ta choque cardio

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    NDICE

    INTRODUO pgina 3

    CHOQUE pgina 4

    FISIOPATOLOGIA DO CHOQUE pgina 5

    RESPOSTAS NEUROLGICAS pgina 9

    REFLEXO BARORRECEPTOR pgina 10

    MECANORRECEPTORES E REFLEXOS CARDIOPULMONARES pgina 13

    QUIMIORRECEPTORES E REFLEXOS CARDIOPULMONARES pgina 13

    REGULAO DA CIRCULAO CORONRIA pgina 14

    REGULAO DA CIRCULAO CEREBRAL pgina 15RESPOSTAS ENDCRINAS pgina 16

    CATECOLAMINAS pgina 17

    HORMONAS ADRENOCORTICOTRFICA pgina 17

    HORMONA DO CRESCIMENTO pgina 17

    SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA pgina 18

    HORMONA ANTIDIURTICA pgina 20

    CICLOS VICIOSOS DE DESCOMPENSAO pgina 22

    CHOQUE HIPOVOLMICO pgina 23

    FISIOPATOLOGIA pgina 23

    SINTOMAS pgina 24

    TRATAMENTO pgina 25

    CHOQUE CARDIOGNICO pgina 26

    FISIOPATOLOGIA pgina 26

    SINTOMAS pgina 26

    TRATAMENTO pgina 27

    BIBLIOGRAFIA pgina 27

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    INTRODUO

    O sistema circulatrio tem como papel essencial o transporte do sangue. Este, tal como outros

    fluidos, segue de regies de alta presso para regies de baixa presso. No entanto, o fluxo do

    sangue atravs dos rgos e tecidos no constante. Geralmente relaciona-se com a

    actividade metablica do rgo naquele momento e controlado localmente por alteraes da

    resistncia ao fluxo de sangue naquele rgo. Este controle local existe em todos os sistemas

    do corpo e permite uma economia de energia.

    Para que o controle local possa ser eficiente, necessrio que a presso de perfuso, que

    mantm o fluxo de sangue at aos rgos, dever ser suficiente e constante. Assim, um dos

    sistemas homeostticos mais importantes no nosso corpo aquele que mantm a presso

    sangunea dentro de limites aceitveis, os quais variam bastante. Num mesmo indivduo, por

    exemplo, a presso sistlica pode variar de menos de 100 mmHg a mais de 150 mmHg ao

    longo do dia.

    A presso arterial determinada pela interaco de duas variveis: resistncia perifrica total e

    dbito cardaco.

    Presso arterial sangunea = dbito cardaco x resistncia perifrica total

    A modificao de uma destas variveis causa alterao da presso arterial sangunea. Assim,

    os diferentes reflexos que alteram a presso arterial actuam sobre uma dessas variveis. O

    seu objectivo assegurar a perfuso em dois rgos vitais: o crebro e corao (pela

    circulao coronrias), que so os primeiros e mais fatalmente lesados pela insuficincia desuprimento sanguneo.

    Condies alteradas que requerem regulao no controle da presso sangunea podem existir

    por segundos a minutos ou por meses a anos. Os mecanismos de controlo envolvidos nestes

    diferentes espectros de tempo so diferentes. Podemos assim dividir os mecanismos de

    controlo da presso arterial em mecanismos de controlo agudo e mecanismos de controlo

    a longo prazo. Os factores que influenciam a presso arterial podem ser tambm classificados

    em intrnsecos derivados da prpria circulao ou extrnsecos de fora da circulao.

    O choque o sndrome clnico que resulta da perfuso inadequada dos tecidos. Ahipoperfuso conduz a um desiquilibrio entre o fornecimento e as necessidades de oxignio e

    nutrientes, com consequente leso celular, libertao de mediadores inflamatrios e

    agravamento da hipoperfuso. Assim, o choque um excelente exemplo de activao dos

    sistemas de regulao da presso arterial e de como mais do que um dos sistemas do corpos

    esto envolvidos em situaes fisiolgicas e fisiopatolgicas. Na prtica clnica, o choque

    constitui uma situao de emergncia, passvel de se apresentar em todas as especialidades.

    Pode ocorrer durante cirurgias devido a hemorragia ou uso de farmcos anestsicos, pode

    surgir durante a evoluo do enfarte do miocrdio ou no contexto de infeces graves.

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    Representa um ciclo vicioso, que se no for prontamente interrompido, termina em disfuno

    multiorgnica, paragem cardiorespiratria e morte.

    CHOQUE

    Apesar das diferentes etiologias, o factor comum a todas as formas de choque falncia da

    perfuso tecidular e oxigenao perifrica. As mutiplas causas de choque tm por mecanismo

    essencial:

    - Falncia do dbito cardaco (devido a falncia cardiognica ou obstruo mecnica)

    - Falncia da circulao perifrica (devido a hipovolmia ou distribuio inapropriada de

    um volume de sangue normal)

    De acordo com os aspectos hemodinmicos envolvidos, o choque pode ser classificado em

    quatro formas (Tabela 1 e 2):

    1. Choque hipovolmico: a forma mais frequente de choque e resulta da perda devolume sanguneo secundria, por exemplo, hemorragia. A hipoperfuso deve-se

    reduo do volume circulante.

    2. Choque cardiognico: esta forma de choque causada pela falncia, geralmente

    sbita, do corao como bomba (doena do msculo cardaco) e ocorre com mais

    frequncia como uma complicao do enfarte agudo do miocrdio. A falncia da

    contraco ventricular gera uma presso insuficiente para a perfuso tecidular.

    3. Choque obstrutivo: a perfuso comprometida por um obstculo mecnico ao fluxo

    sanguneo, ou por restrio distole cardaca. o caso da embolia pulmonar em queh uma obstruo circulao na rvore circulatria pulmonar.

    4. Choque distributivo: nesta forma de choque h uma vasodilatao profunda da

    rvore circulatria resultando em diminuio da presso de perfuso e distribuio

    inapropriada do sangue, apesar do dbito cardaco adequado (choque distributivo

    normovolmico).

    Hipovolmico Distributivo Cardiognico Obstrutivo

    Hemorrgico

    Queimaduras

    Peritonite

    Vmitos

    Diarreia

    Diurese

    Vagal

    Sepsis

    Anafilaxia

    Coronariopatia

    Arritmias

    Doena valvular

    Cardiomiopatia

    Frmacos

    Tamponamento

    cardaco

    Embolia pulmonar

    Tabela 1 - Classificao etiolgica do choque.

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    Presso venosa

    central

    Dbito cardaco Resistncia

    vascular

    perifrica

    Saturao de

    O2 do sangue

    venoso

    Choquehipovolmico

    Diminuda Diminudo Aumentada Diminudo

    Choque

    cardiognico

    Aumentada Diminudo Aumentada Diminudo

    Distributivo

    Hiperdinmico

    Aumentada ou

    Diminuda

    Normal ou

    Aumentado

    Diminuda Aumentada

    Distributivo

    Hipodinmico

    Aumentada ou

    Diminuda

    Diminudo Aumentada Aumentada ou

    Diminuda

    FISIOPATOLOGIA DO CHOQUE

    Todas as formas de choque partilham consequncias fisiolgicas comuns e respostas

    fisiolgicas semelhantes.

    Nos diferentes tipos de choque h falncia da perfuso e oxigenao perifrica. Nos choques

    hipovolmico e cardiognico h reduo do dbito cardaco. Na hipovolemia h diminuio do

    volume circulante causando queda da presso venosa central e do enchimento ventricular,

    enquanto no choque cardiognico h falncia cardaca com presso venosa central alta. A

    falncia cardaca reduz a perfuso perifrica, o que por sua vez exacerbada pela

    vasoconstrio.

    Na fase inicial do choque sptico, o dbito cardaco no est reduzido, mas a aco de toxinas

    bacterianas causa vasodilatao perifrica difusa. Visto que a presso de perfuso sangunea

    depende tanto do dbito cardaco como da resistncia perifrica, a vasodilatao resulta em

    hipotenso e em perfuso inadequada. Mais tarde pode sobrevir falncia cardaca como

    resultado do extravasamento de lquidos dos capilares para os espaos intersticiais bem como

    pelo efeito da hipoxia e dos mediadores circulatrios no corao.

    No choque grave, de qualquer mecanismo, a circulao pulmonar lesada e surge hipoxemia

    devido a desequilbrio na ventilao-perfuso. Este pode ser exacerbado se a falncia cardaca

    resultar em edema pulmonar ou em sndrome de dificuldade respiratria do adulto.

    A diminuio do volume circulante efectivo desencadeia um conjunto de respostas que tm

    como objectivo manter a presso de perfuso para o corao e crebro, mesmo que para isso

    outros rgos, como pele, msculo e tracto gastrointestinal sejam prejudicados - Mecanismos

    de Compensao (Figura 1).

    As respostas ao choque so uma combinao de reflexos mediados pelos sistemas nervoso eendcrino que visam a conservao de lquidos e sais, aumento do dbito cardaco, da presso

    Tabela 2. Comparao hemodinmica entre os vrios tipos de choque.

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    arterial e da presso de perfuso bem como o aumento dos nveis plasmticos de glicose e

    cidos gordos livres. A adaptao inicial envolve o sistema cardiovascular e mediada pelo

    sistema nervoso autnomo (resposta simptica). Com a persistncia do factor desencadeante,

    os sistemas endcrino e renal so activados (Tabela 3).

    Figura 1. Esquema geral de regulao da presso arterial.

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    RESPOSTA NEUROENDCRINA Efeito fisiolgico

    Aumento da actividade simptica Vaso e venoconstrio

    Taquicardia e aumento da contractilidade miocrdica

    Catecolaminas circulantes VasoconstrioTaquicardia e aumento da contractilidade miocrdica

    Aumento da libertao de glicose pelo fgado

    Aumento da utilizao perifrica de glicose

    Aumento da concentrao plasmtica de cidos gordos

    livres

    Hormona antidiurtica (ADH) Reteno de sais e de gua pelo rim

    Vasoconstrio

    Hormona adrenocorticotrfica

    (ACTH)

    Libertao de glucocorticoides

    Libertao de mineralocorticoides

    Glucocorticoides Aumento da sensibilidade e resposta do msculo liso

    vascular

    Aumento da glicose plasmtica

    Aumento dos cidos gordos livres plasmticos

    Angiotensina II Vasoconstrio

    Libertao de aldosterona

    Aldosterona Reteno de sdio e gua pelo rim

    Apesar das elevadas taxas metablicas do crebro e do corao, as suas reservas de energia

    e nutrientes so baixas. Assim, estes rgos esto criticamente dependentes de um

    suprimento contnuo de oxignio e nutrientes, no tolerando a isquemia por mais do que breves

    perodos. Quando a PA mdia superior a 60 mmHg, mecanismos de regulao da

    microcirculao mantm a presso de perfuso destes tecidos, mesmo em situaes de

    hipotenso significativa. A manuteno da perfuso dos rgos vitais mantida por dois

    mecanismos principais. Por um lado, a autoregulao destes leitos vasculares excelente,

    impedindo que diminuies moderadas na presso arterial modifiquem significativamente ofluxo sanguneo. Por outro lado, os vasos coronrios e cerebrais esto protegidos dos reflexos

    simpticos que respondem a uma queda da presso arterial atravs de um aumento na

    resistncia vascular perifrica. De facto, a estimulao simptica no causa uma constrio

    significativa na circulao coronria e cerebral: vasoconstrio selectiva. No entanto, quando a

    PA mdia desce abaixo de 60 mmHg, o fluxo sanguneo para estes rgos diminui e a sua

    funo comea a deteriorar-se.

    Os efeitos nefastos do choque so assim limitados por uma srie de respostas homeostticas

    fisiolgicas. Estas ocorrem rapidamente, mesmo em fases muito precoces da queda da

    presso sangunea e/ou o enchimento cardaco. No entanto, nem todas as respostas so

    Tabela 3. Respostas neuroendcrinas no choque.

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    apropriadas. A activao de uma trama extensa de sistemas de mediadores proinflamatrios

    acaba por ter um papel significativo na progresso do choque e contribui de forma importante

    para o desenvolvimento de falncia e leso de rgos: Descompensao.

    A redistribuio persistente do fluxo sanguneo para os rgos essenciais leva hipoperfuso

    de grande nmero de territrios, causando uma distribuio inapropriada de oxignio e glicoses clulas perifricas hipoperfundidas. A diminuio de aporte melhor tolerada pelas clulas

    de alguns rgos, mas torna-se necessrio recorrer ao metabolismo anaerbio produzindo-se

    um excesso de cido lctico. Aps hipoxia prolongada, os nveis de ATP no citoplasma

    diminuem, causado falncia das bombas inicas da membrana plasmtica. Sdio, clcio e

    gua interiorizam-se para as clulas enquanto o potssio se exterioriza. Dado que a

    integridade das membranas celulares depende de energia, a depleo de ATP causa

    desintegrao dos fosfolipideos membranares em cido araquidnico, derivados das

    prostaglandinas e leucotrienos. Estes mediadores desencadeiam respostas diversas, mas o

    choque profundo ou prolongado conduz a morte celular. medida que se instala hipoxia e

    morte celular, libertam-se mais mediadores vasoactivos para a circulao a partir das clulas

    lesadas, causando agravamento progressivo do quadro. Entre os mediadores vasoactivos

    libertados contam-se substncias vasoconstritoras (que esto aumentadas na maioria das

    formas de choque), como a endotelina 1 e o tromboxano A2 bem como vasodilatadores, como

    a prostaciclina (PGI2), o xido ntrico (NO), e produtos do metabolismo local, como a

    adenosina. o equilibro local entre os vrios vasoconstritores e vasodilatadores que determina

    a perfuso do tecido (Tabela 4).

    Na infeco ou traumatismo grave uma resposta inflamatria em grande escala liberta

    mediadores inflamatrios que so benficos em reas localizadas de infeco mas so

    potencialmente lesivos e perigosos na circulao sistmica.

    RESPOSTAS NEUROLGICAS

    Muitos mecanismos neurolgicos esto envolvidos na resposta ao choque. Estes incluem os

    reflexos originados pela estimulao dos barorreceptores, receptores de estiramento auricular

    e quimiorreceptores. O choque inicialmente aumenta a actividade do sistema nervoso

    simptico. As terminaes simpticas nos vasos sanguneos causam uma vasoconstrio

    generalizada, com as notveis excepes dos vasos cerebrais e coronrios. A venoconstrio

    aumenta o retorno venoso, a presso venosa central e a presso de enchimento do corao. A

    constrio arteriolar aumenta a resistncia vascular perifrica e a presso arterial sangunea. A

    estimulao simptica do corao aumenta a contractilidade miocrdica e a frequncia

    cardaca. Todas estas respostas mantm a presso sangunea e assim a perfuso de rgos

    vitais sobrevida imediata (Figura 2).

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    Mediador Estmulo Fontes principais Aco principal

    Leucotrienos Factor de

    necrose tumoral(TNF)

    Antignios

    bacterianos

    Macrfagos Permeabilidade capilar

    VasoconstrioLibertao de hidrolases dos

    lisossomas

    Tromboxano A2 Hipoxia Plaquetas Vasoconstrio

    Agregao plaquetria

    Prostaglandinas F2 Hipoxia Plaquetas

    Msculo liso vascular

    Vasoconstrio

    Prostaglandinas I2 Hipoxia Endotlio vascular saudvel Vasodilatao

    Factor depressor do

    miocrdio

    Isquemia

    Leso tecidular

    Pncreas Efeitos inotrpicos negativos

    directos

    Opiceos

    (endorfinas beta)

    hipoxia Hipfise Diminuio da contractilidade

    miocrdica

    Diminuio do tnus simptico

    Factor de activao

    plaquetria

    TNF

    Antignios

    bacterianos

    Plaquetas

    Neutrfilos

    Trombose

    Permeabilidade vascular

    Factor de necrose

    tumoral

    Antignios

    bacterianosTraumatismo

    grave

    Macrfagos

    Moncitos

    Induo de outros mediadores

    Adeso ao endotlio

    Interleucina 1 Antignios

    bacterianos

    Fagcitos Leucocitose

    Reagentes de fase aguda

    Adeso ao endotlio

    Interleucina 6 TNF

    IL-1

    Moncitos

    Clulas endoteliais

    Febre

    Leucocitose

    Trombose

    Interleucina 8 Endotoxina Moncitos

    Clulas endoteliais

    Activao de neutrfilos

    Fragmentos do

    complemento

    TNF

    Antignios

    bacterianos

    Vias alternas do

    complemento

    Actividade quimiiotctica

    Espcies txicas de

    oxignio

    TNF

    Antignios

    bacterianos

    Neutrfilos Leso celular

    Tabela 4. Alguns mediadores vasoactivos e inflamatrios endgenos que podem ser factoresde descompensao no choque.

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    Reflexo Barorreceptor

    O reflexo barorreceptor o mais importante mecanismo de controlo agudo da presso arterial.

    Tal como outros reflexos ele tem receptores bem como vias aferentes e eferentes unidas porum controle central (Figura 3).

    Os barorreceptores arteriais so os receptores neste reflexo. No h nenhum receptor que

    mea a presso arterial directamente. Todos eles medem o estiramento das paredes do rgo

    em que esto situados. H receptores de estiramento situados na adventcia do arco artico e

    no seio carotdeo, situado na base das artrias cartidas internas de cada lado do pescoo. As

    fibras nervosas dos barorreceptores carotdeos formam o nervo sinusal, que se une ao nervo

    glossofarngeo (IX par craneano) e ascende at ao ncleo do tracto solitrio. As fibras dos

    barorreceptores articos tambm atingem este ncleo, atravs do nervo vago.

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    A informao do estado de estiramento das artrias onde se situam estes barorreceptores

    enviada ao crebro na forma de potenciais de aco (Figuras 4, 5 e 6). Assim, uma presso

    mecnica aplicada a estes barorreceptores vai aumentar a taxa de descarga. Este aumento vai

    reflexamente causar:

    1. Um aumento nas descargas vagais e diminuio nas descargas simpticas, que

    lentificam a frequncia cardaca e reduzem a contractilidade;

    2. Uma diminuio das descargas simpticas para as arterolas esplncnicas, renais, da

    pele e msculo esqueltico, que reduzem a resistncia vascular perifrica;

    3. Uma diminuio das descargas simpticas para os vasos venosos, que causa

    venodilatao e diminui a presso venosa central.

    Figura 3. Localizao dos baroreceptores

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    Estes efeitos causam uma queda na presso sangunea. A latncia deste reflexo curta,

    observando-se o seu efeito dentro de um a dois batimentos do corao.

    Quedas na presso sangunea, que resultam do rpido movimento para a posio de p ou da

    perda de sangue, produzem os efeitos opostos e aumentam a presso arterial:

    1. Diminuio das descargas vagais e aumento das descargas simpticas, aumentando a

    frequncia cardaca;

    2. Aumento das descargas simpticas, particularmente para as circulaes esplncnicas,

    renais, da pele e do msculo, aumentando as resistncias vasculares perifricas;

    3. Venoconstrio remove o sangue das veias do tracto intestinal e hepticas e aumenta

    a presso venosa central;

    4. Aumento da secreo de adrenalina, angiotensina e ADH, causando reteno renal de

    fluido extracelular;

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    A resposta a variaes na presso arterial implica que haja um ponto de presso ideal que o

    sistema pretende manter. Este ponto denominado set point. Esta presso ideal que o

    sistema deve atingir necessita ser alterada quando as condies gerais se alteram. A mudana

    do ponto de equilibro envolve tanto o sistema nervoso central como os barorreceptores. Assim,

    por exemplo, durante o exerccio, a presso sangunea aumenta. Este aumento til poisaumenta a perfuso dos msculos em exerccio, na verdade seria contraproducente se o

    reflexo barorreceptor fosse accionado com diminuio a frequncia cardaca e dilatao da

    circulao vascular; de facto, neste caso, o set point decididopelo crebro, aumentado para

    um valor superior.

    Mecanorreceptores e Reflexos Cardiopulmonares

    Os receptores cardacos de baixa presso so mecanorreceptores situados nas aurculas e na

    veia cava. As suas conexes aferentes fazem parte do nervo vago. Em resposta ao

    estiramento da veia cava e das aurculas, h uma estimulao destes mecenorreceptores que

    produz de forma ref lexa:

    1. Taquicardia (denominado reflexo de Brainbridge)

    2. Diminuio da vasoconstrio renal simptica

    3. Reduo da libertao de ADH pela hipfise posterior, que causa diurese

    Estes receptores tm o mesmo papel no sistema sanguneo de baixa presso, dos

    barorreceptores no sistema sanguneo de alta presso.

    O ventrculo tambm contm mecanorreceptores estimulados pelo estiramento ou por

    contraces ventriculares vigorosas. Como resposta h vasodilatao. O reflexo de Bezold-

    Jarisch um reflexo em que a induo farmacolgica destes receptores causa hipotenso. A

    reaco hipotensiva no choque cardiognico (ver infra) parece ser uma resposta similar a

    metabolitos que se acumulam e estimulam estes receptores.

    Quimiorreceptores arteriais e Reflexos Cardiopulmonares

    Os quimioreceptores so rgos altamente vascularizados localizados nas regies carotdeas earticas. A principal funo dos corpos carotdeo e artico garantir a resposta a variaes na

    composio qumica do sangue, apresentando um enorme suprimento sanguneo, em relao

    ao seu tamanho. So estimulados pela acumulao de metabolitos, quando o suprimento de

    oxignio inadequado para a sua taxa metablica muito elevada. Assim, a reduo da

    quantidade de oxignio no sangue, ou uma reduo do fluxo sanguneo, causam estimulao

    destes receptores.

    A primeira resposta a estimulao da ventilao, induo de bradicardia e vasoconstrio por

    efeito simptico. Estes efeitos habitualmente no so observados porque so suplantados pela

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    vasodilatao moderada e taquicardia marcada produzida pelo reflexo de insuflao pulmonar

    produzido pela estimulao dos receptores de estiramento nas vias areas pulmonares.

    Os quimiorreceptores tambm so estimulados pelo excesso de CO2 e H+ no sangue. Os seus

    efeitos cardiovasculares tornam-se assim importantes durante hemorragias graves, quando a

    presso cai to baixo que o reflexo barorreceptor deixa de funcionar. Nestas circunstncias, osquimioreceptores so estimulados pela hipoxia.

    Regulao da circulao coronria

    As artrias coronrias so as artrias que irrigam o msculo cardaco. Em caso de falncia do

    corao ocorre tambm falncia circulatria com diminuio da perfuso tecidular, pelo que o

    suprimento adequado do tecido cardaco essencial vida.

    Redues breves no fluxo so seguidas por uma vasodilatao coronria, cuja magnitude eextenso se relacionam directamente com o perodo de ocluso: hiperemia reactiva. Os

    factores mais importantes que causam esta vasodilatao so:

    1. Hipoxia tecidular aumenta a produo de adenosina

    2. Aumento da [K+]

    A adenosina libertada numa regio prxima do msculo arteriolar, providenciando um

    mecanismo de acoplamento entre a utilizao metablica e o fluxo, atravs de uma ansa de

    feed-back negativo. Estes vasodilatadores locais actuam de forma directa relaxando o msculo

    liso vascular e tambm reduzem a libertao de vasoconstritores pelos nervos simpticos. Este

    ltimo efeito deriva da aco pr-sinptica que diminui a libertao de neurotransmissores e de

    uma aco reflexa em que o gatilho so os aferentes autonmicos do miocrdio.

    A circulao coronria exibe o fenmeno de autorregulao. No existe uma relao linear

    entre a presso e o fluxo, havendo um grande intervalo de presses (de cerca de 60 a 180

    mmHg) em que o fluxo praticamente independente da presso de perfuso. Nesta zona

    autorregulada, a resistncia (dimetro das arterolas) altera-se de forma a manter o fluxo

    constante. Estes efeitos devem-se a repostas miognicas e contraco ou relaxamento activo

    do msculo liso das paredes dos vasos em resposta aco de metabolitos.

    Um metabolito vasodilatador importante o factor de relaxamento derivado do endotlio

    (EDRF) ou xido ntrico (NO), assim como outros agentes produzidos pelo endotlio das

    artrias musculares. Sabe-se que a libertao de NO despertada pelas foras de

    cisalhamento produzidas pelo fluxo sanguneo dos vasos. Assim o aumento do fluxo sanguneo

    nos vasos conduz a uma vasodilatao dos mesmos.

    A enervao simptica do corao afecta a circulao coronria tanto directamente como

    indirectamente. De forma directa, h um controle vasomotor dos vasos sanguneos em que, tal

    como em outros vasos, o tnus muscular das artrias mantido por descargas simpticas que

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    actuam via receptores alfa adrenrgicos. Os metabolitos vasodilatadores reduzem a libertao

    de transmissores simpticos. Assim, quando aumenta a actividade simptica para o corao e

    o seu trabalho, o efeito da actividade simptica nos vasos coronrios reduz-se.

    Actuando atravs dos receptores beta adrenrgicos, a enervao simptica do miocrdio

    aumenta tanto a frequncia cardaca como a fora de contraco. O consequente aumento nometabolismo aumenta, por exemplo, a concentrao local do vasodilatador adenosina,

    ajudando a manter o fluxo sanguneo necessrio ao metabolismo.

    Assim, a perfuso local de muitos tecidos controlada pela interaco do tnus simptico com

    mediadores locais. No corao, o poder de influncia dos mediadores locais muito grande, tal

    como seria de esperar neste rgo com importncia vital.

    Regulao da circulao cerebral

    O SNC, tal como o miocrdio um tecido facilmente lesado pela falta de perfuso causada por

    uma diminuio da presso arterial. Assim, a regulao da circulao cerebral tambm muito

    importante.

    O factor mais importante no controle cerebral do fluxo sanguneo a tenso de dixido de

    carbono (PCO2) intersticial. Pequenos aumentos na PCO2 causam uma marcada

    vasodilatao cerebral, enquanto diminuies induzem vasoconstrio restrita circulao

    cerebral. Estas alteraes na PCO2 intersticial resultam de alteraes no metabolismo local ou

    de alteraes na presso arterial de CO2 (PaCO2). O dixido de carbono difunde-se do lmen

    arterial ou do tecido cerebral activo at ao msculo liso vascular das arterolas, onde altera opH do espao intersticial, sendo este o estmulo especfico que afecta o msculo.

    Alteraes na presso arterial de oxignio (PaO2) tambm afectam o fluxo sanguneo. A

    queda na tenso arterial de oxignio induz vasodilatao, no entanto apenas valores iguais ou

    inferiores a 50-60 mmHg causam efeitos directos na circulao cerebral.

    A circulao cerebral tambm exibe o fenmeno de autorregulao (Figura 7). Assim, dentro

    do intervalo fisiolgico de variao da presso arterial (de 60 a 170 mmHg) qualquer queda na

    presso arterial sistmica seguida pela dilatao dos vasos cerebrais de resistncia que

    mantm o fluxo sanguneo. Quando a presso arterial sistlica inferior a 60 mmHg, ocorre

    falncia da autorregulao cerebral, dado j ter sido atingida a vasodilatao mxima permitida

    por este mecanismo. Assim, nesta situao, o fluxo sanguneo cerebral diminui drasticamente.

    As alteraes na tenso de dixido de carbono afectam a relao de autorregulao cerebral.

    Efectivamente, quando a presso arterial cai para 50-60 mmHg, o que suficiente para causar

    hipotenso e isquemia do crebro, h uma vasoconstrio difusa resposta isqumica do

    SNC. Esta resposta representa um ltimo esforo para manter a perfuso cerebral.

    Os vasos da circulao cerebral so enervados por fibras simpticas e parassimpticas. No

    entanto, ao contrrio dos outros tecidos, os efeitos desta enervao so mnimos. O maior

    efeito do sistema nervoso simptico reduzir o intervalo de autorregulao.

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    RESPOSTAS ENDCRINAS

    Os mecanismos atrs descritos controlam a presso arterial a curto prazo. Aps dois dias de

    aumento sustentado da presso arterial, as descargas dos baroreceptores voltam ao normal

    por efeitos adaptativos. Assim, o controlo da presso arterial a longo prazo depende de outros

    mecanismos.As respostas endcrinas so mediadas principalmente pela glndula hipfise posterior, pelo rim

    e pela glndula supra-renal.

    O sistema cardiovascular comporta-se como um lago em que a presso hidrosttica

    determinada pela quantidade de fluido adicionada ou perdida. Qualquer aumento do volume de

    sangue que ele contm produz uma alterao significativa na presso arterial. O aumento do

    volume de sangue aumenta o retorno venoso para o corao e aumenta o dbito cardaco, que

    por sua vez aumenta a quantidade de sangue arterial e aumenta a presso arterial sangunea.

    O aumento do dbito cardaco causa um excesso de perfuso dos tecidos, que respondemautoregulando a sua perfuso para valores normais pela vasoconstrio. Assim, a um aumento

    do volume de sangue vai seguir-se um aumento do dbito cardaco e um aumento das

    resistncias vasculares perifricas.

    O rim o rgo do corpo que controla a taxa da perda de lquidos do sistema arterial. Assim,

    alteraes mais sustentadas na presso arterial afectam a taxa de perda de gua e sais pelo

    rim. Dois sistemas participam nesta regulao: o sistema renina-angiotensina-aldosterona e a

    hormona anti diurtica (ADH).

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    Catecolaminas circulantes

    A estimulao nervosa da medula da glndula supra-renal estimula a secreo de adrenalina e

    noradrenalina. Estas catecolaminas circulantes actuam no corao e vasos sanguneos

    facilitando o aumento da presso sangunea. A adrenalina circulante tambm aumenta as

    concentraes plasmticas de glicose ao opor-se aco perifrica da insulina e por promover

    a libertao de glicose pelo fgado. Tem ainda o efeito de estimulao da libertao de cidos

    gordos do tecido adiposo. Estes cidos gordos so uma fonte de energia.

    Hormona adrenocorticotrfica

    A hormona adrenocorticotrfica (ACTH) libertada pela hipfise anterior e estimula o crtex da

    glndula supra-renal a produzir hormonas esterides incluindo os glucocorticoides. Nveis

    elevados de esterides na circulao aumentam a sensibilidade do msculo liso vascular scatecolaminas, sendo tambm necessrios para que as catecolaminas exeram alguns dos

    seus efeitos no metabolismo da glicose e cidos gordos. No choque grave, nveis plasmticos

    altos de ACTH aumentam tambm a produo de aldosterona.

    O aumento da glicemia e da concentrao de cidos gordos plasmticos contribui tambm para

    manter o volume sanguneo, atravs de alteraes na presso hidrosttica e na osmolaridade.

    Normalmente, o transporte para as clulas depende do fluxo sanguneo na microcirculao, da

    permeabilidade capilar e dos mecanismos de difuso de oxignio, dixido de carbono,

    nutrientes e produtos do metabolismo para o interstcio, seguido de mecanismos de transporte

    atravs das membranas celulares. Como resposta ao choque, a contraco das arterolas

    reduz tanto a presso hidrosttica capilar como o nmero de leitos capilares perfundidos,

    limitando a rea de superfcie em que a filtrao ocorre. Por outro lado, as alteraes

    metablicas decorrentes da hipoperfuso, que incluem hiperglicemia e aumento de produtos da

    gliclise, liplise e protelise, aumentam a osmolaridade extracelular, levando a um gradiente

    osmtico entre as clulas e o interstcio que aumenta o volume intersticial e intravascular

    custa do volume intracelular. Como a filtrao reduzida, enquanto a presso onctica

    vascular se mantm constante ou aumenta, h, de acordo com a lei de Starling, reabsoro de

    lquido do interstcio para o leito capilar.

    Hormona de crescimento

    A hormona de crescimento actua sobre o metabolismo dos carbohidratos e gorduras de forma

    similar s catecolaminas, aumentando a concentrao de glicose e de cidos gordos livres no

    plasma.

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    Sistema renina-angiotensina-aldosterona

    A renina uma enzima que sintetizada, armazenada e secretada pelas clulas granulares

    das arterolas aferentes e eferentes do glomrulo numa regio especializada denominada

    aparelho justaglomerular (Figura 8). Este situa-se numa regio em que o tubulo distal se

    aproxima muito da cpsula de Bowman e passa atravs do ngulo formado pelas arterolas

    aferente e eferente. As clulas do tubulo distal que esto prximas das arterolas aferentes e

    eferentes so morfologicamente distintas e denominam-se mcula densa. As clulas da mcula

    densa respondem a alteraes na composio do fluido tubular. A secreo de renina

    estimulada por trs factores:

    1. Aumento da actividade nervosa simptica renal. A secreo de renina causada pelos

    nervos simpticos renais mediada por receptores beta adrenrgicos;

    2. Reduo da presso de perfuso renal. A reduo da presso de perfuso da arterolaaferente renal resulta numa reduo da tenso na sua parede que desperta a secreo

    de renina pelo aparelho justaglomerular. A reduo da perfuso pode resultar de uma

    reduo directa da presso arterial. Tambm pode ser reforada pela constrio

    causada por um aumento da actividade simptica no rim, visto que a zona arteriolar de

    constrio situa-se a montante da regio secretora de renina;

    3. Diminuio da libertao de NaCl na mcula densa. Assim, quando h uma diminuio

    do volume sanguneo, h maior reabsoro de sdio e gua pelo rim com consequente

    reduo da quantidade de NaCl que chega ao tubulo distal e estimulao da mcula

    densa. A mcula densa liberta prostaciclina que actua nas clulas secretoras de renina

    aumentando a secreo de renina.

    Uma vez formada, a renina cliva o decapeptdeo angiotensina I do angiiotensinognio, que

    uma alfa globulina produzida pelo fgado e que circula no sangue. A angiotensina I depois

    convertida no octapeptdeo angiotensina II pela enzina convertora da angiotensina (ECA). A

    ECA encontrada em concentraes altas no endotlio vascular. Assim, a maioria da

    angiotensina II que circula no sangue formada nos pulmes onde h uma grande superfcie

    de endotlio vascular. No entanto, a angiotensina II tambm pode ser produzida localmente no

    rim a partir do angiotensinognio intrarenal, sem activao sistmica do sistema renina-

    angiotensina. A angiotensina II tem os seguintes efeitos:

    1. Causa vasoconstrio difusa com consequente aumento na presso arterial. No rim, a

    angiotensina leva a uma constrio preferencial das arterolas eferentes. Esta

    vasoconstrio eferente aumenta a presso de perfuso dos glomrulos e ajuda a

    manter a taxa de filtrao glomerular constante quando a presso de perfuso renal

    est reduzida;

    2. Estimula a reabsoro de sdio pelo tubulo proximal. A gua e o cloro so

    reabsorvidos de forma passiva juntamente com o sdio;

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    3. Estimula a secreo de aldosterona pelo crtex da glndula supra-renal;

    4. Estimula a secreo de ADH pela hipfise posterior;

    5. Estimula a sede por aco central cerebral.

    A angiotensina II tem tambm um efeito de feed-back negativo na secreo de renina pelas

    clulas do aparelho justaglomerular.

    A aldosterona sintetizada e libertada pelas clulas glomerulares do crtex da glndula supra-

    renal. Os estmulos mais importantes para a sua libertao so o aumento na concentrao de

    angiotensina II e o aumento na concentrao plasmtica de potssio. A aldosterona actua no

    rim estimulando a reabsoro de sdio e a secreo de potssio pelas clulas principais do

    tubulo distal e ducto colector. Por aco em receptores nestas clulas a aldosterona aumenta o

    nmero de canais de sdio e de potssio na membrana luminal e aumenta a actividade da

    ATPase de Na+/K+.

    Figura 8. Sistema renina-angiotensina-aldosterona.

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    Hormona antidiurtica

    A hormona antidiurtica (ADH) produzida no hipotlamo e libertada pela hipfise posterior,

    sendo tambm conhecida pelo nome vasopressina. A denominao hormona antidiurtica

    deve-se sua principal funo que promover a reabsoro de gua pelo rim (antidiurese). A

    estimulao da reabsoro de gua mediada por receptores V2 da superfcie das clulas

    epiteliais do rim, com resultante aumento do nvel intracelular de AMPc. O AMPc aumenta a

    permeabilidade gua pela activao de canais que permitem o fluxo transcelular de gua

    para a medula renal com alta osmolaridade. Esta uma forma muito importante de manter a

    presso arterial pela manuteno do volume plasmtico. Os receptores V2 so estimulados por

    concentraes menores de ADH do que as necessrias para estimular os receptores V1 do

    msculo liso que medeiam o efeito vasopressor.

    Em concentraes altas a ADH tem aco vasoconstritora em todos os vasos arteriais. A ADH

    estimula os receptores V1 causando contraco do msculo liso vascular. Pelo mesmomecanismo causa venoconstrio que desloca o sangue da periferia, aumenta o retorno

    venoso para o corao e a presso venosa central. Assim, o efeito imediato da ADH

    aumentar a presso sangunea e diminuir a frequncia cardaca.

    A secreo de ADH regulada principalmente por duas vias: uma mediada por

    osmorreceptores e a outra pelo volume arterial (Tabela 5 e Figura 9).

    Uma pequena alterao (1%) na [Na+] do plasma detectada pelos neurnios osmorreceptores

    localizados no hipotlamo anterolateral. Os osmorreceptores dirigem-se at aos ncleos supra-

    ptico e paraventricular e estimulam por aco colinergica os neurnios magnocelularessecretores de ADH. Abaixo de uma osmolalidade plasmtica de cerca de 280 mOsm/Kg de

    gua, os osmorreceptores esto quiescentes e as concentraes plasmticas de ADH mantm-

    se nos nveis de repouso de cerca de 1 pmol/l. No intervalo de 280 a 290 mOsm/Kg de gua

    (que corresponde a um aumento de 3 a 4% na osmolalidade de repouso) os osmorreceptores

    so progressivamente estimulados e a ADH aumenta at ao nvel de 5 pmol/l, que estimula de

    forma mxima a diurese. Outros osmorreceptores separados com um limiar de estimulao

    mais alto (cerca de 295 mOsm/Kg gua) esto envolvidos no despertar da sensao de sede.

    Estmulos Receptores

    Aumento da osmolaridade do

    sangue

    Osmorreceptores do hipotlamo

    Reduo da presso arterial Barorreceptores

    Reduo do volume sanguneo Receptores de estiramento da auricula

    esquerda

    Exerccio

    Tabela 5 - Principais estmulos para a secreo de hormona antidiurtica ereceptores que despertam esses estmulos.

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    Grandes alteraes (>10%) no volume circulante efectivo estimulam os receptores circulatrios

    de estiramento localizados nos compartimentos de baixa e de alta presso. Assim, uma

    diminuio do volume circulante ocasiona:

    1. Diminuio da activao de receptores de volume nas grandes veias intratorcicas ena aurcula esquerda, reduzindo assim a frequncia de descargas das fibras aferentes

    do vago;

    2. Diminuio da activao dos barorreceptores no arco artico e seio carotdeo,

    reduzindo assim a actividade das fibras aferentes no nervo glossofarngeo;

    Estes nervos sinapsam no tronco cerebral e da projectam-se neurnios noradrenergicos at

    aos ncleos supraptico e paraventricular do hipotlamo, cuja estimulao leva secreo de

    Figura 10. Circuitos

    neurolgicos envolvidosna secreo de ADH.

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    Figura 11. Ciclos viciosos de descompensao; A-Depresso isqumica cerebral B-

    Depresso isqumica cardaca.

    ADH. A sua secreo aumenta exponencialmente em resposta a redues do volume

    circulante acima de 10% do normal. Tal como a resposta mediada pelos osmorreceptores, a

    sede estimulada menos rapidamente do que a secreo de ADH (Figura 10).

    CICLOS VICIOSOS DE DESCOMPENSAOOs factores de descompensaoexageram a queda primria da presso sangunea e devem-

    se a mecanismos de feedback positivo, podendo conduzir a um ciclo vicioso e morte. Dois

    exemplos so a depresso isqumica cerebral e a depresso isqumica cardaca (Figura 11).

    Uma queda grave na presso arterial que resulte em isquemia cerebral pode levar a depresso

    isqumica dos centros nervosos de regulao do tnus vasomotor simptico. A vasodilatao e

    depresso cardaca consequentes perpetuam a queda na presso arterial.

    A

    Situaes como sepsis, isquemia, enfarte do miocrdio, traumatismo tecidular grave,

    hipotermia, anestesia geral, hipotenso prolongada, podem alterar a contractilidade do

    miocrdio e consequentemente reduzir o volume de ejeco para qualquer volume diastlico

    final do ventrculo esquerdo. A hipoxia aumenta a libertao de cido lctico. O excesso de

    ies H+ no pode ser excretado devido insuficincia renal. A acidose resultante causa maior

    comprometimento da funo do miocrdio, reduz a presso sangunea e portanto a perfuso

    dos tecidos. Este processo agrava a acidose metablica. Por outro lado, na maior parte dos

    tipos de choque a resistncia vascular perifrica aumenta com consequente aumento da ps-

    carga ejeco do ventrculo esquerdo.

    A distribuio de oxignio e nutrientes est comprometido, causando diminuio da produo

    de ATP. Tal como foi referido previamente, como consequncia h uma acumulao de

    produtos do metabolismo anaerbio, desintegrao de fosfolipideos da membrana em cido

    araquidnico e derivados das prostaglandinas e leucotrienos e activao de uma trama extensa

    de sistemas de mediadores proinflamatrios. Estes mediadores desencadeiam respostas

    Queda grave na presso arterial

    Diminuio da perfuso cerebral

    Depresso isqumica do tronco cerebral

    Perda do tnus simptico

    Depresso cardaca e vasodilatao

    Diminuio da presso arterial

    Perfuso inadequada

    Hipoxia

    cido lctico

    Acidose metablica

    Depresso cardaca

    Diminuio da perfusoB

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    diversas. medida que o choque progride, os metabolitos vasodilatadores excedem os

    mecanismos vasoconstritores compensadores, causando mais hipotenso e hipoperfuso.

    CHOQUE HIPOVOLMICO

    O choque hipovolmico causado por um volume circulante inadequado. A causa mais

    frequente a hemorragia aguda, seguindo-se o traumatismo e a hemorragia gastrointestinal.

    As queimaduras resultam na perda considervel de lquidos de composio semelhante ao

    plasma porque a camada da pele impermevel gua foi removida. A inflamao que se

    segue a uma queimadura aumenta a permeabilidade vascular, pelo que nas vtimas de

    queimaduras geralmente necessrio repor grandes volumes de lquidos. O volume perdido

    proporcional rea de superfcie da queimadura.

    Em situaes menos agudas, a desidratao e a perda de sais podem tambm resultar em

    hipovolemia. Sais e gua so perdidos com frequncia pelo tracto gastrointestinal nas diarreias

    graves, fstulas intestinais e pancreatite. A perda isolada de gua do volume circulante ocorre

    na diabetes, em algumas doenas renais e na ingesto reduzida de gua.

    Fisiopatologia

    No choque hipovolmico, a hemorragia profusa reduz o volume de sangue total, diminuindo o

    retorno venoso e a presso de enchimento dos ventrculos. Desta forma o dbito cardaco

    diminui. Os efeitos da perda de sangue dependem do volume e da rapidez da perda e doestado do doente antes da perda. Cerca de 10% do volume sanguneo total pode ser removido

    sem que haja uma alterao significativa do dbito cardaco ou na presso arterial. Perdas

    maiores conduzem a uma diminuio do dbito e depois da presso. Quando perdido 15 a

    30% do volume sanguneo, a diminuio do dbito, na ausncia de alterao na presso

    arterial sistlica, d origem a uma baixa presso diferencial(PA sist PA diast). Ambos caem a

    zero quando a perda de volume sanguneo >40%. Como resultado da perda de volume

    sanguneo, a presso venosa central encontra-se diminuda. O choque hemorrgico dividido

    em quatro estadios, que correspondem a maiores perdas de volume (Tabela 6).

    Estadio Volume de

    sangue perdido

    Frequncia

    cardaca

    PA

    sistlica

    PA diastlica Presso

    venosa central

    I < 10% Normal Normal Normal Normal

    II 10-20% 100-120 Normal Aumentada -2 (queda)

    III 20-30% 120-140 100 Reduzida -5 (queda)

    IV > 40% > 140 < 80 Muito reduzida -8 (queda)

    Tabela 6. Alteraes hemodinmicas nos vrios estadios do choque.

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    Sintomas

    Os sintomas e sinais da hipovolemia dependem do volume circulante que foi perdido

    (Tabela 7). Outros factores incluem o estado do indivduo antes da perda de volume e a

    rapidez com que a perda ocorreu. Para alm disso, h uma grande variabilidade entre os

    indivduos em relao sua resposta hipovolemia. A sndrome de choque, pelo seu

    carcter sistmico, desencadeia manifestaes em todos os sistemas orgnicos.

    O sistema nervoso pode estar variavelmente comprometido, desde o achado do doente

    alerta at a presena de coma. O doente est plido e hipotenso e apresenta

    manifestaes cardiovasculares secundrias resposta simptica tais como taquicardia,

    extremidades frias e sudorese (Figura 13). O pulso arterial rpido e superficial

    (filiforme). Inicialmente o doente est taquipneico (respirao rpida e superficial). Mais

    tarde o padro ventilatrio pode variar de acordo com o comprometimento do sistema

    respiratrio. Os rins podem tambm ser variavelmente comprometidos de acordo com a

    diminuio da perfuso renal vate ocorrer oligria (dbito urinrio < 500ml/24h) ou

    anria (ausncia de dbito urinrio).

    Leve

    (40% do volume de sangue)

    Extremidades frias

    Aumento do tempo de

    preenchimento capilar

    Diaforese

    Veias colapsadas

    Ansiedade

    Os mesmos, mais

    Palidez

    Taquicardia

    Taquipneia

    Oligria

    Alteraes posturais

    Os mesmos, mais

    Instabilidade hemodinmica

    Taquicardia acentuada

    Hipotenso

    Sonolento; Confuso

    Coma

    Tabela 7. Correlao entre o volume de sangue perdido e as manifestaes clnicas do choque

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    No caso do choque hipovolmico possvel estimar a perda sangunea de acordo com ossintomas e sinais clnicos presentes (Tabela 7). A hipovolemia leve (

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    CHOQUE CARDIOGNICO

    O choque cardiognico causado por alterao da funo do miocrdio. A causa mais

    frequente o enfarte agudo do miocrdio e a doena das artrias coronrias. No entanto,

    praticamente todas as formas de doena do corao podem conduzir a choque cardiognico.

    Fisiopatologia

    A falncia do miocrdio leva a uma reduo do dbito cardaco. O choque cardiognico torna-

    se aparente se o dbito cardaco for inferior a cerca de 2,5 l/min. medida que o miocrdio

    entra em falncia, a presso na auricula esquerda aumenta e desenvolve-se edema pulmonar.

    A hipotenso e a resposta neurohumoral ao choque causam um aumento reflexo na frequncia

    cardaca. Esta, em combinao com o aumento da resistncia vascular perifrica, conduz a um

    aumento nas necessidades miocrdicas de oxignio. A baixa presso de perfuso das artrias

    coronrias e a hipoxemia devido ao edema pulmonar impossibilitam que as necessidades

    aumentadas de oxignio sejam satisfeitas, pelo que se agrava a isquemia do miocrdio,

    piorando o grau de choque (Figura 14).

    Sintomas

    No choque cardiognico h uma falncia da bomba, com consequente acumulao de sangue

    a montante, congesto pulmonar e aumento da presso venosa central. Sinais como distenso

    venosa jugular, e um galope S3 distinguem o choque cardiognico do choque hipovolmico. O

    edema pulmonar conduz a dispneia e a cianose central com crepitaes dispersas na

    auscultao pulmonar.

  • 8/3/2019 ta choque cardio

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    Perifericamente a pele do doente est fria e plida devido perfuso sistmica reduzida, que

    se deve tanto diminuio do dbito cardaco como vasoconstrio reflexa em resposta

    diminuio da presso arterial.

    Tratamento

    O tratamento do choque cardiognico visa a melhoria da oxigenao e o suporte da falncia

    cardaca. necessria administrar oxignio. O edema pulmonar pode ser aliviado por

    venodilatadores como os nitratos. Em alguns doentes, pode ser necessrio entubar e ventilar

    artificialmente.

    Nos doentes em choque cardiognico fundamental a monitorizao contnua invasiva da

    presso arterial, com um cateter arterial, bem como da presso venosa central, com um cateter

    na veia jugular externa ou subclvia. Nos casos mais graves pode ser necessria a colocao

    de um cateter na artria pulmonar de forma a estimar o dbito cardaco e a presso capilar

    pulmonar encravada, uma medida da presso de enchimento da aurcula esquerda.

    A administrao de fluidos permite aumentar o dbito cardaco. A fluidoterapia ajustada com

    o auxlio da avaliao invasiva da presso encravada capilar pulmonar; dado que o aporte

    excessivo de lquidos causa aumento dessa presso, podendo levar a edema pulmonar e

    agravamento do quadro clnico. Adicionalmente, a quantificao do dbito cardaco permite a

    utilizao de frmacos inotrpicos, como a dobutamina, de forma racional, aps a optimizar a

    administrao de lquidos.

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