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COMUNICAÇÃO INTERNA DA FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ

COORDENADORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL | PRESIDÊNCIA | FIOCRUZ

Peter Ilicciev

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Terrapiatem novaprogramação

m 2016, a Fio-cruz destinoucorretamente

317 toneladas de resídu-os como papel, papelão,metal, plástico, vidro, cai-xas de leite e lonas (ban-ner). Também foram co-letados e enviados para re-ciclagem 45,8 Kg de itensde material de escrita -canetas, lápis, borrachas eapontadores. “O sucessodo programa deve-se aoscolaboradores da institui-ção que abraçaram a cau-sa. O trabalho não seriapossível sem eles”, ressal-ta Alessandro Ferreira deSouza, da Gestão Integra-da de Resíduos, do Depar-tamento de Gestão Ambi-ental, da Dirac.

A ação está implan-tada em 16 unidades ehá coletores nos campiManguinhos, Expansão,

EPor Talita Barroco

Coleta seletivacresce na Fundação

Por Glauber Queiroz

Curso de Voluntariado na Metodologia Terrapia:todas as terças-feiras, das 8 às 15h + 1 dia por semana (quartaou quinta-feira).Pré-requisito: Ter feito o Curso de Alimentação Viva na Pro-moção da Saúde e Ambiente. Levar duas maçãs, folhas esementes germinadas para o suco;

Oficinas de Suco de Clorofila, Introduçãoà Alimentação Viva e Culinária Criativa:todas as quartas-feiras, das 9 às 14h.Para participar deste dia, não precisa se inscrever, é só levar duasmaçãs, folhas verdes, dois punhados de sementes germinadas (paraquem sabe germinar), legumes e temperos de sua preferência;

Curso de Alimentação Viva na Promoçãoda Saúde e Ambiente:ocorre às quintas-feiras, no primeiro semestre exclusivamente paraos alunos da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio.

Curso de Agroecologia:ocorre quinzenalmente, às sextas-feiras, das 7 às 12h. Não énecessária realização de inscrição, já que os módulos sãoindependentes e podem ser cursados de acordo com o inte-resse de cada participante.

Agenda 2017 - Campus Manguinhos

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Instituto Nacional da Saúdeda Mulher, da Criança e doAdolescente Fernandes Fi-gueira (IFF), Centro de Refe-rência Professor Hélio Fraga,Farmanguinhos e Palácio Ita-boraí, em Petrópolis. O obje-tivo é retirar do meio ambi-ente o máximo possível demateriais recicláveis, de acor-do com as normativas que re-gem a atividade no país. Ostrabalhadores da Fiocruz po-dem contribuir com resíduosdomésticos recicláveis trazi-dos de casa, deixando-os noEcoponto, localizado na Cen-tral de Saneamento do Cam-pus Manguinhos.

SolidariedadeO Programa de Coleta

Seletiva Solidária foi instituí-do na Fiocruz pela Diretoriade Administração do Campi(Dirac) em 2008 e a unidade

continua com o gerencia-mento da atividade. A açãoatende o Decreto 5.940/2006, que determina que osresíduos recicláveis geradosem instituições públicas se-jam doados para associaçõese cooperativas de catadoresde materiais recicláveis.

Cerca de 1.500 tonela-das de resíduos já foram des-cartadas corretamente des-de o início do programa e oobjetivo é cumprir os aspec-tos principais da sustentabi-lidade, sendo uma atividadeeconomicamente v iável ,ambientalmente correta esocialmente justa. Com oatendimento ao decreto, aFundação beneficia 16 famí-lias, gerando emprego e ren-da para esse público. Outroponto positivo é que a cole-ta e a destinação final dosmateriais não geram custospara a instituição.

Terrapia ini-ciou 2017 com no-vidades em sua

grade de cursos. A princi-pal delas é a parceria entreo projeto e a Escola Politéc-nica de Saúde Joaquim Ve-nâncio, destinando as 30vagas do curso de Alimen-tação Viva na Promoção daSaúde e Ambiente, no pri-meiro semestre, exclusiva-mente aos alunos da esco-la. Os créditos do curso con-tarão como atividade com-plementar. A seleção foi re-alizada a partir de uma ofi-cina aberta a todos os alu-nos na sede do Terrapia,com expectativa de receberduzentos alunos. Outra ino-vação é o Curso de Volun-tariado (inscrições encerra-das), em dois dias por se-

mana, para os que concluíramo curso de Alimentação Vivana Promoção da Saúde e Am-biente.

A oficina de Suco de Clo-rofila, Introdução à Alimenta-ção Viva e Culinária Criativaacontece nas manhãs de quar-ta-feira e é aberta ao público.Quinzenalmente às sextas-fei-ras, acontece o Curso de Agro-ecologia, iniciado em 2016,também sem necessidade deinscrição prévia.

Como próximas ações, acoordenação do Terrapia já vis-lumbra expandir os ensinamen-tos acerca da alimentação ehábitos naturais para além deManguinhos. O Campus Fio-cruz Mata Atlântica e a Fio-cruz Pernambuco já iniciaramconversas sobre parcerias.Confira a programação.

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s primeiros meses de2017 foram marcadospor uma intensificação

dos con- frontos violentos, qua-se que diários, envolvendo for-ças policiais e facções crimino-sas nas comunidades dos com-plexos de Manguinhos e daMaré. Neste período, um tiroatingiu uma janela da Escola Po-litécnica de Saúde Joaquim Ve-nâncio (EPSJV) e as aulas foramsuspensas na unidade e na Es-cola Nacional de Saúde PúblicaSergio Arouca (Ensp). Para ma-nifestar sua indignação, estudan-tes, trabalhadores e liderançascomunitárias fizeram um gran-de ato (25/4) no Campus Man-guinhos. Uma série de medidasforam encaminhadas, interna eexternamente, para tentar garan-tir mais segurança na Fiocruz enas comunidades vizinhas.

No dia 19/4, representantesda Fiocruz reuniram-se com osubsecretário de Comando eControle da Secretaria de Esta-do de Segurança do Rio de Ja-neiro, Rodrigo Alves, descreven-do a grave situação em Man-guinhos. Foi entregue um docu-mento pedindo a abertura dediálogo sobre os mecanismospara a redução da violência na

Mobilizaçãocontra aviolênciaTrabalhadores e moradores das comunidadesvizinhas se unem em protestos

região. O documento relata al-gumas das medidas adotadasinternamente, como a intensi-ficação de informes de segu-rança (13 no período de 30/3 a17/4) e do acionamento dosplanos de contingência (em 8dos 11 dias úteis). O documen-to entregue à Secretaria de Se-gurança e os planos de contin-gência podem ser consultadosna Intranet Fiocruz.

Na Intranet, é possível con-sultar a cartilha com orientaçõessobre procedimentos básicos desegurança dentro das instalaçõesda Fiocruz, no caso de situaçãode risco. Desde o final de abril,trabalhadores do Campus Man-guinhos e da Expansão contamcom outro recurso para receberinformes de segurança, além docorreio institucional Fiocruz-L e aWebTV. Agora, smartphones jápodem receber os informes peloaplicativo Carona Solidária. Parase cadastrar, é preciso utilizar oe-mail institucional (fiocruz.br oufiocruz.unidade.br) para baixar oaplicativo no Google Play ou AppStore e cadastrar-se em http://www.carona.fiocruz.br. Saibamais sobre a ferramenta (passoa passo e demais informações)na Intranet Fiocruz.

COMUNICAÇÃO INTERNA DA FIOCRUZJORNAL LINHA DIRETA Nº 32 | PRIMEIRO SEMESTRE 2017

Coordenação: Elisa Andries | Edição e revisão: Claudia Lima eGustavo Mendelsohn de Carvalho | Redação e reportagem: An-dré Bezerra, Carla Procópio, Daniela Muzi, Eduardo Muller, ErikaFarias , Fernanda Marques, Glauber Queiroz, Gustavo Mendelsohnde Carvalho, Isis Breves, Jacqueline Boechat, Keila Maia, LeonardoAzevedo, Lucas Rocha, Luiz Pistone, Pâmela Liarena, Raquel Agui-ar, Talita Barroco e e Vanessa Freitas Silva | Projeto gráfico : Rodri-go Carvalho | Fotografia: Peter Ilicciev, Rui Arantes e Acervo COC| Impressão: Gráfica Expresso | Contato: [email protected].

Devido à mudança de contrato de gráfica, as ediçõesbimestrais do primeiro semestre de 2017 foram editadas emuma única publicação.

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Fotos: Peter Ilicciev

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etrópolis, região ser-rana do Estado doRio de Janeiro. Onze

de fevereiro de 1917. O paísperdia o grande cientista, mé-dico e sanitarista, apaixonadopor aquilo que os olhos huma-nos enxergam apenas dotadosde um microscópio e pela pos-sibilidade de agir – não semdificuldades numerosas – so-bre a realidade de saúde doBrasil. Já bastante doente, cer-cado pela família e amigospróximos, morria OswaldoGonçalves Cruz. Fazia questãodo sobrenome do meio, me-nos conhecido, por ser umahomenagem ao pai, tambémmédico. Eram unidos por pro-fundo afeto, mas também pelasina de uma doença renalcrônica que vitimou ambos pre-cocemente: o pai, aos 47anos; o filho, com apenas 44.

PPor Lucas Rocha e Raquel Aguiar

O nome e a figura deOswaldo Cruz são tema obri-gatório nos livros de história.Foram objeto de biografias,prêmios, cédulas, selos e atécomposições musicais – daópera ao enredo de escola desamba. Não há sequer umacapital brasileira sem uma rua,praça, avenida ou repartiçãopública que leve seu nome. Adata de 5 de agosto foi defini-da como Dia Nacional da Saú-de em homenagem ao seunascimento, num exemplo dapersonificação, que se tornou,da própria saúde no país.

Difícil separar onde termi-na o homem e onde começao mito. Pioneiro e obstinado,tenaz e polêmico, era descritopor quem conviveu de manei-ra próxima como um homemde voz suave, que pedia “porfavor” e fazia as advertências

com a “brandura de um con-selho”, como descreveu Eze-quiel Dias. Selecionado pelopróprio Oswaldo Cruz, aindaem 1899-1900, para comporo grupo de pioneiros de Man-guinhos, Dias foi um dos ami-gos que, em 1917, o acompa-nhariam no leito de morte.

Oswaldo eManguinhos

Santos, cidade litorânea doestado de São Paulo. Ano de1899. A peste bubônica (pesteda Índia, como se dizia à épo-ca) apresentava um quadroque, nos termos de hoje, cha-maríamos de uma doençaemergente. Estava instaladauma epidemia no porto, quetinha importante fluxo econô-mico. Aos 27 anos, médico for-

mado e pai de três filhos, Oswal-do recém-regressara de Paris,onde estudou microbiologia nojá famoso Instituto Pasteur.

Assim como os pesquisado-res Adolpho Lutz e Vital Brazil,é incumbido de estudar a situa-ção. Segundo o relato que RuiBarbosa fez durante o discursoem homenagem ao sanitarista,Oswaldo “reconhece para logoo micróbio de Yersin, certifica apresença da epidemia, e, numrelatório cabal, com o desem-baraço, a presteza, a seguran-ça de quem pisa em terreno co-nhecido, formula o sistema deprovidências, a que deve obe-decer a debelação da temero-sa enfermidade”.

Os casos de peste bubôni-ca surgiam também no Rio deJaneiro. Por ordem do prefei-to, é iniciada a produção dosoro e da vacina para comba-

te à doença no Instituto Vací-nico Municipal, que já fabrica-va a vacina para varíola sobliderança do Barão de PedroAffonso. Por conta de mudan-ças administrativas, a produçãodo soro antipestoso foi assumi-da pelo governo federal, esta-belecendo-se, em 1900, o Ins-tituto Soroterápico Federal.

Este cenário marca o pri-meiro encontro entre os cami-nhos de Oswaldo Cruz e deManguinhos. Na composiçãodo quadro de membros donovo instituto, estava o nomede Oswaldo, escolhido tantopelo sucesso de sua atuaçãoem Santos quanto pela indica-ção de Émile Roux, diretor doInstituto Pasteur.

Oswaldo esteve presente jána escolha do terreno que viriaa abrigar o Instituto. Foi partecentral dos primeiros êxitos e

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criou um aperfeiçoamento doprocesso de produção da vaci-na contra a peste bubônica, quechamou de modificação “doInstituto de Manguinhos”, abrin-do mão de creditar seu próprionome. Sua capacidade de aper-feiçoamento técnico – o quehoje pensaríamos como um tinopara a inovação – já havia semanifestado na tese de conclu-são da faculdade de medicina,em que desenvolveu um equi-pamento para a coleta de águaem diferentes profundidades,evitando a contaminação comos estratos superficiais. Uma cri-atividade a serviço do rigor dométodo, traço sempre presenteem sua carreira.

A luta triplaEm pouco tempo, o Barão

de Pedro Affonso deixaria o Insti-tuto e Oswaldo, então diretor téc-nico, assumiria a direção geral.Em 1903, foi convidado para aDiretoria Geral de Saúde Pública,vinculada ao Ministério da Justi-ça e Negócios do Interior. O de-safio era triplo: varíola, pestebubônica e febre amarela eramos principais problemas de saúdea serem solucionados. A jornada

seria dupla: apesar da imensa res-ponsabilidade como gestor fede-ral, manteve a liderança dos tra-balhos científicos em Mangui-nhos. Henrique Aragão, que in-gressou no Instituto naquele ano,conta que Oswaldo – o “mestre”,como ele e outros discípulos sereferiam a ele – acompanhavaos trabalhos de forma tão zelosaque era comum que, antes de lheser solicitado algum material, jáavisasse que o item estava à dis-posição no almoxarifado.

No discurso de posse comodiretor geral de Saúde Pública,Oswaldo resumiu seu programaadministrativo nas palavras “tra-balho e justiça”. Medidas im-populares foram adotadas aolongo dos seis anos em que es-teve no cargo, incluindo açõesde saneamento, remoção deresidências, estabelecimento davacinação obrigatória e a ativi-dade de brigadas de mata-mos-quitos para controle do Aedes ae-gypti, transmissor da febre ama-rela urbana. Simultaneamente,com a gestão de Pereira Passosna prefeitura e de Rodrigues Al-ves na Presidência da Repúbli-ca, entre 1902 e 1906, o Rio deJaneiro passava por intensastransformações de infraestrutura.

O momento era de mudan-ças nas relações entre o Estadoe a esfera privada, o que se so-mava ao fato de que as causasmicroscópicas das doenças eramuma ideia disseminada de formaainda limitada. Oswaldo Cruz sim-bolizava todo esse conflito. Do de-boche nas numerosas caricaturase charges nos jornais às amea-ças de morte, foram muitas po-lêmicas. O ideal de “fé eternana ciência”, porém, continuavaa nortear o cientista, como es-tampado no ex-libris que impri-mia nos livros de sua biblioteca.A controvérsia o perseguiu lite-ralmente até os últimos dias devida. Na ocasião de sua morte,ocorriam manifestos contrários àsmedidas de saneamento defla-gradas por ele na cidade de Pe-trópolis. Havia se tornado prefei-to do município, em 1916, quan-do o declínio da saúde exigiu oafastamento de Manguinhos.

Nos anos em que esteve àfrente da Diretoria Geral de Saú-de Pública, a batalha contra a fe-bre amarela é considerada um dosprincipais feitos. Em 1907, a epi-demia foi considerada controladana cidade do Rio. Já a peste bubô-nica era um problema sanitário es-pecialmente preocupante em na-

vios e portos. Para combater adoença, soro e vacina estavamdisponíveis, além da profilaxiabaseada no controle de roedores.O combate à varíola, doença queteve importante crescimento em1904, também era pautado navacinação. A instituição da vaci-nação obrigatória motivou a Re-volta da Vacina, naquele ano. Emum dos relatos deixados por Eze-quiel Dias, ele conta que uma ma-cabra profecia foi escrita a lápisno forro da cartola de OswaldoCruz: “morto a bem do povo”,dizia a inscrição, acompanhadade uma cruz e a data de novem-bro de 1904.

A medalha de ouro recebi-da no XIV Congresso Internaci-onal de Higiene e Demografiade Berlim, em 1907, foi um co-roamento dos êxitos. Oswaldoliderava a comitiva do Brasil naocasião, cabendo a ele comu-nicar, por telegrama, a premia-ção ao presidente da Repúbli-ca. No retorno ao país, o sani-tarista antes execrado foi rece-bido com honras. Uma nova ex-pressão de êxito seria vista em1908: após a redução de casos,a varíola apresentou novo cres-cimento e, desta vez, a procurapela vacinação foi espontânea.

Doençasdo Brasil

Para Carlos Chagas Filho, épreciso, no conjunto de êxitos deOswaldo Cruz, “assinalar a pe-netração da medicina no interiordo Brasil”. Rui Barbosa sintetizaque Oswaldo Cruz direcionouManguinhos para “estudar asdoenças brasileiras”: de lá, parti-ram expedições diversas, que co-nheceram e agiram sobre as do-enças do país. O próprio Oswal-do Cruz se incorpora à expedi-

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ção de combate à malária naEstrada de Ferro Madeira-Mamo-ré, em 1910, quatro anos apósexpressar em carta a AdolphoLutz, que conhecera no enfren-tamento da peste bubônica emSantos e por quem nutria profun-da admiração, o especial interes-se em seguir na empreitada.

Ezequiel Dias relata queOswaldo “pensou n’uma gran-de remodelação sanitaria queabrangesse todo o paiz, espe-cialmente os portos”. Passou acoletar dados para esta tarefa,em uma viagem “exhaustivae incommoda”, ao longo dacosta e principais rios navegá-veis, levando a bordo um la-boratório ambulante. A partirdas visitas, produziu um levan-tamento das condições e indi-cou as medidas sanitárias aserem adotadas, em especialem relação à cólera e à peste.

Despedidae herança

Durante grande parte dajornada que elevou a saúdepública do país a um novo pa-tamar, Oswaldo Cruz conviveucom problemas de saúde. Ain-da em 1907, na viagem a Ber-lim, surgiram os sintomas inici-ais da doença renal que com-prometeria seu estado físico.Ezequiel Dias conta que “a idéade morte prematura lhe erasempre presente ao espirito”.Oswaldo procurava ocultar seuestado, especialmente da famí-lia. Em 1908, teve um crise se-vera de uremia. Nos dias atu-ais, pacientes com este quadrocostumam ter uma indicação detratamento com hemodiálise –técnica que foi introduzida noBrasil apenas em 1949.

Ezequiel relatou o estágio

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de avanço da doença a CarlosChagas e Egydio Salles Guer-ra, que somaram à amizadepor Oswaldo a delicada tarefade, como médicos, acompa-nhar seu quadro clínico. Poucomenos de uma década maistarde, ambos também estariama seu lado no leito de morte: oprimeiro, o discípulo favorito,que assumiria a direção deManguinhos; o segundo, omédico que lhe reconheceu otalento de imediato, convidan-do-o a trabalhar, aos 22 anos,na Policlínica Geral do Rio deJaneiro, onde montou um la-boratório de análises clínicas, ereconheceria ainda outra vezsua capacidade ao indicá-lopara o cargo de diretor geralde Saúde Pública, em 1903, naoportunidade em que fora elepróprio consultado se gostariade assumir o posto.

Oswaldo Cruz imprimiu suamarca a uma instituição que atéhoje carrega a vocação de ser-viço público aliada aos sentimen-tos de amor à ciência e de com-promisso com o país. Em Man-guinhos, preocupou-se em criarcursos de formação, uma bibli-oteca, coleções científicas, umhospital e uma revista científi-ca. Estabeleceu a produção defotografias científicas, trouxe ci-entistas renomados para dina-mizar e diversificar as frentes detrabalho. Baseou a pesquisa naprodução de insumos em saú-de e no ensino.— E criou, é cla-ro, um castelo. Obra que viu in-conclusa: estaria finalizada ape-nas em 1918, um ano depoisde sua morte. Perguntado so-bre o motivo da escolha do esti-lo mourisco, que marca a arqui-tetura do edifício, Oswaldo cos-tumava se esquivar de respon-der. Em uma ocasião disse, sim-plesmente: “porque é o maisbonito”.

Em homenagem aos 100anos de sua morte, a Fiocruz ins-tituiu 2017 como o Ano Oswal-

do Cruz. “A homenagem temo significado de colocar o pas-sado em prerspectiva, comouma forma de iluminar futurospossíveis”, afirma a presidenteNísia Trindade Lima. “É umaoportunidade para avançarmosem projetos coletivos que con-tribuam para o SUS e para a ci-ência, tecnologia e inovação.Significa defender um projeto depaís com saúde, equidade e jus-tiça social”, avalia.

Para o ex-diretor do IOC,Wilson Savino, Oswaldo Cruz foium cientista visionário. “Ele ze-lou pela sustentabilidade da pes-quisa realizada no Instituto a par-tir da formação de recursos hu-manos, um legado que guarda-mos hoje”, destaca. Assim comooutras 21 pessoas o fizeram an-tes, o ex-diretor teve a responsa-bilidade de ocupar a cadeira queum dia foi do sanitarista. Uma dossucessores foi Carlos Chagas, quedefiniu Manguinhos como uma“obra de sciencia e de patriotis-mo” idealizada por Oswaldo.

Outro, Henrique Aragão, dis-se: “cumpre que elle, morto,continue a dirigir os que vivemos,na permanência daquellas nor-mas de trabalho, que fizeram orenome de nossa escola, e da-quelles elevados ideaes de sci-encia”. Sobre as contribuições dopai para além da herança cientí-fica, Oswaldo Cruz Filho afirmou:“construiu pelo exemplo, pelaabnegação e pela humildadeuma escola de saber e carater”.

Nas anotações sobre suasúltimas vontades, Oswaldo re-lata que enxergava a mortecomo um “fenómeno physiolo-gio natural do qual nada esca-pa” e pede que não se adote oluto, justificando que “não havantagem alguma de amargu-rar com lágrimas prolongadas ostão curtos dias de nossa existen-cia”. Em lugar de um vazio,Oswaldo deixou inspiração paragerações de brasileiros.

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Por André Bezerra

U m território marcadopor terra e mar, orna-mentado com cenas

de hábitos indígenas, comoa antropofagia, e ilustrativodo relevo e vegetações típi-cas do Brasil no Século 17.Estes são alguns dos elemen-tos presentes no mapa Accu-ratissima Brasiliae Tabula, umdos novos tesouros da Seçãode Obras Raras da Bibliotecade Manguinhos.

Trata-se de uma peçaoriginal, datada de 1647 eprocedente de Amstelodami[Amsterdam, Países Baixos],impressa por Joannes Jans-sonius execudit para divul-gar a geografia da região,alvo da presença colonialholandesa no período. O

Fiocruz recebe doação de mapa raro

mapa detalha todo o litoraldo Nordeste até a parte daRegião Sul, com destaquepara a Bahia de Todos osSantos e a Villa d’Olinda dePernambuco.

“Provavelmente, essemapa pertenceu a uma co-leção maior e foi produzi-do por um impressor bas-tante importante do perío-do. É interessante por tra-zer a visão do período his-tórico e o olhar da presen-ça holandesa sobre a re-gião”, explica a bibliotecá-ria Fátima Duarte, chefe daBiblioteca de Manguinhos.Recebido por meio de doa-ção, o documento chegouà Fiocruz de maneira nãomuito convencional.

DescobertaEm 2015, durante a 5ª Ofi-

cina de Gestão do Icict, reali-zada em Petrópolis, parte daequipe do Instituto se reuniuem um salão de eventos pararealizar o planejamento estra-tégico. “O mapa decorava aparede da sala de reuniões e apeça logo chamou nossa aten-ção. Eu e outros bibliotecáriosficamos curiosos para saber seera um original ou uma repro-dução”, relembra Fátima.

O relevo da impressão indi-cava que provavelmente eraoriginal. Além disso, tinha ou-tros aspectos, como as coresaquareladas e o papel antigo.Diante do interesse, os proprie-tários do hotel onde se realizou

Peça do período colonial brasileiro decorava parede de hotel em Petrópolis

o evento permitiram que a equi-pe analisasse melhor a obra.Com o apoio do pesquisador eprofessor Fabiano Cataldo, daUniRio, e representante da áreade obras raras da Federação In-ternacional de Associações eInstituições Bibliotecárias (Ifla),verificaram posteriormente o va-lor histórico do documento.

Os profissionais da Bibliote-ca de Manguinhos, que já vêmdiscutindo ao longo dos últimosanos a institucionalização deacervos privados, receberamentão a oferta de doação domapa, por parte de seus anti-gos donos. “Ficamos contentesporque é um reconhecimento.Isso tem nos permitido ampliarnosso acervo de obras raras”,afirma Fátima Duarte.

“O mapa recebeu acondici-onamento do Laboratório de Con-servação de Obras Raras e depoisfoi digitalizado pelo Multimeios”,explica a bibliotecária Tarcila Pe-ruzzo, da Seção de Obras Raras.A peça apresenta bom estado deconservação e isso permitiu bonsresultados no arquivo digitaliza-do. Atualmente, pode ser consul-tado no site de Obras Raras daFiocruz, enquanto é mantido forade exibição no acervo da seção,podendo ser consultado median-te solicitação de pesquisadores.

Este é o segundo mapahistórico doado à Seção deObras Raras. O outro foi rece-bido pela Polícia Federal e re-trata os territórios de Portugale Algarve, aproximadamenteno mesmo período.

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Por André Bezerra

O que um aparato queutiliza tecnologia deponta tem a ver com

prédios edificados no início doséculo 20? Para a Casa deOswaldo Cruz, que desde o anopassado vem utilizando umVeículo Aéreo Não Tripulado(Vant), conhecido como drone,para realizar inspeções nos edi-fícios que compõem o NúcleoArquitetônico Histórico de Man-guinhos, o equipamento repre-senta mais economia, seguran-ça, e, principalmente, tempo.

Os drones – zangões, eminglês – eram originalmente dis-positivos de guerra, mas hojesão utilizados em diversas áre-as, com economia de recursosfinanceiros e humanos. Segun-do Benoni da Gama Oliveira,engenheiro eletricista do Depar-tamento de Patrimônio Históri-co da COC, antes do drone, eranecessário recorrer à contrata-ção da montagem de andaimespara verificar a integridade deum telhado após uma chuva,por exemplo, o que custava emtorno de R$ 5 mil. “Pela quanti-

dade de serviços de vistoria re-alizados pelo equipamento, aCOC já obteve o retorno de seuinvestimento de cerca de R$ 8mil”, destaca.

O aeromodelo da COC, umPhanton III profissional, permitevisualizar as imagens em temporeal e também tirar fotos e fil-mar em 4k. A alta qualidadepossibilita a ampliação das ima-gens com riqueza de detalhes.A bateria tem autonomia paravoos de 15 a 20 minutos e a câ-mera mantém a imagem está-vel, por mais que o drone oscile.“O custo de manutenção doVant é baixo. As baterias, quecustam R$ 1 mil, são a parte maiscara. Mesmo assim, duram atétrês anos, se bem utilizadas”, ex-plica Jorge Luiz da Silva Pantoja,técnico de edificações da áreade manutenção do DPH.

A arquiteta do DPH, Mar-cia Botelho, responsável pelamanutenção dos prédios histó-ricos, conta como o equipamen-to auxilia seu trabalho: “Recen-temente, passei várias semanasanalisando as fachadas do

Casa de Oswaldo Cruz usa drones parainspecionar prédios históricos da Fiocruz

Tecnologia a serviço da preservação

Castelo, utilizando binóculos,para fazer o mapeamento dedanos. Um levantamento deáreas que precisam de manu-tenção preventiva ou corretiva.O drone simplificou e agilizouessa tarefa, pois as imagenscaptadas são ampliadas emdetalhes, no meu computador,facilitando a identificação des-ses danos”, comemora.

Apesar da facilidade queo drone possibilita, o equipa-mento obedece a algumas re-gras de segurança e não poderepresentar risco ao tráfegoaéreo, nem aos prédios histó-ricos. Por esse motivo, a Casade Oswaldo Cruz limita o usodo Vant apenas aos funcioná-rios que fizeram um curso parapilotar o veículo, que chega adois quilômetros de distânciado ponto de partida, para to-das as direções. “Além disso,é necessário operar o dronesempre em dupla, para man-ter a segurança do equipamen-to, do patrimônio e das pesso-as que circulam pelo campus”,concluiu Benoni da Gama.

Foto: Peter Ilicciev

Foto: Peter Ilicciev Foto: DPH/COC

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Por Isis Breves

E m 2017, o Proqualis,Centro Colaboradorpara a Qualidade do

Cuidado e Segurança do Paci-ente, dará continuidade aoPrograma de Webinares – umasérie de seminários on-linetransmitidos ao vivo, iniciadono último ano como estraté-gia para disseminar evidênci-as científicas e práticas reco-mendadas para a melhoria docuidado prestado nos serviçosde saúde. As sessões contam

Seminários on-lineProqualis de 2017

com a participação de profis-sionais de saúde distribuídosem centenas de pontos emhospitais brasileiros.

A proposta é debater temasna área de qualidade do cuida-do em saúde e segurança dopaciente, por meio da apresen-tação de um palestrante convi-dado, especialista no assunto. Emseguida, há um momento deperguntas e comentários dosparticipantes conectados. To-das esses webinares estão dis-

Por André Bezerra

esquisadores e profis-sionais de saúde ga-nharam uma nova fer-

ramenta para analisar grandesvolumes de dados e conjuntosde informações. A Plataformade Ciência de Dados aplicada àSaúde é uma iniciativa do Icict,que disponibiliza para a comu-nidade científica e gestores umserviço on-line de armazena-mento, gestão e análise de da-dos em saúde, possibilitando ouso de estratégicas como análi-se visual, mineração de dados,big data e aprendizagem de má-quina, dentre outros.

“É um serviço de compu-tação científica voltado para osetor de saúde”, explica o co-ordenador da plataforma, Mar-cel Pedroso, do Laboratório deInformação em Saúde (Lis/Icict).A partir de parcerias com o La-boratório Nacional de Compu-tação Científica (LNCC) e ou-tras instituições, o projeto utili-

Processamentoavançado

poníveis no Portal Proqualis(www.proqualis.net) e no You-Tube (https://www.youtube.com/user/Proqualis), em formato devídeos, as aulas apresentadas es-tão como PowerPoint no Sli-deshare (http://pt.slideshare.net/Proqualis/). As novas sessões co-meçaram em março e serão tra-tados temas como Cirurgia Se-gura, Prevenção de Infecção deCorrente associada à Inserção deCateter Venoso Central e Choo-sing Wisely.

za conceitos de processamen-to distribuído, tornando a pla-taforma uma área de trabalhode alta capacidade para análi-se de dados.

A interface é dividida noseixos Análise visual, Mineraçãode dados e Análise preditiva eData Science Lab, permitindodiferentes usos dos conjuntosde dados em saúde. Para os

pesquisadores que desejam seaprofundar no assunto, o Icictabriu a primeira turma de atu-alização em ciência de dadosaplicada à saúde, que terá au-las semanais de março a julhode 2017 na Expansão do Cam-pus da Fiocruz. A plataformaestá disponível no link http://bigdata.icict.fiocruz.br/acesse-a-plataforma-big-data-em-saude.

P

Relatóriode GestãoFiocruz 2016

Por Gustavo Mendelsohn de Carvalho

P ublicado no finalde março, o Re-latório de Gestão

da Fiocruz de 2016 foi ela-borado pela Coordena-ção-Geral de Planejamen-to Estratégico (Cogeplan)em parceria com diversasunidades e instâncias daFiocruz. O Relatório é umaprestação de contas parao governo federal e paraa sociedade, e uma impor-tante fonte consulta sobreos resultados mais recen-tes da Fundação na con-dução dos seus objetivose metas, em prol da saú-de da população e emdefesa do SUS.

Na publicação sãodescritos e analisados omodelo de planejamen-to e gestão, a complexi-dade e a diversidade dasações desenvolvidas pelaFiocruz como órgão de

ciência e tecnologia do Mi-nistério da Saúde. Apresentatambém informações sobre orelacionamento com os cida-dãos-usuários, o atendimen-to e os canais de acesso a in-formações relevantes sobre aatuação institucional, assimcomo dados sobre o desem-penho financeiro e contábilda Fundação.

Todos os relatórios de ges-tão, desde de 2002, estão dis-poníveis para consulta no Por-tal Fiocruz. O Relatório de2016 é o que teve o maiornúmero de downloads, maisde 1.000% superior ao maisconsultado anteriormente – ode 2012 teve 62 downloads.Isso certamente vai contribuirpara uma melhor compreen-são da realidade institucionale para qualificar as discus-sões no VIII Congresso Inter-no, previsto para o segundotrimestre desse ano.

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Mais de 76 mil pacientes atendidos nos ambulató-rios e enfermarias

Realizados cerca de 285 mil exames laboratoriaisde referência

Fornecimento de 11 milhões de frascos de biofármacos

Quase 81 milhões de doses de vacinas produzidaspara o Ministério da Saúde

Realização de 1,7 mil projetos de pesquisa

Mais de 4,7 mil alunos formados na pós-graduação

Manutenção de 518 farmácias populares em todo país

Quase 7 milhões de usuários atendidos e mais de500 milhões de unidades de produtos farmacêuti-cos distribuídos nas Farmácias Populares

Informações sobre desempenho

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esde dezembro de 2016 aCoordenação-Geral de Ges-tão de Processos (Cogepe,

ex-Direh) vem realizando uma série deações para o cumprimento do Artigo28 da Lei 13.326/2016, que faculta aosaposentados e pensionistas a incorpo-ração da gratificação de desempenhoaos seus proventos. De acordo com alei, somente os servidores que ingres-saram no serviço público até 1º/5/2003têm o direito de fazer a opção, desdeque tenham percebido a gratificaçãode desempenho por, no mínimo, 60meses antes da data de aposentadoriaou de instituição da pensão.

AçõesUma das primeiras ações da Coge-

pe, ainda em 2016, foi a de identifica-ção das pessoas que se enquadram naLei. Por meio do Serviço de Informaçãoem RH (Seinfo), a Coordenação-Geralchegou a um total aproximado de 800aposentados e pensionistas que atendi-am o critério legal. Após a identifica-

ção, o Serviço de Aposentadorias e Pen-sões (Secap) iniciou o contato com essaspessoas para esclarecer dúvidas sobre alegislação e realizar a opção pela novasistemática de cálculo da gratificação.Além do atendimento individual, a Di-reh participou de evento realizado pelaAsfoc-SN para tratar do tema, e fez ca-pacitações junto às unidades regionaispara descentralizar o trabalho de conta-to com o público-alvo.

Folha de marçoOs aposentados e pensionistas que

optaram pelo novo modelo de cálculoda GDACT deverão perceber as mu-danças nos vencimentos a partir docontracheque de março. O Ministériodo Planejamento informou que estáprocedendo ajustes no Sistema Inte-grado de Administração de RecursosHumanos (Siape) com objetivo de au-tomatizar o cálculo da gratificação dedesempenho. Os cálculos do Ministé-rio serão comparados com os já reali-zados pela Cogepe.

D

Aposentadose pensionistasem focoCogepe monta força-tarefa para executarprocessos de incorporação da GDACTSP

Por Eduardo Muller

Quem ainda nãofez a opção pelaincorporação dagratificação dedesempenho deveentrar em contatocom o Secap/DARH/Direh pelos telefo-nes (21) 3836-2216ou (21) 3836-2104.

m mais uma etapa de diálogocom o coletivo de servidores daFiocruz com vistas ao aprimo-

ramento dos mecanismos de aferição daRetribuição de Titulação (RT) para as car-reiras de Analista em Gestão Pública deSaúde e Tecnologista em Saúde Públi-ca, a Coordenação-Geral de Gestão dePessoas (Cogepe, ex-Direh) encerrou noinício de janeiro uma consulta públicacom objetivo de receber contribuiçõespara serem utilizadas na elaboração daproposta de regulamentação do chama-do Reconhecimento de Resultados deAprendizagem (RRA), que deverá pau-tar as negociações corporativas dos ser-vidores da Fiocruz, em curto prazo, como governo federal ao longo de 2017.

A consulta pública intituladaModelo alternativo de incentivo à qua-lificação e desenvolvimento das car-reiras de Tecnologistas e Analistas foirealizada pela Intranet Fiocruz, ondeera possível acessar o documento efazer sugestões. Ao todo, a Direhrecebeu 310 contribuições dos servi-dores, no período de 9/12/2016 a 10/1/2017. O material, quepode ser consultado naIntranet Fiocruz na abaTrabalhadores>ConsultaPública, já está sendo

analisado pelo Serviço de Gerencia-mento de Carreira (Segec/Cogepe), res-ponsável pela formatação da propostade regulamentação na Cogepe.

O debate em torno do RRAteve início em março de 2014,quando a Cogepe realizou consul-ta pública ampla para debater pro-postas de aprimoramento do PlanoFiocruz, envolvendo todas as carrei-ras de servidores. O tema do RRApautou reuniões da Mesa de Ne-gociação Permanente da Fiocruz efoi incluído no acordo salarial for-malizado com o Ministério do Pla-nejamento em 2015. Além do tra-balho realizado na Diretoria de RH,houve também articulação por par-te dos servidores, por meio do sin-dicato, e iniciativas coordenadaspor um grupo de analistas que criouum espaço virtual de debate paratroca de opiniões sobre as car-reiras de Analista eTecnologista.

Consulta Públicasobre RRAColetivo de servidores contribui commais de 300 sugestões na Intranet

Por Eduardo Muller

E

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Por Glauber Queiroz

m fevereiro deste ano,a Escola CorporativaFiocruz iniciou duas

importantes frentes relaciona-das à formação e ao aprimo-ramento de gestores da insti-tuição, com base em sua mis-são, que é promover açõeseducacionais para o desenvol-vimento dos talentos humanose das competências organi-zacionais, promovendo ageração, assimilação, difu-são e aplicação do conhe-cimento organizacional,através de um processode aprendizagem ati-va e contínua, e ge-rando resultados.Trata-se da especi-alização lato sen-su em GestãoHospitalar, viaconvênio como Hospital Sí-rio-Libanês

Uma escolacorporativa

e estratégicapara a

Fiocruz

(HSL), e o mestrado profissio-nal em Política e Gestão deCiência, Tecnologia e Inovaçãoem Saúde, iniciado uma sema-na antes, em parceria com aEscola Nacional de Saúde Pú-blica Sergio Arouca (Ensp).

Para Carla Kaufman, dire-tora da Escola Corporativa Fio-cruz, os convênios com parcei-ros renomados e de tradição emseus segmentos aperfeiçoam ascapacitações, agregando a qua-lidade de ensino que as mes-mas já possuem com as especi-ficidades demandadas pela Fun-dação em cada formação tra-balhada. Dentre as instituiçõesde ponta que têm se associadoà Escola Corporativa, além daEnsp e do HSL, estão a Univer-sidade Federal da Bahia, a Fun-dação Dom Cabral e a Funda-ção Getúlio Vargas, por exem-plo. “A Escola Corporativa temum grande desafio de desenvol-

E

Área de formação daCoordenação-Geral de Gestão

de Pessoas se estrutura e firmaparcerias importantes para odesenvolvimento de gestores

Foto: Peter Ilicciev

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ver competências críticas paraa instituição de forma constan-te e acelerada, dada a comple-xidade da instituição. Desta for-ma, buscar parcerias internas eexternas que possam agregarexcelência aos nossos progra-mas, trazendo professores reno-mados, metodologias diferenci-adas e maior grau de customi-zação é garantia de bons resul-tados”, afirma Kaufman.

O curso de especializaçãoem Gestão Hospitalar é voltadopara servidores dos institutosnacionais de Infectologia Evan-dro Chagas (INI) e de Saúde daMulher, da Criança e do Ado-lescente Fernandes Figueiras (IFF)que tenham interesse ou façaminterface com a gestão clínicaou que estejam exercendo car-go de chefia (DAS e FG) nessasunidades. Sua duração é de dezmeses e ele se divide em mó-dulos presenciais, à distância efóruns de discussão, totalizan-do 360 horas. São oferecidas 60vagas, distribuídas em duas tur-mas com 30 alunos. Os estudan-tes têm acesso a conteúdo ad-ministrativo ou assistencial deforma mais aprofundada depen-dendo da sua área de atuação.

O mestrado em Gestão deCT&I em Saúde surgiu da neces-sidade de qualificar os profissio-nais das instituições públicas dereferência do Sistema Nacionalde Inovação em Saúde frente àsmudanças necessárias no padrãode gestão vigente nestas organi-zações. Para o coordenador-ge-ral de Gestão de Pessoas, Julia-no Lima, o mestrado e a EscolaCorporativa são “elementos cen-trais de uma estratégia instituci-onal para o avanço imediato eefetivo da Fiocruz”. O coordena-dor-geral destaca a aplicabilida-de dos projetos em prol da insti-tuição e valoriza a parceria coma Ensp, que aumenta o grau dealinhamento entre o conteúdodebatido no curso e as reais de-mandas da Fundação.

Para Carlos Gadelha, umdos coordenadores do mestra-do, a iniciativa gera ganhos ins-titucionais. Segundo ele, proje-tos relevantes e de grande con-tribuição surgiram a partir dasteses apresentadas em turmasanteriores da especializaçãostricto sensu, como o desenhoda própria escola corporativa.

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Fotos:AcervoCogep

Esta é a sétima edição do cur-so, que já formou 169 mestres -a primeira, em parceria entre aEnsp e a Escola Corporativa.

Aplicando osconhecimentosem favor dainstituição

As oportunidades oferecidaspela Escola são aproveitadas pe-los servidores e contribuem dire-tamente para a formação de po-tenciais gestores e o desenvolvi-mento daqueles que já gerenci-am demandas ou pessoas. Che-fe substituta do Serviço de Ges-tão do Trabalho do INCQS, a ana-lista de Gestão em Saúde ElaineLucia da Silva cursou a Especiali-zação em Gestão de Organiza-ções de CT&I em Saúde e ingres-sou no mestrado em Política eGestão de CT&I em Saúde, quecomplementa a formação. No seuentendimento, a Escola foi umgrande ganho para a instituiçãoe para os profissionais, principal-mente da área de gestão.

“Os cursos têm cumprido oobjetivo de alinhar o conheci-mento dos analistas e de noscapacitar para atuarmos em con-junto com as áreas finalísticas,compreendendo de que manei-ra podemos ser mais eficientese eficazes nas respostas às de-mandas da instituição, do gover-no e da sociedade”. Elaine ex-plica que sua expectativa é con-seguir aplicar seus trabalhos deconclusão de curso, tanto da es-pecialização quanto do mestra-do, na própria unidade, com vis-tas a contribuir efetivamente paraa área de gestão do INCQS, emprol da instituição.

Outra iniciativa de 2017,com apoio da Escola, é o cursoForesight: métodos e aplicaçõesem ciência, tecnologia e inova-ção, que visa formar profissio-nais da instituição nas técnicase ferramentas dos estudos defuturo. O curso será gerenciadopelo Centro de Estudos Estraté-gicos da Fiocruz (CEE) e é frutode parceria com o Grupo deEstudos sobre Organização daPesquisa e da Inovação da Uni-versidade de Campinas (Geopi/Unicamp). O Foresight é uma

abordagem metodológica ado-tada por organizações de pes-quisa, governos e empresas emtodo o mundo, na produção deinformação qualificada paragestão estratégica e planeja-mento de longo prazo. Vale res-saltar que esta é uma primeiraação e que o CEE e a EscolaCorporativa pretendem oferecernovas oportunidades de apren-dizado no sentido de fomentara cultura de prospecção na Fio-cruz, fortalecendo assim umarede de profissionais atuantesem estudos de futuro.

Currículode peso

Além das ações iniciadasneste ano, relacionadas ao Pro-grama de Desenvolvimento Ge-rencial (PDG), a Escola Corpora-tiva já tem em seu portfólio ou-tros programas para o desenvol-vimento de competências críti-cas para a instituição, como oPrograma de Capacitação daQualidade e o Programa RH Es-tratégico. Outros estão em dis-cussão, como o Programa deGestão Hospitalar - alinhado àPolítica de Comunicação da Fio-cruz - e um programa para agestão de laboratórios e plata-formas tecnológicas. Vale desta-car ainda a consultoria para o de-senvolvimento de um PDG paraa Fiocruz Paraná, em alinhamen-to ao PDG Fiocruz.

A Escola Corporativa Fiocruztambém atua diretamente sobreas necessidades de cada unida-de da instituição que lhe consul-ta para desenvolver seus planosde capacitação de forma estra-tégica, avaliando as reais neces-sidades de cada uma e seus con-textos. Desde o lançamento daEscola, no prêmio de inovaçãona gestão, em outubro de 2015,a Escola já capacitou em tornode 350 servidores, com um totalde 1,2 mil participações em seuscursos e programas, e segue seestruturando para o alcance desua visão: “Ser reconhecida pe-los dirigentes e trabalhadores daFiocruz como o principal disposi-tivo organizacional para dar su-porte às estratégias da institui-ção e promover o crescimento ea valorização profissional dos seusservidores”.

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Por Eduardo Muller

m julho de 2016, a Fi-ocruz adotou o siste-ma de Assentamento

Funcional Digital (AFD) parao armazenamento de docu-mentos do seu quadro de ser-vidores. O trabalho é de res-ponsabilidade do Núcleo deArquivo da Coordenação-Ge-ral de Gestão de Pessoas(Narq/Cogepe) e pode seracessado pelas áreas de recur-sos humanos. A principal van-tagem desse sistema digital éa rapidez e a precisão no

E

Assentamento Funcional Digital avançaProjeto vai facilitar acesso rápido e preciso a informações dos trabalhadores

Por Carla Procópio

Seção de Expediçãoda Coordenação-Ge-ral de Administração

(Cogead) é a área responsá-vel pela coleta e entrega decorrespondências, encomen-das, processos e documentosna Fiocruz, além de executaros serviços postais vinculadosà ECT e fiscalizar o contratoque os Correios mantém jun-to à instituição. Localizada noprimeiro andar do Quinino, aSeção de Expedição é centrale trabalha em conjunto comas unidades que possuem seuspróprios contínuos.

Mala direta básica, car-tas (simples, registrada oucom Aviso de Recebimento –AR), Sedex, Sedex 10, Sedexpagamento na entrega, PAC,Sedex internacional (EMS),Sedex Mundi e Malote, sãoas modalidades de corres-pondências remetidas pelosCorreios por meio da Seçãode Expedição. Para que se-

jam enviadas no mesmo dia,é preciso que a entrega sejafeita até as 14h. Após estehorário, só serão enviadas nodia seguinte.

Serviçode malote

É o serviço de coleta, trans-porte e entrega de correspondên-cias agrupadas para interligar asunidades nos campi Fiocruz. Ofluxo operacional e de transpor-te do malote é o mesmo dequalquer remessa expressa, comprazos iguais aos do Sedex.

Não é permitido o enviode mercadorias, caixas, pere-cíveis ou qualquer substânciaque possa ocasionar a deteri-oração de objetos. Só é per-mitido o transporte de docu-mentos e processos. Os ma-lotes são enviados de acordocom o cronograma a seguir edevem ser entregues na Se-ção de Expedição até as 13h.

A

Conheça a Seção de Expedição da CogeadRecebimento eenvio de materiaisbiológicos/químicose mercadorias

As unidades que necessitamreceber e enviar materiais diver-sos devem fornecer uma decla-ração de que o material não éinfeccioso, radioativo, tóxico, in-flamável ou contagioso, além deum Termo de Responsabilidadepara transporte de material bio-lógico/químico para pesquisa ci-entífica e tecnológica. No entan-to, a Seção de Expedição nãopode receber material biológico/químico, seu envio deve seguir osprocedimentos descritos no POPde Biossegurança (link disponívelno site da Dirad).

Para mais informaçõesacesse as Normas de Funciona-mento da Seção de Expediçãodisponíveis para download nosite da Coordenação-Geral deAdministração (Cogead), emwww.dirad.fiocruz.br

acesso à documentação dosservidores. “Com o AFD con-seguimos realizar um prontoatendimento às demandas dosservidores e dos órgãos deacompanhamento e controledo governo”, afirma LucinaMatos, chefe do Núcleo deArquivo da Cogepe.

O prazo máximo para adigitalização do legado dedocumentos funcionais é de30 meses. Os novos servido-res já terão seus documen-tos cadastrados em formato

digital à medida que ingres-sarem na instituição. Atual-mente, o Narq está empe-nhado em criar rotinas de di-gitalização na Cogepe e nosSRH, “a partir do alinhamen-to de equipamentos e equi-pes para a atividade, quedeve ser absorvida como umaextensão do processo de ca-dastro”, explica Lucina.

O Narq iniciou reuniõesde trabalho com a equipe decadastro da Cogepe e, pos-teriormente, estenderá o flu-

xo de trabalho para os SRHdas unidades que possuíremestruturas mínimas para ab-sorverem a digitalização. Deacordo com Lucina, a dificul-dade em instalar o projeto emtodas as áreas da Fiocruzdeu-se pela mudança no es-copo do Ministério do Plane-jamento, Desenvolvimento eGestão, que retirou o subsí-dio financeiro. “Precisamospensar em uma forma deatender o AFD utilizando recur-sos próprios”, explica Lucina.

O que éO AFD é um dossiê em

mídia digital, composto pordocumentos funcionais, digi-tais ou digitalizados, conside-rado fonte primária das infor-mações dos servidores vincu-lados aos órgãos do Sistemade Pessoal Civil da Adminis-tração Federal (Sipec). Na prá-tica, significa providenciar edisponibilizar uma cópia ele-trônica de todos os documen-tos que compõem as pastasfuncionais dos servidores.

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m 24 de março de 1882foi descoberto pelomédico Robert Koch o

bacilo causador da tuberculose.Após 100 anos, a OrganizaçãoMundial da Saúde (OMS) esta-beleceu a data como o DiaMundial de Combate à Tuber-culose visando mobilizar a soci-edade contra a doença. Em2015, segundo a OMS, estima-se que houve 10,4 milhões denovos casos, sendo uma das dezprincipais causas de morte nomundo. Embora seja uma do-ença passível de ser prevenida,tratada e curada, ainda é umgrave problema de saúde públi-ca e que merece toda atenção.O acervo da VideoSaúde Distri-buidora da Fiocruz, hoje com-posto por mais de nove mil títu-los, guarda produções com di-ferentes abordagens sobre otema, mostrando que nunca édemais falar da tuberculose.

A taxa de crescimento denovos casos entre 1997 e 1999foi de 6% ao ano, sendo que80% foram concentrados em 22

E países, entre os quais o Brasil,que ocupava a 15ª posição. Nes-se cenário, o Centro de Refe-rência Professor Hélio Fraga e oPrograma de Controle da Tuber-culose (PCT) do Hospital de Cu-ricica (RJ), produziram Volta Lan-dico! – Histórias de luta contraa tuberculose (2000, 54min), deBreno Kuppermann. Ficcional-mente, o filme apresenta o diaa dia de profissionais de saúdeque atuam em Curicica, comu-nidade periférica do Rio de Ja-neiro, lidando com pacientes ediscutindo estratégias de com-bate à tuberculose. A história se-gue a partir do desaparecimen-to de Landico, portador de tu-berculose multirresistente capazde criar uma epidemia no bair-ro caso não retome o tratamen-to. No desenrolar, se esclarecemdúvidas quanto à causa, preven-ção e cura. As informações daprodução, inicialmente pensadapara ser parte do treinamentode equipes de saúde, contribu-em também com a sensibiliza-ção dos próprios pacientes e de

seus familiares quanto à neces-sidade do tratamento, já que oabandono, aliado ao diagnósti-co tardio, são os dois principaisobstáculos para o controle efe-tivo da doença.

A ONG Transformarte, en-gajada desde 2002 na luta con-tra a epidemia, criou a série Abreolho mundo, de Murilo Peixotoda Mota, com o lema Tubercu-lose é antiga, mas não é passa-do. São quatro episódios curtoscompostos por entrevistas comespecialistas, profissionais e pa-cientes que abordam os temasrelacionados à doença de formasimples e objetiva. O que é tu-berculose? (2007, 6min) traz asdúvidas mais comuns, comotransmissão, desenvolvimento,prevenção, tratamento, alémde chamar a atenção para a de-terminação social da doença.Tuberculose x Aids – Desafiospara a saúde pública (2007,10min) aborda a associaçãoentre tuberculose e Aids, pas-sando por assuntos como o es-tigma do doente, problemas no

atendimento público e estraté-gias de conscientização. Tuber-culose x SUS – E eu com isso?(2007, 13min) apresenta o his-tórico da doença no Brasil, in-vestimentos do Ministério daSaúde e soluções como moder-nização e ampliação de acessoao tratamento. O último episó-dio da série, Tuberculose e DOTS(2007, 7min), trata da estraté-gia do Tratamento Diretamen-te Observado (DOTS) e ressaltaa importância da humanizaçãono atendimento ao paciente.

Produção vencedora doEdital do Selo Fiocruz Vídeo2013, Diários de tuberculose –Epidemia oculta (2015, 50 min),de Andre Di Kabulla e Ieda Ro-zenfeld, viaja pelo Brasil parafazer um alerta: a epidemia detuberculose é um problema dedeterminado pelas precáriascondições de vida da populaçãomais pobre. Entre os relatos depacientes, ex-pacientes e profis-sionais de saúde acompanham-se os sintomas, formas de con-tágio e de tratamento.

Olhares sobre tuberculoseno acervo da VideoSaúde

Por Pâmela Liarena

Herança social (2016,20min), de Christian Jafas,também do Selo Fiocruz Ví-deo, é a mais recente produ-ção do acervo sobre o tema.Realizado pela VideoSaúdeem parceria com a Secretariade Vigilância em Saúde (SVS/MS), o documentário explicao porquê de a tuberculose serconsiderada hereditária paraalgumas pessoas. Entre ce-nas do presente e do passa-do de Manguinhos, periferiado Rio de Janeiro, profissio-nais e moradores contam ahistória da doença que afligeo território há décadas.

Todos os vídeos citados com-põem o acervo da VideoSaúdee estão disponíveis para emprés-timo ou cópia. Informações peloe-mail [email protected] pelos telefones (21) 3882-9109 e 2290-4745. Diários detuberculose – Epidemia ocultae Herança social também estãona íntegra no canal do Distribui-dora no YouTube e disponíveisem DVD na Editora Fiocruz.

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ais de 50% dos povosindígenas da AméricaLatina e Caribe vivem

em nosso território, e o Brasilé um dos únicos países no con-tinente americano a manterum subsistema de saúde espe-cífico para atender essa popu-lação. O Subsistema de Aten-ção à Saúde Indígena (SASI-SUS), criado em 1999, atendea especificidades socioculturaise geográficas na estruturaçãoe organização dos serviçosdestinados a estes grupos po-pulacionais.

Apesar deste avanço, opaís não desenvolve sistema-ticamente estudos que per-mitam conhecer os perfisepidemiológicos, obter indi-cadores de saúde e doençaque possam avaliar os servi-ços de saúde e planejar eestruturar ações de saúdedirecionadas aos grupos in-dígenas do país. Suprindoessa lacuna, entre 2013 e2016, o pesquisador RuiArantes, da Fiocruz MatoGrosso do Sul, desenvolveuum estudo para avaliar aprevalência das principaisdoenças bucais, cárie dentá-ria, doenças periodontais emá oclusão entre as quatromaiores etnias do MatoGrosso do Sul, os Kaiowá, osTerena, os Guarani e os Ka-

M diwéu que juntas somam99% da população indígenado estado.

Na pesquisa, realizadacom apoio do Conselho Naci-onal de Desenvolvimento Ci-entífico e Tecnológico (CNPq)e da Fundação de apoio aoDesenvolvimento do Ensino,Ciência e Tecnologia do Esta-do de Mato Grosso do Sul(Fundect), também foram co-letados dados sobre as condi-ções socioeconômicas (escola-ridade, renda, acesso a progra-mas sociais), utilização e aces-so a serviços de saúde, neces-sidades de tratamento, formasde autocuidado e auto percep-ção dos indígenas em relaçãoà saúde bucal.

Foram examinados 516indígenas Guarani, 611 Kaio-wá, 535 Terena e 168 Ka-diwéu nas idades de 5 anos,12 anos, 15 a 19 anos e 34 a44 anos, totalizando 1.662 in-divíduos. Os resultados do es-tudo mostram, apesar de osindígenas do Mato Grosso doSul apresentarem níveis mode-rados de cárie nas faixas etári-as mais jovens (5, 12 e 15 a19 anos), existem diferençassignificativas na prevalência decárie entre as etnias, sendo osTerena os mais afetados. Es-tas diferenças provavelmenteestão relacionadas a fatores

Saúde bucal dapopulação indígenaPesquisa da Fiocruz Mato Grosso do Sul avaliaprevalência de doenças em quatro etnias

socioeconômicos e culturais,que definem padrões de die-ta, de autocuidado com a saú-de, e também diferenças deacesso aos serviços de saúde.Entre os adultos (35 a 44 anos),a prevalência de cárie é ele-vada para todas as etnias, comgrande número de dentes per-didos e com elevada necessi-dade de próteses dentárias.

O estudo observou tam-bém uma associação entre ren-da e níveis de cárie nas crian-ças indígenas do Mato Grossodo Sul. As crianças pertencen-tes às famílias de menor ren-da, que possuem acesso aoPrograma Bolsa Família apre-sentaram maior prevalência decárie quando comparadas àscrianças pertencentes às famí-lias de maior renda que nãotinham acesso ao Programa.

A pesquisa possibilitou acapacitação dos profissionais(odontólogo e auxiliar de saúdebucal) que atuam no Subsiste-ma de Saúde Indígena do SUSna realização de levantamentosepidemiológicos em saúde bu-cal. Os resultados e informaçõessobre a saúde bucal decorren-tes do estudo deverão ser utili-zados no planejamento dos ser-viços e na formulação de novasestratégias de intervenção jun-to às comunidades indígenas doMato Grosso do Sul.

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Fotos: Rui Arantes

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ualquer profissionalque atua na área ci-entífica sabe a impor-

tância de firmar parcerias cominstituições internacionais. En-tretanto, quem já esteve àfrente de algum acordo decooperação também sabe queo caminho a ser percorrido atéque a parceria seja estabele-cida costuma ser difícil e tra-balhoso. Para facilitar esse pro-cesso, a diretoria do institutoRené Rachou (IRR/Fiocruz Mi-nas) criou recentemente umaComissão de Internacionaliza-ção. O grupo, formado porpesquisadores e profissionaisda área de gestão, tem comoprincipal objetivo identificaroportunidades de cooperaçãoe orientar os interessados emdesenvolver trabalhos com ins-tituições estrangeiras.

“O propósito da comissãoé institucionalizar as colabora-ções realizadas de forma pon-tual, no sentido de potencializaras oportunidades de coopera-ção e torná-las acessíveis paramais pesquisadores. A intençãoé fortalecer os laços com enti-

Q dades internacionais e deixarabertas as portas para outrasparcerias”, afirma o vice-diretorde pesquisa da Fiocruz Minas,Carlos Eduardo Calzavara.

Assim, os acordos firma-dos com instituições de outrospaíses passam a ser formaliza-dos por meio de documentosassinados pela presidente daFiocruz e pela autoridade má-xima da outra organizaçãoenvolvida, onde já constarãotodas as atividades que possamser feitas em conjunto - comoprojetos de pesquisa, seminá-rios, congressos, atividades deensino, intercâmbio de alunose de profissionais. O documen-to vai contemplar também ascondições determinadas pelasduas instituições.

“Cada cooperação forma-lizada tem um coordenador res-ponsável por prospectar as ati-vidades possíveis. Sempre quealguém identificar uma oportu-nidade, poderá procurar essecoordenador, que facilitará ocontato com a instituição”, ex-plica a pesquisadora RafaellaFortini, integrante da Comissão.

Um espaço virtual será cri-ado na intranet da unidade,onde serão concentrados ostermos de cooperação assina-dos, os contatos e editais aber-tos. Dessa forma, os pesquisa-dores poderão consultar paraavaliar as possibilidades.

“Às vezes, deixamos desubmeter projetos a editais in-ternacionais por falta de par-ceiros de países específicos.Nesse espaço, vamos concen-trar as chamadas e ainda asinstituições com que já man-temos contato”, destaca apesquisadora Marina Mourão,integrante do Comissão.

CooperaçõesEmbora a Comissão tenha

sido formalizada há pouco maisde um mês, iniciativas visandoinstitucionalizar as cooperaçõesestão acontecendo desde o anopassado. Fruto dessas ações éum acordo firmado com a Uni-versidade da Georgia (UGA),que, além de permitir o intercâm-bio de profissionais, já gerou maisde 20 projetos elaborados con-

Fiocruz Minas cria comissão parafortalecer parcerias internacionais

juntamente. Alguns já estão emandamento e outros estão aguar-dando respostas de editais.

“Os projetos são resultadode um workshop, realizado como apoio da Fundação de Ampa-ro à Pesquisa de Minas Gerais(Fapemig) em outubro de 2016,onde pesquisadores da FiocruzMinas e da Universidade daGeorgia puderam conhecer ostrabalhos realizados em cadauma das instituições”, contaRafaella, que, atualmente, fazparte do corpo docente da UGAcomo pesquisadora em doençasinfecciosas. Graças à parceria,além dela, mais seis pessoas doIRR (dois pesquisadores, dois dou-torandos e dois técnicos) fizeramintercâmbio na universidadeamericana. A Fiocruz Minastambém adicionou em seu qua-dro uma pesquisadora da Uni-versidade da Georgia que atua-rá como colaboradora.

Outra importante parceriafoi firmada recentemente coma Universidade de Nottingham,da Inglaterra. O acordo, queteve início a partir de um estu-do voltado para a esquistosso-

mose, possibilitará o envio dedois alunos da Fiocruz Minasanualmente para a Nottin-gham, durante um período dequatro anos. No momento, trêsestudantes da unidade estãoatuando em Nottingham.

“Outras propostas de tra-balho com a universidade jáestão em andamento. No mêsde março, recebemos a pesqui-sadora Janet Daly e o respon-sável pela área de Relações In-ternacionais, Maeve Fitzpatrick,para discussão de perspectivasde cooperação”, afirma Mari-na. Também já está previstopara o mês de setembro umworkshop com o apoio da Fa-pemig que, assim como foi fei-to com a UGA, terá o objetivode estreitar os laços entre ospesquisadores das duas institui-ções e alinhar novas possibili-dades de cooperação.

Além de viabilizar financia-mentos, os acordos também po-dem facilitar a transferência deamostras e tecnologia. Mais in-formações sobre a Comissão deInternacionalização da FiocruzMinas: [email protected].

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dificuldade de aces-so às artes e à mú-sica clássica, em

particular, é uma das tantasmarcas das desigualdades so-ciais, especialmente para amaioria da população de mu-nicípios distantes das capitaisou grandes centros urbanos dopaís. Por esta razão, o FórumItaboraí, programa da Presi-dência da Fiocruz em Petró-polis, iniciou um novo proje-to: o Concertos na Fiocruz.

Estimulado pela coopera-ção entre o Fórum Itaboraí e aEscola Nacional de Música daUniversidade Federal do rio deJaneiro (UFRJ), o Concertos naFiocruz oferece apresentaçõesmensais e gratuitas de músicaclássica, que acontecem sem-pre no último sábado de cadamês, às 14h. No evento, se

Projeto Concertos na Fiocruz se consolida no Palácio Itaboraí, em Petrópolis

Música clássica para todosapresentam solistas, duos oupequenos conjuntos profissio-nais com as mais variadas com-posições do gênero, do barro-co ao contemporâneo.

“O objetivo principal épromover a saúde mediantea inserção social através dademocratização do acesso àmúsica clássica e, como metacomplementar, oferecer umnovo espaço de divulgação damúsica erudita em Petrópo-lis”, afirma Felix Rosenberg,diretor do Fórum Itaboraí eidealizador da iniciativa.

A ideia deu certo. Compouco mais de seis meses deatividades e seguindo parasua sexta edição, o projetosuperou todas as previsões ese consolidou rapidamentecomo uma referência no ce-nário cultural de Petrópolis.

APor Luiz Pistone

Quem se interessarpelo Concertos naFiocruz ou quiserconhecer outros

projetos do FórumItaboraí podeacessar o site

www.forumitaborai.fiocruz.brou a páginano Facebook

www.facebook.com/forumitaborai.

Os concertos já levaram aopequeno auditório do PalácioItaboraí um público superiora 250 pessoas de diversasidades e círculos sociais, quepuderam apreciar as apre-sentações de grupos reco-nhecidos como o Quarteto Ui-rapuru, o Quinteto Carioca eo Duo búlgaro Sófia.

ano começou bem para a Fio-cruz nas mídias sociais. O per-fil da Agência Fiocruz de Notí-

cias (AFN/Fiocruz) no Twitter e a páginada Fiocruz no Facebook alcançaram, emabril e maio deste ano, respectivamente,a marca de 100 mil seguidores. Os te-mas que mais se destacaram ao longodo primeiro semestre de 2017 foram va-riados, o que mostra que temos conse-guindo levar à população a diversidadede atuação da Fiocruz.

No Facebook e no YouTube, os as-suntos que mais viralizaram foram orien-tações sobre a vacinação contra febreamarela. No Twitter da Fiocruz, o desta-que foi para uma nota oficial que escla-recia boatos sobre o ‘mal da vaca louca’e, no Twitter da AFN, o tweet com maiornúmero de impressões abordou uma en-trevista com um pediatra sobre os cuida-dos com as crianças durante o verão. NoInstagram, a foto mais ‘curtida’ foi a deuma campanha de valorização do SUSpromovida pela Fiocruz Brasília, Fiocruz éSUS!. Confira os destaques da Fundaçãonas mídias sociais e seus números.

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Fotos: AcervoFórum Itaboraí

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Por Daniela Muzi

iscutir a agroecologiavem ao encontro dis-so tudo, da gente re-

fletir e pensar o que a gentepode fazer para que mudemessas relações, que é umamudança cultural que temque acontecer, porque a cul-tura é algo que se constrói. Efoi construída toda uma cul-tura de exploração, de explo-rar as mulheres, de explorara terra, de explorar a nature-za”, reflete Izanete Colla,camponesa, da ComunidadeSão Francisco do Planalto, em

Ibiaçá, Rio Grande do Sul.Quatro mulheres, quatro his-tórias de luta, de esperança,de feminismo e agroecologiaestão em As sementes (2015,30 min), documentário deBeto Novaes e Cleisson Vidal,lançado em dezembro de2016 pelo Selo Fiocruz Vídeo.

Neneide fala sobre empo-deramento feminino e comoseu grupo Mulheres Decididasa Vencer passou a trabalharcom abelhas num assenta-mento na caatinga no RioGrande do Norte. Izanete re-

siste ao agronegócio que ocu-pa extensas terras no RioGrande do Sul, onde produzum leite ecológico e pães paraa merenda escolar. Para Efi-gênia, horta é terapia e o tra-balho na roça em Minas Ge-rais, independência. Mariados Santos recorda lutas pelaposse da terra, igualdade degênero e desnutrição nas áre-as quilombolas na Bahia.

O filme foi inspirado no li-vro Mulheres e Agroecologia:transformando o campo, as flo-restas e as pessoas, que sur-

Os filmes estarão disponíveis na livraria virtual da Editora Fiocruz (www.livrariaeditorafiocruz.com.br)e podem ser encontrados, na íntegra, no canal do YouTube da VideoSaúde (www.youtube.com/videosaudefio)

Sementes de mudança e de esperançagiu a partir da tese dedoutorado de EmmaSilliprandi, doutora emDesenvolvimento Sus-tentável pela Universi-dade de Brasília (UnB).Os diretores, que atu-am juntos em outrasproduções, vêm desen-volvendo uma série defilmes em articulaçãocom movimentos soci-ais, aproximando o co-nhecimento científicoda sociedade atravésdo audiovisual.

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s casos de febre amarela em Minas Gerais despertaram na população uma série de dúvidassobre a doença. O Sistema Único de Saúde oferta uma vacina contra a Febre Amarelaaltamente segura e eficaz e é essa a melhor forma de prevenção. Para saber se você precisa

tomar a vacina ou não, confira as orientações do Ministério da Saúde.

Febre amarelaSaiba se você precisa ou não tomar a vacina

OComo a doença é transmitida?

Atualmente, no Brasil só há casos de febre amarelasilvestre. A doença não é contagiosa, ou seja, nãohá transmissão de pessoa a pessoa. É transmitidasomente pela picada de mosquitos infectados como vírus.

A vacina da febre amarela é eficaz?

A vacina é a melhor forma de prevenção, com efi-cácia comprovada de mais de 95%. A vacina é pro-duzida pela Fiocruz, por meio do Instituto de Tecno-logia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) e ofer-tada pelo SUS.

Quem deve tomar a vacina?

Precisam se imunizar crianças a partir de 9 me-ses e adultos até 59 anos, que residem ou sedeslocam para os municípios que compõem aÁrea com Recomendação de Vacina. A popula-ção que não vive na área de recomendação, ounão vai se dirigir a essas áreas, não precisa bus-car a vacinação neste momento.

Para quem a vacina não é indicada?

Crianças menores de 6 meses, idosos acima dos60 anos; gestantes; mulheres que amamentamcrianças de até 6 meses; pacientes em tratamentode câncer; e pessoas imunodeprimidas devemprocurar o seu médico. Ele irá avaliar o benefícioda vacinação e os riscos de eventos adversos.Pessoas alérgicas a substâncias presentes na va-cina (ovo de galinha e seus derivados, gelatina eoutros produtos que contêm proteína animal bo-vina) também devem buscar orientação de umprofissional de saúde.

Qual é a principal mudança no número de do-ses de vacinas que as pessoas devem tomar paraprevenir a febre amarela?

A população não precisará mais tomar duas dosesda vacina de febre amarela para ficar imunizadapara toda a vida contra a doença. Uma única doseda vacina será suficiente para isso.

Já tomei uma dose da vacina anterior à mudan-ça. Preciso tomar outra dose agora?

Não. O que muda é que antes a população era ori-entada a tomar um reforço da vacina. Agora, o Mi-nistério da Saúde recomenda apenas uma dose aolongo da vida.

Tomei a primeira dose que estava no esque-ma anterior. Estou imunizado ou precisocompletar o esquema vacinal anterior queera de duas doses?

O que foi retirado do esquema vacinal anterior éjustamente a segunda dose, considerada como re-forço para a imunização. Se você tomou apenas umadose da vacina, passará a estar com o esquema com-pleto e não precisa mais tomar essa segunda dose.A vacina mudou? Como saber se estou tomando éa nova dose ou a que estava no esquema anterior?A vacina não mudou. É importante entender que avacina do esquema anterior é exatamente a mes-ma que está disponível agora. Apenas mudou onúmero de doses necessárias para garantir a imuni-zação contra a febre amarela. O Ministério da Saú-de adotou a recomendação da OMS, que indica queapenas uma dose da vacina é necessária para pre-venir contra a febre amarela.

Que estados brasileiros exigem a vacinação con-tra febre amarela?

A vacinação de rotina para febre amarela é oferta-da em 19 estados (Acre, Amazonas, Amapá, Pará,Rondônia, Roraima, Tocantins, Distrito Federal, Goi-ás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bahia, Mara-nhão, Piauí, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, RioGrande do Sul e Santa Catarina) com recomenda-ção para imunização.Na Bahia, Piauí, São Paulo, Paraná, Rio Grande doSul e Santa Catarina, a vacinação não ocorre emtodos os municípios. Além das áreas com recomen-dação, neste momento, também está sendo vaci-nada de forma escalonada a população do Rio deJaneiro e Espírito Santo.

Não moro na área de recomendação da vacina.Preciso me vacinar?

Apenas se for viajar para a área recomendada peloMinistério da Saúde. Caso você nunca tenha sevacinado e for para área recomendada, vacine-se dez dias antes de viajar.

E para quem perdeu o cartão de vacinação enão tem conhecimento da própria situaçãovacinal, qual a orientação?

Quem perdeu o cartão de vacinação deve pro-curar o serviço de saúde que costuma frequen-tar e tentar resgatar o histórico. Caso isso nãoseja possível, a recomendação é se vacinar.

No caso das crianças que vão iniciar a vacina-ção, existe algum risco em receber a vacina con-tra a febre amarela junto com outras?

A vacina para febre amarela não deve ser aplicadaao mesmo tempo que a vacina tríplice viral (queprotege contra sarampo, rubéola e caxumba) ou te-tra viral (que protege contra sarampo, rubéola, ca-xumba e varicela).

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