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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E ARTES DEPARTAMENTO DE RELAÇÕES PÚBLICAS, PROPAGANDA E TURISMO A NOVA CONFIGURAÇÃO DO TURISMO: Como a internet mudou a maneira de viajar. Aluna: Alessandra Vieira Rielli Orientador: Professor Dr. Sérgio Bairon São Paulo, 2011

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E ARTES

DEPARTAMENTO DE RELAÇÕES PÚBLICAS, PROPAGANDA E TURISMO

A NOVA CONFIGURAÇÃO DO TURISMO: Como a internet mudou a maneira de viajar.

Aluna: Alessandra Vieira Rielli

Orientador: Professor Dr. Sérgio Bairon

São Paulo, 2011

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E ARTES

DEPARTAMENTO DE RELAÇÕES PÚBLICAS, PROPAGANDA E TURISMO

A NOVA CONFIGURAÇÃO DO TURISMO: Como a internet mudou a maneira de viajar.

Alessandra Vieira Rielli

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado na Universidade de São

Paulo como exigência parcial para a

obtenção do grau de bacharelado em

Turismo. Sob orientação do Prof. Dr.

Sérgio Bairon

São Paulo, 2011

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E ARTES

DEPARTAMENTO DE RELAÇÕES PÚBLICAS, PROPAGANDA E TURISMO

A NOVA CONFIGURAÇÃO DO TURISMO: Como a internet mudou a maneira de viajar.

Autora: Alessandra Vieira Rielli

Aprovado em ________/________/_________

BANCA EXAMINADORA

______________________________________ 1º Membro

______________________________________

2º Membro

______________________________________ 3º Membro

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DEDICATÓRIA

Aos anos mais intensos da minha

vida.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente aos meus pais que fizeram desse sonho realidade

com seu amor incondicional e os braços sempre abertos para me ajudar, me

apoiando em todas as minhas escolhas, sendo elas certas ou erradas. Ao meu

irmão, por sempre me ajudar a arrumar meu computador. As maricotas, que

foram essenciais na conquista desta etapa e com quem aprendi tanto, sei que

sem vocês esses últimos cinco anos não teriam sido tão lindos e intensos com

foram. A todos os meus amigos que participaram direta ou indiretamente deste

processo e que sabem da importância que tiveram, seja como ombro amigo,

seja como companheiros de filmes de péssimo gosto ou festas kabulosas,

sejam como “chefes” – duas em especial, seja como amigos de sala que

sempre me ajudaram a dar um jeitinho de passar em estatística, seja como

vizinhos que nunca reclamaram das invasões em busca de internet ou lugar

para lavar roupa, seja como um grupo de pessoas tão especiais com quem tive

a honra de dividir 14 meses da minha vida e que com certeza permanecerão

por muito mais tempo nela.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 7

1. CONTEXTUALIZAÇÃO DA ERA DA INFORMAÇÃO ................................ 10

2. NOVO CONTEXTO DO TURISMO ........................................................... 23

2.1 PERFIL DO CIBERTURISTA .............................................................. 25

2.2 AS ETAPAS DE UMA DECISÃO ........................................................ 37

3. GEOLOCALIZAÇÃO E MOBILE: NOVAS TENDÊNCIAS ......................... 53

3.1 GEOLOCALIZAÇÃO ........................................................................... 54

3.2 MOBILE ............................................................................................... 57

3.3 A UNIÃO DO MOBILE E GEOLOCALIZAÇÃO: FOURSQUARE ........ 63

4. AS FERRAMENTAS DE APOIO AO TURISMO DESENVOLVIDAS PELO

GOOGLE .......................................................................................................... 65

4.1 DON‟T BE EVIL, BE GOOGLE ........................................................... 65

4.2 GOOGLE MAPS ................................................................................. 69

4.3 GOOGLE EARTH................................................................................ 78

4.4 AJUDANDO A SOCIEDADE ............................................................... 80

4.5 POLÊMICAS ....................................................................................... 83

4.6 GOOGLE E O TURISMO .................................................................... 86

4.6.1 GOOGLE STREET VIEW ............................................................. 88

4.6.2 VISITANTO LUGARES PÚBLICOS E FAMOSOS ....................... 90

4.6.3 O GOOGLE ART PROJECT......................................................... 95

4.6.4 GOOGLE CITY TOUR .................................................................. 97

4.6.5 GOOGLE E AS EMPRESAS ........................................................ 99

4.6.6 OUTRAS APLICAÇÕES DO GOOGLE NO TURISMO .............. 101

4.6.7 RELATO DE EXPERIÊNCIA ...................................................... 110

CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 115

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 117

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5

RESUMO

O ser humano está em constante mutação. A mais recente, e

provavelmente uma das mais revolucionárias foi o domínio de todas as

informações através da internet criando uma grande massa virtual inteligente

que impactou diretamente a maneira como as partes se comunicam dentro do

turismo.

O acesso às informações do setor se tornou muito mais fácil e a relação

com o consumidor mais transparente, graças ao que chamamos de internet

colaborativa. Além disso, diversas ferramentas surgiram na internet para

auxiliar as diversas etapas de uma viagem.

Com isso, empresas como o Google desenvolveram diversas opções

criativas para aproximar destinos e informações de seus principais

consumidores: o turista, através de mapas virtuais, imagens, e diversas outras

fontes de informações interativas que ajudaram a completar esse novo cenário

do turismo em meio às informações e tecnologias.

Palavras chaves: Revolução da Informação, Avanços Tecnológicos, Web 2.0,

Ferramentas, Turismo.

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ABSTRACT

The human is in constant mutation. The latest, and probably one of the

most revolutionary was the domination of all the information through the

internet, creating a big intelligent virtual mass that has impacted directly the way

how the parties communicate within the tourism.

The access to the information of the segment has become much easier,

and the relationship with the consumer more transparent, thanks to what we call

collaborative internet. Moreover, several tools emerged on the internet to assist

the various stages of a trip.

With that, companies like Google developed several creative options to

bring closer the destinations and information of its main consumers: the tourist,

through virtual maps, images and various other interactive sources of

information that helped to complete the new scene of tourism between the

information and technology.

Key Words: Information Revolution, Technological Advances, Web 2.0, Tools,

Tourism.

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INTRODUÇÃO

A internet é um meio de comunicação que

permite, pela primeira vez, a comunicação de

muitos com muitos, num momento escolhido, em

escala global (CASTELLS, 2003, p. 8).

Desde a época das navegações marítimas, o homem busca sempre

encontrar um mundo novo. Seja por sua curiosidade no diferente, ou

simplesmente pela vontade de fugir da mesmice. O fato é que, com o passar

dos séculos, a distância foi se tornando o menor dos problemas, e hoje, essa

barreira é quase mínima.

Essa redução das distâncias é perceptível conforme as tecnologias e a

capacidade do homem de buscar sempre o novo foram aumentando.

Primeiramente foram os grandes navios, depois o avanço dos meios de

transporte e a disponibilização destes para as massas (principalmente após a

Revolução Industrial, com o avanço do modelo Fordismo), as televisões e

telefones, os aviões, e por fim, a internet. Isso, chamamos de globalização.

Para o turismo, esta evolução não foi diferente. Quando os custos das

passagens de trens ainda eram muito caros, inviabilizando a atividade turística

para as massas, Thomas Cook1 resolveu fretar um trem, ainda no século XVIII,

e vender as passagens a custos mais baixos para que assim, as viagens se

tornassem mais viáveis e acessíveis. Auxiliado com os avanços dos meios de

transporte e de telecomunicação, essa atividade foi crescendo cada vez mais,

aproximando não apenas lugares, como também, culturas.

Para Beni (2004), a globalização do turismo foi consequência da

globalização geral dos mercados, sejam eles financeiros, tecnológicos, das

telecomunicações, atividades comerciais, mas principalmente a globalização

econômica, que permitiu que a sociedade se estabelecesse e estabelecesse

atividades em qualquer lugar do mundo. Além disso, avanços tecnológicos nos

1 Considerado o primeiro agente de viagens da história do turismo.

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campos da telecomunicação permitiram que informações e conhecimentos,

antes limitados, pudessem ser compartilhados com todo o mundo.

Um dos resultados dessa revolução tecnológica foi o surgimento da

Internet como ferramenta de comunicação em massa e que provocou uma

mudança no cenário da comunicação criando novas linguagens, interações,

estilos de vida e de sociabilidade. A partir de então, todos puderam participar

do mesmo contexto, atuar como criadores de conteúdo, receptores, intérpretes,

e divulgadores de forma instantânea, contínua e em constante mutação. Todos

fazem parte de uma grande conversa, de um debate permanente, aberto,

participativo e democrático, pois todos são iguais e as demandas de

interatividade e mobilidade estão presentes.

E esse ponto é o que verdadeiramente transformou o cenário das

viagens e dos viajantes. Considerando que o turismo é uma atividade baseada

nas informações e constituída basicamente por pessoas, era inevitável que

essas consequências do pós-modernismo não causassem nenhum impacto.

Com isso, tanto o mercado das atividades envolvidas, como o comportamento

do consumidor de turismo foram afetados, tornando esse segmento sensível a

estas mudanças.

Hoje, a internet é fonte de inspiração e organização para o turismo, com

suas inúmeras ferramentas e inovações que permitem que o turista modifique

seus hábitos de viagem e ainda, utilize a internet como canal de socialização e

compartilhamento de suas opiniões, percepções e experiências. Além disso,

empresas do segmento e atrativos turísticos tem nos avanços tecnológicos um

potencial canal de vendas e marketing que, se utilizado de maneira inteligente

e criativa, pode causar grande impacto nas decisões dos turistas.

Por isso, o objetivo deste trabalho é apresentar algumas dessas

manifestações, a partir da compreensão de como esta revolução tecno-social

se estabeleceu no mundo e os impactos que ela gerou nas estruturas sociais e

mercadológicas do turismo. No primeiro capítulo, será apresentado o cenário

mundial em que a internet se estabeleceu e os impactos que esta gerou na

estruturação social e mundial, com base nos pensamento de escritores que

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buscam entender a globalização e a construção de uma sociedade voltada

para a busca de informações, criando uma grande massa de conhecimento

chamada por Lévy (1998) de inteligência coletiva.

A seguir, será analisado como essas mudanças afetaram o cenário da

atividade turística e como o consumidor do turismo se comporta diante disso, a

partir do entendimento do consumidor em geral, das experiências que este

consumidor de turismo busca, e por fim, o cenário mercadológico turístico

baseado na internet e no compartilhamento de informações.

Com estas análises, é possível apresentar então outras opções de

fontes de informação que podem servir como base para as fases do ciclo de

uma viagem, apresentado pelo empresário Robert Cole, e como elas podem

influenciar na decisão final do ciberturista. Para complementar as diversas

ferramentas de comunicação provenientes dos avanços tecnológicos, serão

apresentadas duas tendências para o mercado geral e turístico que visam

aprimorar a comunicação e facilitar o acesso às informações

independentemente de suas localização.

Por fim, o último capítulo visa englobar todas essas manifestações e

possibilidades tecnológicas, digitais e virtuais para o turismo dentro de uma

única marca, o Google, mostrando como uma das empresas mais influentes no

mundo pode participar ativamente da modernização e virtualização da atividade

turística.

É importante ressaltar que toda a pesquisa foi realizada através de uma

sistematização bibliográfica com leituras documentais a partir de bibliografias

relacionadas aos avanços da comunicação e tecnologia, além de sites de

notícias e das ferramentas citadas. Porém, foi perceptível a escassez de

bibliografias acadêmicas específicas sobre as conexões entre o turismo e sua

nova configuração a partir dos avanços da internet.

Assim, espero que este trabalho possa complementar os estudos sobre

a relação do turismo com a web, a partir do novo posicionamento social em

meio aos avanços tecnológicos e a busca por informações, possibilitando

novas formas de interação com o trade turístico.

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1. CONTEXTUALIZAÇÃO DA ERA DA INFORMAÇÃO

Quando, no início da década de 70 em meio a Guerra Fria, a maioria das

pessoas acreditava que a grande revolução seria com a chegada do homem a

lua, mal sabiam eles que a verdadeira revolução estava dando seus primeiros

passos dentro de universidades americanas.

A revolução das informações e da comunicação começa com a criação

da ARPANET, uma rede de computadores interligados criados pela Advanced

Reseacrh Projects Agency (ARPA), em 1969, com o objetivo de compartilhar o

conhecimento entre grupos de pesquisas que trabalhavam para essa agência.

Aos poucos, essa rede foi crescendo entre as universidades, agências

de inteligência militar norte americana e outros órgãos que foram

desenvolvendo suas próprias redes internas, que levou a ARPANET se tornar

obsoleta por volta de 1990 devido à aparição de diversas outras redes mais

eficientes.

Outro fator que possibilitou o surgimento da Internet no formato atual

foram os bulletin board system (BBS2), sistema de armazenamento e

compartilhamento de informações que surgiu na década de 70. Depois disso,

muitos outros estudantes de universidades americanas desenvolveram sistema

de conexão entre computadores.

Mas o grande momento do nascimento da web foi com a criação do

WWW (World Wide Web), por um programador inglês chamado Tim Berners-

Lee, que desenvolveu um projeto onde qualquer usuário que tivesse seu

computador conectado em rede, poderia obter e acrescentar informações, de e

para qualquer outro computador conectado na rede, que posteriormente, foi

acoplado ao software Windows 95, da Microsoft, espalhando o acesso à

internet para o mundo inteiro.

A partir de então, todas as pessoas tinham a opção de tornarem-se

criadoras de conteúdo na internet, que seria disponibilizada para o mundo

2 Um Bulletin Board System (BBS) era um sistema que permitia a conexão via telefone através do um computador.

Foi substituído pela internet.

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inteiro. No Brasil, a internet surgiu quando a FAPESP (Fundação de Amparo à

Pesquisa do Estado de São Paulo) realizou sua primeira conexão em rede, em

1988. E o grande salto, foi em 1995, com o surgimento dos primeiros grandes

sites da Internet – Yahoo e Amazon, ambos americanos.

O uso da internet teve um crescimento vertiginoso. Em 1995 3 havia

cerca de 16 milhões de usuários, em 20004 eram mais de 250 milhões, e em

2010 chegaram a 2 bilhões. Ou seja, apenas nos cinco primeiros anos, o

crescimento foi de mais de 1462%, enquanto nos últimos 10 ano foi de 700%,

um crescimento médio anualizado de 38% ao ano no número de usuários de

internet. Só no Brasil, em 2010, eram mais de 51 milhões de usuários, de

acordo com pesquisa feita pela Ibope Nielsen Online5.

Nenhum dos principais atores institucionais – Estado ou

empresas – planejou deliberadamente, nenhum grande

órgão de mídia previu, tampouco anunciou, o

desenvolvimento da informática pessoal, o das interfaces

gráficas interativas para todos, o BBS ou dos programas

que sustentam as comunidades virtuais dos hipertextos

ou da World Wide Web(...) nascidos no espírito

visionários, transmitidas pela efervescência de

movimentos sociais e práticas de base, vieram de lugares

inesperados para qualquer „tomador de decisões. (LÉVY,

2007, p.27)

Esse crescimento intenso teve como principal responsável o

barateamento das tecnologias (computadores, notebooks e celulares), e

principalmente a facilitação de acesso às telecomunicações (como internet,

banda larga e web mobile), causando uma verdadeira revolução no modo de

vida das pessoas.

3 FOLHA ONLINE. Confira os dez momentos mais importantes da Internet. 2005. Disponível em:

<http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u19223.shtml > Acesso em: Abril 2011 4 PORTAL G1. Número de usuários de Internet no mundo alcança os 2 bilhões. 2011. Disponível em:

<http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2011/01/numero-de-usuarios-de-internet-no-mundo-alcanca-os-2-bilhoes.html > Acesso em: Abril 2011 5 IBOPE NILSEN ONLINE. Internet no Brasil cresceu 5,9% em Agosto. 2010. Disponível em:

<http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=6&proj=PortalIBOPE&pub=T&db=caldb&comp=pesquisa_leitura&nivel=null&docid=0A276B95D145374B832577B6007A5F6A> Acesso em: abril 2011

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Sabendo da evolução da internet e como essa tecnologia se posicionou

como principal fonte de conhecimento e transmissão de ideias é necessário

entender como isto afetou as organizações sociais, resultando na globalização

do conhecimento e que tipo de cenário ela criou.

Assim, em seu livro, The World is Flat (2007), Thomas Friedman mostra

a existência de três fases dessa globalização. A primeira delas, Globalização

1.0, de 1492 a meados de 1800, quando Cristóvão Columbus deu início as

Grandes Navegações, provando que o mundo era redondo através de uma rota

alternativa para o comércio do Novo Mundo com o Velho Mundo. Essa nova

rota modificou as estruturas comercias da época, aproximando países e

continentes que até então, eram desconhecidos ou mesmo distante demais

para serem conectados com a Europa. Friedman (2007) define essa era como

a diminuição do mundo do tamanho grande para médio.

A segunda globalização, intitulada como 2.0, ocorreu por volta de 1800

até os anos 2000, quando com a Revolução Industrial, o barateamento dos

meios de transporte e das telecomunicações tornaram o mundo muito mais

próximo e conectado para todos, não apenas para uma determinada camada

social. O transporte se tornou cada vez mais rápido, o comércio se estabeleceu

em todas e entre todas as regiões do mundo, e a informação era altamente

disseminada. As companhias e grandes empresas se globalizaram (surgimento

das multinacionais), e que agora poderiam se estabelecer e comunicar com

qualquer parte do mundo. O mundo já não era mais médio, mas pequeno.

Finalmente, a última globalização, a 3.0, é a que se vive atualmente, na

qual o mundo diminuiu de pequeno para minúsculo e ainda, se planificando

(principalmente após a queda do muro de Berlin, em 1989, acabando com o

separatismo do mundo), ou seja, cada vez mais igual e acessível. É a era que

caracteriza a força dada ao indivíduo que agora, colabora e compete com o

conhecimento e a informação a nível global, sem qualquer limitação física.

É visível a relação entre a dominação do mundo pelos homens, com os

avanços tecnológicos. E essa dominação não foi apenas territorial, mas

principalmente nos campos da informação e comunicação, áreas

provavelmente mais “afetadas”, que resultaram em ferramentas, tecnologias e

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programas que facilitaram e modificaram a transmissão de conhecimento entre

a humanidade.

Com a comunicação e a informação disseminada e amplamente

accessível, novas relações sociais e comerciais se estabeleceram. O mundo

estava interligado. A limitação à imprensa local foi substituída pelo acesso á

imprensas mundiais que permitiam que as pessoas pudessem acompanhar de

perto e sem nenhum interceptor as tendências e acontecimentos do mundo,

além de colaborar com a produção desse conteúdo complementando a grande

rede de acesso às informações: a internet.

Para exemplificar essa nova orientação da comunicação, é possível

observar o exemplo citado por Henry Jenkins (2008) na qual o lançamento do

filme Rok Sako To Rok Lo (2004) foi exibido em vários lugares do mundo,

simultaneamente, através de celulares. Até tempos atrás, pensar em

transmissão de um filme, com qualidade e em tempo real, já era muito difícil, e

através de um aparelho móvel, era ainda mais improvável.

Thomas Friedman (2007) também cita que percebeu uma mudança no

cenário mundial (o que ele chama de planificação) em uma reunião em

Bangalore, Índia, quando, ao entrar em uma sala de reunião, havia pessoas de

Singapura, Londres, Nova York, São Francisco e Boston discutindo,

conversando e tomando decisões, todos em uma grande tela de computador.

Naquele momento, Friedman (2007) mostra a existência verdadeira da

globalização, associada em grande parte, aos altos investimentos em

tecnologia, ao barateamento de computadores e o avanço de diversos

softwares6 que facilitam tanto o acesso, como a conexão entre pessoas no

mundo inteiro.

Friedman (2007) ainda afirma que com o mundo “plano” todos poderiam

estar conectados, bem como seus conhecimentos, todos em uma única rede

que nos levaria a uma era de prosperidade, inovações e colaborações entre

empresas, comunidades e indivíduos. Isso caracteriza em grande parte o perfil

da nova geração e a formação de uma inteligência coletiva, muito maior,

6 Software são conjuntos ou tipos de programas, dados e ferramentas desenvolvidas para computadores, para

desempenhar determinadas funções.

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complexa e completa que de qualquer indivíduo, onde todo o conhecimento

seria compartilhado.

Acrescentemos à nossa definição este complemento

indispensável: a base e o objeto da inteligência coletiva

são o reconhecimento e o enriquecimento mútuos das

pessoas, e não o culto de comunidades fetichizadas ou

hipostasiadas. (LÉVY, 1998, p. 28).

Com a informação sendo transmitida equivalentemente aos povos, essa

sociedade conectada pode organizar suas ações de uma maneira superior e

equilibrada, já que não há mais tanta exclusividade das informações. Manuel

Castells (2003) afirma que com a internet foi implantada uma nova ideologia de

liberdade, criada pelos usuários e desenvolvedores da internet.

Os personagens principais deste novo cenário da globalização e

principalmente da internet como meio de comunicação principal, são todos os

indivíduos que se manifestam livremente através das diversas tecnologias e

programas na internet, delimitando assim o comércio, as informações e o

sucesso das marcas, e até o cenário político, ajudando pessoas antes

alienadas a sua realidade local a terem acesso à informação de todo o mundo,

mostrando a elas como o mundo é e se comporta.

Em fevereiro de 20117, assistimos a queda do egípcio Hosni Mubarak

após uma revolta da população, descontente com o governo que já durava 30

anos. As organizações dos movimentos se deram principalmente através do

Twitter8 e do Facebook9 (redes sociais altamente conectadas com o mundo

inteiro). Antes disso, na Tunísia, a população usou essas mesmas ferramentas

para organizar manifestações que resultaram na destituição do presidente Ben

Ali, provando o poder que a internet tem de mostrar certas situações e em

impulsionar reações coletivas.

7 SETTI, Renan. Redes Sociais desempenharam papel fundamental na queda de Mubarak, afirmam especialistas. O

Globo Online. 2011. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2011/02/11/redes-sociais-desempenharam-papel-fundamental-na-queda-de-mubarak-afirmam-especialistas-923780668.asp> Acesso em: Maio 2011 8 Twitter é uma rede social onde as pessoas escrevem pequenos textos, de no máximo 140 caracteres, expressando

suas ideias, vontades, desejos, reclamações e até ações que estão fazendo. Hoje, o Twitter é altamente utilizado por empresas, como ferramenta de auxilio ao Serviço de Atendimento ao Consumidor, monitorando o que as pessoas falam da marca, e interagindo com esses consumidores. 9 Rede social, criada para aproximar as pessoas do mundo inteiro.

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Para que essa estruturação social acontecesse, três fatores do século

XX foram essenciais, segundo Castells (2003): a globalização das economias,

do capital e das empresas que geraram a valorização da sociedade pelas

informações abertas, certo reflexo de muitas ditaduras que aconteceram pelo

mundo no final das décadas passadas, e principalmente com a revolução

microeletrônica, facilitando o acesso e a compra de computadores e a

utilização e massa da internet.

Essas questões determinaram o surgimento de uma nova organização

social que valoriza a cultura da informação. Uma sociedade que busca sempre

saber melhor o que acontece em sua volta e o que existe à sua volta, graças às

facilidades disponibilizadas nos meios de comunicação, sem limite e sem

qualquer censura.

Para essa geração da informação, os limites são diferentes. Para eles,

poder conhecer o mundo, seja físico ou informacional, é uma simples questão

de desenvolver alguns programas que permitam realizar suas vontades. A

referência à frase “redução das distâncias” é real e quase literal, exatamente

por essa facilidade em conhecer cada detalhe de cada lugar através da tela de

um computador, além de obter informações detalhadas sobre a política, a

sociedade e a cultura local (é possível englobar aqui, diversos assuntos como

música, arquitetura, história, moda, culinária, dança etc.).

Embora esses avanços tecnológicos tenham sido criados para facilitar

as relações entre povos e aumentar a liberdade de transmissão de informação

entre os mesmos, é importante lembrar que muitas vezes o Estado pode

determinar este desenvolvimento e esta liberdade. Hoje, a internet segue

determinados protocolos a respeito dos governos de cada país. O governo

chinês, por exemplo, tem um controle e censura fortes para alguns conteúdos

que são considerados ofensivos a cultura local, alegando que só assim podem

preservar a identidade local.

Mesmo com essas condições, Friedman (2007) aponta o lado oposto

deste movimento, extremamente relevante para a sociedade e suas culturas, já

que hoje é possível viver em qualquer lugar do mundo e estar presente na

rotina de seu país natal, seja através das notícias, conversas instantâneas, das

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cadeias de restaurantes ou até acompanhando fotos e vídeos da sua família.

Analisando a relação entre a invasão das culturas nas culturas e a preservação

das identidades originais de cada país, Jenkins (2008, p. 44) diz “as promessas

desse novo ambiente midiático provocam expectativas de um fluxo mais livre

de ideias e conteúdos. Inspirados por esses ideais, os consumidores estão

lutando pelo direito de participar mais plenamente de sua cultura”.

Pode-se considerar este fluxo, como sendo as mudanças na forma de

consumir e produzir os meios de comunicação, os avanços das tecnologias

digitais e virtuais, a ruptura com o tradicional e a estimulação da sociedade

para novas realidades.

Assim, o cenário de globalização que se tem hoje baseia-se na evolução

tecnológica e a formação de uma nova estrutura social, extremamente voltada

para a busca de conhecimento através das informações amplamente

disponibilizadas nas tecnologias digitais. Este cenário afeta a cultura em geral,

desde o comportamento social ao comportamento mercadológico, tornando o

mundo muito mais acessível sob ponto de vista da comunicação. É a

planificação do mundo citada por Friedman (2007) resultado de uma geração

que busca cada vez mais a conexão global e o fluxo livre de conhecimentos e

informações.

Essa geração surge em meio ao nascimento de um novo mundo em que

sua participação é fundamental e essencial para que as mudanças continuem.

Se no começo do século XX a televisão revolucionou a distribuição da

informação, hoje, a internet faz o papel de principal mídia de uma geração de

conhecimento. E quem nunca se perguntou: como eu vivia sem internet?

Ela se tornou onisciente e onipresente. Criou novas linguagens, nova

noção de tempo-espaço e novos estilos de vida. Tornou o todo, um só, o longe,

perto, em uma rede conectada, não apenas computadores, mas por pessoas

que determinaram o surgimento de uma rede colaborativa. A internet permite

que vontades e individualidades sejam divulgadas e dá a chance de conquistar

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o mundo, seja através de um tweet10, de um blog ou de um vídeo postado. É a

geração do instantâneo.

Para Levy (LÉVY, 2007, p.26) “a prensa de Gutenberg não determinou a

crise da Reforma, nem o desenvolvimento dos ideais iluministas e a força

crescente da opinião pública no século XVIII – apenas condicionou-as”. O

mesmo acontece com a evolução da internet, ela não determinou a

modificação das estruturas sociais e da propagação da informação, apenas

condicionou a uma nova formação tecno-social.

Somado a isso, Conrado Adolpho (2010) afirma que a web muda o que

antes era elitista e populista. A informação agora é democrática, onde qualquer

pessoa pode ser o que quiser e fazer o que quiser, e ainda, ser reconhecido

por isso, sem censura.

“Estamos em uma era de transformações que tem na

internet apenas sua interlocutora e tradutora, porém, não

foi ela que causou toda essa mudança. O consumidor já

cobiçava tais modificações em seu cotidiano. Havia uma

demanda de desejos e necessidades reprimida por falta

de um meio que a entendesse e a acolhesse. Esse meio

era a internet.” (VAZ, 2010, p.33).

A expansão do computador pessoal, da Internet e das redes digitais

abriu espaço para uma nova realidade na distribuição da informação, na

relação entre consumidores e fornecedores e no surgimento de novos estilos

de vida, onde a comunicação saiu do seu espaço limitado, constituindo o

cenário que é chamado por Lévy (2007) como “cibercultura”.

Para ele, a cibercultura surge a partir das vontades e inquietações de

uma nova geração, que deseja experimentar formas de comunicação diferente

daquelas tradicionais, criando um novo espaço chamado de “ciberespaço”,

acolhedora de toda essa era da informação virtual.

É difícil levantar críticas perante essa cultura que está nascendo, já que

não se sabe exatamente as consequências futuras que ela nos trará. Levy

10

Referência à mensagem escrita no site Twitter.

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18

(2007) compara o uso dos vídeogames pelas crianças e jovens com as críticas

levantadas ao cinema quando este surgiu – um manipulador, que hoje, é

contemplado e extremamente premiado como arte.

Roy Ascott (apud LÉVY, 2007, p. 13) diz que essa revolução da

telecomunicação foi o “segundo dilúvio”, o das informações. “[...] é o

transbordamento caótico das informações, a inundação de dados, as águas

tumultuosas e os turbilhões da comunicação [...]”. Isso reflete potencialmente

na formação das novas gerações, conhecidas como geração Y e Z, uma

expressão que classifica os jovens nascidos entre 1978 e 1990 e de 1991 até

atualmente. Estas gerações foram concebidas já na era digital, na extrema

democracia e da ruptura com o tradicional, participando diretamente da

evolução da tecnologia.

Esse cenário cria um perfil de consumidor totalmente diferente do que as

bases tradicionais estão acostumadas. Segundo a revista Galileu11 (2009,

online) “99% dos nascidos entre 1980 e 1993 só se mantêm envolvidos em

atividades que gostam, e 96% acreditam que o objetivo do trabalho é a

realização pessoal”. Além disso, é uma geração caracterizada pela velocidade

dos acontecimentos, da informação e da constante mudança. Eles querem

fazer tudo os que gostam e as tecnologias e antigas estruturas sociais

precisam acompanhar isso.

Um estudo realizado pela Enfoque Pesquisa de Marketing no Brasil e

apresentado pela Revista Exame12 (2011, online), afirma que se um

adolescente da geração Z, passasse 24 horas na frente de uma tela, seria 77%

do tempo na internet, 66% da Televisão e 54% do celular. É a prova de que

eles não consomem somente a mídia tradicional, mas o conteúdo que os

permite interagir e compartilhar conhecimento, experiências e informação. Com

isso, as mudanças culturais, na qual mencionado anteriormente, são

justificadas e devem ser aceitas como resultado de uma nova era que permeia

uma geração totalmente envolvida com as questões digitais.

11

LOIOLA, Rita. Geração Y. Galileu Online. 2009. Disponível em: <http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu/0,,EDG87165-7943-219,00-GERACAO+Y.html> Acesso em: Abril 2011 12

MELLO, Bruno. Geração @: quem são e como se comportam? Portal Exame. 2011. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/marketing/noticias/geracao-quem-sao-e-como-se-comportam> Acesso em: Abril 2011

Page 21: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

19

Entender essa nova geração e a revolução da informação nos ajuda a

entender as mudanças que acontecem em diversas áreas, e a adaptação à

essa nova realidade é inevitável. É preciso saber acompanhar as

necessidades, onde o tradicional já é obsoleto, as inovações são cada vez

mais rápidas, e o acesso a informações e variados tipos de fontes de

conhecimento devem estar cada vez mais disponíveis, seja na publicidade, no

entretenimento, ou no turismo, segmento que será abordado no próximo

capítulo.

Assim como nos lembramos das Grandes Navegações e da Revolução

Industrial como pontos significantes para a formação da sociedade e do

mundo, daqui a alguns anos, décadas ou séculos, este momento de mudanças

no comportamento social provavelmente será pontuado como um marco,

podendo ser chamado de Revolução da Informação, onde todos se tornam um

e as informações são amplamente disseminadas, graças às evoluções

tecnológicas.

Já afirmava Castells (2003, pg. 7) quando disse: “A internet é o tecido de

nossas vidas. Se a tecnologia da informação é hoje o que a eletricidade foi na

Era Industrial, em nossa época a Internet poderia ser equiparada tanto a uma

rede elétrica quanto a um motor (...)”.

E não é apenas uma mudança no cenário de tráfego de informação. É

principalmente uma mudança social, é o ideal existencialista de Sartre13 sendo

personificado pela internet, onde o homem é resultado do meio em que vive, a

partir das relações sociais que cada pessoa tem e que, com a internet, essas

relações se intensificam e a troca de conhecimento também. Saber já não é

mais suficiente. É preciso saber de tudo, experienciar e compartilhar.

Hoje a criação de conteúdo na internet é ilimitada, e com isso, são

bilhões de páginas que flutuam nesse cosmo digital, criadas por pessoas em

todos os lugares do mundo, com todo o tipo de conhecimento e de todas as

13

O existencialismo de Sarte (O ser o e nada, 1943) procura explicar os aspectos da experiência humana. Sartre diz que a única sabedoria do homem que nasce com ele é a biológica; a sobrevivência e o resto se adquirem de tal forma que não vem do sujeito é ensinado a ele pelo mundo exterior.

Page 22: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

20

classes sociais. “A circulação de conteúdos depende fortemente da

participação ativa dos consumidores” (JENKINS, 2008, p.27).

Além disso, a convergência do mundo apresentada por Jenkins14 (2008)

representa uma transformação cultural, surgindo também a cultura

participativa, onde os consumidores buscam novas fontes de conhecimento, e

deixam de ser meros expectadores para serem atuantes no mundo fortemente

delimitado pela internet.

É um simples ciclo, que a partir da atuação do indivíduo conteúdos são

criados, informações disponibilizadas, tecnologias e softwares adaptados às

necessidades, o comércio é agilizado, o acesso as informação fica rápido e

fácil, as relações se tornam cada vez mais fortes, mais necessidades digitais e

virtuais nascem, inovações em diversos segmentos surgem, e assim por

diante.

As pessoas estão se conectando umas às outras e conhecendo, cada

vez mais, outras culturas, lugares e indivíduos. A criação desse grande

conteúdo de informações na internet possibilita aos usuários, interagir e

conhecer qualquer coisa que lhe seja interessante e real. Além disso, com essa

somatória de conhecimento, alguns tipos de serviços também foram facilitados,

item que será abordado a seguir.

Pierre Lévy (1998) traz o conceito de inteligência coletiva que é o

conhecimento que cada um tem somado em universo acolhedor de todas as

informações, já que é impossível saber de tudo. Através das tecnologias

disponíveis hoje, a inteligência e as informações são mais bem compartilhadas

e se tornam gigantes diante da coletividade que a internet proporciona, de

proporções nunca presenciadas antes, criando assim o ciberespaço

colecionador de todo esse conteúdo.

A inteligência coletiva refere-se à essa capacidade das

comunidades virtuais de alavancar a expertise combinada

de seus membros. O que não podemos saber ou fazer

14

Em seu livro Cultura da Convergência, Jenkins propõe o conceito de convergência como sendo a transformação social, cultural, mercadológica e tecnológica que a humanidade vive com a valorização da informação e a busca por novas experiências e conhecimentos.

Page 23: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

21

sozinhos, agora podemos fazer coletivamente.

(JENKINS, 2006, p.54)

Juntamente com o cenário das gerações Y e Z, o consumo de

informação tornou-se um processo coletivo e cada vez mais acelerado, já que a

partir do perfil psicológico dessas gerações analisados anteriormente, percebe-

se a necessidade de mudanças e resultados sempre imediatos.

A possibilidade da conexão com o ciberespaço a baixo custo, a

independência de um meio intermediador das mensagens, a chance de

publicação de informações por qualquer usuário da rede e a grande

capacidade de troca dessas informações são alguns dos motivos que

resultaram nesse novo modelo social globalizado e de valorização à cultura da

informação.

Toda essa evolução do mundo e da cultura tem um grande impacto em

diferentes setores da economia, já que, tendo total acesso as informações, o

consumidor aumenta seu poder perante as marcas, bem como suas exigências

em relação ao produto ou serviço. Assim, com as novas possibilidades de

interação, com o compartilhamento de informações e o crescimento das

grandes empresas de tecnologia e informática, muitas empresas começaram a

interessar-se pela Internet como uma grande oportunidade de negócios.

A opinião das pessoas perante um estabelecimento ou serviço, agora

não permanecem mais nas relações entre a empresa e o consumidor. Com as

diversas ferramentas digitais de conexão social mundial, as pessoas

conquistaram um poder até então pouco preocupante: a manipulação da

opinião alheia, surgindo assim um novo conceito, chamado de Web 2.0 15,

baseado na coletividade e compartilhamento de informações, que evolui de

páginas estáticas e da coleta simples de informações para a geração de um

conteúdo universal.

A Web 2.0 é provavelmente a maneira mais colaborativa de atuação

perante os serviços disponíveis hoje. É a união da inteligência coletiva de Lévy

15

Termo criado para identificar o momento em que a internet passa a ser colaborativa e participativa, onde a opinião das pessoas supera a importância da comunicação nas suas bases mais simples.

Page 24: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

22

(1998) com as prestações de serviços em prol de melhores resultados para

aquisição de um produto. Para o consumidor, ler opiniões de outras pessoas

que utilizaram o serviço ou adquiriram um produto é fundamental para

determinar sua decisão final, além de poderem expressar suas satisfações ou

insatisfações sobre o que foi adquirido. Já para o mercado, disponibilizar

espaços onde as pessoas podem comentar ou classificar o seu objeto de

venda, é fundamental para sua sobrevivência neste novo cenário.

Além disso, com a redução das distâncias geográficas que a internet

proporciona, é possível encontrar produtos e serviços em qualquer lugar do

mundo, saber das suas qualidades e das suas referências. Para as empresas é

possível encontrar públicos e mercados que se interessem pelo seu produto no

mundo inteiro, sem barreiras geográficas.

A questão da participação e da experiência está ligada a mudança de

perfil da sociedade que recebe essas tecnologias e suas facilidades. Nicholas

Negroponte (1990, apud JENKINS, 2009) prevê a formação de produção

midiática para públicos determinados, contrastando com os “velhos meios de

comunicação passivos” e os “novos meios de comunicação interativos”, algo

ainda muito difícil de compreender.

Hoje, as produções, sejam elas de entretenimento, tecnológicas ou de

qualquer outro segmento, acompanham o ritmo das novas gerações que

buscam fugir do tradicional e do padrão, e o resultado disso é o crescimento da

interatividade, podendo considerar esses novos consumidores como ativos.

Eles controlam suas vontades, direitos com o auxilio de ferramentas que

conectam ele com todas as pessoas do mundo, tendo assim uma influência no

mercado, que até pouco tempo atrás não era tão visível.

É importante entender como funciona este movimento da opinião

coletiva para compreender como o mercado do turismo deve se comportar

diante dessas mudanças e do estabelecimento da Web 2.0, especialmente

porque nesta nova realidade de mercado, a internet deixou de ser apenas um

produto para se tornar um serviço às pessoas, de acordo com a conveniência

de cada usuário.

Page 25: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

23

Entendendo o cenário criado com a evolução da internet, a modificação

social com o surgimento de uma nova geração totalmente voltada para a

comunicação e a informação, e as consequências dessas mudanças, é

possível começar a entender melhor como se posiciona o turismo neste

contexto, e quais impactos este segmento sofreu e sofrerá com o novo modelo

tecno-social.

2. NOVO CONTEXTO DO TURISMO

O modelo de mundo plano permite que você compartilhe

sua cultura local com o mundo (FRIEDNMAN, 2007, p.

478 – tradução livre).

Ao longo das análises do cenário que permeia o turismo, observa-se a

formação de um novo contexto social que Levy (2007) considera como causa

de uma inquietação social com os antigos parâmetros tradicionais da

comunicação e da informação e que resultam em um conjunto de mudanças

que valorizam a cultura da informação e do conhecimento, a partir das

facilidades de acesso aos conteúdos, gerados pelo avanço tecnológico, em

particular, com a internet.

A velocidade com que essa tecnologia vem acompanhando a formação

da nova geração influencia diretamente no comportamento destas diante de

suas vontades e necessidades. Como apresentado no capítulo anterior,

segundo as pesquisas de perfil das gerações Y e Z, as pessoas que nasceram

na era digital exigem cada vez mais informações e decisões rápidas, além de

ter a sua disposição a comunicação direta com outros consumidores, podendo

levar um empreendimento ao sucesso ou ao fracasso.

A partir deste capítulo, será apresentado o cenário do turismo no

contexto da Revolução da Informação, como a atividade se comporta diante

dessas mudanças, as consequências técnicas que estas facilidades

proporcionam para a atividade turística, além de mostrar que é possível se

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24

utilizar das tecnologias como ferramenta de expansão do turismo, já que é feito

a partir das necessidades dos seus consumidores (os turistas) e, com isso, é

fundamental que todo o trade turístico acompanhe essa evolução, e

principalmente participe dela.

Por ser composto por informações, as ferramentas decorrentes deste

cenário tecnológicos e informacional, são primordiais e recursos essenciais

para a evolução da atividade turística. Inúmeros são os produtos em que o

turista necessita realizar algumas pesquisas, sendo um segmento amplo e

diversificado: opções de destinos, atrativos, áreas naturais, meios de

transportes, hospedagens, combinações de rotas, etc.

Para Guimarães e Borges (2008) a internet surge como principal canal

de obtenção dessas informações e, com isso, recursos como fotografias de

destinos e produtos turísticos, vídeos, imagens em tempo real, sons ambientes

e textos atualizados, contribuem cada vez mais para subsidiar as tomadas de

decisão dos turistas, além de auxiliar na divulgação de destinos e dos

fornecedores de produtos e serviços do segmento.

Destinos exóticos, desconhecidos, atrações raras ou culturas muito

diferentes exigem uma investigação maior e mais detalhada por parte do

turista, para que suas expectativas sejam atendidas e os riscos evitados. E,

caso o destino possua poucas informações na internet, pouca interação ou

conteúdos vagos e mal elaborados, maiores as chances do turista mudar o

destino da viagem. Assim, o turista, cada vez mais, tentará aumentar a

quantidade e qualidade das informações disponíveis, para que ele tenha uma

maior sensação de tranquilidade, esclarecendo suas possíveis dúvidas.

O setor do turismo é um grande incorporador de

tecnologia, nos seus diversos segmentos, e o seu

crescimento sempre depende da capacidade de inovação

e do uso da tecnologia para melhoria da gestão,

desenvolvimento de novos produtos, aperfeiçoamento da

comunicação, otimização das experiências de viagens e

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personalização do atendimento. (GUIMARÃES;

BORGES, 2008, p.10)

2.1 PERFIL DO CIBERTURISTA

Sabendo das mudanças acarretadas com a Revolução da Informação que

conforme afirma Jenkins (2008) são consequência de uma vontade de maior

participação da cultura, e, como essas mudanças podem impactar o turismo, é

fundamental entender primeiramente o comportamento e o perfil do turista

neste cenário.

Para isso, considera-se o termo ciberturista, sugerido por Guimarães e

Borges (2008) para caracterizar este indivíduo que faz suas pesquisas,

compras, reservas, e outras ações relacionadas ao turismo, utilizando o

ciberespaço de Lévy (2007), ambiente virtual paralelo a nossa realidade.

Em primeiro lugar, é importante lembrar que o ciberturista nada mais é que

o consumidor do produto turístico, tendo seu comportamento impactado por

diversos aspectos. Segundo a teoria de marketing levantada por Yanazi (2007),

qualquer produto, de qualquer mercado está vinculado ao seu consumidor.

Entender o contexto em que ele vive, suas expectativas e necessidades, é

fundamental para o sucesso de qualquer empreendimento. No turismo, não é

diferente, por isso, para entender o comportamento do consumidor de turismo,

primeiro é necessário entender o comportamento do consumidor em geral.

Para isso, Yanazi (2007) considera duas principais determinantes: o instinto

(características individuais) e as condições de ambiente e de convívio

(características sociais). O primeiro são comportamentos básicos, que nascem

com o indivíduo e geralmente estão associados à sua sobrevivência. O

segundo modela os instintos básicos, de acordo com o ambiente em que este

indivíduo está inserido.

Os relacionamentos e a sociedade criam necessidades, e influenciam as

pessoas através da cultura, classes sociais, opiniões de família, religião, entre

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outros. Além disso, evoluções tecnológicas, modelos de consumo, marketing,

fazem com que as pessoas potencializem ainda mais essas necessidades.

Segundo a teoria de Abrahan Maslow (apud CARVALHO, 2010), depois

de identificada uma necessidade, desejos e impulsos surgem movendo o

indivíduo a querer realizá-la. Para ele, o ser humano deve saciar primeiramente

suas necessidades fisiológicas, ou seja, aquelas a qual sua sobrevivência

depende, depois, as necessidades de seguranças, as sociais, e por último a de

autoestima, resultado do contexto social.

Concluímos que a partir do momento que o ser humano tem suas

atividades básicas saciadas, ele partirá para as necessidades secundárias,

estas influenciadas pela sociedade e as relações que esta cria, e se a

sociedade está em meio a uma grande revolução, como é o caso da nova

geração, os impactos são ainda maiores. Sendo assim, o turismo pode ser

encarado como produto de consumo, parte de uma necessidade de

conhecimento e experiência, e que também envolve serviços e compras, que

será determinado a partir de fatores que afetam a decisão do indivíduo perante

uma viagem.

Para Swarbrooke e Horner (2002), o processo de tomada de decisão do

turista segue fatores motivadores, que incentivam o turista a adquirir

determinado produto e fatores determinantes que mostram até que ponto o

turista deseja obter algo. Para representar alguns dos principais fatores

motivadores, os autores apresentam a figura abaixo:

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Já os fatores determinantes, podem ser pessoais ao turista ou externo a

ele. No primeiro, questões como saúde, renda disponível, tempo de lazer,

conhecimento das destinações, tipo de férias, medos, atitudes perante o

turismo, são determinante pessoais para que a viagem aconteça ou não. Os

fatores externos ao turista não dependem dele, mas mesmo assim, afetam sua

decisão, como apresentamos na figura abaixo:

TURISTA

FÍSICOS: relaxamento

exercício, saúde

EMOCIONAIS: nostalgia, romance, aventura,

escapismo, fantasia

PESSOAIS: visitar amigos

e parente, fazer

economias, fazer novos

amigos

DESENVOLVIMENTO PESSOAS:

aumentar conhecimento, aprender algo

novo

CULTURAIS: visita à lugares de interesse, vivência de

outras culturas

STATUS: exclusividade, fator moda,

bom negócio, gastar de maneira

ostensiva

Figura 1 - Fatores motivadores do turismo, segundo Swarbrooke e Horner

Page 30: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

28

Figura 2 - Fatores externos que influenciam a decisão do turista

Assim, observa-se uma hierarquia de influências nas decisões das

pessoas. A partir do entendimento dos fatores que podem impactar as decisões

dos consumidores do turismo, é necessário conhecer quais os fatores sociais e

os cenários que hoje influenciam no comportamento do consumidor de turismo.

Sabe-se que a estrutura do turismo é composta principalmente por

pessoas e por isso, esta é uma área que precisa se adaptar conforme a

sociedade se transforma. Além disso, a tecnologia proporcionou o surgimento

de uma nova geração baseada principalmente na informação e nas diversas

formas de acesso a ela, como observado no primeiro capítulo.

Assim, acompanhando essa evolução tecno-social, o turista busca muito

mais agilidade na obtenção dessas informações, economia de tempo e de

dinheiro, de modo à sempre fazer a escolha mais viável e que satisfaça suas

necessidades, e a internet é o principal meio para isso.

FATORES POLITÍCOS, ECONÔMICOS, SOCIAIS E

TECNOLÓGICOS EM NÍVEL GLOBAL

FATORES POLITÍCOS, ECONÔMICOS, SOCIAIS E

TECNOLÓGICOS EM NÍVEL NACIONAL

INFLUÊNCIA DA MÍDIA

ATIVIDADE DO MARKETING DA

INDÚSTRIA DO TURISMO

OPINIÃO DE AMIGOS E PARENTES

TURISTA

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29

Segundo o IBOPE (2010, online) 16, a categoria que mais cresceu de

2009 para 2010 nas buscas na internet foi “viagens”, com uma variação de

36,9%, mostrando a forte tendência desse meio de comunicação como fonte de

informação para a atividade do turismo.

Guimarães e Borges (2008) afirmam que ao navegar, a percepção

sensorial do usuário fica mais aguçada, e com isso, ele tende a se concentrar

mais na ação e nos conteúdos que está buscando, além de estar disponível a

qualquer hora, facilitando as interações principalmente comerciais. Ele adquire

conhecimento na internet, sites, blogs, redes sociais, portais de notícias, e

todas as outras opções disponíveis no universo digital.

Para o turista, utilizar essas ferramentas online significa coletar mais

informações e detalhes sobre determinado lugar da maneira que lhe é

conveniente, e ainda, ajuda a criar seu próprio filtro das informações

disponíveis na internet, é o que Jenkins (2008) chama de luta pela participação

da sua própria cultura. Essa superabundância de informações aumenta o poder

de barganha e as exigências perante a indústria do turismo, alterando, por

16

IBOPE NIELSEN ONLINE. Número de usuários ativos da internet cresceu 1,8% em Maio. 2010. Disponível em: <http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=6&proj=PortalIBOPE&pub=T&db=caldb&comp=pesquisa_leitura&nivel=null&docid=17CCD8DF3C83101C832577460057D746> Acesso em: Maio 2011

Figura 3 - Crescimento do número de usuários únicos de categorias selecionadas no Brasil (IBOPE Nielsen Online, 2010 )

Page 32: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

30

exemplo, o cenário da concorrência e a ação de terceiros, como as agências

de viagem.

De acordo com a pesquisa realizada pela Amadeus (2009) com as

mudanças no comportamento do turista, influenciado pelas questões

tecnológicas e os avanços aos acessos à comunicação, especialistas em

viagens esperam que grandes mudanças aconteçam nos serviços do turismo

nos próximos 10 anos, como observar-se no gráfico abaixo.

Gráfico 1 - Expectativas de especialistas para as mudanças de comportamento do turista, influenciados pelas mudanças sociais e tecnológicas (Amadeus – 2009).

É possível perceber que mais da metade dos especialistas acreditam que o

comportamento do consumidor mudará perante o aumento das informações

sobre as opções de viagens e derivados, especialmente ao acesso ilimitado de

informações disponibilizados na internet, podendo ocasionar uma maior

exigência quanto aos serviços oferecidos para turista.

Destaca-se aqui outra característica citada anteriormente: com o perfil das

novas gerações sendo modelados a partir das tecnologias de comunicação,

estes se basearão inicialmente na internet como fonte de busca para qualquer

tipo de informação em relação ao destino, ou qualquer outro item de sua

viagem. Jenkins (2008) chama isso de substituição do consumo individualizado

e personalizado para um consumo socializado e conectado.

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31

A pesquisa ainda indica que os profissionais do turismo acreditam que

apesar do aumento do conhecimento, isso não resultará em uma redução na

busca de agências de viagens ou profissionais capacitados como auxiliadores,

porém exigirá tanto conhecimento como o que provavelmente o indivíduo pré

adquiriu na internet. Apesar disso, o relatório sobre Turismo 2.0 da TerraForum

(2011) afirma que com a velocidade de troca de informações através da

internet, este cenário enfraquece as atividades das agências e demais canais

tradicionais, consequentes da mudança do comportamento do turista.

Outra percepção que a pesquisa traz é que o viajante desenvolverá um

perfil mais aventureiro, em consequência da disponibilidade de informações na

qual ele mesmo pode fazer sua busca. Viagens internacionais e inusitadas são

o principal alvo desse indivíduo, pois são situações muito diferentes do seu

cotidiano. Como afirmamos anteriormente, este tipo de viagem envolve

informações mais detalhadas, que hoje, são possivelmente acessadas a partir

da internet.

Mais da metade dos entrevistados acredita que a tecnologia modificou ou

está prestes a modificar o modo como o viajante interage com o destino, ou

com a viagem em sim. Isso se deve a diversas facilidades que lhe é

proporcionado: check in online, reserva de hotéis online, informações locais,

condições climáticas, mapas, entre tantos outros itens que, disponíveis ao

Gráfico 2 - Expectativas de especialistas para as mudanças de comportamento do turista, segundo tipos de viagens e atitudes perante a decisão (Amadeus – 2009)

Page 34: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

32

turista, podem tornar a sua experiência mais completa e mais próxima da

perfeição.

Ainda segundo a pesquisa da Amadeus (2009), 80% dos especialistas em

viagens acreditam ser muito mais difícil construir relações de fidelidade com o

cliente no mundo virtual. Isso é causado principalmente pela diversidade de

opções que o turista tem na hora da escolha, seja em relação à companhia

aérea, hospedagem ou destinos e por sua autonomia na busca desses

serviços.

Assim, as empresas de turismo que estão acompanhando este processo e

se adaptando ao novo cenário do Turismo, provavelmente sofrerão impactos

muito menores, que aqueles que preferem ignorar as mudanças, como afirma

Vaz (2010).

O grupo de hotéis Starwoods Hotels & Resorts adaptaram-se a nova

realidade criando uma nova marca chamada Alorf. Desenvolvido em um mundo

virtual um programa que o usuário baixa no seu computador que simula um

mundo virtual em três dimensões e inteiramente interativo. É como uma

experiência de estar em um dos ambientes da rede de hotéis, instigando a

curiosidade e o interesse do usuário. (GUIMARÃES; BORGES, 2008)

A rapidez da evolução tecnológica mudou o hábito

das pessoas, tornando-as mais exigentes e

aumentando sua necessidade de informação em

curto espaço de tempo. Os consumidores

modernos não permitem que os processos

Gráfico 3 - Expectativa dos especialistas para o comportamento do turista, de acordo com a tecnologia como fator influenciador (Amadeus – 2009)

Page 35: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

33

decisórios sejam lentos e demandam soluções

ágeis, o que pode ser viabilizado mediante

sistemas de informações adequados e de pessoal

qualificado. (GUIMARÃES; BORGES, 2008, p.

45).

Por fim, é importante ressaltar a importância da Web 2.0 no segmento, pois,

mais do que nunca, as pessoas buscam informações detalhadas sobre os

serviços e destinos, principalmente em redes sociais, fóruns, blogs e

referências dadas nos sites, onde se é possível compartilhar opiniões e

experiências e que criam um conteúdo que, segundo Jenkins (2008) depende

apenas da participação ativa do consumidor.

Na figura 2, vimos uma hierarquia de influências nas decisões das pessoas,

sendo que a última era a opinião de amigos e parentes, mostrando que essas

informações tem grande impacto, se não determinantes, na decisão final do

turista. Este é exatamente o ponto onde a web 2.0 se estabelecesse como

fonte primordial de informação e compartilhamento e que não deve ser

ignorada.

Utilizando a internet e suas divisões como fonte de informação,

modificamos outra questão que tem grande influência nas decisões do turista e

que determinam: as experiências que uma viagem proporciona. Swarbrooke e

Horner (2002) afirmam que o pós-modernismo substitui as experiências de

massas, onde os consumidores de turismo buscam novas experiências cada

vez mais personalizadas, fugindo de padronizações.

Esse comportamento também é analisado por Guimarães e Borges

(2008), que acredita que os consumidores possuem uma mistura de

experiências, motivações e desejos que determinam suas decisões. Já

Krippendorf (2001), acredita que o homem rege sua existência em torno de três

itens: trabalho, moradia e lazer. Dentro do lazer, ele recebe motivações e

influências que o levam ao turismo na busca do anticotidiano, já que a

sociedade impõe um ritmo de vida que prioriza o tempo de trabalho ao tempo

livre.

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34

O que impele um indivíduo a viajar, a procurar lá fora o

que não encontra dentro não é tanto o resultado de um

impulso pessoal quanto a influência do meio social, que

fornece a cada um as suas normas existenciais. A

decisão pessoal é, de certa forma, condicionada pela

sociedade. (KRIPPENDORF, 2001, pg. 38)

O turismo pode ser entendido como uma composição de experiências e

sensações novas, desbravamento do desconhecido, imersões em situações

ausentes do cotidiano e que vão muito além do turismo massificado que se é

vendido.

Krippendorf (2001) concretiza as principais razões pelas quais as

pessoas viajam. Para o ser humano, viajar é: descansar e recuperar as

energias perdidas com a rotina intensa de trabalho e proporcionar saúde física

e mental; fugir da realidade cotidiana; tempo de reencontrar pessoas e criar

novas relações sociais; conhecer novas culturas e refletir sobre sua vida e para

isso buscam experiências profundas.

Para Neto e Gaeta (2010) uma verdadeira experiência supera aspectos

banais e estereotipados para surgir como uma experiência pessoal, vantajosa,

que enriqueça a história do indivíduo e alargam o conhecimento humano. É

constituída de emoções, conhecimentos e principalmente da imaginação. “A

viagem não é apenas um deslocamento geográfico, cultural ou social, mas uma

jornada interior, o que justifica ser uma experiência fundamental na vida das

pessoas” (NETO; GAETA, 2010, p.23).

Outras duas considerações levantadas por Neto e Gaeta (2010) podem

ser analisadas como resultado da busca por algo diferente da rotina, na maior

parte das vezes, uma viagem. A primeira é a ideia de fragmentação, decorrente

do excesso de estímulos e de demanda sob o qual o ser humano vive hoje. É a

perda de si e a cobrança extrema com itens alheios ao seu íntimo (trabalho,

compromissos, dinheiro).

A segunda ideia é o excesso, que rodeia todas as questões da vida,

aumentando a cobrança em decisões, respostas e escolhas que o indivíduo

deve fazer. Ambas as questões levam o ser humano ao sufocamento pela falta

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35

de espaço para suas vontades mais naturais, que então, busca através de

viagens, experiências e divertimentos para preencher essa lacuna ausente na

sua rotina.

Com isso, os consumidores do turismo desenvolveram um perfil muito

mais exigente, devido principalmente a grande oferta de informações e as

várias opções de escolhas, intensificando a busca pela experiência como forma

de agregar valor na aquisição.

Assim, o turismo vem como complemento para o cotidiano desconectado

das pessoas que buscam nas viagens o verdadeiro momento de prazer. Devido

a esse cenário atual onde a perda do controle da própria vida é comum, as

experiências, sejam elas longas, curtas, caras ou baratas ganham novo papel

na sociedade, tornando-se elemento fundamental que aguça os instintos do ser

humano, aproximando-o da sua verdadeira essência.

Diferentes dos bens materiais que são tangíveis e são rapidamente

vivenciados, a experiência se caracteriza por ser memorável e permanecer

guardada ao longo do tempo. Essa sensação ajuda a construir o próprio perfil

do indivíduo, suas vontades, seus desejos e suas características, e que

também sofre alterações com as influências externas, como apresentamos

anteriormente ao descrever os impactos da sociedade no consumidor

determinando seu comportamento.

Neste cenário, a internet impera como facilitador de experiências,

através de diversas ferramentas criadas para aproximar o consumidor do seu

produto final – a viagem. Essas facilidades ajudam a tornar as experiências

mais completas, permitindo que o turista tenha acesso ilimitado às

informações, além de poder utilizar este meio como fonte de inspiração e

planejamento da sua viagem.

No relatório sobre Turismo 2.0 da Terra Forum (2011) o novo contexto

social leva o turista a inúmeras influências que o estimularão a praticar

determinada viagem. Assim, o estudo classifica as experiências que as

ferramentas de apoio ao turismo (provenientes dos avanços tecno-sociais) têm,

em níveis de interação podendo ser descritiva, unilateral, ou bilateral. Neste

Alessandra Rielli
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36

último acontece o máximo da interação entre ambas as partes, provocando

mudanças profundas no comportamento do turista.

Assim, não se deve ignorar a importância de ações que provoquem

sensações e experiências através de veículos digitais e virtuais criando uma

sensação prévia daquilo que o consumidor está prestes a desfrutar facilitando

assim suas decisões.

Com isso, será apresentado o perfil do consumidor do turismo, o contexto

em que ele está inserido e o principal fim ao se fazer uma viagem (buscar a

experiência). É possível caracterizar o turista da era da informação, ou o

ciberturista como:

Sendo, antes de tudo, um consumidor, que tem seus comportamentos

determinados por instintos e modificados por fatores pessoais e sociais.

O consumidor de turismo também recebe influências de agentes

internos e externos a ele, sendo a internet um desses itens que

estimulam a busca por um novo conhecimento.

É um indivíduo que tem grande acesso às informações sobre toda a

atividade turística, desde o destino, até as diferentes opções de

hospedagem em determinado local.

Ele tem um perfil mais exigente, devido à essa abundância de

informações, cobrando mais dos serviços prestados e é mais ousado por

ter a possibilidade de pesquisa e conhecer novos destinos, utilizando os

diversos serviços da internet.

Com as mudanças tecnológicas e o acesso ilimitado as informações

disponibilizadas na internet, as empresas ligadas ao turismo precisam se

adaptar e acompanhar as necessidades e exigências desse turista.

O turista busca complementar suas pesquisas com opiniões de pessoas

que já visitaram determinado lugar ou utilizaram algum serviço. Esses

relatos podem influenciar potenciais consumidores (é o que chamamos

de Web 2.0, citada no capítulo anterior).

Esse consumidor, busca no turismo, uma experiência que traga

sensações e situações que o libertem da sua rotina, do seu cotidiano.

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37

As experiências turísticas são pessoais e sensoriais, e extremamente

ligadas à imaginação, e a evolução tecnológica ajuda a facilitar a

concretização dessas experiências.

A partir de agora, com a análise dos principais fatores que afetam o

comportamento do ciberturista e o cenário em que ele está inserido, será

apresentado um panorama do que essas mudanças provocam no turismo, as

ações de busca de informações e como esse turista utiliza a tecnologia para

auxiliar no planejamento e na inspiração de uma viagem.

2.2 AS ETAPAS DE UMA DECISÃO

Qual país se deve ir? Onde se hospedar? Quanto vai custar a viagem?

Quanto tempo terá disponível? Quais os atrativos a serem visitados? A viagem

superou as expectativas? O hotel cumpriu com o esperado? São diversas as

perguntas que uma pessoa se faz quando está programando uma viagem.

Essas perguntas, na maioria das vezes, são respondidas ao longo da sua

pesquisa sobre determinado destino ou serviço, outras, apenas após sua

experiência.

Como apresentado ao longo deste trabalho, as fontes de busca para

essas perguntas nunca foram tão acessíveis e completas, e no geral, se voltam

para a internet criando o ciberespaço preenchido por uma inteligência coletiva,

de acordo com os pensamentos de Lèvy (1998). Assim, com o avanço

tecnológico e das mídias sociais, é possível perceber uma experiência turística

muito mais sofisticada.

De acordo com a pesquisa realizada pela Fundação Instituto de

Pesquisas Econômicas - FIPE (2010), 27,6% dos turistas estrangeiros que

vieram ao Brasil em 2008 utilizaram a Internet como principal fonte de

informação para a viagem, mostrando a importância que esta ferramenta tem

para o turismo.

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38

De acordo com as informações apresentadas anteriormente, uma

viagem é a concretização de vontades, desejos e expectativas que o turista

tem e que serão superados, ou não, através de experiências que impactarão

seu comportamento e sua realização. Para que isso aconteça, é preciso

primeiramente entender as diferentes maneiras que podem influenciar e

escolha de uma viagem.

Robert Cole 17(2008, online) propõe que o indivíduo passa por um ciclo

holístico que resultará em uma viagem. Este ciclo tem sete etapas que juntas

determinarão o sucesso ou fracasso da experiência turística. A figura a seguir

mostra como essas fases estão disponibilizadas.

O ciclo começa com a fase da inspiração, onde determinados fatores e

situações motivam o indivíduo a viajar. A seguir, começa a fase de pesquisa de

informações que resultará no planejamento detalhado da viagem. Para verificar

a veracidade das informações coletadas, o individuo buscar validar as

informações, comparando com outros consumidores por exemplo. Tendo esses

detalhes definidos e a segurança de que é aquilo que ele quer, ele passa para

a fase de reservas (hotéis, aviões, teatros), e por fim a viagem em si.

17

COLE, Robert. How Google can help revolutionize online travel. 2009. Disponível em: <http://www.rockcheetah.com/blog/innovation/how-google-can-help-revolutionize-online-travel/> Acesso em: abril 2011

Figura 4 - Ciclo de fases do processo de uma viagem, segundo Robert Cole.

Page 41: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

39

Atualmente, o processo da viagem não termina na viagem, há ainda a

etapa de compartilhamento de informações e experiências, através das

diversas redes sociais e sites que permitem um feedback18 da viagem. Neste

capítulo, este processo será analisado, desde a decisão até a conclusão da

viagem, e as tecnologias disponíveis que podem auxiliar o turista em todas as

etapas.

INSPIRAÇÃO

Inspiração não é criada apenas pela tecnologia, mas a

tecnologia pode ajudar as pessoas a se inspirarem (COLE,

2009, disponível em: <

www.rockcheetah.com/blog/innovation/how-google-can-help-

facilitate-travel-inspiration>. Acesso em: abril de 2011)

Filmes, imagens, acontecimentos históricos, construções arquitetônicas,

revistas, são inúmeros os itens que podem incitar a curiosidade de um turista

para algum destino ou atrativo. Por isso, consideramos que a inspiração é a

primeira das sete fases do processo de uma viagem, pois é a partir dela que o

indivíduo desenvolverá todas as outras.

O processo de inspiração é extremamente individual, e assim como os

fatores que influenciam um consumidor, características pessoais e sociais,

financeiras, geográficas e até profissionais, influenciarão na decisão da viagem.

Para o destino turístico é provavelmente uma das etapas mais importantes,

pois é quando o indivíduo escolherá ou não determinado lugar. Por isso, há a

necessidade de estar presente nos ambientes que podem impactar o turista,

por exemplo, criando conteúdos em sites específicos e relevantes para chamar

a atenção e de destacar em meio a tantas opções.

Muitos sites surgem para tentar instigar essa inspiração do consumidor.

Com o avanço das tecnologias e dos próprios recursos da Internet, é possível

perceber um caminho ao mundo ideal, onde aplicativos poderão oferecer mais

conteúdos rápidos e extremamente personalizados, segundo Cole (2009,

18

Termo em inglês para retorno de opinião.

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40

online). Isso acontece como resposta à ampla quantidade de opções que a

internet oferece, seja na escolha dos destinos, seja nas opções de serviços.

O estudo da TerraForum (2011) ainda apresenta a existência de três

categorias que se modificaram no cenário do turismo 2.0: o turista, que tornou-

se mais independente, como apresentamos anteriormente, as ofertas turísticas

que precisaram se adaptar e reinventar suas formas de interações e serviços

para acompanhar seus consumidores, e por fim, as organizações que surgiram

a partir de oportunidades que a internet proporcionou, criando novas

tecnologias e modificando a dinâmica do setor.

O site Youniverse (www.youniverse.com), é um exemplo desses novos

atores do turismo 2.0, na qual propõe alguns quizes que ajudam a definir o

perfil e gostos do usuário. Através de imagens, o individuo responde questões

que mais se aproximam da sua personalidade. No final, um pequeno texto

descreve as suas características, comportamento, vontades, desejos e

questões mais subliminares.

Já no site Tripbase (www.tripbase.com) a partir da escolha da data,

cidade de partida, e as características da viagem (como mais ou menos vida

noturna, restaurantes, compras, natureza e atrações gerais), o site disponibiliza

os destinos que se adequam aos desejos do indivíduo, podendo ordená-los de

Figura 5 - Imagem do site Youniverse

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41

acordo com o orçamento da viagem. Este site também auxilia na etapa de

planejamento da viagem.

Vídeos e imagens são os itens que mais estimulam a inspiração das

pessoas, pois mostram o local como ele verdadeiramente é. Na maioria das

vezes são produzidos de maneira tentadora, expondo as belezas do lugar. Em

2010, a Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) em parceria com o Google,

lançou um canal no site Youtube (www.youtube.com/vistbrasil) onde o usuário

encontra diversos vídeos dos destinos brasileiros, além de depoimentos de

personalidades e de outros turistas que já visitaram os locais, em 68 idiomas. O

canal tem acesso ao Google Maps que possibilita o usuário localizar os

destinos brasileiros que determinado vídeo aborda. É o primeiro mashup19 do

tipo no mundo.

19

Mashup é um website que utiliza outros websites como referência, formando um tipo de aplicativo com diversas funções.

Figura 6 - Imagem do site Tripbase

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42

Ações como essa mostram a importância do destino estar presente na

Internet, onde a maior parte das pessoas fazem suas buscas, não apenas para

motivar a viajar, mas também para ajudar a planejar, item que será abordado a

seguir.

Outra questão a se destacar é o avanço da web 2.0. Esses espaços de

compartilhamento de experiências e opiniões são extremamente importantes,

não apenas na fase da inspiração, mas em todo o ciclo, já que o turista

observará a experiência e opinião de outros turistas, para então ter alguma

decisão, é o surgimento da cultura participativa de Jenkins (2007), onde as

pessoas deixam de ser meros expectadores para participarem da criação de

conteúdo.

Segundo o relatório da TerraForum (p.18, 2011) “o setor turístico tem

como objetivo estimular e mobilizar seus públicos para que eles realizem

determinada viagem. De tal maneira, o uso das redes sociais deve empregar

estratégias que estimulem o viajante e sua decisão, utilizando recursos

multimídias, experimentação, depoimentos dentre outras várias possibilidades”.

A fase de busca por inspiração ou acontecimentos que inspirem o

indivíduo a realizar uma viagem, ajuda a determinar seus objetivos e assim o

Figura 7 - Imagem do site Youtube Brasil

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43

indivíduo avança para a próxima fase onde ele irá buscar mais informações

para concretizar sua idealização, resultado dos fatores inspiradores.

PESQUISA, PLANEJAMENTO, VALIDAÇÃO E RESERVAS.

De acordo o Ministério do Turismo (2010), em 2009, a principal fonte de

informação de um destino para o turista foi “Amigos e Parentes” com 30,8%,

seguido da Internet 30,1%, este com números crescentes desde 2005.

Percebem-se aqui duas indicações: a importância que a internet tem tido

ao longo dos últimos quatro anos, e a relevância da opinião de outras pessoas,

explicando o sucesso das redes sociais na web 2.0 como mencionamos

anteriormente. Jenkins (2008, p. 55) afirma que estão se formando

comunidades na qual os membros têm interesses parecidos, e que são

constituídas basicamente da “produção mútua e recíproca de conhecimento”,

que servem como fontes de informações para o bem comum.

Gráfico 4 - Principais fontes de informações de um destino (Ministério do Turismo – 2009)

A pesquisa da Amadeus (2009) mostra quais ferramentas o turista utiliza

para fazer suas pesquisas e reservas turísticas. É possível perceber que cerca

de 48% das pessoas indicam as mídias sociais como fator decisivo no

planejamento (redes sociais e avaliação de usuários), o que fortalece a ideia do

compartilhamento de informações entre os consumidores.

Page 46: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

44

Gráfico 5 - Opções que terão maior impacto na maneira que a próxima geração pesquisará informações turísticas (Amadeus – 2009)

Somados às novas características sociais e mercadológicas do século

XXI é possível provar a tendência da internet como fonte de informação e a

importância de que todos os segmentos envolvidos na atividade turística

estejam preparados para essas mudanças. Além disso, a nova organização

social voltada para a Web 2.0 mostra participar ativamente da internet como

canal de distribuição e comunicação. Guimarães e Borges (2008) concretizam

isso ao afirmar que a grande intenção na utilização dos diversos canais de

distribuição e comunicação no turismo, é para levar as informações

necessárias sobre os itens que ele precisará para realizar sua viagem, além de

facilitar as informações sobre determinado destino turístico. “Não dispor de um

site na internet significa permanecer inacessível a milhares de consumidores

do mundo todo” (GUIMARÃE; BORGES, 2008, p.31).

Assim, retomando o ciclo de Cole (2009), após o processo de inspiração

para uma viagem, o turista passa pelas fases de pesquisa e planejamento da

viagem, consecutivamente, e por fim, a obtenção do produto. Todas essas

etapas estão fortemente atreladas à internet.

Primeiramente o turista pesquisará sobre o lugar, atrativos, onde se

hospedar, onde comer, que transportes utilizar. Esta fase se aproxima da etapa

anterior, a inspiração, já que, na maioria das vezes, ao buscar fontes de

Page 47: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

45

inspiração, o turista já está fazendo uma pesquisa sobre determinado local ou

hotel.

É importante ressaltar que, segundo a pesquisa do Ministério do Turismo

(2010), o número de pessoas que não utilizam nenhum serviço de agências é

crescente, gerando mais pessoas que buscam organizar sua viagem

independentemente, como observamos no gráfico a seguir, consequência das

facilidades que a tecnologia proporciona.

Com o crescente número de viagens independentes, as pessoas

buscam realizar suas vontades mais específicas de acordo com seus objetivos

e expectativas, e para isso é necessário buscar informações detalhadas e

opções de cada item que for utilizado na viagem (hospedagem, transporte,

ingressos de eventos, atrativos a visitar, etc).

É importante que o indivíduo pesquise o máximo de informações

possíveis para ter certeza da sua decisão. Visitar sites dos destinos e buscar

comentários de outros viajantes são coisas fundamentais para firmar sua

decisão e seguir para a fase de planejamento, e por isso, quanto mais visível o

destino ou serviço estiver na internet, maiores as chances de ser escolhido

Segundo Guimarães e Borges “Em plena Era do Conhecimento, a qualidade da

informação é decisiva para a sobrevivência dos negócios” (GUIMARÃE;

BORGES, 2008, pg.33).

Nos sites e portais de localidades turísticas há duas

espécies distintas de conteúdo. Uma está ligada aos

fatores que atraem o turista, estimulando sua visitação a

partir de atrativos naturais, históricos e culturais das

localidades, especialmente aqueles que dificilmente são

encontrados em outros lugares (...). A segunda forma de

Gráfico 6 - Número de pessoas que utilizaram agências de viagem (Ministério do Turismo – 2010)

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46

conteúdo diz respeito aos dados mais específicos, como

calendário de eventos, agenda cultural, instalações

hoteleiras, serviços turísticos e serviços públicos, que

devem ser constantemente atualizados para atender as

necessidades dos turistas. (GUIMARÃE; BORGES, 2008,

p.34).

Muitos fatores influenciarão as decisões, como número de viajantes,

distância do destino, dinheiro disponível, objetivo da viagem, etc. Para

organizar todas essas questões e decidi-las eficientemente, a internet

disponibiliza diversas ferramentas que auxiliam o viajante a construir sua

própria viagem. É importante ressaltar que as quatro fases: pesquisa,

planejamento, validação e reserva, podem ser feitas simultaneamente nos sites

que serão apresentados abaixo.

Alguns desses sites se especializaram em determinar as melhores

opções de itens em uma viagem, de acordo com as especificações do turista,

alinhando todos os itens da viagem em um roteiro ideal, é o que o relatório da

TerraForum (2011) chama de agregadores 2.0, que surgem como solução para

o excesso de informação disponível na internet, tornando-se referências como

fontes de informação.

O site Yourtour (www.yourtour.com) disponibiliza roteiros e atividades

específicas de acordo com a região escolhida e seus interesses (culturais,

arquitetônicos, etc). É muito semelhante ao serviço citado acima (Tripbase),

porém, este, além de oferecer roteiros para regiões e não apenas para uma

cidade, também tem um mapa que indica a localização de cada atrativo e as

rotas que o turista deve seguir, além de dividir as atividades e as cidades

visitadas em dias e horários.

Definidos o destino e, possivelmente as atividades turísticas encontradas

no local, é preciso pesquisar os serviços que serão necessários na viagem. O

site Expedia (www.expedia.com) e o TripAdvisor (www.tripadvisor.com) são os

dois sites mais conhecidos para pesquisa de serviços turísticos, auxiliando no

planejamento e compra desses serviços. Neles, é possível encontrar todas as

passagens aéreas e os preços disponíveis para determinado destino, de

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47

acordo com seu ponto de partida e as datas escolhidas, selecionar hotéis,

aluguel de carros, cruzeiros, e ainda, adquirir pacotes de viagens oferecidos

pelo site. É como uma agência de viagens online, porém, o indivíduo tem muito

mais liberdade de escolha e comparação de preços.

Definidos estes detalhes, o usuário precisa fazer suas compras e

reservas, podendo utilizar os sites citados acima como canais de compra. No

Brasil, o Submarino Viagens (http://www.submarinoviagens.com.br) e o Decolar

Figura 8 - Imagem do site Expedia

Figura 9 - Imagem do site TripAdvisor

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48

(http://www.decolar.com/) são bons exemplos de canais de pesquisa,

distribuição e compra de serviços turísticos.

Ainda, existem alguns sites que se especializaram em determinados

segmentos, como é o caso do Booking (www.booking.com) que disponibiliza

uma lista de hotéis classificando-os de acordo com a área de localização,

valores da estadia e classificação (as famosas estrelas), e ainda contém

informações sobre comodidades, políticas do hotel, horários, contato e fotos.

Para acompanhar a tendência de compartilhamento das informações, a

maioria destes sites têm espaços para comentários e a classificação dos

serviços de acordo com a opinião dos usuários. Aqui, pessoas que já se

hospedaram em determinado hotel e fizeram sua reserva pelo site, voltam para

relatar sua experiência, e muito provavelmente, influenciam na decisão de um

futuro hóspede.

Figura 10 – Imagens do site Booking, seguido de um exemplo de compartilhamento de informação.

Page 51: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

49

Conforme apresentamos anteriormente, esta abordagem é

extremamente relevante para o ciberturista, que busca na internet, opções e

opiniões sobre determinado produto, podendo assim, validar suas escolhas, e

garantir que elas são verdadeiras e adequadas.

Para auxiliar o ciberturista organizar as atividades e os roteiros no

destino, alguns sites desenvolveram algumas rotas com lugares de grande

interesse para o turista visitar. O Google City Tour

(http://citytours.googlelabs.com/) cria roteiros com os principais atrativos do

local, oferecendo informações que facilitam o planejamento da viagem e das

atividades feitas em cada dia, além de auxiliar no levantamento de informações

dos principais atrativos, como museus, prédios históricos e igrejas.

O site NileGuide (http://www.nileguide.com/) unifica todos os serviços

citados para planejamento e ainda oferece um serviço de guia local completo.

Ao escolher um destino e período da viagem, o site disponibiliza informações

sobre os principais atrativos, classificando-os de acordo com os interesses,

lugares para visitar, restaurantes, vida noturna, história do local e dos seus

bairros, curiosidades, meios de transportes para o acesso e opções de hotéis,

possibilitando a reserva ao redirecionar a página para sites como o Expedia,

além de ter um álbum com diversas fotos do destino. O site ainda permite que

as pessoas exponham suas experiências e avalie os serviços utilizados.

Figura 11 - Imagem do site Nile Guide

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50

Outra caracteristícas complexa de uma viagem é organizar a logísticas

dos processos, que envolvem principalmente o transporte, devido as várias

opções de veículos, conexões, distância de um lugar ao aeroporto, rotas e

estradas a seguir, etc. Para solucionar essas dificuldades, alguns sites foram

criados para auxiliar o ciberturista organizar e planejar roteiros mais complexos.

Cole (2009) afirma que essas tecnologias, chamadas de door-to-door20,

são extremamente importantes para reduzir as dificuldades que uma viagem

pode apresentar, otimizando o tempo e facilitando o acesso ao destino, não

apenas na pré-viagem, como principalmente durante ela.

O site Zoombu (http://www.zoombu.co.uk/) oferece voos das principais

companhias aéreas que atendem a União Europeia, apresentando um gráfico

com os dias e os valores de cada voo. Assim, o usuário pode identificar qual

data sua viagem será mais barata.

20

Door-to-door é uma referência as tecnologias e empresas que proporcionam soluções de logística do transporte em uma viagem, disponibilizando todas as opções do aeroporto até a porta do hotel.

Figura 12 - Imagem do site Zoombu

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51

Para auxiliar na logística no destino, os sites GoScopia

(http://www.goscopia.com) e TransportDirect (http://www.transportdirect.info)

oferecem todos os meios de transportes, contatos e onde encontrá-los. Além

disso, o TransporDirect também oferece roteiros de passeios diários, rotas de

bicicleta e dicas de cada localidade.

Por fim, é importante que estas ferramentas sejam integradas e alinhadas

cada vez mais para que a pesquisa, o planejamento , a verificação e as

reservas da viagem se tornem processos fáceis de serem realizados e cada

vez mais personalizados, sendo todas as necessidades do viajante atendidas

previamente à viagem e podendo utilizar apenas um recurso de informação: a

internet.

Figura 13 - Imagens do site Scopia

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52

VIAGEM E COMPARTILHAMENTO DE EXPERIÊNCIA

Depois de definido todos os detalhes da viagem, desde meios de

transportes até os roteiros para cada dia através de websites que facilitam

essas ações, é necessário concretizar todas as etapas anteriores. E não por

menos, esta é a fase mais importante, pois é quando o turista verdadeiramente

comprova tudo o que pesquisou, planejou e comprou: a viagem.

Porém, esta ação não é mais isolada e muito menos o ponto final do

ciclo. Hoje, é preciso considerar que, simultâneamente à viagem, o turista tem

a opção de compartilhar informações e opiniões, facilitado principalmente pelos

avanços tecnológicos e pela web 2.0. Em uma entrevista21, Robert Cole afirma

que a experiência mais importante é a utilização dos serviços obtidos e a

confirmação do que foi prometido.

Por isso, é fundamental que os serviços envolvidos no turismo garantam

a qualidade de seus produtos, principalmente no cenário atual em que as

mídias sociais se apresentam como grandes influenciadores de opinião, já que

um comentário negativo poderá refletir em muitas pessoas que mudem de ideia

em relação á aquele estabelecimento ou lugar. O turista passa a utilizar os

produtos e serviços, podendo ao mesmo tempo, mandar um tweet ou uma

mensagem no Facebook sobre o que está acontecendo com ele, tendo assim

uma interação simultânea com o destino e com seu ciclo social.

Outra maneira de compartilhar suas opiniões é escrevendo recados nos

sites de buscas (como os apresentamos anteriormente) ou no próprio site do

serviço, seja ele um hotel, uma companhia aérea, ou no próprio destino. Muitas

cidades e países tem nas suas páginas espaços de interação entre os

viajantes, que pode impactar um possível turista à escolher ou não aquele

destino.

Hoje, mais do que nunca, a indústria do turismo precisa valorizar seus

clientes e garantir a qualidade dos seus produtos e serviços, pois o acesso

disseminado a todos os tipos de informações e os inúmeros veículos e

ferramentas que o permitem compartilhar suas experiências, traz uma força

21

COLE, Robert. 7 Steps To Successfull Travel e-business – A Holistc Approach. V TV Channel. Disponível em: <http://vtv.vfmleonardo.com/7-steps-to-successful-travel-ebusiness-a-holistic-approach/> Acesso em: abril 2011

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53

nunca antes vista ao consumidor, que agora levar uma marca ao sucesso ou

ao fracasso, sem muito esforço. Segundo pesquisa22 feita pela agência

F/Nazca com o Instituto Datafolha, 51% dos internautas brasileiros publicam

conteúdos na internet que eles próprios produzem, como atividades ou

passeios.

Notamos que um novo tipo de estrutura se forma para auxiliar o turista:

os serviços virtuais. São sites, ferramentas, programas que vão sendo criados

no espaço da internet como forma de facilitador na elaboração de uma viagem.

Essas mudanças acontecem simultaneamente com o novo posicionamento do

consumidor perante o mercado, e principalmente a sociedade, onde a

informação é mais do que nunca, a base da sua decisão.

Acompanhar essas mudanças é questão de sobrevivência para o

mercado do turismo, e um grande beneficio para o turista, que agora tem muito

mais liberdade na sua decisão e mais informações disponibilizadas para isso. É

o turismo altamente democrático proveniente das tecnologias e da internet.

3. GEOLOCALIZAÇÃO E MOBILE: NOVAS TENDÊNCIAS

Após as diversas análises de cenários e comportamentos do consumidor de

turismo do século XXI, pode-se perceber uma forte tendência para o

desenvolvimento de serviços e ferramentas na internet que facilitam o processo

de uma viagem, seja no planejamento ou na aquisição de serviços específicos.

Assim, após entender melhor como funciona o ciclo de decisão, o perfil do

ciberturista e a importância de todos os segmentos envolvidos na atividade

turística em participar dessas mudanças, buscando aperfeiçoar as experiências

turísticas e facilitar o acesso às informações, será apresentados a seguir, duas

22

TECNO TURIS 2010. Web: 69% dos internautas brasileiros compartilham conteúdo online.2010. Disponível em: <http://www.tecnoturis.com.br/index.php?news=Mjk=> Acesso em: Maio 2011

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54

tendências, associadas à internet, que também participam dessa mudança de

cenário do turismo: a geolocalização e o mobile23.

3.1 GEOLOCALIZAÇÃO

Pensando nas palavras de Friedman (2007), afirmando que o mundo se

tornou plano, é possível perceber o crescimento de outro segmento

paralelamente e em consequência da internet, não só para o turismo, mas para

o comércio em geral, o mapeamento virtual ou geolocalização, que surge como

nova ferramenta de comunicação impulsionando ainda mais a internet

colaborativa e interativa.

Desde os primórdios da comunicação, as pessoas buscam novas formas

de se conectarem umas com as outras, aproximando cada vez mais pessoas e

culturas, tentando reduzir os espaços entre elas. Com os mapas não foi

diferente. Eles permanecem com sua função primária, a localização, mas,

foram englobados na geração X e Y e agora, acumulam mais funções dentro

do cenário virtual e digital: a geolocalização ou georefernciamento.

A geolocalização é um termo utilizado para a localização geográfica de

um objeto em tempo real, que hoje fazem parte de radares, GPS,24 celulares, e

na internet. Ela se tornou fundamental no mundo virtual, permitindo que as

pessoas encontrem, não apenas as coisas que estão ao seu redor (como lojas,

restaurantes, bares) como também permite que as empresas, estabelecimento

e comércios enviem informações específicas para as pessoas de acordo com

sua posição geográfica. Por isso, está profundamente atrelada à questões do

marketing, podendo até ser considerada como estratégia de ponto de venda de

algum produto.

Além disso, para sanar as necessidades de orientação e unir com

comércios, atividades e outros itens, surge um fenômeno conhecido como

mashups, que são bases de dados aleatórios sobre determinado assunto,

23

Mobile é o termo em inglês que significa celular. 24

Sistema de Posicionamento Global (Global Positioning System)

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55

adicionado à mapas online e, que foi cada vez mais englobado pelas empresas

como ferramenta de marketing digital. É uma maneira simples de juntar

informações sobre um local ou sobre uma atividade comercial com um mapa

de localização, uma das primeiras fontes de busca do usuário.

O site Buildings (www.buildings.com.br), por exemplo, utiliza a

ferramenta do Google Maps como forma de apresentar a localização de

imóveis na região escolhida, assim, fica mais fácil para o comprador ter uma

noção de onde exatamente está o imóvel, ou que imóveis que existem na

região que deseja comprar.

Outra opção de uso da geolocalização é com sua união nas mídias

sociais, possibilitando o compartilhamento de informações com pessoas que

estão geograficamente mais próximas, além de receber publicidades de

estabelecimentos, e encontrar qualquer tipo de serviço (banco, lojas,

restaurantes) sem grandes esforços.

Além disso, possibilita a união das informações básicas que devem ser

transmitida para um consumidor com a possibilidade de este marcar o local de

Figura 14 - Imagem do site Buildings

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56

interesse em um mapa pessoal, escrever uma resenha sobre determinado

restaurante, compartilhar com outros possíveis consumidores sua opinião, ou

ainda identificar outros estabelecimentos próximos a esse, a fim de garantir o

crescimento do conhecimento disponível na internet ou inteligência coletiva

segundo Lèvy (1998).

Sites de relacionamento, como o Twitter e o Facebook já dispões de

geotags25 associados às mensagens enviadas por um usuário e o Youtube,

associados aos seus vídeos. Outros sites se especializaram na geolocalização,

como é o caso do Foursquare, que será abordado a seguir.

Semelhante à proposta do Youtube, sites como o Flickr e o Panoramio

utilizam a geolocalização com o mesmo objetivo: associar imagens a lugares

do mundo. Esse tipo de função auxilia nas etapas de inspiração, e

principalmente na pesquisa de algum destino turístico, pois, além de oferecer o

conteúdo visual, também liga as informações cartográficas do local. Já o site

Wikloc funciona com a união do sistema de geolocalização e a disponibilização

de trilhas feitas pelos próprios usuários. Assim, os usuários podem compartilhar

suas imagens, informações, e a própria trilha (por exemplo, em uma montanha)

para outros interessados. É a união do conteúdo colaborativo associado aos

mapas das regiões citadas.

Atualmente, as empresas de eletrônicos, já estão criando aparelhos com

a tecnologia de GPS integrada ao sistema, facilitando o acesso às redes de

geolocalização entre outras informações que essa tecnologia oferece.

Recentemente, a Sony26 lançou uma câmera digital com o sistema de GPS

implantado para que assim, o usuário pudesse tirar a foto e ter as informações

geográficas gravadas com a imagem.

O site de busca Google utiliza a geolocalização com os resultados de

busca, exibindo um mapa e a localização do serviço ou estabelecimento que o

usuário procura. Já o Twitter, anunciou a parceria com empresas de

25

É o processo de adicionar referências geográficas à determinado arquivo, site, ou plataforma. 26

SONY. Disponível em: <http://www.sonystyle.com.br/br/site/catalog/ProductDisplay.jsp?stockType=A&parentCatId=cat870031&category=cameras&tabNum=1&id=DSC-HX5V_Preto> Acesso: Abril de 2011

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57

geolocalização, permitindo que os tweets tenham sua localização anexada,

segundo o site Exame27 (2010, online).

Com a integração desses serviços, fica muito mais fácil e rápido para o

usuário encontrar endereços e lugares, tanto na cidade em que mora, como em

destinos turísticos, além de facilitar para empresas identificar o perfil geográfico

do seu consumidor, seus gostos, seus lugares favoritos, e quais tipos de

estabelecimento ele considera bom ou não, já que os mapas também

funcionam como ótimo estimulante da criatividade para o turista, além de

facilitar a definição e a localização de rotas de viagem.

Para Aguiar (2009), a análise do comportamento do ser humano pode

ser percebida através da geografia, ou seja, com o estudo do espaço-tempo

desses indivíduos através dos locais que este frequenta. E esta é mais uma

das possibilidades para alavancar o turismo utilizando ferramentas produzidas

pelos avanços tecnológicos e da internet. Afinal, a criação e circulação de

conteúdos dependem exclusivamente das pessoas segundo Jenkins (2007), e

o turista publica a informação na internet simplesmente porque deseja, e não

porque o obrigaram a isso.

3.2 MOBILE

Lévy (2007) nos mostrou que a inquietação da geração descendente dos

avanços tecnológicos e das facilidades que vieram em consequência deste

fato, pressionou a sociedade a criar novas alternativas criativas para a

comunicação. Um desses avanços foi dentro das tecnologias móveis,

conhecidas como mobile, ou celulares.

Hoje, o celular é considerado ferramenta essencial e forma mais rápida e

instantânea que uma pessoa tem para se comunicar e buscar informações,

independente de sua localização. Ele se tornou parte da cultura da sociedade,

27

AGUIARI, Vinicius. Twitter implanta geolocalização nos tuites. Portal Exame. 2010. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/tecnologia/twitter/noticias/twitter-implanta-geolocalizacao-tuites-569939> Acesso em: Maio 2011

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58

afinal só no Brasil, são cerca de 212 milhões de celulares mais que a própria

população do país segundo o site Globo28 (2011, online). Mais uma

manifestação da convergência cultural de Jenkins (2007).

Segundo Guimarães e Borges (GUIMARÃES; BORGES, 2008, p.27) “O

uso de aparelhos celulares para acessar a internet tem sido bastante inovador,

e o setor de telefonia móvel promete ainda muitas novidades para os

consumidores, cada vez mais dependentes das tecnologias”.

A principal razão de se pensar no turismo com o auxilio do celular é na

rapidez que as informações podem chegar e alcançar aquele que é mais

interessada. Vai fazer sol amanhã? Haverá uma tempestade de neve? Ainda

consigo comprar os ingressos para aquele show de hoje à noite? Que horas o

restaurante fecha? Onde estou? Como chego ao museu? Essas são algumas

perguntas básicas que qualquer pessoa que esteja visitando algum lugar pode

ter, e provavelmente terá enquanto estiver na rua ou em algum passeio.

A convergência das tecnologias para os aparelhos móveis tornou-o um

dispositivo prático, útil e extremamente necessário, não mais para apenas se

comunicar com outras pessoas, mas para receber e-mails, informações, fazer

pagamentos e buscar mapas de localização. Facilitar o acesso a informações

na internet já não é mais suficiente, é preciso disponibilizar em qualquer lugar

durante a viagem, já que nem sempre o turista estará na frente de um

computador quando tomar alguma decisão ou verificar alguma informação.

Alguns programas disponíveis em celulares mostram essa união da

informação benéfica ao turista com a tecnologia do celular. O PhotoTrip

registra a localização da imagem através da geolocalização como citamos

anteriormente e o Jibbigo, permite a tradução em tempo real de frases em

qualquer língua.

Jenkins (2009) afirma que a convergência tecnológica e o surgimento de

aparelhos que juntam todas as informações e interatividades, estão dentro de

um movimento muito maior chamado de Convergência de Mídias “que não se

28

GLOBO. Brasil tem mais celular que gente. 2011. Globo.com. Disponível em: < http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1517398-7823-BRASIL+TEM+MAIS+CELULARES+DO+QUE+GENTE,00.html> Acesso em: junho 2011

Page 61: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

59

trata apenas de um processo de evolução ou substituição de tecnologias,

também envolve transformações na indústria, cultura e paradigmas sociais que

encorajam e permitem ao consumidor a procurar e produzir novas

informações”. Assim, o autor conclui que isto influenciará na maneira como

indivíduos irão interagir com outros em um ambiente social e possibilitará

novas formas de se comunicar e produzir conteúdo que os conectam

socialmente.

O site Everytrail (www.everytrail.com) possibilita que, a partir de uma

busca por determinado local, o usuário obtenha informações extremamente

completas sobre trilhas e percursos em cidades e Parques de todo o mundo

além de um mapa do percurso, podendo transferir o arquivo direto para o

celular.

Figura 15 - Imagem do site Everytrail

Page 62: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

60

Segundo a pesquisa da ComScore (2011) sobre as categorias que mais

crescem no acesso a internet pelo celular, pode-se ter uma ideia da

importância de oferecer estas informações para os usuários. Só nos acessos

aos mapas, o crescimento foi de 46% na mesma época em 2009.

Através da tecnologia 3G29, o usuário pode acessar qualquer informação

da internet, através de seu celular, e ainda, permite que as empresas do trade

alcancem o turista em qualquer situação, integrando informações e atividades

que podem levá-lo a utilizar determinado produto ou simplesmente facilitar o

acesso a algum tipo de serviço (é o caso dos check-ins online via mobile das

companhias aéreas). São as estratégias de marketing digital das empresas do

turismo, voltadas para as tecnologias mobile.

29

Conhecida como terceira geração de telefonia móvel, com alta velocidade de transmissão de dados.

Gráfico 7- Categorias em celular de maiores crescimentos nos Estados Unidos (ComScore - 2011)

Page 63: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

61

No gráfico acima, feito pela Morgan Stanley (2009), percebe-se o avanço

das tecnologias com o crescimento da sua utilização ao longo das últimas cinco

décadas. Hoje, a utilização da Internet através dos serviços mobile é tão

relevante quanto o próprio computador, e segundo o gráfico abaixo, até 2014

os usuários de mobile superarão os usuários de computador.

Gráfico 8 - Crescimento das diferentes formas de interação com o computador (Morgan Stanley, 2009)

Gráfico 9 - Crescimento do número de usuários de celular e computador para acessar a internet (Morgan Stanley, 2009)

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62

Para o turismo, a utilização de serviços mobile tem sido de extrema

importância, já que é útil para todas as fases do ciclo de Cole (2009) de uma

viagem, como apresentamos no capítulo anterior. A criação de aplicativos de

viagens facilita ainda mais esse acesso. Segundo o relatório da Amadeus

(2009), só a marca Apple disponibilizou cerca de 3700 aplicativos para viagens.

A PhoCusWrights em seu relatório sobre as tendências em tecnologias

de viagem (2010), considerou que o segmento mais relevante para o turismo,

utilizando o mobile, é a busca de mapas e direções, onde cerca de 35% dos

entrevistados afirmando que utilizarão e já utilizaram a tecnologia para este fim.

É inegável que o uso do celular para as atividades diárias têm crescido e

provavelmente continuarão crescendo, e por isso, é imprescindível que as

empresas (principalmente do trade turístico) utilizem essa tecnologia para

alcançar seu consumidor, acompanhando assim, sua evolução e a evolução do

seu novo comportamento perante as tecnologias.

O setor do turismo é um grande incorporador de

tecnologia, nos seus diversos segmentos, e o seu

Gráfico 10 - Formas de uso do celular no Turismo (PhocusWrights – 2010)

Page 65: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

63

crescimento sempre depende da capacidade de inovação

e do uso da tecnologia para melhoria da gestão,

desenvolvimento de novos produtos, aperfeiçoamento da

comunicação, otimização das experiências de viagens e

personalização do atendimento. (GUIMARÃES;

BORGES, 2008, p.10)

Além disso, considerar a integração das diversas ferramentas

disponíveis hoje, como os mapas utilizando a geolocalização como base de

informação, ou das redes sociais, permite que a ação de viajar seja mais

segura e simplificada com um suporte ilimitado de informações para aquele que

viaja, e ainda, impulsiona o trade turístico a se empenhar cada vez mais na

qualidade de seus serviços e produtos, evitando que as expectativas de seu

consumidor não sejam superadas e ele compartilhe sua experiência em tempo

real com outras pessoas que poderiam vir a ser possíveis novos consumidores.

3.3 A UNIÃO DO MOBILE E GEOLOCALIZAÇÃO: FOURSQUARE

Depois de apresentarmos os cenários das duas principais tendências

tecnológicas para o turismo (geolocalização e mobile), como cenários de uma

nova forma de comunicação e diálogo dos indivíduos, será apresentado um

exemplo de como é possível a união das duas tecnologias, associada às redes

sociais.

As mídias sociais têm dado um passo além do simples

compartilhamento de ideias ou de informações. Agora, além de dizer o que se

está fazendo, o indivíduo também diz onde está e o que sua opinião sobre o

local, uma forma de indicação entre as pessoas.

As tecnologias mobiles também permitiram que este novo campo fosse

aberto. A partir da geolocalização, os aplicativos ligados ao celular permitem

que as pessoas se conectem de acordo com o local que estão, fazendo um

Page 66: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

64

“check-in” no estabelecimento e informando a todos os seus seguidores do

Twitter e Facebook.

É o caso do Foursquare, lançado em 2009, uma plataforma de

localização geográfica através do celular, onde as pessoas informam os

lugares que estão (por exemplo, um restaurante) e vão coletando pontos, até

se tornarem o “prefeito do lugar” (quanto mais a pessoa frequenta determinado

local, mais pontos ela acumula) e podendo até ganhar descontos no

estabelecimento. Além disso, permite que as pessoas compartilhem suas

opiniões e informações relevantes sobre o local.

De acordo com o site do Foursquare (https://foursquare.com/about), em

abril de 2011, havia cerca de 8 milhões de usuários no mundo e cerca de

35.000 novos usuários por dia, com mais de 2.5 milhões de “check-ins” diários.

Só em 2010, o site contabilizou mais de meio bilhão de “check-ins”, mostrando

a força da geolocalização associada aos celulares e o potencial setor de

investimento por parte das empresas e estabelecimentos.

Dentro as categorias que receberam o “check-in” em primeiro lugar são

restaurantes, em segundo locais de trabalho, em terceiro lojas e locais de

compras, e em quatro viagens e destinos turísticos segundo o relatório da

própria empresa.

É uma maneira simples de guardar os lugares que a pessoa frequentou,

os que mais gostou, os que foi mal atendido, lugares que seus amigos foram e

recomendaram, etc. É uma grande espaço de compartilhamento de

informações sobre lugares e estabelecimento, e que pode ser considerado

quase como um guia turístico qualificado.

Page 67: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

65

4. AS FERRAMENTAS DE APOIO AO TURISMO DESENVOLVIDAS PELO GOOGLE

Como método complementar a este trabalho, será apresentado a seguir

uma análise de algumas ferramentas desenvolvidas pela empresa Google que

podem ser aplicadas no turismo, com o objetivo de exemplificar a necessidade

e as oportunidades que o cenário do turismo dentro da era da informação e da

tecnologia nos trás, e como o novo turista consome essas informações.

O principal objetivo desta análise será apresentar as diversas maneiras que

o Google pode auxiliar o turismo e principalmente o turista, e como suas

propostas mudaram a maneira de buscar informações sobre o trade turístico.

Além disso, esse estudo se propõe servir como apoio para a implementação de

novas ideias e ações para o turismo, utilizando os benefícios que a era da

informação e da tecnologia digital trouxeram.

Todas as informações foram coletadas de livros relacionados a empresa,

reportagens de grandes veículos de notícias e, principalmente do site e blog

oficial do Google e também a partir da utilização das próprias ferramentas

mencionadas.

4.1 DON’T BE EVIL, BE GOOGLE

A primeira grande revolução na maneira que a informação e o

conhecimento foram divulgados foi com a invenção da prensa tipográfica, por

Johanner Gutenberg, no século XV. A partir desse marco, livros e teorias

puderam ser dissipadas para toda população.

Quase seis séculos depois, a partir de um projeto acadêmico, dois

jovens estudantes de Ph.D., da Universidade de Stanford, Estados Unidos

revolucionaram ainda mais a comunicação em massa e a maneira como as

pessoas começaram a buscar informações, com a criação de uma das

empresas mais revolucionárias do século XXI: o Google.

Page 68: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

66

Demorou quase um quarto de um século para Thomas

Edison inventar a lâmpada; Alexander Graham Bell

passou muitos anos desenvolvendo o telefone; Henry

Ford inventou a moderna linha de produção e

transformou em uma produção e consumo em massa de

carros, apenas depois de décadas de trabalho; e Thomas

Watson Jr. trabalhou duro e muito antes da IBM criar os

computadores modernos. Mas Brin e Page, em apenas

cinco anos, tornaram um projeto de pesquisa da

faculdade e transformaram em uma empresa

multibilionária de alcance global. (VISE, 2008, p.11.

Nossa tradução)

Sergey Brin e Larry Page deram início a uma nova era da informação,

onde as pessoas puderam buscar números de telefones, histórias,

curiosidades, notícias do mundo inteiro e fazer compras em questão de

segundos, tornando o Google a ferramenta de busca mais popular da internet,

tanto que até um verbo foi criado para a utilização deste site: “googling”.

A palavra Google é uma referência ao algarismo 1 seguido de 100 zeros

e a empresa foi lançada em 1998, sem intenções de lucros, apenas com a ideia

de criar um novo sistema de busca online onde os principais sites (que

apareceriam no topo da página) seriam aqueles que fossem mais citados em

outros sites, ou seja, considerados os mais relevantes, ordenando então o mar

de informações da internet. Além disso, o Google revolucionou a dinâmica da

publicidade, que agora, deveria se preocupar não apenas com campanhas em

revistas e na televisão, mas principalmente, com suas ações na web.

Em 1999, já eram realizadas aproximadamente 500 mil consultas diárias

e atualmente, segundo dados do site da Nielsen30 (2010, online) apresentados

no gráfico abaixo, o Google representa 65% do mercado de buscas na internet.

Para ter uma ideia da quantidade de informação que circula no Google, ao

digitar a palavra “Google” no próprio site ele gera aproximadamente

5.690.000.000 resultados em apenas 0,09 segundos (abril/11) apenas para

explicar o significado da palavra buscada. 30

NIELSEN WIRE. Top U.S Search Sites for June 2010. 2010. Disponível em: < http://blog.nielsen.com/nielsenwire/online_mobile/top-u-s-search-sites-for-june-2010/> Acesso em: Abril 2011

Page 69: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

67

Com um layout simples e um lema de “não seja mau”, a empresa criou

uma das ferramentas mais importantes do novo modelo social baseado na

internet: o buscador Google. “Os buscadores se tornaram tão presentes na vida

das pessoas que existe o perigo de elas acreditarem que, se uma coisa não

aparece no Google, ela não existe” (KENSKI. 2004. Online)31. Além disso,

trouxe um novo modelo de empresa do século XXI que modificou as estruturas

tradicionais, fugindo do convencional, e permitindo um ambiente mais

descontraído fosse instaurado, combinando com as exigências das novas

gerações.

Seu crescimento é inegável. Ainda segundo o relatório da Nielsen, a

empresa manteve em 2010 um crescimento de 65%, contra 13,9% do

concorrente Bing (Microsoft) e 13,1% Yahoo Buscas (Yahoo).

31

KENSKI, Rafael. O Mundo Google. Super Interessante. 2004. Disponível em:

<http://super.abril.com.br/tecnologia/mundo-google-444546.shtml> Acesso em: abril 2011

Figura 16 - Os sites de busca mais usados nos Estados Unidos em Junho de 2010 (Nielsen – 2010)

Page 70: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

68

Por esse crescimento predominante, é comum ouvir frases como: O

Google vai dominar o mundo. E não é para menos, os servidores do site

recebem 6,4% de todo o tráfego da internet do mundo, de acordo com a revista

Exame32 (2010, online). E esse número tende a aumentar, já que o tráfego da

internet tem aumentado em média 40% a 45% a cada ano (2010, online) 33.

A rapidez com que essas novidades são absorvidas pode ser explicada

por uma mudança considerável no comportamento da sociedade em função da

aceleração do tempo, o encurtamento do espaço e a explosão no volume de

informações disponíveis, como apresentamos no primeiro capítulo. E junto a

isso tudo, o desejo natural das pessoas de estar em comunidade que

revolucionou e resultou em uma nova internet: a 2.0, que, como previu

Friedman (2007), resultaria em uma geração prospera e colaborativa.

Além disso, o Google se reinventa a cada dia, criando diversas

plataformas de pesquisa, conectividade e informações (Gmail, Google Maps,

Gtalk, Google Earth, Google Mobile, Google Tradutor, Google Chrome, Google

Analytics, entre outros) auxiliando a maioria dos setores, especialmente o

turismo e que será apresentado a seguir.

32

CAMPI, Monica. Google detém 6,4% de todo o tráfego online. Portal Exame. 2010. Disponível em:< http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/google-detem-6-4-de-todo-o-trafego-online> Acessado em: Abril 2010 33

LABOVITZ, Craig. Google sets new internet traffic. Arbor Networks. 2010. Disponível em: <http://asert.arbornetworks.com/2010/10/google-breaks-traffic-record/> Acessado em: Abril de 2011

Gráfico 12 - Gráfico de crescimento dos sites de busca desenvolvido pela Nielsen (2010)

Page 71: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

69

4.2 GOOGLE MAPS

O Google Maps teve início a partir de um projeto34 em 2003, quando o

engenheiro de computação Lars Rasmussen, seu irmão Jens e dois

australianos Noel Gordon e Stephen Ma desenvolveram um software que

pretendia mapear todas as regiões do mundo através dos mapas digitais, onde

as pessoas poderiam baixar o arquivo, e tê-lo no seu computador pessoal.

Em março de 2004, apenas os Estados Unidos haviam sido mapeado no

sistema e posteriormente a Inglaterra. Eles conseguiram fazer esse

mapeamento, coletando base de dados de mapas digitais de cada lugar e

colocando no sistema. Porém, muitas regiões e países não tinham esse tipo de

mapa digital.

Então, um grupo de técnicos de Bangalore, Índia, decidiu iniciar esse

mapeamento junto a Lars e sua equipe, porém de uma maneira globalizada.

Eles criaram o Map Maker, onde voluntários de vários países poderiam inserir e

criar os mapas de suas regiões (uma espécie de Wikipédia dos mapas). Foram

164 países voluntários inicialmente, que auxiliaram na criação do mapa do

mundo.

No início, os mapas digitais eram muito simples, era possível adicionar o

endereço, ver uma parte do mapa, ou adicionar dois endereços e ver a rota a

se seguir. Até que a equipe pensou que se eles desenvolvessem um mapa

suficientemente grande, móvel e interativo, este poderia se tornar uma

plataforma para outros os serviços, e futuramente, gerar lucros.

Após diversas negociações, Lars conseguiu vender seu projeto para o

Google, que inicialmente queria apenas desenvolver uma plataforma que fosse

útil e interessante ao usuário – as questões financeiras eram meras

consequências. Em Fevereiro de 2005 o Google Maps foi divulgado ao mundo,

inicialmente, conhecido como Google Local.

34

RASSMUSSEN, Lars. Palestra: Google Maps e Wave. Sydney. 2010. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=FTyfP7mbVYY>. Acessado em: Abril de 2011.

Page 72: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

70

Em Janeiro de 2006, o Google Maps disponibilizou mapas das estradas

e ruas dos Estados Unidos, Porto Rico, Canadá, Reino Unido, Japão e

algumas cidades na Irlanda. Durante o ano de 2006, muitas outras ferramentas

foram lançadas como: Google Mars, Google API 2.0, a insersão de múltiplos

destinos na busca por direções e em Fevereiro de 2007, estações de metro e

contornos de edifícios de algumas cidades foram incluídas no mapa de satélite

do Google Maps.

Nos anos seguintes, com o sucesso e utilidade da ferramenta, o Google

implementou muitos outros recursos que facilitariam a busca e a vizualização

de informações no Google Maps, mas nenhum deles teve tanto destaque como

o Google Street View, adicionado no sistema em Maio de 200735. Nesta opção,

o usuário vizualizava o endereço digitado em imagens de 360° a partir do chão,

tendo uma experiência virtual com imagens reais. No Brasil, o serviço foi

disponibilizado em 30 de setembro de 201036.

35

CHAU, Stephen. Introduciong… Street View. Google Lat Long Blog. 2007. Disponível em: <http://google-latlong.blogspot.com/2007/05/introducing-street-view.html > Acesso em: Abril 2011 36

PETRÓ, Gustavo. Street View estréia na América do Sul com 51 cidades. Portal G1. 2010. Disponível em: <http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2010/09/street-view-chega-ao-brasil-mostrando-ruas-de-15-municipios.html> Acesso em: Abril 2011

Figura 17 – Imagem do Google Street View da cidade de Paris, França (2011)

Page 73: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

71

De acordo com a Eyefortravel37 (2010, online), o site era o mais popular

em meados de 2010, nos Estados Unidos, detendo 14,67% do market share,

considerando os maiores site de viagem que tiveram respectivamente 8.54% e

3.47% do market share.

Além disso, com a ampla utilização de celulares com acesso de internet,

o Google Maps se posiciona como um dos principais aplicativos para celular,

segundo a pesquisa da Nielsen38 (2010, online), se tornando site de referência

mundial para localização e mapeamento.

37

EYEFORTRAVEL. 38.81% of visits to the online travel industry went to top 10 sites. Eyefortravel online. 2010. Disponível em: < http://www.eyefortravel.com/news/north-america/38-81pc-visits-online-travel-industry-went-top-10-sites> Acesso em: Maio 2011 38

NILSEN WIRE. The State of Mobile App. 2010. Disponível em: <http://blog.nielsen.com/nielsenwire/online_mobile/the-state-of-mobile-apps/ > Acesso em: Abril 2011

Gráfico 13 - Aplicativos mais usados no Iphone OS (Nielsen, 2010)

Page 74: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

72

Sua principal utilidade é fornecer mapas detalhados de ruas, bairros,

cidades e países através do navegador do usuário, com diversas formas de

visualização, além de obter rotas e distâncias, localizar serviços públicos e

privados como hotéis, restaurantes, metrôs, pontos de ônibus, etc. Nessa

plataforma, o modelo é feito segundo a Projeção de Mercator39, por isso não

mostra áreas em volta dos polos (a ferramenta com projeção semelhante a da

Terra é o Google Earth).

39

A projeção de Mercator é um modo de representação das coordenadas espaciais relativas as três dimensões do globo terrestre num planisfério de duas dimensões.

Gráfico 14 - Aplicativos mais usados no BlackBerry OS (Nielsen, 2010)

Gráfico 15 - Aplicativos mais usados no Android OS (Nielsen 2010)

Page 75: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

73

A partir da pesquisa do nome de um local, o site procura na sua base de

arquivos os resultados mais relacionados com o digitado, apresentando a lista

de opções ao usuário. Seu funcionamento se baseia na extensão JavaScript40

e XML 41e, conforme o usuário arrasta a tela, visualizando o mapa por

completo, as imagens vão sendo baixadas do servidor. Por causa dessas

extensões, é possível que qualquer usuário crie itens na interface do Google

Maps, possibilitando assim os Mashups.

Outras duas funções muito importantes do Google Maps são as

“direções” e o My Maps. Na primeira, é possível descobrir a melhor rota entre

os dois destinos, além de disponibilizar rotas alternativas que evitem rodovias e

pedágios. Disponibiliza ainda a distância e o tempo que levará o percurso, que

pode ser feito de carro, a pé, transporte público e em alguns países já existem

rotas para bicicletas. Nem todas as rotas são possíveis de serem calculadas,

devido a distância ou a necessidade de outros meios de transportes para

serem acessadas.

O My Maps é uma ferramenta que pode ser usada por usuários e

empresas para criarem seus próprios mapas. Nesta opção, o usuário pode

marcar seu mapa e disponibilizá-lo para outras pessoas, além de inserir

imagens, vídeos, informações como previsão do tempo, marcar seus lugares

favoritos, etc. Assim, empresas e estabelecimentos comerciais podem aparecer

no mapa, sendo facilmente encontrada, seja por uma busca ocasional, seja por

uma busca específica, além de poderem adicionar o mapa da sua localização

no próprio website, fornecendo uma sensação de veracidade e confiança ao

consumidor.

Com isso, o Google Maps revolucionou o acesso às informações de

mercado, antes disponibilizadas por listas telefônicas. Hoje, se o usuário

desejar buscar um estabelecimento comercial próximo a sua residência, ele

apenas digita o nome, por exemplo, “pizzaria” ou “hotéis próximos a Avenida

Paulista, São Paulo”, e o mapa trará os resultados semelhantes a busca. Além

40

Linguagem de programação padronizada pela Ecma International que é atualmente a principal linguagem para programação em navegadores web. 41

Extensible Markup Language é uma recomendação da W3C para gerar linguagens de marcação para necessidades especiais.

Page 76: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

74

disso, ao clicar no ícone de identificação do local, algumas informações

básicas, comentários e imagens são fornecidos. Para Vaz (2010), o Google

Maps promete ser uma ferramenta de grande utilidade para marketing das

empresas, se estas souberem aproveitar a oportunidade.

Para que esta função de serviço à comunidade fosse possível, o Google

criou o Google Maps API42 e com isso foi possível embutir o Google Maps a

qualquer outro site externo. No Brasil, o localizador de estabelecimentos e suas

informações foram cadastrados a partir da Telelistas43 e do Maplinks44,

parceiros do Google Brasil.

Em 2006, foi criado o Google Maps para celulares conectados ao serviço

de GPS, facilitando o processo de busca de direções sem a necessidade de

um computador, como observado no capítulo anterior. É hoje um dos principais

aplicativos para aparelhos móveis.

No turismo, a utilização do Google Maps não modificou apenas a busca

por locais e estabelecimentos em diversos lugares do mundo, mas também

permitiu que o turista participasse de uma viagem virtual, facilitando sua

localização nos destinos turísticos. Vaz (2010, p.466) exemplifica: “uma

42

Interface de Programação de Aplicativos (API) é um conjunto de programas que permitem a construção de aplicativos de maneira não tão evidente para usuários, interligando diversas funções em um site. 43

Empresa de lista telefônica online, com o cadastro de todos os números de empresas, serviços, produtos e pessoas. 44

Guia localização online de ruas, rodovias, estradas e endereços.

Figura 18 - Mapa representando a busca por uma empresa e as indicações de estabelecimentos.

Page 77: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

75

agência de viagens poderia mostrar a seus clientes os hotéis próximos aos

monumentos que ele deseja visitar. Poderia inclusive propor um tour pelos

principais monumentos turísticos de uma determinada cidade informando para

o turista”.

Apenas com as ferramentas disponibilizadas pelo Google, uma agência

de viagens pode criar roteiros no Google Maps, adicionar vídeos dos destinos

no Youtube, fotos através do Panoramio (também adquirido pelo Google) e

ainda, criar um blog com todas as informações possíveis de um destino.

O Google Maps é, sem dúvida, uma das mais

funcionais ferramentas disponibilizadas pelo

Google desde seu original e pioneiro sistema de

buscas. As empresas que souberem aproveitá-lo

poderão auferir muitos lucros a partir de suas

API‟s. (VAZ, 2010, P.472).

Em alguns países, as áreas mais turísticas têm links para que o usuário

encontre maiores detalhes sobre o local. Informações, websites oficiais, fotos,

vídeos são algumas das principais formas de associação dos mapas com

detalhamentos das informações turísticas, sendo possível ainda, associar o

Google Maps com itens de compartilhamento das informações.

Todas essas informações são disponibilizadas através de dois tipos de

visualização: Satélite e Earth. No primeiro, o usuário vê mapas simples, apenas

com ruas e indicações de áreas ocupadas e áreas verdes. No segundo, são

disponibilizadas imagens reais e de alta definição do mundo inteiro, podendo

aproximá-las até distâncias bem pequenas (cidades maiores tem a resolução

das imagens melhor que de cidades menores). Essas imagens são coletadas

através de satélites ou de fotos aéreas (tiradas de um avião), formando assim

um “álbum” com todas as imagens do mundo.

Page 78: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

76

Muitas críticas giram em torno dessas imagens. Segundo Bedi (2008,

online) 45, governos de alguns países afirmam que a disponibilização de

imagens de alta definição de certas regiões pode facilitar ataques terroristas,

além de mostrar detalhes de áreas secretas ou de segurança máxima.

Tentando evitar isso, o Google Maps “borrou” ou deixou incompletas as

imagens de algumas áreas, como por exemplo, usinas nucleares e áreas que

alguns governos exigiram a omissão. A Coréia do Norte, por exemplo, não

possui nenhuma informação de localização das cidades e na China, devido às

exigências do governo, em Fevereiro de 2007 foi criado o Google Ditu46, que

segue algumas leis locais.

45

BEDI, Rahul. Mumbai attacks: Indian suit against Google Earth over images use by terrorists. The Telegraph. 2008.

Disponível em: <http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/asia/india/3691723/Mumbai-attacks-Indian-suit-

against-Google-Earth-over-image-use-by-terrorists.html> Acesso em: abril 2011 46

Ditu refere-se a mapa na língua chinesa

Figura 19 - Mapa das ruas da cidade de São Paulo no modelo simples de visualização (GOOGLE, 2011)

Page 79: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

77

Hoje, o Google Maps é referência em mapeamento virtual, porém, é

importante ressaltar que outras empresas também desenvolveram aplicativos e

plataformas parecidas.

Alguns desses concorrentes são: Bing Maps – Microsoft; TerraServer-USA;

Géoportail – a French; Mappy; MapQuest; Multimap.com – adquirido

recentemente pela Microsoft; Nearmap.com – Austrália; OpenStreetMap; Ovi

Figura 20 - Usina Nuclear Pilgrim, Massachussets com imagem borrada - Estados Unidos (GOOGLE, 2011)

Figura 21 - Mapa da Coréia do Norte sem nenhuma informação (GOOGLE, 2011)

Page 80: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

78

Maps; Pictometry; Seat Pagine Gialle – Itália; Terralink International;

ViaMichelin; Waze; Yahoo! Maps; ABmaps.

Apesar da grande diversidade, nenhuma delas tem o mesmo crescimento e

alcance do Google, como apresentamos anteriormente.

4.3 GOOGLE EARTH

O Google Earth foi lançado em Junho de 200547 e desenvolvido pela

empresa Keyhole Inc, pioneira em informações geoespaciais. É basicamente

um globo virtual que possui mapas e informações geográficas da Terra, onde o

usuário pode adicionar um endereço, uma coordenada geográfica, ou

simplesmente utilizar o cursor para fazer a busca de uma localidade.

Os mapas são apresentados através da superposição de imagens obtidas a

partir de imagens de satélites, fotografias aéreas e GIS 3D48 e é disponibilizado

em três diferentes tipos: Google Earth (versão gratuita), Google Earth Plus e o

Google Earth Pro (que custa em torno de $300 a $399 por ano, segundo o site

do produto49). Ainda, a plataforma permite que o usuário veja a Terra em

diversos ângulos, com imagens em 2D e 3D e ainda, possui uma tecnologia

que simula um voo quando você está indo para o destino escolhido.

Ao longo dos anos, diversas ferramentas foram introduzidas no programa,

como Google Street View, o monitoramento real do trânsito, e a cobertura das

imagens de todo o terreno dos oceanos. Como o Google é desenvolvido

através de “camadas” de imagens, em 2006, foi criada uma camada especial

para adição de links do Wikipédia e do Panoramio (www.panoramio.com). Hoje,

o Panoramio faz parte do Google, é nada mais é que um site de arquivamento

de imagens juntos ás suas localidades.

47

GOOGLE. Press Center. 2005. Disponível em: <http://www.google.com/press/pressrel/google_earth.html> Acesso em: Abril 2011 48

GIS é a união da cartografia, análises, estatísticas e as bases tecnológicas. 49

GOOGLE. Google Earth para usuários corporativos. Disponível em: <http://www.google.com/enterprise/earthmaps/earth_pro.html> Acesso em: maio de 2011

Page 81: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

79

O usuário pode inserir fotos de qualquer lugar no mundo, além de fazer

buscas e partilhar suas opiniões. Primeiramente, as imagens são enviadas

para o Google, que selecionará aquelas que entrarão no Google Earth para

que estejam alinhadas com o objetivo do site. O site ainda disponibiliza uma

área onde é possível selecionar os lugares considerados “mais legais” no

mundo e ainda promove competições divididas em categorias de fotografias

pelo mundo.

Ao clicar em cima de uma das fotos, o site redireciona o usuário para

outra janela, onde a foto está ligada a um mapa do local com as informações

básicas, outas fotos daquela área e comentários e opiniões de usuários sobre

aquela imagem ou sobre aquele local.

Figura 22- Imagem do site Panoramio com as diversas imagens disponíveis do mundo inteiro.

Page 82: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

80

4.4 AJUDANDO A SOCIEDADE

Segundo o Google, o Maps50 é considerado um serviço à população, por

oferecer mapas virtuais e informações básicas e comerciais das áreas, sem

nenhum custo. Já o Google Earth51, é tido como uma ferramenta de

mapeamento do planeta, oferecido em versões gratuitas (mais simples) e as

versões pagas (voltados ao corporativo).

Utilizar ambos para auxiliar a sociedade é de extrema importância. E essa é

uma das preocupações que o Google tem com seus projetos: tornar o mundo

das informações mais fácil e acessível a todos, por isso criou o Projeto Google

Crises Response52, que cria páginas especiais para facilitar a obtenção de

informações importantes em grandes catástrofes.

50

GOOGLE. Google Maps. Disponível em: < http://maps.google.com.br/maps> Acesso em: Abril 2011 51

GOOGLE. Google Earth. Disponível em: < http://www.google.com/earth/index.html> Acesso em: Abril 2011 52

GOOGLE. Google Crises Response. Disponível em: <http://www.google.com/crisisresponse/response.html> Acesso em: Abril 2011

Figura 23 - Uma das imagens retiradas do site Panoramio, apresentando o mapa da localização e outras fotos relacionadas aquele lugar.

Page 83: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

81

Como primeiro exemplo, em Setembro de 200553, logo após o furacão

Katrina passar pela região de Nova Orleans (Estados Unidos), o governo

americano pediu apoio ao Google Maps para levantar imagens das áreas que

haviam sido destruídas pelas inundações ou pelos incêndios. Logo, foi

disponibilizado para o público uma plataforma que mostrava as imagens de

Nova Orleans após o Katrina, que ajudou moradores e governo a entenderem

melhor o que aconteceu, encontrar propriedades e até auxiliar nos trabalhos de

resgate.

No Brasil, durante as chuvas que destruíram a região serrana do Rio de

Janeiro, o Google criou um site parecido que centralizava informações de ajuda

às cidades. A ferramenta era integrada aos mapas do Google Maps, e

mostrava onde ficavam os locais para doações, as centrais de voluntariado, os

hospitais e ainda, um sistema de busca por desaparecidos da tragédia. O site

53

GOOGLE EARTH. Hurricane Katrina Imagery. 2005. Disponível em: < http://earth.google.com/katrina.html>

Acesso em: Abril 2011

Figura 24 - Detalhe da imagem de uma região destruída de Nova Orleans , EUA

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82

entrou no ar no dia 11 de janeiro de 201154 e também faz parte do projeto

Google Crisis Response.

Outra maneira de utilizar o Google Maps e o Earth para auxiliar a

comunidade é através da criação de mapas do crime. Em Chicago, EUA foi

criado o primeiro site contra que apresenta as estatísticas de crimes em cada

região da cidade integradas ao Google Maps (www.chicagocrime.org).

Em São Paulo, uma emissora de televisão55 fez o mesmo serviço

através do Google Maps. Os telespectadores que sofreram algum tipo de crime

acessam o site, adicionam onde aconteceu o crime e descrevem o que

aconteceu. É uma forma de unir digitalização das informações e serviços à

comunidade.

54

GOOGLE. Google Crisis Response: Brazil Flood. 2011. Disponível em: <http://www.google.com/crisisresponse/brazil_floods.html > Acesso em: Abril 2011 55

PORTAL G1. Indique locais onde ocorreram roubos e latrocínios em SP. 2011. Disponível em: <http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2011/03/indique-locais-onde-ocorreram-roubos-e-latrocinios-em-sp.html> Acesso em: Abril 2011

Figura 25 - Mapa da criminalidade na cidade de São Paulo com base no Google Maps

Page 85: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

83

4.5 POLÊMICAS

Apesar de ser muito bem desenvolvido, e ter ampla cobertura mundial,

ainda existem muitos detalhes a serem discutidos e desenvolvidos para a

perfeita performance do site e suas ferramentas.

O Google Street View começou em 2007 e já gerou muita polêmica em

torno da privacidade. Segundo o site de notícias USA Today 56(2007, online),

logo que foi lançado, muitas pessoas reclamaram de terem suas imagens

disponibilizadas para o mundo inteiro no mapa. Devido à ferramenta de zoom,

é possível ler placas de sinalização nas ruas, e consequentemente, identificar o

rosto das pessoas fotografadas.

O Google disponibilizou um canal de reclamação, onde as pessoas que

ficaram insatisfeitas ao terem suas imagens publicadas poderiam pedir para

que fosse apagado ou que tivesse seu rosto omitido da foto. Porém, apenas

remover a imagem das pessoas não foi suficiente. Em 200857, a ferramenta

começou a “borrar” os rostos antes mesmo de disponibilizar as imagens no

site.

Outra questão que gerou polêmica, porém agora em torno do Google

Maps, foi um erro de divisa de países no Google Maps quase gerou um conflito

internacional entre Nicarágua e a Costa Rica, em 2010. Segundo o jornal The

Guardinan58 (2010, online) o mapa mostrava a Nicarágua com uma parte da

Costa Rica. Com isso, o general da Nicarágua resolveu colocar tropas do país

na região, que foi reivindicada pela Costa Rica, culpando o Google Maps de ter

fornecido dados errôneos no site.

56

MILLS, Elinor. Google’s street level maps raising privacy concerns. USA Today. 2007. Disponível em: <http://www.usatoday.com/tech/news/internetprivacy/2007-06-01-google-maps-privacy_N.htm> Acesso em: Maio 2011 57

SHANKLAND, Stephen. Google begin blurring faces in Street View. Cnet News. 2008. Disponível em: <http://news.cnet.com/8301-10784_3-9943140-7.html> Acesso em: Abril 2011 58

HALLIDAY, Josh. Google Nicaraguan map error threatens to escalate into regional dispute. The Guardian. 2010.

Disponível em: <http://www.guardian.co.uk/technology/2010/nov/15/google-map-dispute-nicaragua> Acesso em:

Abril 2011

Page 86: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

84

Erros de configurações dos mapas são comuns. No começo de 2011, ao

iniciar o Google Maps Brasil, era possível ver a cidade de Jaboatão dos

Guararapes que fica no estado de Pernambuco, sendo localizado no centro do

país, no Mato Grosso. E a capital do Mato Grosso, Cuiabá, não estava inserida

no mapa.

Um dos problemas que mais pode afetar o turismo é questão da

desatualização constante dos mapas. Por não serem em formato “livre”, ou

seja, as imagens não são em tempo real, mas sim de um determinado

momento em que foram fotografados, alguns locais podem estar

desatualizados, como por exemplo, fachadas que foram modificadas,

construções que foram terminadas, estabelecimentos que foram modificados.

Como exemplo, um caso recente aconteceu com um albergue na cidade

de São Paulo. O Okupe Hostel (http://www.okupehostels.com) localizado na

região dos Jardins, em São Paulo. Quando o carro do Google Street View

coletou a imagem do local, o hostel estava começando a ser reformado, e a

imagem mostrava uma casa velha e em péssimos estados. Com isso, as

pessoas que buscavam informações do hostel no Google Maps e visualizam o

Figura 26 - Mapa do Brasil com um erro das nomenclaturas

Page 87: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

85

Street View tinham a imagem errada da entrada do hostel, pois as fotos

estavam desatualizadas. Uma situação delicada, pois poderia afastar

potenciais clientes apenas pelo desencontro de informações.

Até Maio de 2011, nada havia sido atualizado nessa região, e a imagem

no Google Maps é totalmente diferente da imagem real do local, como observa-

se nas imagens abaixo.

Figura 28 - Imagens do Okupe Hostel após a reforma (Março 2011)

Figura 27 - Imagem da fachado do Okupe Hostel no Google StreetView (GOOGLE MAPS - 2011)

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86

Segundo o Google, todas as localidades criadas ou modificadas por

usuários são revisadas antes de serem postadas. Isso é feito para garantir a

qualidade e veracidade das informações, porém, erros como esses podem

afetar comércios, que agora passam a depender do Google e do Google Maps

como ferramenta de divulgação e marketing.

4.6 GOOGLE E O TURISMO

O Google tem ilimitadas estratégias quando se fala de futuro, e muitas

delas estão diretamente relacionadas com o turismo. Segundo o site do

Google59, sua missão é organizar as informações do mundo e torná-las

acessíveis e úteis para todos. A partir disso, é possível traçar um caminho

promissor para os viajantes que buscam mais informações na web.

E como isso é feito? Democratizando o planejamento de viagens,

promoções e as tecnologias desenvolvidas para viagens (buscas, mapas,

imagens, vídeos, e-mail e plataformas interativas), conectando consumidores e

vendedores através de canais mais diretos, criando uma nova forma de

comunicação em todo o trade turístico, como apresentado anteriormente.

Os beneficiados são tanto os compradores como os próprios

fornecedores do segmento. Grupos de hotéis, companhias aéreas, destinos

turísticos, atrativos, são inúmeros aqueles que foram estimulados para as

mudanças e que já participam desse novo cenário virtual. Para o ciberturista

esta adaptação é uma questão de tempo, e para o setor turístico é uma

mudança vital.

Impulsionadas pelas diversas criações e parcerias que estimulam o

mercado a produzir novas formas de atingir seu público alvo, as tecnologias

digitais e virtuais também ajudam a criar uma nova forma de marketing e um

novo cenário de competição. As primeiras ações para facilitar o turismo,

trouxeram ferramentas e ideias iniciais que ajudaram não só a cadeia do

59

GOOGLE. Disponível em: < http://www.google.com.br/intl/pt-BR/about.html> Acessado em: Abril de 2011

Page 89: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

87

turismo, como também estimulou o surgimento de outras ferramentas que

podem oferecer a experiência virtual como estimulador do consumidor.

Além das mudanças na maneira como as pessoas realizam busca de

informações e reservam suas viagens, é importante lembrar o desenvolvimento

de tecnologias mobile, que interferem na relação do turista após chegar ao seu

destino, como foi abordado no capítulo 3.

A praticidade, rapidez e independência são alguns dos itens que hoje as

pessoas buscam para tomar suas decisões e realizar suas compras e

atividades. Participar desse cenário é vital para o turismo, especialmente

porque este envolve um processo decisório minucioso, onde as pessoas

querem o máximo de informações possíveis, sobre um destino ou um hotel. E

após a revolução recente da informação e com os avanços da tecnologia, como

abordado no início deste trabalho, são questões que fazem parte desse novo

perfil de consumidor.

Depois de entender um pouco como funciona o serviço de mapeamento

online do Google Maps e a ferramenta Google Earth, é possível associa-los na

área do Turismo e perceber que suas funções vão além de um simples

mapeamento de ruas e cidades.

Deve-se lembrar de que essas opções de auxílio ao turismo e ao turista

são úteis para todas as fases do ciclo de viagem, conforme Cole (2009). Além

disso, aproximam a geolocalização do turismo, principalmente em viagens

independentes, onde o indivíduo precisa de informações extremamente

detalhadas para elaborar sua viagem, conhecer o destino previamente, obter

informações sobre atrativos, direções, condições climáticas, hotéis,

restaurantes, etc. A seguir, serão apresentados quais mecanismos inovaram

este setor.

Page 90: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

88

4.6.1 GOOGLE STREET VIEW

O Google Street View é uma tecnologia encontrada tanto no Google Maps

quanto no Google Earth, onde o usuário pode visualizar um determinado local

panoramicamente, ou seja, com imagens 360° no nível do chão, como se ele

estivesse de pé naquele lugar.

Essa tecnologia foi lançada em 2007, inicialmente nos Estados Unidos.

Depois da grande aceitação no mercado americano, o Google expandiu a

ferramenta para outros lugares do mundo. Hoje, o Google Street View é

disponível em 33 países, incluindo o Brasil.

Seu arquivo de imagens é feito a partir de quinze câmeras acopladas no

topo de um carro (geralmente fornecido por parceiros ou empresas

interessadas em patrocinar o serviço de mapeamento) e posicionadas em

todas as direções, que circulam por todas as ruas das cidades que serão

cadastradas no imagery60. Recentemente61, na última atualização da base de

imagens, o Google cadastrou áreas de difícil acesso, utilizando bicicletas,

triciclos e até carros de neve, permitindo que imagens de áreas internas de

monumentos ou atrativos turísticos fossem registrados, como é o caso do

Coliseu, na Itália.

60

Espécie de álbum que arquiva todas as imagens. 61

RATNER, Dan. Street View hits the slopes at Whistler. Google Lat Long Blog. 2010. Disponível em: <http://google-latlong.blogspot.com/2010/02/street-view-hits-slopes-at-whistler.html> Acesso: Abril 2011

Figura 29 - Imagem do Coliseu no Google Street View (2011)

Page 91: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

89

Essas câmeras tem um GPS acoplado que grava as imagens juntamente

com as coordenadas geográficas, assim, as imagens aparecerão no mapa no

exato lugar que foi fotografado.

Para acessar o Street View, o usuário precisa apenas arrastar o “Pegman”

(boneco representativo que sinaliza os locais em que o Street View é

disponível) e adicioná-lo no mapa. Para caminhar nas ruas, basta clicar nas

setas que indicam as direções.

Na França, o Google Street View iniciou suas atividades com imagens

do Tour de France62, mostrando as áreas do roteiro por onde os ciclistas

passam todos os anos, podendo assim, auxiliar no planejamento da rota dos

competidores, e de possíveis turistas que desejem fazer este roteiro como

parte de sua viagem.

No Brasil há cerca de 51 cidades com o mapeamento fotográfico e foi o

primeiro país da América do Sul a ter o serviço, de acordo com o site O Globo63

(2010, online) tornando possível um passeio virtual pelas ruas e monumentos

das cidades. O Street View também permite que o usuário descubra pontos de

referência que ajudam a chegar ao destino, auxiliando também na localização

tanto de moradores, como de visitantes.

A seguir, serão apresentadas algumas maneiras que Google Street View

pode ser utilizado por destinos para promovê-los entre os viajantes além de

auxiliar na orientação de localização este próprio viajante. É importante

ressaltar que as ferramentas a seguir envolvem questões de experiências

turísticas virtuais, na qual o turista busca uma nova forma de visualizar o

destino ou qualquer outro local de interesse, podendo assim, ter um

conhecimento ilimitado.

62

RATNER, Daniel. Tour the Tour de France with Street View. Google Lat Long Blog. 2008. Disponível em: < http://google-latlong.blogspot.com/2008/07/tour-tour-de-france-with-street-view.html> Acesso em Maio 2011. 63

O GLOBO. Google Street View é lançado em 51 cidades do Brasil. 2010. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/tecnologia/mat/2010/09/30/google-street-view-lancado-em-51-cidades-do-brasil-922665011.asp> Acesso em: Abril 2011.

Page 92: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

90

4.6.2 VISITANTO LUGARES PÚBLICOS E FAMOSOS

Para aproximar o Google Maps das cidades mais turísticas do mundo,

foram criadas plataformas que disponibilizam passeios virtuais e, alguns

monumentos e pontos turísticos através do Google Street View. É como um

álbum que coleciona os principais lugares do mundo, organizados em temas,

no qual também é possível acessar o site do lugar ou da cidade.

Para o usuário, não são apenas fotos estáticas de lugares que talvez ele

nunca visite, são imagens que permitem que eles conheçam e ande por

cenários históricos e lugares famosos e que antes eram restritos apenas a

quem pudesse pagar a viagem.

ITÁLIA E FRANÇA HISTÓRICA inclui visita aos principais monumentos

arquitetônicos e históricos da Itália.

Figura 30 - Imagem das ruas históricas de Pompéia na Itália retiradas no StreetView do Google Earth (2011)

Page 93: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

91

OS SETE CONTINENTES disponibiliza um ou mais monumentos

principais de cada continente, onde o Google Street View é disponível.

PATRIMÔNIOS DA HUMANIDADE UNESCO onde alguns dos

patrimônios tombados podem ser visualizados com detalhes.

Figura 31 - Imagem de Half Moon Bay na Antartida retiradas do Google StreetView no Google Earth (2011)

Figura 32 - Imagem do Memoria de Hiroshima retiradas do Google StreetView no Google Earth (2011)

Page 94: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

92

DESTAQUES DOS ESTADOS UNIDOS apresenta imagens dos mais

famosos monumentos, praias, atrativos turísticos espalhados pelo país.

ESTÁDIOS DA ÁFRICA DO SUL mostra as imagens internas de todos

os estádios onde ocorreram os jogos da Copa do Mundo de 2010.

Figura 33 - Imagem do Gateway Arch, Missouri, EUA retiradas do Google StreetView no Google Earth (2011)

Figura 34 - Imagem do Soccer City, Africa do Sul retiradas do Google StreetView no Google Earth (2011)

Page 95: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

93

PISTAS DE SKI DE WHISTLER BLACKCOMB, Canadá onde que

aconteceram as olimpíadas de inverno de 2010.

DESTINOS FAMOSOS DO MUNDO onde o Google Street View oferece

imagens dos pontos turísticos mais famosos do mundo.

Figura 35 - Imagem da pista de ski do Whistler Blackcomb retiradas do Google StreetView no Google Earth (2011)

Figura 36 - Imagem da Sagrada Familia em Barcelona, Espanha, retiradas do Google StreetView no Google Earth (2011)

Page 96: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

94

PRAIAS DO HAWAII onde é possível ver imagens das principais praias

do Hawaii, Estados Unidos.

Observa-se nesta opção a união do mapeamento e da fotografia, formando

um tipo de turismo virtual, onde qualquer indivíduo pode navegar por estes

lugares, visualizando-os através das diversas imagens sequenciais que o

Google Street View coleta, possibilitando um novo tipo de experiência turística.

Assim, fazer uma viagem virtual antes da viagem concreta cria uma pré-

visualização do local, fazendo com que o indivíduo esteja preparado para o que

vai encontrar, além de auxiliar no seu planejamento de viagem. Isso não

determina que a viagem física seja menos interessante. São experiências

diferentes, e como observadas anteriormente, o ser humano é composto por

diversas experiências.

Figura 38 - Yokohama Bay, Hawaii Figura 37 - Imagem da Yokohama Bay, Hawaii, retiradas do Google StreetView no Google Earth (2011)

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95

4.6.3 O GOOGLE ART PROJECT

Em fevereiro de 201164, o Google Street View ultrapassou as paredes dos

principais museus do mundo, através do Google Art Project

(www.googleartproject.com), uma colaboração entre a empresa e 17 museus

em todo o mundo, na qual o visitante pode navegar internamente, observando

as obras detalhadamente.

Foram selecionadas mais de 1000 obras de 486 artistas expostas nos

museus do ltes Nationalgalerie, The Freer Gallery of Art Smithsonian, National

Gallery (London), The Frick Collection, Gemäldegalerie, The Metropolitan

Museum of Art, MoMA, Museo Reina Sofia, Museo Thyseen - Bornemisza,

Museum Kampa, Palace of Versailles, Rijksmuseum, The State Hermitage

Museum, State Tretyakov Gallery, Tate, Uffizi and Van Gogh Museum.

A navegação pode ser feita como se o usuário estivesse caminhando pelos

museus, visitando salas e acessando as obras. Segundo o site da Folha65

(2011, online) nem todas as salas e obras estão disponíveis no site. A parceria

com as instituições se deu de modo que cada museu escolheu exatamente o

que de seu acervo mostrar.

A tecnologia é a mesma do Google Street View, e oferece os mais

conhecidos registros de artes do mundo para aqueles que não têm a

oportunidade de viajar, não podem, ou até mesmo para aqueles que foram, e

querem reviver a experiência. É a forma mais democrática de arquivar e

transmitir conhecimento artístico para as pessoas.

Além disso, cada museu escolheu uma obra para ser fotografada com

imagem especial, exibindo detalhes quase imperceptíveis a olho nu. São sete

bilhões de pixels que permitem os navegantes analisarem traços, estilo de

pintura, cores e pinceladas. Ao lado das obras, é possível saber detalhes sobre

ela, sobre o artista e até acessar links relacionados do Youtube.

64

SIEGEL, Jonathan. Street View take you inside museums around the world. Google Lat Long Blog. 2011. Disponível em: < http://google-latlong.blogspot.com/2011/02/street-view-takes-you-inside-museums.html> Acesso em: Abril 2011 65

FOLHA ONLINE. Google leva acervo de grandes galerias para internet. 2011. Disponível em: < http://www1.folha.uol.com.br/tec/869013-google-leva-acervo-de-grandes-galerias-para-a-internet.shtml> Acesso em: Abril 2011

Page 98: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

96

Outra ação semelhante foi criada pela agência de publicidade Loducca,

utilizando o próprio Google Street View. Ao invés de artes de museus, o site

disponibiliza obras de arte urbana, como o grafite, espalhadas pelas grandes

Figura 39 - Imagens da sala dos espelhos no Palácio de Versailles, França (GOOGLE ART PROJECT, 2011)

Figura 40 - Imagem detalhada de uma das obras de artes disponível no Google Art Project (2011)

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97

cidades. Conhecido como Art Street View, só em São Paulo já são mais de 389

marcações, segundo o site Brainstorm66 (2011, online).

4.6.4 GOOGLE CITY TOUR

Com um formato semelhante ao Google Maps, o Google City Tour foi

lançado em 2009 com o objetivo de auxiliar a criação e planejamento de

itinerários turísticos em grandes cidades. O projeto faz parte do Google Labs

(www.googlelabs.com), um segmento do Google onde é possível encontrar

todos os projetos experimentais do Google.

Ao acessar o site, o usuário precisa somente colocar o destino, e em

questão de segundos o Google City Tour oferece um itinerário de visitas aos

principais pontos turísticos do lugar, semelhante ao Nile Guide, apresentado

anteriormente, só que totalmente vinculado ao Google Maps. O usuário pode

ainda modificar as informações fornecidas de acordo com suas necessidades.

Para cada dia, o site apresenta diversos atrativos para serem visitados, o

tempo médio de permanência em cada um, o tempo e distância entre os

pontos, as direções, e ainda é possível alterar o tempo de visita e classifica-lo

com estrelas. O itinerário é montado de acordo com as informações de horários

e datas de funcionamento de cada local.

66

MERIGO, Carlos. RedBull Art Street View. Brainstorm 9. 2011. Disponível em: < http://www.brainstorm9.com.br/social-media/red-bull-street-art-view/> Acesso em: Abril 2011

Figura 41 - Imagem de uma das obras de grafites do Art Street View

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98

Como exemplo, observa-se uma visita ao Tate Modern (Galeria de Arte

Moderna em Londres). O site aconselha a visita a ser feita no segundo dia

(quinta-feira 28 de Julho), as 13h45m, com permanência de 30 minutos.

Porém, o usuário poderá alterar o tempo de permanência, além dos atrativos a

serem visitados naquele dia.

Com isso, o turista pode criar itinerários eficientes e também editá-los de

acordo com suas preferências e vontades. Se preferir, o turista poderá ver as

imagens em formato “satélite” facilitando o prévio reconhecimento da área ou

do atrativo. O “Street View” ainda não é disponível ao site.

É importante ressaltar que o Google City Tour não oferece apenas os

nomes dos atrativos, mas suas informações básicas como horário de

funcionamento, endereço, site, imagens e os transportes públicos mais

próximos a aquele lugar. Essas informações são extremamente relevantes na

hora do planejamento de uma viagem, e o Google City Tour oferece esse

auxilio de informações como complemento ao roteiro criado. É uma maneira

muito interativa de busca de informações e que podem modificar ainda mais a

maneira que as pessoas elaboram seus roteiros de viagem.

Figura 42 - Imagem do Google City Tour

Page 101: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

99

Há ainda muito para se melhorar, como por exemplo, incluir mais

destinos e atrativos, além de mais opções de transportes públicos, como por

exemplo, ao invés de aconselhar caminhar por 32 minutos, utilizar o metro

como opção de locomoção. Mesmo assim, é inegável o avanço do Google

dentro do turismo com esta ferramenta que além de facilita a localização

geográfica, também auxilia na busca de informações de atrativos turísticos,

otimizando o processo de planejamento e elaboração de uma viagem.

4.6.5 GOOGLE E AS EMPRESAS

O trade turístico é composto por diversos setores, que envolve desde

hospedagens e alimentação, até farmácias e lojas de souvenires. Para

promover uma busca detalhada sobre as informações desses

estabelecimentos, o Google uniu o Google Maps e o buscador para que essas

informações fossem acessadas e encontradas mais facilmente.

Neste caso, o Google se apresenta apenas como um canal de propaganda,

não oferecendo comparações entre hotéis ou filtros, apenas expõe as opções

cadastradas no Google‟s Adword, Local Search, Shopping e Maps aumentado

à possibilidade de escolha e o conhecimento de opções para o usuário.

Figura 43 - Informações sobre o atrativo turístico, disponíveis no Google City Tour

Page 102: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

100

Quando o usuário faz um busca por um hotel, tanto no buscador do

Google como no Google Maps, a página apresenta as opções de hotéis, suas

localizações e outras informações, todas sinalizadas no mapa ao lado,

informações relevantes no momento da decisão.

Como visto ao longo deste trabalho, a tendência dos mercados é

estarem cada vez mais virtualizados, ou seja, suas informações precisam estar

na internet, pois é onde seus consumidores farão a busca. Isso torna o

Figura 44 - Hotéis na região de São Francisco, EUA, disponibilizados no Google Maps.

Figura 45- Imagem de uma busca do Google, com a visualização dos resultados no mapa.

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101

marketing digital inevitável para empresas e marcas preocupadas em

acompanhar o relacionamento e o comportamento dos seus consumidores.

No caso do turismo, é possível afirmar que a principal fonte de

informação sobre estabelecimentos é a internet, e por isso, é imprescindível

que os envolvidos estejam preparados para ingressas neste cenário, e utilizar

de ferramentas, como o Google, para alcançar seus consumidores.

4.6.6 OUTRAS APLICAÇÕES DO GOOGLE NO TURISMO

Depois de apresentar as ferramentas que revolucionaram o cenário da

geolocalização, do turismo, e das viagens virtuais, são apresentadas a seguir,

algumas formas de inserção do Google Maps, Google Earth e do Google Street

View como aplicativos de apoio as buscas de informações turísticas. Além

disso, iniciativas como essas ajudaram a criar uma nova percepção de mundo,

onde as distâncias foram realmente reduzidas, já que as barreiras para se

conhecer um lugar, uma paisagem ou uma obra de arte foram minimizadas

com essas tecnologias.

A seguir, serão ressaltadas as ferramentas que tem relação com o Turismo,

considerando-se a relação, não apenas como apoio ao direcionamento dos

atrativos, mas uma maneira de ajudar a influenciar e inspirar o usuário a

determinadas localidades.

Roma Antiga 3D

Através desse aplicativo acessado no Google Earth, é possível ter uma

visualização da cidade de Roma em 320D. C, visitando o interior de

construções famosas, e assim, entender melhor como os romanos antigos

viviam. O recurso foi desenvolvido em parceria com a Universidade da

Virginia, EUA através do projeto “Reborn Rome”, que tem como objetivo

principal reconstruir modelos ilustrados em 3D da Roma Antiga, entre os

períodos do Bronze (1000 A.C) e o período da decadência (550 D.C).

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102

É possível analisar esse aplicativo como uma forma de viagem virtual na

história do mundo, onde o usuário poderá ser inspirado pela tecnologia e

assim, desejar conhecer os lugares históricos de Roma.

Discovery Networks

Nesta ferramenta, o Google em parceria com a Discovery Channel

desenvolveu um recurso onde o usuário pode ver vários vídeos de programas

do canal, em temas distintos, como por exemplo, ver o nascer do sol em vários

locais do mundo (HD Theater‟s Sunrise Earth), passear pelos Parques

Nacionais dos Estados Unidos, ou simplesmente conhecer áreas famosas

espalhadas pelo mundo.

Destaca-se sua importância como ferramenta de conhecimento sobre

determinados lugares. Antes de conhecer um determinado destino, o turista

poderá ver a localidade através de vídeos e documentários específicos, para

que o viajante tenha ainda mais conhecimento sobre aquele destino, antes

mesmo de chegar lá.

Everytrail

Segundo o blog do site Everytrail (http://blog.everytrail.com/?p=53),

através da parceria com o Google Earth, a ferramenta permite que o usuário

faça sua rota de viagem e visualize-a em 3D no Google Earth, seja em áreas

naturais, históricas ou áreas remotas. Informações como distância, meio de

transporte utilizados e direções são disponibilizados no recurso. O usuário

pode ainda adicionar comentários e imagens do percurso, e ainda, buscar

roteiros de outras pessoas, podendo auxiliar na inspiração e planejamento de

uma viagem.

Nesta ferramenta é possível perceber o efeito da web 2.0 no turismo. Ao

cadastrar ou buscar um roteiro, o usuário não terá apenas as informações de

mapa do local, mas também, um feedback completo sobre o local, a partir da

opinião de outros aventureiros. Além disso, este recurso auxilia também no

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103

conhecimento prévio do lugar, através de imagens e da própria plataforma

“satélite” e “street view” do Google Earth.

360° City, Gigapan Photos e Gigapxl Photos

Apesar de não serem desenvolvidas pelo Google, é uma das opções de

visualização dentro do Google Earth. Neste caso, alguns locais possuem

imagens chamadas de 360° com alta resolução que são disponibilizadas pelos

aplicativos: 360° City, Gigapan e Gigapxl.

Todas as imagens são em alta resolução, ou seja, podem ser

visualizadas com muitos detalhes, de lugares reais em momentos reais (mas

não simultâneos). A diferença entre os três recursos é apenas a maneira e

locais onde as imagens são apresentadas, porém permitem que o usuário

analise e conheça lugares no mundo inteiro através de imagens de altíssima

qualidade, instigando ainda mais a curiosidade e a vontade de conhecer

determinado lugar.

Figura 46 - Imagem em alta resolução das ruínas gregas no aplicativo 360° City.

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104

.

Figura 48 - Imagem em alta resolução das pirâmides do Egito no aplicativo GigaPixl.

Figura 47 - Imagem em alta resolução do Grand Canyon, EUA, no aplicativo GigaPan.

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105

Viagem e Turismo

Este recurso promove o turismo das regiões cadastradas, e apresentam

foto e informações de todos os destinos turísticos e seus atrativos. Dentre eles,

destaque para o passeio 3D por dentro dos parques do Walt Disney World, na

Florida (Estados Unidos).

A parceria entre o Walt Disney World e o Google Earth permite que o

usuário conheça todos os parques e os 22 hotéis que compõe o complexo.

Além disso, é possível fazer um roteiro de visitação, ler informações sobre

todas as atrações, acessar o site oficial do Parque, e ainda, ver fotos de todo o

Parque.

Este aplicativo dentro do Google Earth tem dois principais objetivos:

primeiramente ao acessar o mapa 3D, o turista pode viajar pelo parque,

conhecendo a estrutura e localização de todos os brinquedos e lojas,

facilitando o planejamento de um passeio. Com isso, o visitante poderá saber o

que lhe espera e conhecer o parque da maneira mais eficiente. É claro que

Figura 49 - Imagem do passeio virtual em um dos parques da Disney, com informações sobre os atrativos.

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106

uma viagem virtual jamais representará a sensação da viagem real, mesmo

porque, neste caso estamos falando de um parque, com brinquedos que não

podem ser reproduzidos no mundo virtual.

Em segundo lugar, deve-se ressaltar a importância deste procedimento

para o destino em si, que poderá divulgar seus serviços e produtos pelo mundo

inteiro, de uma maneira muito mais completa e interativa, que apenas um site

com informações estáticas.

Webcams Travel

Neste aplicativo, encontrado também dentro do Google Earth, é possível

ver imagens reais e simultâneas de câmeras espalhadas por vários pontos

turísticos do mundo. Habilitando esse recurso, é possível localizar as câmeras

e assistir ao vivo o que acontece naquele lugar, naquele momento, além de

poder obter informações como temperatura e horário. É possível encontrar

essa ferramenta no Google Maps também.

Figura 50 - Imagens da Grécia, no WebCams Travel do Google Earth

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107

Diferente da viagem em 3D, que é um mundo construído, e das imagens

360°, esta ferramenta possibilita visualizar determinado lugar em tempo real,

mostrando as condições climáticas, condições do trânsito, etc. Informações

essas, que muitas vezes podem ser útil para o turista, ou até para instigar a

curiosidade deste.

Os lugares mais e menos turísticos do mundo

O Google Maps disponibiliza um mapa que classifica as regiões do

planeta mais e menos visitadas, de acordo com a coloração do mapa. Essas

informações foram fornecidas de acordo com o número de distribuições

fotográficas da plataforma Panoramio67, que registra fotos do local visitado.

Lugares com mais concentração de fotografias enviadas para o usuários são

consideradas as áreas mais visitadas.

Conhecer as áreas mais turísticas e saber quais regiões são essas,

pode influenciar o turista na sua decisão, além de auxiliá-lo na busca de

informações. Por exemplo, uma pessoa que deseje viajar para um lugar menos

visitado, busca a informação no mapa e descobre a incidência turística lá.

67

Adquirido recentemente pelo Google, o Panoramio é um site de imagens, onde os usuários podem colocar fotos dos lugares que visitaram e que depois serão inseridas no mapa do local. De acordo com as politicas do Google, essas imagens são filtradas por uma equipe, não permitindo imagens ofensivas ou de pessoas.

Figura 51 - Câmeras do Webcams Travel no Google Maps

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108

Os lugares mais interessantes e remotos do mundo

Semelhante ao recurso anterior, este mapa utiliza a mesma base de

informação (Panoramio) para mensurar as áreas mais isoladas que tem grande

incidência turística.

Figura 52 - Imagem do mapa com os lugares mais e menos turísticos

Figura 53 - Imagem do lugares mais interessantes e remotos do mundo, de acordo com a coloração do mapa.

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109

As áreas com coloração mais escura (vermelho) são mais turísticas

entre as áreas remotas, e as áreas verdes são regiões extremamente pouco

turísticas. Segundo o site oficial do Google, este mapa possui apenas lugares

distantes de cidades, normalmente em áreas montanhosas ou polares.

Abaixo, uma imagem da região nórdica da Europa, mostra como as

visitas se distribuem principalmente na Suécia, Finlândia, Noruega e Rússia.

Direções e localizações especiais para ciclistas

Em Maio de 2010, o Google lançou a ferramenta de direções para

ciclistas, no Google Maps, depois de muita pressão por parte dos usuários, que

consideravam a última ferramenta necessária no site, já que este tinha

transportes como carro, público e a pé, segundo o blog do Google68 (2010,

online).

Hoje, esse público pode buscar rotas e trilhas para bicicletas (são cerca

de 20.000 quilômetros de trilhas, registrados no Google), ciclovias das

68

LEEN, John. It’s time to bike. Google LatLong Blog. 2010.Disponível em: < http://google-latlong.blogspot.com/2010/03/its-time-to-bike.html> Acesso em: maio 2011

Figura 54 - Imagem do mapa com os lugares mais interessantes e remotos do mundo

Figura 55 - Imagem da região nórdica da Europa no mapa das regiões mais remotas do mundo.

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110

principais cidades, recomendações de rotas, ruas que foram consideradas as

melhores para a passagem dos ciclistas, rotas que evitem rodovias muito

movimentadas e que evitem travessas em cruzamentos muito perigosos.

Outro recurso desenvolvido para os ciclista é um cálculo de esforço

físico que evita rotas com subidas extremas, e um rotas que evitam muitas

descidas, já que, em áreas muito íngremes, o uso do “breque” é maior, gerando

o seu desgaste rápido. Além disso, o usuário pode customizar seu próprio

trajeto.

Tour de France

Em 2008, o Google Maps lançou o Google Street View para todo o

roteiro do Tour de France, evento ciclístico que acontece anualmente na

França. Nesta situação, o usuário poderá navegar pelo roteiro, e ter imagens

dos famosos roteiros franceses.

Aproximando as pessoas de desses lugares, através de uma viagem

virtual, é possível criar um interesse que o leve a viajar para o destino. É uma

ótima ferramenta de marketing interativo. Além disso, também é um recurso

que pode ser usado para viajantes conhecerem o roteiro antecipadamente,

podendo ter uma melhor preparação para a viagem.

4.6.7 RELATO DE EXPERIÊNCIA

Segundo Gil (1991), um estudo pode ser complementado com histórias de

vida ou relatos, considerados casos específicos do assunto. Assim, será

apresentada brevemente a minha própria experiência de utilização das

ferramentas do Google como apoio ao desenvolvimento e planejamento

turístico.

Em Dezembro de 2011, realizei uma viagem para Nova York na qual foi

inteira elaborada utilizando os recursos do Google Maps. A intenção era provar

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111

que seria possível utilizar um único mecanismo para alcançar todas as

informações necessárias, de maneira fácil e detalhada.

Como já conhecia Nova York, determinei roteiros para áreas que não havia

ido. Então, utilizando o mapa da ilha de Manhathan no Google Maps, separei

as regiões por dias de visitas. Antes de explicar o método de visitas aos locais

desejados, é preciso apresentar como foi realizada a busca pela hospedagem.

Realizaria a viagem em Dezembro (alto inverno e alta temporada) e estaria

sozinha. Por isso, determinei que a hospedagem deveria estar próxima à áreas

movimentadas, como a Times Square, para que eu pudesse andar

tranquilamente mesmo durante a noite. Utilizando o Google Maps, comecei a

procurar quais hotéis haviam ao redor das áreas delimitadas, com foco na

Times Square

Ao aproximar o mapa da área, podemos ver a imagem de uma cama

seguida de um nome, que representam o hotel que se encontra naquele local.

Ao clicar em cima do nome do hotel, é possível ler uma pequena resenha, a

categoria deste hotel, o endereço e as informações básicas como telefone ou

site. E assim, a pesquisa foi sendo feita. Como a prioridade era a localização,

fui em busca de hotéis com preços acessíveis em áreas do meu interesse.

Figura 56 - Imagem do mapa de Nova York, EUA, com as informações de um dos hotéis.

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112

Para saber se o hotel estava de acordo com minhas expectativas, buscava

a imagem da fachada no Google Street View, como na figura abaixo. Além

disso, utilizando esta ferramenta era possível analisar a rua, o acesso a ela, a

distância de alguns pontos turísticos, além de padarias e cafeterias por perto,

facilitando na identificação da área.

Definido o hotel e feita à reserva, era preciso definir os roteiros de cada

dia. Como comentado anteriormente, os passeios foram divididos por áreas e

dias, seguindo o mapa da ilha. Por exemplo, para conhecer a região cultural do

Greenwich Village, que fica no lado oeste da ilha, fui pesquisando no mapa as

principais ruas, parques e pontos de interesse, e buscava as imagens do

Google Street View para ter uma orientação e saber por quais ruas deveria

andar.

Outros pontos turísticos também foram sendo descobertos utilizando o

Google Maps e o Google Street View. Por exemplo, um dos parques do

Brooklin, localizado atrás da Brooklin Bridge e com um vista privilegiada da ilha

de Manhathan, que era um dos meus pontos turistícos de interesse, porém,

não sabia o nome do local, apenas sabia qual a vista que se tinha de

Manhathan a partir desse parque. Assim, para encontrá-lo localizei

primeiramente no Google Maps, como mostra a imagem abaixo.

Figura 57 - Imagem do hotel em Nova York, EUA, no Google Street View

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113

A seguir, era necessário descobrir como chegar até este local utilizando

apenas o metrô da cidade. Assim, localizei a estação mais próxima do parque

no Google Maps, anotei as direções do metrô até o Parque, e pude conhecer

um dos pontos turísticos de Nova York, que não estavam entre os pontos

turísticos tradicionais, mas que era um local que eu tinha muito interesse em

conhecer.

Figura 58 - Imagem do Empire Fulton Ferry State Park, no Brooklin, EUA (GOOGLE MAPS, 2011)

Figura 59 - Detalhe do metrô localizado no Google Maps.

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114

Com essa experiência, é possível perceber como a maneira de buscar

informações turísticas foi modificada, e como, o Google facilitou esse

procedimento a partir das inúmeras ferramentas criadas para aproximar os

turistas do seu objetivo final.

Figura 60 - Fotografia do parque (Dezembro, 2010)

Page 117: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

115

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Acompanhamos freneticamente os avanços das tecnologias da

comunicação ao longo dos últimos anos, onde o novo se torna obsoleto quase

que instantaneamente, sem saber ao certo qual mundo essas mudanças

criarão. Um dos resultados claros desses avanços foi a formação de uma

busca coletiva e de magnitude nunca antes vivenciada das informações, que

Lévy considera como uma forma de inteligência coletiva, onde todos podem ter

conhecimentos sobre todos os assuntos com a ajuda da internet, que

possibilita a socialização e a troca desses conhecimento entre pessoas e

mundos.

Essas mudanças aconteceram rapidamente ao longo das últimas décadas

e impactou diretamente o turismo e seus participantes, modificando suas

estruturas, prestações de serviços, fontes de informação e principalmente a

comunicação com seu consumidor. Esse consumidor foi exposto a iniciativas e

tecnologias que facilitaram seu relacionamento com o turismo, podendo

participar mais ativamente de sua própria viagem e ampliar infinitamente seu

leque de opções de escolha. Além disso, ficou muito mais exigente perante

suas experiências e também muito mais participativo, comunicando-se com

outros viajantes que compartilham suas experiências criando um cenário

colaborativo rico em informações e opiniões.

O entendimento do comportamento desse público e as ferramentas que ele

utiliza para vivenciar o turismo são fundamentais para a criação de estratégias

mais certeiras no cenário 2.0. É fundamental que os agentes do trade turístico

direcionem seus esforços em aceitar as mudanças e participar ativamente

delas, acompanhando assim seu público e garantido sua permanência no

mercado.

O presente trabalho procurou apresentar algumas das mudanças e as

tendências que impactaram o cenário do turismo do século XXI, com destaque

para os avanços tecnológicos, da internet e do comportamento social que

buscam hoje, muito mais informação sobre todos os assuntos, dentre eles o

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116

turismo. Assim, o surgimento de diversos sites e ferramentas, com destaque

para as desenvolvidas pelo Google, modificaram a maneira como o turista atua

no ciclo de viagem proposto por Cole (2009).

O turista do mundo 2.0 tem vontades e inspirações impactadas por

tecnologias desenvolvidas com criatividade e que hoje, são consideradas

diferenciais, seja de um atrativo, de um destino ou de um hotel. Isso se tornará

cada vez mais um fator decisivo e fortemente influenciador nas suas escolhas,

já que não há nenhuma previsão de regressão desse cenário revolucionário da

informação associado à tecnologias digitais e virtuais.

A partir da análise de algumas destas ferramentas, principalmente do

Google Maps e do Google Earth, foi possível observar que muito já se foi feito.

Desde mapas digitais que possibilitam a visualização de locais no mundo

inteiro, até sites que propõem roteiros de viagem detalhados e que permitem a

aquisição de serviços e produtos turísticos sem a necessidade da intercepção

de agentes de viagens.

O estudo desse comportamento é constante e não pode ser considerado

finalizado. Assim como as mudanças do mundo são extremamente aceleradas,

na mesma velocidade acontecem as mudanças de comportamento do turista,

que não deixa de acompanhar as possibilidades em otimizar e intensificar suas

experiências.

Proponho, a partir das analises realizadas neste trabalho, que novas

pesquisas sobre os impactos causadas pelas constantes mudanças socio-

tecnológicas no turismo continuem e se intensifiquem. É incontestável que o

consumidor do turismo acompanha as modificações no seu entorno, e que

exigirá cada vez mais das estruturas do turismo esta mesma evolução. Afinal,

tudo isso converte para uma experiência turística muito mais completa, além de

proporcionar conhecimentos ilimitados e igualitários para toda sociedade que

participa ativamente da internet.

Page 119: TCC - Alessandra Vieira Rielli (5646476)

117

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