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Les pyramides d'Egypte

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Jean-Pierre Adam Christiane Ziegler

L e s p y r a m i d e s d ' E g y p t e

Préface de Zabi Hawass

H A C H E T T E L i t t é r a t u r e s

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Avertissement Les monuments et les œuvres

de l'Ancien Empire présentés dans cet ouvrage font l'objet d'une table des illustrations (p. 205) où le lecteur trouvera leurs fiches techniques détaillées.

Les auteurs adressent leurs

remerciements à tous ceux qui, à titre divers, leur ont apporté leur collaboration :

Françoise Bras Christian Décamps Nicolas Grimai Audran Labrousse

Jean-Philippe Lauer Patricia Rigault Mohamed Saleh

Michel Vallogia

Edition Christel Haffner Lance

Conception graphique et mise en page Cécile Neuville

Iconographie Anne Mensior

Correction Christiane Keukens Poirier

Cartographie et dessins B2f, Paris (34, 133), Hachette Tourisme (46, 108, 128, 174, 192) et Jean-Pierre Magnier (198-199)

Fabrication Jean-Marc Le BoIIoc'h et Sylvie Martel

C Hachette Littératures, 1999 74, rue Bonaparte, 75006 Paris

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P r é f a c e

L ES PYRAMIDES de l'Egypte ancienne sont les constructions humaines les

plus célèbres du monde. La fascination qu'elles exercent sur nous

est aussi matérielle que spirituelle. Leur taille gigantesque impose

le respect. Comment, il y a quatre mille ou cinq mille ans, nos ancêtres par-

vinrent-ils, avec les moyens rudimentaires de l'âge du bronze, à ériger des

monuments que l'homme de l'ère industrielle aurait bien du mal à reproduire ?

Quel type de société humaine a pu concevoir et réaliser de telles merveilles

architecturales, symboles d'une quête pleine d'espoir, quoique dérisoire, de

l'immortalité ? Un vieux proverbe arabe dit : « L'homme craint le temps et

le temps craint les pyramides. » Les pyramides se moquent de la mort. Elles

ne peuvent être anéanties, et leur présence même défie les limites du temps. Elles sont immortelles.

Quelque cent sept pyramides sont répertoriées aujourd'hui, dont cer-

taines se sont récemment ajoutées à la liste. Deux d'entre elles ont été décou-

vertes par mon équipe d'archéologues, l'une sur le plateau de Giza, à l'est de

la Grande Pyramide, l'autre à Saqqara. Les fouilles françaises à Saqqara sud,

dirigées par Jean Leclant, ont mis au jour trois pyramides de reines autour

d e c e l l e d e P é p i Ier. D ' a u t r e s d é c o u v e r t e s o n t a p p o r t é d e s i n f o r m a t i o n s n o u -

v e l l e s s u r l ' a u b e d e l ' E g y p t e p h a r a o n i q u e : l e s p l u s a n c i e n n e s t r a c e s d ' é c r i -

t u r e é g y p t i e n n e , r é v é l é e s p a r l e s f o u i l l e s d e G u n t h e r D r e y e r à U m m e l - Q a ' a b ,

p r è s d ' A b y d o s , p r o u v e n t q u e c e t t e é c r i t u r e e x i s t a i t d é j à d e u x c e n t s a n s a v a n t

l a d a t e r e t e n u e j u s q u ' a l o r s ( 3 0 0 0 a v a n t n o t r e è r e ) .

A G i z a , l a d é c o u v e r t e d e l a n é c r o p o l e d e s n o m b r e u x o u v r i e r s c o m m i s à

l a c o n s t r u c t i o n d e s p y r a m i d e s e s t s a n s d o u t e l ' u n d e s é v é n e m e n t s m a j e u r s d e

c e s d e r n i è r e s a n n é e s . A u s u d d u S p h i n x s e t r o u v e n t d e u x c i m e t i è r e s d i s t i n c t s .

L e c i m e t i è r e i n f é r i e u r a b r i t e e n v i r o n s i x c e n t s s é p u l t u r e s d ' o u v r i e r s d o n t l e

t r a v a i l c o n s i s t a i t à t r a n s p o r t e r e t à d i s p o s e r l e s é n o r m e s b l o c s d e p i e r r e , a i n s i

q u e t r e n t e t o m b e s , p l u s g r a n d e s , p o u r l e u r s c o n t r e m a î t r e s . E l l e s m o n t r e n t

u n e v a r i é t é d e f o r m e s a r c h i t e c t u r a l e s , d o n t d e s p l a f o n d s v o û t é s . L e s a r t i s a n s

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r e p o s e n t , e u x , d a n s l e c i m e t i è r e s u p é r i e u r o ù d e n o m b r e u s e s s t a t u e s o n t é t é

t r o u v é e s . L a n é c r o p o l e a l i v r é u n e f o u l e d ' i n f o r m a t i o n s s u r l e s m o d e s d e v i e

e t l e s c o u t u m e s f u n é r a i r e s d u p e u p l e d e l ' E g y p t e a n c i e n n e . I l e s t a i n s i d é m o n t r é

q u e l e s o u v r i e r s d e s p y r a m i d e s n ' é t a i e n t p a s d e s e s c l a v e s m a i s d e s E g y p t i e n s

h a b i t a n t l e s c i t é s a v o i s i n a n t e s , q u i t o u c h a i e n t u n s a l a i r e p r o p o r t i o n n e l à l e u r

f o n c t i o n e t q u i m o n t r a i e n t l e m ê m e s o i n à s e p r é p a r e r p o u r l ' é t e r n i t é q u e l e s

r o i s e t l e s h a u t s p e r s o n n a g e s d u r o y a u m e . C e s i n f o r m a t i o n s s o n t c o n f i r m é e s

p a r d e s p r e u v e s p h y s i q u e s r e l e v é e s s u r d e s s q u e l e t t e s e t p a r l e s r é c e n t e s d é c o u -

v e r t e s d a n s u n v i l l a g e d ' o u v r i e r s r e t r o u v é p r è s d u p l a t e a u d e G i z a .

L e s f o u i l l e s a u t o u r d e l a p y r a m i d e d e K h é o p s o n t p e r m i s d e m i e u x c o m -

p r e n d r e l ' o r g a n i s a t i o n d e s o n c h a n t i e r d e c o n s t r u c t i o n . A u s u d d u m o n u m e n t ,

d e u x s e c t i o n s d e l a r a m p e u t i l i s é e p o u r t r a n s p o r t e r l e s b l o c s d e p i e r r e o n t é t é

d é g a g é e s ; c e t t e r a m p e , f o r m é e d e m o e l l o n s , m e n a i t d i r e c t e m e n t d e l a c a r r i è r e

d e c a l c a i r e à l ' a n g l e s u d - o u e s t d e l a p y r a m i d e . A l ' e s t d u t e m p l e d e l a v a l l é e

d e K h é o p s , d é c o u v e r t d e p u i s p e u , d e s f o u i l l e s p l u s p o u s s é e s o n t a p p o r t é l a

p r e u v e d e l ' e x i s t e n c e d ' u n p o r t , d o n t l ' u n d e s v e s t i g e s e s t s a n s d o u t e u n m u r

d e b a s a l t e d e h u i t c e n t s m è t r e s d e l o n g d é c o u v e r t a u s u d d u t e m p l e .

R é c e m m e n t , l ' E g y p t e a o f f i c i e l l e m e n t a n n o n c é q u e l e S p h i n x é t a i t s a u v é .

S a r e s t a u r a t i o n , e f f e c t u é e p a r u n e é q u i p e é g y p t i e n n e , p e r m e t t r a a u x g é n é r a -

t i o n s f u t u r e s d ' a d m i r e r s a m a g n i f i c e n c e . D e t o u t t e m p s , l e S p h i n x f u t l e

s y m b o l e d e l a n a t i o n . D u r a n t l e N o u v e l E m p i r e , i l f u t l e c e n t r e d ' u n c u l t e

p h a r a o n i q u e p o p u l a i r e , « H o r u s d e l ' h o r i z o n » , q u i s y m b o l i s a i t l a r é u n i o n

d u d i e u p r o t e c t e u r d e l a r o y a u t é , H o r u s , e t d u d i e u S o l e i l , R ê .

A u j o u r d ' h u i e n c o r e , l e s p y r a m i d e s g a r d e n t u n e p a r t d e l e u r m y s t è r e .

P e u à p e u , l e s f o u i l l e s r é s o u d r o n t c e r t a i n e s d e c e s é n i g m e s , m a i s c o n n a Î -

t r o n s - n o u s j a m a i s l e s s e c r e t s e n f o u i s d a n s l e s s a b l e s d e l ' E g y p t e ?

Z a h i H a w a s s

Directeur des sites des Pyramides

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S o m m a i r e

I n t r o d u c t i o n u

S a q q a r a 45

Djéser, IIIe dynas t i e 46

S é k h e m - K h e t , IIIe dynas t i e 63

Chepseskaf , IVe dynas t i e 66

Ouse rka f , Ve dynas t i e 68

O u n a s , Ve dynas t i e 74

Té t i , VIe dynas t i e 89

Pép i Ier, VIe dynas t i e 93

Mérenrê , VIe dynas t i e 95

Pépi II, VIe dynas t i e 98

M e i d o u m 107

Snéfrou, IVe dynas t i e 108

D a c h o u r 113

Snéfrou, IVe dynas t i e 114

G i z a 127

K h é o p s , IVe dynas t i e 128

K h é p h r e n , IVe dynas t i e 142

Mykér inos , IVe dynas t i e 150

A b o u R o a c h 163

D idou f r i , IVe dynas t i e 164

A b o u s i r 173

Ouse rka f , Ve dynas t i e 174

Sahourê , Ve dynas t i e 176

Néfe r i rka rê , Ve dynas t i e 188

Néféréf rê , Ve dynas t i e 190

Niouse r r ê , Ve dynas t i e 192.

Car te de l ' E g y p t e 198

Repères c h r o n o l o g i q u e s 200 I n d e x 202

B i b l i o g r a p h i e 2°4

Table des i l lus t ra t ions 205

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I n t r o d u c t i o n

L e S p h i n x v u d e p u i s l e t e m p l e

q u i l u i é t a i t c o n s a c r é à G i z a

IVe dynastie, 2558-2533 avant J .-C. (règne de Khéphren)

1

L Y A PRÈS de cinq mille ans, surgit au bord du Nil l'une des réalisations les plus audacieuses qu'ait entreprises l'humanité : les pyramides d'Egypte. Leur réputation est fameuse dès l'Antiquité : celle du roi

Khéops ne fut-elle pas classée parmi les Sept Merveilles du monde ? Et

pour nos contemporains, la première impression reste toujours la même :

écrasés par leur masse colossale, on s'interroge stupéfaits sur les raisons qui

portèrent l'architecture égyptienne à cette subite perfection. Le ciel d'Egypte

se voile-t-il d'un nuage ? Voilà que la silhouette éclatante des pyramides

jaillit du désert obscurci. Et l'on comprend pourquoi, aux yeux des Egyptiens,

elles symbolisèrent une parcelle du Soleil. Mais, aujourd'hui, le visiteur qui

se perd dans le labyrinthe des blocs effondrés ne peut imaginer ni la splen-

deur ni l'activité intense qui régnaient en ces lieux. Désormais dépourvues

de décor, dépouillées des trésors entassés dans leurs caveaux, désertées par les

prêtres et par les fonctionnaires qui les animaient nuit et jour, les pyramides

ne sont plus qu'un pâle reflet de ce qu'elles furent : le centre du culte royal des souverains de l'Ancien Empire et leur ultime demeure.

L'Ancien Empire, premier âge d 'or de l 'Egypte

L'Egypte ancienne est l'un des rares lieux où se soit éclos ce qui fait la

base de tous les Etats modernes : le développement, à grande échelle, d'un gou- vernement bureaucratique et d'outils permettant d'exploiter les richesses,

accompagné d'une idéologie de cohérence sociale. Cet Etat naît à l'aube de l'âge

historique, vers 3100 avant J.-C., et se forge durant les deux premières dynasties,

dites « thinites ». Quand commence l'Ancien Empire vers 2700 avant J.-C.,

tous les éléments de la civilisation égyptienne sont déjà en place.

Le régime est une monarchie dont les caractéristiques sont établies pour

trois millénaires : à la tête du pays, un roi d'essence divine, le pharaon, est

garant de l'équilibre du monde et concentre tous les pouvoirs ; cette royauté

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s'accompagne déjà de certains rites spécifiques que nous ont transmis de

brèves mentions : le couronnement, la fête Sed durant laquelle le souverain

renouvelle magiquement ses forces. Le pays dont le pharaon est gestionnaire

est mis en valeur par une administration très hiérarchisée, utilisant un nouvel

instrument, l'écriture hiéroglyphique. Une population de fonctionnaires et

d'artisans se concentre dans des villes importantes comme Hiérakonpolis et

Memphis nouvellement fondée. Les artistes, en particulier les sculpteurs de

vases de pierre et de bas-reliefs, démontrent déjà la maîtrise de techniques

élaborées, au service d'un art aux conventions rigoureusement définies.

La religion semble fixée dans ses grandes lignes. Dès les deux premières

dynasties, les nécropoles d'Abydos et de Saqqara, avec leurs milliers d'of-

frandes, suggèrent un au-delà où l'homme se trouve confronté aux mêmes

nécessités que sur terre — s'alimenter, se vêtir, manier les armes et les outils —,

et la série des stèles conjugue les vertus de l'image et l'écriture pour perpé-

tuer la personnalité du défunt. Après des controverses, il est aujourd'hui

établi que les sépultures des rois de la Ire dynastie se trouvent à Abydos, dans

le sud de l'Egypte : ce sont d'immenses appartements souterrains surmontés

par des constructions de briques crues en forme de banquette, les « mas-

tabas », ne se distinguant que par leur taille des tombeaux voisins des cour-

tisans. Comme plus tard les pyramides, ces tombes sont protégées par de vastes enceintes.

Le passage de l'époque archaïque à l'Ancien Empire s'effectue sans grande

rupture. Des liens familiaux unissent Djéser, fondateur de la Ille dynastie, avec

le dernier roi thinite, Khasékhemoui. La période, qui voit se succéder les

Ille, Ive, Ve et VIe dynasties, est caractérisée par la stabilité intérieure et par

la paix. Aucun ennemi puissant ne menace l'Egypte, et les campagnes mili-

taires conduisant au-delà des frontières ne semblent pas dictées par des néces-

sités économiques ou politiques. Cet « âge d'or », considéré comme un

modèle par la tradition pharaonique, voit se perfectionner les institutions-mises

en place : elles drainent des ressources abondantes et mobilisent des énergies

suffisantes pour édifier de grandioses pyramides dont la démesure symbolise

toute l'époque. Durant toute la période, établi dans sa capitale de Memphis,

le roi gouverne un pays unifié, qui se veut centre de l'univers. L'Egypte ne

se replie pas pour autant sur elle-même, contrôlant la Basse-Nubie, com-

merçant avec l'Afrique et le Liban. Le type de gouvernement et la culture de

cour instaurés à l'époque archaïque atteignent leur apogée, en efficacité et en

achèvement, dès la IIIe dynastie. Le système fonctionnera durant plus de

cinq cents ans. S'il semble avoir failli à la fin de la VIe dynastie, en une époque

où l'Egypte, affaiblie par les revendications provinciales, devient la proie de

guerres civiles, le même modèle sera rétabli, à quelques nuances près, par les

souverains du Moyen Empire.

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Une l i g n é e d e r o i s b â t i s s e u r s

P a r m i les souvera ins de l ' A n c i e n E m p i r e , b e a u c o u p p o r t e n t des n o m s

f ameux q u e nous a t r a n s m i s la t r a d i t i o n : Djéser , q u i ér igea la p r e m i è r e pyra -

m i d e ; sous la IVe dynastie, Snéfrou, d o n t l 'épouse Hétèphérès c o n n u t son heure

de gloi re au d é b u t d u xxe siècle, avec la découver te de sa t o m b e inviolée ; pu i s

K h é o p s , q u i cho i s i t le p l a t e a u de G i z a p o u r y é r i ge r l ' u n e des Sep t M e r -

veil les d u m o n d e , i m i t é p a r K h é p h r e n et M y k é r i n o s ; enf in O u n a s , d e r n i e r

s o u v e r a i n d e la Ve d y n a s t i e , d o n t le t o m b e a u c o n s e r v e la p l u s a n c i e n n e

vers ion des Textes des Pyramides. D ' a u t r e s rois nous son t m o i n s fami l ie rs , tels

Ouserkaf , Sahourê ou Néfer i rkarê , qu i , à la Ve dynas t ie , é levèrent des t e m p l e s

à la g lo i r e d u Soleil ; ou b i en les pha raons d e la VIe dynas t i e : les p u i s s a n t s

Té t i , P é p i Ier, M é r e n r ê et Pép i II, q u i m o n t a t o u t j eune sur le t rône .

Dès les origines, le roi d 'Egypte est doté d 'une nature divine. L'Ancien Empi re

enrichit le concept à travers des épi thètes - on le n o m m e « d ieu » ou « dieu par-

fait » - ou de nouveaux éléments de la t i tu la ture : pa rmi les noms royaux, celui

de « fils de Rê », le d ieu Soleil, apparaî t dès la IVe dynastie. Cet te nature divine

est percept ible par l ' in termédiaire de sa cour : ainsi l 'épouse royale est qualifiée de

« celle qui voit Horus et Seth », et l 'on trouve, par exemple, u n « chancelier d u

dieu ». La sacralisation s 'étend à tout ce qui l 'entoure : gravé dans la tombe d u cour-

tisan Râour, un récit au tob iographique ne conte-t- i l pas la terreur religieuse qui

s 'empare de lui, lorsque, au cours d 'une audience, il touche malencon t reusement

le sceptre d u pharaon ! La fin de la période verra l ' identification de ce dernier avec

Osiris, le d ieu des Morts, qui figure pa rmi les premiers rois. Les Textes des Pyra-

mides m e t t e n t en lumière le m y t h e fondateur de l 'Etat égypt ien à par t i r de l 'An-

cien Empi re : les dieux ont délégué le roi sur la terre pou r la rendre habitable. C'est

par son intermédiaire que disparaît le m o n d e pr imit i f , désordonné et obscur : il

p e u t seul y placer ce que les Egypt iens n o m m e n t Maât , symbole de la vérité, de

la justice et de la confiance, fondements d ' u n m o n d e h u m a i n et habitable. Mais

en dép i t de cette concept ion de la royauté, le pharaon n 'échappe pas aux vicissi-

tudes d u m o n d e terrestre. Ainsi, à travers le m y t h e explici tant les origines de la

Ve dynastie, l 'union d u dieu Soleil avec la f emme d 'un simple prêtre qui fut la mère

des trois premiers souverains de ce temps, se lit l 'histoire d 'une rupture dynastique.

Une d e s t i n é e s u r h u m a i n e

Dans leur quê te d ' immor ta l i t é , les rois-dieux de l 'Ancien Empi re on t édifié

les m o n u m e n t s les p lu s g rand ioses de l ' h i s to i re : les p y r a m i d e s . Ma i s a v a n t

d ' a t t e i n d r e la r égu l a r i t é par fa i t e des p y r a m i d e s d e Giza , les é tapes f u r e n t

nombreuses . Le passage d u s imp le m o n t i c u l e de terre m a r q u a n t les sépul tures

p r é h i s t o r i q u e s au m a s t a b a fut u n pas i m p o r t a n t . L ' inven t ion de la p y r a m i d e ,

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L e s o i e s d e M e i d o u m

IVr dynastie, 2 6 2 0 - 2 5 9 0 avant J . -C. (règne de Snéfrou) Peinture sur endui t

H. 0,27 m ; L. 1,72 m Musée égyptien du Caire

Ce fragment de peinture provient de la chapelle

que le prince Nefermaât avait fait aménager dans le massif de son immense mastaba de

Meidoum, près de la pyramide de Snéfrou,

pour le culte funéraire de son épouse Itet. La

frise formée par trois couples d'oies permet de

se faire une idée de la technique des peintres

égyptiens : les couleurs étaient des pigments

d'origine minérale réduits en poudre et fixés

à l'aide d'un agglutinant ajouté à l'eau.

réservée aux sépultures royales, est une rupture qui marque la nature excep-

tionnelle de leur propriétaire tout en gardant la conception du tombeau éta-

blie à l'époque thinite : celui-ci est à la fois reproduction du monde terrestre,

lieu de mémoire sociale et moyen de gagner l'éternité.

La plus ancienne pyramide est celle de Djéser, édifiée sur le plateau de

Saqqara, près de Memphis. Défendue par une enceinte monumentale décorée

comme une façade de palais, elle est accompagnée de bâtiments qui forment

un vaste complexe funéraire destiné à la survie du souverain et de sa famille.

Pour la première fois, le tombeau royal adopte une forme qui le distingue des

riches sépultures privées : une grandiose pyramide à degrés. Pour la pre-

mière fois, la pierre y est utilisée de façon systématique.

Le complexe funéraire révèle déjà les trois axes, précisément orientés, que

l'on retrouve tout au long de l'Ancien Empire. Ils sont riches de symboles.

L'axe vertical de la pyramide relie le caveau souterrain au ciel et permet au

défunt de rejoindre les dieux. La chambre funéraire est environnée d'ap-

partements qui sont une réplique du palais royal : chambres tapissées de faïence bleue et de bas-reliefs figurant le roi, milliers de vases et mobilier

luxueux. L'axe nord-sud rappelle le chemin emprunté par le roi pour rejoindre

les étoiles proches du pôle, ces « impérissables » parmi lesquelles il doit

prendre place. Il est marqué au nord par l'accès au caveau et par une petite

chapelle accolée à la pyramide qui contient une statue de Djéser. Au sud, le

« tombeau sud », ménagé dans un monument adjacent, reproduit le caveau

et les appartements souterrains de la pyramide. On formule encore des hypo- thèses sur sa destination : tombeau factice pour exprimer la double royauté

du souverain sur la Haute et la Basse-Egypte ? Ou bien ménagé à l'inten-

tion de son « double » ? Enfin, l'axe est-ouest est celui du cycle solaire,

auquel est comparé le passage de la vie vers la mort. C'est ce trajet qu'em-

prunte le visiteur quand, franchissant la porte unique placée à l'extrémité

sud-est de l'enceinte, il pénètre à l'intérieur du monument par une colon- nade se dirigeant vers l'occident où est traditionnellement placé le royaume des morts.

Elevées par les successeurs de Djéser, les pyramides de Sékhem-Khet et de Zawyet el-Aryan sont encore des « escaliers de géants ». La dernière de ce type, construite à Meidoum, a été remaniée par la suite. A Dachour, Snéfrou, père de Khéops, fait bâtir une pyramide à double pente, dont la silhouette évoque le sommet d'un obélisque. On ne sait pourquoi le même souverain édifie un autre tombeau au nord de celle-ci : c'est la première pyramide véri- table. Dès lors, à Giza, à Abou Roach, à Saqqara et à Abousir, tous les pha- raons de l'Ancien Empire éléveront vers le ciel des monuments semblables, avec toutefois une exception : Chepseskaf, successeur de Mykérinos, leur

préféra la forme archaïque du mastaba (voir p. 66-67). L'architecture intérieure de ces pyramides est simple. Un couloir partant

de la face nord donne dans la chambre funéraire, où la momie repose dans un sarcophage, placé contre le mur occidental. Dans la masse du monument sont aménagés les corridors et les descentes nécessaires aux manœuvres et à l'aération. Une fois les funérailles terminées, ils sont obstrués par d'infran- chissables blocs de granité, destinés à interdire l'accès du caveau, toujours orienté vers le nord. Les chiffres eux-mêmes ne donnent qu'une faible idée des proportions colossales des pyramides. La plus haute, qui portait le nom d'« Horizon de Khéops », mesure plus de 146 m (voir p. 129).

Les grandes pyramides de Giza montrent sous un aspect achevé les élé- ments du complexe funéraire royal de l'Ancien Empire dont les embryons exis- taient déjà à Meidoum. Désormais, le plan changera peu. Le tombeau est protégé par une enceinte où se regroupent au fil du temps les entrepôts et les réserves destinés au matériel liturgique. La pyramide est environnée des constructions nécessaires au culte et à la survie du roi ainsi qu'à sa famille.

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L'axe nord-sud demeure marqué, au nord, par la monumentale descenderie

qui mène au caveau et, au sud, par la présence d'une petite pyramide « satel-

lite » ; comme pour le tombeau sud de Djéser, on s'interroge encore sur son

rôle rituel. L'axe est-ouest, celui du cycle solaire, est privilégié à partir de la

IVe dynastie et connaît un important développement architectural. Un

temple, dit « temple haut », est accolé à la face est de la pyramide ; lieu prin-

cipal du culte, sa partie la plus secrète renferme une salle aux statues et un

sanctuaire. Il est relié à une chaussée couverte qui descend vers le Nil et

aboutit à un second temple, dit « temple bas » ou « temple de la vallée ». Si

celui-ci est le point de départ du cortège funèbre montant vers la pyramide,

on y célébrait aussi le culte du souverain avant sa mort. En contact avec le

monde des vivants, ce temple bas est muni d'un débarcadère donnant sur un

canal, véritable port funéraire qui permet l'accostage et l'accès à la nécropole.

Non loin de là est édifiée la « ville de la pyramide » ; abritant les prêtres et

les multiples employés attachés au culte du roi, elle fonctionne bien des

siècles après la disparition du souverain. A Dachour et à Saqqara, on y a

exhumé des stèles portant des décrets qui exemptent les habitants de corvées

et d'impôts, à tout jamais.

Tout près du tombeau royal, des barques en brique, en pierre ou en bois

accompagnent le défunt dans son dernier voyage. On en a retrouvé cinq au pied

de la pyramide de Khéops, dont deux construites en cèdre du Liban (voir

p. 135). De taille plus modeste, d'autres pyramides abritent le tombeau des

épouses et de la mère du roi. Khéops en compte trois, bien conservées, et

d'autres ont récemment été découvertes à Saqqara. Tout autour, les mastabas

des princes et des courtisans s'alignent le long des rues, véritable cité des morts

dont le quadrillage révèle un plan d'ensemble reflétant l'organisation de la cour.

Le décor des pyramides : reliefs et s ta tues

Si la pyramide frappe par sa simplicité et par sa démesure, on peut à

peine imaginer la splendeur des temples qui l'accompagnaient. Les reliefs cou-

vraient les murs des temples et les parois intérieures de la chaussée. Par le pou-

voir magique attribué à l'image et au texte — ce sont, pour l'Egyptien, des

aspects de la réalité —, les scènes rituelles qu'ils représentent aidaient le roi

défunt dans sa marche vers l'éternité. Sculptés dans du calcaire tendre rehaussé

de vives couleurs, ils ont été détruits dès la fin de l'Antiquité. Les rares frag-

ments aujourd'hui conservés dans les musées montrent que nombre d'entre

eux perpétuaient les rituels et les offrandes, assurant au roi une vie éternelle.

Ainsi, sous les plafonds constellés d'étoiles, se déroulaient les scènes de la fête

Sed, ou bien le défilé des « domaines » personnifiés par de gracieuses jeunes

femmes apportant au pharaon les produits de la campagne. D'autres évo-

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Bas-relief du mastaba de Ti à Saqqara Ve dynastie, 2453-2420 avant J.-C. (règne de Niouserrê) Calcaire fin

Situé au nord-ouest de la pyramide à degrés de Djéser, le mastaba de Ti, haut personnage de la cour, « directeur des pyramides des rois Néferirkarê et Niouserrê », offre de merveilleux spécimens de l'art du bas-relief sous l'Ancien Empire. Ici, le passage du troupeau (on aper- çoit dans l'eau un crocodile), un thème courant des mastabas de Saqqara.

quaient et renforçaient magiquement la toute-puissance royale et sa victoire sur le chaos, par la représentation de campagnes militaires ou de chasses vic-

torieuses. Ils abondaient en détails pittoresques dont certains nous sont par- venus, comme le transport des colonnes du roi Ounas, des scènes de marché

ou de la vie champêtre. On retrouve ces reliefs dans les temples divins, dont

beaucoup sont associés à la pyramide. L'un d'eux s'élevait devant le fameux

Sphinx de Giza. D'autres furent bâtis à la gloire du Soleil par les souverains de la Ve dynastie. Etroitement associés à la pyramide royale, ils compor- taient comme elle deux édifices reliés par une chaussée montante. L'astre

était figuré sous la forme d'un obélisque dressé dans un sanctuaire à ciel

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S t a t u e t t e d e K h é o p s

Abydos IV' dynastie, 2590-2565 avant J . -C. Ivoire. H. 7,5 cm

Musée égypt ien du Caire

Pépi II assis sur les genoux de sa mère

VIe dynastie, 2292-2203 avanc J.-C. Albâtre. H. 38,9 cm Brooklyn Museum of Art

Ce groupe, d'origine inconnue, est souvent

interprété comme une œuvre de propagande,

destinée à asseoir l 'autorité de la régente

pendant la minorité du roi, qui monta très

jeune sur le trône. Il préfigure également les

très nombreuses images de la déesse Isis avec

son fils Horus sur les genoux.

ouvert. Aujourd'hui dispersés, les reliefs qui les décoraient sont parmi les plus beaux et ils furent imités dans les tombes privées, par exemple le cycle des saisons et des travaux agricoles avec d'admirables scènes animalières.

De même, on ne peut aujourd'hui concevoir la foule des statues qui peu- plaient le complexe pyramidal, précisant la signification des lieux et s'inté- grant au cadre architectural. Giza a livré quelques représentations animales, symboles de divinités, tels le chien d'Anubis retrouvé dans le complexe de Mykérinos ou un bélier au nom de Khéops. Les représentations humaines sont les plus nombreuses. Le long de la chaussée ou dans le temple haut, des cap- tifs ligotés et agenouillés participaient à l'évocation de la toute-puissance royale. Les fouilles ont également mis au jour nombre de statues féminines illustrant le rôle de la mère et des épouses du roi. Mais la grande majorité représente ce dernier. C'est en effet des pyramides et de leurs dépendances que pro- viennent presque exclusivement les statues royales de l'Ancien Empire. Par une ironie de l'histoire, la seule statue intacte de Khéops est une minuscule statuette d'ivoire provenant du temple provincial d'Abydos. De nombreuses effigies de son fils Didoufri ont été retrouvées près de sa pyramide d'Abou Roach. Les traits sévères de Khéphren nous sont bien connus, et nul souve- rain de l'Ancien Empire n'a laissé autant d'effigies que son successeur, Myké- rinos : plus de cinquante ont été retrouvées dans son complexe funéraire. Pour les rois de la Ve dynastie, les fouilles récentes des pyramides d'Abousir ont ajouté une intéressante série de portraits de Néféréfrê aux têtes attri- buées à Ouserkaf et à Sahourê. A la fin de l'Ancien Empire, une curieuse sta- tuette figurant Pépi II enfant a été découverte dans sa pyramide de Saqqara. Le nombre des statues n'a d'égal que leur variété. Le souverain peut être figuré seul, en compagnie de divinités ou de membres de sa famille. Sculp- tées par les meilleurs artistes, elles utilisaient les matériaux les plus nobles, souvent rehaussés de peinture : le dur granite d'Assouan, la pierre de Khé- phren provenant des carrières de Nubie, l'albâtre translucide et différentes variétés de calcaire. Les textes et quelques rares exemplaires, dont les deux m a g n i f i q u e s s t a t u e s d e P é p i Ier , a t t e s t e n t l ' e x i s t e n c e d e p r é c i e u s e s e f f i g i e s d e

m é t a l : c u i v r e , o r e t a r g e n t . O n e s t é t o n n é p a r l a d i v e r s i t é d e s t a i l l e s a l l a n t

d e s r a r e s c o l o s s e s d ' O u s e r k a f e t d e M y k é r i n o s a u x s t a t u e t t e s . B e a u c o u p d ' e n t r e

e l l e s s ' i n s c r i v a i e n t d a n s l e c a d r e d e l ' a r c h i t e c t u r e , t e l l e s l e s c a r y a t i d e s d e

D j é s e r e t d e S n é f r o u , l e s e f f i g i e s m a j e s t u e u s e s d e K h é p h r e n q u i s c a n d a i e n t

s o n t e m p l e b a s o u l e s t r i a d e s d e M y k é r i n o s . U n e s a l l e d u t e m p l e h a u t , d i t e

« s a l l e a u x s t a t u e s » , é t a i t c a r a c t é r i s é e p a r c i n q n i c h e s a b r i t a n t c h a c u n e u n e

e f f i g i e r o y a l e , d o n t l a p l u s i m p o r t a n t e f i g u r a i t l e r o i s o u s l ' a s p e c t d ' O s i r i s ,

d i e u d e s M o r t s .

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S t a t u e t t e de P é p i Ier

VI' dynastie, 2339-2297 avant J.-C. Cuivre Musée égyptien du Caire

Cet te s ta tuet te provient du temple provincial

de Hiérakonpol is . Dépourvue d ' inscr ip t ion ,

elle a parfois été in terprétée comme la repré-

sen ta t ion de Mérenrê . Mais elle f igure plus

p robab l emen t Pépi Ier, don t une autre s ta tue

a été découverte dans la m ê m e cachette.

La s i g n i f i c a t i o n d e s p y r a m i d e s

La na issance et l ' é v o l u t i o n de la fo rme p y r a m i d a l e o n t susc i té b i e n des

hypo thèses . F a u t - i l y vo i r le t rava i l d ' a r ch i t ec t e s r e c h e r c h a n t la r i g u e u r des

formes et une solidité à l 'épreuve d u t e m p s ? Les pyramides ne sont pas le s imple

r é s u l t a t d ' u n e é v o l u t i o n des t e c h n i q u e s , m a i s r e f l è t en t u n e pensée neuve ,

e x p l o r a n t les poss ib i l i t é s de la p i e r re c o m m e dans nu l l e a u t r e c iv i l i sa t ion et

r éa l i s an t des m o n u m e n t s g é a n t s , d ' u n e a m b i t i o n q u i ne sera j ama i s p l u s

recherchée .

C e t t e m u t a t i o n a c c o m p a g n e - t - e l l e cel le des c royances funé ra i r e s ? A

l ' i m a g e de l 'escalier p e r m e t t a n t au roi d é f u n t d 'esca lader le ciel p o u r p r e n d r e

p lace p a r m i les d i eux , a - t - o n v o u l u s u b s t i t u e r la fo rme d e la b u t t e p r i m o r -

diale où, selon la doc t r ine des prê t res d 'Hé l iopo l i s , n a q u i t le Soleil ? Puis celle

d ' u n faisceau de rayons i r r a d i a n t le corps m o m i f i é d u p h a r a o n et i n t é g r a n t

le d é f u n t a u cosmos ? Il est diff ici le de r é p o n d r e , car, après Djéser , les ins-

c r i p t i o n s gravées d i spa ra i s sen t des m u r s d u caveau royal. El les su rg i s s en t d e

n o u v e a u à p a r t i r d u r ègne d ' O u n a s . Ce son t les Textes des Pyramides à t ravers

lesquels on e n t r e v o i t le rôle joué p a r la p y r a m i d e , é t ape nécessaire à la résur-

r ec t i on d u souvera in . Ce f a n t a s t i q u e e n t a s s e m e n t de blocs c o n s t i t u e la c i ta-

de l le p r o t é g e a n t le corps d u roi d é f u n t , d o n t l ' â m e p o u r r a s ' envoler à son

g ré p o u r r e jo ind re la course d u Soleil. E n t r e - t e m p s , la d é v o t i o n p a r t i c u l i è r e

des rois à l ' égard de Rê, le Soleil, s 'est mani fes tée sous la IVe dynas t ie pa r l 'ap-

p a r i t i o n d u t i t r e royal « fils d e Rê » e t à la Ve d y n a s t i e p a r la c o n s t r u c t i o n

de m a g n i f i q u e s t e m p l e s solaires sur le si te d 'Abous i r .

R i t e s e t c r o y a n c e s f u n é r a i r e s

A travers les p y r a m i d e s et l eur décor se dess ine u n e n s e m b l e de croyances

h é r i t é e s des é p o q u e s a n t é r i e u r e s q u e , p o u r la p r e m i è r e fois , des t e x t e s

v i e n n e n t éclairer.

D e v e n u e p y r a m i d e , la t o m b e royale t é m o i g n e d e la d i f férence de n a t u r e

d e son p rop r i é t a i r e . Mais , c o m m e ses suje ts , le roi d o i t d i spose r de cer ta ins

é l é m e n t s nécessaires à sa survie. O n p e u t s u p p o s e r q u ' à l ' A n c i e n E m p i r e la

d i s t i n c t i o n é g y p t i e n n e e n t r e les d i f fé ren t s e t sub t i l s c o m p o s a n t s d e l ' ê t r e

h u m a i n est dé j à fa i te : l ' o m b r e , d o u b l e i m m a t é r i e l ; l 'akh, p r i n c i p e l u m i -

neux p e r m e t t a n t d 'accéder aux étoiles ; le ka, force vitale qui do i t être a l imentée ;

le ba, p r i n c i p e i m m a t é r i e l e x p r i m a n t la p u i s s a n c e de son p r o p r i é t a i r e ; le

n o m , q u i , p a r la m a g i e d u verbe , p e r m e t u n e seconde c r éa t i on de l ' i n d i v i d u .

S u p p o r t m a t é r i e l p e r m e t t a n t a u k a d e se nour r i r , le corps m o m i f i é est a u

cen t r e des c o u t u m e s funéra i res é g y p t i e n n e s . La p r a t i q u e de la m o m i f i c a t i o n

est a t tes tée dès cet te é p o q u e : la m o m i e d u roi M é r e n r ê est conservée au Caire.

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Les vases canopes découverts dans la sépulture d'Hétèphérès montrent que,

dès la IVe dynastie, on pratiquait l'ablation des viscères, déposés dans des réci-

pients spéciaux. La solution salée trouvée encore en place par les fouilleurs

fut sans doute préparée à l'aide de natron dans lequel, à l'époque classique,

le cadavre séjournait pendant plusieurs dizaines de jours. Après quoi, prêtres

et embaumeurs se relayaient à son chevet, récitant des incantations et prati-

quant les interventions techniques. Lavé, purifié, dûment oint d'onguents et

bourré d'aromates, le corps était pourvu d'un masque (voir p. 91), enveloppé

de bandelettes et de suaires de lin, et paré de bijoux ainsi que d'amulettes.

Déposées dans les tombes, les petites trousses contenant les objets utilisés lors

de l'« ouverture de la bouche » (voir p. 138) nous rappellent l'importance de

ce rite qui rendait magiquement au défunt l'usage de ses sens. De rares scènes

des tombes des courtisans nous montrent quelques épisodes des funérailles,

la halte sous la tente de purification, le voyage du défunt en bateau

accompagné de pleureuses, les danses rituelles... Plus complexes, les rites

d'enterrement du pharaon sont évoqués par les Textes des Pyramides. Au terme

de ces cérémonies, protégée par un sarcophage de pierre et entourée du

mobilier nécessaire, la momie venait reposer dans un caveau muré inacces-

sible. Celui-ci n'a pu résister aux violeurs de sépultures, et aucun tombeau

royal de l'Ancien Empire n'a été retrouvé intact.

Mais dans les temples qui accompagnent la pyramide, l'âme du mort est

longtemps venue s'enivrer du parfum de l'encens et se repaître des offrandes.

Les statues fournissaient pour cet usage un corps de substitution. A intervalles

réguliers, les prêtres venaient réciter des incantations et déposer les offrandes

nécessaires : pains, bière, vin, viande, fruits, fards verts et noirs, onguents,

étoffes. Lien entre le monde des morts et celui des vivants, la chapelle était

la pièce la plus reculée du temple haut accolé à la pyramide. Dans ce saint

des saints, l'élément principal était la stèle de granité, placée en correspon-

dance avec le caveau, sculptée en forme de porte par où le défunt peut

circuler. Ses images et ses textes immortalisaient magiquement les offrandes.

Bâtir une sépulture n'était pas suffisant ; il fallait également prévoir le

fonctionnement du culte funéraire : comment garnir de façon régulière la table

du défunt, perpétuer les invocations indispensables à la survie ? Les offrandes

provenaient d'institutions cultuelles, les « fondations », ou « domaines », répar-

ties dans toute l'Egypte. Avec son administration, ses agriculteurs et artisans,

ses prêtres, la fondation assurait le service du défunt pour les siècles à venir.

On comprend que son image soit immortalisée sur les bas-reliefs.

Pour assurer ce fonctionnement, le complexe pyramidal était peuplé

d'escouades de prêtres et d'employés aux tâches les plus humbles dont les listes

minutieuses et les tableaux de service nous sont connus par les papyrus

d'Abousir (voir p. 189). Ils nous parlent des fêtes liturgiques qui se dérou-

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laient dans le complexe funéraire de Néferirkarê : fête du Nouvel An, fête du

dieu Min . . . Ils décrivent les rites concernant les statues royales au début de

chaque mois : dévoiler la statue, la purifier, l'habiller, la parer, l'encenser. Et

des tâches accomplies chaque jour, matin et soir : offrande d'huile sainte

pour le roi, libation, repas, procession autour du tombeau royal... De ces docu-

ments fragmentaires on retire une impression d' intense activité. De jour

comme de nuit, la pyramide n'était jamais déserte : outre le personnel reli-

gieux permanent et les scribes, on compte toujours plus d 'une vingtaine de

personnes employées simultanément. Des gardiens surveillent les entrepôts,

les ateliers et le port. Sur les terrasses, des prêtres observent la course des

étoiles et comptent les heures. Des scribes comptables enregistrent les vivres

que des équipes apportent du temple solaire voisin. Pendant ce temps, le ser-

vice du personnel dresse les tableaux de présence.

Si nous sommes informés avec une relative précision sur le culte funé-

raire, les conceptions de la survie du roi sont beaucoup plus obscures et plus

complexes. Les offrandes alimentaires déposées dans les tombes témoignent de la nécessité de se nourrir dans l 'autre monde. A côté des instruments

rituels, mobilier, bijoux et outils suggèrent leur utilisation dans un au-delà

calqué sur le monde terrestre. Les scènes de la vie quotidienne décorant les

temples et les chaussées sont généralement interprétées comme un moyen per- met tan t au défunt de continuer dans l 'au-delà une existence semblable à

celle qu'il a menée sur terre. Grâce aux Textes des Pyramides, nous savons que

le roi, dans sa quête d'éternité, cherche à s'intégrer aux grands cycles cosmiques

et à rejoindre les divinités qui les animent. Ce principe, qui est au cœur des

conceptions funéraires égyptiennes, est pour la première fois énoncé claire- ment . Les textes associent des lambeaux de formules anciennes à des

compositions plus récentes, faisant coexister des croyances différentes, voire

contradictoires : le pharaon devient tour à tour étoile impérissable, Orion ou

Sothis, ou bien astre solaire, en sa qualité de fils du dieu Rê. Pour gagner le

ciel et siéger au rang des dieux, il emprunte les moyens les plus inattendus,

se transformant en scarabée ailé, en fumée d'encens ou maniant une gigan-

tesque échelle. Pour triompher des embûches parsemant ce voyage surhumain,

il mobilise à son profit la puissance des dieux, n'hésitant pas à les menacer

s'ils refusent leur aide. Pour conserver son corps dans son intégrité, il place

chaque parcelle sous la protection d 'une divinité. Divin, il l'est aussi en

s'identifiant au dieu des Morts Osiris dont l ' importance est attestée dès cette

époque.