ANAIS DO SEXTO CONGRESSO LATINO- AMERICANO DA CON STRUÇÃO METÁLICA (CONSTRUMETAL 2014) 02 a 04 setembro de 2014EDUARDO DE MORAIS BARRETO CAMPELLO (Org)
AMERICANO DA CONSTRUÇÃO
METÁLICA (CONSTRUMETAL 2014)
ANAIS DO SEXTO CONGRESSO LATINO- AMERICANO DA
CONSTRUÇÃO
METÁLICA (CONSTRUMETAL 2014)
SÃO PAULO
(Maurício Amormino Júnior, CRB6/2422)
C749a Congresso Latino-Americano da Construção Metálica (6. : 2014
: São Paulo)
Anais do 6º Congresso Latino-Americano da Construção Metálica
(Construmetal) / VI Congresso Latino-Americano da Construção
Metálica, 02-04 setembro 2014, São Paulo, Brasil ; organizador
Eduardo de Morais Barreto Campello. –São Paulo: ABCEM,
2014.
PDF
1. Aço - Estruturas - Congressos. 2. Construção metálica -
Congressos. I. Campello, Eduardo de Morais Barreto. II.
Título.
CDD-624.1821
Paulo Ricardo de Barros Mendes
Congresso Latino-Americano da Construção Metálica
Construmetal 2014
ABCEM –Associação Brasileira da Construção
Metálica
Av. Brig. Faria Lima, 1931 - 9º Andar - 01451.917 –São Paulo,
SP –Brasil
ANAIS DO SEXTO CONGRESSO LATINO- AMERICANO DA
CONSTRUÇÃO
METÁLICA (CONSTRUMETAL 2014)
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA CONSTRUÇÃO METÁLICA
SÃO PAULO
Índice:
Apresentação 1
Parte 1. Coberturas e Fechamentos – Materiais, Tecnologia e Projeto
3
ESTRUTURA PARA ENGRADAMENTO DE TELHADOS DE RESIDÊNCIAS COM SISTEMA
LIGHT STEEL FRAMING - Alexandre Kokke Santiago; Maíra Neves
Rodrigues; Francisco Carlos Rodrigues
4
OS SISTEMAS DE COBERTURAS E FECHAMENTOS QUE FORMAM A MODERNA
ARQUITETURA EM AÇO - Eduardo Munhoz de Lima Castro
17
AVALIAÇÃO ESTRUTURAL DE PAINÉIS DE FACHADA LEVE PARA
EDIFÍCIOS DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS COM MODELAGEM NUMÉRICA - Thiago
Salaberga Barreiros; Alex Sander Clemente de Souza
32
ESTUDO TEÓRICO-EXPERIMENTAL SOBRE A ESTABILIDADE ESTRUTURAL DE
PAINÉIS DE CISALHAMENTO (“SHEAR WALL”) DO SISTEMA CONSTRUTIVO LIGHT
STEEL FRAMING - Sabrina Moreira Villela; Francisco Carlos
Rodrigues; Rodrigo Barreto Caldas
56
SISTEMAS MODULARES EM AÇO: A SOLUÇÃO PARA O PROBLEMA HABITACIONAL -
Mario Aparicio; Juan José Zubia Soldevilla; Estibaliz
Bengoetxea
71
Parte 3. Estruturas de Aço e Mistas de Aço e Concreto 87
AÇÕES DINÂMICAS PRODUZIDAS PELO VENTO NO PROJETO DE
ESTRUTURAS DE AÇO - Diogo Wellington Cappellesso dos Santos;
Zacarias Martin Chamberlain Pravia
88
ANÁLISE DE ELEMENTOS FINITOS PARA REFORÇOS ESTRUTURAIS
METÁLICOS EM PONTES FERROVIÁRIAS DE CONCRETO ARMADO - Carlos
Alberto Medeiros
109
ANÁLISE DINÂMICA DE ESTRUTURAS DE AÇO SUPORTES DE MÁQUINAS
ROTATIVAS - Rafael Marin Ferro; Walnório Graça; Ferreira Adenilcia
Fernanda Grobério Calenzani
129
ANÁLISE NUMÉRICA DO COMPORTAMENTO ESTRUTURAL DE CONECTORES DE
CISALHAMENTO TIPO CRESTBOND - Ciro Maestre Dutra; Gustavo de Souza
Veríssimo; José Carlos Lopes Ribeiro; José Luiz Rangel Paes
148
ANÁLISE ESTRUTURAL DA PROPAGAÇÃO MECÂNICA DE TRINCAS EM UMA
VIGA DA ESTRUTURA DO FORNO DE REAQUECIMENTO - Leonardo Carneiro
Vianna Schettini; Gabriel de Oliveira Ribeiro; Vicente Aleixo
Pinheiro Ribeiro
173
AVALIAÇÃO DE MÉTODOS NUMÉRICOS DE ANÁLISE LINEAR DE
ESTABILIDADE PARA PERFIS DE AÇO FORMADOS A FRIO - Débora Coting
Braga; Eduardo M. B. Campello
193
CÁLCULO DOS DESLOCAMENTOS EM VIGAS DE AÇO COM ABERTURAS NA
ALMA - José Carlos Lopes Ribeiro; Gustavo de Souza Veríssimo;
José Luiz Rangel Paes; Ricardo Hallal Fakury
212
CONECTORES DE CISALHAMENTO CONSTITUÍDOS POR PARAFUSO E REBITE
TUBULAR COM ROSCA INTERNA EM PILARES MISTOS DE AÇO E CONCRETO COM
PERFIS FORMADOS A FRIO - Hermano de Sousa Cardoso; Francisco Carlos
Rodrigues; Ricardo Hallal Fakury; Rodrigo Barreto Caldas; Ivan
Candelma
222
FERRAMENTA COMPUTACIONAL PARA O LANÇAMENTO DE ESTRUTURAS E
PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE SEUS ELEMENTOS ESTRUTURAIS EM AÇO -
Priscilla I. S. Ribeiro; Adenilcia F. G. Calenzani; Augusto
Alvarenga; Walnório Graça Ferreira
243
INTERVENÇÃO EM EDIFÍCIOS HISTÓRICOS COM A UTILIZAÇÃO DE ESTRUTURA
METÁLICA: ESTUDO DE CASO ARMAZÉM 09 – RECIFE/PE - Bianca Mendes
Carneiro Viniski; José Wanderley Pinto; Sérgio José Priori Jovino
Marques Filho
262
MODELO NUMÉRICO PARA AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE VIGAS
ALVEOLARES MISTAS DE AÇO E CONCRETO - André Barbosa
Gonçalves; Giuliana de Angelo Ferrari; Washington Batista Vieira;
José Luiz Rangel Paes; Gustavo de Souza Veríssimo; José Carlos
Lopes Ribeiro
280
O USO DAS PROPRIEDADES DE VIBRAÇÃO (PERÍODO NATURAL) PARA 297
AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DE SEGUNDA ORDEM EM ESTRUTURAS DE AÇO -
Ricardo Ficanha; Zacarias Martin Chamberlain Pravia
OBTENÇÃO DE COEFICIENTES AERODINÂMICOS ATRAVÉS DE MECÂNICA 308
COMPUTACIONAL DE FLUIDOS PARA DETERMINAÇÃO DE AÇÕES EM EDIFICAÇÕES
DEVIDAS AO VENTO - Anderson Guerra; Zacarias M. Chamberlain
Pravia
Parte 4. Estruturas de Aço em Situação de Incêndio 328
DESEMPENHO DE EDIFÍCIO HABITACIONAL DE INTERESSE SOCIAL 329
INDUSTRIALIZADO EM AÇO EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO - Humberto Napoli
Bellei; Roberto Inaba; Mauri Resende Vargas
EQUIVALÊNCIA ENTRE INCÊNDIO-PADRÃO E CURVAS PARAMÉTRICAS 334
APLICADOS A ESTRUTURAS DE AÇO - Arthur Ribeiro Melão; Valdir
Pignatta Silva
ESTUDO TEÓRICO DA FLAMBAGEM DISTORCIONAL DE PERFIS U 354 ENRIJECIDO
EM TEMPERATURA ELEVADA - Armando Aguiar de Souza Cruz Neto;
Possidonio Dantas de Almeida Neto; Rodrigo Barreto Caldas;
Francisco Carlos Rodrigues
VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DE COLUNAS DE PÓRTICOS METÁLICOS 369 NÃO
CONTRAVENTADOS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO - Thiago Silva; Paulo Vila
Real; Nuno Lopes; Carlos Couto; Luciano Mendes Bezerra
Parte 5. Ligações – Concepção, Projeto e Elementos de Fixação
385
COMPARAÇÃO DA TAXA DE DEPOSIÇÃO E EFICIÊNCIA DE DEPOSIÇÃO 386 ENTRE
OS CONSUMÍVEIS E71T-1C E ER70S-6 - Mauro Apolinário da Luz; Jaime
Casanova Soeiro Junior; Sérgio Duarte Brandi
DIAFRAGMAS EXTERNOS NAS LIGAÇÕES ENTRE VIGA DE SEÇÃO I E PILAR 397
TUBULAR DE SEÇÃO CIRCULAR - Felipe Botelho Coutinho; Macksuel
Soares Azevedo; Walnório Graça Ferreira
DIMENSIONAMENTO AUTOMATIZADO DE LIGAÇÕES VIGA-PILAR - Gustavo 410
Henrique Ferreira Cavalcante; José Denis Gomes Lima da Silva;
Luciano Barbosa dos Santos
DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE LIGAÇÕES SEMIRRÍGIDAS DE PÓRTICOS DE AÇO –
MODELO “PÓRTICO AUXILIAR” - Gines Arturo Santos Falcón; Pascual
Martí Montrull
432
RIGIDEZ DE LIGAÇÕES FLEXÍVEIS VIGA-COLUNA DO TIPO DUPLA CANTONEIRA
- Daniel Borges de Freitas; Fabio Goedel; Zacarias Martin
Chamberlain Pravia
454
Parte 6. Projeto – Arquitetura e Engenharia 472
DESENVOLVIMENTO DE DIRETRIZES PARA PROJETO DE EDIFICAÇÕES PARA FINS
DIDÁTICOS COM SISTEMA ESTRUTURAL CONSTRUTIVO MODULAR EM AÇO - Maria
Emília Penazzi; Alex Sander Clemente de Souza
473
IDENTIFICAÇÃO DE PRÁTICAS DE ENGENHARIA SIMULTÂNEA EM EDIFÍCIOS
ESTRUTURADOS EM AÇO - Silvia Scalzo Cardoso; Maria Alice
Gonzales
488
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM EDIFICAÇÕES COM ESTRUTURAS DE
AÇO EM PRESIDENTE PRUDENTE - Thais da Silva Santos; Nayra
Yumi Tsutsumoto; Cesar Fabiano Fioriti
502
POSSIBILIDADES DE LAYOUT COM ESTRUTURAS DE AÇO EM EDIFÍCIOS
RESIDENCIAIS VERTICAIS DE MÉDIO PADRÃO DE PRESIDENTE PRUDENTE -
Nayra Yumi Tsutsumoto; Thais da Silva Santos; Cesar Fabiano
Fioriti
515
PROCESSO ITERATIVO DE DESIGN PARAMÉTRICO E ANÁLISE ESTRUTURAL
APLICADO AO DESENVOLVIMENTO DE ESTRUTURA PARA TORRE DE ENERGIA
EÓLICA - Marina Ferreira Borges; Ricardo Hallal Fakury;
Afonso Henrique Mascarenhas de Araújo
532
SUBSÍDIOS PARA O PROJETO ESTRUTURAL DE TORRES DE TRANSMISSÃO DE
ENERGIA - Vanessa Vanin; Zacarias Martin Chamberlain Pravia
547
TORRE DE TRANSMISSÃO: NOVO DESIGN E OS DESAFIOS DA INSERÇÃO NO
CONTEXTO URBANO - Karine Murta Elias; Ricardo Hallal Fakury; Carlos
Roberto Gontijo; Afonso Henrique Mascarenhas de Araújo
575
Parte 7. Proteção das Estruturas - Tratamento de Superfície e
Pintura 585
AS VANTAGENS E APLICAÇÕES DO SISTEMA DUPLEX - Luiza Abdala
586
594HIGH PERFORMANCE GREEN COATING - Ashraf Wassef
Realizado bianualmente pela ABCEM (Associação Brasileira da
Construção Metálica) desde
2004, e contando com o apoio do CBCA (Centro Brasileiro da
Construção do Aço), do Instituto
Aço Brasil, do AISC (American Institute of Steel Construction), da
Alacero (Asociación Latino
Americana del Acero), do INDA (Instituto Nacional dos
Distribuidores de Aço) e da AARS
(Associação do Aço do Rio Grande do Sul), o Congresso
Latino-Americano da Construção
Metálica (CONSTRUMETAL) tem a finalidade de promover e divulgar os
principais avanços
tecnológicos da indústria da construção em aço e também a sua
importância e potencialidade
como solução de alta qualidade no contexto moderno da engenharia
industrializada e
sustentável.
Já consagrado como o maior evento da construção metálica na América
Latina, nessa sua sexta
edição o Construmetal contou pela primeira vez com um Comitê
Tecnocientífico para
organizar as Sessões Tecnocientíficas. O objetivo foi conferir novo
escopo às Sessões e com
isso prover aos meios técnico e científico latino-americanos
ligados ao uso do aço como
material estrutural um fórum específico de alto nível para
discussão e disseminação de novas
tecnologias relacionadas à área. O Comitê contou com a participação
de renomados
pesquisadores de todo o Brasil, além do apoio institucional da
Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo – que, também pela primeira vez, foi
apoiadora do congresso.
Curiosamente, até a presente data não existia na América Latina um
congresso específico do
aço que fosse ao mesmo tempo técnico e científico, embora nos
últimos anos as estruturas de
aço tenham ganhado enorme destaque e relevância no cenário
subcontinental da engenharia
civil e da arquitetura. Na região, existem congressos
tecnocientíficos consolidados (e até
mesmo já tradicionais) voltados ao uso do concreto como material
estrutural, mas nenhum
que seja específico do aço com esse mesmo perfil. Assim, nessa
sexta edição do Construmetal,
esperamos estar dando o primeiro passo na direção de preencher essa
lacuna e fazer desse
“o” congresso tecnocientífico do aço (relacionado à construção
civil) no Brasil e na América
Latina. Parabenizo a ABCEM por essa importante iniciativa. Agradeço
à Catia Mac Cord, ao
Sidnei Palatnik e à Patrícia Davidsohn por toda a dedicação na
organização do congresso. E
agradeço em especial o valiosíssimo esforço de todos os membros do
Comitê Tecnocientífico,
sem os quais a organização desses Anais – e também das
próprias Sessões – teria sido
impossível.
Eduardo M. B. Campello, Prof. Dr.
Presidente da Comissão Organizadora e do Comitê Tecnocientífico do
Construmetal 2014
São Paulo, 2 a 4 de setembro de 2014
Realização
Comissão Organizadora
Luiz Carlos Caggiano Santos (ABCEM)
Pedro Wellington G. N. Teixeira (Escola Politécnica da
USP)
Valdir Pignatta e Silva (Escola Politécnica da USP)
Patrícia Davidsohn (ABCEM)
Bernardo Horowitz (UFPE)
Eduardo Batista (UFRJ)
Fabio Domingos Pannoni (Gerdau)
Francisco Carlos Rodrigues (UFMG)
Julio Fruchtengarten (USP)
Leandro Palermo (UNICAMP)
Ricardo A. M. Silveira (UFOP)
Ricardo Hallal Fakury (UFMG)
Zacarias Chamberlain (UPF)
CONSTRUMETAL 2014
Contribuições Tecnocientíficas
Parte 1
ESTRUTURA PARA ENGRADAMENTO DE TELHADOS DE RESIDÊNCIAS COM
SISTEMA
LIGHT STEEL FRAMING
Alexandre Kokke Santiago 1
Maíra Neves Rodrigues 2
Francisco Carlos Rodrigues 3
Resumo A utilização de engradamentos metálicos para estruturação de
telhados de edificações é prática consagrada na construção civil
brasileira, face às grandes vantagens deste material, como leveza,
versatilidade, capacidade de vencer grandes vãos, qualidade e
disponibilidade de matéria-prima. No caso específico de
residências, nota-se a concorrência com estruturas de madeira, que
são cada vez menos comuns e mais onerosas pela menor
disponibilidade de matéria-prima aprovada. Percebe-se ainda que o
emprego de estruturas de aço neste segmento é marcado pelo uso de
barras metálicas cortadas e soldadas in loco, em processo
artesanal, com baixa produtividade e qualidade, além de elevado
desperdício. O presente artigo demonstra a possibilidade de
produção e utilização de engradamentos metálicos montados no
sistema Light Steel Framing (LSF) para uso em residências em
alvenaria convencional. A solução em LSF emprega aços galvanizados
e permite que a estrutura de cobertura seja pré-montada em
indústria, com maior controle e produtividade, e depois montada em
canteiro com grande eficiência, rapidez, sem improvisações e com
custo competitivo. São apresentadas no artigo experiências práticas
de utilização do sistema para coberturas de residências, suas
vantagens e limitações, além de ensaio realizado para validação da
solução frente às normas pertinentes.
Palavras-chave: Engradamento metálico de telhados; Light Steel
Framing (LSF), Estruturas metálicas
ROOF STRUCTURES FOR RESIDENTIAL CONSTRUTION USING LIGHT STEEL
FRAMING
SYSTEM.
Abstract The use of light steel roof framing in buildings is a
common practice in the Brazilian civil construction due to the
great advantages of this material, such as lightness, versatility,
large spans, quality and availability of raw materials. Regarding
specifically residential construction,
1 Arquiteto e Urbanista UFMG, MSc. Engenharia Civil UFOP, Professor
Associado IET UNI-BH, Sócio da Construseco Construtora, Belo
Horizonte, MG 2 Arquiteta e Urbanista UFV, MSc. Engenharia de
Estruturas UFMG, Professora Associada IET UNI-BH, Gestora de
P&D da Flasan, Belo Horizonte, MG 3 Professor Doutor, Professor
Titular do Departamento de Engenharia de Estruturas da Escola de
Engenharia da UFMG, Belo Horizonte, MG
* Contribuição técnica ao Construmetal 2014 – Congresso
Latino-Americano da Construção
Metálica – 02 a 04 de setembro de 2014, São Paulo, SP,
Brasil.
1
it can be observed the competition of wood structures, which are
becoming less common and more expensive due to the decreasing
availability of approved raw materials. It can be noticed that the
use of steel structures for roof structures is marked by low
quality and efficiency, as well as high wastage due to the
handcrafted process of cutting and welding pieces on site. This
paper demonstrates the possibility of producing and using Light
Steel Framing (LSF) system for roof structures of houses built in
conventional masonry. LSF solution uses galvanized steel allowing
pre-assembly of the roof structure in the factory, with greater
accuracy and productivity, and then mounting it on construction
site with efficiency, speed, competitive costs and without
improvisation. This article presents practical experiences of using
this system for residential roofs, its advantages and limitations,
as well as performance test to validate the solution for relevant
Standards requirements.
Keywords: Metal Roof Structure; Light Steel Framing (LSF); Metal
structure
1 INTRODUÇÃO
A utilização de telhados aparentes, com os mais diversos tipos de
telhas, é prática comum em residências na arquitetura brasileira,
desde as tradicionais casas coloniais até a arquitetura
contemporânea. Os sistemas tradicionais de engradamento para
telhados de residências são executados com estruturas de madeira,
sejam elas compostas por tesouras que vencem o vão livre dos
espaços construídos ou apoiadas sobre lajes de concreto com uso de
pontaletes. Entretanto, em função do maior controle existente hoje
sobre a produção e o manejo adequados de madeira controlada e os
aumentos recentes no custo da mão de obra, houve grande acréscimo
no custo final da utilização de estruturas de madeira em
telhados.
As soluções de estruturas em aço para a execução de engradamentos
metálicos são uma alternativa bastante aceita no mercado da
construção civil brasileira para substituição das estruturas de
madeira. As grandes vantagens do material, como leveza estrutural,
versatilidade, capacidade de vencer grandes vãos, facilidade de
montagem e manuseio, além da qualidade, disponibilidade e controle
da matéria prima são pontos favoráveis a este tipo de solução.
Porém, percebe-se que a maioria das estruturas de aço montadas como
engradamentos metálicos são executadas a partir de barras metálicas
cortadas e soldadas in
loco, em processo artesanal, com baixa produtividade e qualidade,
além de elevado desperdício.
O desenvolvimento das soluções construtivas em aço alcança sua
melhor viabilidade técnica e econômica quando passa a utilizar
conceitos de industrialização. Há algumas experiências no Brasil de
sistemas de estruturas para telhados prontas, que entregam um
produto beneficiado que aumenta a produtividade ao tornar a
instalação da estrutura na obra um processo de montagem de
elementos pré-montados e planejados de forma eficiente.
Uma destas experiências é o sistema Usiteto, desenvolvido pela
Usiminas (Portal Metálica, 2014) [1], onde são utilizados perfis de
aço formados a frio, compondo pilares e engradamento do telhado
para execução de cobertura de casas térreas de 36m² e 42m². Este
sistema alia peças industrializadas e padronizadas, com encaixes
que permitem uma montagem rápida e com grande precisão (Figura 1).
Uma das desvantagens deste sistema é a utilização de pilares
2
metálicos, que poderiam ser suprimidos caso o telhado se apoiasse
sobre as paredes de alvenaria estrutural, tornando a solução mais
econômica.
Figura 1 –Estrutura Usiteto
Fonte: Portal Metálica, 2014 [1]
A alternativa em aço para execução de estrutura de telhados
proposta neste artigo utiliza o sistema Light Steel Framing (LSF)
buscando um conceito de solução que possa ser utilizado em
residências construídas em alvenaria estrutural convencional. A
solução em LSF proposta permite que a estrutura de cobertura seja
pré-montada em indústria, onde há maior controle e produtividade, e
depois montada em canteiro com grande eficiência, rapidez e sem
improvisações, com custo competitivo, tornando-se assim uma solução
bastante interessante para diversos segmentos da construção civil.
O sistema LSF permite diversas tipologias de montagem diferentes,
de acordo com a situação da obra, podendo tanto ser constituído de
tesouras convencionais quanto de painéis inclinados (Figura
2).
Figura 2 –Estruturas de telhado em Light Steel
Framing
Fonte: Santiago, Terni, Pianheri, 2009 [2]
3
2.1 Sistema Light Steel Framing
O Light Steel Framing é um sistema construtivo, geralmente
autoportante, composto por vários componentes industrializados que
possibilitam uma construção com grande rapidez de execução e
precisão.
O LSF se caracteriza por um esqueleto estrutural composto por
perfis leves de aço galvanizado formados a frio. Os perfis são
utilizados na composição de painéis estruturais de paredes, vigas
de piso, treliças, tesouras de telhado, entre outros componentes.
As montagens mais usuais de LSFutilizam combinações de seções
transversais “U” enrijecido (Ue) e“U” simples, mas há
sistemas de montagem que empregam apenas seções Ue (Figura 3). As
seções dos perfis Ue são, geralmente, 90x40x12 mm, 140x40x12 mm e
200x40x12 mm. Já os perfis U possuem seções de 90x40 mm, 140x40 mm
e 200x40 mm, padronizadas pela norma brasileira ABNT NBR 6355:2012
[3]. Podem ser utilizados perfis com outras seções, como
cantoneiras e perfis cartola, em função de necessidades específicas
de cada projeto ou aplicação do sistema (Freitas, Santiago, Crasto,
2012) [4].
Figura 3 –Detalhes da montagem de estruturas de Light Steel
Framing
Fonte: Flasan, 2014 [5]
A estrutura em LSF é montada a partir de perfis formados a frio em
aço galvanizado estrutural do tipo ZAR (Zincado de Alta
Resistência), cobertura de galvanização 180 g/m² (Z180),
resistência ao escoamento (fy) mínima de 230 MPa, conforme
requisitos da norma ABNT NBR 15253:2005 [6]. A espessura da chapa
de aço é geralmente igual a 0,80 mm, 0,95 mm ou 1,25 mm, sendo
determinada de acordo com o cálculo estrutural. Todas as ligações
entre elementos de LSF são realizadas com parafusos estruturais
autobrocantes, flangeados ou sextavados, em quantidade também
avaliada e definida em cálculo estrutural (Rodrigues, 2006)
[7].
2.2 Solução de engradamento em LSF para telhados
Para avaliação da viabilidade do uso de engradamento de LSF em
telhados, foi desenvolvido em 2011 pela empresa Flasan Soluções
para Construção a Seco, de Belo Horizonte, MG, um projeto de
estrutural para residências de 36m², com base no projeto
arquitetônico da casa padrão MG-80-I-2-36 da COHABMINAS (Companhia
de Habitação de Minas Gerais), utilizada
4
como referência nos projetos habitacionais naquele período
(COHABMINAS, 2007) [8]. Este telhado possui 2 águas iguais, e foi
pensado para uso de telhas cerâmicas, que tem sido a tipologia mais
adotada pelo órgão em seus projetos.
A solução de engradamento metálico de telhados utilizando o sistema
Light Steel Framing
desenvolvida e avaliada neste artigo tomou como premissa básica o
conceito de industrialização dos elementos da estrutura, de modo a
produzi-los em uma fábrica, onde são pré-montados com grande
precisão e controle, permitindo uma produtividade que dificilmente
é alcançada nas montagens em canteiro. As peças que compõem esta
estrutura, perfis e encaixes, são produzidos sob medida, de modo a
facilitar o trabalho do montador na fábrica e a minimizar o
desperdício de matérias primas.
O sistema é composto por painéis inclinados que se apoiam nas
paredes em alvenaria estrutural na parte inferior, onde há também
um beiral de 50 cm em todo o perímetro da edificação. Na cumeeira,
há um sistema de pontaletes também apoiados na alvenaria, que
suportam a extremidade superior do painel em uma viga central.
Nesta viga há peças metálicas de articulação onde a extremidade
superior do painel inclinado é encaixada, de maneira a absorver
pequenas imperfeições na execução da alvenaria.
O sistema utiliza perfis tipo Ue com seção 90x40x12 mm para
composição dos caibros do painel inclinado, fixados entre si com
parafusos autobrocantes galvanizados e com espaçamento aproximado
de 800 mm. Sobre eles são instalados perfis tipo cartola, também em
aço galvanizado, espaçados conforme a galga da telha cerâmica a ser
utilizada. A cumeeira central é fabricada com perfis caixa
compostos por dois perfis Ue 140x40x12 mm e recebe as peças de
articulação, também em aço galvanizado (figura 4).
Figura 4 –Detalhes da montagem das peças padronizadas do
telhado de LSF
Fonte: Flasan, 2011 [9]
Este modelo padronizado de telhados foi submetido a avaliação
experimental de carregamento no Laboratório de Análise Experimental
de Estruturas, da Escola de Engenharia da UFMG (Rodrigues, 2011)
[10], onde foi avaliado seu comportamento e sua capacidade portante
frente as solicitações previstas. A descrição e os resultados deste
ensaio constam no item 3 deste artigo.
5
3 AVALIAÇÃO EXPERIMENTAL DO ENGRADAMENTO METÁLICO EM LSF
Com o objetivo de atestar o sistema de engradamento proposto, foi
realizada pela empresa Flasan, em parceria com o Laboratório de
Análise Experimental de Estruturas da UFMG [10], prova de carga em
protótipo com área equivalente a 36 m², adotando como referência a
casa padrão da COHABMINAS. O ensaio verificou os deslocamentos
limites e as forças resistentes da cumeeira, dos caibros e das
ripas e o comportamento das ligações entre caibros e
cumeeira.
A estrutura do engradamento ensaiado foi composta por viga da
cumeeira em perfil caixa formado por dois perfis Ue 140x40x12x0,95;
Caibros em perfil Ue 90x40x12x0,80, sendo que no apoio da cobertura
da varanda, o caibro é constituído por um perfil caixa formado por
dois perfis Ue 90x40x12x0,80; Ripas em perfil Cartola Cr
20x25x10x0,50; e ligações feitas por parafusos autrobrocantes e
autoatarraxantes. Todos os perfis foram fabricados em aço
ZAR230.
A Figura 5 mostra em diagrama unifilar os apoios dos elementos do
telhado na edificação, sendo a cumeeira do telhado apoiada nos
oitões e pontalete central, enquanto sete linhas de caibros
intermediários, com espaçamento de aproximadamente 815 mm, são
apoiados nas paredes laterais e na cumeeira e duas linhas apoiadas
sobre os oitões.
Figura 5 - Diagrama do engradamento ensaiado
Fonte: Rodrigues, 2011 [10]
As medições dos descolamentos da cumeeira, caibros e ripas foram
realizadas por relógios comparadores, com campo de medida de 50 mm,
como mostrado na Figura 6. A Figura 7 mostra os pontos de
localização das medições. Nas posições R1 a R11 foram registrados
os deslocamentos dos caibros e cumeeira, enquanto nas posições R’1
a R’7 realizaram-se medições para determinar os descolamentos das
ripas.
6
Figura 7 –Posições dos relógios comparadores. Fonte:
Rodrigues, 2011 [10]
De acordo com a ABNT NBR 14762:2010 [11], os descolamentos limites
de serviço são valores práticos utilizados para verificação no
dimensionamento e em ensaios com aplicação de cargas de serviço,
respeitando os Estados-Limites de Serviço (ELS) da estrutura
estudada. No entanto, no presente trabalho, o protótipo foi
submetido também às ações de carga para Estado-Limite Último (ELU),
utilizando coeficiente de ponderação para combinações normais e
peso próprio de elementos construtivos industrializados com adições
in loco, igual 1,4. Ou seja, a majoração das ações permanentes
ficou cerca de 40% acima das ações nominais. A Tabela 1 apresenta
os valores considerados para ELS e ELU neste ensaio.
7
Tabela 1 - Carregamentos adotados na projeção horizontal.
Inclinação do telhado = 35%.
Dimensionamento FG Peso da Telha
encharcada (kgf/m²) FQ2 -Sobrecarga
(kgf/m²) FQ1 - Carga de Vento
Estado Limite de Serviço 53,40 27,81 Desconsiderada por ser
favorável à segurança.Estado Limite Último γg=1,4 74,76 38,93
Fonte: Rodrigues, 2011 [10]
Os parâmetros para avaliação dos deslocamentos limites dos
elementos estruturais do telhado e a combinação de carregamento
foram definidos em acordo com o Anexo A da ABNT NBR 14762:2010
[11], como mostrado na Tabela 2.
Tabela 2: Deslocamentos Limites recomendados pela ABNT NBR
14762:2010 [11]
Descrição Deslocamentos
Seção Central L/180 2880 16,00
Caibros –
Ripas L/180 815 4,53
Para aplicação do carregamento no protótipo foram utilizados sacos
plásticos com 20 kg de areia cada, pesados em balança digital
calibrada. O carregamento para o Estado-Limite de Serviço,
determinado pelo peso próprio da telha e sobrecarga, foi de 81,21
kg/m², e para Estado Limite Último, 113,69 kg/m²
Os deslocamentos foram medidos em 2 etapas em cada posição dos
relógios comparadores, sendo a Etapa 1 com carregamento para a
condição de serviço e a Etapa 2 para a condição de estado
último.
Figura 8 - Carregamento de sacos com 20 kg de areia –Caibros e
Cumeeira
Fontes: Rodrigues, 2011 [10]
Figura 9 - Carregamento de sacos com 20 kg de
areia –Ripas
Fontes: Rodrigues, 2011 [10]
Nas figuras 8 e 9, nota-se também as telhas de aço, que foram
utilizadas para a distribuição dos sacos com areia, sendo que seus
pesos próprios foram desprezados durante os ensaios.
3.1 Resultados e Discussão
A Tabela 3 apresenta as médias dos deslocamentos verificados a
partir das leituras realizadas nos relógios comparadores
posicionados conforme Figura 7, nas Etapas 1 e 2.
Tabela 3 –Deslocamentos encontrados nos ensaios para
carregamento nas condições ELS e ELU
Descrição Deslocamentos Limites
Caibros –Seção com balanço 12,48 1,34
Ripas1 4,53 2,24 1 Os deslocamentos das ripas são relativos aos
deslocamentos dos caibros.
Fonte: Rodrigues, 2011 [10]
Observa-se que os deslocamentos verificados nos ensaios da
cumeeira, ripas e caibros na seção com balanço, estão abaixo dos
limites recomendados pela ABNT NBR 14762:2010 [11]. No entanto,
verificou-se que o deslocamento limite do caibro da seção central
foi de 16,39mm, 2,5% acima do valor permitido para estado-limite de
serviço - 16mm. Entretanto, este valor foi avaliado como
irrelevante, pois o deslocamento encontrado também considera a
condição de estado-limite último, com sobrecarga 40% maior que o
estado de serviço.
Durante a realização dos ensaios foi verificada a tendência da
ocorrência da Flambagem Lateral com Torção dos caibros. Portanto,
adotou-se o emprego de um sistema de contraventamento lateral
dessas barras, utilizando bloqueadores em perfil Ue 90x40x12x0,80
nas extremidades e no centro do engradamento, unidos por fitas de
aço com largura de 40mm e espessura de 0,80mm instaladas na mesa
inferior do perfil do caibro (Figuras 10 e 11).
Figura 10 - Bloqueador e fita para o travamento dos caibros.
Fontes: Rodrigues, 2011 [10]
dos caibros. Fontes: Rodrigues, 2011 [10]
9
Quanto ao comportamento das ligações entre os caibros e a viga da
cumeeira, durante as fases de carregamento e descarregamento - com
períodos de repouso da estrutura, não foi observado nenhum tipo de
colapso ou instabilidade das diversas ligações que compõem o
protótipo ensaiado.
Após os ensaios de carga, foram instaladas telhas em metade do
protótipo a fim de confirmar a eficiência do sistema de
engradamento. Passados 4 meses da instalação das telhas foi
realizada outra verificação do comportamento estrutural dos
principais componentes do telhado e nenhuma alteração em relação
aos ensaios anteriores foi observada.
4 APLICAÇÃO PILOTO DO TELHADO EM OBRA
A partir deste projeto padronizado para residências de 36 m², foi
desenvolvido e aplicado em obra na cidade de Betim, MG, em 2011,
uma solução piloto de telhado para cobertura de conjunto de 5 casas
geminadas (área de 48 m² cada), com telhado em duas águas e telhas
cerâmicas.
Os conceitos de industrialização e montagem do sistema foram
mantidos sem alterações em relação ao projeto original para casa de
36 m², sendo modificado apenas o dimensionamento dos elementos
construtivos para se adaptarem ao aumento das dimensões da área a
ser coberta. Nesta obra os painéis foram enviados para a obra
pré-montados e com ripas, conforme previsto no projeto original
(Figura 12). A única modificação necessária foi a criação de uma
linha de apoio intermediária para sustentação do painel, em função
do crescimento do vão a ser vencido.
Figura 12 –Instalação em canteiro de painéis
pré-montados
Fonte: Flasan, 2011 [9]
A execução desta obra permitiu a validação em situação real da
viabilidade dos conceitos de montagem desenvolvidos em projeto.
Pode ser percebido pela equipe de instalação que a entrega na obra
dos painéis pré-montados, já com as ripas fixadas, agilizou de
maneira perceptível o processo de instalação na obra. O prazo de
execução do telhado foi considerado satisfatório, ficando abaixo
daquele esperado para a montagem de um telhado semelhante em perfis
soldados no local. Outro aspecto aprovado na obra real foi a
solução de encaixes
10
reguláveis da cumeeira, que se mostrou satisfatoriamente eficiente,
permitindo ajustar a inclinação do telhado a situação da
obra.
A grande dificuldade encontrada pelo sistema está na interface com
a alvenaria convencional, fruto das tolerâncias de execução e
montagem consideradas em cada um dos sistemas. Enquanto o sistema
industrializado em aço possui grande precisão de fabricação,
utilizando o milímetro como unidade de referência, a alvenaria
possui tolerâncias muito grandes, tanto nas dimensões dos espaços
quanto nos prumos e alinhamentos.
Neste sentido, o nivelamento da face superior da alvenaria, onde a
estrutura do telhado se apoiou, apresentou variações da ordem de 70
mm ao longo do conjunto de 5 casas (33 m), o que é um valor muito
elevado para o sistema em LSF, sendo necessário adotar solução
provisória para calçar o apoio dos caibros que posteriormente foram
substituídos por arremates de argamassa. Além disso, o comprimento
do conjunto de 5 casas apresentou diferença em relação ao projeto,
sendo executado com 25 cm a mais que o previsto, o que implicou na
necessidade de instalação de um painel de complemento para
compensar esta diferença de medidas na estrutura de LSF do
engradamento.
Apesar dos contratempos e necessidade de pequenos ajustes em obra,
o sistema de engradamento metálico pré-montado em LSF se mostrou
uma solução eficiente do ponto de vista de solução de montagem e
ganho de agilidade e precisão para a obra. Os telhados foram
instalados com sucesso e as residências utilizadas pelos seus
compradores de forma satisfatória (Figura 13). As peças necessárias
para a compensação de imprecisões na alvenaria foram desenvolvidas
com sucesso e incorporadas ao sistema do engradamento. É importante
ressaltar que, em situações onde se pretende utilizar este tipo de
solução, a execução da alvenaria deve ser acompanhada com maior
rigor, para que exista vantagem ainda mais significativa no uso do
sistema pré-montado de estrutura para telhado.
Figura 13 –Telhado com estrutura instalada em obra e,
posteriormente, com telhas
Fonte: Flasan, 2011 [9]
5 CONCLUSÕES
A utilização de telhados em Light Steel Framing oferece diversas
vantagens diante de outras soluções para coberturas residenciais. O
sistema apresentado neste trabalho mostrou ser econômico, leve, de
fácil instalação, além de garantir maior durabilidade que os
telhados de madeira. Comparados aos outros sistemas de engradamento
metálico, observa-se que o LSF apresenta maior facilidade de
montagem e fabricação, uma vez que elimina a utilização de soldas.
Além de apresentar uma estética mais agradável na composição da
cobertura, sem a necessidade de pintura.
Analisando os resultados encontrados nos testes de carga realizados
no protótipo, conclui-se que a solução adotada atende aos
requisitos de estabilidade estrutural relativos aos perfis para
Light Steel Framing. Estes ensaios mostraram-se bastante eficientes
como método prático para avaliação de dimensionamento de telhados e
foi decisivo na aprovação técnica da concepção estrutural da
cobertura.
A fase de implantação da solução em obra foi importante para
confirmar a facilidade de instalação dos painéis pré-montados.
Verificou-se a necessidade de melhorar as interfaces entre os
sistemas construtivos de paredes e cobertura, uma vez que o
conceito de racionalização e padronização deve ser praticado nas
diversas etapas da obra. Erros e imprecisões na execução da
alvenaria podem acarretar em atrasos na instalação dos
engradamentos e em soluções muitas vezes resolvidas em canteiro sem
a avaliação e planejamento ideais.
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1 Portal Metálica [homepage na internet]. Casas Industrializadas:
Usiteto Usiminas. 2014. [acesso em 05 mai 2014]. Disponível em:
http://www.metalica.com.br/vvvvvv/casas
industrializadas-usiteto-usiminas.
2 Santiago, A. K.; Terni, A. W.; Pianheri, J. Como Construir -
Steel Framing - 05 Coberturas. São Paulo: Téchne Revista de
Tecnologia da Construção, v. 144, p. 77-80; 2009.
3 Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). NBR 6355: Perfis
estruturais de aço
formados a frio – Padronização. Rio de Janeiro: ABNT;
2012.
4 Freitas, A. M. S.; Santiago, A. K.; Crasto, R. C. M. Steel
Framing: Arquitetura. 2ª edição. Rio de Janeiro: Centro Brasileiro
da Construção em Aço (CBCA); 2012.
5 Flasan Soluções para Construção a Seco [homepage na internet].
Portfólio de Obras; 2014. [acesso em 05 mai 2014]. Disponível em:
http://www.flasan.com.br.
6 Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). NBR 15253:
Perfis de aço formados a
frio, com revestimento metálico, para painéis reticulados em
edificações - Requisitos gerais. Rio de Janeiro: ABNT; 2005.
7 Rodrigues, F. C. Steel Framing: Engenharia. Rio de Janeiro:
Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA); 2006.
8 Companhia de Habitação de Minas Gerais (COHABMINAS). Projetos
Padronizados. 2007. [acesso em 15 mai 2014]. Disponível em:
http://www.cohab.mg.gov.br/mutuarios/plantas/.
9 Flasan Soluções para Construção a Seco. Projeto padronizado de
engradamento metálico
para casa popular . Belo Horizonte; 2011.
10 Rodrigues, F. C. Relatório Técnico: Prova de Carga do
engradamento Flasan em aço
galvanizado para cobertura de habitações de interesse social. Belo
Horizonte: Fundação Christiano Ottoni, Escola de Engenharia da
UFMG; 2011.
11 Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). NBR 14762:
Dimensionamento de
estruturas de aço constituídas por perfis formados a frio. Rio de
Janeiro: ABNT; 2010.
OS SISTEMAS DE COBERTURAS E FECHAMENTOS QUE FORMAM A MODERNA
ARQUITETURA EM AÇO* -
Eduardo Munhoz de Lima Castro¹
Resumo Ao se analisar um edifício apenas pelo sistema estrutural
adotado, seja integralmente metálico ou misto [aço e concreto], é
comum encontrar estudos relevantes aos elementos estruturais de
composição do sistema: vigas, pilares, perfis, ligações, muitas
vezes de forma bem detalhada. Contudo, ao se tratar do fechamento
da edificação, tanto para cobertura quanto para as áreas laterais,
o único acesso a informação se dá através de catálogos de
fabricantes, que por muitas vezes não possuem uma linguagem
arquitetônica diante das necessidades mais expressivas que o
material possa produzir em compatibilidade com o projeto. Este
trabalho tem como objetivo mostrar as várias possibilidades de uso
e emprego das chapas de aço corrugadas trapezoidais, senoidais ou
lisas, nas suas múltiplas formas, optando-se por elementos
produzidos no mercado nacional, aplicados de forma criativa, de
forma a traduzir- se em uma expressão plástica arquitetônica
marcante com personalidade, funcionalidade, viabilidade executiva e
segura ao longo dos anos.
Palavras-chave: Arquitetura com aço; Sistemas de cobertura;
Sistemas de fechamentos laterais; Plasticidade e expressão em
aço.
THE ROOFING AND CLADDING SYSTEMS THAT FORM THE MODERN
ARCHITECTURE´S STEEL
Abstract While analizing a building only by the way of it’s
strucural system, be it entirely metallic or mixed (steel and
concrete), it’s common to find studies about the structural
elements of the system composition: beams, pillars, listings,
connections, usually well detailed. However, when dealing about the
building’s closure, as for the coverage and lateral areas, the only
access to information is through catalogs of manufacturers, which
most of the time lack an architectural language before the most
expressive needs that the material can produce in compatibility
with the project. This work’s main objective is to show the several
possibilities of use and utility of steel plates corrugated
trapezoidally, sinusoidally or smoothly, on its multiple shapes,
opting for elements produced on the national market, applied on a
creative way, in order to turn them into a striking architectural
artistic expression with personality, functionality and secure
business feasibility over the years.
Keywords: Steel architecture; Roofing systems; Cladding systems;
Plasticity and steel expression.
* Contribuição técnica ao Construmetal 2014 – Congresso
Latino-Americano da Construção
¹ Arquiteto e Urbanista formado pela Faculdade de Belas Artes de
São Paulo em 1987. Especialista em
Administração de Marketing pela Fundação Armando Álvares Penteado -
FAAP em 2003, Mestre pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade Presbiteriana Mackenzie em 2005. Professor
Universitário do curso de Arquitetura e Urbanismo e Design de
Interiores das Faculdades Integradas Alcântara Machado - FIAM e
Faculdade de Artes Alcântara Machado – FAAM, São Paulo, SP;
Consultor de mercado.
2
Resistente, durável, flexível e belo, o aço gera riquezas, propicia
o desenvolvimento de novos produtos, possibilita a modernização
tecnológica e inspira a criatividade artística.
Aço é sinônimo de arquitetura moderna.
No século XX, este material inspirou arquitetos e engenheiros,
combinando resistência e eficiência com oportunidades de expressão
escultural. Hoje, na era do pluralismo arquitetônico e da inovação
da engenharia, o aço está presente nos mais sofisticados e modernos
edifícios.
Parte disso se deve à evolução da metalurgia, análise estrutural,
fabricação, montagem e desenvolvimento de componentes construtivos
que complementam e fecham a estrutura.
Os limites do aço são cada vez mais explorados, técnica e
expressivamente gerando soluções estéticas ricas, criativas e
variadas.
Desde a implantação dos primeiros altos-fornos, em meados do Século
XIX, o aço desempenha um papel protagonista no desenvolvimento
humano.
Com a possibilidade de sua produção em larga escala que propiciou o
avanço da Revolução Industrial em direção à descoberta de novas
tecnologias aplicadas na agricultura, na indústria, na construção,
nos transportes, enfim, na vida cotidiana de todos. A siderurgia é
a indústria de base por excelência, já que o aço está presente em
todas as outras atividades econômicas.
2 O AÇO COMO MATERIAL NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO
O aço é versátil
O aço é adaptável e inovador
O aço é moderno e fabricado em (e para) uma indústria de alta
tecnologia
O aço é usado em inúmeras aplicações
O aço é infinitamente reciclável
O aço é o material mais reciclado em todo o mundo
O aço representa crescimento
O aço é cultura
A falta de conhecimento sobre o emprego dos produtos provenientes
do aço para construção civil e arquitetura promove uma limitação
espontânea de sua utilização, resultando na adoção de edificações
convencionais ou mistas que por muitas vezes ocasionam diversas
patologias após a conclusão da obra.
3
Projetar em aço, tomando-se como partido o conhecimento da
tecnologia de construção a seco, permite
o leveza estrutural, o racionalização do canteiro, o controle de
custos e o agilidade operacional.
Os materiais devem ser selecionados especialmente de forma a não
comprometer o resultado final do planejamento e do projeto, uma vez
que as situações de aplicação são variáveis:
O conhecimento dos materiais empregados na construção é de vital
importância para o projeto e a construção na Engenharia Civil.
Tanto os materiais da estrutura da edificação como aqueles usados
para o seu fechamento e acabamento têm essa importância vital. O
colapso de uma estrutura é, na verdade, colapso do material
constituinte dessa estrutura, porque ou ele foi incorretamente
especificado ou não apresentou as propriedades previstas (Agopyan,
1995, p.75- 78)
Torna-se assim importante o conhecimento do comportamento dos
materiais em todas as etapas do processo construtivo, e conforme
justifica Agopyan (1995, p.75-78) "[...]os materiais empregados na
indústria da construção civil são de grande variedade e a tendência
é diversificar ainda mais, pois novos materiais estão sendo
introduzidos na construção, e também estão ocorrendo junções de
materiais tradicionais, gerando produtos com comportamento
específico, diferente daquele dos seus componentes isolados. Além
de sua variedade, os materiais chegam ao canteiro de obra em vários
estágios de produção. Existem produtos que a partir de
constituintes básicos podem ser até produzidos no próprio canteiro,
como os concretos, outros são entregues na obra totalmente
manufaturados. [...] Devido à importância e à complexidade do
assunto, procura-se aprimorar o estudo dos materiais de construção,
aplicando cada vez mais os conhecimentos científicos".
3 AÇO E A QUESTÃO SUSTENTÁVEL
A responsabilidade de construir com o objetivo de não agredir o
meio ambiente é um desafio para nosso século, e sendo assim, a
industrialização da construção civil é uma premissa que deve ser
levada em consideração desde a concepção do projeto arquitetônico,
promovendo por meio das modernas tecnologias em pré-fabricação de
materiais a configuração do canteiro de obras para uma linha de
montagem.
Essa premissa encontra fundamento no Relatório Brundtland, cujo
documento intitulado de Nosso Futuro Comum, publicado em 1987,
elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento ressalta os riscos excessivos dos recursos naturais
sobre a capacidade de suporte dos ecossistemas e propõe o
desenvolvimento sustentável como "[...] aquele que atende as
necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das
gerações
4
futuras de atender suas próprias necessidades"1.
Cada nova edificação impacta o meio, consumindo energia, recursos
naturais, esgoto e água tratada, aumentando a poluição. Cabe aos
arquitetos, engenheiros, estudar as consequências do empreendimento
em longo prazo:
• Fazendo bons projetos arquitetônicos • Incentivando novas
tecnologias • Otimizando o uso de energia • Diminuindo os
desperdícios • Utilizando materiais recicláveis • Inovando
Em edificações na qual o aço participa estruturalmente ou por meio
de cobertura e fechamento pode-se:
• Reformar a edificação ao invés de demolir • Desmontar e
reutilizar os componentes • Desmontar reciclando o material
O Aço é um material 100% reciclável.
4 O USO DO AÇO E SUA CONTRIBUIÇÃO NA INDUSTRIALIZAÇÃO DOS PROJETOS
DE ARQUITETURA
A padronização das peças é um conceito muito importante, pois como
todo sistema industrializado ao valer-se da repetição, diminui seu
custo em todo processo.
Com o aço obtém-se:
• Organização do canteiro de obra • Alívio nas fundações • Vãos
livres maiores • Racionalização de material e de mão de obra •
Menor prazo de execução • Retorno financeiro mais rápido • Garantia
de níveis e prumos • Redução de acidentes • Facilidade de montagem
e desmontagem • Otimização de ampliações e reformas •
Compatibilidade com sistemas construtivos
1 Nações Unidas no Brasil. [homepage na internet]. A ONU e o meio
ambiente [acesso em 11 mai 2014].
Disponível em: http:www.onu.org.br
O aço desponta-se como material que propicia um conceito elevado no
processo de industrialização, permitindo a pré-fabricação de
sistemas construtivos, associando-se aos conceitos de organização e
produção em série.
É importante que o projeto em aço já comece a ser pensado com o
conceito do material, envolvendo a satisfação do cliente, a
técnica, normas, o espaço construído, sua reciclagem e
sustentabilidade, o modelo de industrialização e montagem, sua
execução, custos, materiais e desempenhos além da estética
Um projeto de arquitetura deve levar em consideração os subsistemas
que formarão a proteção da edificação assim como os elementos que
permitirão o conforto térmico do conjunto da obra. Não basta apenas
estudar a posição ideal de implantação da obra mas as
características dos elementos que poderão auxiliar no
conforto:
5 NORMAS SOBRE OS PERFIS TRADICIONAIS DE MERCADO
De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnica - ABNT,
desde abril de 2000 [figura 1] temos:
NBR 14514 - Telhas de aço
revestido de seção
revestido de seção ondulada
Foto: Eduardo Munhoz de Lima Castro, 2014 -
Telhas Onduladas: denominadas de Chapas de Aço Revestidas
Conformadas a Frio de
Perfil Senoidal (NBR 14513)
Telhas Trapezoidais: denominadas de Chapas de Aço Revestidas
Conformadas a Frio de
Perfil Trapezoidal (NBR 14514)
Desta forma, é extremamente recomendável que o responsável pela
especificação, seja ele o arquiteto, o projetista ou mesmo o
comprador, observe os catálogos do fabricante, as amostras e
igualmente o atendimento às normas técnicas já mencionadas. Somente
assim, a garantia de qualidade de produto estará assegurada.
6
HAMENT S EM AÇ
pr duzidas a partir de b binas de aç rev luci naram de
civil n Brasil, representand , para s pr fissi nais de
lente s
e d us d aç está na diminuiçã d pes e da inclinaçã
de aç em qualquer edificaçã representa uma s luçã para
se apresenta c m um material de grande durabilidade, alta
t e versatilidade, pr piciand a fabricaçã de pr dut s leves
de siste
p uca mã de bra, geralmente sã leves, fixadas p r
encer grandes vã s, p ssibilitand a c bertura de grandes
áreas
rci na baix cust para estrutura;
nã trincam e sã resistentes a c rr sã ;
e atrativ a telhad , c m uma gama variada de c res. Quand
p de ser disp sta tant na vertical, diag nal u h riz ntal e,
c m telhas multid bras.
almente empregadas em sil s
, apresenta mai r flexibilidade a esse tip de bra
e a quebra. F ra d Brasil tem múltipl us .
e sua seçã transversal é c nstituída p r uma curva sen idal
te: Manual Técnic Telhas de Aç
AS TELHAS
maneira significativa a c n pr fissi nais de
arquitetura e engenharia, laterais das mais
se que a tendência e da inclinaçã
d telhad . O us das tel ma s luçã para
duçã de cust s estrutur
Na medida em que aç zin durabilidade, alta
resistência mecânica, baix pr dut s leves
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c m sua maté entes.
Fácil aplicaçã , rapidez, util
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diag
e c berturas d
6 MATERIAIS – AS TELHAS E ECHAMENTOS EM AÇO
celente solução para coberturas e fechamentos laterais das mais
variadas edificações.
Nota-se que a tendência ma cante do uso do aço está na diminuição
do pe o e da inclinação do telhado. O uso das telhas de aço em
qualquer edificação representa ma solução para redução de custos
estruturai .
Na medida em que o aço zin ado se apresenta como um material de
grande durabilidade, alta resistência mecânica, baixo usto e
versatilidade, propiciando a fabricação e produtos leves de fácil
manuseio, os fabrica tes de sistemas metálicos de coberturas e fec
amentos laterais, o elegeram como sua matéri -prima básica para a
produção de telhas e com onentes.
6. 1 Características Gerais
Fácil aplicação, rapidez, utiliz
a pouca mão de obra, geralmente são leves, fixadas por parafusos
autoperfurantes;
Devido à sua geometria pode vencer grandes vãos, possibilitando a
cobertura de grandes áreas com poucas emendas – prop rciona baixo
custo para estrutura;
As telhas de aço não quebra , não trincam e são resistentes a
corrosão;
Fornece um aspecto modern
o e atrativo ao telhado, com uma gama variada de cores. Quando
usada como fechamento lat ral pode ser disposta tanto na vertical,
diagon l ou horizontal e, ainda, ser composta nos cantos com telhas
multidobras.
6.2 Telhas Onduladas
No mercado Brasileiro são usualmente empregadas em silos e
coberturas de galpões em arco. Pelo perfil não conter vinco ,
apresenta maior flexibilidade a esse tipo de obra – tem mais
resistência ao amassamento e a quebra. Fora do Brasil tem múltiplo
uso. S o telhas que não tem trecho plano, sendo q e sua seção
transversal é constituída por u a curva senoidal [figura 2].
Figura 2 : Perfil Senoidal - Fo te: Manual Técnico Telhas de
Aço - ABCEM -
7
Exemplo residencial sobre o emprego da telha ondulada:
Figura 3: Cobertura em Arco – Residência do arquiteto Sergio
Parada, em Brasília – DF. Distingui- se a cobertura de forma
orgânica que parece flutuar sobre as outras formas, oferendo
fluidez e conforto térmico devido a ventilação cruzada.
Fonte: Portal Arcoweb
Outro exemplo pode ser verificado na residência construída em
Pindimar Bay – Austrália [figura 4], projeto do arquiteto Alexander
Kinross-Rowe, onde os revestimentos externos são efetuados com
telha ondulada, formando uma parede sanduíche termoisolante no
método construtivo a seco. A diferenciação das cores e o material
em si permite baixa manutenção.
Figura 4: Residência com revestimento em telha ondulada. -
Fonte: Lysaght -
8
Figura 5: Residência com revestimento em telha ondulada disposta
horizontalmente - Arquiteto: Greg Jones, em Geelong, Victoria -
Austrália.
Fonte: Lysaght
Na figura 5, a mesma telha fora disposta de modo horizontal, o que
se percebe a multiplicidade de possibilidades sobre os efeitos
desse material. As cores ajudam a realizar uma arquitetura mais
impactante e o sistema construtivo a seco não permite que a
residência seja algo inacabado como vemos nos sistemas
tradicionais, onde levantam-se as alvenarias e os revestimentos
finais externos são os últimos a ocorrer.
6.3 Telhas Trapezoidais
São telhas formadas por trechos horizontais e inclinados, formando
o desenho de uma telha grega.
Figura 6 : Perfil Trapezoidal - Fonte: Manual Técnico Telhas
de Aço - ABCEM -
9
As telhas trapezoidais apresentam a melhor concepção técnica de
coberturas e fechamentos no mercado nacional.
Possuem uma grande diversidade de tipos, em função da altura do
trapézio, pode-se obter a melhor performance de qualidade em
relação ao projeto especificado. Sua utilização em grandes obras
industriais no início da década de 70 e em meados de 80 tornou-se
um grande precursor desse mercado.
Em alguns casos podem interagir no cálculo estrutural da
edificação, e não somente como uma utilização estética para os
projetos arquitetônicos.
Obras industriais de grande porte utilizam telhas trapezoidais
[figuras 7 e 8], pois possibilitam a racionalização do tempo de
construção (produtividade de execução).
As construções metálicas passaram a solicitar maiores desafios e
necessidades, que não existiam em décadas passadas. Assim as telhas
trapezoidais passaram a figurar nos projetos e obras de Shopping
Center's e Residências, com grande apelo visual.
Figura 7: Perfil trapezoidal – Detalhe para a telha multidobra que
envolve toda a lateral frontal da cobertura - Entreposto
Alfandegário Aurora Eadi – Sorocaba – SP – arquiteto Cláudio
Libeskind
Fonte: CONSTRUCTALIA
Figura 8: Perfil trapezoidal – Detalhe para a telha multidobra que
envolve toda disposta horizontalmente, formando um novo
revestimento de fachada, de baixa manutenção e de grande impacto
visual - Entreposto Alfandegário Aurora Eadi – Sorocaba – SP –
arquiteto Cláudio Libeskind
Fonte: CONSTRUCTALIA
6.4 Simples ou "Singelas"
Telhas simples são destinadas ao método clássico de coberturas e
fechamentos laterais largamente utilizados no pais. Os perfis são
produzidos de acordo com a necessidade do projeto, em comprimentos
máximos de 12 metros (o mesmo para as termo-acústicas).
6.5 Termoacústicas ou Termoisolantes
Os perfis são produzidos de acordo com a necessidade do projeto, em
comprimentos máximos de 12 metros (o mesmo para as
termoisolantes).
EVA Filme Aderido
EPS (ISOPOR)
7 RESISTÊNCIA E PROTEÇÃO
Em todo o sistema de cobertura e em fechamentos laterais a água é o
principal elemento que se deve formar uma barreira. A água chega a
edificação de duas formas:
pelo meio interno – condensação pela meio externo - precipitação
atmosférica (chuvas)
Portanto o sistema adotado deve ser suficientemente adequado a
conter esses meios.
7.1 Condensação
A condensação ocorre pela diferença de gradiente externo com o
interno, formando gotículas que se depositam em pontos que
favoreçam o empoçamento, escorram ou gotejam por algum local onde é
percebida. Como não é vista dependendo do material de contato pode
ocorrer o aparecimento de algas e fungos além de outros elementos
que progressivamente possam atacar o material especificado para a
cobertura.
7. 2 Barreiras de proteção
As barreiras precisam ser criadas:
Contra calor
Contra umidade
Clima
As telhas deixaram de ser simples elementos de vedação: incorporam
características estruturais para resistir os carregamentos impostos
pelo meio ambiente, sua montagem e a estrutura de sustentação.
Outras funções são: iluminação, acústica, isolamento térmico e a
própria vedação lateral (fechamento lateral).
Sistemas de cobertura e fechamento devem proporcionar:
Resistência a força dos ventos
Vencer os vãos
Conforto acústico
Conforto térmico
12
CONCLUSÕES
Os materiais possuem comportamentos distintos e apresentam-se
(atualmente) em maior variedade. Mostram-se mais indicados para uma
determinada solução do que para outra, dependendo da forma, clima,
partido, etc. Cabe ao projetista (arquiteto/engenheiro) verificar
em cada caso, o sistema e material que melhor se adapte as
condições do projeto.
Com o surgimento de novos produtos para indústria da construção
civil, gradativamente vem se desenvolvendo uma nova maneira de
erguer as edificações, seja para qual for seu uso (comercial,
industrial ou residencial).
Edificações industriais e comerciais partem de soluções semi
prontas obtendo prazos, custos e processo construtivo
garantido.
Os fechamentos laterais anteriormente erguidos com alvenaria ou
estrutura de madeira e telhas de cimento amianto, cedem espaço aos
perfis metálicos leves e às chapas corrugadas trapezoidais ou
senoidais, chamadas telhas de aço.
Dependendo do local aplicado e da arquitetura projetada possuem
especificações de composição bem singulares ao seu emprego. O mesmo
acontece com a estrutura de cobertura.
As estruturas de um modo geral passaram a ser mais esbeltas, assim
como os materiais empregados, tal como o aço e o concreto, passaram
a ser mais resistentes.
A urbanização intensiva a partir da metade do século XX estimula a
tendência da racionalização na construção, permitindo prédios mais
altos, grandes vãos livres entre apoios e coberturas quase planas
com grandes panos de água.
Com o abastecimento do mercado interno pelas companhias
siderúrgicas com bobinas de aço galvanizado, o mercado pode
expandir o emprego desse material nos fechamentos e coberturas,
antes saturado pelas placas de cimento corrugado (telhas de
fibrocimento) permitindo opções arquitetônicas e ganhos de vãos de
apoio.
As chapas finas metálicas corrugadas permitiram novas aplicações
para o envólucro arquitetônico.
13
REFERÊNCIAS
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Técnico Telhas de Aço.[manual técnico na internet]. Edição 1; 2009
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9.
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arquitetura. 3. ed. São Paulo: Zigurate, 2003.
CONSTRUMETAL 2014
Contribuições Tecnocientíficas
Parte 2
________________________________
Tema: Construções leves estruturadas em aço
Avaliação estrutural de painéis de fachada leve para edifícios de
múltiplos
pavimentos com modelagem numérica
Thiago Salaberga Barreiros¹ Alex Sander Clemente de Souza²
Resumo Os elementos pré-fabricados para edificação são cada vez
mais utilizados, dentre eles, as fachadas leves de steel frame, a
qual foi analisada para este artigo com ênfase no desempenho
estrutural global. A fachada analisada é formada por placas
cimentícias na face externa e chapa de gesso para drywall na face
interna, analisando assim, os efeitos localizados e os modos de
falha de perfis leves de aço formados a frio por meio de modelagem
numérica. A análise estrutural foi realizada em painéis de fachada
de um edifício com 126m de altura, considerando: o peso próprio; a
não-linearidade física e geométrica dos perfis; e as rajadas de
vento mais críticas de sobrepressão e sucção. Com os resultados
obtidos, foi possível analisar que os painéis sem bloqueadores
fazem com que os montantes trabalhem individualmente, sendo os
montantes ancorados mais solicitados que os não ancorados e, que
quando há bloqueadores, os montantes ancorados são inicialmente
mais solicitados, mas conforme o carregamento aumenta, há uma
alternância de solicitação entre os montantes. Além disso, foi
identificado que o painel com 3,75mm de espessura dos montantes e
com uma linha de bloqueadores apresentou maior capacidade de
carregamento, menor quantidade de instabilidades e menores
deslocamentos horizontalmente no plano do painel e fora do plano do
painel do que os outros painéis analisados.
Palavras-chave: Fachada leve de steel frame, Desempenho estrutural,
Método de elementos finitos, Força do vento.
Structural evaluation of lightweight facade panels for buildings
with multiple floors with numerical modeling
Abstract The prefabricated elements for construction are
increasingly being used, including the lightweight facades of steel
frame, which was analyzed for this article with emphasis on overall
structural performance. This system consisted of light “profiles”
of cold -formed steel, forming a frame to which were fixed a cement
board on the outer face and gypsum board (drywall) on the inner
face. A structural analysis was made of the façade of a building
126m high, considering the following parameters: weight of the
structure; the physical and geometric non linearity of the frame
elements; and critical overpressure and suction of wind gusts. With
the results obtained, it was possible to observe that, when loaded,
the panels without bracing straps cause the studs to work
individually and that anchored studs were more stressed than
* Contribuição técnica ao Construmetal 2014 – Congresso
Latino-Americano da Construção
Metálica – 02 a 04 de setembro de 2014, São Paulo, SP,
Brasil.
1
non-anchored ones. With bracing straps present, however, the
anchored studs were initially more stressed, but as the load
increased there was an alternation of stress among the studs. In
addition, it was identified that the 3.75mm thick panel and a line
of bracing straps between the studs of the frame presented a higher
load capacity, a lower number of instabilities and less horizontal
movement both in and outside of the panel plane.
Keywords: light façade with steel frame, Structural performance,
Finite elements method, Gust of wind.
¹ Arquiteto e Urbanista, Mestre, Pesquisador, Laboratório de
Componentes e Sistemas Construtivos, IPT
– Instituto de Pesquisas tecnológicas do Estado de São Paulo,
São Paulo, São Paulo, Brasil.
² Engenheiro Civil, Doutor, Professor Associado, Departamento de
Engenharia Civil, UFSCar –
Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, São Paulo,
Brasil.
2
1 INTRODUÇÃO
A demanda pela construção de edificações de serviço e comércio
(hotéis e centros comerciais) tem aumentado no Brasil, porém com
prazos de execução cada vez mais curto e com falta de terrenos
vazios nos centros urbanos. Para solucionar estes problemas, o
mercado optou por duas soluções: a utilização de elementos
pré-fabricados, os quais aumentam a velocidade de execução; e a
renovação de edifícios, que é mais rápida por reaproveitar parte da
estrutura já realizada. Dentre os sistemas industrializados
utilizados, neste artigo será abordado o sistema de fachadas, que é
responsável pela transição entre o meio externo e interno e, por
isso, influencia não apenas as funções estéticas, simbólicas e
culturais, mas também o conforto acústico e térmico, a
estanqueidade, a insolação e a manutenção dos níveis de segurança e
privacidade dos usuários. Além dos requisitos técnicos, a fachada
tem grande relevância na questão financeira, podendo representar
20% do custo total da obra (Oliveira, 2009) [1], com relação à
execução e manutenção. No Brasil o sistema de fachadas vem
evoluindo de forma contínua. Atualmente são utilizados diversos
tipos de execução, desde a tradicional, com alvenaria de blocos e
revestimento aderido, até as industriais, divididas em: pesadas,
formadas por painéis que podem ser de concreto ou de GRC (Glass
Reinforced Concrete); ou leves, formadas, por exemplo, por painéis
de placas cimentícias, de placas de vidro ou de placas metálicas
compostas (alumínio, ou aço inox). Os painéis leves são
preferencialmente escolhidos, sobretudo nas reformas de fachada,
pois não representam um grande adicional de carga para a fundação,
as quais são inviáveis economicamente de receber as devidas
modificações, e como estas edificações normalmente têm mais de 40
anos e estão localizadas nos grandes centros urbanos, não há espaço
para os equipamentos trabalharem. Com isso, o objetivo deste artigo
é analisar o comportamento estrutural de um subsistema de fachada
leve submetida à ação do vento. A fachada leve definida para o
estudo é fabricada com perfis leves de aço formados a frio com
fechamentos em placas cimentícias do lado externo e chapas de gesso
para drywall do lado interno. Adicionalmente, tem-se como objetivo
apresentar uma metodologia de análise numérica mais refinada que
seja possível analisar o comportamento global dos painéis como
também efeitos localizados nos elementos constituintes. Com o
modelo numérico, objetiva-se analisar os efeitos de algumas
variáveis (espessura dos perfis e quantidade de linhas de
travamento lateral) no comportamento. Para este artigo foram
utilizadas as referências de Baságlia (2004)[2], Maiola (2004) [3]
e Oliveira (2009) [1], além de referencias normativas (ABNT NBR
6123:1988 [4], 6355:2012 [5], 10821:2011 [6] e
14762:2010[7]).
2 MATERIAIS E MÉTODOS Para estabelecer um painel padrão para a
análise estrutural foi realizado um pré dimensionamento no qual
foram utilizados os procedimentos e as combinações de ações
estabelecidas na ABNT NBR 14762:2010 [7] e utilizados os perfis
padronizados pela ABNT NBR 6355:2012 [5], além de informações
mínimas de fixação do catálogo da Eternit® [8]. Foram realizados
cálculos de resistência para estabelecer: a distância máxima padrão
entre apoios das placas (montantes distantes entre si: 30cm, 40cm
ou 60cm); a quantidade de parafusos de
3
fixação das placas; as dimensões dos perfis; e a quantidade de
chumbadores na ligação entre ancoragem e estrutura principal do
edifício. Chegou-se à conclusão que a configuração da Figura 1, com
distância entre montantes de 40cm, seria a mais conveniente, pois
este painel apresenta menor peso que o painel com 30cm de
distanciamento entre montantes, conforme Tabela 1, e é mais viável
de encontrar uma placa cimentícia que suporte a pressão do vento
calculada, no item 2.1, do que o painel com 60cm de distanciamento
entre montantes.
Figura 1 - Planta e vista do painel utilizado na simulação com 14
pontos de ancoragem
Fonte: Elaborado pelo próprio autor
Tabela 1 – Características dos painéis
Espaçamento entre montantes (cm)
Massa da estrutura (kg)
Massa do painel (kg)*
60 228,4 619,3 51,0
40 295,0 682,3 56,2
30 309,5 696,8 57,4
* Considerando: Placa cimentícia - 20,4 kg/m²; Chapa de gesso -
10,0 kg/m²; Lã de vidro com 12kg/m³ e preenchimento completo da
largura do perfil (12,5cm e 15cm)
Fonte: Metalica, Knauf e Eterplac
4
2.1 Força devida ao vento
As solicitações mais importantes para a analise dos painéis de
fachada são as forças devidas ao vento. Estas forças podem ser
calculadas segundo a ABNT NBR 6123:1988 [4]. No entanto, neste
trabalho foram utilizados os resultados dos picos dos coeficientes
de pressão obtidos no Túnel de Vento de Camada Limite Atmosférica
do Centro de Metrologia de Fluidos (CMF) do Instituto de Pesquisas
Tecnológicas do Estado de São Paulo S.A. – IPT. A seguir é
apresentada uma breve descrição do edifício, do ensaio e os
resultados obtidos. Para fazer a simulação da força do vento em
fachada foi utilizado como exemplo um edifício de uso misto,
residencial e comercial, com 35 pavimentos (126m de altura) com
formato retangular escalonado, sendo as dimensões em planta: 15,45
m de largura e 44,65 m de comprimento, na base do edifício,
chegando a 13,85 m de largura e 13,85 m de comprimento, no topo do
edifício, onde estão a casa de máquinas e o reservatório. A Figura
2 apresenta a fachada Leste e a Figura 3 apresenta a planta tipo de
base do edifício.
Figura 2 – Fachada leste do Edifício
Fonte: Laboratório de Vazão – Centro de Metrologia de Fluidos
- IPT (2012)
Figura 3 –Planta da base do edifício
Fonte: Laboratório de Vazão – Centro de Metrologia de Fluidos
- IPT (2012)
Os valores de pico máximo e mínimo dos coeficientes de pressão
encontrados são
representados nas Figuras 4 e 5.
5
Figura 4- Pico dos coeficientes máximos de pressão nas fachadas
leste e oeste
Fonte: Laboratório de Vazão – Centro de Metrologia de Fluidos
- IPT (2012)
Ao analisar estes dados, observa-se que o pico máximo de pressão é
maior conforme aumenta a altura do edifício, variando de
aproximadamente 1,2 na base até 1,6 na proximidade do topo.
Figura 5- Pico dos coeficientes mínimos de pressão nas fachadas
leste e oeste
Fonte: Laboratório de Vazão – Centro de Metrologia de Fluidos
- IPT (2012)
6
Já os picos mínimos do coeficiente de pressão ocorrem nos cantos,
onde o edifício é mais largo e mais alto, e no centro do edifício,
provavelmente ocasionados por turbulências localizadas. Neste
trabalho foram utilizados os picos de coeficientes de pressão
obtidos no ensaio de túnel de vento, porém será admitida a
velocidade básica do vento para a cidade de São Paulo de acordo com
o gráfico de isopletas da ABNT NBR 6123:1988 [4], considerando V0 =
45m/s. Desta forma, a pressão de obstrução para a edificação pode
ser calculada de acordo com a ABNT NBR 6123:1988 [4], conforme
cálculo a seguir:
V0 = 45m/s (São Paulo); S1 = 1,0; S2 = 1,18; S3 = 1,0
Vk = V0 .S1 .S2 .S3 = 53,1m/s (1)
q = 0,613 . Vk² = 1.728,42 N/m² (2)
Quando esta pressão dinâmica é aplicada junto aos picos de
coeficientes de pressão obtidos no ensaio de túnel de vento,
obtém-se:
qk= q . P;min ou P;max = 2.765,47 N/m² e 6.568,00 N/m² (3)
Onde:
P;min = pico de coeficiente de pressão mínimo = -3,8
P;max = pico de coeficiente de pressão máximo = 1,6 Isto posto, as
forças devidas ao vento que serão utilizadas neste artigo de
sobrepressão e sucção máximas exercidas no edifício para São Paulo
são, respectivamente, 2.765,47 N/m² e 6.568,00 N/m².
2.2 Modelagem numérica
Neste estudo, buscou-se fazer uma investigação numérica simulando o
comportamento estrutural devido à ação do vento do painel de
fachada leve do edifício supracitado. As simulações foram
realizadas por meio do programa ANSYS versão 13.0, com o Método dos
Elementos Finitos.
2.2.1 Variáveis analisadas
As opções de projeto analisadas nas simulações
computacionais para o painel são mostradas no Quadro 1.
Quadro 1 - Variáveis de projeto utilizadas nas simulações
Quantidade de linhas de Espessura dos perfis (mm)
estabilidade lateral Montantes Guias