre de Daniel plusieurs expressions font eacutegalement reacutefeacuterences au temps

de la fin particuliegraverement dans les chapitres 11 et 12 pour montrer les diffeacuterentes facettes de la deacutetresse

finale de Israeumll de la perseacutecution causeacutee par lennemi eschatologique BEALE G K A New Testament

Biblical Theology p 111 A la suite de Dn 2 28 ougrave la LXX et TH traduisent lexpression arameacuteenne par

ἐσχάτων τῶν ἡμερῶν en Dn 2 29 la LXX traduit eacutegalement lexpression arameacuteenne אחרי דנה par ἐσχάτων

τῶν ἡμερῶν

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seul479 En faisant appel agrave ce terme arameacuteen dorigine perse le reacutecit de Daniel se situe

deacutesormais dans une perspective eschatologique Cest aussi dans cette perspective

eschatologique que se situent limportance et la porteacutee de lavegravenement salvifique du Dieu

dIsraeumll dans la diaspora et dont Daniel et ses compagnons en sont devenus des agents

indispensables

Cette dimension eschatologique marque toute la diffeacuterence non seulement entre le

Dieu dIsraeumll et les diviniteacutes babyloniennes mais aussi entre la connaissance de Daniel et

celle des sages babyloniens Au-delagrave de la sagesse mantique babylonienne Daniel et ses

compagnons agissent en tant que meacutediateurs de lavegravenement salvifique du Dieu dIsraeumll

qui est la source de leur sagesse en terre eacutetrangegravere Cette meacutediation de Daniel comme

agent soteacuteriologique est renforceacutee par le don de la sagesse que Dieu lui accorde au v 23

pour confondre la sagesse des sages babyloniens

Pourtant certains commentateurs estiment que plutocirct que decirctre classeacute dans le rocircle

de prophegravete biblique ou sage homme Daniel doit ecirctre classeacute dans le rocircle de sage de la

mantique meacutesopotamienne480 De mecircme en montrant limportance de la reacuteveacutelation divine

dans les arts mantiques meacutesopotamiens il a eacuteteacute souligneacute que les diviniteacutes ne reacuteveacutelaient

pas seulement les preacutesages (ou les recircves) mais aussi accordaient la connaissance

neacutecessaire pour les interpreacuteter481

On ne peut nier les similitudes et les correspondances formelles qui existent entre

les arts mantiques en Israeumll et dans le Proche Orient ancien482 La divination en Israeumll a

largement correspondu dans la gamme de ses emplois agrave la pratique de la divination en

Meacutesopotamie et dans le Proche Orient ancien483 La connaissance de la volonteacute divine par

les recircves et leur interpreacutetation est donc indeacuteniable dans la mantique meacutesopotamienne et

dans le Proche Orient ancien

Dans lart dinterpreacuteter les recircves en comptant sur la diviniteacute agrave linstar des sages

babyloniens Daniel peut donc ecirctre consideacutereacute lui aussi comme un veacuteritable mantique484

La sagesse de Daniel est donc une sagesse mantique en lien avec les recircves et les mystegraveres

479 BORNKAMM μυστήριον col 679 480 LAWSON J The God who Reveals Secrets The Mesopotamian Background to Daniel 2 47 p 72 481 Ibid p 69 482 Pour une eacutetude sur la classification des types de recircves et leur structures dans le Proche Orient Ancien et

la comparaison avec le modegravele des recircves bibliques voir OPPENHEIM A The Interpretation of Dreams in

the Ancient Near East p 179 et seq GNUSE R Dreams in the Night p 28 passim 483 CRYER F H Divination in Ancient Israel and its Near Eastern Environment p 224 484 GLADD B Revealing the Mysterion p 24

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et non une sagesse proverbiale485 De plus Daniel et les sages de Babylone ont eacuteteacute tous

entraineacutes agrave la mantique et tous croyaient agrave la connaissance qursquoaccordait la diviniteacute dans

linterpreacutetation des recircves486 Ce fait est pratiquement indeacuteniable

Toutefois devant leacutechec des sages babyloniens et le succegraves de Daniel dans

linterpreacutetation du recircve du roi la question se pose non pas sur la capaciteacute des dieux

babyloniens de reacuteveacuteler aux sages leur volonteacute mais sur lefficaciteacute de ces diviniteacutes

paiumlennes Le manque de succegraves des sages babyloniens montre linefficaciteacute des dieux

meacutesopotamiens et le caractegravere idolacirctre de leurs arts mantiques qui ne peuvent les sauver

dans une situation de peacuteril487

366 La sagesse de Daniel dans la mouvance eschatologique

A partir du mystegravere (et ses composantes) qui introduit une perspective

eschatologique dans la dynamique du reacutecit la sagesse mantique de Daniel seacuteloigne de

celle du Proche Orient ancien 488 En effet la sagesse mantique paiumlenne traite des

reacuteveacutelations sur le futur immeacutediat alors que chez Daniel la sagesse mantique appartient au

futur eschatologique489 Degraves lors Daniel ne peut ecirctre consideacutereacute comme un sage de la

mantique meacutesopotamienne mecircme si lutilisation des recircves comme forme de reacuteveacutelation

divine eacutetait aussi en vogue dans le Proche Orient ancien

Si le fond du reacutecit est une critique de lidolacirctrie des nations paiumlennes il serait

difficile et mecircme contradictoire de voir en Daniel un sage de la mantique meacutesopotamienne

mettant en eacutechec ses propres diviniteacutes Par ailleurs la longue tradition dIsraeumll neacutetait pas

aussi pauvre dans lart divinatoire pour que Daniel puisse mecircler les eacuteleacutements de sa

croyance au Dieu unique avec les traditions des nations paiumlennes et idolacirctres490 Il est tout

485 COLLINS J J A imaginaccedilatildeo apocaliacuteptica p 142 MUumlLLER H-P Mantische Weisheit und

Apokalyptik p 268 passim 486 GLADD B Revealing the Mysterion p 24 487 Contre LAWSON J The God who Reveals Secrets The Mesopotamian Background to Daniel 2 47 p 74 qui soutient que les arts mantiques meacutesopotamiens ne sont pas inefficaces Il reconnaicirct pourtant le

caractegravere idolacirctre et paiumlen de ces arts Pourtant lidolacirctrie est fondamentalement le fait dattribuer un

caractegravere divin agrave une image ou une statue qui nen est pas digne COLLINS J J The Court-Tales in Daniel

and the development of Apocalyptic p 234 souligne que lideacutee du royaume de Dieu en Dn 2 doit plus agrave

cette poleacutemique juive contre lidolacirctrie quagrave loracle politique babylonienne 488 Cf VANDERKAM J Enoch and the Growth of Apocalyptic Tradition p 62 489 BAUCKHAM R Rise of the Apocalyptic p 14 490 Les textes bibliques eacutetudieacutes par MUumlLLER H-P Mantische Weisheit und Apokalyptik 268 et seq

sont en geacuteneacuteral des textes exiliques et post-exiliques (Is 19 11-13 44 25 47 10 Jr 50 35 Est 1 13 Gn

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de mecircme clair que les juifs qui ont eacutecrit les reacutecits eacutetaient loin decirctre des syncreacutetistes491

Cest pourquoi dans sa forme la sagesse preacutesenteacutee chez Daniel est une sagesse mantique

mais son contenu est soigneusement eschatologique et en continuation avec la propheacutetie

biblique preacuteceacutedente492

367 La dynamique eschatologique de la priegravere des enfants dIsraeumll

Sur le plan des dynamismes salvifiques la priegravere de Daniel et ses compagnons

pour obtenir la reacuteveacutelation du mystegravere revecirct degraves lors une perspective eschatologique En

senracinant dans la situation de peacuteril imminent dans laquelle se trouvent Daniel et ses

compagnons ainsi que les sages de Babylone la priegravere des enfants dIsraeumll en lien avec

le mystegravere divin deacutepasse son contexte immeacutediat pour prendre en compte la situation de

tous ceux qui souffrent dans la diaspora babylonienne

Il a eacuteteacute en effet notifieacute que dans le livre de Daniel la souffrance seacutetend agrave tous les

personnages et atteint chacun aussi bien dans la vie courante que dans les expeacuteriences

extraordinaires de songes et de visions493 Toutefois les juifs y compris Daniel et ses

compagnons sont ceux qui endurent le plus cette expeacuterience de souffrance en vivant le

moment le plus tragique de leur histoire qui commence avec le siegravege de Jeacuterusalem par le

roi Nabuchodonosor494 La terre dans laquelle ils se trouvent nest plus celle donneacutee par

Dieu le lieu de culte est deacutetruit le roi est deacuteporteacute lautoriteacute paiumlenne est celle agrave laquelle

ils sont deacutesormais soumis les lois sont paiumlennes et parfois inconciliables avec les lois de

Dieu495

41) Et celui-ci conclut que cette forme de sagesse est entreacutee dans la tradition litteacuteraire dIsraeumll agrave partir de

la diaspora Toutefois VANDERKAM J Mantic Wisdom in the Dead Sea Scrolls p 336 reconnaicirct

lexistence de documents abondants pour les arts mantiques non seulement dans le Proche Orient Ancien

mais aussi en Israeumll Voir aussi CRYER F H Divination in Ancient Israel and its Near Eastern

Environment p 224 Pour sa part KAUFMANN Y The History of the Religion of Israel p 486 et seq preacutesente en deux groupes les types de divinations approuveacutes et ceux reacuteprouveacutes par la tradition biblique

Ainsi pour HUSSER J-M Le songe et la parole p 257 cest pendant lexil agrave Babylone que Israeumll eucirct

loccasion de faire connaissance avec cette forme de sagesse de faccedilon plus immeacutediate bien que cela ne fucirct

sans doute pas nouvelle 491 COLLINS J J The Court-Tales in Daniel and the development of Apocalyptic p 234 492 GLADD B Revealing the Mysterion p 26 493 AZZAM J Daniel ou le deacutechiffrement drsquoune souffrance devenue excessive p 86 494 MARCONCINI B Daniele p 11 495 Ibid p 11

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Lordre tyrannique et arbitraire du roi de faire peacuterir tous les sages de Babylone est

donc contrecarreacute par la priegravere de Daniel et ses compagnons et la violence despotique du

roi est confronteacutee agrave la prudence et agrave la pieacuteteacute de Daniel ougrave elle trouve sa reacutedemption496

Dans cette perspective laction salvifique du Dieu dIsraeumll ne se limite pas seulement agrave

sauver la vie de ceux qui eacutetaient destineacutes agrave mourir selon le deacutecret royal mais aussi seacutetend

agrave tous ceux qui souffrent sous les puissances idolacirctres et dictatoriales et dont le salut

adviendra agrave la fin des jours

368 Le mystegravere reacuteveacuteleacute source de beacuteneacutediction

Si Dieu napparaicirct pas dans le reacutecit parmi les personnages en action son rocircle

explicite est essentiellement deacutecrit aux vv 20-23 ougrave il apparaicirct directement comme agent

soteacuteriologique497 Dans ces versets laction salvifique de Dieu ne consiste pas seulement

agrave sauver lhomme dune situation de danger de mort mais aussi daccorder leacuteleacutement

salvifique neacutecessaire dans des situations preacutecises

En effet la reacuteveacutelation du mystegravere au v 19 ougrave Dieu apparaicirct deacutejagrave comme principal

agent soteacuteriologique a fait jaillir le poegraveme daction de gracircce contenu dans les vv 20-23498

Cest apregraves que le mystegravere ait eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave Daniel dans une vision de nuit (v 19) que celui-

ci prit la parole et beacutenit le Dieu du ciel (v 20) Si la priegravere des enfants dIsraeumll eacutetait deacutejagrave

motiveacutee par la demande de miseacutericorde divine au sujet du mystegravere la priegravere daction de

gracircce de Daniel est encore le fruit de la reacuteveacutelation de ce mystegravere Le contenu des vv 20-

23 est donc directement lieacute agrave la nature du mystegravere reacuteveacuteleacute agrave Daniel499

Au v 19 sommet de cette partie centrale du reacutecit laccent est mis sur la reacuteveacutelation

du mystegravere exprimeacutee par les termes zr et hlGgt Lexpression solennelle להוא שמה די־אלהא

au v 20b montre la reacuteponse du beacuteneacuteficiaire de la reacuteveacutelation divine Dans une attitude מברך

dhumiliteacute Daniel beacutenit le nom du Dieu du ciel En effet le participe passeacute מברך au v 20b

496 AZZAM J Daniel ou le deacutechiffrement drsquoune souffrance devenue excessive p 74 et seq La violence

des rois est tellement marqueacutee dans la dynamique du livre que lattitude du roi Nabuchodonosor est deacutecrite

par Daniel comme celui qui tuait qui il voulait et laissait vivre qui il voulait (Dn 5 19) 497 WATTS J W Psalm and Story p 148 montre tout de mecircme que le narrateur ne deacutecrit pas Dieu comme

personnage en Dn 2 mais cette desription est reacuteserveacutee aux discours de Daniel et Nabuchodonosor 498 PRINSLOO GTM Two Poems in a Sea of Prose p 96 considegravere les vv 20-23 comme un psaume

daction de gracircce Voir aussi GOLDINGAY J Daniel p 39 WYK V The Struture of Daniel 2 20-23

p 185 TOWNER W S The Poetic Passages of Daniel 1-6 p 319 499 GLADD B Revealing the Mysterion p 27

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rappelle laccompli ברך au v 19b ougrave il est a eacuteteacute fait mention de la beacuteneacutediction de Daniel

Plus quun poegraveme proclameacute en reacuteponse agrave laction salvifique de Dieu Daniel preacutesente une

attitude de louange digne de celui qui a reccedilu la reacuteveacutelation divine du mystegravere

On peut bien discuter sur le genre et la structure des vv 20-23 et trouver ses

parallegraveles dans la tradition biblique500 Mais il nen demeure pas moins que cette reacuteponse

de Daniel agrave la reacuteveacutelation reccedilue teacutemoigne de lattitude de celui qui est non seulement

beacuteneacuteficiaire de laction salvifique de Dieu en terre eacutetrangegravere mais aussi meacutediateur de cette

action divine pour les autres Laccompli ברך au v 19b sert alors agrave introduire lhymne de

beacuteneacutediction qui va suivre dans les vv 20-23501

369 La sagesse divine contenu du mystegravere reacuteveacuteleacute

Lhymne daction de gracircce aux vv 20-23 est parsemeacute dune seacuterie de participes

actifs qui met en exergue lœuvre salvifique de Dieu dans lhistoire de son peuple Ces

versets confirment le parallegravele constant eacutetabli entre le Dieu du ciel et le caractegravere

mysteacuterieux de lhistoire502 ougrave se deacuteroule progressivement le projet salvifique de Dieu

Dans ce sens la sagesse apparaicirct non seulement comme un eacuteleacutement litteacuteraire

constitutif de linclusion du poegraveme mais aussi comme attribut de Dieu qui donne la

sagesse aux sages et la connaissance aux intelligents La sagesse dont Dieu est lorigine

apparaicirct comme le contenu theacuteologique du mystegravere qui se reacutevegravele et dont les sages et les

intelligents en sont les principaux beacuteneacuteficiaires au v 21cd En effet rendre visible ce qui

est cacheacute aux yeux des hommes est proprement une œuvre salvifique503

La priegravere de Daniel preacutesente alors cette œuvre salvifique dont Dieu en est lagent

principal dans le passeacute et le preacutesent de lhistoire du peuple Cette œuvre salvifique a

eacutegalement un caractegravere eschatologique En effet le motif de la beacuteneacutediction formuleacute au v

500 Les commentaires ont trouveacute dans les vv 20-23 des parallegraveles bibliques en Jb 12 12 Ps 41 14 Ne 9

5 Est 1 3 Cf LACOCQUE A Le livre de Daniel p 45 501 GUILLET J Le langage spontaneacute de la beacuteneacutediction dans lAncien Testament p 183 considegravere cette

premiegravere annonce du terme comme une introduction agrave la beacuteneacutediction 502 LACOCQUE A Op cit p 45 503 Ibid p 45 et seq

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20b est preacutesenteacute au v 20d le nom de Dieu est beacuteni pour les siegravecles504 parce que la sagesse

et la force sont agrave Lui505

Ce motif de la beacuteneacutediction entre deacutejagrave en contraste avec la reacuteveacuterence des Chaldeacuteens

devant le roi Nabuchodonosor en 2 4 Vis ocirc roi pour toujours506 Alors que les

Chaldeacuteens souhaitent au roi une existence eacuteternelle le contenu du recircve de celui-ci montre

pourtant quaucun pouvoir humain et temporel nest eacuteternel Cest pourquoi cette

expression chaldeacuteenne toujours en reacutefeacuterence aux rois est contrecarreacutee par la beacuteneacutediction

de Daniel dont le Dieu est eacuteternel et son royaume est eacutetablit pour toujours (2 44-45)507

Dans les vv 21a-22b le motif de la beacuteneacutediction devient encore plus explicite et

laisse apparaicirctre le contenu du mystegravere reacuteveacuteleacute au v 19a Le pouvoir salvifique du Dieu

dIsraeumll seacutetend sur sa capaciteacute de dominer lunivers de faire changer le temps et les

saisons mais aussi denlever et den eacutetablir les rois Le Dieu dont le nom est beacuteni est celui

qui pose des actions concregravetes dans lhistoire des peuples Dynamiseacute par les participes

actifs גלא et ידע le v 22 intensifie ce motif de la beacuteneacutediction508 Les dieux des religions

paiumlennes des ideacuteologies et des philosophies agrave preacutetention universelle nopegraverent aucun

controcircle sur les eacuteveacutenements509

Dans la partie arameacuteenne du livre le terme עדן (temps) apparaicirct dans le dialogue

du roi avec les sages de Babylone en 2 89 pour exprimer le temps que ceux-ci sont en

train de gagner devant leur incapaciteacute de trouver leacutenigme du roi En 3 515 עדן apparaicirct

comme une locution adverbiale pour deacutesigner le moment de la sonnerie de la trompegravete

Dans le contexte de la priegravere de Daniel au v 21a עדן est plus quune courte dureacutee

dune circonstance unique et difficile comme celle dans laquelle se trouvent les sages de

Babylone510 Dans ce cas le terme renvoi au pouvoir souverain que Dieu deacutetient pour

controcircler le cours de lhistoire511 Le temps sexprime alors par rapport agrave la saison (eacutepoque)

comme un moment deacutetermineacute par Dieu dans lequel se deacuteploie progressivement son projet

salvifique

504 SMITH-CHRISTOPHER D The Book of Daniel p 52 observe que la beacuteneacutediction du nom de Dieu pour

les siegravecles rappelle Is 47 ainsi que la Theacuteologie du nom divin en Deuteacuteronome particuliegraverement dans la

discussion sur le temple comme lieu ougrave demeure le nom de Dieu COLLINS J J Daniel p 160 poursuit que cette Theacuteologie du nom est une caracteacuteristique de la tradition deuteacuteronomique 505 GLADD B Revealing the Mysterion p 29 506 Cette expression chaldeacuteenne apparaicirct toujours en reacutefeacuterence aux diffeacuterents rois (voir 3 9 5 10 6 7 6

22) 507 Cf STEINMANN A Daniel p 114 508 MEADOWCROFT T J Aramaic Daniel and Greek Daniel p 169 509 LACOCQUE A Daniel et son temps p 148 510 HARRIS L Dicionaacuterio Internacional de Teologia do Antigo Testamento p 1719 511 Ibid

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Dans cette perspective lenlegravevement des rois au v 21b rappelle dune part le siegravege

de Jeacuterusalem ougrave Dieu livra aux mains de Nabuchodonosor le roi Joaquim roi de Juda (Dn

1 2) et dautre part renvoie agrave linterpreacutetation du recircve sur la fin du pouvoir que

Nabuchodonosor a lui-mecircme reccedilu de Dieu (Dn 2 37) ainsi que la fin des empires

successifs jusquagrave leacutetablissement du royaume eacuteternel de Dieu (Dn 2 44) Mecircme si le

premier centre dinteacuterecirct de linterpreacutetation vise les eacuteveacutenements eschatologiques cela reste

encore pertinent dans la situation de Daniel512

En effet le moment le plus dramatique et le plus extraordinaire du reacutecit513 est celui

de lexigence du roi envers les sages de Babylone agrave deacuteclarer le contenu de son recircve et son

interpreacutetation Ce moment est extraordinaire dans le sens quil est un cas unique dans le

Proche Orient ancien ougrave un roi exige aux sages de faire connaicirctre le contenu de son

recircve514 Il est aussi dramatique parce que la deacutecision arbitraire du roi est suivie dun deacutecret

de mise agrave mort de tous les sages de Babylone

Alors que Nabuchodonosor utilise son autoriteacute impeacuteriale pour mettre agrave mort la

force salvifique de Dieu sexerce contre tout pouvoir totalitaire au profit de ceux qui en

sont victimes Dieu utilise sa force non pas pour rendre en piegraveces (Dn 2 5) les rois

mais pour leur enlever leur autoriteacute devenue abusive et totalitaire En ce sens la force

divine sexprime par rapport agrave la sagesse dont il en est lorigine Tout pouvoir reccedilu de

Dieu doit donc ecirctre exerceacute avec sagesse

Dans la dynamique du livre la premiegravere occurrence de חכמה se trouve en Dn 1 4

comme qualiteacute humaine exigeacutee dans le choix des enfants des familles nobles dIsraeumll qui

devraient ecirctre formeacutes agrave la cour royale Le terme חכמה est ici employeacute dans le sens dune

connaissance empirique515 Dans le contexte de leacuteducation babylonienne en Dn 1 17

apparaicirct deacutejagrave comme un don de Dieu accordeacute aux quatre enfants dIsraeumll516 Dans ce חכמה

contexte la sagesse des enfants dIsraeumll apparaicirct en Dn 1 20 comme supeacuterieure agrave celle

des devins et magiciens babyloniens

Apregraves la longue discussion qui a mis en deacuteroute la sagesse des sages babyloniens

(Dn 2 1-13) le terme חכמה reacuteapparaicirct dans le contexte de la priegravere de Daniel (vv 20-23)

512 BEALE G K The Use of Daniel p 14 513 Expression employeacutee par LACOCQUE A Le livre de Daniel p 41 pour qualifier linstant de la deacutecision

absurde et arbitraire du roi

514 Cf AZZAM J Daniel ou le deacutechiffrement drsquoune souffrance devenue excessive p 101 LACOCQUE

A Le livre de Daniel p 41 515 GOLDINGAY J Daniel p 20 516 Ce verset (Dn 1 17) a eacuteteacute consideacutereacute par COLLINS J J Daniel p 144 comme un verset paradigmatique

dans le livre de Daniel

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ayant pour origine le Dieu dIsraeumll Cest pourquoi la sagesse de Daniel nest pas une

sagesse empirique qui serait le fruit de son expeacuterience humaine ni une sagesse reccedilue lors

de sa formation agrave la cour royale

En eacutetant celui qui incarne la sagesse du Dieu dIsraeumll on comprend alors pourquoi

Daniel ne pouvait pas ecirctre preacutesent parmi les sages de Babylone convoqueacutes pour ecirctre mis

en deacuteroute par leacutenigme du roi La sagesse divine de Daniel ne pouvait pas ecirctre confondue

agrave la sagesse idolacirctre des nations paiumlennes A travers Daniel et les sages de Babylone

lenjeu est donc aussi et surtout celui de la supeacuterioriteacute du Dieu dIsraeumll source de toute

sagesse sur les rois des nations paiumlennes et leurs diviniteacutes517

Au v 23 qui assume les vv 20-22 le mystegravere est la reacuteveacutelation de la sagesse divine

agrave Daniel sur les eacuteveacutenements futurs preacuteciseacutement lenlegravevement et labaissement du roi ainsi

que leacutetablissement deacutefinitive du regravegne de Dieu518 Ces eacuteveacutenements futurs sexpriment

dans dautres deacuteterminations comme eacutetant des choses profondes et cacheacutees (v 22a) ce

qui se trouve dans les teacutenegravebres (v 22b) mais qui neacutechappe pas agrave la connaissance divine

parce que la lumiegravere demeure avec Lui (v 22c)

Lexpression choses profondes et cacheacutees augmente le degreacute de mystegravere sur le

recircve du roi alors que le paralleacutelisme lexical lumiegravere et teacutenegravebres souligne la

connaissance du Dieu dIsraeumll 519 En effet dans lAncien Testament la lumiegravere est

employeacutee de maniegravere symbolique pour deacutesigner la vue la connaissance la veacuteriteacute la

bonteacute la joie et la vie alors que les teacutenegravebres symbolisent labsence de ces concepts520 Ce

contraste entre la lumiegravere (נהור) et les teacutenegravebres (חשוך) se produit eacutegalement dans le texte

postexilique de Is 60 ougrave le thegraveme de la lumiegravere est aussi employeacute pour parler du pouvoir

de Dieu sur les nations521

De mecircme en Is 30 26 le thegraveme de la lumiegravere sert agrave deacutecrire la victoire de Dieu au

jour ougrave il gueacuterira son peuple de ses blessures En Jb 30 26 le bonheur et le malheur

sexpriment par rapport au contraste lumiegravere et teacutenegravebres et la puissance divine se

517 Contre GOLDINGAY J Daniel p 54 qui nie toute poleacutemique entre le Dieu dIsraeumll et les dieux

babyloniens en soulignant plutocirct lopposition entre la sagesse surnaturelle de Daniel et la sagesse mondaine

des sages de Babylone 518 GLADD B Revealing the Mysterion p 31 519 KIM J Y Doxology as the Rhetoric of Resistance in the Aramaic Tales of Daniel 2-6 p 140 520 HARTMANN L F DI LELLA A A The Book of Daniel p 140 521 SMITH-CHRISTOPHER D Prayers and Dreams p 286 Dans larameacuteen biblique le terme חשוך

(teacutenegravebres) apparaicirct uniquement en Dn 2 22 Cf HARRIS L Dicionaacuterio Internacional de Teologia do

Antigo Testamento p 1693 GAMMIE J On the Intention and Sources of Daniel I-VI p 291 et seq

conclut au terme de son eacutetude sur les sources des reacutecits de Daniel que les auteurs du livre ont puiseacute tant au

niveau des ideacutees theacuteologiques que du vocabulaire dans le Deuteacutero-Isaiumle les Proverbes et Job

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manifeste en ce quil deacutevoile les profondeurs des teacutenegravebres et amegravene lombre agrave la lumiegravere

(Jb 12 22) Dans le contexte du livre de Daniel ougrave lon est en face dun reacutecit de conflits

de loyauteacute et estimations contrasteacutees de puissance mondaine il est clair que la lumiegravere et

plus speacutecialement la sagesse comme lumiegravere deacuteveloppe davantage la notion de lumiegravere

comme une expression de la puissance divine sur les puissances terrestres caracteacuteriseacutees

par les teacutenegravebres522

Pourtant au v 22c du poegraveme de Dn 2 le participe passeacute שרא qui renvoie agrave la

lumiegravere a une fonction active Lexpression la lumiegravere demeure avec lui pourrait donc

renvoyer agrave la responsabiliteacute dIsraeumll de servir les rois eacutetrangers comme la lumiegravere des

nations leur montrant ainsi le pouvoir salvifique du Dieu des exileacutes523 En ce sens Daniel

(et Israeumll en geacuteneacuteral) serait pour les nations reacuteveacutelateur dhistoire et donc libeacuterateur524

Mais si Daniel (et ses compagnons) est preacutesenteacute comme protagoniste de

lavegravenement salvifique du Dieu dIsraeumll la lumiegravere est en deacutefinitive lexpression du

pouvoir salvifique de Dieu sur les forces terrestres repreacutesenteacutees par les teacutenegravebres Au v

20d la force divine est deacutecrite par le terme qui reacuteapparaicirct au v 23c pour exprimer גבורה

la force reccedilue par Daniel

En effet le substantif גבורה deacuterive de la racine rbg qui est associeacutee au combat et

possegravede un lien avec la force et la vitaliteacute dun guerrier couronneacute de succegraves525 Dans la

litteacuterature biblique גבורה renvoie geacuteneacuteralement au pouvoir de Dieu526 Pourtant dans le

discours de Daniel en Dn 2 37 le pouvoir accordeacute agrave Nabuchodonosor sexprime par le

substantif חסן Or ce terme ainsi que son eacutequivalent heacutebraiumlque est geacuteneacuteralement employeacute

dans le sens de richesse ou prospeacuteriteacute mateacuterielle527 De mecircme la force accordeacutee au roi en

2 37 est exprimeacutee par le substantif תקף Comme dans le cas de Dn 11 17 ce terme fait

appel au pouvoir ou agrave lautoriteacute dun royaume ou dun gouvernant528

Cette diffeacuterence terminologique montre la supeacuterioriteacute du pouvoir et de la sagesse

divine dont Daniel est le beacuteneacuteficiaire sur le roi et les sages babyloniens ainsi que les

diviniteacutes meacutesopotamiennes En deacutefinitive le pouvoir de Daniel se deacutefinit en connexion

522 SMITH-CHRISTOPHER D Prayers and Dreams p 287 523 KIM J Y Doxology as the Rhetoric of Resistance in the Aramaic Tales of Daniel 2-6 p 140 524 LACOCQUE A Daniel et son temps p 149 525 HARRIS L Dicionaacuterio Internacional de Teologia do Antigo Testamento p 242 526 Ibid p 243 527 Ibid p 506 528 Ibid p 1658

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avec Dieu et ce pouvoir se trouve dans sa connaissance ou dans la lumiegravere de sa

sagesse529

Sur le plan des dynamismes soteacuteriologiques Daniel et ses compagnons (exprimeacutes

par le suffixe de la premiegravere personne du pluriel au v 23c) sont beacuteneacuteficiaires de lactiviteacute

reacuteveacutelatrice de Dieu qui leur a donneacute de connaicirctre laffaire du roi Les quatre enfants

dIsraeumll entretiennent donc avec Dieu une relation de beacuteneacutefice dans le don de la sagesse

et de la connaissance et peuvent alors briller parmi les nations paiumlennes et idolacirctres

comme de veacuteritables fils de lumiegravere

Ce nest donc pas seulement par la priegravere que Daniel et ses compagnons

deviennent protagonistes de lavegravenement salvifique dans la diaspora mais aussi par la

sagesse reccedilue du Dieu dIsraeumll Le don divin de la sagesse devient un acte libeacuterateur et

donc salvifique non seulement pour Daniel et ses compagnons mais aussi agrave travers eux

pour les nations eacutetrangegraveres En ce sens la connaissance de lidentiteacute juive comme peuple

de sagesse et de lumiegravere divine est essentielle pour leacuteventuelle deacutefaite de lautoriteacute

impeacuteriale530 et lavegravenement salvifique du Dieu dIsraeumll dans la diaspora babylonienne

Beacutenir le nom du Dieu du ciel revient finalement agrave confesser les richesses de sa

puissance salvifique agrave remonter agrave leur source ineacutepuisable mais aussi se laisser emporter

par leacutelan de cette reacuteveacutelation chercher agrave lamplifier au maximum et convier tout son

entourage agrave la reconnaicirctre et agrave la reacutepandre531 afin decirctre participant du projet salvifique du

Dieu dIsraeumll qui advient pour tous les peuples jusquagrave la fin des jours

529 SMITH-CHRISTOPHER D Prayers and Dreams p 289 530 Ibid 531 GUILLET J Le langage spontaneacute de la beacuteneacutediction dans lAncien Testament p 204

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4 Perspectives dun dialogue entre Ep 3 1-13 ET Dn 2 17-23

Apregraves une analyse de la dynamique soteacuteriologique de Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23

le but du preacutesent chapitre est de mettre en exergue des points de contacts entre la lettre

aux Epheacutesiens et le livre de Daniel agrave partir des deux peacutericopes eacutetudieacutees En affirmant des

affiniteacutes qui existent entre les deux textes ces points de contacts permettent deacutetablir un

dialogue entre ces deux eacutecrits bibliques non seulement sur le plan litteacuteraire mais aussi et

surtout sur le plan theacuteologique et particuliegraverement en lien avec les dynamismes

soteacuteriologiques signifieacutes par la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

En effet lusage du terme μυστήριον dans la lettre aux Epheacutesiens et dans les eacutecrits

neacuteotestamentaires reflegravete un arriegravere-plan seacutemitique532 Son emploi dans la lettre aux

Epheacutesiens correspond davantage agrave son usage dans le livre de Daniel ougrave les termes

importants en lien avec le mystegravere sont eacutegalement attesteacutes533 Les similitudes entre Daniel

et Epheacutesiens ne sont pas simplement dordre geacuteneacuteral mais implique un processus

dadaptation de reacuteinterpreacutetation et dapplication agrave de nouvelles situations et contextes534

Cest donc particuliegraverement dans cette tradition danieacutelique que lauteur de la lettre

aux Epheacutesiens fait usage de cet heacuteritage pour deacutecrire le mystegravere eschatologique de Dieu

qui se rend preacutesent dans la communauteacute chreacutetienne dEphegravese 535 Le dialogue entre

Epheacutesiens et Daniel prendra alors en compte les contextes historique et litteacuteraire le

vocabulaire le contenu de la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance comme fil

conducteur de la dynamique salvifique des deux textes

532 Cf BROWN R The Semitic Background of the Term Mystery in the New Testament p 1 passim

BORNKAMM G μυστήριον col 677 et seq 533 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 121 et seq 534 Ibid p 135 535 Ibid

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41 Lhistoire comme lieu de lavegravenement salvifique

411 Le projet salvifique de Dieu et sa reacutealisation dans lhistoire

Leacutetude de la lettre aux Epheacutesiens montre quelle accorde une grande importance

non seulement au projet de Dieu et sa reacuteveacutelation dans lhistoire mais aussi agrave la place de

lEglise et agrave la connaissance qui ouvre au mystegravere du Christ et qui nest possible que dans

lEglise536 Ce projet de Dieu est fondamentalement lieacute agrave son œuvre de salut reacutealiseacutee dune

part par le don de sa gracircce (Ep 1 6) et dautre part par lannonce et laccueil dans la foi

de lEvangile du salut (Ep 1 13)

Lœuvre de salut qui se deacuteploie dans la dynamique de la lettre nest donc pas avant

tout le reacutesultat dun effort humain mais un don de la gracircce divine par la foi en Jeacutesus Christ

(Ep 2 8-9) Laction divine de la gracircce est le fondement du salut et la reacuteponse de la foi

apparaicirct comme le moyen par lequel ce salut devient effectif dans la vie de la personne

humaine et de la communauteacute537

Dans le contexte de Dn 2 17-23 les termes רז et hlGgt font leur premiegravere apparition

en lien avec le Dieu dIsraeumll Lemploi de ces termes dans la dynamique du reacutecit montre

que le Dieu dIsraeumll est le seul capable de reacuteveacuteler le mystegravere En effet le message central

de la peacutericope de Dn 2 17-23 est celui de laffirmation de la souveraineteacute de Dieu source

de toute sagesse qui dirige les eacuteveacutenements de lhistoire538 En Daniel les eacuteveacutenements

historiques nont lieu par aucune neacutecessiteacute autre que par le deacutecret de Dieu De mecircme en

Epheacutesiens les eacuteveacutenements de lhistoire arrivent selon le projet eacuteternel eacutetabli en Dieu

depuis les siegravecles539

536 REYNIER C LEpicirctre aux Epheacutesiens p 41 et seq 537 LINCOLN T A Ephesians p 111 538 PRINSLOO GTM Two Poems in a Sea of Prose p 101 539 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 124

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412 La foi dans la dynamique du projet salvifique

Si lattitude du chreacutetien par rapport agrave Dieu est exprimeacutee en termes de foi en Ep 3

12 ce terme napparaicirct pourtant pas litteacuteralement dans la peacutericope de Dn 2 17-23 Or

lattitude de priegravere de Daniel et ses amis peut bien ecirctre deacutecrite comme une attitude de foi

au Dieu dIsraeumll540 Daniel est dailleurs deacutecrit comme un homme de foi en Dn 2 45 6

524 En effet le verbe ~a ] qui signifie confier croire en se traduit au participe passeacute

par digne de confiance541

En Dn 2 45 le participe passeacute ן ומהימ est exprimeacute par rapport agrave son sujet פשר

Toutefois en Dn 6 524 le verbe ~a ] renvoi particuliegraverement agrave la fideacuteliteacute et agrave la foi de

Daniel agrave son Dieu En ce sens le jeu dassonance sur le couple בעה (demander) et בעו

(demande priegravere) en Dn 6 8 et 6 14 revecirct une importance particuliegravere dans le sens dune

manifestation de foi ou de fideacuteliteacute au Dieu dIsraeumll542 A travers cette attitude de foi

manifeste chez Daniel (et ses compagnons) lavegravenement salvifique du Dieu dIsraeumll

devient effective dans la diaspora babylonienne

Toutefois la fideacuteliteacute de Daniel agrave son Dieu nest pas incompatible avec son service

agrave la cour royale543 Son attitude dans la diaspora babylonienne manifeste la sagesse par

laquelle le Dieu dIsraeumll deacutetient le controcircle des eacuteveacutenements de lhistoire ougrave se deacuteploie

progressivement son projet de salut Ce projet salvifique ne consiste pas agrave opposer Israeumll

aux nations eacutetrangegraveres ni de sauver les uns au deacutetriment des autres En restant fidegravele au

Dieu dIsraeumll tout en eacutetant au service des rois eacutetrangers cette attitude du jeune juif de la

diaspora peut paraicirctre complexe et pose la question du veacutecu authentique du judaiumlsme au

milieu des nations paiumlennes et idolacirctres Pourtant cest agrave travers cette attitude que le projet

salvifique de Dieu adviendra en terre eacutetrangegravere

540 Le recours agrave la priegravere est une constance assez reacuteguliegravere aussi bien dans la lettre aux Epheacutesiens que dans

le livre de Daniel Voir Dn 2 20-23 6 10-11 6 27-28 9 3-19 Ep 1 3-1417-23 3 14-21 541 HARRIS L Dicionaacuterio Internacional de Teologia do Antigo Testamento p 1667 542 Ibid p 1673 543 Il faut dire avec COLLINS J J Imaginaccedilatildeo apocaliacuteptica p 150 que Dn 2 ne rejette pas le

gouvernement paiumlen qui est vu comme faisant partie du dessein de Dieu

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413 La question didentiteacute dans la dynamique du salut

Cette question de lauthenticiteacute est eacutetroitement lieacutee agrave celle de lidentiteacute juive en

terre eacutetrangegravere Il est question de surmonter ladversiteacute et de trouver leacutequilibre dune vie

agrave la fois enrichissante et creacuteative dans un contexte paiumlen544 Comme faisant partie du

monde eacutetranger il nest pas question de se couper de ce monde ni de chercher ou espeacuterer

sa destruction545 Il faut sauver agrave la fois le monde juif et le monde paiumlen comme faisant

partie de lhistoire que Dieu dirige avec sagesse dans son projet eacutetabli depuis les siegravecles

Cette probleacutematique de lidentiteacute se retrouve eacutegalement dans les premiers siegravecles

du christianisme naissant et particuliegraverement dans le rapport entre les chreacutetiens dorigine

juive et paiumlenne preacutesent dans la lettre aux Epheacutesiens En effet la lettre aux Epheacutesiens

appartient agrave lheure critique et feacuteconde ougrave le christianisme seacuteloigne de ses reacutefeacuterences

fondatrices546 Comment teacutemoigner de lEvangile du Christ dans un monde qui continue

agrave vivre comme si rien ne seacutetait passeacute La lettre aux Epheacutesiens est engageacutee dans ce

tournant de lhistoire et se preacutesente comme porteuse dun mystegravere reacuteveacuteleacute par Dieu547

Dans le souci de donner une reacuteponse agrave cette question didentiteacute la premiegravere partie

de la lettre renforce le sens de lidentiteacute chreacutetienne le privilegravege et le statut dont jouissent

les Juifs et les Nations en tant que chreacutetiens faisant partie du Corps du Christ qui est

lEglise548 De mecircme dans la deuxiegraveme partie la lettre aux Epheacutesiens invite les Juifs et

les Nations agrave teacutemoigner de cette identiteacute comme ceux qui font partie non seulement de

lEglise ou du monde mais des deux reacutealiteacutes inseacuteparables549

En Daniel tout comme en Epheacutesiens cette probleacutematique passe ineacutevitablement

par le recours agrave la theacutematique du mystegravere que Dieu reacutevegravele et fait connaicirctre dans lhistoire

Si le mystegravere a eacuteteacute fait connaicirctre agrave Paul au cours dune reacuteveacutelation (Ep 3 3) cest dans une

vision de nuit que ce mystegravere a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave Daniel (Dn 2 19) La reacuteveacutelation du μυστήριον

eacutepheacutesien et du רז danieacutelique renforce le rapprochement entre les deux textes et preacutesente

des affiniteacutes aussi bien dordre litteacuteraire que theacuteologique

544 HUMPHREYS W L A Life-Style for Diaspora A Study of the Tales of Esther and Daniel p 223 545 Ibid 546 BOUTTIER M LrsquoEpicirctre de saint Paul aux Epheacutesiens p 45 547 Ibid p 46 548 LINCOLN T A Ephesians p LXXV 549 Ibid

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42 Points de contacts litteacuteraires du dialogue eacutepheacutesien et danieacutelique

Les points de contacts formels entre Epheacutesiens et Daniel vont au-delagrave du terme

μυστήριον et de son eacutequivalent arameacuteen רז pour prendre en compte dautres termes qui

constituent le panorama seacutemantique des deux textes Cest ainsi que

ἀποκάλυψιςἀποκαλύπτω et γνωρίζω dune part et hlGgt et ידע dautre part deviennent des

composantes essentielles du mystegravere dans le deacuteploiement du projet salvifique de Dieu

En effet le champ seacutemantique de Dn 2 semblable agrave celui de Ep 3 1-13 se

caracteacuterise par une abondance de termes agrave connotation sapientielle et apocalyptique qui

fait apparaicirctre un fil conducteur commun de Daniel agrave Epheacutesiens550 Le tableau ci-dessous

preacutesente quelques points de contacts importants dans le rapprochement des deux textes

Tabeaux 27 Panorama lexicographique de Dn 2 17-23 et Ep 3 1-13

DANIEL

EPHESIENS

2 TM רז

LXX μυστήριον

TH μυστήριον

3 349 μυστήριον

2 TM hlGgt TH ἀποκαλύπτω

335 ἀποκάλυψις ἀποκαλύπτω

2 1723(2x)

TM ידע

TH γνωρίζω

33510 γνωρίζω

2 2023 TM חכמה

LXX σοφία

TH σοφία

3 10

σοφία

2 2023 TM גבורה

LXXμεγαλωσύνηφρόνησις

TH σύνεσις δύναμις

3 4 et 3

7

σύνεσις δύναμις

2 21 TM לידעי בינה

LXX σύνεσις

TH σύνεσις

3 4 σύνεσις

2 2123 TM יהב

LXX δίδωμι

TH δίδωμι

3 278 δίδωμι

2 22 TM rtsgt LXX σκοτεινός

TH ἀπόκρυφος

3 9 = 35 ἀποκρύπτω

2 22 TM ונהורא

LXX φῶς

TH φῶς

3 9 φωτίζω

550 REYNIER C Evangile et mystegravere p 223

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2 23 TM כען

LXX νῦν TH νῦν

3 510 νῦν

2 20 TM מן־עלמא ועד־עלמא

LXX εἰς τὸν αἰῶνα

TH ἀπὸ τοῦ αἰῶνος καὶ ἕως τοῦ

αἰῶνος

3 9

3 11

ἀπὸ τῶν αἰώνων

πρόθεσιν τῶν αἰώνων

421 Le vocabulaire sapientiel et apocalyptique

Dans la premiegravere partie de la peacutericope en Dn 2 17-19 apparaissent les trois termes

clefs de notre eacutetude comme expression de la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et

connaissance551 Cette trilogie est exprimeacutee dans le TM par les termes hlG qui ידע et רז lt

correspondent respectivement aux termes ἀποκάλυψις ἀποκαλύπτω μυστήριον et

γνωρίζω en Ep 3 35 Le texte grec de TH traduit la trilogie danieacutelique par les mecircmes

termes retrouveacutes en Epheacutesiens 3 1-13552

Le couple sagesse (חכמה) et force (גבורה) qui constitue une inclusion du poegraveme

danieacutelique renvoi eacutegalement agrave Ep 3 10 ougrave la sagesse (σοφία) de Dieu sera connue des

principauteacutes et des puissances dans les cieux par lEglise Alors que la LXX traduit le

terme גבורה respectivement par μεγαλωσύνη en Dn 2 20 et par φρόνησις en Dn 2 23 le

texte de TH traduit le mecircme terme par σύνεσις en Dn 2 20 et par δύναμις en Dn 2 23

En Dn 2 21 la sagesse que Dieu donne aux sages ainsi que la connaissance aux

intelligents trouve une correspondance lexicale en Ep 3 4 avec le σύνεσις de lapocirctre dans

le mystegravere du Christ et la πολυποίκιλος σοφία τοῦ θεου qui doit ecirctre connue des

principauteacutes et des puissances dans les cieux De mecircme en Dn 2 2123 et Ep 3 278

551 Dans cette premiegravere partie de luniteacute textuelle au v 17 la LXX traduit le terme arameacuteen חבר par

συνεταίροις (compagnons) et au v 18 le mecircme terme est traduit par Δανιηλ καὶ οἱ μετ᾽ αὐτου (Daniel et

ceux avec lui) Dans la mecircme logique du TM TH le traduit par φίλοις (amis) 552 Comme il a eacuteteacute montreacute dans lanalyse du chapitre preacuteceacutedent le texte de TH aussi bien que celui de la LXX traduisent le terme arameacuteen רז toujours par μυστήριον toutefois les verbes hlGgt et ידע connaissent une

gamme de traductions tregraves varieacutees dans la LXX Par ailleurs en Dn 2 19-20 apparaicirct le verbe rbgt traduit

aussi bien par la LXX que par TH par le terme εὐλογέω Mecircme si ce verbe napparaicirct pas en Ep 3 1-13 il

apparaicirct en Ep 1 3 comme un terme essentiel dans la dynamique de la lettre et le lien avec Daniel est aussi

remarquable Pour les correspondances entre Daniel 2 et Ep 1 Voir CARAGOUNIS C The Ephesian

Mysterion p 123 et seq Cet auteur y fait aussi allusion agrave quelques eacuteleacutements communs entre Daniel 2 et

Ep 3 mais son eacutetude abonde davantage dans la correspondance entre Dn 2 et la beacuteneacutediction en Ep 1

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cette correspondance lexicale est encore plus renforceacutee par le verbe δίδωμι qui indique

lorigine divine du don de la sagesse et de lintelligence accordeacutee agrave Daniel et aux

intelligents ainsi que le don de la gracircce dont lapocirctre en est le beacuteneacuteficiaire

En effet la seacutequence danieacutelique tu mas donneacute la sagesse et la force tu nous as

fait connaicirctre ce que nous tavons demandeacute et tu nous a fait connaicirctre laffaire du roi553

en Dn 2 23 qui souligne avec emphase lorigine divine du don renvoie eacutegalement agrave la

seacutequence eacutepheacutesienne la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute donneacutee et ma eacuteteacute fait connaicirctre le

mystegravere en Ep 3 2-3 qui souligne lorigine en Dieu du don de la gracircce

La reacuteveacutelation des choses profondes554 et cacheacutees (ἀπόκρυφος) en Dn 2 22 fait

eacutecho du mystegravere cacheacute (ἀποκρύπτω) en Dieu depuis les siegravecles (Ep 3 9) Ce mystegravere

cacheacute en Dieu fait appel au mystegravere du Christ qui na pas eacuteteacute fait connaicirctre des autres

geacuteneacuterations des fils des hommes mais qui est maintenant reacuteveacuteleacute aux saints apocirctres et

prophegravetes (Ep 3 5) En outre le contraste teacutenegravebres et lumiegravere en Dn 2 22 trouve sa

reacutesonnance dans la mise en lumiegravere (φωτίζω) du mystegravere cacheacute en Dieu depuis les siegravecles

(Ep 3 9) En Daniel tout comme en Epheacutesiens Dieu est le sujet du mystegravere et Lui seul

est capable de le reacuteveacuteler agrave qui il veut

422 Le vocabulaire temporel

La correspondance dans le vocabulaire sapientiel et apocalyptique sentrelace

aussi bien en Daniel quen Epheacutesiens avec le vocabulaire temporel Le champ seacutemantique

de la temporaliteacute est marqueacute par le νῦν eschatologique eacutepheacutesien en 3 510 qui entraicircne

dans sa dynamique le νῦν de la reacuteveacutelation faite agrave Daniel (et ses compagnons) en Dn 2 23

553 Le texte grec de TH traduit le dernier ידע de Dn 2 23 avec le suffixe de la premiegravere personne du singulier

Au lieu de tu nous as fait connaicirctre du TM le texte de TH preacutesente τὸ ὅραμα τοῦ βασιλέως ἐγνώρισάς

μοι (la vision du roi tu mas fait connaicirctre) MEADOWCROFT T J Aramaic Daniel and Greek Daniel p

167 affirme quil nexiste aucun teacutemoin textuel arameacuteen qui confirme ce suffixe de la premiegravere personne du

singulier Par ailleurs alors que le texte de TH traduit dans le mecircme sens que le TM la phrase ce que nous

tavons demandeacute au v 23 avec le suffixe de la premiegravere personne du pluriel (ἃ ἠξιώσαμεν παρὰ σοῦ) la

LXX quant agrave elle traduit cette phrase avec le suffixe de la premiegravere personne du singulier ἠξίωσα (ce que

jai demandeacute) MEADOWCROFT T J Op cit p 167 mentionne deux teacutemoins de la recension lucianique

ainsi que le bohairic et eacutethiopien qui soutiennent le singulier hxiwsa Il conclut que TH reflegravete mieux le

sens du chapitre dans la mesure ougrave les amis de Daniel se sont tous reacuteunis en priegravere mecircme si Daniel a eacuteteacute le

seul agrave avoir reccedilu la reacuteveacutelation 554 Il faut remarquer avec MEADOWCROFT T J Op cit p 170 et seq que la reacuteveacutelation des choses

profondes (et cacheacutees) est unique dans larameacuteen biblique Malgreacute son occurrence en Is 29 5 et ses diverses

connotations en Is 22 7 Ez 23 32 ou Jb 11 8 ce nest quen Dn 2 22 que le terme revecirct un sens

eschatologique ou mecircme apocalyptique en lien avec le mystegravere divin TH et la LXX le traduisent par βαθέα

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Cest maintenant (νῦν) que le mystegravere est reacuteveacuteleacute et les apocirctres et prophegravetes en sont les

beacuteneacuteficiaires dans lEsprit (Ep 3 5) Cest aussi maintenant (νῦν) que la sagesse multiple

de Dieu doit ecirctre connue des principauteacutes et des puissances dans les cieux par lEglise (Ep

3 10)

Ce νῦν est bien le νῦν de la fin dune fin qui nest pas cessation de lhistoire mais

dune fin qui est conccedilue comme le temps de la croissance continue de lEglise555 Cest

dans cette perspective de la temporaliteacute que se situe agrave la fois le πρόθεσιν τῶν αἰώνων de

Ep 3 11 et le mystegravere cacheacute ἀπὸ τῶν αἰώνων en Ep 3 9 ainsi que le nom de Dieu qui doit

ecirctre beacuteni ἀπὸ τοῦ αἰῶνος καὶ ἕως τοῦ αἰῶνος (Dn 2 20) Ce vocabulaire de la temporaliteacute

est encore plus abondant en Ep 3 1-13

A travers ce panorama de vocabulaire sapientiel et apocalyptique il en ressort que

la reacuteveacutelation du mystegravere qui a son origine en Dieu est une sagesse dont la dimension

personnelle est fortement souligneacutee aussi bien en Daniel quen Epheacutesiens556 Mais le

projet salvifique de Dieu est tellement surabondant et riche quil ne peut ecirctre deacutecrit quen

termes sapientiels557 Il a donc fallu conjuguer avec les deux types de vocabulaire dans

une parfaite harmonie pour exprimer la richesse du projet salvifique de Dieu dans les

deux textes bibliques

En effet en donnant un privilegravege agrave la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

Daniel et Epheacutesiens vont au-delagrave dun simple choix des termes pour marquer une

eacutevolution dans la maniegravere de comprendre et dinterpreacuteter le projet salvifique de Dieu qui

fait son cours dans lhistoire558

423 Le mystegravere et la naissance dun nouveau langage

Lemploi du terme רז dans le livre de Daniel apparaicirct pour la premiegravere fois dans le

contexte de Dn 2 17-23 consideacutereacute comme partie centrale du reacutecit de Dn 2 Ce terme vient

agrave la suite dun ensemble de termes employeacutes dans le reacutecit pour parler du recircve du roi

555 REYNIER C Evangile et mystegravere p 262 556 Ibid p 223 557 Ibid p 256 558 Dans son analyse du terme μυστήριον REYNIER C Evangile et mystegravere p 224 montre deacutejagrave

limportance du choix de ce terme et le changement radical que cela implique dans la maniegravere de penser et

dexprimer la reacutealiteacute du Christ et de lEglise Cette reacutealiteacute du Christ et de lEglise exprimeacutee en terme de

mystegravere fait partie du projet salvifique de Dieu qui suit son cours de Daniel agrave Epheacutesiens

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Nabuchodonosor et son interpreacutetation Toutefois en donnant un sens au recircve du roi le רז

danieacutelique fait appel agrave un autre type de vocabulaire preacuteciseacutement dans la partie centrale

du reacutecit pour deacutecrire la reacuteveacutelation divine et le deacuteploiement du projet salvifique de Dieu

Ce nouveau langage imposeacute par lemploi du terme רז va au-delagrave des cateacutegories

dexpressions lieacutees au symbolisme des recircves Cest ainsi que le verbe hlG gt fait aussi son

apparition dans ce contexte et employeacute toujours en lien avec le mystegravere Il nest plus

seulement question de linterpreacutetation (פשר) du recircve (חלם) mais de la reacuteveacutelation dun

mystegravere Dans ce contexte le verbe ידע devient lui aussi une composante importante du

mystegravere pour exprimer de maniegravere particuliegravere la connaissance dont Dieu seul en est

lorigine

La reacuteveacutelation progressive du mystegravere fait donc appel agrave un nouveau langage qui

sexprime agrave travers des termes qui deviennent deacutecisifs dans le deacuteploiement du projet

salvifique de Dieu En ce sens en Dn 2 18 agrave travers le lien entre les termes רז et רחמין la

reacuteveacutelation divine devient lexpression de la miseacutericorde de Dieu pour tous ceux qui se

trouvent dans une situation de peacuteril Dans la dynamique du mystegravere ce projet salvifique

de Dieu sexprime comme eacutetant des choses profondes et cacheacutees (Dn 2 22) qui ne seront

pleinement reacuteveacuteleacutees et connues quagrave la fin des jours (Dn 2 28)

Le recours au mystegravere exprime degraves lors la richesse inouiumle du projet salvifique

eacutetabli depuis les siegravecles en Dieu Ce recours au mystegravere et ses composantes qui permet

dexprimer le projet salvifique de Dieu situe deacutesormais le reacutecit danieacutelique dans une

dynamique eschatologique En effet mecircme apregraves sa reacuteveacutelation le mystegravere divin continue

decirctre un mystegravere559

De mecircme dans la lettre aux Epheacutesiens le recours au terme μυστήριον impose

ladoption dun nouveau langage Un langage qui sexprime non seulement agrave travers les

composantes ἀποκάλυψις ἀποκαλύπτω et γνωρίζω mais aussi agrave travers leacutelaboration de

nouveaux termes et concepts qui implique une eacutevolution dans le langage theacuteologique560

En effet la dynamique de la lettre aux Epheacutesiens est marqueacutee par lusage du terme

μυστήριον qui en est une theacutematique essentielle Si les occurrences du terme sont deacutejagrave

assez significatives dans la dynamique de la lettre sa forte concentration en Ep 3 1-13

permet de comprendre le contenu du mystegravere eacutepheacutesien et den deacutegager ses conseacutequences

559 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 124 560 REYNIER C Evangile et mystegravere p 224

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De mecircme quen Daniel le μυστήριον eacutepheacutesien favorise le recours agrave de nouveaux

termes et concepts pour deacutecrire le projet salvifique de Dieu qui advient maintenant dans

et par lEglise561 La voie est deacutesormais ouverte agrave lexeacutegegravese et agrave la theacuteologie qui peuvent

interpreacuteter et inventer des concepts nouveaux dans et par lEglise pour rendre compte de

linsondable richesse du Christ et de sa prodigieuse nouveauteacute562

424 Correspondance entre Ep 3 8 et Dn 2 30563

Au-delagrave de la peacutericope de Dn 2 17-23 cette correspondance lexicale et syntaxique

est encore plus marqueacutee en Dn 2 30 et Ep 3 8 selon le scheacutema ci-dessous

Dn 2 30 (TH)564 Ep 3 8

καὶ ἐμοὶ δὲ Ἐμοὶ

οὐκ ἐν σοφίᾳ τῇ οὔσῃ ἐν ἐμοὶ παρὰ πάντας τοὺς ζῶντας τῷ ἐλαχιστοτέρῳ πάντων ἁγίων

τὸ μυστήριον τοῦτο ἀπεκαλύφθη ἐδόθη ἡ χάρις αὕτη

ἀλλ᾽ ἕνεκεν τοῦ τὴν σύγκρισιν τοῖς ἔθνεσιν εὐαγγελίσασθαι

τῷ βασιλεῖ γνωρίσαι ἵνα τοὺς διαλογισμοὺς τῆς καρδίας σου γνῷς τὸ ἀνεξιχνίαστον πλοῦτος τοῦ Χριστοῦ

Et agrave moi

non pas par une sagesse qui soit en moi plus quen tous les vivants

ce mystegravere a eacuteteacute reacuteveacuteleacute

pour que linterpreacutetation soit connue du roi et pour que tu connaisses les penseacutees de ton cœur

(Dn 2 30)

A moi

le plus petit de tous les saints

a eacuteteacute donneacutee cette gracircce

dannoncer lEvangile aux Nations linsondable richesse du Christ (Ep 3 8)

Dun cocircteacute comme de lautre les deux passages commencent par un Ἐμοὶ

emphatique qui trouve son compleacutement tant dans le mystegravere qui a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave Daniel que

dans la gracircce qui a eacuteteacute donneacutee agrave Paul Les deux passifs theacuteologiques ἀπεκαλύφθη (Dn 2

561 Lanalyse du premier chapitre a montreacute lapparition des termes qui ne sont employeacutes quen Ep 3 1-13 562 Reynier C Evangile et mystegravere p 263 Cet auteur parle de lacte de naissance dun nouveau langage

theacuteologique car lEglise Corps du Christ rassemblant les Juifs et les Nations doit inventer un langage

nouveau pour exprimer sa reacutealiteacute Cf Ibid p 266 passim 563 Ibid p 223 note 11 fait une allusion agrave quelques points de contacts entre Dn 2 30 et Ep 3 8 et 9 564 Le texte de TH et celui de la LXX en Dn 2 30 sont presque identiques Lunique diffeacuterence majeure est lusage du passif ἀπεκαλύφθη du verbe ἀποκαλύπτω par TH pour traduire le peil י du TM La LXX גל

par contre opte pour le passif ἐξεφάνθη du verbe ἐκφαίνω

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30) et ἐδόθη (Ep 3 8) marquent lorigine divine de la reacuteveacutelation et du don de la gracircce

Entre le Ἐμοὶ initial et son compleacutement se trouve un trait caracteacuteristique du beacuteneacuteficiaire

de la reacuteveacutelation et du don de la gracircce divine Daniel se preacutesente comme nayant pas plus

de sagesse que les autres ecirctres humains et Paul se considegravere le plus petit de tous les saints

et donc de tous les fidegraveles dans le Christ

Les deux versets deacutebouchent lun et lautre sur la finaliteacute du don reccedilu et lextension

des destinataires de la gracircce divine En Dn 2 30 il sagit de faire connaicirctre au roi

linterpreacutetation pour que celui-ci puisse connaicirctre les penseacutees de son cœur565 En Ep 3 8

il sagit dannoncer lEvangile aux Nations linsondable richesse du Christ Si Dn 2 atteint

son climax dans leacutetablissement du royaume eacuteternel de Dieu qui deacutetient en son pouvoir le

controcircle des eacuteveacutenements de lhistoire le mystegravere eacutepheacutesien atteint son climax dans la

reacuteunion des Juifs et des Nations dans le Corps du Christ qui est lEglise566

Dun cocircteacute comme de lautre avec des accents diffeacuterents il sagit dune theacuteologie

de lhistoire 567 Pourtant en Ep 3 6 lEglise apparaicirct comme eacutetant le contenu du

mystegravere568 Il convient degraves lors de faire un rapprochement entre le contenu du mystegravere en

Dn 2 17-23 et celui de Ep 3 1-13 pour en deacutegager les points de contacts et leacutevolution

sur le plan des dynamismes salvifiques des deux textes

43 Le contenu du mystegravere dans la dynamique salvifique de Daniel et Epheacutesiens

431 La sagesse eschatologique dans lavegravenement du projet salvifique

Lanalyse du terme רז dans le chapitre preacuteceacutedant a montreacute que ladoption de ce

terme arameacuteen dorigine perse situe le reacutecit de Daniel dans une perspective

565 STEINMANN A Daniel p 130 remarque que dans larameacuteen biblique le verbe impersonnel renvoie

agrave Dieu comme ultime agent de laction et le verbe en question se met au passif comme dans le cas preacutesent

(γνωρίσαι) pour que linterpreacutetation soit connue au roi 566 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 124 567 COLLINS J J Imaginaccedilatildeo apocaliacuteptica p 150 568 Il a eacuteteacute montreacute dans lanalyse du chapitre 2 que le deacutevoilement progressif du mystegravere eacutepheacutesien en Ep 3

1-13 deacutebouche sur lEglise comme contenu du mystegravere Voir aussi REYNIER C Evangile et mystegravere p

262 qui reconnaicirct lEglise Corps du Christ comme contenu du mystegravere en Ep 3 1-13

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eschatologique En effet le contexte de Dn 2 est celui ougrave les juifs se trouvent en terre

eacutetrangegravere dans la diaspora babylonienne Leur contact et soumission aux cultures lois et

institutions paiumlennes et idolacirctres conduit agrave une assimilation progressive des coutumes

eacutetrangegraveres et par conseacutequent agrave une perte de leur identiteacute religieuse et culturelle baseacutee sur

lalliance avec le Dieu dIsraeumll

Dans ce contexte ladaptation du terme רז deacutepasse deacutesormais le cadre du recircve du

roi et son contenu pour prendre une perspective eschatologique En ce sens la sagesse a

eacuteteacute preacutesenteacutee et analyseacutee comme contenu de ce mystegravere eschatologique en Dn 2 20-23

La fonction de cette sagesse a eacuteteacute deacutecrite comme celle de mettre en deacuteroute la sagesse des

devins et magiciens babyloniens pour affirmer la supeacuterioriteacute du Dieu dIsraeumll source de

toute sagesse sur les nations paiumlennes et leurs diviniteacutes

Mais cette sagesse est aussi celle qui consiste agrave ramener vers le Dieu dIsraeumll tous

les deacuteporteacutes de Juda qui au contact avec le contexte paiumlen et idolacirctre se sont enliser dans

le syncreacutetisme ceux qui en saccommodant aux cultures eacutetrangegraveres se sont eacuteloigneacutes du

Dieu dIsraeumll comme eacutetant lunique source du salut569 Cest cette sagesse dont Daniel a

eacuteteacute le beacuteneacuteficiaire dans son rocircle de protagoniste de lavegravenement salvifique de Dieu en terre

eacutetrangegravere Cest la sagesse par laquelle Dieu conduit les eacuteveacutenements de lhistoire

De plus cette sagesse dont Daniel a eacuteteacute le beacuteneacuteficiaire pour le salut des quatre

enfants dIsraeumll ainsi que des magiciens et devins babyloniens teacutemoigne en mecircme temps

du caractegravere universel de lavegravenement salvifique de Dieu en terre eacutetrangegravere Ce projet

salvifique de Dieu deacutepasse deacutejagrave les frontiegraveres dIsraeumll et se rend preacutesent chez les nations

paiumlennes et idolacirctres

Si ce caractegravere universel du projet salvifique apparaicirct encore de maniegravere implicite

en Daniel en Epheacutesiens luniversaliteacute du projet salvifique de Dieu devient une reacutealiteacute

manifeste dans la reacuteunion des Juifs et des Nations dans lEglise Cest par cette Eglise que

sera connue des principauteacutes et des puissances dans les cieux la sagesse multiple de Dieu

(cf Ep 3 10)

En effet en Ep 1 17 la theacutematique de la sagesse apparaicirct deacutejagrave en lien avec celle

de la reacuteveacutelation dans la priegravere de Paul En se tournant agrave Dieu dans la priegravere Paul lui

demande de donner aux Juifs et aux Nations devenus chreacutetiens un esprit de sagesse et de

reacuteveacutelation pour arriver agrave la vraie connaissance de Dieu (cf Ep 1 17) Il sagit en Daniel

comme en Epheacutesiens dune sagesse dont lorigine se trouve en Dieu Alors que Paul

569 LACOCQUE A Daniel et son temps p 149

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demande un esprit de sagesse et de reacuteveacutelation Daniel rend gracircce agrave Dieu pour lui avoir

donneacute la sagesse et la force (Dn 2 23)

Pourtant si cette sagesse danieacutelique est dans sa forme une sagesse mantique elle

est dans son fond une sagesse eschatologique En Dn 2 28 ce mystegravere renvoie alors agrave ce

qui arrivera agrave la fin des jours car il y a un Dieu dans le ciel qui reacutevegravele les mystegraveres et qui

a fait connaicirctre au roi Nabuchodonosor ce qui arrivera agrave la fin des jours (Dn 2 28)

432 LEglise dans lavegravenement du projet salvifique

A la lumiegravere des eacutetudes bibliques concernant Israeumll et les Nations dans la

perspective eschatologique les noms et les images appliqueacutes agrave lEglise montrent que

lEglise est effectivement consideacutereacutee comme le vrai temps de la fin composeacutee des

chreacutetiens dorigine juive et paiumlenne570 Si en Dn 2 17-23 la sagesse est essentiellement

le contenu du mystegravere en Ep 3 1-13 lEglise Corps du Christ reacuteunissant les chreacutetiens

dorigine juive et paiumlenne apparaicirct comme le contenu du mystegravere

Loin de soumettre les uns et les autres dans un processus dassimilation lEglise

est deacutesormais le lieu ougrave se joue la question didentiteacute des Juifs et des Nations appeleacutes agrave

former le Corps du Christ Cest en assumant pleinement cette identiteacute dans le Christ que

lEglise constitueacutee des Juifs et des Nations fera connaicirctre aux principauteacutes et aux

puissances dans les cieux la sagesse multiple de Dieu selon le projet eacutetabli depuis les

siegravecles dans le Christ (Ep 3 10-11)

Sur le plan des dynamismes soteacuteriologiques on assiste agrave une eacutevolution importante

de Dn 2 17-23 agrave Ep 3 1-13 Le dynamisme initieacute au v 17 par Daniel le deacuteporteacute de Juda

atteint son sommet au v 19 par la reacuteveacutelation du mystegravere dans une vision de nuit De mecircme

en Ep 3 le dynamisme initieacute par Paul le prisonnier du Christ au v 1 atteint son

paroxysme au v 3 par lavegravenement du mystegravere qui lui a eacuteteacute fait connaicirctre au cours dune

reacuteveacutelation

En tant que protagonistes des actions geacuteneacutereacutees en Dn 2 17-18 Daniel et ses

compagnons en sont aussi des beacuteneacuteficiaires Mais ces actions sont eacutegalement geacuteneacutereacutees

pour le salut des sages de Babylone qui se trouvent dans une situation de peacuteril De mecircme

570 BEALE G K A New Testament Biblical Theology p 669

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en Ep 3 en tant que protagonistes de lavegravenement salvifique Paul est en mecircme temps

beacuteneacuteficiaires de la reacuteveacutelation du mystegravere divin qui est tout de mecircme dirigeacutee au salut des

Nations qui en sont les grands beacuteneacuteficiaires

En Daniel laction des quatre jeunes juifs comme protagonistes de lavegravenement

salvifique du Dieu dIsraeumll en terre eacutetrangegravere est encore limiteacutee agrave une dimension terrestre

et parfois individuelle De plus mecircme sil nest pas question deacuteliminer les nations

eacutetrangegraveres pour la survie du peuple dIsraeumll il est encore question dune confrontation

entre les deux peuples et la sagesse du Dieu dIsraeumll dont Daniel en est le beacuteneacuteficiaire

servira de confirmer la supeacuterioriteacute du Dieu de Daniel sur les diviniteacutes meacutesopotamiennes

Dans luniteacute textuelle de Dn 2 17-23 le retour de Daniel agrave la maison et sa

rencontre avec ses amis dans la priegravere a mis en relief limportance de la communion

comme condition neacutecessaire pour lavegravenement salvifique du Dieu dIsraeumll en terre

eacutetrangegravere Cette aspect communautaire sera porteacute agrave une dimension plus large en Ep 3 1-

13 Si Daniel et ses compagnons eacutetaient les principaux agents soteacuteriologiques en Dn 2

17-23 en Ep 3 1-13 au-delagrave de lactiviteacute de Paul comme prisonnier du Christ et serviteur

de lEvangile lEglise devient en Ep 3 10 lagent soteacuteriologique par qui sera connue la

sagesse multiple de Dieu

En reacuteunissant en son sein les Juifs et les Nations lEglise manifeste clairement le

deacutepassement impreacutevisible des barriegraveres et teacutemoigne de leffectiviteacute de lavegravenement

salvifique du Dieu de Jeacutesus Christ Le caractegravere individuel de la meacutediation de la gracircce

divine preacutesent dans le protagonisme de Daniel donne suite agrave une dimension

communautaire et eccleacutesiale Si en Daniel le mystegravere est employeacute pour deacutecrire le plan

salvifique de Dieu571 ce projet est progressivement reacuteveacuteleacute dans la connaissance des

choses profondes et cacheacutees (Dn 2 22) dont lexistence de lEglise en est maintenant une

manifestation

En Epheacutesiens lEglise est le contenu du mystegravere ougrave se joue deacutesormais le projet

salvifique cacheacute en Dieu depuis les siegravecles Il est vrai que Epheacutesiens met laccent sur la

reacutealiteacute du salut dans lhistoire pour affermir les chreacutetiens face aux menaces croissantes de

leur environnement mais lattente future nest pas du tout consumeacutee par lexpeacuterience

actuelle du salut572 Ainsi lEglise devient dans le projet eacuteternel reacutealiseacute dans le Christ (Ep

3 11) le lieu par excellence ougrave advient lavegravenement salvifique dans lhistoire des peuples

571 ARNOLD C Power and Magic p 127 572 LONA H Die Eschatologie im Kolosser und Epheserbrief p 427 passim

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En effet dans sa fonction de faire connaicirctre aux principauteacutes et puissances la

sagesse multiple de Dieu le passif γνωρισθῇ en Ep 3 10 invite agrave consideacuterer le rocircle de

lEglise plus dans le sens passif que dans le sens actif Toutefois lEglise nest pas passive

dans le sens de ne pas reacutesister agrave linfluence des puissances mais dans le sens quelle ne

doit pas agir comme un agent expeacutedieacute pour proclamer la domination de Dieu sur les

puissances573 Lexistence de lEglise montre aux puissances quelles sont impuissantes

dempecirccher le progregraves de lEvangile et la dispensation du mystegravere cacheacute et ne peuvent

deacutetruire le corps du Christ constitueacute des Juifs et des Nations574

433 La priegravere dans la reacuteveacutelation du mystegravere et lavegravenement du projet salvifique

La priegravere est un eacuteleacutement essentiel aussi bien dans la lettre aux Epheacutesiens que dans

le livre de Daniel En Dn 2 17-23 la reacuteveacutelation du mystegravere est preacuteceacutedeacutee et motiveacutee par

la priegravere des quatre enfants dIsraeumll reacuteunis en priveacute dans le lieu dhabitation De plus apregraves

la reacuteveacutelation du mystegravere Daniel adresse une priegravere agrave Dieu qui est tout de mecircme contenue

dans la partie centrale du reacutecit En Epheacutesiens apregraves avoir eacuteteacute beacuteneacuteficiaire de la reacuteveacutelation

du mystegravere en Ep 3 1-13 Paul adresse une priegravere agrave Dieu qui est situeacutee en Ep 3 14-21

Cette priegravere est mise dans la bouche de Paul agrave genoux en preacutesence du Pegravere de qui

toute paterniteacute au ciel et sur la terre tire son nom (Ep 3 14) Elle surgit dans ce contexte

comme reacuteponse de lapocirctre et le fruit de la reacuteveacutelation du mystegravere qui lui a eacuteteacute fait connaicirctre

en Ep 3 1-13 La reacuteveacutelation du mystegravere tant en Epheacutesiens quen Daniel deacutebouche sur une

attitude de priegravere Si Daniel beacutenit le nom du Dieu du ciel (Dn 2 20) Paul se met agrave genoux

en preacutesence du Pegravere du ciel et de la terre (Ep 3 14) Lattitude de priegravere des deux

personnages manifeste le lien entre le Dieu du ciel reacuteveacutelateur du mystegravere et le caractegravere

mysteacuterieux de lhistoire ougrave se deacuteroule le projet salvifique575

573 ARNOLD C Power and Magic p 63 574 Ibid p 64 575 LACOCQUE A Le livre de Daniel p 45 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 124 observe

que la reacuteveacutelation du mystegravere amegravene Daniel et Epheacutesien agrave beacutenir Dieu

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44 La souveraineteacute divine et la soumission de toutes les puissances dans lavegravenement du projet salvifique

441 La souveraineteacute divine dans lavegravenement du projet salvifique

Le livre de Daniel met en scegravene deux grands groupes de personnes Dun cocircteacute se

trouve le peuple dIsraeumll auquel appartient Daniel et ses trois amis qui sont protagonistes

de la reacuteveacutelation divine et de lavegravenement salvifique dans la diaspora babylonienne Ce

groupe est consideacutereacute comme appartenant au Dieu qui reacutevegravele les mystegraveres Dun autre cocircteacute

se trouve le groupe des Nations eacutetrangegraveres Parmi ceux-ci se trouvent le roi

Nabuchodonosor et ses successeurs ainsi que les sages de Babylone qui sont eux aussi

beacuteneacuteficiaires de lavegravenement salvifique du Dieu dIsraeumll Ce groupe est consideacutereacute comme

eacutetant des nations paiumlennes et idolacirctres

Toutefois dans la dynamique du reacutecit de Dn 2 et particuliegraverement en Dn 2 17-

23 ougrave est affirmeacute de maniegravere deacutecisive la souveraineteacute du Dieu dIsraeumll le reacuteveacutelateur des

mystegraveres Israeumll et les nations eacutetrangegraveres sont appeleacutes agrave se soumettre agrave lautoriteacute du Dieu

du Ciel qui controcircle les eacuteveacutenements de lhistoire 576 Daniel est lui-mecircme capable

dinterpreacuteter le recircve du roi et de preacutedire le futur parce que son Dieu controcircle lhistoire et

deacutetermine les eacuteveacutenements la connaissance divine teacutemoigne de la puissance divine et de

son controcircle sur lhistoire577

Dans la dynamique du livre le recircve et la vision en Dn 2 et 7 atteignent leur climax

dans leacutetablissement du royaume de Dieu avec son autoriteacute universelle et eacuteternelle ougrave le

mystegravere est particuliegraverement axeacute sur lacte eschatologique de Dieu de tout soumettre sous

576 Pour VON RAD G Theacuteologie de lAncien Testament p 267 le livre de Daniel ne preacutesente pas des

reacutefeacuterences sur lhistoire du peuple dIsraeumll et leacuteveacutenement du salut qui y est eschatologique est uniquement

tourneacute vers le futur et non preacutesent dans lhistoire dIsraeumll Cette affirmation ne tient pas en compte le lien entre le Dieu du ciel et ses actions dans lhistoire Dieu nest pas tout simplement preacutesent dans lhistoire

mais il agit dans cette histoire Cest lui qui fait changer les temps et les saisons cest lui qui fait et deacutefait

les rois donne la sagesse aux sages reacutevegravele les choses profondes et cacheacutees (Dn 2 21-22) Nous observons

avec DELCOR M Lhistoire selon le livre de Daniel notamment au chapitre 11 p 386 que loriginaliteacute

de Daniel est marqueacutee par son inteacuterecirct pour lhistoire universelle ideacutee qui eacutetait reacutepandue dans le monde

greacuteco-romain et dans le monde meacutesopotamien Toutefois linteacuterecirct de Daniel pour la totaliteacute de lhistoire ne

lempecircche pas de sinteacuteresser aux eacuteveacutenements particuliers Ce sont ces eacuteveacutenements particuliers faisant partie

de lhistoire universelle qui rendent possible une lecture du deacuteploiment du projet salvifique du Dieu dIsraeumll 577 DAVIES P R Eschatology in the Book of Daniel p 40

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sa domination578 La partie centrale de Dn 2 met en vue cette souveraineteacute de Dieu non

seulement dans les eacuteveacutenements futurs qui arriveront agrave la fin des jours mais aussi dans les

eacuteveacutenements qui font partie du passeacute et du preacutesent du peuple Le lien entre lhabileteacute de

reacuteveacuteler le futur et la souveraineteacute est particuliegraverement affirmeacute dans la deacuteclaration du roi

Votre Dieu est le Dieu des dieux et le maicirctre des rois le reacuteveacutelateur des mystegraveres (Dn

2 47)579

Dans la lettre aux Epheacutesiens et particuliegraverement en Ep 3 1-13 ougrave est exprimeacute de

maniegravere deacutecisive le contenu du mystegravere il est aussi question des Juifs et des Nations

appeleacutes maintenant agrave se soumettre agrave lautoriteacute du Christ en formant son Corps qui est

lEglise En Epheacutesiens les Nations sont coheacuteritiegraveres co-corporeacutees et coparticipantes de

la promesse dans le Christ Jeacutesus (Ep 3 6) Le mystegravere eacutepheacutesien atteint son climax dans le

avnakefalaiwsij de tous les ecirctres dans le Christ et qui saccomplit au temps fixeacute tout

comme le regravegne de Dieu en Daniel580

En effet dans le deacuteploiement de son projet salvifique Dieu fait connaicirctre le

mystegravere de sa volonteacute quil avait formeacute en Lui par avance pour le reacutealiser quand les temps

seraient accomplis (Ep 1 10a) Ce mystegravere consiste effectivement agrave ramener tous les ecirctres

ceacutelestes et terrestres sous lautoriteacute du Christ (Ep 1 10b) Ainsi tout comme la soumission

de toute chose au royaume de Dieu en Daniel le avnakefalaiwsij eacutepheacutesien implique la

soumission de toute chose dans la Christ581

Par ailleurs en Daniel la soumission du peuple dIsraeumll agrave lautoriteacute divine implique

une eacutethique de vie Israeumll est appeleacute agrave garder la loi et les deacutecrets de Dieu agrave reconnaicirctre la

souveraineteacute de Dieu par la priegravere et le refus des autres diviniteacutes ainsi que lobservance

des lois alimentaires582 Par contre la soumission des nations eacutetrangegraveres agrave lautoriteacute de

Dieu dans le livre de Daniel est particuliegraverement baseacutee sur lattitude des rois paiumlens et

idolacirctres Les rois des nations eacutetrangegraveres sont appeleacutes agrave eacuteviter toute attitude

dinsubordination au Dieu du ciel et de se reconnaicirctre eux-mecircmes pas plus que des

serviteurs par rapport agrave Dieu qui est lunique roi de lunivers583

La reconnaissance de la souveraineteacute du Dieu dIsraeumll par les nations eacutetrangegraveres

passe par la soumission des rois paiumlens qui dans lexercice de leur pouvoir sont des rois

578 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 124 579 DAVIES P R Op cit p 40 580 CARAGOUNIS C Op cit p 124 581 Ibid 582 BARTON J Theological Ethics in Daniel p 666 583 Ibid

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despotes des reacutegimes totalitaires La soumission au Dieu dIsraeumll comme eacutethique

theacuteologique du livre de Daniel renforce le fait que lhistoire ne deacutepend pas des deacutecisions

humaines mais a eacuteteacute formeacutee par avance dans le projet salvifique de Dieu 584 Cette

soumission dIsraeumll et des nations eacutetrangegraveres montre au bout du compte que le Dieu du

ciel est celui dont le nom doit ecirctre beacutenit eacuteternellement parce que cest agrave Lui la sagesse et

la force pour conduire les eacuteveacutenements de lhistoire dans le temps et au-delagrave du temps

Cest une reconnaissance que cest le Dieu du ciel qui fait changer le temps et les

saisons alors que les diviniteacutes paiumlennes nont aucune maicirctrise sur le temps et les

eacuteveacutenements de lhistoire Le Dieu du ciel est celui qui deacutetrocircne les rois et en eacutetablit dautres

dans sa sagesse et sa force (Dn 2 20-21)

Dans la lettre aux Epheacutesiens la soumission de tous les ecirctres sous lautoriteacute du

Christ implique aussi bien pour les Juifs que pour les Nations la neacutecessiteacute de former le

Corps du Christ qui est lEglise Toutefois dans le ἀνακεφαλαιώσασθαι τὰ πάντα ἐν τῷ

Χριστῷ qui forme le climax de la Beacuteneacutediction sont inclus non seulement lEglise mais

aussi des puissances spirituelles eacutenumeacutereacutees en Ep 1 21 qui attestent que le vrai contraste

en Epheacutesiens ne se situe pas entre les Juifs et les Nations mais plutocirct entre lEglise et les

puissances585 Cest par lEglise que sera connue de ces puissances invisibles la sagesse

multiple de Dieu (Ep 3 10)

Les Juifs et les Nations sont degraves lors inviteacutes dans une eacutethique de vie agrave marcher

en accord avec lappel quils ont reccedilu (Ep 4 1) Cet appel consiste dune part agrave se supporter

les uns les autres dans lamour avec humiliteacute douceur et patience (Ep 4 2) et dautre part

agrave garder luniteacute par le lien de paix (Ep 4 3) Cet appel est deacutejagrave affirmeacute de maniegravere

condenseacutee et deacutecisive dans le contenu du mystegravere en Ep 3 6 Le projet salvifique de Dieu

advient deacutesormais par la constitution dun peuple uni dans le Christ Cest une uniteacute que

les Juifs et les Nations sont appeleacutes agrave garder (τηρεῖν τὴν ἑνότητα) parce quelle est deacutejagrave

donneacutee Cette uniteacute deacutejagrave donneacutee par la croix du Christ est le reacutesultat de lagir salvifique

du Christ qui est notre paix586

Le Christ ayant lui-mecircme fait et proclameacute la paix (Ep 2 14-18) il revient aux

Juifs et aux Nations decirctre des agents de paix et de reacuteconciliation dans lEglise pour

preacuteserver luniteacute587 Le projet salvifique que Dieu a par avance eacutetabli selon sa volonteacute nest

584 Ibid 585 CARAGOUNIS C Ephesian Mysterion p 157 586 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 209 587 Ibid p 210

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donc pas un deacuteterminisme ni en Epheacutesiens ni en Daniel ougrave est affirmeacute sans reacuteserve le

deacuteploiement de ce projet eacuteternel de Dieu

En Daniel comme en Epheacutesiens le projet salvifique de Dieu nexclut pas une

eacutethique de vie individuelle etou communautaire qui consiste agrave participer agrave son avegravenement

et agrave son accomplissement En dautres termes la soumission au projet salvifique de Dieu

ne veut pas dire que laction humaine nest pas importante bien au contraire il y a un

impeacuteratif de coopeacuterer au projet de Dieu par la soumission agrave sa volonteacute588

En Epheacutesiens les Juifs et les Nations deacutesormais membres dun mecircme corps sont

appeleacutes agrave revecirctir larmure de Dieu pour reacutesister aux manœuvres du diable car ce nest pas

contre les adversaires de sang et de chair quils ont agrave lutter mais contre les principauteacutes

et les puissances (Ep 6 11-12) Le concept de principauteacutes et puissances et leur

soumission agrave Dieu comme faisant partie du projet salvifique et condition preacutealable pour

lavegravenement du projet eschatologique de Dieu en Daniel a la mecircme eacutequivalence en

Epheacutesiens589 Cest agrave ces principauteacutes et puissances que la sagesse multiple de Dieu doit

maintenant ecirctre connue par lEglise (Ep 3 10)

442 Les principauteacutes et les puissances dans lavegravenement du projet salvifique

Dans le contexte socio-historique de lAsie Mineure Occidentale reacutegnait une

grande peur des puissances de la part des populations locales et ces puissances eacutetaient

aussi un sujet de preacuteoccupation pour les destinataires de la lettre590 Comment lauteur

reacutepond-il agrave cette preacuteoccupation rencontreacutee par les communauteacutes chreacutetiennes dans le veacutecu

de leur foi Et quel rapport peut-on eacutetablir entre le concept de puissances dans la lettre

aux Epheacutesiens et celui du livre de Daniel591

588 BARTON J Theological Ethics in Daniel p 667 589 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 135 590 ARNOLD C Power and Magic p 124 591 Dans leacutetude du concept des principauteacutes et des puissances dans le Nouveau Testament en geacuteneacuteral et

dans la lettre aux Epheacutesiens en particulier le lien a eacuteteacute particuliegraverement noteacute avec lapocalyptique juive Cf

EVERLING O Die Paulinische Angelologie und Daumlmonologie p 119 DIEBELIUS M Die Geisterwelt

im Glauben des Paulus p 182 Toutefois mecircme si cest un concensus que les lettres pauliniens reflegravetent

un arriegravere fond juif du monde des esprits ARNOLD C Power and Magic p 52 observe quau premier

siegravecle le judaiumlsme partageait aussi les croyances du monde helleacutenistique sur les puissances spirituelles et

par conseacutequent lopinion juive chevauche de faccedilon significative sur le monde helleacutenistique

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En effet cest dans un contexte marqueacute par la croyance agrave lexistence des puissances

surnaturelles que lauteur de la lettre fait appel aux termes ἀρχή et ἐξουσία appliqueacutes agrave

ces puissances invisibles Dans la dynamique de la lettre la premiegravere occurrence des

termes ἀρχή et ἐξουσία apparaicirct au singulier en Ep 1 21 preacuteciseacutement dans le contexte de

laffirmation de la souveraineteacute du Christ qui sest assis agrave la droite de Dieu bien au-dessus

de toutes les puissances ceacutelestes

Dans ce contexte apparaicirct aussi la premiegravere occurrence du terme ἐκκλησία en lien

avec le Christ En mettant toute chose sous ses pieds Dieu constitue le Christ comme

Tecircte de son Eglise au-dessus de toute chose (Ep 1 22) En soulignant la supreacutematie du

Christ sur tous les ecirctres Dieu met le Christ au-dessus de toutes les principauteacutes et

puissances quel que soit leur nature592 Cest dans et par lavegravenement du Christ en qui Dieu

a reacuteuni tous les ecirctres terrestres et ceacutelestes que Dieu continue agrave deacuteployer son projet

salvifique

Dans le contexte du combat spirituel en Ep 6 12 les ἀρχαῖς et ἐξουσίαις au

pluriel sont identifieacutes comme des puissances maleacutefiques en conflit avec les croyants

montrant que le conflit auquel sont appeleacutes les Juifs et les Nations dans le Christ est un

conflit spirituel et non physique593 Les lieux ceacutelestes ougrave reacutesident ces puissances renvoient

non seulement agrave la source des beacuteneacutedictions spirituelles dont les croyants en sont

beacuteneacuteficiaires mais aussi au lieu ougrave siegravege le Christ agrave la droite de Dieu ainsi que le lieu de

reacutesidence des ecirctres spirituels594

Dans cette perspective lexistence de lEglise est une eacutevidence tangible qui atteste

que le pouvoir des puissances ceacutelestes a eacuteteacute aneacuteanti pour deacutemontrer la soumission au

Christ des eacuteleacutements les plus divers de la creacuteation595 La deuxiegraveme occurrence de ἀρχή et

ἐξουσία apparaicirct au pluriel en Ep 3 10 encore en lien avec la deuxiegraveme occurrence de

ἐκκλησία par qui sera connue la sagesse multiple de Dieu

En effet en 1Cor 2 8 aucun des princes (τῶν ἀρχόντων) de ce monde na connu

la sagesse divine qui se trouve dans le Christ pourtant en Ep 3 10 cette sagesse divine

sera connue des principauteacutes et les puissances dans les cieux (ταῖς ἀρχαῖς καὶ ταῖς

ἐξουσίαις ἐν τοῖς ἐπουρανίοις) Puisse quils sont eux aussi dans les cieux ougrave le Christ a

eacuteteacute exalteacute quel que soit leur nature ce sont des ecirctres soumis agrave la souveraineteacute du Christ596

592 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 102 593 HOEHNER H Ephesians p 482 594 Ibid 595 Ibid p 484 596 BOISMARD M-E Lrsquoeacutenigme de la lettre aux Epheacutesiens p 43

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Le νῦν exprimeacute en Ep 3 10 revecirct degraves lors toute sa signification dans le fait quil

marque le temps de lEglise597 Le mystegravere qui a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave Paul aux saints apocirctres et

prophegravetes na pas encore eacuteteacute porteacute agrave la connaissance des principauteacutes et des puissances

Il faut attendre le temps de lEglise qui est elle-mecircme le contenu du mystegravere par qui Dieu

continue agrave porter agrave son terme son projet salvifique

La compreacutehension de ces ἀρχαῖς et ἐξουσίαις ne peut donc ignorer les

repreacutesentations dont deacutepend Epheacutesiens dans sa maniegravere de parler des reacutealiteacutes invisibles

de son eacutepoque en lutte avec les humains et qui ont particuliegraverement leur milieu de vie

dans lapocalyptique juive598 Lexistence de lEglise est un tournant important dans la

reacuteveacutelation progressive du mystegravere divin pour que son projet salvifique puisse aller au-

delagrave de la sphegravere terrestre pour atteindre les principauteacutes et les puissances dans les cieux

Dans le livre de Daniel les termes ἀρχή et ἐξουσία napparaissent pas litteacuteralement

dans la peacutericope de Dn 2 17-23 Toutefois la question de la souveraineteacute de Dieu et son

pouvoir sur tout lunivers exprime de maniegravere implicite la souveraineteacute et la domination

de Dieu sur toutes les puissances visibles et invisibles En effet dans le texte arameacuteen de

Daniel le terme שלטן apparaicirct 13 fois dont 12 occurrences au singulier (3 33 4

1931(2x) 6 27(2x) 7 61214(2x)2627a) et une seule au pluriel (7 27b)

En Dn 3 et 4 טןשל renvoi au pouvoir de Dieu qui est exerceacute de geacuteneacuteration en

geacuteneacuteration Les deux occurrences de Dn 6 font respectivement allusion au pouvoir humain

du roi Darius et au pouvoir de Dieu reconnu comme un pouvoir qui naura pas de fin En

Dn 7 qui contient le plus grand nombre doccurrences שלטן est non seulement employeacute

par rapport agrave la figure du leacuteopard dans la vision de Daniel (7 6) mais aussi par rapport

aux autres becirctes agrave qui la domination a eacuteteacute enleveacutee

En Dn 7 14 שלטן est employeacute en lien avec la figure pareille agrave un Fils dhomme

deacutecrit en Dn 7 13 agrave qui est confieacutee une domination eacuteternelle En Dn 7 26 שלטן renvoi agrave

la domination du roi qui seacutelegravevera apregraves les 10 autres rois avec un pouvoir eacutenorme mais

qui finira par ecirctre vaincu Dans ce contexte שלטן exprime aussi la domination sous tous

les cieux qui est donneacute au peuple des saints du Tregraves Haut (Dn 7 27a)

597 LINCOLN T A Ephesians p 186 598 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 187 En faisant allusion au judaiumlsme de leacutepoque et

en particulier de lapocalyptique plusieurs auteurs y voient le lien entre le concept des puissances invisibles

de Epheacutesiens et celui de Daniel (Dn 7 27 10 13) Maccabeacutees (2M 5 2) Enoch (1Enoch 61 10 41 9 90

2124) Cf ARNOLD C Power and Magic p 186 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 157-

161

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Toutefois le terme שלטנה (TH = avrcai LXX = evxousiai) en contraste en Dn 7 14

et 7 27a ne porte pas sur le sens abstrait de puissance ou autoriteacute mais sur le sens concret

des puissances invisibles soumis au עליונין (Tregraves-haut)599 Lunique emploi de שלטן au

pluriel renvoi agrave toutes les dominations qui serviront le Tregraves-haut et lui obeacuteiront600 Il en

ressort que שלטן est employeacute non seulement dans le sens de puissance autoriteacute et regravegne

mais aussi dans le sens de puissances spirituelles601

Degraves lors le lien avec la partie des visions de Daniel paraicirct alors eacutevident dans la

correspondance avec le terme שר (LXX = στρατηγός et TH = ἄρχων) particuliegraverement en

Dn 10 132021 En effet en Dn 1 7-18 שר est employeacute pour deacutesigner le chef des

eunuques de la cour royale de Babylone Si son emploi en Dn 8 25 renvoi tregraves

certainement agrave Dieu comme le Prince des princes son emploi en 8 11 est assez

ambivalent Sil est question de larmeacutee ceacuteleste et de son chef qui serait Dieu lui-mecircme le

texte deacutecrirait larrogance dAntiochus mais sil est question de larmeacutee dIsraeumll et de son

chef le Grand precirctre le texte ferait allusion agrave la perseacutecution en 1 Maccabeacutees602

Tout compte fait lemploi du terme en Dn 10 132021 montre que שר nest pas

tout simplement employeacute dans le sens dune autoriteacute humaine mais aussi dans le sens

dune autoriteacute spirituelle En effet le monde symbolique de Daniel preacutesente une

dimension agrave la fois temporelle et spatiale Lideacutee de la deacutesagreacutegation de lordre du monde

preacutesenteacutee en Dn 7 est agrave la fois accompagneacutee dune ferme conviction du controcircle divin sur

le cours de lhistoire et dune croyance vive agrave lactiviteacute des pouvoirs surnaturels eacutevidents

dans les princes angeacuteliques de Dn 10603 Si le ἄρχων du peuple dIsraeumll est repreacutesenteacute par

le prince Michel les arcontej de la Perse et de la Gregravece sont aussi des puissances

invisibles qui sont des vraies et ultimes autoriteacutes agissant en leur homologues terrestres604

Le conflit des puissances met donc en scegravene des forces humaines et ceacutelestes dans

la reacuteveacutelation progressive du mystegravere de Dieu dont le projet salvifique se rend preacutesent dans

lhistoire En changeant le pluriel αὐτῶν de la LXX en Dn 7 27 par le singulier αὐτῷ le

599 CARAGOUNIS C History and Supra-history pp 396 passim 600 Lusage du terme שלטן en Dn 7 est particuliegraverement significatif non seulement en lien avec les puissances

terrestres mais aussi en lien avec la figure du Fils de lhomme et des puissances invisibles En Dn 7 12-27 la LXX traduit le terme שלטן par evxousia alors que TH emploi trois fois evxousia et quatre fois ἀρχή 601 CARAGOUNIS C The Ephesion Mysterion p 159 602 ALONSO SCHOumlKEL L SICRE DIAZ J L Profetas II p 1318 603 COLLINS J J Daniel and His Social World p 140 604 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 159

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texte de TH renvoi non pas a λαῷ (agrave linstar de la LXX) mais au ὑψίστου agrave qui les avrcai

comme puissances invisibles sont soumises et non pas aux saints du Tregraves Haut605

Degraves lors il en deacutecoule que toutes les puissances visibles et invisibles sont

soumises agrave la figure pareille au Fils de lhomme agrave qui est confieacutee une domination eacuteternelle

Ainsi en Dn 7 le concept de avrcaievxousiai renvoi non seulement aux puissances

spirituelles qui inspirent des actions contre le projet divin du salut mais aussi renvoi agrave

lautoriteacute des rois qui gouvernent selon leur suzerain invisibles606

La soumission de toutes ces puissances visibles et invisibles agrave la souveraineteacute du

ὑψίστου renvoi aussi agrave la soumission de toutes les puissances terrestres et ceacutelestes dans

le Christ dont Epheacutesiens en fait une parfaite illustration En Daniel tout comme en

Epheacutesiens le concept de avrcaievxousiai touche agrave la fois le monde visible des humains qui

sont en lutte contre ces puissances mais aussi le monde invisible ougrave ces puissances ont

un champ daction qui va au-delagrave de la sphegravere terrestre

En Daniel comme en Epheacutesiens quel que soit le pouvoir de ces ecirctres visibles ou

invisibles ils sont tous soumis agrave la souveraineteacute de Dieu dont le projet salvifique se

deacuteploie dans le monde visible et invisible En Epheacutesiens il revient agrave lEglise contenu

eschatologique du mystegravere decirctre le lieu ougrave la sagesse divine sera connue de ces

principauteacutes et puissances dans les cieux (Cf Ep 3 10)

La question de lhistoire dans ses cateacutegories spatiales et temporelles ainsi que la

soumission de toutes les puissances visibles et invisibles sous lautoriteacute de Dieu ou du

Christ tout comme le νῦν dans sa dimension eschatologique pose ineacutevitablement la

question de leschatologie dans les deux eacutecrits bibliques Existe-t-il une eschatologie en

Daniel et Epheacutesiens et quel serait leur point de rencontre

605 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 160 606 CARAGOUNIS C The Son of Man p 70

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45 La dynamique salvifique dans leschatologie eacutepheacutesienne et danieacutelique

451 La dynamique salvifique dans leschatologie eacutepheacutesienne

Il ne sagit pas ici de faire une eacutetude deacutetailleacutee sur leschatologie de la lettre aux

Epheacutesiens La preacutesente approche de leschatologie eacutepheacutesienne entre en continuation avec

lanalyse qui a eacuteteacute eacutelaboreacutee au cours de cette eacutetude Lobjectif est de mettre en exergue le

deacuteploiement du projet salvifique de Dieu dans la dynamique eschatologique eacutepheacutesienne

en lien avec la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance comme fil conducteur de la

peacutericope de Ep 3 1-13 Sil existe une eschatologie eacutepheacutesienne comment le projet

salvifique de Dieu advient dans cette perspective eschatologique

En effet dans la dynamique de la lettre la peacutericope de Ep 2 1-22 qui preacutecegravede

immeacutediatement la peacutericope de Ep 3 1-13 est fondamentale dans la compreacutehension de

leschatologie et la dynamique salvifique de la lettre607 Ep 2 1-22 se divise litteacuteralement

en deux parties608 La premiegravere partie (Ep 2 1-10) deacutecrit avec veacuteheacutemence la situation des

chreacutetiens qui jadis eacutetaient morts agrave cause de leurs fautes mais Dieu les a fait revivre avec

le Christ (συνεζωοποίησεν) et cest par gracircce et non par leurs meacuterites personnels quils

ont eacuteteacute sauveacutes En les faisant revivre Dieu les a ressusciteacutes (συνήγειρεν) avec le Christ et

les a fait asseoir avec Lui (συνεκάθισεν) dans les cieux (Ep 2 6)

607 Pour sa part ARNOLD C Power and Magic p 147 reconnaicirct uniquement le texte de Ep 2 4-10 comme

important pour comprendre leschatologie espheacutesienne puisque le salut y est deacutecrit comme une deacutelivrance

des puissances invisibles Notre perspective prend en compte tout le chapitre 2 et deacutebouche sur luniteacute

textuelle de Ep 3 1-13 pour les raisons qui seront montreacutees ci-dessus 608 Malgreacute les difficulteacutes qui se preacutesentent dans la structuration de Ep 2 nous nous refeacuterons agrave la division

admise par la majoriteacute des exeacutegegravetes et commentateurs Cette division est faite agrave partir de linclusion partielle

formeacutee par le verbe περιπατέω au vv 2 et 10 Cf ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 115

Cet auteur observe que sur le plan de la syntaxe les vv 1-7 forment une seule phrase et la subdivision des vv 1-10 pourrait se preacutesenter ainsi vv 1-7 et vv 8-10 Mais sur le plan seacutemantique il y a un grand contraste

entre la situation des Nations dans le passeacute et dans le preacutesent Les vv 1-10 peuvent aussi ecirctre coupeacutes en 1-

3 et 4-10 Par ailleurs dans leacutetude de lhistoire de la reacutedaction du texte BOISMARD M-E Lrsquoeacutenigme de

la lettre aux Epheacutesiens p 29 passim eacutelimine les vv 1-2 5 et 9 quil considegravere comme un ajout du dernier

reacutedacteur et preacutesente une structure concentrique du texte modifieacute De mecircme pour les vv 11-22 cet auteur

eacutelimine les vv 13 et 19-22 Dans la deuxiegraveme partie de Ep 2 les vv 11-22 preacutesentent eacutegalement une

structure concentrique Cf REYNIER C Evangile et mystegravere p 37 Toutefois GIAVINI G La structure

litteacuteraire de Ep 2 11-22 p 209 passim deacutelimite cette structure concentrique au v 19 comme fin de luniteacute

litteacuteraire

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Les termes composeacutes avec la preacuteposition σύν marquent cette communion

profonde avec le Christ dans la dimension verticale du chreacutetien eacutetabli deacutesormais dans les

cieux avec le Christ609 Dans ce contexte Dieu apparaicirct comme sujet des verbes et agent

des dynamismes salvifiques celui qui rachegravete les Nations dun passeacute ougrave elles eacutetaient

mortes agrave un preacutesent ougrave elles sont reacuteinteacutegreacutees dans la vie

Apregraves la description de cette œuvre salvifique de Dieu aux vv 1-10 il est question

dans la deuxiegraveme partie (Ep 2 11-22) de la description de lœuvre salvifique du Christ

qui opegravere lunion et la reacuteconciliation non plus seulement avec Dieu mais avec une

humaniteacute diviseacutee par les barriegraveres religieuses entre les Juifs et les Nations610 Le Christ

est celui qui unit les Juifs et les Nations en un seul Corps deacutetruisant la barriegravere qui les

seacuteparait pour creacuteer en sa personne un seul Homme nouveau (Ep 2 14-16)

Alors que Ep 2 1-10 soulignait la dimension verticale du salut et de la

reacuteconciliation des hommes avec Dieu Ep 2 11-22 souligne davantage la dimension

horizontale de la reacuteconciliation des hommes entre eux611 Lensemble du chapitre 2 met

donc en vue le lien inseacuteparable entre la dimension verticale du salut opeacutereacute par Dieu et la

dimension horizontale de luniteacute des chreacutetiens dans le Christ Luniteacute des Juifs et des

Nations sauveacutes par Dieu et reacuteconcilieacutes par le Christ devient le lieu manifeste de

lavegravenement du salut divin dans la communauteacute chreacutetienne

Le lien inseacuteparable dans les deux dimensions verticale et horizontale de la vie

chreacutetienne est fondamental dans la compreacutehension de la reacuteveacutelation du mystegravere qui se fait

connaicirctre et donc de leschatologie et de la dynamique salvifique de la lettre Pourtant

une lecture de ce contexte a ameneacute certains commentateurs agrave penser que leschatologie a

eacuteteacute remplaceacutee par une eccleacutesiologie ceacuteleste qui implique que leschatologie eacutepheacutesienne

est une Praumlsentische Eschatologie une eschatologie deacutejagrave reacutealiseacutee dans le preacutesent sans

aucune existence possible dune perspective future612

Il est vrai que la dimension preacutesente de leschatologie tregraves marqueacutee dans la

dynamique de la lettre est indeacuteniable Il sagit dun preacutesent ougrave le mystegravere qui navait pas

eacuteteacute connu dans le passeacute est reacuteveacuteleacute et embarque ce preacutesent dans sa dynamique Il ny a

pourtant aucune contradiction dans la double dimension preacutesente et future de

609 REYNIER C Evangile et mystegravere p37 610 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 136 611 REYNIER C Op cit p 38 612LINDEMANN A Die Aufhebung der Zeit p 237 passim

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leschatologie eacutepheacutesienne de mecircme quil ny a aucune contradiction entre la dimension

preacutesente du salut et sa dimension future613

Dans cette double dimension du preacutesent et du futur se situe le temps de

laccomplissement signifieacute par le terme avnakefalaiwsij Ce temps de laccomplissement

est aussi le temps de lEglise par qui la sagesse divine sera connue des principauteacutes et des

puissances dans les cieux (Ep 3 10) En effet le concept de l avnakefalaiwsij implique

que deacutejagrave ici et maintenant lEglise commence une action et un mode decirctre qui appartient

en propre agrave un temps eschatologique cest-agrave-dire au avnakefalaiwsij et bien au-delagrave614

Si le mystegravere na pas eacuteteacute connu dans le passeacute il est maintenant reacuteveacuteleacute et son

contenu nest rien de moins que lEglise linclusion des Nations dans le Corps du Christ

Loin decirctre bacirctit sur le rapport passeacute-preacutesent Ep 3 1-13 deacutecrit le passage dune non-

connaissance du mystegravere agrave une connaissance qui seffectue dans le preacutesent avec des

cateacutegories de la connaissance qui portent la marque de la temporaliteacute615

La reacuteveacutelation du mystegravere se situe dans une perspective eschatologique qui prend

en compte le preacutesent ougrave les Nations sont deacutesormais incorporeacutees au Christ et le futur ougrave la

sagesse divine sera connue des principauteacutes et des puissances par lEglise Lexistence et

la mission de lEglise se comprennent degraves lors dans cette dimension eschatologique du

preacutesent et du futur Lincorporation des Nations dans le projet divin du salut est un indice

de lacte eschatologique ducirc agrave la reacuteveacutelation du mystegravere616

La dimension laquo praumlsentische raquo de leschatologie eacutepheacutesienne nest donc pas une

dimension autarcique mais une reacutealiteacute infeacutereacutee de lexistence de leschatologie proclitique

et analeptique617 En eacutetant deacutejagrave sauveacutee dans et par le Christ cest au tour de lEsprit de

continuer son œuvre dans lEglise preacuteparant la reacutedemption de ceux que Dieu sest acquis

pour la louange de sa gloire (Ep 1 14) Le salut acquis dans le Christ nexclut donc pas la

perspective du salut final

Dans cette dimension eschatologique les Juifs et les Nations sauveacutes par Dieu et

reacuteconcilieacutes par le Christ ougrave ils ont eacuteteacute recreacutees en un seul Homme nouveau auront agrave ne

pas contrister lEsprit qui les a marqueacutes de son sceau pour le jour de la reacutedemption (Ep 4

613 LONA H Die Eschatologie im Kolosser-und Epheserbrief p 427 614 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 138 615 REYNIER C Evangile et mystegravere p 40 616 CARAGOUNIS C Op cit p 141 et seq 617 LEMMER H A Multifarious Understanding of Eschatology in Ephesians p 116 passim

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30) Leschatologie laquo praumlsentische raquo nest donc pas seulement un fait objectif mais une

reacutealiteacute existentielle quand lEsprit agit sur lexistence terrestre de lEglise618

Mecircme en eacutetant tourneacutee vers les cieux lEglise comme contenu du mystegravere continu

son existence dans lhistoire ougrave le projet salvifique de Dieu continue agrave se rendre preacutesent

dans la vie des hommes Leacutethique theacuteologique eacutepheacutesienne est donc le lieu de la

manifestation du salut opeacutereacute par Dieu et la reacutefeacuterence temporelle sert agrave mettre en eacutevidence

le nouveau type de relation instaureacutee entre lhomme et Dieu619

452 La dynamique salvifique dans leschatologie danieacutelique

Si la tendance a eacuteteacute de nier la perspective future de leschatologie eacutepheacutesienne au

profit dune praumlsentische eschatologie en Daniel la tendance est de nier lexistence mecircme

de leschatologie dans les reacutecits de Dn 1-6620 A premiegravere vue la perspective de Dn 1-6

en contraste frappant avec Dn 7-12 nest pas eschatologique mais orienteacutee au preacutesent621

Dun cocircteacute les six reacutecits de Dn 1-6 font une description des diffeacuterents royaumes

terrestres en soulignant la souveraineteacute de Dieu et son controcircle sur les eacuteveacutenements de

lhistoire Cette affirmation de la souveraineteacute divine passe par sa capaciteacute de reacuteveacuteler le

mystegravere et de porter agrave terme son projet salvifique en intervenant dans lhistoire

Dun autre cocircteacute les visions dont Daniel est le beacuteneacuteficiaire poursuivent cette ideacutee

de la souveraineteacute de Dieu sur les puissances terrestres et ceacutelestes De plus on retrouve

dans les visions une irreacutesistible conviction de limmanence de lintervention de Dieu ainsi

que lannonce tregraves preacutesente dun eschaton imminent622 Le style eacutenigmatique des visions

axeacutees sur le temps de la fin confegravere agrave cette deuxiegraveme partie du livre un caractegravere

eschatologique et apocalyptique

618 Ibid p 117 619 REYNIER C Evangile et mystegravere p 37 620 Une tendance rencontreacutee chez KRATZ R G Translatio impirii p 48 passim qui soutient que linterlude

eschatologique de Dn 2 44 est anormal dans les reacutecits de Dn 1-6 et doit ecirctre consideacutereacute comme une addition

posteacuterieure Le recircve original envisagerait seulement la passage de lempire babylonien agrave celui des Megravedes et

des Perses et aurait une perspective historique en coheacuterence avec les reacutecits Kratz est citeacute par COLLINS J

J Nebuchadnezzar and the Kingdom of God-Deferred Eschatology in the Jewish Diaspora p 132 621 COLLINS J J Nebuchadnezzar and the Kingdom of God-Deferred Eschatology in the Jewish

Diaspora p 132 622 DAVIES P R Eschatology in the Book of Daniel p 42

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Toutefois les deux parties du livre sont pourtant inseacuteparables et sont unies tant

dans leur structure que dans la theacutematique de la souveraineteacute de Dieu et son controcircle sur

lhistoire Pour ce il est agrave reconnaicirctre que leschatologie a une place inteacutegrale dans les

reacutecits de Dn 1-6 bien que cela soit moins important quen Dn 7-12623

Dans le reacutecit de Dn 2 la souveraineteacute de Dieu est souligneacutee de maniegravere particuliegravere

dans la partie centrale du reacutecit qui a eacuteteacute lobjet de notre eacutetude Mais cette souveraineteacute

divine sous des angles et des accents diffeacuterents est aussi affirmeacutee au long des reacutecits de

Dn 1-6 Apregraves avoir reccedilu le contenu de son recircve et son interpreacutetation le roi

Nabuchodonosor reconnaicirct le Dieu de Daniel comme le Dieu des dieux et le maicirctre des

rois le reacuteveacutelateur des mystegraveres (Dn 2 47)

De mecircme dans sa priegravere en Dn 4 Nabuchodonosor reconnaicirct encore le Dieu de

Daniel comme celui qui vit agrave jamais car son empire est un empire eacuteternel et son royaume

pour toutes les geacuteneacuterations (4 31) De mecircme quen Dn 2 le chapitre 6 sachegraveve par une

profession de foi du roi Darius qui reconnaicirct le pouvoir eacuteternel du Dieu de Daniel dont le

royaume ne sera point deacutetruit et son empire naura pas de fin (6 27)

Ces affirmations constantes de la souveraineteacute divine montrent en mecircme temps

que Dieu nest pas absent dans le preacutesent de lhistoire ougrave paraissent dominer les puissances

humaines repreacutesenteacutees par les rois paiumlens et idolacirctres La peacutericope de Dn 2 17-23 affirme

avec force que cest le Dieu du ciel qui fait et deacutefait les rois (2 21) mecircme quand ces

derniers pensent ecirctre des tout-puissants en seacuterigeant le droit de donner la mort ou la vie

agrave qui ils veulent Cest le Dieu du ciel qui fait changer le temps et les saisons (2 21)

mecircme lorsque les rois paiumlens pensent avoir la maicirctrise des eacuteveacutenements du royaume

Dans cette perspective la destruction de la statue composite dans le recircve du roi en

Dn 2 implique la fin de ces royaumes paiumlens et idolacirctres et leacutetablissement du royaume

eacuteternel de Dieu En effet limage de la pierre qui deacutetruit la statue dans le recircve du roi

Nabuchodonosor a eacuteteacute reconnue comme le seul passage en Dn 1-6 qui fait allusion agrave la

reacutealisation eschatologique du royaume de Dieu sur la terre624

Cette pierre qui reacuteduit en poussiegravere les diffeacuterentes parties de la statue rappelle

toutes les affirmations de la souveraineteacute de Dieu et leacutetablissement de son royaume

eacuteternel La perspective eschatologique est indeacuteniable dans cette conclusion de

linterpreacutetation du recircve par Daniel qui reconnaicirct quen ce temps-lagrave le Dieu du ciel dressera

623 COLLINS J J Nebuchadnezzar and the Kingdom of God-Deferred Eschatology in the Jewish

Diaspora p 136 624 Ibid p 132

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un royaume qui ne sera jamais deacutetruit il eacutecrasera et aneacuteantira tous les autres royaumes et

lui-mecircme subsistera agrave jamais (2 44)

Leschatologie de Dn 2 complegravete le thegraveme de la souveraineteacute divine dans le preacutesent

alors que lultime royaume eacutetablit par le Dieu du ciel est le corollaire et laccomplissement

final de la souveraineteacute du Tregraves-Haut que Nabuchodonosor reconnaicirct dans ce preacutesent625

Cette espeacuterance eschatologique alimente degraves lors la foi du peuple exileacute et devient le

fondement dune eacutethique theacuteologique dans la diaspora babylonienne Lespeacuterance

eschatologique de Dn 1-6 nest donc pas urgente car dans le preacutesent Daniel se contente

de servir les rois eacutetrangers agrave qui Dieu a lui-mecircme donneacute le pouvoir sur les royaumes de

la terre626

Par ailleurs dans les reacutecits de Dn 1-6 et particuliegraverement en Dn 2 la destruction

de la statue par la pierre nest pourtant pas le seul indice de la perspective eschatologique

du texte Il est vrai que selon certaines conceptions de leschatologie il ny aurait aucune

en Dn 1-6 si ce nest le fameux recircve de la statue et son interpreacutetation en Dn 2627 Si

leschatologie des visions de Dn 7-12 ont un lien avec les reacutecits de Dn 1-6 cela montre

que ces reacutecits contiennent plus dun eacuteleacutement eschatologique En effet le manque

demphase sur leacuteleacutement eschatologique en Dn 2 ne veut pas dire que leschatologie y est

totalement absente628

Un autre eacuteleacutement eschatologique deacutecisif en Dn 2 est celui proportionneacute par

lemploi du mystegravere et ses composantes Il y a un Dieu dans le ciel qui reacutevegravele les mystegraveres

et qui a fait connaicirctre au roi Nabuchodonosor ce qui arrivera agrave la fin des jours (Dn 2 28)

Le mystegravere situe le texte dans une dimension eschatologique qui prend en compte non

seulement le futur ce qui arrivera agrave la fin des jours mais aussi le preacutesent ougrave Dieu fait

connaicirctre son mystegravere Ce preacutesent est celui ougrave Dieu reacutevegravele les choses profondes et cacheacutees

(Dn 2 22) Cest dans cette dynamique eschatologique en lien avec la reacuteveacutelation du

mystegravere que Dieu deacuteploie son projet salvifique dans lhistoire

Dans le contexte de Dn 2 un accent particulier est mis sur la sagesse par laquelle

Daniel interpregravete le recircve au deacutetriment des sages de Babylone Pourtant cette sagesse dont

Dieu en est la source est en lien avec la souveraineteacute divine Cest avec sagesse que Dieu

megravene agrave terme les eacuteveacutenements de lhistoire et les conduits agrave leur accomplissement Cette

625 Ibid p 136 626 Ibid p 137 627 DAVIES P R Eschatology in the Book of Daniel p 39 628 COLLINS J J Nebuchadnezzar and the Kingdom of God-Deferred Eschatology in the Jewish

Diaspora p 136

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sagesse est pour autant le contenu du mystegravere en Dn 2 20-23 et cest bien par elle que

Dieu dirige toute chose Le mystegravere est modeleacute par la sagesse divine il est un produit de

cette sagesse et en mecircme temps la sagesse divine renvoi et se reacutevegravele dans le mystegravere629

La sagesse divine dont Daniel en est le beacuteneacuteficiaire est un acte salvifique de Dieu

en terre eacutetrangegravere En se mettant au service des rois eacutetrangers Daniel est appeleacute agrave porter

agrave la connaissance des nations paiumlennes la sagesse eschatologique du Dieu dIsraeumll Cest

deacutesormais par le deacuteporteacute de Juda que le projet salvifique du Dieu du ciel arrive aux portes

des nations eacutetrangegraveres En portant aux nations eacutetrangegraveres la sagesse eschatologique de

Dieu Daniel fait deacutesormais partie du mystegravere quil reacutevegravele

En prenant en compte la dimension preacutesente de lhistoire du deacuteporteacute de Juda et de

la diaspora babylonienne la sagesse divine comme contenu du mystegravere deacutepasse son

contexte historique et renvoi finalement aux eacuteveacutenements qui arriveront agrave la fin des jours

Cest ainsi que le mystegravere sexprime et sentrelace avec lexpression (באחרית יומיא)

arameacuteenne באחרית יומיא qui est employeacute pour la premiegravere fois en Dn 2 28 En effet cette

expression arameacuteenne qui correspond agrave lexpression heacutebraiumlque באחרית הימים est une

expression typiquement eschatologique630

Eucirct eacutegard agrave ce qui preacutecegravede il en ressort que dans le projet eschatologique de Dieu

aussi bien en Dn 2 17-23 quen Ep 3 1-13 le mystegravere inclut et deacutepasse celui qui le porte

De mecircme que Daniel fait finalement partie du mystegravere quil reacutevegravele lEglise en Ep 3 10

est elle-mecircme le contenu du mystegravere Si en Dn 2 17-23 il revient au jeune deacuteporteacute de

Juda de faire connaicirctre aux nations paiumlennes le mystegravere de la sagesse divine en Ep 3 1-

13 cest par lEglise que sera connue des principauteacutes et des puissances la sagesse multiple

de Dieu Alors que la mission de Daniel comme protagoniste de lavegravenement salvifique

aux prises avec les nations paiumlennes se reacutealise dans la sphegravere terrestre celle de lEglise

ougrave sont deacutesormais unis les Juifs et les Nations poursuit son cours ἐν τοῖς ἐπουρανίοις

629 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 108 630 HARTMAN L F DI LELLA A A The Book of Daniel p 140

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5 Conclusion

Dans son processus meacutethodologique cette eacutetude a montreacute limportance de la

trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance comme fil conducteur de la dynamique

salvifique de Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 En mettant en eacutevidence limportance de cette

trilogie dans le tissu textuel des deux textes bibliques cette eacutetude a apporteacute sa contribution

dans le domaine hermeacuteneutique et theacuteologique pour une compreacutehension toujours nouvelle

du message biblique

Cette contribution revecirct tout de mecircme un caractegravere meacutethodologique dans la

mesure ougrave ce processus qui souligne de maniegravere particuliegravere la relationaliteacute dynamique

et salvifique du texte biblique na pas encore eacuteteacute appliqueacute sur Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23

Cette contribution meacutethodologique sinsegravere dans lespace ouvert par la Commission

Pontificale Biblique qui reconnaicirct que la maniegravere dinterpreacuteter les textes pour les hommes

de notre temps a des conseacutequences directes sur leur relation personnelle et

communautaire avec Dieu et se trouve lieacutee agrave la mission de lEglise631

Le message biblique comme parole divine qui se reacutevegravele agrave lhomme dans le temps

et lespace nest-il pas fondamentalement un message de salut Un processus

meacutethodologique qui seacutevertue agrave mettre en eacutevidence la dynamique salvifique du texte

biblique agrave partir des affiniteacutes litteacuteraires et la relationaliteacute seacutemantique des termes aborde

une question fondamentale pour la vie de foi de la communauteacute croyante

Lanalyse a reacuteussi agrave montrer non seulement lincidence lexicographique qui

constitue le potentiel seacutemantique des textes eacutetudieacutes mais aussi lhorizon theacuteologique qui

se dessine agrave partir des dynamismes soteacuteriologiques signifieacutes de maniegravere particuliegravere par

la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance Il en reacutesulte que Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23

possegravedent non seulement des affiniteacutes litteacuteraires et seacutemantiques mais aussi peuvent entrer

en dialogue sur le plan theacuteologique agrave partir des dynamismes soteacuteriologiques

proportionneacutes par la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

Le premier chapitre de leacutetude a permis didentifier les dynamismes

soteacuteriologiques preacutesents en Ep 3 1-13 et les champs seacutemantiques significatifs des actions

631 PONTIFICIA COMISIOacuteN BIacuteBLICA La interpretacioacuten de la Biblia en la Iglesia p 6

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en cours dans le texte De maniegravere simultaneacutee ont eacuteteacute mises en eacutevidence les expressions

affines ou opposeacutees qui rendent possible ces dynamismes ainsi que les autres

deacuteterminations qui rehaussent le contenu de ces actions dans la dynamique salvifique du

texte

Cette analyse a pu montrer le caractegravere relationnel non seulement des diffeacuterents

agents soteacuteriologiques et leurs beacuteneacuteficiaires mais aussi des diffeacuterents termes qui

constituent le potentiel seacutemantique de la dynamique salvifique du texte Ces diffeacuterentes

composantes du contenu dynamique et salvifique du texte biblique et de la meacutethodologie

appliqueacutee agrave cette eacutetude ont permis de faire une approche neacuteotestamentaire de la trilogie

reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

Cest alors que par sa speacutecificiteacute dans la lettre aux Epheacutesiens et sa grande relevance

en Ep 3 1-13 la reacuteveacutelation mystegravere et connaissance apparaissent comme des champs

seacutemantiques essentiels dans lexpression et la compreacutehension de la dynamique salvifique

de cette uniteacute textuelle Cette lecture ouvre la perspective dune hermeacuteneutique

theacuteologique qui communique lun des apports essentiels de cette eacutetude sur lentrelacement

de cette trilogie avec les diffeacuterents champs seacutemantiques preacutesents dans le texte

La trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance apparaicirct donc non seulement

comme fil conducteur de la dynamique salvifique de Ep 3 1-13 mais aussi comme

fondement soteacuteriologique de la vie chreacutetienne en Eglise

En prenant le livre de Daniel comme arriegravere-plan de la reacuteveacutelation du mystegravere

eacutepheacutesien le chapitre 3 sest appesanti sur une analyse de la dynamique soteacuteriologique de

Dn 2 17-23 Le processus meacutethodologique est eacutegalement parti dune mise en eacutevidence

des dynamismes soteacuteriologiques preacutesents dans cette uniteacute textuelle Lanalyse a montreacute

que les termes hlGgt רז et ידע revecirctent une importance particuliegravere en Dn 2 17-23 qui

constitue la partie centrale de la structure concentrique de Dn 2

En situant la theacutematique centrale de son message dans cette uniteacute textuelle lauteur

de Dn 2 choisit un langage approprieacute pour transmettre ce message Ce langage passe par

la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance exprimeacutee par les termes hlGgt רז et ידע qui

deviennent le fil conducteur de cette uniteacute textuelle et de lensemble de Dn 2

Lapproche veacuteteacuterotestamentaire a permis de souligner la speacutecificiteacute de cette

trilogie dans le livre de Daniel comme expression privileacutegieacutee de la reacuteveacutelation divine et de

lavegravenement du projet salvifique Cest ainsi que lhermeacuteneutique theacuteologique en montrant

la relationaliteacute dynamique des termes qui constituent le potentiel seacutemantique de cette

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uniteacute textuelle a mis en valeur le contenu theacuteologique de cette trilogie qui devient deacutecisif

dans la lecture de la dynamique salvifique du texte

Dans la dynamique de leacutetude le quatriegraveme chapitre se preacutesente comme la

reacutesultante des chapitres 2 et 3 ouvrant un horizon de dialogue entre Ep 3 1-13 et Dn 2

17-23 Ce dialogue prend en compte les affiniteacutes existantes entre les deux textes sur le

plan litteacuteraire mais aussi sur le plan theacuteologique en lien avec la dynamique salvifique

signifieacutee par la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

Le dialogue entre Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 dans leurs points de contacts

litteacuteraires fait valoir la perspective de leacutelaboration dun nouveau langage theacuteologique

pour rendre compte de la leacutegitimiteacute de la foi en Dieu dans un contexte de pluraliteacute En

passant par une reconnaissance de la sagesse eschatologique du projet salvifique preacutesent

dans ces textes le dialogue danieacutelico-eacutepheacutesien deacutebouche sur laffirmation de la

souveraineteacute de Dieu qui controcircle les eacutevegravenements de lhistoire quil a sagement eacutetabli

depuis les siegravecles

Leacutetude de Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 sachegraveve degraves lors sur une perspective

eschatologique ougrave le projet salvifique de Dieu se rend preacutesent dans lhistoire des hommes

Sagit-il dune eschatologie deacutejagrave reacutealiseacutee ou dune eschatologie en attente de sa

reacutealisation Si la dynamique salvifique du projet divin analyseacutee dans les deux uniteacutes

textuelles advient dans le preacutesent il nen demeure pas moins que ce preacutesent est tourneacute

vers le futur qui reste encore et toujours un mystegravere que Dieu seul reacutevegravele et fait connaicirctre

dans le temps et lespace

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Todos os direitos reservados Eacute proibida a reproduccedilatildeo

total ou parcial do trabalho sem a autorizaccedilatildeo da

universidade do autor e da orientadora

Joseph Theacuteophile Ngouo

Nasceu na Repuacuteblica dos Camarotildees (Aacutefrica)

sacerdote catoacutelico da Sociedade dos Missionaacuterios dos

Santos Apoacutestolos Graduou-se em Filosofia no

Institut de Philosophie Saint Joseph Mukassa de

Yaoundeacute em 1999 e em Teologia na Ecole

Theacuteologique Saint Cyprien de Ngoya em 2004

Terminou o Mestrado em Teologia Biacuteblica na

Pontificia Universidad Javeriana de Bogotaacute

(Colocircmbia) em 2011 e o Doutorado em Teologia

Biacuteblica na Pontificia Universidad Catoacutelica do Rio de

Janeiro em 2016 Atuou como formador no Petit

Seacuteminaire Saint Bartheacuteleacutemy de Ouahigouya (Burkina

Faso) e no Seminaacuterio de los Misioneros de los Santos

Apoacutestolos de Bogotaacute de 2007-2011

Ficha Catalograacutefica

CDD 200

Ngouo Joseph Theacuteophile La trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance dynamisme soteacuteriologique de Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 Joseph Theacuteophile Ngouo orientadora Maria de Lourdes Correcirca Lima ndash 2016 227 f 30 cm Tese (doutorado)ndashPontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro Departamento de Teologia 2016 Inclui bibliografia 1 Teologia ndash Teses 2 Dinamismos salviacuteficos 3 Campos semacircnticos 4 Revelaccedilatildeo 5 Misteacuterio 6 Conhecimento I Lima Maria de Lourdes Correcirca II Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de Janeiro Departamento de Teologia III Tiacutetulo

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Remerciements

A

SOPHEZO Joseacutephine ma megravere qui a su conduire les premiers pas de ses fils agrave la

rencontre du Verbe incarneacute Sagesse et Splendeur eacuteternelle du Pegravere ceacuteleste

TCHINDA Albert mon pegravere qui aurait voulu voir de son vivant cette œuvre

doctorale mais Dieu a voulu dans son projet eacuteternel quil en participe

spirituellement dans la vision beacuteatifique

Isaac Martiacutenez CHUQUIZANA msa Bertrand ROMA msa Christian

RODEMBOURG msa Jean Braconin KASIAMA msa et Edward

PRZYGOCKI msa tous du Conseil Geacuteneacuteral qui ont compteacute sur mes qualiteacutes

humaines au-delagrave de ma faiblesse et mont donneacute loccasion de reacutealiser cette œuvre

magnifique dont ils ont toujours su mencourager et me soutenir dans les nuits de

mon seacutejour au Breacutesil

Dr Maria de Lourdes C LIMA ma directrice de thegravese qui a conduit avec sagesse

cette recherche pour sa patience son affection et son deacutevouement Son soutien

constant a rendu possible le recircve de faire de son eacutetudiant un passionneacute pour la

recherche scientifique et un amoureux des Saintes Ecritures Par son amour et son

deacutesir ardent de connaicirctre le mystegravere divin qui se reacutevegravele dans le texte sacreacute elle a su

faire sienne la preacuteoccupation qui a fait naitre ce travail qui en est devenue son cheval

de bataille

Tous mes professeurs et chercheurs de lUniversiteacute Pontificale Catholique de Rio

de Janeiro qui de maniegravere discregravete et geacuteneacutereuse mont partageacute leur amitieacute et leur

soutien en montrant le sens de la rigueur et la noblesse de la recherche theacuteologique

Pedro Ortiz Valdivieso SJ Docteur en Ecritures Saintes de lInstitut Pontifical

Biblique Rome (drsquoheureuse meacutemoire) et Mariacutea Luciacutea Jimeacutenez de Zitzmann

Docteur en Theacuteologie Biblique de lUniversiteacute Pontificale Xaveacuterienne Bogota qui

ont eu la gracircce de creacuteer et de mettre au service des chercheurs et eacutetudiants en Bible

la Meacutethode Theacuteologique Seacutemantique appliqueacutee agrave cette eacutetude

Je preacutesente agrave tous et agrave chacun mon immense gratitude et mes sincegraveres

remerciements

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Resumo

Joseph Theacuteophile Ngouo Lima Maria de Lourdes Correcirca A Trilogia

Revelaccedilatildeo Misteacuterio e Conhecimento dinamismo soterioloacutegico de Ef 3 1-

13 e Dn 2 17-23 Rio de Janeiro 2016 227p Tese de Doutorado ndash

Departamento de Teologia Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Rio de

Janeiro

Nesta pesquisa trata-se de analisar a dinacircmica salviacutefica de Ef 3 1-13 e Dn 2

17-23 No seu procedimento metodoloacutegico o estudo demonstrou a importacircncia da

trilogia revelaccedilatildeo misteacuterio e conhecimento como fio condutor da dinacircmica salviacutefica

de Ef 3 1-13 et Dn 2 17-23 Ao evidenciar a importacircncia desta trilogia na dinacircmica

dos dois textos o estudo mostrou a sua validade como novo caminho hermenecircutico

e teoloacutegico para uma compreensatildeo sempre nova da mensagem biacuteblica Essa

contribuiccedilatildeo apresenta um caraacuteter metodoloacutegico na medida em que o procedimento

que enfatiza especialmente a relacionalidade dinacircmica e salviacutefica do texto biacuteblico

ainda natildeo tem sido aplicado nos textos de Ef 3 1-13 e Dn 2 17-23 De fato o

Meacutetodo Semacircntico Teoloacutegico aplicado na anaacutelise dos dois textos oferece a

possibilidade de uma visatildeo totalizante das accedilotildees salviacuteficas que natildeo contecircm

necessariamente os termos salvaccedilatildeo eou redenccedilatildeo mas que satildeo manifestadas

a partir de diversas expressotildees que constituem a totalidade do dinamismo salviacutefico

Atraveacutes do seu procedimento analiacutetico o Meacutetodo Semacircntico Teoloacutegico oferece a

possibilidade de conhecer o conteuacutedo dinacircmico e salviacutefico presente em Ef 3 1-13

e Dn 2 17-23 Seraacute que a mensagem biacuteblica como palavra divina que se revela ao

homem no tempo e no espaccedilo natildeo eacute fundamentalmente uma mensagem de

salvaccedilatildeo Um procedimento metodoloacutegico que evidencia a dinacircmica salviacutefica do

texto biacuteblico a partir das afinidades literaacuterias e relacionalidade semacircntica dos termos

aborda pois uma questatildeo fundamental para a vida de feacute da comunidade crente O

Meacutetodo Semacircntico Teoloacutegico permite pois entender como o projeto salviacutefico de

Deus acontece na historia a partir da dinacircmica salviacutefica dos dois textos estudados

A anaacutelise conseguiu demonstrar natildeo somente a incidecircncia lexicograacutefica que

constitui o potencial semacircntico dos dois textos mas tambeacutem o horizonte teoloacutegico

aberto a partir dos dinamismos soterioloacutegicos significados especialmente pela

trilogia revelaccedilatildeo misteacuterio e conhecimento A anaacutelise chegou agrave conclusatildeo que Ef

3 1-13 e Dn 2 17-23 possuem natildeo somente afinidades literaacuterias e semacircnticas mas

tambeacutem podem dialogar no horizonte teoloacutegico em torno aos dinamismos soterio-

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loacutegicos significados pela trilogia revelaccedilatildeo misteacuterio e conhecimento

Palavras-chave

Dinamismos salviacuteficos Campos semacircnticos Revelaccedilatildeo Misteacuterio

Conhecimento

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Reacutesumeacute

Joseph Theophile Ngouo Lima Maria de Lourdes Correcirca (Conseiller) La

Trilogie Reacuteveacutelation Mystegravere et Connaissance Dynamisme

Soteacuteriologique de Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 Rio de Janeiro 2016 227p

Thegravese de Doctorat ndash Departamento de Teologia Pontifiacutecia Universidade

Catoacutelica do Rio de Janeiro

Dans cette eacutetude il est question danalyser la dynamique salvifique de Ep 3

1-13 et Dn 2 17-23 Dans son processus meacutethodologique cette eacutetude a montreacute

limportance de la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance comme fil conducteur

de la dynamique salvifique de Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 En mettant en eacutevidence

limportance de cette trilogie dans le tissu des deux textes bibliques cette eacutetude a

apporteacute sa contribution dans le domaine hermeacuteneutique et theacuteologique pour une

compreacutehension toujours nouvelle du message biblique Cette contribution revecirct tout

de mecircme un caractegravere meacutethodologique dans la mesure ougrave ce processus qui souligne

de maniegravere particuliegravere la relationaliteacute dynamique et salvifique du texte biblique

na pas encore eacuteteacute appliqueacute sur Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 En effet la Meacutethode

Theacuteologique Seacutemantique appliqueacutee agrave ces deux textes offre la possibiliteacute dune

vision totalizante des actions salvifiques qui ne contiennent pas neacutecessairement les

termes salut etou reacutedemption mais qui le sont agrave partir de multiples expressions

qui constituent la totaliteacute du dynamisme salvifique A travers son processus

analytique la Meacutethode Theacuteologique Seacutemantique offre la possibiliteacute de connaicirctre le

contenu dynamique et salvifique preacutesent en Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 Le message

biblique comme parole divine qui se reacutevegravele agrave lhomme dans le temps et lespace

nest-il pas fondamentalement un message de salut Un processus meacutethodologique

qui seacutevertue agrave mettre en eacutevidence la dynamique salvifique du texte biblique agrave partir

des affiniteacutes litteacuteraires et la relationaliteacute seacutemantique des termes aborde donc une

question fondamentale pour la vie de foi de la communauteacute croyante La Meacutethode

Theacuteologique Seacutemantique permet donc de comprendre comment le projet salvifique

de Dieu se rend preacutesent dans lhistoire agrave partir de la dynamique salvifique des deux

textes eacutetudieacutes Lanalyse a reacuteussi agrave montrer non seulement lincidence

lexicographique qui constitue le potentiel seacutemantique des deux textes mais aussi

lhorizon theacuteologique qui se deacutegage agrave partir des dynamismes soteacuteriologiques

signifieacutes de maniegravere particuliegravere par la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

Il en reacutesulte que Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 possegravedent non seulement des affiniteacutes

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litteacuteraires et seacutemantiques mais aussi peuvent dialoguer sur le plan theacuteologique agrave

partir des dynamismes soteacuteriologiques signifieacutes par la trilogie reacuteveacutelation mystegravere

et connaissance

Mots clefs

Dynamismes salvifiques Champs seacutemantiques Reacuteveacutelation Mystegravere

Connaissance

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Sommaire

1 Introduction 15

11 Horizon theacutematique 15

12 Preacutesupposition et porteacutee de la dynamique salvifique des deux textes 18

13 Approche meacutethodologique 20

14 Contenu des composantes de la Meacutethode Theacuteologique Seacutemantique 22

141 Laction et la relation salvifique 22

142 Le champ seacutemantique 23

143 Expressions affines opposeacutees et les autres deacuteterminations 24

144 Les agents soteacuteriologiques les beacuteneacuteficiaires et leurs relations 24

15 Les diffeacuterentes eacutetapes de lrsquoeacutetude 25

2 Analyse de la dynamique soteacuteriologique de Ep 3 1-13 27

21 Texte et traduction de Ep 3 1-13 27

22 Structure et situation de luniteacute textuelle dans la dynamique de la lettre 30

221 Situation de Ep 3 1-13 dans la dynamique de la lettre 30

222 Structure geacuteneacuterale de la lettre 32

223 Linsertion de Ep 3 1-13 dans la premiegravere partie de la lettre 33

224 Organisation et structure de Ep 3 1-13 36

225 Organisation de la dynamique soteacuteriologique de luniteacute textuelle 41

23 Identification et lecture des dynamismes soteacuteriologiques de

Ep 3 1-13 42

231 Bregraveve lecture des dynamismes de Ep 3 1-13 50

24 Approche neacuteotestamentaire de la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et

connaissance 54

241 Approche neacuteotestamentaire de la Reacuteveacutelation 54

242 Approche neacuteotestamentaire du Mystegravere 60

243 Approche neacuteotestamentaire de la Connaissance 69

244 Reacutesumeacute de lapproche neacuteotestamentaire de la reacuteveacutelation mystegravere et

connaissance 75

25 Hermeacuteneutique theacuteologique des dynamismes soteacuteriologiques en

Ep 3 1-13 75

251 Dynamique de la reacuteveacutelation du mystegravere de Ep 1 3-14 agrave

Ep 3 1-13 75

252 Dynamique salvifique de Ep 3 12-7 reacuteveacutelation et connaissance

du mystegravere 77

2521 Moment dynamique de Ep 3 12-4 77

25211 La communion dans leacutepreuve comme lieu de lavegravenement du salut

dans le Christ 77

25212 La gracircce divine dans la dynamique salvifique du texte 80

25213 La lecture de leacutecriture dans lintelligence du mystegravere 84

2522 Moment dynamique de Ep 3 5-7 88

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25221 La radicaliteacute de la reacuteveacutelation du mystegravere au temps des apocirctres et

prophegravetes 88

25222 Eglise et Evangile contenu et instrument dexeacutecution du mystegravere

dans le Christ 91

25223 Pour une compreacutehension des ἔθνη et du contenu du mystegravere dans

les termes συγκληρονόμα σύσσωμα et συμμέτοχα 93

25224 La reacuteveacutelation du mystegravere et le service de lEvangile dans la

dynamique salvifique 103

253 Dynamique salvifique de Ep 3 8-1213 106

2531 Lannonce de lEvangile comme expression de lavegravenement

salvifique 106

2532 Le mystegravere cacheacute et reacuteveacuteleacute comme point de rencontre du projet

creacuteateur et salvifique 110

2533 La place de lEglise dans la dynamique du projet salvifique 112

2534 Limportance de la foi dans la dynamique du salut 115

2535 La souffrance comme chemin de gloire dans la dynamique du

salut 118

3 Analyse de la dynamique soteacuteriologique de Dn 217-23 121

31 Situation geacuteneacuterale du livre 121

311 Une dualiteacute de langues et de styles 121

312 Situation de Dn 2 17-23 dans lensemble du livre 122

313 Une expeacuterience de reacutesistance en terre eacutetrangegravere 124

3 2 Composition litteacuteraire de Dn 2 125

321 Preacutelude litteacuteraire de Dn 1 125

322 Le recircveinterpreacutetation comme motif litteacuteraire 127

323 Les lieux public et priveacute comme cadre litteacuteraire 128

33 Un aperccedilu de la structure du texte 129

331 Structure et dynamique interne de Dn 2 129

332 Luniteacute litteacuteraire en question 131

333 Uniteacute textuelle de Dn 2 17-23 133

3331 Traduction et eacuteleacutements de critique textuelle 133

3332 Luniteacute textuelle et ses limites 135

3333 Luniteacute textuelle et son organisation 135

33331 Dn 17a-20a premiegravere seacutequence du texte 135

33332 Dn 20b-23e Deuxiegraveme seacutequence du texte 137

34 Identification et lecture des dynamismes soteacuteriologiques 139

341 Tabeaux des dynamismes preacutesents dans le texte 139

342 Panorama seacutemantique de Dn 2 17-23 143

35 Approche veacuteteacuterotestamentaire de la reacuteveacutelation mystegravere et

connaissance 146

351 Une approche du mystegravere divin 146

3511 Le terme heacutebreu 146 סוד

3512 Le terme arameacuteen 148 רז

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3513 Le μυστήριον dans les autres eacutecrits 149

352 Une approche de la Reacuteveacutelation et de la Connaissance divine 151

3521 La reacuteveacutelation et la racine verbale heacutebraiumlque 151

3522 Recircve et vision comme deux modes de reacuteveacutelation 152

3523 Une eacutevolution du recircve et de la vision chez Daniel 154

expressions de la reacuteveacutelation et de la connaissance 156 ידע et גלה 3524

36 Hermeacuteneutique theacuteologique des dynamismes soteacuteriologiques en

Dn 2 17-23 160

361 Les termes hlggt zr et [dygt comme expression de la reacuteveacutelation divine 160

362 La priegravere de Daniel et ses compagnons Condition neacutecessaire

pour la reacuteveacutelation divine et lavegravenement salvifique 163

363 La communion comme condition neacutecessaire de lavegravenement

salvifique 165

364 La miseacutericorde divine lieu de lavegravenement salvifique 167

365 Le mystegravere divin comme eacuteveacutenement eschatologique 170

366 La sagesse de Daniel dans la mouvance eschatologique 173

367 La dynamique eschatologique de la priegravere des enfants dIsraeumll 174

368 Le mystegravere reacuteveacuteleacute source de beacuteneacutediction 175

369 La sagesse divine contenu du mystegravere reacuteveacuteleacute 176

4 Perspectives dun dialogue entre Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 182

41 Lhistoire comme lieu de lavegravenement salvifique 183

411 Le projet salvifique de Dieu et sa reacutealisation dans lhistoire 183

412 La foi dans la dynamique du projet salvifique 184

413 La question didentiteacute dans la dynamique du salut 185

42 Points de contacts litteacuteraires du dialogue eacutepheacutesien et danieacutelique 186

421 Le vocabulaire sapientiel et apocalyptique 187

422 Le vocabulaire temporel 188

423 Le mystegravere et la naissance dun nouveau langage 189

424 Correspondance entre Ep 3 8 et Dn 2 30 191

43 Le contenu du mystegravere dans la dynamique salvifique de Daniel et

Epheacutesiens 192

431 La sagesse eschatologique dans lavegravenement du projet salvifique 192

432 LEglise dans lavegravenement du projet salvifique 194

433 La priegravere dans la reacuteveacutelation du mystegravere et lavegravenement du projet

salvifique 196

44 La souveraineteacute divine et la soumission de toutes les puissances dans

lavegravenement du projet salvifique 197

441 La souveraineteacute divine dans lavegravenement du projet salvifique 197

442 Les principauteacutes et les puissances dans lavegravenement du projet

salvifique 200

45 La dynamique salvifique dans leschatologie eacutepheacutesienne et danieacutelique 205

451 La dynamique salvifique dans leschatologie eacutepheacutesienne 205

452 La dynamique salvifique dans leschatologie danieacutelique 208

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5 Conclusion 212

6 Reacutefeacuterences Bibliographiques 215

61 Bibles et Dictionnaires 215

62 Bibliographie sur la lettre aux Epheacutesiens 217

63 Bibliographie sur le livre de Daniel 223

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Liste des Tabeaux Tabeaux 1 Texte et traduction de Ep 31-13 27

Tabeaux 2 Termes favoris de la lettre aux Epheacutesiens 34

Tabeaux 3 Dynamismes soteacuteriologiques de Ep 3 12-7 42

Tabeaux 4 Dynamismes soteacuteriologiques de Ep 3 8-1213 46

Tabeaux 5 Champs seacutemantiques identifieacutes 50

Tabeaux 6 Comportement des protagonistes de leacuteveacutenement salvifique 53

Tabeaux 7 Occurrences de avpokaluyij et ἀποκαλύπτω dans les

Evangiles 55

Tabeaux 8 Occurrences des deux termes en Romains et en 1 et 2

Corinthiens 55

Tabeaux 9 Occurrences des deux termes en Galates Philippiens et

Thessaloniciens 55

Tabeaux 10 Occurrences des deux termes en Epheacutesiens 1 Pierre et

Apocalypse 56

Tabeaux 11 Emploi de μυστήριον dans les Evangiles synoptiques 60

Tabeaux 12 Emploi du terme dans les eacutecrits de saint Paul 60

Tabeaux 13 Emploi du terme dans lApocalypse de saint Jean 61

Tabeaux 14 Gnwrizw dans les Evangiles et les Actes 69

Tabeaux 15 Gnwrizw dans les lettres de Paul 70

Tabeaux 16 Gnwrizw dans la lettre aux Epheacutesiens et la deuxiegraveme lettre de

Pierre 70

Tabeaux 17 Inventaire lexicographique de Ep 3 2-4 87

Tabeaux 18 Texte et traduction de Dn 2 17-23 133

Tabeaux 19 Tableaux des dynamismes soteacuteriologiques de Dn 2 17-23 140

Tabeaux 20 Panorama seacutemantique de la premiegravere seacutequence du texte 144

Tabeaux 21 Panorama seacutemantique de la deuxiegraveme seacutequence du texte 144 Tabeaux 22 Tableau des diverses traductions du terme סוד dans la LXX 147

Tabeaux 23 Occurrences de רז dans la Bible Heacutebraiumlque la Septante et

Theacuteodotion 148

Tabeaux 24 Occurrences de μυστήριον dans les eacutecrits deuteacuterocanoniques 149 Tabeaux 25 Expressions de גלה dans le livre de Daniel 157

Tabeaux 26 Emploi de ידע dans le livre de Daniel et eacutequivalences dans

la LXX 158

Tabeaux 27 Panorama lexicographique de Dn 2 17-23 et Ep 3 1-13 186

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Liste des Abreviations

AT Ancien Testament

BHS Biblia Hebraica Sttutgartensia

Bib Biblica

BZ Biblische Zeitschrift

CBQ Catholic Biblical Quarterly

CBQMS Catholic Biblical Quarterly Monograph Series

CNT Commentaire du Nouveau Testament

Coll Collection

DBSup Dictionnaire de la Bible Suppleacutement

ExpTim The Expository Times

HTS Harvard Theological Studies

JBL Journal of Biblical Literature

JSNT Journal for the Study of the New Testament

JSOT Journal for the Study of the Old Testament

JSOTSup Journal for the Study of the Old Testament Supplement

JTS Journal of Theological Studies

LXX Septante

NT Nouveau Testament

NTS New Testament Studies

RechScR Recherche des Sciences Religieuses

RivB Rivista Biblica

TH Theacuteodotion

TM Texte Massoreacutetique

TZ Theologische Zeitschrift

Vol Volume

VT Vetus Testamentum

VTSup Vetus Testamentum Supplements

ZAW Zeitschrift fuumlr die Alttestamentliche Wissenschaft

ZNTW Zeitschrift fuumlr die Neutestamentliche Wissenschaft

ZNW Zeitschrift fuumlr die Neutestamentliche Wissenschaft

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1 Introduction

11 Horizon theacutematique

Le preacutesent travail porte sur une eacutetude de Ep 3 1-13 et Dn 2 17-28 en vue didentifier

et danalyser les actions et dynamismes soteacuteriologiques preacutesents dans les deux textes Ces

dynamismes sont signifieacutes de maniegravere particuliegravere par la reacuteveacutelation mystegravere et

connaissance Cette trilogie seacutemantique devient non seulement le fil conducteur des deux

textes mais aussi une trilogie fondamentale dans lavegravenement du projet salvifique de Dieu

qui se rend preacutesent dans la communauteacute croyante

En effet les auteurs du Nouveau Testament font reacuteguliegraverement usage de lAncien

Testament ainsi que des traditions extrabibliques pour transmettre la Bonne Nouvelle du

salut Toutefois au-delagrave de certains eacutecrits tels que les Evangiles et plusieurs Epicirctres

pauliniennes qui preacutesentent une varieacuteteacute deacutetudes par rapport agrave leur arriegravere-plan

veacuteteacuterotestamentaire lusage de lAncien Testament dans la lettre aux Epheacutesiens na pas

eacuteteacute lobjet dun grand nombre deacutetude biblique et en est resteacute agrave un aspect relativement

neacutegligeacute par les chercheurs1

En montrant que lauteur de la lettre a certainement eacuteteacute influenceacute par plusieurs

meacutethodes dinterpreacutetations en vigueur agrave son eacutepoque certains commentateurs

1 LINCOLN T A The Use of the OT in Ephesians p 16 Il resume ce manque dinteacuterecirct de la part des

commentateurs exeacutegegravetes et theacuteologiens en trois principaux points a) Le nombre reacuteduit des citations

explicites de lAT dans la lettre b) Limportance des recherches focaliseacutees sur le Gnosticisme et Qumran agrave

partir des travaux de Schlier et Kaumlsemann c) La perte de vue de la particuliariteacute de lutilisation de lAncien

Testament dans la lettre en comparaison avec les lettres incontesteacutees de Paul ceci agrave partir des eacutetudes de

Schmid et Barth En comparant lusage de lAncien Testament dans la lettre aux Epheacutesiens agrave celui des

lettres incontesteacutees de Paul SCHMID J Der Epheserbrief des Apostels Paulus p 313 passim reconnaicirct

lauthenticiteacute paulinienne de la lettre BARTH M Ephesians p 31 traite eacutegalement cette question en

reconnaissant agrave partir de lusage de lAncien Testament en Epheacutesiens que Paul est lauteur de la lettre Selon

lui lAncien Testament doit ecirctre consideacutereacute comme un facteur deacuteterminant de Epheacutesiens A la suite de cette

discussion se trouvent les eacutetudes de PERCY E Die Probleme der Kolosser- und Epheserbriefe p 449

passim DAHL N A Adresse und Prooumlmium des Epheserbriefes pp 241-264 LINDEMANN A

Bemerkungen zu den Adressaten und zum Anlass des Epheserbriefes ZNTW 67 (1976) p 235-251

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16

reconnaissent que quel que soit le canon le texte la meacutethode exeacutegeacutetique et homileacutetique

utiliseacutee par lauteur il a certainement fait recours agrave lAncien Testament et de sa

compreacutehension du message2

Cette question de lusage direct ou indirect de lAncien Testament dans la lettre aux

Epheacutesiens a eacuteteacute largement deacutebattue par les commentateurs Les diffeacuterentes positions vont

dun refus de reconnaicirctre lusage de lAncien Testament dans la lettre aux Epheacutesiens agrave une

reconnaissance parfois exageacutereacutee du rocircle de lAncien Testament en Epheacutesiens3

Malgreacute ces discussions il nen demeure pas moins que les eacutetudes sur lusage de

lAncien Testament en Epheacutesiens ont connu un certain retard et sont resteacutees en marge

dautres eacutetudes durant plusieurs deacutecennies Cependant on ne peut nier les travaux reacutealiseacutes

de part et dautre sur leacutetude de la lettre aux Epheacutesiens et son arriegravere-plan

veacuteteacuterotestamentaire

Au cours des derniegraveres anneacutees les eacutetudes sur la lettre aux Epheacutesiens sont entreacutees

dans une nouvelle phase La nouvelle approche de leacutetude de la lettre est domineacutee

principalement par lhypothegravese selon laquelle le document est une collection unique et

syncreacutetiste dune varieacuteteacute de traditions existantes dans lEacuteglise primitive 4 Malgreacute une

consideacuteration parfois exageacutereacutee da la place de lAncien Testament dans la lettre aux

Epheacutesiens il est reconnu dans ce sens que cest preacuteciseacutement agrave partir dune lecture de

lAncien Testament que lauteur de la lettre appelle ses lecteurs agrave une prise de conscience

de leur place dans le dessein salvifique de Dieu qui se deacuteploie depuis la creacuteation jusquagrave

la fin des temps5

Cette ligne deacutetude sinteacuteresse particuliegraverement aux questions relatives agrave lextension

et limpact de lAncien Testament dans la lettre aux Epheacutesiens Une analyse des citations

et allusions identifieacutees dans la lettre montre que linfluence de lAncien Testament a eacuteteacute

plus grande et plus reacutefleacutechie que ce qui a eacuteteacute jusquici reconnu6

En ce sens le champ seacutemantique du mystegravere dans la Lettre aux Epheacutesiens a eacuteteacute

reconnu comme faisant parti des termes qui font des liens entre le texte du Nouveau

Testament et lAncien Testament7 En effet la reacutealiteacute que recouvre ce champ seacutemantique

2 BARTH M Ephesians p 27 3 Pour une meacuteconnaissance du rocircle de lAncien Testament dans la lettre aux Epheacutesiens voir LINDEMANN

A Die Aufhebung der Zeit p 86 passim Par contre pour une reconnaissance parfois exageacutereacutee du rocircle de

lAncien Testament dans la lettre voir SAMPLEY J P ldquoAnd the two shall become one fleshrdquo p 1 passim 4 SAMPLEY J P ldquoAnd the two shall become one fleshrdquo p 1 5 Ibid p 161 6 THORSTEN M A profound Mystery p 1 7 Ibid p 2

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17

du mystegravere entraicircne lensemble du texte dans sa dynamique Cette reacutealiteacute tel un

engrenage englobe lacte de reacuteveacutelation le destinataire le contenu de la reacuteveacutelation sa

communication progressive et ses effets8

Dans la lettre aux Epheacutesiens et particuliegraverement en Ep 3 1-13 la reacuteception du

μυστήριον par Paul comme beacuteneacuteficiaire de la reacuteveacutelation divine9 est exprimeacutee en des termes

eacutequivalents dans leur fonction δίδωμι (cf Ep 3 2) γνωρίζω (cf Ep 3 3) et aussi

ἀποκαλύπτω (cf Ep 3 3) qui deacutecrit la forme de cette reacuteception10 Degraves lors le μυστήριον

eacutepheacutesien forme avec la reacuteveacutelation (ἀποκαλύπτω) et la connaissance (γνωρίζω) une trilogie

fondamentale dans la dynamique du texte

Pour comprendre leacutetymologie et leacutevolution seacutemantique du terme il serait

convenable de faire une eacutetude des cultes agrave mystegraveres et de la philosophie grecque ainsi que

de la tradition juive Toutefois lobjectif de cette eacutetude est danalyser cette trilogie

seacutemantique de maniegravere particuliegravere dans le contexte neacuteotestamentaire et

veacuteteacuterotestamentaire La trilogie eacutepheacutesienne exprimeacutee de maniegravere deacutecisive en Ep 3 1-13

par les termes ἀποκάλυψιςἀποκαλύπτω μυστήριον et γνωρίζω rappelle donc la trilogie

danieacutelique exprimeacutee de maniegravere particuliegravere en Dn 2 17-23 par les termes hlGgt ידע et רז

8 BOUTTIER M LEpicirctre de saint Paul aux Epheacutesiens p 289 9 Pour la question de lauthenticiteacute paulinienne de la lettre BROWN R Introduccioacuten al Nuevo Testamento

II Cartas y otros escritos p 803 estime quaujourdhui 80 de la critique reconnaicirct que Paul nest pas

lauteur de la lettre Toutefois HOEHNER H Ephesians An Exegetical Commentary p 27 passim preacutesente des statistiques des pour ou contre lauthenticiteacute paulinienne de la lettre et arrive agrave la conclusion

que laffirmation de Brown est sans fondement et doit ecirctre rejeteacutee Cette poleacutemique montre les difficulteacutes

dun concensus final sur la question de lauteur de la lettre Sans entrer dans cette question non reacutesolue de

lauthenciteacute paulinienne de la lettre nous utilisons le nom Paul dans ce travail pour la raison majeur que

ce nom et ses eacutequivalents apparaissent dans le texte de notre eacutetude (Ep 31813) En Ep 3 1 lauteur se

preacutesente comme Paul le prisonnier du Christ pour les Nations Cest dans ce sens que Paul est consideacutereacute

dans cette eacutetude comme beacuteneacuteficiaire de la reacuteveacutelation divine et en mecircme temps agent soteacuteriologique Comme

le reconnaicirct REYNIER C LEpicirctre aux Epheacutesiens p 41 il paraicirct impossible de lever lincertitude sur

lauteur de cette lettre qui peut aussi bien ecirctre attribueacutee agrave Paul quagrave un pseudeacutepigraphe deacutesireux de prolonger

la penseacutee de lapocirctre Est-il impensable quune telle lettre soit dun Paul qui reacutefleacutechit durant sa captiviteacute agrave

son ministegravere et agrave sa signification ulteacuterieure Ou cette lettre est-elle eacutecrite par un pseudeacutepigraphe qui entre dans la ligne de Paul et veut preacutesenter la signification globale de la penseacutee de Paul pour lEglise Rien ne

permet de trancher Si cette eacutepicirctre nest pas de Paul elle nest en rien une trahison de sa penseacutee mais au

contraire elle la magnifie sans la fausser Il nest donc pas invraissemblable quapregraves la disparition de

lapocirctre lEglise produise un tel texte quelle place sous lautoriteacute de Paul Etant donneacute la peacuteneacutetration desprit

dont cette eacutepicirctre fait preuve il est exclu quelle soit loeuvre dune communauteacute Seul un individu paraicirct

capable davoir atteint une telle concentration de penseacutee digne des plus grandes eacutepicirctres pauliniennes

Accepter que cet auteur ne soit pas Paul pose agrave mon avis un plus grand problegraveme que celui que pose agrave

dautres le fait de lui attribuer ce texte

10 SHERWOOD A Paulrsquos Imprisonment as the Glory of the Ethne p 103

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18

12 Preacutesupposition et porteacutee de la dynamique salvifique des deux textes

A partir de lanalyse de Ep 3 1-13 en prenant en compte Dn 2 17-28 comme son

arriegravere-plan veacuteteacuterotestamentaire cette eacutetude met en eacutevidence les dynamismes de salut

preacutesents dans ces deux textes Cette dynamique salvifique rend possible la compreacutehension

du projet salvifique de Dieu dans lhistoire A partir du potentiel seacutemantique qui les

conforme Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 offrent des eacuteleacutements soteacuteriologiques qui sont des

eacuteleacutements fondamentaux pour la leacutegitimation de la vie de foi dans un contexte de pluraliteacute

Dans ce potentiel seacutemantique la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance se preacutesente

comme le fondement soteacuteriologique de Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23

Le double caractegravere analytique et meacutethodologique de cette eacutetude est fondamental

dans lidentification et linterpreacutetation des actions soteacuteriologiques preacutesentes dans deux

textes Cette identification donne lieu agrave une mise en valeur des champs seacutemantiques qui

signifient ces actions en chaque moment de la structure du texte Lapproche

neacuteotestamentaire et veacuteteacuterotestamentaire a pour but de rechercher le sens et la signification

des champs seacutemantiques les plus relevant qui expriment ces dynamismes soteacuteriologiques

dans le contexte geacuteneacuteral du Nouveau et de lAncien Testament

Lhermeacuteneutique theacuteologique des deux uniteacutes textuelles cherche agrave comprendre

interpreacuteter et communiquer le potentiel salvifique dynamiseacute par cette trilogie seacutemantique

en lien avec les autres champs seacutemantiques preacutesents dans le texte Comment la trilogie en

question devient-elle une charpente seacutemantique fondamentale dans lexpression des

dynamismes soteacuteriologiques de Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23

Si cette trilogie se preacutesente comme le fondement soteacuteriologique des deux textes

bibliques quel est son contenu et son message theacuteologique dans les actions salvifiques

quelle signifie

A partir de leurs affiniteacutes seacutemantique et theacuteologique Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23

peuvent-ils ouvrir des perspectives dun dialogue agrave partir dynamismes soteacuteriologiques

signifieacutes par la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

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19

A partir dune approche synchronique du texte la lecture soteacuteriologique guideacutee par

la Meacutethode Theacuteologique Seacutemantique11 a pour but didentifier les dynamismes salvifiques

preacutesents dans le texte biblique En effet le texte biblique est avant tout un message reacuteveacuteleacute

pour le salut de lhumaniteacute Pour ce il est neacutecessaire didentifier dans ce texte les eacuteleacutements

qui se rapportent agrave lexpeacuterience du salut de Dieu qui se reacutevegravele dans lhistoire des hommes

et des femmes de la Bible Lidentification de ces eacuteleacutements salvifiques est capitale pour

la vie de foi des communauteacutes croyantes

Ces dynamismes constituent le potentiel soteacuteriologique du tissu textuel biblique et

sexpriment agrave travers des actions etou des relations salvifiques preacutesentes dans les

diffeacuterents contextes litteacuteraires A travers les actions salvifiques le croyant et sa

communauteacute y perccediloivent des interventions manifestes des agents soteacuteriologiques en

loccurrence Dieu (le Pegravere) Jeacutesus (le Fils) et lEsprit Saint Ces actions peuvent aussi ecirctre

geacuteneacutereacutees dans le texte par diffeacuterents personnages qui agissent comme instruments et

intermeacutediaires de la gracircce divine

Dans cette perspective les actions salvifiques sont perccedilues comme des dynamismes

qui font progresser le texte biblique dans ses diffeacuterentes composantes en rendant preacutesent

leacuteveacutenement du salut divin Ces actions salvifiques peuvent grammaticalement ecirctre

deacutetermineacutees par des verbes qui sont identifieacutes dans la dynamique du texte Toutefois tous

les vocables qui expriment une action ne sont pas neacutecessairement des verbes et tous les

verbes ne sont pas neacutecessairement indicateurs daction12

Lidentification des dynamismes salvifiques prend essentiellement compte du

contexte litteacuteraire Ainsi tous les verbes preacutesents dans le texte nindiquent pas

neacutecessairement une action salvifique De mecircme lidentification des actions salvifiques va

au de-lagrave de laspect singuliegravere du verbe qui nest pas lunique eacuteleacutement litteacuteraire pour

deacuteterminer une action salvifique La dynamique salvifique du texte ne se reacuteduit pas agrave

lunique preacutesence du verbe mais seacutetend sur un tissu de relations que celui-ci eacutetablit avec

les autres eacuteleacutements du texte13

11 Cette meacutethode de lecture et danalyse du texte biblique a eacuteteacute creacuteeacutee par le Pegravere Pedro Ortiz Valdivieso

SJ Docteur en Ecritures Saintes de lInstitut Pontifical Biblique Rome en collaboration avec Mariacutea Luciacutea

Jimeacutenez de Zitzmann Docteur en Theacuteologie Biblique de lUniversiteacute Pontificale Xaveacuterienne Bogota 12 RODRIGUEZ G W Fundamentacioacuten linguumliacutestica y filoloacutegica de las plataformas

sincroacutenica y diacroacutenica del Meacutetodo de anaacutelisis Semaacutentico Teoloacutegico p 66 13 Ibid p 69

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20

13 Approche meacutethodologique

Le processus meacutethodologique appliqueacute agrave cette eacutetude consiste agrave observer chaque

terme dans sa fonctionnaliteacute en lien avec les autres termes pour identifier les actions

soteacuteriologiques contenues dans le texte 14 Lanalyse du texte prend en compte non

seulement les verbes et les substantifs mais aussi les adverbes et les preacutepositions dans

leur fonction syntaxique et theacuteologique dans la dynamique du texte Cet aspect

fondamental de lexpeacuterience salvifique du croyant ou de la communauteacute croyante qui

souvre sur linattendue dun Dieu qui se rend preacutesent dans sa vie na pas eacuteteacute suffisamment

eacutetudieacute et mis en relief par les diffeacuterentes meacutethodologies de lrsquoexeacutegegravese biblique

La soteacuteriologie sest tregraves souvent limiteacutee agrave leacutetude des termes qui renvoient de

maniegravere explicite au terme laquo salut raquo ou laquo reacutedemption raquo Le processus meacutethodologique

appliqueacute agrave cette eacutetude offre la possibiliteacute dune vision totalisante des actions salvifiques

qui ne contiennent pas neacutecessairement le terme laquo salut raquo ou laquo reacutedemption raquo mais qui le

font agrave partir de multiples expressions qui constituent la totaliteacute du dynamisme

salvifique15

Cest dans ce sens que la Meacutethode Theacuteologique Seacutemantique agrave travers ses proceacutedeacutes

analytiques et avec laide des sciences linguistiques et philologiques offre la possibiliteacute

de connaicirctre le contenu dynamique et salvifique preacutesent dans les deux textes de notre

eacutetude

La Meacutethode Theacuteologique Seacutemantique a pour objet de didentifier et danalyser les actions salvifiques dans le contexte des diffeacuterents champs seacutemantiques qui les signifient Elle se

construit en accord avec lapport fondamental de la seacutemantique qui preacutetend trouver le sens

des termes et des diffeacuterentes parties du texte qui expriment une action deacutetermineacutee en se basant sur les diffeacuterentes relations qui le conforment agrave linteacuterieur des contextes respectifs

La maniegravere de regrouper les termes se fait agrave travers les champs seacutemantiques diffeacuterent de

la construction dune analyse eacutetymologique qui se fixe sur laspect formel du mot et non sur

sa signification Le point de deacutepart est lanalyse des expressions et leur signification16

La Meacutethode Theacuteologique Seacutemantique est une maniegravere de lire le texte biblique pour

comprendre et interpreacuteter leacuteveacutenement salvifique de Dieu dans lhistoire des hommes et

des femmes de la Bible Elle permet de comprendre comment ce projet salvifique se rend

14 Ibid p 66 15 VALDIVIESO P O ZITZMANN M L Anaacutelisis Semaacutentico-Teoloacutegico del Nuevo Testamento p 61 16 Ibid p 55

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21

preacutesent dans notre histoire agrave partir de la dynamique salvifique du texte biblique Pour cela

la recherche du sens et de la signification des termes apparaicirct comme un eacuteleacutement capital

dans lapplication de cette Meacutethode Toutefois cette recherche de sens ne se limite pas

exclusivement agrave laspect eacutetymologique ou linguistique mais prend en compte le texte lui-

mecircme dans lequel se trouvent ces dynamismes salvifiques ainsi que les diffeacuterentes

composantes et expressions qui les signifient

Leacutetude des champs seacutemantiques dun texte montre que laction salvifique sexprime

dans une grande varieacuteteacute de signifieacutes qui napparaissent pas neacutecessairement comme

terminologie speacutecifique du langage religieux mais qui font partie du langage courant de

la vie humaine dans ses divers aspects17 Cest pourquoi lanalyse du texte peut senrichir

avec les approches eacutetymologique structurelle et fonctionnelle Toutefois la Meacutethode

Theacuteologique Seacutemantique dans lanalyse des actions et dynamismes salvifiques part

toujours de la preacutemisse quil faut trouver le sens du mot en fonction des diffeacuterentes

composantes du texte18

Le message salvifique avant decirctre un texte eacutecrit a eacuteteacute une expeacuterience veacutecue et

transmise Bien quil soit un texte eacutecrit ce message continu decirctre un message vivant et

actuel dont leacuteveacutenement salvifique se rend chaque fois preacutesent dans la reacutealiteacute vitale des

personnes et des communauteacutes croyantes Cest ainsi que le processus analytique de cette

meacutethode agrave travers ses diffeacuterentes composantes part du texte biblique agrave son actualisation

dans le preacutesent de la communauteacute croyante

Le premier moment de cette meacutethodologie consiste agrave identifier dans le texte les

actions et dynamismes soteacuteriologiques qui y sont preacutesents ainsi que tous les agents

soteacuteriologiques qui les geacutenegraverent Ces actions et dynamismes sont signifieacutes par des champs

seacutemantiques qui srsquoentrelacent entre eux en faisant du texte biblique un tissu de relations

dont les diffeacuterents eacuteleacutements sont importants pour la compreacutehension du message

Les expressions affines etou opposeacutees ainsi que les autres deacuteterminations

favorisent la compreacutehension du dynamisme soteacuteriologique preacutesent dans le texte Les

diffeacuterents types de relations qui existent entre les personnages qui agissent dune maniegravere

ou dune autre dans le texte aident agrave identifier la relation entre les agents de ces actions

et leurs beacuteneacuteficiaires La reconnaissance et la deacutelimitation des contextes litteacuteraires dans

lesquels se deacuteroulent les diffeacuterentes actions fait eacutegalement partie inteacutegrante des

composantes essentielles de cette meacutethode

17 Ibid p 56 18 Ibid

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22

Ce premier moment meacutethodologique tient eacutegalement compte de la

preacutecompreacutehension de la foi comme preacutealable dune eacutetude exeacutegeacutetique et theacuteologie du texte

biblique En effet pour lire un texte biblique et linterpreacuteter de maniegravere adeacutequate cette

dimension de la foi est absolument neacutecessaire entre lauteur le texte sacreacute et le

lecteurinterpregravete dans la mesure ougrave le texte biblique nrsquoest pas simplement un texte

litteacuteraire mais un message de foi et de salut La foi apparait donc comme un preacutesupposeacute

adeacutequat pour linterpreacutetation correcte de lEcriture19 Tous ces aspects sont importants

dans la construction de ce premier moment meacutethodologique qui se preacutesente comme la

base sur laquelle se construit linterpreacutetation theacuteologique du texte

Le deuxiegraveme moment meacutethodologique consiste agrave une analyse des champs

seacutemantiques de grande relevance (reacuteveacutelation mystegravere et connaissance) qui signifient les

actions identifieacutees dans la dynamique du texte Cette analyse ne consiste pas agrave se perdre

dans les meacuteandres dune eacutetude diachronique des meacutethodes historico-critiques mais agrave

rester attentif agrave une lecture qui tient en compte le texte dans son eacutetat final pour souligner

sa dynamique soteacuteriologique

A partir des deacutecouvertes reacutealiseacutees dans le premier moment meacutethodologique et les

apports du deuxiegraveme le processus meacutethodologique eacutetablit un dialogue hermeacuteneutique sur

les deux textes avec les diffeacuterents commentateurs pour enrichir lanalyse et mettre en vue

les contributions apporteacutees En ce moment de lanalyse est mise en eacutevidence la

relationaliteacute dynamique entre la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance et les autres

champs seacutemantiques identifieacutes dans les deux textes leur contenu et message theacuteologique

agrave chaque moment dynamique du texte

14 Contenu des composantes de la Meacutethode Theacuteologique Seacutemantique

141 Laction et la relation salvifique

Lidentification des dynamismes soteacuteriologiques est preacutesenteacutee sous forme des

tableaux Dans la premiegravere partie du tableau se trouve le verset biblique qui contient de

19 CARBAJOSA I De la fe nace la exeacutegesis p 151

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23

maniegravere explicite ou implicite laction etou la relation salvifique Cette preacutesentation du

verset biblique est suivie drsquoune traduction en franccedilais La numeacuterotation qui preacutecegravede en

chiffre romain repreacutesente le nombre de dynamismes salvifiques identifieacutes dans le texte

A la suite des tableaux est preacutesenteacutee une bregraveve lecture des dynamismes soteacuteriologiques

identifieacutes

142 Le champ seacutemantique

Lidentification de ces actions et relations soteacuteriologiques se fait agrave travers des

champs seacutemantiques En effet le point de deacutepart est lanalyse des expressions et leur

signification Ces expressions sont analyseacutees selon tous les critegraveres qui aident agrave preacuteciser

et valoriser leur signification En comparant toutes les expressions on deacutecouvre plusieurs

types daffiniteacutes et en reacuteunissant les expressions affines on deacutecouvre plusieurs champs

dans lesquels les expressions se rapportent les unes aux autres ce sont des champs

seacutemantiques20

Ces champs seacutemantiques formeacutes agrave partir des mots ou expressions identifieacutes dans

le texte ont une importance fondamentale dans le deacuteploiement des dynamismes

salvifiques Leacutetude du champ seacutemantique montre que laction salvifique sexprime agrave

travers une grande varieacuteteacute de champs de significations qui napparaissent pas agrave premiegravere

vue comme terminologie speacutecifique du langage religieux mais comme faisant partie du

langage de la vie humaine dans ses multiples aspects21 Dans le champ seacutemantique se

concentre de forme inteacutegrale les caracteacuteristiques seacutemantiques qui constituent laction

soteacuteriologique

Les diffeacuterents contextes litteacuteraires sont importants dans la deacutetermination du champ

seacutemantique En effet celui-ci va au-delagrave dune deacutefinition eacutetymologique du terme pour

prendre en compte la fonction du mot par rapport au dynamisme salvifique et ses

diffeacuterentes composantes Les champs seacutemantiques sont deacutefinis dans leur relation au

dynamisme du texte et ne peuvent donc ecirctre par eux-mecircmes salvifiques ou non-

salvifiques Cest dans ce sens que les champs seacutemantiques peuvent signifieacutes des actions

et des relations salvifiques ou exprimeacutes des actions totalement contraires

20 VALDIVIESO P O ZITZMANN M L Anaacutelisis Semaacutentico-Teoloacutegico del Nuevo Testamento p 55 21 Ibid p 56

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24

143 Expressions affines opposeacutees et les autres deacuteterminations

Lanalyse prend eacutegalement en compte les relations daffiniteacutes exprimeacutees dans ces

uniteacutes textuelles Ces affiniteacutes explicitent et preacutecisent davantage le point focal du texte

contenu dans une action salvifique Ces expressions affines avec les autres

deacuteterminations sont agrave leur tour constitueacutees dactions salvifiques Les autres

deacuteterminations contribuent eacutegalement agrave clarifier le sens du texte Elles apportent plus

deacuteclairage sur les circonstances et les conditions de reacutealisation de la dynamique

soteacuteriologique de laction en cours Elles permettent eacutegalement deacutelucider les fonctions

des termes et leurs relations dans le contexte litteacuteraire22

Les expressions opposeacutees sont des phrases des expressions ou des mots qui dans

la dynamique du texte expriment des ideacutees totalement contraires au deacuteroulement de

laction salvifique Ces expressions eacutetablissent un paralleacutelisme avec la dynamique

soteacuteriologique de laction Toutefois par leur caractegravere dopposition ces expressions

rehaussent la dynamique de laction salvifique en lui donnant plus de vigueur et

dimportance

144 Les agents soteacuteriologiques les beacuteneacuteficiaires et leurs relations

Sil existe dans le texte biblique des actions qui geacutenegraverent un dynamisme de salut

il existe aussi un sujet agrave lorigine de ces actions Cest dans ce sens que se situe et se

comprend la fonction des agents soteacuteriologiques Ces agents sont ceux qui participent de

maniegravere effective agrave la reacutealisation dune action salvifique Les trois personnes divines de

la Sainte Triniteacute sont de maniegravere directe agrave la base de leacuteveacutenement salvifique qui se rend

preacutesent dans lhistoire des diffeacuterents personnages bibliques et de la communauteacute croyante

qui sont les beacuteneacuteficiaires de ces actions

22 Ibid p 56

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25

Toutefois en respectant le principe de communion et dindivisibiliteacute de la Sainte

Triniteacute qui ne sont pas trois dieux mais un seul Dieu en trois personnes il est possible

didentifier une action salvifique dans la dynamique du texte en eacutetroite relation avec lune

ou lautre personne de la Triniteacute divine Cette personne divine identifieacutee apparaicirct degraves lors

comme le principal agent soteacuteriologique dans laction en cours pour mener agrave son terme

et agrave son accomplissement lavegravenement du projet salvifique

Tout comme il nexiste pas daction salvifique aceacutephale sans agent soteacuteriologique

geacuteneacuterateur il nexiste pas tout de mecircme daction salvifique sans beacuteneacuteficiaire ou

destinataire Dans leacutetude des deux textes les beacuteneacuteficiaires directs ou indirects de chaque

dynamisme soteacuteriologique sont eacutegalement identifieacutes Cette identification preacutecegravede

lhermeacuteneutique theacuteologique de la dynamique salvifique du texte Les beacuteneacuteficiaires ne

sont pas de simples consommateurs de lrsquoaction salvifique ils sont aussi des protagonistes

et agents deacuteterminants de lrsquoavegravenement du projet salvifique de Dieu dans lrsquohistoire

Degraves lors que les agents soteacuteriologiques et leurs beacuteneacuteficiaires sont preacutesenteacutes

lrsquoanalyse identifie le type de relation qui existe entre lagent soteacuteriologique et le

beacuteneacuteficiaire de laction salvifique Ces relations se preacutesentent sous des formes varieacutees par

rapport au contexte litteacuteraire et la dynamique salvifique de laction

15 Les diffeacuterentes eacutetapes de lrsquoeacutetude

Au terme de cette introduction qui constitue la premiegravere eacutetape de ce travail il a

eacuteteacute question de preacutesenter lhorizon theacutematique de la preacutesente eacutetude pour en deacutegager la

porteacutee de la dynamique salvifique de Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 Cette dynamique

salvifique est identifieacutee et analyseacutee par lapplication de la Meacutethode Theacuteologique

Seacutemantique dans ses diffeacuterentes composantes

La deuxiegraveme eacutetape de cette eacutetude consistera agrave une analyse de la dynamique

soteacuteriologique de Ep 3 1-13 Cette deuxiegraveme eacutetape partira de la traduction de Ep 3 1-13

et de sa situation dans la dynamique de la lettre aux Epheacutesiens Lidentification de la

structure de cette uniteacute textuelle deacutebouchera sur une organisation et une lecture des

dynamismes soteacuteriologiques preacutesents dans le texte Cette identification donnera lieu agrave une

approche neacuteotestamentaire de la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance pour en

deacutegager sa speacutecificiteacute dans la lettre aux Epheacutesiens et en Ep 3 1-13 Lanalyse

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soteacuteriologique de cette uniteacute textuelle sachegravevera par une hermeacuteneutique theacuteologique des

dynamismes signifieacutes par la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

La troisiegraveme eacutetape de leacutetude consistera agrave une analyse de la dynamique

soteacuteriologique de Dn 2 17-23 Cette analyse prendra en compte la situation de Dn 2 17-

23 dans le contexte litteacuteraire du livre de Daniel pour en deacuteterminer quelques

caracteacuteristiques essentielles Lanalyse de lorganisation et de la structure de luniteacute

textuelle prendra en compte la traduction et la deacutelimitation de Dn 2 17-23 dans lensemble

de Dn 2 La lecture des dynamismes soteacuteriologiques deacutebouchera sur une approche

veacuteteacuterotestamentaire de la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance pour en deacutegager sa

particulariteacute dans le livre de Daniel et dans luniteacute textuelle de Dn 2 17-23 Cette analyse

sachegravevera sur un horizon theacuteologique des dynamismes soteacuteriologiques signifieacutes par la

reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

Ces deux eacutetapes preacuteceacutedentes serviront de base pour la quatriegraveme eacutetape de leacutetude

qui seacutevertuera agrave ouvrir des perspectives de dialogue entre Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 Les

affiniteacutes litteacuteraires et seacutemantiques identifieacutes dans les deux uniteacutes textuelles ouvriront des

horizons de dialogue sur le plan theacuteologique agrave partir des dynamismes soteacuteriologiques

signifieacutes par la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

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2 Analyse de la dynamique soteacuteriologique de Ep 3 1-13

21 Texte et traduction de Ep 3 1-13

Tabeaux 1 Texte et traduction de Ep 31-13

TEXTE GREC23 VERSETS TRADUCTION EN FRANCcedilAIS 1 Τούτου χάριν ἐγὼ Παῦλος 1a A cause de cela moi Paul

ὁ δέσμιος τοῦ Χριστοῦ [Ἰησοῦ]24 1b le prisonnier du Christ [Jeacutesus]

ὑπὲρ ὑμῶν τῶν ἐθνῶν25 1c pour vous les Nations

2 εἴ γε ἠκούσατε 2a Si vraiment vous avez appris

τὴν οἰκονομίαν τῆς χάριτος τοῦ θεοῦ 2b la dispensation de la gracircce de Dieu

τῆς δοθείσης μοι εἰς ὑμᾶς 2c qui ma eacuteteacute donneacutee pour vous

3 [ὅτι]26 κατὰ ἀποκάλυψιν 3a [car] au cours dune reacuteveacutelation

ἐγνωρίσθη27 μοι τὸ μυστήριον 3b ma eacuteteacute fait connaicirctre le mystegravere

23 Nous prenons comme base lapparat critique de NESTLE-ALAND Greek-English New Testament 27th Edition USA Deutsche Bibelgesellschaft 2001 pour la critique textuelle de cette uniteacute textuelle Le texte

de la 28e eacutedition ne preacutesente aucune diffeacuterence avec celui de la 27e eacutedition Les eacuteleacutements de critique textuelle

sont aussi les mecircmes Toutefois le texte de la 28e eacutedition passe sous silence le terme πρόθεσιν au v 11 qui

est substitueacute par un autre terme dans certains manuscrits Nous apporterons des clarifications dans

lapproche critique du v 11 24 La variante Ἰησοῦ est omise dans certains manuscrits (yen D F G (365) pc samss MVict) et attesteacutee par

les manuscrits suivants (icirc46 yen1 A B (C) D1 y 33 1739 (acirc 630 1881 al) Ucirc lat sy samss bo Or Lexpression

Χριστοῦ Ἰησοῦ apparaicirct 30 fois dans le Nouveau testament et seulement 3 fois dans la lettre aux Epheacutesiens

(11 220 31) Lusage de Χριστοῦ sans ladditif Ἰησοῦ est encore plus abondant tant dans la lettre aux

Epheacutesiens que dans le Nouveau Testament METZGER B M Un comentario textual al Nuevo Testamento

griego p 530 admet que la variante a eacuteteacute laisseacutee entre crochet pour justifier sans prendre de position

leacutequilibre existant entre les diffeacuterents manuscrits 25 Certains manuscrits trouvent la neacutecessiteacute de compleacuteter la phrase par un verbe pour obtenir un sens plus

complet Cest ainsi que D et 104 ajoutent la variante presbeuw (je suis lembassadeur) alors que 2464 pc

ajoutent la variante κεκαύχημαι (je me suis glorifieacute) Toutefois la variante neacutetant pas soutenue par les manuscrits anciens de grande valeur nest pas assez relevante 26 La variante ὅτι qui est omise dans icirc46 B F G b d sams Ambst est soutenue par yen A C D y 33 1739 1881

Ucirc ar vg sy samss bo Vue leacutequilibre entre les manuscrits la variante a eacuteteacute laisseacute entre crochets La preacutesence

de la variante permet pourtant de donner suite au deacuteveloppement du v 2 dans la mesure ougrave le v 3 nest pas

le deacutebut dune nouvelle phrase 27 Certains manuscrits preacutesentent une tentative dharmoniser largumentation de la phrase Cest ainsi que

la variante est substitueacutee par gar egnwrisqh dans F G et par egnwrise dans D2 Ucirc Toutes ces tentatives

apparaissent sans grande relevance eacutetant donneacute que la variante du texte est fortement soutenue par les

manuscrits anciens de grande valeur

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28

καθὼς προέγραψα ἐν ὀλίγῳ 3c comme je lai eacutecrit briegravevement 4 πρὸς ὃ δύνασθε ἀναγινώσκοντες 4a Pour que vous soyez capables en lisant

νοῆσαι τὴν σύνεσίν μου 4b de comprendre mon intelligence

ἐν τῷ μυστηρίῳ τοῦ Χριστοῦ 4c dans le mystegravere du Christ

5 ὃ ἑτέραις γενεαῖς οὐκ ἐγνωρίσθη τοῖς

υἱοῖς τῶν ἀνθρώπων

5a Qui na pas eacuteteacute fait connaicirctre des autres geacuteneacuterations des fils des hommes

ὡς νῦν ἀπεκαλύφθη τοῖς ἁγίοις

ἀποστόλοις28 αὐτοῦ καὶ προφήταις 5b comme maintenant il a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave ses

saints apocirctres et prophegravetes

ἐν πνεύματι 5c dans lEsprit 6 εἶναι τὰ ἔθνη συγκληρονόμα καὶ

σύσσωμα καὶ συμμέτοχα τῆς

ἐπαγγελίας29

6a Les Nations sont coheacuteritiegraveres co-

corporeacutees et coparticipantes de la

promesse

ἐν Χριστῷ Ἰησοῦ 6b dans le Christ Jeacutesus

διὰ τοῦ εὐαγγελίου 6c par lEvangile

7 οὗ ἐγενήθην διάκονος 7a Dont jai eacuteteacute fait serviteur

κατὰ τὴν δωρεὰν τῆς χάριτος τοῦ θεοῦ τῆς δοθείσης30 μοι

7b selon le don de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute donneacutee

κατὰ τὴν ἐνέργειαν τῆς δυνάμεως

αὐτοῦ

7c selon le deacuteploiement de sa puissance

8 Ἐμοὶ τῷ ἐλαχιστοτέρῳ πάντων

ἁγίων31

8a A moi le plus petit de tous les saints

ἐδόθη ἡ χάρις αὕτη32 8b a eacuteteacute donneacutee cette gracircce

τοῖς ἔθνεσιν εὐαγγελίσασθαι τὸ ἀνεξιχνίαστον πλοῦτος τοῦ Χριστοῦ

8c de proclamer lEvangile aux Nations linsondable richesse du Christ

28 La variante ἀποστόλοις est omise dans B b Ambst LINCOLN T A Ephesians p 167 y voit une

tentative duniformiser le texte sous linfluence de Col 1 26 Toutefois tregraves peu soutenue lomission nest

pas de grande importance 29 Apregraves le terme ἐπαγγελίας certains manuscrits (D1 F G y Ucirc ar vgcl syh Ambst) ajoutent la variante autou

un ajout qui ne preacutesente pas une grande importance dans la mesure ougrave la variante du texte est fortement

soutenue par les manuscrits anciens qui preacutefegraverent conserver la leccedilon bregraveve 30 La variante τῆς δοθείσης (qui saccorde avec la gracircce) est substitueacutee par τὴν δοθεῖσαν (qui saccorderait

plutocirct avec le don) dans D2 y 1739 1881 Ucirc Cette substitution nest pas soutenue par les manuscrits

anciens de grande valeur 31 La variante ἁγίων est omise dans icirc46 une omission qui nest soutenue que par ce manuscrit Il ny aurait

pas de motif suffisant pour omettre la variante dans la mesure ougrave lauteur de la lettre au deacutebut de ce

deuxiegraveme moment dynamique de luniteacute textuelle qui souvre sur lannonce de lEvangile et la dispensation

du mystegravere sidentifie aux croyants dont il a plusieurs fois appeleacute les saints 32 Apregraves le terme αὕτη certains manuscrits (D F G y 33 1739 1881 Ucirc latt) ajoutent la variante en qui

indiquerait la mission de proclamer lEvangile non pas aux Nations mais dans les nations ou parmi les

nations Cet ajout ne sapplique pas au contexte litteacuteraire de la lettre La variante du texte est dans ce sens

fortement attesteacutee par les autres manuscrits de grande valeur

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29

9 καὶ φωτίσαι [πάντας]33 9a Et de mettre en lumiegravere (agrave tous)

τίς ἡ οἰκονομία τοῦ μυστηρίου τοῦ

ἀποκεκρυμμένου

9b quelle est la dispensation du mystegravere

cacheacute

ἀπὸ τῶν αἰώνων ἐν 34 τῷ θεῷ τῷ τὰ

πάντα κτίσαντι35

9c depuis les siegravecles en Dieu qui creacutea toutes

choses

10 ἵνα γνωρισθῇ νῦν36 ταῖς ἀρχαῖς καὶ

ταῖς ἐξουσίαις ἐν τοῖς ἐπουρανίοις

10a Afin que soit maintenant connue des

principauteacutes et des puissances dans les

cieux

διὰ τῆς ἐκκλησίας 10b par lEglise

ἡ πολυποίκιλος σοφία τοῦ θεοῦ 10c la sagesse multiple de Dieu

11 κατὰ πρόθεσιν 37 τῶν αἰώνων ἣν

ἐποίησεν

11a Selon le projet des siegravecles quil a reacutealiseacute

ἐν τῷ Χριστῷ Ἰησοῦ τῷ κυρίῳ ἡμῶν 11b dans le Christ Jeacutesus notre Seigneur

12 ἐν ᾧ ἔχομεν τὴν παρρησίαν καὶ

προσαγωγὴν ἐν πεποιθήσει38

12a En qui nous avons la hardiesse et laccegraves

dans la confiance

διὰ τῆς πίστεως αὐτοῦ 12b par sa foi

13 διὸ αἰτοῦμαι μὴ ἐγκακεῖν 39 13a Ainsi je demande de ne pas perdre

courage

ἐν ταῖς θλίψεσίν μου ὑπὲρ ὑμῶν40 13b dans mes tribulations pour vous

33 La variante πάντας est omise dans yen A 6 1739 1881 pc Ambst Aug mais attesteacutee par icirc46 yen2 B C D F

G y 33 Ucirc latt sy co Tert METZGER B M Un comentario textual al Nuevo Testamento griego p 530

admet quil est difficile de deacuteterminer si cette variante a eacuteteacute omise accidentellement ou intentionnellement

ou encore si elle a eacuteteacute inseacutereacutee par rapport au terme fwtisai qui exige geacuteneacuteralement un accusatif comme

dans les autres passages du Nouveau Testament Faute dautres alternatives de lecture la variante a eacuteteacute

maintenue sur la base des manuscrits qui lattestent mais en la laissant entre crochets pour indiquer les

reacuteserves dune prise de position deacutefinitive sur le sujet Toutefois lomission de la variante naltegravere pas de maniegravere substantielle le fond du texte 34 La variante ἐν est omise dans yen 614 McionT mais lomission apparaicirct de moindre relevance et naltegravere

pas le sens du texte 35 Apregraves le terme κτίσαντι certains manuscrits D2 (acirc 0278) 1881 Ucirc syh ajoutent lexpression dia Ihsou Cristou mais le texte est fortement attesteacute par icirc46 yen A B C D F G P y 33 81 365 11751505 1739

2464 pc latt syp co On noterait une tentative dharmoniser le texte Cette tentative perd sa force devant le

poids des teacutemoins externes qui attestent la lecture bregraveve du texte

36 La variante νῦν est omise dans F G 629 lat syp Tert MVict Cette omission nest pas soutenue par dautres

manuscrits et nest pas justifieacutee dans le contexte litteacuteraire dans lequel νῦν joue un rocircle important dans le

paralleacutelisme entre le passeacute ougrave le mystegravere eacutetait cacheacute en Dieu et le preacutesent (maintenant) ougrave il est reacuteveacuteleacute 37 La variante πρόθεσιν est substitueacutee par prognwsin dans Cl et sinterpregravete dans le sens de la preacutescience de

Dieu Toutefois le contexte est bien celui du projet des siegravecles (πρόθεσιν) que Dieu reacutealise en Jeacutesus Christ

(v 11) qui fait suite au mystegravere cacheacute depuis les siegravecles en Dieu qui creacutea toutes choses (v 9) 38 La variante πεποιθήσει est substitueacutee par tw eleuqerwqhnai dans D BARTH M Ephesians p 348

admet que cela aurait eacuteteacute une bonne interpreacutetation mais elle nest attesteacutee par auncun autre manuscrit

Pourtant dans le contexte de la peacutericope πεποιθήσει reste la meilleure interpreacutetation dans la mesure ougrave elle

est lieacutee agrave la variante προσαγωγὴν 39 La variante ἐγκακεῖν est substitueacutee par ἐkκακεῖν dans C D2 F G y 0278 1739 1881 Ucirc mais fortement

attesteacutee par icirc46 yen A B D 33 81 326 pc co Son admission ne changerait pas non plus le sens de la phrase

puisse que perdre courage signifie eacutegalement se deacutecourager 40 La variante ὑμῶν est substitueacutee par ἡμῶν dans icirc46 81 pc boms Cette substitution tregraves peu attesteacutee par

les manuscrits serait totalement inadeacutequate dans le contexte du v 13 par rapport aux tribulations de lapocirctre

en faveur des Nations (ἐν ταῖς θλίψεσίν μου ὑπὲρ ὑμῶν) et la gloire qui en deacutepend (ἥτις ἐστὶν δόξα ὑμῶν)

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30

ἥτις ἐστὶν δόξα ὑμῶν 13c ce qui est votre gloire

22 Structure et situation de luniteacute textuelle dans la dynamique de la lettre41

221 Situation de Ep 3 1-13 dans la dynamique de la lettre

La theacutematique de la connaissance du mystegravere de la volonteacute divine eacutenonceacutee degraves le

premier chapitre en Ep 1 9 renvoi particuliegraverement au projet bienveillant que Dieu a

formeacute par avance pour le reacutealiser quand les temps seraient accomplis (Ep 1 10) Apregraves

avoir eacutenonceacute cette theacutematique qui sera deacuteveloppeacutee au long de la lettre lauteur de la lettre

aux Epheacutesiens aborde en 2 11-22 la nouvelle situation des Juifs et des Nations dans le

Christ

41 Lexpression ἐν Ἐφέσῳ en Ep 1 1 a poseacute degraves le deacutebut plusieurs dificulteacutes lieacutees non seulement aux

destinataires et au contexte socio-historique de la lettre mais aussi agrave lauteur la date de reacutedaction et lobjet

de la lettre Cette expression placeacutee au deacutebut de la lettre est soutenue par les manuscrits a2 A B2 D F G Y

0278 33 1881 Ucirc latt sy co Toutefois cette expression est totalement omise dans icirc46 a B 6 1739 (Voir

lapparat critique de NESTLE-ALAND Greek-English New Testament p 503) En comparaison avec les

lettres pauliniennes la lettre aux Epheacutesiens ne fait pas de reacutefeacuterences agrave la situation de la communauteacute

chreacutetienne aux destinataires de la lettre et leurs problegravemes speacutecifiques Pour reacutesoudre cette difficulteacute

plusieurs hypothegraveses ont eacuteteacute eacutemises - La lettre na pas eacuteteacute envoyeacutee agrave une Eglise particuliegravere - La lettre a

eacuteteacute envoyeacutee agrave une Eglise locale mais ladresse initiale a eacuteteacute posteacuterieurement omise pour donner agrave la lettre

une plus grande extension en restant particuliegraverement lieacutee agrave la communauteacute dEphegravese - La lettre a eacuteteacute

envoyeacutee agrave certaines Eglises de la province romaine de lAsie Mineure et un espace a eacuteteacute laisseacute pour

compleacuteter au moment opportun le nom de chaque communauteacute eccleacutesiale - Il existait plusieurs copies de

la lettre avec chacune un destinataire diffeacuterent la lettre dirigeacutee aux Epheacutesiens aurait eacuteteacute la plus reconnue

vue limportance de la ville dEphegravese et de sa communauteacute (Cf FOULKES F Efeacutesios p 17 et seq)

Aucune de ces hypothegraveses nest pleinement satisfaisante ni conclusive Pour LINCOLN A T Ephesians

p LXXIV il semble plus approprieacute de respecter le caractegravere distinctif de ce manque de speacutecificiteacute de la

lettre sur le contexte vital pour se concentrer sur les implications geacuteneacuterales de la lettre elle-mecircme tout en

trouvant satisfaction dans les diffeacuterents contours du contexte qui doit ecirctre prudemment reconstruit

notamment agrave partir de la situation rheacutetorique de la lettre Cette situation rheacutetorique ne doit pas faire fi du

contexte de vie historique mais doit focaliser lattention dabord et avant tout sur ce qui peut-ecirctre deacuteduit agrave

la fois de limage implicite de leacutecrivain et des destinataires qui se deacutegage du texte Le problegraveme de datation

et de lieu de reacutedaction de la lettre deacutepend aussi de celui de lauteur Si la lettre a eacuteteacute eacutecrite par Paul elle se

situerait entre 61-64 Si elle na pas eacuteteacute eacutecrite par Paul elle se situerait apregraves 64 et bien avant lanneacutee 90

(Cf REYNIER C LEpicirctre aux Epheacutesiens p 28) Pour certains auteurs les prisons de Ceacutesareacutee et Rome

avaient une dureacutee suffisante pour la reacutedaction dune ou de toutes les lettres de la captiviteacute Celle de Rome

serait la plus probable Si la lettre a eacuteteacute eacutecrite agrave Rome ou agrave Ceacutesareacutee sa reacutedaction remonterait agrave la fin de la

vie de Paul et la lettre aurait eacuteteacute eacutecrite au deacutebut des anneacutees 60 (BEST E Ephesians p 45-46)

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31

Cette nouvelle situation des Nations racheteacutees par le Christ preacutesente un contraste

avec le passeacute ougrave elles eacutetaient exclues de la citeacute dIsraeumll eacutetrangegraveres aux alliances de la

promesse nayant ni espeacuterance ni Dieu dans le monde (Ep 2 12) Cest autour de cette

opposition que se deacuteveloppe lensemble du chapitre pour mettre en vue les implications

de lœuvre salvifique de Dieu et le deacuteploiement de son projet bienveillant dans lhistoire

de la communauteacute chreacutetienne

Cette communauteacute chreacutetienne est devenue par la terminologie de Ep 2 un

Homme nouveau un Corps dont le Christ est deacutesormais la Tecircte La communauteacute

chreacutetienne formeacutee par les Juifs et les Nations cest lEglise Corps du Christ (Ep 2 1516)

Mais ce langage de Ep 2 ne va pas sans difficulteacutes Si dans une Eglise deacutesormais deacutefinie

comme un corps comment les chreacutetiens venus de la gentiliteacute vont-ils pouvoir tenir

compte de ce qui fait aussi partie de leur meacutemoire agrave savoir la foi juive et biblique42 De

mecircme comment les judeacuteo-chreacutetiens pourraient-ils comprendre que les Nations

partageaient avec eux les alliances de la promesse dont elles eacutetaient exclues depuis

toujours

Ep 3 et particuliegraverement luniteacute textuelle de Ep 3 1-13 apparaicirct dans la

dynamique de la lettre pour donner une reacuteponse agrave cette preacuteoccupation La reacuteponse est

simple et bregraveve cest un mystegravere La theacutematique de la reacuteveacutelation et de la connaissance du

mystegravere est donc particuliegraverement lobjet de Ep 3 1-13 qui la deacutecrit dans un vocabulaire

lieacute agrave la reacuteveacutelation et agrave la connaissance Les Nations sont coheacuteritiegraveres co-corporeacutees et

coparticipantes de la promesse dans le Christ par lEvangile (Ep 3 6) Si le mystegravere eacutetait

simplement eacutevoqueacute en Ep 1 et repris sous un autre angle en Ep 2 il trouve en Ep 3 1-13

sa veacuteritable formulation Tant au niveau de la theacutematique que de la terminologie le lien

est eacutevident entre Ep 3 et Ep 1-243

En effet le style de Ep 3 constitueacute de pleacuteonasme et redondance est en tout

semblable agrave celui des uniteacutes preacuteceacutedentes avec des phrases longues et des reacutepeacutetitions44 Sur

le plan de la theacutematique le deacuteploiement du mystegravere en lien avec lEglise corps du Christ

en fait un lien preacutepondeacuterant Limportance de lEvangile par lequel les Nations se sont

incorporeacutees au Christ en Ep 3 6 correspond agrave lEvangile auquel elles ont cru et ont eacuteteacute

marqueacutees dun sceau par lEsprit de la promesse (Ep 1 13-14) Parmi les autres thegravemes

42 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 167 43 Pour les liens lexicographiques et theacutematiques entre Ep 3 1-13 et lensemble de la lettre voir

particuliegraverement CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 57 passim REYNIER C Evangile et

mystegravere p 31 passim 44 ALETTI J-N Op cit p 169

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partageacutes par les trois chapitres et qui traversent ce bloc litteacuteraire se trouvent

particuliegraverement limportance de la gracircce divine (Ep 3 278 1 267 2 578) et la

reacutealisation du projet de Dieu eacutetabli depuis les siegravecles (Ep 3 11 111)

222 Structure geacuteneacuterale de la lettre

En se basant sur les eacuteleacutements essentiellement formels certains commentateurs ont

proposeacute une composition chiastique agrave lensemble de la lettre aux Epheacutesiens 45 Dans cette

composition chiastique chaque uniteacute litteacuteraire agrave linteacuterieur du grand ensemble preacutesente

eacutegalement une structure chiastique46 Dautres par contre voient dans la lettre aux

Epheacutesiens une division tripartite Dans cette division la premiegravere partie deacutecrit lœuvre

salvifique de Dieu (Ep 1 15-2 22) la deuxiegraveme partie est caracteacuteriseacutee par la louange

pour la reacuteveacutelation divine (Ep 3 1-4 24) et la troisiegraveme partie exhortative invite les lecteurs

agrave briller comme les enfants de lumiegravere (Ep 4 25-6 20)47

Toutefois la plupart des exeacutegegravetes propose une division bipartite de la lettre

constitueacutee dune partie didactique (Ep 1-3) et dune partie exhortative (Ep 4-6)48 Dans cet

ensemble on peut de maniegravere particuliegravere mettre en vue la perspective qui preacutesente une

organisation de la lettre agrave partir des critegraveres formels et seacutemantiques en lien avec la

theacutematique de la connaissance du mystegravere comme eacuteleacutement litteacuteraire deacuteterminant49 Une

fois le mystegravere connu en Ep 3 la partie exhortative est marqueacutee par des recommandations

pour un style de vie conforme au mystegravere dans leacutedification du Corps du Christ qui est

lEglise

En effet dans la lettre aux Epheacutesiens la theacutematique du mystegravere suit une eacutelaboration

progressive et le mystegravere se fait connaicirctre dans la dynamique progressive de louvrage

En reacuteservant degraves le deacutebut ses positions sur le mystegravere lauteur ne fait queacutepouser la

speacutecificiteacute de ce mystegravere qui est de necirctre connu et compris quau terme dune longue

preacuteparation50 A partir de cette division bipartite qui prend en consideacuteration Ep 1-3

45 CAMERON P S ldquoThe Structure of Ephesiansrdquo p 3 passim 46 Ibid p 4 passim 47 BARTH M Ephesians p 55 passim 48 Pour une eacutetude sur la division bipartite de luniteacute textuelle voir SCHLIER H La Carta a los Efesios p

20 LINCOLN T A Ephesians p XXXVI REYNIER C Evangile et mystegravere p 29 49 IOVINO P ldquoLa conoscenza del misteriordquo p 326 passim 50 ALETTI J-N Saint Paul Eacutepicirctre aux Eacutepheacutesiens p 12

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comme eacutetant la premiegravere partie et Ep 4-6 comme eacutetant la deuxiegraveme partie le texte de

notre eacutetude Ep 3 1-13 se situe alors dans la premiegravere partie de la lettre et marque un

tournant deacutecisif entre la partie didactique et la partie exhortative de la lettre

La question qui se pose est celle de savoir quelle est la situation de Ep 3 1-13

dans cette premiegravere partie de la lettre Ep 3 1-13 se trouve-t-il dans cette premiegravere partie

de la lettre comme une parenthegravese sans rapport avec le contexte ou comme un passage

deacuteterminant dans la dynamique de la lettre51

223 Linsertion de Ep 3 1-13 dans la premiegravere partie de la lettre

Les points de contacts theacutematique et terminologique preacutesenteacutes ci-dessus

montrent deacutejagrave dans une premiegravere approche un lien et une logique interne dans les trois

premiers chapitres de la lettre Ces correspondances sont encore affirmeacutees avec plus de

force agrave linteacuterieur de luniteacute textuelle de Ep 3 1-13

Pourtant certains auteurs considegraverent Ep 3 1-13 comme un fragment disparate

inseacutereacute dans la premiegravere partie de la lettre et dautres y voient simplement une digression

ou une parenthegravese52

Lanalyse minutieuse du vocabulaire de Ep 3 1- 13 et de son rapport avec les

diffeacuterentes uniteacutes litteacuteraires contenues dans lensemble de la lettre montre plusieurs

affiniteacutes En effet un regard sur les termes favoris de la lettre aux Epheacutesiens montre que

sur un total de vingt-quatre termes favoris de la lettre treize font parties de Ep 3 1-13

comme le preacutesente le tableau ci-dessous53

51 REYNIER C Evangile et mystegravere p 29 52 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 35 considegravere cette uniteacute textuelle comme digression allant de 3 2-14a une deacutelimitation baseacutee sur la question du genre litteacuteraire RYRIE C C ldquoThe mystery in

Ephesians 3rdquo p 24 considegravere luniteacute textuelle de 3 1-12 en le coupant du v 13 BUTTRICK G A The

Interpreters Bible p 664 le deacutelimite en 3 2-13 et le considegravere comme une longue parenthegravese qui interrompt

la priegravere de supplication du chapitre 3 GNILKA J Der Epheserbrief p 160 et PENNA R La lettera agli

Efesini p 154 deacutelimitent cette uniteacute textuelle en 3 1-12 agrave partir des consideacuterations simplement

diachroniques 53 Pour les mots favoris de Epheacutesiens nous nous servons des statistiques preacutesenteacutees par VANHOYE A

LEpicirctre aux Epheacutesiens et lEpicirctre aux Heacutebreux p 214 A partir de ces statistiques nous eacutelaborons la

freacutequence de ces mots dans luniteacute textuelle de Ep 3 1-13

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Tabeaux 2 Termes favoris de la lettre aux Epheacutesiens

TERMES FAVORIS EPHESIENS Ep 3 1-13

ἀγαπᾶν 10

ἀγάπη 10

ἅγιος 15 2

αἰών 7 2

ἀλήθεια 6

γνωρίζω 6 3

διό 5 1

εἰρήνη 8

ἕκαστος 5

ἐκκλησία 9 1

ἐπουράνιος 5 1

θέλημα 7

καθώς 10 1

κατά 24 4

μυστήριον 6 3

περιπατέω 8

πλοῦτος 5 1

ποτέ 6

σῶμα 9

τέκνον 5

ὑπέρ 10 2

φῶς 5

χάρις 12 3

Χριστός 46 5

Le terme σῶμα fondamentale dans la compreacutehension du mystegravere napparaicirct pas

litteacuteralement en Ep 3 1-13 mais se trouve inclus dans le terme σύσσωμος qui apparaicirct en

Ep 3 6 comme un hapax legomenon neacuteotestamentaire De mecircme la theacutematique de la

lumiegravere (φῶς) qui apparaicirct cinq fois dans la lettre nest pas totalement absente dans luniteacute

textuelle de Ep 3 1-13 et peut ecirctre vue dans la recommandation de mettre en lumiegravere

(φωτίζω) le mystegravere cacheacute depuis les siegravecles en Dieu (Ep 3 9)

En plus de ces deux indications on constate que plus de la moitieacute des termes

favoris de la lettre aux Epheacutesiens (1324) se retrouvent en Ep 3 1-13 En comptant la

freacutequence de ces termes favoris dans lensemble de la premiegravere partie de la lettre on

contaste quils ont une freacutequence totale de trente-six emplois en Ep 1 y compris ladresse

initiale vingt emplois dans lensemble de Ep 2 et une freacutequence totale de 29 emplois en

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Ep 3 1-1354 hormis les vv 14-21 Lemploi des termes favoris de la lettre apparaicirct donc

avec une grande importance dans luniteacute textuelle de Ep 3 1-13

Cette analyse peut eacutegalement prendre en compte la fonction de lhymne en Ep 1

3-14 En effet lhymne se preacutesente comme une introduction bipartite de la totaliteacute de la

lettre La premiegravere partie de lhymne (Ep 1 3-10) caracteacuteriseacutee par laction salvifique de

Dieu et les dons de sa gracircce fait un lien avec la premiegravere partie de la lettre (Ep 1--3) et

la deuxiegraveme partie de lhymne (Ep 11-14) qui deacutecrit la communauteacute chreacutetienne

beacuteneacuteficiaire des dons de Dieu deacutebouche sur la deuxiegraveme partie de la lettre (Ep 4--6)55

Dans cette organisation Ep 3 1-13 apparaicirct comme le sommet de la connaissance

du mystegravere eacutenonceacute en Ep 1 9 Si Ep 1 3-14 manifeste le chemin preacutevu par Dieu dans le

temps pour la reacuteveacutelation de son dessein Ep 3 1-13 en parle en terme de mystegravere en

montrant quavec laccomplissement des temps lunivers entier accegravede agrave la connaissance

du projet salvifique de Dieu56 A la suite de ces indications Ep 3 1-13 peut-il ecirctre

consideacutereacute comme un amalgame dexpressions enchevecirctreacutees et deacutepourvues dune logique

interne57

En effet pour certains auteurs le passage commenceacute en 3 1 avec un Τούτου χάριν

initial est interrompu par une longue parenthegravese ou digression (3 2-13) Cest alors la

reprise du tούτου χάριν en 3 14 qui marquerait la continuation de lideacutee enchaicircneacutee en 3

1 consideacutereacute comme eacutetant une anacoluthe qui ferait donc le lien avec le passage preacuteceacutedent

de 2 11-2258

Pourtant ces longues phrases quun lecteur moins averti pourrait croire

embrouilleacutees est fortement structureacutee par un tout systegraveme de subordinations59 Le style

redondant est encore celui des passages preacuteceacutedents constitueacute des phrases tregraves longues des

relatives et des reacutepeacutetitions qui font progresser les ideacutees dans une reprise constante de

vocabulaire Cest ainsi que la peacutericope se preacutesente comme une suite logique des ideacutees

amorceacutees dans le passage anteacuterieur60 Toutes les tentatives de structuration de Ep 3 1-13

54 REYNIER C Evangile et mystegravere p 31 eacutevoque eacutegalement cette freacutequence de 29 emplois en Ep 3 1-

13 mais ne preacutesente pas les autres freacutequence en Ep 1-2 55 Pour une eacutetude sur lorganisation bipartite de lhymne et sa correspondance avec les deux parties de la lettre voir CARAGOUNIS C The Ephesian mysterion p 49 passim REYNIER C Evangile et Mystegravere

p 32 passim 56 REYNIER C Evangile et Mystegravere p 35 57 Cest ce quen pense en effet PERCY E Die Probleme der Kolosser und Epheserbriefe p 179 passim 58 Cf LINCOLN T A Ephesians p 167 59 HUGEDE N Commentaire de lrsquoEpicirctre aux Epheacutesiens p 100 60Les paralleacutelismes lexicographiques ont eacuteteacute eacutegalement identifieacutes avec le passage de Col 1 23-29 Cf

MERKLEIN H Das kirchliche Amt nach dem Epheserbrief p 160 passim Dans les deux passages sont

abordeacutes les mecircmes sujets la vocation de Paul comme ministre de lEvangile les souffrances de lapocirctre des

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se situent sur deux grandes perspectives la division en quatre parties fondeacutee sur

lenchainement des ideacutees et sur les paralleacutelismes61 et la division en deux parties fondeacutee

essentiellement sur la reacuteception de la reacuteveacutelation et sa transmission62

224 Organisation et structure de Ep 3 1-13

Pour ce qui est de la structure du texte il a eacuteteacute souligneacute lavantage de la division

bipartite sur la division quadripartite de Ep 3 1-13 En effet la division bipartite tient en

compte non seulement la dimension lexicographique du texte mais aussi la double

theacutematique de Paul qui apparaicirct aux vv 1 et 13 et du mystegravere qui enchaicircne le texte dans

sa dynamique Toutefois cette approche divise le texte en Ep 3 1-6 (la reacuteception de la

reacuteveacutelation par Paul) et Ep 3 7-12 (Paul transmet la reacuteveacutelation aux nations) et fait

totalement abstraction du verset 13 alors quil fait partie inteacutegrante de luniteacute textuelle63

Lorganisation bipartite de lrsquouniteacute textuelle qui prend en compte les eacuteleacutements de

la syntaxe64 malgreacute la difficulteacute que repreacutesentent les versets 1 et 13 peut-ecirctre la plus

approprieacutee pour leacutetude de Ep 3 1-13 sous la perspective de la dynamique soteacuteriologique

du texte En effet la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance entraicircne le texte de Ep

3 1-13 dans sa dynamique Le panorama lexicographique de cette uniteacute textuelle se

trouve profondeacutement marqueacute par la preacutesence des termes ἀποκάλυψιςἀποκαλύπτω

μυστήριον et γνωρίζω dont la reacuteveacutelation et la connaissance apparaissent comme

composantes essentielles du mystegravere

Nations et lannonce du mystegravere cacheacute depuis toujours et maintenant reacuteveacuteleacute La lettre aux Colossiens eacutetant

anteacuterieure agrave celle aux Epheacutesiens certains commentateurs ont penseacute que lauteur de la Lettre aux Epheacutesiens

se serait servi du passage de Col 1 23-29 pour eacutecrire son texte en y reconnaissant deux sources un texte

plus ancien eacutecrit par Paul qui serait Ep 3 8-13 et des ajouts du reacutedacteur de la preacutesente lettre qui serait Ep

3 2-7 Cf BOISMARD M-E Lrsquoeacutenigme de la lettre aux Epheacutesiens p 102 et seq Toutefois en deacutepit des

similitudes entre les deux textes les diffeacuterences sont eacutegalement eacutenormes Aux vv 8-13 le mystegravere reste de

nature christologique et lEglise est linstrument de sa procclamation Cf ALETTI J-N Saint Paul Eacutepicirctre

aux Eacutepheacutesiens p 172 61 BARTH M Ephesians p 350 et seq ROUSSEAU F ldquoLa poeacutetique fondamentale du texte bibliquerdquo

p 164 et seq 62 GNILKA J Der Epheserbrief p 161 passim PFAMMATER J Epheserbrief und Kolosserbrief p 25 63 GNILKA J Der Epheserbrief p 162 et seq 64 Pour un division bibpartite de luniteacute textuelle de Ep 3 1-13 voir SCHLIER H Der Brief an die Epheser

p 147 SCHNACKENBURG R Ephesians p 128 passim PENNA R Lettera agli Efesini p 161

MASSON C LrsquoEpicirctre de saint Paul aux Epheacutesiens p 172 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens

p 172 passim REYNIER C Evangile et mystegravere p 55 passim BOUTTIER M LrsquoEpicirctre de saint Paul

aux Epheacutesiens p 136

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En effet luniteacute textuelle de Ep 3 1-13 se trouve enrobeacutee de la theacutematique de la

souffrance de celui qui se preacutesente en Ep 3 1 comme eacutetant le prisonnier du Christ (ὁ

δέσμιος τοῦ Χριστοῦ) pour les Nations et en Ep 3 13 comme celui dont les tribulations

(θλίψεσίν) sont pour la gloire des Nations Ep 3 1-13 est uniquement composeacute de trois

phrases la premiegravere phrase implique les vv 1-7 la deuxiegraveme prend en compte les vv 8-

12 et la troisiegraveme est constitueacutee du v 13 Comme il a eacuteteacute signaleacute plus haut le v 1 a eacuteteacute

sujet agrave plusieurs controverses sur son lien avec le reste de luniteacute textuelle65 Par sa

correspondance avec le v 13 il fait pourtant partie de luniteacute textuelle et ne peut donc ecirctre

exclu

Toutefois on ne peut nier la diffeacuterence qui seacutepare ce v1 du v 2 qui le suit ainsi

que des autres versets de luniteacute textuelle La diffeacuterence se trouve tant au niveau de la

syntaxe ougrave le v 1 se preacutesente sans aucun verbe quau niveau du vocabulaire qui isole ce

verset du verset suivant Pourtant les vv 2 et 7 forment une inclusion partielle de luniteacute

textuelle par lexpression τῆς χάριτος τοῦ θεοῦ τῆς δοθείσης μοι (la gracircce de Dieu qui

ma eacuteteacute donneacutee)

Les points de contacts entre les vv 1 et 13 qui constituent les limites de cette uniteacute

textuelle sont pourtant marqueacutes non seulement par la theacutematique de la souffrance mais

aussi par la reacutefeacuterence de la premiegravere personne du singulier attribueacutee agrave Paul tant au v 1

(ἐγὼ Παῦλος) quau v 13 (μου) et linsistance dirigeacutee aux Nations pour qui Paul endure

les souffrances (ὑπὲρ ὑμῶν [vv 1 et 13])

Malgreacute sa correspondance avec le v 1 le v 13 qui deacutelimite luniteacute textuelle en

amont est une phrase complegravete avec un sujet un verbe et un compleacutement66 Eucirct eacutegard agrave

ces eacuteleacutements litteacuteraires il en ressort que les vv 1 et 13 ne peuvent ecirctre deacutetacheacutes de Ep 3

1-13 Ils font partie inteacutegrante de cette uniteacute textuelle mais agrave la maniegravere dun cadre ougrave ils

sappellent et se reacutepondent lun agrave lautre dressant la stature de lapocirctre en dialogue avec

les Nations67

65 En se fondant sur le genre litteacuteraire certains excluent le v 1 du reste de luniteacute textuelle et prennent

seulement en consideacuteration les vv 2-13 Cf CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 55 et seq Dautres lincluent dans la premiegravere partie de luniteacute textuelle en la divisant des vv 1-7 et 8-13 Cf

LINDEMANN A Die Aufhebung der Zeit p 58 Pour ROUSSEAU F La poeacutetique fondamentale du texte

biblique Le fait litteacuteraire dun paralleacutelisme eacutelargi et omnipreacutesent p 146 passim le v 1 constitue une partie

du texte qui peut ecirctre reconnue comme la souffrance de Paul 66 Certains auteurs relient le v 13 avec les versets suivants Cf GNILKA J Der Epheserbrief p 179

passim et PENNA R La lettera agli Efesini p 166 Pourtant pour SCHLIER H Der Brief an die

Epheser p 166 et LONA H Die Eschatologie im Lolosser- und Epheserbrief p 280 passim le v 13 est

la conclusion du v12 ou des vv 10-11 et donc lieacute agrave la deuxiegraveme partie de luniteacute textuelle de Ep 3 1-13 67 REYNIER C Evangile et Mystegravere p 56

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Sil y a un changement manifeste entre le v 1 et le v 2 la transition entre le v 2

et le v 3 est assureacutee par la preacuteposition ὅτι qui est conserveacutee dans la traduction faite pour

cette eacutetude comme le montre les eacuteleacutements de critique de textuelle La preacuteposition ὅτι fait

de ce verset une explication de ce qui le preacutecegravede Ce v 3 annonce aussi la theacutematique de

la reacuteveacutelation du mystegravere agrave Paul dans les trois termes clefs de notre eacutetude ἀποκάλυψιν

μυστήριον et ἐγνωρίσθη

Dans la dynamique interne de luniteacute textuelle le terme ἀποκάλυψιν au v 3 trouve

sa reacutesonnance dans lindicatif aoriste ἀπεκαλύφθη au v 5 et le μυστήριον est repris aux

vv 4 et 9 tout en eacutetant introduit au v 5 par le relatif ὅς Au v 3 lindicatif aoriste

ἐγνωρίσθη a pour objet le mystegravere et pour modaliteacute la reacuteveacutelation dont lunique

destinataire est Paul alors quau v 5 ἐγνωρίσθη a une connotation neacutegative et eacutelargit

leacutetendue des destinataires 68 Dans toutes ses occurrences le mystegravere est lieacute agrave la

connaissance et ses diffeacuterentes reprises donnent lieu agrave un eacutelargissement progressif de la

theacutematique du mystegravere sous langle de la connaissance et de la reacuteveacutelation69

Si au v 3 il a eacuteteacute question du mystegravere qui a eacuteteacute donneacute agrave Paul de connaicirctre au v

4 il est question de son intelligence dans le mystegravere du Christ La theacutematique du mystegravere

eacutevolue Il sagit au v 4 du μυστήριον τοῦ Χριστοῦ Pourtant le paralleacutelisme entre καθὼς

προέγραψα ἐν ὀλίγῳ agrave la fin du v 3 et πρὸς ὃ δύνασθε ἀναγινώσκοντες au deacutebut du v 4

met en vue un rapport de compleacutementariteacute et de finaliteacute entre lacte deacutecriture fixeacute dans le

passeacute et lacte de lecture qui souvre sur une dureacutee indeacutetermineacutee70

La theacutematique du mystegravere poursuit son cours au v 5 introduit par le relatif ὅς Le

mystegravere qui na pas eacuteteacute fait connaicirctre dans le passeacute est maintenant reacuteveacuteleacute et les apocirctres et

les prophegravetes en sont les beacuteneacuteficiaires La reacuteveacutelation progressive du mystegravere marque une

opposition radicale dans le temps le passeacute ougrave le mystegravere eacutetait inconnu et le preacutesent ougrave il

est connu Cest sur cette opposition radicale du preacutesent et du passeacute formuleacutee sous la

forme du connu et de linconnu que les vv 5-7 constituent la pointe de luniteacute textuelle71

Cest dans la dynamique de cette opposition radicale que le v 6 annonce le contenu

du mystegravere les Nations sont coheacuteritiegraveres co-corporeacutees et coparticipantes de la promesse

Les vv 3-6 se trouvent donc agrave lrsquointeacuterieur drsquoune inclusion partielle formeacutee par les vv 2 et

772 Cette inclusion met en relief la theacutematique de la gratuiteacute de la gracircce divine qui se

68 Ibid p 60 69 Ibid 70 Ibid p 61 71 LONA H Die Eschatologie im Lolosser- und Epheserbrief p 280 passim 72 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 182

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trouve agrave ses extreacutemiteacutes en la combinant avec la theacutematique de la reacuteveacutelation du mystegravere

qui se trouve en son centre73

La nouvelle phrase qui commence au v 8 reprend la theacutematique de la gracircce donneacutee

agrave Paul Au v 1 la gracircce a eacuteteacute donneacutee agrave Paul en faveur des Nations Au v 7 cette gracircce

la constitueacute serviteur de lEvangile Le v 8 combine alors les deux actions comme une

sorte dinsistance en mettant en vue la gracircce reccedilue dannoncer lEvangile aux Nations

Sans aucune interruption le v 9 introduit par la conjonction καί enchaicircne le deuxiegraveme

volet de la mission reccedilue qui est celle de mettre en lumiegravere le mystegravere cacheacute depuis les

siegravecles

Mais la phrase qui prend son cours au v 8 sachegraveve au v 1274 Le ἵνα placeacute au

deacutebut du v 10 permet de passer de leacuteconomie du mystegravere cacheacute agrave la connaissance de la

sagesse de Dieu75 Le mystegravere qui eacutetait cacheacute depuis les siegravecles est maintenant connu

comme eacutetant lœuvre de la sagesse multiple de Dieu Cest par lEglise que cette sagesse

sera connue des principauteacutes et des puissances dans les cieux On passe du vocabulaire

de connaissance agrave connotation apocalyptique des vv 2-7 agrave un vocabulaire de

connaissance agrave connotation sapientielle dans les vv 8-1276

Le temps de lEglise exprimeacute au v 10 entre dans le projet eacuteternel de Dieu reacutealiseacute

dans le christ Jeacutesus (v 11) Lexpression ἐν τῷ Χριστῷ Ἰησοῦ τῷ κυρίῳ ἡμῶν reacuteintroduit

aux vv 11 et 12 la premiegravere personne du pluriel et agrave la diffeacuterence des vv 2-7 les vv 8-

12 sont dans la premiegravere personne du pluriel77

Eucirct eacutegard agrave lanalyse qui preacutecegravede il en ressort que luniteacute textuelle de Ep 3 1-13

est organiseacutee en deux parties compleacutementaires Ep 3 2-7 et Ep 3 8-12 La premiegravere partie

construite sur un scheacutema concentrique annonce la theacutematique de la reacuteveacutelation du mystegravere

et lautre construite sur une dynamique eacutevolutive traite du deacuteploiement de ce mystegravere

dans lunivers par lactiviteacute de Paul et de lEglise78

73 REYNIER C Evangile et Mystegravere p 65 74 LONA H Die Eschatologie im Lolosser- und Epheserbrief p 280 preacutesente les vv 8-13 en deux parties vv 8-10 et vv 11-13 La premiegravere partie est en parallegravele avec les vv 2-7 et la deuxiegraveme partie na pas de

parallegravele dans la premiegravere partie 75 REYNIER C Evangile et mystegravere p 71 76 Ibid p 75 77 BOUTTIER M LrsquoEpicirctre de saint Paul aux Epheacutesiens p 149 78 REYNIER C Op cit p 79 preacutesente dans la deuxiegraveme partie (vv 8-12) une structure parallegravele ouverte

En effet la structure bipartite preacutesenteacutee par cet auteur deacutecoupe de maniegravere excessive le texte en tregraves petits

morceaux et finit par perdre la valeur du texte comme un tout Pour la structure complegravete preacutesenteacutee par cet

auteur voir REYNIER C Evangile et mystegravere p 272-273

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Les vv 1 et 13 en se reacutepondant encadrent le deacuteveloppement de luniteacute textuelle

par leacutevocation de la souffrance apostolique en faveur des Nations 79 Le scheacutema ci-

dessous preacutesente lorganisation du texte dans sa structure qui servira pour cette eacutetude des

dynamismes soteacuteriologiques en lien avec la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance80

1A cause de cela moi Paul le prisonnier du Christ [Jeacutesus] pour vous les Nations

A 2Si vraiment vous avez appris la dispensation de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute

donneacutee pour vous

B 3[car] au cours dune reacuteveacutelation ma eacuteteacute fait connaicirctre le mystegravere comme je lai eacutecrit briegravevement

C4pour que vous soyez capables en lisant de comprendre mon

intelligence dans le mystegravere du Christ 5qui na pas eacuteteacute fait connaicirctre des

autres geacuteneacuterations des fils des hommes

B comme maintenant il a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave ses saints apocirctres et

prophegravetes dans lEsprit 6les Nations sont coheacuteritiegraveres co-corporeacutees et co-

participantes de la promesse dans le Christ Jeacutesus par lEvangile

A 7dont jai eacuteteacute fait serviteur selon le don de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute donneacutee

selon le deacuteploiement de sa puissance

8A moi le plus petit de tous les saints a eacuteteacute donneacutee cette gracircce dannoncer lEvangile

aux Nations linsondable richesse du Christ 9et de mettre en lumiegravere la dispensation du

mystegravere cacheacute depuis les siegravecles en Dieu qui creacutea toutes choses 10afin que soit

maintenant fait connaitre des principauteacutes et des puissances dans les cieux par

lEglise la sagesse multiple de Dieu

11selon le projet des siegravecles quil a reacutealiseacute dans le Christ Jeacutesus notre Seigneur 12en qui

nous avons la hardiesse et laccegraves dans la confiance par sa foi

13Ainsi je demande de ne pas perdre courage dans mes tribulations pour vous ce

qui est votre gloire

79 BOUTTIER M LrsquoEpicirctre de saint Paul aux Epheacutesiens p 136 80 Nous prenons comme base les structures proposeacutees par LONA H Die Eschatologie im Lolosser- und

Epheserbrief p 280 et REYNIER C Evangile et mystegravere p 272 passim Toutefois nous apportons des

modifications neacutecessaires pour le cadre de notre eacutetude Si la structure de Reynier subit un deacutecoupage

excessif qui fait perdre le texte et sa coheacuterence celle de Lona preacutesente au mieux lorganisation concentrique

des vv 2-7 comme premiegravere partie de Ep 3 1-13 ainsi que la division en deux sous-parties de la deuxiegraveme

partie du texte vv 8-10 et vv 11-13 Le deacutefaut ici est davoir inclu le v 13 comme faisant partie de cette

deuxiegraveme sous-partie malgreacute les diffeacuterences que nous avons signaleacutees plus haut Aussi il ne trouve pas de

correspondance des vv 11-13 dans la premiegravere partie du texte (vv 2-7) Enfin quen est-il du v 1 Pour

lui ce verset est tout simplement un anacoluthe

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41

225 Organisation de la dynamique soteacuteriologique de luniteacute textuelle

A partir dune approche synchronique des dynamismes soteacuteriologiques preacutesents

en Ep 3 1-13 la reacuteveacutelation le mystegravere et la connaissance apparaissent comme des champs

seacutemantiques les plus importants pour exprimer le deacuteploiement de la gracircce de Dieu dans

la communauteacute chreacutetienne Ces dynamismes sont proportionneacutes par des agents

soteacuteriologiques dont le premier Paul commence e termine la dynamique soteacuteriologique

du texte (vv 113) sous la forme dune inclusion

Le prisonnier du Christ Jeacutesus (v 1) apparaicirct comme agent soteacuteriologique pour la

communauteacute croyante agrave partir de ses souffrances pour le Christ (v 13) La souffrance du

serviteur de lEvangile (v 7) et dispensateur du mystegravere divin (v 9) devient le lieu ougrave se

rend preacutesent le salut de Dieu pour la communauteacute chreacutetienne

Le premier moment dynamique de notre texte (vv 2-7) sarticule autour de 7

dynamismes soteacuteriologiques signifieacutes par 26 champs seacutemantiques Le deuxiegraveme moment

dynamique (vv 8-12) est marqueacute par 6 dynamismes soteacuteriologiques signifieacutes par 29

champs seacutemantiques En effet luniteacute des versets 2 agrave 12 et le paralleacutelisme existant entre

les versets 1 et 13 formant une inclusion globale du texte indiquent les principaux thegravemes

du passage et deacutelimitent la peacutericope dans son uniteacute litteacuteraire81

Dans un premier moment du texte le mystegravere est reacuteveacuteleacute agrave Paul Et ce mystegravere qui

lui est donneacute de connaicirctre particuliegraverement au cours dune reacuteveacutelation est destineacute pour les

Nations qui en sont les beacuteneacuteficiaires Cest ainsi que ce premier moment qui sarticule

autour de la reacuteveacutelation (et donc de la connaissance) du mystegravere atteint son paroxysme

dans la reacuteveacutelation de la nouvelle situation des Nations comme expression concregravete et

sublime du mystegravere cacheacute depuis toujours

Ce premier moment dynamique du texte (vv 2-7) deacutebouche degraves lors sur le

deuxiegraveme moment (vv 8-12) qui sarticule autour de la dispensation de ce mystegravere cacheacute

en Dieu depuis les siegravecles Le mystegravere se fait connaicirctre non seulement par lactiviteacute de

Paul mais aussi par lintermeacutediaire de lEglise La communauteacute chreacutetienne devient le lieu

ougrave la creacuteation toute entiegravere est appeleacutee agrave connaicirctre la sagesse multiple de Dieu

81 REYNIER C Evangile et Mystegravere p 78

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42

23 Identification et lecture des dynamismes soteacuteriologiques de Ep 3 1-13

Dans la dynamique de la lettre Ep 3 1-13 se trouve dans le chapitre 3 qui met un

terme agrave la premiegravere partie de la lettre marqueacutee par un exposeacute du mystegravere du salut de Dieu

qui se rend preacutesent dans la vie de la communauteacute eccleacutesiale Cet exposeacute deacutebouche sur une

exhortation de lapocirctre pour une appropriation du mystegravere du Christ dans la communauteacute

eccleacutesiale

La lettre souvre sur le projet salvifique de Dieu qui nous a beacutenis par toutes sortes

de beacuteneacutedictions spirituelles nous a eacutelus en lui degraves avant la fondation du monde nous a

preacutedestineacutes agrave ecirctre ses fils adoptifs en Jeacutesus Christ et nous a fait connaicirctre le mystegravere de sa

volonteacute (cf Ep 1 3b-59) Lauteur enchaicircne avec les effets du salut qui loin decirctre reacuteserveacute

pour la fin des temps se rend deacutejagrave preacutesent dans la nouvelle situation de la communauteacute

chreacutetienne reacuteconcilieacutee dans et par le Christ (cf Ep 2 1-22)

Cest alors quen deacuteveloppant sa connaissance du mystegravere divin qui lui a eacuteteacute reacuteveacuteleacute

lauteur se preacutesente comme eacutetant le serviteur de ce mystegravere du Christ dans les eacutepreuves

(cf Ep 3 113) Ce contexte est celui dans lequel se situent les dynamismes

soteacuteriologiques preacutesenteacutes dans les tableaux ci-dessous et analyseacutes au long de cette eacutetude

Tabeaux 3 Dynamismes soteacuteriologiques de Ep 3 12-7

I

Ep 3 1

1Toutou carin evgw Pauloj o` desmioj tou Cristou IcircVIhsouETH uper u`mwn twn evqnwn

1A cause de cela moi Paul le prisonnier du Christ [Jeacutesus] pour vous les Nations

Relation soteacuteriologique Moi Paul le prisonnier du Christ [Jeacutesus] pour vous les Nations

Champs seacutemantiques δέσμιος (Prisonnier) evqnwn - ἔθνος (Nations)

Agent soteacuteriologique Paul

Expressions affines 13Ainsi je demande de ne pas perdre courage dans mes tribulations

pour vous ce qui est votre gloire

Relation dans le Christ Communion dans leacutepreuve et appartenance

Beacuteneacuteficiaires Les Nations

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43

II

Ep 3 2

2ei ge hvkousate thn oivkonomian thj caritoj tou qeou thj doqeishj moi eivj u`maj

2Si vraiment vous avez appris la dispensation de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute donneacutee pour

vous

Action soteacuteriologique Vous avez appris la dispensation de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute

donneacutee pour vous

Champs seacutemantiques hvkousate - ἀκούω (Ecoute) oivkonomian - οἰκονομία (Dispensation) caritoj (Gracircce) δοθείσης - δίδωμι (Don)

Agent Soteacuteriologique Dieu

Expressions affines 3car au cours dune reacuteveacutelation ma eacuteteacute fait connaicirctre le mystegravere comme je lai eacutecrit briegravevement

Autres deacuteterminations 4pour que vous soyez capables en lisant de comprendre mon intelligence dans le mystegravere du Christ 5qui na pas eacuteteacute fait connaicirctre des autres geacuteneacuterations des

fils des hommes comme maintenant il a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave ses saints apocirctres et prophegravetes dans

lEsprit

Relation avec Dieu Beacuteneacutefice du don gratuit

Beacuteneacuteficiaires Paul et Les Nations

III

Ep 3 3-4

3[ὅτι] κατὰ ἀποκάλυψιν ἐγνωρίσθη μοι τὸ μυστήριον καθὼς προέγραψα ἐν ὀλίγῳ 4 πρὸς ὃ

δύνασθε ἀναγινώσκοντες νοῆσαι τὴν σύνεσίν μου ἐν τῷ μυστηρίῳ τοῦ Χριστοῦ

3Car au cours dune reacuteveacutelation ma eacuteteacute fait connaicirctre le mystegravere comme je lai eacutecrit

briegravevement 4pour que vous soyez capables en lisant de comprendre mon intelligence dans le mystegravere du Christ

Action soteacuteriologique au cours dune reacuteveacutelation ma eacuteteacute fait connaicirctre le mystegravere comme je lai eacutecrit

Champs seacutemantiques ἀποκάλυψιν (Reacuteveacutelation) ἐγνωρίσθη - γνωρίζω (Connaissance)

μυστήριον (Mystegravere) προέγραψα - προγράφω (Ecrire avant Ecriture)

Agent Soteacuteriologique Dieu

Expressions affines 5qui na pas eacuteteacute fait connaicirctre des autres geacuteneacuterations des fils des hommes comme maintenant il a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave ses saints apocirctres et prophegravetes dans lEsprit 6Les

Nations sont coheacuteritiegraveres co-corporeacutees et coparticipantes de la promesse dans le Christ Jeacutesus

par lEvangile 7dont jai eacuteteacute fait serviteur selon le don de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute donneacutee

selon le deacuteploiement de sa puissance

Autres deacuteterminations 8A moi le plus petit de tous les saints a eacuteteacute donneacutee cette gracircce

dannoncer lEvangile aux Nations linsondable richesse du Christ 9et de mettre en lumiegravere la dispensation du mystegravere cacheacute depuis les siegravecles en Dieu qui creacutea toutes choses

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44

Relation avec Dieu Beacuteneacutefice dans la connaissance du mystegravere

Beacuteneacuteficiaire Paul

IV

Ep 3 3-4

3[ὅτι] κατὰ ἀποκάλυψιν ἐγνωρίσθη μοι τὸ μυστήριον καθὼς προέγραψα ἐν ὀλίγῳ 4πρὸς ὃ

δύνασθε ἀναγινώσκοντες νοῆσαι τὴν σύνεσίν μου ἐν τῷ μυστηρίῳ τοῦ Χριστοῦ

3Car au cours dune reacuteveacutelation ma eacuteteacute fait connaicirctre le mystegravere comme je lai eacutecrit

briegravevement 4pour que vous soyez capables en lisant de comprendre mon intelligence dans le mystegravere du Christ

Action soteacuteriologique pour que vous soyez capables en lisant de comprendre mon

intelligence dans le mystegravere du Christ

Champs seacutemantiques ἀναγινώσκοντες - ἀναγινώσκω (Lecture) νοῆσαι - νοέω

(Compreacutehension) σύνεσίν (Intelligence) μυστηρίῳ (Mystegravere)

Agent Soteacuteriologique Christ

Expressions affines 1A cause de cela moi Paul le prisonnier du Christ [Jeacutesus] pour vous les Nations 2Si vraiment vous avez appris la dispensation de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute

donneacutee pour vous 3car au cours dune reacuteveacutelation ma eacuteteacute fait connaicirctre le mystegravere comme je

lai eacutecrit briegravevement

Autres deacuteterminations 8A moi le plus petit de tous les saints a eacuteteacute donneacutee cette gracircce

dannoncer lEvangile aux Nations linsondable richesse du Christ 9et de mettre en lumiegravere la

dispensation du mystegravere cacheacute depuis les siegravecles en Dieu qui creacutea toutes choses

Relation avec le Christ Communion dans le mystegravere Intermeacutediaire

Beacuteneacuteficiaire Paul Nations

V

Ep 3 5-7 5 ὃ ἑτέραις γενεαῖς οὐκ ἐγνωρίσθη τοῖς υἱοῖς τῶν ἀνθρώπων ὡς νῦν ἀπεκαλύφθη τοῖς ἁγίοις

ἀποστόλοις αὐτοῦ καὶ προφήταις ἐν πνεύματι 6 εἶναι τὰ ἔθνη συγκληρονόμα καὶ σύσσωμα

καὶ συμμέτοχα τῆς ἐπαγγελίας ἐν Χριστῷ Ἰησοῦ διὰ τοῦ εὐαγγελίου 7οὗ ἐγενήθην διάκονος κατὰ τὴν δωρεὰν τῆς χάριτος τοῦ θεοῦ τῆς δοθείσης μοι κατὰ τὴν ἐνέργειαν τῆς δυνάμεως

αὐτοῦ

5qui na pas eacuteteacute fait connaicirctre des autres geacuteneacuterations des fils des hommes comme maintenant il a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave ses saints apocirctres et prophegravetes dans lEsprit 6Les Nations sont coheacuteritiegraveres co-

corporeacutees et coparticipantes de la promesse dans le Christ Jeacutesus par lEvangile 7dont jai eacuteteacute

fait serviteur selon le don de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute donneacutee selon le deacuteploiement de sa puissance

Action soteacuteriologique Maintenant il a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave ses saints apocirctres et prophegravetes dans lEsprit

Champs seacutemantiques νῦν (Maintenant) ἀπεκαλύφθη - ἀποκαλύπτω (Reacuteveacutelation) ἁγίοις

(Sainteteacute) ἀποστόλοις (Apostolat) προφήταις (Propheacutetie) ἐν πνεύματι (Communion avecdans lEsprit)

Agent Soteacuteriologique Christ

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45

Expressions opposeacutees 5qui na pas eacuteteacute fait connaicirctre des autres geacuteneacuterations des fils des

hommes

Expressions affines 1A cause de cela moi Paul le prisonnier du Christ [Jeacutesus] pour vous

les Nations 2Si vraiment vous avez appris la dispensation de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute

donneacutee pour vous 3car au cours dune reacuteveacutelation ma eacuteteacute fait connaicirctre le mystegravere comme je lai eacutecrit briegravevement 4pour que vous soyez capables en lisant de comprendre mon

intelligence dans le mystegravere du Christ

Autres deacuteterminations 8A moi le plus petit de tous les saints a eacuteteacute donneacutee cette gracircce

dannoncer lEvangile aux Nations linsondable richesse du Christ 9et de mettre en lumiegravere la

dispensation du mystegravere cacheacute depuis les siegravecles en Dieu qui creacutea toutes choses

Relation avec le Christ Communion dans lEsprit

Beacuteneacuteficiaires Apocirctres et Prophegravetes

VI

Ep 3 5-7

5ὃ ἑτέραις γενεαῖς οὐκ ἐγνωρίσθη τοῖς υἱοῖς τῶν ἀνθρώπων ὡς νῦν ἀπεκαλύφθη τοῖς ἁγίοις ἀποστόλοις αὐτοῦ καὶ προφήταις ἐν πνεύματι 6εἶναι τὰ ἔθνη συγκληρονόμα καὶ σύσσωμα

καὶ συμμέτοχα τῆς ἐπαγγελίας ἐν Χριστῷ Ἰησοῦ διὰ τοῦ εὐαγγελίου 7οὗ ἐγενήθην διάκονος

κατὰ τὴν δωρεὰν τῆς χάριτος τοῦ θεοῦ τῆς δοθείσης μοι κατὰ τὴν ἐνέργειαν τῆς δυνάμεως

αὐτοῦ

5qui na pas eacuteteacute fait connaicirctre des autres geacuteneacuterations des fils des hommes comme maintenant il

a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave ses saints apocirctres et prophegravetes dans lEsprit 6Les Nations sont coheacuteritiegraveres co-

corporeacutees et coparticipantes de la promesse dans le Christ Jeacutesus par lEvangile 7dont jai eacuteteacute fait serviteur selon le don de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute donneacutee selon le deacuteploiement de sa

puissance

Action soteacuteriologique Les Nations sont coheacuteritiegraveres co-corporeacutees et coparticipantes de la

promesse dans le Christ Jeacutesus par lEvangile

Champs seacutemantiques ἔθνη (Nations) συγκληρονόμα (Heacuteritage) σύσσωμα (Corps) συμμέτοχα (Participation) ἐπαγγελίας (Promesse) εὐαγγελίου

(Evangile) Communion (manifesteacutee par la preacuteposition ἐν)

Agent Soteacuteriologique Evangile

Expressions opposeacutees 5qui na pas eacuteteacute fait connaicirctre des autres geacuteneacuterations des fils des hommes

Expressions affines 1A cause de cela moi Paul le prisonnier du Christ [Jeacutesus] pour vous

les Nations 2Si vraiment vous avez appris la dispensation de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute donneacutee pour vous 3Car au cours dune reacuteveacutelation ma eacuteteacute fait connaicirctre le mystegravere comme je

lai eacutecrit briegravevement 4pour que vous soyez capables en lisant de comprendre mon

intelligence dans le mystegravere du Christ

Autres deacuteterminations 8A moi le plus petit de tous les saints a eacuteteacute donneacutee cette gracircce

dannoncer lEvangile aux Nations linsondable richesse du Christ 9et de mettre en lumiegravere la

dispensation du mystegravere cacheacute depuis les siegravecles en Dieu qui creacutea toutes choses

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Relation dansavec le Christ Communion

Beacuteneacuteficiaires Les Nations

VII

Ep 3 5-7

5ὃ ἑτέραις γενεαῖς οὐκ ἐγνωρίσθη τοῖς υἱοῖς τῶν ἀνθρώπων ὡς νῦν ἀπεκαλύφθη τοῖς ἁγίοις

ἀποστόλοις αὐτοῦ καὶ προφήταις ἐν πνεύματι 6εἶναι τὰ ἔθνη συγκληρονόμα καὶ σύσσωμα

καὶ συμμέτοχα τῆς ἐπαγγελίας ἐν Χριστῷ Ἰησοῦ διὰ τοῦ εὐαγγελίου 7οὗ ἐγενήθην διάκονος κατὰ τὴν δωρεὰν τῆς χάριτος τοῦ θεοῦ τῆς δοθείσης μοι κατὰ τὴν ἐνέργειαν τῆς δυνάμεως

αὐτοῦ

5qui na pas eacuteteacute fait connaicirctre des autres geacuteneacuterations des fils des hommes comme maintenant il a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave ses saints apocirctres et prophegravetes dans lEsprit 6Les Nations sont coheacuteritiegraveres co-

corporeacutees et coparticipantes de la promesse dans le Christ Jeacutesus par lEvangile 7dont jai eacuteteacute

fait serviteur selon le don de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute donneacutee selon le deacuteploiement de sa puissance

Action soteacuteriologique jai eacuteteacute fait serviteur selon le don de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute

donneacutee selon le deacuteploiement de sa puissance

Champs seacutemantiques ἐγενήθην - γίνομαι (Devenir) διάκονος (Service) δωρεὰν - δωρεά

(Don) χάριτος (Gracircce) ἐνέργειαν - ἐνέργεια (Deacuteploiement) δυνάμεως - δύναμις (Puissance)

Agent Soteacuteriologique Le don de la gracircce de Dieu

Expressions affines 1A cause de cela moi Paul le prisonnier du Christ [Jeacutesus] pour vous les Nations 2Si vraiment vous avez appris la dispensation de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute

donneacutee pour vous

Autres deacuteterminations 8A moi le plus petit de tous les saints a eacuteteacute donneacutee cette gracircce dannoncer lEvangile aux Nations linsondable richesse du Christ 9et de mettre en lumiegravere la

dispensation du mystegravere cacheacute depuis les siegravecles en Dieu qui creacutea toutes choses

Relation avec Dieu Service

Beacuteneacuteficiaire Paul

Tabeaux 4 Dynamismes soteacuteriologiques de Ep 3 8-1213

VIII

Ep 3 8-9

8 Ἐμοὶ τῷ ἐλαχιστοτέρῳ πάντων ἁγίων ἐδόθη ἡ χάρις αὕτη τοῖς ἔθνεσιν εὐαγγελίσασθαι τὸ

ἀνεξιχνίαστον πλοῦτος τοῦ Χριστοῦ 9καὶ φωτίσαι [πάντας] τίς ἡ οἰκονομία τοῦ μυστηρίου τοῦ ἀποκεκρυμμένου ἀπὸ τῶν αἰώνων

ἐν τῷ θεῷ τῷ τὰ πάντα κτίσαντι

8A moi le plus petit de tous les saints a eacuteteacute donneacutee cette gracircce dannoncer lEvangile aux

Nations linsondable richesse du Christ 9et de mettre en lumiegravere la dispensation du mystegravere

cacheacute depuis les siegravecles en Dieu qui creacutea toutes choses

Action soteacuteriologique A moi le plus petit de tous les saints a eacuteteacute donneacutee cette gracircce

dannoncer lEvangile aux Nations linsondable richesse du Christ

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Champs seacutemantiques ἐλαχιστοτέρῳ - ἐλάσσων (Le plus petit) ἁγίων - ἅγιος (Sainteteacute)

ἐδόθη - δίδωμι (Don) χάρις (Gracircce) εὐαγγελίσασθαι - εὐαγγελίζω (Evangile) ἔθνεσιν

(Nations) πλοῦτος (Richesse)

Agent Soteacuteriologique Dieu

Expressions affines 9et de mettre en lumiegravere la dispensation du mystegravere cacheacute depuis les siegravecles en Dieu qui creacutea toutes choses

Expressions opposeacutees 5qui na pas eacuteteacute fait connaicirctre des autres geacuteneacuterations des fils des hommes

Autres deacuteterminations 10Afin quil soit maintenant connu des principauteacutes et des puissances

dans les cieux par lEglise la sagesse multiple de Dieu 11selon le projet des siegravecles quil a reacutealiseacute dans le Christ Jeacutesus notre Seigneur

Relation avec Dieu Service de lannonce de lEvangile

Beacuteneacuteficiaire Paul

IX

Ep 3 8-9 8 Ἐμοὶ τῷ ἐλαχιστοτέρῳ πάντων ἁγίων ἐδόθη ἡ χάρις αὕτη τοῖς ἔθνεσιν εὐαγγελίσασθαι τὸ

ἀνεξιχνίαστον πλοῦτος τοῦ Χριστοῦ 9καὶ φωτίσαι [πάντας] τίς ἡ οἰκονομία τοῦ μυστηρίου τοῦ ἀποκεκρυμμένου ἀπὸ τῶν αἰώνων

ἐν τῷ θεῷ τῷ τὰ πάντα κτίσαντι

8A moi le plus petit de tous les saints a eacuteteacute donneacutee cette gracircce dannoncer lEvangile aux

Nations linsondable richesse du Christ 9et de mettre en lumiegravere la dispensation du mystegravere

cacheacute depuis les siegravecles en Dieu qui creacutea toutes choses

Action soteacuteriologique mettre en lumiegravere la dispensation du mystegravere cacheacute depuis les siegravecles

en Dieu qui creacutea toutes choses

Champs seacutemantiques φωτίσαι - φωτίζω (Lumiegravere) οἰκονομία (Dispensation) μυστηρίου

(Mystegravere) κτίσαντι - κτίζω (Creacuteation) αἰώνων (Siegravecles)

Agent Soteacuteriologique Dieu

Expressions affines 7Dont jai eacuteteacute fait serviteur selon le don de la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute

donneacutee selon le deacuteploiement de sa puissance 8A moi le plus petit de tous les saints a eacuteteacute donneacutee cette gracircce dannoncer lEvangile aux Nations linsondable richesse du Christ

Expressions opposeacutees 5qui na pas eacuteteacute fait connaicirctre des autres geacuteneacuterations des fils des hommes

Autres deacuteterminations 10Afin quil soit maintenant connu des principauteacutes et des puissances

dans les cieux par lEglise la sagesse multiple de Dieu 11selon le projet des siegravecles quil a

reacutealiseacute dans le Christ Jeacutesus notre Seigneur

Relation avec Dieu Service du mystegravere cacheacute

Beacuteneacuteficiaire Paul

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X

Ep 3 10-11

10 ἵνα γνωρισθῇ νῦν ταῖς ἀρχαῖς καὶ ταῖς ἐξουσίαις ἐν τοῖς ἐπουρανίοις διὰ τῆς ἐκκλησίας ἡ

πολυποίκιλος σοφία τοῦ θεοῦ 11κατὰ πρόθεσιν τῶν αἰώνων ἣν ἐποίησεν ἐν τῷ Χριστῷ Ἰησοῦ τῷ κυρίῳ ἡμῶν

10Afin quil soit maintenant connu des principauteacutes et des puissances dans les cieux par

lEglise la sagesse multiple de Dieu 11selon le projet des siegravecles quil a reacutealiseacute dans le Christ

Jeacutesus notre Seigneur

Action soteacuteriologique quil soit maintenant connu des principauteacutes et des puissances dans

les cieux par lEglise la sagesse multiple de Dieu

Champs seacutemantiques νῦν (Maintenant) γνωρισθῇ - γνωρίζω (Connaissance) ἀρχαῖς

(Principauteacutes) ἐξουσίαις (Puissances) ἐπουρανίοις (Cieux) ἐκκλησίας (Eglise) σοφία

(Sagesse)

Agent Soteacuteriologique Eglise

Expressions affines 4pour que vous soyez capables en lisant de comprendre mon

intelligence dans mystegravere du Christ 5bccomme maintenant il a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave ses saints apocirctres et prophegravetes dans lEsprit 6Les Nations sont coheacuteritiegraveres co-corporeacutees et coparticipantes de la

promesse dans le Christ Jeacutesus par lEvangile

Expressions opposeacutees 5aqui na pas eacuteteacute fait connaicirctre des autres geacuteneacuterations des fils des

hommes

Autres deacuteterminations 11selon le projet des siegravecles quil a reacutealiseacute dans le Christ Jeacutesus notre

Seigneur 12En qui nous avons la hardiesse et laccegraves dans la confiance par sa foi

Relation avec Dieu Agent intermeacutediaire

Beacuteneacuteficiaire Puissances et Principauteacutes dans les cieux

XI

Ep 3 10-11

10ἵνα γνωρισθῇ νῦν ταῖς ἀρχαῖς καὶ ταῖς ἐξουσίαις ἐν τοῖς ἐπουρανίοις διὰ τῆς ἐκκλησίας ἡ

πολυποίκιλος σοφία τοῦ θεοῦ 11κατὰ πρόθεσιν τῶν αἰώνων ἣν ἐποίησεν ἐν τῷ Χριστῷ Ἰησοῦ τῷ κυρίῳ ἡμῶν

10Afin quil soit maintenant connu des principauteacutes et des puissances dans les cieux par

lEglise la sagesse multiple de Dieu 11selon le projet des siegravecles quil a reacutealiseacute dans le Christ Jeacutesus notre Seigneur

Action soteacuteriologique le projet des siegravecles quil a reacutealiseacute dans le Christ Jeacutesus notre Seigneur

Champs seacutemantiques πρόθεσιν - πρόθεσις (Projet) αἰώνων - αἰών (eacuteternel siegravecles) ἐποίησεν

- ποιέω (Reacutealisation) ἐν τῷ Χριστῷ Ἰησοῦ τῷ κυρίῳ ἡμῶν (Communion dans le Christ

Seigneur)

Agent Soteacuteriologique Dieu

Expressions affines 1A cause de cela moi Paul le prisonnier du Christ [Jeacutesus] pour vous les Nations 12En qui nous avons la hardiesse et laccegraves dans la confiance par sa foi

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49

Autres deacuteterminations 13Ainsi je demande de ne pas perdre courage dans mes tribulations

pour vous ce qui est votre gloire

Relation avec le Christ Communion dans le projet

Beacuteneacuteficiaire Nous (les croyants)

XII

Ep 3 12

12ἐν ᾧ ἔχομεν τὴν παρρησίαν καὶ προσαγωγὴν ἐν πεποιθήσει διὰ τῆς πίστεως αὐτοῦ

12En qui nous avons la hardiesse et laccegraves dans la confiance par sa foi

Action soteacuteriologique En qui nous avons la hardiesse et laccegraves dans la confiance par sa foi

Champs seacutemantiques παρρησίαν - παρρησία (Hardiesse) προσαγωγὴν - προσαγωγή

(Accegraves) πεποιθήσει - πεποίθησις (Confiance) πίστεως - πίστις (Foi)

Agent Soteacuteriologique Le Christ

Expressions affines 10Afin quil soit maintenant connu des principauteacutes et des puissances dans les cieux par lEglise la sagesse multiple de Dieu 11selon le projet des siegravecles quil a

reacutealiseacute dans le Christ Jeacutesus notre Seigneur

Autres deacuteterminations 8A moi le plus petit de tous les saints a eacuteteacute donneacutee cette gracircce dannoncer lEvangile aux Nations linsondable richesse du Christ

Relation avec le Christ Communion dans la foi Beacuteneacuteficiaire Nous (les croyants)

XIII

Ep 3 13

13διὸ αἰτοῦμαι μὴ ἐγκακεῖν ἐν ταῖς θλίψεσίν μου ὑπὲρ ὑμῶν ἥτις ἐστὶν δόξα ὑμῶν

13Ainsi je demande de ne pas perdre courage dans mes tribulations pour vous ce qui est votre

gloire

Relation soteacuteriologique Je demande de ne pas perdre courage dans mes tribulations pour vous ce qui est votre gloire

Champs seacutemantiques ἐγκακεῖν - ἐγκακέω (Perdre courage) θλίψεσίν - θλῖψις (Tribulation) δόξα (Gloire)

Agent Soteacuteriologique Paul

Expressions affines 1A cause de cela moi Paul le prisonnier du Christ [Jeacutesus] pour vous

les Nations

Autres deacuteterminations 8A moi le plus petit de tous les saints a eacuteteacute donneacutee cette gracircce

dannoncer lEvangile aux Nations linsondable richesse du Christ

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Relation avec Paul Communion dans la perseacuteveacuterance

Beacuteneacuteficiaire Vous (Les Nations)

231 Bregraveve lecture des dynamismes de Ep 3 1-13

Les tableaux ci-dessus offrent une grille de lecture sur les agents et les diffeacuterentes

composantes de la dynamique salvifique de Ep 3 1-13 Les reacutesultats de cette lecture en

plus des eacuteleacutements de lanalyse litteacuteraire effectueacutee plus haut serviront de base pour

lhermeacuteneutique theacuteologique de ces dynamismes

Sur un ensemble de 13 versets qui constituent la peacutericope se trouvent un total de

13 dynamismes salvifiques Ces dynamismes sont signifieacutes par 48 champs seacutemantiques

dont les Nations la Gracircce le Don la Dispensation Maintenant lEvangile la

Communion et les siegravecles forment avec la reacuteveacutelation le mystegravere et la connaissance en

sont les plus freacutequents Le tableau ci-dessous preacutesente le nombre total des champs

seacutemantiques identifieacutes ainsi que leurs formes dexpressions dans la dynamique du texte

Tabeaux 5 Champs seacutemantiques identifieacutes

No Champ seacutemantique Forme dexpression Reacutefeacuterence Freacutequ-

ence

1

Prisonnier δέσμιος 31 1

2 Nations evqnwn ἔθνη ἔθνεσιν 3168 3

3 Gracircce caritoj χάρις 3 278 3

4 Don δοθείσης δωρεὰν ἐδόθη 3278 3

5 Ecoute hvkousate 32 1

6 Dispensation oivkonomian οἰκονομία 329 2

7 Reacuteveacutelation ἀποκάλυψιν ἀπεκαλύφθη 335 2

8 Connaissance ἐγνωρίσθη γνωρισθῇ 33510 3

9 Mystegravere μυστήριον μυστηρίῳ μυστηρίου 3349 3

10 Ecriture (eacutecrire avant) προέγραψα 33 1

11 Lecture ἀναγινώσκοντες 34 1

12 Compreacutehension νοῆσαι 34 1

13 Intelligence σύνεσίν 34 1

14 Maintenant νῦν 3510 2

15 Geacuteneacuteration γενεαῖς 35 1

16 Fils des Hommes υἱοῖς τῶν ἀνθρώπων 35 1

17 Sainteteacute ἁγίοις ἁγίων 358 2

18 Apostolat ἀποστόλοις 35 1

19 Propheacutetie προφήταις 35 1

20 Heacuteritage συγκληρονόμα 36 1

21 Corps σύσσωμα 36 1

22 Participation συμμέτοχα 36 1

23 Promesse ἐπαγγελίας 36 1

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24 Evangile εὐαγγελίου εὐαγγελίσασθαι 368 2

25 Communion ἐν Χριστῷ Ἰησοῦ ἐν πνεύματι ἐν τῷ Χριστῷ Ἰησοῦ τῷ κυρίῳ ἡμῶν

35611 3

26 Devenir ἐγενήθην 37 1

27 Service διάκονος 37 1

28 Deacuteploiement ἐνέργειαν 37 1

29 Puissance δυνάμεως 37 1

30 Le plus petit ἐλαχιστοτέρῳ 38 1

31 Richesse πλοῦτος 38 1

32 Lumiegravere φωτίσαι 39 1

33 Creacuteation κτίσαντι 39 1

34 Principauteacutes ἀρχαῖς 310 1

35 Puissances ἐξουσίαις 310 1

36 Cieux ἐπουρανίοις 310 1

37 Eglise (Assembleacutee) ἐκκλησίας 310 1

38 Sagesse σοφία 310 1

39 Projet πρόθεσιν 311 1

40 Eternel (Siegravecles) αἰώνων 3911 2

41 Reacutealisation ἐποίησεν 311 1

42 Hardiesse παρρησίαν 312 1

43 Accegraves libre προσαγωγὴν 312 1

44 Confiance πεποιθήσει 312 1

45 Foi πίστεως 312 1

46 Perdre courage ἐγκακεῖν 313 1

47 Tribulation θλίψεσίν 313 1

48 Gloire δόξα 313 1

Dans la structure des deux moments dynamiques du texte la reacuteveacutelation le mystegravere

et la connaissance apparaissent comme le pivot autour duquel gravitent les autres

eacuteleacutements soteacuteriologiques Cest agrave travers cette trilogie que devient possible le deacuteploiement

de la gracircce salvifique de Dieu dans la communauteacute eccleacutesiale Si la lettre aux Epheacutesiens

preacutesente une dimension christologique et eccleacutesiologique indeacuteniable le nombre important

des dynamismes salvifiques preacutesents dans cette peacutericope nous montre que la dimension

soteacuteriologique nen est pas moins

Ces dynamismes salvifiques sont proportionneacutes par 6 agents soteacuteriologiques Dieu

(le Pegravere) apparaicirct comme le principal agent soteacuteriologique dans la deuxiegraveme action

salvifique (v 2) Cette action se retrouve dans le premier moment dynamique du texte

Cest encore Dieu qui protagonise la huitiegraveme neuviegraveme et onziegraveme action salvifique qui

se retrouvent dans le deuxiegraveme moment dynamique aux versets 8 9 et 11 Dieu agit

eacutegalement agrave travers le don de sa gracircce qui apparaicirct comme principal agent agrave la septiegraveme

action lieacutee au v 7

Le Christ apparaicirct quatre fois dans le texte comme principal agent soteacuteriologique

Il apparaicirct trois fois dans la premiegravere partie du texte aux versets 3 4 et 6 qui regroupent

la troisiegraveme quatriegraveme et cinquiegraveme action soteacuteriologique Il apparaicirct tout de mecircme dans

la deuxiegraveme partie du texte au verset 12 qui contient la douziegraveme action salvifique

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LEglise et lEvangile sont eacutegalement des principaux agents salvifiques qui rendent

possible leacuteveacutenement salvifique dynamiseacute par le v 10 de la dixiegraveme action et le v 6 de la

sixiegraveme action Lapocirctre Paul apparaicirct comme premier et dernier agent salvifique Il ouvre

et ferme la structure dynamique du texte aux vv 1 et 13 de la premiegravere et treiziegraveme action

salvifique Paul se preacutesente comme le prisonnier du Christ (v 1) pour la communauteacute de

foi Il encourage la communauteacute agrave ne pas perdre courage dans ses tribulations qui seront

leur propre gloire (v 13) Leacutepreuve nest plus une eacutepreuve degraves lors quil prend un sens

dans le Christ Si Cette captiviteacute est voulue par le Christ elle ne peut plus ecirctre provoqueacutee

par des ennemis82

Les Nations sont beacuteneacuteficiaires des dynamismes proportionneacutes par lapocirctre Paul

(vv 113) Dieu (v 2) le Christ (v 4) et lEvangile (v 6) Paul est sans aucun doute lun

des agents principaux de lavegravenement du mystegravere salvifique de Dieu pour la communauteacute

croyante Mais il est en mecircme temps le grand beacuteneacuteficiaire des dynamismes geacutereacutes par Dieu

(v 289) le Christ (v 34) et le Don de la gracircce de Dieu (v 7) Lorsque lecirctre humain a

compris le dynamisme salvifique de la Parole ce mysterium salutis le saisit cest-agrave-dire

le dynamise et linspire agrave laction dans sa propre communauteacute 83 Les apocirctres et les

prophegravetes sont beacuteneacuteficiaires des dynamismes proportionneacutes par le Christ (v 6) Les

puissances et les principauteacutes dans les cieux en sont pour les actions salvifiques dont

lEglise en est le principal agent salvifique (v 10)

Au v 13 le pronom personnel vous beacuteneacuteficiaire de la derniegravere action salvifique

de la peacutericope est mis pour les Nations Toutefois il nest pas aussi facile didentifier

lusage du pronom personnel nous aux vv 11 et 12 beacuteneacuteficiaire de la onziegraveme et

douziegraveme actions salvifiques A qui se reacutefegravere le nous beacuteneacuteficiaire des actions en

question dans ce contexte litteacuteraire La question sera abordeacutee dans lhermeacuteneutique

theacuteologique des dynamismes au sujet de lusage des pronoms personnels tregraves freacutequent

chez lauteur de la lettre

Le tableau ci-dessous preacutesente le comportement des diffeacuterents protagonistes de

leacuteveacutenement salvifique en tant que agents principaux des dynamismes identifieacutes dans les

diffeacuterents versets du texte

82 HUGEDE N Commentaire de lrsquoEpicirctre aux Epheacutesiens p 100 83 RODRIGUEZ G W Fundamentacioacuten linguumliacutestica y filoloacutegica de las plataformas sincroacutenica y diacroacutenica

del ldquoMeacutetodo de anaacutelisis Semaacutentico Teoloacutegicordquo p 65

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Tabeaux 6 Comportement des protagonistes de leacuteveacutenement salvifique

Agents

Versets

Paul Dieu Christ Evangile Eglise Don de la

gracircce de

Dieu

1 I

2 II

3 III

4 IV

5 V

6 VI

7 VII

8 VIII

9 IX

10 X

11 XI

12 XII

13 XIII

Laction salvifique est produite par un agent quelconque pour le bien dun ou

plusieurs destinataires ou beacuteneacuteficiaires Apregraves avoir mis en eacutevidence les principaux

acteurs des dynamismes identifieacutes il convient de mettre en relief la nature de relation

entre les diffeacuterents agents de ces actions salvifiques et leurs beacuteneacuteficiaires Quel type de

relation existe-t-il entre eux

En tant quagent principal du premier dynamisme Paul entretient avec les Nations

qui en sont les beacuteneacuteficiaires une relation dans le Christ marqueacutee par la communion dans

leacutepreuve et lappartenance Cest ainsi que tous Paul et les Nations seront beacuteneacuteficiaires

de la deuxiegraveme action salvifique Ils jouiront ainsi dun privilegravege dans leur relation avec

Dieu qui en est lagent principal Cette relation est alors impreacutegneacutee par un don gratuit de

Dieu agrave lapocirctre en faveur des Nations

La gratuiteacute du don de Dieu introduit lapocirctre Paul dans la connaissance du mystegravere

du Christ (troisiegraveme action salvifique) dont il en est le beacuteneacuteficiaire Un privilegravege qui donne

agrave Paul et aux Nations la possibiliteacute dentretenir avec le Christ une relation de communion

dans le mystegravere dont Paul en est aussi lintermeacutediaire (quatriegraveme action salvifique)

Par ailleurs les apocirctres et les prophegravetes beacuteneacuteficiaires de la cinquiegraveme action

salvifique jouissent dune relation de communion dans lEsprit avec le Christ protagoniste

principal de laction Le temps de lEsprit souvre alors sur lannonce et leacutecoute de

lEvangile comme agent principal de la sixiegraveme action salvifique apparaicirct comme

eacuteleacutement indispensable pour laffermissement de la communion entre le Christ et les

Nations qui sont beacuteneacuteficiaires de cette action

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Le don de la gracircce de Dieu fait alors de lapocirctre Paul beacuteneacuteficiaire de la septiegraveme

action salvifique le serviteur de lEvangile dont les Nations sont coheacuteritiegraveres co-

corporeacutees et coparticipantes de la promesse dans le Christ Jeacutesus Privileacutegieacute par ce don

de la gracircce de Dieu Paul est inviteacute agrave la huitiegraveme et neuviegraveme action salvifique agrave annoncer

lEvangile aux Nations et de mettre en lumiegravere la dispensation du mystegravere cacheacute depuis

les siegravecles en Dieu

Cest alors que lEglise agent intermeacutediaire de la dixiegraveme action devient le lieu

ougrave les Puissances et les Principauteacutes dans les cieux sont appeleacutees agrave connaicirctre la sagesse

multiple de Dieu Cest le motif suffisant de communion de tous les croyants dans le projet

de Dieu (onziegraveme action salvifique) et dans la foi au Christ (douziegraveme action salvifique)

Cette communion dans sa dimension verticale et horizontale devient pour les

Nations un motif de perseacuteveacuterance et de participation aux souffrances de lapocirctre pour

entrer dans la gloire de Dieu (treiziegraveme action salvifique)

24 Approche neacuteotestamentaire de la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

241 Approche neacuteotestamentaire de la Reacuteveacutelation

On trouve dans la langue grecque plusieurs mots et expressions (ἀποκαλύπτω

dhlow evpifaneia fanerow γνωρίζω o[rama ὀπτασία)84 qui traduisent la reacuteveacutelation aussi

bien dans son contenu que dans son deacuteroulement comme eacuteveacutenement Ces diffeacuterentes

formes dexpressions de la reacuteveacutelation apparaissent eacutegalement dans le contexte du

Nouveau Testament Nous en tiendrons compte au cours de nos analyses

Toutefois notre eacutetude porte particuliegraverement sur la reacuteveacutelation agrave partir des termes

ἀποκαλύπτωavpokaluyij qui se trouvent dans notre peacutericope faisant partie de la trilogie

seacutemantique reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

Le verbe ἀποκαλύπτω qui signifie deacuteceler reacuteveacuteler deacutecouvrir est formeacute de

kaluptw masquer occulter et de la preacuteposition apo de et employeacute dans le grec

84 MUNDLE W apokaluptw col 2113

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classique pour traduire la manifestation des choses preacutealablement occultes 85 Le

substantif avpokaluyij qui signifie manifestation reacuteveacutelation est employeacute seulement

depuis le premier siegravecle et dans un sens essentiellement religieux86

Dans le Nouveau Testament le verbe ἀποκαλύπτω apparaicirct 26 fois alors que le

substantif avpokaluyij apparaicirct seulement 18 fois Les tableaux ci-dessous nous preacutesentent

un aperccedilu geacuteneacuteral des deux termes dans le Nouveau Testament

Tabeaux 7 Occurrences de avpokaluyij et ἀποκαλύπτω dans les Evangiles

Matthieu Luc Jean

Apokaluyij 232

vApokaluptw

1026

1125

1127

1617

235

1021

1022

122

1730

1238

Tabeaux 8 Occurrences des deux termes en Romains et en 1 et 2 Corinthiens87

Rom 1Cor 2Cor

vApokaluyij 25 819 1625 17 146 1426 121 127

vApokaluptw

117

118

818

210

313

1430

Tabeaux 9 Occurrences des deux termes en Galates Philippiens et Thessaloniciens

Gal

Phil

2Th

vApokaluyij 112

22 17

vApokaluptw

116

323

315

23

26

28

85 Ibid col 2114 86 Ibid 87 Dans la deuxiegraveme lettre aux Corinthiens apparaicirct le verbe ἀνακαλύπτω uniquement en 2Cor 3 1418

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Tabeaux 10 Occurrences des deux termes en Epheacutesiens 1 Pierre et Apocalypse

1Pe

Ep

Ap

Apokaluyij 17 113 413 117 33

11

vApokaluptw 15 112

51

35

Dans les Evangiles alors que le verbe avpokaluptw apparaicirct seulement 4 fois en

Matthieu 5 fois en Luc et une fois dans le quatriegraveme Evangile lemploi du substantif

avpokaluyij est encore plus rare et ne sy trouve quune seule fois en Lc 2 32 Aucun des

deux termes napparaicirct dans le deuxiegraveme Evangile ainsi que dans les Actes des Apocirctres

Colossiens Phileacutemon Timotheacutee Tite et Heacutebreux Dans les lettres catholiques les deux

termes napparaissent que dans la premiegravere lettre de saint Pierre et curieusement seul le

substantif apparaicirct une seule fois dans lApocalypse

En effet en Mc 4 22 Jeacutesus avertit ses disciples quil ny a rien de cacheacute qui ne

doive ecirctre manifesteacute et rien nest demeureacute secret que pour venir agrave la lumiegravere Ce verset

est repris en Mt 10 26 dans le contexte ougrave Jeacutesus invite ses disciples agrave ne pas avoir peur

des perseacutecutions quils endureront dans lannonce de lEvangile Cependant alors que

Marc emploi le verbe φανερόω Matthieu utilise le verbe avpokaluptw Les deux verbes

apparaissent dans ce contexte comme des termes interchangeables dans le sens ordinaire

de mettre agrave la lumiegravere faire voir

Les autres emplois de avpokaluptw en Matthieu sont essentiellement theacuteologique

(Mt 11 2527 16 17) Dieu apparaicirct comme le sujet principal de la reacuteveacutelation qui est

faite aux pauvres et aux tout-petits Le mystegravere divin est reacuteveacuteleacute non pas aux sages et aux

intelligents mais aux tout-petits Se faire petit humble et pauvre de cœur devient la

condition sine qua non pour beacuteneacuteficier de la reacuteveacutelation divine qui introduit dans le

mystegravere de la pleine connaissance du Pegravere et du Fils

Cette ideacutee de la reacuteveacutelation divine particuliegraverement dirigeacutee aux tout-petits et

favorisant la connaissance du Pegravere et du Fils continue en Lc 10 2122 et 12 2 La

reacuteveacutelation divine qui a lieu dans lhistoire se reacutealise de maniegravere surprenante et

deacuteconcertante agrave partir des beacuteneacuteficiaires de cet eacuteveacutenement divin composeacutes essentiellement

par ceux qui navaient aucune consideacuteration dans la socieacuteteacute

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Dans ce sens avpokaluptw ne renvoie pas tant au fait de deacutevoiler ce qui eacutetait

anteacuterieurement cacheacute mais de reacuteveacuteler une reacutealiteacute qui par sa nature eacutetait voileacutee la mecircme

ideacutee se poursuit dans le sens strictement apocalyptique en Lc 17 30 le Fils de lHomme

encore cacheacute sera reacuteveacuteleacute par Dieu88 La reacuteveacutelation trouve alors dans la connaissance une

composante essentielle (Mt 11 27)

La reacuteveacutelation du mystegravere divin atteint son paroxysme dans la connaissance et la

proclamation de Jeacutesus comme le Christ le Fils du Dieu vivant (Mt 16 17) Cette

connaissance transmise et reccedilue gratuitement ne deacutepend pas des meacuterites des beacuteneacuteficiaires

de lœuvre salvifique Cest alors maintenant et non seulement agrave la fin des temps que

Dieu reacutevegravele efficacement le Christ et fonde ainsi la communauteacute eschatologique89

Lunique emploi de avpokaluptw dans le quatriegraveme Evangile en 12 38 se trouve

dans une citation de Is 53 1 dans le contexte de lincreacuteduliteacute et de laveuglement du

peuple juif qui na pas reconnu en Jeacutesus le Messie vApokaluptw sexprime en lien avec

βραχίων κυρίου (bras du Seigneur) comme contenu de la reacuteveacutelation mais aussi en fonction

de ceux qui ont cru agrave lannonce du prophegravete Toutefois bien que avpokaluptw et

avpokaluyij ne font pas deacutefinitivement partie du vocabulaire johannique -comme

lattestent les tableaux ci-dessus- le thegraveme de Jeacutesus en tant que meacutediateur de la reacuteveacutelation

divine est plus preacutesent dans lEvangile de saint Jean que dans les Evangiles synoptiques90

Dans les eacutecrits pauliniens alors que les termes avpokaluptw et avpokaluyij

apparaissent 13 fois chacun le verbe φανερόω apparaicirct 22 fois sur un total de 49

occurrences dans le Nouveau Testament Paul emploi les deux verbes avpokaluptw et

φανερόω comme des synonymes91 Cest ainsi quils sont respectivement employeacutes en

Rom 1 17 et 3 21 comme termes interchangeables pour faire allusion agrave la justice de

Dieu qui se reacutevegravele (avποκαλύπτεται) de la foi agrave la foi et a eacuteteacute manifesteacutee (πεφανέρωται) et

attesteacutee par la Loi et les Prophegravetes

Toutefois en Rm 1 17 lEvangile apparaicirct comme une composante essentielle de

cette reacuteveacutelation Cest par lEvangile et en lui que la justice de Dieu sest reacuteveacuteleacutee Mais cet

Evangile est bien au de-lagrave de la mesure et des dimensions humaines parce que lapocirctre

88 HOLTZ T avpokaluptw col 391 89 Ibid p 392 90 MUNDLE W apokaluptw col 2117 La reacuteveacutelation est aussi exprimeacutee dans le quatriegraveme Evangile de

maniegravere particuliegravere par les termes φανερόω (9 fois) ἐμφανίζω (2 fois) γνωρίζω (3 fois) γινώσκω (57

fois) ὁράω (82 fois) λόγος (40 fois) ἀλήθεια (25 fois) Cf THISELTON A C ἀλήθεια col 2601

passim KLAPPERT B λόγος col 1510 passim 91 BULTMANN R LUumlHRMANN D φανερόω col 841

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ne la reccedilu ni dun homme ni dun enseignement mais agrave partir dune reacuteveacutelation de Jeacutesus

Christ δι᾽ ἀποκαλύψεως Ἰησοῦ Χριστοῦ (cf Gal 1 12)

Malgreacute les difficulteacutes releveacutees sur lemploi du geacutenitif dans ce cas 92 Ἰησοῦ

Χριστοῦ peut ecirctre consideacutereacute dans ce contexte comme le sujet et lobjet de la reacuteveacutelation

dont lapocirctre en est le beacuteneacuteficiaire Par cette reacuteveacutelation lapocirctre est appeleacute agrave participer agrave

lœuvre salvifique de Celui dit-il qui ma mis agrave part degraves le sein de ma megravere et ma appeleacute

par sa gracircce et daigna reacuteveacuteler en moi93 son Fils pour que je lannonce aux Nations (cf

Gal 1 16)

Mais cette reacuteveacutelation se limiterait-elle au moment preacutecis de la rencontre de Paul

avec le Christ sur le chemin de Damas consideacutereacute comment moment deacutecisif de la

conversion de lapocirctre Ou encore couvrirait-elle la peacuteriode durant laquelle lapocirctre a pu

comprendre avec la gracircce de Dieu toutes les implications de leacuteveacutenement qui a eu lieu

sur le chemin de Damas Cette question sera abordeacutee dans lanalyse de Ep 3 3 ougrave

apparaissent tous les termes de la trilogie reacuteveacutelation (ἀποκάλυψιν) mystegravere (μυστήριον)

et connaissance (ἐγνωρίσθη)

En Rm 3 21 au lieu du preacutesent avποκαλύπτεται employeacute en Rm 1 17 se trouve le

parfait πεφανέρωται qui nindique pas un moment preacutecis du passeacute mais un eacuteveacutenement

deacutefinitif la justification fondeacutee sur lavegravenement du Christ est maintenant une reacutealiteacute pour

le pistij94 Cette foi devient lobjet de la reacuteveacutelation en Gal 3 23 en opposition agrave la loi

sous laquelle eacutetaient enfermeacutes les juifs avant le temps de la foi

Le fait que Paul renvoi aux eacuteveacutenements historiques fondateurs de lEvangile est

eacutevident dans lemploi de laoriste laquoavantraquo et laquoapregravesraquo la reacuteveacutelation de la foi95 (Gal 3

2325) Mais cette foi peut-elle ecirctre consideacutereacutee uniquement dans le sens de loccurrence

dun eacuteveacutenement historique sans impliquer lacte de croire de lindividu 96 Et quelle

seraient les implications de la reacuteveacutelation de la foi en lien avec lEvangile de Jeacutesus Christ97

92 Cf BETZ H D Galatians p 63 BRUCE F F The Epistle to the Galatians p 89 DIETER L Das

Offenbarungsverstaumlndnis bei Paulus und in paulinischen Gemeinden p 76 KERTELGE K Apokalypsis

Jesou Christou (Gal 1 12) p 266 passim 93 Nous approuvons la traduction de ἐν ἐμοί par en moi au lieu de agrave moi Cf BETZ H D Galatians

p 64 passim GUILLET J Reacuteveacutelation II Nouveau Testament p 606 SMITH M On the History of

ἀποκαλύπτω and ἀποκάλυψις p 9 passim 94 BULTMANN R LUumlHRMANN D φανερόω col 841 95 BOCKMUEHL M Revelation and Mystery p 134 96 BETZ H D Galatians p 120 voit dans cette reacuteveacutelation de la foi lavegravenement dune reacutealiteacute historique qui

na rien agrave voir avec lacte individuel de la foi 97 KAumlSEMANN E Perspectives on Paul p 103 et seq voit ici une manifestation de la foi sous une forme

personnifieacutee Dans la lettre aux Epheacutesiens la dynamique du mystegravere et ses composantes ouvre la voie agrave une

nouvelle compreacutehension de lEvangile Nous preacutesenterons les implications de cette foi en lien avec

lEvangile dans le prochain chapitre

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Cest ainsi que par amour du Christ cette foi passera par bien deacutepreuves pour en

veacuterifier sa qualiteacute afin quelle devienne un sujet de louange de gloire et dhonneur lors de

la reacuteveacutelation de Jeacutesus Christ (cf 1Pe 1 57) Mais la reacuteveacutelation ne se limite pas seulement

agrave la reacuteveacutelation de la foi et de la justice de Dieu Elle est aussi reacuteveacutelation de la colegravere de

Dieu ὀργὴ θεοῦ contre toute impieacuteteacute et toute injustice des hommes qui deacutetiennent la

veacuteriteacute dans linjustice (cf Rom 1 18)

En Rm 2 5 le contenu de la reacuteveacutelation est celui du juste jugement de Dieu qui au

jour de sa colegravere rendra agrave chacun selon ses œuvres Toutefois la gloire divine qui se

reacutevegravelera agrave ceux qui auront perseacuteveacuterer dans le temps preacutesent est incomparable avec les

souffrances endureacutees (cf Rom 8 18) car la creacuteation toute entiegravere aspire agrave la reacuteveacutelation

des fils de Dieu (cf Rom 8 19) Le substantif avpokaluyij employeacute dans la deuxiegraveme

lettre aux Corinthiens (les deux uniques occurrences du terme au pluriel) fait

particuliegraverement allusion aux visions et reacuteveacutelations que Paul aurait certainement reccedilues

lors dune expeacuterience extatique98 Mais ces reacuteveacutelations ont eacuteteacute faites par le Seigneur qui

en est lagent principal

Dans la premiegravere lettre aux Corinthiens cest essentiellement dans le contexte des

charismes dans la communauteacute quapparaissent les reacutefeacuterences agrave la reacuteveacutelation comme

faisant partie de ces charismes au mecircme titre que la science la propheacutetie et lenseignement

(1Cor 14 6) En 1Cor 14 26 la reacuteveacutelation est eacutegalement citeacutee comme faisant partie des

charismes reccedilus en vue deacutedifier au mecircme titre que le psaume lenseignement la langue

et linterpreacutetation Mecircme si en 1Cor 14 26 la propheacutetie naccompagne pas la reacuteveacutelation

dans la liste des charismes en 1Cor 14 30 la reacuteception de la propheacutetie est deacutesigneacutee par

ἀποκαλυφθῇ pour montrer le lien entre la reacuteveacutelation et la propheacutetie99

Au bout de ce parcours il peut ecirctre observeacute que non seulement la reacuteveacutelation passeacutee

deacutefinit la foi et la vie chreacutetienne dans le preacutesent mais aussi implique et exige la

divulgation divine au cours de la mission apostolique On peut ainsi parler dune

keacuterygmatization de la dimension constitutive de la reacuteveacutelation passeacutee dans le preacutesent100

Par ailleurs la reacuteveacutelation dans la deuxiegraveme lettre aux Thessaloniciens sexprime

dans le contexte de la parousie avec un accent eschatologique En effet la venue du Fils

de lHomme sera preacuteceacutedeacutee des signes visibles tels que la reacuteveacutelation de lhomme impie le

fils de la perdition qui seacutelegraveve et se considegravere comme un dieu (2Th 2 3-8) Cest agrave cette

98 Cf HOLTZ T avpokaluptw col 393 MUNDLE W apokaluptw col 2119 99 HOLTZ T Op cit col 394 100 Cf PENNA R Il Mysterion Paolino p 38 LADD G E Revelation and Tradition in Paul p 224

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perspective eschatologique que renvoi lusage du terme dans la premiegravere lettre de Pierre

(1Pe 1 57 12-13)

La reacuteveacutelation du Christ est reacuteveacutelation de sa gloire agrave laquelle participeront les

chreacutetiens qui maintenant endurent la souffrance et les tentations101 Cest ce sens futur de

la reacuteveacutelation quexprime lunique emploi du terme dans lApocalypse de saint Jean Il sagit

de la reacuteveacutelation de Jeacutesus Christ Ἀποκάλυψις Ἰησοῦ Χριστοῦ faite par Dieu pour montrer

agrave ses serviteurs ce qui arrivera bientocirct (Ap 1 1)

242 Approche neacuteotestamentaire du Mystegravere

Dans le Nouveau Testament en geacuteneacuteral le terme μυστήριον apparaicirct 28 fois sous

diffeacuterentes formes largement domineacutees par lusage au singulier Les tableaux ci-dessous

nous preacutesentent un bref panorama du terme dans les eacutecrits du Nouveau Testament102

Tabeaux 11 Emploi de μυστήριον dans les Evangiles synoptiques

MATTIEU MARCOS LUCAS

13 11 μυστήρια 4 11 μυστήριον 8 10 μυστήρια

Tabeaux 12 Emploi du terme dans les eacutecrits de saint Paul

Rm 1Cor Ep Col 2Th 1Ti

11 25 μυστήριον

16 25 μυστhρiou

2 1 μυστήριον

2 7 μυστηρίῳ

4 1 μυστηρίwn

13 2 μυστήρια

14 2 μυστήρια

15 51 μυστήριον

1 9 μυστήριον

3 3 μυστήριον

3 4 μυστηρίῳ

3 9 μυστhρiou

5 32 μυστήριον

101 MUNDLE W Op cit col 2119 102 Le terme μυστήριον est pratiquement absent dans le quatriegraveme Eacutevangile les Eacutepicirctres Catholiques la

lettre aux Heacutebreux ainsi que dans certaines lettres de Paul la deuxiegraveme lettre aux Corinthiens la lettre aux

Galates la lettre aux Philippiens la premiegravere lettre aux Thessaloniciens la deuxiegraveme lettre agrave Timotheacutee les

lettres agrave Tite et agrave Phileacutemon

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6 19 μυστήριον

1 26 μυστήριον

1 27 μυστhρiou

2 2 μυστhρiou

4 3 μυστήριον

2 7 μυστήριον

3 9 μυστήριον

3 16 μυστήριον

Tabeaux 13 Emploi du terme dans lApocalypse de saint Jean

APOCALYPSE

1 20 μυστήριον

10 7 μυστήριον

17 5 μυστήριον

17 7 μυστήριον

Le substantif musthrion103 dont lorigine demeure obscure pourrait venir du verbe

muw (fermer ecirctre fermeacute bouche close) et la deacutesinence -thrion pourrait indiquer un lieu

un espace un moyen ou un instrument 104 Dans la litteacuterature grecque classique et

postclassique lusage habituel du terme au pluriel renvoi agrave certains cultes secrets connus

sous le nom des religions mysteacuteriques ougrave le musthj qui tenait la bouche et mecircme les yeux

fermeacutes eacutetait plongeacute dans un certain silence105

Cest ainsi que la racine du verbe deacutesigne comme inexprimable le contenu de la

ceacuteleacutebration cultuelle inaccessible agrave la penseacutee discursive Linitieacute ne participe pas agrave

leacuteveacutenement sacreacute de maniegravere rationnelle et cognitive mais il est transporteacute agrave un niveau

plus profond de lexpeacuterience106

La traduction commune de musthrion par le mot secret rencontreacutee dans les

religions agrave mystegraveres et la philosophie ne couvre que partiellement la porteacutee seacutemantique

du terme et en appauvrit sa richesse theacuteologique Les auteurs du Nouveau Testament

lappliquent geacuteneacuteralement agrave une deacutesignation du mystegravere de Dieu qui a eacuteteacute cacheacute dans

lAncien Testament mais qui est reacuteveacuteleacute dans le Nouveau Testament107

Dans la litteacuterature neacuteotestamentaire la proximiteacute de musthrion avec des mots

comme avpokekrummenon rend le sens du mot secret tregraves peu probable car il est

pratiquement inutile de parler dun secret cacheacute Il est donc impossible de qualifier le mot

103 Nous aborderons larriegravere plan seacutemitique du mystegravere et son aperccedilu veacuteteacuterotestamentaire dans le troisiegraveme

chapitre de cette eacutetude Il en sera de mecircme pour leacutetude de la reacuteveacutelation et de la connaissance 104 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 182 105 CARAGOUNIS C The Ephesians Mysterion p 1 106 KRAumlMER H muthrion col 343 107 CARAGOUNIS C Op cit p 1

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secret par ladjectif cacheacute108 Sil est secret il est donc deacutejagrave cacheacute et donc reacuteserveacute agrave un

groupe deacutetermineacute Dans le mecircme sens il est eacutegalement inapproprieacute de parler dun secret

reacuteveacuteleacute agrave partir du moment ougrave ce secret est totalement dissous dans le processus de la

reacuteveacutelation alors que les auteurs du Nouveau Testament font allusion agrave un musthrion

cacheacutee puis reacuteveacuteleacute109 et non dun secret cacheacute

Si le musthj eacutetait tenu agrave garder silence sur un mystegravere reacuteserveacute agrave un groupe dinitieacutes

les auteurs du Nouveau Testament nous montrent que le musthrion de Dieu se reacutevegravele et

le beacuteneacuteficiaire de cette reacuteveacutelation est appeleacute agrave la faire connaicirctre aux autres Cest ainsi que

ce mystegravere de Dieu sexprime particuliegraverement en lien avec la reacuteveacutelation et de la

connaissance en Ep 3 55 Le vocabulaire lieacute au mystegravere (particuliegraverement le mystegravere

eacutepheacutesien) est donc un vocabulaire eacutegalement lieacute agrave la connaissance

Dans le Nouveau Testament le terme musthrion apparaicirct uniquement cinq fois au

pluriel (Mt 13 11 Lc 8 10 1Cor 4 1 13 2 14 2) En dehors des synoptiques ougrave le

terme est employeacute uniquement en Mc 4 11 et ses paralegravelle en Mt 13 11 et Lc 8 10

musthrion est aussi employeacute quatre fois dans le livre de lApocalypse Tous les autres

emplois du terme dans le Nouveau Testament se trouvent dans les lettres attribueacutees agrave Paul

comme le montre le tableau 12 (2 fois en Rom 6 fois en 1Cor 6 fois en Ep 4 fois en Col

1 fois en 2Th et 2 fois en 1Ti) Le vocabulaire du mystegravere est donc essentiellement un

vocabulaire paulinien

Dans les synoptiques le terme apparaicirct dans le contexte du discours parabolique

de Jeacutesus sur le Royaume de Dieudes Cieux qui se preacutesente comme un mystegravere qui est

donneacute de connaicirctre particuliegraverement aux disciples de Jeacutesus Alors que Marc en fait un

usage au singulier du terme Matthieu et Luc en font un usage au pluriel Dans les trois

Evangiles le Royaume de Dieu en tant que mystegravere est un don qui est fait aux disciples

Ce don sexprime par lusage du passif δέδοται (a eacuteteacute donneacute) du verbe δίδωμι

(donner) chez les trois eacutevangeacutelistes A la diffeacuterence du deuxiegraveme Evangile Matthieu et

Luc introduisent linfinitif aoriste γνῶναι du verbe γινώσκω (savoir connaicirctre) et les deux

verbes δίδωμι et γινώσκω deviennent importants dans ce contexte litteacuteraire de la

proclamation du mystegravere du Royaume de Dieu qui se rend preacutesent dans la vie du disciple

Dans la lettre aux Romains se trouvent deux reacutefeacuterences au mystegravere Rom 11 25

et 16 25 Le contexte de Rom 11 25 est marqueacute par les infideacuteliteacutes dIsrael Paul utilise le

108 Ibid p 2 109 Ibid

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terme musthrion pour deacutecrire la situation dIsrael comme peuple eacutelu dans leacuteconomie de

Dieu et lavegravenement de lEglise Si Israel est le peuple eacutelu pourquoi le salut doit-il

deacutesormais passer par lEglise110

Le musthrion se rapporte alors agrave la nature particuliegravere de leacuteconomie de Dieu par

lequel loffre du salut aux paiumlens implique en quelque sorte le rejet temporaire et partiel

de lEvangile par Israeumll111 Largumentation qui regroupe les chapitres 9 agrave 11 trouve son

sommet en Rm 11 25 ougrave lapocirctre fait allusion au mystegravere quil ne faut pas ignorer Je ne

veux pas fregraveres vous laisser ignorer ce mystegravere pour que vous ne vous complaisiez pas

en vous-mecircmes (cf Rom 11 25a) Ce mystegravere se reacutefegravere preacuteciseacutement agrave lendurcissement

dIsrael qui a preacutefeacutereacute la loi au Christ112 ouvrant ainsi a posteriori la porte agrave lentreacutee des

Nations dans le Corps de lEglise Une partie de Israeumll sest endurcie jusquagrave ce que soit

entreacutee la totaliteacute des paiumlens (cf Rm 11 25b)

Le contexte de Rom 16 25 qui fait eacutegalement allusion au musthrion est celui de

la doxologie113 finale de la lettre Le musthrion sexprime ici dans un language assez

proche du vocabulaire eacutepheacutesien dont lEvangile le Christ et la foi en sont les cateacutegories

essentielles Ce mystegravere qui eacutetait cacheacute depuis toujours est maintenant manifesteacute agrave toutes

les nations par lEvangile et la proclamation de Jeacutesus Christ pour que tous puissent y

acceacuteder par lobeacuteissance de la foi

Degraves lors le mystegravere qualifie la connaissance universelle qui permet agrave tous

dacceacuteder agrave la foi sans observer la loi car lEvangile est puissance de Dieu et nest pas

deacutependant de la loi en matiegravere de salut114 Le vocabulaire quimpose la reacuteveacutelation du

mystegravere divin dans ce contexte ouvre deacutejagrave la voie agrave une nouvelle compreacutehension du

dessein salvifique de Dieu Un vocabulaire essentiellement caracteacuteriseacute par les termes

εὐαγγέλιόν κήρυγμα ἀποκάλυψιν μυστηρίου χρόνοις αἰωνίοις σεσιγημένου ἔθνη

γνωρισθέντος ὑπακοὴν πίστεως φανερωθέντος νῦν γραφῶν προφητικῶν σοφῷ

A celui qui peut vous affermir selon mon Evangile et la proclamation de Jeacutesus Christ selon

la reacuteveacutelation du mystegravere maintenu cacheacute depuis les siegravecles eacuteternels mais maintenant

manifesteacute et par les eacutecritures des prophegravetes selon la loi du Dieu eacuteternel a eacuteteacute donneacute de

connaicirctre agrave toutes les nations pour quils parviennent par lobeacuteissance de la foi agrave lunique

110 REYNIER C Evangile et mystegravere p 212 111 CARAGOUNIS C The Ephesians Mysterion p 28 112 REYNIER C Evangile et mystegravere p 213 113 Cette doxologie est totalement omise dans certains manuscrits (F G 629 Hiermss) alors que dautres (y 0209vid

Ucirc mvid syh Orlat mss) la placent agrave la fin du chapitre 14 et dautres encore (icirc46) la placent agrave la fin du

chapitre 15 Toutefois cette position situeacutee agrave la fin du livre est soutenue par la plupart de manuscrits (icirc46

yen B C D 81 365 630 1739 2464 al ar b vg syp co) 114 REYNIER C Op cit p 214

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Dieu sage agrave Lui soit la gloire par Jeacutesus Christ pour les siegravecles des siegravecles Amen (Rom

16 25-27)

La premiegravere lettre de saint Paul aux Corinthiens contient six allusions au terme

mystegravere dont trois au singulier et trois au pluriel Apregraves lhabituelle salutation douverture

(1Cor 1 1-3) et une bregraveve priegravere daction de gracircce (1Cor 1 4-9) lapocirctre poursuit

immeacutediatement par les scandales et dissensions internes qui minent et ruinent la

communauteacute chreacutetienne de Corinthe (1Cor 1 10-16)

Cest alors que lapocirctre oppose agrave la sagesse115 du monde celle de Dieu manifesteacutee

dans le langage de la croix du Christ qui est folie pour ceux qui se perdent mais puissance

de Dieu pour ceux qui se sauvent (1Cor 1 17-18) La foi chreacutetienne est donc fondeacutee sur

le langage de la croix et non sur la sagesse et la rheacutetorique greacuteco-romaine Cest au cœur

de cette poleacutemique que lapocirctre fait allusion au musthrion116 de Dieu qui a eacuteteacute au preacutealable

annonceacute lors de son ministegravere apostolique aupregraves de la communauteacute de Corinthe avec

pour seul souci de ne connaicirctre que le Christ crucifieacute

Comme eacutetant le musthrion tou qeou qui ne peut ecirctre reacuteveacuteleacute que par Dieu lui-

mecircme lhistoire de la crucifixion du Christ deacutepasse degraves lors la sagesse humaine et se

comprend comme un eacuteveacutenement preacutepareacute et reacutealiseacute dans la sphegravere de Dieu117

Cest dans cette logique divine de la croix que se comprend le musthrion en 1Cor

2 7 en tant que sagesse de Dieu qui est demeureacutee cacheacutee en mystegravere et que Dieu lui-

mecircme a preacutedestineacute avant les siegravecles pour notre gloire Si lapocirctre a pointeacute du doigt degraves le

deacutebut de la lettre lune des causes de la division au sein de la communauteacute sur la question

du leadership il revient au chapitre 3 pour deacutefinir le rocircle de chaque ouvrier dans le champ

du Seigneur

Apregraves lusage des meacutetaphores agricole et architecturale lapocirctre en arrive en 1Cor

4 1 agrave la meacutetaphore de servir lEglise comme serviteurs du Christ et intendants des

mystegraveres de Dieu118 En 1Cor 4 1 le terme ὑπηρέτας utiliseacute pour qualifier les serviteurs

du Christ napparaicirct quune seule fois dans la litteacuterature paulinienne Ce terme est

115 Le contexte est largement domineacute par lemploi du terme σοφία qui apparaicirct 16 fois dans les trois premiers

chapitres sur un total de 17 occurences dans la lettre et celui de σοφός qui apparaicirct 10 fois dans les trois

premiers chapitres sur un total de 11 occurences dans la lettre 116 Nous nentrons pas dans le deacutebat si le terme original utiliseacute a eacuteteacute musthrion ou martirion Nous relevons

que le terme musthrion est substitueacute par martirion dans certains manuscrits (yen2 B D F G 33 1739 1881)

Toutefois le terme musthrion est fortement soutenu En effet GLADD B Revealing the Mysterion p

123 preacutesente une liste exhaustive des auteurs qui considegraverent musthrion comme lecture originale et ceux

qui par contre considegraverent martirion comme originale 117 BORNKAMM G musthrion col 694 118 GLADD B Revealing the Mysterion p 166

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couramment employeacute dans les synoptiques et les Actes des Apocirctres pour deacutesigner un

individu qui rend pratiquement un service servile 119 Dans lannonce de lEvangile

lapocirctre est donc purement et simplement un ὑπηρέτας du Christ et un οἰκονόμος des

mystegraveres120 dont Dieu en est lauteur principal

Les deux autres emplois de μυστήριον121 au pluriel apparaissent en 1Cor 13 2 et

1Cor 14 2 dans le contexte des charismes dans lEglise Le mystegravere sexprime par rapport

agrave la connaissance la science la foi et la chariteacute limportance des dons reccedilus se comprend

en fonction du ἀγάπη Sans lamour le don devient steacuterile et ne parvient pas agrave leacutedification

de lEglise122

Le savoir de tous les mystegraveres de toute la connaissance et de toute la foi est vain

si le prophegravete na pas la chariteacute le contexte est celui de la deacutefinition du statut du prophegravete

pour aider la communauteacute agrave mieux comprendre le charisme de la propheacutetie et de la

glossolalie123 Alors que la connaissance de tous les mystegraveres en 1Cor 13 2 se reacutefegravere aux

dons spirituels de la propheacutetie en 1Cor 14 2 les μυστήρια sont les mystegraveres de Dieu qui

sexpriment de maniegravere incompreacutehensible pour lhomme dans la glossolalie extatique124

Cest dans un contexte vital125 marqueacute par la poleacutemique sur la reacutesurrection des

morts quon retrouve le dernier emploi de μυστήριον dans la lettre employeacute dans ce cas

par rapport au thegraveme de la vie et de la mort pour parler de la transformation des chreacutetiens

au moment de la parousie126 Sagit-il dune transformation des chreacutetiens encore vivants

sans passer par lexpeacuterience de la mort ou sagit-il dune transformation qui aura lieu agrave la

fin des temps127

Quel que soit la situation le μυστήριον se situe ici dans la perspective du retour

du Christ et sexprime par rapport agrave la mort avec le verbe κοιμάω (dormir) et agrave la

119 Ibid p 167 120 Pour lusage au pluriel de μυστήριον qui nest pas assez freacutequent chez Paul GLADD B Revealing the Mysterion p 169 affirme que le pluriel nest pas deacutefinit dans le contexte immeacutediat de 1Cor 4 1-5 mais en

1Cor 13 2 et 1Cor 14 2 semble indiquer lusage geacuteneacuteral du terme et laisse probablement entendre les

diverses reacuteveacutelations eschatologiques 121 Nous nentrerons pas dans le deacutebat des difficulteacutes que preacutesente lemploi du terme dans ce contexte Cf

BROWN R The Semitic Background of the Term Mystery in the New Testament p 47 BOCKMUEHL

M Revelation and Mystery in Ancien Judaism and Pauline Christianity p 168 122 GLADD B Revealing the Mysterion p 192 123 REYNIER C Evangile et mystegravere p 207 124 KRAumlMER H muthrion col 348 125 Le Sitz im Leben de 1Cor 15 est marqueacute par la preacutesence de certains courants qui nient la resurrection des

morts Cf WILSON J H The Corinthians Who Say There is No Resurrection of the Dead p 90 et seq

HOLLEMAN J Resurrection and Parousia p 35 et seq TUCKETT C M The Corinthians Who Say

There is No Resurrection of the Dead (1 Cor 15 12) p 251 et seq 126 KRAumlMER H Op cit col 348 127 Cf GLADD B Revealing the Mysterion p 250

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transformation avec le verbe ἀλλάσσω (transformer) des chreacutetiens La mort et la

transformation des chreacutetiens au retour du Christ constituent ici un aspect important du

mystegravere Cest dans ce sens que ceux qui seront encore vivants au retour du Christ auront

aussi agrave subir une transformation corporelle radicale pour avoir part agrave lincorruptibiliteacute128

Dans le contexte de 2Th 2 7 Paul envisage une activiteacute clandestine du μυστήριον

ἀνομίας preacutesente dans le monde avant mecircme sa manifestation eschatologique dans

lanteacutechrist Une notion qui semble contredire agrave premiegravere vue la conception du

μυστήριον paulinien qui nest pas totalement manifesteacute jusquagrave sa pleine reacuteveacutelation en

Christ129

Le contenu du μυστήριον dans ce passage est bien difficile agrave cerner130 Il est agrave

noter que le μυστήριον est sujet direct de ἐνεργεῖται du verbe ἐνεργέω employeacute quatre

fois dans la lettre aux Epheacutesiens dont trois usages en lien avec lœuvre de Dieu (cf Ep 1

1120 3 20) et un usage en lien avec les puissances opposeacutees agrave la reacutealisation du plan

divin (Ep 2 2) Toutefois le focus du μυστήριον ἀνομίας renvoi agrave la personne et agrave lœuvre

du ἄνομος qui opegravere de maniegravere dissimuleacutee dans le monde mais ce mystegravere sera reacutesolu

lorsquagrave la parousie limpie sera totalement deacutepouilleacute et son image reacuteelle deviendra

eacutevidente pour tous131

Dans la premiegravere lettre agrave Timotheacutee lusage des termes πίστις (19 fois ) πιστός (11

fois) et πιστεύω (3 fois) deacutenote limportance capitale de la foi dans la dynamique de la

lettre Lapocirctre se preacuteoccupe davantage agrave une domestication de la foi 132 et de

lexpeacuterience chreacutetienne Cest alors par rapport agrave la foi que lauteur fait allusion au mystegravere

selon lunique expression neacuteotestamentaire μυστήριον τῆς πίστεως

Le mystegravere ne sexprime pas ici en fonction de la reacuteveacutelation ou du projet divin

deacuteployeacute agrave travers des geacuteneacuterations ni du Christ qui en a eacuteteacute bien souvent son contenu

direct mais du mystegravere de la foi Toutefois le contenu du mystegravere en 3 9 est eacuteclaireacute par

τῆς εὐσεβείας μυστήριον en 3 16 et ne peut ecirctre compris seacutepareacutement Le grand mystegravere

de la pieacuteteacute a eacuteteacute manifesteacute dans la chair justifieacute dans lEsprit vu par les anges proclameacute

parmi les nations et cru dans le monde (cf 1 Tim 3 16)

128 REYNIER C Evangile et mystegravere p 212 129 BOCKMUEHL M Revelation and Mystery p 197 130 Le milieu religieux de Tessalonique eacutetait de plusieurs groupes religieux dans lesquels le terme eacutetait

freacutequemment utiliseacute Cf CALDEROacuteN C Los cultos de miacutestenos y su influencia en el cristianismo p

51 et seq 131 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 27 132 GOURGUES M La premiegravere lettre agrave Timotheacutee teacutemoin dune laquodomesticationraquo et dune adaptation de

la foi et de lexpeacuterience eccleacutesiale p 5 passim

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La lettre aux Colossiens contient quatre reacutefeacuterences au μυστήριον comme il est

indiqueacute dans le tableau 1 Ce mystegravere renvoi agrave leacuteveacutenement de la Parole de Dieu le

mystegravere cacheacute depuis les siegravecles (1 26) mystegravere du Christ chez les croyants dont lapocirctre

doit annoncer (1 27 4 3) Cest le mystegravere de Dieu dans lequel se trouvent tous les treacutesors

de la sagesse et da la connaissance (2 2-3)

En effet la premiegravere partie de la lettre aux Colossiens133 (cf Col 1 9-2 23) est

caracteacuteriseacutee par un enseignement doctrinal dont largumentation se deacuteveloppe en deux

sections La premiegravere aborde la question du salut messianique dans une dimension

cosmique (Col 1 9-23) La deuxiegraveme deacutecrit le ministegravere de Paul le serviteur de la Parole

de Dieu dans lannonce du Christ pour qui lapocirctre endure les souffrances en faveur des

Nations (Col 1 24-2 3)

Cest dans cette deuxiegraveme section de la premiegravere partie du livre que se trouvent les

trois premiegraveres allusions au μυστήριον Preacuteceacutedeacutee agrave la fin de la premiegravere section par une

poleacutemique contre les fausses doctrines (Col 24-2 23) la partie exhortative du livre (Col

3 1-4 1) ne fait aucune reacutefeacuterence explicite au μυστήριον La derniegravere allusion au

μυστήριον napparaicirct que dans la partie conclusive du livre (Col 4 2-18) se reacutefeacuterant au

μυστήριον τοῦ Χριστοῦ

A la diffeacuterence des autres textes neacuteotestamentaires le μυστήριον Colossien est

tregraves proche du μυστήριον eacutepheacutesien Sa manifestation deacutepend essentiellement de Dieu qui

en est lagent soteacuteriologique principal deacuteployant progressivement son projet de salut dans

lhistoire des hommes Si le mystegravere dans les synoptiques renvoi agrave lavegravenement du Regravegne

de Dieu dans le monde dans les lettres pauliennes son contenu christologique ἐν

Χριστῷ renvoi agrave un aspect essentiel de lannonce de lEvangile

Dans la lettre aux Colossiens le Christ est encore le contenu du mystegravere mais les

destinataires les Nations sont tellement lieacutes au Christ quils entrent aussi dans le

mystegravere134 que Dieu lui-mecircme en a fait connaicirctre la richesse aux paiumlens Lexpression

Χριστὸς ἐν ὑμῖν traduit clairement le contenu de ce mystegravere cest le Christ en vous et

non simplement le Christ parmi vous135

133 Cf SENEacuteN V G Colosenses y Efesios p 33 passim 134 REYNIER C Evangile et mystegravere p 215 135 Lexpression a eacuteteacute traduite par Christ parmi vous par certains commentateurs MOULE C The Epistles

of Paul the Apostle to the Colossians and to Philemon p 83 et seq LOHSE E A Commentary on the

Epistles to the Colossians and to Philemon p 73 sous linfluence du contexte vital marqueacute par les pratiques

asceacutetiques rigides rencontreacutees chez certains membres de la communauteacute de Colosse Toutefois lexpression

renvoi davantage agrave linhabitation du Christ en chaque croyant et agrave travers ce dernier dans la communauteacute

Voir agrave propos WRIGHT N T Poetry and Theology in Colossians 1 p 15-20 p 444 et seq

POKORNY P Colossians p 103

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Dans la perspective de la reacuteveacutelation progressive du μυστήριον laccent est mis agrave

la fois sur le Christ et sur le croyant136 Le Christ demeure deacutesormais dans le croyant et

en entrant dans ce mystegravere le croyant sunit profondeacutement au Christ dans une pleine

communion Cette dimension du μυστήριον eacutenonceacutee en Colossiens sera deacuteveloppeacutee dans

la lettre aux Epheacutesiens

Dans lApocalypse de saint Jean μυστήριον sexprime essentiellement dans un

contexte eschatologique La vision de lauteur renvoi agrave linauguration de

laccomplissement de lœuvre messianique du Fils de lHomme et le μυστήριον est celui

du Royaume eschatologique dont laccomplissement apparaicirct sous limage de lEacuteglise des

saints et des anges gardiens 137 Le μυστήριον est celui des sept eacutetoiles et des sept

candeacutelabres dor dont Jean a eacuteteacute le teacutemoinbeacuteneacuteficiaire au cours dune vision Toutefois

ce mystegravere de Dieu en Ap 10 7 sera consommeacute dans les jours de la voix du septiegraveme

ange quand celui-ci sonnera de la trompette

En Ap 17 57 le μυστήριον sexprime dans un vocabulaire apocalyptique qui

soppose agrave laction soteacuteriologique divine Il sagit du mystegravere de la Babylone la grande la

megravere des prostitueacutee et des abominations de la terre Le pouvoir satanique occulte opposeacute

agrave la reacutealisation du plan divin est enfin reacuteveacuteleacute Ce pouvoir implique un μυστήριον qui est

en activiteacute dans le monde mais ce μυστήριον montre en mecircme temps que sa fin est

eacuteminente138

Dans le Nouveau Testament en geacuteneacuteral μυστήριον qui apparaicirct 28 fois ne

preacutesente en aucun cas un aperccedilu des rapports avec les religions agrave mystegraveres Dans les

textes eucharistiques ougrave ces rapports pourraient ecirctre signaleacutes le terme napparaicirct pas et

dans les contextes ougrave apparaicirct le terme ces rapports font deacutefaut139 Ce constat fait valoir

le fait quun mot est revecirctu dun ensemble de signifieacutes qui va tregraves souvent au de-lagrave dune

approximation eacutetymologique pour prendre en compte les diffeacuterents contextes Cest agrave

partir de chaque contexte quil faut saisir le sens et la fonction dynamique du mot et toute

la nouveauteacute quil impose

136 MITTON C The Epistle to the Ephesians p 88 accentue la dimension du Christ et sa demeure et

minimize linclusion des Gentiles 137 BEALE G K The use of Daniel in Jewish Apocalyptic Literature and in the Revelation of St John p

169 138 BORNKAMM G μυστήριον col 705 139 Ibid col 706

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243 Approche neacuteotestamentaire de la Connaissance

La connaissance est un aspect important du mystegravere divin qui est progressivement

reacuteveacuteleacute dans la lettre aux Epheacutesiens et particuliegraverement en Ep 3 1-13 Ce mystegravere est

dabord connu de Paul (cf Ep 3 3) ensuite des apocirctres et prophegravetes (cf Ep 3 5) et

finalement connu des puissances et principauteacutes dans les cieux par lEglise (cf Ep 3 10)

Cette connaissance est exprimeacutee dans la lettre au Epheacutesiens de maniegravere particuliegravere par

le verbe gnwrizw140

Dans le Nouveau Testament ce verbe sexprime de maniegravere freacutequente dans le sens

fondamental de faire connaicirctre manifester publiquement ou encore communiquer

solennellement mais aussi savoir et reacuteveacuteler141 par Dieu leacuteconomie du salut en Jeacutesus

Christ Cette perspective religieuse de gnwrizw dans le sens de proclamer leacuteveacutenement

du salut dans le Christ deacutetermine lemploi du verbe principalement en Jean Colossiens et

Epheacutesiens142

Le verbe gnwrizw apparaicirct 25 fois dans le Nouveau Testament Les tableaux ci-

dessous nous preacutesentent la variation du verbe et ses diffeacuterentes formes dans les eacutecrits du

Nouveau Testament

Tabeaux 14 Gnwrizw dans les Evangiles et les Actes

Gnwrizw Lc 2 15

ἐγνώρισεν 2 17 ἐγνώρισαν

Jn 15 15

ἐγνώρισα

17 26

ἐγνώρισα

17 26

γνωρίσω

Ac 2 28 ἐγνώρισάς

140 Ce verbe apparaicirct six fois dans la lettre aux Epheacutesiens 19 3 3510 6 1921 141 KNOCH O Γνωρίζω col 772 142 Ibid

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70

Tabeaux 15 Gnwrizw dans les lettres de Paul

Gnwrizw Rom 9 22

γνωρίσαι 9 23 γνωρίσῃ

16 26 γνωρισθέντος

1Cor 12 3 γνωρίζω

15 1 Γνωρίζω

2Cor 8 1 Γνωρίζομεν

Gal 1 11 Γνωρίζω

Phil 1 22 γνωρίζω

4 6 γνωριζέσθω

Col 1 27 γνωρίσαι

4 7 γνωρίσει

4 9 γνωρίσουσιν

Tabeaux 16 Gnwrizw dans la lettre aux Epheacutesiens et la deuxiegraveme lettre de Pierre

Gnwrizw

Ep 1 19

γνωρίσας

3 3

ἐγνωρίσθη

3 5

ἐγνωρίσθη

3 10

γνωρισθῇ

6 19

γνωρίσαι

6 21

γνωρίσει

2Pe 1 16

ἐγνωρίσαμεν

Dans les Evangiles le terme se retrouve respectivement 2 et 3 fois en Luc et Jean

et pratiquement absent chez Matthieu et Marc Dans le troisiegraveme Evangile le contexte est

celui de la naissance de Jeacutesus et la visite des bergers En effet apregraves lannonce de lange

les bergers deacutecidegraverent aller agrave Bethleacuteem pour voir (ὁράω) ce qui eacutetait arriveacute et que le

Seigneur leur avait fait connaicirctre ἐγνώρισεν (cf Lc 2 15) par lintermeacutediaire de ses anges

Apregraves avoir vu ἰδόντες les bergers agrave leur tour firent connaicirctre ἐγνώρισαν143 ce qui leur

avait eacuteteacute annonceacutee (cf Lc 2 17)

Dans le premier cas Dieu apparaicirct comme le sujet du verbe alors que dans le

deuxiegraveme cas les bergers sont sujet du verbe gnwrizw sexprime de maniegravere particuliegravere

en lien avec ὁράω ceux qui font connaicirctre sont ceux qui ont vu

Dans le quatriegraveme Evangile le contexte est celui du mystegravere pascal de Jeacutesus Dans

son discours sur la vigne veacuteritable Jeacutesus invite ses disciples agrave demeurer en Lui comme le

sarment sur la vigne pour porter des fruits en abondance Demeurer uni agrave Jeacutesus cest aussi

demeurer dans son amour en suivant le chemin de lobservance des commandements

143 ἐγνώρισαν a eacuteteacute substitueacute dans certains manuscrits (A Q y f113 33 Ucirc) par dieγνwρισαν Toutefois

ἐγνώρισαν est qualitativement soutenu par un bon nombre de manuscrits (yen B D L W X 565 579 1241)

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Cest agrave cette condition que les disciples connaicirctront (cf Jn 15 15) les biens messianiques

apporteacutes par le Christ144 Si le serviteur ne sait pas (οἶδεν) ce que fait son seigneur Jeacutesus

est celui qui fait connaitre (ἐγνώρισα) agrave ses amis tout ce quil a entendu (ἤκουσα) de son

Pegravere

Tout comme il a fait connaicirctre agrave ses disciples ce quil a entendu du Pegravere en Jn 15

15 Jeacutesus a eacutegalement fait connaicirctre son Pegravere agrave ses disciples pour quils puissent entrer

dans cette communion damour entre le Pegravere et le Fils (cf Jn 17 26) Le but de la

connaissance dont Jeacutesus est le sujet et Dieu lobjet est damener les disciples agrave une vie

damour dans la communion avec les personnes divines pour porter les fruits neacutecessaires

Si lamour est une composante essentielle de la connaissance leacutecoute en est eacutegalement

une car celui qui fait connaicirctre est celui qui a dabord eacutecouteacute

Dans les Actes des Apocirctres le terme gnwrizw145 apparaicirct une seule fois en 2 28

dans une citation du Ps 15 8-11 Le contexte est celui du discours de Pierre apregraves que les

Apocirctres aient reccedilus la gracircce de lEsprit Saint le jour de la Pentecocircte146 La connaissance

sexprime ici agrave laide des composantes essentielles de la joie dans le Seigneur et les

chemins de vie qui en est son objet Dans la deuxiegraveme lettre de Pierre le contexte est

troubleacute par les speacuteculations sophistes sur la parousie Pierre reacuteaffirme le message des

apocirctres sur la puissance et lavegravenement du Christ quils ont fait connaicirctre Cette annonce

est fondeacutee sur le teacutemoignage oculaire des apocirctres et non pas sur les fables et speacuteculations

sophistes (cf 2P 1 16)

Les deux emplois du verbe gnwrizw dans la premiegravere lettre aux Corinthiens ont

pour sujet lapocirctre En 1Cor 12 3 il reacuteaffirme lœuvre de lEsprit dans le contexte de

lexercice des charismes dans la communauteacute chreacutetienne En 1Cor 15 1 il utilise le mecircme

verbe pour reacuteaffirmer limportance de la foi en lEvangile qui a eacuteteacute annonceacute dans un

contexte ougrave la reacutesurrection des morts est mise en question par certains courants Cest dans

le mecircme sens quest reacuteaffirmeacutee agrave laide du pronom personnel nous limportance de la

gracircce de Dieu accordeacutee aux Eglises de Maceacutedoine en 2Cor 8 1 dans le contexte de la

collecte organiseacutee en faveur des fidegraveles du Christ

144 ZEVENI G Commentaire spirituel de lEvangile de Jean v 2 p 112 145 Nous ne prenons pas en consideacuteration ici le verbe ἀναγνωρίζομαι qui apparaicirct une seule fois dans le

Nouveau Testament en Ac 7 13 avec le sens de se faire connaicirctre soi-mecircme Ce verbe a eacuteteacute substitueacute par

gnwrizw dans les manuscrits suivants A B p vg 146 Ac 2 28 reprend exactemente le mecircme vocabulaire du Ps 15 11 dans le texte de la LXX ἐγνώρισάς μοι

ὁδοὺς ζωῆς

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En Gal 1 11 le sujet du verbe gnwrizw est encore lapocirctre qui reacuteaffirme la valeur

de lEvangile qui nest pas une invention des hommes mais la reacuteveacutelation mecircme du Christ

Le geacutenitif objectif ἀποκαλύψεως Ἰησοῦ Χριστοῦ montre que ce nest pas seulement

lEvangile comme message qui a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave lapocirctre mais Jeacutesus lui-mecircme Le contexte

de Phil 1 22 ougrave Paul est encore le sujet du verbe est marqueacute par le dilemme dont lapocirctre

ne sait quoi choisir mourir pour ecirctre deacutefinitivement avec le Christ ou vivre pour

lannonce de lEvangile en faveur des autres

En effet si vivre cest le Christ et mourir est un gain (cf Phil 1 21) il ne revient

donc pas agrave lapocirctre de prendre cette deacutecision Pour cela Paul se trouve dans lembarras et

ne sait pas ce quil faut faire Cest alors dans les recommandations finales de la lettre (cf

Phil 4 6) que lapocirctre invite la communauteacute chreacutetienne agrave vivre dans laction de gracircce

loraison et la priegravere et que leurs demandes soient toujours connues et preacutesenteacutees agrave Dieu

Si la communauteacute doit preacutesenter ses priegraveres pour les faire connaicirctre par Dieu cela marque

le caractegravere distinctif de la priegravere qui eacutetait dans les communauteacutes chreacutetiennes de

leacutepoque147

En Rom 9 2223 Dieu est le sujet du verbe gnwrizw La connaissance est celle

de la puissance de Dieu et la richesse de sa gloire dans lhistoire du peuple dIsrael teacutemoin

infidegravele des promesses de Dieu En Rom 16 26 la connaissance sexprime en fonction de

la reacuteveacutelation du mystegravere de Dieu cacheacute depuis toujours mais aujourdhui manifesteacute selon

le projet de Dieu

Le contexte de Rm 16 25-26 est bien proche de celui de Col 1 26-27 et Ep 3 1-

13 ou apparaissent tous les termes de notre trilogie pour exprimer laction salvifique de

Dieu Cest uniquement dans ces trois contextes que ces trois termes apparaissent

ensemble dans les eacutecrits du Nouveau Testament Lattention y sera porteacutee de maniegravere

particuliegravere dans linterpreacutetation theacuteologique des dynamismes soteacuteriologiques

Toutefois il en ressort que dans le contexte des eacutecrits du Nouveau Testament la

connaissance agrave laquelle renvoi le verbe gnwrizw nest pas une simple connaissance Cest

une connaissance en lien avec la reacuteveacutelation de Dieu qui saccomplit en Jeacutesus Christ148

Cest ainsi que Dieu se reacutevegravele en se faisant connaicirctre

En plus du verbe gnwrizw sont aussi employeacutes dans le contexte geacuteneacuteral du

Nouveau Testament les verbes γινώσκω et oi=da dont lemploi en est abondant En effet

147 KNOCH O Γνωρίζω col 773 148 Ibid col 772

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le verbe γινώσκω qui signifie savoir connaicirctre149 employeacute 222 fois dans les eacutecrits

neacuteotestamentaires se retrouve uniquement 3 fois dans la lettre aux Epheacutesiens (cf 3 19

5 5 6 22) Ce verbe indique geacuteneacuteralement la perception intellectuelle dun objet ou dun

rapport objectif150

Malgreacute les difficulteacutes deacutetablir parfois une limite entre son usage profane et

religieux le verbe γινώσκω preacutesente une varieacuteteacute de significations qui vont de lexpeacuterience

agrave partir des sens agrave une expeacuterience de la foi ce qui rend les limites entre son usage profane

et religieux assez fluides151 Dans la Gregravece antique le verbe γινώσκω signifiait arriver agrave

connaicirctre et nindiquait pas directement la connaissance comme telle mais plutocirct la

deacutemarche de lesprit et le progregraves de la penseacutee qui font aboutir agrave la connaissance152 Dans

ce sens cette deacutemarche peut ecirctre une observation un renseignement reccedilu une expeacuterience

ou un raisonnement153

Cest dans ce sens que dans les trois seuls versets ougrave apparaicirct γινώσκω dans la

lettre aux Epheacutesiens lemphase de la connaissance est du cocircteacute de lecirctre humain agrave partir de

son expeacuterience et son effort Connaicirctre serait donc ici une deacutecouverte inteacuterieure

existentielle une expeacuterience qui se comprend dans le sens existentiel et non

psychologique154 Cest une expeacuterience qui doit placer le chreacutetien en marche ou dans un

processus pour arriver agrave connaicirctre (γινώσκein) lamour du Christ qui surpasse toute

connaissance (γνῶσις) pour ecirctre combleacutes de la pleacutenitude de Dieu (cf Ep 3 19)

Le verbe oi=da employeacute 318 fois par les auteurs du Nouveau Testament se retrouve

uniquement 5 fois sous la plume de lauteur de la lettre aux Epheacutesiens (cf 1 18 5 5 6

8921) Ce verbe est geacuteneacuteralement employeacute dans le sens davoir perccedilu avoir vu

savoir connaicirctre mais aussi indiffeacuteremment dans certains cas comme synonyme de

γινώσκω155 Par sa racine (io=) aussi bien que par son usage seacutemantique le verbe oi=da reste

lieacute au verbe voir et comme en eacutetant un parfait il sert de parfait agrave γινώσκω et deacutesigne

la connaissance en tant que acquise avec une note marqueacutee de certitude absolue ou la

connaissance comme saisie immeacutediate intuitive156

149 SCHMITHALS W γινώσκω col 746 150 BULTMANN R γινώσκω col 461 151 SCHMITHALS W Op cit col 748 152 LA POTTERIE I oi=da et γινώσκω les deux modes de la connaissance dans le quatriegraveme Evangile

p 710 153 Ibid p 710 154 SCHLIER H La Carta a los Efesios p 225 155 SEESEMANN H oi=da col 329 156 LA POTTERIE I Op cit p 710 et seq

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Dans le Nouveau Testament lusage de oi=da noffre pas beaucoup de

particulariteacutes il apparaicirct presque toujours dans le sens de savoir et prend rarement le

sens du verbe connaicirctre157 Cest aussi le cas de son emploi dans la lettre aux Epheacutesiens

Toutefois le contenu de cette connaissance est particuliegraverement remarquable en 1 18

cest la connaissance de lespeacuterance de lappel divin de la richesse de la gloire de son

heacuteritage dans les saints et lextraordinaire grandeur de son pouvoir en nous

De mecircme le substantif γνῶσις qui apparaicirct 29 fois dans les eacutecrits du Nouveau

Testament napparaicirct quune seule fois dans la lettre aux Epheacutesiens en Ep 3 19

Appartenant au mecircme groupe le substantif ἐπίγνωσις apparaicirct en Ep 1 17 et 4 13 γνῶσις

et ἐπίγνωσις sont geacuteneacuteralement employeacutes indistinctement dans le mecircme sens pour

deacutesigner la connaissance158 Toutefois ἐπίγνωσις sexprime en Epheacutesiens en fonction de

la sagesse et de la reacuteveacutelation qui donnent accegraves agrave la connaissance de Dieu (1 17) pour

parvenir agrave luniteacute dans la foi (cf Ep 4 13)

Aucun de ces termes ne se retrouve dans la peacutericope de Ep 3 1-13 Par contre le

verbe gnwrizw employeacute seulement 25 fois dans le Nouveau Testament se retrouve 6 fois

dans la lettre aux Epheacutesiens et donc 3 fois dans notre peacutericope159 En preacutesentant le plus

grand nombre demploi dans la lettre aux Epheacutesiens par rapport aux autres eacutecrits

neacuteotestamentaires gnwrizw devient un verbe essentiellement eacutepheacutesien Ces indices

litteacuteraires nous montrent limportance et le privilegravege accordeacute au terme gnwrizw dans la

dynamique de la lettre et sa concentration en Ep 3 1-13

En effet la connaissance du μυστήριον divin ne se reacuteduit pas agrave une γνῶσις

speacuteculative et intellectuelle cest une reacutealiteacute qui deacutepasse infiniment le croyant et

lintroduit dans une relation profonde avec Dieu qui se fait connaicirctre agrave lui en reacuteveacutelant son

mystegravere Cest ainsi que la vie chreacutetienne si elle nexiste pas sans lamour elle nexiste

pas non plus sans progregraves dans la connaissance car la croissance dans la connaissance du

mystegravere est deacutecisive pour la vie eccleacutesiale160

157 SEESEMANN H oi=da col 331 158 SCHMITHALS W γινώσκω col 747 159 Le verbe ἀναγινώσκω qui apparaicirct 32 fois dans le NT apparaicirct une seule fois dans la lettre aux Epheacutesiens

en 3 4 Dans le grec classique ce verbe a le sens de lire ou lire agrave haute voix publiquement Dans le

Nouveau Testament il renvoi pratiquement agrave la lecture des autres eacutecrits soit du Nouveau Testament soit de

lAncien Testament Cf TUGGY A E Lexico Griego-espantildeol del Nuevo Testamento p 64 160 ALETTI J-N Saint Paul Eacutepicirctre aux Eacutepheacutesiens p 91 et seq

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244 Reacutesumeacute de lapproche neacuteotestamentaire de la reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

Lapproche seacutemantique neacuteotestamentaire reacutealiseacutee dans ce chapitre nous permet de

reconnaicirctre que les termes de la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance sont tregraves peu

employeacutes par les auteurs du Nouveau Testament Les trois termes avpokaluptw

avpokaluyij musthrion et gnwrizw appartiennent essentiellement au vocabulaire

paulinien Le terme gnwrizw quant agrave lui est un terme essentiellement eacutepheacutesien

Les occurrences des trois termes dans les diffeacuterents contextes litteacuteraires du

Nouveau Testament sont assez diversifieacutees Ils napparaissent ensemble quen Rom 16

25-26 et Col 1 26-27 Toutefois leur apparition est de plus grande relevance en Ep 3 1-

13 ougrave ils apparaissent comme champs seacutemantiques essentiels pour exprimer les

dynamismes soteacuteriologiques preacutesents dans cette peacutericope

25 Hermeacuteneutique theacuteologique des dynamismes soteacuteriologiques en Ep 3 1-13

251 Dynamique de la reacuteveacutelation du mystegravere de Ep 1 3-14 agrave Ep 3 1-13

Le μυστήριον est sans aucun doute un des principaux thegravemes de la lettre aux

Epheacutesiens161 Dans la dynamique de la lettre il est annonceacute en 1 9 comme eacutetant le

μυστήριον τοῦ θελήματος αὐτοῦ Cette premiegravere annonce du mystegravere se fait deacutejagrave en lien

avec la connaissance γνωρίσας ἡμῖν τὸ μυστήριον Lhymne de la lettre aux Epheacutesiens

appeleacutee aussi eulogie ou beacuteneacutediction162 atteint ici son paroxysme et ne culmine non pas

161 Cf HUGEDE N Commentaire de lrsquoEpicirctre aux Epheacutesiens p 102 considegravere eacutegalement lexposeacute du

mystegravere comme eacutetant le corps central de toute lEpicirctre aux Colossiens ALETTI J-N Saint Paul Eacutepicirctre aux

Eacutepheacutesiens p 12 162 Pour les caracteacuteristiques de la Beacuteneacutediction ou Eulogie dans lAncien et le Nouveau Testament Cf

SCHLIER H Carta a los Efesios p 49 passim LINCOLN T A Ephesians p 10 passim CAMBIER J

La Beacuteneacutediction de Epheacutesien 1 3-14 p 58 passim LYONNET S La Beacuteneacutediction de Epheacutesien 1 3-14

et son arriegravere-plan judaique p 341 passim

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sur le statut des croyants mais sur le fait de connaicirctre comme si la connaissance devrait

preacutevaloir163 Degraves le deacutebut de la lettre la connaissance prend deacutejagrave une place importante

dans la reacuteveacutelation du mystegravere de la volonteacute divine

Ce mystegravere est celui que Dieu sest proposeacute de reacutealiser degraves avant la fondation du

monde Le mystegravere de leacutelection de la filiation et de ladoption divine (cf Ep 1 4-5) Cest

ce mystegravere de sa volonteacute que Dieu a voulu reacutealiser agrave la pleacutenitude des temps reacutecapitulant

toute chose dans le Christ (cf Ep 1 9-10) Il veut le faire connaicirctre parce que cest le

mystegravere de sa volonteacute Ce nest donc pas un mystegravere reacuteserveacute exclusivement agrave un groupe

dinitieacutes164 mais un mystegravere qui se donne de connaicirctre agrave tous les croyants

Par sa nature decirctre mystegravere il ne se deacutevoile pas dun coup dans la dynamique de

la lettre Cest alors dans une logique progressive quil faut le deacutecouvrir tant quil se laisse

connaicirctre Si Dieu a fait connaicirctre le mystegravere de sa volonteacute en Ep 1 9 cette reacuteveacutelation

doit renvoyer neacutecessairement agrave un moment de lhistoire que le contexte de la beacuteneacutediction

ne preacutecise pas Quel est ce mystegravere de la volonteacute divine Comment Dieu la-t-il fait

connaicirctre et agrave quelle moment preacutecis Ces questionnements autour de la premiegravere annonce

du mystegravere trouveront leurs reacuteponses seulement dans les versets que constitue luniteacute

textuelle de Ep 3 1-13

Toutefois si Dieu est le sujet et lagent soteacuteriologique de la manifestation et de la

connaissance du mystegravere les beacuteneacuteficiaires de cette reacuteveacutelation sont preacuteciseacutement les Juifs

et les Nations Ils sont indiqueacutes respectivement en Ep 1 11-12 par le projet du salut de

Dieu advenu dans lhistoire des Juifs et en Ep 1 13 par lavegravenement du salut divin dans

lhistoire des Nations Si les Juifs et les Nations sont beacuteneacuteficiaires de ce dynamisme

soteacuteriologique il en ressort dembleacutee que le mystegravere que Dieu fait connaicirctre est celui de

la reacuteunion des Juifs et des Nations dans le Christ Le dynamisme salvifique de la

connaissance du mystegravere de la volonteacute divine deacutebouche degraves lors sur la reacuteunion et

linteacutegration des uns et des autres dans le Christ

En Ep 1 17-18 lauteur renforce ce dynamisme de la reacuteveacutelation et de la

connaissance du mystegravere dans un vocabulaire caracteacuteristique de la connaissance πνεῦμα

σοφίας καὶ ἀποκαλύψεως ἐν ἐπιγνώσει αὐτου (un esprit de sagesse et de reacuteveacutelation dans

la connaissance profonde de Lui) Cette connaissance acquise dans un esprit de sagesse

et de reacuteveacutelation a pour objet lespeacuterance de lappel divin la richesse de la gloire de sa

163 ALETTI J-N Saint Paul Eacutepicirctre aux Eacutepheacutesiens p 69 164 La conception du mystegravere chez Paul se deacutemarque deacutejagrave de la conception gnostique ougrave les μυστήρια eacutetaient

des reacuteveacutelations secregravetes reacuteserveacutees agrave un groupe dinitieacutes Cf FINKENRATH G musthrion col 2282

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promesse et lextraordinaire grandeur de sa puissance Si lauteur demande agrave Dieu de faire

grandir ses destinataires dans la connaissance (cf Ep 1 17-18a) cest pour quils puissent

comprendre le lien de causaliteacute existant entre leur situation (cf Ep 1 18b-19) et celle du

Christ (cf Ep 1 20-22)165

Cest ainsi que le mystegravere eacutepheacutesien sexprime progressivement dans la dynamique

de la lettre en relation agrave la reacuteveacutelation et agrave la connaissance pour atteindre son point

culminant en Ep 3 1-13 Pour saisir toute la porteacutee de cette trilogie seacutemantique il est

donc neacutecessaire de lanalyser en lien avec le tissu textuel des autres champs seacutemantiques

preacutesents dans le texte Cest dans cette approche du tissu textuel dans ses composantes

essentielles que lon parviendra agrave trouver le contenu et la signification de cette trilogie

dans chacune des actions quelle signifie dans les deux moments dynamiques de la

peacutericope

252 Dynamique salvifique de Ep 3 12-7 reacuteveacutelation et connaissance du mystegravere

2521 Moment dynamique de Ep 3 12-4

25211 La communion dans leacutepreuve comme lieu de lavegravenement du salut dans le Christ

En Ep 3 12-7 ont eacuteteacute identifieacutes 7 dynamismes soteacuteriologiques signifieacutes par 26

champs seacutemantiques Pour lunique fois dans la lettre aux Epheacutesiens et dans lensemble

du Nouveau Testament les trois termes de cette trilogie avpokaluyin musthrion et

evgnwrisqh se reacuteunissent dans un seul verset (Ep 3 3) Le v 3 devient ainsi la charpente

du premier moment dynamique (Ep 3 2-4) de la premiegravere partie de cette uniteacute textuelle

(Ep 3 2-7) Le vocabulaire de ce premier moment du texte et de lensemble de la peacutericope

165 ALETTI J-N Saint Paul Eacutepicirctre aux Eacutepheacutesiens p 91

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est profondeacutement marqueacute par ces trois termes Cest un vocabulaire essentiellement lieacute agrave

la reacuteveacutelation et agrave la connaissance du mystegravere divin

Cest au cours dune reacuteveacutelation que Dieu fait connaicirctre son mystegravere agrave Paul (v 3)

Mais ce mystegravere nest pas reacuteserveacute uniquement agrave Paul qui est devenu prisonnier du Christ

pour les Nations (v 1-2) Cest agrave partir dune lecture approfondie que les Nations sont

appeleacutes agrave comprendre lintelligence que Paul a lui-mecircme du mystegravere du Christ (v 4) Mais

ce mystegravere est aussi celui qui est reacuteveacuteleacute aux saints apocirctres et prophegravetes et qui na pas eacuteteacute

fait connaicirctre aux autres geacuteneacuterations (v 5)

La reacuteveacutelation de ce mystegravere fait comprendre que les Nations sont deacutesormais

membres du mecircme corps et partagent le mecircme heacuteritage dans le Christ par lEvangile (v

6) dont Paul a eacuteteacute fait le serviteur selon le don de la gracircce de Dieu (v 7) Cest ainsi que

la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance dynamise le texte et lentraicircne dans sa

mouvance

Le premier dynamisme salvifique du texte est celui de la communion de Paul avec

le Christ qui sexprime par lexpression ὁ δέσμιος τοῦ Χριστοῦ (Ep 3 1)166 En effet dans

la litteacuterature neacuteotestamentaire le concept de communion ne sexprime pas par le terme

koinwnia qui est totalement absent dans les Evangiles et dans la lettre aux Epheacutesiens et

napparaicirct que 13 fois dans les eacutecrits pauliniens une fois dans les Actes des Apocirctres et

dans la lettre aux Heacutebreux et 4 fois dans la premiegravere lettre de saint Jean

Toutefois la communion aussi bien dans les eacutecrits pauliniens que dans le Nouveau

Testament en geacuteneacuteral sexprime de plusieurs maniegraveres et essentiellement par lusage des

preacutepositions du datif et du geacutenitif 167 comme dans le cas preacutesent Dans ce sens la

communion comme participation aux souffrances du Christ au nom de lEvangile rejoint

le premier sens de ce concept qui nest pas avant tout celui dune association avec lautre

mais une participation avec lautre168

Ainsi degraves le deacutebut de la peacutericope Paul exprime sa communion profonde avec le

Christ marqueacutee par leacutepreuve dont les Nations en sont les beacuteneacuteficiaires ἐγὼ169 Παῦλος ὁ

166 Lexpression apparaicirct aussi en Phm 19 Loin decirctre une image ou une figure de style lemprisonnement

de Paul est une reacutealiteacute Cf (Phm 1910) En Ep 4 1 il se preacutesente comme prisonnier dans le Seigneur alors

quil se preacutesente en Col 1 23 comme le serviteur de lEvangile 167 Pour une eacutetude sur les implications theacuteologiques des preacutepositions dans le Nouveau et dans les lettres

pauliniens voir PANIKULAM G Koinonia in the New Testament p 2 168 Ibid p 1 169 Dans le souci davoir une phrase complegravete avec un verbe et un preacutedicat certains auteurs ont ajouteacute eivmi Cf CHRYSOSTOM S Homilies on Galatians Ephesians Philippians Colossians Thessalonians

Timothy Titus and Philemon p 241 et seq MEYER H A Critical and Exegetical Handbook to the

Epistle to the Ephesians and Epistle to Philemon p 153 HOULDEN J L Pauls Letters from Prison

Philippians Colossians Philemon and Ephesians p 297 Dans son article SHERWOOD A Pauls

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δέσμιος τοῦ Χριστοῦ [Ἰησοῦ] ὑπὲρ ὑμῶν τῶν ἐθνῶν Lavegravenement salvifique de Dieu

advient dans la vie de Paul agrave travers cette communion avec le Christ dans la participation

agrave ses souffrances Paul nest pas un prisonnier quelconque parmi tant dautres il est le

prisonnier par excellence170du Christ Cest agrave partir de cette communion profonde avec le

Christ que Paul fait une lecture theacuteologique de sa situation dans la prison Mecircme en eacutetant

sous les chaicircnes (cf Phm 10) de ses perseacutecuteurs il possegravede une grande liberteacute

inteacuterieure dans sa relation de communion avec le Christ qui donne finalement un sens agrave

sa souffrance

Les tribulations de lapocirctre prisonnier du Christ comme dynamisme salvifique du

v 1 en lien avec son expression affine au v 13 qui deacutelimite luniteacute textuelle deviennent

ainsi un chemin de gloire pour les Nations θλίψεσίν μου ὑπὲρ ὑμῶν ἥτις ἐστὶν δόξα

ὑμῶν Ce dynamisme est lieacute et renforceacute par la deacutetermination de lannonce de lEvangile

comme eacutetant linsondable richesse du Christ (Ep 3 8) Cest alors au nom de lEvangile

que Paul est fait prisonnier du Christ

En effet en Ep 1 9-14 Dieu a fait connaicirctre le mystegravere de sa volonteacute dune part

aux Juifs qui ont par avance espeacutereacute dans le Christ et dautre part aux Nations qui ont

eacutecouteacute la Parole de veacuteriteacute lEvangile du salut Ce mystegravere sest fait connaicirctre en vue de la

gloire de Dieu et la louange de sa gracircce Cette gloire passe alors par les souffrances de

lapocirctre comme eacutetant partie inteacutegrante de lannonce de lEvangile du Christ

Cest agrave partir de cette communion avec le Christ et dans la participation agrave sa

souffrance que Paul devient lui-mecircme un agent soteacuteriologique du dynamisme salvifique

de Dieu pour les Nations Il est totalement lieacute au Christ et en mecircme temps lieacute par le Christ

dans les chaicircnes de lhumaniteacute171 Cest par lui que leacuteveacutenement salvifique de Dieu advient

aux Nations Le dynamisme de communion avec le Christ est essentiellement marqueacute par

la situation de lapocirctre δέσμιος (τοῦ Χριστοῦ) par rapport aux beacuteneacuteficiaires τῶν ἐθνῶν

Imprisonment as the Glory of the Ethne p 98 note 2 fait une analyse formelle des conseacutequences de cette

addition 170 BUTTRICK G A The Interpreters Bible p 664 171 SCHNACKENBURG R Ephesians p 130

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25212 La gracircce divine dans la dynamique salvifique du texte

Dans la logique interne du texte Paul et les Nations deviennent en mecircme temps

beacuteneacuteficiaires de la deuxiegraveme action soteacuteriologique (Ep 3 2) dont Dieu en est lagent

principal ἠκούσατε τὴν οἰκονομίαν τῆς χάριτος τοῦ θεοῦ τῆς δοθείσης μοι εἰς ὑμᾶς172

(Ep 3 2) Cest ici que commence ce que beaucoup de commentateurs ont appeleacute

digression ou parenthegravese Dans lun ou lautre cas ce passage est en substance lun des

plus importants de la lettre aux Epheacutesiens tant dans les grandes envoleacutees de sa penseacutee que

dans la correspondante magnificence de son expression173

Laction salvifique de Dieu dans la vie de Paul et des Nations sexprime

essentiellement agrave travers les verbes ἀκούω et δίδωμι ainsi que les termes οἰκονομία et

χάρις Si la gracircce de Dieu a eacuteteacute donneacutee agrave Paul cest en vue de la mettre au service des

Nations Mecircme si lindicatif aoriste ἠκούσατε apparaicirct ici comme un terme assez

geacuteneacuterique174 il devient important dans lexpression du dynamisme salvifique agrave partir du

don de la gracircce divine accordeacutee agrave Paul pour les Nations Cest apregraves avoir entendu ou

mieux encore eacutecouteacute lEvangile que les Nations parviennent agrave entrer en syntonie avec

lapocirctre qui a reccedilu une gracircce dont elles sont les beacuteneacuteficiaires

Le verbe δίδωμι qui apparaicirct en Ep 3 2 sous laspect du participe aoriste δοθείσης

renvoi au geacutenitif χάριτος dans la mesure ougrave ce nest pas la dispensation de la gracircce qui a

eacuteteacute donneacutee agrave Paul mais la gracircce elle-mecircme Le substantif οἰκονομία qui signifie

administration dispensation charge plan175 peut aussi deacutesigner ce qui est administreacute176

172 Lexpression εἴ γε placeacutee en deacutebut du v 2 apparaicirct seulement quatre fois dans le Nouveau Testament en

2Cor 5 3 Gal 3 4 Ep 3 2 et 4 21 Col 1 23 Son sens varie selon les contextes En Ep 3 2 elle sexprime

dans lordre de certitude Lauteur suppose que les destinataires ont deacutejagrave une certaine ideacutee de son ministegravere

Cf ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 175 ABBOTT T K A critical and Exegetical

Commentary on the Epistles to the Ephesians and to the Colossians p 78 173 BUTTRICK G A The Interpreters Bible p 664 174 BEST E Ephesians p 297 considegravere ἠκούσατε simplement comme un terme tregraves geacuteneacuteral alors que ce

verbe renvoi agrave ce qui preacutecegravede et introduit en mecircme temps le deacutebut de ce qui a eacuteteacute appeleacute digression Cf

SHERWOOD A Paulrsquos Imprisonment as the Glory of the Ethne p 102 175 TUGGY A E Lexico Griego-Espantildeol del Nuevo Testamento p 639 176 MEYER H A Critical and Exegetical Handbook to the Epistle to the Eohesians and Epistle to

Philemon p 155 ABBOTT T K A critical and Exegetical Commentary on the Epistles to the Ephesians

and to the Colossians p 79 SCHLIER H Der Brief an die Epheser p 148 GNILKA J Der Epheserbrief

p 163 MERKLEIN H Das kirchliche Amt nach dem Epheserbrief p 173 passim SCHNACKENBURG

R Ephesians p 132

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ou lacte mecircme dadministrer177 Dans le premier moment dynamique du texte (vv 2-7)

οἰκονομία renvoi davantage agrave Dieu qui prend linitiative daccorder sa gracircce agrave Paul pour

le ministegravere aupregraves des paiumlens Dans le deuxiegraveme moment dynamique du texte (vv 8-12)

οἰκονομία en 3 9 renvoi alors agrave Paul dans lacte mecircme dadministrer en mettant en

lumiegravere le mystegravere cacheacute depuis les siegravecles

Le contexte de Ep 3 2 apporte une nouveauteacute par rapport agrave Col 1 26 cest la gracircce

de Dieu qui est accordeacutee agrave Paul et non sa dispensation Ces deux termes δίδωμι et χάρις178

apparaissent de nouveau comme champs seacutemantiques exprimant le septiegraveme et huitiegraveme

dynamisme salvifique (vv 78) dont Paul est encore le beacuteneacuteficiaire Mais en quoi consiste

preacuteciseacutement cette gracircce de Dieu qui est donneacutee agrave Paul pour les Nations

Dans les eacutecrits pauliniens on note une eacutevolution dans le concept de la gracircce qui

deacutepend agrave la fois de lexpeacuterience de lapocirctre et des conditions historiques des communauteacutes

quil a eacutevangeacuteliseacutees179 Cest ainsi que chez Paul la gracircce renvoi particuliegraverement au don

speacutecifique de Dieu qui se manifeste aux Nations dans legravere messianique180

En effet les Nations qui sont beacuteneacuteficiaires du premier dynamisme salvifique (Ep

3 1) et avec Paul du deuxiegraveme dynamisme (Ep 3 2) aident agrave comprendre le sens des

expressions affines et autres deacuteterminations181 qui rendent intelligibles la troisiegraveme action

soteacuteriologique (Ep 3 3) Ep 3 2 preacutepare et annonce ainsi le dynamisme salvifique de la

charpente centrale de cette premiegravere partie de la peacutericope κατὰ ἀποκάλυψιν182 ἐγνωρίσθη

μοι τὸ μυστήριον (cf Ep 3 3) Si la gracircce a eacuteteacute donneacutee agrave Paul pour les Nations cette

gracircce se comprend dans le cas preacutesent agrave partir du dynamisme salvifique qui sentrelace

avec les champs seacutemantiques de la reacuteveacutelation du mystegravere et de la connaissance

ἀποκάλυψιν μυστήριον ἐγνωρίσθη

177 Cest le sens du terme en Ep 1 10 et Ep 3 9 En Ep 3 2 PENNA R La lettera agli Efesini p 157 opte

pour οἰκονομία comme charge dadministrer confieacutee par Dieu agrave Paul et LINCOLN T A Ephesians 174

opte pour οἰκονομία en tant quexercice de la charge par Paul 178 A partir de lexpression τῆς χάριτος τοῦ θεοῦ τῆς δοθείσης μοι au vv 2 et 7 REYNIER C Evangile et mystegravere p 65 y voit un paralleacutelisme qui inserre les versets 3 agrave 6 sous la forme dune inclusion partielle 179 RAMOS F Diccionario de San Pablo p 594 180 BARTH M Ephesians p 358 181 Voir les tableaux 1 et 2 des dynamismes soteacuteriologiques identifieacutes dans le texte 182 MERKLEIN H Das kirchliche Amt nach dem Epheserbrief p 198 et LINCOLN T A Ephesians

p 175 traduisent respectivement lexpression κατὰ ἀποκάλυψιν par agrave cause dune reacuteveacutelation et selon une

reacuteveacutelation Ce qui semble ne pas accorder limportance neacutecessaire agrave cette expression placeacutee au deacutebut de la

phrase Pour donner plus demphase agrave cette expression nous la traduisons par au cours dune reacuteveacutelation

qui va dans le sens de linterpreacutetation de OBRIEN P T The Letter to the Ephesians p 223 et seq pour

qui la preacuteposition kata suivie de laccusatif nest pas prise dans sens instrumental qui se traduirait par le

moyen dune reacuteveacutelation La reacuteveacutelation est une composante essentielle de la connaissance du mystegravere qui

marque toute la diffeacuterence entre Epheacutesiens et Colossiens qui nemploie ni le verbe avpokaluptw ni le

substanif avpokaluyij

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La gracircce qui a eacuteteacute donneacutee agrave Paul agrave partir de sa communion dans leacutepreuve avec le

Christ est celle de la connaissance du mystegravere Cest au cours dune reacuteveacutelation κατὰ

ἀποκάλυψιν que le μυστήριον lui a eacuteteacute donneacute de connaicirctre ἐγνωρίσθη Cette trilogie

seacutemantique reprend tout le dynamisme du texte degraves le deacutebut y compris le deacutebut de la

lettre pour mettre en eacutevidence la gratuiteacute du don divin accordeacute agrave lapocirctre En Ep 1 6-10

le mystegravere de la volonteacute de Dieu se manifeste dans la connaissance de sa gloire pour la

louange de sa gracircce

Dans ce contexte la gracircce exprime deacutejagrave la grandeur du don de Dieu qui na sa

source et son terme que dans son amour totalement gratuit Le projet salvifique de Dieu

advient dans la vie de Paul par la gratuiteacute de la gracircce divine et non par les meacuterites

personnels de lapocirctre Lavegravenement salvifique se comprend degraves lors agrave travers la gratuiteacute

de la gracircce divine qui agit dans la vie de la personne ou de la communauteacute

En Ep 2 4-9 cest encore la gracircce qui est au cœur de lœuvre du salut et sexprime

en lien avec lamour gratuit de Dieu et la richesse de sa miseacutericorde La gracircce devient

ainsi un champ seacutemantique significatif du dynamisme salvifique de Dieu qui rend

possible la compreacutehension du μυστήριον et la participation agrave sa dispensation La

communion de lapocirctre avec le Christ sentrelace degraves lors avec le don de la gracircce pour que

laction salvifique de Dieu advienne aupregraves des Nations Il est donc difficile et voire

impossible de connaicirctre le mystegravere de Dieu en dehors du don de sa gracircce Par ailleurs si

Paul a reccedilu la connaissance du mystegravere κατὰ ἀποκάλυψιν de quelle reacuteveacutelation sagit-il

Dans son ministegravere apostolique Paul a fait lexpeacuterience de la reacuteveacutelation divine et

en a fait de maniegravere particuliegravere au moment de sa conversion La reacuteveacutelation de ce

mystegravere183 renvoie-t-elle agrave celle que lapocirctre a reccedilue sur le chemin de Damas (cf Ac 9 3-

183 La finale de ce verset καθὼς προέγραψα ἐν ὀλίγῳ fait allusion agrave un eacutecrit de Paul particuliegraverement sur le

mystegravere Le verbe προγράφω qui a le sens de lanteacuterioriteacute eacutecrire avant (ZERWICK M GROSVENOR

M A Grammatical Analysis of the Greek New Testament p 583) apparaicirct seulement quatre fois dans le

Nouveau Testament (Rom 15 4 Gal 3 1 Ep 3 3 et Jude 4) Lexpression evn ovligw pourrait ecirctre traduite

par en quelques mots si elle eacutetait employeacutee au pluriel Dans le cas preacutesent du singulier elle peut ecirctre

traduite par ladverbe briegravevement (ZERWICK M GROSVENOR M A Grammatical Analysis of the

Greek New Testament p 583) Plusieurs discussions on eacuteteacute faites sur leacutecrit dont Paul fait allusion

CHRYSOSTOM S Homilies on Galatians Ephesians Philippians Colossians Thessalonians Timothy

Titus and Philemon p 242 et seq soriente vers la possibiliteacute dune autre lettre que Paul aurait eacutecrite aux Epheacutesiens sur le mystegravere Ce qui nest confirmeacute par aucun manuscrit Pour sa part DAVIES L I wrote

afore in a few words (Eph iii3) p 568 y voit un lien avec le passage de Rm 16 25-27 qui fait allusion au

mystegravere Mais quel serait le rapport entre la lettre aux Romains et la communauteacute chreacutetienne dEphegravese

BRUCE F F The Epistle to the Ephesians p 312 y voit la possibiliteacute dune reacutefeacuterence agrave Col 1 25-27

Certains commentaires ALFORD H The Greek New Testament With a Critically Revised Text p 3 et seq

et BARTH M Ephesians p 329 y voient une reacutefeacuterence au mystegravere deacutejagrave mentionneacute dans la lettre aux

Epheacutesiens et preacutecisement en Ep 1 9 Plusieurs commentateurs y voient la reacutefeacuterence au mystegravere eacutepheacutesien

deacutecrit en Ep 2 11-22 ougrave les juifs et les Nations sont creacutees en un seul homme nouveau et devenus tous deux

un seul corps Cf MEYER H A Critical and Exegetical Handbook to the Epistle to the Ephesians and

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16) Dans la dynamique des Actes des Apocirctres apregraves leacutepisode de la conversion de

lapocirctre sur le chemin de Damas il reccediloit la mission daller vers les Nations paiumlennes pour

leur ouvrir les yeux afin quelles reviennent des teacutenegravebres agrave la lumiegravere (cf Ac 26 17-18)

Toutefois dans la dynamique du texte eacutepheacutesien lexpression κατὰ ἀποκάλυψιν ne

renvoie pas neacutecessairement agrave lexpeacuterience de Damas ni agrave une reacuteveacutelation particuliegravere Kατὰ

ἀποκάλυψιν aide agrave identifier le moyen par lequel Paul a connu le mystegravere 184 Cette

expression est renforceacutee par laoriste ἐγνωρίσθη du verbe gnwrizw Si laoriste renvoi agrave

une action accomplie dans le temps peut-on le reacuteduire dans le cas preacutesent agrave une action

immeacutediate survenue agrave un moment preacutecis dans lhistoire de lapocirctre

En effet lemploi de laoriste ἐγνωρίσθη ne veut pas dire que la reacuteveacutelation eacutetait

instantaneacutee ou immeacutediate ayant lieu seulement au moment mecircme de la conversion de

Paul Laspect aoriste couvre toute la peacuteriode pendant laquelle Paul a ducirc comprendre la

pleine signification de sa conversion avant la reacutedaction de la lettre185

Malgreacute lusage abondant de la premiegravere personne du singulier dans le texte [vv

123(2x)47(2x)813(2x)] les souffrances endureacutees par lapocirctre en faveur des Nations et

sa connaissance du mystegravere ne sont en rien une autoglorification des meacuterites personnels

de lapocirctre Il est parvenu agrave la connaissance du mystegravere divin agrave partir dune communication

personnelle et directe de Dieu186 Alors que lusage du passif ἐγνωρίσθη renforce lideacutee

du mystegravere qui lui a eacuteteacute donneacute κατὰ ἀποκάλυψιν et non agrave partir dune ingeacutenuiteacute humaine

le datif montre que Paul est reacuteellement le beacuteneacuteficiaire et non lagent de la connaissance

du mystegravere187

Dans laction salvifique exprimeacutee par cette reacuteveacutelation du mystegravere par le don

gratuit de la gracircce divine Paul porte deacutesormais en lui-mecircme le contenu du mystegravere Son

existence est deacutesormais marqueacutee par la dynamique du mystegravere quil a reccedilu au cours dune

Epistle to Philemon p 156 ABBOTT T K A critical and Exegetical Commentary on the Epistles to the

Ephesians and to the Colossians p 79 et seq SCHLIER H La Carta a los Efesios p 149 GNILKA J

Der Epheserbrief p 164 SCHACKENBURG R Ephesians p 132 LINCOLN T A Ephesians p 175

MERKLEIN H Das Kirchliche Amt nach dem Epheserbrief p 215 et seq 184 BEST E Ephesians p 299 Certains commentateurs renvoient cette reacuteveacutelation agrave lexpeacuterience de Paul

sur la route de Damas Cf SCHNACKENBURG R Ephesians p 131 MUDDIMAN J The Epistle to the Ephesians p 150 185 BEST E Ephesians p 301 ZERWICK M Il Greco del Nuovo Testamento p 171 affirme quil y a

un risque de confondre le caractegravere ponctuelle de laction avec linstantaneacuteiteacute comme si cela impliquait

neacutecessairement la briegraveveteacute de laction Laoriste peut ecirctre vu comme une peacuteriode de temps tregraves long tant

quil est consideacutereacute comme eacutetant seulement un eacuteveacutenement historique sans se soucier de sa longueur objective

De mecircme les actions reacutepeacuteteacutees peuvent ecirctre exprimeacutees par laoriste si lauteur les considegravere comme une

uniteacute 186 BEST E Ephesians p 300 187 HOEHNER H Ephesians p 448

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reacuteveacutelation Lexistence de Paul ne peut poursuivre son cours comme si rien ne seacutetait passeacute

La gracircce dont il a eacuteteacute beacuteneacuteficiaire est preacutesente et agissante en sa personne La reacuteveacutelation

du mystegravere devient un acte du salut divin qui fait irruption dans la vie de Paul et

transforme le cours de son existence en donnant un nouveau sens agrave son histoire

25213 La lecture de leacutecriture dans lintelligence du mystegravere

Si la reacuteveacutelation sexprime ici en lien avec le mystegravere et la connaissance comme un

dynamisme qui prend en compte les actions preacuteceacutedentes lexpression emphatique κατὰ

ἀποκάλυψιν renvoi eacutegalement agrave la prochaine action soteacuteriologique (Ep 3 4) qui donne

une premiegravere indication sur le mystegravere qui a eacuteteacute reacuteveacuteleacute188 Cest en lisant ἀναγινώσκοντες

(cf Ep 3 4) que les Nations seront capables de comprendre lintelligence de lapocirctre dans

le mystegravere qui lui a eacuteteacute donneacute de connaicirctre au cours dune reacuteveacutelation

La reacuteveacutelation reccedilue par Paul rend possible la connaissance du mystegravere du moins

agrave lapocirctre qui a eacuteteacute beacuteneacuteficiaire de cette reacuteveacutelation divine Mais cest en lisant

ἀναγινώσκοντες ce qui a eacuteteacute eacutecrit προέγραψα (cf Ep 3 3) que les Nations seront

capables de comprendre lintelligence de ce mystegravere Si au cours dune reacuteveacutelation a eacuteteacute

donneacute agrave Paul de connaicirctre le mystegravere cela se comprend dans le cas preacutesent agrave partir du

dynamisme de la lecture

Apregraves lacte de leacutecriture suit lacte de la lecture 189 En sexprimant et en

sentrelaccedilant avec la compreacutehension (νοῆσαι) et lintelligence dans le mystegravere la lecture

devient le lieu indispensable de la connaissance du mystegravere La lecture de ce qui est eacutecrit

devient en mecircme temps le lieu reacutefeacuterentiel ougrave la reacuteveacutelation divine se rend preacutesent dans la

vie de la communauteacute (des Nations)

Dans le grec classique ἀναγινώσκοντες du verbe ἀναγινώσκω signifie lire ou

lire agrave haute voix en public190 Dans le Nouveau Testament ἀναγινώσκω apparaicirct 32 fois

et aussi geacuteneacuteralement employeacute dans le sens de lire ou de lire agrave haute voix en public191

188 Sur le plan formel la conjonction ὅτι employeacutee seulement 13 fois dans la lettre assure le passage du v

2 au v 3 alors que lexpression πρὸς ὃ fait le lien entre le v 3 et le v 4 favorisant une eacutevolution dans les

ideacutees developpeacutees et le deacutevoilement progressif du mystegravere 189 BOUTTIER M LEpicirctre de Saint Paul aux Epheacutesiens p 140 190 TUGGY AE Lexico Griego-Espantildeol del Nuevo Testamento p 64 191 Ibid

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Son apparition en Ep 3 4 est lunique usage du verbe dans la lettre aux Epheacutesiens192 Dans

la plupart des cas ἀναγινώσκω renvoi agrave la lecture de lAncien Testament (cf Mt 12 35

19 4 21 1642 Ac 8 283032) et donc agrave la lecture effectueacutee agrave haute voix qui eacutetait

pratiqueacutee dans les synagogues et les lieux de rencontres des premiegraveres communauteacutes

chreacutetiennes193

La lecture de la lettre dans un contexte communautaire de louange loin decirctre

eacutepheacutemegravere lui impose une finaliteacute 194 preacutecise et indeacuteniable dans leacutedification de la

communauteacute Toutefois cette pratique de lecture habituelle dans lantiquiteacute et

speacutecialement dans le contexte liturgique de lEglise primitive exclut-elle la possibiliteacute

dune lecture personnelle ou priveacutee

Dans la litteacuterature neacuteotestamentaire le verbe ἀναγινώσκω renvoi eacutegalement agrave la

lecture des lettres apostoliques et plus preacuteciseacutement aux lettres de Paul qui eacutetaient lues au

sein de la communauteacute (cf Ac 15 31 2Cor 1 13 Col 4 16) Mais en 2Cor 3 2 Paul va

au-delagrave de la lecture de lAncien Testament et des lettres apostoliques qui sont faites dans

des assembleacutees publiques Notre lettre dit-il cest vous une lettre eacutecrite en nos cœurs

connue et lue (ἀναγινωσκομένη) par tous les hommes Vous ecirctes manifestement une lettre

du Christ remise agrave nos soins eacutecrite non avec de lencre mais avec lEsprit du Dieu vivant

non sur des tables de pierre mais des tables de chair sur les cœurs (2Cor 3 2-3)

Dans le contexte de Ep 3 4 la possibiliteacute dune lecture personnelle ne peut donc

pas ecirctre exclue Au-delagrave de la lecture essentiellement communautaire recommandeacutee par

Paul en Col 4 16 le contexte de Ep 3 4 implique aussi une lecture personnelle qui prenne

le temps neacutecessaire de peser ce qui est lu Cest une invitation agrave lire et agrave relire en

reacutefleacutechissant sur la signification de ce qui est eacutecrit Paul est sucircr quen lisant les Nations

seront capables de percevoir (νοῆσαι) son intelligence dans le mystegravere du Christ

dappreacutecier sa grandeur en tant quexpositeur de lultime signification de lEvangile et

dappreacutehender de maniegravere croissante ses ideacutees fondamentales195

192 ἀναγινώσκω apparaicirct en Matthieu (7 fois) en Marc (4 fois) en Luc (3 fois) en Jean (1 fois) dans les

Actes de Apocirctres (8 fois) dans la deuxiegraveme lettre aux Corinthiens (3 fois) en Col (3 fois) et une fois

respectivement en Ep 1Th et Ap Du mecircme groupe le substantif ἀνάγνωσις apparaicirct uniquement en Ac 13

15 et 2Cor 3 14 ougrave il renvoi explicitement agrave la lecture de lAncien Testament et en 1Tm 4 13 ougrave le contexte

de la lecture est aussi celle de lAncien Testament dans les assembleacutees liturgiques de lEglise primitive 193 LOURDES G U El Apocalipsis pautas literarias de lectura Consejo Superior de Investigaciones

cientiacuteficas no 79 p 22 Cest dans ce sens que HORT F J A Prolegomena to Saint Pauls Epistles to the

Romans and the Ephesians p 150 et seq propose de voir dans anaginwskontej une reacutefeacuterence agrave la lecture

de lAncien Testament qui permettrait de comprendre le mystegravere chreacutetien preacutesenteacute par Paul agrave partir de la

propheacutetie de lAncien Testament 194 ERNST J Die Briefe an die Philipper an Philemon an die Kolosser an die Epheser p 245 et seq 195 BUTTRICK G A The Interpreters Bible p 667

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La perception (νοῆσαι) de lintelligence de Paul dans le mystegravere du Christ est donc

marqueacutee et conditionneacutee par la lecture attentive de la lettre ou en un mot de leacutecriture

Linfinitif aoriste νοῆσαι du verbe νοέω en Ep 3 4 qui sexprime par rapport agrave la lecture

(de la part des Nations) et agrave lintelligence du mystegravere (de la part de Paul) reacuteapparaicirct en

Ep 3 20 par rapport agrave la puissance de Dieu qui est capable de faire toute chose au-delagrave de

la perception ou de la compreacutehension humaine

Cet appel agrave comprendre lintelligence du mystegravere qui est gratuitement reacuteveacuteleacute est

deacutecisif dans la vie de foi dans le Christ (Ep 3 12) Il revient agrave la communauteacute chreacutetienne

de grandir dans la connaissance du mystegravere Cest agrave la mesure de sa connaissance du

mystegravere que lEglise pourra ecirctre plus attacheacutee au Christ196

Lexpression τὴν σύνεσίν μου ἐν τῷ μυστηρίῳ τοῦ Χριστου nest pas synonyme

dun eacutegocentrisme ou dune autoglorification de Paul Son principal objectif est daider les

Epheacutesiens dans leur compreacutehension de ce qui lui a eacuteteacute reacuteveacuteleacute 197 Dans le Nouveau

Testament σύνεσις est employeacute 7 fois seulement (cf Mc 12 33 Lc 2 47 1Cor 1 19 Ep

3 4 Col 1 9 2 2 2Tim 2 7) Aux Colossiens Paul demande agrave Dieu de leur donner

laccegraves agrave la pleine connaissance de sa volonteacute en toute sagesse et intelligence spirituelle

(Col 1 9) pour parvenir agrave la pleacutenitude de lintelligence dans le mystegravere de Dieu et du

Christ (Col 2 2) Par contre aux Corinthiens Paul se sert dune citation de Is 29 14 pour

annoncer la destruction par Dieu de lintelligence speacuteculative et orgueilleuse de lhomme

(cf 1Cor 1 19)

Si le mystegravere a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave Paul κατὰ ἀποκάλυψιν le terme σύνεσις ne peut donc

ecirctre consideacutereacute comme une intelligence strictement humaine mais une intelligence donneacutee

par Dieu dans la compreacutehension de son mystegravere198 Le dynamisme de la reacuteveacutelation divine

rejoint et eacutelegraveve lintelligence humaine Si le v 4 preacutesente une premiegravere indication du

mystegravere μυστηρίῳ τοῦ Χριστου il reste alors agrave comprendre le sens de ce mystegravere agrave partir

du geacutenitif τοῦ Χριστου qui le qualifie Sagit-il dun mystegravere qui concerne la personne du

Christ (geacutenitif objectif) 199 ou dun mystegravere qui est le Christ lui-mecircme (geacutenitif

eacutepexeacutegeacutetique ou dapposition)200

196 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 199 197 HOEHNER H Ephesians p 458 198 BEST E Ephesians p 303 199 ABBOTT T K A critical and Exegetical Commentary on the Epistles to the Ephesians and to the

Colossians p 80 200 Cf ELLICOTT C J A Critical and Grammatical Commentary on st Pauls Epistle to the Ephesians

p 59 MEYER H A Critical and Exegetical Handbook to the Epistle to the Ephesians and Epistle to

Philemon p157 BARTH M Ephesians p 331 BRUCE F F The Epistle to the Ephesians p 313

HOEHNER H Ephesians p 458

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Le μυστηρίῳ τοῦ Χριστου peut ecirctre consideacutereacute eacutepexeacutegeacutetique dans le sens ougrave il

sidentifie au Christ sans lequel il est impossible de comprendre le mystegravere Toutefois la

progression dans lintelligence du mystegravere laisse voir que cest un mystegravere dont le Christ

est devenu agrave la fois sujet et objet 201 Cest ainsi que le Christ est consideacutereacute agent

soteacuteriologique dont la relation avec les beacuteneacuteficiaires (Paul et les Nations) est marqueacutee par

la communion dans lintelligence du mystegravere

Au terme de ce premier moment dynamique de la premiegravere partie de la peacutericope

un inventaire lexicographique montre que Ep 3 2-4 est constitueacute dun vocabulaire

essentiellement lieacute agrave la reacuteveacutelation et connaissance du mystegravere (voir le tableau ci-dessous)

Dans ce vocabulaire lieacute agrave la reacuteveacutelation et connaissance du mystegravere quatre termes sont

employeacutes uniquement dans la peacutericope de notre eacutetude (ἀποκαλύπτω προγράφω σύνεσις

ἀναγινώσκω) et ne se retrouvent nulle part dans la lettre Les termes γνωρίζω et

μυστήριον employeacutes six fois dans la lettre ont une forte concentration dans la peacutericope

alors que ἀποκάλυψις et νοέω employeacutes deux fois chacun dans lensemble de la lettre

aux Epheacutesiens napparaissent que dans la premiegravere partie de la lettre

Tabeaux 17 Inventaire lexicographique de Ep 3 2-4

Terme Reacutefeacuterence dans la peacutericope

et dans la lettre

Freacutequence dans la lettre

χάρις 1267 2578 3278

4729 624

12

ἀκούω 11315 32 42129 5

ἀποκάλυψις 117 33 2

ἀποκαλύπτω 35 1

γνωρίζω 19 33510 61921 6

μυστήριον 19 3349 532 619 6

νοέω 3420 2

προγράφω 33 1

σύνεσις 34 1

ἀναγινώσκω 34 1

201 BOUTTIER M LrsquoEpicirctre de saint Paul aux Epheacutesiens p 140 et seq

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2522 Moment dynamique de Ep 3 5-7

25221 La radicaliteacute de la reacuteveacutelation du mystegravere au temps des apocirctres et prophegravetes

Le deuxiegraveme moment dynamique de la premiegravere partie de Ep 3 1-13 est constitueacute

par Ep 3 5-7 Le panorama seacutemantique de ce moment dynamique est essentiellement

constitueacute par les termes νῦν ἀπεκαλύφθη ἁγίοις ἀποστόλοις προφήταις πνεύματι

ἔθνη συγκληρονόμα σύσσωμα συμμέτοχα ἐπαγγελίας εὐαγγελίου Les beacuteneacuteficiaires

de la premiegravere action soteacuteriologique que compose ce moment dynamique sont

principalement les apocirctres et les prophegravetes Ceux-ci entretiennent avec Dieu sujet

implicite et agent de leacuteveacutenement salvifique une relation de communion dans lEsprit

En effet la finale du v 5 emphatise cette communion non seulement avec Dieu

mais aussi avec le Christ qui est devenu au verset preacuteceacutedent sujet et objet du mystegravere Le

v 5 donne aux versets preacuteceacutedents une plus grande extension dans la compreacutehension de la

reacuteveacutelation du mystegravere Au v 3 le mystegravere a eacuteteacute reacuteveacuteleacute principalement agrave Paul en faveur des

Nations Ce mystegravere est preacutesenteacute au v 4 comme le mystegravere du Christ Au v 5 ce

mystegravere202 est reacuteveacuteleacute aux saints apocirctres et prophegravetes dans lEsprit

Le dynamisme salvifique de la reacuteveacutelation et connaissance du mystegravere continue agrave

sentrelacer avec les diffeacuterents termes qui composent le tissu textuel de la peacutericope Ce

dynamisme sexprime dans le cas preacutesent agrave partir du lien existant dune part entre le passif

ἀπεκαλύφθη et les beacuteneacuteficiaires de laction ἁγίοις ἀποστόλοις καὶ προφήταις ἐν πνεύματι

et dautre part entre la neacutegation du passif οὐκ ἐγνωρίσθη et la reacutefeacuterence temporelle

ἑτέραις γενεαῖς τοῖς υἱοῖς τῶν ἀνθρώπων

Le mystegravere du Christ reacuteveacuteleacute agrave Paul est resteacute cacheacute des autres geacuteneacuterations et

maintenant reacuteveacuteleacute aux apocirctres et prophegravetes dans lEsprit La preacutesente action soteacuteriologique

est preacuteceacutedeacutee et renforceacutee par une expression opposeacutee qui affirme avec force laction

salvifique de Dieu dans le temps preacutesent (νῦν)

202 Le pronom relatif ὃ placeacute au deacutebut du v 5 renvoi au μυστηρίῳ (τοῦ Χριστοῦ) du v 4 qui fait eacutegalement

reacutefeacuterence agrave la premiegravere apparition du μυστήριον localiseacute au v 3 Le contenu du mystegravere se fait

progressivement connaicirctre

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Dans son dynamisme dopposition cette expression opposeacutee agrave laction bien

quindiquant que le mystegravere a eacuteteacute cacheacute aux autres geacuteneacuterations rehausse en mecircme temps

le contenu salvifique de laction divine dans la reacuteveacutelation du mystegravere que Dieu fait

connaicirctre maintenant aux saints apocirctres et prophegravetes Lexpression opposeacutee permet de

comprendre de maniegravere plus profonde et radicale laction divine qui se rend preacutesente dans

la vie des apocirctres et des prophegravetes

La preacutesence de cette expression opposeacutee introduit un autre type de vocabulaire

essentiellement lieacute au temps ou agrave lhistoire Le vocabulaire lieacute agrave la reacuteveacutelation et

connaissance qui envahit le texte sentrelace alors avec le vocabulaire temporel dans le

deacutevoilement progressif du mystegravere

Lopposition radicale et non relative manifesteacutee par la conjonction ὡς203 entre le

temps passeacute et le temps preacutesent est encore plus explicite au v 9 Toutefois le νῦν

eschatologique dans son opposition avec les temps eacuteternels fait craquer les notions de

passeacute et de preacutesent204 Les autres deacuteterminations de laction en cours identifieacutees dans la

lecture des dynamismes soteacuteriologiques apportent plus deacuteclairage dans la

compreacutehension de la dynamique soteacuteriologique de cette action

Elles permettent deacutelucider les fonctions des diffeacuterents termes et leurs relations

dans la peacutericope Ainsi le contenu du mystegravere tel que reacuteveacuteleacute aux saints apocirctres et

prophegravetes (v 5) navait pas encore eacuteteacute reacuteveacuteleacute dans les temps anciens aux geacuteneacuterations de

lAncien Testament205 Ce mystegravere est resteacute cacheacute en Dieu depuis les siegravecles (v 9)

203 La conjonction ὡς a geacuteneacutereacute plusieurs discussions dans linterpreacutetation de ce verset Certains

commentateurs la comprennent dans le sens dune comparaison de degreacute selon laquelle le mystegravere a eacuteteacute partiellement reacuteveacuteleacute dans lAncien Testament et pleinement reacuteveacuteleacute aux temps des apocirctres Cf

CHRYSOSTOM S Homilies on Galatians Ephesians Philippians Colossians Thessalonians Timothy

Titus and Philemon p 243 MEYER H A Critical and Exegetical Handbook to the Epistle to the

Ephesians and Epistle to Philemon p 159 CAIRD G B Pauls Letters from Prison p 64 WESTCOTT

B F Saint Pauls Epistle to the Ephesians p 45 ABBOTT T K Critical and Exegetical Commentary on

the Epistles to the Ephesians and to the Colossians p 82 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p

102 BARTH M Ephesians p 333 et seq Dautres le comprennent dans le sens dune comparaison

absolue qui marque une nouveauteacute dans la reacuteveacutelation et la connaissance du mystegravere qui navait pas eacuteteacute reacuteveacuteleacute

dans lAncien Testament Cf SCHLIER H La Carta a los Efesios p 196 GNILKA J Der Epheserbrief

p 167 MERKLEIN H Das kirchliche Amt nach dem Epheserbrief p 166 SCHNACKENBURG R

Ephesians p 134 PENNA R La Lettera agli Efesini p 159 LINCOLN T A Ephesians p 177

BRUCE F F The Epistle to the Ephesians p 313 et seq BEST E Ephesians p 305 et seq OBRIEN P T The Letter to the Ephesians p 232 note 30 BOCKMUEHL M Revelation and Mystery in Ancient

Judaism and Pauline Christianity p 201 note 39 HOEHNER H Ephesians p 461 204 DEWAILLY L-M Mystegravere et silence dans Rom XVI 25 p 116 Cet auteur rappelle tout de mecircme

que le νῦν eschatologique deacutesigne le temps messianique inaugureacute par la venue du Christ et il nest pas

toujours aiseacute de voir sil exclut ou englobe les anticipations qui ont preacutepareacute cette venue surtout quand ce

νῦν est en opposition avec αἰών ou αἰώνioj 205 Dans la lettre aux Epheacutesiens le terme γενεά est employeacute uniquement en 3 5 et 3 21 pour deacutesigner les

geacuteneacuterations En 3 5 le pluriel eteraij geneaij renvoie particuliegraverement agrave toutes les geacuteneacuterations qui ont

preacuteceacutedeacute le temps de la reacuteveacutelation du mystegravere agrave Paul aux saints apocirctres et prophegravetes Dans les autres lettres

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Bien avant la reacuteveacutelation aux apocirctres et prophegravetes personne en Israel na conccedilu ni

annonceacute une communauteacute messianique harmonieusement composeacutee de paiumlens et de juifs

dans le Christ206 Loin decirctre un exploit humain la reacuteveacutelation de ce mystegravere est une œuvre

divine Le lien entre le passif theacuteologique207 ἀπεκαλύφθη et le syntagme ἐν πνεύματι est

aussi fondamentale que le lien entre ἀποστόλοις καὶ προφήταις La reacuteveacutelation du mystegravere

est lœuvre de Dieu dans lEsprit LEsprit apparaicirct tout de mecircme comme instrument

soteacuteriologique de la reacuteveacutelation du mystegravere divin

Le lien entre Esprit et reacuteveacutelation est deacutejagrave exprimeacute en Ep 1 17 en relation avec la

sagesse et la connaissance En Ep 1 1 Paul se preacutesente comme apocirctre de Jeacutesus Christ par

la volonteacute de Dieu En Ep 2 20 lEglise de Dieu est eacutedifieacutee sur le fondement des apocirctres

et des prophegravetes En Ep 4 11 apocirctres et prophegravetes apparaissent comme un don de Dieu

dans le Christ Le prophegravete est celui qui est doteacute par lEsprit du don de la propheacutetie pour

leacutedification de lEglise en eacutetant capable de connaicirctre et de communiquer le mystegravere de

Dieu208 Bien diffeacuterent du groupe des apocirctres sans leur ecirctre opposeacutes les prophegravetes sont

contemporains de apocirctres et sont ainsi les prophegravetes de la Nouvelle Alliance qui

beacuteneacuteficient avec les apocirctres de la reacuteveacutelation du mystegravere

Si les apocirctres et les prophegravetes sont beacuteneacuteficiaires de la reacuteveacutelation du mystegravere cest

alors par eux que ce mystegravere se fera deacutesormais connaicirctre par lEglise Degraves lors la

notification du mystegravere se fera en reacutefeacuterence aux apocirctres et aux prophegravetes et le message de

lEglise sera alors un message essentiellement apostolique209 LEglise elle-mecircme sera par

nature apostolique

Malgreacute ces indications importantes et cette description progressive du mystegravere

lon ne parvient pas encore agrave saisir le contenu existentiel et la porteacutee de cette reacuteveacutelation

divine dans la vie des Nations Quel est le contenu non seulement theacuteologique mais

existentiel de ce mystegravere qui est donneacute de connaicirctre aux Nations

pauliniennes γενεά est employeacute uniquement en Phil 2 15 et Col 1 26 dans le mecircme sens des geacuteneacuterations

De plus dans la lettre aux Epheacutesiens lexpression τοῖς υἱοῖς τῶν ἀνθρώπων est uniquement employeacutee en 3

5 pour deacutesigner lensemble des ecirctres humains des geacuteneacuterations preacuteceacutedentes et non seulement les serviteurs

eacutelus de Dieu ou les prophegravetes de lAncien Testament (contre BARTH M Ephesians p 333) Dans le mecircme

sens BOUTTIER M LrsquoEpicirctre de saint Paul aux Epheacutesiens p 142 note 315 affirme que le grec classique

exigerait alloij eacutetant donneacute que eteraij suppose normalement deux choses qui impliquerait dans ce cas le

contraste entre la geacuteneacuteration preacuteceacutedente et celle qui reccediloit maintenant la communication du mystegravere 206 Cf ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 178 PENNA R La Lettera agli Efesini p 159 207 Lexpression passifs theacuteologiques est agrave juste titre employeacutee par les commentateus Cf ALETTI J-N

Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 179 Dans le mecircme sens LINCOLN T A Ephesians p 177 emploie

lexpression anglaise divine passives 208 HOEHNER H Ephesians p 463 et seq 209 ALETTI J-N Op cit p 179

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25222 Eglise et Evangile contenu et instrument dexeacutecution du mystegravere dans le Christ

Apregraves avoir dit quand comment et agrave qui le mystegravere a eacuteteacute reacuteveacuteleacute cest en 3 6 quest

donneacutee une explication deacutecisive de ce mystegravere εἶναι τὰ ἔθνη συγκληρονόμα καὶ

σύσσωμα καὶ συμμέτοχα τῆς ἐπαγγελίας ἐν Χριστῷ Ἰησοῦ διὰ τοῦ εὐαγγελίου Les

termes qui constituent le potentiel seacutemantique de cette action soteacuteriologique rendent plus

explicite le processus de reacuteveacutelation et de connaissance du mystegravere Si Ep 3 3 a eacuteteacute

consideacutereacute comme la charpente du texte la premiegravere partie de la peacutericope atteint ici son

sommet Dans un vocabulaire dinteacutegration le v 6 en lien avec le v 5 exprime en images

ce qui est conceptualiseacute par les termes mystegravere reacuteveacutelation et connaissance210

Les Nations sont essentiellement les grands beacuteneacuteficiaires du dynamisme

soteacuteriologique exprimeacute au v 6 La relation de communion entre le Christ et les Nations

est marqueacutee par le syntagme ἐν Χριστῷ Ἰησοῦ211 qui indique le Christ comme lieu

theacuteologique et existentiel de la communion entre les Nations et les Juifs Le contenu du

mystegravere est donc essentiellement eccleacutesiologique et les Juifs et les Nations font deacutesormais

partis du mystegravere Le projet salvifique de Dieu advient dans la vie des Nations et des Juifs

agrave travers lEglise qui devient le lieu visible de lavegravenement du salut

Si la description du mystegravere est essentiellement eccleacutesiologique en Ep 3 6 la

dimension verticale de la relation avec le Christ y est aussi fondamentale Cest dans le

Christ qui est devenu le lieu theacuteologique et existentiel de la communion que les Nations

et les Juifs sont appeleacutes agrave former lEglise et agrave participer au projet salvifique de Dieu qui

sest rendu preacutesent dans leur vie Le syntagme ἐν Χριστῷ Ἰησοῦ sunit alors aux termes

composeacutes en σύν concernant les Nations et caracteacuterisant le fait decirctre avec le Christ212

mais aussi le fait decirctre avec les autres dans le Christ

210 REYNIER C Evangile et mystegravere p 105 211 Les possibiliteacutes dapplication de la preacuteposition evn dans le grec classique deacutepasse deacutejagrave eacutenormeacutement son

sens local Dans le Nouveau Testament ces possibiliteacutes se sont davantage eacutelargies agrave partir de la construction

avec la preacuteposition heacutebreu b Cf ELLIGER W ldquoenrdquo col 1369 De plus lemploi de la preacuteposition evn avec

le datif est de tregraves grande importance theacuteologique dans la Bible en geacuteneacuteral Les expressions ἐν Χριστῷ ou

evn Kuriw| et leurs deacuteriveacutes deacutenotent les membres du Christ ou de lEglise lactiviteacute ou leacutetat du chreacutetien mais

aussi la base objective de communion avec Dieu la reacuteunion de plusieurs en un seul Cf KITTEL G

Theological Dictionary of the New Testament Vol 2 p 537 212 REYNIER C Op cit p 108

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Toutefois cette relation de communion dans le Christ est eacutetablie par lEvangile

qui se preacutesente comme instrument ou agent soteacuteriologique principal de laction en cours

Cest par lannonce et leacutecoute de lEvangile que les Nations sont coheacuteritiegraveres co-corporeacutees

et coparticipantes de la promesse συγκληρονόμα καὶ σύσσωμα καὶ συμμέτοχα τῆς

ἐπαγγελίας ἐν Χριστῷ Ἰησοῦ διὰ τοῦ εὐαγγελίου En effet la preacuteposition διά suivie du

geacutenitif signifie agrave travers ou par le moyen de exprimant ainsi une cause intermeacutediaire

ou instrumentale213 Mais lusage de cette preacuteposition peut aussi seacutetendre agrave une cause

principale214

Ainsi dans le dynamisme soteacuteriologique en cours le syntagme preacutepositionnel διὰ

τοῦ εὐαγγελίου fait donc de lEvangile linstrument principal dexeacutecution du mystegravere215

En placcedilant ce syntagme agrave la fin du verset le texte accorde agrave lEvangile une place

privileacutegieacutee en lien avec la reacuteveacutelation et la connaissance du mystegravere Le salut se reacutealise non

seulement ἐν Χριστῷ Ἰησοῦ mais aussi gracircce agrave lEvangile de telle sorte que dans la bouche

ou sous la plume de Paul lEvangile ne se contente pas seulement dannoncer Jeacutesus mais

il sannonce lui-mecircme216

Ce dynamisme met en vue le lien fondamental entre lEglise et lEvangile Si

lEglise est le contenu du mystegravere et lEvangile linstrument principal de lexeacutecution de ce

mystegravere lEglise ne peut donc exister sans lEvangile tout comme lEvangile sans lEglise

naurait pas de sens De plus si lEglise est le lieu visible de lavegravenement du salut divin

dans la vie des Juifs et des Nations lEvangile est deacutesormais linstrument de la

proclamation du projet salvifique de Dieu qui se rend preacutesent dans la vie de lEglise

En 1Cor 4 15 lEvangile est aussi exprimeacute par ce syntagme indiquant son

importance dans la vie nouvelle quelle apporte aux chreacutetiens Mais le lien y est fait avec

la paterniteacute spirituelle de Paul qui a engendreacute les chreacutetiens dans le Christ par lEvangile

Dans un contexte dexhortation lEvangile apparaicirct comme instrument fondamentale dans

le rappel de la vocation des chreacutetiens de Thessalonique qui ont eacuteteacute appeleacutes agrave entrer en

possession de la gloire du Christ διὰ τοῦ εὐαγγελίου (cf 2Th 2 14) Ce syntagme apparaicirct

enfin en 2Tim 1 10 en lien avec le Christ qui a lui-mecircme deacutetruit la mort pour faire

resplendir la vie et limmortaliteacute

213 ZERWICK M Il greco del Nuovo Testamento p 89 214 Ibid p 89 215 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 181 216 BAULES R Lrsquoinsondable richesse du Christ p 59

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Dans les quatre occurrences du terme εὐαγγέλιον dans la lettre aux Epheacutesiens

cest lunique fois en 3 6 ougrave lEvangile est preacutesenteacute comme une cause instrumentale par

le syntagme preacutepositionnel διὰ τοῦ εὐαγγελίου Cest apregraves avoir eacutecouteacute cet Evangile

comme parole de veacuteriteacute Evangile du salut et y avoir cru que les Nations ont eacuteteacute marqueacutees

dun sceau par lEsprit de la Promesse (Ep 1 13) Mais cet Evangile du salut est aussi

lEvangile de la paix (Ep 6 15) La paix et le salut apparaissent ainsi comme objet de

lEvangile qui est annonceacute et qui agit dans la vie des Nations217 Le texte dIsaiumle 52 7 dont

lauteur sen est certainement inspireacute montre le lien entre la paix et le salut

ר משמיע ש לוםמה־נאוו על־ההרים רגלי מבש מבשר טוב משמיע ישועה אמר לציון מלך אלהיך

ὡς ὥρα ἐπὶ τῶν ὀρέων ὡς πόδες εὐαγγελιζομένου ἀκοὴν εἰρήνης

ὡς εὐαγγελιζόμενος ἀγαθά ὅτι ἀκουστὴν ποιήσω τὴν σωτηρίαν σου

λέγων Σιων βασιλεύσει σου ὁ θεός (Is 52 7)

Pourtant cet Evangile en Ep 6 19 sexprime en lien avec le mystegravere cest le

μυστήριον τοῦ εὐαγγελίου Par lEvangile le mystegravere se fait connaicirctre aux Nations La

reacuteveacutelation du mystegravere a donc pour but deacutelever au rang de Bonne Nouvelle leacuteveacutenement

du Christ et gracircce agrave elle Paul ainsi que les saints apocirctres et prophegravetes se voient en

possession de quelque chose dimportant qui doit ecirctre connu des autres218 En produisant

la connaissance et en manifestant ce qui doit-ecirctre annonceacute la reacuteveacutelation fournit le contenu

et la forme du μυστήριον τοῦ εὐαγγελίου219

25223 Pour une compreacutehension des ἔθνη et du contenu du mystegravere dans les termes συγκληρονόμα σύσσωμα et συμμέτοχα

La premiegravere question est celle de savoir qui sont les Nations exprimeacutees dans le

texte par lexpression τὰ ἔθνη et avec qui sont-elles coheacuteritiegraveres co-corporeacutees et

coparticipantes de la promesse dans le Christ Jeacutesus Le terme ἔθνος apparaicirct 162 fois

217 Certains auteurs y ont vu une allusion agrave Is 52 7 Cf BAULES R Lrsquoinsondable richesse du Christ p

57 BEST E Ephesians p 599 REYNIER C LEpicirctre aux Epheacutesiens p 205 218 BAULES R Op cit p 58 219 Ibid p 58

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dans le Nouveau Testament aussi bien au singulier quau pluriel Dans la LXX le terme

heacutebreu עם est geacuteneacuteralement traduit par λαός en lien au peuple eacutelu et le terme גוי est traduit

ἔθνος en lien aux Gentils

Ainsi dans les deacutebuts du Nouveau Testament se trouve consolideacutee la distinction

terminologique selon laquelle עם deacutesigne le peuple de Dieu et גוים deacutesigne les autres

peuples en dehors de Israeumll cest-agrave-dire les Gentils220 Progressivement le terme acquiert

une connotation peacutejorative et les גוים seront consideacutereacutes comme ceux qui vivent eacuteloigneacutes

de Dieu (cest-agrave-dire du Dieu dIsraeumll) et par conseacutequent hostiles agrave Dieu221

Dans les lettres de Paul ἔθνος (ou τὰ ἔθνη) revecirct une double connotation positive

et neacutegative Dans la lettre aux Epheacutesiens τὰ ἔθνη apparaicirct toujours au pluriel (2 11 3

168 417) et sans aucune connotation neacutegative ou peacutejorative Sur un total de cinq

emplois dans la lettre le terme est employeacute trois fois en Ep 3 1-13 Aux vv 6 et 8 lauteur

aurait pu changer lexpression τὰ ἔθνη par le pronom personnel vous Mais il a preacutefeacutereacute

dans sa rheacutetorique reprendre cette expression insistante en lien au mystegravere qui est reacuteveacuteleacute

et qui est donneacute agrave connaicirctre aux Nations qui en sont les grands beacuteneacuteficiaires

Le contexte de la premiegravere apparition de τὰ ἔθνη est important pour comprendre

sa signification dans lensemble de la lettre Souvenez-vous donc quautrefois vous les

Nations dans la chair appeleacutes preacutepuce par ceux qui sont appeleacutes circoncision dans la

chair faite par la main (humaine) [souvenez-vous] quen ce temps-lagrave vous eacutetiez seacutepareacutes

du Christ exclus de la citoyenneteacute dIsraeumll eacutetrangers aux alliances de la promesse nayant

pas despeacuterance et priveacutes de Dieu dans le monde (cf Ep 2 11-12)

En appelant les Nations τὰ ἔθνη par opposition non pas aux juifs mais agrave Israeumll

terme agrave connotation plus religieuse Epheacutesiens rappelle que la diffeacuterence religieuse entre

les deux peuples est deacutefinitivement abolie222 Ainsi les juifs ne peuvent plus se consideacuterer

peuple eacutelu en se diffeacuterenciant par leur preacuterogatives des Nations qui seraient seacutepareacutees par

la chair223

En effet par la Loi de Moiumlse les Nations eacutetaient exclues du droit de citeacute dIsraeumll224

Mais par la croix du Christ elles deviennent concitoyens des saints membres de la

maison de Dieu eacutedifieacutee sur le fondement des apocirctres et des prophegravetes (cf Ep 2 19) Le

220 WAHER N ἔθνος col 1160 221 Ibid col 1160 222 REYNIER C Evangile et mystegravere p 109 223 Ibid p 109 224 Bien que la lettre fasse plusieurs reacutefeacuterences agrave Israeumll le terme Ἰσραήλ napparaicirct quune fois dans la lettre

et le terme Ἰουδαῖος ny apparaicirct pas

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paralleacutelisme existant entre Ep 2 12 et 2 19 ne veut donc pas faire des Nations les

nouveaux membres dIsraeumll En devenant un mecircme corps les Nations ne deviennent pas

les juifs225

Entre ces deux passages lauteur de la lettre fait une lecture de Is 57 19 ougrave la paix

est encore dans lattente future alors quen Ep 2 14-17 la paix est deacutejagrave preacutesente dans

lavegravenement du Christ qui creacutee une nouvelle humaniteacute en eacutetant lui-mecircme la paix entre les

deux peuples226

Cest agrave la lumiegravere du mystegravere eacutepheacutesien et ses diffeacuterentes composantes que se

comprend cette nouvelle situation des Nations et des juifs qui se rend plus explicite en Ep

3 1-13 Le mystegravere y est reacuteveacuteleacute en des cateacutegories nouvelles Et cette nouveauteacute est baseacutee

sur la nouvelle situation des Juifs et des Nations dans lEglise Le Christ a fait des deux

peuples un seul deacutetruisant la barriegravere qui les seacuteparait supprimant la haine cette loi de

preacuteceptes pour creacuteer les deux en un seul Homme Nouveau (Ep 2 14-15)

Cette nouvelle situation des uns et des autres marque deacutesormais le statut de lEglise

qui devient elle-mecircme le lieu de reacuteveacutelation et de connaissance du mystegravere En proclamant

le mystegravere lEglise annonce finalement ce qui la constitue fondamentalement parce

quelle fait deacutesormais parti du message quelle annonce227 Par la proclamation du mystegravere

lEglise rend teacutemoignage agrave lEvangile qui est le principal agent soteacuteriologique en Ep 3 6

et dont Paul est le serviteur en Ep 3 7 Ce dynamisme couronne avec le rocircle de lEglise

qui devient elle-mecircme le principal agent soteacuteriologique en Ep 3 10 dans la reacuteveacutelation de

la sagesse de Dieu aux principauteacutes et aux puissances

Les termes choisis pour exprimer le contenu du mystegravere en Ep 3 6 sont assez

deacuteroutants συγκληρονόμα σύσσωμα et συμμέτοχα Trois termes composeacutes du preacutefixe

σύν qui frise agrave la fois du pleacuteonasme ou de la tautologie et pose un problegraveme de

compreacutehension et dinterpreacutetation Le premier terme συγκληρονόμος est composeacute de la

preacuteposition σύν et du substantif κληρονόμος En effet la signification du groupe de mots

κληρονόμος et ses deacuteriveacutes tourne autour du concept de lheacuteritage et donc de lheacuteritier et

le κληρονόμος est soit lheacuteritier naturel ou leacutegal228 Ainsi le συγκληρονόμος est celui qui

partage avec lautre lheacuteritage il est heacuteritier avec ou alors coheacuteritier

225 Contre linterpretation de BARTH M Ephesians p 269 et seq 226 USAMI K Somatic Comprehension of Unity p 57 227 ALETTI J-N Les difficulteacutes eccleacutesiologiques de la Lettre aux Epheacutesiens De quelques suggestions

p 565 228 FOERSTER W κληρονόμος col 611 et seq

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Le terme κληρονομία napparaicirct comme terme theacuteologique ni dans le grec

classique ni dans le gnosticisme helleacutenistique sinon dans lhelleacutenisme particuliegraverement

dans les eacutecrits avec une grande influence juive229 Dans le Nouveau Testament aucun des

termes de ce groupe napparaicirct dans le quatriegraveme Evangile et les lettres de saint Jean (une

seule fois apparaicirct le verbe κληρονομέω en Ap 217) Le contenu theacuteologique de

κληρονόμος dans les synoptiques est essentiellement marqueacute par la parabole des

vignerons homicides (cf Mc 12 1-12) ougrave lheacuteritier repreacutesente le fils et lheacuteritage est le

royaume de Dieu230

Chez Paul le contenu de κληρονομία est inseacuteparablement lieacute agrave sa compreacutehension

de laccomplissement de la promesse faite agrave Abraham mecircme si son exeacutegegravese de lAncien

Testament ne prend pas en compte la plaine de Canaan comme lieu daccomplissement

de cette promesse 231 Par ce terme Paul fait le lien entre le passeacute et le preacutesent ougrave

saccomplit dans le Christ la promesse faite agrave Abraham

Le terme κληρονόμος qui manque dans la lettre aux Epheacutesiens devient alors un

terme important dans ce groupe de mots Dans la lettre aux Epheacutesiens ougrave la preacuteoccupation

est essentiellement eccleacutesiologique le contenu de κληρονομία nest pas tant celui de

leacuteveacutenement historique du Christ que celui de luniteacute finale du cosmos232

Cest ainsi que le terme συγκληρονόμος qui napparaicirct quune fois dans les eacutecrits

pauliniens (Rm 8 17)233 diffegravere de lusage du terme en Epheacutesiens En Rm 8 17 le terme

est employeacute par rapport au Christ Les chreacutetiens sont heacuteritiers de Dieu et coheacuteritiers avec

le Christ συγκληρονόμοι δὲ Χριστοῦ La perspective en Rom 8 17 est essentiellement

christologique En Ep 3 6 le terme met laccent sur la perspective eccleacutesiologique

traduisant la relation entre les Juifs et les Nations comme membres dun mecircme corps Le

premier terme fait donc ainsi appel au second

Pour sa part le terme σύσσωμa est composeacute de la preacuteposition σύν et du substantif

σῶμα qui est tregraves freacutequent dans les eacutecrits de Paul et dans le Nouveau Testament

229 HAMMER P A Comparison of Kleronomia in Paul and Ephesians p 267 et seq 230 FOERSTER W κληρονόμος col 650 231 HAMMER P A Comparison of Kleronomia in Paul and Ephesians p 269 Hammer observe tout de mecircme que le terme heacutebreu נחלה ne devient reacuteellement un terme theacuteologique dans lAncien Testament

quagrave lentreacutee agrave Canaan Le terme employeacute dans le contexte de Abraham est celui de ירש beaucoup moins

important theacuteologiquement La LXX emploi les deux termes indistinctement et finit par perdre la distinction

theacuteologique du terme heacutebreu 232 Ibid p 269 233 Les deux autres occurrences du terme dans le Nouveau Testament apparaissent en Hb 11 9 et 1P 3 7

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Litteacuteralement σύσσωμa signifie ecirctre du mecircme corps ou co-corporer234 Le terme

σῶμα apparaicirct 91 fois dans les eacutecrits de Paul sur un total de 142 occurrences dans le

Nouveau Testament Toutefois contrairement agrave lusage traditionnel et agrave linfluence

veacuteteacuterotestamentaire encore perceptible dans les Evangiles les eacutecrits pauliniens

nemploient pas le terme σῶμα pour deacutesigner un corps inerte ou un cadavre235

Chez Paul σῶμα renvoie agrave plusieurs reacutealiteacutes Il est parfois employeacute comme

synonyme de σάρξ pour traduire la mateacuterialiteacute du corps physique et individuel de lecirctre

humain en tant quecirctre de chair dans toute sa fragiliteacute (cf Ga 6 17 Col 1 24 1Cor 5 3)

En plus de cet aspect charnel σῶμα est aussi employeacute pour deacutesigner la personne humaine

dans son inteacutegraliteacute (cf Phil 1 20 Rm 6 6-12 12 1) Par ailleurs au-delagrave de laspect

physique et visible du corps σῶμα est aussi employeacute en reacutefeacuterence au corps spirituel (cf

1Cor 15 42-44) apregraves la reacutesurrection en opposition au corps psychique

Par rapport au Christ σῶμα est employeacute pour deacutesigner le corps du Christ crucifieacute

ou ressusciteacute (cf Col 1 22 2 9-17 Rm 7 4) le corps eucharistique du Christ (cf 1Cor

11 24-29) mais aussi le corps du Christ qui est lEglise la communauteacute des croyants (cf

Col 1 18-24 1Cor 12 12-27) Dans ce sens lidentification de la communauteacute chreacutetienne

de Corinthe au corps du Christ en 1Cor 12 27 meacuterite agrave cet effet une attention particuliegravere

ὑμεῖς δέ ἐστε σῶμα Χριστοῦ (or vous ecirctes corps du Christ)

Le geacutenitif Χριστοῦ qui qualifie le terme σῶμα introduit une particulariteacute dans lusage

neacuteotestamentaire de la theacutematique du corps236

En effet la premiegravere lettre aux Corinthiens contient le plus grand nombre

demplois du terme σῶμα Toutefois cest en 1Cor 10 16 quapparaicirct le premier usage de

lexpression σῶμα Χριστοῦ (Corps du Christ) sous la forme dune interrogation et non

dune affirmation incisive τὸν ἄρτον ὃν κλῶμεν οὐχὶ κοινωνία τοῦ σώματος τοῦ Χριστοῦ

ἐστιν (le pain que nous rompons nest-il pas communion au Corps du Christ) En 1Cor

12 27 laffirmation est dense et cateacutegorique laquo vous ecirctes Corps du Christ raquo

234 Le contexte de Ep 3 6 ne permet donc pas une interpreacutetation de σύσσωμa dans le sens de compagnon

desclave comme le fait PREUSCHEN E Syssocircmos Ep 3 6 p 85 et seq 235 En Gn 15 11 σῶμα est employeacute pour deacutesigner les cadavres danimaux dans le contexte du sacrifice

dAbraham En 1S 31 10 12 Ps 110 (109) 6 il est eacutegalement employeacute pour deacutesigner les cadavres Dans

les synoptiques il est ausssi employeacute dans ce mecircme sens pour deacutesigner le corps inerte de Jeacutesus en Mc 15 43 Mt 27 59 Lc 23 55 En effet le terme σῶμα na pas un seul eacutequivalent dans la langue heacutebreu Il est parfois traduit par σάρξ pour deacutesigner le terme heacutebreu בשר En Gn 47 18 σῶμα deacutesigne le terme heacutebreu

qui est parfois traduit par le terme στόμα dans la LXX (Jg 14 89) En Ez 23 35 et Nh 9 26 σῶμα est גויה

employeacute pour traduire lheacutebreu גו dans le sens de tourner le dos agrave quelquun Il est aussi employeacute pour

traduire le terme heacutebreu נבלה (Dt 21 23) Pour les diffeacuterentes traductions heacutebraiumlques de ce terme voir

SCHWEIZER E σῶμα σωματικός σύσσωμος col 660 et seq 236 REYNIER C Evangile et mystegravere p 113

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Mais dans la construction de cette phrase on peut noter labsence de larticle

deacutefini Faut-il ou non insister sur labsence de larticle dans cette affirmation237 Toujours

est-il que sans article deacutefini cette affirmation se trouve dans une forme indeacutetermineacutee238

La communauteacute chreacutetienne de Corinthe en tant que communauteacute particuliegravere se trouvant

dans un lieu deacutetermineacute est deacutesigneacutee Corps du Christ et non de maniegravere exclusive le

Corps du Christ Ainsi labsence de larticle devant le terme σῶμα fait en sorte que

laffirmation aussi dense quelle soit nidentifie pas de maniegravere exclusive la communaute

de Corinthe au Corps du Christ cest en Epheacutesiens que cette identification devient

possible pour la premiegravere fois239

En Ep 1 22-23 on peut alors noter la preacutesence de larticle dans laffirmation καὶ

πάντα ὑπέταξεν ὑπὸ τοὺς πόδας αὐτοῦ καὶ αὐτὸν ἔδωκεν κεφαλὴν ὑπὲρ πάντα τῇ

ἐκκλησίᾳ ἥτις ἐστὶν τὸ σῶμα αὐτοῦ τὸ πλήρωμα τοῦ τὰ πάντα ἐν πᾶσιν πληρουμένου

(Et il a tout mis sous ses pieds et la constitueacute chef sur toutes choses agrave lEglise qui est son

corps la pleacutenitude de celui remplit tout en tout) En Epheacutesiens la theacutematique du corps a

donc eacutevolueacute lidentification de lEglise au Corps du Christ devient universelle et le danger

de lexclusivisme dune communauteacute particuliegravere est eacuteloigneacute240 Deacutesormais la theacutematique

du corps ne renvoie plus agrave une Eglise particuliegravere mais qualifie lEglise dans son

universaliteacute

Vu lusage assez freacutequent de σῶμα dans les eacutecrits du Nouveau Testament et la

polyseacutemie du terme chez Paul quelle serait alors la speacutecificiteacute de cette theacutematique du

corps dans la lettre aux Epheacutesiens en lien agrave leacutevolution quelle apporte dans les eacutecrits du

Nouveau Testament En effet dans la lettre aux Epheacutesiens le terme σῶμα est employeacute

9 fois [1 23 2 16 4 412 4 16(2x) 5 232830] alors que lexpression σύσσωμa en Ep

3 6 est lunique emploi dans le Nouveau Testament

Contrairement aux eacutecrits pauliniens ougrave lon note plusieurs acceptions de la

theacutematique du corps toutes les reacutefeacuterences du terme σῶμα en Epheacutesiens renvoient

essentiellement agrave la description de lEglise Degraves lors le terme σῶμα exprime leacutetroite

237 RAMAROSON L LEglise Corps du Christ dans les eacutecrits pauliniens simples esquisses p 133

sinterroge sil y a lieu dinsister sur labsence de larticle Il voit justifieacute labsence de larticle en lien avec le

contexte geacuteneacuteral de 1Cor 12 mais aussi en rapport avec celui de Rm 12 5 238 SCHWEIZER E σῶμα σωματικός σύσσωμος col 723-724 239 REYNIER C Evangile et mystegravere p 113 240 Ibid p 113 et seq

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deacutependance vitale institueacutee entre le Christ et lEglise et qui ne se maintient que par

linfluence incessante du Christ lui-mecircme241

Dans la dynamique de la lettre σῶμα apparaicirct deux fois seulement dans la

premiegravere partie (cf Ep 1 23 2 16) et sept fois dans la deuxiegraveme partie de la lettre En Ep

1 23 lEglise est preacutesenteacutee comme le corps dont le Christ est la tecircte la pleacutenitude de celui

qui remplit tout en tout Cette Eglise doit son existence agrave la croix du Christ qui en sa

personne a creacuteeacute les juifs et les Nations en un seul Homme Nouveau faisant la paix entre

les deux et les reacuteconciliant avec Dieu (Ep 2 15-16)242

Cest dans ce sens que dans le contexte de la reacuteconciliation des juifs et des Nations

en Ep 2 15-16 le syntagme ἐν ἑνὶ σώματι (en un seul corps) en parallegravele avec ἕνα καινὸν

ἄνθρωπον (un seul Homme Nouveau) renvoi agrave la meacutetaphore de lEglise243 et non au corps

individuel ou physique du Christ mort sur la croix244 Bien sucircr dans la dynamique de la

lettre le corps que constitue lEglise est inseacuteparable du corps individuel du Christ mort

sur la croix

Cest ainsi que luniteacute de lEglise-corps dans lincorporation de ceux qui sont

sauveacutes dans la mort et la reacutesurrection est lieacutee au thegraveme de la reacuteconciliation245 Le Christ

est celui qui creacutee les Juifs et les Nations en un seul Homme Nouveau En mecircme temps il

est celui qui fait la paix entre les deux peuples et les reacuteconcilie en un seul corps Le mot

corps employeacute non pas pour deacutesigner Israeumll mais linteacutegration des hommes dans le

Christ souligne alors la nouveauteacute de laction divine246

Cest ainsi quapregraves avoir eacuteteacute eacutevoqueacute en Ep 1 23 puis en Ep 2 16 σῶμα est repris

en Ep 4 3-4a en lien avec le πνεῦμα pour sauvegarder luniteacute de lEsprit dans le lien de la

paix car il ny a quun seul corps et un seul Esprit (σπουδάζοντες τηρεῖν τὴν ἑνότητα τοῦ

241 BAULES R Lrsquoinsondable richesse du Christ p 28 242 On peut observer que cest lunique fois dans la lettre aux Epheacutesiens et dans le Noveau Testament que le

verbe creacuteer (κτίζω) est appliqueacute directement au Christ comme sujet De plus le contexte parle de la creacuteation

dun seul Homme Nouveau et non de la creacuteation dun nouveau peuple Dans ce sens le terme λαός attribueacute

au peuple dIsraeumll avec toutes les preacuterogatives de peuple eacutelu est eacuteviteacute par lauteur et napparaicirct pas du tout dans la lettre aux Epheacutesiens 243 Voir aussi OBRIEN P T The Letter to the Ephesians p 202 MACDONALD M Colossians and

Ephesians p 246 et seq LINCOLN T A Ephesians p 144 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux

Epheacutesiens p 154 et seq BEST E Ephesians p 264 244 Pour REYNIER C Evangile et mystegravere p 112 en Ep 2 16 σῶμα peut renvoyer soit agrave lEglise soit au

corps mort du Christ sur la croix Pour SCHWEIZER E Op cit p 746 et seq en 2 16 paralegravellement agrave

Col 1 22 σῶμα deacutesigne probablement le corps du Christ exeacutecuteacute sur la croix 245 REYNIER C Evangile et mystegravere p 115 246 BAULES R Lrsquoinsondable richesse du Christ p 28

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πνεύματος ἐν τῷ συνδέσμῳ τῆς εἰρήνηςmiddot Ἓν σῶμα καὶ ἓν πνεῦμα)247 Luniteacute de lEglise

est exprimeacutee en lien avec luniteacute de lEsprit

Mais cette uniteacute de lEglise ne soppose pas agrave la notion de diversiteacute car chaque

membre du corps a reccedilu des dons en vue de la construction du corps du Christ (Ep 4 12)

La relation entre le corps eccleacutesial et le Christ Tecircte de lEglise devient alors explicite en

Ep 4 16 ougrave la croissance des chreacutetiens dans lamour a son origine dans le Christ qui est

la tecircte du corps248

Les derniegraveres occurrences de σῶμα au chapitre 5 sont aussi en lien avec lEglise

malgreacute les images dordre anthropologique tregraves fortes utiliseacutees dans la description de la

relation conjugale entre la femme et son eacutepoux Le mari est tecircte de la femme tout comme

le Christ est tecircte de lEglise lui le sauveur du corps (Ep 5 23) Epheacutesiens se reacutefegravere agrave ces

images anthropologiques assez complexes pour deacutecrire essentiellement la relation du

Christ et de lEglise249

Eucirct eacutegard agrave ce qui preacutecegravede au vu de cette description eacutepheacutesienne cette reacutealiteacute na

de sens que par rapport au mystegravere qui est reacuteveacuteleacute progressivement dans un langage tout agrave

fait nouveau Degraves lors les trois termes en σύν enrichissent lexpression de cette reacutealiteacute et

le neacuteologisme σύσσωμa revecirct une signification profonde dans le fait decirctre un corps

avec250 Il y a donc un lien indeacuteniable entre Ep 2 11-22 ougrave le contenu du mystegravere a eacuteteacute

eacutenonceacute agrave partir de la reacuteconciliation des Juifs et des Nations la creacuteation des deux peuples

en un seul Homme Nouveau et Ep 3 1-13 ougrave le contenu du mystegravere est rendu plus

explicite

Sur le plan litteacuteraire ce lien est dabord marqueacute par lexpression καθὼς προέγραψα

ἐν ὀλίγῳ (Ep 3 3) Ainsi les trois termes composeacutes en σύν dont σύσσωμa est le pivot

deacutecrivent le contenu du mystegravere qui est donneacute de connaicirctre dans un vocabulaire nouveau

Le contenu du mystegravere et la proceacutedure paradoxale de la resignification des cateacutegories non

247 Le thegraveme de luniteacute eccleacutesial est tellement fort et speacutecifique dans la lettre aux Epheacutesiens que le terme

ἑνότης qui napparaicirct pas du tout dans la septante napparaicirct que dans ce contexte de Ep 4 3 13 comme

un hapax neacuteotestamentaire 248 BEST E Ephesians p 409 249 LINCOLN T A Ephesians p 262 informe que la meacutetaphore du Christ comme Tecircte eacutetait agrave lorigine

indeacutependant de la meacutetaphore de lEglise comme corps Mais les deux sont mis ensemble en Col et Ep ougrave

lEglise-Corps reccediloit sa vie du Christ et le Christ-Tecircte est compris agrave la fois comme autoriteacute et origine 250 REYNIER C Evangile et mystegravere p 117 PENNA R Il Mysterion Paolino p 73 considegravere le terme

σύσσωμa comme un neacuteologisme LINCOLN T A Ephesians p 180 observe que ce terme napparaicirct nulle

part dans la litteacuterature grecque ancienne et a eacuteteacute inventeacute par lauteur de la lettre pour deacutecrire la nouveauteacute

de lEglise Corps du Christ

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bibliques assurent la continuiteacute et la nouveauteacute entre laction salvifique et ses effets

interpreacuteteacutes agrave la lumiegravere de luniteacute entre le Christ et son Eglise qui est son corps251

Si lEglise corps du Christ est le contenu du mystegravere en Ep 3 6 cest alors apregraves

le deacutevoilement de celui-ci que la lettre preacutesente les conseacutequences eccleacutesiologiques de ce

qui a eacuteteacute eacutenonceacute dans la premiegravere partie de la lettre Les eacuteleacutements seacutemantiques qui

composent alors la notion dEglise comme Corps du Christ se comprennent et

sinterpregravetent sous la cateacutegorie du mystegravere qui est reacuteveacuteleacute aux Nations252

Par la reprise de la conjonction καί le terme σύσσωμa est agrave la fois lieacute au premier

terme συγκληρονόμα et au troisiegraveme συμμέτοχα embarquant tous les trois termes dans un

mecircme dynamisme Si dans le Nouveau Testament συγκληρονόμα apparaicirct seulement en

Rm 8 17 Hb 11 9 1P 3 7 et Ep 3 6 les deux autres termes σύσσωμa et συμμέτοχα

napparaissent que dans la lettre aux Epheacutesiens

Le troisiegraveme terme συμμέτοχα qui sert tout de mecircme agrave reacuteveacuteler le contenu du

μυστήριον est composeacute de la preacuteposition σύν et du substantif μέτοχος En effet le groupe

de mots μετέχω et ses deacuteriveacutes expriment lideacutee de participer 253 dans le sens dune

participation avec lautre Lusage de ce terme est tregraves rare dans la LXX et apparaicirct

geacuteneacuteralement dans un contexte eacutethique renvoyant agrave la participation agrave une action bonne ou

mauvaise 254 Progressivement mέτοχος et κοινωνός (ami compagnon) sont utiliseacutes

comme deux termes interchangeables255 Cette acception du terme est aussi retrouveacutee

dans les textes du Nouveau Testament256

Cest ainsi que mecircme en se reacutefeacuterant agrave la tradition veacuteteacuterotestamentaire συμμέτοχα

entre dans la nouveauteacute quintroduit le mystegravere dans sa dynamique de reacuteveacutelation et de

connaissance En se construisant sur la base de deux preacutepositions qui ont en effet le mecircme

sens σύν et μετά le terme συμμέτοχα preacutesenterait un pleacuteonasme qui donnerait

certainement raison aux deacutetracteurs du style eacutepheacutesien Mais nest-ce pas encore lagrave une

caracteacuteristique du mystegravere qui se reacutevegravele dans un langage deacuteroutant et exige un nouveau

regard et une nouvelle compreacutehension

251 GRANADOS J M La reconciliacioacuten en la Carta a los Efesios y en la Carta a los Colosenses p 231 252 Ibid p 197 253 HANSE H μετέχω col 1358 254 Ibid p 1360 255 Ibid 256 Dans le Nouveau testament μέτοχος est employeacute en Lc 5 7 Hb 1 9 3 1 3 14 6 4 12 8 Le verbe

metecw apparaicirct en 1Cor 9 10 9 12 10 17 10 21 10 30 Hb 2 14 5 13 7 13 On retrouve eacutegalement

μετοχή en 2Cor 6 14 συμμέτοχος est quant lui employeacute seulement en Ep 3 6 et 5 7

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En reacuteveacutelant le contenu du mystegravere les trois termes composeacutes de la preacuteposition σύν

constituent agrave leur tour un dynamisme important dans la relation salvifique des chreacutetiens

non seulement entre eux dans une dimension horizontale mais aussi avec le Christ dans

une dimension verticale Ces trois termes sajoutent agrave une seacuterie de mots composeacutes en σύν

qui abondent dans la lettre aux Epheacutesiens Ces mots en σύν expriment non seulement un

ecirctre ensemble mais le partage dun mecircme statut dune mecircme digniteacute dune mecircme

beacuteneacutediction257 Les Nations partagent avec les juifs la mecircme promesse dans le Christ

Si la conjonction καί situe les trois termes sur un mecircme plan litteacuteraire la

preacuteposition σύν eacutetablit les Juifs et les Nations sur un mecircme pied deacutegaliteacute Les Nations

sont deacutesormais coparticipants de la promesse dans le Christ Jeacutesus par lEvangile Elles

sont deacutesormais inclues dans la promesse agrave laquelle elles eacutetaient autrefois exclues vivant

sans espeacuterance et priveacutes de Dieu dans le monde (Ep 2 2) En remontant aux anteacuteceacutedents

veacuteteacuterotestamentaires Epheacutesiens valide ainsi la promesse aussi bien pour les Juifs que

pour les Nations258

Toutefois en eacutetant coheacuteritiegraveres co-corporeacutees et coparticipantes de la promesse

les Nations ne deviennent pas Israeumll et pas mecircme le nouvel Israeumll259 Israeumll non plus ne

devient pas les Nations Linteacutegration des deux peuples dans lunique corps du Christ nest

pas synonyme dassimilation ou duniformisme Les diversiteacutes qui seacuteparaient les deux

peuples sont appeleacutees agrave se reacuteconcilier dans une uniteacute supeacuterieure de genre totalement

diffeacuterent et nouveau le tertium genus260

En formant le corps du Christ les chreacutetiens dorigine paiumlenne et ceux dorigine

juive deviennent une nouvelle humaniteacute creacuteeacutee par le Christ Cest pourquoi le syntagme

ἐν Χριστῷ Ἰησοῦ sapplique essentiellement aux trois adjectifs accentuant la communion

des Juifs et des Nations dans le Christ par lEvangile agent soteacuteriologique indispensable

257 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 180 258 PENNA R La lettera agli Efisini p 161 259 REYNIER C Evangile et Mystegravere p 110 260 PENNA R Il Mysterion Paolino p 74

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25224 La reacuteveacutelation du mystegravere et le service de lEvangile dans la dynamique salvifique

Le pronom relatif ὅς placeacute apregraves τοῦ εὐαγγελίου fait le lien entre la fin du v 6 et

le deacutebut du v 7 qui preacutesente Paul comme le serviteur (διάκονος) de lEvangile En effet

si les apocirctres et les prophegravetes preacutesenteacutes au v 5 ont pour mission le service de lEvangile

pourquoi Paul est-il encore preacutesenteacute ici comme le serviteur de lEvangile261 Si Paul a la

mission dannoncer lEvangile et de mettre en lumiegravere la dispensation du mystegravere quelle

serait le lien entre lEvangile et le mystegravere

Lauteur de la lettre continue agrave deacutecrire la reacuteveacutelation progressive du mystegravere et ses

composantes dans un style litteacuteraire deacuteroutant et un langage tout agrave fait nouveau Cest

ainsi que le prisonnier du Christ (cf Ep 3 1) est aussi le serviteur de lEvangile et les

tribulations de celui qui annonce lEvangile sont la gloire des Nations (cf Ep 3 13)

Pourtant Paul ne sest pas lui-mecircme attribueacute la mission dannoncer lEvangile et den ecirctre

le serviteur

Le passif ἐγενήθην διάκονος montre quil a eacuteteacute fait serviteur de lEvangile De

mecircme que le mystegravere lui a eacuteteacute fait connaicirctre κατὰ ἀποκάλυψιν (v 3) le service de

lEvangile lui est aussi accordeacute κατὰ τὴν δωρεὰν τῆς χάριτος τοῦ θεου (v 7) Si connaicirctre

le mystegravere du Christ na pas eacuteteacute de lordre de la capaciteacute intellectuelle du geacutenie de Paul

de mecircme ecirctre serviteur de lEvangile nest pas de lordre de la preacutetention personnelle de

lapocirctre La connaissance du mystegravere tout comme le service de lEvangile est un don

totalement gratuit de Dieu dans lavegravenement de son projet salvifique

La premiegravere partie du texte (Ep 3 2-7) sachegraveve sur lannonce de lEvangile qui

sera deacuteveloppeacute dans la deuxiegraveme partie (Ep 3 8-12) Si la premiegravere partie du texte a

commenceacute par la dispensation de la gracircce de Dieu donneacutee agrave Paul (v 2) elle se termine

eacutegalement par le don de la gracircce de Dieu qui lui est donneacutee (v 7) La phrase τῆς χάριτος

τοῦ θεοῦ τῆς δοθείσης μοι au v 2 et la phrase τὴν δωρεὰν τῆς χάριτος τοῦ θεοῦ τῆς

δοθείσης μοι au v 7 forme alors une inclusion partielle qui met laccent sur la gratuiteacute de

la reacuteveacutelation divine En constituant lEvangile la reacuteveacutelation constitue aussi celui qui en

261 LONA H Die Eschatologie im Kolosser- und Epheserbrief p 290

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est le serviteur262 Cest parce quil a reccedilu la connaissance du mystegravere au cours dune

reacuteveacutelation que Paul est devenu le serviteur de lEvangile

LEvangile dont lapocirctre est appeleacute agrave ecirctre le serviteur se comprend dans la

dynamique du mystegravere qui se fait connaicirctre Quelle est alors la speacutecificiteacute du service de

lEvangile dans la lettre aux Epheacutesiens et quel est le lien entre ce service et la trilogie

reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

Le terme διάκονος est un terme essentiellement paulinien Il apparaicirct 21 fois dans

les eacutecrits de Paul et seulement 8 fois dans les Evangiles263 Dιάκονος est employeacute dans les

Evangiles pour deacutesigner le disciple qui se met au service des autres (cf Mt 20 26 23 11

Mc 9 35 10 43) le διάκονος est aussi le serviteur du roi (cf Mt 22 13) les servants aux

noces (cf Jn 2 59) Il deacutesigne eacutegalement celui qui se met agrave la suite du Christ (cf Jn 12

26)

Dans les lettres de Paul διάκονος est appliqueacute au ministre de Dieu dans le service

du bien pour lutter contre le mal (cf Rm 13 4) le terme renvoi aussi aux ministres de

lEglise (cf Rm 16 1) les serviteurs pour lannonce de lEvangile (cf 1Cor 3 5 2Cor 11

15 Col 1 23) les ministres du Christ (cf 2Cor 11 23 Col 1 7) le Christ lui-mecircme

comme serviteur de la circoncision pour faire connaicirctre la veacuteriteacute (cfRm 15 8) le terme

renvoi enfin aux diacres dans un service dEglise en voie dinstitutionnalisation (cf 1Tm

3 812)

De maniegravere geacuteneacuterale le terme διάκονος contient dans son acception une certaine

deacutependance ou soumission comme dans le cas de la relation entre un esclave et son maicirctre

(cf Rm 6 16-17 1Cor 7 21-22) Paul lui-mecircme se preacutesente dailleurs comme esclave du

Christ δοῦλος Χριστοῦ Ἰησοῦ (cf Rm 1 1 Ga 1 10) et esclave de Dieu δοῦλος θεοῦ

(cf Tt 1 1) Cest ainsi que les deux termes διάκονος et δοῦλος sont parfois employeacutes

comme termes interchangeables mecircme dans la lettre aux Epheacutesiens (cf Ep 6 5-6)

Toutefois dans la lettre aux Epheacutesiens le terme δοῦλος nest en aucune fois

appliqueacute agrave Paul mais agrave ceux qui vivent dans une relation de deacutependance ou de soumission

de type maicirctreesclave (cf Ep 6 5-6) En Ep 3 7 Paul est le διάκονος τοῦ εὐαγγελίου

LEvangile est lobjet du service dont Paul a eacuteteacute gratuitement fait serviteur En parlant de

service de lEvangile laccent est mis non pas sur les notions dobeacuteissance et de

262 BAULES R Lrsquoinsondable richesse du Christ p 60 263 Le terme διάκονος apparaicirct seulement 6 fois dans la LXX en Esther 1 10 2 2 6 35 Pr 10 4 4 M 9 17 (lunique emploi dans les textes dits apocryphes) traduisant indistinctement le termes heacutebreux נער et

trV

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soumission qui sont constitutives de la relation maicirctreesclave mais sur la notion de

gratuiteacute qui nentre jamais dans la relation maicirctreesclave264

Cest gratuitement que la gracircce de Dieu a eacuteteacute donneacutee agrave Paul pour les Nations (cf

Ep 3 2) Cest encore gratuitement que le mystegravere lui a eacuteteacute fait connaicirctre au cours dune

reacuteveacutelation (cf Ep 3 3) et a eacuteteacute reacuteveacuteleacute aux saints apocirctres et prophegravetes (cf Ep 3 5) Et cest

enfin gratuitement quil a eacuteteacute fait serviteur de lEvangile selon le don de la gracircce de Dieu

(cf Ep 3 7-8) La notion de gratuiteacute sentrelace ainsi avec la notion de connaissance qui

est celle de la reacuteveacutelation impreacutevisible de mystegravere de Dieu265 Le service de lEvangile est

donc inseacuteparable du dynamisme reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

Le vocabulaire qui constitue et exprime le service de lannonce de lEvangile est

un vocabulaire lieacute agrave la reacuteveacutelation et agrave la connaissance du mystegravere Le participe passif τῆς

δοθείσης μοι montre clairement que lapocirctre Paul est le grand beacuteneacuteficiaire de cette action

soteacuteriologique Il entretient avec Dieu non pas une relation dobeacuteissance servile et de

soumission aveugle mais une relation de service de lEvangile quil a reccedilu κατὰ τὴν

δωρεὰν τῆς χάριτος τοῦ θεου (cf Ep 3 7)

Le substantif δωρεά est employeacute deux fois seulement dans la lettre (cf Ep 3 7 4

7) en faisant toujours reacutefeacuterence au don gratuit de Dieu Cest un substantif que Paul

emploie pour signifier la geacuteneacuterositeacute de laction divine dans le Christ en faveur de

lhumaniteacute (cf Rm 3 24 5 15 2Cor 9 15)266 Si le geacutenitif τῆς χάριτος est soit objectif

ou epeacutexeacutegeacutetique celui qui suit τοῦ θεοῦ est un geacutenitif de possession qui deacutetermine

lorigine ou lauteur de la gracircce

Bien que Dieu soit lui-mecircme lagent implicite de ce dynamisme en eacutetant agrave lorigine

du don de la gracircce il agit pourtant explicitement dans laction en cours par lefficaciteacute de

la gracircce offerte agrave lapocirctre La gracircce divine est agrave lœuvre dans la vie du serviteur de

lEvangile Toutefois cette gracircce divine ne peut ecirctre seacutepareacutee de son origine En donnant

sa gracircce agrave son serviteur lui accordant la capaciteacute neacutecessaire dans lexercice de sa mission

Dieu lui-mecircme continue agrave agir dans le ministegravere de son serviteur selon le deacuteploiement de

sa puissance κατὰ τὴν ἐνέργειαν τῆς δυνάμεως αὐτοῦ (cf Ep 3 7)

Le pronom possessif αὐτοῦ se rapporte au substantif δυνάμεως qui renvoie agrave la

puissance mecircme de Dieu et explicite davantage laction du don de la gracircce Les deux

preacutepositions ne sont donc pas en coordination car la deuxiegraveme sert agrave deacuteterminer le passif

264 REYNIER C Evangile et mystegravere p 90 265 Ibid 266 LINCLON T A Ephesians p 182

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τῆς δοθείσης μοι267 Epheacutesiens considegravere le service de lannonce de lEvangile accordeacute agrave

Paul comme un eacuteleacutement deacutecisif dans la connaissance du mystegravere qui lui a eacuteteacute donneacute au

cours dune reacuteveacutelation Paul est alors consideacutereacute non comme un heacuteros en soi mais comme

un instrument de la gracircce divine268

La gracircce davoir eacuteteacute fait serviteur de lEvangile qui se comprend dans le

dynamisme proportionneacute par la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance culmine la

premiegravere partie du texte (Ep 3 2-7) et deacutebouche en mecircme temps sur le dynamisme

soteacuteriologique de lannonce de cet Evangile qui initie le deuxiegraveme moment dynamique

(Ep 3 8-12) Cest ainsi que les versets 8-12 en faisant suite aux versets 2-7 deacuteveloppent

le deuxiegraveme moment de la penseacutee de lauteur et ne traite plus tant lorigine et la nature du

mystegravere que sa proclamation universelle269

253 Dynamique salvifique de Ep 3 8-1213

2531 Lannonce de lEvangile comme expression de lavegravenement salvifique

Au v 7 le service de lEvangile est principalement orienteacute vers le choix et lappel

de lapocirctre qui en a eacuteteacute fait serviteur Au v 8 ce service est davantage orienteacute vers

lannonce Si les Nations apparaissent comme les destinataires de ce service Paul est

avant tout le beacuteneacuteficiaire de cette action soteacuteriologique marqueacutee degraves le deacutebut du verset

par une affirmation solennelle et emphatique Ἐμοὶ τῷ ἐλαχιστοτέρῳ πάντων ἁγίων ἐδόθη

ἡ χάρις αὕτη (cf Ep 3 8) Le prisonnier du Christ Jeacutesus (3 1) et serviteur de lEvangile

(3 7) se preacutesente maintenant comme le plus petit de tous les saints (3 8) expression

unique dans la litteacuterature neacuteotestamentaire270

267 SCHLIER H La Carta a los Efesios p 198 Contre CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p

105 qui condegravere les deux syntagmes marqueacutes par la preacuteposition κατὰ comme un paralleacutelisme 268 LINCOLN T A Op cit p 182 269 PENNA R La lettera agli Efesini p 161 et seq 270 Lexpression ἐλαχιστοτέρῳ se preacutesente comme le comparatif du superlatif ἐλάχιστος qui se traduit par

le plus petit Dans ce cas lexpression ἐλαχιστοτέρῳ se traduirait litteacuteralement par le plus petit du plus

petit (de tous les saints) Cf ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 185

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Mecircme si le superlatif ἐλάχιστος semble sinspirer de 1Cor 15 9271 ougrave Paul se

preacutesente comme le plus petits des apocirctres la comparaison avec Ep 3 8 ne concerne pas

les apocirctres mais tous les saints Cependant en 1Cor 15 9 le superlatif ἐλάχιστος

sexprime en fonction de lindigniteacute de lapocirctre qui a perseacutecuteacute lEglise de Dieu mettant

en relief la gracircce de Dieu par laquelle Paul est devenu ce quil est appeleacute au ministegravere

apostolique

En Ep 3 8 ἐλαχιστοτέρῳ sexprime en fonction du service de lannonce de

lEvangile en faisant eacutegalement appel au don de la gracircce de Dieu qui a eacuteteacute fait agrave lapocirctre

Ce don de la gracircce enrobe la premiegravere partie du texte dans une inclusion partielle Laspect

soteacuteriologique est donc preacutesent en arriegravere fond dans la mesure ougrave dans la vocation de Paul

le salut et la mission adviennent dans un mecircme temps 272 Cest parce que le projet

salvifique de Dieu sest rendu preacutesent dans la vie de Paul par la reacuteveacutelation du mystegravere et

la gracircce qui lui a eacuteteacute donneacutee que celui-ci est appeleacute agrave porter cette Bonne Nouvelle aux

Nations Cette expeacuterience personnelle de lapocirctre dans lavegravenement du salut divin devient

une base importante dans le service de lannonce de lEvangile

Le pronom personnel Ἐμοὶ placeacute en deacutebut de la phrase dans un ton emphatique

contraste avec lexpression ἐλαχιστοτέρῳ pour mettre en valeur le don de la gracircce de Dieu

pour le service de lannonce de lEvangile Linfinitif aoriste εὐαγγελίσασθαι fait alors

suite au terme εὐαγγέλιον placeacute en Ep 3 6 pour souligner la particulariteacute de cette annonce

il sagit de lannonce de lEvangile

Le passif theacuteologique ἐδόθη en mettant laccent sur la provenance de la gracircce qui

a eacuteteacute donneacutee agrave lapocirctre deacutetermine en mecircme temps lorigine du service de lEvangile qui

lui est confieacute En effet dans les 12 emplois du verbe δίδωμι dans la lettre aux Epheacutesiens

Dieu ou le Christ en sont les principaux sujets agrave lexception de Ep 4 2729 ougrave les chreacutetiens

sont appeleacutes agrave ne pas donner prise au diable mais agrave profeacuterer toute parole bonne et

eacutedifiante qui apporte la gracircce agrave ceux qui les eacutecoutent

Le service de lEvangile se comprend dans cette dynamique du don divin Ce nest

ni une responsabiliteacute confieacutee par une autoriteacute humaine ni le produit des meacuterites et

compeacutetences de Paul Dieu est encore lauteur ou lagent soteacuteriologique de ce dynamisme

dont Paul en est le grand beacuteneacuteficiaire en eacutetant constitueacute serviteur de lEvangile en faveur

271 Certains commentateurs voient dans ἐλαχιστοτέρῳ une reacuteminiscence de 1Cor 15 9 Cf

SCHNACKENBURG R Ephesians p 136 PENNA R La lettera agli Efesini p 162 REYNIER C

Evangile et mystegravere p 93 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 185 272 REYNIER C Evangile et mystegravere p 95

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des Nations Cest pourquoi un tel service nest pas ordonneacute au privilegravege personnel de

lapocirctre mais un don en faveur des croyants en provenance de la gentiliteacute et de tous les

membres de lEglise qui deviendra lagent ministeacuteriel de la communication de la sagesse

divine273

En donnant suite agrave ce dynamisme soteacuteriologique lexpression affine en Ep 3 9

rehausse et explicite davantage le contenu de lannonce de lEvangile en lien avec la

dispensation du mystegravere cacheacute depuis les siegravecles Le service de lEvangile preacutesenteacute en Ep

3 8 comme une annonce est deacutecrit en Ep 3 9 comme une mise en lumiegravere par la

concordance des infinitifs aoristes εὐαγγελίσασθαι et φωτίσαι Annoncer lEvangile aux

Nations cest donc mettre en lumiegravere le mystegravere cacheacute en Dieu depuis les siegravecles Ce

mystegravere a eacuteteacute fait connaicirctre agrave lapocirctre au cours dune reacuteveacutelation Le lien entre lEvangile et

la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance est donc indeacuteniable

Toutefois alors que le dynamisme de Ep 3 9 souligne limportance de la mise en

lumiegravere du mystegravere cacheacute en Dieu Ep 3 8 se penche sur le caractegravere inouiuml de lEvangile

comme eacutetant linsondable richesse du Christ τὸ ἀνεξιχνίαστον πλοῦτος τοῦ Χριστοῦ En

Ep 3 4 le μυστήριον a eacuteteacute preacutesenteacute comme celui du Christ En Ep 3 8 lEvangile est

preacutesenteacute comme linsondable richesse du Christ Le terme πλοῦτος est encore un terme

essentiellement eacutepheacutesien274

Comme le montrent ses occurrences dans le Nouveau Testament y compris les

lettres de Paul πλοῦτος est diversement employeacute tant pour indiquer la richesse du monde

preacutecaire et voueacutee agrave la ruine que pour se reacutefeacuterer agrave la richesse infinie de Dieu Dans le lettre

aux Epheacutesiens πλοῦτος est employeacute essentiellement par rapport agrave la richesse de la gracircce

(cf Ep 1 7 2 7) et de la gloire (cf Ep 1 18 3 16) de Dieu Ep 3 8 est lunique occurrence

neacuteotestamentaire ougrave πλοῦτος est employeacute pour indiquer lEvangile comme linsondable

richesse du Christ

Si en Ep 3 4 le geacutenitif τοῦ Χριστοῦ qualifiant le mystegravere a eacuteteacute consideacutereacute agrave la fois

eacutepexeacutegeacutetique et objectif en Ep 3 8 laspect objectif est primordial La richesse du Christ

273 MANZUR R La retorica della lettera agli Efesini p 79 274 Le terme πλοῦτος apparaicirct 22 fois dans le Nouveau Testament Dans les synoptiques il apparaicirct uniquement dans le contexte de lexplication de la parabole du semeur en Mc 4 19 et ses parallegraveles en Mt

13 22 et Lc 8 14 pour parler de la richesse du monde Dans la lettre aux Romains πλοῦτος sexprime par

rapport agrave Dieu lui-mecircme (11 33) agrave sa bonteacute (2 4) ou agrave sa gloire (9 23) En Rm 11 12 il sexprime par

rapport agrave la richesse du monde et des paiumlens En 2 Cor 8 2 πλοῦτος sexprime dans le sens de la geacuteneacuterositeacute

humaine En Ph 4 19 il sagit de la richesse de Dieu et en Hb 11 26 de la richesse supeacuterieure Alors quen

Jc 5 2 et Ap 18 17 il sagit de la richesse preacutecaire en opposition agrave la richesse de lagneau eacutegorgeacute (Ap 5

12) Plus proche de Epheacutesiens est le contexte de Col 1 27 et 2 2 ougrave πλοῦτος sexprime par rapport agrave la

richesse de la gloire du mystegravere Avec les cinq occurrences du terme la lettre aux Epheacutesiens contient le

plus grand nombre demplois

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consiste en tout ce que Dieu a mis en Jeacutesus comme richesse de sa gracircce qui nous pardonne

et nous creacutee dans une vie nouvelle nous amenant agrave entrer dans la pleacutenitude de Dieu et

avoir part aux richesses de sa gloire275 Cette richesse du Christ est elle-mecircme qualifieacutee

dinsondable (ἀνεξιχνίαστον) un adjectif qui napparaicirct que deux fois dans le Nouveau

Testament

Si en Rm 11 33 les chemins de Dieu sont insondables en Ep 3 8 lEvangile est

linsondable richesse du Christ La richesse du Christ est insondable non pas parce quelle

est inconnaissable mais parce quelle ne peut ecirctre totalement exploiteacutee Ladjectif

ἀνεξιχνίαστον marque donc leacutemerveillement devant lactiviteacute de Dieu et montre

lincapaciteacute de lesprit humain mecircme apregraves la reacuteveacutelation de sonder par lui-mecircme les

profondeurs de Dieu276

En comparant Ep 3 8 et Col 1 27 qui lui est plus proche on constate que le

contenu de lEvangile aussi bien que du mystegravere est essentiellement christologique et Dieu

est encore le principal agent soteacuteriologique Toutefois les diffeacuterences entre les deux

passages sont aussi grandes Alors que Ep 3 8 parle de lEvangile comme linsondable

richesse du Christ Col 1 27 traite de la richesse de la gloire du mystegravere divin

De plus alors quen Col 1 26-27 les beacuteneacuteficiaires de laction salvifique sont

directement les saints en Ep 3 8 Paul le plus petit de tous les saints est le grand

beacuteneacuteficiaire de ce dynamisme salvifique En tant que beacuteneacuteficiaire il reccediloit la mission

dannoncer lEvangile aux Nations et de mettre en lumiegravere le mystegravere cacheacute depuis les

siegravecles

En outre en Ep 3 8 le service de lannonce de lEvangile est caracteacuteriseacute par lacte

divin du don gratuit qui sexprime par rapport agrave la reacuteveacutelation et agrave la connaissance277 En

effet degraves son premier emploi en Ep 1 7 δίδωμι sexprime deacutejagrave par rapport agrave un esprit de

sagesse et de reacuteveacutelation dans la connaissance de Dieu De mecircme en Ep 4 11 δίδωμι

sexprime par rapport au ministegravere comme un don accordeacute aux uns et aux autres decirctres

prophegravetes apocirctres eacutevangeacutelistes pasteurs ou docteurs (cf Ep 4 11)

En Ep 3 278 tous les emplois de δίδωμι au passif ont Dieu comme auteur et

Paul en est le beacuteneacuteficiaire Ainsi cet emploi speacutecifique de δίδωμι contribue agrave souligner

le caractegravere divin transcendant et gratuit de la charge reccedilue par Paul pour le service de

275 BAULES R Lrsquoinsondable richesse du Christ p 63 276 BEST E Ephesians p 318 277 REYNIER C Evangile et mystegravere p 95 et seq

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lannonce de lEvangile278 et la mise en lumiegravere du mystegravere cacheacute depuis les siegravecles Cette

mise en lumiegravere du mystegravere cacheacute ainsi que la connaissance de la sagesse divine (cf Ep

3 10) par les principauteacutes et les puissances confirme et enchaicircne le dynamisme de la

reacuteveacutelation du mystegravere aux apocirctres et aux prophegravetes (cf Ep 3 5)

En Ep 3 5 lexpression opposeacutee agrave laction soteacuteriologique a servi de rehausser la

valeur du dynamisme de la reacuteveacutelation du mystegravere aux apocirctres et prophegravetes En Ep 3 9

cette expression est rebattue par le dynamisme de la mise en lumiegravere du mystegravere cacheacute

depuis les siegravecles qui sous-entend que ce mystegravere na pas eacuteteacute connu des autres geacuteneacuterations

Toutefois laction qui prend sa source au v 9 et enchaicircne le v 10 dans son

dynamisme nest pas tout simplement une reprise du v 5 Ce dynamisme relance encore

la question pour qui ce mystegravere est-il maintenant cacheacute Pour les Nations et ceux agrave qui

le mystegravere nest pas encore reacuteveacuteleacute Si le mystegravere a eacuteteacute fait connaicirctre agrave Paul aux apocirctres et

aux prophegravetes est-il encore cacheacute pour ceux-ci

2532 Le mystegravere cacheacute et reacuteveacuteleacute comme point de rencontre du projet creacuteateur et salvifique

La reacuteponse aux questions poseacutees ci-dessus est directement lieacutee agrave la forme verbale

du verbe ἀποκρύπτω qui se trouve en Ep 3 9 au participe parfait passif En effet

ἀποκρύπτω apparaicirct quatre fois seulement dans le Nouveau Testament En Lc 10 21

ἀποκρύπτω est en parallegravele avec ἀποκαλύπτω tous deux agrave lindicatif aoriste dans le

contexte du retour en mission des 72 disciples Lannonce de la Bonne Nouvelle ayant

trouveacute succegraves aupregraves des foules Jeacutesus rend gracircce agrave son Pegravere Je te beacutenis Pegravere Seigneur

du ciel et de la terre parce que tu as cacheacute (ἀπέκρυψας) ces choses aux sages et intelligents

et les a reacuteveacuteleacutees (ἀπεκάλυψας) aux plus petits (cf Lc 10 21)

Dans la premiegravere lettre aux Corinthiens ἀποκρύπτω est employeacute pour exprimer la

sagesse divine comme une sagesse mysteacuterieuse et cacheacutee (ἀποκεκρυμμένην) preacutedestineacutee

avant les siegravecles par Dieu pour notre gloire (cf 1Cor 2 7) Le dernier emploi de

ἀποκρύπτω se trouve en Col 1 26 ougrave il se trouve en parallegravele avec φανερόω pour

exprimer le mystegravere cacheacute (ἀποκεκρυμμένον) depuis les siegravecles et les geacuteneacuterations mais

278 Ibid p 96

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maintenant manifesteacute aux saints En 1Cor 2 7 et Col 1 26 ἀποκρύπτω se trouve

eacutegalement au participe parfait passif tout comme en Ep 3 9

Lemploi du passif laisse entendre que Dieu est le seul responsable de son mystegravere

de son silence et de sa reacuteveacutelation et le participe parfait en exprimant leffet preacutesent et

permanent dune action passeacutee montre quil ne sagit pas dune phase totalement releacutegueacutee

dans le passeacute279 Le mystegravere a-t-il eacuteteacute cacheacute agrave un moment de lhistoire et ne lest plus agrave un

autre moment Lemploi du participe parfait en Ep 3 9 montre que le mystegravere continu

decirctre cacheacute Personne ni Paul ni les apocirctres et les prophegravetes ne peut avoir la

connaissance totale du mystegravere divin En des proportions diffeacuterentes le mystegravere reste

cacheacute pour tous mecircme pour ceux agrave qui Dieu la deacutejagrave reacuteveacuteleacute280

Ce mystegravere cacheacute depuis les siegravecles est maintenant connu des principauteacutes et des

puissances dans les cieux par lEglise Lannonce de lEvangile et la mise en lumiegravere du

mystegravere montrent comment le projet salvifique de Dieu rejoint son projet creacuteateur281 Le

Dieu creacuteateur nest donc pas diffeacuterent du Dieu reacutedempteur 282 Lexpression ἀπὸ τῶν

αἰώνων (cf Ep 3 9) en lien avec ταῖς ἀρχαῖς καὶ ταῖς ἐξουσίαις (cf Ep 3 10) peut ecirctre

comprise dans un sens spatial Le mystegravere qui a eacuteteacute cacheacute depuis les siegravecles est reacuteveacuteleacute aux

puissances et principauteacutes dans les cieux283

Mais quand sera-t-il de la valeur du νῦν eschatologique en Ep 3 10 De plus les

vv 9-10 font suite au v 5 ougrave apparaicirct pour la premiegravere fois le νῦν se reacutefeacuterant au mystegravere

qui a eacuteteacute cacheacute aux geacuteneacuterations et maintenant reacuteveacuteleacute aux saints apocirctres et prophegravetes Cest

pourquoi le τῶν αἰώνων a davantage une perspective essentiellement temporelle284

En effet tous les emplois de ce terme dans la lettre aux Epheacutesiens revecirctent cette

connotation temporelle [cf Ep 1 21 2 2 2 7 3 11 3 21 (2x)] Car Dieu reacutevegravele son

mystegravere dans lhistoire et ce mystegravere reste le mystegravere de Dieu mecircme sil est reacuteveacuteleacute aux

279 DEWAILLY L-M Mystegravere et silence dans Rom XVI 25 p 116 280 Ibid p 117 281 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 186 Comme le souligne BARTH M Ephesians p

344 cest lunique fois ougrave Epheacutesiens fait reacutefeacuterence agrave la premiegravere creacuteation plutocirct quagrave la nouvelle creacuteation 282 Selon SCHLIER H La Carta a los Efesios p 203 avant la reacuteveacutelation du mystegravere par la gnose ce

mystegravere selon les gnostiques eacutetient cacheacute aux eacuteons ainsi que le mystegravere de la reacutedemption qui eacutetait non seulement cacheacute pour le monde mais aussi cacheacute devant le creacuteateur des mondes Le dieu creacuteateur navait

rien agrave voir avec le dieu reacutedempteur et vice versa Les eacuteons auraient eacuteteacute creacutees par le dieu creacuteteur qui serait le

dieu des mondes Mais Ep 3 9 montre que le mystegravere qui eacutetait cacheacute pour le monde neacutetait pas cacheacute pour

le creacuteateur du monde 283 Pour une interpreacutetation de αἰώνων dans le sens spatial voir SCHLIER H La Carta a los Efesios p

201 LINDEMANN A Die Aufhebung der Zeit p 223 284 Pour une compreacutehension de αἰώνων dans le sens temporel voir aussi GNILKA J Der Epheserbrief p

172 BARTH M Ephesians p 343 et seq SCHNAKENBURG R Ephesians p 138 LINCOLN T A

Ephesians p 184 et seq BRUCE F F The Epistle to the Ephesians p 319 et seq

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hommes Ce nest pas par reacuteserve voulue par cachotterie encore moins par deacutedain ou

deacutefiance mais par suite dune irreacutemeacutediable distance entre Dieu et tout ce qui nest pas

Dieu car mecircme connu des hommes Dieu ne peut ecirctre que Dieu285

Lexpeacuterience eacutepheacutesienne rejoint celle dIsaiumle devant le mystegravere du Dieu cacheacute

lorsque celui-ci seacutecrit אכן אתה אל מסתתר אלהי ישראל מושיע (Vraiment tu es un Dieu qui

se cache Dieu dIsraeumll sauveur) que la septante traduit σὺ γὰρ εἶ θεός καὶ οὐκ ᾔδειμεν ὁ

θεὸς τοῦ Ισραηλ σωτήρ (Is 45 15)

Le mystegravere cacheacute depuis les siegravecles est cacheacute en Dieu lui-mecircme comme le montre

lexpression ἐν τῷ θεῷ τῷ τὰ πάντα κτίσαντι (cf Ep 3 9) Le Dieu cacheacute na pas agrave ecirctre

cacheacute par un autre ou par autre chose que soi il se cache lui-mecircme et se cache en lui-

mecircme286 Tout de mecircme quand il se reacutevegravele il se donne agrave connaicirctre agrave celui agrave qui il veut se

reacuteveacuteler Le mystegravere est donc celui que le Dieu creacuteateur a cacheacute et maintient cacheacute en lui

cacheacute dans le creacuteateur de toutes choses et cacheacute dans son œuvre de creacuteation287

2533 La place de lEglise dans la dynamique du projet salvifique

Les principauteacutes et les puissances dans les cieux deviennent alors beacuteneacuteficiaires du

dynamisme soteacuteriologique qui prend en compte le v 10 et dont lagent soteacuteriologique est

lEglise Si Ep 3 10 est lunique fois ougrave lEglise apparaicirct comme agent soteacuteriologique de

mecircme cest aussi lunique fois ougrave les puissances et les principauteacutes apparaissent comme

beacuteneacuteficiaires de laction salvifique Qui sont alors ces puissances et principauteacutes qui ont

accegraves agrave la connaissance du mystegravere

Sont-elles des puissances politiques provenant de lhelleacutenisme288 ou des eacuteons deacutecrits dans

le gnosticisme 289 ou encore les puissances angeacuteliques provenant de lapocalyptique

juive290

285 DEWAILLY L-M ldquoMystegravere et silence dans Rom XVI 25rdquo p 118 286 Ibid p 115 287 SCHLIER H La Carta a los Efesios p 202 288 BARTH M Ephesians p 175 289 IRENEE S Contre les heacutereacutesies Livre I 1 1-4 3 290 Cf CARR W Angels and Principalities p 174 et seq SCHLIER H La Carta a los Efesios p 114

SCHNACKENBURG R Ephesians p 140 PENNA R La Lettera agli Efesini p 165 En trouvant un

arriegravere plan des principauteacutes et des puissances dans lapocalyptique juive ces auteurs les interpregravetent dans

le sens neacutegatif des puissances maleacutefiques agrave partir de Ep 6 12 qui les deacutecrits comme telles Toutefois le

contexte de Ep 6 12 soppose agrave celui de Ep 1 21 ougrave les principauteacutes et les puissances peuvent ecirctre

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En effet en Ep 1 21 ἀρχή et ἐξουσία apparaissent dans le contexte laffirmation

de la supreacutematie du Christ ougrave Dieu la fait sieacuteger dans les cieux au-dessus de toute

principauteacute et puissance (cf Ep 1 21) Dans ce contexte au v 21 le Ps 110 1 est citeacute

pour souligner la gloire du Christ exalteacute et assis agrave la droite de Dieu dans les cieux291 Dans

le mecircme contexte le v 22 affirme la soumission de toute chose au Christ que Dieu a

constitueacute Tecircte de son Eglise qui est son Corps (cf Ep 1 22) Ep 1 22 fait donc appel au

Ps 8 7 qui y est eacutegalement citeacute Il en ressort donc que la gloire du Christ et son exaltation

par Dieu est exprimeacutee dans le teacutemoignage du Ps 110 1 et la soumission de toute chose au

Christ est exprimeacutee par le Ps 8 7292

En Ep 2 2 apparait uniquement le terme ἐξουσία dans le contexte de la gratuiteacute

du salut dans le Christ Ce contexte souligne le contraste entre le preacutesent des Nations ougrave

elles sont sauveacutees par Dieu et le passeacute ougrave elles eacutetaient mortes par suite des peacutecheacutes dans

lesquels elles ont veacutecu selon le prince des puissances de lair [τὸν ἄρχοντα τῆς ἐξουσίας

τοῦ ἀέρος] (cf Ep 2 2) Dans ce contexte les deux termes napparaissent pas de maniegravere

simultaneacutee et ne feront leur deuxiegraveme apparition quen Ep 3 10

Le contexte de Ep 3 10 est celui du deacuteploiement du mystegravere dont la reacuteveacutelation se

fait de maniegravere progressive En Ep 3 10 ἀρχή et ἐξουσία apparaissent en lien avec lEglise

par qui leur sera connue la sagesse de Dieu Les principauteacutes et les puissances dans ce

contexte sont susceptibles decirctre les hocirctes des cieux vu que lexpression est tregraves noble

exprimer pour la notion dhostiliteacute entre Dieu et son Eglise dune part et les puissances du

mal de lautre293

Au-delagrave des repreacutesentations historiquement deacutetermineacutees lenjeu poseacute dans ce

dynamisme est bien le rocircle de lEglise face agrave tout pouvoir voulant oppresser les humains

lEglise a pour mission de montrer la preacutevalence de la sagesse divine294 Par lEglise la

connaissance du mystegravere va au-delagrave des apocirctres et des prophegravetes et donc au-delagrave de la

sphegravere terrestre pour atteindre la sphegravere ceacuteleste agrave partir des principauteacutes et des puissances

Laccegraves des cieux agrave cette connaissance est lexpression concregravete de la transformation

provoqueacutee par le deacuteploiement du mystegravere dont lorigine est en Dieu 295 agent

soteacuteriologique du dynamisme preacuteceacutedent

consideacutereacutees sous un angle soit positif ou neacutegatif Pour REYNIER C Evangile et mystegravere p 130 le

contexte de Ep 3 1-13 invite agrave consideacuterer les principauteacutes et les puissances sous un angle positif 291 CARR W Op cit p 98 292 Ibid 293 CARR W Angels and Principalities p 99 294 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 187 295 REYNIER C Evangile et mystegravere p 131

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Lexistence de lEglise a donc des implications cosmiques provenant de la victoire

du Christ296 Au vv 8-9 Paul est le beacuteneacuteficiaire du dynamisme soteacuteriologique ougrave il reccediloit

la mission dannoncer lEvangile linsondable richesse du Christ et de mettre en lumiegravere

le mystegravere cacheacute en Dieu depuis les siegravecles Au v 10 la conjonction ἵνα fait le lien avec

laction preacuteceacutedente et introduit la finaliteacute de ce dynamisme dans laction de la

connaissance de la sagesse divine dont les puissances et les principauteacutes dans les cieux

en sont les principaux beacuteneacuteficiaires

Toutefois ce nest ni Paul le serviteur de lEvangile et du mystegravere ni les apocirctres

et les prophegravetes qui font connaicirctre cette sagesse aux puissances dans les cieux Cette

mission est celle de lEglise En mecircme temps que la connaissance du mystegravere seacutetend au-

delagrave de la sphegravere terrestre pour atteindre les ecirctres dans les cieux le service qui

laccompagne seacutetend eacutegalement dune dimension personnelle agrave une dimension eccleacutesiale

La mission de Paul se fond en quelque sorte dans la mission de lEglise

Pourtant cette Eglise est elle aussi le contenu du mystegravere qui a eacuteteacute reacuteveacuteleacute aux

apocirctres et aux prophegravetes en Ep 3 6 les Nations sont coheacuteritiegraveres co-corporeacutees et

coparticipantes de la promesse dans le Christ Jeacutesus (cf Ep 36) Elle est eacutegalement le

Corps dont le Christ est la Tecircte (cf Ep 122) En faisant connaicirctre aux puissances et aux

principauteacutes la sagesse multiple de Dieu lEglise se fait connaicirctre elle-mecircme dans ce

quelle est Le deacutepassement des barriegraveres entre les Juifs et les Nations unis par le Christ

dans lEglise est le gage du deacutepassement de tout dualisme cosmologique quand lunivers

sera restaureacute en harmonie avec le Christ297 Cest deacutesormais par lEglise que la sagesse

multiple de Dieu se fait connaicirctre

Comment lEglise fera-t-elle connaicirctre agrave ces pouvoirs la sagesse de Dieu Au-delagrave

de la simple annonce du message le teacutemoignage de son existence en tant quEglise Corps

du Christ est le lieu ougrave la sagesse de Dieu est connue des puissances et des principauteacutes

dans les cieux298 En sidentifiant agrave la sagesse multiple de Dieu le mystegravere se sert une fois

de plus dun vocabulaire unique dans lensemble du Nouveau Testament Ladjectif

πολυποίκιλος est composeacute de poluj qui signifie plusieurs et ποiκιλος qui contient deacutejagrave

lideacutee de plusieurs dans plusieurs couleurs299 Ladjectif πολυποίκιλος est alors une

redondance caracteacuteristique du vocabulaire eacutepheacutesien

296 LINCOLN T A Paradise Now and not Yet p 154 et seq 297 LINCOLN T A Ephesians p 155 298 ARNOLD C Power and Magic p 63 299 TUGGY A E Lexico Griego-Espantildeol del Nuevo Testamento p 742-745

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En qualifiant la sagesse divine πολυποίκιλος indique sa richesse et sa densiteacute qui

ne peut ecirctre reacuteduite agrave une seule dimension mais qui se reacutevegravele en une composition de

contraires les Juifs et les Nations dans le Christ300 Cest ainsi que laction soteacuteriologique

du v 11 ougrave Dieu lui-mecircme est encore agent principal reprend tout le contexte anteacuterieur

sous langle du projet eacuteternel de Dieu reacutealiseacute dans le Christ La communion entre Dieu et

le Christ est marqueacutee dun cocircteacute par lexpression ἐν τῷ Χριστῷ Ἰησου et la communion

entre le Christ et les croyants est marqueacutee de lautre par lexpression τῷ κυρίῳ ἡμῶν

Mecircme si les beacuteneacuteficiaires de cette action ne sont pas explicitement deacutetermineacutes on

sous-entend agrave partir de cette communion avec le Christ que le projet eacuteternel que Dieu a

reacutealiseacute dans le Christ est en faveur de lhumaniteacute et principalement de ceux qui ont cru

Lexpression affine agrave cette action qui devient elle-mecircme la prochaine action

soteacuteriologique confirme cette ideacutee en montrant par le pronom personnel ἔχομεν que les

beacuteneacuteficiaires sont ceux qui ont reccedilu dans le Christ le courage et la confiance

Lexpression κατὰ πρόθεσιν τῶν αἰώνων (cf Ep 3 11) montre alors que la sagesse

multiple de Dieu na pas eacuteteacute le reacutesultat dune ideacutee de derniegravere minute ni dun nouveau

projet celui de lEglise qui serait creacuteeacute de maniegravere hacirctive301 Le projet salvifique de Dieu

fait encore suite agrave son projet eacutetabli depuis les siegravecles dans le Christ Ce dynamisme

poursuit son cours au v 12 ougrave le Christ lui-mecircme apparaicirct comme agent soteacuteriologique

principal agrave travers lusage du syntagme ἐν ᾧ et de lexpression διὰ τῆς πίστεως αὐτοῦ (cf

Ep 3 12)

2534 Limportance de la foi dans la dynamique du salut

Sil est aiseacute de comprendre que cest par la foi que ceux qui ont cru ont la liberteacute

et la confiance dans le Christ il nest pas tout de mecircme facile de saisir le sujet de cette foi

dans lexpression διὰ τῆς πίστεως αὐτοῦ Sagit-il de la foi des croyants dans le Christ ou

de la foi du Christ lui-mecircme302 En effet les deux sens du geacutenitif subjectif et objectif

apparaissent dans le Nouveau Testament et principalement dans les lettres de Paul

300 PENNA R La Lettera agli Efesini p 163 301 HOEHNER H Ephesians p 485 302 Les avis des commentateurs sont diviseacutes sur la question Pour certains il sagit dun geacutenitif subjetif qui

traite de la foi du Christ lui-mecircme Cf BARTH M Ephesians p 347 BEST E Ephesians p 330

OBRIEN P T The Letter to the Ephesians p 249 Pour dautres il sagit dun geacutenitif objectif dont lobjet

de la foi est le Christ Ceux-ci mettent en vue la foi des croyants et non celle du Christ Cf LINCOLN T

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Toutefois dans la lettre aux Epheacutesiens le sens objectif indiquant la foi des

croyants est constamment souligneacute (cf Ep 1 15 1 19) Cest ainsi que lexpression διὰ

τῆς πίστεως αὐτοῦ dans le contexte de Ep 3 12 se comprend mieux dans le sens de la foi

des croyants dans le Christ et non exclusivement dune foi veacutecue par le Christ lui-mecircme

Lexpression πίστεως αὐτοῦ indique une insistance nette et continue sur la foi comme

condition neacutecessaire et suffisante de la justification303

Le dynamisme de la reacuteveacutelation progressive du mystegravere deacutebouche sur un acte de

foi La foi apparaicirct au bout de luniteacute textuelle comme un eacuteleacutement soteacuteriologique

important dans lavegravenement du projet salvifique de Dieu La foi rend possible le

deacuteploiement de la gracircce divine et laccomplissement du mystegravere dans le projet salvifique

de Dieu eacutetablit depuis les siegravecles

Si le syntagme ἐν ᾧ placeacute au deacutebut du verset 12 renvoi au Christ en qui est reacutealiseacute

le projet eacuteternel de Dieu les autres champs seacutemantiques de laction sont deacutetermineacutes par

la dynamique de la foi dans le Christ se reacutefegraverent tous aux croyants indiqueacutes par le preacutesent

de lindicatif ἔχομεν La fonction de la foi dans le texte exprime alors le changement

radical quelle provoque dans les relations agrave Dieu et au monde elle est eacutevoqueacutee dans sa

dimension de connaissance et dadheacutesion agrave ce mystegravere deacutesormais reacuteveacuteleacute agrave tous dans sa

pleacutenitude304

Cependant mecircme si lexpression διὰ τῆς πίστεως αὐτοῦ nindique pas une foi

veacutecue litteacuteralement par le Christ celui-ci nest pas un simple objet de la foi Le Christ est

un sujet actif mais son action nest pas de croire elle permet denglober la foi de son

origine agrave son terme de la susciter et de lui donner sa physionomie propre de creacuteer son

univers et de le marquer de son visage305

A Ephesians p 190 Pour dautres encore les deux sens du geacutenitif (subjectif et objectif) sont agrave prendre en

compte et non agrave ecirctre consideacutereacutes de maniegravere exclusive car la foi des croyants deacutepend de la foi du Christ Cf

WILLIAMS S K Again Pistis Christou p 431 et seq HOOKER M D Pistis Christou p 340 et

seq 303 ALETTI J-N Lacte de croire pour Paul p 241 304 REYNIER C Evangile et mystegravere p 139 et seq 305 VON BALTHASAR H U La foi du Christ p 39 citeacute par GUILLET J La foi de Jeacutesus Christ p 17

Comme le preacutecise GUILLET J Op cit p 31 note 2 Balthasar deacuteveloppe linterpreacutetation de

DEISSMANN A Paulus p 94 qui voit dans ce geacutenitif un geacutenitif mystique La foi du Christ cest la foi

agrave linteacuterieur de la reacutealiteacute du Christ la foi qui participe agrave la pleacutenitude de la veacuteriteacute de lamour de la passion

et de la reacutesurrection du Christ et agrave tous les aspects de sa reacutealiteacute et qui repose sur elle Ce geacutenitif mystique

peut se comprendre soit avec SCHWEITZER A Die Mystik des Apostels Paulus comme lexpeacuterience

dune existence nouvelle et authentique veacutecue dans la foi soit plutocirct dans la ligne plus objective de

LOHMEYER E Grundlagen paulinischer Theologie p 116 comme un eacutetat de fait dans lequel se trouve

le moi croyant et sur lequel il se fonde

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Cette foi est ce qui donne aux croyants la liberteacute et la confiance dans le Christ Le

terme παρρησία dans son arriegravere-plan syriaque et arameacuteen exprime cette liberteacute dans le

sens du franc-parler et de la liberteacute du langage306 Le terme παρρησία apparaicirct deux fois

dans la lettre aux Epheacutesiens En Ep 3 12 le contexte est marqueacute par lannonce de

lEvangile et la mise en lumiegravere du mystegravere cacheacute en Dieu depuis les siegravecles Ce mystegravere

sest fait connaitre des principauteacutes et des puissances dans les cieux En Ep 6 19-20 le

contexte est aussi celui de la liberteacute de faire connaicirctre le mystegravere de lEvangile Ainsi

dans la lettre aux Epheacutesiens le terme παρρησία assure le passage de la liberteacute de langage

agrave la liberteacute dans les relations ou dans la maniegravere dagir307

Dans le contexte de Ep 3 12 puisse que le croyant est dans le Christ il peut parler

librement hardiment ouvertement agrave Dieu et sans aucune restriction il peut sapprocher

de Dieu avec confiance se tenant devant les principauteacutes et les puissances non pas en

baissant la tecircte mais capable daffronter leur preacutesence308 Le style dense et surchargeacute

dEpheacutesiens se retrouve encore dans lusage des trois termes παρρησία προσαγωγή et

πεποίθησις Dans leurs subtiliteacutes ces termes se preacutesentent comme une conseacutequence de la

reacuteveacutelation du mystegravere qui se fait connaicirctre

Alors que παρρησία met laccent sur lideacutee de la liberteacute de langage προσαγωγή

souligne davantage laspect de la liberteacute dapproche et ἐν πεποιθήσει renforce celui de la

liberteacute de confiance 309 Si παρρησία apparaicirct 31 fois dans le Nouveau Testament

προσαγωγή napparait que trois fois (cf Rm 5 2 Ep 2 18 3 12) et πεποίθησις six fois

uniquement dans les lettres de Paul (cf 2Cor 1 15 3 4 8 22 10 2 Phi 3 4 Ep 3 12)

En Rm 5 2 le contexte de lemploi de προσαγωγή est celui de la justification par la foi

dans le Christ En Ep 2 18 le contexte est celui de la reacuteconciliation des Juifs et des

Nations par le Christ en un seul corps

Dans un contexte marqueacute par la connaissance du mystegravere par les principauteacutes et

les puissances dans les cieux Ep 3 12 reacuteaffirme le libre accegraves des croyants dans la

confiance par la foi au Christ Les trois termes πίστις πεποίθησις et προσαγωγή eacutevoquent

le deacutepassement des divisions et mettent en lumiegravere luniteacute luniversaliteacute le deacuteploiement

maximal du mystegravere reacuteveacuteleacute en lui-mecircme et rendu visible par laccession de toute

lhumaniteacute ainsi que des principauteacutes et des puissances agrave la connaissance de ce mystegravere310

306 JOUumlON P Divers sens de παρρησία dans le Nouveau Testament p 239 307 Ibid p 241 308 HOENER H Ephesians p 488 309 Ibid p 488 310 REYNIER C Evangile et mystegravere p 141

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Le texte ne dit pas explicitement aupregraves de qui les croyants ont accegraves Mais le contexte

permet daffirmer que par la foi au Christ les croyants ont accegraves agrave Dieu En omettant cette

preacutecision Epheacutesiens laisse le soin au lecteur de ne retenir que lattitude qui est la sienne

attitude qui explique pourquoi Paul parle finalement de ses tribulations au verset 13311

2535 La souffrance comme chemin de gloire dans la dynamique du salut

Le panorama seacutemantique de Ep 3 13 est essentiellement composeacute de trois termes

ἐγκακέω θλῖψις et δόξα Un vocabulaire diffeacuterent de celui que preacutesente lensemble de Ep

3 2-12312 Toutefois comme il a eacuteteacute montreacute dans cette eacutetude par son thegraveme et son genre

litteacuteraire Ep 3 13 ne peut ecirctre seacutepareacute de ce qui preacutecegravede pour ecirctre relieacute agrave Ep 3 14-19 qui

est une mention de priegravere En effet Ep 3 13 reprend le thegraveme de la souffrance de lapocirctre

qui a eacuteteacute eacutevoqueacute en Ep 3 1 En outre aux vv 1 et 13 Paul est le principal agent

soteacuteriologique dont les nations en sont les beacuteneacuteficiaires Les Nations entretiennent avec

Paul une relation de communion dans la souffrance dont le terme est la gloire des Nations

La souffrance de lapocirctre devient le lieu ougrave se rend preacutesent leacuteveacutenement salvifique

de Dieu pour la communauteacute de foi dans le Christ Dans la dynamique du texte les termes

δέσμιος (v 1) et δόξα (v 13) qui apparaissent respectivement comme premier et dernier

champ seacutemantique de la peacutericope montrent le parcours du teacutemoignage du serviteur de

lEvangile et du mystegravere du Christ qui va de la souffrance dun prisonnier du Christ agrave la

gloire de la communauteacute croyante

Si dans la premiegravere partie du texte (Ep 3 2-7) se trouve une insistance sur la

personnaliteacute de Paul avec lemploi de la premiegravere personne du singulier (six fois) dans la

deuxiegraveme partie (Ep 3 8-12) par contre la premiegravere personne du singulier disparaicirct apregraves

le evmoi emphatique du v 8 pour ne reacuteapparaicirctre quau v 13 en lien avec les souffrances

de celui qui a eacuteteacute preacutesenteacute comme le prisonnier du Christ (v 1) Tout se passe comme si

la souffrance eacutetait le destin final du serviteur de lEvangile

Toutefois les vv 2-7 contrastent avec cette perspective et preacutesentent la mission

de lapocirctre par rapport agrave la reacuteveacutelation du mystegravere qui donne un sens agrave ses souffrances

311 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 188 312 Ep 3 13 a eacuteteacute sujet agrave plusieurs discussions A cause du genre litteacuteraire de Ep 3 1-12 GNILKA J Der

Epheserbrief p 179 et seq et PENNA R La lettera agli Efesini p 166 relient le v 13 aux versets suivants

(Ep 3 13-19) Ceux-ci considegraverent Ep 3 12 comme la conclusion de la digression

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Cest en lien avec le mystegravere qui lui a eacuteteacute donneacute de connaicirctre au cours dune reacuteveacutelation

que les tribulations de lapocirctre deviennent pour les Nations un chemin de gloire Si Paul

a eacuteteacute fait prisonnier pour les Nations cest eacutegalement pour les Nations que la gracircce de

Dieu lui a eacuteteacute donneacutee Les tribulations ne sont donc pas un handicap mais ce qui permet

aux Nations dentendre Paul parler de la digniteacute et de la gloire qui est la leur et dentrer

par-lagrave dans le mystegravere mecircme du dessein divin313

Dans la dynamique de la lettre aux Epheacutesiens alors que ἐγκακεῖν314 et θλίψεσίν

apparaissent uniquement en Ep 3 13 δόξα apparaicirct eacutegalement en 1 6 1 12 1 14 1 17

1 18 3 16 et 3 21 Le substantif δόξα dans la lettre aux Epheacutesiens renvoie chaque fois

agrave la gloire de Dieu Ep 3 13 est lunique occurrence dans la lettre ougrave δόξα ne renvoie pas

agrave Dieu mais aux hommes et particuliegraverement aux Nations De plus en Ep 3 13 δόξα

sexprime par rapport agrave θλῖψις qui nest pas le cas dans les autres occurrences du terme

dans la lettre La gloire et la souffrance sont alors deux reacutealiteacutes concomitantes

En effet chez Paul lorsque la gloire et la souffrance sont juxtaposeacutees comme

dans le cas preacutesent il sagit dune gloire eschatologique la glorification des croyants315

La souffrance est donc une condition sine qua non pour entrer et avoir part agrave la gloire

divine En 2Cor 4 17 la souffrance du temps preacutesent est pour les messagers de la Bonne

Nouvelle une preacuteparation pour une masse eacuteternelle de gloire De mecircme les fils de Dieu

heacuteritiers de Dieu et coheacuteritiers avec le Christ souffrent avec lui pour ecirctre glorifieacutes avec

lui car les souffrances du temps preacutesent ne sont pas comparables avec la gloire qui leur

sera reacuteveacuteleacutee (Rm 8 17-18)

Toutefois si en 2Cor 4 17 et Rm 8 17-18 ceux qui souffrent sont ceux qui seront

glorifieacutes en Ep 3 13 celui qui souffre (Paul) endure la souffrance pour la glorification

des autres (les Nations) Paul souffre et les Nations seront glorifieacutees par sa souffrance316

Ce contraste semble inadmissible quand on sait que celui qui souffre est celui-lagrave mecircme

qui sera glorifieacute agrave lexception du Christ dont la souffrance est pour le salut de

lhumaniteacute317 En 2Cor 1 6 le contexte est bien proche de Ep 3 13 ougrave ceux qui souffrent

le font pour le salut et la consolation des autres Cest donc cette compreacutehension de la

souffrance de Paul par rapport agrave leffet salvifique de la souffrance du Christ pour les

313 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 189 314 Dans le Nouveau Testament le verbe ἐγκακέω apparaicirct seulement en Lc 18 1 2Cor 4 116 Ga 6 9 et

2Th 3 13 alors que le substantif θλῖψις est employeacute 45 fois et δόξα compte 166 occurences 315 LINCOLN T A Ephesians p 192 316 Ibid 317 HOEHNER H Ephesians p 493

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croyants qui est exprimeacutee en Ep 3 13 en termes de tribulations de Paul pour la gloire des

Nations318

En Ep 3 13 le pronom personnel ὑμῶν indique les beacuteneacuteficiaires de la derniegravere

action salvifique de la peacutericope qui sont les Nations Toutefois aux vv 11-12 on assiste

agrave un changement brusque de la premiegravere personne du singulier agrave la premiegravere personne du

pluriel qui salterne avec le ὑμῶν du v 13

Dans la lettre aux Epheacutesiens le passage dun pronom personnel agrave lautre est assez

freacutequent Si la premiegravere personne du singulier vise principalement lauteur de la lettre et

la deuxiegraveme personne du pluriel se dirige essentiellement aux destinataires tout le

problegraveme consiste agrave identifier ceux qui se cachent derriegravere la premiegravere personne du

pluriel Sagit-il dun nous communautaire eacutepistolaire apostolique ou personnel

traduisant un je emphatique319

Dans le contexte de Ep 3 1-13 le projet creacuteateur de Dieu (v 9) rejoint son projet

reacutedempteur (v 11) Ce projet est eacutetabli et reacutealiseacute dans le Christ et dont les croyants en

sont les beacuteneacuteficiaires La premiegravere personne du pluriel aux vv 11-12 peut ecirctre consideacutereacutee

communautaire dans le sens quil renverrait agrave la totaliteacute des croyants et non exclusivement

aux chreacutetiens dorigine juive et encore moins agrave Paul ou aux apocirctres et prophegravetes Cette

alternance de pronom personnel est aussi un indice deacutecriture remarquable qui montre la

transition dun texte qui passe de lexhortation agrave la ceacuteleacutebration commune320

Luniteacute textuelle de Ep 3 1-13 ne sachegraveve donc pas sur une note douloureuse de

la souffrance de lapocirctre Dans son style et un message deacuteconcertant et deacuteroutant Ep 3

1-3 va au-delagrave de toutes les attentes et deacutebouche sur un horizon de gloire de tous ceux qui

ont eacuteteacute beacuteneacuteficiaires de la gracircce de la reacuteveacutelation du mystegravere Ceux qui en formant lEglise

Corps du Christ par qui sera connue des principauteacutes et des puissances dans les cieux la

sagesse multiple de Dieu font deacutesormais partie du mystegravere parce que le salut est arriveacute agrave

leur porte

318 LINCOLN T A Ephesians p 192 319 CARREZ M Le nous en 2Cor p 474 et seq 320 BOUTTIER M LrsquoEpicirctre de saint Paul aux Epheacutesiens p 291

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3 Analyse de la dynamique soteacuteriologique de Dn 217-23

31 Situation geacuteneacuterale du livre

311 Une dualiteacute de langues et de styles

Dans la Bible Heacutebraiumlque321 le livre de Daniel se trouve parmi les ~ybIWtKgt (les Ecrits)

entre le livre dEsther et celui dEsdrasNeacuteheacutemie 322 Dans la Bible grecque et en

loccurrence la Septante le livre de Daniel se situe parmi les livres propheacutetiques et

notamment apregraves le prophegravete Ezeacutechiel Le texte grec y ajoute quelques parties dites

deuteacuterocanoniques323

Leacutetude du livre en geacuteneacuteral se confronte agrave un problegraveme de base qui attire lattention

du lecteur degraves le premier contact avec le texte celui de sa dualiteacute linguistique324 Le livre

commence par lheacutebreu en Dn 1 1-2 4a Dans la deuxiegraveme moitieacute de Dn 2 4 le texte

change brusquement de lheacutebreu pour larameacuteen de Dn 2 4b-728 Au deacutebut du chapitre

8 le texte renoue avec lheacutebreu de Dn 81-12 13 Cette dualiteacute linguistique qui ne

321 Pour notre eacutetude nous nous servons du texte massoreacutetique (TM) de la Biblia Heacutebraica Stuttgartensia

(BHS) Il est difficile de suivre le texte de la Septante (LXX) dans la mesure ougrave les divers termes employeacutes pour traduire principalement les termes hlGgt et ידע (ainsi que dautres termes importants de luniteacute textuelle)

font perdre la speacutecificiteacute de la reacuteveacutelation divine comme nous le montrerons au moment opportun Toutefois

pour appronfondir lanalyse des comparations seront faites en temps et lieu avec le texte de la Septante et

celui de Theacuteodotion (TH) 322 La question serait ici celle de savoir pourquoi Daniel navait-il pas eacuteteacute classeacute parmi les prophegravetes Il est

reconnu par la majoriteacute des commentateurs que la situation du livre dans la Bible Heacutebraiumlque nest pas une

preuve quil na pas eacuteteacute consideacutereacute comme un eacutecrit purement propheacutetique mais plutocirct quau moment de son

apparition le corpus propheacutetique de la Bible Heacutebraiumlque eacutetait deacutejagrave constitueacute Cf DELCOR M Le livre de

Daniel p 9 et seq 323 La LXX et TH ajoutent au TM les chapitres 13 et 14 ainsi que la section 3 24-90 Toutefois le texte de

la LXX diffegravere eacutenormeacutement de celui de TH qui est plus proche du TM Ces diffeacuterences ont eacuteteacute agrave lorigine

de plusieurs deacutebats qui ont ameneacutes les critiques a jeteacute un discredit sur le texte danieacutelique de la LXX qui a

finalement eacuteteacute abandonneacute par lEglise au profit de TH dans les premiers siegravecles Cf GRELOT P Les

versions grecques de Daniel p 381 et seq 324 Le problegraveme de la dualiteacute linguumlistique du livre de Daniel a eacuteteacute largement deacutebattu et ne trouve pas de

concensus parmi les auteurs Pour leacutetat de la question voir COLLINS J J Daniel p 2 et seq

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correspond pas agrave la dualiteacute stylistique du livre pose ineacutevitablement le problegraveme de lauteur

du livre qui engendre celui de la date de composition et luniteacute litteacuteraire du livre325

Dans la Bible heacutebraiumlque le livre de Daniel se divise en deux parties326 Les

chapitres 1-6 sont des reacutecits dont Daniel agrave la troisiegraveme personne du singulier est le heacuteros

Par contre les chapitres 7-12 sont des visions dont Daniel agrave la premiegravere personne du

singulier est le beacuteneacuteficiaire Le passage des reacutecits aux visions marque aussi le passage de

la premiegravere agrave la troisiegraveme personne en ce qui concerne le personnage de Daniel327 Le

chapitre 7 est consideacutereacute comme la charniegravere centrale du livre Par larameacuteen auquel il est

eacutecrit Dn 7 se rattache au cycle narratif de Dn 2 4b-6 29 et par son genre litteacuteraire et son

contenu il appartient au cycle des visions apocalyptiques des chapitres 8-12328

312 Situation de Dn 2 17-23 dans lensemble du livre

Le peacutericope de notre eacutetude Dn 2 17-23 se trouve preacuteciseacutement en Dn 2 dans la

partie arameacuteenne du livre Pourtant cette partie arameacuteenne preacutesente une structure

concentrique qui commence et sachegraveve par un horizon relatif agrave quatre empires

mondiaux329 Le lien entre les chapitres 2 et 7 est assez eacutevident En Dn 2 31-45 il sagit

du recircve du roi Nabuchodonosor raconteacute par Daniel et suivi de son interpreacutetation De

mecircme en Dn 7 2-1823-7 il sagit de la vision des quatre becirctes de Daniel et suivie de son

interpreacutetation

Par ailleurs le style apocalyptique de Dn 7 est parfois souligneacute au deacutetriment de

Dn 2 Pourtant tout comme en Dn 7 les pheacutenomegravenes mentionneacutes ne manquent pas en Dn

2 ougrave il sagit eacutegalement dun songe qui transmet une reacuteveacutelation (Dn 2 26-29) se deacuteroulant

325 Pour leacutevolution de la discussion sur luniteacute litteacuteraire de loeuvre ainsi que les diffeacuterentes positions voir

LACOCQUE A Daniel et son temps p 45 et seq AZZAM J Daniel ou le deacutechiffrement drsquoune

souffrance devenue excessive p 12 et seq GINSBERG H L The Composition of the Book of Daniel

p 246 et seq 326 Cette division bipartite est presque unanimement reconnue par les commentateurs et exeacutegegravetes 327 Dans les chapitres 7-12 lexception est faite en 10 1 ougrave Daniel est preacutesenteacute agrave la troisiegraveme personne contrairement agrave lusage de la premiegravere personne dans cette partie du livre 328 COPPENS J Le livre de Daniel et ses problegravemes p 2 329 LENGLET A La structure litteacuteraire de Daniel 2-7 p 170 En identifiant la structure de Dn 2-7

LENGLET A La structure litteacuteraire de Daniel 2-7 p 171 et seq place au centre de la partie arameacutenne

les chapitres 4-5 quil considegravere comme uniteacute de la symeacutetrie concentrique de cette partie du livre Dun cocircteacute

comme de lautre les chapitres traitant le mecircme thegraveme chacune en sa maniegravere sont mis en parallegravele Les

chapitres 2 et 3 dun cocircteacute sont respectivement mis en parallegraveles avec les chapitres 7 et 6 de lautre Toutefois

Dn 2 tout comme les autres reacutecits de la premiegravere partie du livre nest pas apocalyptique mais contient des

eacuteleacutements qui la preacuteparent comme il sera montreacute dans lapproche eschatologique du prochain chapitre

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dans un monde supra-historique plein de symboles purement apocalyptiques et causant la

peur et la frayeur330 De mecircme tout comme la partie arameacuteenne le texte heacutebreu de Daniel

preacutesente une structure concentrique qui met en parallegravele Dn 1 avec Dn 10-12 Dn 2 et 9

et Dn 8 se preacutesente comme le centre de la section heacutebraiumlque331

Le chapitre 2 de la section arameacuteenne et plus preacuteciseacutement la peacutericope de Dn 2

17-23 a des liens eacutevidents avec la partie heacutebraiumlque notamment pour ce qui est de la priegravere

de Daniel que lon retrouve non seulement en Dn 2 17-23 et 6 10-11 mais aussi en Dn 9

3-19 et 10 12 Alors quen Dn 2 la priegravere de Daniel et son discours soulignent lincapaciteacute

des hommes agrave deacutecouvrir ce que Dieu seul peut reacuteveacuteler (Dn 2 20-2327-28) en Dn 9 la

priegravere de Daniel est une critique de linfideacuteliteacute de son peuple (9 14-19)332

Plusieurs points de contacts relient eacutegalement Dn 2 au reste des reacutecits contenus

dans la section arameacuteenne la liste des sages en Dn 2 2 et 4 4 la formule de salutation

au roi en Dn 2 4b et 3 9 la demande du recircve et de son interpreacutetation en Dn 2 5-7et 4 6

La grandeur de Dieu qui fait et deacutefait les rois (Dn 2 21 4 14 et 5 20) Le thegraveme du

mystegravere preacutesent en Dn 2 et Dn 4 6333

A partir de son genre litteacuteraire et son eacutepoque de reacutedaction Dn 2 se preacutesente comme

une reacuteponse de lauteur sacreacute agrave langoisse de lacircme juive fasse au paganisme mondial qui

seacutevit agrave travers la succession des empires334 Il est vrai que Dn 2 et les autres reacutecits de la

premiegravere partie du livre ont joueacute un rocircle fondamental agrave leacutepoque maccabeacuteenne lors de la

perseacutecution dAntiochus IV Epiphane335 Les principaux points de Dn 2 qui se retrouvent

330 LENGLET A ldquoLa structure litteacuteraire de Daniel 2-7rdquo p 181 331 MILLER J ldquoThe Redaction of Danielrdquo p 122 En effet agrave partir de lusage de la formule ומשכילים et

en 1 417 et 11 3335 LACOCQUE A Daniel en son temps p 10 et seq y voit une inclusio entre והשכל

Dn 1 et Dn 11-12 Par contre MILLER J ldquoThe Redaction of Danielrdquo p 121 eacutetend cette inclusio de Dn 1

et Dn 11-12 agrave Dn 1 et Dn 10-12 agrave partir des similitudes entre Dn 1 et 10 sur les questions de boissons et

nourritures en Dn 1 581216 et 103 332 MILLER J Op cit p 122 333 GOLDINGAY J Daniel p 37 et seq deacuteveloppe ces points de contacts et montre eacutegalement les points

de contact entre Dn 2 et les autres textes de lAncien Testament notamment avec Gn 11 1-9 Pr 9 10-11

Ps 8 6-8 Jr 27 5-7 Jb 28 1-2 1Chr 22 14-16 Is 40--48 334 DELCOR M Le livre de Daniel p 87 Il ny a pas de doute sur le genre apocalyptique du livre de

Daniel qui est presque unanimement reconnu par les commentateurs Toutefois la division du livre en reacutecits

et visions a souvent poseacute le problegraveme du genre litteacuteraire de la premiegravere partie du livre Pour LACOCQUE

A Daniel et son temps p 50 les reacutecits sont des Haggadocirct et les visions des apocalypses Dans son ouvrage KLOCH K Das Buch Daniel p 88-91 preacutesente quelques genres litteacuteraires (tels la leacutegende le roman le

midrash le reacutecit de court) quil applique aux reacutecits Pour COLLINS J J Daniel p 42 Dn 1-6 correspond

mieux aux reacutecits de cour Pour dautres genres qui ont eacuteteacute proposeacutes voir AZZAM J Daniel ou le

deacutechiffrement drsquoune souffrance devenue excessive p 16 et seq 335 La plupart dauteurs situent la reacutedaction finale du livre ainsi que sa deuxiegraveme partie (Dn 7-12) agrave leacutepoque

macabeacuteenne entre 167-164 avant Jeacutesus-Christ les reacutecits (Dn 1-6) contiennent des traditions plus anciennes

dont quelques unes peuvent remonter agrave leacutepoque perse Le recueil haggadique pourrait remonter grosso

modo au milieu du IIIe siegravecle Toutefois pour linterpreacutetation traditionnelle que les traditionalistes

continuent agrave deacutefendre la reacutedaction du livre remonte agrave lempire neacuteobabylonien (606-539) et aux deacutebuts de

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pratiquement au cœur de Dn 2 17-23 sont de grande relevance durant la peacuteriode

maccabeacuteenne En effet linterpreacutetation du recircve qui montre limmanence de la fin de

lhistoire et la victoire de Daniel sur les sages de Babylone est lexpression de la

supeacuterioriteacute du Dieu des Juifs sur toute sagesse humaine336

Le contexte de reacutedaction de ce chapitre et donc lintention de lauteur serait-il

bien anteacuterieur agrave cette situation maccabeacuteenne Cest bien ce qui ressort dans le deacutebat sur

lhistoire de la composition du livre agrave propos de la situation des Juifs en terre eacutetrangegravere

Cest alors agrave partir de la conviction de la souveraineteacute de Dieu qui controcircle les

eacuteveacutenements que lhistoire doit servir agrave deacutefinir un paradigme et un style de vie pour les

Juifs de la diaspora337 Mecircme si le contexte historique est celui dans lequel les Juifs et les

Nations vivaient cocircte agrave cocircte dans la diaspora338 sans aucune oppression ouverte la

situation neacutetait pas aussi aiseacutee quelle puisse paraicirctre Comment vivre authentiquement le

judaiumlsme au milieu des nations paiumlennes et idolacirctres tout en se mettant au service des rois

eacutetrangers

313 Une expeacuterience de reacutesistance en terre eacutetrangegravere

Le judaiumlsme du peuple juif et lidolacirctrie des nations sont deux tendances

religieuses diameacutetralement opposeacutees et ne font pas bon meacutenage Mais aussi un brassage

eacutetroit avec les forces culturelles eacutetrangegraveres agrave tous les niveaux de la vie et une interaction

complegravete avec le milieu paiumlen pouvaient entraicircner quelques hostiliteacutes envers les juifs dans

le veacutecu de leur identiteacute culturelle et religieuse339 En ce sens Dn 2 et les autres reacutecits

peuvent ecirctre lus dans la perspective dune litteacuterature de reacutesistance

Fidegraveles agrave leurs traditions religieuses et culturelles les juifs expriment leur identiteacute

non pas dans une totale assimilation des us et coutumes des nations eacutetrangegraveres mais agrave

travers un processus de reacutesistance passive340 Il sagit dune reacutesistance qui ne souvre pas

agrave la reacutevolte mais qui est vue dans le sens dune nouvelle compreacutehension de la relation

la domination perse (539-535) Cf COPPENS J Le livre de Daniel et ses problegravemes p1 LACOCQUE

A Daniel et son temps p 44 COLLINS J J The Court-Tales in Daniel and the Development of

Apocalyptic p 234 336 DAVIES P R Daniel Chapter two p 395 337 HUMPHREYS W L A Life-Style for Diaspora A Study of the Tales of Esther and Daniel p 222 338 DAVIES P R Op cit p 396 339 HUMPHREYS W L Op cit p 222 340 KIM J Y Doxology as the Rhetoric of Resistance in the Aramaic Tales of Daniel 2-6 p 75

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entre les juifs et leur Dieu sous la domination eacutetrangegravere341 La question de fond est donc

aussi celle de lidentiteacute juive qui est fondamentalement lieacutee agrave la notion de diviniteacute Il est

clair que le monotheacuteisme juif nest pas agrave comparer avec le polytheacuteisme des nations

eacutetrangegraveres Le Dieu des juifs est strictement supeacuterieur aux autres dieux

Ainsi donc les reacutecits de Dn 1-6 sont agrave la fois les reacutecits dune reacutesistance spirituelle

et culturelle qui implique le besoin dune reneacutegociation de lidentiteacute juive en terre

eacutetrangegravere342 Le juif de la diaspora est en quelque sorte deacutechireacute en lui-mecircme Comment

rester fidegravele agrave lalliance avec son Dieu et servir le pouvoir temporel auquel il se trouve

soumis Chaque reacutecit de Dn 1-6 cherche alors agrave explorer une dimension ou lautre de cette

neacutegociation complexe didentiteacute et dobligation dans le rapport entre Dieu et lempire343

Pourtant Dn 1-6 nest pas un recueil des faits historiques et il ne faut pas chercher

dans ces reacutecits une chronologie exacte des eacuteveacutenements historiques Celui qui est appeleacute

roi Balthazar (Dn 5 2) et preacutesenteacute comme fils du roi Nabuchodonosor na jamais eacuteteacute le

fils de ce dernier Darius le Megravede est tout simplement inconnu des historiens344 Ces

problegravemes historiques montrent que les reacutecits de Dn 1-6 doivent ecirctre lus non pas dans le

sens dune chronique mais dune satire345 A travers les lentilles de la satire ces reacutecits

doivent ecirctre lus comme une expeacuterience de reacutesistance aux souverains eacutetrangers346

3 2 Composition litteacuteraire de Dn 2

321 Preacutelude litteacuteraire de Dn 1

Le bref reacutecit de la destruction de Jeacuterusalem et la captiviteacute juive en Dn 1 1-2 sert

non seulement agrave faire le lien entre le livre de Daniel et le cadre de lalliance contenu dans

le deuxiegraveme livre des Rois et la propheacutetie de Jeacutereacutemie mais aussi agrave mettre au premier plan

341 Ibid p 75 342 SMITH-CHRISTOPHER D L Prayers and Dreams p 271 343 PORTIER-YOUNG A ldquoLanguages of Identity and Obligationrdquo p 111 344 COPPENS J Le livre de Daniel et ses problegravemes p 2 et seq 345 EDELMAN D The Origins of the Second Temple p 13 346 DAVIES P R Daniel in the Lions Den p 160-178 Voir aussi MILLS M E Household and

Table p 410

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la relation entre le pouvoir de Nabuchodonosor sur les juifs et la toute-puissance de Dieu

agrave la fois sur les juifs et sur Nabuchodonosor lui-mecircme347

En effet Dn 1 souvre sur une offensive du roi de Babylone qui assiegravege Jeacuterusalem

et enlegraveve le roi Joaquim Cette offensive de la ville sainte inclus une attaque du lieu sacreacute

ougrave le roi babylonien vide le temple du saint dIsraeumll et amegravene les objets sacreacutes pour les

deacuteposer dans le treacutesor de ses dieux (Dn 1 1-2) La premiegravere apparition de Daniel se trouve

en Dn 1 6 parmi les enfants de la cour destineacutes agrave recevoir une eacuteducation selon les

recommandations du roi Cette premiegravere apparition de lenfant juif dans la cour royale

met en scegravene la premiegravere reacutesistance de celui qui sera reconnu comme le heacuteros des reacutecits

En Dn 1 7 on assiste agrave un changement de nom non seulement par rapport agrave Daniel

qui sappellera deacutesormais Baltasar mais aussi de ses compagnons Ananias qui deviendra

Shadrak Misaeumll qui sera appeleacute Meshak et Azarias qui prendra le nom de Abed Nego Ce

changement de nom se fait sans aucune reacuteaction de la part des quatre enfants dIsrael

Leur nom juif en lien avec leur dimension religieuse de la relation avec le Dieu dIsraeumll

est totalement changeacute par des noms eacutetrangers en relation avec les dieux babyloniens

Toutefois devant les prescriptions alimentaires qui leur sont donneacutees Daniel reacuteagit en

manifestant son refus de ne pas se souiller en prenant part au mets du roi et au vin de sa

table (Dn 1 8)

Ce dialogue entre le conseiller du roi et le jeune Daniel est marqueacute par le jeu de la

triple preacutesence de וישם qui donne un rythme en Dn 1 7-8 et met en eacutevidence la diffeacuterence

culturelle des deux univers dans lesquels se trouvent les deux personnages La reacutepeacutetition

de ce verbe souligne le contraste entre la vision du monde babylonien et celle dIsraeumll en

mettant laccent sur la reacutesistance de Daniel face agrave une assimilation de la vision du monde

babylonien348

Aux quatre fils dIsraeumll Dieu donna la sagesse et combla Daniel de la gracircce de

discerner les visions (חזון) et les songes (חלום) (Dn 1 17) Cet aspect des songes sera

particuliegraverement deacuteveloppeacute en Dn 2 agrave travers le songe de Nabuchodonosor qui mettra en

exergue la sagesse de Daniel dont Dieu lui-mecircme en est la source

347 PORTIER-YOUNG A ldquoLanguages of Identity and Obligationrdquo p 108 348 Ibid p 109

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322 Le recircveinterpreacutetation comme motif litteacuteraire

Alors que Dn 1 place le jeune Daniel et ses compagnons agrave la cour royale sous les

ordres du roi Nabuchodonosor Dn 2 agrave travers la sagesse du jeune juif montre la

souveraineteacute du Dieu de Daniel source de toute sagesse sur le roi Nabuchodonosor Le

contexte nest donc pas celui dun conflit qui oppose Daniel au roi et aux sages de

Babylone Ni dun conflit ouvert entre le Dieu de Daniel et les dieux babyloniens Il sagit

dun conflit entre le Dieu de Daniel et le roi Nabuchodonosor qui deacutebouchera finalement

sur la supeacuterioriteacute du Dieu dIsraeumll sur les dieux babyloniens349

Pour deacutevelopper ce thegraveme de la souveraineteacute du Dieu dIsraeumll Dn 2 se sert alors

du motif de recircve-interpreacutetation pour montrer la supeacuterioriteacute du Dieu de Daniel350 comme

thegraveme central de tout le chapitre et des autres reacutecits Limportance de ce motif de recircve-

interpreacutetation est marqueacutee par la freacutequence du terme פשר en Dn 2 et dans les autres

reacutecits351 Toutefois malgreacute sa grande freacutequence en Dn 2 le terme napparaicirct pas du tout

dans la section de Dn 2 17-23 et sera remplaceacute par dautres termes qui seront analyseacutes

dans la suite cette eacutetude

Mais si le roi avait besoin de savoir la signification de son recircve pourquoi ne

lavait-il pas raconteacute agrave ses devins et magiciens pour en recevoir linterpreacutetation comme

ceacutetait le cas en Meacutesopotamie352 Le roi avait-il oublieacute son recircve ou voulait-il mettre ses

conseillers agrave leacutepreuve353 pour avoir enfin confiance en leur interpreacutetation354 Toujours

est-il que dans la dynamique du reacutecit cet eacuteleacutement perturbateur creacutee une tension en placcedilant

les conseillers du roi devant lincapaciteacute de reacutesoudre leacutenigme Le dialogue entre le roi et

349 DAVIES P R Daniel Chapter Two p 396 Cet auteur deacutecrit la situation de non hostiliteacute entre Daniel

le roi et les sages de Babylone en montrant lintention de Daniel dinterpreacuteter le recircve du roi montrer au roi les intentions de son coeur (2 30) et sauver la vie des sages de Babylone (2 24) Mais labsence de conflit

ou de guerre nest pas toujours synonyme dune veacuteritable situation de paix 350 KIM J Y Doxology as the Rhetoric of Resistance in the Aramaic Tales of Daniel 2-6 p 120 351 Le terme פשר apparaicirct en 2 456 (2x)7916242526303645 434615 (2x)16 (2x)21 5 78

(2x)12 (2x) 15 (2x)16 (2x) 26 716 352 Sur la question de la pratique des recircves et leur interpreacutetation en Meacutesopotamie Cf OPPENHEIM L A

The Interpretation of Dreams in the Ancient Near East p 217 et seq 353 Pour dautres le roi voulait mettre ses conseillers agrave leacutepreuve Cf COLLINS J J Daniel p 156 354 Cest certainement dans ce sens quil faudrait comprendre lattitude du roi en lien avec Dn 2 9b ougrave le roi

se deacutetermine agrave croire agrave linterpreacutetation de ses conseillers si ceux-ci lui rapporte le recircve Cf GINSBERG H

L The Legends of the Jews IV p 327

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ses conseillers (Dn 2 1-12) entre dans une crise qui deacutebouche sur le deacutecret de lexeacutecution

des sages de Babylone et favorise ainsi lentreacutee de Daniel sur la scegravene355

323 Les lieux public et priveacute comme cadre litteacuteraire

La situation de crise entre le roi et ses conseillers est une preacuteparation du succegraves de

Daniel dans la suite du reacutecit ougrave laction du jeune juif se deacuteroulera sur deux grands fronts

le domaine public et le domaine priveacute Dans le domaine public ougrave il est appeleacute agrave avoir du

succegraves en terre eacutetrangegravere Daniel agit devant lautoriteacute de Babylone en tant que devin

babylonien356 Dans le domaine priveacute Daniel agit comme un juif de la diaspora en

maintenant son alleacutegeance religieuse en terre eacutetrangegravere357 pour recevoir de son Dieu la

reacuteveacutelation et la sagesse dont il a besoin Le lieu priveacute a donc une importance fondamentale

dans le succegraves du jeune juif agrave la cour royale

En dautres termes Daniel entre en scegravene comme protagoniste de laction

salvifique de Dieu non seulement pour lui et ses compagnons mais aussi pour les sages

de Babylone En eacutetant lui-mecircme beacuteneacuteficiaire de la reacuteveacutelation divine Daniel devient

protagoniste du deacuteploiement de la gracircce divine au milieu des nations eacutetrangegraveres

Toutefois Dieu lui-mecircme sera le protagoniste principal qui tiendra en son pouvoir le

controcircle des eacuteveacutenements de lhistoire

355 En Dn 2 13 Daniel et ses compagnons sont compteacutes parmi les sages qui seront exeacutecuteacutes selon le deacutecret

du roi FEWELL D N Circle of Sovereignty p 24 et SEOW C L Daniel p 37 suggegraverent que Daniel

eacutetait encore en cours dinitiation 356 KIM J Y Doxology as the Rhetoric of Resistance in the Aramaic Tales of Daniel 2-6 p 125 357 Ibid

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33 Un aperccedilu de la structure du texte

331 Structure et dynamique interne de Dn 2

Le deacutenouement du reacutecit atteint son point culminant dans la profession de foi du

roi comme signe de reconnaissance de la souveraineteacute du Dieu de Daniel comme eacutetant le

Dieu de tous les dieux le maicirctre des rois et le reacuteveacutelateur des mystegraveres (Dn 2 47) Cette

souveraineteacute de Dieu est particuliegraverement souligneacutee dans la section centrale en Dn 2 17-

23 qui situe Daniel et ses compagnons dans le domaine priveacute dans un climat de priegravere

ougrave Daniel reccediloit la reacuteveacutelation du mystegravere

Cette section centrale se trouve au cœur de la structure concentrique de Dn 2 qui

peut ecirctre ainsi scheacutematiseacute358

A Recircve troublant de Nabuchodonosor qui convoque ses conseillers (2 1-2)

B Dialogue du roi et des sages incapables de deacutecouvrir le recircve (2 3-12)

C Rencontre de Daniel et Aryock (2 13-16)

D Mystegravere reacuteveacuteleacute agrave Daniel et compagnons en priegravere (2 17-23)

C Rencontre de Daniel et Aryock (2 24-25)

B Dialogue du roi et Daniel qui deacutecouvre et reacutevegravele le recircve (2 26-47)

A Reconnaissance et gratitude du roi envers Daniel (2 48-49)

358 Nous nous basons sur la structure proposeacutee par PRINSLOO G T M Two Poems in a Sea of Prose The Content and Context of Daniel 220-23 and 627-28 p 98 agrave laquelle nous apportons quelques

modifications Prinsloo preacutesente la structure de Dn 2 de la faccedilon suivante Introduction (21) Le roi et ses

courtisans (22-12) Daniel et Aryock (213-16) Daniel et ses compagnons en priegravere (217-23) Daniel et

Aryock (224-25) Le roi et Daniel le sage courtisan (226-47) Le reacutesultat (228-49) La Structure proposeacutee

par KIM J Y Doxology as the Rhetoric of Resistance in the Aramaic Tales of Daniel 2-6 p 133 se base

eacutegalement sur celle de Prinsloo en apportant les modifications suivantes 21 22-13 214-16 217-23

224-25 226-45 et 246-49 Ces modifications selon Kim prennent en compte la preacutesence de la particule arameacuteenne aux vv 14 et 46 qui repreacutesente un terme de transition en arameacuteen Pourtant uniquement אדין

en Dn 2 cette particule apparaicirct eacutegalement aux vv 14151719(2x)25354648 En effet selon MARGAIN J Les particules dans le Targum samaritain de Genegravese-Exode p 21 la particule אדין est attesteacutee dans

larameacuteen de lempire et couramment employeacute dans les documents de la Mer morte comme eacutequivalent de

lheacutebreu za (alors) Cette particule disparaicirct progressivement de la langue targumique La structure proposeacutee

par COLLINS J J Daniel p 152 se preacutesente ainsi Introduction (21) dialogue entre le roi et les sages

(22-12) lintervention de Daniel (213-16) la reacuteveacutelation agrave Daniel (217-24) le dialogue de Daniel avec le

roi (225-45) et la conclusion (246-49) Il est agrave noter que dans sa premiegravere preacutesentation de la structure de

Dn 2 Collins mettait ensemble les vv 1-2 comme introduction Cf COLLINS J J Daniel p 152 note 1

PLOumlGER O Das Buch Daniel p 47-54 propose la division suivante 2 1-13 214-24 225-45 et 246-

49

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Le reacutecit de Dn 2 commence par la narration du recircve de Nabuchodonosor dont

lesprit est troubleacute Le roi fait alors appel agrave ses devins et magiciens pour en avoir

lexplication Cette preacutesentation A est une introduction du reacutecit qui trouve sa conclusion

en A ougrave le roi se trouve satisfait et manifeste sa gratitude envers Daniel Le reacutecit qui a

commenceacute aux deux premiers versets par une narration se termine aux deux derniers

versets par une autre narration Si A et A peuvent ainsi ecirctre mis en parallegravele sur le plan

de la narration il en va de mecircme sur le plan du problegraveme poseacute et du reacutesultat obtenu

La partie A donne suite agrave la partie B par lexpression en 2 3 ויאמר להם המלך (le roi

leur dit) qui inaugure le dialogue entre le roi et ses conseillers qui ont eacuteteacute anteacuterieurement

convoqueacutes dans la narration Mais le dialogue entre le roi et ses conseillers se solde sur

une situation de crise devant lincapaciteacute de ces derniers de deacutecouvrir le recircve et son

interpreacutetation Furieux le roi ordonne de faire peacuterir tous les sages de Babylone Cette

partie B trouve son parallegravele en B ougrave Daniel dans son dialogue avec le roi reacuteussit agrave

deacutecouvrir le recircve du roi et agrave lui reacuteveacuteler son interpreacutetation

Si les sages du roi ont eacuteteacute incapables de trouver le recircve et den donner son

interpreacutetation dans la partie B cest tout le contraire qui se produit en B avec le jeune juif

de la cour royale En utilisant le verbe hlGgt en 2 47 pour deacutecrire les actions reacuteveacutelatrices de

Dieu et de Daniel Nabuchodonosor reconnaicirct lunique action de Dieu et la speacutecificiteacute du

rocircle joueacute par Daniel par rapport aux autres sages de Babylone359 Une fois le deacutecret

promulgueacute de tuer les sages de Babylone la partie B donne suite agrave la partie C ougrave Daniel

et ses compagnons sont eacutegalement rechercheacutes pour ecirctre exeacutecuteacutes Cest dans ce cadre quagrave

lieu la rencontre de Daniel avec lexeacutecuteur Aryock qui lui reacutevegravele les motifs du deacutecret

royal

Le personnage dAryock est le veacutehicule par lequel les babyloniens entrent dans les

coulisses et celui qui en mecircme temps conduit Daniel agrave leur place360 Cest ainsi que la

partie C de la rencontre entre Daniel et Aryock en route pour exeacutecuter le deacutecret royal de

la mise agrave mort des sages trouve sa reacutesonnance en C dans la nouvelle rencontre des deux

personnages ougrave Daniel sinterpose contre le projet de faire peacuterir les sages de Babylone

En effet dans la dynamique du texte apregraves sa premiegravere rencontre avec Aryock

Daniel sen alla demander au roi un deacutelai pour lui permettre dinterpreacuteter son recircve Cest

alors apregraves cette demande aupregraves du roi que Daniel se retira chez lui agrave la rencontre de ses

359 MEADOWCROFT T J Aramaic Daniel and Greek Daniel p 178 360 FEWELL D N Circle of Sovereignty p 53

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compagnons Cest dans ce cadre priveacute que le mystegravere lui fut reacuteveacuteleacute dans une vision

nocturne Dans cette section centrale se trouve le cœur du message contenu en Dn 2 agrave

savoir la souveraineteacute de Dieu qui deacutetient le controcircle des eacuteveacutenements de lhistoire Un

message qui est dailleurs proclameacute par le roi agrave la fin de sa rencontre avec Daniel en 2

47

332 Luniteacute litteacuteraire en question

Il est vrai que des problegravemes reacutedactionnels tels que des additions et reacutepeacutetitions

des doublets et contradictions ont eacuteteacute identifieacutes dans le corpus litteacuteraire de ce chapitre361

Toutefois ces difficulteacutes nempecircchent pas dadmirer le deacuteveloppement progressif de

lensemble du reacutecit depuis lentreacutee en scegravene des sages babyloniens jusquagrave celle de Daniel

dont la propheacutetie est le point culminant du reacutecit362 Sans entrer dans les discussions sur

les problegravemes reacutedactionnels ce qui nest pas le but de notre eacutetude nous voyons dans la

suite logique du reacutecit une uniteacute litteacuteraire de lœuvre dans sa reacutedaction finale centreacutee sur

la personnaliteacute de Daniel363

Cette uniteacute litteacuteraire se fait eacutegalement remarquer dans le rapport qui existe entre

Dn 2 17-23 et le reste du chapitre Le manque dunanimiteacute sur la deacutelimitation du texte dit

additionnel (vv 13145-23) en est encore une preuve La terminologie employeacutee dans

cette section est bien celle qui se trouve dans lensemble du chapitre Lorsque Daniel

demande un deacutelai au roi au v 16 il soffre agrave deacutecouvrir (להחויה) linterpreacutetation de son recircve

361 Certains critiques ont consideacutereacute les vv 13-23 comme une addition Cf DAVIES P R Daniel p 45 et

seq DAVIES P R Daniel Chapter Two p 393 et seq HARTMAN L F DI LELLA A A The Book

of Daniel p 139 Dautres considegraverent le mateacuteriel additif plutocirct aux vv 14-23 Cf LACOCQUE A Le livre

de Daniel p 46 PORTEOUS N W Daniel p 42 Dautres encore considegraverent le mateacuteriel additif agrave partir

des vv 15-23 Cf SEGAL M From Joseph to Daniel p 142 Ces difficulteacutes sont ducirces agrave la contradiction

eacutevidente entre le v 16 ougrave Daniel se preacutesente lui-mecircme chez le roi lui demandant un deacutelai pour deacutecouvrir

linterpreacutetation de son recircve et le v 24 ougrave Daniel se rend plutocirct chez Aryock pour que celui-ci lintroduise

devant le roi La difficulteacute serait surmonteacute si le v 24 faisait directement suite au v 13 Par ailleurs les eacuteveacutenements de Dn 2 ont lieu agrave la deuxiegraveme anneacutee du regravegne de Nabuchodonosor (Dn 2 1) alors quen Dn 1

518 Daniel et ses compagnons avaient deacutejagrave passeacute trois ans agrave la cour du roi Ceci suppose eacutegalement que le

roi selon le chapitre 1 connaissait deacutejagrave Daniel alors que celui-ci est preacutesenteacute devant le roi au chapitre 2

comme un eacutetranger Comment peut-on expliquer ces incoheacuterences Sans avoir lintention de reacutesoudre le

problegraveme ni de laggraver MEADOWCROFT T J Aramaic Daniel and Greek Daniel p 162 et seq

souligne que dans la narration tout comme dans le reacutecit biblique le temps chronologique reacuteel et le temps

narratif ne doivent pas toujours ecirctre strictement assimileacutes 362 DELCOR M Le livre de Daniel p 72 363 AZZAM J Daniel ou le deacutechiffrement drsquoune souffrance devenue excessive p 16

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Dans le dialogue du roi avec ses devins et magiciens la question centrale est celle de

deacutecouvrir linterpreacutetation du recircve tout comme dans le dialogue du roi avec Daniel

Dn 2 13-23 est marqueacutee par la seacutequence du substantif פשר qui se retrouve

eacutegalement dans lensemble du chapitre et plus particuliegraverement employeacute en lien avec le

verbe hwx Cette uniteacute se fait encore remarquer dans le deacuteveloppement progressif du reacutecit

agrave travers le dialogue entre les diffeacuterents personnages Alors que le roi utilise

indistinctement le verbe hwx en lien avec le substantif פשר et le couple חלם et רפש les sages

de Babylone et Daniel nutilisent jamais ce verbe en lien avec le substantif חלם

Dans le dialogue du roi avec les sages de la cour tous les emplois du verbe ידע ont

pour destinataire le roi tout comme dans le dialogue de celui-ci avec Daniel Dans leur

dialogue avec le roi les sages nemploient jamais le verbe ידע qui est uniquement placeacute

dans la bouche du roi et dirigeacute aux sages comme sujets de la connaissance cest-agrave-dire

ceux qui feraient connaicirctre au roi son recircve et son interpreacutetation Le verbe ידע est employeacute

ici en lien avec חלם et פשר

Par contre dans son dialogue avec le roi Daniel a une conception totalement

diffeacuterente et le choix des verbes lorsquil fait allusion agrave linterpreacutetation et agrave la reacuteveacutelation

reflegravete cette faccedilon de voir364 Dans la section du dialogue du roi avec Daniel lunique

emploi de ידע qui est placeacute dans la bouche du roi est dirigeacute agrave Daniel comme eacutetant celui

qui pourra faire connaicirctre au roi son recircve et son interpreacutetation Toutefois toutes les autres

occurrences du verbe ידע dans cette section du dialogue apparaissent dans le discours de

Daniel ayant Dieu comme sujet du verbe celui qui fait connaicirctre au roi ce qui doit arriver

Le verbe ידע prend une connotation particuliegravere dans le sens de la reacuteveacutelation dont Dieu

est lui-mecircme le sujet

En outre pour Daniel le Dieu qui fait connaicirctre en donnant la connaissance est

aussi le Dieu qui reacutevegravele le mystegravere Dans le discours de Daniel le verbe דעי sexprime non

seulement en lien avec le verbe hlGgt mais aussi avec le terme qui ont tous les trois Dieu רז

comme sujet Alors quau vv 24 et 27 Daniel emploie le verbe hwx en lien avec lactiviteacute

des sages et de devins de Babylone aux vv 28 29 et 30 le langage du jeune juif change

en fonction de lactiviteacute divine de la reacuteveacutelation des mystegraveres365

En Dn 2 17-23 objet de notre eacutetude et section centrale du chapitre en plus du

substantif פשר qui y est totalement absent le verbe hwx ny apparaicirct pas non plus Dans

364 MEADOWCROFT T J Aramaic Daniel and Greek Daniel p 178 365 Ibid

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lordre de la reacuteveacutelation divine cette section est le lieu par excellence de lenjeu des termes

hlGgt ידע et רז dans la dynamique du reacutecit Cest dans cette section quapparaissent pour la

premiegravere fois les termes hlGgt et qui vont devenir deacutecisif dans la suite du reacutecit Le verbe רז

hlGgt est particuliegraverement utiliseacute en fonction de רז mais aussi par rapport agrave ידע dans le cadre

de la reacuteveacutelation divine

333 Uniteacute textuelle de Dn 2 17-23

3331 Traduction et eacuteleacutements de critique textuelle

Eucirct eacutegard agrave tout ce qui preacutecegravede il nest donc pas judicieux de consideacuterer les vv

13-23 comme eacutetant un mateacuteriel secondaire366 Dans ces versets se trouve le cœur du

message sur la souveraineteacute de Dieu deacuteveloppeacute dans lensemble du chapitre Il importe agrave

preacutesent de poser le regard sur cette section centrale pour deacutecrire son dynamisme et en

identifier son particularisme

Tabeaux 18 Texte et traduction de Dn 2 17-23

maison Alors Daniel sen alla agrave sa

17a אדין דניאל לביתה אזל

et fit connaicirctre la chose agrave Ananias Misael et

Azarias ses compagnons

17b י מלתא ולחנניה מישאל ועזריה חברוה הודע

des pour quils demandent miseacutericordes au Dieu

cieux

au sujet de ce mystegravere

18a א ורחמין למבעא מן־קדם אלה שמי על־רזה דנה

afin que Daniel et ses compagnons ne peacuterissent

pas avec le reste des sages de Babylone

18b ם־שאר ע די לא יהבדון דניאל וחברוהי בבלחכימי

Alors le mystegravere fut reacuteveacuteleacute agrave Daniel dans une

367 vision de nuit

19a גלידי־ליליא רזה 368אדין לדניאל בחזוא

366 Contre ANDERSON R A Signs and Wonders A Commentary on the Book of Daniel p 11 367 A la diffeacuterence du TM qui conjugue le verbe hlGgt au Peil parfait passif 3e masculin singulier les

fragments de la Geniza du Caire le preacutesentent au Pual forme passive du pael qui est intensif ou causatif

Toutefois dans la partie arameacuteenne du livre de Daniel le verbe hlGgt apparaicirct 7 fois uniquement en Dn 2

dans la forme active peal (2 22282947(2x)) et la forme passive peil (21930) 368 Deux fragments de la Geniza du Caire ont lun et lautre une lecture diffeacuterente de celle du TM A la place du terme du TM ces deux fragemnent preacutesentent le terme awzgtxIbgt qui napparaicirct nulle (dans la vision) בחזוא

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Puis Daniel beacutenit le Dieu des cieux 19b אאדין דניאל ברך לאלה שמי

Daniel prit la parole et dit 20a ענה דניאל ואמר

Beacuteni soit le nom de Dieu 20b ך להוא369 שמה די־אלהא מבר

des siegravecles et pour les siegravecles 20c מן־עלמא ועד־עלמא

Car agrave lui la sagesse et la force 20d די לה־היא 370די חכמתא וגבורתא

Et il fait changer les temps et les saisons 21a והוא מהשנא עדניא וזמניא

Deacutetrocircne les rois et eacutetablit les rois 21b מהעדה מלכין ומהקים מלכין

Donne la sagesse aux sages 21c יהב חכמתא לחכימין

Et la connaissance aux intelligents

21d ומנדעא לידעי בינה

Il reacutevegravele les choses profondes et cacheacutees 22a ומסתרתא 371הוא גלא עמיקתא

Connaicirct ce qui est dans les teacutenegravebres 22b ידע מה בחשוכא

Et la lumiegravere demeure avec lui 22c שרא(עמה ]372ונהורא) [ונהירא

A toi Dieu de mes pegraveres 23a לך אלה אבהתי

Je rends gracircce et (te) loue

23b מהודא ומשבח אנה

Car tu mas donneacute la sagesse et la force 23c לי 373וגבורתא יהבת די חכמתא

Et maintenant tu nous a fait connaicirctre

ce que nous tavons demandeacute

23d וכען הודעתני די־בעינא מנך

Car laffaire du roi tu nous a fait connaicirctre

23e די־מלת מלכא הודעתנא

part dans les 12 occurrences de חזו tant au pluriel comme au singulier dans le TM BAUER H LEANDER

P Grammatik des Biblisch-aramaumlschen p 232 considegravere cette derniegravere comme une erreur de lecture 369 De mecircme deux fragments de la Geniza du Caire ont lun et lautre une lecture diffeacuterente du jussif להוא

du TM Ces deux fragments preacutesentent le terme hwhgtlI Dans lexplication de la forme preacutefixeacutee de la

conjugaison de הוה LI T The Verbal System of the Aramaic of Daniel p 126 et seq affirme que certains

chercheurs comme KAUTZSCH E Grammatik des Biblisch-Aramaumlischen mit einer kritischen Eroumlrterung

der aramaumlischen Woumlrter im Neuen Testament Leipzig Verlag von F C W Vogel 1884 p 79 ont attribueacute

au preacutefixe ל la mecircme origine que la particule arabe ل li- qui peut ecirctre lieacutee au jussif ou au subjonctif

Dautres chercheurs ont reconnu que cette particule ל a dabord eacuteteacute employeacutee comme jussif et plus tard

remplaceacute par la conjugaison preacutefixeacutee dans certaines formes darameacuteen oriental Son emploi avec הוה dans

larameacuteen biblique est ducirce aux tentatives tardives du scribe de faire la diffeacuterence entre ce verbe et le nom

divin יהוה Dans ce sens ajoute-t-il lapparition de la particule ל dans larameacuteen biblique ne reflegravete pas une

signification particuliegravere Dans le livre de Daniel et particuliegraverement dans la partie arameacuteenne la particule

agrave la 3e personne masculin singulier (220 28 29(2x) 41 42 45 318 422 529 הוה apparaicirct preacutefixeacutee agrave ל

63) agrave la 3e personne masculin pluriel (243(2x) 62 3 27) et agrave la troisiegraveme personne feacuteminin pluriel

(517) 370 La Bible rabbinique de Jacob ben Hayyim et la variante du texte heacutebreu dapregraves H Strack preacutesentent une

legravegegravere modification avec le dagesh dans le T La lecture est la suivante aTrgtWbggtW BAUER H LEANDER P

Grammatik des Biblisch-aramaiumlschen p 22 explique quon est en face dune varians lectio et cette

explication sapplique aussi en Dn 2 23 avec loccurrence du mecircme mot 371 En lieu et place de עמיקתא eacutetat emphatique feacuteminin pluriel de עמיק plusieurs manuscrits preacutesentent la

lecture atqy~I[] qui selon BAUER H LEANDER P Grammatik des Biblisch-aramaumlischen p 188 et seq

il sagit dune varians lectio 372 Il est ici question du souci de la tradition massoreacutetique de preacuteserver la qualiteacute du texte Ce terme eacutecrit ainsi ונהירא dougrave le Ketiv les massoregravetes proposent de lire א dougrave le Qere En effet le Ketiv eacutetant un ונהור

eacutetat emphatique de נהור fait que la voyelle A donne une forme dheacutebraiumlsme Cf MARGAIN J Le livre de

Daniel p 19 373 Au lieu de 2 יהבתe masculin singulier de יהב du TM les fragments de la Geniza du Caire preacutesentent la

lecture Tbgthygt qui est une varians lectio Cf BAUER H LEANDER P Grammatik des Biblisch-

aramaumlischen p 101

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3332 Luniteacute textuelle et ses limites

Dn 2 17-23 qui constitue le centre du reacutecit de Dn 2 est diviseacute en deux parties La

premiegravere partie eacutecrite en prose est composeacutee des vv 17a-20a La deuxiegraveme partie eacutecrite

en poeacutesie est composeacutee des vv 20b-23e Le v 17 marque le deacutebut de la peacutericope par un

changement de lieu en situant Daniel et ses compagnons dans un cadre diffeacuterent Le

contexte particulier de la maison (לביתה) comme lieu priveacute est surtout le lieu ideacuteal pour la

priegravere des quatre jeunes juifs en terre eacutetrangegravere Lexpression אדין דניאל לביתה אזל qui

contient la premiegravere occurrence du verbe אזל (aller sen aller) au v 17 marque le deacutebut

de cette uniteacute textuelle

Le hafel initial du למבעא au v 17 suivi de linfinitif construit ידע du verbe הודע

verbe בעה au v 18 montre Daniel comme celui qui fait connaicirctre linformation agrave ses

compagnons afin quils puissent implorer la miseacutericorde de Dieu au sujet de ce mystegravere

Au v 23 les deux verbes citeacutes reviennent comme reacutesultat de la situation poseacutee au v 17

et Dieu apparaicirct dans la louange du jeune juif comme celui qui fait connaicirctre agrave Daniel et

ses compagnons ce quils lui ont demandeacute au deacutebut de luniteacute textuelle

Le v 24 montre le deacutebut dune autre uniteacute textuelle en situant de nouveau Daniel

dans un contexte public allant agrave la rencontre dAryock lexeacutecuteur Lexpression כל־קבל

qui fait reacutefeacuterence agrave ce qui preacutecegravede assure le passage de Daniel de sa maison ougrave le דנה

mystegravere lui a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave la nouvelle rencontre avec Aryock

3333 Luniteacute textuelle et son organisation

33331 Dn 17a-20a premiegravere seacutequence du texte

Dans cette section centrale du chapitre les diffeacuterentes parties du texte ne sont plus

mis en parallegravele les uns avec les autres Une progression dans le deacuteveloppement du thegraveme

et lagencement des termes marque la dynamique du texte Au vv 17-18 Daniel sen va

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chez lui et fait connaicirctre la situation agrave ses compagnons leur demandant de prier pour

quils ne peacuterissent pas avec les autres sages de Babylone Le deacutepart pour la maison

exprimeacutee par le parfait אזל le partage de linformation avec le parfait et la demande הודע

de priegravere dans linfinitif construit למבעא constituent le premier moment dynamique (vv

17a-18b) de cette partie en prose (vv 17a-20a)

Linfinitif construit למבעא au v 18 fonctionne dans ce cas non pas comme un

compleacutement mais comme finaliteacute 374 de laction en cours pour que Daniel et ses

compagnons ne peacuterissent pas (יהבדון) avec les sages de Babylone Le syntagme די לא

marque la conjonction finale neacutegative afin quene pas375 Linfinitif למבעא exprime

alors la finaliteacute de הודע comme verbe principal376 De plus la finaliteacute de laction exprimeacutee

par linfinitif למבעא a une extension non pas immeacutediate mais future Cette extension est

contenue dans limparfait ou linaccompli בדון די et introduite par la particule relative יה

377

Le deuxiegraveme moment dynamique de la prose (vv 19a-20a) est caracteacuteriseacute par la

reacuteveacutelation du mystegravere agrave Daniel Le premier moment dynamique (vv 17a-18a) sest servi

dun panorama lexicographique de 25 mots pour deacutecrire le contexte dans lequel se

trouvent les quatre jeunes juifs Le deuxiegraveme moment de la prose (vv 19a-20a) se sert

uniquement de 14 mots pour exprimer la reacuteveacutelation faite agrave Daniel Si le premier moment

est caracteacuteriseacute par deux verbes au parfait un infinitif et un imparfait le deuxiegraveme moment

se caracteacuterise par deux parfaits et deux participes Les deux parfaits גלי et des verbes ברך

hlGgt et rbgt apparaissent pour la premiegravere fois en Dn 2 19

Si Daniel est le sujet de rBgt celui qui beacutenit le Dieu des cieux Dieu lui-mecircme est le sujet

implicite de hlGgt celui qui reacutevegravele le mystegravere Laccompli au v19b trouve sa reacutesonnance ברך

dans le participe passeacute au v20b au deacutebut de la deuxiegraveme partie La premiegravere partie מברך

de luniteacute textuelle diviseacutee en deux moments dynamiques sachegraveve sur lattitude de

louange de Daniel qui prend la parole

374 LI T The Verbal System of the Aramaic of Daniel p 135 et seq observe que dans larameacuteen de Daniel

les verbes agrave linfinitif ont lieu soit dans des clauses subordonneacutees soit dans des clauses seacutemantiquement

subordonneacutees et fonctionnent en geacuteneacuteral comme compleacutement Il identifie quatre cas ougrave lininitif ne

fonctionne pas comme compleacutement mais exprime une finaliteacute (2 141618 3 20b 5 15a) 375 MARGAIN J Le livre de Daniel p 18 376 Cf BAUER H LEANDER P Grammatik des Biblisch-aramaumlischen p 300 377 LI T The Verbal System of the Aramaic of Daniel p 122 et seq preacutesente des cas de conjugaisons exprimant une finaliteacute agrave fonction future introduites par la particule 1830 2 דיab 3 28ab 4 314a 5 15

6 218

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33332 Dn 20b-23e Deuxiegraveme seacutequence du texte

Cette indication sert donc de transition pour la partie poeacutetique de la peacutericope (vv

20b-23e) qui est marqueacutee par une inclusion aux vv 20 et 23 par lexpression חכמתא

Cette partie poeacutetique est eacutegalement caracteacuteriseacutee par deux moments dynamiques וגבורתא

Au vv 20b-22c premier moment de la poeacutesie Daniel sadresse agrave Dieu agrave la

troisiegraveme personne du singulier Ce moment dynamique commence par une expression

solennelle au v 20b י־אלהא מברך qui donne le ton de la louange La priegravere להוא שמה ד

senchaicircne alors par une liste des œuvres de Dieu avec une succession de verbes au

participe qui caracteacuterise cette forme poeacutetique A lexception du jussif378 להוא du verbe הוה

tous les autres verbes de ce moment dynamique sont au participe dans ses diffeacuterentes

fonctions

En effet la fonction la plus freacutequente du participe passif est celle de ladjectif

preacutedicat exprimeacute dans le passif au v 20 Ici le participe passif est accompagneacute 379מברך

par le verbe La disposition des formes verbales fait ressortir sur le plan 380ה הו

morphologique un certain paralleacutelisme Les participes passifs des vv 20b et 22ac se

complegravetent et sentrelacent avec les participes actifs des vv 21abc et 22ab Toutefois

certains participes passifs ont une fonction active agrave lexemple du verbe שרא au v 22c qui

est un participe passif avec une fonction active381 De plus tout comme dans larameacuteen

de Daniel et les langues seacutemitiques le participe passif au v 22a est aussi substantiveacute et

fonctionne comme un nom382

Par ailleurs lemploi reacutepeacutetitif de la troisiegraveme personne du singulier creacutee un effet

dinsistance dans la dynamique progressive de la peacutericope Tout est orienteacute vers Dieu et

en aucun moment apparaicirct la premiegravere personne du singulier Sur le plan lexical de

378 Il est agrave remarquer avec LI T The Verbal System of the Aramaic of Daniel p 125 que le jussif et limparfait ne sont pas tregraves distincts lun de lautre excepteacute dans 4 cas ougrave le jussif est clairement distingueacute agrave

cause de la neacutegation אל et dans les autres cas de la preacutesence du suffixe pronominal qui distingue le jussif de

limparfait Tous les quatre cas ougrave le jussif est clairement distinct sont agrave la forme neacutegative exprimant par

neacutegation une demande (Dn 2 24) ou une exhortation (Dn 4 16 5 10 [2x]) 379 Ibid p 66 preacutesente 13 cas de participe passif avec fonction de ladjectif preacutedicat (2 20314245 3

15181928 4 132 6 5b 7 7b19) 380 Ibid p 66 Les autres participes passifs accompagneacutes par le verbe הוה se retrouvent en 2 42 3 18 et

4 1 381 Cf BAUER H LEANDER P Grammatik des Biblisch-aramaumlischen p 297 LI T The Verbal System

of the Aramaic of Daniel p 69 382 LI T Op cit p 67

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nombreux jeux dassonances et dalliteacuterations rythment lagencement de la poeacutesie dans ses

diffeacuterentes composantes Cest ainsi que sagesse (חכמתא) et force (וגבורתא) constituent une

reacutepeacutetition inclusive qui forme luniteacute de cette partie poeacutetique

A linteacuterieur de cette uniteacute se font encore remarquer des paralleacutelismes et de

nombreux jeux sonores qui retentissent dans la lecture des diffeacuterents stiques et vers de la

poeacutesie agrave travers lagencement des voyelles et consonnes Le premier attribut de la sagesse

de Dieu est exposeacute agrave partir dun paralleacutelisme qui implique le fait que Dieu donne la sagesse

aux sages et la connaissance aux intelligents383 En plus de faire changer les temps et les

stations Dieu deacutetrocircne les rois et eacutetablit les rois

La succession de trois hafel au participe au v 21ab fait eacutegalement ressortir le

paralleacutelisme interne dans les groupes de mots מהעדה מלכין et Puisse quil 384ומהקים מלכין

deacutetient la sagesse et la force Dieu peut donner cette sagesse aux sages la connaissance

aux intelligents mais aussi reacuteveacuteler les choses profondes et cacheacutees Lagencement des

pieds se fait remarquer en 22ab pour mettre en exergue la force et la sagesse divine agrave

travers le contraste teacutenegravebres et lumiegravere dans les stiques ונהורא עמה שרא et ידע מה בחשוכא

Aux vv 23a-23e deuxiegraveme moment dynamique de la poeacutesie le ton de la priegravere

change Dieu est maintenant personnaliseacute agrave la deuxiegraveme personne du singulier dans une

relation plus directe avec Daniel qui se preacutesente agrave la premiegravere personne du singulier Ce

deuxiegraveme moment de la poeacutesie souvre par une expression emphatique אלה אבהתי לך Si

le premier moment dynamique sest servi dun panorama lexical de 35 mots pour exprimer

les attributs et les actions de Dieu dans lensemble le deuxiegraveme moment de la poeacutesie se

sert uniquement de 18 mots pour rendre gracircce agrave Dieu pour ses actions dans la vie de

Daniel et de ses compagnons

Il y a dans le deuxiegraveme moment de la poeacutesie une alternance entre la premiegravere et

la deuxiegraveme personne du singulier au v 23abcd En 23de on assiste au passage de la

premiegravere personne du singulier pour la premiegravere personne du pluriel dans la partie finale

de la poeacutesie Ce moment est marqueacute par labondance des verbes et des termes avec

suffixes

Au v 22ab le participe actif fonctionne comme un preacutesent geacuteneacuteral qui exprime

des exposeacutes de faits intemporels ou des actions qui ont lieu de maniegravere habituelle et non

pas neacutecessairement au moment du discours385 Toutefois les deux participes actifs au v

383 PRINSLOO GTM Two Poems in a Sea of Prose p 96 384 Ibid 385 LI T The Verbal System of the Aramaic of Daniel p 50

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23b exprime non pas un preacutesent geacuteneacuteral mais un preacutesent actuel qui implique le moment

mecircme du discours386 Laction de gracircce et la louange de Daniel deacutecrites par les deux

participes actifs מהודא et du יהבת sont lieacutees agrave laction de Dieu exprimeacute par le parfait ומשבח

verbe ידעmais aussi par les deux hafel au parfait du verbe 387יהב

A partir de cette disposition litteacuteraire le message de la section centrale de Dn 2

contenu dans les vv 17-23 est donc claire et eacutevidente Le Dieu qui reacutevegravele le mystegravere est

celui qui possegravede la sagesse et la force Il gouverne sur tout lunivers en faisant changer

le temps et les saisons en eacutetablissant et en deacutetrocircnant les rois Cest lui qui donne la sagesse

et la connaissance en reacuteveacutelant les choses profondes et cacheacutees Cest ainsi quil a fait

connaicirctre agrave Daniel et ses compagnons le mystegravere cacheacute dans laffaire du roi

34 Identification et lecture des dynamismes soteacuteriologiques

341 Tabeaux des dynamismes preacutesents dans le texte

Sur le plan soteacuteriologique Dn 2 17-23 apparaicirct dans un contexte de crise ougrave les

parties en cause se trouvent devant une situation de vie ou de mort En fait le roi

Nabuchodonosor eacutetant deacuteccedilu devant lincapaciteacute de ses devins et magiciens de trouver son

recircve et den donner linterpreacutetation ordonne lexeacutecution de tous les sages de Babylone y

compris Daniel et ses compagnons Ce reacutecit deacutebouche alors sur une intervention de

Daniel qui apparaicirct dans ce contexte comme protagoniste du dynamisme salvifique de

Dieu au milieu des nations eacutetrangegraveres

Cest alors en tant que reacuteveacutelateur du mystegravere (Dn 2 47) par la sagesse divine qui

dirige les eacuteveacutenements de lhistoire que Daniel entre en scegravene Dans la dynamique du reacutecit

la peacutericope de Dn 2 17-23 est le lieu propice et indispensable pour la compreacutehension de

lavegravenement salvifique de Dieu en terre eacutetrangegravere Cest dans cette peacutericope que la sagesse

et la force de Dieu sont affirmeacutees de maniegravere absolue en montrant le controcircle de Dieu sur

les eacuteveacutenements de lhistoire

386 Ibid p 50 387 ROSENTHAL F A Grammar of Biblical Aramaic p 47 observe que seulement limparfait et linfinitif

de la racine tn apparaicirct dans larameacuteen biblique pour le parfait et limpeacuteratif est employeacutee la racine bhy

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Ce dynamisme salvifique du Dieu omniscient et omnipotent sexprime

particuliegraverement agrave travers les termes hlGgt רז et ידע qui constituent une trilogie seacutemantique

importante dans le dynamisme du reacutecit Cette trilogie sentrelace dans ce contexte avec

un grand nombre de champs seacutemantiques pour favoriser lavegravenement salvifique de Dieu

dans la diaspora Les termes hlGgt et רז font non seulement leur premiegravere apparition dans ce

contexte mais aussi sont intrinsegravequement lieacutes entre eux et en lien avec ידע qui preacutesente sa

plus grande freacutequence dans ce contexte388

Apregraves avoir preacutesenteacute dans les tableaux ci-dessous les dynamismes salvifiques

preacutesents dans le texte lanalyse de ces dynamismes montrera comment la reacuteveacutelation et la

connaissance du mystegravere divin sont devenues aussi importante dans le livre de Daniel et

par ricochet dans la litteacuterature apocalyptique

Tabeaux 19 Tableaux des dynamismes soteacuteriologiques de Dn 2 17-23

I

Dn 2 17 ולחנניה מישאל ועזריה חברוהי מלתא הודע אדין דניאל לביתה אזל17

Alors Daniel sen alla agrave sa maison et fit connaicirctre la chose agrave Ananias Misaeumll et Azarias ses

compagnons

Action soteacuteriologique Daniel sen alla agrave sa maison et fit connaicirctre la chose agrave Ananias Misaeumll

et Azarias

Champs seacutemantiques Connaissance (הודע) Chose (מלתא) maison (לביתה) Aller (אזל)

Agent soteacuteriologique Daniel

Expressions affines 18pour quils implorent miseacutericordes au Dieu des cieux au sujet de ce

mystegravere afin que Daniel et ses compagnons ne peacuterissent pas avec le reste des sages de Babylone

Autres deacuteterminations 19Alors le mystegravere fut reacuteveacuteleacute agrave Daniel dans une vision de nuit Puis

Daniel beacutenit le Dieu des cieux

Relation avec Daniel Communion

Beacuteneacuteficiaires Daniel Ananias Misaeumll et Azarias et les sages de Babylone

Contexte immeacutediat Intervention de Daniel

Contexte amplifieacute Le songe de Nabuchodonosor la statue composite

II

Dn 2 18 והי עם־שאר חכימי בבלדי לא יהבדון דניאל וחבר ורחמין למבעא מן־קדם אלה שמיא על־רזה דנה18

18pour quils implorent miseacutericordes au Dieu des cieux au sujet de ce mystegravere afin que Daniel

et ses compagnons ne peacuterissent pas avec le reste des sages de Babylone

388 Alors que les termes hlGgt et רז apparaissent respectivement en 2 19 et 2 18 pour la premiegravere fois ידע

quant agrave lui apparaicirct 36 fois dans la partie arameacuteenne de Daniel et donc 17 fois en Dn 2 avec une freacutequence

de 5 occurrences en 2 17-23 Pour les autres occurrences hlGgt apparaicirct uniquement en Dn 2 2228293047(2x) et רז apparaicirct en 2 18192728293047(2x) 4 6

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Action soteacuteriologique pour quils demandent miseacutericordes au Dieu des cieux au sujet de ce

mystegravere

Champs seacutemantiques Demande (למבעא) Miseacutericorde (ורחמין) Ciel (שמיא)

Mystegravere (רזה)

Agent soteacuteriologique Ananias Misaeumll et Azarias

Expressions affines 17

Alors Daniel alla dans sa maison et fit connaicirctre la chose agrave Ananias

Misaeumll et Azarias ses compagnons

Autres deacuteterminations 19Alors le mystegravere fut reacuteveacuteleacute agrave Daniel dans une vision de nuit Puis

Daniel loua le Dieu des cieux

Relation avec Ananias Misaeumll et Azarias Intersession pour le salut

Beacuteneacuteficiaires Daniel ses compagnons et les sages de Babylone

Contexte immeacutediat Intervention de Daniel

Contexte amplifieacute Le songe de Nabuchodonosor la statue composite

III

Dn 2 19 ין דניאל ברך לאלה שמי 19 אאדין לדניאל בחזוא די־ליליא רזה גלי אד

19Alors le mystegravere fut reacuteveacuteleacute agrave Daniel dans une vision de nuit Puis Daniel loua le Dieu des

cieux

Action soteacuteriologique le mystegravere fut reacuteveacuteleacute agrave Daniel dans une vision de nuit

Champs seacutemantiques Mystegravere (רזה) Reacuteveacutelation (גלי) Vision (בחזוא) Nuit (די־ליליא)

Agent soteacuteriologique Dieu

Expressions affines 20Daniel prit la parole et dit Beacuteni soit le nom de Dieu des siegravecles et pour

les siegravecles car agrave lui la sagesse et la force 21Il fait changer les temps et les stations deacutetrocircne les

rois et eacutetablit les rois donne la sagesse aux sages et la connaissance aux intelligents

Autres deacuteterminations 22Il reacutevegravele les choses profondes et cacheacutees connaicirct ce qui est dans les

teacutenegravebres et la lumiegravere demeure avec lui

Relation avec Dieu Don gratuit

Beacuteneacuteficiaire Daniel

Contexte immeacutediat Intervention de Daniel

Contexte amplifieacute Le songe de Nabuchodonosor la statue composite

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142

IV

Dn 2 21-22 חכימין ומנדעא לידעי בינהל יהב חכמתא והוא מהשנא עדניא וזמניא מהעדה מלכין ומהקים מלכין 21

אעמה שר ]ונהורא) [ונהירא( הוא גלא עמיקתא ומסתרתא ידע מה בחשוכא22

21Il fait changer les temps et les stations deacutetrocircne les rois et eacutetablit les rois donne la sagesse

aux sages et la connaissance aux intelligents 22Il reacutevegravele les choses profondes et cacheacutees

connaicirct ce qui est dans les teacutenegravebres et la lumiegravere demeure avec lui

Dynamisme soteacuteriologique Il fait changer les temps et les stations deacutetrocircne les rois et eacutetablit

les rois donne la sagesse aux sages et la connaissance aux intelligents Il reacutevegravele les choses

profondes et cacheacutees connaicirct ce qui est dans les teacutenegravebres et la lumiegravere demeure avec lui

Champs seacutemantiques Temps (עדניא) Stations (וזמניא) Deacutetrocircner (מהעדה) Etablir ( הקיםומ )

Donner (יהב) Sagesse (חכמתא) Sage (לחכימין) Connaissance (ידע ומנדעא) Intelligent (בינה

) Reacuteveacutelation (לידעי אגל ) Choses profondes et cacheacutees (עמיקתא ומסתרתא) Teacutenegravebres ( חשוכאב )

Lumiegravere (ונהורא) Demeurer (שרא)

Agent soteacuteriologique Dieu

Expressions affines 20Daniel prit la parole et dit Beacuteni soit le nom de Dieu des siegravecles et pour

les siegravecles car agrave lui la sagesse et la force

Autres deacuteterminations 23A toi Dieu de mes pegraveres je rends gracircce et je te loue car tu mas

donneacute la sagesse et la force et maintenant tu mas fait connaicirctre ce que nous tavons demandeacute

car laffaire du roi tu nous as fait connaicirctre

Relation avec Dieu Gouvernement divin sur lunivers

Beacuteneacuteficiaires Les sages les intelligents lœuvre de la creacuteation

Contexte immeacutediat Intervention de Daniel

Contexte amplifieacute Le songe de Nabuchodonosor la statue composite

V

Dn 2 23 ודעתני די־בעינא מנך די־מלתהלך אלה אבהתי מהודא ומשבח אנה די חכמתא וגבורתא יהבת לי וכען 23

מלכא הודעתנא23A toi Dieu de mes pegraveres je rends gracircce et je te loue car tu mas donneacute la sagesse et la force

et maintenant tu mas fait connaicirctre ce que nous tavons demandeacute car laffaire du roi tu nous

lrsquoas fait connaicirctre

Action soteacuteriologique Tu mas donneacute sagesse et force et maintenant tu mas fait connaicirctre

ce que nous tavons demandeacute car laffaire du roi tu nous as fait connaicirctre

Champs seacutemantiques Don ( יהבת) Sagesse (חכמתא) Force (וגבורתא)

Maintenant (וכען) Connaissance (הודעתנא הודעתני) Demande (בעינא) affaire (מלת)

Agent soteacuteriologique Dieu

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143

Expressions affines 20Daniel prit la parole et dit Beacuteni soit le nom de Dieu des siegravecles et pour

les siegravecles car agrave lui la sagesse et la force 21Il fait changer les temps et les stations deacutetrocircne les

rois et eacutetablit les rois donne la sagesse aux sages et la connaissance aux intelligents

Autres deacuteterminations 22Il reacutevegravele les choses profondes et cacheacutees connaicirct ce qui est dans les

teacutenegravebres et la lumiegravere demeure avec lui

Relation avec Dieu Beacuteneacutefice dans le don de la sagesse et de la connaissance

Beacuteneacuteficiaire Daniel et Nous

Contexte immeacutediat Intervention de Daniel

Contexte amplifieacute Le songe de Nabuchodonosor la statue composite

Malgreacute son caractegravere narratif Daniel 2 17-23 preacutesente cinq dynamismes

soteacuteriologiques signifieacutes par 24 champs seacutemantiques Dans cette peacutericope la trilogie

Reacuteveacutelation Mystegravere et Connaissance apparaicirct tout de mecircme comme champs seacutemantiques

de grande importance et fil conducteur de lavegravenement salvifique de Dieu non seulement

pour Daniel et ses compagnons mais aussi pour le roi et les sages de Babylone ainsi que

les intelligents et la creacuteation toute entiegravere Tous se preacutesentent comme beacuteneacuteficiaires de ces

dynamismes salvifiques

Mecircme si Daniel et ses compagnons sont beacuteneacuteficiaires (v 19 21 22) des actions

salvifiques geacuteneacutereacutees par Dieu qui se preacutesente dans le texte comme le principal agent

soteacuteriologique ces quatre jeunes juifs sont en mecircme temps protagonistes et agents des

dynamismes salvifiques pour les sages de Babylone En tant quagent soteacuteriologique

Daniel rend preacutesent le salut de Dieu dans la vie de ses compagnons (v 17) mais aussi

dans celle du roi et des sages de Babylone (v 24) En mecircme temps Ananias Misaeumll et

Azarias sont geacuteneacuterateurs des actions de salut non seulement pour Daniel et les sages de

Babylone mais aussi pour eux-mecircmes (v 18)

342 Panorama seacutemantique de Dn 2 17-23

Le tableau ci-dessous preacutesente un panorama des champs seacutemantiques preacutesents

dans les deux parties du texte

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Tabeaux 20 Panorama seacutemantique de la premiegravere seacutequence du texte

PREMIERE PARTIE DU TEXTE

No Champ seacutemantique Forme dexpression Reacutefeacuterence Freacutequence

1 Connaissance 17 2 הודע

2 Chosediscoursaffaire 17 2 מלתא

3 Maison 17 2 לביתה

4 Aller 17 2 אזל

5 Demande 18 2 למבעא

6 Miseacutericorde 18 2 ורחמין

7 Ciel 18 2 שמיא

8 Mystegravere 1819 2 רזה

9 Reacuteveacutelation 19 2 גלי

10 Vision

19 2 בחזוא

11 Nuit

19 2 די־ליליא

Tabeaux 21 Panorama seacutemantique de la deuxiegraveme seacutequence du texte

DEUXIEME PARTIE DU TEXTE

No Champ seacutemantique Forme dexpression Reacutefeacuterence Freacutequence

1 Changement 21 2 מהשנא

2 Tempsstations 21 2 וזמניא עדניא (2x)

3 Deacutetrocircnement (Deacutetrocircner) 21 2 מהעדה

4 Etablir 21 2 ומהקים

5 Don (Donner) 2123 2 יהבת יהב

6 Sagesse 21 2 לחכימין חכמתא(2x)23

7 Connaissance לידעי בינה ומנדעא

הודעתנא הודעתני

2

21(3x)23(2x)

8 Reacuteveacutelation גלא

2 22

9 Protection (choses cacheacutees) 22 2 ומסתרתא

10 Profondeur (choses

profondes)

22 2 עמיקתא

11 Teacutenegravebres 22 2 בחשוכא

12 Lumiegravere 22 2 ונהורא

13 Demeure 22 2 שרא

14 Force 23 2 וגבורתא

15 Maintenant 23 2 וכען

16 Demande 23 2 בעינא

17 Chose 23 2 מלת

Au deacutebut de la peacutericope Daniel fait connaicirctre agrave ses compagnons la situation de

vie ou de mort dans laquelle ils se trouvent Cette communication de Daniel agrave ses

compagnons exprimeacutee par le verbe ידע constitue la premiegravere action soteacuteriologique de

peacutericope Daniel est le sujet du verbe et donc celui qui fait connaicirctre En effet leacutetude

des champs seacutemantiques dun texte biblique montre que laction salvifique sexprime dans

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une grande varieacuteteacute de signifieacutes qui bien souvent napparaissent pas agrave premiegravere vue

comme terminologie speacutecifique du langage religieux mais qui font partie du langage de

la vie humaine dans ses multiples aspects389 Cest ainsi que linformation de Daniel agrave ses

compagnons engagent ceux-ci dans un processus et une dynamique de salut Les

compagnons de Daniel et les sages de Babylone sont donc les beacuteneacuteficiaires de cette action

salvifique

Ce faire connaicirctre est aussi exprimeacute dans la deuxiegraveme partie du texte non

seulement par le verbe ידע au vv 21 et 23 mais aussi accompagneacute des substantifs מנדע et

au v 21 Si Daniel est le sujet du verbe dans la premiegravere partie cest Dieu lui-mecircme בינה

qui en est le sujet dans la deuxiegraveme partie Dieu est alors agent soteacuteriologique par le fait

de donner la connaissance aux intelligents la sagesse et la force agrave Daniel et en faisant

connaicirctre agrave celui-ci et agrave ses compagnons ce quils ont demandeacute

Laction salvifique geacuteneacutereacutee par la communication de Daniel au v 17 poursuit son

dynamisme au v 18 dans la demande de la miseacutericorde divine de ses compagnons Cest

en faisant recours (le verbe בעה) agrave la miseacutericorde divine que Ananias Misaeumll et Azarias

beacuteneacuteficiaires de laction preacuteceacutedente devient eux-mecircmes protagonistes de laction

salvifique non seulement pour eux mais aussi pour Daniel et les sages de Babylone Dans

la premiegravere partie du texte le verbe בעה sarticule avec ידע dun cocircteacute et les רחמין divines

de lautre De mecircme dans la deuxiegraveme partie בעה sarticule de nouveau avec ידע dans

laction dont Dieu en est le protagoniste

Le v 19a se preacutesente comme le moment crucial du reacutecit ougrave le mystegravere est reacuteveacuteleacute

agrave Daniel dans une vision de nuit Le sujet du peil גלי est implicite mais le contexte montre

sans aucun doute que Dieu est celui qui reacutevegravele agrave Daniel le mystegravere Par la reacuteveacutelation du

mystegravere Dieu est alors lagent soteacuteriologique de cette action dont Daniel en est le

beacuteneacuteficiaire Ce dynamisme se poursuit dans la deuxiegraveme partie du texte par les actions

eacuteclatantes de Dieu sur lunivers Le vocabulaire gnoseacuteologique lieacute agrave la reacuteveacutelation et agrave la

connaissance du mystegravere sarticule avec le vocabulaire de temporaliteacute pour deacutecrire les

dynamismes salvifiques de Dieu dans lœuvre de la creacuteation et dans la vie de Daniel et de

ses compagnons Pour analyser ces dynamismes dans cette uniteacute textuelle et dans le livre

de Daniel et en deacutegager ses particulariteacutes il convient desquisser un aperccedilu

veacuteteacuterotestamentaire de la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

389 VALDIVIESO P O ZITZMANN M L Anaacutelisis semaacutentico-teoloacutegico del Nuevo Testamento p 56

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35 Approche veacuteteacuterotestamentaire de la reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

351 Une approche du mystegravere divin

3511 Le terme heacutebreu סוד

Dans la litteacuterature veacuteteacuterotestamentaire le terme grec μυστήριον trouve son

eacutequivalence dans le terme arameacuteen רז terme dorigine perse390 et de lheacutebreu סוד Le terme

heacutebreu סוד apparaicirct 21 fois dans la Bible heacutebraiumlque Dans la LXX סוד est traduit de

maniegravere diverse par plusieurs termes et ny est jamais traduit par le terme μυστήριον En

TH le terme apparaicirct 3 fois (Ps 25 14 Pr 20 19 Jb 15 8) et une fois chez Symmaque

(Pr 11 13)391

On peut se demander pourquoi la LXX na-t-il jamais traduit le terme סוד par

μυστήριον alors que dautres le traduisent par ce terme Le motif de cette reacuteserve de la

LXX paraicirct eacutevident car le pluriel de ce terme deacutesignait les cultes paiumlens secrets et les

traducteurs de la LXX en connaissaient lusage392 Mais aussi le terme heacutebreu סוד contient

souvent une connotation peacutejorative alors que pour la LXX le mot μυστήριον a une

tonaliteacute eacuteleveacutee et deacutesigne un deacutecret divin cacheacute393

Toutefois on peut aussi se demander pourquoi certains textes -comme on la vu

ci-dessus- traduisent alors סוד par μυστήριον malgreacute cette connotation peacutejorative En

effet le sens eacuteleacutementaire du mot est celui dune conversation confidentielle le fait de

parler en secret ou donner un conseil394 Dans un sens plus amplifieacute ce terme indique un

groupe de personnes qui partagent une intimiteacute et une confiance qui ne peut ecirctre trahie395

Le terme סוד revecirct donc lideacutee dun rassemblement intime soit divin ou seacuteculier deacutetenant

390 BROWN R The Semitic Background of the Term ldquoMysteryrdquo in the New Testament p 6 391 Cf BORNKAMM G μυστήριον col 678 392 PRUumlMM K Mystegraveres p 174 393 Ibid p 174 394 HARRIS L Dicionaacuterio Internacional de Teologia do Antigo Testamento p 1471 395 Ibid

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un secret dont le terme μυστήριον tout naturellement saisit le caractegravere priveacute de

leacuteveacutenement396 Le tableau ci-dessous preacutesente les diffeacuterentes traductions du terme סוד

dans la LXX Dans ses diverses connotations il napparaicirct quune fois dans le

Pentateuque six fois dans la litteacuterature propheacutetique et quatorze fois dans la section

poeacutetique et sapientiale397

Tabeaux 22 Tableau des diverses traductions du terme סוד dans la LXX

Genegravese Job Psaumes Proverbes Jeacutereacutemie Ezeacutechiel Amos

496 βουλή

158 σύνταγμα

1919 εἰδότες

294 ἐπισκοπὴν

2514 κραταίωμα

5515 ἐδέσματα

643 συστροφῆς

834 γνώμην

898 βουλῇ

1111 βουλῇ

332 συνεδριάζει

1113 βουλὰς

1522 συνέδρια

2019 X

259 ἀναχώρει

611 συναγωγὴν

1517 συνεδρίῳ

2318 ὑποστήματι

2322 ὑποστάσει

139 παιδείᾳ

37 παιδείαν

Il en ressort du tableau ci-dessus que le terme סוד est un terme assez commun qui

peut deacutesigner un conseil seacuteculier (Gn 49 6 Jr 6 11 15 17 Ez 13 9 Ps 55 15 64 3) ou

un secret (Pr 11 13 20 19 25 9) Toutefois il se reacutefegravere aussi au conseil divin (Jr 23

1822) ou au secret de Dieu (Am 3 7)398

396 GLADD B Revealing the mysterion p 21 et seq 397 BOCKMUEHL M Revelation and Mystery in Ancient Judaism and Pauline Christianity p 15 observe que le terme סוד napparaicirct jamais dans les contextes apocalyptiques 398 Cf GLADD B Revealing the Mysterio p 21

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3512 Le terme arameacuteen רז

Pour sa part le terme arameacuteen רז est traduit par μυστήριον dans toutes ses

occurrences aussi bien dans TH que dans la LXX (agrave lexception de Dn 4 6 qui ne se trouve

pas dans la LXX) Dans la litteacuterature veacuteteacuterotestamentaire le terme רז renvoie

particuliegraverement au livre de Daniel ougrave il apparaicirct 9 fois et essentiellement en Dn 2 Le

tableau ci-dessous preacutesente les occurrences du terme dans la Bible Heacutebraiumlque dans la

Septante et dans Theacuteodotion399

Tabeaux 23 Occurrences de רז dans la Bible Heacutebraiumlque la Septante et Theacuteodotion

Daniel BHS LXX TH

μυστηρίου μυστηρίου רזה 18 2

μυστήριον μυστήριον רזה 19 2

μυστήριον μυστήριον רזה 27 2

μυστήρια μυστήρια רזין 28 2

μυστήρια μυστήρια רזיא 29 2

μυστήριον μυστήριον רזא 30 2

μυστήρια μυστήρια רזין 47 2

μυστήριον μυστήριον רזה 47 2

רז 6 4

4 9 μυστήριον

Dans le livre de Daniel סוד napparaicirct jamais dans la partie heacutebraiumlque et

seulement le terme רז apparaicirct dans la partie arameacuteenne Le fait que la LXX ait eacuteviteacute de

traduire le terme סוד par μυστήριον (pour les motifs susciteacutes) et quavec TH tous deux

ont maintenu la traduction de רז par μυστήριον montre quil y existe agrave la base une

diffeacuterence significative entre le סוד heacutebreu et le רז arameacuteen En effet cest dans le livre

de Daniel que le mystegravere prend pour la premiegravere fois un sens qui sera important pour le

deacuteveloppement futur du terme celui du mystegravere eschatologique 400 Il sagit dune

intimation cacheacutee deacuteveacutenements divinement guideacutes et dont la reacuteveacutelation et linterpreacutetation

sont reacuteserveacutees agrave Dieu seul401

399 La traduction de רזי en Is 24 16 est incertaine TH et Symmaque le traduisent par μυστήριον mou (mon

secret) Cette interpreacutetation serait incertaine car le mot deacuterive de hzr et donnerait lieu agrave la traduction

(malheur agrave moi) Cf PRUumlMM K Mystegraveres p 174 Certains admettent la traduction du terme par

μυστήριον Cf NIEHAUS J Raz Peshar in Isaiah XXIV p 376 et seq 400 BORNKAMM G μυστήριον col 814 401 Ibid

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3513 Le μυστήριον dans les autres eacutecrits

Dans la LXX le terme μυστήριον apparaicirct eacutegalement dans les livres tardifs qui

ont eacuteteacute pour la plupart eacutecrits dans la langue grecque et reconnus comme

deuteacuterocanoniques402 Le tableau ci-dessous preacutesente les occurrences du terme dans les

eacutecrits deuteacuterocanoniques

Tabeaux 24 Occurrences de μυστήριον dans les eacutecrits deuteacuterocanoniques

Judith Tobie 2Maccabeacutees Sagesse Siracide

2 2 μυστήριον

12 7 μυστήριον

12 11 μυστήριον

13 21 μυστήρια

2 22 μυστήρια

6 22 μυστήρια

14 15 μυστήρια

14 23 μυστήρια

22 22 μυστηρίου

27 16 μυστήρια

27 17 μυστήρια

27 21 μυστήρια

En Judith 2 2 le μυστήριον est celui que deacutetient le roi avec ses aides de camp et

ses conseillers En Tobie 12 711 le μυστήριον sexprime dans une eacutetroite relation avec

le verbe laquo cacher raquo (κρύπτω) En mecircme temps il se situe en parallegravele avec ἀνακαλύπτω

dans les recommandations de Raphaeumll agrave Tobie et son fils En deacuteclarant agrave ce pegravere de famille

et agrave son fils de rendre gracircce agrave Dieu et de le beacutenir pour le bien quil leur a fait Raphaeumll

recommande que le μυστήριον du roi doit ecirctre cacheacute alors que les œuvres de Dieu doivent

ecirctre reacuteveacuteleacutees

402 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 183 observe que dans certains manuscrits le terme

μυστήριον apparaicirct aussi en Si 3 19 REYNIER C Evangile et mystegravere p 216 fait mention du terme

μυστήριον dans les apocalypses apocryphes et notamment en 1Heacuten 46 2 48 6-7 62 7 ougrave il a le sens dun

messie cacheacute pour apparaicirctre un jour Le terme a une dimension messianico-eschatologique GLADD B

Revealing the Mysterion p 52 signale que dans les termes les plus employeacutes agrave Qumracircn pour traduire la notion de secret le terme רז est le plus utiliseacute avec environ 120 occurrences dont 117 emplois ont un sens

eschatologique et seulement 3 en ont un sens seacuteculier

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En 2M 13 21 le contexte est celui de la trahison de Rodokos un soldat de larmeacutee

juive qui deacutevoilait les secrets aux ennemis Dans ce contexte les μυστήρια apparaissent

comme objet du verbe προσαγγέλλω (annoncer) Dans ces trois livres le μυστήριον est

donc employeacute non pas par rapport agrave Dieu dans un sens religieux mais par rapport au roi

et par rapport agrave un groupe de personnes qui deacutetiennent un secret qui ne doit pas ecirctre trahi

De mecircme en Sir 22 22 le mystegravere apparaicirct dans des situations de trahison dun

secret dami qui rend impossible la reacuteconciliation car qui reacutevegravele (ἀποκαλύπτω) les secrets

dun ami perd son creacutedit (27 161721) Mecircme sils sexpriment comme objet de

ἀποκαλύπτω les μυστήρια dans ce contexte sont encore les secrets dun ami403

En Sg 2 22 μυστήρια sexprime par rapport agrave Dieu En ignorant la destineacutee

immortelle de lhomme les impies ignorent les secrets de Dieu En Sg 6 22 il se preacutesente

comme objet du verbe ἀποκρύπτω En effet dans sa volonteacute de deacutecrire la sagesse le roi

Salomon sengage agrave ne pas cacher les mystegraveres Les μυστήρια sont ici employeacutes dans un

sens pratiquement religieux en lien avec Dieu

Toutefois en Sg 14 15 ougrave les mystegraveres ont eacutegalement une dimension religieuse

ceux-ci sexpriment par rapport aux rites dinitiation (τελετάς) qui sont transmis du pegravere

au fils et ces mystegraveres sont plutocirct des mystegraveres occultes qui naident pas agrave garder la pureteacute

ni dans la vie ni dans le mariage (14 23) Dans cet usage la relation entre les mystegraveres et

les rites dinitiation montrent un lien eacutevident avec les cultes paiumlens des religions

mysteacuteriques

403 PRUumlMM K Mystegraveres p 175 observe que le mot heacutebreu רז en Sir 8 18 serait la base du κρυπτόν de

la LXX Le cas de Sir 12 11 est plus douteux De plus Pruumlmm remarque que le mot μυστήριον se trouve

eacutegalement dans dautres passages de Siracide de la LXX sans leur correspondant heacutebreu Cest le cas de Sir 3 19 qui aurait la base de lheacutebreu סוד et qui fait allusion aux secrets divins reacuteveacuteleacutes aux humbles et non aux

orgueilleux

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352 Une approche de la Reacuteveacutelation et de la Connaissance divine

3521 La reacuteveacutelation et la racine verbale heacutebraiumlque

Lobjectif de cette section nest pas de faire un exposeacute systeacutematique sur la

reacuteveacutelation De prime abord la religion dIsraeumll est une religion de reacuteveacutelation qui se base

sur la croyance dun Dieu qui sest reacuteveacuteleacute agrave lhomme404 et qui continue agrave se reacuteveacuteler Il ne

sagit pas non plus de repeacuterer dans lEcriture toutes les formes de reacuteveacutelation divine405 Il

serait dailleurs inutile de chercher dans lAncien Testament un mot qui couvrirait la

notion de reacuteveacutelation406

Toutefois la langue heacutebraiumlque connaicirct plusieurs racines verbales qui dune

maniegravere ou dune autre servent agrave exprimer laction reacuteveacutelatrice de Dieu407 Le verbe dgn

dans ses 371 occurrences dans la Bible heacutebraiumlque est tregraves souvent employeacute pour exprimer

la reacuteveacutelation divine Mais cest un verbe qui possegravede une gamme de significations tregraves

ample408 Si son sens de base est celui de faire connaicirctre quelque chose agrave quelquun son

sens theacuteologique traduit ce qui est reacuteveacuteleacute tant par Dieu que par lhomme409

Ses quatre occurrences dans le livre de Daniel (2 2 9 23 10 21 11 2)

apparaissent dans des contextes tregraves significatifs La premiegravere occurrence de dgn en Dn 2

2 apparaicirct quand le roi fait appel agrave ses devins et magiciens pour lui interpreacuteter son recircve

En Dn 9 23 dgn apparaicirct dans le contexte de lannonce dune parole agrave Daniel par lange

Gabriel De mecircme en 1021 et 11 2 cest encore lange qui annonce agrave Daniel la veacuteriteacute et

ce qui est eacutecrit dans le livre de veacuteriteacute

En Daniel dgn revecirct donc une signification theacuteologique de lannonce ou de

linterpreacutetation Cest ce sens dinterpreacuteter quil faut comprendre en Daniel tout comme en

404 HAAG H Reacuteveacutelation col 586 405 LAncien Testament contient plusieurs formes de reacuteveacutelation divine et dont les plus particuliegraveres sont les

songes (rencontreacutes chez les patriarches) et les visions (particuliegraverement chez les prophegravetes) mais surtout

lexceptionnelle theacuteophanie du mont sinaiuml en Ex 19 16-25 dans son caractegravere unique et extraordinaire Pour

une eacutetude sur les diffeacuterentes formes de reacuteveacutelations voir HAAG H Reacuteveacutelation col 586 et seq FITERA

F M El concepto de revelacioacuten en el libro de Daniel p 119 et seq 406 HAAG H Op cit col 587 407 Ibid 408 Cf ALONSO SCHOKEL L Dicionaacuterio Biacuteblico Hebraico-Portuguecircs p 417 409 HARRIS L Dicionaacuterio Internacional de Teologia do Antigo Testamento p 1289

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152

Gn 41 24 car lusage de dgn particuliegraverement en Dn 2 2 exprime le caractegravere propheacutetique

de linterpreacutetation et non pas seulement de faire connaicirctre au roi son recircve410

Le verbe arameacuteen apparaissent 412har son eacutequivalent heacutebraiumlque et 411ה חז

respectivement 30 et 22 fois dans le livre de Daniel Au-delagrave de leurs significations

ordinaires les deux verbes sont aussi employeacutes en fonction des recircves et des visions qui

structurent les deux parties du livre et en constituent les deux formes essentielles de

reacuteveacutelation Alors que חזה est essentiellement employeacute dans la premiegravere partie du livre

(avec quelques occurrences en Dn 7 consideacutereacute comme la charniegravere des deux parties du

livre) le verbe har est essentiellement utiliseacute dans la deuxiegraveme partie413 Lemploi de ces

deux verbes montre une eacutevolution terminologique et seacutemantique dans le rapport entre les

recircves et les visions qui configurent les deux parties du livre

3522 Recircve et vision comme deux modes de reacuteveacutelation

En effet dans la litteacuterature veacuteteacuterotestamentaire le recircve et la vision sont deux

modes de reacuteveacutelation preacutesents aussi bien dans le Pentateuque que dans les autres eacutecrits

Ces deux modes de reacuteveacutelation sont exprimeacutes en Nb 12 6-8 dans un scheacutema concentrique

qui souligne la particulariteacute de la reacuteveacutelation divine agrave Moiumlse au-delagrave des deux formes

susciteacutees Toutefois ces deux modes de reacuteveacutelation et particuliegraverement les recircves entrent

dans une peacuteriode de crise au temps des prophegravetes414

Avec le prophegravete Jeacutereacutemie la question particuliegravere des recircves resurgit dans les

contextes de la poleacutemique avec les autres prophegravetes (Jr 25-31) Le deacutebat sur la propheacutetie

en posant des questions sur lauthenticiteacute de la parole propheacutetique conduit agrave une tentative

de rationalisation des rapports entre le songe et la vision reacuteservant le songe agrave la nuit et la

vision au jour415 Cest particuliegraverement dans le livre de Joeumll que reacuteapparaissent le songe

410 HUSSER J-M Le songe et la parole p 252 et seq 411 Occurrences de חזה dans la partie arameacuteenne de Daniel 2826313441(2x)4345 3192527 4

26710151720 5 523 7 12467911 9(2x)1321 412 Occurrences de har dans la partie heacutebraiumlque de Daniel 1 1013(2x)15 8 1(2x)2(3x)34671520 9

1821 10 57(2x)8 12 5 413 Dans la premiegravere partie du livre le verbe har est uniquement employeacute dans le sens commun en Dn 1

101315 414 Pendant cette peacuteriode de crise la vision comme mode de reacuteveacutelation divine na pas eacutechappeacute agrave la critique

propheacutetique Voir Ez 13 6-7 23 21 34 22 28 415 HUSSER J-M Songes col 1524

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et la vision comme expressions de la reacuteveacutelation propheacutetique sous leffet de leffusion de

lEsprit sur toute chair (Jl 3 1)

En effet loracle qui ouvre la seconde partie du livre de Joeumll place de nouveau en

parallegravele le songe et la vision comme manifestations types de lesprit propheacutetique416

על־כל־בשר ונבאו בניכם ובנותיכםוהיה אחרי־כן אשפוך את־רוחי זקניכם חלמות יחלמון בחוריכם חזינות יראו

Apregraves cela je reacutepandrai mon Esprit sur toute chair vos fils et vos filles propheacutetiseront

Vos anciens recircveront des recircves Vos jeunes gens verront des visions (Jl 3 1)

Le prophegravete Joeumll preacutesente un vocabulaire qui justifie la dimension propheacutetique de

leacutecrit et reacutesume lorigine et le don de lexpeacuterience religieuse en Israeumll417 Leffusion de

lEsprit accompagne degraves lors la propheacutetie et rend possible la reacuteveacutelation divine Par

leffusion de lEsprit il devient possible decirctre prophegravete de recircver les recircves et de voir

les visions comme veacutehicule de la communication divine418

Dans son vocabulaire le prophegravete Joeumll se deacutemarque de la propheacutetie classique et

annonce deacutejagrave les usages de lapocalyptique419 Le paralleacutelisme eacutetablit entre les expressions

voir les visions renvoie particuliegraverement au חזינות יראו recircver les recircves et חלמות יחלמון

livre de Daniel En faisant allusion au recircve de Nabuchodonosor Dn 2 13 emploie la

mecircme expression recircver un recircve qui rappelle celle du prophegravete Joeumll et correspond agrave un

usage plus ancien rencontreacute dans le cycle de Joseph (Gn 37 569 40 58 41 1115 42

9) dans le livre du Deuteacuteronome (Dt 13 246) et dans le livre des Juges (Jg 7 13)

Lexpression la plus courante pour dire recircver ou faire un recircve est celui de

laccusatif interne jai recircveacute un recircve qui sert agrave deacutesigner exclusivement des recircves

symboliques qui se distinguent des recircves-messages introduits par la formule dans un

recircve et preacuteceacutedeacutes du verbe deacutecrivant le mode dintervention de Dieu selon les contextes420

416 Ibid 417 FERNANDES L A O anuacutencio do dia do Senhor p 211 418 Ibid p 211 419 HUSSER J-M Songes col 1524 et seq Mecircme si la terminologie du prophegravete Joeumll sera en partie

utiliseacutee dans les textes apocalyptiques il ny a pas encore chez Joeumll de lapocalyptique agrave proprement parler

Nous reconnaissons avec FERNANDES L A O anuacutencio do dia do Senhor p 392 lexistence dune

eschatologie joelienne eacutelaboreacutee agrave partir de la theacutematique du Jour du Seigneur dans son caractegravere futur qui

demeure latent et ouvert pour reacutealiser lintervention de Dieu dans le but de reacutetablir une situation

deacutesordonneacutee et en particulier celle de la justice et du droit 420 HUSSER J-M Op cit col 1484

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3523 Une eacutevolution du recircve et de la vision chez Daniel

Dans la dynamique progressive du livre de Daniel lexpression recircver un recircve

employeacutee en Dn 2 13 est substitueacutee en 4 2 par lexpression voir un recircve (חלם חזית) Le

verbe voir est exprimeacute en 4 2 par la racine verbale חזה dougrave deacuterive le substantif חזון Ce

substantif est employeacute dans la deuxiegraveme partie du livre (Dn 7-12) pour indiquer le mode

de reacuteveacutelation agrave travers la vision421

En passant de lexpression recircver un recircve agrave voir un recircve le recircve comme mode

de reacuteveacutelation divine perd sa force et finit par ecirctre deacutecrit en termes de vision Le verbe חזה

employeacute dans lexpression voir un recircve est encore employeacute dans les chapitres 4 et 5

mais aussi le chapitre 7 qui contient les derniegraveres occurrences du verbe Ce rapprochement

terminologique qui creacutee une apparente confusion entre le recircve et la vision est

caracteacuteristique de lapocalyptique et le livre de Daniel est lexpression de lassimilation

progressive du recircve agrave la vision propheacutetique422

Ce changement terminologique marque une eacutevolution qui deacutebouche sur une

disparition progressive du recircve comme mode de reacuteveacutelation au profit de la vision agrave travers

les expressions dans ma vision de la nuit (בחזוי עם־ליליא) et visions de sa tecircte sur sa

couche (וחזו י ראשה על־משכבה)423 Le chapitre 7 par sa fonction dans le livre assure cette

transition des recircves aux visions par la derniegravere reacutefeacuterence du terme חלם en Dn 7 1 Il ne

sera plus que question de visions dans la suite du livre

Toutefois les deux mots utiliseacutes pour deacutesigner aussi bien les visions que les recircves

dans la partie arameacuteenne deacutenotent une certaine diffeacuterence Bien que chaque type de recircve

ou vision de nuit soit vu comme une communication venant de lexteacuterieur חזו est employeacute

pour souligner les visions qui viennent explicitement du Dieu de Daniel comme opposeacutees

aux recircves Babyloniens424 Le recircve qui a eacuteteacute un motif dominant dans la premiegravere partie du

livre avec 25 occurrences est employeacute uniquement en 7 1 dans la deuxiegraveme partie du

livre au profit de la vision qui en abonde

421 Dans la premiegravere partie du livre חזון apparaicirct en 1 17 2 1928 4 26710 Toutes ses occurrences dans

la section heacutebraiumlque sont au singulier (812(2x)13151726 92124 1014 1114) alors que dans la

section arameacuteenne il napparaicirct que 3 fois au singulier (219 7220) et 9 fois au pluriel (228 426710

7171315) 422 HUSSER J-M ldquoSongesrdquo col 1505 423 FITERA F M El concepto de revelacioacuten en el libro de Daniel p 148 424 MEADOWCROFT T J Aramaic Daniel and Greek Daniel p 180

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Par ailleurs חלום est parfois employeacute dans la Bible heacutebraiumlque pour exprimer la

reacuteveacutelation divine comme en Gn 37 5-10 Mais sil existe ici un seul verbe pour exprimer

les recircves (חלום) il existe plus dun verbe pour traduire les visions Dans le livre de Daniel

est uniquement employeacute dans la partie heacutebraiumlque en 1 17 2 123 et non directement חלום

en lien avec la reacuteveacutelation divine Son absence dans la deuxiegraveme partie du livre au profit

de son parallegravele heacutebraiumlque חזון largement employeacute et arameacuteen חזו (en 7 127131520)

souligne lorigine divine de la vision dans le livre de Daniel

En effet si le verbe voir dans la racine verbale חזה (ou ראה) est tregraves souvent

utiliseacute dans les reacutecits de visions on ne le trouve en principe jamais dans les reacutecits de

songes425 Cette eacutevolution est bien visible dans la dynamique du livre de Daniel ougrave le

verbe voir exprimeacute jusqualors par la racine חזה sera aussi substitueacute par la racine ראה

dans les chapitres 8 agrave 12426 A cet effet le substantif מראה deacuteriveacute de la racine ראה est aussi

employeacute avec חזון de maniegravere indistincte pour deacutesigner les visions comme unique forme

de reacuteveacutelation subsistant dans ce contexte427

Le fait que la vision de Dn 7 1 soit preacutesenteacutee comme un recircve est caracteacuteristique

de la situation charniegravere de ce chapitre situeacute entre les reacutecits haggadiques et la partie

apocalyptique428 En marquant la transition entre les deux parties du livre le chapitre 7

consacre lassimilation du recircve et de la vision Degraves lors la reacuteveacutelation du mystegravere ne pourra

ecirctre comprise que dans une vision de nuit (Dn 2 19) Si Nabuchodonosor est le

personnage recircveur Daniel en est le visionnaire

A travers les songes et les visions qui conforment ses deux parties le livre de

Daniel reacutecupegravere les deux modaliteacutes essentielles de la reacuteveacutelation biblique les recircves et les

songes qui trouvent leur deacutenominateur commun dans le personnage de Daniel qui

comprenait toutes les visions et les recircves (Dn 1 17)429

425 HUSSER J-M ldquoSongesrdquo col 1505 Les cas de Gn 41 22 et 31 10 ougrave il est question de voir les recircves deacutecrits avec la racine ראה en sont des exceptions 426 Les versets 10 14 et 11 14 font cas dexception dans cette finale du livre 427 Occurrences de מראה dans le livre de Daniel 1413(2x)15 815162627 9 23 10 167(2x)81618 428 HUSSER J-M Op cit col 1506 429 FITERA F M El concepto de revelacioacuten en el libro de Daniel p 141 et seq Dans le livre de Daniel

apparaissent dautres traits caracteacuteristiques de la reacuteveacutelation quil convient de signaler puisse quils ne seront

pas analyseacutes dans le cadre de cette eacutetude Le premier cas est celui de la reacuteveacutelation dune parole agrave Daniel dans lexpression en Dn 10 1 Malgreacute toutes les (une parole fut reacuteveacuteleacutee agrave Daniel) דבר נגלה לדניאל

diffeacuterences cette expression rappelle la formule propheacutetique par excellence (ויהי דבר־יהוה) rencontreacutee chez

les grands prophegravetes Mecircme si la formule (ויהי דבר־יהוה) est aussi retrouveacutee dans le Pentateuque et les livres

historiques et sapientiels il est plus freacutequent chez Jeacutereacutemie Ezeacutechiel et mecircme chez Zacharias Il est vrai que cette expression ne contient pas le nom de Dieu retrouveacutee dans la formule דבר־יהוה Aussi le verbe היה est

ici remplaceacute par le verbe גלה Pourtant sous langle de la reacuteveacutelation propheacutetique cette expression montre

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3524 expressions de la reacuteveacutelation et de la connaissance ידע et גלה

Sans rester insensible aux autres expressions et formes de reacuteveacutelation lobjectif de

cette section consiste agrave identifier les actions reacuteveacutelatrices de Dieu agrave partir des racines

verbales גלה et ידע Malgreacute leur porteacutee seacutemantique assez large la section arameacuteenne de

Daniel utilise le verbe hlggt en connexion avec le verbe pour transmettre lideacutee de la ידע

reacuteveacutelation divine430

Cette approche dans le cadre de notre eacutetude sinteacuteresse davantage au lien existant

entre ces deux verbes et le substantif qui constituent une trilogie importante dans רז

lexpression des dynamismes salvifiques Ce caractegravere salvifique est le trait essentiel de

la notion biblique de reacuteveacutelation et la racine verbale גלה est la racine heacutebraiumlque et

arameacuteenne qui correspond le plus fidegravelement au terme reacuteveacuteler431

En effet le verbe hlggt signifie deacutecouvrir deacutevoiler reacuteveacuteler manifester432 Dans

lAncien Testament la racine verbale גלה apparaicirct 187 fois dans la section heacutebraiumlque et 9

fois dans la section arameacuteenne uniquement dans les livres de Daniel et Esdras 4 10 5

12 On trouve une forte concentration du terme en Dn 2 ougrave il apparaicirct 7 fois sur un total

de 8 occurrences dans le livre433 Autrement dit le terme apparaicirct essentiellement dans la

la valeur de la parole qui constitue le prophegravete comme celui qui a reccedilu ou eacutecouteacute une parole Un autre trait

caracteacuteristique de la reacuteveacutelation chez les prophegravetes rencontreacute dans le livre de Daniel est limportance de

lEsprit et sa fonction dans la reacuteveacutelation Cette importance de lEsprit est exprimeacutee dans la seacutequence de lexpression י רוח־אלהין קדישין en Dn 4 5615 5 11 et en 5 (en qui demeure lesprit des dieux saints) וד

14 (en qui demeure lesprit des dieux) et enfin en 5 12 6 4 (esprit extraordinaire) En effet רוח et דבר ont

eacuteteacute traditionnellement consideacutereacutes comme deux formes distinctes de reacuteveacutelation caracteacuterisant respectivement

deux peacuteriodes historiques diffeacuterentes celle des prophegravetes posseacutedeacutes par lEsprit avant le VIIIe siegravecle et celle

des prophegravetes posseacutedeacutes par la parole du VIIIe siegravecle au prophegravete Jeacutereacutemie (Cf MOWINCKEL S The

Spirit and the Word in the Pre-Exilic Reforming Prophets p 199 et seq) Il savegravere impossible de limiter

les actions reacuteveacutelatrices de Dieu dans toutes ses composantes dans des cateacutegories mentales et temporelles

Avant le VIIIe les prophegravetes sous la mouvance de lEsprit eacutetaient-ils priveacutes de la parole Et les prophegravetes contemporains de Jeacutereacutemie eacutetaient-ils priveacutes de laction de lEsprit LEsprit et la parole sont deux

caracteacuteristiques essentielles de toute reacuteveacutelation De telle maniegravere que laction reacuteveacutelatrice de lEsprit na de sens que par laction de la parole Malgreacute son importance indeacuteniable le דבר ne constitue pas agrave elle seule

une modaliteacute de la reacuteveacutelation mais en est le contenu dont la transmission arrive agrave son terme agrave travers des

multiples modaliteacutes (Cf FITERA F M El concepto de revelacioacuten en el libro de Daniel p 145) 430 MEADOWCROFT T J Aramaic Daniel and Greek Daniel p 178 431 HAAG H ldquoReacuteveacutelationrdquo col 588 passim 432 ALONSO SCHOKEL L Dicionaacuterio Biacuteblico Hebraico-Portuguecircs p 138 433 Les ocurrences du verbe גלה dans le livre de Daniel Dn 2 192228293047 (2x) 101

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premiegravere partie du livre caracteacuteriseacutee par les songes et seulement une fois dans la deuxiegraveme

partie caracteacuteriseacutee par les visions434

Dans le texte de la LXX du livre de Daniel גלה est traduit en des termes varieacutes tels

que avnakaluptw (2 222829) ἐκφαίνω (2 193047) et δείκνυμι (10 1) Le texte de TH

quant agrave elle traduit le verbe גלה par avpokaluptw dans les versets ci-dessus et en fait

eacutegalement un ajout dans le contexte de Dn 11 35 ougrave le verbe bel (blanchir rendre blanc

purifier) est eacutegalement traduit par le verbe avpokaluptw Le tableau ci-dessous preacutesente

les diffeacuterentes formes dexpressions de גלה dans les deux sections du livre

Tabeaux 25 Expressions de גלה dans le livre de Daniel

Daniel Section arameacuteenne Section heacutebraiumlque

גלי 19 2

גלא 22 2

גלא 28 2

וגלא 29 2

גלי 30 2

למגלא וגלה 47 2

נגלה 1 10

Par ailleurs la terminologie employeacutee dans le livre de Daniel pour signifier la

connaissance du mystegravere divin et tregraves lieacutee au verbe hlggt est particuliegraverement la racine ידע

En effet ידע est employeacute dans lAncien Testament avec une escale de significations

damplitude consideacuterable toutefois il nest pas possible de faire une histoire deacutetailleacutee de

leacutevolution de ces significations agrave linteacuterieur ou agrave lexteacuterieur de lAncien Testament435

Dans le domaine du savoir nous retenons que ידע deacutesigne le savoir qui provient

de la perception de lexpeacuterience et de la connaissance un savoir qui peut ecirctre appris et

transmis436 Dans le domaine de la reacuteveacutelation le niphal (se faire connaicirctre se manifester)

et le hiphil (faire connaicirctre manifester) de ידע sont employeacutes comme concepts de

reacuteveacutelation437

434 Pour la structure du livre de Daniel nous nous remettons agrave la division bipartite traditionnellement

reconnue par la majoriteacute des commentateurs Voir ALONSO SCHOKEL L SICRE DIAZ J L Profetas

II p 1262 passim 435 SCHOTTROFF W ידע col 947 436 Ibid col 949 437 Ibid col 957

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Dans la dynamique du livre de Daniel le verbe arameacuteen ידע apparaicirct 36 fois alors

que son eacutequivalence heacutebreu ידע napparaicirct que 7 fois438 Le tableau ci-dessous preacutesente les

variations de ce verbe dans le livre de Daniel et son usage assez diversifieacute dans la LXX

Tabeaux 26 Emploi de ידע dans le livre de Daniel et eacutequivalences dans la LXX

Equivalence dans la LXX ידע dans la section en

arameacuteen

Dans la section en ידע

heacutebreux

14 συνετός ידע

22 ἀναγγέλλω

23 ἐπιγινώσκω ידע

24 ἀναγγέλλω hwx

25 δηλόω ἀπαγγέλλω ידע

26 δηλόω ἀναγγέλλω hwx ((2x)

27 hwx

28 οἶδα ידע

29 δηλόω γινώσκω ἀπαγγέλλω ידע hwx

29 δηλόω ידע

210 hwx

211 δηλόω hwx

216 δηλόω hwx

ידע 215

217 ὑποδείκνυμι ידע

221 σύνεσις ידע

222 γινώσκω ידע

223 δηλόω ידע

ידע 223

224 δηλόω hwx

225 δηλόω ידע

226 δηλόω ידע

227 hwx

228 δηλόω ידע

229 δηλόω ידע

230 δηλόω ידע

ידע 230

ידע 245

247 δηλόω

315 γινώσκω

ידע 318

332 hwx

345 γινώσκω

ידע 43

ידע 44

438 Ocurrences de ידע dans la partie arameacuteenne Dn 2 589(2x)1517212223(2x)2526282930(2x)45

dans la partie heacutebraiumlque Dn 1 ידע 16 7 1116 6 8151617212223 5 3461415222329 4 318

4 2 3 8 19 9 25 10 20 11 3238

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ידע 46

ידע 414

ידע 415

417 γινώσκω

418 ὑποδείκνυμι

ידע 422

ידע 423

ידע 429

431 ἐπιγινώσκω

437 ὑποδείκνυμι

57 ἀπαγγέλλω ὑποδείκνυμι hwx

58 ἀπαγγέλλω ידע

59 ἀπαγγέλλω ὑποδείκνυμι

512 ὑποδείκνυμι hwx (2x)

hwx ידע 515

516 ὑποδείκνυμι ידע

517 ἀναγινώσκω ידע

ידע 521

ידע 522

ידע 523

64 συνετός

66 οἶδα

69 οἶδα

611 ἐπιγινώσκω ידע

ידע 616

716 δηλόω ידע

819 ἀπαγγέλλω ידע

922 ὑποδείκνυμι

923 ὑποδείκνυμι

925 γινώσκω ידע

1014 ὑποδείκνυμι

1020 γινώσκω ידע

1021 ὑποδείκνυμι

112 ὑποδείκνυμι

1132 γινώσκω ידע

1138 γινώσκω ידע

1139 ἐπιγινώσκω

Dans la version de Theodition les verbes [dygt ou [dy mais aussi hwx sont

geacuteneacuteralement traduits par γνωρίζω (reacuteveacuteler faire connaicirctre) ou par γινώσκω (connaicirctre)

Par contre dans la LXX du livre de Daniel ougrave γνωρίζω est pratiquement absent on trouve

un usage tregraves diversifieacute des verbes δηλόω (montrer reacuteveacuteler faire connaicirctre) 439 qui

439 Le verbe apparaicirct 15 fois dans le livre de Daniel 2 569(2x)11162324252628293047 716

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apparaicirct 15 fois ὑποδείκνυμι (12 fois) γινώσκω qui apparaicirct 9 fois440 et dautres verbes

preacutesenteacutes dans le tableau ci-dessus

Lemploi de [dy dans les sections arameacuteenne et heacutebraiumlque du livre de Daniel est

essentiellement seacuteculier Toutefois son usage en lien avec la reacuteveacutelation divine et de

maniegravere particuliegravere en eacutetroite relation avec hlGgt et zr est particuliegraverement relevant dans le

cadre de notre eacutetude Dans tous les usages du verbe [dy dans la section heacutebraiumlque le cas

le plus relevant est son expression en Dn 11 32 ougrave Dieu apparaicirct comme objet du verbe

[dy Le peuple sera fort parce quil connaicirct son Dieu Ici le verbe [dy ne sexprime pas en

lien avec hlGgt et zr comme cest particuliegraverement le cas dans la section arameacuteenne

En effet dans la section arameacuteenne lemploi de [dygt en Dn 2 17-23 ainsi que les

vv 2 28-3045 savegravere particuliegraverement significatif En plus de son lien tregraves eacutetroit avec

hlGgt et zr Dieu apparaicirct comme le sujet du verbe [dygt dans toutes ses occurrences dans lrsquouniteacute

textuelle de Dn 2 17-23441 ainsi que dans les vv 2 28-2945 De plus toutes les

occurrences du verbe hlggt sont lieacutees au mystegravere non seulement en Dn 2 17-23 mais aussi

dans tout le chapitre 2 Apregraves ces observations qui montrent limportance des champs

seacutemantiques de la connaissance et de la reacuteveacutelation comme composantes essentielles du

mystegravere il convient degraves lors desquisser une hermeacuteneutique theacuteologique de cette trilogie

dans la perspective des dynamismes soteacuteriologiques preacutesents dans ce texte

36 Hermeacuteneutique theacuteologique des dynamismes soteacuteriologiques en Dn 2 17-23

361 Les termes hlggt zr et [dygt comme expression de la reacuteveacutelation divine

Lanalyse litteacuteraire du texte a permis didentifier une eacutevolution dans lusage des

termes et leur importance dans la dynamique du livre et particuliegraverement en Dn 2 Cest

ainsi quil a eacuteteacute remarqueacute que les termes ~lxervP et hwx aussi essentiels en Dn 2 sont

totalement absents dans la partie centrale du chapitre constitueacutee par les vv 17-23

440 Et preacutecisement en Dn 2 922 3 1545 4 17 9 25 10 20 11 3238 441 Lunique exception est le v 2 17 ougrave Daniel apparaicirct comme sujet de ce verbe

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Pourtant ces trois termes ~lxervP et hwx sont dune importance particuliegravere en Dn 2 dans

le processus de compreacutehension et dinterpreacutetation du recircve du roi Nabuchodonosor

Par contre en Dn 2 17-23 apparaissent les termes hlGgt et zr en lien avec [dygt comme

fil conducteur de lactiviteacute reacuteveacutelatrice de Dieu et expression des dynamismes salvifiques

preacutesents dans le texte Les termes hlGgt et zr font leur premiegravere apparition dans ce contexte

en lien avec le Dieu dIsraeumll le seul capable de reacuteveacuteler le mystegravere De plus le verbe [dygt

dont Dieu est essentiellement le sujet dans ce contexte prend une connotation particuliegravere

en lien avec la reacuteveacutelation divine du mystegravere

En effet une lecture attentive du texte montre que les sages de Babylone

nemploient jamais le verbe [dygt dans leur dialogue avec le roi Et lorsque ce dernier

emploie le verbe [dygt indistinctement avec le verbe hwx en lien avec le recircve et son

interpreacutetation il le dirige aux sages de Babylone comme ceux qui pourraient lui faire

connaicirctre son recircve et son interpreacutetation Ce qui na pas eacuteteacute le cas dans le reacutecit car les sages

de Babylone nont pas pu trouver une reacuteponse agrave leacutenigme du roi

Par contre dans le discours de Daniel avec le roi Dieu apparaicirct comme le sujet

du verbe [dygt celui agrave qui il revient de faire connaicirctre le mystegravere (2 282930) La

connaissance dont il est question nest plus un simple fruit de lexpeacuterience humaine mais

une connaissance dont Dieu est lorigine et dont Lui seul peut en disposer et donner agrave qui

il veut

Dans la dynamique du texte le terme rvP est geacuteneacuteralement employeacute comme objet

du verbe hwx Or dans larameacuteen biblique ce terme est presque exclusivement un terme de

la pratique mantique 442 Ce changement terminologique implique eacutegalement une

eacutevolution seacutemantique dans laquelle le terme zr et ses composantes hlGgt et [dygt vont jouer un

rocircle deacutecisif dans lactiviteacute reacuteveacutelatrice de Dieu443

En effet les vv 17-23 ont eacuteteacute consideacutereacutes comme centre theacuteologique et point focal

du reacutecit444 De plus lun des avantages de la structure concentrique (agrave lexemple de Dn 2

442 VANDERKAM J Mantic Wisdom in the Dead Sea scrolls p 350 reconnaicirct que lassociation du terme avec la mantique a eacuteteacute bien deacutemontreacutee et que ce terme eacutetait employeacute dans lAkkadien avec des nuances פשר

diffeacuterentes en lien avec la manipulation des recircves divinatoires MEADOWCROFT T J Aramaic Daniel

and Greek Daniel p 177 reconnaicirct eacutegalement ce terme comme faisant partie du vocabulaire mantique Cet

auteur remarque aussi un brin dans la Bible heacutebraiumlque ougrave ce terme fonctionne comme un terme de la sagesse

aphoristique utiliseacutee dans la deacuteclaration dopinions ou de connaissance sur Dieu (Ps 19 3 Jb 32 1017 36

2) 443 Malgreacute que les termes רז et פשר soient tregraves lieacutes en Dn 2 comme le montre BEALE G K The Use of

Daniel in Jewish Apocalyptic Literature and in the Revelation of St John p 12-13 la dynamique du reacutecit

montre une diffeacuterence importante dans lusage des deux termes 444 PRINSLOO GTM Two Poems in a Sea of Prose p 100

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dont les vv 17-23 constituent le centre) est la localisation au centre du reacutecit du thegraveme

principal deacuteveloppeacute dans le texte445 En ce sens on est en droit de reconnaicirctre quen situant

le message principal dans les vv 17-23 au centre du reacutecit lauteur de Dn 2 choisit tout

de mecircme un langage approprieacute pour exprimer le contenu de son message Ce langage

passe neacutecessairement par lintroduction du mystegravere et ses composantes dans cette partie

centrale du reacutecit

Par lapparition de cette trilogie qui devient deacutecisif dans la suite du reacutecit tout effort

humain de comprendre et dinterpreacuteter le recircve par la seule sagesse humaine se noie dans

loceacutean de la reacuteveacutelation et de la connaissance du mystegravere divin Les qualiteacutes humaines et

intellectuelles exigeacutees par la cour royale et deacutecrites en Dn 1 vont faire place agrave une sagesse

inspireacutee par Dieu une connaissance reacuteveacuteleacutee ainsi que des aptitudes surhumaines qui

sexercent exclusivement dans linterpreacutetation des recircves446 La peacutericope de Dn 2 17-23

devient le lieu par excellence des enjeux theacuteologiques du reacutecit preacutesenteacute en Dn 2 Cette

peacutericope organiseacutee dune partie en prose et dune partie poeacutetique preacutesente une uniteacute

interne coheacuterente dans ses eacuteleacutements

Pourtant certains commentateurs ont montreacute que le poegraveme de Dn 2 20-23 inclus

dans la partie centrale du texte est inapproprieacute agrave la forme geacuteneacuterale du chapitre 2 et doit

ecirctre consideacutereacute comme une addition tardive agrave la narration447 En laissant de cocircteacute les termes

~lxervP et hwx lieacutes agrave la compreacutehension et agrave linterpreacutetation des recircves pour choisir les termes

hlggt zr et [dygt dans la partie centrale du texte lauteur de Dn 2 est en train de pointer le doigt

sur un eacuteleacutement essentiel

445 LENGLET A ldquoLa structure litteacuteraire de Daniel 2-7rdquo p 170 446 HUSSER J-M Le songe et la parole p 252 et seq 447 NIDITCH S DORAN R The Success Story of the Wise Courtier A Formal Approach p 191

souligne limportance de la supreacutematie de Dieu et laction de gracircce dans les vv 20-23 mais les considegravere

comme inapproprieacutes dans le reacutecit de Dn 2 MOWINCKEL S Psalm and Wisdom p 217 considegravere le

poegraveme de Dn 2 20-23 comme une addition dans le livre PLOumlGER O Das Buch Daniel p 50 reconnaicirct

les vv 17-23 comme centre du reacutecit mais considegravere que le poegraveme des vv 20-23 a eacuteteacute composeacute pour

reacutepondre agrave la situation preacutepareacutee par le reacutecit Par contre dans son eacutetude PRINSLOO GTM Two Poems in a Sea of Prose p 100 montre que le poegraveme de Dn 2 20-23 fonctionne comme centre theacuteologique et

point focal du reacutecit Il souligne lorigine en Dieu de toute sagesse et de tout pouvoir Cependant Prinsloo

se limite agrave consideacuterer le poegraveme comme centre theacuteologique seulement agrave partir des thegravemes de la supreacutematie

de Dieu comme source de sagesse et de pouvoir Son analyse ne prend pas en compte les vv 17-19 qui

constituent avec les vv 20-23 le centre du reacutecit La structure concentrique de Dn 2 trouve son centre dans

les vv 17-23 et non seulement dans les vv 20-23 Ce centre de nature bipartite doit ecirctre consideacutereacute et analyseacute

du point de vue de son uniteacute et non dans la division de ses deux parties En le consideacuterant dans son uniteacute

on voit dans ce centre limportance du changement terminologique qui implique une eacutevolution seacutemantique dans la dynamique du reacutecit Cest dans cette perspective que nous soulignons lusage des termes רז hlGgt et

qui deviennent deacutecisifs dans ce contexte ידע

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Au-delagrave de toute recherche sur lidentification historique de la statue composite

le Dieu dIsraeumll est la source de la veacuteritable sagesse qui gouverne lunivers Il ny a certes

pas de confrontation entre Daniel et les sages de Babylone mais la preacutesence toujours

impuissante de ces derniers met en vue cette distinction entre un savoir humain et une

sagesse divine448

Si la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance exprimeacutee par les termes hlggt zr et

[dygt devient le fil conducteur du reacutecit quel est son contenu et sa signification theacuteologique

en Dn 2 17-23 Comment la peacutericope de Dn 2 17-23 devient-elle fondamentale dans la

compreacutehension de lavegravenement salvifique du Dieu dIsraeumll

362 La priegravere de Daniel et ses compagnons Condition neacutecessaire pour la reacuteveacutelation divine et lavegravenement salvifique

La reacutefeacuterence aux trois compagnons de Daniel en Dn 2 17 a eacuteteacute consideacutereacutee par

certains commentateurs comme un rocircle superficiel attribueacute agrave ces derniers dans la

dynamique du reacutecit449 Pourtant Dn 2 17 preacutesente le premier dynamisme salvifique de la

partie centrale du reacutecit En effet degraves son retour agrave la maison Daniel fit connaicirctre (הודע) la

chose agrave ses compagnons Si le recircve est essentiellement orienteacute vers le roi Nabuchodonosor

et son empire on ne peut perdre de vue ce que le texte suggegravere sur lattitude du juif en

terre eacutetrangegravere450

Cest preacuteciseacutement dans cette attitude du juif en terre eacutetrangegravere quil est possible de

faire une lecture et une interpreacutetation theacuteologique des dynamismes soteacuteriologiques

preacutesents dans le texte Dans ce sens le retour de Daniel agrave la maison 451 suivi du

rassemblement avec ses compagnons nest pas un simple deacutetail secondaire Cest un

moment significatif non seulement dans la compreacutehension de cette attitude juive en terre

448 HUSSER J-M Le songe et la parole p 255 449 COLLINS J J Daniel p 153 affirme que les compagnons de Daniel ont un rocircle superficiel dans le

reacutecit et quils ont eacuteteacute preacutesenteacutes en 2 49 tout simplement comme une preacuteparation au chapitre 3 450 SMITH-CHRISTOPHER D The Book of Daniel p 52 451 Dans le livre de Daniel le terme בית apparaicirct en 1 2(3x) 2 517 329 4 127 5 31023 6 11 Son

occurrence en 2 17 est lunique fois ougrave la maison comme lieu dhabitation est preacutesenteacutee dans le livre comme un lieu de priegravere Ceci est bien diffeacuterent de son usage en Dn 1 2 dans les expressions בית־האלהים

(maison de Dieu) et בית אלהיו (maison de ses dieux) Dans ce sens DI LELLA A A Il libro de Daniele

p 38 observe que cette indication pourrait ecirctre le premier exemple dans lEcriture ougrave lon fait reacutefeacuterence agrave

une maison dhabitation comme lieu de rencontre pour la priegravere

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eacutetrangegravere452 mais aussi dans lavegravenement de laction salvifique du Dieu dIsraeumll dont

Daniel et ses compagnons en sont les protagonistes

Dans ce contexte Daniel apparaicirct comme le premier intermeacutediaire de lavegravenement

salvifique de Dieu en faisant connaicirctre la situation agrave ses compagnons afin de les engager

eux aussi dans ce dynamisme de salut agrave travers une attitude de priegravere Le dynamisme

initieacute par Daniel au v 17 est donc renforceacute par son expression affine au v 18 qui devient

agrave son tour la deuxiegraveme action salvifique de la peacutericope

Cette premiegravere action dont Daniel est le sujet est signifieacutee par le haphel הודע qui

sentrelace avec לביתה מלתא et אזל pour donner suite agrave ce dynamisme Pour les sages de

Babylone il n y a aucun rapport entre le monde des hommes et celui des dieux dont la

demeure nest point parmi les ecirctres de chair (Dn 2 11) Les sages de Babylone situent

leurs diviniteacutes et les hommes dans deux mondes totalement diffeacuterents453 Alors que pour

Daniel il y a un Dieu qui existe dans le ciel et qui eacutecoute la priegravere de ceux qui crient vers

lui Il est donc inutile de chercher agrave comprendre ou interpreacuteter le recircve du roi agrave partir dune

sagesse purement humaine454

Ce nest ni dans la sagesse humaine ni dans les pratiques divinatoires que se trouve

la clef de compreacutehension de ce mystegravere Cest dans un climat de priegravere dirigeacutee au Dieu du

ciel quil faut se laisser instruire Ce qui eacutetait appeleacute מלתא en 2 58111517 devient en 2

18 un mystegravere plein de rationaliteacute et de sagesse455 Si en 2 18 le רז danieacutelique inclut le

contenu du recircve et son interpreacutetation456 on comprend alors pourquoi les termes ~lxervP et

hwx sont totalement absents dans cette section du texte

452 SMITH-CHRISTOPHER D The Book of Daniel p 52 se limite agrave souligner lattitude du juif comme moment significatif dans luniteacute textuelle Touefois au-delagrave de cette attitude juive il faut y voir lavegravenement

salvifique de Dieu qui advient en terre eacutetrangegravere et dont Daniel et ses compagnons en sont les protagonistes

dans la dynamique du reacutecit Le problegraveme de fond nest pas celui dun conflit entre les Israeumllites et les

Babyloniens mais de montrer la supeacuterioriteacute du Dieu dIsraeumll non seulement sur les hommes y compris le

roi Nabuchodonosor mais aussi sur les diviniteacutes babyloniennes 453 GLADD B Revealing the Mysterion p 46 reconnaicirct que par leur reacuteponse en Dn 2 11 les sages de

Babylone montrent que leurs dieux ne divulguent pas de telles informations aux hommes mais le Dieu de

Daniel diffeacuterent des dieux babyloniens est caracteacuteriseacute par sa reacuteveacutelation 454 LACOCQUE A Le livre de Daniel p 46 observe que Dn 2 28 soppose radicalement agrave laffirmation

des Chaldeacuteens en Dn 2 11 sur la non communication entre le divin et lhumain 455 MARCONCINI B Daniele p 68 Cet auteur reconnaicirct que le principal motif qui unifie cette scegravene est le concept de mystegravere Dans le mecircme sens BEALE G K The Use of Daniel in Jewish Apocalyptic Literature and in the Revelation of St John p 17 afirme mais sans le montrer que ce mystegravere (רז) dans la

plupart de ses emplois est associeacute aux verbes hlGgt et ידע Son analyse soriente davantage dans la relation

entre רז et פשר sans lequel dit-il le mystegravere ne peut ecirctre compris Pourtant פשר napparaicirct pas dans la

peacutericope de Dn 2 17-23 et le terme רז se pose en imposant une autre perspective qui sera deacutemontreacutee dans

la suite de cette eacutetude 456 Cf BEALE G K The Use of Daniel in Jewish Apocalyptic Literature and in the Revelation of St John

p 13 Voir aussi BROWN R The Semitic Background of the Term ldquoMysteryrdquo in the New Testament p 7

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Par ailleurs diffeacuterent de son eacutequivalent heacutebraiumlque סוד qui revecirct une varieacuteteacute de sens

le רז danieacutelique est exclusivement lieacute au dynamisme de la reacuteveacutelation divine Le cadre de

cette reacuteveacutelation est exprimeacute en Dn 2 17 par la mention de la maison comme lieu de priegravere

et dont le verbe אזל contribue dans sa deacutelimitation avec le contexte anteacuterieur

Toutefois le dynamisme salvifique initieacute par Daniel ne sachegraveve pas dans cette

premiegravere action dont Daniel est le sujet du verbe principal הודע La finaliteacute de laction qui

a pourtant une extension future contenue dans linaccompli יהבדון est exprimeacutee au v 18

par linfinitif למבעא Pour que Daniel et ses compagnons ne peacuterissent pas avec les sages

de Babylone il faudra que Ananias Misaeumll et Azarias implorent la miseacutericorde divine

363 La communion comme condition neacutecessaire de lavegravenement salvifique

Les quatre fils dIsraeumll se trouvent en terre eacutetrangegravere dans une situation deacutelicate de

leur existence Le retour de Daniel agrave la maison est un moment propice pour se retrouver

avec ses compagnons et raffermir leur lien de communion fraternelle en celui agrave qui ils ont

mis leur confiance Vu lurgence de la situation Daniel aurait pu se retirer tout seul en

priegravere apregraves sa rencontre avec le roi en 2 16 Le rassemblement avec ses compagnons

met en vue limportance de la priegravere communautaire

Ce moment de priegravere eacutetablit un lien commun et une solidariteacute entre les participants

en renforccedilant la foi de chacun dans une situation de peacuteril457 En restant fidegraveles agrave leur Dieu

Daniel et ses compagnons ne vivent pas leur foi de maniegravere isoleacutee les uns des autres Cest

dans la priegravere communautaire que cette foi salimente et saffermit particuliegraverement dans

des moments dadversiteacutes

En effet le scheacutema de lhistoire de Daniel a certainement des similitudes dans le

Proche Orient ancien458 Dans ce sens cette histoire peut ecirctre lue selon le type dun reacutecit

traditionnel ougrave une personne de statut infeacuterieur (prisonnier eacutetranger serviteur jeune) est

emmeneacutee devant une personne de classe supeacuterieure (roi chef) pour reacutepondre agrave une

457 Voir aussi DI LELLA A A Il libro di Daniele p 38 et SEGAL M From Joseph to Daniel The

Literary Development of the Narrative in Daniel 2 p 130 458 Pour une eacutetude sur les histoires semblables agrave celle de Daniel dans le Proche Orient ancien voir WILLS

L M The Jews in the Court of the Foreign King p 182 passim HUMPHREYS W L A life-style for

Diaspora A Study of the Tales of Esther and Daniel p 217

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question difficile ou reacutesoudre un problegraveme qui exige une intelligence profonde459 La

situation de Daniel comme exileacute en terre eacutetrangegravere reacutepond aux caracteacuteristiques de ces

histoires traditionnelles

Toutefois dans lhistoire de Daniel la demande de priegravere apparaicirct comme un

eacuteleacutement theacuteologique proeacuteminent qui montre que Daniel ne reacutesout pas le problegraveme par sa

propre sagesse mais par la gracircce de la reacuteveacutelation divine460 En effet le verbe hlGgt au hafel

signifie deacuteporter exiler et le substantif arameacuteen qui en deacuterive est WlGgt qui signifie exil

deacuteportation461 En Dn 2 25 Daniel est identifieacute par Aryock comme lun des deacuteporteacutes de

Juda (גלותא די יהוד)462

Le lien verbal est ainsi fait entre Dieu le reacuteveacutelateur et Daniel le deacuteporteacute agrave travers

qui Dieu est capable de reacuteveacuteler son mystegravere463 Si en Dn 2 25 Daniel a eacuteteacute preacutesenteacute par

Aryock comme lun des deacuteporteacutes de Juda en Dn 2 47 le roi preacutesente Daniel aux cocircteacutes de

son Dieu comme celui qui reacutevegravele le mystegravere Mecircme si Daniel est preacutesenteacute comme un

modegravele pour un style de vie dans la diaspora464 on ne peut pas perdre de vue que cest le

Dieu dIsraeumll qui continue decirctre le plus grand protagoniste dans le succegraves du jeune juif en

terre eacutetrangegravere

En mecircme temps sur le plan de lavegravenement salvifique le rocircle de Daniel et ses

compagnons nest ni neacutegligeable ni secondaire Les quatre juifs de la diaspora deviennent

dans un contexte de peacuteril des meacutediations indispensables de la gracircce salvifique du Dieu

dIsraeumll en terre eacutetrangegravere Dans sa toute-puissance le Dieu dIsraeumll aurait pu agir sans

aucune meacutediation humaine En se servant de la meacutediation de Daniel et ses compagnons

pour le deacuteploiement de laction salvifique de Dieu la peacutericope met en vue limportance

de la meacutediation humaine comme agent soteacuteriologique de lavegravenement salvifique Cette

meacutediation humaine passe neacutecessairement par Daniel et ses compagnons qui sont les seuls

personnages protagonistes de lavegravenement salvifique de Dieu dans la partie centrale du

reacutecit

Daniel (et ses compagnons) nutilise pas les artifices babyloniens traditionnels de

divinations mais un moyen supeacuterieur daccegraves agrave la reacuteveacutelation agrave travers la priegravere465 Ce

459 NIDITCH S DORAN R The Success Story of the Wise Courtier p 180 460 COLLINS J J A imaginaccedilatildeo apocaliacuteptica p 140 461 HARRIS L Dicionaacuterio Internacional de Teologia do Antigo Testamento p 1676 462 Dans larameacuteen biblique en dehors de Dn 2 le verbe hlGgt apparaicirct uniquement en Esd 4 10 et 5 12

Toutes les deux occurrences se trouvent au hafel signifiant ecirctre deacuteporteacute 463 MEADOWCROFT T J Aramaic Daniel and Greek Daniel p 182 464 Cf HUMPHREYS W L Op cit p 222 passim 465 COLLINS J J A imaginaccedilatildeo apocaliacuteptica p 141

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moment de priegravere de nature communautaire montre clairement la distance prise par les

jeunes juifs de la diaspora par rapport aux dieux babyloniens

364 La miseacutericorde divine lieu de lavegravenement salvifique

La connaissance de la situation dont Daniel a eacuteteacute le sujet introduit les jeunes juifs

dans un processus qui va rendre effective lavegravenement salvifique Par leur intersession

les compagnons de Daniel deviennent non pas des figurants dans un rocircle secondaire mais

des protagonistes de lavegravenement salvifique de Dieu dans une situation de peacuteril En effet

malgreacute ses multiples sens dans la dynamique du livre linfinitif construit למבעא deacutecrit au

v 18 une priegravere de demande agrave Dieu dans une situation reacuteelle de crise une situation dans

laquelle Daniel et ses compagnons seraient morts si Dieu dans sa miseacutericorde ne leur

reacuteveacutelait pas le mystegravere qui a embarrasseacute les sages de Babylone466

Linfinitif למבעא a donc pour objet la miseacutericorde divine exprimeacutee par le terme

qui en est lunique emploi dans la partie arameacuteenne du livre de Daniel En ורחמין

sentrelaccedilant avec dautres champs seacutemantiques dans ce tissu textuel le הודע de laction

initiale du v 17 deacutebouche sur la reacuteveacutelation du mystegravere agrave Daniel au v 19

Par ailleurs mecircme si Ananias Misaeumll et Azarias sont protagonistes de laction

salvifique par leur demande de priegravere le Dieu du ciel467 est celui qui reacutevegravele le mystegravere

En sappuyant sur le v 17 comme son origine et son expression affine cette action

salvifique geacuteneacutereacutee par les compagnons de Daniel au v 18 est deacutetermineacutee au v 19 par la

reacuteveacutelation du mystegravere agrave Daniel dans une vision de nuit Le couronnement de ce

dynamisme par laction reacuteveacutelatrice de Dieu fait du v 19 le point culminant de la peacutericope

et de ce moment de priegravere

En tant que protagonistes des actions geacuteneacutereacutees respectivement aux vv 17-18

Daniel et ses compagnons sont aussi beacuteneacuteficiaires de ces actions avec les sages de

Babylone La priegravere dirigeacutee au Dieu du ciel par les quatre fils dIsraeumll nest pas une priegravere

466 HARRIS L Dicionaacuterio Internacional de Teologia do Antigo Testamento p 2639 467 DELCOR M Le livre de Daniel p 77 observe que lexpression Dieu du ciel employeacute aussi en Gn 24

7 na eu guegravere de succegraves agrave leacutepoque preacuteexilienne A leacutepoque post-exilienne cest sous cette appelation que

le gouvernement perse deacutesignait le Dieu des juifs Cette expression se trouve aussi dans le livre des

Chroniques Esdras Neacuteheacutemie Jonas Tobie et Judith La LXX de Daniel la traduit par ὁ κύριος τοῦ ὑψίστου

qui est une appelation de leacutepoque helleacutenistique

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centreacutee sur eux-mecircmes mais une priegravere ouverte sur les appels et les besoins du monde

qui les entoure Daniel et ses compagnons avaient pourtant reccedilu une formation solide agrave la

cour du roi Une formation agrave laquelle ils avaient eacuteteacute instruits en toute sagesse pour ecirctre

des savants en science et subtils en savoir (Dn 1 4)

Comme tout universitaire agrave la fin de sa formation les quatre enfants dIsraeumll

pouvaient donc se contenter de chercher dans leur historique acadeacutemique des eacuteleacutements de

reacuteponse agrave leacutenigme du roi Pourtant en se retournant au Dieu du ciel dans une attitude de

priegravere Daniel et ses compagnons rappellent et sinsegraverent dans une longue tradition

veacuteteacuterotestamentaire468

La priegravere des quatre jeunes juifs eacutetant une priegravere de demande exprimeacutee par

linfinitif למבעא on peut bien se demander quel est lobjet de cette priegravere de demande Il

est eacutevident comme lindique le contexte quil sagit de recevoir la reacuteveacutelation divine au

sujet du mystegravere Mais lobjet de linfinitif למבעא est exprimeacute en termes de miseacutericorde

divine par le substantif רחמין

Dans la partie heacutebraiumlque du livre de Daniel le terme רחמין apparaicirct en 1 9 et 9

918 toujours en lien avec la miseacutericorde divine Toutefois dans la tradition

veacuteteacuterotestamentaire רחמין est tregraves souvent traduit par le terme entrailles469 Sa forme

plurielle est due au pluriel ancien devenu rare dans la langue heacutebraiumlque et formeacute agrave partir

de la forme primitive du singulier ~xr qui veut dire entrailles470

Ainsi degraves que le terme entrailles est employeacute de maniegravere figurative dans la

langue heacutebraiumlque pour exprimer le siegravege des eacutemotions il nest pas surprenant de trouver

dans les mecircmes conjonctions stylistiques de son usuel synonyme ~y[Ime (intestins) ou רחמין

ble (cœur) 471 Dans cette perspective la priegravere des quatre fils dIsraeumll a pour objet

datteindre le Dieu du ciel dans ses entrailles ou dans son cœur pour susciter sa

compassion Lusage du terme au pluriel montre en deacutefinitive lintensiteacute de ce sentiment

de miseacutericorde divine lieacutee agrave la compassion472

468 HEBBARD A Reading Daniel as a Text in Teological hermeneutics p 87 soutient que par la priegravere

Daniel fait le lien avec le passeacute de la communauteacute du Dieu dIsraeumll et se place en continuiteacute dune longue et

riche tradition 469 Voir Gn 43 30 Dt 19 6 1R 3 26 Pr 12 10 Os 11 8 Jb 30 27 Lm 1 20 2 11 470 JOUumlON P Grammaire de lheacutebreu biblique p 236 471 EITAN I An Unknown Meaning of רחמין p 269 472 HARRIS L Dicionaacuterio Internacional de Teologia do Antigo Testamento p 1736 STEINMANN A Daniel p 122 observe que le terme רחמין est placeacute au deacutebut du v 18 preacuteceacutedant linfinitif למבעא pour

marquer ce caractegravere emphatique

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Lavegravenement salvifique du Dieu dIsraeumll advient dans la diaspora non pas dabord

parce quil possegravede la force et la puissance mais parce quil est le Dieu compatissant et

miseacutericordieux Il est le Dieu qui se laisse toucher dans ses entrailles par la souffrance

humaine qui suscite en lui une attitude salvifique La compassion de Dieu pour son peuple

devient le lieu ougrave jaillit la reacuteponse divine agrave la priegravere des quatre jeunes juifs en terre

eacutetrangegravere La reacuteveacutelation du mystegravere devient fondamentalement un acte salvifique du Dieu

dIsraeumll et sa toute-puissance se traduit dans sa compassion miseacutericordieuse qui prend

forme dans lhistoire de son peuple

Daniel et ses compagnons ainsi que les sages de Babylone sont alors beacuteneacuteficiaires

de ce dynamisme salvifique dans la mesure ougrave Dieu se laisse toucher jusque dans ses

entrailles par la priegravere des enfants dIsraeumll Il ne sagit plus simplement de recevoir la

reacuteveacutelation du mystegravere mais de sauver la vie de tous ceux qui se trouvent dans un danger

de mort proclameacute par le deacutecret du roi Le caractegravere universel de cette priegravere montre

eacutegalement le caractegravere universel de laction salvifique du Dieu dIsraeumll De mecircme que la

priegravere des quatre fils dIsraeumll ne sest pas renfermeacutee sur eux-mecircmes aussi le salut de Dieu

deacutepasse les frontiegraveres dIsraeumll et se rend preacutesent dans la vie des nations paiumlennes

Pourtant certains commentateurs affirment sans reacuteserve que Dn 2 18b a eacuteteacute reacutedigeacute

pour le plaisir de mettre ce verset en harmonie avec Dn 2 24473

Dans la perspective des dynamismes soteacuteriologiques le texte biblique nest pas

tout simplement une œuvre litteacuteraire dont les diffeacuterents eacuteleacutements sont placeacutes dans le

simple but de servir dharmonie pour larchitecture textuelle Loin dignorer limportance

de lanalyse litteacuteraire lon ne peut perdre de vue la finaliteacute du texte biblique qui est avant

tout un message de foi et de salut Les dimensions historico-critique theacuteologique et mecircme

pastorale sont degraves lors appeleacutees agrave dialoguer et agrave ecirctre tenues ensemble dans le travail de

lexeacutegegravese biblique474

473 HARTMAN L F DI LELLA A A The Book of Daniel p 140 Pour soutenir leur theacuteorie du texte

additionnel ceux-ci considegraverent que la mention pour que Daniel et ses compagnons ne peacuterissent pas avec

les autres sages de Babylone au v 18b a eacuteteacute inseacutereacutee pour le simple plaisir de faire lharmonie avec le v 24

ougrave Daniel est preacutesenteacute comme voulant sauver les sages de Babylone La question du texte additionnel a eacuteteacute

discuteacutee dans la rubrique de luniteacute litteacuteraire en question Nous reconnaissons avec CARBAJOSA I De la fe nace la exeacutegesis p 173 quil est vrai que lon ne peut se passer aujourdhui de la neacutecessiteacute dune eacutetude

historique et litteacuteraire de lEcriture qui reacutepond agrave une partie essentielle de sa propre nature comme un corpus

litteacuteraire qui teacutemoigne dun eacuteveacutenement historique Il est aussi indeacuteniable que la reacuteveacutelation divine advient

dans lhistoire soffre agrave lhomme dans les coordonneacutees du temps et de lespace dans la fragiliteacute et proximiteacute

de faits et paroles apparemment contingents qui doivent ecirctre accueillis et interpreacuteteacutes 474 CARBAJOSA I Op cit p 145 reconnaicirct quune eacutetude historico-critique de lEcriture qui se passe de la

foi ou lincorpore seulement dans un deuxiegraveme moment meacutethodologique pourrait obtenir des

connaissances sur la dimension historique de la reacuteveacutelation mais natteindra jamais la signification

theacuteologique des faits et paroles eacutetudieacutes

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Cest pourquoi en deacuteconsideacuterant la mention finale du v 18 on perd de vue la

dimension universelle du salut divin qui advient non seulement pour les fils dIsraeumll

(Daniel et ses compagnons) mais aussi pour les nations paiumlennes (les sages de Babylone)

ainsi que pour le roi Nabuchodonosor lui-mecircme En effet la priegravere de Daniel et de ses

compagnons comme action dintercession opegravere aussi en faveur du roi qui souffrait de

ne pas comprendre la reacuteveacutelation reccedilue dans son recircve475

En ignorant cette mention finale on finit par ignorer limportance de laction

humaine comme protagoniste indispensable de lavegravenement salvifique En Dn 2 18

Daniel et ses compagnons ainsi que les sages de Babylone sont beacuteneacuteficiaires de laction

salvifique protagoniseacutee par Ananias Misaeumll et Azarias dans la communion de priegravere

365 Le mystegravere divin comme eacuteveacutenement eschatologique

Si limportance du recircveinterpreacutetation comme motif litteacuteraire est marqueacutee par la

freacutequence du terme פשר en Dn 2 il a eacuteteacute noteacute que ce terme et ses composantes

napparaissent pas en Dn 2 17-23 Alors que le roi fait le recircve476 au cours dun sommeil

et son esprit en fucirct troubleacute477 Daniel reccediloit la reacuteveacutelation du mystegravere dans une vision de

nuit et beacutenit le Dieu du ciel

En Dn 2 18 apparaicirct pour la premiegravere fois le terme mystegravere (רז) qui donne au reacutecit

une tournure et une perspective diffeacuterente Cette premiegravere apparition du mystegravere au

singulier est accompagneacutee du pronom deacutemonstratif דנה (ce) Le mystegravere fait donc

allusion au contenu du recircve et son interpreacutetation exigeacutes par le roi dans la dynamique du

reacutecit Une question se pose Le mystegravere danieacutelique se limiterait-il au contenu du recircve et

475 AZZAM J Daniel ou le deacutechiffrement drsquoune souffrance devenue excessive p 145 476 COLLINS J J Imaginaccedilatildeo apocaliacuteptica p 142 observe quagrave cause de la fameuse propheacutetie des quatre

regravegnes le recircve a eacuteteacute beaucoup plus eacutetudieacute que les autres parties du reacutecit alors que laccent nest pas tant sur

le contenu du recircve que sur la capaciteacute de Daniel de le reacuteveacuteler Mais les commentaires ont eacutegalement oublieacute de voir que les termes פשר חלם et hwx sont totalement absents dans la partie centrale du reacutecit et que cette

capaciteacute de Daniel de faire connaicirctre le mystegravere (et non seulement le recircve) vient du Dieu dIsraeumll et implique

sur le plan litteacuteraire un nouveau langage 477 A la diffeacuterence du Nifal le Hitpael ותתפעם du verbe ~[p exprime la forme non seulement reacutefleacutechie du

verbe mais aussi laspect intensif de laction Cf JOUumlON P Grammaire de lheacutebreu biblique p 118 Ceci

montre comment le roi eacutetait profondeacutement en souffrance dans son esprit STEINMANN A Daniel p 114

soutient que cet usage du hitpael en Dn 2 1 en est lunique reacutefeacuterence du ~[p au hitpael dans lAncien

Testament

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son interpreacutetation En Dn 2 19 le pronom deacutemonstratif disparaicirct et donne lieu agrave larticle

deacutefini pour exprimer le moment de la reacuteveacutelation du mystegravere agrave Daniel dans une vision de

nuit

Apregraves avoir eacuteteacute beacuteneacuteficiaire de cette reacuteveacutelation Daniel dirige une priegravere de

louange et daction de gracircce agrave Dieu pour avoir reccedilu la reacuteveacutelation du mystegravere Si le mystegravere

se reacuteduit au contenu du recircve et son interpreacutetation agrave partir de ce moment il cesserait decirctre

pour Daniel un mystegravere Aussi cesserait-il decirctre pour le roi un mystegravere agrave partir du

moment ougrave celui-ci recevra le contenu de son recircve et son interpreacutetation aux vv 31-45

Toutefois les vv 27-30 preacutesentent le Dieu de Daniel comme celui qui reacutevegravele les mystegraveres

et situent ces mystegraveres dans une perspective eschatologique Il y a un Dieu dans le ciel

qui reacutevegravele les mystegraveres et qui a fait connaicirctre au roi ce qui arrivera agrave la fin des jours (Dn

2 28)478

Dans le livre de Daniel le mystegravere assume pour la premiegravere fois une signification

importante dans lhistoire du terme celle du mystegravere eschatologique de lannonce

mysteacuterieuse dun eacuteveacutenement futur eacutetabli par Dieu et donc la reacuteveacutelation est reacuteserveacutee agrave Lui

478 Lexpression arameacuteenne באחרית יומיא est leacutequivalent heacutebreu de באחרית הימים qui en dehors du livre

de Daniel apparaicirct en Gn 49 1 Nb 24 14 Dt 4 30 31 29 Is 2 2 Jr 23 20 30 24 48 47 49 39 Ez 38

16 Os 3 5 Mi 4 1 MARCONCINI B Daniele p 68 soutient que cette expression qui signifie

litteacuteralement nel seguito dei giorni est toujours consideacutereacutee comme imminente dans les textes anteacuterieurs agrave

Daniel et cela donnerait lieu agrave une variation de lhistoire dont on deacutecrit une fin partielle et qualitative Cette

expression se trouve eacutegalement en Dn 10 14 Dans le contexte de Dn 2 28 BEALE G K A New Testament

Biblical Theology p 108 y voit une correspondance et une influence avec lusage de cette expression en Is

2 2 La pierre qui frappe la statue et devient une grande montagne (Dn 2 35) est vue comme limage de la

montagne dIsaiumle (2 2-4) qui non seulement symbolise Israeumll mais aussi se trouve inteacutegralement lieacutee agrave la

notion de temple Aussi bien en Daniel quen Isaiumle les deux eacuteveacutenements auront lieu agrave la fin des jours En

effet dans le contexte de linterpreacutetation du recircve du roi Nabuchodonosor le point focal de lexpression

danieacutelique באחרית יומיא en Dn 2 28 est lieacute agrave leacutetablissement du royaume de Dieu dans le futur et par

conseacutequent lieacute agrave la theacutematique du mystegravere Toutefois la reacutefeacuterence agrave la destruction successive des diffeacuterents

royaumes serait une maniegravere de montrer que bien que le focus de cette expression porte sur la deacutefaite finale

du royaume ennemi agrave la fin de lhistoire les eacuteveacutenements preacutesents font non seulement parti dun mouvement

historique souverainement conccedilu mais aussi dun processus eschatologique inextricablement lieacute agrave la fin qui

culmine avec le jugement final Cf BEALE G K A New Testament Biblical Theology p 108 Voir aussi

PORTEOUS N W Daniel p 44 qui perccediloit que le mecircme pheacutenomegravene est observeacute en Dn 11 1-12 13

comme une eacutelaboration du contenu de באחרית הימים en Dn 10 14 ougrave lecirctre ceacuteleste vient faire comprendre

agrave Daniel ce qui adviendra agrave son peuple agrave la fin des jours Le contenu de cette reacuteveacutelation eschatologique est

preacutecisement donneacute en Dn 11-12 qui souligne le climax historique de la tribulation finale et la reacutesurrection

des justes Dans la dynamique du livre de Daniel plusieurs expressions font eacutegalement reacutefeacuterences au temps

de la fin particuliegraverement dans les chapitres 11 et 12 pour montrer les diffeacuterentes facettes de la deacutetresse

finale de Israeumll de la perseacutecution causeacutee par lennemi eschatologique BEALE G K A New Testament

Biblical Theology p 111 A la suite de Dn 2 28 ougrave la LXX et TH traduisent lexpression arameacuteenne par

ἐσχάτων τῶν ἡμερῶν en Dn 2 29 la LXX traduit eacutegalement lexpression arameacuteenne אחרי דנה par ἐσχάτων

τῶν ἡμερῶν

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seul479 En faisant appel agrave ce terme arameacuteen dorigine perse le reacutecit de Daniel se situe

deacutesormais dans une perspective eschatologique Cest aussi dans cette perspective

eschatologique que se situent limportance et la porteacutee de lavegravenement salvifique du Dieu

dIsraeumll dans la diaspora et dont Daniel et ses compagnons en sont devenus des agents

indispensables

Cette dimension eschatologique marque toute la diffeacuterence non seulement entre le

Dieu dIsraeumll et les diviniteacutes babyloniennes mais aussi entre la connaissance de Daniel et

celle des sages babyloniens Au-delagrave de la sagesse mantique babylonienne Daniel et ses

compagnons agissent en tant que meacutediateurs de lavegravenement salvifique du Dieu dIsraeumll

qui est la source de leur sagesse en terre eacutetrangegravere Cette meacutediation de Daniel comme

agent soteacuteriologique est renforceacutee par le don de la sagesse que Dieu lui accorde au v 23

pour confondre la sagesse des sages babyloniens

Pourtant certains commentateurs estiment que plutocirct que decirctre classeacute dans le rocircle

de prophegravete biblique ou sage homme Daniel doit ecirctre classeacute dans le rocircle de sage de la

mantique meacutesopotamienne480 De mecircme en montrant limportance de la reacuteveacutelation divine

dans les arts mantiques meacutesopotamiens il a eacuteteacute souligneacute que les diviniteacutes ne reacuteveacutelaient

pas seulement les preacutesages (ou les recircves) mais aussi accordaient la connaissance

neacutecessaire pour les interpreacuteter481

On ne peut nier les similitudes et les correspondances formelles qui existent entre

les arts mantiques en Israeumll et dans le Proche Orient ancien482 La divination en Israeumll a

largement correspondu dans la gamme de ses emplois agrave la pratique de la divination en

Meacutesopotamie et dans le Proche Orient ancien483 La connaissance de la volonteacute divine par

les recircves et leur interpreacutetation est donc indeacuteniable dans la mantique meacutesopotamienne et

dans le Proche Orient ancien

Dans lart dinterpreacuteter les recircves en comptant sur la diviniteacute agrave linstar des sages

babyloniens Daniel peut donc ecirctre consideacutereacute lui aussi comme un veacuteritable mantique484

La sagesse de Daniel est donc une sagesse mantique en lien avec les recircves et les mystegraveres

479 BORNKAMM μυστήριον col 679 480 LAWSON J The God who Reveals Secrets The Mesopotamian Background to Daniel 2 47 p 72 481 Ibid p 69 482 Pour une eacutetude sur la classification des types de recircves et leur structures dans le Proche Orient Ancien et

la comparaison avec le modegravele des recircves bibliques voir OPPENHEIM A The Interpretation of Dreams in

the Ancient Near East p 179 et seq GNUSE R Dreams in the Night p 28 passim 483 CRYER F H Divination in Ancient Israel and its Near Eastern Environment p 224 484 GLADD B Revealing the Mysterion p 24

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et non une sagesse proverbiale485 De plus Daniel et les sages de Babylone ont eacuteteacute tous

entraineacutes agrave la mantique et tous croyaient agrave la connaissance qursquoaccordait la diviniteacute dans

linterpreacutetation des recircves486 Ce fait est pratiquement indeacuteniable

Toutefois devant leacutechec des sages babyloniens et le succegraves de Daniel dans

linterpreacutetation du recircve du roi la question se pose non pas sur la capaciteacute des dieux

babyloniens de reacuteveacuteler aux sages leur volonteacute mais sur lefficaciteacute de ces diviniteacutes

paiumlennes Le manque de succegraves des sages babyloniens montre linefficaciteacute des dieux

meacutesopotamiens et le caractegravere idolacirctre de leurs arts mantiques qui ne peuvent les sauver

dans une situation de peacuteril487

366 La sagesse de Daniel dans la mouvance eschatologique

A partir du mystegravere (et ses composantes) qui introduit une perspective

eschatologique dans la dynamique du reacutecit la sagesse mantique de Daniel seacuteloigne de

celle du Proche Orient ancien 488 En effet la sagesse mantique paiumlenne traite des

reacuteveacutelations sur le futur immeacutediat alors que chez Daniel la sagesse mantique appartient au

futur eschatologique489 Degraves lors Daniel ne peut ecirctre consideacutereacute comme un sage de la

mantique meacutesopotamienne mecircme si lutilisation des recircves comme forme de reacuteveacutelation

divine eacutetait aussi en vogue dans le Proche Orient ancien

Si le fond du reacutecit est une critique de lidolacirctrie des nations paiumlennes il serait

difficile et mecircme contradictoire de voir en Daniel un sage de la mantique meacutesopotamienne

mettant en eacutechec ses propres diviniteacutes Par ailleurs la longue tradition dIsraeumll neacutetait pas

aussi pauvre dans lart divinatoire pour que Daniel puisse mecircler les eacuteleacutements de sa

croyance au Dieu unique avec les traditions des nations paiumlennes et idolacirctres490 Il est tout

485 COLLINS J J A imaginaccedilatildeo apocaliacuteptica p 142 MUumlLLER H-P Mantische Weisheit und

Apokalyptik p 268 passim 486 GLADD B Revealing the Mysterion p 24 487 Contre LAWSON J The God who Reveals Secrets The Mesopotamian Background to Daniel 2 47 p 74 qui soutient que les arts mantiques meacutesopotamiens ne sont pas inefficaces Il reconnaicirct pourtant le

caractegravere idolacirctre et paiumlen de ces arts Pourtant lidolacirctrie est fondamentalement le fait dattribuer un

caractegravere divin agrave une image ou une statue qui nen est pas digne COLLINS J J The Court-Tales in Daniel

and the development of Apocalyptic p 234 souligne que lideacutee du royaume de Dieu en Dn 2 doit plus agrave

cette poleacutemique juive contre lidolacirctrie quagrave loracle politique babylonienne 488 Cf VANDERKAM J Enoch and the Growth of Apocalyptic Tradition p 62 489 BAUCKHAM R Rise of the Apocalyptic p 14 490 Les textes bibliques eacutetudieacutes par MUumlLLER H-P Mantische Weisheit und Apokalyptik 268 et seq

sont en geacuteneacuteral des textes exiliques et post-exiliques (Is 19 11-13 44 25 47 10 Jr 50 35 Est 1 13 Gn

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de mecircme clair que les juifs qui ont eacutecrit les reacutecits eacutetaient loin decirctre des syncreacutetistes491

Cest pourquoi dans sa forme la sagesse preacutesenteacutee chez Daniel est une sagesse mantique

mais son contenu est soigneusement eschatologique et en continuation avec la propheacutetie

biblique preacuteceacutedente492

367 La dynamique eschatologique de la priegravere des enfants dIsraeumll

Sur le plan des dynamismes salvifiques la priegravere de Daniel et ses compagnons

pour obtenir la reacuteveacutelation du mystegravere revecirct degraves lors une perspective eschatologique En

senracinant dans la situation de peacuteril imminent dans laquelle se trouvent Daniel et ses

compagnons ainsi que les sages de Babylone la priegravere des enfants dIsraeumll en lien avec

le mystegravere divin deacutepasse son contexte immeacutediat pour prendre en compte la situation de

tous ceux qui souffrent dans la diaspora babylonienne

Il a eacuteteacute en effet notifieacute que dans le livre de Daniel la souffrance seacutetend agrave tous les

personnages et atteint chacun aussi bien dans la vie courante que dans les expeacuteriences

extraordinaires de songes et de visions493 Toutefois les juifs y compris Daniel et ses

compagnons sont ceux qui endurent le plus cette expeacuterience de souffrance en vivant le

moment le plus tragique de leur histoire qui commence avec le siegravege de Jeacuterusalem par le

roi Nabuchodonosor494 La terre dans laquelle ils se trouvent nest plus celle donneacutee par

Dieu le lieu de culte est deacutetruit le roi est deacuteporteacute lautoriteacute paiumlenne est celle agrave laquelle

ils sont deacutesormais soumis les lois sont paiumlennes et parfois inconciliables avec les lois de

Dieu495

41) Et celui-ci conclut que cette forme de sagesse est entreacutee dans la tradition litteacuteraire dIsraeumll agrave partir de

la diaspora Toutefois VANDERKAM J Mantic Wisdom in the Dead Sea Scrolls p 336 reconnaicirct

lexistence de documents abondants pour les arts mantiques non seulement dans le Proche Orient Ancien

mais aussi en Israeumll Voir aussi CRYER F H Divination in Ancient Israel and its Near Eastern

Environment p 224 Pour sa part KAUFMANN Y The History of the Religion of Israel p 486 et seq preacutesente en deux groupes les types de divinations approuveacutes et ceux reacuteprouveacutes par la tradition biblique

Ainsi pour HUSSER J-M Le songe et la parole p 257 cest pendant lexil agrave Babylone que Israeumll eucirct

loccasion de faire connaissance avec cette forme de sagesse de faccedilon plus immeacutediate bien que cela ne fucirct

sans doute pas nouvelle 491 COLLINS J J The Court-Tales in Daniel and the development of Apocalyptic p 234 492 GLADD B Revealing the Mysterion p 26 493 AZZAM J Daniel ou le deacutechiffrement drsquoune souffrance devenue excessive p 86 494 MARCONCINI B Daniele p 11 495 Ibid p 11

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Lordre tyrannique et arbitraire du roi de faire peacuterir tous les sages de Babylone est

donc contrecarreacute par la priegravere de Daniel et ses compagnons et la violence despotique du

roi est confronteacutee agrave la prudence et agrave la pieacuteteacute de Daniel ougrave elle trouve sa reacutedemption496

Dans cette perspective laction salvifique du Dieu dIsraeumll ne se limite pas seulement agrave

sauver la vie de ceux qui eacutetaient destineacutes agrave mourir selon le deacutecret royal mais aussi seacutetend

agrave tous ceux qui souffrent sous les puissances idolacirctres et dictatoriales et dont le salut

adviendra agrave la fin des jours

368 Le mystegravere reacuteveacuteleacute source de beacuteneacutediction

Si Dieu napparaicirct pas dans le reacutecit parmi les personnages en action son rocircle

explicite est essentiellement deacutecrit aux vv 20-23 ougrave il apparaicirct directement comme agent

soteacuteriologique497 Dans ces versets laction salvifique de Dieu ne consiste pas seulement

agrave sauver lhomme dune situation de danger de mort mais aussi daccorder leacuteleacutement

salvifique neacutecessaire dans des situations preacutecises

En effet la reacuteveacutelation du mystegravere au v 19 ougrave Dieu apparaicirct deacutejagrave comme principal

agent soteacuteriologique a fait jaillir le poegraveme daction de gracircce contenu dans les vv 20-23498

Cest apregraves que le mystegravere ait eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave Daniel dans une vision de nuit (v 19) que celui-

ci prit la parole et beacutenit le Dieu du ciel (v 20) Si la priegravere des enfants dIsraeumll eacutetait deacutejagrave

motiveacutee par la demande de miseacutericorde divine au sujet du mystegravere la priegravere daction de

gracircce de Daniel est encore le fruit de la reacuteveacutelation de ce mystegravere Le contenu des vv 20-

23 est donc directement lieacute agrave la nature du mystegravere reacuteveacuteleacute agrave Daniel499

Au v 19 sommet de cette partie centrale du reacutecit laccent est mis sur la reacuteveacutelation

du mystegravere exprimeacutee par les termes zr et hlGgt Lexpression solennelle להוא שמה די־אלהא

au v 20b montre la reacuteponse du beacuteneacuteficiaire de la reacuteveacutelation divine Dans une attitude מברך

dhumiliteacute Daniel beacutenit le nom du Dieu du ciel En effet le participe passeacute מברך au v 20b

496 AZZAM J Daniel ou le deacutechiffrement drsquoune souffrance devenue excessive p 74 et seq La violence

des rois est tellement marqueacutee dans la dynamique du livre que lattitude du roi Nabuchodonosor est deacutecrite

par Daniel comme celui qui tuait qui il voulait et laissait vivre qui il voulait (Dn 5 19) 497 WATTS J W Psalm and Story p 148 montre tout de mecircme que le narrateur ne deacutecrit pas Dieu comme

personnage en Dn 2 mais cette desription est reacuteserveacutee aux discours de Daniel et Nabuchodonosor 498 PRINSLOO GTM Two Poems in a Sea of Prose p 96 considegravere les vv 20-23 comme un psaume

daction de gracircce Voir aussi GOLDINGAY J Daniel p 39 WYK V The Struture of Daniel 2 20-23

p 185 TOWNER W S The Poetic Passages of Daniel 1-6 p 319 499 GLADD B Revealing the Mysterion p 27

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rappelle laccompli ברך au v 19b ougrave il est a eacuteteacute fait mention de la beacuteneacutediction de Daniel

Plus quun poegraveme proclameacute en reacuteponse agrave laction salvifique de Dieu Daniel preacutesente une

attitude de louange digne de celui qui a reccedilu la reacuteveacutelation divine du mystegravere

On peut bien discuter sur le genre et la structure des vv 20-23 et trouver ses

parallegraveles dans la tradition biblique500 Mais il nen demeure pas moins que cette reacuteponse

de Daniel agrave la reacuteveacutelation reccedilue teacutemoigne de lattitude de celui qui est non seulement

beacuteneacuteficiaire de laction salvifique de Dieu en terre eacutetrangegravere mais aussi meacutediateur de cette

action divine pour les autres Laccompli ברך au v 19b sert alors agrave introduire lhymne de

beacuteneacutediction qui va suivre dans les vv 20-23501

369 La sagesse divine contenu du mystegravere reacuteveacuteleacute

Lhymne daction de gracircce aux vv 20-23 est parsemeacute dune seacuterie de participes

actifs qui met en exergue lœuvre salvifique de Dieu dans lhistoire de son peuple Ces

versets confirment le parallegravele constant eacutetabli entre le Dieu du ciel et le caractegravere

mysteacuterieux de lhistoire502 ougrave se deacuteroule progressivement le projet salvifique de Dieu

Dans ce sens la sagesse apparaicirct non seulement comme un eacuteleacutement litteacuteraire

constitutif de linclusion du poegraveme mais aussi comme attribut de Dieu qui donne la

sagesse aux sages et la connaissance aux intelligents La sagesse dont Dieu est lorigine

apparaicirct comme le contenu theacuteologique du mystegravere qui se reacutevegravele et dont les sages et les

intelligents en sont les principaux beacuteneacuteficiaires au v 21cd En effet rendre visible ce qui

est cacheacute aux yeux des hommes est proprement une œuvre salvifique503

La priegravere de Daniel preacutesente alors cette œuvre salvifique dont Dieu en est lagent

principal dans le passeacute et le preacutesent de lhistoire du peuple Cette œuvre salvifique a

eacutegalement un caractegravere eschatologique En effet le motif de la beacuteneacutediction formuleacute au v

500 Les commentaires ont trouveacute dans les vv 20-23 des parallegraveles bibliques en Jb 12 12 Ps 41 14 Ne 9

5 Est 1 3 Cf LACOCQUE A Le livre de Daniel p 45 501 GUILLET J Le langage spontaneacute de la beacuteneacutediction dans lAncien Testament p 183 considegravere cette

premiegravere annonce du terme comme une introduction agrave la beacuteneacutediction 502 LACOCQUE A Op cit p 45 503 Ibid p 45 et seq

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20b est preacutesenteacute au v 20d le nom de Dieu est beacuteni pour les siegravecles504 parce que la sagesse

et la force sont agrave Lui505

Ce motif de la beacuteneacutediction entre deacutejagrave en contraste avec la reacuteveacuterence des Chaldeacuteens

devant le roi Nabuchodonosor en 2 4 Vis ocirc roi pour toujours506 Alors que les

Chaldeacuteens souhaitent au roi une existence eacuteternelle le contenu du recircve de celui-ci montre

pourtant quaucun pouvoir humain et temporel nest eacuteternel Cest pourquoi cette

expression chaldeacuteenne toujours en reacutefeacuterence aux rois est contrecarreacutee par la beacuteneacutediction

de Daniel dont le Dieu est eacuteternel et son royaume est eacutetablit pour toujours (2 44-45)507

Dans les vv 21a-22b le motif de la beacuteneacutediction devient encore plus explicite et

laisse apparaicirctre le contenu du mystegravere reacuteveacuteleacute au v 19a Le pouvoir salvifique du Dieu

dIsraeumll seacutetend sur sa capaciteacute de dominer lunivers de faire changer le temps et les

saisons mais aussi denlever et den eacutetablir les rois Le Dieu dont le nom est beacuteni est celui

qui pose des actions concregravetes dans lhistoire des peuples Dynamiseacute par les participes

actifs גלא et ידע le v 22 intensifie ce motif de la beacuteneacutediction508 Les dieux des religions

paiumlennes des ideacuteologies et des philosophies agrave preacutetention universelle nopegraverent aucun

controcircle sur les eacuteveacutenements509

Dans la partie arameacuteenne du livre le terme עדן (temps) apparaicirct dans le dialogue

du roi avec les sages de Babylone en 2 89 pour exprimer le temps que ceux-ci sont en

train de gagner devant leur incapaciteacute de trouver leacutenigme du roi En 3 515 עדן apparaicirct

comme une locution adverbiale pour deacutesigner le moment de la sonnerie de la trompegravete

Dans le contexte de la priegravere de Daniel au v 21a עדן est plus quune courte dureacutee

dune circonstance unique et difficile comme celle dans laquelle se trouvent les sages de

Babylone510 Dans ce cas le terme renvoi au pouvoir souverain que Dieu deacutetient pour

controcircler le cours de lhistoire511 Le temps sexprime alors par rapport agrave la saison (eacutepoque)

comme un moment deacutetermineacute par Dieu dans lequel se deacuteploie progressivement son projet

salvifique

504 SMITH-CHRISTOPHER D The Book of Daniel p 52 observe que la beacuteneacutediction du nom de Dieu pour

les siegravecles rappelle Is 47 ainsi que la Theacuteologie du nom divin en Deuteacuteronome particuliegraverement dans la

discussion sur le temple comme lieu ougrave demeure le nom de Dieu COLLINS J J Daniel p 160 poursuit que cette Theacuteologie du nom est une caracteacuteristique de la tradition deuteacuteronomique 505 GLADD B Revealing the Mysterion p 29 506 Cette expression chaldeacuteenne apparaicirct toujours en reacutefeacuterence aux diffeacuterents rois (voir 3 9 5 10 6 7 6

22) 507 Cf STEINMANN A Daniel p 114 508 MEADOWCROFT T J Aramaic Daniel and Greek Daniel p 169 509 LACOCQUE A Daniel et son temps p 148 510 HARRIS L Dicionaacuterio Internacional de Teologia do Antigo Testamento p 1719 511 Ibid

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Dans cette perspective lenlegravevement des rois au v 21b rappelle dune part le siegravege

de Jeacuterusalem ougrave Dieu livra aux mains de Nabuchodonosor le roi Joaquim roi de Juda (Dn

1 2) et dautre part renvoie agrave linterpreacutetation du recircve sur la fin du pouvoir que

Nabuchodonosor a lui-mecircme reccedilu de Dieu (Dn 2 37) ainsi que la fin des empires

successifs jusquagrave leacutetablissement du royaume eacuteternel de Dieu (Dn 2 44) Mecircme si le

premier centre dinteacuterecirct de linterpreacutetation vise les eacuteveacutenements eschatologiques cela reste

encore pertinent dans la situation de Daniel512

En effet le moment le plus dramatique et le plus extraordinaire du reacutecit513 est celui

de lexigence du roi envers les sages de Babylone agrave deacuteclarer le contenu de son recircve et son

interpreacutetation Ce moment est extraordinaire dans le sens quil est un cas unique dans le

Proche Orient ancien ougrave un roi exige aux sages de faire connaicirctre le contenu de son

recircve514 Il est aussi dramatique parce que la deacutecision arbitraire du roi est suivie dun deacutecret

de mise agrave mort de tous les sages de Babylone

Alors que Nabuchodonosor utilise son autoriteacute impeacuteriale pour mettre agrave mort la

force salvifique de Dieu sexerce contre tout pouvoir totalitaire au profit de ceux qui en

sont victimes Dieu utilise sa force non pas pour rendre en piegraveces (Dn 2 5) les rois

mais pour leur enlever leur autoriteacute devenue abusive et totalitaire En ce sens la force

divine sexprime par rapport agrave la sagesse dont il en est lorigine Tout pouvoir reccedilu de

Dieu doit donc ecirctre exerceacute avec sagesse

Dans la dynamique du livre la premiegravere occurrence de חכמה se trouve en Dn 1 4

comme qualiteacute humaine exigeacutee dans le choix des enfants des familles nobles dIsraeumll qui

devraient ecirctre formeacutes agrave la cour royale Le terme חכמה est ici employeacute dans le sens dune

connaissance empirique515 Dans le contexte de leacuteducation babylonienne en Dn 1 17

apparaicirct deacutejagrave comme un don de Dieu accordeacute aux quatre enfants dIsraeumll516 Dans ce חכמה

contexte la sagesse des enfants dIsraeumll apparaicirct en Dn 1 20 comme supeacuterieure agrave celle

des devins et magiciens babyloniens

Apregraves la longue discussion qui a mis en deacuteroute la sagesse des sages babyloniens

(Dn 2 1-13) le terme חכמה reacuteapparaicirct dans le contexte de la priegravere de Daniel (vv 20-23)

512 BEALE G K The Use of Daniel p 14 513 Expression employeacutee par LACOCQUE A Le livre de Daniel p 41 pour qualifier linstant de la deacutecision

absurde et arbitraire du roi

514 Cf AZZAM J Daniel ou le deacutechiffrement drsquoune souffrance devenue excessive p 101 LACOCQUE

A Le livre de Daniel p 41 515 GOLDINGAY J Daniel p 20 516 Ce verset (Dn 1 17) a eacuteteacute consideacutereacute par COLLINS J J Daniel p 144 comme un verset paradigmatique

dans le livre de Daniel

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ayant pour origine le Dieu dIsraeumll Cest pourquoi la sagesse de Daniel nest pas une

sagesse empirique qui serait le fruit de son expeacuterience humaine ni une sagesse reccedilue lors

de sa formation agrave la cour royale

En eacutetant celui qui incarne la sagesse du Dieu dIsraeumll on comprend alors pourquoi

Daniel ne pouvait pas ecirctre preacutesent parmi les sages de Babylone convoqueacutes pour ecirctre mis

en deacuteroute par leacutenigme du roi La sagesse divine de Daniel ne pouvait pas ecirctre confondue

agrave la sagesse idolacirctre des nations paiumlennes A travers Daniel et les sages de Babylone

lenjeu est donc aussi et surtout celui de la supeacuterioriteacute du Dieu dIsraeumll source de toute

sagesse sur les rois des nations paiumlennes et leurs diviniteacutes517

Au v 23 qui assume les vv 20-22 le mystegravere est la reacuteveacutelation de la sagesse divine

agrave Daniel sur les eacuteveacutenements futurs preacuteciseacutement lenlegravevement et labaissement du roi ainsi

que leacutetablissement deacutefinitive du regravegne de Dieu518 Ces eacuteveacutenements futurs sexpriment

dans dautres deacuteterminations comme eacutetant des choses profondes et cacheacutees (v 22a) ce

qui se trouve dans les teacutenegravebres (v 22b) mais qui neacutechappe pas agrave la connaissance divine

parce que la lumiegravere demeure avec Lui (v 22c)

Lexpression choses profondes et cacheacutees augmente le degreacute de mystegravere sur le

recircve du roi alors que le paralleacutelisme lexical lumiegravere et teacutenegravebres souligne la

connaissance du Dieu dIsraeumll 519 En effet dans lAncien Testament la lumiegravere est

employeacutee de maniegravere symbolique pour deacutesigner la vue la connaissance la veacuteriteacute la

bonteacute la joie et la vie alors que les teacutenegravebres symbolisent labsence de ces concepts520 Ce

contraste entre la lumiegravere (נהור) et les teacutenegravebres (חשוך) se produit eacutegalement dans le texte

postexilique de Is 60 ougrave le thegraveme de la lumiegravere est aussi employeacute pour parler du pouvoir

de Dieu sur les nations521

De mecircme en Is 30 26 le thegraveme de la lumiegravere sert agrave deacutecrire la victoire de Dieu au

jour ougrave il gueacuterira son peuple de ses blessures En Jb 30 26 le bonheur et le malheur

sexpriment par rapport au contraste lumiegravere et teacutenegravebres et la puissance divine se

517 Contre GOLDINGAY J Daniel p 54 qui nie toute poleacutemique entre le Dieu dIsraeumll et les dieux

babyloniens en soulignant plutocirct lopposition entre la sagesse surnaturelle de Daniel et la sagesse mondaine

des sages de Babylone 518 GLADD B Revealing the Mysterion p 31 519 KIM J Y Doxology as the Rhetoric of Resistance in the Aramaic Tales of Daniel 2-6 p 140 520 HARTMANN L F DI LELLA A A The Book of Daniel p 140 521 SMITH-CHRISTOPHER D Prayers and Dreams p 286 Dans larameacuteen biblique le terme חשוך

(teacutenegravebres) apparaicirct uniquement en Dn 2 22 Cf HARRIS L Dicionaacuterio Internacional de Teologia do

Antigo Testamento p 1693 GAMMIE J On the Intention and Sources of Daniel I-VI p 291 et seq

conclut au terme de son eacutetude sur les sources des reacutecits de Daniel que les auteurs du livre ont puiseacute tant au

niveau des ideacutees theacuteologiques que du vocabulaire dans le Deuteacutero-Isaiumle les Proverbes et Job

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manifeste en ce quil deacutevoile les profondeurs des teacutenegravebres et amegravene lombre agrave la lumiegravere

(Jb 12 22) Dans le contexte du livre de Daniel ougrave lon est en face dun reacutecit de conflits

de loyauteacute et estimations contrasteacutees de puissance mondaine il est clair que la lumiegravere et

plus speacutecialement la sagesse comme lumiegravere deacuteveloppe davantage la notion de lumiegravere

comme une expression de la puissance divine sur les puissances terrestres caracteacuteriseacutees

par les teacutenegravebres522

Pourtant au v 22c du poegraveme de Dn 2 le participe passeacute שרא qui renvoie agrave la

lumiegravere a une fonction active Lexpression la lumiegravere demeure avec lui pourrait donc

renvoyer agrave la responsabiliteacute dIsraeumll de servir les rois eacutetrangers comme la lumiegravere des

nations leur montrant ainsi le pouvoir salvifique du Dieu des exileacutes523 En ce sens Daniel

(et Israeumll en geacuteneacuteral) serait pour les nations reacuteveacutelateur dhistoire et donc libeacuterateur524

Mais si Daniel (et ses compagnons) est preacutesenteacute comme protagoniste de

lavegravenement salvifique du Dieu dIsraeumll la lumiegravere est en deacutefinitive lexpression du

pouvoir salvifique de Dieu sur les forces terrestres repreacutesenteacutees par les teacutenegravebres Au v

20d la force divine est deacutecrite par le terme qui reacuteapparaicirct au v 23c pour exprimer גבורה

la force reccedilue par Daniel

En effet le substantif גבורה deacuterive de la racine rbg qui est associeacutee au combat et

possegravede un lien avec la force et la vitaliteacute dun guerrier couronneacute de succegraves525 Dans la

litteacuterature biblique גבורה renvoie geacuteneacuteralement au pouvoir de Dieu526 Pourtant dans le

discours de Daniel en Dn 2 37 le pouvoir accordeacute agrave Nabuchodonosor sexprime par le

substantif חסן Or ce terme ainsi que son eacutequivalent heacutebraiumlque est geacuteneacuteralement employeacute

dans le sens de richesse ou prospeacuteriteacute mateacuterielle527 De mecircme la force accordeacutee au roi en

2 37 est exprimeacutee par le substantif תקף Comme dans le cas de Dn 11 17 ce terme fait

appel au pouvoir ou agrave lautoriteacute dun royaume ou dun gouvernant528

Cette diffeacuterence terminologique montre la supeacuterioriteacute du pouvoir et de la sagesse

divine dont Daniel est le beacuteneacuteficiaire sur le roi et les sages babyloniens ainsi que les

diviniteacutes meacutesopotamiennes En deacutefinitive le pouvoir de Daniel se deacutefinit en connexion

522 SMITH-CHRISTOPHER D Prayers and Dreams p 287 523 KIM J Y Doxology as the Rhetoric of Resistance in the Aramaic Tales of Daniel 2-6 p 140 524 LACOCQUE A Daniel et son temps p 149 525 HARRIS L Dicionaacuterio Internacional de Teologia do Antigo Testamento p 242 526 Ibid p 243 527 Ibid p 506 528 Ibid p 1658

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avec Dieu et ce pouvoir se trouve dans sa connaissance ou dans la lumiegravere de sa

sagesse529

Sur le plan des dynamismes soteacuteriologiques Daniel et ses compagnons (exprimeacutes

par le suffixe de la premiegravere personne du pluriel au v 23c) sont beacuteneacuteficiaires de lactiviteacute

reacuteveacutelatrice de Dieu qui leur a donneacute de connaicirctre laffaire du roi Les quatre enfants

dIsraeumll entretiennent donc avec Dieu une relation de beacuteneacutefice dans le don de la sagesse

et de la connaissance et peuvent alors briller parmi les nations paiumlennes et idolacirctres

comme de veacuteritables fils de lumiegravere

Ce nest donc pas seulement par la priegravere que Daniel et ses compagnons

deviennent protagonistes de lavegravenement salvifique dans la diaspora mais aussi par la

sagesse reccedilue du Dieu dIsraeumll Le don divin de la sagesse devient un acte libeacuterateur et

donc salvifique non seulement pour Daniel et ses compagnons mais aussi agrave travers eux

pour les nations eacutetrangegraveres En ce sens la connaissance de lidentiteacute juive comme peuple

de sagesse et de lumiegravere divine est essentielle pour leacuteventuelle deacutefaite de lautoriteacute

impeacuteriale530 et lavegravenement salvifique du Dieu dIsraeumll dans la diaspora babylonienne

Beacutenir le nom du Dieu du ciel revient finalement agrave confesser les richesses de sa

puissance salvifique agrave remonter agrave leur source ineacutepuisable mais aussi se laisser emporter

par leacutelan de cette reacuteveacutelation chercher agrave lamplifier au maximum et convier tout son

entourage agrave la reconnaicirctre et agrave la reacutepandre531 afin decirctre participant du projet salvifique du

Dieu dIsraeumll qui advient pour tous les peuples jusquagrave la fin des jours

529 SMITH-CHRISTOPHER D Prayers and Dreams p 289 530 Ibid 531 GUILLET J Le langage spontaneacute de la beacuteneacutediction dans lAncien Testament p 204

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4 Perspectives dun dialogue entre Ep 3 1-13 ET Dn 2 17-23

Apregraves une analyse de la dynamique soteacuteriologique de Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23

le but du preacutesent chapitre est de mettre en exergue des points de contacts entre la lettre

aux Epheacutesiens et le livre de Daniel agrave partir des deux peacutericopes eacutetudieacutees En affirmant des

affiniteacutes qui existent entre les deux textes ces points de contacts permettent deacutetablir un

dialogue entre ces deux eacutecrits bibliques non seulement sur le plan litteacuteraire mais aussi et

surtout sur le plan theacuteologique et particuliegraverement en lien avec les dynamismes

soteacuteriologiques signifieacutes par la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

En effet lusage du terme μυστήριον dans la lettre aux Epheacutesiens et dans les eacutecrits

neacuteotestamentaires reflegravete un arriegravere-plan seacutemitique532 Son emploi dans la lettre aux

Epheacutesiens correspond davantage agrave son usage dans le livre de Daniel ougrave les termes

importants en lien avec le mystegravere sont eacutegalement attesteacutes533 Les similitudes entre Daniel

et Epheacutesiens ne sont pas simplement dordre geacuteneacuteral mais implique un processus

dadaptation de reacuteinterpreacutetation et dapplication agrave de nouvelles situations et contextes534

Cest donc particuliegraverement dans cette tradition danieacutelique que lauteur de la lettre

aux Epheacutesiens fait usage de cet heacuteritage pour deacutecrire le mystegravere eschatologique de Dieu

qui se rend preacutesent dans la communauteacute chreacutetienne dEphegravese 535 Le dialogue entre

Epheacutesiens et Daniel prendra alors en compte les contextes historique et litteacuteraire le

vocabulaire le contenu de la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance comme fil

conducteur de la dynamique salvifique des deux textes

532 Cf BROWN R The Semitic Background of the Term Mystery in the New Testament p 1 passim

BORNKAMM G μυστήριον col 677 et seq 533 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 121 et seq 534 Ibid p 135 535 Ibid

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41 Lhistoire comme lieu de lavegravenement salvifique

411 Le projet salvifique de Dieu et sa reacutealisation dans lhistoire

Leacutetude de la lettre aux Epheacutesiens montre quelle accorde une grande importance

non seulement au projet de Dieu et sa reacuteveacutelation dans lhistoire mais aussi agrave la place de

lEglise et agrave la connaissance qui ouvre au mystegravere du Christ et qui nest possible que dans

lEglise536 Ce projet de Dieu est fondamentalement lieacute agrave son œuvre de salut reacutealiseacutee dune

part par le don de sa gracircce (Ep 1 6) et dautre part par lannonce et laccueil dans la foi

de lEvangile du salut (Ep 1 13)

Lœuvre de salut qui se deacuteploie dans la dynamique de la lettre nest donc pas avant

tout le reacutesultat dun effort humain mais un don de la gracircce divine par la foi en Jeacutesus Christ

(Ep 2 8-9) Laction divine de la gracircce est le fondement du salut et la reacuteponse de la foi

apparaicirct comme le moyen par lequel ce salut devient effectif dans la vie de la personne

humaine et de la communauteacute537

Dans le contexte de Dn 2 17-23 les termes רז et hlGgt font leur premiegravere apparition

en lien avec le Dieu dIsraeumll Lemploi de ces termes dans la dynamique du reacutecit montre

que le Dieu dIsraeumll est le seul capable de reacuteveacuteler le mystegravere En effet le message central

de la peacutericope de Dn 2 17-23 est celui de laffirmation de la souveraineteacute de Dieu source

de toute sagesse qui dirige les eacuteveacutenements de lhistoire538 En Daniel les eacuteveacutenements

historiques nont lieu par aucune neacutecessiteacute autre que par le deacutecret de Dieu De mecircme en

Epheacutesiens les eacuteveacutenements de lhistoire arrivent selon le projet eacuteternel eacutetabli en Dieu

depuis les siegravecles539

536 REYNIER C LEpicirctre aux Epheacutesiens p 41 et seq 537 LINCOLN T A Ephesians p 111 538 PRINSLOO GTM Two Poems in a Sea of Prose p 101 539 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 124

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412 La foi dans la dynamique du projet salvifique

Si lattitude du chreacutetien par rapport agrave Dieu est exprimeacutee en termes de foi en Ep 3

12 ce terme napparaicirct pourtant pas litteacuteralement dans la peacutericope de Dn 2 17-23 Or

lattitude de priegravere de Daniel et ses amis peut bien ecirctre deacutecrite comme une attitude de foi

au Dieu dIsraeumll540 Daniel est dailleurs deacutecrit comme un homme de foi en Dn 2 45 6

524 En effet le verbe ~a ] qui signifie confier croire en se traduit au participe passeacute

par digne de confiance541

En Dn 2 45 le participe passeacute ן ומהימ est exprimeacute par rapport agrave son sujet פשר

Toutefois en Dn 6 524 le verbe ~a ] renvoi particuliegraverement agrave la fideacuteliteacute et agrave la foi de

Daniel agrave son Dieu En ce sens le jeu dassonance sur le couple בעה (demander) et בעו

(demande priegravere) en Dn 6 8 et 6 14 revecirct une importance particuliegravere dans le sens dune

manifestation de foi ou de fideacuteliteacute au Dieu dIsraeumll542 A travers cette attitude de foi

manifeste chez Daniel (et ses compagnons) lavegravenement salvifique du Dieu dIsraeumll

devient effective dans la diaspora babylonienne

Toutefois la fideacuteliteacute de Daniel agrave son Dieu nest pas incompatible avec son service

agrave la cour royale543 Son attitude dans la diaspora babylonienne manifeste la sagesse par

laquelle le Dieu dIsraeumll deacutetient le controcircle des eacuteveacutenements de lhistoire ougrave se deacuteploie

progressivement son projet de salut Ce projet salvifique ne consiste pas agrave opposer Israeumll

aux nations eacutetrangegraveres ni de sauver les uns au deacutetriment des autres En restant fidegravele au

Dieu dIsraeumll tout en eacutetant au service des rois eacutetrangers cette attitude du jeune juif de la

diaspora peut paraicirctre complexe et pose la question du veacutecu authentique du judaiumlsme au

milieu des nations paiumlennes et idolacirctres Pourtant cest agrave travers cette attitude que le projet

salvifique de Dieu adviendra en terre eacutetrangegravere

540 Le recours agrave la priegravere est une constance assez reacuteguliegravere aussi bien dans la lettre aux Epheacutesiens que dans

le livre de Daniel Voir Dn 2 20-23 6 10-11 6 27-28 9 3-19 Ep 1 3-1417-23 3 14-21 541 HARRIS L Dicionaacuterio Internacional de Teologia do Antigo Testamento p 1667 542 Ibid p 1673 543 Il faut dire avec COLLINS J J Imaginaccedilatildeo apocaliacuteptica p 150 que Dn 2 ne rejette pas le

gouvernement paiumlen qui est vu comme faisant partie du dessein de Dieu

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413 La question didentiteacute dans la dynamique du salut

Cette question de lauthenticiteacute est eacutetroitement lieacutee agrave celle de lidentiteacute juive en

terre eacutetrangegravere Il est question de surmonter ladversiteacute et de trouver leacutequilibre dune vie

agrave la fois enrichissante et creacuteative dans un contexte paiumlen544 Comme faisant partie du

monde eacutetranger il nest pas question de se couper de ce monde ni de chercher ou espeacuterer

sa destruction545 Il faut sauver agrave la fois le monde juif et le monde paiumlen comme faisant

partie de lhistoire que Dieu dirige avec sagesse dans son projet eacutetabli depuis les siegravecles

Cette probleacutematique de lidentiteacute se retrouve eacutegalement dans les premiers siegravecles

du christianisme naissant et particuliegraverement dans le rapport entre les chreacutetiens dorigine

juive et paiumlenne preacutesent dans la lettre aux Epheacutesiens En effet la lettre aux Epheacutesiens

appartient agrave lheure critique et feacuteconde ougrave le christianisme seacuteloigne de ses reacutefeacuterences

fondatrices546 Comment teacutemoigner de lEvangile du Christ dans un monde qui continue

agrave vivre comme si rien ne seacutetait passeacute La lettre aux Epheacutesiens est engageacutee dans ce

tournant de lhistoire et se preacutesente comme porteuse dun mystegravere reacuteveacuteleacute par Dieu547

Dans le souci de donner une reacuteponse agrave cette question didentiteacute la premiegravere partie

de la lettre renforce le sens de lidentiteacute chreacutetienne le privilegravege et le statut dont jouissent

les Juifs et les Nations en tant que chreacutetiens faisant partie du Corps du Christ qui est

lEglise548 De mecircme dans la deuxiegraveme partie la lettre aux Epheacutesiens invite les Juifs et

les Nations agrave teacutemoigner de cette identiteacute comme ceux qui font partie non seulement de

lEglise ou du monde mais des deux reacutealiteacutes inseacuteparables549

En Daniel tout comme en Epheacutesiens cette probleacutematique passe ineacutevitablement

par le recours agrave la theacutematique du mystegravere que Dieu reacutevegravele et fait connaicirctre dans lhistoire

Si le mystegravere a eacuteteacute fait connaicirctre agrave Paul au cours dune reacuteveacutelation (Ep 3 3) cest dans une

vision de nuit que ce mystegravere a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave Daniel (Dn 2 19) La reacuteveacutelation du μυστήριον

eacutepheacutesien et du רז danieacutelique renforce le rapprochement entre les deux textes et preacutesente

des affiniteacutes aussi bien dordre litteacuteraire que theacuteologique

544 HUMPHREYS W L A Life-Style for Diaspora A Study of the Tales of Esther and Daniel p 223 545 Ibid 546 BOUTTIER M LrsquoEpicirctre de saint Paul aux Epheacutesiens p 45 547 Ibid p 46 548 LINCOLN T A Ephesians p LXXV 549 Ibid

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42 Points de contacts litteacuteraires du dialogue eacutepheacutesien et danieacutelique

Les points de contacts formels entre Epheacutesiens et Daniel vont au-delagrave du terme

μυστήριον et de son eacutequivalent arameacuteen רז pour prendre en compte dautres termes qui

constituent le panorama seacutemantique des deux textes Cest ainsi que

ἀποκάλυψιςἀποκαλύπτω et γνωρίζω dune part et hlGgt et ידע dautre part deviennent des

composantes essentielles du mystegravere dans le deacuteploiement du projet salvifique de Dieu

En effet le champ seacutemantique de Dn 2 semblable agrave celui de Ep 3 1-13 se

caracteacuterise par une abondance de termes agrave connotation sapientielle et apocalyptique qui

fait apparaicirctre un fil conducteur commun de Daniel agrave Epheacutesiens550 Le tableau ci-dessous

preacutesente quelques points de contacts importants dans le rapprochement des deux textes

Tabeaux 27 Panorama lexicographique de Dn 2 17-23 et Ep 3 1-13

DANIEL

EPHESIENS

2 TM רז

LXX μυστήριον

TH μυστήριον

3 349 μυστήριον

2 TM hlGgt TH ἀποκαλύπτω

335 ἀποκάλυψις ἀποκαλύπτω

2 1723(2x)

TM ידע

TH γνωρίζω

33510 γνωρίζω

2 2023 TM חכמה

LXX σοφία

TH σοφία

3 10

σοφία

2 2023 TM גבורה

LXXμεγαλωσύνηφρόνησις

TH σύνεσις δύναμις

3 4 et 3

7

σύνεσις δύναμις

2 21 TM לידעי בינה

LXX σύνεσις

TH σύνεσις

3 4 σύνεσις

2 2123 TM יהב

LXX δίδωμι

TH δίδωμι

3 278 δίδωμι

2 22 TM rtsgt LXX σκοτεινός

TH ἀπόκρυφος

3 9 = 35 ἀποκρύπτω

2 22 TM ונהורא

LXX φῶς

TH φῶς

3 9 φωτίζω

550 REYNIER C Evangile et mystegravere p 223

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2 23 TM כען

LXX νῦν TH νῦν

3 510 νῦν

2 20 TM מן־עלמא ועד־עלמא

LXX εἰς τὸν αἰῶνα

TH ἀπὸ τοῦ αἰῶνος καὶ ἕως τοῦ

αἰῶνος

3 9

3 11

ἀπὸ τῶν αἰώνων

πρόθεσιν τῶν αἰώνων

421 Le vocabulaire sapientiel et apocalyptique

Dans la premiegravere partie de la peacutericope en Dn 2 17-19 apparaissent les trois termes

clefs de notre eacutetude comme expression de la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et

connaissance551 Cette trilogie est exprimeacutee dans le TM par les termes hlG qui ידע et רז lt

correspondent respectivement aux termes ἀποκάλυψις ἀποκαλύπτω μυστήριον et

γνωρίζω en Ep 3 35 Le texte grec de TH traduit la trilogie danieacutelique par les mecircmes

termes retrouveacutes en Epheacutesiens 3 1-13552

Le couple sagesse (חכמה) et force (גבורה) qui constitue une inclusion du poegraveme

danieacutelique renvoi eacutegalement agrave Ep 3 10 ougrave la sagesse (σοφία) de Dieu sera connue des

principauteacutes et des puissances dans les cieux par lEglise Alors que la LXX traduit le

terme גבורה respectivement par μεγαλωσύνη en Dn 2 20 et par φρόνησις en Dn 2 23 le

texte de TH traduit le mecircme terme par σύνεσις en Dn 2 20 et par δύναμις en Dn 2 23

En Dn 2 21 la sagesse que Dieu donne aux sages ainsi que la connaissance aux

intelligents trouve une correspondance lexicale en Ep 3 4 avec le σύνεσις de lapocirctre dans

le mystegravere du Christ et la πολυποίκιλος σοφία τοῦ θεου qui doit ecirctre connue des

principauteacutes et des puissances dans les cieux De mecircme en Dn 2 2123 et Ep 3 278

551 Dans cette premiegravere partie de luniteacute textuelle au v 17 la LXX traduit le terme arameacuteen חבר par

συνεταίροις (compagnons) et au v 18 le mecircme terme est traduit par Δανιηλ καὶ οἱ μετ᾽ αὐτου (Daniel et

ceux avec lui) Dans la mecircme logique du TM TH le traduit par φίλοις (amis) 552 Comme il a eacuteteacute montreacute dans lanalyse du chapitre preacuteceacutedent le texte de TH aussi bien que celui de la LXX traduisent le terme arameacuteen רז toujours par μυστήριον toutefois les verbes hlGgt et ידע connaissent une

gamme de traductions tregraves varieacutees dans la LXX Par ailleurs en Dn 2 19-20 apparaicirct le verbe rbgt traduit

aussi bien par la LXX que par TH par le terme εὐλογέω Mecircme si ce verbe napparaicirct pas en Ep 3 1-13 il

apparaicirct en Ep 1 3 comme un terme essentiel dans la dynamique de la lettre et le lien avec Daniel est aussi

remarquable Pour les correspondances entre Daniel 2 et Ep 1 Voir CARAGOUNIS C The Ephesian

Mysterion p 123 et seq Cet auteur y fait aussi allusion agrave quelques eacuteleacutements communs entre Daniel 2 et

Ep 3 mais son eacutetude abonde davantage dans la correspondance entre Dn 2 et la beacuteneacutediction en Ep 1

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cette correspondance lexicale est encore plus renforceacutee par le verbe δίδωμι qui indique

lorigine divine du don de la sagesse et de lintelligence accordeacutee agrave Daniel et aux

intelligents ainsi que le don de la gracircce dont lapocirctre en est le beacuteneacuteficiaire

En effet la seacutequence danieacutelique tu mas donneacute la sagesse et la force tu nous as

fait connaicirctre ce que nous tavons demandeacute et tu nous a fait connaicirctre laffaire du roi553

en Dn 2 23 qui souligne avec emphase lorigine divine du don renvoie eacutegalement agrave la

seacutequence eacutepheacutesienne la gracircce de Dieu qui ma eacuteteacute donneacutee et ma eacuteteacute fait connaicirctre le

mystegravere en Ep 3 2-3 qui souligne lorigine en Dieu du don de la gracircce

La reacuteveacutelation des choses profondes554 et cacheacutees (ἀπόκρυφος) en Dn 2 22 fait

eacutecho du mystegravere cacheacute (ἀποκρύπτω) en Dieu depuis les siegravecles (Ep 3 9) Ce mystegravere

cacheacute en Dieu fait appel au mystegravere du Christ qui na pas eacuteteacute fait connaicirctre des autres

geacuteneacuterations des fils des hommes mais qui est maintenant reacuteveacuteleacute aux saints apocirctres et

prophegravetes (Ep 3 5) En outre le contraste teacutenegravebres et lumiegravere en Dn 2 22 trouve sa

reacutesonnance dans la mise en lumiegravere (φωτίζω) du mystegravere cacheacute en Dieu depuis les siegravecles

(Ep 3 9) En Daniel tout comme en Epheacutesiens Dieu est le sujet du mystegravere et Lui seul

est capable de le reacuteveacuteler agrave qui il veut

422 Le vocabulaire temporel

La correspondance dans le vocabulaire sapientiel et apocalyptique sentrelace

aussi bien en Daniel quen Epheacutesiens avec le vocabulaire temporel Le champ seacutemantique

de la temporaliteacute est marqueacute par le νῦν eschatologique eacutepheacutesien en 3 510 qui entraicircne

dans sa dynamique le νῦν de la reacuteveacutelation faite agrave Daniel (et ses compagnons) en Dn 2 23

553 Le texte grec de TH traduit le dernier ידע de Dn 2 23 avec le suffixe de la premiegravere personne du singulier

Au lieu de tu nous as fait connaicirctre du TM le texte de TH preacutesente τὸ ὅραμα τοῦ βασιλέως ἐγνώρισάς

μοι (la vision du roi tu mas fait connaicirctre) MEADOWCROFT T J Aramaic Daniel and Greek Daniel p

167 affirme quil nexiste aucun teacutemoin textuel arameacuteen qui confirme ce suffixe de la premiegravere personne du

singulier Par ailleurs alors que le texte de TH traduit dans le mecircme sens que le TM la phrase ce que nous

tavons demandeacute au v 23 avec le suffixe de la premiegravere personne du pluriel (ἃ ἠξιώσαμεν παρὰ σοῦ) la

LXX quant agrave elle traduit cette phrase avec le suffixe de la premiegravere personne du singulier ἠξίωσα (ce que

jai demandeacute) MEADOWCROFT T J Op cit p 167 mentionne deux teacutemoins de la recension lucianique

ainsi que le bohairic et eacutethiopien qui soutiennent le singulier hxiwsa Il conclut que TH reflegravete mieux le

sens du chapitre dans la mesure ougrave les amis de Daniel se sont tous reacuteunis en priegravere mecircme si Daniel a eacuteteacute le

seul agrave avoir reccedilu la reacuteveacutelation 554 Il faut remarquer avec MEADOWCROFT T J Op cit p 170 et seq que la reacuteveacutelation des choses

profondes (et cacheacutees) est unique dans larameacuteen biblique Malgreacute son occurrence en Is 29 5 et ses diverses

connotations en Is 22 7 Ez 23 32 ou Jb 11 8 ce nest quen Dn 2 22 que le terme revecirct un sens

eschatologique ou mecircme apocalyptique en lien avec le mystegravere divin TH et la LXX le traduisent par βαθέα

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Cest maintenant (νῦν) que le mystegravere est reacuteveacuteleacute et les apocirctres et prophegravetes en sont les

beacuteneacuteficiaires dans lEsprit (Ep 3 5) Cest aussi maintenant (νῦν) que la sagesse multiple

de Dieu doit ecirctre connue des principauteacutes et des puissances dans les cieux par lEglise (Ep

3 10)

Ce νῦν est bien le νῦν de la fin dune fin qui nest pas cessation de lhistoire mais

dune fin qui est conccedilue comme le temps de la croissance continue de lEglise555 Cest

dans cette perspective de la temporaliteacute que se situe agrave la fois le πρόθεσιν τῶν αἰώνων de

Ep 3 11 et le mystegravere cacheacute ἀπὸ τῶν αἰώνων en Ep 3 9 ainsi que le nom de Dieu qui doit

ecirctre beacuteni ἀπὸ τοῦ αἰῶνος καὶ ἕως τοῦ αἰῶνος (Dn 2 20) Ce vocabulaire de la temporaliteacute

est encore plus abondant en Ep 3 1-13

A travers ce panorama de vocabulaire sapientiel et apocalyptique il en ressort que

la reacuteveacutelation du mystegravere qui a son origine en Dieu est une sagesse dont la dimension

personnelle est fortement souligneacutee aussi bien en Daniel quen Epheacutesiens556 Mais le

projet salvifique de Dieu est tellement surabondant et riche quil ne peut ecirctre deacutecrit quen

termes sapientiels557 Il a donc fallu conjuguer avec les deux types de vocabulaire dans

une parfaite harmonie pour exprimer la richesse du projet salvifique de Dieu dans les

deux textes bibliques

En effet en donnant un privilegravege agrave la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

Daniel et Epheacutesiens vont au-delagrave dun simple choix des termes pour marquer une

eacutevolution dans la maniegravere de comprendre et dinterpreacuteter le projet salvifique de Dieu qui

fait son cours dans lhistoire558

423 Le mystegravere et la naissance dun nouveau langage

Lemploi du terme רז dans le livre de Daniel apparaicirct pour la premiegravere fois dans le

contexte de Dn 2 17-23 consideacutereacute comme partie centrale du reacutecit de Dn 2 Ce terme vient

agrave la suite dun ensemble de termes employeacutes dans le reacutecit pour parler du recircve du roi

555 REYNIER C Evangile et mystegravere p 262 556 Ibid p 223 557 Ibid p 256 558 Dans son analyse du terme μυστήριον REYNIER C Evangile et mystegravere p 224 montre deacutejagrave

limportance du choix de ce terme et le changement radical que cela implique dans la maniegravere de penser et

dexprimer la reacutealiteacute du Christ et de lEglise Cette reacutealiteacute du Christ et de lEglise exprimeacutee en terme de

mystegravere fait partie du projet salvifique de Dieu qui suit son cours de Daniel agrave Epheacutesiens

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Nabuchodonosor et son interpreacutetation Toutefois en donnant un sens au recircve du roi le רז

danieacutelique fait appel agrave un autre type de vocabulaire preacuteciseacutement dans la partie centrale

du reacutecit pour deacutecrire la reacuteveacutelation divine et le deacuteploiement du projet salvifique de Dieu

Ce nouveau langage imposeacute par lemploi du terme רז va au-delagrave des cateacutegories

dexpressions lieacutees au symbolisme des recircves Cest ainsi que le verbe hlG gt fait aussi son

apparition dans ce contexte et employeacute toujours en lien avec le mystegravere Il nest plus

seulement question de linterpreacutetation (פשר) du recircve (חלם) mais de la reacuteveacutelation dun

mystegravere Dans ce contexte le verbe ידע devient lui aussi une composante importante du

mystegravere pour exprimer de maniegravere particuliegravere la connaissance dont Dieu seul en est

lorigine

La reacuteveacutelation progressive du mystegravere fait donc appel agrave un nouveau langage qui

sexprime agrave travers des termes qui deviennent deacutecisifs dans le deacuteploiement du projet

salvifique de Dieu En ce sens en Dn 2 18 agrave travers le lien entre les termes רז et רחמין la

reacuteveacutelation divine devient lexpression de la miseacutericorde de Dieu pour tous ceux qui se

trouvent dans une situation de peacuteril Dans la dynamique du mystegravere ce projet salvifique

de Dieu sexprime comme eacutetant des choses profondes et cacheacutees (Dn 2 22) qui ne seront

pleinement reacuteveacuteleacutees et connues quagrave la fin des jours (Dn 2 28)

Le recours au mystegravere exprime degraves lors la richesse inouiumle du projet salvifique

eacutetabli depuis les siegravecles en Dieu Ce recours au mystegravere et ses composantes qui permet

dexprimer le projet salvifique de Dieu situe deacutesormais le reacutecit danieacutelique dans une

dynamique eschatologique En effet mecircme apregraves sa reacuteveacutelation le mystegravere divin continue

decirctre un mystegravere559

De mecircme dans la lettre aux Epheacutesiens le recours au terme μυστήριον impose

ladoption dun nouveau langage Un langage qui sexprime non seulement agrave travers les

composantes ἀποκάλυψις ἀποκαλύπτω et γνωρίζω mais aussi agrave travers leacutelaboration de

nouveaux termes et concepts qui implique une eacutevolution dans le langage theacuteologique560

En effet la dynamique de la lettre aux Epheacutesiens est marqueacutee par lusage du terme

μυστήριον qui en est une theacutematique essentielle Si les occurrences du terme sont deacutejagrave

assez significatives dans la dynamique de la lettre sa forte concentration en Ep 3 1-13

permet de comprendre le contenu du mystegravere eacutepheacutesien et den deacutegager ses conseacutequences

559 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 124 560 REYNIER C Evangile et mystegravere p 224

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De mecircme quen Daniel le μυστήριον eacutepheacutesien favorise le recours agrave de nouveaux

termes et concepts pour deacutecrire le projet salvifique de Dieu qui advient maintenant dans

et par lEglise561 La voie est deacutesormais ouverte agrave lexeacutegegravese et agrave la theacuteologie qui peuvent

interpreacuteter et inventer des concepts nouveaux dans et par lEglise pour rendre compte de

linsondable richesse du Christ et de sa prodigieuse nouveauteacute562

424 Correspondance entre Ep 3 8 et Dn 2 30563

Au-delagrave de la peacutericope de Dn 2 17-23 cette correspondance lexicale et syntaxique

est encore plus marqueacutee en Dn 2 30 et Ep 3 8 selon le scheacutema ci-dessous

Dn 2 30 (TH)564 Ep 3 8

καὶ ἐμοὶ δὲ Ἐμοὶ

οὐκ ἐν σοφίᾳ τῇ οὔσῃ ἐν ἐμοὶ παρὰ πάντας τοὺς ζῶντας τῷ ἐλαχιστοτέρῳ πάντων ἁγίων

τὸ μυστήριον τοῦτο ἀπεκαλύφθη ἐδόθη ἡ χάρις αὕτη

ἀλλ᾽ ἕνεκεν τοῦ τὴν σύγκρισιν τοῖς ἔθνεσιν εὐαγγελίσασθαι

τῷ βασιλεῖ γνωρίσαι ἵνα τοὺς διαλογισμοὺς τῆς καρδίας σου γνῷς τὸ ἀνεξιχνίαστον πλοῦτος τοῦ Χριστοῦ

Et agrave moi

non pas par une sagesse qui soit en moi plus quen tous les vivants

ce mystegravere a eacuteteacute reacuteveacuteleacute

pour que linterpreacutetation soit connue du roi et pour que tu connaisses les penseacutees de ton cœur

(Dn 2 30)

A moi

le plus petit de tous les saints

a eacuteteacute donneacutee cette gracircce

dannoncer lEvangile aux Nations linsondable richesse du Christ (Ep 3 8)

Dun cocircteacute comme de lautre les deux passages commencent par un Ἐμοὶ

emphatique qui trouve son compleacutement tant dans le mystegravere qui a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave Daniel que

dans la gracircce qui a eacuteteacute donneacutee agrave Paul Les deux passifs theacuteologiques ἀπεκαλύφθη (Dn 2

561 Lanalyse du premier chapitre a montreacute lapparition des termes qui ne sont employeacutes quen Ep 3 1-13 562 Reynier C Evangile et mystegravere p 263 Cet auteur parle de lacte de naissance dun nouveau langage

theacuteologique car lEglise Corps du Christ rassemblant les Juifs et les Nations doit inventer un langage

nouveau pour exprimer sa reacutealiteacute Cf Ibid p 266 passim 563 Ibid p 223 note 11 fait une allusion agrave quelques points de contacts entre Dn 2 30 et Ep 3 8 et 9 564 Le texte de TH et celui de la LXX en Dn 2 30 sont presque identiques Lunique diffeacuterence majeure est lusage du passif ἀπεκαλύφθη du verbe ἀποκαλύπτω par TH pour traduire le peil י du TM La LXX גל

par contre opte pour le passif ἐξεφάνθη du verbe ἐκφαίνω

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30) et ἐδόθη (Ep 3 8) marquent lorigine divine de la reacuteveacutelation et du don de la gracircce

Entre le Ἐμοὶ initial et son compleacutement se trouve un trait caracteacuteristique du beacuteneacuteficiaire

de la reacuteveacutelation et du don de la gracircce divine Daniel se preacutesente comme nayant pas plus

de sagesse que les autres ecirctres humains et Paul se considegravere le plus petit de tous les saints

et donc de tous les fidegraveles dans le Christ

Les deux versets deacutebouchent lun et lautre sur la finaliteacute du don reccedilu et lextension

des destinataires de la gracircce divine En Dn 2 30 il sagit de faire connaicirctre au roi

linterpreacutetation pour que celui-ci puisse connaicirctre les penseacutees de son cœur565 En Ep 3 8

il sagit dannoncer lEvangile aux Nations linsondable richesse du Christ Si Dn 2 atteint

son climax dans leacutetablissement du royaume eacuteternel de Dieu qui deacutetient en son pouvoir le

controcircle des eacuteveacutenements de lhistoire le mystegravere eacutepheacutesien atteint son climax dans la

reacuteunion des Juifs et des Nations dans le Corps du Christ qui est lEglise566

Dun cocircteacute comme de lautre avec des accents diffeacuterents il sagit dune theacuteologie

de lhistoire 567 Pourtant en Ep 3 6 lEglise apparaicirct comme eacutetant le contenu du

mystegravere568 Il convient degraves lors de faire un rapprochement entre le contenu du mystegravere en

Dn 2 17-23 et celui de Ep 3 1-13 pour en deacutegager les points de contacts et leacutevolution

sur le plan des dynamismes salvifiques des deux textes

43 Le contenu du mystegravere dans la dynamique salvifique de Daniel et Epheacutesiens

431 La sagesse eschatologique dans lavegravenement du projet salvifique

Lanalyse du terme רז dans le chapitre preacuteceacutedant a montreacute que ladoption de ce

terme arameacuteen dorigine perse situe le reacutecit de Daniel dans une perspective

565 STEINMANN A Daniel p 130 remarque que dans larameacuteen biblique le verbe impersonnel renvoie

agrave Dieu comme ultime agent de laction et le verbe en question se met au passif comme dans le cas preacutesent

(γνωρίσαι) pour que linterpreacutetation soit connue au roi 566 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 124 567 COLLINS J J Imaginaccedilatildeo apocaliacuteptica p 150 568 Il a eacuteteacute montreacute dans lanalyse du chapitre 2 que le deacutevoilement progressif du mystegravere eacutepheacutesien en Ep 3

1-13 deacutebouche sur lEglise comme contenu du mystegravere Voir aussi REYNIER C Evangile et mystegravere p

262 qui reconnaicirct lEglise Corps du Christ comme contenu du mystegravere en Ep 3 1-13

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eschatologique En effet le contexte de Dn 2 est celui ougrave les juifs se trouvent en terre

eacutetrangegravere dans la diaspora babylonienne Leur contact et soumission aux cultures lois et

institutions paiumlennes et idolacirctres conduit agrave une assimilation progressive des coutumes

eacutetrangegraveres et par conseacutequent agrave une perte de leur identiteacute religieuse et culturelle baseacutee sur

lalliance avec le Dieu dIsraeumll

Dans ce contexte ladaptation du terme רז deacutepasse deacutesormais le cadre du recircve du

roi et son contenu pour prendre une perspective eschatologique En ce sens la sagesse a

eacuteteacute preacutesenteacutee et analyseacutee comme contenu de ce mystegravere eschatologique en Dn 2 20-23

La fonction de cette sagesse a eacuteteacute deacutecrite comme celle de mettre en deacuteroute la sagesse des

devins et magiciens babyloniens pour affirmer la supeacuterioriteacute du Dieu dIsraeumll source de

toute sagesse sur les nations paiumlennes et leurs diviniteacutes

Mais cette sagesse est aussi celle qui consiste agrave ramener vers le Dieu dIsraeumll tous

les deacuteporteacutes de Juda qui au contact avec le contexte paiumlen et idolacirctre se sont enliser dans

le syncreacutetisme ceux qui en saccommodant aux cultures eacutetrangegraveres se sont eacuteloigneacutes du

Dieu dIsraeumll comme eacutetant lunique source du salut569 Cest cette sagesse dont Daniel a

eacuteteacute le beacuteneacuteficiaire dans son rocircle de protagoniste de lavegravenement salvifique de Dieu en terre

eacutetrangegravere Cest la sagesse par laquelle Dieu conduit les eacuteveacutenements de lhistoire

De plus cette sagesse dont Daniel a eacuteteacute le beacuteneacuteficiaire pour le salut des quatre

enfants dIsraeumll ainsi que des magiciens et devins babyloniens teacutemoigne en mecircme temps

du caractegravere universel de lavegravenement salvifique de Dieu en terre eacutetrangegravere Ce projet

salvifique de Dieu deacutepasse deacutejagrave les frontiegraveres dIsraeumll et se rend preacutesent chez les nations

paiumlennes et idolacirctres

Si ce caractegravere universel du projet salvifique apparaicirct encore de maniegravere implicite

en Daniel en Epheacutesiens luniversaliteacute du projet salvifique de Dieu devient une reacutealiteacute

manifeste dans la reacuteunion des Juifs et des Nations dans lEglise Cest par cette Eglise que

sera connue des principauteacutes et des puissances dans les cieux la sagesse multiple de Dieu

(cf Ep 3 10)

En effet en Ep 1 17 la theacutematique de la sagesse apparaicirct deacutejagrave en lien avec celle

de la reacuteveacutelation dans la priegravere de Paul En se tournant agrave Dieu dans la priegravere Paul lui

demande de donner aux Juifs et aux Nations devenus chreacutetiens un esprit de sagesse et de

reacuteveacutelation pour arriver agrave la vraie connaissance de Dieu (cf Ep 1 17) Il sagit en Daniel

comme en Epheacutesiens dune sagesse dont lorigine se trouve en Dieu Alors que Paul

569 LACOCQUE A Daniel et son temps p 149

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demande un esprit de sagesse et de reacuteveacutelation Daniel rend gracircce agrave Dieu pour lui avoir

donneacute la sagesse et la force (Dn 2 23)

Pourtant si cette sagesse danieacutelique est dans sa forme une sagesse mantique elle

est dans son fond une sagesse eschatologique En Dn 2 28 ce mystegravere renvoie alors agrave ce

qui arrivera agrave la fin des jours car il y a un Dieu dans le ciel qui reacutevegravele les mystegraveres et qui

a fait connaicirctre au roi Nabuchodonosor ce qui arrivera agrave la fin des jours (Dn 2 28)

432 LEglise dans lavegravenement du projet salvifique

A la lumiegravere des eacutetudes bibliques concernant Israeumll et les Nations dans la

perspective eschatologique les noms et les images appliqueacutes agrave lEglise montrent que

lEglise est effectivement consideacutereacutee comme le vrai temps de la fin composeacutee des

chreacutetiens dorigine juive et paiumlenne570 Si en Dn 2 17-23 la sagesse est essentiellement

le contenu du mystegravere en Ep 3 1-13 lEglise Corps du Christ reacuteunissant les chreacutetiens

dorigine juive et paiumlenne apparaicirct comme le contenu du mystegravere

Loin de soumettre les uns et les autres dans un processus dassimilation lEglise

est deacutesormais le lieu ougrave se joue la question didentiteacute des Juifs et des Nations appeleacutes agrave

former le Corps du Christ Cest en assumant pleinement cette identiteacute dans le Christ que

lEglise constitueacutee des Juifs et des Nations fera connaicirctre aux principauteacutes et aux

puissances dans les cieux la sagesse multiple de Dieu selon le projet eacutetabli depuis les

siegravecles dans le Christ (Ep 3 10-11)

Sur le plan des dynamismes soteacuteriologiques on assiste agrave une eacutevolution importante

de Dn 2 17-23 agrave Ep 3 1-13 Le dynamisme initieacute au v 17 par Daniel le deacuteporteacute de Juda

atteint son sommet au v 19 par la reacuteveacutelation du mystegravere dans une vision de nuit De mecircme

en Ep 3 le dynamisme initieacute par Paul le prisonnier du Christ au v 1 atteint son

paroxysme au v 3 par lavegravenement du mystegravere qui lui a eacuteteacute fait connaicirctre au cours dune

reacuteveacutelation

En tant que protagonistes des actions geacuteneacutereacutees en Dn 2 17-18 Daniel et ses

compagnons en sont aussi des beacuteneacuteficiaires Mais ces actions sont eacutegalement geacuteneacutereacutees

pour le salut des sages de Babylone qui se trouvent dans une situation de peacuteril De mecircme

570 BEALE G K A New Testament Biblical Theology p 669

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en Ep 3 en tant que protagonistes de lavegravenement salvifique Paul est en mecircme temps

beacuteneacuteficiaires de la reacuteveacutelation du mystegravere divin qui est tout de mecircme dirigeacutee au salut des

Nations qui en sont les grands beacuteneacuteficiaires

En Daniel laction des quatre jeunes juifs comme protagonistes de lavegravenement

salvifique du Dieu dIsraeumll en terre eacutetrangegravere est encore limiteacutee agrave une dimension terrestre

et parfois individuelle De plus mecircme sil nest pas question deacuteliminer les nations

eacutetrangegraveres pour la survie du peuple dIsraeumll il est encore question dune confrontation

entre les deux peuples et la sagesse du Dieu dIsraeumll dont Daniel en est le beacuteneacuteficiaire

servira de confirmer la supeacuterioriteacute du Dieu de Daniel sur les diviniteacutes meacutesopotamiennes

Dans luniteacute textuelle de Dn 2 17-23 le retour de Daniel agrave la maison et sa

rencontre avec ses amis dans la priegravere a mis en relief limportance de la communion

comme condition neacutecessaire pour lavegravenement salvifique du Dieu dIsraeumll en terre

eacutetrangegravere Cette aspect communautaire sera porteacute agrave une dimension plus large en Ep 3 1-

13 Si Daniel et ses compagnons eacutetaient les principaux agents soteacuteriologiques en Dn 2

17-23 en Ep 3 1-13 au-delagrave de lactiviteacute de Paul comme prisonnier du Christ et serviteur

de lEvangile lEglise devient en Ep 3 10 lagent soteacuteriologique par qui sera connue la

sagesse multiple de Dieu

En reacuteunissant en son sein les Juifs et les Nations lEglise manifeste clairement le

deacutepassement impreacutevisible des barriegraveres et teacutemoigne de leffectiviteacute de lavegravenement

salvifique du Dieu de Jeacutesus Christ Le caractegravere individuel de la meacutediation de la gracircce

divine preacutesent dans le protagonisme de Daniel donne suite agrave une dimension

communautaire et eccleacutesiale Si en Daniel le mystegravere est employeacute pour deacutecrire le plan

salvifique de Dieu571 ce projet est progressivement reacuteveacuteleacute dans la connaissance des

choses profondes et cacheacutees (Dn 2 22) dont lexistence de lEglise en est maintenant une

manifestation

En Epheacutesiens lEglise est le contenu du mystegravere ougrave se joue deacutesormais le projet

salvifique cacheacute en Dieu depuis les siegravecles Il est vrai que Epheacutesiens met laccent sur la

reacutealiteacute du salut dans lhistoire pour affermir les chreacutetiens face aux menaces croissantes de

leur environnement mais lattente future nest pas du tout consumeacutee par lexpeacuterience

actuelle du salut572 Ainsi lEglise devient dans le projet eacuteternel reacutealiseacute dans le Christ (Ep

3 11) le lieu par excellence ougrave advient lavegravenement salvifique dans lhistoire des peuples

571 ARNOLD C Power and Magic p 127 572 LONA H Die Eschatologie im Kolosser und Epheserbrief p 427 passim

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En effet dans sa fonction de faire connaicirctre aux principauteacutes et puissances la

sagesse multiple de Dieu le passif γνωρισθῇ en Ep 3 10 invite agrave consideacuterer le rocircle de

lEglise plus dans le sens passif que dans le sens actif Toutefois lEglise nest pas passive

dans le sens de ne pas reacutesister agrave linfluence des puissances mais dans le sens quelle ne

doit pas agir comme un agent expeacutedieacute pour proclamer la domination de Dieu sur les

puissances573 Lexistence de lEglise montre aux puissances quelles sont impuissantes

dempecirccher le progregraves de lEvangile et la dispensation du mystegravere cacheacute et ne peuvent

deacutetruire le corps du Christ constitueacute des Juifs et des Nations574

433 La priegravere dans la reacuteveacutelation du mystegravere et lavegravenement du projet salvifique

La priegravere est un eacuteleacutement essentiel aussi bien dans la lettre aux Epheacutesiens que dans

le livre de Daniel En Dn 2 17-23 la reacuteveacutelation du mystegravere est preacuteceacutedeacutee et motiveacutee par

la priegravere des quatre enfants dIsraeumll reacuteunis en priveacute dans le lieu dhabitation De plus apregraves

la reacuteveacutelation du mystegravere Daniel adresse une priegravere agrave Dieu qui est tout de mecircme contenue

dans la partie centrale du reacutecit En Epheacutesiens apregraves avoir eacuteteacute beacuteneacuteficiaire de la reacuteveacutelation

du mystegravere en Ep 3 1-13 Paul adresse une priegravere agrave Dieu qui est situeacutee en Ep 3 14-21

Cette priegravere est mise dans la bouche de Paul agrave genoux en preacutesence du Pegravere de qui

toute paterniteacute au ciel et sur la terre tire son nom (Ep 3 14) Elle surgit dans ce contexte

comme reacuteponse de lapocirctre et le fruit de la reacuteveacutelation du mystegravere qui lui a eacuteteacute fait connaicirctre

en Ep 3 1-13 La reacuteveacutelation du mystegravere tant en Epheacutesiens quen Daniel deacutebouche sur une

attitude de priegravere Si Daniel beacutenit le nom du Dieu du ciel (Dn 2 20) Paul se met agrave genoux

en preacutesence du Pegravere du ciel et de la terre (Ep 3 14) Lattitude de priegravere des deux

personnages manifeste le lien entre le Dieu du ciel reacuteveacutelateur du mystegravere et le caractegravere

mysteacuterieux de lhistoire ougrave se deacuteroule le projet salvifique575

573 ARNOLD C Power and Magic p 63 574 Ibid p 64 575 LACOCQUE A Le livre de Daniel p 45 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 124 observe

que la reacuteveacutelation du mystegravere amegravene Daniel et Epheacutesien agrave beacutenir Dieu

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44 La souveraineteacute divine et la soumission de toutes les puissances dans lavegravenement du projet salvifique

441 La souveraineteacute divine dans lavegravenement du projet salvifique

Le livre de Daniel met en scegravene deux grands groupes de personnes Dun cocircteacute se

trouve le peuple dIsraeumll auquel appartient Daniel et ses trois amis qui sont protagonistes

de la reacuteveacutelation divine et de lavegravenement salvifique dans la diaspora babylonienne Ce

groupe est consideacutereacute comme appartenant au Dieu qui reacutevegravele les mystegraveres Dun autre cocircteacute

se trouve le groupe des Nations eacutetrangegraveres Parmi ceux-ci se trouvent le roi

Nabuchodonosor et ses successeurs ainsi que les sages de Babylone qui sont eux aussi

beacuteneacuteficiaires de lavegravenement salvifique du Dieu dIsraeumll Ce groupe est consideacutereacute comme

eacutetant des nations paiumlennes et idolacirctres

Toutefois dans la dynamique du reacutecit de Dn 2 et particuliegraverement en Dn 2 17-

23 ougrave est affirmeacute de maniegravere deacutecisive la souveraineteacute du Dieu dIsraeumll le reacuteveacutelateur des

mystegraveres Israeumll et les nations eacutetrangegraveres sont appeleacutes agrave se soumettre agrave lautoriteacute du Dieu

du Ciel qui controcircle les eacuteveacutenements de lhistoire 576 Daniel est lui-mecircme capable

dinterpreacuteter le recircve du roi et de preacutedire le futur parce que son Dieu controcircle lhistoire et

deacutetermine les eacuteveacutenements la connaissance divine teacutemoigne de la puissance divine et de

son controcircle sur lhistoire577

Dans la dynamique du livre le recircve et la vision en Dn 2 et 7 atteignent leur climax

dans leacutetablissement du royaume de Dieu avec son autoriteacute universelle et eacuteternelle ougrave le

mystegravere est particuliegraverement axeacute sur lacte eschatologique de Dieu de tout soumettre sous

576 Pour VON RAD G Theacuteologie de lAncien Testament p 267 le livre de Daniel ne preacutesente pas des

reacutefeacuterences sur lhistoire du peuple dIsraeumll et leacuteveacutenement du salut qui y est eschatologique est uniquement

tourneacute vers le futur et non preacutesent dans lhistoire dIsraeumll Cette affirmation ne tient pas en compte le lien entre le Dieu du ciel et ses actions dans lhistoire Dieu nest pas tout simplement preacutesent dans lhistoire

mais il agit dans cette histoire Cest lui qui fait changer les temps et les saisons cest lui qui fait et deacutefait

les rois donne la sagesse aux sages reacutevegravele les choses profondes et cacheacutees (Dn 2 21-22) Nous observons

avec DELCOR M Lhistoire selon le livre de Daniel notamment au chapitre 11 p 386 que loriginaliteacute

de Daniel est marqueacutee par son inteacuterecirct pour lhistoire universelle ideacutee qui eacutetait reacutepandue dans le monde

greacuteco-romain et dans le monde meacutesopotamien Toutefois linteacuterecirct de Daniel pour la totaliteacute de lhistoire ne

lempecircche pas de sinteacuteresser aux eacuteveacutenements particuliers Ce sont ces eacuteveacutenements particuliers faisant partie

de lhistoire universelle qui rendent possible une lecture du deacuteploiment du projet salvifique du Dieu dIsraeumll 577 DAVIES P R Eschatology in the Book of Daniel p 40

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sa domination578 La partie centrale de Dn 2 met en vue cette souveraineteacute de Dieu non

seulement dans les eacuteveacutenements futurs qui arriveront agrave la fin des jours mais aussi dans les

eacuteveacutenements qui font partie du passeacute et du preacutesent du peuple Le lien entre lhabileteacute de

reacuteveacuteler le futur et la souveraineteacute est particuliegraverement affirmeacute dans la deacuteclaration du roi

Votre Dieu est le Dieu des dieux et le maicirctre des rois le reacuteveacutelateur des mystegraveres (Dn

2 47)579

Dans la lettre aux Epheacutesiens et particuliegraverement en Ep 3 1-13 ougrave est exprimeacute de

maniegravere deacutecisive le contenu du mystegravere il est aussi question des Juifs et des Nations

appeleacutes maintenant agrave se soumettre agrave lautoriteacute du Christ en formant son Corps qui est

lEglise En Epheacutesiens les Nations sont coheacuteritiegraveres co-corporeacutees et coparticipantes de

la promesse dans le Christ Jeacutesus (Ep 3 6) Le mystegravere eacutepheacutesien atteint son climax dans le

avnakefalaiwsij de tous les ecirctres dans le Christ et qui saccomplit au temps fixeacute tout

comme le regravegne de Dieu en Daniel580

En effet dans le deacuteploiement de son projet salvifique Dieu fait connaicirctre le

mystegravere de sa volonteacute quil avait formeacute en Lui par avance pour le reacutealiser quand les temps

seraient accomplis (Ep 1 10a) Ce mystegravere consiste effectivement agrave ramener tous les ecirctres

ceacutelestes et terrestres sous lautoriteacute du Christ (Ep 1 10b) Ainsi tout comme la soumission

de toute chose au royaume de Dieu en Daniel le avnakefalaiwsij eacutepheacutesien implique la

soumission de toute chose dans la Christ581

Par ailleurs en Daniel la soumission du peuple dIsraeumll agrave lautoriteacute divine implique

une eacutethique de vie Israeumll est appeleacute agrave garder la loi et les deacutecrets de Dieu agrave reconnaicirctre la

souveraineteacute de Dieu par la priegravere et le refus des autres diviniteacutes ainsi que lobservance

des lois alimentaires582 Par contre la soumission des nations eacutetrangegraveres agrave lautoriteacute de

Dieu dans le livre de Daniel est particuliegraverement baseacutee sur lattitude des rois paiumlens et

idolacirctres Les rois des nations eacutetrangegraveres sont appeleacutes agrave eacuteviter toute attitude

dinsubordination au Dieu du ciel et de se reconnaicirctre eux-mecircmes pas plus que des

serviteurs par rapport agrave Dieu qui est lunique roi de lunivers583

La reconnaissance de la souveraineteacute du Dieu dIsraeumll par les nations eacutetrangegraveres

passe par la soumission des rois paiumlens qui dans lexercice de leur pouvoir sont des rois

578 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 124 579 DAVIES P R Op cit p 40 580 CARAGOUNIS C Op cit p 124 581 Ibid 582 BARTON J Theological Ethics in Daniel p 666 583 Ibid

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despotes des reacutegimes totalitaires La soumission au Dieu dIsraeumll comme eacutethique

theacuteologique du livre de Daniel renforce le fait que lhistoire ne deacutepend pas des deacutecisions

humaines mais a eacuteteacute formeacutee par avance dans le projet salvifique de Dieu 584 Cette

soumission dIsraeumll et des nations eacutetrangegraveres montre au bout du compte que le Dieu du

ciel est celui dont le nom doit ecirctre beacutenit eacuteternellement parce que cest agrave Lui la sagesse et

la force pour conduire les eacuteveacutenements de lhistoire dans le temps et au-delagrave du temps

Cest une reconnaissance que cest le Dieu du ciel qui fait changer le temps et les

saisons alors que les diviniteacutes paiumlennes nont aucune maicirctrise sur le temps et les

eacuteveacutenements de lhistoire Le Dieu du ciel est celui qui deacutetrocircne les rois et en eacutetablit dautres

dans sa sagesse et sa force (Dn 2 20-21)

Dans la lettre aux Epheacutesiens la soumission de tous les ecirctres sous lautoriteacute du

Christ implique aussi bien pour les Juifs que pour les Nations la neacutecessiteacute de former le

Corps du Christ qui est lEglise Toutefois dans le ἀνακεφαλαιώσασθαι τὰ πάντα ἐν τῷ

Χριστῷ qui forme le climax de la Beacuteneacutediction sont inclus non seulement lEglise mais

aussi des puissances spirituelles eacutenumeacutereacutees en Ep 1 21 qui attestent que le vrai contraste

en Epheacutesiens ne se situe pas entre les Juifs et les Nations mais plutocirct entre lEglise et les

puissances585 Cest par lEglise que sera connue de ces puissances invisibles la sagesse

multiple de Dieu (Ep 3 10)

Les Juifs et les Nations sont degraves lors inviteacutes dans une eacutethique de vie agrave marcher

en accord avec lappel quils ont reccedilu (Ep 4 1) Cet appel consiste dune part agrave se supporter

les uns les autres dans lamour avec humiliteacute douceur et patience (Ep 4 2) et dautre part

agrave garder luniteacute par le lien de paix (Ep 4 3) Cet appel est deacutejagrave affirmeacute de maniegravere

condenseacutee et deacutecisive dans le contenu du mystegravere en Ep 3 6 Le projet salvifique de Dieu

advient deacutesormais par la constitution dun peuple uni dans le Christ Cest une uniteacute que

les Juifs et les Nations sont appeleacutes agrave garder (τηρεῖν τὴν ἑνότητα) parce quelle est deacutejagrave

donneacutee Cette uniteacute deacutejagrave donneacutee par la croix du Christ est le reacutesultat de lagir salvifique

du Christ qui est notre paix586

Le Christ ayant lui-mecircme fait et proclameacute la paix (Ep 2 14-18) il revient aux

Juifs et aux Nations decirctre des agents de paix et de reacuteconciliation dans lEglise pour

preacuteserver luniteacute587 Le projet salvifique que Dieu a par avance eacutetabli selon sa volonteacute nest

584 Ibid 585 CARAGOUNIS C Ephesian Mysterion p 157 586 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 209 587 Ibid p 210

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donc pas un deacuteterminisme ni en Epheacutesiens ni en Daniel ougrave est affirmeacute sans reacuteserve le

deacuteploiement de ce projet eacuteternel de Dieu

En Daniel comme en Epheacutesiens le projet salvifique de Dieu nexclut pas une

eacutethique de vie individuelle etou communautaire qui consiste agrave participer agrave son avegravenement

et agrave son accomplissement En dautres termes la soumission au projet salvifique de Dieu

ne veut pas dire que laction humaine nest pas importante bien au contraire il y a un

impeacuteratif de coopeacuterer au projet de Dieu par la soumission agrave sa volonteacute588

En Epheacutesiens les Juifs et les Nations deacutesormais membres dun mecircme corps sont

appeleacutes agrave revecirctir larmure de Dieu pour reacutesister aux manœuvres du diable car ce nest pas

contre les adversaires de sang et de chair quils ont agrave lutter mais contre les principauteacutes

et les puissances (Ep 6 11-12) Le concept de principauteacutes et puissances et leur

soumission agrave Dieu comme faisant partie du projet salvifique et condition preacutealable pour

lavegravenement du projet eschatologique de Dieu en Daniel a la mecircme eacutequivalence en

Epheacutesiens589 Cest agrave ces principauteacutes et puissances que la sagesse multiple de Dieu doit

maintenant ecirctre connue par lEglise (Ep 3 10)

442 Les principauteacutes et les puissances dans lavegravenement du projet salvifique

Dans le contexte socio-historique de lAsie Mineure Occidentale reacutegnait une

grande peur des puissances de la part des populations locales et ces puissances eacutetaient

aussi un sujet de preacuteoccupation pour les destinataires de la lettre590 Comment lauteur

reacutepond-il agrave cette preacuteoccupation rencontreacutee par les communauteacutes chreacutetiennes dans le veacutecu

de leur foi Et quel rapport peut-on eacutetablir entre le concept de puissances dans la lettre

aux Epheacutesiens et celui du livre de Daniel591

588 BARTON J Theological Ethics in Daniel p 667 589 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 135 590 ARNOLD C Power and Magic p 124 591 Dans leacutetude du concept des principauteacutes et des puissances dans le Nouveau Testament en geacuteneacuteral et

dans la lettre aux Epheacutesiens en particulier le lien a eacuteteacute particuliegraverement noteacute avec lapocalyptique juive Cf

EVERLING O Die Paulinische Angelologie und Daumlmonologie p 119 DIEBELIUS M Die Geisterwelt

im Glauben des Paulus p 182 Toutefois mecircme si cest un concensus que les lettres pauliniens reflegravetent

un arriegravere fond juif du monde des esprits ARNOLD C Power and Magic p 52 observe quau premier

siegravecle le judaiumlsme partageait aussi les croyances du monde helleacutenistique sur les puissances spirituelles et

par conseacutequent lopinion juive chevauche de faccedilon significative sur le monde helleacutenistique

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En effet cest dans un contexte marqueacute par la croyance agrave lexistence des puissances

surnaturelles que lauteur de la lettre fait appel aux termes ἀρχή et ἐξουσία appliqueacutes agrave

ces puissances invisibles Dans la dynamique de la lettre la premiegravere occurrence des

termes ἀρχή et ἐξουσία apparaicirct au singulier en Ep 1 21 preacuteciseacutement dans le contexte de

laffirmation de la souveraineteacute du Christ qui sest assis agrave la droite de Dieu bien au-dessus

de toutes les puissances ceacutelestes

Dans ce contexte apparaicirct aussi la premiegravere occurrence du terme ἐκκλησία en lien

avec le Christ En mettant toute chose sous ses pieds Dieu constitue le Christ comme

Tecircte de son Eglise au-dessus de toute chose (Ep 1 22) En soulignant la supreacutematie du

Christ sur tous les ecirctres Dieu met le Christ au-dessus de toutes les principauteacutes et

puissances quel que soit leur nature592 Cest dans et par lavegravenement du Christ en qui Dieu

a reacuteuni tous les ecirctres terrestres et ceacutelestes que Dieu continue agrave deacuteployer son projet

salvifique

Dans le contexte du combat spirituel en Ep 6 12 les ἀρχαῖς et ἐξουσίαις au

pluriel sont identifieacutes comme des puissances maleacutefiques en conflit avec les croyants

montrant que le conflit auquel sont appeleacutes les Juifs et les Nations dans le Christ est un

conflit spirituel et non physique593 Les lieux ceacutelestes ougrave reacutesident ces puissances renvoient

non seulement agrave la source des beacuteneacutedictions spirituelles dont les croyants en sont

beacuteneacuteficiaires mais aussi au lieu ougrave siegravege le Christ agrave la droite de Dieu ainsi que le lieu de

reacutesidence des ecirctres spirituels594

Dans cette perspective lexistence de lEglise est une eacutevidence tangible qui atteste

que le pouvoir des puissances ceacutelestes a eacuteteacute aneacuteanti pour deacutemontrer la soumission au

Christ des eacuteleacutements les plus divers de la creacuteation595 La deuxiegraveme occurrence de ἀρχή et

ἐξουσία apparaicirct au pluriel en Ep 3 10 encore en lien avec la deuxiegraveme occurrence de

ἐκκλησία par qui sera connue la sagesse multiple de Dieu

En effet en 1Cor 2 8 aucun des princes (τῶν ἀρχόντων) de ce monde na connu

la sagesse divine qui se trouve dans le Christ pourtant en Ep 3 10 cette sagesse divine

sera connue des principauteacutes et les puissances dans les cieux (ταῖς ἀρχαῖς καὶ ταῖς

ἐξουσίαις ἐν τοῖς ἐπουρανίοις) Puisse quils sont eux aussi dans les cieux ougrave le Christ a

eacuteteacute exalteacute quel que soit leur nature ce sont des ecirctres soumis agrave la souveraineteacute du Christ596

592 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 102 593 HOEHNER H Ephesians p 482 594 Ibid 595 Ibid p 484 596 BOISMARD M-E Lrsquoeacutenigme de la lettre aux Epheacutesiens p 43

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Le νῦν exprimeacute en Ep 3 10 revecirct degraves lors toute sa signification dans le fait quil

marque le temps de lEglise597 Le mystegravere qui a eacuteteacute reacuteveacuteleacute agrave Paul aux saints apocirctres et

prophegravetes na pas encore eacuteteacute porteacute agrave la connaissance des principauteacutes et des puissances

Il faut attendre le temps de lEglise qui est elle-mecircme le contenu du mystegravere par qui Dieu

continue agrave porter agrave son terme son projet salvifique

La compreacutehension de ces ἀρχαῖς et ἐξουσίαις ne peut donc ignorer les

repreacutesentations dont deacutepend Epheacutesiens dans sa maniegravere de parler des reacutealiteacutes invisibles

de son eacutepoque en lutte avec les humains et qui ont particuliegraverement leur milieu de vie

dans lapocalyptique juive598 Lexistence de lEglise est un tournant important dans la

reacuteveacutelation progressive du mystegravere divin pour que son projet salvifique puisse aller au-

delagrave de la sphegravere terrestre pour atteindre les principauteacutes et les puissances dans les cieux

Dans le livre de Daniel les termes ἀρχή et ἐξουσία napparaissent pas litteacuteralement

dans la peacutericope de Dn 2 17-23 Toutefois la question de la souveraineteacute de Dieu et son

pouvoir sur tout lunivers exprime de maniegravere implicite la souveraineteacute et la domination

de Dieu sur toutes les puissances visibles et invisibles En effet dans le texte arameacuteen de

Daniel le terme שלטן apparaicirct 13 fois dont 12 occurrences au singulier (3 33 4

1931(2x) 6 27(2x) 7 61214(2x)2627a) et une seule au pluriel (7 27b)

En Dn 3 et 4 טןשל renvoi au pouvoir de Dieu qui est exerceacute de geacuteneacuteration en

geacuteneacuteration Les deux occurrences de Dn 6 font respectivement allusion au pouvoir humain

du roi Darius et au pouvoir de Dieu reconnu comme un pouvoir qui naura pas de fin En

Dn 7 qui contient le plus grand nombre doccurrences שלטן est non seulement employeacute

par rapport agrave la figure du leacuteopard dans la vision de Daniel (7 6) mais aussi par rapport

aux autres becirctes agrave qui la domination a eacuteteacute enleveacutee

En Dn 7 14 שלטן est employeacute en lien avec la figure pareille agrave un Fils dhomme

deacutecrit en Dn 7 13 agrave qui est confieacutee une domination eacuteternelle En Dn 7 26 שלטן renvoi agrave

la domination du roi qui seacutelegravevera apregraves les 10 autres rois avec un pouvoir eacutenorme mais

qui finira par ecirctre vaincu Dans ce contexte שלטן exprime aussi la domination sous tous

les cieux qui est donneacute au peuple des saints du Tregraves Haut (Dn 7 27a)

597 LINCOLN T A Ephesians p 186 598 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 187 En faisant allusion au judaiumlsme de leacutepoque et

en particulier de lapocalyptique plusieurs auteurs y voient le lien entre le concept des puissances invisibles

de Epheacutesiens et celui de Daniel (Dn 7 27 10 13) Maccabeacutees (2M 5 2) Enoch (1Enoch 61 10 41 9 90

2124) Cf ARNOLD C Power and Magic p 186 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 157-

161

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Toutefois le terme שלטנה (TH = avrcai LXX = evxousiai) en contraste en Dn 7 14

et 7 27a ne porte pas sur le sens abstrait de puissance ou autoriteacute mais sur le sens concret

des puissances invisibles soumis au עליונין (Tregraves-haut)599 Lunique emploi de שלטן au

pluriel renvoi agrave toutes les dominations qui serviront le Tregraves-haut et lui obeacuteiront600 Il en

ressort que שלטן est employeacute non seulement dans le sens de puissance autoriteacute et regravegne

mais aussi dans le sens de puissances spirituelles601

Degraves lors le lien avec la partie des visions de Daniel paraicirct alors eacutevident dans la

correspondance avec le terme שר (LXX = στρατηγός et TH = ἄρχων) particuliegraverement en

Dn 10 132021 En effet en Dn 1 7-18 שר est employeacute pour deacutesigner le chef des

eunuques de la cour royale de Babylone Si son emploi en Dn 8 25 renvoi tregraves

certainement agrave Dieu comme le Prince des princes son emploi en 8 11 est assez

ambivalent Sil est question de larmeacutee ceacuteleste et de son chef qui serait Dieu lui-mecircme le

texte deacutecrirait larrogance dAntiochus mais sil est question de larmeacutee dIsraeumll et de son

chef le Grand precirctre le texte ferait allusion agrave la perseacutecution en 1 Maccabeacutees602

Tout compte fait lemploi du terme en Dn 10 132021 montre que שר nest pas

tout simplement employeacute dans le sens dune autoriteacute humaine mais aussi dans le sens

dune autoriteacute spirituelle En effet le monde symbolique de Daniel preacutesente une

dimension agrave la fois temporelle et spatiale Lideacutee de la deacutesagreacutegation de lordre du monde

preacutesenteacutee en Dn 7 est agrave la fois accompagneacutee dune ferme conviction du controcircle divin sur

le cours de lhistoire et dune croyance vive agrave lactiviteacute des pouvoirs surnaturels eacutevidents

dans les princes angeacuteliques de Dn 10603 Si le ἄρχων du peuple dIsraeumll est repreacutesenteacute par

le prince Michel les arcontej de la Perse et de la Gregravece sont aussi des puissances

invisibles qui sont des vraies et ultimes autoriteacutes agissant en leur homologues terrestres604

Le conflit des puissances met donc en scegravene des forces humaines et ceacutelestes dans

la reacuteveacutelation progressive du mystegravere de Dieu dont le projet salvifique se rend preacutesent dans

lhistoire En changeant le pluriel αὐτῶν de la LXX en Dn 7 27 par le singulier αὐτῷ le

599 CARAGOUNIS C History and Supra-history pp 396 passim 600 Lusage du terme שלטן en Dn 7 est particuliegraverement significatif non seulement en lien avec les puissances

terrestres mais aussi en lien avec la figure du Fils de lhomme et des puissances invisibles En Dn 7 12-27 la LXX traduit le terme שלטן par evxousia alors que TH emploi trois fois evxousia et quatre fois ἀρχή 601 CARAGOUNIS C The Ephesion Mysterion p 159 602 ALONSO SCHOumlKEL L SICRE DIAZ J L Profetas II p 1318 603 COLLINS J J Daniel and His Social World p 140 604 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 159

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texte de TH renvoi non pas a λαῷ (agrave linstar de la LXX) mais au ὑψίστου agrave qui les avrcai

comme puissances invisibles sont soumises et non pas aux saints du Tregraves Haut605

Degraves lors il en deacutecoule que toutes les puissances visibles et invisibles sont

soumises agrave la figure pareille au Fils de lhomme agrave qui est confieacutee une domination eacuteternelle

Ainsi en Dn 7 le concept de avrcaievxousiai renvoi non seulement aux puissances

spirituelles qui inspirent des actions contre le projet divin du salut mais aussi renvoi agrave

lautoriteacute des rois qui gouvernent selon leur suzerain invisibles606

La soumission de toutes ces puissances visibles et invisibles agrave la souveraineteacute du

ὑψίστου renvoi aussi agrave la soumission de toutes les puissances terrestres et ceacutelestes dans

le Christ dont Epheacutesiens en fait une parfaite illustration En Daniel tout comme en

Epheacutesiens le concept de avrcaievxousiai touche agrave la fois le monde visible des humains qui

sont en lutte contre ces puissances mais aussi le monde invisible ougrave ces puissances ont

un champ daction qui va au-delagrave de la sphegravere terrestre

En Daniel comme en Epheacutesiens quel que soit le pouvoir de ces ecirctres visibles ou

invisibles ils sont tous soumis agrave la souveraineteacute de Dieu dont le projet salvifique se

deacuteploie dans le monde visible et invisible En Epheacutesiens il revient agrave lEglise contenu

eschatologique du mystegravere decirctre le lieu ougrave la sagesse divine sera connue de ces

principauteacutes et puissances dans les cieux (Cf Ep 3 10)

La question de lhistoire dans ses cateacutegories spatiales et temporelles ainsi que la

soumission de toutes les puissances visibles et invisibles sous lautoriteacute de Dieu ou du

Christ tout comme le νῦν dans sa dimension eschatologique pose ineacutevitablement la

question de leschatologie dans les deux eacutecrits bibliques Existe-t-il une eschatologie en

Daniel et Epheacutesiens et quel serait leur point de rencontre

605 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 160 606 CARAGOUNIS C The Son of Man p 70

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45 La dynamique salvifique dans leschatologie eacutepheacutesienne et danieacutelique

451 La dynamique salvifique dans leschatologie eacutepheacutesienne

Il ne sagit pas ici de faire une eacutetude deacutetailleacutee sur leschatologie de la lettre aux

Epheacutesiens La preacutesente approche de leschatologie eacutepheacutesienne entre en continuation avec

lanalyse qui a eacuteteacute eacutelaboreacutee au cours de cette eacutetude Lobjectif est de mettre en exergue le

deacuteploiement du projet salvifique de Dieu dans la dynamique eschatologique eacutepheacutesienne

en lien avec la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance comme fil conducteur de la

peacutericope de Ep 3 1-13 Sil existe une eschatologie eacutepheacutesienne comment le projet

salvifique de Dieu advient dans cette perspective eschatologique

En effet dans la dynamique de la lettre la peacutericope de Ep 2 1-22 qui preacutecegravede

immeacutediatement la peacutericope de Ep 3 1-13 est fondamentale dans la compreacutehension de

leschatologie et la dynamique salvifique de la lettre607 Ep 2 1-22 se divise litteacuteralement

en deux parties608 La premiegravere partie (Ep 2 1-10) deacutecrit avec veacuteheacutemence la situation des

chreacutetiens qui jadis eacutetaient morts agrave cause de leurs fautes mais Dieu les a fait revivre avec

le Christ (συνεζωοποίησεν) et cest par gracircce et non par leurs meacuterites personnels quils

ont eacuteteacute sauveacutes En les faisant revivre Dieu les a ressusciteacutes (συνήγειρεν) avec le Christ et

les a fait asseoir avec Lui (συνεκάθισεν) dans les cieux (Ep 2 6)

607 Pour sa part ARNOLD C Power and Magic p 147 reconnaicirct uniquement le texte de Ep 2 4-10 comme

important pour comprendre leschatologie espheacutesienne puisque le salut y est deacutecrit comme une deacutelivrance

des puissances invisibles Notre perspective prend en compte tout le chapitre 2 et deacutebouche sur luniteacute

textuelle de Ep 3 1-13 pour les raisons qui seront montreacutees ci-dessus 608 Malgreacute les difficulteacutes qui se preacutesentent dans la structuration de Ep 2 nous nous refeacuterons agrave la division

admise par la majoriteacute des exeacutegegravetes et commentateurs Cette division est faite agrave partir de linclusion partielle

formeacutee par le verbe περιπατέω au vv 2 et 10 Cf ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 115

Cet auteur observe que sur le plan de la syntaxe les vv 1-7 forment une seule phrase et la subdivision des vv 1-10 pourrait se preacutesenter ainsi vv 1-7 et vv 8-10 Mais sur le plan seacutemantique il y a un grand contraste

entre la situation des Nations dans le passeacute et dans le preacutesent Les vv 1-10 peuvent aussi ecirctre coupeacutes en 1-

3 et 4-10 Par ailleurs dans leacutetude de lhistoire de la reacutedaction du texte BOISMARD M-E Lrsquoeacutenigme de

la lettre aux Epheacutesiens p 29 passim eacutelimine les vv 1-2 5 et 9 quil considegravere comme un ajout du dernier

reacutedacteur et preacutesente une structure concentrique du texte modifieacute De mecircme pour les vv 11-22 cet auteur

eacutelimine les vv 13 et 19-22 Dans la deuxiegraveme partie de Ep 2 les vv 11-22 preacutesentent eacutegalement une

structure concentrique Cf REYNIER C Evangile et mystegravere p 37 Toutefois GIAVINI G La structure

litteacuteraire de Ep 2 11-22 p 209 passim deacutelimite cette structure concentrique au v 19 comme fin de luniteacute

litteacuteraire

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Les termes composeacutes avec la preacuteposition σύν marquent cette communion

profonde avec le Christ dans la dimension verticale du chreacutetien eacutetabli deacutesormais dans les

cieux avec le Christ609 Dans ce contexte Dieu apparaicirct comme sujet des verbes et agent

des dynamismes salvifiques celui qui rachegravete les Nations dun passeacute ougrave elles eacutetaient

mortes agrave un preacutesent ougrave elles sont reacuteinteacutegreacutees dans la vie

Apregraves la description de cette œuvre salvifique de Dieu aux vv 1-10 il est question

dans la deuxiegraveme partie (Ep 2 11-22) de la description de lœuvre salvifique du Christ

qui opegravere lunion et la reacuteconciliation non plus seulement avec Dieu mais avec une

humaniteacute diviseacutee par les barriegraveres religieuses entre les Juifs et les Nations610 Le Christ

est celui qui unit les Juifs et les Nations en un seul Corps deacutetruisant la barriegravere qui les

seacuteparait pour creacuteer en sa personne un seul Homme nouveau (Ep 2 14-16)

Alors que Ep 2 1-10 soulignait la dimension verticale du salut et de la

reacuteconciliation des hommes avec Dieu Ep 2 11-22 souligne davantage la dimension

horizontale de la reacuteconciliation des hommes entre eux611 Lensemble du chapitre 2 met

donc en vue le lien inseacuteparable entre la dimension verticale du salut opeacutereacute par Dieu et la

dimension horizontale de luniteacute des chreacutetiens dans le Christ Luniteacute des Juifs et des

Nations sauveacutes par Dieu et reacuteconcilieacutes par le Christ devient le lieu manifeste de

lavegravenement du salut divin dans la communauteacute chreacutetienne

Le lien inseacuteparable dans les deux dimensions verticale et horizontale de la vie

chreacutetienne est fondamental dans la compreacutehension de la reacuteveacutelation du mystegravere qui se fait

connaicirctre et donc de leschatologie et de la dynamique salvifique de la lettre Pourtant

une lecture de ce contexte a ameneacute certains commentateurs agrave penser que leschatologie a

eacuteteacute remplaceacutee par une eccleacutesiologie ceacuteleste qui implique que leschatologie eacutepheacutesienne

est une Praumlsentische Eschatologie une eschatologie deacutejagrave reacutealiseacutee dans le preacutesent sans

aucune existence possible dune perspective future612

Il est vrai que la dimension preacutesente de leschatologie tregraves marqueacutee dans la

dynamique de la lettre est indeacuteniable Il sagit dun preacutesent ougrave le mystegravere qui navait pas

eacuteteacute connu dans le passeacute est reacuteveacuteleacute et embarque ce preacutesent dans sa dynamique Il ny a

pourtant aucune contradiction dans la double dimension preacutesente et future de

609 REYNIER C Evangile et mystegravere p37 610 ALETTI J-N Saint Paul Epicirctre aux Epheacutesiens p 136 611 REYNIER C Op cit p 38 612LINDEMANN A Die Aufhebung der Zeit p 237 passim

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leschatologie eacutepheacutesienne de mecircme quil ny a aucune contradiction entre la dimension

preacutesente du salut et sa dimension future613

Dans cette double dimension du preacutesent et du futur se situe le temps de

laccomplissement signifieacute par le terme avnakefalaiwsij Ce temps de laccomplissement

est aussi le temps de lEglise par qui la sagesse divine sera connue des principauteacutes et des

puissances dans les cieux (Ep 3 10) En effet le concept de l avnakefalaiwsij implique

que deacutejagrave ici et maintenant lEglise commence une action et un mode decirctre qui appartient

en propre agrave un temps eschatologique cest-agrave-dire au avnakefalaiwsij et bien au-delagrave614

Si le mystegravere na pas eacuteteacute connu dans le passeacute il est maintenant reacuteveacuteleacute et son

contenu nest rien de moins que lEglise linclusion des Nations dans le Corps du Christ

Loin decirctre bacirctit sur le rapport passeacute-preacutesent Ep 3 1-13 deacutecrit le passage dune non-

connaissance du mystegravere agrave une connaissance qui seffectue dans le preacutesent avec des

cateacutegories de la connaissance qui portent la marque de la temporaliteacute615

La reacuteveacutelation du mystegravere se situe dans une perspective eschatologique qui prend

en compte le preacutesent ougrave les Nations sont deacutesormais incorporeacutees au Christ et le futur ougrave la

sagesse divine sera connue des principauteacutes et des puissances par lEglise Lexistence et

la mission de lEglise se comprennent degraves lors dans cette dimension eschatologique du

preacutesent et du futur Lincorporation des Nations dans le projet divin du salut est un indice

de lacte eschatologique ducirc agrave la reacuteveacutelation du mystegravere616

La dimension laquo praumlsentische raquo de leschatologie eacutepheacutesienne nest donc pas une

dimension autarcique mais une reacutealiteacute infeacutereacutee de lexistence de leschatologie proclitique

et analeptique617 En eacutetant deacutejagrave sauveacutee dans et par le Christ cest au tour de lEsprit de

continuer son œuvre dans lEglise preacuteparant la reacutedemption de ceux que Dieu sest acquis

pour la louange de sa gloire (Ep 1 14) Le salut acquis dans le Christ nexclut donc pas la

perspective du salut final

Dans cette dimension eschatologique les Juifs et les Nations sauveacutes par Dieu et

reacuteconcilieacutes par le Christ ougrave ils ont eacuteteacute recreacutees en un seul Homme nouveau auront agrave ne

pas contrister lEsprit qui les a marqueacutes de son sceau pour le jour de la reacutedemption (Ep 4

613 LONA H Die Eschatologie im Kolosser-und Epheserbrief p 427 614 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 138 615 REYNIER C Evangile et mystegravere p 40 616 CARAGOUNIS C Op cit p 141 et seq 617 LEMMER H A Multifarious Understanding of Eschatology in Ephesians p 116 passim

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30) Leschatologie laquo praumlsentische raquo nest donc pas seulement un fait objectif mais une

reacutealiteacute existentielle quand lEsprit agit sur lexistence terrestre de lEglise618

Mecircme en eacutetant tourneacutee vers les cieux lEglise comme contenu du mystegravere continu

son existence dans lhistoire ougrave le projet salvifique de Dieu continue agrave se rendre preacutesent

dans la vie des hommes Leacutethique theacuteologique eacutepheacutesienne est donc le lieu de la

manifestation du salut opeacutereacute par Dieu et la reacutefeacuterence temporelle sert agrave mettre en eacutevidence

le nouveau type de relation instaureacutee entre lhomme et Dieu619

452 La dynamique salvifique dans leschatologie danieacutelique

Si la tendance a eacuteteacute de nier la perspective future de leschatologie eacutepheacutesienne au

profit dune praumlsentische eschatologie en Daniel la tendance est de nier lexistence mecircme

de leschatologie dans les reacutecits de Dn 1-6620 A premiegravere vue la perspective de Dn 1-6

en contraste frappant avec Dn 7-12 nest pas eschatologique mais orienteacutee au preacutesent621

Dun cocircteacute les six reacutecits de Dn 1-6 font une description des diffeacuterents royaumes

terrestres en soulignant la souveraineteacute de Dieu et son controcircle sur les eacuteveacutenements de

lhistoire Cette affirmation de la souveraineteacute divine passe par sa capaciteacute de reacuteveacuteler le

mystegravere et de porter agrave terme son projet salvifique en intervenant dans lhistoire

Dun autre cocircteacute les visions dont Daniel est le beacuteneacuteficiaire poursuivent cette ideacutee

de la souveraineteacute de Dieu sur les puissances terrestres et ceacutelestes De plus on retrouve

dans les visions une irreacutesistible conviction de limmanence de lintervention de Dieu ainsi

que lannonce tregraves preacutesente dun eschaton imminent622 Le style eacutenigmatique des visions

axeacutees sur le temps de la fin confegravere agrave cette deuxiegraveme partie du livre un caractegravere

eschatologique et apocalyptique

618 Ibid p 117 619 REYNIER C Evangile et mystegravere p 37 620 Une tendance rencontreacutee chez KRATZ R G Translatio impirii p 48 passim qui soutient que linterlude

eschatologique de Dn 2 44 est anormal dans les reacutecits de Dn 1-6 et doit ecirctre consideacutereacute comme une addition

posteacuterieure Le recircve original envisagerait seulement la passage de lempire babylonien agrave celui des Megravedes et

des Perses et aurait une perspective historique en coheacuterence avec les reacutecits Kratz est citeacute par COLLINS J

J Nebuchadnezzar and the Kingdom of God-Deferred Eschatology in the Jewish Diaspora p 132 621 COLLINS J J Nebuchadnezzar and the Kingdom of God-Deferred Eschatology in the Jewish

Diaspora p 132 622 DAVIES P R Eschatology in the Book of Daniel p 42

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Toutefois les deux parties du livre sont pourtant inseacuteparables et sont unies tant

dans leur structure que dans la theacutematique de la souveraineteacute de Dieu et son controcircle sur

lhistoire Pour ce il est agrave reconnaicirctre que leschatologie a une place inteacutegrale dans les

reacutecits de Dn 1-6 bien que cela soit moins important quen Dn 7-12623

Dans le reacutecit de Dn 2 la souveraineteacute de Dieu est souligneacutee de maniegravere particuliegravere

dans la partie centrale du reacutecit qui a eacuteteacute lobjet de notre eacutetude Mais cette souveraineteacute

divine sous des angles et des accents diffeacuterents est aussi affirmeacutee au long des reacutecits de

Dn 1-6 Apregraves avoir reccedilu le contenu de son recircve et son interpreacutetation le roi

Nabuchodonosor reconnaicirct le Dieu de Daniel comme le Dieu des dieux et le maicirctre des

rois le reacuteveacutelateur des mystegraveres (Dn 2 47)

De mecircme dans sa priegravere en Dn 4 Nabuchodonosor reconnaicirct encore le Dieu de

Daniel comme celui qui vit agrave jamais car son empire est un empire eacuteternel et son royaume

pour toutes les geacuteneacuterations (4 31) De mecircme quen Dn 2 le chapitre 6 sachegraveve par une

profession de foi du roi Darius qui reconnaicirct le pouvoir eacuteternel du Dieu de Daniel dont le

royaume ne sera point deacutetruit et son empire naura pas de fin (6 27)

Ces affirmations constantes de la souveraineteacute divine montrent en mecircme temps

que Dieu nest pas absent dans le preacutesent de lhistoire ougrave paraissent dominer les puissances

humaines repreacutesenteacutees par les rois paiumlens et idolacirctres La peacutericope de Dn 2 17-23 affirme

avec force que cest le Dieu du ciel qui fait et deacutefait les rois (2 21) mecircme quand ces

derniers pensent ecirctre des tout-puissants en seacuterigeant le droit de donner la mort ou la vie

agrave qui ils veulent Cest le Dieu du ciel qui fait changer le temps et les saisons (2 21)

mecircme lorsque les rois paiumlens pensent avoir la maicirctrise des eacuteveacutenements du royaume

Dans cette perspective la destruction de la statue composite dans le recircve du roi en

Dn 2 implique la fin de ces royaumes paiumlens et idolacirctres et leacutetablissement du royaume

eacuteternel de Dieu En effet limage de la pierre qui deacutetruit la statue dans le recircve du roi

Nabuchodonosor a eacuteteacute reconnue comme le seul passage en Dn 1-6 qui fait allusion agrave la

reacutealisation eschatologique du royaume de Dieu sur la terre624

Cette pierre qui reacuteduit en poussiegravere les diffeacuterentes parties de la statue rappelle

toutes les affirmations de la souveraineteacute de Dieu et leacutetablissement de son royaume

eacuteternel La perspective eschatologique est indeacuteniable dans cette conclusion de

linterpreacutetation du recircve par Daniel qui reconnaicirct quen ce temps-lagrave le Dieu du ciel dressera

623 COLLINS J J Nebuchadnezzar and the Kingdom of God-Deferred Eschatology in the Jewish

Diaspora p 136 624 Ibid p 132

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un royaume qui ne sera jamais deacutetruit il eacutecrasera et aneacuteantira tous les autres royaumes et

lui-mecircme subsistera agrave jamais (2 44)

Leschatologie de Dn 2 complegravete le thegraveme de la souveraineteacute divine dans le preacutesent

alors que lultime royaume eacutetablit par le Dieu du ciel est le corollaire et laccomplissement

final de la souveraineteacute du Tregraves-Haut que Nabuchodonosor reconnaicirct dans ce preacutesent625

Cette espeacuterance eschatologique alimente degraves lors la foi du peuple exileacute et devient le

fondement dune eacutethique theacuteologique dans la diaspora babylonienne Lespeacuterance

eschatologique de Dn 1-6 nest donc pas urgente car dans le preacutesent Daniel se contente

de servir les rois eacutetrangers agrave qui Dieu a lui-mecircme donneacute le pouvoir sur les royaumes de

la terre626

Par ailleurs dans les reacutecits de Dn 1-6 et particuliegraverement en Dn 2 la destruction

de la statue par la pierre nest pourtant pas le seul indice de la perspective eschatologique

du texte Il est vrai que selon certaines conceptions de leschatologie il ny aurait aucune

en Dn 1-6 si ce nest le fameux recircve de la statue et son interpreacutetation en Dn 2627 Si

leschatologie des visions de Dn 7-12 ont un lien avec les reacutecits de Dn 1-6 cela montre

que ces reacutecits contiennent plus dun eacuteleacutement eschatologique En effet le manque

demphase sur leacuteleacutement eschatologique en Dn 2 ne veut pas dire que leschatologie y est

totalement absente628

Un autre eacuteleacutement eschatologique deacutecisif en Dn 2 est celui proportionneacute par

lemploi du mystegravere et ses composantes Il y a un Dieu dans le ciel qui reacutevegravele les mystegraveres

et qui a fait connaicirctre au roi Nabuchodonosor ce qui arrivera agrave la fin des jours (Dn 2 28)

Le mystegravere situe le texte dans une dimension eschatologique qui prend en compte non

seulement le futur ce qui arrivera agrave la fin des jours mais aussi le preacutesent ougrave Dieu fait

connaicirctre son mystegravere Ce preacutesent est celui ougrave Dieu reacutevegravele les choses profondes et cacheacutees

(Dn 2 22) Cest dans cette dynamique eschatologique en lien avec la reacuteveacutelation du

mystegravere que Dieu deacuteploie son projet salvifique dans lhistoire

Dans le contexte de Dn 2 un accent particulier est mis sur la sagesse par laquelle

Daniel interpregravete le recircve au deacutetriment des sages de Babylone Pourtant cette sagesse dont

Dieu en est la source est en lien avec la souveraineteacute divine Cest avec sagesse que Dieu

megravene agrave terme les eacuteveacutenements de lhistoire et les conduits agrave leur accomplissement Cette

625 Ibid p 136 626 Ibid p 137 627 DAVIES P R Eschatology in the Book of Daniel p 39 628 COLLINS J J Nebuchadnezzar and the Kingdom of God-Deferred Eschatology in the Jewish

Diaspora p 136

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sagesse est pour autant le contenu du mystegravere en Dn 2 20-23 et cest bien par elle que

Dieu dirige toute chose Le mystegravere est modeleacute par la sagesse divine il est un produit de

cette sagesse et en mecircme temps la sagesse divine renvoi et se reacutevegravele dans le mystegravere629

La sagesse divine dont Daniel en est le beacuteneacuteficiaire est un acte salvifique de Dieu

en terre eacutetrangegravere En se mettant au service des rois eacutetrangers Daniel est appeleacute agrave porter

agrave la connaissance des nations paiumlennes la sagesse eschatologique du Dieu dIsraeumll Cest

deacutesormais par le deacuteporteacute de Juda que le projet salvifique du Dieu du ciel arrive aux portes

des nations eacutetrangegraveres En portant aux nations eacutetrangegraveres la sagesse eschatologique de

Dieu Daniel fait deacutesormais partie du mystegravere quil reacutevegravele

En prenant en compte la dimension preacutesente de lhistoire du deacuteporteacute de Juda et de

la diaspora babylonienne la sagesse divine comme contenu du mystegravere deacutepasse son

contexte historique et renvoi finalement aux eacuteveacutenements qui arriveront agrave la fin des jours

Cest ainsi que le mystegravere sexprime et sentrelace avec lexpression (באחרית יומיא)

arameacuteenne באחרית יומיא qui est employeacute pour la premiegravere fois en Dn 2 28 En effet cette

expression arameacuteenne qui correspond agrave lexpression heacutebraiumlque באחרית הימים est une

expression typiquement eschatologique630

Eucirct eacutegard agrave ce qui preacutecegravede il en ressort que dans le projet eschatologique de Dieu

aussi bien en Dn 2 17-23 quen Ep 3 1-13 le mystegravere inclut et deacutepasse celui qui le porte

De mecircme que Daniel fait finalement partie du mystegravere quil reacutevegravele lEglise en Ep 3 10

est elle-mecircme le contenu du mystegravere Si en Dn 2 17-23 il revient au jeune deacuteporteacute de

Juda de faire connaicirctre aux nations paiumlennes le mystegravere de la sagesse divine en Ep 3 1-

13 cest par lEglise que sera connue des principauteacutes et des puissances la sagesse multiple

de Dieu Alors que la mission de Daniel comme protagoniste de lavegravenement salvifique

aux prises avec les nations paiumlennes se reacutealise dans la sphegravere terrestre celle de lEglise

ougrave sont deacutesormais unis les Juifs et les Nations poursuit son cours ἐν τοῖς ἐπουρανίοις

629 CARAGOUNIS C The Ephesian Mysterion p 108 630 HARTMAN L F DI LELLA A A The Book of Daniel p 140

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5 Conclusion

Dans son processus meacutethodologique cette eacutetude a montreacute limportance de la

trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance comme fil conducteur de la dynamique

salvifique de Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 En mettant en eacutevidence limportance de cette

trilogie dans le tissu textuel des deux textes bibliques cette eacutetude a apporteacute sa contribution

dans le domaine hermeacuteneutique et theacuteologique pour une compreacutehension toujours nouvelle

du message biblique

Cette contribution revecirct tout de mecircme un caractegravere meacutethodologique dans la

mesure ougrave ce processus qui souligne de maniegravere particuliegravere la relationaliteacute dynamique

et salvifique du texte biblique na pas encore eacuteteacute appliqueacute sur Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23

Cette contribution meacutethodologique sinsegravere dans lespace ouvert par la Commission

Pontificale Biblique qui reconnaicirct que la maniegravere dinterpreacuteter les textes pour les hommes

de notre temps a des conseacutequences directes sur leur relation personnelle et

communautaire avec Dieu et se trouve lieacutee agrave la mission de lEglise631

Le message biblique comme parole divine qui se reacutevegravele agrave lhomme dans le temps

et lespace nest-il pas fondamentalement un message de salut Un processus

meacutethodologique qui seacutevertue agrave mettre en eacutevidence la dynamique salvifique du texte

biblique agrave partir des affiniteacutes litteacuteraires et la relationaliteacute seacutemantique des termes aborde

une question fondamentale pour la vie de foi de la communauteacute croyante

Lanalyse a reacuteussi agrave montrer non seulement lincidence lexicographique qui

constitue le potentiel seacutemantique des textes eacutetudieacutes mais aussi lhorizon theacuteologique qui

se dessine agrave partir des dynamismes soteacuteriologiques signifieacutes de maniegravere particuliegravere par

la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance Il en reacutesulte que Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23

possegravedent non seulement des affiniteacutes litteacuteraires et seacutemantiques mais aussi peuvent entrer

en dialogue sur le plan theacuteologique agrave partir des dynamismes soteacuteriologiques

proportionneacutes par la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

Le premier chapitre de leacutetude a permis didentifier les dynamismes

soteacuteriologiques preacutesents en Ep 3 1-13 et les champs seacutemantiques significatifs des actions

631 PONTIFICIA COMISIOacuteN BIacuteBLICA La interpretacioacuten de la Biblia en la Iglesia p 6

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en cours dans le texte De maniegravere simultaneacutee ont eacuteteacute mises en eacutevidence les expressions

affines ou opposeacutees qui rendent possible ces dynamismes ainsi que les autres

deacuteterminations qui rehaussent le contenu de ces actions dans la dynamique salvifique du

texte

Cette analyse a pu montrer le caractegravere relationnel non seulement des diffeacuterents

agents soteacuteriologiques et leurs beacuteneacuteficiaires mais aussi des diffeacuterents termes qui

constituent le potentiel seacutemantique de la dynamique salvifique du texte Ces diffeacuterentes

composantes du contenu dynamique et salvifique du texte biblique et de la meacutethodologie

appliqueacutee agrave cette eacutetude ont permis de faire une approche neacuteotestamentaire de la trilogie

reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

Cest alors que par sa speacutecificiteacute dans la lettre aux Epheacutesiens et sa grande relevance

en Ep 3 1-13 la reacuteveacutelation mystegravere et connaissance apparaissent comme des champs

seacutemantiques essentiels dans lexpression et la compreacutehension de la dynamique salvifique

de cette uniteacute textuelle Cette lecture ouvre la perspective dune hermeacuteneutique

theacuteologique qui communique lun des apports essentiels de cette eacutetude sur lentrelacement

de cette trilogie avec les diffeacuterents champs seacutemantiques preacutesents dans le texte

La trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance apparaicirct donc non seulement

comme fil conducteur de la dynamique salvifique de Ep 3 1-13 mais aussi comme

fondement soteacuteriologique de la vie chreacutetienne en Eglise

En prenant le livre de Daniel comme arriegravere-plan de la reacuteveacutelation du mystegravere

eacutepheacutesien le chapitre 3 sest appesanti sur une analyse de la dynamique soteacuteriologique de

Dn 2 17-23 Le processus meacutethodologique est eacutegalement parti dune mise en eacutevidence

des dynamismes soteacuteriologiques preacutesents dans cette uniteacute textuelle Lanalyse a montreacute

que les termes hlGgt רז et ידע revecirctent une importance particuliegravere en Dn 2 17-23 qui

constitue la partie centrale de la structure concentrique de Dn 2

En situant la theacutematique centrale de son message dans cette uniteacute textuelle lauteur

de Dn 2 choisit un langage approprieacute pour transmettre ce message Ce langage passe par

la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance exprimeacutee par les termes hlGgt רז et ידע qui

deviennent le fil conducteur de cette uniteacute textuelle et de lensemble de Dn 2

Lapproche veacuteteacuterotestamentaire a permis de souligner la speacutecificiteacute de cette

trilogie dans le livre de Daniel comme expression privileacutegieacutee de la reacuteveacutelation divine et de

lavegravenement du projet salvifique Cest ainsi que lhermeacuteneutique theacuteologique en montrant

la relationaliteacute dynamique des termes qui constituent le potentiel seacutemantique de cette

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uniteacute textuelle a mis en valeur le contenu theacuteologique de cette trilogie qui devient deacutecisif

dans la lecture de la dynamique salvifique du texte

Dans la dynamique de leacutetude le quatriegraveme chapitre se preacutesente comme la

reacutesultante des chapitres 2 et 3 ouvrant un horizon de dialogue entre Ep 3 1-13 et Dn 2

17-23 Ce dialogue prend en compte les affiniteacutes existantes entre les deux textes sur le

plan litteacuteraire mais aussi sur le plan theacuteologique en lien avec la dynamique salvifique

signifieacutee par la trilogie reacuteveacutelation mystegravere et connaissance

Le dialogue entre Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 dans leurs points de contacts

litteacuteraires fait valoir la perspective de leacutelaboration dun nouveau langage theacuteologique

pour rendre compte de la leacutegitimiteacute de la foi en Dieu dans un contexte de pluraliteacute En

passant par une reconnaissance de la sagesse eschatologique du projet salvifique preacutesent

dans ces textes le dialogue danieacutelico-eacutepheacutesien deacutebouche sur laffirmation de la

souveraineteacute de Dieu qui controcircle les eacutevegravenements de lhistoire quil a sagement eacutetabli

depuis les siegravecles

Leacutetude de Ep 3 1-13 et Dn 2 17-23 sachegraveve degraves lors sur une perspective

eschatologique ougrave le projet salvifique de Dieu se rend preacutesent dans lhistoire des hommes

Sagit-il dune eschatologie deacutejagrave reacutealiseacutee ou dune eschatologie en attente de sa

reacutealisation Si la dynamique salvifique du projet divin analyseacutee dans les deux uniteacutes

textuelles advient dans le preacutesent il nen demeure pas moins que ce preacutesent est tourneacute

vers le futur qui reste encore et toujours un mystegravere que Dieu seul reacutevegravele et fait connaicirctre

dans le temps et lespace

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