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17-18 juin 2019
Université de Porto, Portugaljunho 2019Universidade do Porto, Portugal
transcodificação
transcodage
pará
frase
paraphrase
masculinidades
fémininités
masculinités
reprise
retomaiteração
itération
répétition
repetição
glose
glosa
feminilidades
Lundi | Segunda-feira - 17.06.2019
8.30 Accueil et inscription | Receção e inscrição dos participantes
9.00 Ouverture du colloque | Abertura do colóquio
9.30 Conférence plénière | Conferência plenária : Antónia Coutinho – NOVA FCSH | CLUNL, Portugal
Identidades textuais e discursivas: uma questão de (re)formulação? Amphithéâtre | Anfiteatro 2
10.30 Pause café | Intervalo para café
11.00
13.00
Séance | Sessão 1 (Salle | Sala 301)
Vulgarisation et écrits scientifiques | Divulgação e escrita científica
Présidence de séance/Presidente da sessão : Chantal Claudel
Sandrine Reboul-Touré – CLESTHIA. Université Sorbonne Nouvelle (France) Quand la reformulation s’adapte aux genres de la vulgarisation scientifique
Yujing Ji & Agnès Tutin - Laboratoire Lidilem. Université Grenoble-Alpes (France) Les routines métadiscursives de reformulation dans les écrits scientifiques
Christina Romain, Véronique Rey, Éric Tortochot, Marie-Emmanuelle Pereira & Annabelle Seoane - UMR7309 CNRS. Aix-Marseille Univ. ÉSPÉ ; Aix-Marseille Univ. – COLOé – ÉSPÉ; EA4671 ADEF. Aix-Marseille Univ. ÉSPÉ ; Crem. Université de Lorraine (France)
Reformulation et / ou brouillage : le cas de la gestion d’un mandat de rédaction professionnelle
Rossana De Angelis - Céditec. Université Paris-Est Créteil Val-de-Marne (France)
La reformulation dans les écrits numériques. Étude de cas : les articles de vulgarisation scientifique en ligne
Séance | Sessão 2 (Salle | Sala 303)
Pratiques didactiques | Práticas didáticas
Présidence de séance/Presidente da sessão : Antónia Coutinho
Eduardo Calil & Debra Myhill - Universidade Federal de Alagoas (Brasil)/Universidade de Exeter (Reino Unido) Reformular ou rasurar? Quando a interpretação do sentido cede lugar aos aspectos gráfico-espaciais em manuscritos escolares de alunos recém-alfabetizados.
Maria Hozanete Alves de Lima – Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Brasil) A escrita colaborativa em tempo real: o que entra em jogo, na escritura de um texto, quando alunos recém-alfabetizados combinam o que vão escrever?
Natacha Espinosa – MODYCO. Université Paris Nanterre. SUFOM ÉSPÉ Versailles (France) Écrire une règle de jeu pour apprendre à parler en maternelle.
Quelles reformulations pour construire un texte mêlant explication et narration ?
Paulette Ayoub - Université Libanaise et Université de Balamand (Liban)
La reformulation: pont ou obstacle dans l’enseignement/apprentissage du français
via les genres textuels au cycle secondaire au Liban
13.00 Déjeuner | Almoço
14.30
16.30
Séance | Sessão 3 (Salle | Sala 301)
Pratiques littéraires | Práticas literárias
Présidence de séance/Presidente da sessão : Hassan Moustir
Anouar Benmsila - Université Moulay Ismaïl (Maroc)
Genres et reformulation chez Edmond A. El Maleh. Approche sémiotique
Saloua El Oufir – Université Mohammed V Rabat (Maroc)
L’écriture circulaire ou la transgression des genres : analyse de la répétition dans l’œuvre d’A. Kilito
Blandine Pennec - Université Toulouse II Jean Jaurès (France) L’utilisation des reformulations dans la littérature contemporaine de langue anglaise : spécificités liées au genre, et stratégies rhétoriques
Séance | Sessão 4 (Salle | Sala 303)
Pratiques universitaires | Práticas universitárias
Présidence de séance/Presidente da sessão : Fátima Oliveira
Ana Loureiro, Isabel Gil & Patrícia Rossi - CELGA-ILTEC. Universidade de Coimbra (Portugal) Os dizeres de “quer dizer”
Sandra Patrícia Ataíde Ferreira, Audria Leal & Fabíola Mónica Da Silva Gonçalves - Universidade Federal de Pernambuco (Brasil); CLUNL. FCT (Portugal); Universidade Estadual da Paraíba (Brasil)
O artigo de opinião por universitários: a reformulação em contexto de investigação de leitura
Paulo Nunes Da Silva & Joana Vieira Santos - CELGA-ILTEC. Universidade Aberta. Universidade de Coimbra. (Portugal)
Reformulação ou reformulações? O caso do género abstract
Matilde Gonçalves & Rute Rosa – CLUNL. NOVA FCSH. FCT (Portugal) Mecanismos de reformulação no artigo científico
16.30 Pause café | Intervalo para café
17.00
19.00
Séance | Sessão 5 (Salle | Sala 301)
Genre social | Género social
Présidence de séance/Presidente da sessão : Nicolas Couégnas
Julie Abbou – LPL. Aix-Marseille Université. CLESTHIA. Université Sorbonne Nouvelle (France)
Reformulations normatives et reformulations déviantes du genre (masculin/féminin). Une expérience in vitro
Marta Fidalgo – CLUNL (Portugal)
Textos e pessoas: uma (re)formulação interacionista da noção de género
Giuseppe Sofo - Università Ca’ Foscari- Venezia (Italia)
Traduire l’inclusivité : reformuler le langage inclusif, entre français et italien
Carolina da Costa Joaquim – CLUNL. FCT (Portugal) A repetição como estratégia de reformulação em discursos políticos de autoria feminina e masculina: uma questão de género(s)?
Séance | Sessão 6 (Salle | Sala 303)
Pratiques audiovisuelles et politiques |Práticas audiovisuais e políticas
Présidence de séance/Presidente da sessão : Françoise Bacquelaine
Hugo Amaral - Universidade de Coimbra (Portugal)
Reinventar, resistir, reformular: a tradução no feminino (de Brossard a Godard)
Lise Henric – CEREGE. Université de Poitiers (France)
Le docufiction : entre reformulation et restitution d’un fait
Hamid Reza Shairi - Université Tarbiat Modares (Iran)
Quand le cinéma de Kiarostami fait de la reformulation un moyen d’accéder aux formes de vie
Ana Cristina Ribeiro, Marilia Matos, Nelson Lima & Sônia Sampaio - Universidade Federal da Bahia (Brasil) Todes, todxs, tod@s ou quem? A linguagem como atuação política e não binária
19.15 Pause musicale | Momento musical (com Porto de Honra)
20.30 Dîner | Jantar (sur inscription/ com inscrição prévia)
Mardi | Terça-feira 18.06.2019
9.30 Conférence plénière | Conferência plenária : Alain Rabatel – Université Lyon 1, France
Dans quelle(s) mesure(s) et en quel(s) sens les genres discursifs influent-ils sur les reformulations ? Amphithéâtre | Anfiteatro 2
10.30
11.30
Séance | Sessão 7 (Salle | Sala 301)
Pratiques journalistiques | Práticas Jornalísticas
Présidence de séance/Presidente da sessão : Saloua El Oufir
Raluca Nita - Laboratoire FoReLLIS EA 3816. Université de Poitiers (France)
Les formes interprétatives de discours rapporté dans le discours journalistique
Annabelle Seoane – Crem. Université de Lorraine (France) Reformulation et (d)énonciation satirique
Séance | Sessão 8 (Salle | Sala 303)
Écrits de savoir | Escritos de ciência
Présidence de séance/Presidente da sessão : Helena Topa Valentim
Chantal Claudel – MoDyCo. Université Paris Nanterre (France) La reformulation dans des cours magistraux à l’université
Carole Glorieux & Marie-Christine Pollet - Université libre de Bruxelles (Belgique)
Du doctorant à l’expert : la reformulation comme prisme pour étudier le chemin vers un genre d’écrit scientifique
11.30 Pause-Café | Intervalo para café
12.00
13.00
Séance | Sessão 9 (Salle | Sala 301)
Entre Langue et discours | Entre língua e discurso
Présidence de séance/Presidente da sessão : Iris Eshkol-Taravella
Georgeta Cislaru – CLESTHIA. Université Sorbonne Nouvelle (France) Textualisation et ajustements sémantiques :
les reformulations dans le processus de rédaction de deux genres discursifs
Laurence Meurant & Aurélie Sinte - Université de Namur (Belgique)
Variété de genres et invariants de reformulation en langue vocale et en langue signée
Séance | Sessão 10 (Salle | Sala 303)
Thérapies| Terapias
Présidence de séance/Presidente da sessão : Sandrine Reboul Touré
Hassan Moustir - Université Mohammed V-Rabat (Maroc) Reformuler pour soigner. Thérapie systémique et langage
Driss Ablali & Brigitte Wiederspiel – Crem. Université de Lorraine (France) Reformuler pour réparer
13.00 Déjeuner | Almoço
14.30
16.30
Séance | Sessão 11 (Salle | Sala 301)
Pratiques sémiotiques | Práticas semióticas
Présidence de séance/Presidente da sessão : Anouar Benmsila
Nicolas Couégnas, François Laurent & Audrey Moutat – CeReS. Université de Limoges (France) Déguster, formuler, reformuler : le discours œnologique dans tous ses états
Taís de Oliveira – Universidade de São Paulo. CAPES (Brasil); University of Glasgow (Escócia) O sentido reformulado: questões de gênero em traduções intersemióticas
Djamel Kadik - Laboratoire de Didactique de la Langue et des Textes. Université Yahia Farès de Médéa (Algérie) Le texte littéraire comme reformulé et reformulant est-il aussi une question de genre ?
Séance | Sessão 12 (Salle | Sala 303)
Corpus, numérique, outils | Corpora, digital e ferramentas
Présidence de séance/Presidente da sessão : Ana Loureiro
Fátima Silva, Ana Sofia Pinto & Fátima Oliveira – CLUP. FLUP (Portugal)
Marcadores de reformulação na interação oral: funções e valores semântico-discursivos
Helena Topa Valentim – CLUNL. NOVA FCSH (Portugal) Sequências reformulativas em comentários em linha.
Uma descrição enunciativa convergente com a caracterização do género
Iris Eshkol-Taravella & Natalia Grabar – MoDyCo. Université Paris Nanterre (France) Comment la communication numérique influence l’emploi des reformulations ?
Aurore Famy - CeReS. Université de Limoges (France)
Reformulation et vulgarisation scientifique : tentative de définition discursivo-générique
16.30 Clôture du colloque | Encerramento do colóquio
Amphithéâtre 2 | Anfiteatro 2
Lundi | Segunda-feira - 17.06.2019
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Lundi | Segunda-feira - 17.06.2019
Séance | Sessão 1 (Salle | Sala 301) 11.00-13.00
Vulgarisation et écrits scientifiques | Divulgação e escrita científica
Présidence de séance/Presidente da sessão : Chantal Claudel
Quand la reformulation s’adapte aux genres de la vulgarisation scientifique
Sandrine Reboul-Touré
CLESTHIA. Université Sorbonne Nouvelle (France)
Les discours de vulgarisation scientifique sont porteurs d’hétérogénéités énonciatives
(AuthiezRevuz 1984) car ils font entendre les discours sources (ceux des spécialistes) et les
discours seconds, pour un public moins averti. Ces discours de transmission des connaissances
peuvent constituer un type de discours porteur de nombreux phénomènes linguistiques,
notamment celui de la reformulation. Dans la lignée des travaux de Peytard, qui considère la
reformulation comme une des voies de l’altération, de « l’autrement dit/l’autrement fait » (Peytard
1993), je revisite la notion en parlant plutôt d’une catégorie pour l’analyse du discours. En effet,
la reformulation fait converger une analyse lexicale associée à la dynamique d’une analyse
discursive : c’est autour des mots spécialisés de la science que se mettent en place des réécritures,
des équivalences sémantiques, des désignations coréférentielles avec une large exploration des
relations sémantiques (hypo/hyperonymie, quasi-synonymie, métaphore...) pour mieux
appréhender le sens.
J’ai pu constater lors de différentes recherches (Reboul-Touré 2004, 2014) que ces reformulations
autour des mots spécialisés empruntent des chemins linguistiques différents. Je retiendrai ici deux
genres de discours sur lesquels des questionnements seront d’ailleurs possibles. L’article de
vulgarisation scientifique « typique » est celui présent dans les années 1980 dans des revues
comme La Recherche ou Science et vie. La reformulation est présente à l’intérieur de phrases en
utilisant différents marqueurs de la reformulation, où, c’est-à-dire, autrement dit, la virgule, les
parenthèses (ex. : elle [la portion la plus riche du langage des éléphants] est faite d’infrasons,
Lundi | Segunda-feira - 17.06.2019
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autrement dit de vibrations sonores de faible fréquence, Science et vie, juin 1986). Dans les
articles de vulgarisation scientifique exclusivement présents sur des sites internet, le processus de
modalisation autonymique autour des mots spécialisés est différent ; le lecteur « revient » sur le
mot car ce dernier est mis en couleur avec un lien hypertextuel : la reformulation est alors placée
non plus dans la phrase mais sur une autre couche de texte (Les détecteurs d’ondes
gravitationnelles - Futura sciences, décembre 2018 - invite à découvrir une définition qui se
superpose sur le texte après avoir passé la souris sur le mot surligné). On peut alors s’interroger
d’une part sur une extension de la notion de reformulation et d’autre part sur les genres de discours
sur internet. En effet, analyser le discours de vulgarisation scientifique issus d’articles produits
pour des sites internet invite à « intégrer les matérialités du paramètre technologique » (Paveau
2013) dans les critères permettant d’identifier les genres de discours, notamment autour de la
reformulation.
Références bibliographiques
Authier-Revuz J., 1984, « Hétérogénéité(s) énonciative(s) », Langages 73, Paris, Larousse, 98-
111.
Barats C. (dir.), 2013, Manuel d'analyse du web en sciences humaines et sociales, Paris, Armand
Colin, coll. « U Sciences humaines et sociales ».
Maingueneau D., 2017, Discours et analyse du discours, Armand Colin.
Moirand S., Reboul-Touré S., Pordeus M., 2016, « La vulgarisation scientifique au croisement de
nouvelles sphères d’activité langagière », dans Bakhtiniana. Revista de Estudos do
Discurso, vol. 11, n° 2, São Paolo, ISSN 2176-4573, 145-169.
Mourlhon-Dallies, F., Rakotonoelina, F. et Reboul-Touré, S., Eds, 2004, Les carnets du Cediscor
8 – Les discours de l’internet, Presses Sorbonne nouvelle.
Paveau M.-A., 2013, « Genres de discours et technologie discursive », Pratiques 157-158, 7-30.
Peytard J., 1993, « D’une sémiotique de l'altération », Semen [En ligne], 8,
http://journals.openedition.org/semen/4182
Reboul-Touré, S., 2004, « Écrire la vulgarisation scientifique aujourd'hui », colloque Sciences,
Médias et Société, Lyon, ENS-LSH,
http://science.societe.free.fr/documents/pdf/Sciences_medias_societe_2004/Reboul_Tour
e.pdf
Reboul-Touré S., 2014, « De la reformulation dans les discours de la médiation scientifique »,
Madini M., Chauvin-Vileno A., Equoy-Hutin S. (éds), Jean Peytard : syntagmes et
entailles, actes du colloque de Besançon 7-9 juin 2012, Lambert-Lucas, Limoges, 343-353.
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Les routines métadiscursives de reformulation dans les écrits scientifiques
Yujing Ji, Agnès Tutin
Laboratoire Lidilem. Université Grenoble-Alpes (France)
Le discours scientifique, un genre discursif « [réalisé] dans le cadre de l’activité de recherche à
des fins de construction et de diffusion du savoir » (Rinck, 2010, p. 428), emploie un style de
langage propre au domaine scientifique pour répondre aux exigences rhétoriques de la «
communauté de discours » scientifique (Swales, 1990). Dans ce genre, les opérations de
reformulation présentent également des caractéristiques propres au discours scientifique.
La notion de reformulation est souvent comprise comme un acte de langage qui sert à paraphraser,
compléter ou corriger (Gülich & Kotschi, 1983) et qui met en relation deux énoncés (Martinot &
Romero, 2009, p. 8). Ces opérations ont été largement étudiées dans une perspective linguistique,
didactique ou contrastive à travers les connecteurs reformulatifs tels que c’est-à-dire, en d’autres
termes etc. (voir Authier-Revuz, 1982; Blondel, 1996; Gülich & Kotschi, 1983; Rossari, 1997).
Dans notre étude, nous essayons de décrire des opérations de reformulation au-delà des
connecteurs reformulatifs courts (par exemple, Tran 2014). Nous nous intéressons aux routines
métadiscursives de reformulation que nous définissons comme des énoncés complets, autonomes
et récurrents comme on peut reformuler la question comme suit, pour le dire autrement, cela
revient à dire. Nous faisons l’hypothèse d’un fonctionnement spécifique des routines de
reformulation dans le discours scientifique écrit.
Notre objectif consiste, par le biais de l’analyse de ces routines, à comprendre les différentes
fonctions de la reformulation dans le discours scientifique. Nous nous appuyons pour cela sur une
approche de linguistique de corpus et exploitons un corpus analysé syntaxiquement regroupant
500 articles de recherches en sciences humaines dans 10 disciplines. Nous extrayons les routines
en partant des éléments du lexique associés aux fonctions métalinguistiques (adverbes, noms et
verbes), en utilisant une classification sémantique du lexique scientifique effectuée dans le cadre
du projet TermiTH (Hatier et al., 2016; Jacques & Tutin, 2018) et une méthode statistique
recourant à des corpus analysés syntaxiquement (Kraif & Tutin, 2017).
Bibliographie
Authier-Revuz, J. (1982). La mise en scène de la communication dans des discours de
vulgarisation scientifique. Langue française, 53(1), 34-47.
https://doi.org/10.3406/lfr.1982.5114
Blondel, E. (1996). La reformulation paraphrastique. Une activité discursive privilégiée en classe
de langue. Les Carnets du Cediscor. Publication du Centre de recherches sur la didacticité
des discours ordinaires, (4), 47-59.
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4
Gülich, E., & Kotschi, T. (1983). Les marqueurs de la reformulation paraphrastique. In
Connecteurs pragmatiques et structure du discours ; actes du 2ème Colloque de
Pragmatique de Genève (7 - 9 mars 1983) (Vol. 5). Consulté à l’adresse https://pub.uni-
bielefeld.de/publication/2769281
Hatier, S., Augustyn, M., Tran, T. T. H., Yan, R., Tutin, A., & Jacques, M.-P. (2016). French
cross-disciplinary scientific lexicon: extraction and linguistic analysis. In Proceedings of
Euralex (p. 355–366).
Jacques, M.-P., & Tutin, A. (2018). Lexique transversal et formules discursives des sciences
humaines. ISTE Editions.
Kraif, O., & Tutin, A. (2017). Des motifs séquentiels aux motifs hiérarchiques: l’apport des arbres
lexico-syntaxiques récurrents pour le repérage des routines discursives. Corpus, (17).
Martinot, C., & Romero, C. (2009). La reformulation : acquisition et diversité des discours.
Cahiers de praxématique, (52), 7-18.
Reformulation et / ou brouillage : le cas de la gestion d’un mandat de rédaction
professionnelle
Christina Romain, Véronique Rey, Éric Tortochot, Marie-Emmanuelle Pereira & Annabelle
Seoane
UMR7309 CNRS. Aix-Marseille Univ. ÉSPÉ ; Aix-Marseille Univ. – COLOé – ÉSPÉ; EA4671
ADEF. Aix-Marseille Univ. ÉSPÉ ; Crem. Université de Lorraine (France)
Cette communication repose sur le questionnement du concept de reformulation dans le cadre de
la réalisation d’un mandat d’écriture (Beaudet et Clerc, 2008) et de mise en page de cette écriture
par des étudiants en master de rédaction professionnelle. Nous étudierons l’efficacité (efficacité
dans l’attente d’une validation par le mandataire) des différentes reformulations de la production
commandée, de l’état désiré (Lebahar, 2007) à la production finale. Nous posons que l’objectif
de la reformulation de la production initiale sera de parvenir à un compromis. Que se passe-t-il
lorsque ce compromis s’avère finalement « compromettre » le résultat final ? C’est précisément
ce cas qui nous intéresse. Autrement dit, nous nous questionnons sur l’adaptabilité du compromis
à l’attente du mandateur ? Seront ainsi analysés les aller/retour entre les productions successives
(qui sont le résultat de confrontations successives de points de vue) et l’attente du mandateur qui
se révèle être dans le cas étudié une attente évolutive au fur et à mesure des propositions. Ainsi,
notre étude consistera à questionner le brouillage de la reformulation. Celui-ci interroge la place
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5
et la gestion du compromis dans une situation d’échec. La discordance ou la concordance
émergera donc de l’adéquation ou pas avec des attentes (l’imaginaire) du mandateur. Dans le cas
de la dégradation de la concordance qui nous intéresse, nous étudierons ce processus.
Notre étude consistera ainsi à confronter la reformulation concordante, c’est-à-dire allant de la
co-énonciation d’un même point de vue, à la reformulation discordante, c’est-à-dire faisant
coexister sans jamais se rencontrer deux points de vue différenciés (celui du mandateur et celui
du RP). Cette reformulation consistera-t-elle à véhiculer des points de vue complémentaires ou
au contraire des points de vue de plus en plus discordants ?
Au final, nous étudierons la temporalité dans la reformulation qui rend compte de points de vue
différenciés : celui du mandateur et celui du mandataire. Les reformulations successives qui
apparaitront sous la forme de représentations graphiques intermédiaires (Lebahar, 2007) et feront
suite à des échanges verbaux (courriels et entretiens téléphoniques) seront étudiés. Plus
précisément, nous questionnerons les points de vue différenciés (Bonhomme, 2005 ; Rabatel,
2008) qui entrent en confrontation. Nous étudierons alors les compromis successifs qui
apparaissent jusqu’à la production finale et à sa non validation par le mandateur.
Notre champ d’analyse est celui des sciences du langage (analyse linguistique, discursive,
pragmatique, sémiotique, graphique…) que l’on applique à un contexte spécifique, celui de la
réalisation d’un mandat d’écriture professionnelle. Ce mandat d’écriture présente aussi une
caractéristique multimodale en ce qu’il vise à produire un écrit dans un contexte graphique
spécifique.
Références bibliographiques sélectives
Beaudet, C., & Clerc, I. (2008). Langue, médiation et efficacité communicationnelle. Québec :
Presses de l'Université de Laval.
Bonhomme M. (2005). Pragmatique des figures du discours, Paris, Champion.
Lebahar, J.-C. (2007). La conception en design industriel et en architecture. Désir, pertinence,
coopération et cognition. Paris : Lavoisier.
Rabatel, A. (2008). Stratégie discursive de concordance discordante dans les ensembles reprises
et reformulations (en contexte didactique). In M. Schuwer, M.-C. Le Blot et E. Richard,
Pragmatique de la reformulation, types de discours, interactions didactiques, pp.187-202,
Rennes, Presses universitaires de Rennes.
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La reformulation dans les écrits numériques. Étude de cas : les articles de vulgarisation
scientifique en ligne
Rossana De Angelis
Céditec. Université Paris-Est Créteil Val-de-Marne (France)
Les différentes études consacrées aux écrits de vulgarisation scientifique (Langue française n°
64, 1984 ; Jeanneret 1994, Reboul-Touré 2004), en particulier les études sémiologiques (Jacobi
1985, 1986, 1987 ; Pétroff 1984), ainsi que les manuels voués à l’apprentissage de la vulgarisation
scientifique (Lapointe 2008, Michaut 2014), traitent les questions concernant les reformulations
d’un point de vue sémio-linguistique issu de l’analyse d’écrits pour un support papier.
Mais que se passe-t-il lorsqu’on change de support ? Peut-on tirer les mêmes réflexions sur la
reformulation en analysant des écrits pour un support numérique ?
Cette question est posée dans le cadre d’une analyse des écrits appartenant à un genre textuel
particulier (les textes informatifs, largement exploités dans la presse écrite) publié dans un format
particulier (celui de l’article, plutôt que le billet, le dossier, l’enquête, etc.) sur un support
particulier (le support numérique). Plus précisément, les articles considérés sont issus des revues
de vulgarisation scientifique en ligne (Macedo-Rouet et al. 2004).
Ce travail d’observation — né dans le cadre de cours de rédaction adressés à des étudiants de
licence et master — vise à montrer dans quelle mesure la notion de « reformulation » est devenue
une notion trans-médiatique (Vargas 2009). En effet, elle peut s’appliquer aussi bien aux
processus de reformulation linguistique (visant à reformuler le linguistique par le on-linguistique)
qu’aux processus de reformulation extra-linguistique (visant à reformuler le linguistique par le
nonlinguistique).
L’écriture numérique oblige-t-elle à repenser autrement la reformulation ?
Pour vérifier cette hypothèse, nous allons nous pencher sur trois opérations de reformulation:
• par substitution ;
• par explication ;
• par expansion.
La nature complexe, et plus précisément multistrate (De Angelis 2018), des écrits numériques
conditionne les processus de reformulation, comme le montrent les articles de vulgarisation
scientifique en ligne.
En effet, ces opérations se réalisent au sein de deux dimensions possibles (Jacobi 1994) :
• intra-discursive (les opérations à caractère métalinguistique) ;
• extra-discursive (les exemples, l’expérience, les données, etc.)
Plusieurs langages sont à l’oeuvre dans les écrits numériques, ce qui permet de différencier
également une reformulation strictement linguistique (opération qui puise dans les ressources de
la langue) d’une reformulation extra-linguistique (opération qui puise dans d’autres langages).
Lundi | Segunda-feira - 17.06.2019
7
L’étude des articles de vulgarisation scientifique en ligne permet d’analyser sous un nouvel angle
la reformulation dans le cadre de l’écriture numérique.
Bibliographie
De Angelis, Rossana. « Textes et textures numériques. Le passage de la matérialité graphique à la
matérialité numérique », Signatures (Essais en) Sémiotique de l’écriture / Signatures
(Studies in the) Semiotics of Writing, Signata - Annales de sémiotique / Annals of
Semiotics, n. 9 / 2018, Presses Universitaires de Liège, dossier dirigée par J.-M.
Klinkenberg et S. Polis, p. 459-484.
Jacobi, Daniel. « Sémiotique du discours de vulgarisation scientifique », Semen [En ligne], 2,
1985, mis en ligne le 21 août 2007, consulté le 03 décembre 2018. URL :
http://journals.openedition.org/semen/4291.
Jacobi, Daniel. « Reformulation et socialisation des connaissances dans les discours de
vulgarisation». Études de lettres, 4, 1986, pp. 23-44. Lausanne.
Jacobi, Daniel. Diffusion et vulgarisation. Itinéraires du texte scientifique, Paris, Les Belles
Lettres, 1986.
Jacobi, Daniel. Textes et images de Ia vulgarisation scientifique, Berne, Peter Lang, 1987.
Jacobi, Daniel. « Lexique et reformulation intradiscursive dans les documents de vulgarisation
scientifique », dans Candel D. éd., Français scientifique et technique et dictionnaire de
langue, Parsi, Didier Erudition, 1994, p. 77-91.
Jeanneret, Yves. Écrire la science. Formes et enjeux de la vulgarisation, Paris, PUF, 1994.
Langue française, n°64, 1984. Français technique et scientifique : reformulation, enseignement.
Lapointe, Pascal. Guide de vulgarisation : Au delà de la découverte scientifique : la société,
Editions MultiMondes, Québec, 2008.
Le Bot, Marie-Claude, Martine Schuwer, Élisabeth Richard (dir.), La Reformulation : marqueurs
linguistiques et stratégies énonciatives, PUR, Rennes, 2008.
Macedo-Rouet, Mônica et al. « Vulgarisation scientifique: les revues en ligne », Hermès, La
Revue 2004/2, n. 39, p. 61-68.
Michaut, Cécile. Vulgarisation scientifique : mode d’emploi. Paris, EDP Sciences, 2014.
Pétroff, André Jean. « Sémiologie de la reformulation dans le discours scientifique et technique
». In: Langue française, n°64, 1984. Français technique et scientifique : reformulation,
enseignement. p. 53-67.
Pluta, Katarzyna. « Le terme scientifique et le discours de vulgarisation », Romanica
Wratislaviensia 57, 2010, p. 94-106.
Reboul-Touré, Sandrine. « Écrire la vulgarisation scientifique aujourd’hui ». Sciences, médias,
société, Jun 2004, Lyon, France. Actes du colloque « Sciences, médias, société », 2005,
<http://sciences-medias.enslyon.fr/>. <hal-01387603>
Lundi | Segunda-feira - 17.06.2019
8
Vargas, Elodie. « Discours de vulgarisation à travers différents médias ou les tribulations des
termes scientifiques », ILCEA [En ligne], 11 | 2009, mis en ligne le 30 avril 2009, consulté
le 30 septembre 2016. URL : http://ilcea.revues.org/217.
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Séance | Sessão 2 (Salle | Sala 303) 11.00-13.00
Pratiques didactiques | Práticas didáticas
Présidence de séance/Presidente da sessão : Antónia Coutinho
Reformular ou rasurar? Quando a interpretação do sentido cede lugar aos aspectos
gráficoespaciais em manuscritos escolares de alunos recém-alfabetizados.
Eduardo Calil & Debra Myhill
Universidade Federal de Alagoas (Brasil); Universidade de Exeter (Reino Unido)
As rasuras ocorridas em manuscritos escolares são objetos de investigação em muitos estudos
vinculados ao campo da Genética Textual (Fabre, 1990, Bore, 2010). Suas ocorrências estão
associadas às atividades metalinguísticas do escrevente, cujos resultados podem implicar em
ações de reformulação textual. No entanto, esses estudos tomam o produto textual como objeto
de análise, isto é, as rasuras são analisadas a partir do texto terminado, escrito pelo aprendiz. A
interpretação do que ocorreu durante o momento em que foi efetivada uma rasura indica alguma
reformulação do que já havia sido escrito. A descrição de sua inscrição na folha de papel feita
pelo pesquisador pode não coincidir com a intenção do aluno ao ter rasurado determinado
elemento linguístico. A partir do manuscrito escolar (produto) não é possível se ter acesso ao que
pensou o aluno ou ao que o levou a rasurar seu enunciado no exato momento em que o reformulou
durante o processo. Tendo por base teórico-metodológica uma abordagem linguístico-enunciativa
favorecida pelo registro fílmico e multimodal do manuscrito em curso, escrito a dois, nosso estudo
se propõe a analisar a correlação entre as falas espontâneas (e dialogal) dos alunos escreventes e
as rasuras e reformulações efetivadas no papel. Essa correlação será discutida a partir dos
comentários feitos pelos alunos sobre os objetos textuais reconhecidos e rasurados. Para isso,
coletamos em uma sala de aula de alunos de 6-7 anos de idade (recém-alfabetizados), 6 processos
de escritura de narrativas ficcionais inventadas por uma única dupla de alunas. Essa coleta foi
efetivada no contexto didático real, através do Sistema Ramos (sistema de captura multimodal do
manuscrito em curso, registrado simultaneamente i. o diálogo entre os alunos, ii. a ambiência da
sala de aula e iii. a inscrição/linearização do traço da tinta na folha de papel). Nesse estudo de
caso, identificamos a ocorrência, em média, de uma rasura a cada 6 palavras (833 palavras para
130 rasuras). Essas rasuras incidiram sobre objetos textuais reconhecidos pelos escreventes em
diferentes níveis linguísticos (gráficos, ortográficos, semântico-lexicais, sintáticos). Desse total
de rasuras, 53 foram acompanhadas por comentários(rasuras escritas comentadas). Dentre esses
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comentários, separamos aqueles comentários com argumentos comportando explicações ou
justificativas relacionadas à rasura efetivada (comentários desdobrados), daqueles comentários
com estruturas linguísticas mais simples (comentários simples), geralmente incidindo sobre
objetos textuais ortográficos, do tipo, “[correu] é com dois ‘erres’”. Iremos analisar os
comentários desdobrados, ocorridos em menor número (apenas 4), mas relacionados à
reformulação de objetos textuais semântico-lexicais (3) e sintáticos (1). Esses comentários
evidenciam que as restrições gráfico-espaciais (espaço na linha ou traçado da letra) se sobrepõem
à busca de sentido e manutenção da unidade textual, fazendo com que a tentativa de reformulação
do enunciado escrito seja anulada pelos limites gráfico-espaciais próprios pela inscrição e
linearização da escrita na folha de papel. Esses limites dificultam a efetivação da reformulação de
sentidos e enunciados já escritos, identificados como problemáticos. Diante disso, pode ser
observado que a atividade metalinguística relacionada à reformulação de enunciados escritos
identificados pelo jovem escrevente dependeria, por um lado, de sua intuição epilinguística, e,
por outro, do conhecimento de recursos gráfico-espaciais para a efetivação de rasuras sobre
elementos linguísticos já linearizados na folha de papel.
Keywords: Metalinguístico; processo de escritura; ensino primário, sala de aula, aprendizagem
A escrita colaborativa em tempo real: o que entra em jogo, na escritura de um texto,
quando alunos recémalfabetizados combinam o que vão escrever?
Maria Hozanete Alves de Lima
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Brasil)
O que entra em jogo, na escritura de um texto, quando alunos recém-alfabetizados combinam o
que vão escrever? Sendo o texto escrito um relato sobre uma excursão escolar vivenciada por
eles, que elementos linguísticos podem concorrer na composição textual? Essas questões se
encontram no cerne de nossa proposta de investigação. Cada uma delas aponta para diferentes
horizontes, posto considerar-se a “escritura em ato” (CALIL, 2008, 2013, DOUQUET, 2007) que
preserva a cena enunciativa dialogal através da qual se visibilizam as negociações entre os
escreventes e, também, o texto enquanto produto final de uma proposta de escrita gerenciada no
espaço escolar. Em nosso estudo, analisaremos dois processos escriturais registrados através de
material áudio-visual (câmera e áudio), capturando, em tempo real, a interação entre os alunos e
as operações metalinguísticas e metaenunciativas (AUTHIER-REVUZ, 1991, 1998) que orientam
o processo de escritura - textualização em curso - e a escrita do texto - enquanto produto final. As
análises de nosso material nos permitiram evidenciar que alunos em processo de aquisição de
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linguagem discutem não apenas sobre o que vão escrever textualmente, mas sobre questões
gramaticais heterogêneas, que vão desde o sistema gráfico (relação som-letra) até regras sintáticas
ainda não sedimentadas por eles.
Palavras-chaves: Escritura em ato, Escrita colaborativa, Manuscrito escolar, Operações
metalinguísticas
Ecrire une règle de jeu pour apprendre à parler en maternelle. Quelles reformulations
pour construire un texte mêlant explication et narration ?
Natacha Espinosa
MODYCO. Université Paris Nanterre. SUFOM ÉSPÉ Versailles (France)
Nous appuyant sur les travaux de Vion (2000 : 219), qui définit la reformulation comme une «
reprise avec modification de propos antérieurement tenus », nous souhaitons étudier la fonction
et les formes de reformulations utilisées par les enseignants de maternelle dans la perspective du
développement du langage, mais aussi le développement général des enfants, reprenant l’idée que
c’est « dans les énoncés que l’enfant entend – qui le concernent et qu’il retient – que l’enfant
cherche à savoir comment il va dire ce qu’il veut dire » (Martinot 2010 : 69).
A partir d’une recherche sur le type de discours spécifique des situations de jeux à règles et les
interactions langagières proposées dans des classes de maternelle, nous avons montré comment
les interactions éducatives peuvent favoriser l’apprentissage du langage oral de l’enfant (Canut et
Espinosa, 2016). Nous souhaitons dans cette communication présenter une analyse linguistique
des reformulations offertes par l’adulte et produites par l’enfant lors de l’écriture de règles de jeux
pour observer comment peut se construire dans ces situations langagières un discours narratif et
explicatif complet et structuré qui aide l’enfant à expliquer les règles du jeu auquel il joue et
produire en dictée à l’adulte un texte explicatif particulier.
L’analyse linguistique d’échanges adulte-enfants en situation scolaire portera principalement sur
les constructions syntaxiques des reformulations de l’adulte adressées aux élèves lors de
l’explication d’une règle de jeu. Nous montrerons ainsi que les formes de reformulation varient
selon le type de discours utilisé mais aussi, dans le cadre de l’explication de règle de jeu, selon
les étapes du jeu lui-même. Les textes en cours de production s’appuient sur ce que l’élève sait
ou croît savoir de ces textes particuliers.
Les principaux résultats exposés
— Description des formes variées de reformulations qui constituent le discours narratif et
explicatif que l’adulte peut proposer aux jeunes élèves pour les aider à expliquer une règle de jeu
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— Description des reformulations que les élèves sont capables de produire en s’appuyant sur les
offres langagières des adultes dans la perspective de l’élaboration d’un texte à écrire
L’objectif de cette communication est de proposer une étude descriptive des formes de
reformulation dans les situations d’apprentissage en milieu scolaire et d’envisager un éclairage
didactique qui permette aux enseignants de poursuivre une réflexion formative sur les interactions
langagières et la diversité des formes linguistiques nécessaires au développement des capacités
linguistiques des élèves (Canut, Espinosa et Vertalier, 2013).
Pistes bibliographiques
Canut, E., Espinosa, N. (2016). Jouer pour apprendre à parler à l’école maternelle. Regard sur la
posture langagière de l’enseignant, Le français aujourd’hui, 195, 93-104.
Canut, E., Espinosa, N. & Vertalier, M. (2013). Corpus et prise de conscience des processus
interactionnels d’apprentissage du langage pour repenser les pratiques enseignantes en
maternelle, LINX, 68-69, 69-94.
Espinosa, N. (sous presse). « Quelles reformulations pour aider le jeune enfant à construire un
discours explicatif ? L’exemple des reformulations de l’adulte en situation de jeu à règles
», in
H. Landolsi, M. Svensson et Coco Norén (éds), La reformulation : à la recherche d’une frontière,
117-130.
Martinot, C. (2010). Reformulation et acquisition de la complexité linguistique. Travaux de
linguistique, 61, 63-96.
Vion, R. (1992, 2000), La communication verbale. Analyse des interactions, Paris, Hachette.
La reformulation : pont ou obstacle dans l’enseignement/apprentissage du français via les
genres textuels au cycle secondaire au Liban
Paulette Ayoub
Université Libanaise et Université de Balamand (Liban)
Au Liban, pays pluriculturel et plurilingue, l’enseignement de la langue française dans les écoles
francophones débute à la première année de scolarisation, l’apprenant à trois ans apprend, au
même moment, l’arabe standard et la langue française, celle-ci sera l’intermédiaire de
l’enseignement/ apprentissage des disciplines non scientifiques tout le long de son parcours
scolaire.
Les manuels scolaires du cycle secondaire (lycée) destinés à l’enseignement de la langue française
renferment une variété thématique, plusieurs genres de textes y sont traités (dramatique, poétique,
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romanesque, médiatique, textes d’idées ...) ainsi qu’une variété de supports y est exploitée
(chanson, document sonore, vidéo clip, séquence filmique, document iconographique). Dans ces
classes, où le développement de la compétence de communication est exigé par la dernière
réforme pédagogique de 1997, enseigner et acquérir une langue exige le recours à plusieurs
procédés comme celui de la reformulation. C’est pourquoi nous nous sommes demandé : quelle
place occupe la reformulation dans les discours des actants de la classe et comment les apprenants
reformulent leurs idées à l’écrit ?
Pour pouvoir répondre à cette question nous énumérons les hypothèses suivantes :
• La difficulté de la reformulation est en corrélation avec le genre textuel traité
• La reformulation à l’oral est plus difficile qu’à l’écrit
• L’enseignant remédie aux lacunes de la reformulation à l’oral et à l’écrit.
Nous allons valider ces hypothèses en nous basant sur un corpus composé de trois observations
menées dans les classes secondaires, des entretiens semi-directifs avec les enseignantes des
classes concernées et des copies de 30 apprenants du cycle secondaire.
Nous nous appuierons sur les travaux de Schneuwly & Dolz (1997), Garcia Debanc (1999),
Nonnon (1990), Beacco (2004) et Adam (2011) pour effectuer nos analyses, infirmer ou confirmer
nos hypothèses. Enfin, notre argumentation débouchera sur quelques suggestions didactiques
susceptibles d’épauler l’enseignant dans sa mission éducative.
Mots-clés : Interaction verbale, plurilinguisme, reformulation.
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Séance | Sessão 3 (Salle | Sala 301) 14.30-16.30
Pratiques littéraires | Práticas literárias
Présidence de séance/Presidente da sessão : Hassan Moustir
Genres et reformulation chez Edmond A. El Maleh
Approche sémiotique
Anouar Benmsila
Université Moulay Ismaïl (Maroc)
L’intention première de notre communication est de proposer une approche sémiotique de la
relation interactive entre genres et reformulation. Il s’agit moins d’border théoriquement cette
relation que d’en élaborer une étude pratique. C’est pourquoi nous nous proposons d’inscrire notre
problématique dans une pratique textuelle bien précise, celle d’Edmond Amran El Maleh (1917-
2010), écrivain et « critique d’art » marocain de langue française. Cela dit, notre étude procède
d’une discipline circonscrite, la sémiotique en l’occurrence, plus spécifiquement la sémiotique
instituée par Algirdas Julien Greimas et ses compagnons dans le cadre de l’Ecole de Paris.
Comme tout objet de connaissance n’est pas donné, tout prêt, mais se construit sous un angle de
vue bien déterminé, nous commencerons par un essai de construction sémiotique de la
reformulation pour ensuite étendre cet exercice aux genres et à l’interaction entre genres et
reformulation. Cette tâche préalable s’effectuera à partir du corpus constitué par les textes
d’Edmond A. El Maleh, notamment Parcours immobile et Aïlen ou la nuit du récit. Nous
aborderons alors la reformulation, non plus dans un cadre phrastique et inter-phrastique, mais
transphrastique ; autrement dit textuel. De même, les genres textuellement parlant seront conçus
comme langages dans l’acception greimassienne de ce terme, acception qui s’enracine dans la
glossématique de Louis Hjelmslev (Prolégomènes à une théorie du langage). Une fois ce travail
préliminaire réalisé, nous procéderons à l’étude des genres et de la reformulation dans le corpus
retenu. Et c’est bien là que notre communication veut en venir. C’est là le noeud du problème.
Comment genres et reformulation s’articulent-ils dans la production textuelle d’Edmond A. El
Maleh et quelle est la portée sous-jacente à cette articulation ? Nous montrerons que cette
production tire justement sa cohésion, son unité organique de l’interaction entre genres et
reformulation. En effet, le scripteur, au fur et à mesure de la « textualisation », se saisit de langages
déjà construits, par eux-mêmes signifiants, afin de les soumettre à la relecture (interprétation).
Non seulement il en construit des significations suivant le principe d’équivalence, mais leur
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insuffle des significations nouvelles, voire contradictoires avec celles qu’ils renferment
initialement. Il se produit alors une transfiguration de l’identité respective de ces langages aussi
bien au niveau du contenu qu’au niveau de l’expression. Nous prendrons comme exemple concret
la neutralisation de la distinction habituelle entre littérature et photographie, qui sont tellement
imbriquées qu’elles donnent naissance à un langage syncrétique et inédit (langage iconico-
scriptural ?) Mais cette transposition sémiotique foncièrement subversive gagnera, croyons-nous,
à être inscrite dans un contexte plus large, celui de la culture et de l’idéologie, dans l’acception
sémiotique.
Ainsi pourrons-nous élucider la portée de la connexion entre, d’une part, genres et reformulation,
et d’autre part, entre la remise en question des genres textuels et la mise en cause d’une
représentation du genre cette fois au sens social. Il sera montré que la femme, d’habitude confinée
au mutisme, fait désormais acte de parole, produit un discours récusant les constructions
discursives convenues à son égard. La révision du genre et la subversion des genres textuels
s’avèreront indissolublement liées. C’est qu’au fond le genre socialement parlant est une
construction du discours et que les genres textuels, tout autant discursifs, font partie intégrante
d’une société ; celle-là même qui configure et codifie le genre social.
Références bibliographiques
ABLALI Driss, BOUHOUHOU Ayoub & TEBBAA Ouidad (éds), Les genres textuels, une
question d’interprétation ?, Limoges, Lambert-Lucas, 2015.
EL MALEH Edmond Amran, Parcours immobile, Paris, Maspero, 1980 (2015).
EL MALEH Edmond Amran, Aïlen ou la nuit du récit, Paris, Maspero, 1983 (2015).
FONTANILLE Jacques, Sémiotique du visible, Paris, PUF, 1995.
FONTANILLE Jacques, Sémiotique du discours, Limoges, PULIM, 1998.
FUCHS Catherine, La paraphrase, Paris, PUF, 1982.
GREIMAS Algirdas Julien & COURTES Joseph, Sémiotique. Dictionnaire raisonné de la théorie
du langage, tomes 1 & 2, Paris, Hachette Université, 1979-1986.
HJELMSLEV Louis, Prolégomènes à une théorie du langage, traduction française, Paris, Minuit,
1971 [1943].
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L’écriture circulaire ou la transgression des genres : Analyse de la figure de la répétition
dans l’oeuvre de A. Kilito
Saloua El Oufir
Université Mohammed V Rabat (Maroc)
Sous le titre « L’écriture circulaire ou la transgression des genres : Analyse de la figure de la
répétition dans l’oeuvre de A. Kilito », la présente communication se propose d’étudier la
corrélation entre la reformulation - comme tant une forme de répétition-substitution - et la
question générique dans l’oeuvre de l’écrivain Abdelfattah Kilito. Derrière une intertextualité des
plus fécondes, les récits et les essais de cet écrivain marocain subvertissent les frontières
génériques dans lesquelles le sens commun voudrait les enfermer. Foisonnement des références
livresques, hypertrophie des citations, réflexions sur les littératures d’orient et d’occident mais
aussi sur les problématiques de la lecture et de l’écriture donnent le ton à des écrits qui thématisent
la littérature et qui abordent autrement des « genres canoniques en transcendance » ( Genette,
Postscript) comme la critique et la théorie littéraires.
Notre propos sera de démontrer que cette thématisation de la littérature se donne à voir à travers
l’usage de la reformulation, de la répétition et de la réécriture. En effet, en emboitant le pas à des
auteurs comme Borges et Bakhtine, Kilito écrit, se réécrit et entraine le lecteur dans les dédales
d’une écriture circulaire qui produit immanquablement une impression de « déjà lu ». La
réécriture, qui est un « exercice d’admiration » pour lui, consiste à faire dialoguer ses propres
oeuvres les unes avec les autres mais aussi avec des textes d’autres auteurs ( Le Collier de le
colombe, La Divine comédie, Le Mille et une nuits , Don Quichotte, Bouvard et Pécuchet,
Barteleby, La métamorphose, Le livre de Sable, Le barron perché…) qu’il revisite de manière
quai-obsessionnelle.
Il s’agira donc d’analyser les différents aspects de la répétition et de démontrer qu’elle peut
prendre la forme d’ « auto-citations », de « reprises », de « prolongements » voire même d’
« appels au sens juridique du terme » (Kilito, Kilito en question). Nous déterminerons également-
à un niveau formel- les traits stylistiques qui matérialisent la réécriture comme l’usage récurent
de la parenthèse, sans pour autant perdre de vue que derrière la diversité des formes dans la
répétition du déjà dit, la réécriture demeure fondamentalement liée chez Kilito au phénomène de
l’hybridité générique. Car si ce dernier explore indifféremment les mêmes thèmes aussi bien dans
des essais que dans des récits dont il s’emploie à brouiller les frontières, c’est pour satisfaire avant
tout à l’exigence de la thématisation de la littérature. En d’autres mot, si l’anecdote fusionne chez
lui avec l’essai et si le commentaire chevauche la narration, c’est pour une immersion à l’intérieur
de le bibliographie qui permet de traiter librement de littérature voire d’apprivoiser le monde avec
la littérature.
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L’utilisation des reformulations dans la littérature contemporaine de langue anglaise :
spécificités liées au genre, et stratégies rhétoriques
Blandine Pennec
Université Toulouse II Jean Jaurès (France)
Le terme de reformulation se comprend comme un retour sur une formulation première, afin de
la réélaborer en tout ou partie, généralement dans une perspective d’amélioration du propos ou de
meilleure compréhension de la part de l’interlocuteur. A l’oral, les reformulations sont ainsi au
service d’une accommodation (cf. Giles et al. 1991) intersubjective. A l’écrit, tel n’est pas leur
unique rôle, et elles jouent aussi un rôle de cohésion et de structuration du discours (cf. Charolles,
1987). Au-delà de telles propriétés, force est de constater que la littérature contemporaine se
caractérise par des emplois de reformulations qui semblent propres au genre. Les reformulations
sont alors employées à des fins, non plus seulement d’intercompréhension ou de structuration,
mais servent des objectifs rhétoriques tout à fait spécifiques. Parmi eux, nous relevons tout
particulièrement :
- des stratégies de brouillage référentiel :
(1) Indeed my mother spoke of her as pretty, or almost pretty (as in, isn’t it too bad, she could be
pretty).
(Child’s Play, A. Munro, 2009, p. 195)
La deuxième qualification est-elle supposée coexister avec la première (la mère de la narratrice
choisissant tour à tour l’une ou l’autre description), ou encore l’amender ? Il semble en fait qu’un
phénomène de brouillage interprétatif soit en oeuvre.
- des stratégies d’approche des référents par petites touches, mimant les flux de conscience ou les
pensées après coup :
(2) He belonged to that class of men –vaguely unpre-possessing, often bald, short, fat, clever-
who were unaccountably attractive to certain beautiful women. Or he believed he was, and
thinking seemed to make it so. (Solar, I. Mc Ewan, 2010, p. 3)
La reformulation intervient de façon légèrement différée (comme une forme d’afterthought,
illustrant le regard réflexif à l’oeuvre). L’objectif est celui d’une meilleure adéquation du contenu,
non seulement avec la réalité, mais aussi avec la vision que le narrateur a de son personnage.
- des stratégies de revirement interne, se traduisant par des correctifs apportés au propos:
(3) He told - or, rather, politely asked - Mrs Strawson to get dressed again.
(A fatal inversion, B. Vine, 1987, BNC)
Cet acte de rectification après coup est exhibé à dessein. Il met en évidence une pensée qui se
précise, et s’auto-corrige.
- des jeux sur les mots et les expressions, incorporant parfois des stratégies de défigement:
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(4) Some thought this the typical buttoned-up formality of a Leningrader; but on top of that – or
underneath it – he knew he was a shy and anxious person.
(The Noise of Time, Julian Barnes, p. 12)
L’emploi de la reformulation non paraphrastique permet ici de jouer sur les termes, en défigeant
l’expression on top of that.
Nous examinerons dans quelle mesure les reformulations, en tant que procédés de réajustement
impliquant une « délinéarisation », sont des outils privilégiés traduisant les flux de conscience.
L’exhibition de ces derniers semble constituer une caractéristique récurrente des ouvrages de
littérature contemporaine, éventuellement en lien avec la mise en place de narrateurs non fiables
ou manipulateurs. Nous analyserons les caractéristiques métalinguistiques des reformulations, et
le fait qu’elles impliquent un regard réflexif particulièrement mis à profit dans le genre textuel
que constitue la littérature contemporaine. Le cadre linguistique utilisé sera majoritairement –
mais pas exclusivement – celui de la linguistique énonciative.
Eléments bibliographiques
Albrespit, Jean and Christelle Lacassain-Lagoin. « L’accommodation en linguistique – propos
liminaire ». Anglophonia [Online], 24 | 2017, Online since 28 November 2017, connection
on 17 April 2018. URL : http://journals.openedition.org/anglophonia/1096 ; DOI :
10.4000/anglophonia.1096
Bakthine, Mikhaïl. Esthétique et théorie du roman. Trad. Daria Olivier, Coll. Tel, Paris :
Gallimard, 1978 [1924].
Blakemore, Diane. “‘Or’-parentheticals, ‘that is’- parentheticals and the pragmatics of
reformulation”. Journal of Linguistics, 43, Cambridge: Cambridge University Press, 2007,
p. 311-339.
Charolles, Michel. « Spécialisation des marqueurs et spécificité des opérations de reformulation,
de dénomination et de rectification ». In Pierre Bange (eds.), L’analyse des interactions
verbales. La Dame de Caluire : une consultation, Actes du colloque tenu à l’Université de
Lyon II du 13 au 15 décembre 1985, Berne : Peter Lang, 1987 : 92-122.
Giles, Howard, Justine Coupland and Nikolas Coupland. “Accommodation theory:
Communication, context, and consequences”. In Howard Giles, Justine Coupland and
Nikolas Coupland (eds.), Contexts of accommodation: developments in applied
sociolinguistics. New York: Cambridge University Press, 1991.
Pennec, Blandine. “Tensions and Blurring Effects Linked to the Use of the Coordinator OR in
‘Child’s Play’ by Alice Munro”. In E. Jouve, A. Guilain & L. Talairach-Vielmas (eds),
L’acte inqualifiable ou le meurtre au féminin, Bruxelles : Peter Lang, 2016, p. 199-210.
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Rossari, Corinne. Les opérations de reformulation. Analyse du processus et des marques dans
une perspective contrastive français-italien. Berne : P. Lang, 1997.
Roulet, Eddy. « Complétude interactive et connecteurs reformulatifs ». Cahiers de linguistique
française, 8, Genève : Unité de linguistique française, 1987 (b), p. 111-140.
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Séance | Sessão 4 (Salle | Sala 303) 14.30-16.30
Pratiques universitaires | Práticas universitárias
Présidence de séance/Presidente da sessão : Fátima Oliveira
Os dizeres de “quer dizer”
Ana Loureiro, Isabel Gil & Patrícia Rossi
CELGA-ILTEC. Universidade de Coimbra (Portugal)
O foco desta comunicação incidirá sobre as operações de reformulação introduzidas pela locução
quer dizer no âmbito do discurso político parlamentar.
Sendo este em larga medida um discurso ‘planificado’ (Marques, 2000), é também lugar de
intervenções marcadas pela espontaneidade; por outro lado, insere-se numa tipologia
deliberativa, sendo expectável uma elevada ocorrência de movimentos argumentativos, de força
ilocutória variável em função dos objetivos do locutor, da imagem que este de si pretende dar e
ainda da imagem que preveja que o Alocutário possa ter do Locutor. Deste modo, deparamo-nos
com eventos comunicativos que retomam e convocam outras vozes e outros discursos, levando
a uma organização polifónica e dialógica, diafónica, constitutiva da tessitura de um discurso
permeado pelo agonismo. A dimensão intertextual, interdiscursiva e dialógica deste género
propicia o aparecimento de múltiplas estratégias textuais-discursivas ao serviço da reformulação.
Neste âmbito, assume particular relevo o recurso à estrutura “quer dizer”, quer em usos como
sequência verbal plena, quer na sua versão gramaticalizada, enquanto marcador discursivo.
Partindo da tipologia de valores proposta em Lopes (2014), apresentamos algumas reflexões
sobre o comportamento específico deste item no discurso parlamentar. A análise dos exemplos
encontrados no corpus CRPC (Corpus de Referência do Português Contemporâneo) permitiu-
nos levantar as seguintes questões e hipóteses de trabalho: (i) se em múltiplas instâncias quer
dizer opera ao nível da reformulação, de modo a clarificar ou reconstruir objetos do discurso ou
pontos de vista, em muitos outros contextos a locução é usada na marcação de um segmento que
assume um papel resumptivo ou surge como operador de orientação argumentativa; (ii)
paralelamente, se como introdutor de reformulação é possível identificar claramente a voz do
Enunciador, noutros casos parece-nos que a origem enunciativa passa, entre outros, para o plano
do on-dit, aliado à ativação de uma memória discursiva, distanciando-se do ato de reformular.
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Referências bibliográficas
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ICALP.
Fonseca, J. (1994d). Dimensão accional da linguagem e construção do discurso. In J. Fonseca,
Pragmática Linguística. Introdução, Teoria e Descrição do Português (pp. 105-132).
Porto: Porto Editora.
Gil, I. (2004). O(s) discurso(s) em torno de um referendo: reformulação e acto de argumentação.
In Oliveira,
F. e I. M. DUARTE (orgs.), Da Língua e do Discurso. Porto: Campo das Letras.
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Lopes, A. C. M (2014). Contributo para o estudo sincrónico dos marcadores discursivos ‘quer
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O artigo de opinião por universitários: a reformulação em contexto de investigação de
leitura
Sandra Patrícia Ataíde Ferreira, Audria Leal & Fabíola Mónica Da Silva Gonçalves
Universidade Federal de Pernambuco (Brasil); CLUNL. FCT (Portugal); Universidade Estadual
da Paraíba (Brasil)
O objetivo dessa apresentação é discutir a produção de sentidos de um artigo de opinião por
universitário(as), em particular o caso da reformulação, em contexto de investigação da leitura de
gêneros textuais. Em uma perspectiva materialista-dialética, o processo e produção de sentido é
sempre cultural e historicamente determinado (Santos, 2014) e a compreensão, um encontro entre
duas consciências e, portanto, sempre dialógica (Bakhtin, 1997; Vigotski, 1968/2004). Ademais,
em uma perspectiva de linguagem dialógica e constitutiva da consciência do sujeito, a
compreensão se materializa como resposta ao enunciado do outro no processo de alternância dos
discursos, em um cenário de tensão que envolve distintos sistemas de valores que participam da
construção dialógica dos sentidos (Barros, 2004; Santos, 2014). Dizendo de outra maneira, a
responsividade é o princípio constitutivo de qualquer compreensão e, por sua vez, implica a
consideração da alteridade constitutiva do enunciado, concebida notadamente pelo conceito de
exotopia. Ou seja, o excedente de visão explicado pelo fato de cada sujeito ocupar um lugar único
e insubstituível no mundo do qual pode contemplar o outro de uma posição exclusiva em um
movimento de identificação e de afastamento para novas elaborações de sentidos (Bakhtin, 1997)
ao texto polifonicamente tecido por diferentes vozes que “se polemizam entre si, se
complementam ou respondem umas às outras” (Barros, 2004, p. 4). Assumindo o pressuposto de
que a produção de sentidos de textos acontece na relação dialógica entre leitor-texto-contexto, e
que a leitura é “uma atividade social marcada pela historicidade dos sujeitos, as vozes que os
constituem e sua situação material de vida” (Santos, 2014), propôs-se uma metodologia de
investigação de leitura que privilegiou a história de leitura do sujeito e a criação não
predeterminada de sentidos do texto mediada por um único enunciado produzido pelo
investigador: “O que você
significou do texto?” (cf. Vigotski, 2001). Assim, discute-se a produção de sentido de três
estudantes universitários da UFPE, Brasil, na interlocução com um artigo de opinião, disposto em
suporte revista, intitulado “Adoção à brasileira”. Os estudantes, uma jovem do Curso de
Pedagogia, e mais uma jovem e outro jovem do Curso de Letras, todos leitores assíduos de
gêneros acadêmicos, religiosos e/ou profissionais, constituídos como tais em contexto familiar
e/ou escolar desde a infância. As categorias analisadas foram o movimento de antecipação e
apropriação do discurso do outro, bem como os momentos em que locutor concorda, discorda,
completa, critica, recusa, posiciona-se e reposiciona-se (Barbosa, 2014). Observaram movimentos
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de identificação à voz do autor para depois dele afastar-se em uma posição responsiva de
concordância, apropriação, ampliação, recusa, crítica e antecipação à resposta do outro, com a
presença marcada nos textos das vozes do autor, do leitor e de diferentes instâncias sociais
abalizadas pela situação material de vida de cada um e por um contexto histórico do Brasil de
defesa dos direitos da humanidade. Deste modo, avalia-se que a reformulação na proposta de
investigação da leitura caracterizada por um único enunciado em detrimento de questões mais
pontuais sobre o artigo de opinião possibilitou aos participantes, a partir de seu lugar único no
mundo, entrar no universo do autor do texto e retornar ao próprio universo para (re)formular novas
opiniões, novos sentidos ou para ocultá-los.
Palavras chave: Produção de sentidos; artigo de opinião; leitura dialógica; universitários.
Referências
Bakhtin, M. Estética da criação verbal. 4ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
Barbosa, A. A. de A. O agir de produção de sentidos no processo de interpretação em diários de
leitura/blog por estudante universitário, 2014. 158 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia
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Santos, J. O. C. Uma discussão sobre a produção de sentidos na leitura: Bakhtin e Vugostsky.
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Paulo: Martins Fontes, 2004, p. 171-189 (publicado originalmente em 1968).
Vigotski, L.S. A construção do pensamento e da linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
Reformulação ou reformulações? O caso do género abstract
Paulo Nunes da Silva & Joana Vieira Santos
CELGA-ILTEC. Universidade Aberta. Universidade de Coimbra (Portugal)
No discurso académico (Swales 2004), o abstract tem suscitado estudos sobre movimentos
retóricos (Sidek et alii 2016), planos de texto (Wei et alii 2015), hibridismo (Lorés-Sanz 2016) e
comparação de textos de falantes nativos e não nativos de inglês (Noorizadhe e Chalak 2018),
entre outros temas.
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O abstract, requisito das teses de doutoramento, resulta de uma reformulação que implica
(re)escrita a partir desse texto-fonte, com o qual estabelece uma relação de género incluído
(Rastier 2001). Justifica-se uma análise comparativa de ambos numa perspetiva interacionista
(Bronckart 1997), com o objetivo de dilucidar como escolhas em componentes textuais e
dispositivos linguísticos interagem com as práticas das formações sociodiscursivas. Assumindo
estes pressupostos, o estudo propõe-se abordar três questões: a) que conteúdos da tese são mais
frequentemente selecionados para o abstract? b) o abstract replica o plano de texto da tese? c) as
suas estruturas sintáticas e lexicais são iguais às patentes na tese?
O corpus compreende 10 abstracts e respetivas teses de doutoramento, recolhidas no Estudo
Geral da Universidade de Coimbra: 5 de Ciências (C) e 5 de Ciências Sociais e Humanas e
Humanidades (CSHH). A análise global e contrastiva (C vs. CSHH) inicia-se pela identificação
dos conteúdos de cada abstract e pela explicitação do plano de texto, que é comparado com o da
tese. Incide ainda nas estruturas sintáticas e escolhas lexicais do abstract e de secções-chave da
tese.
Não obstante existirem matrizes epistemológicas comuns, reformulações diversas da tese-fonte
indiciam que a (re)escrita académica não é transversal. Os resultados refletem diferenças entre as
áreas de investigação mencionadas: os abstracts testemunham implicitamente abordagens
díspares do saber. Esta conclusão, aplicada à escrita académica, sustenta a necessidade de guiões
distintos para as reformulações inerentes aos abstracts nas diferentes disciplinas.
Referências
Bronckart, J.-P. 1997. Activité langagière, textes et discours. Lausanne: Delachaux et Niestlé.
Lorés Sanz, R. 2016. ELF in the making? Simplification and hybridity in abstract writing. Journal
of English as a Lingua Franca 5 (1), 53-81.
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Rastier, F. 2001. Arts et sciences du texte. Paris: PUF.
Sidek, H. M. et alii 2016. An analysis of rhetorical moves in abstracts for conference proceedings.
International E-Journal of Advances in Social Sciences, vol. II (4), 24-31.
Swales, J. 2004. Research genres. New York: Cambridge University Press.
Wei, M. et alii 2015. A Comparative Analysis of the Generic Structure of RA English Abstracts
in Chinese-Medium and English-Medium Linguistics Journals. English Language and
Literature Studies vol. 5 (4), 98-107.
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Mecanismos de reformulação no artigo científico
Matilde Gonçalves & Rute Rosa
CLUNL. NOVA FCSH. FCT (Portugal)
As práticas de linguagem da esfera académica suscitam um interesse atual, iniciado nos anos 80
(Swales, 1990, Fløttum & Rastier, 2003, Rastier, 2005), entre outros autores da área do texto e do
discurso). Para além das características da esfera académica, na qual a retoma e discussão do
conhecimento científico elaborado por pares é essencial/capital/primordial, importa ter em conta
a questão do género textual, enquanto modelo quer para a produção, quer para a interpretação
textual (Rastier, 2001, Bronckart, 2008). A presente proposta visa, assim, estudar no artigo
científico quais os processos de reformulação entre o resumo do artigo e o próprio artigo, bem
como a influência do funcionamento social do género nestes mesmos processos. Considera-se a
reformulação como um processo interpretativo, servindo para parafrasear, completar ou corrigir
(Gülich & Kotschi, 1983). Duas tipologias sobre a reformulação são atestadas: a parafrástica e a
não parafrástica. Relativamente à primeira existem três tipos definidos por Fuchs (1982):
designação, denominação e exemplificação. De acordo com Flottum (1995), Gülich e Kotschi
(1995), a reformulação parafrástica funciona como operação de expansão (pela especificação ou
de explicação) ou de redução (pelo resumo/síntese e pela denominação). Neste sentido, a presente
proposta visa identificar os processos de reformulação no artigo científico, comparando o resumo
peritextual com o corpo do artigo. Para tal, selecionou-se um corpus constituído por quatro textos
escritos em português europeu, inscritos em duas áreas de investigação – Direito e Ciências
Farmacêuticas. Em termos metodológicos, privilegiando uma abordagem descendente
(Voloshinov, [1929]1977) e uma perspetiva comparativa, articula-se uma análise de cunho
qualitativo com uma análise quantitativa. Assim, num primeiro momento, damos conta do
funcionamento social do género, seguindo-se a análise dos processos de reformulação presentes
nos exemplares selecionados, comparando-se, por um lado, os resumos peritextuais com o corpo
dos artigos e, por outro, os exemplares de Direito com os textos de Ciências Farmacêuticas. A
partir da análise efetuada, pretende-se demonstrar que os mecanismos de reformulação dependem
não só da inscrição genérica dos textos, mas também, em grande medida, das atividades sociais a
que o género pode estar associado.
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Séance | Sessão 5 (Salle | Sala 301) 17.00-19.00
Genre social | Género social
Présidence de séance/Presidente da sessão : Nicolas Couégnas
Reformulations normatives et reformulations déviantes du genre (masculin/féminin).
Une expérience in vitro.
Julie Abbou
Laboratoire Parole et Langage (LPL) – Aix-Marseille Université
CLESTHIA – Université Sorbonne Nouvelle (France)
Depuis Troubles dans le genre, Butler, qui elle-même s’appuie sur Derrida, a formulé l’idée
largement reprise depuis, que le genre (féminin/masculin) est une performance qui acquiert sa
force normative à travers l’itération. Ainsi, elle postule que le genre est une répétition sans énoncé
original, ce qui ne signifie pas pour autant que les reformulations du masculin et du féminin soit
affranchies de contraintes ou de conditions de possibilités. Ces répétitions sans cesse reformulées
se produisent sur une large gamme sémiotique, qui va du corporel au discursif, en passant par les
trajectoires socio-économiques ou encore les constructions nationales. Cette emphase sur la
répétition est importante car elle permet de saisir ensemble la force normative de la catégorisation
de genre et les brèches, les déviations qui peuvent se produire dans les reformulations de cette
norme, et qui ouvrent la possibilité de nouvelles performances de genre. Elle est également
importante en ce qu’elle souligne la dimension premièrement sémiotique du genre.
Mais pour le linguiste qui désirerait observer les traces en discours de ces répétitions sans cesse
reformulés, le corpus est difficile à constituer, tant ces réitérations sont omniprésentes et
multisémiotiques. Je propose donc, avec cette communication, d’échafauder une expérience pour
déclencher ces discours de catégorisation du genre, et observer comment ils se reformulent, d’un
individu à l’autre, mais aussi dans l’interaction : j’ai rassemblé un corpus de 40 photographies de
visages humains. Ces portraits sont présentés aux locuteur.es à qui il est demandé de catégoriser
en termes de genre. Ce que laisse entrevoir ce dispositif testé lors d’une étude pilote et dans un
contexte d’enseignement, c’est d’une part comment la reformulation des différents critères
d’interprétation du genre mobilisés par les locuteurs pour catégoriser, évoluent au fur et à mesure
de l’expérience, pour se dédire, se reprendre, se troubler ou bien au contraire s’affiner et
s’affirmer, et d’autre part le trouble semé dans l’interaction par la consigne. En effet, les
performances de genre des participant.es à l’expérience et celui de la chercheuse sont sans cesse
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reconfigurées, repositionnées par les propositions de catégorisation, les négociations, les silences,
les disfluences, etc. Et cette reconfiguration conduit à son tour à des reformulations dans les
qualifications de soi et de l’autre. Il s’agit donc en quelque sorte d’une expérience in vitro sur les
reformulations du genre.
En étendant cette expérience à un corpus plus large, il s’agit d’observer d’une part comment les
catégories du genre sont reformulées (au sens d’une réitération dialogique) d’un individu à l’autre,
et d’autre part, le rôle que jouent les reformulations au sein de l’interaction dans les performances
de genre, que ces reformulations soient des appropriations par les locuteur.es de catégorisations
normatives (qui peuvent être multiples), ou des reformulations offrant des possibilités de
déviation, voire de débinarisation, des normes de genre.
Textos e pessoas: uma (re)formulação interacionista da noção de género
Marta Fidalgo
CLUNL (Portugal)
A diversidade e a complexidade são inerentes à pessoa humana, refletindo-se necessariamente
nas suas atividades, como é o caso da produção de textos empíricos, também eles objetos
complexos e diversos. Contudo, se esta pluralidade é consensual relativamente aos textos, o
mesmo já não se pode afirmar em relação aos indivíduos.
Com o intuito de contribuir para a atual discussão sobre questões de identidade e expressão de
género, esta proposta, inserida na linha de trabalho do grupo Gramática & Texto do CLUNL
(NOVA FCSH), procurará evidenciar de que modo a Linguística do Texto, e mais
especificamente o quadro epistemológico do Interacionismo Sociodiscursivo (ISD), podem
constituir um contributo relevante para uma compreensão mais ampla dos géneros (textuais e
humanos) e do caráter híbrido que lhes pode estar associado.
Com base numa abordagem metodológica simultaneamente descritiva e qualitativa, o trabalho
prevê a análise de exemplos selecionados de textos concretos e imagens de indivíduos, cujos
géneros podem ser considerados ambíguos, a fim de atingir dois objetivos: em primeiro lugar,
pretende-se demonstrar que os princípios teóricos e as categorias descritivas do ISD, aplicáveis à
análise textual (Bronckart, 1997), podem igualmente promover o entendimento da pluralidade e
singularidade da pessoa humana, se os pressupostos interacionistas associados ao estatuto
dinâmico dos géneros (Miranda, 2010) forem transpostos para a reflexão sobre a ambiguidade do
próprio ser humano, por oposição à redução do género social a uma categoria binária estanque.
Em segundo lugar, o cruzamento proposto visa salientar que a articulação entre reformulação e
géneros pode advir da constatação de que as representações por vezes associadas à noção de
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género devem, elas próprias, ser reformuladas e continuamente atualizadas. Na verdade, as
configurações híbridas, sejam elas textuais ou humanas, são suscetíveis de gerar incompreensões
em relação aos textos e ao(s) outro(s). Por sua vez, a reformulação, enquanto processo com função
explicativa, remete não só para uma preocupação com o destinatário cuja interpretação importa
conduzir (Coutinho, 2004), mas também para a vontade do enunciador de ser compreendido, para
que o sentido (do texto ou de si) seja adequadamente respeitado.
Finalmente, esta proposta deverá conduzir a duas conclusões: i) a reformulação assim entendida
permite reduzir possíveis ambiguidades tanto no que se refere à produção do sentido de um texto,
enquanto exemplar de um género, como no que diz respeito à compreensão da
identidade/expressão de género de uma pessoa; e ii) tal como o género textual condiciona as
estruturas linguísticas mobilizadas nos textos, também a interpretação do género de cada
indivíduo deve considerar as implicações linguísticas decorrentes dessa construção interna e
externa. É, pois, nesta constante interação entre o social e o individual, entre representações
coletivas e representações individuais, que se dá a reformulação do(s) género(s), mediada ora pela
linguagem verbal ora pela linguagem do corpo (Butler, 2017).
Referências
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sociodiscursif. Paris: Delachaux et Niestlé.
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do expor em géneros académicos do português europeu contemporâneo. Calidoscópio 2(2),
pp. 9-15.
Miranda, F. (2010). Textos e géneros em diálogo: Uma abordagem linguística da
intertextualização. Lisboa: FCG/FCT.
Traduire l'inclusivité: Reformuler le langage inclusif, entre français et italien
Giuseppe Sofo
Università Ca’ Foscari- Venezia (Italia)
Ma communication propose une étude comparée des formes du langage inclusif développées en
langue française et en langue italienne, et essayera d’ouvrir le champ à une réflexion sur la
traduction de l’écriture inclusive, que j’estime nécessaire afin d’offrir des outils pour un langage
de plus en plus inclusif dans toute langue. La règle de la grammaire traditionnelle qui voit le
masculin « l’emporter » sur le féminin est commune aux deux langues, de même que dans ces
deux environnements linguistiques est présente une réflexion sur les stratégies à adopter pour
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remédier à cette règle établie dans le temps qui reflète une différenciation plus dangereuse et plus
vaste dans la société. Et pourtant, le français et l’italien n’admettent pas – ou bien ne suggèrent
pas – les mêmes solutions.
Le fait que l’écriture inclusive ait pris dans les deux langues des formes qui sont non seulement
différentes, mais parfois même opposées, en raison de sensibilités différentes quant aux mêmes
questions et de réalités linguistiques qui favorisent une solution plutôt que l’autre nous oblige à
nous poser plusieurs questions : il faut d’abord comprendre quelles sont les différences entres les
stratégies d’inclusivité utilisées dans les deux langues, et en comprendre les raisons, pour ensuite
passer à une discussion sur les difficultés que ces différences présentent dans la reformulation du
discours de genre en traduction, du point de vue théorique, et à une proposition de directions à
suivre ou à éviter dans la pratique de la traduction. En même temps, ce passage entre les langues
et les langages nous permettra d’introduire dans un contexte des formes d’inclusivité qui lui sont
inconnues, ou qui ne sont pas favorisées.
La traduction peut se faire porteuse d’une différence créatrice, aidant l’introduction dans le
contexte d’arrivée de formes d’inclusivité inédites. La question fondamentale qui se pose est donc
la suivante : faudrait-il traduire en respectant les choix du contexte de départ ou du contexte
d’arrivée ? Il me semble évident que le contact et même une étude comparée entre les langages
inclusifs de ces deux langues pourrait aider les deux contextes à adopter des choix qui
sembleraient impossibles dans une langue, mais que l’autre connait parfois depuis des siècles, en
aidant ainsi à effacer certaines stigmatisations qui caractérisent l’histoire de nos langues, et qui
ont de conséquent influencé notre pensée. Cet équilibre instable et complexe entre « dépaysement
» et « domestication » est probablement la seule façon de respecter les discours de genre et les
langages inclusifs des deux langues, en permettant en même temps aux discours de s’influencer
les uns les autres, pour aller non « contre » les langues mais plutôt « vers » les langues, pour
mieux les aider à exprimer la réalité dans laquelle nous vivons et que nous contribuons à forger.
Bibliographie
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A repetição como estratégia de reformulação em discursos políticos de autoria feminina e
masculina: uma questão de género(s)?
Carolina da Costa Joaquim
CLUNL - FCT (Portugal)
Esta comunicação enquadra-se na área da Linguística do Texto e do Discurso e tem como proposta
abordar uma das estratégias de formulação textual - a repetição, com o intuito de refletir sobre a
ocorrência de determinadas estruturas constitutivas da reformulação por repetição no processo de
reconhecimento e interpretação do sentido, quer do ponto de vista da identidade do género, quer
do género textual.
Os estudos primordiais sobre reformulação remontam às décadas de 70 e 80 (Harris, 1976; Fuchs,
1982), impulsionados depois pela publicação de La Dame de Caluire que, já em 1987, faz da
reformulação um dos objetos de estudo mais trabalhados, assistindo-se a uma abertura disciplinar,
bem como à (re)definição do fenómeno linguístico em si (Gulich & Kotschi, De Gulmyn,
Charolles, 1987; Martinot, 1994; Charolles & Coltier, 1986; Garcia-Debanc, 2006; Kara, 2004,
2007; Rossari, 1993; entre outros).
Os estudos sobre a repetição como estratégia de reformulação predominam no domínio do oral,
salientando-se o papel crucial da repetição no processo de construção do saber (Volteau, 2007),
na estruturação do discurso (Koch, 2001), no processamento informacional e na preservação da
funcionalidade comunicativa (Marcuschi, 1996, 2006). Por seu turno, Lebaud & Ploog (2013)
frisam a sua importância como fenómeno não parafrástico e a sua heterogeneidade estrutural e
estilística no seio do mesmo campo discursivo e referencial.
É nesta última premissa que se situa o presente trabalho, alargando-se o enfoque do paradigma da
reformulação como paráfrase, e linguisticamente marcada pelos tradicionais mecanismos de
reformulação, ao processo de reformulação na sua ligação com as estruturas de repetição.
Perspetiva-se neste trabalho, ainda, contrariar a tendência dos estudos encetados sobre a repetição,
descentralizando-os do domínio oral para o domínio escrito, pelo que o corpus de análise
configura textos (escritos) que pertencem ao género textual discursos políticos, de instâncias
produtoras femininas e masculinas de destaque no panorama social e político português.
Assim, pretende-se:
- do ponto de vista da relação da reformulação com o género textual: i) determinar (e relacionar)
as estruturas de repetição que se colocam em evidência no género de texto discurso político; e ii)
perceber em que medida a reformulação sob a forma de estrutura de repetição pode configurar
uma característica desse género de texto;
- do ponto de vista da relação da reformulação com a identidade de género: iii) aferir se essas
estruturas de repetição são uma estratégia tendencialmente utilizada por instâncias produtoras
femininas ou se por masculinas; e iv) determinar se (e em que medida) essas estruturas estão (ou
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não) associadas à implicação/envolvimento de mulheres e/ou homens no processo de produção
textual.
Para a questão da identidade de género, a reflexão e análise orientam-se pelos pressupostos
teórico-metodológicos do Interacionismo Sociodiscursivo (Bronckart, 1999, 2006, 2008), mais
especificamente no que concerne ao conceito de folhado textual, por enquadrar as marcas
linguísticas e, consequentemente, os mecanismos de implicação, que possibilitam aferir se o
discurso é implicado ou não.
As análises apresentadas assumem-se provisórias, mas promissoras, revelando que a repetição
como estratégia de reformulação, do ponto de vista da sua relação com o género textual, parece
ser, também, uma característica do texto escrito, nomeadamente do género de texto discurso
político; e, do ponto de vista da sua relação com a identidade de género, parece ser um recurso
mais explorado, ou pelo menos, com maior ênfase, pelas instâncias produtoras femininas, em
segmentos que traduzem a sua implicação no texto.
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Séance | Sessão 6 (Salle | Sala 303) 17.00-19.00
Pratiques audiovisuelles et politiques |Práticas audiovisuais e políticas
Présidence de séance/Presidente da sessão : Françoise Bacquelaine
Reinventar, resistir, reformular
A tradução no feminino (de Brossard a Godard)
Hugo Amaral
Universidade de Coimbra (Portugal)
Derivando do trabalho de consciência feminista inscrito na dita escrita feminina [écriture
féminine], o sintagma tradução no feminino [traduction au féminin] não aponta tanto para a
tradução de textos feministas mas antes para as práticas de tradução (e para um certo pensamento
da tradução em torno) de obras de escritoras feministas francófonas do Quebeque (destacando-se,
de entre elas, a de Nicole Brossard, que trabalha também, na poesia, na ficção e no ensaio, a
questão da tradução – ou o fio temático da tradução em questão) por parte de tradutoras feministas
anglófonas e/ou teóricas da tradução (sobretudo Barbara Godard e Susanne de Lotbinière-
Harwood). Este gesto ou quase-movimento, que promove uma nova intertextualidade entre
mulheres e faz incidir um novo foco de luz sobre as relações entre literatura, tradução, linguística,
psicanálise, estudos culturais e a Desconstrução como idioma filosófico, é uma singular
experiência de reescrita que visa dar lugar ao esquecido e ao denegado, ou seja, que procura dar
visibilidade às mulheres (e às suas utopias) na linguagem e no mundo, logo um ato de
reformulação inventiva e criativa que, embora sendo confundida, muitas vezes, com uma prática
de tradução agressiva, excessiva ou antitradicional, não se distingue de um gesto político e
intervencionista, de um ato de resistência irredentista ao sistema patriarcal e heterossexista
enquanto gesto de desconstrução ou de reinvenção do tecido discursivo e textual da metafísica
falologocêntrica (Derrida dixit), da sua lógica e dos seus pressupostos.
Será, pois, a coreografia deste gesto de tradução no feminino (também chamada, por vezes, de
tradução feminista), não menos que o alcance político e ético ditado pela reformulação invetiva,
que a estrutura, da subjetividade masculina ou do masculino genérico hierarquizante das relações
de género, que procuraremos remarcar e retraçar em algumas obras de Nicole Brossard, Barbara
Godard e Susanne de Lotbinière- Harwood: obras que, na absoluta singularidade ou
intraduzibilidade dos seus idiomas, delineiam, nos seus cruzamentos, um gesto de reinvenção e
de resistência da linguagem, e da mulher na linguagem, como condição de possibilidade de criar
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novos sentidos, de refazer relações entre realidade, imaginário e simbólico, assim assinalando um
contributo de singular exceção para a vitalidade não só dos estudos sobre tradução e género mas
também da cultura do Quebeque e do seu papel no mundo.
Palavras-chave: tradução; feminino; invenção; resistência.
Le docufiction : entre reformulation et restitution d’un fait
Lise Henric
CEREGE. Université de Poitiers (France)
« Aujourd’hui, les fictions télévisuelles ne semblent plus pouvoir se contenter d’une répartition
dans les trois genres (téléfilms, feuilletons et séries) distinguées aux origines de la télévision. »
(Benassi, 2000).
Axant nos recherches sur le thème des docufictions à la télévision, genre difficile à contextualiser
et au contour flou, en raison de la frontière tenue entre fiction et réel, votre appel à
communications nous permet d’approfondir nos observations. Genre que l’on peut qualifier
d’hybride, le docufiction mêle les codes de la fiction et du documentaire. Jeux d’acteurs,
utilisation des images d’archives, prise de liberté avec les faits réels, voix-off, scènes de
reconstitution, effets numériques, musique entraînante ; autant d’éléments qui interrogent une
frontière que l’on pensait pouvoir tracer clairement. En brouillant fiction et réel, le docufiction
propose-t-il une nouvelle interprétation d’un fait ?
Dans le cadre de notre communication, nous souhaiterions discuter sur un genre populaire à la
télévision, le docufiction, en tentant de l’apprécier comme un genre médiatique spécifique pour
dépasser les enjeux d’hybridation entre réel et fiction. Pourquoi « genre » et non pas « format » ?
« Car tout genre médiatique repose sur la promesse d’une relation à un monde où le degré
d’existence conditionne l’adhésion ou la participation du récepteur. » (Jost, 2001). Effectivement,
le docufiction, par son genre spécifique, accentue, pour les spectateurs, acteurs de la
communication, ce besoin de connaître l’identité de genre afin de mieux appréhender les
modalités propres au docufiction.
Nous posons l’hypothèse que l’étude du genre « docufiction » nous permet de considérer la
reformulation non pas comme un simple acte de langage, mais comme un processus sémiotique
contraint par l’identité de genre. En effet, le docufiction fait émerger de nouvelles pratiques de
reformulation : jeux d’acteurs, scènes de reconstitution, voix-off… mais de quelles manières le
docufiction permet aux spectateurs de repenser le déjà-dit ?
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Dans quelle mesures la prise en compte de l’identité de genre invite-t-elle à repenser, à nouveaux
frais, le déjà-dit reformulé ? Comment le brouillage des genres textuels et des frontières (fiction
vs non-fiction) conditionne-t-il les pratiques de reformulation ?
Afin de répondre à cette problématique, notre communication s’axera autour de deux thématiques:
Identité du docufiction
— les critères internes : entre critères constitutifs et impératifs
— les critères normatifs à visée communicationnelle. L’utilisation de
— la fiction dans le cas de la dystopie : une visée créative du docufiction
Enjeux de la dualité : genre et reformulation
— La reformulation partie prenante du docufiction mais sous quelles formes ?
— Etude de cas :
Parcours meurtrier d’une mère ordinaire (De Lestrade, 2009)
Vol AF 447 Rio/Paris : les raisons d’un crash (De la Chaume, 2012)
En définissant dans un premier temps l’identité du docufiction puis en nous focalisant sur des
études de cas nous démontrerons les nombreuses interactions entre reformulation et le genre
docufiction.
Mots-clés : Docufiction, genre, télévision, réel, reformulation.
Bibliographie sélective
Benassi Stéphane, (2000), « Hybridation des genres fictionnels de la télévision » dans Séries et
feuilletons T.V. : pour une typologie des fictions, Liège, Cefal, pp.139-149.
Garçon François, (2005), « Le documentaire historique au péril du « docufiction », Vingtième
siècle, n°88, avril 2005, [en ligne] https://www.cairn.info/revue-vingtieme-siecle-revue-
dhistoire-2005-4-page-95.htm (consulté le 10 septembre 2018).
Jost François, (2001), « Faux et usages de faux : le champ de la feintise » dans La Télévision du
quotidien : entre réalité et fiction, Paris, De Boeck, pp. 79-108 ; 201-203.
Jost François, (2007), Introduction à l’analyse de la télévision, Paris, Ellipses.
Jost François, (2010), « Que signifie parler de « réalité « pour la télévision ? », dans Revue
télévision, François Jost (dir.), Paris, CNRS éditions, pp 15-30.
Le Grignou Brigitte, (2003), Du côté du public. Usages et réceptions de la télévision, Paris,
Édition Economica.
Niney François, (2000), L’épreuve du réel à l’écran. Essai sur le principe de réalité
documentaire, Paris, De Boeck Université.
Odin Roger, (2000), De la fiction, Louvain La Neuve, De Boeck.
Veyrat-Masson Isabelle, (2008), Télévision et histoire, la confusion des genres. Docudramas,
docufictions et fictions du réel, Paris, Éditeur De Boeck / INA.
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Veyrat-Masson Isabelle, (2013), « Au coeur de la télévision : l’histoire », Le Débat, vol. 177, n°.
5, novembre-décembre 2013, [en ligne] https://www.cairn.info/revue-le-debat-2013-5-p-
96.htm (consulté le 9 avril 2018).
Quand le cinéma de Kiarostami fait de la reformulation un moyen d’accéder aux formes
de vie
Hamid Reza Shairi
Université Tarbiat Modares (Iran)
Le cinéma de Kiarostami pose la question de la reformulation par la mise en relief d’un détail du
monde qui s’articule et se développe au fur à mesure que l’intrigue avance. Cette stratégie
discursive permet à l’énonciation cinématographique de poser des conditions filmiques où la
caméra se transforme en un moyen de découvrir les mystères de l’univers. En effet, chaque détail
de la vie, sous formes de récurrence et de persévérances trouve l’occasion de devenir dans le
cinéma de Kiarostami un moyen de revisiter le sens de la vie. Un tel sens ne peut pas s’obtenir
sur la base d’un scénario préétabli ou par l’usage d’un discours cognitif coupé du monde naturel.
Ce qui permet donc à ses films, (Et la vie continue , 1992, Où est la maison de mon ami 1987, Au
travers des oliviers en 1994, Le Goût de la cerise 1997, Le vent nous emportera 1999, Les Routes
2004) de nous réconcilier avec le vrai sens de la vie, c’est le recours à une reformulation qui nous
conduit vers la profondeur des objets par le billais d’une persistance et grâce à une présentification
de l’absence. Dans ce sens, un tissu devient important lorsque le vent l’agite ; une porte signifie
quand elle nous relie à l’origine des choses ; une route fait sens au moment où elle se remplit de
l’être du monde et enfin un arbre importe puisqu’il garantit le retour à l’essentiel et à la vie. Ainsi,
dans le cinéma de Kiarostami, la reformulation apparaît comme une possibilité d’accéder aux
formes de vie à travers un détail que la caméra nous invite à découvrir et à y habiter par un principe
axiologique qui consiste à soutenir une « continuation de la continuation ». Dans quelle mesure,
la reformulation nous ferait accéder aux formes de vie dans les films de Kiarostami ?
L’objectif principal de cette contribution repose sur le fait d’examiner, dans une perspective
sémiotique, la question de la reformulation et son lien aux formes de vie, dans certains films de
Kiarostami, par le recours à des détails qui s’imposent au cours de la vie par leur présence articulée
et récurrente.
Mots clés : reformulation, formes de vie, persévérance, détail du monde, films de Kiarostami
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Todes, todxs, tod@s ou quem? A linguagem como atuação política e não binária
Ana Cristina Ribeiro, Marilia Matos, Nelson Lima & Sônia Sampaio
Universidade Federal da Bahia (Brasil)
Esse trabalho versa sobre o uso da linguagem de forma não excludente em relação ao gênero. Nas
construções textuais e discursivas, algumas línguas se utilizam do gênero gramatical masculino
como universal. Esta escolha reforça o sexismo linguístico, invisibilizando a existência das
mulheres. Entretanto, não podemos simplificar a compreensão de gênero para uma binaridade
inscrita entre dois polos: homem x mulher. A construção da linguagem não binária e inclusiva
apresenta-se como uma estratégia política para o reconhecimento das diversas formas de se
constituir o gênero. Da mesma forma, a linguagem também é experienciada em sociedade e
mutável, por isso, em constantes atualizações. Visando uma linguagem inclusiva, é possível
encontrar manuais de termos não sexistas ou não segregatórias redigido por entidades e/ou
pessoas atentas ao debate de gênero. A partir dessas reflexões, o trabalho apresenta como objetivo
analisar a linguagem enquanto promotora de inclusão da diversidade do gênero. Foi realizada uma
pesquisa bibliográfica sobre as temáticas de gênero e linguagem. Esse tipo se mostra como
importante ferramenta para identificar, analisar e interpretar o que já foi produzido sobre o tema
em questão, levantando possíveis lacunas e/ou possibilidades de pesquisa. Para a revisão, a coleta
de dados foi realizada em dezembro de 2018, utilizando três bases de dados. Como critério de
inclusão, foi definido um período de publicação dos últimos dez anos (2008 e 2018), além de
artigos que estivessem disponíveis em sua totalidade nas bases de dados selecionadas. Como
critério de exclusão, não foram selecionados os trabalhos publicados fora do intervalo temporal
definido e os trabalhos que não possuíam relação com o tema. Após a leitura dos títulos e resumos,
24 trabalhos foram selecionados e estão em processo de análise que será encerrada antes da data
de entrega do artigo. O gênero ultrapassa as questões gramaticais e possui outro entendimento
quando nos referimos ao gênero “social”. Entre os trabalhos analisados até o momento, apenas
algumas autoras definem o conceito de gênero com o qual trabalham. Além disso, muitos
trabalhos simplificam o gênero a um tema da mulher ou, ainda, como um sinônimo de sexo. O
gênero é construído socialmente em um momento histórico específico e se transforma a medida
em que é vivido, estando próximo à sexualidade, mas não como conceitos iguais. Ao mesmo
tempo, a linguagem também não é estática, mas marcada por questões sociais e se constrói na
vivência em sociedade, fazendo-se importante a compreensão do seu papel enquanto promotora
e transformadora da realidade. Assim, para compreensão da emergência do gênero na linguagem,
é importante estudar para além de suas estruturas, contemplando os usos que as pessoas fazem
dela, construindo formas alternativas para línguas que generificam o discurso, muitas vezes
invisibilizando formas de existência que não a masculina tradicional. A partir do exposto,
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podemos perceber que existe uma dificuldade em compreender o gênero como importante fator
de vivência da linguagem, ao mesmo tempo em que a linguagem influencia o gênero. Por fim,
questionamos se essa dificuldade de identificar trabalhos sobre o tema denuncia o não
reconhecimento da importância da relação e do estudo entre a linguagem e o gênero. Esta
discussão carece de maiores estudos, ampliando a relação entre linguagem e gênero, não se
restringindo apenas a um interesse de autoras e publicações feministas.
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Séance | Sessão 7 (Salle | Sala 301) 10.30-11-30
Pratiques journalistiques | Práticas Jornalísticas
Présidence de séance/Presidente da sessão : Saloua El Oufir
Les formes interprétatives de discours rapporté dans le discours journalistique
Raluca Nita
Laboratoire FoReLLIS EA 3816. Université de Poitiers (France)
Nous souhaitons traiter ici de la reformulation à travers le discours rapporté qui peut en constituer
une instance par l’insertion, la reconstitution et la mise en scène dans l’énonciation en cours d’un
« acte d’énonciation » autre (J. Authier-Revuz, 1992-1993b : 10). Plus précisément, nous nous
intéressons ici aux formes interprétatives de discours rapporté que l’on peut rapprocher du
discours indirect libre, afin de montrer que celui-ci peut se construire en dehors du genre littéraire
auquel il est rattaché et par le biais duquel il s’est inscrit dans les études sur le discours rapporté
(Lips, 1926, Poncharal, 2003a, Rosier, 1999). Nous proposons l’étude des formes interprétatives
de discours rapporté telles qu’elles sont construites et employées dans les textes journalistiques
en français et en anglais. Par forme interprétative, nous entendons le fait que l’énoncé se construit
en tant que rapporté, rattaché à une énonciation et une source distinctes de l’énonciation en cours,
au fil du texte, à travers des marqueurs internes qui indiquent en contexte une contradiction entre
l’apparence d’énoncé primaire et son fonctionnement linguistique et textuel. Il s’agit, en d’autres
termes, d’une superposition d’énonciations qui se démêlent en contexte. Par cette construction, le
discours indirect libre sert dans les textes littéraires à « maintenir l’ambiguïté quant à
l’interprétation de l’énoncé, en d’autres termes laisser en suspens la réponse à la question : ‘Qui
parle ?’ » (B. Poncharal, 2003a : 71). Or dans les textes journalistiques, ce fonctionnement semble
aller à l’encontre des visées d’information et d’objectivité que l’on peut rattacher au discours
journalistique de par son ancrage institutionnel (Charaudeau, 2005, Biber et Conrad, 2009) et
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justifierait ainsi l’absence de discours indirect libre que constate L. Waugh : “The journalistic text
(…) seeks to eliminate ambiguities and tries not to create contradictions” (1995 : 151).
Cependant, la superposition des énonciations apparaît bien dans la presse et remplit alors des
fonctions spécifiques. D’une part, les cas de brouillages des voix, entre journalistes et
protagonistes du récit, se rencontrent avec prédilection dans les articles (reportage, société)
focalisés sur un témoin privilégié et semblent participer d’une construction « littéraire » du texte
journalistique, de sa « fictionnalisation ». D’autre part, les textes journalistiques semblent
construire dans un genre particulier, l’interview, une forme interprétative de discours rapporté
spécifique, qui n’a plus de lien fonctionnel avec la précédente ni avec le discours indirect libre
des textes littéraires. Il s’agit d’un échafaudage linguistique et contextuel qui permet la
superposition de deux situations de communication distinctes dans lesquelles le journaliste est
associé à deux postures différentes, celle d’interviewer dans la situation de communication
rapportée et celle d’« informateur » au sujet d’un événement particulier dans la situation de
communication en cours :
Raël se sent-il engagé moralement ? « Pas du tout ! Notre philosophie est la responsabilité
individuelle ». (Le Monde) L’énoncé interrogatif met en scène (ou mime) le discours même du
journaliste dans une situation d’interview (Raël se sent-il engagé moralement ?). On pourrait
envisager ce type d’énoncés spécifiques à la presse comme un réajustement de la forme
traditionnelle du discours indirect libre au profit des contraintes de vraisemblance, mais aussi de
la visée de captation du texte journalistique (Charaudeau, 2005). Il nous semble cependant qu’il
s’agit bien dans ce cas de la création d’une forme de discours rapporté spécifique à la presse.
Nous souhaitons montrer que les conditions d’apparition des formes interprétatives du discours
rapporté dans la presse suivent un schéma spécifique qui implique le niveau discursif (spécificité
du discours journalistique et de ses genres), textuel (organisation du texte, et mise en scène de la
situation d’énonciation rapportée) et linguistique (marqueurs spécifiques impliquant la modalité,
la détermination verbale et nominale). Nous soulignerons ainsi que les genres façonnent les
discours rapportés et se les approprient et que les formes interprétatives de discours rapporté sont
en lien avec les fonctions du discours journalistique et ses genres et méritent leur place dans les
études sur le discours rapporté. Nous appuyons notre analyse de la construction des discours
rapporté sur les concepts de la Théorie des Opérations Prédicatives et Enonciatives d’Antoine
Culioli.
Bibliographie
ADAM, J.-M. (2004) Linguistique textuelle : des genres de discours aux textes, Paris : Nathan.
AUTHIER-REVUZ, J. (1992-1993b) « Repères dans le champ du discours rapporté » (II),
L’information grammaticale n° 56. 10-15.
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AUTHIER-REVUZ, J. (2004) « La Représentation du discours autre : un champ multiplement
hétérogène », in J. M. López-Muñoz, S. Marnette et L. Rosier (eds.) Le Discours rapporté
dans tous ses états. Paris : L’Harmattan. 35-53.
BIBER, D. & S. CONRAD (2009) Register, genre and style, Cambridge University Press.
CHARAUDEAU, P. (1997) Le discours d’information médiatique. La construction du miroir
social. Ed. Nathan.
CHARAUDEAU, P. (2005), Les médias et l’information. L’impossible transparence du discours.
Bruxelles : Editions De Boeck Université.
CHUQUET, H. (2001) « Présent, discours rapporté et repérage composite dans les textes de presse
», Le présent en français, Cahiers Chronos, Amsterdam-Atlanta : Rodopi. 41-60.
DANON-BOILEAU, L. (1982) Produire le fictif. Paris : Klincksieck.
HANOTE, S., (2004) « Des introducteurs de discours aux indices de frayage », in J. M.
LópezMuñoz, S. Marnette et L. Rosier (ed.) Le Discours rapporté dans tous ses états. Paris:
L’Harmattan, p. 538-548.
HANOTE, S. et CHUQUET, H. (2004) ‘Who’s talking, please ?’ Le discours rapporté. Gap :
Ophrys.
LIPS, M. (1926) Le style indirect libre. Paris : Payot.
MONVILLE-BURSTON, M. & WAUGH, L. (1998) “ Lexicon, genre and local discourse
organisation : French speech act verbs and journalistic texts ”. Journal of French Language
Studies Vol. 8 no 1. Cambridge University Press. 45-62.
PONCHARAL, B (2003a) La représentation de paroles au discours indirect libre en anglais et en
français. Gap : Ophrys.
PONCHARAL, B. (2003b) « Divergences énonciatives et stylistiques au discours indirect libre
en anglais et en français », in G. Mathis, M. De Mattia et C. Pégon (ed.) Stylistique et
énonciation : le cas du discours indirect libre. Numéro spécial du Bulletin de la
Société de Stylistique Anglaise. Paris X - Nanterre. 249-266.
ROSIER, L. (1999) Le discours rapporté : histoire, théories, pratiques. Duculot.
SIMONIN-GRUMBACH, J. (1984a) « De la nécessité de distinguer énonciateur et locuteur dans
une théorie énonciative », DRLAV. 30. 55-62.
SIMONIN-GRUMBACH, J. (1984b) “Les repérages énonciatifs dans les textes de presse”, in
Grésillon, A. et Lebrave, J.L. (eds) La langue au ras du texte. Lille: Presse Universitaires
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VON MÜNCHOW, P.(2013) « Discours rapporté et genres discursifs : quels liens ? », in D. Ablali
(ed.) Théories et pratiques des genres, Pratiques, 157-158, 60-75.
WAUGH, L. (1995) “ Reported speech in journalistic discourse : the relation of function and text
”, Text Vol. 15 n° 1. Walter de Gruyter. 129-173.
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Reformulation et (d)énonciation satirique
Annabelle Seoane
Crem. Université de Lorraine (France)
Dans le paysage de la presse française, le Canard Enchaîné s’est singularisé comme
hebdomadaire qui a institué un genre qui superpose énonciation satirique et énonciation
journalistique. La reformulation y est entreprise comme réappropriation et y devient le lieu de
cristallisation d’enjeux politico-médiatiques.
Dans un corpus constitué des numéros de l’année 2018, en particulier les Unes, les «
Minimares » (rubrique du Canard Enchaîné) qui sont ce que l’on pourrait considérer comme de
nouveaux genres discursifs créés par le journal, le cadre langagier de la reformulation comporte
une dynamique pragmatique forte, voire argumentative parfois. En effet, le procédé de
reformulation introduit une discontinuité énonciative et modale dans laquelle l’intentionnalité du
locuteur est un facteur déclenchant et active un système de pensée en dehors de l’énoncé lui-
même. Les reformulations, nombreuses, constituent les points névralgiques dans cette énonciation
satirique.
Une opposition surgit entre un discours de surface (l’énoncé reformulé) et un discours de la
deuxième strate (énoncé reformulant) qui requiert la réinterprétation du lecteur. Il s’agit là d’un
procédé reposant sur une stratégie de fonctionnement en décalage et sur un rapport à l’autre qui
table sur la capacité (ré) interprétative du lecteur : au coeur de cette tension énonciative, un jeu
interactionnel se met ainsi à l’oeuvre, bâti sur la base de mécanismes dialogiques de connivence
qui engage le lecteur dans une démarche coopérative.
Cet effet de contraste entre reformulé et reformulant permet alors de moduler le dire « vers
le haut (sarcasme) ou le bas (ironie) » (Chabrol, 2006 : § 3) en l’intégrant dans un processus de
non congruence du dit et du dire. Le lecteur est amené chercher du contenu au-delà du texte lui-
même, dans un espace interdiscursif dans lequel il se construit une connivence qui contribue
justement à établir l’ethos de modération et dénonciateur libre du journal. Apparaît ainsi une
discordance co(n)textuelle, sarcastique ou ironique. Les reformations fonctionnent comme des
micro- transgressions des codes routiniers de la presse écrite.
Mots-clé : énonciation satirique, ethos, intentionnalité, dialogisme, connivence, presse
Eléments de bibliographie
Chabrol Claude, 2006, « Humour et médias », Questions de communication n°10, p. 7-17.
Charaudeau Patrick, 2006, « Discours journalistique et positionnements énonciatifs. Frontières et
dérives », Semen [En ligne], 22 | 2006, mis en ligne le 01 mai 2007, consulté le 17 février
2017. URL : http://semen.revues.org/2793
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Horak André, 2016, Le Langage Fleuri: Histoire et Analyse Linguistique de L'euphémisme, Peter
Lang, Frankfort, vol. 111, Studien Zur Romanischen Sprachwissenschaft und
Interkulturellen Kommunikation Series.
Krieg-Planque Alice, 2004, « Souligner l’euphémisme: opération savante ou acte d’engagement?
», in SEMEN, « Argumentation et prise de position : pratiques discursives », n°17, p.59-
79, http://semen.revues.org/2351
López Diaz Montserrat et Sablayrolles Jean-François (dir.), 2016, L’euphémisation et ses
frontières dans le discours de la presse francophone actuelle, La Linguistique n°52, Paris,
Presses Universitaires de France.
Moirand Sophie, 2007, Les discours de la presse quotidienne, Paris, PUF.
Moirand Sophie, 1999, « Les indices dialogiques de contextualisation dans la presse ordinaire »,
Cahiers de praxématique [En ligne], 33, http://praxematique.revues.org/1978
Seoane, Annabelle, 2015, « Quand le Canard Enchaîné médit sans (vraiment) dire », SEMEN,
n°40, «Politesse et violence verbale détournée », coordonné par C. Moïse et A. Oprea, pp.
91-109.
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Séance | Sessão 8 (Salle | Sala 303) 10.30-11.30
Écrits de savoir | Escritos de ciência
Présidence de séance/Presidente da sessão : Helena Topa Valentim
La reformulation dans des cours magistraux à l'université
Chantal Claudel
MoDyCo. Université Paris Nanterre (France)
La reformulation est une opération discursive à visée explicative (cf. Garcia-Debanc 2015)
particulièrement bien représentée dans les discours de transmission de connaissances (cf. Les
Carnet du Cediscor I). Elle repose sur de multiples procédés verbaux (paradigmes définitionnels
; dénomination ; caractérisation ; paradigmes désignationnels ; paraphrase ; etc.). Elle peut aussi
se réaliser de façon non verbale (comportements mimo-gestuels – comme faire semblant de faire
du vélo pour expliquer l’énoncé source (Griggs et Blanc 2010 : 9) -, prosodie... ) et/ou à la faveur
de certains artefacts (cf. Griggs et Blanc 2010) en fonction du cadre communicationnel dans
lequel elle est produite.
Dans le cours magistral à l'université (CM), le recours au tableau « noir» permet une médiation
des dires qui sert des objectifs variés. II peut être un espace commun de réflexion sur le
fonctionnement d’un concept, le siège de la mémoire du groupe, ou encore une aide à la réception
(Claudel 2012). Les conduites oralo-graphiques, dans le CM, s'accompagnent fréquemment de
comportements prosodiques et/ou de monstration au service d'un accès aux dires à travers la
reformulation. Dans l'extrait qui suit, l’énoncé source - selon la terminologie de Gü1ich & Kotschi
(1983) -: c'est à travers la procédure qu'on met en œuvre la fonction (en 2-P - verbal) donne lieu
à l'apparition graphique d'un doublon: ↑ (en 2-P - tableau) qui permet le passage non pas à une
équivalence sémantique, mais une « prédication d'identité » grâce à laquelle l'énoncé source et la
seconde opération « peuvent et doivent être compris comme« identiques » » (Gülich & Kotschi
(1983 : 308) cités par Fuchs 1994 : 36) :
Int. Comportements/Gestes Tableau Verbal
1-P fonction à la procédure \hein\ comment on utilise
couteau \ ben on l’attrape par le manche \ et puis la lame \ la lame du couteau \ c’est la fonction \ [ETC]
structure procédure
2-P retourne au tableau pour tracer une flèche entre procédure et fonction
fonction et c’est à travers \ c’est à travers la procédure qu’on mettre on œuvre la fonction \ \ c’est à travers la procédure qu’on mettre on œuvre la fonction […]
structure procédure
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La démarche adoptée pour l'analyse implique une articulation de comportements verbaux, para-
et non-verbaux et graphiques, qu'il conviendra d’interroger à la lumière du cadre
communicationnel – lequel dicte les conditions de production et de réception des dires -, afin de
cerner les modes de réalisation et la spécificité des procédures de reformulations dans le genre
CM. L’attention portée plus particulièrement aux conduites graphiques lors du passage de
l'énoncé source à l'énoncé doublon devrait permettre de déterminer l’usage que l'enseignant fait
du tableau « noir» dans ce contexte et plus largement, les pratiques discursives qu'il privilègie.
L'analyse s'effectuera sur un corpus d'une vingtaine d'heures d'enregistrement de cours de L1, de
L3 et de Ml, recueilli dans le champ des sciences de la communication, de la psychologie et de
l'économie sociale. et s’adressant à des classes regroupant des étudiants majoritairement
francophones pour les uns et essentiellement allophones pour les autres.
Éléments de bibliographie
Claudel, Chantal, 2012, «Le rôle du tableau "noir" dans le déroulement des interactions en cours
magistral », in Rivière, V., Spécificités et diversités des interactions didactiques, Paris,
Riveneuves Éditions, 319-335.
Fuchs, Catherine, 1994, Paraphrase et énonciation, Paris, Ophrys
Garcia-Debane, Claudine, 2015, « La reformulation : usages el contextes », Corela [En ligne],
HS1812015, mis en ligne le 15 novembre 2015, consulté le 23 septembre 2018. URL:
http://joumals.openedition.orglcorela/4032 ; DOl : I0.4000/corela.4032
Griggs, Peter, Blanc, athalie. 2010, « Reformulation et apprentissages dans le contexte
plurisémiotique d'une classe de langue ». In Rabatel, A. Les reformulations pluri-
sémiotiques en contexte de formation, Besançon. Presses universitaires de Franche-Comté,
169- 190.
Gülich, Elisabeth, Kotschi, Thomas, 1983, « Les marqueurs de. la reformulation paraphrastique
», Cahiers de Linguistique Française, 5,306-346.
Les carnets du Cediscor 1, 1992, « Un lieu d'inscription de la didacticité », Paris, PSN
Du doctorant à l’expert : la reformulation comme prisme pour étudier le chemin vers un
genre d’écrit scientifique
Carole Glorieux & Marie-Christine Pollet
Université libre de Bruxelles (Belgique)
Nous envisageons ici la question de la reformulation en lien avec un genre compris dans son
acception discursive : l’article scientifique. En effet, nous analyserons la manière dont une
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promotrice a transformé un texte produit par un doctorant afin qu’il corresponde, selon elle, aux
attentes concernant l’écriture scientifique dans leur discipline (l’Histoire). Plus particulièrement,
ce texte se situe sur le chemin vers l’article scientifique, chemin que la chercheuse experte tente
d’éclairer par la réécriture du draft d’article que l’étudiant doit produire dans le cadre d’un
colloque.
Dans ce cas précis, la promotrice considère que le doctorant ne maitrise pas les règles de l’écriture
scientifique et reformule de ce fait de nombreux passages. Cette pratique soulève plusieurs
questions. D’abord, celle du modèle : jusqu’à quel point les écrits des doctorants doivent-ils se
modeler sur ceux des experts ? Ensuite, celle des représentations d’un genre, chez l’étudiant et
chez la promotrice.
Dans un premier temps, nous tenterons donc de montrer en quoi les caractéristiques des
reformulations opérées permettent de cerner ces représentations. Dans un deuxième temps, nous
examinerons en quoi celles-ci correspondent aux descriptions qu’en ont établies les analystes du
discours (Grossmann, Rinck, Boch, …). Pour ce faire, nous serons amenées à comparer les deux
écrits. Tout d’abord, nous déterminerons la part et la nature des transformations (suppression ?
ajout ? reformulation ?). Ensuite, dans le cas de reformulations, nous verrons sur quels aspects
elles portent : le « style », le contenu, ou ce que l’on appelle la « phraséologie scientifique » (cf :
e.a. Tutin, Grossmann) qui entremêle les deux ?
La comparaison met au jour des naïvetés discursives dans le texte-source : on verra de quelle
manière le deuxième texte les transforme, notamment par la reformulation. Seront ainsi examinés
les aspects suivants : les routines rhétoriques, la polyphonie, l’effacement énonciatif vs la
visibilité de l’auteur, le lexique tant transdisciplinaire que disciplinaire, le processus argumentatif,
l’architecture textuelle.
Les reformulations proposées par la promotrice montrent le fossé entre les attentes de l’une et le
niveau de littéracie scientifique de l’autre, niveau modeste certes mais selon nous non criticable,
si l’on considère le paradoxe qui consiste à exiger d’un doctorant un écrit scientifique de niveau
expert alors qu’il est encore en travail de thèse, « écrit de recherche en formation » (Reuter). Pour
le dire autrement, cette constatation nous amène à plaider pour de véritables formations à
l’écriture scientifique, qui ne soient pas fondées sur l’idée de modèles à imiter.
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Séance | Sessão 9 (Salle | Sala 301) 12.00-13.00
Entre Langue et discours | Entre língua e discurso
Présidence de séance/Presidente da sessão : Iris Eshkol-Taravella
Textualisation et ajustements sémantiques :
les reformulations dans le processus de rédaction de deux genres discursifs
Georgeta Cislaru
CLESTHIA. Université Sorbonne Nouvelle (France)
La mise en texte nécessite de se soumettre à de nombreuses contraintes génériques, contextuelles,
linguistiques : rédiger un article scientifique ou une lettre implique un certain nombre de
connaissances au sujet du genre choisi et impose des choix discursifs. Ces choix ne sont pas
toujours spontanés, et l'analyse des manuscrits ou des brouillons met au jour les différentes étapes
de formulation et reformulation des textes. Peut-on dès lors affirmer que tout ce qui ne fait pas
l'objet d'une reformulation entre les versions d'un texte représente des acquis routinisés ? Rien
n'est moins sûr, car il faudrait encore se donner les moyens de saisir les dynamiques de
reformulation au fil même du processus de rédaction. C'est ce que nous nous proposons de faire
en étudiant l'écriture enregistrée en temps réel de deux genre discursifs : des rapports éducatifs de
la protection de l'enfance et des dossiers académiques rédigés par des étudiants de Master.
Les données ont été recueillies grâce au logiciel de suivi de rédaction Inputlog (Leijten & Van
Waes 2013), qui enregistre la chronologie du processus de rédaction et de révision du texte. Lors
de la rédaction, les scripteurs alternent les moments de pause et de production langagière. Les
pauses permettent de planifier la suite ou d'opérer des révisions sur le texte. Nous avons isolé les
cas de figure où les pauses marquent un geste de révision immédiate, et plus particulièrement les
cas de reformulation dans la linéarité de l'écriture. Nous considérons que c'est à ces endroits précis
que s'opèrent des ajustements permettant de rendre compte au plus près des normes et des
contraintes sémantiques caractérisant un genre discursif.
Bibliographie
Cislaru, G., Olive, T. 2018. Le processus de textualisation. Bruxelles : De Boeck.
Coseriu, E. 1992. Competencia lingűística. Elementos de la teoría del hablar. Madrid : Credos.
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Doquet, Claire. 2010. Une entrée linguistique dans l’écriture. Parcours de manuscrits, analyse
de brouillons. Synthèse en vue de l’HDR, Université de Nancy 2.
Fenoglio, Irène. 2015. « From writing under production to the finished product: A processual
threshold ». In Georgeta Cislaru (éd.) Writing(s) at the Crossroads: The Process-Product
Interface. Amsterdam – Philadelphia: John Benjamins, p. 127-150.
Fuchs, Catherine. 1982. « La paraphrase entre la langue et le discours ». Langue française 53(1)
: 22-33.
Hayes, John R. 2012. Evidence from language bursts, revision and transcription for translation
and its relation to other writing processes. In Michel Fayol, Denis Alamargot, Virginia
Berninger (éds) Translation of Thought to Written Text While Composing. New York:
Taylor & Francis Group, p. 15-26.
Leijten, Marielle & Van Waes, L. 2013. « Keystroke Logging in Writing Research: Using
Inputlog to Analyze and Visualize Writing Processes », Written Communication 30: 358–
392.
Olive, Thierry. 2011. « L’analyse du décours temporel de la production écrite ». In T. Ponchon
& I. Laborde-Milaa (éds) Sciences du langage et nouvelles technologies. Limoges :
Lambert-Lucas, p. 61-68.
Variété de genres et invariants de reformulation en langue vocale et en langue signée
Laurence Meurant & Aurélie Sinte
Université de Namur (Belgique)
La reformulation comme processus de retour sur un dire antérieur (Authier-Revuz, 1995; Rabatel
et Magri, 2015) constitue une ressource de soutien à l’élaboration et à la compréhension du
discours oral. Dans la ligne des voies ouvertes par Müller (2018) et Risler (2018), nous proposons
de considérer l’oral dans une perspective multimodale et contrastive, en comparant des
productions en langue des signes de Belgique francophone (LSFB) et en français. La
reformulation y est étudiée à travers les genres de la narration, de la conversation et de la
conférence-vidéo, afin d’identifier les variétés et les invariants de ses usages. Du point de vue de
leur forme, de leur fonction sémantique, de leur distribution et de leur enchainement dans le
discours, les reformulations varient-elles davantage d’un genre à l’autre ou d’une modalité
linguistique à l’autre ?
Trois types de données sont étudiées. D’abord, des productions narratives et conversationnelles
de 4 signeurs extraites du Corpus LSFB (Meurant, 2015), pour une durée totale de 20 minutes.
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Ensuite, des productions comparables mais en français parlé (4 locuteurs, en narration et en
conversation, 20 minutes), collectées dans les mêmes conditions d’enregistrement et avec le
même protocole que pour la LSFB. Enfin, des conférences d’experts diffusées en ligne sous
forme de vidéos complètent l’échantillon avec des productions qui intègrent l’usage d’un support
visuel (diapositives ou tableau). Vu la rareté de ce type de données en LSFB, la comparaison
porte sur 1 signeur et 1 locuteur, chacun observé dans un échantillon de 10 minutes.
Dans la ligne des travaux de Martinot (2009), Rabatel (2007, 2010) et Steuckardt (2009), c’est la
mise en équivalence d’un X et d’un Y qui a retenu notre attention dans l’identification du
phénomène de reformulation, sans considérer l’identité sémantique de X et de Y hors de la mise
en relation que produit le locuteur, et sans considérer la présence d’un connecteur spécifique
comme un critère définitoire. À la suite de Martinot (1994), nous considérons comme
reformulation tout processus de reprise d’un énoncé antérieur qui maintient, dans l’énoncé
reformulé, une partie invariante à laquelle s’articule le reste de l’énoncé, partie variante par
rapport à l’énoncé source (Martinot et al., 2008 : 221). Outre les éléments lexicaux produits
oralement en français et manuellement en LSFB, sont pris en compte les gestes co-verbaux
(manuels et non manuels) impliqués dans ce processus de mise en équivalence ainsi que, dans le
cas des conférences, les différents types d’articulation entre le verbal, le gestuel et le support
visuel utilisé.
Cette double comparaison – inter-genres et inter-modalités – indique que, dès lors que l’on
compare une langue vocale et une langue signée sur la base de données multimodales, la variété
de genre pose davantage de distinctions que la diversité des modalités, dans l’usage discursif de
la reformulation.
Références
Authier-Revuz, J. (1995), Ces mots qui ne vont pas de soi. Boucles réflexives et noncoïncidences
du dire, Paris, Larousse.
Rabatel, A. et Magri, V. (2015), « Répétitions, figures de répétition et effets pragmatiques selon
les genres », Le discours et la langue, 7-2, pp. 7-22.
Martinot, C. (2009), « Reformulations paraphrastiques et stades d’acquisition en français langue
maternelle », Cahiers de praxématique, 52, pp. 29-58.
Martinot, C., Gerolimich, S., Paprocka-Piotrowska, U., Sowa, M. (2008), « Reformuler pour
acquérir sa langue maternelle ? Investigation auprès d'enfants français, italiens et polonais
de 6, 8 et 10 ans ». In M. Schuwer, M.-C. Le Bot & E. Richard (éds.), Pragmatique de la
reformulation, Types de discours-Interactions didactiques, pp. 221-239. Rennes : Presses
Universitaires de Rennes.
Meurant, L. (2015), Corpus LSFB. Un corpus informatisé en libre accès de vidéos et
d'annotations de la langue des signes de Belgique francophone (LSFB), Namur :
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Laboratoire de Langue des signes de Belgique francophone (LSFB-Lab). FRS-F.N.R.S et
Université de Namur. http://www.corpus-lsfb.be.
Müller, C. (2018), « Gesture and Sign: Cataclysmic Break or Dynamic Relations? », Frontiers in
Psychology 9.SEP (2018): 1–20.
Rabatel, A. (2007), « Répétitions et reformulations dans L'Exode : coénonciation entre Dieu, ses
représentants et le narrateur », in M. Kara (éd.), Usages et analyses de la reformulation.
Recherches linguistiques, Université de Metz, pp. 75-96.
Rabatel, A. (2010), Les reformulations pluri-sémiotiques en contexte de formation. Presses
universitaires de Franche-Comté.
Risler, A. (2018), « Changer de regard et de discours sur la langue des signes française », TIPA.
Travaux interdisciplinaires sur la parole et le langage [Online], 34, URL :
http://journals.openedition.org/tipa/2553 ; DOI : 10.4000/tipa.2553
Steuckardt, A. (2009), « Décrire la reformulation : le paramètre rhétorique », Cahiers de
praxematique, 52, pp.159-172.
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Séance | Sessão 10 (Salle | Sala 303) 12.00-13.00
Thérapies| Terapias
Présidence de séance/Presidente da sessão : Sandrine Reboul Touré
Reformuler pour soigner. Thérapie systémique et langage
Hassan Moustir
Université Mohammed V-Rabat (Maroc)
L’un des mérites de la systémique est d’avoir montré, dans le sillage du constructivisme de
Von Foerster, que la réalité est toujours construite (Watzlawick, L’Invention de la réalité, 1990),
aussi bien par le sujet souffrant que par le thérapeute qui tente d'y voir clair en la reformulant,
d'abord, dans un langage "convenu", ensuite, en la reformulant dans une configuration nouvelle à
même d'annuler la valeur du symptôme.
Parmi les a priori sur lesquels se fonde la thérapie systémique est en effet la considération
du symptôme comme langage lié à une réalité extra-individuelle. Son inscription dans une
dynamique relationnelle lui confère le statut de « signifiant », dépourvu dans l'immédiat de son
réseau sémantique implicite ; réseau perdu que l'analyste se doit de rétablir en tentant d'entrer au
plus profond de l'économie signifiante du symptôme dans le système, de quelque nature qu’il soit.
Cet acte constitue, à terme, une démarche d'accompagnement visant la reformulation du
dysfonctionnement comme nécessité d'expression. En d'autres termes, aucune thérapie ne peut
s'accomplir sans cette nécessaire reformulation ; c'est, peut-on dire, une exigence de genre.
Or, contrairement à la psychanalyse, la thérapie systémique ne s'intéresse pas qu'au tableau
clinique, sa visée est la provocation et la conduite du changement (Miermont, Psychothérapies
contemporaines, 2009). Reformuler le système considéré selon de nouvelles règles est le but
ultime de cette thérapie.
Autre aspect de la reformulation, dans la conduite même de l'entretien thérapeutique, elle
apparaît comme exigence linguistique cette fois-ci, qui a ses principes qu'il s'agira d'élucider. C'est
une procédure préalable qui tente de mettre des mots à la place d'autres afin, d'une part, de limiter
les effets de « résonnance » (El Kaïm, Si tu m’aimes ne m’aime pas, 1989) à l'échelle du système
formé par le sujet-groupe et le thérapeute et, de l’autre, de relativiser l'absolu de la réalité que se
représente le système considéré.
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L'art de l'entretien thérapeutique, la réussite ou l'échec de celui-ci, réside en somme à la
frontière entre la réalité empirique du sujet-groupe souffrant et la réalité construite, reformulée
qui, elle, s'articule autour de ce qu'on appellera « la poétique du signifié étrange ».
Cette communication vise à questionner, théorie et exemples de supervisons à l’appui, la
pratique de la thérapie systémique dans ses fondements à la fois heuristiques (les statuts de la
réalité et la reformulation du système conduit vers le changement) et procéduriers (la
reformulation comme outil fonctionnant à rebours de la construction de la réalité).
Reformuler pour réparer selon les genres
Driss Ablali & Brigitte Wiederspiel
Université de Lorraine & CREM-Praxitexte
Ce travail présente des interactions sociales en ligne sur le thème de la souffrance qui s’inscrivent
dans des formes interdiscursives que nous pourrions dire codifiées ou normalisées dans la mesure
où l’écoutant doit encourager la libre expression des sentiments du souffrant, adopter une attitude
de respect et d’ouverture à l’autre. La reformulation est dans ce cadre, considérée par les
spécialistes des approches centrées sur la personne comme un outil, ou plus exactement comme
un moyen d’expression de l’empathie. L’étude de la reformulation est donc ici tout sauf anodine.
Avec elle, on touche au cœur de la construction de l’écologie de l’attention (Citton 2013), la seule
à fournir une légitimation au discours des bénévoles, cantonnés à des relances-miroirs, reprenant
strictement le langage de leurs interlocuteurs.
L’entrée auctoriale que l’on privilégie dans cette contribution est inédite : nos travaux précédents
sur la souffrance sociale ont porté plus particulièrement sur les processus discursifs et sémiotiques
des récits des souffrant.e.s, et ce en limitant les réponses des bénévoles à des données langagières
pour la contextualisation des échanges. Or dans cette étude, la perspective d’analyse est inversée,
car nous ciblerons davantage les réponses des bénévoles pour décrire les différents liens qui
peuvent se tisser entre reformulation et genres de discours.
Cette contribution se déroulera en trois parties : après une présentation du corpus en lien avec la
question de l’éthique qui « répare » (Gefen), nous aborderons la reformulation à travers le
phénomène de la posture auctoriale et des types de reformulation que le genre de discours impose
(hétéro-auto-reformulation, Gaulmyn 1987). En lien avec cette interaction, genre reformulation,
l’exploitation du corpus nous amènera à traiter la question de l’intime indicible des clauses
métadiscursives hétéro-reformulantes (Apothéloz & Grossen 1996), de recentrage sur un thème
et de l’auto-reformulation requalifiante et rectifiante.
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Bibliographie sélective
Ablali D. & Wiederspiel B. (2015). « Quand le lien numérique maintient le fil narratif des
personnes en souffrance ». In Communication et Langages, 186, pp.77-98.
Ablali D. & Wiederspiel B. (2017a). « La médiation du monde numérique en situation de
souffrance ». In Badir, S. & Provenzano, F. (dir.), Pratiques émergentes et pensée du
médium. Louvain-la-Neuve : L’Harmattan-Academia, pp.177-199.
Ablali D. & Wiederspiel B. (2017b). « Ethos et mode de circulation des affects dans deux genres
d’écrits numériques ». In Revue française des sciences de l’information et de la
communication. http://journals.openedition.org/rfsic/2921 ; DOI : 10.4000/rfsic.2921
Adam, J.-M. et Revaz, (1989): « Aspects de la restructuration du texte descriptif : les marqueurs
d’énumération et de reformulation». Langue Française, 81, 59-98.
Apothéloz, D. et Grossen, M. (1996) : « Dynamique conversationnelle dans un entretien
thérapeutique : analyse des reformulations », Interaction et Cognitions, 1, 115-149.
Citton, Y. (2013). « Le point sur l’économie de l’attention », in RDL n°11, pp.72-79.
Cosnier J. & Kerbrat-Orecchioni, C, Décrire la conversation. Presse Universitaire de Lyon. 167-
198.
Gaulmyn M.-M. (1987). «Reformulation et planification méta-discursive, in COSNIER J. &
KERBRAT-ORECHIONJ C, Décrire la conversation. Presse Universitaire de Lyon. 167-
198
Gefen, A. (2017), Réparer le monde, Paris, Corti.
Rabatel, A. (2017). « Frontières de la reformulation : frontières supra-catégorielles, catégorielles,
infra- et trans-catégorielles », Analele Universităţii din Craiova, Seria Ştiinţe Filologice,
Anul XXI Nr 1, EUC, Editura Universitaria Craiova/Annales de l’université de Craiova,
Série sciences philologiques – langues et littératures romanes, Année XXI, n° 1, pp.66-
103. http://litere.ucv.ro/litere/node/131
Traverso, V. & Greco, L. (2016). L’activité de définition dans l’interaction : objets, ressources,
formats. Langages, 204 (4), 5-26. doi:10.3917/lang.204.0005.
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Séance | Sessão 11 (Salle | Sala 301) 14.30-16.30
Pratiques sémiotiques | Práticas semióticas
Présidence de séance/Presidente da sessão : Anouar Benmsila
Déguster, formuler, reformuler : le discours oenologique dans tous ses états.
Nicolas Couégnas, François Laurent & Audrey Moutat
CeReS. Université de Limoges (France)
Selon l’expression, de Léglise, rapportée par Peynaud et Blouin (2013), le dégustateur ne présente
pas un vin en disant « qu’il fleure bon l’acétate d’isoamyle, l’alpha-ionone, la glycyrrhysine et la
benzaldéhydecyanhydrine, mais plus simplement qu’il sent le bonbon acidulé, la violette, la
réglisse et la cerise ». Autrement dit, si la mise en mot est absolument indissociable du travail
d’un dégustateur, la reformulation l’est tout autant, et agit dès le début de l’opération de
perception et de catégorisation des sensations. Or les descriptions produites dépendent très
largement des contextes de dégustation, de leur visée pragmatique, mais aussi des situations de
communication où s’insère la description, et donc des contraintes génériques associées à celles-
ci.
Dans le cadre d’un programme de recherche plus large, portant sur les descripteurs
sémiolinguistiques des vins nature (sans intrant, Sans sulfite ajouté), on s’intéressera aux
descriptions oenologiques de ces vins particuliers, encore marginaux mais relativement
médiatisés, dans différents médias, genres, et situations. On distinguera notamment entre les
divers guides récents publiés sur le sujet, les bandes dessinées consacrées spécifiquement au vin
nature, des sites dédiés, émanant soit de professionnels soit de particuliers, et les descriptions
réalisées en situation de dégustation. Au-delà de la traduction du sensible en mots, nous verrons
également comment la pratique de dégustation des vins nature engendre de nouveaux genres
textuels qui visent à se singulariser des vins conventionnels.
Il y a, dans l’ambition de mieux connaître et de maîtriser les manières de parler du vin naturel un
enjeu sociétal, et plus précisément sanitaire. Mais aussi un enjeu théorique fort, centré sur la
question fondamentale de la mise en discours du sensible, que la problématisation en termes de
reformulation permet de poser à nouveaux frais. La recherche proposée se situe à la croisée de
différents champs de recherche sémio-linguistiques : 1) les travaux réalisés dans le champ de la
sémiotique du sensible, et plus spécifiquement sur la question de l’iconicité de la dégustation
oenologique (Bordron, Moutat), 2) les analyses linguistiques des lexiques de la dégustation
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(Normand S.) 3) le traitement de la question médiatico-générique (Ablali, Badir & Provenzano,
Couégnas), et enfin 4) les recherches en Sciences de l’Information et de la Communication sur la
dégustation (Boutaud J.-J., Stengel K.)
Bibliographie
Ablali D. (dir) Modèles et théories du genre en confrontation, revue Pratiques, Université de
Lorraine, n°157-158, juin 2013.
Badir S. & Provenzano F. (dir), Pratiques émergentes et pensée du médium, Academia, 2017
Couégnas N, Du genre à l’oeuvre, Lambert-Lucas, 2014.
Boutaud, J-J. « Le vin et l’éveil des sens. L’expérience du goût en partage », Hermès, La Revue-
Cognition, communication, politique, CNRS-Editions, 2016, 1 (74), pp.110-119.
Bordron J.-F. : « Perception et expérience », Signata - Annales des sémiotiques, Université de
Liège, 2010, 1, pp. 247-286.
Moutat, A. Du sensible à l’intelligible. Pour une sémiotique de la perception, Limoges, Lambert-
Lucas, 2015 ; « Discours transgressifs des vins naturels », Revue des oenologues, n°166,
Janvier 2018.
Normand, S. Les mots de la dégustation de champagne, Paris, Presses du CNRS, 2002
Stengel, K., « La dégustation du vin : Un acte expérientiel et identitaire entre théâtralisation et
culturalisation », Lexia -Rivista di semiotica, Aracne, 2015.
O sentido reformulado: questões de gênero em traduções intersemióticas
Taís de Oliveira
Universidade de São Paulo. CAPES (Brasil); University of Glasgow (Escócia)
Tomando como base teórica a Semiótica Discursiva (GREIMAS; COURTÉS, 2008;
FONTANILLE; ZILBERBERG, 2001), colocada em diálogo com as teorias da tradução
(WYLER, 2003; BERMAN, 2007; MILTON, 2002; JAKOBSON, 1959; VENUTI, 2002) e com
a semiótica cognitiva (GROUPE μ, 2015), analisamos como três romances canôninos ingleses
escritos por mulheres foram reformulados para o gênero cinematográfico. O corpus selecionado
é composto pelos romances Emma (AUSTEN, 1985 [1815]), Wuthering Heights (BRONTË, 2006
[1847], trad. O morro dos ventos uivantes) e Mrs. Dalloway (WOOLF, 2003 [1925]), e duas
traduções intersemióticas de cada um deles, respectivamente: Emma (Douglas McGrath, 1996) e
As patricinhas de Beverly Hills (Clueless, Amy Heckerling, 1995), O morro dos ventos uivantes
(Wuthering Heights, Peter Kosminsky, 1992) e a adaptação homônima da MTV (Wuthering
Heights, Suri Krishnamma, 2003) e Sra. Dalloway ou A última festa (Mrs. Dalloway, Marleen
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Gorris, 1997) e As Horas (The Hours, Stephen Daldry, 2002); sendo o primeiro de cada dupla um
filme de época e o segundo uma adaptação contemporaneizada, isto é, que traz a história para os
tempos atuais. Nossos resultados de análise apontam para um novo tratamento das problemáticas
colocadas pelas autoras do século XIX e início do XX, sobretudo nas traduções
contemporaneizadas. Nestas, há novas formas de se caracterizar as personagens femininas e seu
entorno para tratar de assuntos como as oposições liberdade versus opressão e vida versus morte,
que já estavam nos textos de partida. Na reformulação contemporaneizada de Emma (AUSTEN,
1985 [1815]), há a inserção de um personagem gay por quem a personagem principal se
apaixonada (As patricinhas de Beverly Hills [Clueless], Amy Heckerling, 1995). Na reformulação
contemporaneizada de Mrs. Dalloway (WOOLF, 2003 [1925]), a homossexualidade deixa de ser
motivo de opressão. As personagens têm relações homoafetivas oficiais, no nível da verdade (é e
parece) e não mais no nível do segredo (é e não parece) e a AIDS aparece como elemento opressor
(As Horas [The Hours], Stephen Daldry, 2002). Há, portanto, uma reformulação axiológica que
interfere nas questões de gênero. Mostraremos os mecanismos utilizados para a construção de tais
efeitos de sentido com exemplos das obras analisadas, cotejando-as segundo os critérios em
desenvolvimento pelo LabS (Laboratório de Semiótica) da UFF (Universidade Federal
Fluminense) (MANCINI, 2018).
Palavras-chave: traduções intersemióticas; literatura feminina; homossexualidade; cânone
inglês; cinema
Le texte littéraire comme reformulé et reformulant est-il aussi une question de genre ?
Djamel Kadik
Laboratoire de Didactique de la Langue et des Textes. Université Yahia Farès de Médéa
(Algérie)
Reformuler est une activité discursive récurrente dans les processus énonciatifs des locuteurs et
scripteurs d’une communauté linguistique quelconque. En effet, on peut parler des choses comme
on peut reproduire et reformuler notre propre parole actuelle ou antérieure, ou les propos des
autres. Reformuler est souvent défini par deux variables : l’équivalence (invariant sémantique) et
la singularité (variation). Equivalence du sens d’un énoncé de tiers parlant et singularité du
reformulateur dans le traitement de son propre dire ou celui d’autrui déjà-dits.
La reformulation a retenu l’attention de plusieurs chercheurs et auteurs, à titre d’exemples, ceux
des dictionnaires, des manuels de langue, ou de grammaire (style direct, indirect), ceux de la
didactique des langues, et également et non les moindres, des narratologues (discours narrativisé,
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transposé, rapporté, hypertexte, hypotexte…), des poéticiens (discours indirect libre), et des
analystes du discours (hétérogénéité énonciative, discours rapporté, intertextualité…), sans
oublier des recherches scientifiques sur l’identité et les fonctions de la reformulation.
Nous remarquons que ces contributions citées à grands traits donnent la priorité au linguistique
aux dépens du sémiotique. Les questions d’équivalence de sens, mais qui sont foncièrement
sémiotique comme la traduction, le transcodage, bref ce qui est nommé par Peytard « altération
», ou par un mot plus récent « multimodalité », ne sont pas étudiées, comme si la primauté du
langage verbal mène les chercheurs à sous-estimer les autres langages ou à les considérer comme
étant hors de leurs compétences.
Quant à la sémiotique, le terme « reformulation » est rarement utilisé, si on exclut certains travaux
de Peytard sur le discours relaté et sur l’altération en général. La sémiotique (si nos connaissances
sont bonnes) s’occupe davantage de la signification des formes, mais pas toujours des
transformations signifiantes à travers plusieurs formes. Comme exemple, notons l’absence de la
notion de « reformulation » du lexique des deux fameux dictionnaires de Greimas et de Courtés.
Ces auteurs parlent plutôt de paraphrase, d’élasticité du discours, d’expansion et de condensation.
Peirce sur la notion d’interprétant pour s’apercevoir que les signes eux-mêmes sont toujours en
pleine mouvance dans l’univers sémiotique, chaque signe interprète un autre signe en
équivalence. Mais est-ce que cela est de la reformulation, surtout lorsque le signe dépasse la
synonymie du mot, de l’équivalence d’un énoncé court ou d’une définition ? Cependant, peut-on
penser que toute équivalence de sens est une reformulation alors qu’on sait que ce terme est précis
pour les chercheurs qui l’utilisent? Par ailleurs, il est rarement pris en compte comme concept
pour aborder des pratiques discursives plus englobantes comme la généricité, c’est-à-dire
majoritairement des textes entiers à mettre en équivalence. De ce fait, peut-on mettre la
reformulation en rapport avec des « formes » plus générales comme les genres ?
C’est la question principale, à laquelle il s’agirait de donner une réponse affirmative dans cette
communication. Cette réponse se fera à partir d’un corpus littéraire composé de deux pièces de
théâtre, une pièce de Molière « L’Avare » et une autre celle de Camus « Le Malentendu ». La
première pièce sera étudiée dans sa transformation en texte en français facile. Quant à la deuxième
pièce, celle de Camus, il s’agira de faire le mouvement contraire, un fait divers qui avait été
transformé en une tragédie. Le mouvement d’analyse se fera en prenant en compte l’invariant
thématique et la variation. Il sera question d’observer des entailles en mouvement du texte
reformulé vers le texte reformulant. Des entailles thématiques, typologiques, pathétiques,
métalinguistiques et pluri-sémiotiques. Nous aurons l’occasion de donner cohésion à ces entailles
sans sous-estimer l’effet du changement des sphères d’activités discursives d’un genre de discours
à un autre.
Avant de développer davantage notre thématique, rappelons que le texte littéraire est un texte
intégrateur (Peytard) ou poreux (Reuter), il a cette capacité d’intégrer les diverses activités
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discursives des genres premiers et seconds. De ce fait, on peut trouver diverses manifestations de
la reformulation dans ses genres. Cette porosité est présente surtout dans les genres narratifs (voir
à ce sujet Aristote et les travaux de Genette dans ce sens). Nous ne discutons pas pour le moment
les modalisations fictionnelles de la reformulation par le récit. Laissons cela pour un
développement plus conséquent comme introduction, si cette proposition de communication sera
acceptée.
Remarquons aussi que la notion de genre est largement utilisée dans les recherches didactiques.
Il s’agira aussi de questionner l’identité générique du texte en français facile dans la multitude
des genres scolaires et scolarisés en relation bien entendu avec la notion de reformulation Sur le
plan méthodologique, il s’agira, dans cette communication, d’utiliser des concepts de la
sémiotique différentielle de Peytard, mais également ceux de la narratologie et de la didactique.
Il sera aussi question de se situer à partir de certaines notions de [Bakhtine] comme situation,
genres de discours. Les reformulations à partir de genres différents auront un impact certain sur
plusieurs formes : lexicales, morphosyntaxiques, scripturales, thématiques…
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Séance | Sessão 12 (Salle | Sala 303) 14.30-16.30
Corpus, numérique, outils | Corpora, digital e ferramentas
Présidence de séance/Presidente da sessão : Ana Loureiro
Marcadores de reformulação na interação oral: funções e valores semântico-discursivos
Fátima Silva, Ana Sofia Pinto e Fátima Oliveira
Faculdade de Letras / Centro de Linguística da Universidade do Porto (Portugal)
Os estudos sobre a reformulação, em geral, e sobre marcadores discursivos de
reformulação, em particular, em especial articulados com questões de natureza textual e genérica,
ainda são escassos no contexto do português europeu. Os estudos existentes analisam
essencialmente dados da escrita e inscrevem-se numa de duas linhas de trabalho: análise destes
marcadores no âmbito dos marcadores discursivos, fazendo parte de uma descrição global (Duarte
2003, Lopes & Carapinha 2013, Lopes 2016, e.o.) ou descrição circunstanciada de alguns destes
marcadores, com ou sem aplicação a um determinado género textual (Duarte & Léon 2013, Lopes
2014, Lopes & Pons Bordería 2014, Lopes & Carapinha 2017; Gonçalves e Valentim 2017, Pinto
2018, e.o.).
Este estudo tem como objetivo investigar as funções e valores semântico-discursivos dos
marcadores discursivos de reformulação em textos orais de diferentes géneros. Os dados da
análise foram extraídos de dois corpora orais de português europeu – o Projeto Fala Bracarense,
do CEHUM-Universidade do Minho, e o C-Oral-Rom, do CLUL-Universidade de Lisboa, com a
duração total de cerca de 111 horas.
Tomando como referência as propostas tipológicas de Cuenca (2003), Gómez (2008) e
Lopes (2016), procedemos a uma análise quantitativa e qualitativa dos corpora. Assim, numa
primeira etapa, quantificámos os marcadores de reformulação ocorrentes no sentido de verificar
a sua distribuição. Numa segunda etapa, procedemos à análise qualitativa do marcador mais
frequente nos dois corpora, ‘quer dizer’, para explicitar as funções e valores semântico-
discursivos deste marcador.
A análise dos dados permite concluir que o marcador ‘quer dizer’ é polivalente tanto no
que se refere à sua funcionalidade na construção do discurso oral quanto aos valores semântico-
discursivos que assume nos diferentes contextos de uso. Destaca-se, neste âmbito, o seu uso
explicativo, ao qual se pode associar, sob certas condições, um valor de retificação.
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Referências
Cuenca, M. J. 2003. Two ways to reformulate: a contrastive analysis of reformulation markers.
Journal of Pragmatics, 35, 1069-1093
Duarte, I. 2003. Aspectos linguísticos da organização textual. In M. H. M. Mateus et al. (Eds.).
Gramática da Língua Portuguesa. Lisboa: Caminho, 85-122.
Gómez, M. P. 2008. La organización del discurso: marcadores de ordenación y de
reformulación. Madrid: Iberoamericana.
Gonçalves, M. & Valentim, H. 2017. Marqueurs discursifs et reformulation en portugais: une
affaire de langue et d’activité langagière. Revista Paralingüística, 1, 18-33.
León, R. P. & Duarte, I. M. 2013. Aliás/alias: diferencias de empleo en português y en español.
In N. Delbecque, M. F. Delport & D. M. Maturana, Du significant minimal aux textes.
Éditions Lambert-Lucas, 137-152.
Lopes, A. C. 2014. Contributo para o estudo sincrónico dos marcadores discursivos ‘quer dizer’,
‘ou seja’ e ‘isto é’ no português europeu contemporâneo. Diacrítica, 28 (1), 33-50.
Lopes, A. C. 2016. Discourse Markers. In W. L. Wetzels, J. Costa & S. Menuzzi (Eds.). The
Handbook of Portuguese Linguistics. Wiley Blackwell, 441-456.
Lopes, A.C.M & Carapinha, C. 2013. Texto, coesão e coerência. Coimbra: Almedina.
Lopes, A.C.M. & Carapinha, C. 2017. Por outras palavras e digamos: marcadores de
reformulação? Revista Galega de Filoloxía, 18, 115-131.
Lopes, A.C.M. & Pons Bordería, S. 2014. Ou seja vs o sea: formal identity and functional
diversity. Revista de Estudos Linguísticos da Universidade do Porto, 9, 103-128.
Pinto, A. S. 2018. Marcadores de reformulação parafrásticos no género artigo científico.
Dissertação de Mestrado. Porto: FLUP.
Sequências reformulativas em comentários em linha. Uma descrição enunciativa
convergente com a caracterização do género
Helena Topa Valentim
CLUNL. NOVA FCSH (Portugal)
Partindo da observação de sequências reformulativas em comentários em linha de leitores de
notícias de temática política oriundos do corpus do português G&T.com, privilegia-se esta
apresentação construções em que ocorre eu diria com os efeitos discursivos de correção, de
discordância ou como confirmação de apreciação.
De um ponto de vista funcional, a reformulação é metadiscursiva (Briz, 1998). O controle
metadiscursivo sobre a produção do sentido implica, por parte do locutor, um comportamento
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cooperativo motivado pelo desejo de esclarecer possíveis equívocos e de superar obstáculos
comunicacionais. Em textos do género comentário em linha, as sequências reformulativas
sinalizam o caráter polémico e de contraposição dos mesmos relativamente ao conteúdo veiculado
nos textos que os precedem.
Mas, além da dimensão discursiva, a reformulação tem também um estatuto semântico, uma vez
que, na atividade de enunciar, a reformulação opera no âmbito de uma relação de pertinência entre
“o dizer” e “o querer dizer” (Culioli 2001: 280). Nesse sentido e numa perspetiva semântico-
enunciativa, o fenómeno de reformulação não se prende apenas com questões de adequação em
função de certa prática discursiva. A reformulação linguística, como qualquer outro fenómeno de
ajustamento intersubjetivo, é manifestação evidente de uma das dimensões da atividade da
linguagem, a regulação intersubjetiva, que contribui igualmente para a caracterização dos géneros
textuais.
Proceder-se-á, nesta apresentação, à descrição formal das operações subjacentes a este fenómeno,
procurando mostrar que estamos perante diferentes níveis do funcionamento da linguagem aqui
paradigmaticamente evidenciando uma relação de interdependência teórica, comprometendo
inclusive as fronteiras que ditam os domínios tradicionais do funcionamento da linguagem: o
discursivo, o textual, o gramatical.
Palavras-chave: Reformulação, comentário em linha, enunciação, regulação intersubjetiva
Referências
BRIZ, A. (1998): El español coloquial en la conversación: Esbozo de pragmagramática.
Barcelona, Ariel Lingüística.
CULIOLI, Antoine (2001): «Heureusement», en Mateus, M. H. M.; Correia, C. N. (orgs.) Saberes
no tempo – Homenagem a Maria Henriqueta Costa Campos, Edições Colibri, Lisboa, 279-
284.
Comment la communication numérique influence l’emploi des reformulations ?
Iris Eshkol-Taravella & Natalia Grabar
MoDyCo. Université Paris Nanterre (France)
La communication proposée porte sur le corpus des forums du Web qui fait partie de ce que nous
appelons « discours dialogique » (Eshkol & Grabar, 2016). Il s’agit des discussions menées
instantanément par deux ou plusieurs personnes dans les réseaux sociaux, les forums, les chats,
etc. Les études sur la communication électronique ont été inaugurées dans les années 2000 par
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(Anis 1999, 2006). Elles ont été poursuivies par beaucoup d’autres chercheurs dans les domaines
différents (Véronis et Guimier De Neef 2006, Lorenz 2013, Longhi 2012, 2013, Honeycutt et
Herring 2009, Java et al. 2007, Marcoccia 2016, Panckhurst 2007).
Le corpus analysé est constitué de messages postés sur le forum de santé Doctissimo. Ce corpus
présente des spécificités langagières d’écriture numérique (typographiques, orthographiques,
morphologiques, lexicales et syntaxiques) décrites dans les travaux ci-dessus. Ce type de
communication se rapproche aussi du langage oral : sa production est irréversible car les messages
sont envoyés souvent sans relecture.
Les reformulations auxquels ont recours les utilisateurs du web diffèrent-elles des reformulations
réalisées à l’oral ? C’est la question à laquelle la communication essayera de répondre.
La reformulation est étudiée en linguistique selon différents points de vue : dans les interactions
verbales (Gülich & Kotschi 1983, 1987, Roulet 1987), à travers ses marqueurs à l’écrit et à l’oral
(Dostie 2004, Fløttum 1994, Steuckardt 2005, Rossari 2005, Vassiliadou 2004), du point de vue
énonciatif (Rabatel 2006), etc. Les reformulations dans la communication numérique est un sujet
nouveau peu ou pas encore abordés dans les travaux de recherche, à notre connaissance.
Le travail présenté traite la reformulation comme un processus complexe et multidimensionnel.
Le modèle développé combine plusieurs dimensions : syntaxique, morphologique, lexicale et
sémantico-pragmatique. La notion de reformulation y est prise au sens large en tant que le procédé
de remplacement d’un segment par un autre dans le but d’expliquer, de définir, d’exemplifier, de
dénommer, de préciser, etc. ce qui a été dit précédemment. Ce remplacement peut être effectué
avec et sans marqueurs. Nos travaux antérieurs sur le corpus des entretiens de l’oral et le forum
du Web ont traité le procédé de reformulation introduit par trois marqueurs c’est-à-dire, je veux
dire, disons (Eshkol & Grabar, 2014, 2016). Le travail actuel concerne toutes les formes de
reformulation observées et annotées dans le corpus.
Après avoir introduit le contexte de la recherche menée, nous nous arrêterons sur les
caractéristiques de la communication numérique proposées dans les travaux de chercheurs en
sciences du langage et en TAL. Nous présenterons ensuite le corpus traité, ses particularités et la
distribution de reformulations annotées. Les résultats seront comparés avec ceux obtenus au cours
de nos travaux précédents sur le procédé de reformulation introduit par trois marqueurs c’est-à-
dire, je veux dire, disons dans le corpus de forum (Eshkol-Taravella & Grabar 2016) et sur le
procédé de reformulation dans les transcriptions des entretiens à l’oral (Eshkol-Taravella &
Grabar 2018, à paraître).
Références bibliographiques
Anis J. (1999). Internet, communication et langue française. Paris, Hermès.
Dostie G. (2004). Pragmaticalisation et marqueurs discursifs. Analyse sémantique et traitement
lexicographique, Bruxelles, Duculot.
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Gülich E., Kotschi T. (1983). Les marqueurs de la reformulation paraphrastique. Cahiers de
linguistique française 5, pp. 305-351.
Gülich E., Kotschi T. (1987). Les actes de reformulation dans la consultation La dame de Caluire,
in L’analyse des interactions verbales. La dame de Caluire : une consultation, Pierre Bange
(dir.), Berne, Peter Lang, pp. 15–81.
Honeycutt C., Herring S. (2009). Beyond Microblogging: Conversation and Collaboration in
Twitter. Proceedings of 42nd Hawaii International Conference on System Science
(HICSS), IEEE Press, Washington, pp. 1-10.
Java A., Song X., Finn T., Tseng B. (2007). Why we Twitter: Understanding microblogging usage
and communities. In Proceedings of Joint 9th WEBKDD and 1st SNA-KDD Workshop,
ACM Press.
Eshkol-Taravella I., Grabar N. (à paraître). Reformulation en tant que procédé multidimensionnel.
In H.Landolsi, C. Norén, M. Svensson (éds.) La reformulation : à la recherche d’une
frontière, Suède, Studia Romanica , n.87, Acta Universitatis Upsaliensis.
Eshkol-Taravella I., Grabar N. (2018). Reformulations avec et sans marqueurs : étude de trois
entretiens de l’oral. CMLF2018, Mons, Belgique.
Eshkol-Taravella I., Grabar N. (2016). Reformulation à l’oral et dans le forum Web. CMLF2016,
Tours, France.
Eshkol-Taravella I., Grabar N. (2014). Repérage et analyse de la reformulation paraphrastique
dans les corpus oraux. TALN2014, Marseille, France.
Fløttum K. (1994). La reformulation introduite par c’est-à-dire, Stavanger, Høgscolesenteret i
Rogaland.
Longhi J. (2013). Essai de caractérisation du tweet politique. L'Information Grammaticale, n°136,
pp. 25-32.
Lorenz P. (2013). Le chat en tant que phénomène langagier : étude comparative français-
espagnol-polonais. PAF.
Marcoccia M. (2016). Analyse la communication numérique écrite. Armand Collin.
Panckhurst R. (2007). Discours électronique médié : quelle évolution depuis une décennie. In J.
Gerbault (éd.), La langue de cyperspace : de la diversité aux normes, Paris, L’Harmattan,
pp.121-136.
Rabatel A. (2006). Du rôle des postures énonciatives de surénonciation et de sousénonciation
dans les analyses de corpus. : L'exemple des reformulations, des connecteurs et particules
discursives. In Guernier Marie-Cécile, Durand-Guerrier Viviane et Sautot, Jean-Paul
(éds.). Interactions verbales, didactiques et apprentissages. Recueil, traitement et
interprétation didactiques des données langagières en contextes scolaires, Presses
universitaires de Franche-Comté, pp.221-248.
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Rossari C. (2005). Cela dit : un marqueur de prise de conscience, Langues et langage 12, pp. 87-
101.
Reformulation et vulgarisation scientifique : tentative de définition discursivo-générique
Aurore Famy
CeReS. Université de Limoges (France)
La vulgarisation scientifique peut être décrite comme une transmission d’information savante
impliquant des opérations de reformulation et de transformation. Elle induit nécessairement deux
positions énonciatives dissymétriques, aux prises avec les questions de légitimité, de
reformulation et de co-construction du sens. La vulgarisation semble échapper à toute tentative
de consensus définitionnel1, ses définitions institutionnelles répondant le plus souvent de
l’obédience idéologique de ceux qui en parlent : la vulgarisation scientifique comme médiation
culturelle2, la vulgarisation scientifique comme outil démagogique et politique, la vulgarisation
scientifique comme parole experte édulcorée, etc. Une piste semble être à suivre, selon nous, du
côté d’une définition générique, spécifiée et élargie par le geste discursif, pour définir les
caractéristiques inhérentes de ce type de discours particulier. Nous proposons d’en rendre compte
dans cette communication.
Sortant du paradigme du « Troisième Homme » et d’une conception purement
communicationnelle de la vulgarisation scientifique, il est possible de considérer la vulgarisation
scientifique comme une pratique discursive et culturelle, répondant à des normes médiatiques et
sémantiques spécifiques. Afin de vérifier cette hypothèse, qui s’ancre théoriquement en sciences
du langage et plus précisément en sémiotique textuelle, nous proposons l’étude d’un corpus de
dossiers de revues de vulgarisation scientifique consacrés à une même thématique biomédicale :
l’épilepsie3. Pour réaliser l’analyse, l’outil méthodologique principal utilisé est le Socle
médiatico-générique, élaboré à partir d’une relecture des composantes textuelles de Rastier
revisitées par Badir, permettant de définir le genre comme une forme sémiotique. Ce modèle a
pour but d’identifier des composantes du plan de l’expression appelées formats médiatiques et
1 JACOBI Daniel et SCHIELE Bernard (éds.), Vulgariser la science : le procès de l’ignorance, Seyssel, Champ Vallon, 1988 (Collection Milieux) 2 MOLES Abraham et OULIF Jean, « Le troisième homme – Vulgarisation scientifique et radio », Diogène (58), 06.1967, pp. 29-40 3 Thématique objet de la thèse de doctorat de l’auteur de la proposition, soutenue en décembre 2018 et intitulée : « Le rôle des discours dans la construction des savoirs scientifiques : médiations sémiotiques de l’information savante, le cas de l’épilepsie ».
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des composantes du plan du contenu, appelées composantes sémantiques de la généricité.
L’ensemble permet de circonscrire tous les éléments constitutifs d’un genre et son fonctionnement
associé à un média donné.
Cette analyse permet, sans trop en dévoiler les résultats, de mettre au jour le caractere
éminemment générique de la vulgarisation scientifique qui apparait comme la reformulation
modalisée d’un autre genre connu : celui de l’article scientifique. Ce genre qui reformule apparait
donc surtout comme la reformulation d’un autre genre. Nous proposerons, à partir de ces résultats,
de nouvelles considérations théoriques élargissant le spectre heuristique du socle médiatico-
générique pour faire intervenir le geste discursif et le concept de voix sémiotique, lesquels
permettent d’appréhender de manière holistique le phénomène générique de la vulgarisation
scientifique. En effet, le modèle « élargi » permet d’en définir les dimensions textuelle et
générique bien sûr, mais également les dimensions pragmatique et existentielle.
Bibliographie synthétique
BADIR Sémir, « Six propositions de sémiotique générale », AS - Actes Sémiotiques, 10.04.2009.
BADIR Sémir, « L’énonciation d’une synthèse », AS - Actes Sémiotiques, 31.01.2017.
COUÉGNAS Nicolas, « Sémiotique textuelle du genre. La généricité des albums d’enfance »,
Pratiques. Linguistique, littérature, didactique (157-158), 01.06.2013, pp. 91-104.
COUÉGNAS Nicolas et FAMY Aurore, « L’interprétation générique des textes. Ou comment le
genre et le média participent à l’oeuvre », in: ABLALI Driss et DUCARD Dominique
(éds.), Louvain-la-Neuve, L’Harmattan-Academia, 2015 (Sciences du langage –
Carrefours et points de vue), pp. 175-189.
HJELMSLEV Louis, Prolégomènes à une théorie du langage [1943], Paris, Éditions de Minuit,
1968 (Arguments).
JEANNERET Yves, Écrire la science : formes et enjeux de la vulgarisation, Paris, Presses
Universitaires de France, 1994 (Science, histoire et société).
MAIA Tomás et FANGEAUX Philippe (éds.), O gesto da arte (Le geste de l’art), 2014.
PAVIS Patrice, « Le gestus brechtien et ses avatars dans la mise en scène contemporaine»,
L’Annuaire théâtral (25), 1999.
RASTIER François, Arts et sciences du texte, Paris, Presses universitaires de France, 2001
(Formes sémiotiques).