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Réalisation graphique : studio Édicom (Crem), dérivée de Vecteezy.com et Freepik.com 17-18 juin 2019 Université de Porto, Portugal junho 2019 Universidade do Porto, Portugal t r a n s c od i c a ç ã o t r a n s c o d a g e p a r á fr a s e p a r a p h r a s e m a s c u l i n i d a d e s f é m i n i n i t é s m a s c u l i n i t é s r e p r i s e r e t o m a i t e r a ç ã o i t é r a t i o n r é p é t i t i o n r e p e t i ç ã o g l o s e g l o s a f e m i n i l i d a d e s

17-18 - WordPress.com · 2019. 6. 10. · Chantal Claudel – MoDyCo. Université Paris Nanterre (France) La efo mulation dans des ou s magist aux à l’univesité Carole Glorieux

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Réalisation graphique : studio Édicom (Crem), dérivée de Vecteezy.com et Freepik.com

17-18 juin 2019

Université de Porto, Portugaljunho 2019Universidade do Porto, Portugal

transcodificação

transcodage

pará

frase

paraphrase

masculinidades

fémininités

masculinités

reprise

retomaiteração

itération

répétition

repetição

glose

glosa

feminilidades

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Lundi | Segunda-feira - 17.06.2019

8.30 Accueil et inscription | Receção e inscrição dos participantes

9.00 Ouverture du colloque | Abertura do colóquio

9.30 Conférence plénière | Conferência plenária : Antónia Coutinho – NOVA FCSH | CLUNL, Portugal

Identidades textuais e discursivas: uma questão de (re)formulação? Amphithéâtre | Anfiteatro 2

10.30 Pause café | Intervalo para café

11.00

13.00

Séance | Sessão 1 (Salle | Sala 301)

Vulgarisation et écrits scientifiques | Divulgação e escrita científica

Présidence de séance/Presidente da sessão : Chantal Claudel

Sandrine Reboul-Touré – CLESTHIA. Université Sorbonne Nouvelle (France) Quand la reformulation s’adapte aux genres de la vulgarisation scientifique

Yujing Ji & Agnès Tutin - Laboratoire Lidilem. Université Grenoble-Alpes (France) Les routines métadiscursives de reformulation dans les écrits scientifiques

Christina Romain, Véronique Rey, Éric Tortochot, Marie-Emmanuelle Pereira & Annabelle Seoane - UMR7309 CNRS. Aix-Marseille Univ. ÉSPÉ ; Aix-Marseille Univ. – COLOé – ÉSPÉ; EA4671 ADEF. Aix-Marseille Univ. ÉSPÉ ; Crem. Université de Lorraine (France)

Reformulation et / ou brouillage : le cas de la gestion d’un mandat de rédaction professionnelle

Rossana De Angelis - Céditec. Université Paris-Est Créteil Val-de-Marne (France)

La reformulation dans les écrits numériques. Étude de cas : les articles de vulgarisation scientifique en ligne

Séance | Sessão 2 (Salle | Sala 303)

Pratiques didactiques | Práticas didáticas

Présidence de séance/Presidente da sessão : Antónia Coutinho

Eduardo Calil & Debra Myhill - Universidade Federal de Alagoas (Brasil)/Universidade de Exeter (Reino Unido) Reformular ou rasurar? Quando a interpretação do sentido cede lugar aos aspectos gráfico-espaciais em manuscritos escolares de alunos recém-alfabetizados.

Maria Hozanete Alves de Lima – Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Brasil) A escrita colaborativa em tempo real: o que entra em jogo, na escritura de um texto, quando alunos recém-alfabetizados combinam o que vão escrever?

Natacha Espinosa – MODYCO. Université Paris Nanterre. SUFOM ÉSPÉ Versailles (France) Écrire une règle de jeu pour apprendre à parler en maternelle.

Quelles reformulations pour construire un texte mêlant explication et narration ?

Paulette Ayoub - Université Libanaise et Université de Balamand (Liban)

La reformulation: pont ou obstacle dans l’enseignement/apprentissage du français

via les genres textuels au cycle secondaire au Liban

13.00 Déjeuner | Almoço

14.30

16.30

Séance | Sessão 3 (Salle | Sala 301)

Pratiques littéraires | Práticas literárias

Présidence de séance/Presidente da sessão : Hassan Moustir

Anouar Benmsila - Université Moulay Ismaïl (Maroc)

Genres et reformulation chez Edmond A. El Maleh. Approche sémiotique

Saloua El Oufir – Université Mohammed V Rabat (Maroc)

L’écriture circulaire ou la transgression des genres : analyse de la répétition dans l’œuvre d’A. Kilito

Blandine Pennec - Université Toulouse II Jean Jaurès (France) L’utilisation des reformulations dans la littérature contemporaine de langue anglaise : spécificités liées au genre, et stratégies rhétoriques

Séance | Sessão 4 (Salle | Sala 303)

Pratiques universitaires | Práticas universitárias

Présidence de séance/Presidente da sessão : Fátima Oliveira

Ana Loureiro, Isabel Gil & Patrícia Rossi - CELGA-ILTEC. Universidade de Coimbra (Portugal) Os dizeres de “quer dizer”

Sandra Patrícia Ataíde Ferreira, Audria Leal & Fabíola Mónica Da Silva Gonçalves - Universidade Federal de Pernambuco (Brasil); CLUNL. FCT (Portugal); Universidade Estadual da Paraíba (Brasil)

O artigo de opinião por universitários: a reformulação em contexto de investigação de leitura

Paulo Nunes Da Silva & Joana Vieira Santos - CELGA-ILTEC. Universidade Aberta. Universidade de Coimbra. (Portugal)

Reformulação ou reformulações? O caso do género abstract

Matilde Gonçalves & Rute Rosa – CLUNL. NOVA FCSH. FCT (Portugal) Mecanismos de reformulação no artigo científico

16.30 Pause café | Intervalo para café

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17.00

19.00

Séance | Sessão 5 (Salle | Sala 301)

Genre social | Género social

Présidence de séance/Presidente da sessão : Nicolas Couégnas

Julie Abbou – LPL. Aix-Marseille Université. CLESTHIA. Université Sorbonne Nouvelle (France)

Reformulations normatives et reformulations déviantes du genre (masculin/féminin). Une expérience in vitro

Marta Fidalgo – CLUNL (Portugal)

Textos e pessoas: uma (re)formulação interacionista da noção de género

Giuseppe Sofo - Università Ca’ Foscari- Venezia (Italia)

Traduire l’inclusivité : reformuler le langage inclusif, entre français et italien

Carolina da Costa Joaquim – CLUNL. FCT (Portugal) A repetição como estratégia de reformulação em discursos políticos de autoria feminina e masculina: uma questão de género(s)?

Séance | Sessão 6 (Salle | Sala 303)

Pratiques audiovisuelles et politiques |Práticas audiovisuais e políticas

Présidence de séance/Presidente da sessão : Françoise Bacquelaine

Hugo Amaral - Universidade de Coimbra (Portugal)

Reinventar, resistir, reformular: a tradução no feminino (de Brossard a Godard)

Lise Henric – CEREGE. Université de Poitiers (France)

Le docufiction : entre reformulation et restitution d’un fait

Hamid Reza Shairi - Université Tarbiat Modares (Iran)

Quand le cinéma de Kiarostami fait de la reformulation un moyen d’accéder aux formes de vie

Ana Cristina Ribeiro, Marilia Matos, Nelson Lima & Sônia Sampaio - Universidade Federal da Bahia (Brasil) Todes, todxs, tod@s ou quem? A linguagem como atuação política e não binária

19.15 Pause musicale | Momento musical (com Porto de Honra)

20.30 Dîner | Jantar (sur inscription/ com inscrição prévia)

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Mardi | Terça-feira 18.06.2019

9.30 Conférence plénière | Conferência plenária : Alain Rabatel – Université Lyon 1, France

Dans quelle(s) mesure(s) et en quel(s) sens les genres discursifs influent-ils sur les reformulations ? Amphithéâtre | Anfiteatro 2

10.30

11.30

Séance | Sessão 7 (Salle | Sala 301)

Pratiques journalistiques | Práticas Jornalísticas

Présidence de séance/Presidente da sessão : Saloua El Oufir

Raluca Nita - Laboratoire FoReLLIS EA 3816. Université de Poitiers (France)

Les formes interprétatives de discours rapporté dans le discours journalistique

Annabelle Seoane – Crem. Université de Lorraine (France) Reformulation et (d)énonciation satirique

Séance | Sessão 8 (Salle | Sala 303)

Écrits de savoir | Escritos de ciência

Présidence de séance/Presidente da sessão : Helena Topa Valentim

Chantal Claudel – MoDyCo. Université Paris Nanterre (France) La reformulation dans des cours magistraux à l’université

Carole Glorieux & Marie-Christine Pollet - Université libre de Bruxelles (Belgique)

Du doctorant à l’expert : la reformulation comme prisme pour étudier le chemin vers un genre d’écrit scientifique

11.30 Pause-Café | Intervalo para café

12.00

13.00

Séance | Sessão 9 (Salle | Sala 301)

Entre Langue et discours | Entre língua e discurso

Présidence de séance/Presidente da sessão : Iris Eshkol-Taravella

Georgeta Cislaru – CLESTHIA. Université Sorbonne Nouvelle (France) Textualisation et ajustements sémantiques :

les reformulations dans le processus de rédaction de deux genres discursifs

Laurence Meurant & Aurélie Sinte - Université de Namur (Belgique)

Variété de genres et invariants de reformulation en langue vocale et en langue signée

Séance | Sessão 10 (Salle | Sala 303)

Thérapies| Terapias

Présidence de séance/Presidente da sessão : Sandrine Reboul Touré

Hassan Moustir - Université Mohammed V-Rabat (Maroc) Reformuler pour soigner. Thérapie systémique et langage

Driss Ablali & Brigitte Wiederspiel – Crem. Université de Lorraine (France) Reformuler pour réparer

13.00 Déjeuner | Almoço

14.30

16.30

Séance | Sessão 11 (Salle | Sala 301)

Pratiques sémiotiques | Práticas semióticas

Présidence de séance/Presidente da sessão : Anouar Benmsila

Nicolas Couégnas, François Laurent & Audrey Moutat – CeReS. Université de Limoges (France) Déguster, formuler, reformuler : le discours œnologique dans tous ses états

Taís de Oliveira – Universidade de São Paulo. CAPES (Brasil); University of Glasgow (Escócia) O sentido reformulado: questões de gênero em traduções intersemióticas

Djamel Kadik - Laboratoire de Didactique de la Langue et des Textes. Université Yahia Farès de Médéa (Algérie) Le texte littéraire comme reformulé et reformulant est-il aussi une question de genre ?

Séance | Sessão 12 (Salle | Sala 303)

Corpus, numérique, outils | Corpora, digital e ferramentas

Présidence de séance/Presidente da sessão : Ana Loureiro

Fátima Silva, Ana Sofia Pinto & Fátima Oliveira – CLUP. FLUP (Portugal)

Marcadores de reformulação na interação oral: funções e valores semântico-discursivos

Helena Topa Valentim – CLUNL. NOVA FCSH (Portugal) Sequências reformulativas em comentários em linha.

Uma descrição enunciativa convergente com a caracterização do género

Iris Eshkol-Taravella & Natalia Grabar – MoDyCo. Université Paris Nanterre (France) Comment la communication numérique influence l’emploi des reformulations ?

Aurore Famy - CeReS. Université de Limoges (France)

Reformulation et vulgarisation scientifique : tentative de définition discursivo-générique

16.30 Clôture du colloque | Encerramento do colóquio

Amphithéâtre 2 | Anfiteatro 2

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Lundi | Segunda-feira - 17.06.2019

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Lundi | Segunda-feira - 17.06.2019

Séance | Sessão 1 (Salle | Sala 301) 11.00-13.00

Vulgarisation et écrits scientifiques | Divulgação e escrita científica

Présidence de séance/Presidente da sessão : Chantal Claudel

Quand la reformulation s’adapte aux genres de la vulgarisation scientifique

Sandrine Reboul-Touré

CLESTHIA. Université Sorbonne Nouvelle (France)

Les discours de vulgarisation scientifique sont porteurs d’hétérogénéités énonciatives

(AuthiezRevuz 1984) car ils font entendre les discours sources (ceux des spécialistes) et les

discours seconds, pour un public moins averti. Ces discours de transmission des connaissances

peuvent constituer un type de discours porteur de nombreux phénomènes linguistiques,

notamment celui de la reformulation. Dans la lignée des travaux de Peytard, qui considère la

reformulation comme une des voies de l’altération, de « l’autrement dit/l’autrement fait » (Peytard

1993), je revisite la notion en parlant plutôt d’une catégorie pour l’analyse du discours. En effet,

la reformulation fait converger une analyse lexicale associée à la dynamique d’une analyse

discursive : c’est autour des mots spécialisés de la science que se mettent en place des réécritures,

des équivalences sémantiques, des désignations coréférentielles avec une large exploration des

relations sémantiques (hypo/hyperonymie, quasi-synonymie, métaphore...) pour mieux

appréhender le sens.

J’ai pu constater lors de différentes recherches (Reboul-Touré 2004, 2014) que ces reformulations

autour des mots spécialisés empruntent des chemins linguistiques différents. Je retiendrai ici deux

genres de discours sur lesquels des questionnements seront d’ailleurs possibles. L’article de

vulgarisation scientifique « typique » est celui présent dans les années 1980 dans des revues

comme La Recherche ou Science et vie. La reformulation est présente à l’intérieur de phrases en

utilisant différents marqueurs de la reformulation, où, c’est-à-dire, autrement dit, la virgule, les

parenthèses (ex. : elle [la portion la plus riche du langage des éléphants] est faite d’infrasons,

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autrement dit de vibrations sonores de faible fréquence, Science et vie, juin 1986). Dans les

articles de vulgarisation scientifique exclusivement présents sur des sites internet, le processus de

modalisation autonymique autour des mots spécialisés est différent ; le lecteur « revient » sur le

mot car ce dernier est mis en couleur avec un lien hypertextuel : la reformulation est alors placée

non plus dans la phrase mais sur une autre couche de texte (Les détecteurs d’ondes

gravitationnelles - Futura sciences, décembre 2018 - invite à découvrir une définition qui se

superpose sur le texte après avoir passé la souris sur le mot surligné). On peut alors s’interroger

d’une part sur une extension de la notion de reformulation et d’autre part sur les genres de discours

sur internet. En effet, analyser le discours de vulgarisation scientifique issus d’articles produits

pour des sites internet invite à « intégrer les matérialités du paramètre technologique » (Paveau

2013) dans les critères permettant d’identifier les genres de discours, notamment autour de la

reformulation.

Références bibliographiques

Authier-Revuz J., 1984, « Hétérogénéité(s) énonciative(s) », Langages 73, Paris, Larousse, 98-

111.

Barats C. (dir.), 2013, Manuel d'analyse du web en sciences humaines et sociales, Paris, Armand

Colin, coll. « U Sciences humaines et sociales ».

Maingueneau D., 2017, Discours et analyse du discours, Armand Colin.

Moirand S., Reboul-Touré S., Pordeus M., 2016, « La vulgarisation scientifique au croisement de

nouvelles sphères d’activité langagière », dans Bakhtiniana. Revista de Estudos do

Discurso, vol. 11, n° 2, São Paolo, ISSN 2176-4573, 145-169.

Mourlhon-Dallies, F., Rakotonoelina, F. et Reboul-Touré, S., Eds, 2004, Les carnets du Cediscor

8 – Les discours de l’internet, Presses Sorbonne nouvelle.

Paveau M.-A., 2013, « Genres de discours et technologie discursive », Pratiques 157-158, 7-30.

Peytard J., 1993, « D’une sémiotique de l'altération », Semen [En ligne], 8,

http://journals.openedition.org/semen/4182

Reboul-Touré, S., 2004, « Écrire la vulgarisation scientifique aujourd'hui », colloque Sciences,

Médias et Société, Lyon, ENS-LSH,

http://science.societe.free.fr/documents/pdf/Sciences_medias_societe_2004/Reboul_Tour

e.pdf

Reboul-Touré S., 2014, « De la reformulation dans les discours de la médiation scientifique »,

Madini M., Chauvin-Vileno A., Equoy-Hutin S. (éds), Jean Peytard : syntagmes et

entailles, actes du colloque de Besançon 7-9 juin 2012, Lambert-Lucas, Limoges, 343-353.

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Les routines métadiscursives de reformulation dans les écrits scientifiques

Yujing Ji, Agnès Tutin

Laboratoire Lidilem. Université Grenoble-Alpes (France)

Le discours scientifique, un genre discursif « [réalisé] dans le cadre de l’activité de recherche à

des fins de construction et de diffusion du savoir » (Rinck, 2010, p. 428), emploie un style de

langage propre au domaine scientifique pour répondre aux exigences rhétoriques de la «

communauté de discours » scientifique (Swales, 1990). Dans ce genre, les opérations de

reformulation présentent également des caractéristiques propres au discours scientifique.

La notion de reformulation est souvent comprise comme un acte de langage qui sert à paraphraser,

compléter ou corriger (Gülich & Kotschi, 1983) et qui met en relation deux énoncés (Martinot &

Romero, 2009, p. 8). Ces opérations ont été largement étudiées dans une perspective linguistique,

didactique ou contrastive à travers les connecteurs reformulatifs tels que c’est-à-dire, en d’autres

termes etc. (voir Authier-Revuz, 1982; Blondel, 1996; Gülich & Kotschi, 1983; Rossari, 1997).

Dans notre étude, nous essayons de décrire des opérations de reformulation au-delà des

connecteurs reformulatifs courts (par exemple, Tran 2014). Nous nous intéressons aux routines

métadiscursives de reformulation que nous définissons comme des énoncés complets, autonomes

et récurrents comme on peut reformuler la question comme suit, pour le dire autrement, cela

revient à dire. Nous faisons l’hypothèse d’un fonctionnement spécifique des routines de

reformulation dans le discours scientifique écrit.

Notre objectif consiste, par le biais de l’analyse de ces routines, à comprendre les différentes

fonctions de la reformulation dans le discours scientifique. Nous nous appuyons pour cela sur une

approche de linguistique de corpus et exploitons un corpus analysé syntaxiquement regroupant

500 articles de recherches en sciences humaines dans 10 disciplines. Nous extrayons les routines

en partant des éléments du lexique associés aux fonctions métalinguistiques (adverbes, noms et

verbes), en utilisant une classification sémantique du lexique scientifique effectuée dans le cadre

du projet TermiTH (Hatier et al., 2016; Jacques & Tutin, 2018) et une méthode statistique

recourant à des corpus analysés syntaxiquement (Kraif & Tutin, 2017).

Bibliographie

Authier-Revuz, J. (1982). La mise en scène de la communication dans des discours de

vulgarisation scientifique. Langue française, 53(1), 34-47.

https://doi.org/10.3406/lfr.1982.5114

Blondel, E. (1996). La reformulation paraphrastique. Une activité discursive privilégiée en classe

de langue. Les Carnets du Cediscor. Publication du Centre de recherches sur la didacticité

des discours ordinaires, (4), 47-59.

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Gülich, E., & Kotschi, T. (1983). Les marqueurs de la reformulation paraphrastique. In

Connecteurs pragmatiques et structure du discours ; actes du 2ème Colloque de

Pragmatique de Genève (7 - 9 mars 1983) (Vol. 5). Consulté à l’adresse https://pub.uni-

bielefeld.de/publication/2769281

Hatier, S., Augustyn, M., Tran, T. T. H., Yan, R., Tutin, A., & Jacques, M.-P. (2016). French

cross-disciplinary scientific lexicon: extraction and linguistic analysis. In Proceedings of

Euralex (p. 355–366).

Jacques, M.-P., & Tutin, A. (2018). Lexique transversal et formules discursives des sciences

humaines. ISTE Editions.

Kraif, O., & Tutin, A. (2017). Des motifs séquentiels aux motifs hiérarchiques: l’apport des arbres

lexico-syntaxiques récurrents pour le repérage des routines discursives. Corpus, (17).

Martinot, C., & Romero, C. (2009). La reformulation : acquisition et diversité des discours.

Cahiers de praxématique, (52), 7-18.

Reformulation et / ou brouillage : le cas de la gestion d’un mandat de rédaction

professionnelle

Christina Romain, Véronique Rey, Éric Tortochot, Marie-Emmanuelle Pereira & Annabelle

Seoane

UMR7309 CNRS. Aix-Marseille Univ. ÉSPÉ ; Aix-Marseille Univ. – COLOé – ÉSPÉ; EA4671

ADEF. Aix-Marseille Univ. ÉSPÉ ; Crem. Université de Lorraine (France)

Cette communication repose sur le questionnement du concept de reformulation dans le cadre de

la réalisation d’un mandat d’écriture (Beaudet et Clerc, 2008) et de mise en page de cette écriture

par des étudiants en master de rédaction professionnelle. Nous étudierons l’efficacité (efficacité

dans l’attente d’une validation par le mandataire) des différentes reformulations de la production

commandée, de l’état désiré (Lebahar, 2007) à la production finale. Nous posons que l’objectif

de la reformulation de la production initiale sera de parvenir à un compromis. Que se passe-t-il

lorsque ce compromis s’avère finalement « compromettre » le résultat final ? C’est précisément

ce cas qui nous intéresse. Autrement dit, nous nous questionnons sur l’adaptabilité du compromis

à l’attente du mandateur ? Seront ainsi analysés les aller/retour entre les productions successives

(qui sont le résultat de confrontations successives de points de vue) et l’attente du mandateur qui

se révèle être dans le cas étudié une attente évolutive au fur et à mesure des propositions. Ainsi,

notre étude consistera à questionner le brouillage de la reformulation. Celui-ci interroge la place

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et la gestion du compromis dans une situation d’échec. La discordance ou la concordance

émergera donc de l’adéquation ou pas avec des attentes (l’imaginaire) du mandateur. Dans le cas

de la dégradation de la concordance qui nous intéresse, nous étudierons ce processus.

Notre étude consistera ainsi à confronter la reformulation concordante, c’est-à-dire allant de la

co-énonciation d’un même point de vue, à la reformulation discordante, c’est-à-dire faisant

coexister sans jamais se rencontrer deux points de vue différenciés (celui du mandateur et celui

du RP). Cette reformulation consistera-t-elle à véhiculer des points de vue complémentaires ou

au contraire des points de vue de plus en plus discordants ?

Au final, nous étudierons la temporalité dans la reformulation qui rend compte de points de vue

différenciés : celui du mandateur et celui du mandataire. Les reformulations successives qui

apparaitront sous la forme de représentations graphiques intermédiaires (Lebahar, 2007) et feront

suite à des échanges verbaux (courriels et entretiens téléphoniques) seront étudiés. Plus

précisément, nous questionnerons les points de vue différenciés (Bonhomme, 2005 ; Rabatel,

2008) qui entrent en confrontation. Nous étudierons alors les compromis successifs qui

apparaissent jusqu’à la production finale et à sa non validation par le mandateur.

Notre champ d’analyse est celui des sciences du langage (analyse linguistique, discursive,

pragmatique, sémiotique, graphique…) que l’on applique à un contexte spécifique, celui de la

réalisation d’un mandat d’écriture professionnelle. Ce mandat d’écriture présente aussi une

caractéristique multimodale en ce qu’il vise à produire un écrit dans un contexte graphique

spécifique.

Références bibliographiques sélectives

Beaudet, C., & Clerc, I. (2008). Langue, médiation et efficacité communicationnelle. Québec :

Presses de l'Université de Laval.

Bonhomme M. (2005). Pragmatique des figures du discours, Paris, Champion.

Lebahar, J.-C. (2007). La conception en design industriel et en architecture. Désir, pertinence,

coopération et cognition. Paris : Lavoisier.

Rabatel, A. (2008). Stratégie discursive de concordance discordante dans les ensembles reprises

et reformulations (en contexte didactique). In M. Schuwer, M.-C. Le Blot et E. Richard,

Pragmatique de la reformulation, types de discours, interactions didactiques, pp.187-202,

Rennes, Presses universitaires de Rennes.

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La reformulation dans les écrits numériques. Étude de cas : les articles de vulgarisation

scientifique en ligne

Rossana De Angelis

Céditec. Université Paris-Est Créteil Val-de-Marne (France)

Les différentes études consacrées aux écrits de vulgarisation scientifique (Langue française n°

64, 1984 ; Jeanneret 1994, Reboul-Touré 2004), en particulier les études sémiologiques (Jacobi

1985, 1986, 1987 ; Pétroff 1984), ainsi que les manuels voués à l’apprentissage de la vulgarisation

scientifique (Lapointe 2008, Michaut 2014), traitent les questions concernant les reformulations

d’un point de vue sémio-linguistique issu de l’analyse d’écrits pour un support papier.

Mais que se passe-t-il lorsqu’on change de support ? Peut-on tirer les mêmes réflexions sur la

reformulation en analysant des écrits pour un support numérique ?

Cette question est posée dans le cadre d’une analyse des écrits appartenant à un genre textuel

particulier (les textes informatifs, largement exploités dans la presse écrite) publié dans un format

particulier (celui de l’article, plutôt que le billet, le dossier, l’enquête, etc.) sur un support

particulier (le support numérique). Plus précisément, les articles considérés sont issus des revues

de vulgarisation scientifique en ligne (Macedo-Rouet et al. 2004).

Ce travail d’observation — né dans le cadre de cours de rédaction adressés à des étudiants de

licence et master — vise à montrer dans quelle mesure la notion de « reformulation » est devenue

une notion trans-médiatique (Vargas 2009). En effet, elle peut s’appliquer aussi bien aux

processus de reformulation linguistique (visant à reformuler le linguistique par le on-linguistique)

qu’aux processus de reformulation extra-linguistique (visant à reformuler le linguistique par le

nonlinguistique).

L’écriture numérique oblige-t-elle à repenser autrement la reformulation ?

Pour vérifier cette hypothèse, nous allons nous pencher sur trois opérations de reformulation:

• par substitution ;

• par explication ;

• par expansion.

La nature complexe, et plus précisément multistrate (De Angelis 2018), des écrits numériques

conditionne les processus de reformulation, comme le montrent les articles de vulgarisation

scientifique en ligne.

En effet, ces opérations se réalisent au sein de deux dimensions possibles (Jacobi 1994) :

• intra-discursive (les opérations à caractère métalinguistique) ;

• extra-discursive (les exemples, l’expérience, les données, etc.)

Plusieurs langages sont à l’oeuvre dans les écrits numériques, ce qui permet de différencier

également une reformulation strictement linguistique (opération qui puise dans les ressources de

la langue) d’une reformulation extra-linguistique (opération qui puise dans d’autres langages).

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L’étude des articles de vulgarisation scientifique en ligne permet d’analyser sous un nouvel angle

la reformulation dans le cadre de l’écriture numérique.

Bibliographie

De Angelis, Rossana. « Textes et textures numériques. Le passage de la matérialité graphique à la

matérialité numérique », Signatures (Essais en) Sémiotique de l’écriture / Signatures

(Studies in the) Semiotics of Writing, Signata - Annales de sémiotique / Annals of

Semiotics, n. 9 / 2018, Presses Universitaires de Liège, dossier dirigée par J.-M.

Klinkenberg et S. Polis, p. 459-484.

Jacobi, Daniel. « Sémiotique du discours de vulgarisation scientifique », Semen [En ligne], 2,

1985, mis en ligne le 21 août 2007, consulté le 03 décembre 2018. URL :

http://journals.openedition.org/semen/4291.

Jacobi, Daniel. « Reformulation et socialisation des connaissances dans les discours de

vulgarisation». Études de lettres, 4, 1986, pp. 23-44. Lausanne.

Jacobi, Daniel. Diffusion et vulgarisation. Itinéraires du texte scientifique, Paris, Les Belles

Lettres, 1986.

Jacobi, Daniel. Textes et images de Ia vulgarisation scientifique, Berne, Peter Lang, 1987.

Jacobi, Daniel. « Lexique et reformulation intradiscursive dans les documents de vulgarisation

scientifique », dans Candel D. éd., Français scientifique et technique et dictionnaire de

langue, Parsi, Didier Erudition, 1994, p. 77-91.

Jeanneret, Yves. Écrire la science. Formes et enjeux de la vulgarisation, Paris, PUF, 1994.

Langue française, n°64, 1984. Français technique et scientifique : reformulation, enseignement.

Lapointe, Pascal. Guide de vulgarisation : Au delà de la découverte scientifique : la société,

Editions MultiMondes, Québec, 2008.

Le Bot, Marie-Claude, Martine Schuwer, Élisabeth Richard (dir.), La Reformulation : marqueurs

linguistiques et stratégies énonciatives, PUR, Rennes, 2008.

Macedo-Rouet, Mônica et al. « Vulgarisation scientifique: les revues en ligne », Hermès, La

Revue 2004/2, n. 39, p. 61-68.

Michaut, Cécile. Vulgarisation scientifique : mode d’emploi. Paris, EDP Sciences, 2014.

Pétroff, André Jean. « Sémiologie de la reformulation dans le discours scientifique et technique

». In: Langue française, n°64, 1984. Français technique et scientifique : reformulation,

enseignement. p. 53-67.

Pluta, Katarzyna. « Le terme scientifique et le discours de vulgarisation », Romanica

Wratislaviensia 57, 2010, p. 94-106.

Reboul-Touré, Sandrine. « Écrire la vulgarisation scientifique aujourd’hui ». Sciences, médias,

société, Jun 2004, Lyon, France. Actes du colloque « Sciences, médias, société », 2005,

<http://sciences-medias.enslyon.fr/>. <hal-01387603>

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Vargas, Elodie. « Discours de vulgarisation à travers différents médias ou les tribulations des

termes scientifiques », ILCEA [En ligne], 11 | 2009, mis en ligne le 30 avril 2009, consulté

le 30 septembre 2016. URL : http://ilcea.revues.org/217.

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Séance | Sessão 2 (Salle | Sala 303) 11.00-13.00

Pratiques didactiques | Práticas didáticas

Présidence de séance/Presidente da sessão : Antónia Coutinho

Reformular ou rasurar? Quando a interpretação do sentido cede lugar aos aspectos

gráficoespaciais em manuscritos escolares de alunos recém-alfabetizados.

Eduardo Calil & Debra Myhill

Universidade Federal de Alagoas (Brasil); Universidade de Exeter (Reino Unido)

As rasuras ocorridas em manuscritos escolares são objetos de investigação em muitos estudos

vinculados ao campo da Genética Textual (Fabre, 1990, Bore, 2010). Suas ocorrências estão

associadas às atividades metalinguísticas do escrevente, cujos resultados podem implicar em

ações de reformulação textual. No entanto, esses estudos tomam o produto textual como objeto

de análise, isto é, as rasuras são analisadas a partir do texto terminado, escrito pelo aprendiz. A

interpretação do que ocorreu durante o momento em que foi efetivada uma rasura indica alguma

reformulação do que já havia sido escrito. A descrição de sua inscrição na folha de papel feita

pelo pesquisador pode não coincidir com a intenção do aluno ao ter rasurado determinado

elemento linguístico. A partir do manuscrito escolar (produto) não é possível se ter acesso ao que

pensou o aluno ou ao que o levou a rasurar seu enunciado no exato momento em que o reformulou

durante o processo. Tendo por base teórico-metodológica uma abordagem linguístico-enunciativa

favorecida pelo registro fílmico e multimodal do manuscrito em curso, escrito a dois, nosso estudo

se propõe a analisar a correlação entre as falas espontâneas (e dialogal) dos alunos escreventes e

as rasuras e reformulações efetivadas no papel. Essa correlação será discutida a partir dos

comentários feitos pelos alunos sobre os objetos textuais reconhecidos e rasurados. Para isso,

coletamos em uma sala de aula de alunos de 6-7 anos de idade (recém-alfabetizados), 6 processos

de escritura de narrativas ficcionais inventadas por uma única dupla de alunas. Essa coleta foi

efetivada no contexto didático real, através do Sistema Ramos (sistema de captura multimodal do

manuscrito em curso, registrado simultaneamente i. o diálogo entre os alunos, ii. a ambiência da

sala de aula e iii. a inscrição/linearização do traço da tinta na folha de papel). Nesse estudo de

caso, identificamos a ocorrência, em média, de uma rasura a cada 6 palavras (833 palavras para

130 rasuras). Essas rasuras incidiram sobre objetos textuais reconhecidos pelos escreventes em

diferentes níveis linguísticos (gráficos, ortográficos, semântico-lexicais, sintáticos). Desse total

de rasuras, 53 foram acompanhadas por comentários(rasuras escritas comentadas). Dentre esses

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comentários, separamos aqueles comentários com argumentos comportando explicações ou

justificativas relacionadas à rasura efetivada (comentários desdobrados), daqueles comentários

com estruturas linguísticas mais simples (comentários simples), geralmente incidindo sobre

objetos textuais ortográficos, do tipo, “[correu] é com dois ‘erres’”. Iremos analisar os

comentários desdobrados, ocorridos em menor número (apenas 4), mas relacionados à

reformulação de objetos textuais semântico-lexicais (3) e sintáticos (1). Esses comentários

evidenciam que as restrições gráfico-espaciais (espaço na linha ou traçado da letra) se sobrepõem

à busca de sentido e manutenção da unidade textual, fazendo com que a tentativa de reformulação

do enunciado escrito seja anulada pelos limites gráfico-espaciais próprios pela inscrição e

linearização da escrita na folha de papel. Esses limites dificultam a efetivação da reformulação de

sentidos e enunciados já escritos, identificados como problemáticos. Diante disso, pode ser

observado que a atividade metalinguística relacionada à reformulação de enunciados escritos

identificados pelo jovem escrevente dependeria, por um lado, de sua intuição epilinguística, e,

por outro, do conhecimento de recursos gráfico-espaciais para a efetivação de rasuras sobre

elementos linguísticos já linearizados na folha de papel.

Keywords: Metalinguístico; processo de escritura; ensino primário, sala de aula, aprendizagem

A escrita colaborativa em tempo real: o que entra em jogo, na escritura de um texto,

quando alunos recémalfabetizados combinam o que vão escrever?

Maria Hozanete Alves de Lima

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Brasil)

O que entra em jogo, na escritura de um texto, quando alunos recém-alfabetizados combinam o

que vão escrever? Sendo o texto escrito um relato sobre uma excursão escolar vivenciada por

eles, que elementos linguísticos podem concorrer na composição textual? Essas questões se

encontram no cerne de nossa proposta de investigação. Cada uma delas aponta para diferentes

horizontes, posto considerar-se a “escritura em ato” (CALIL, 2008, 2013, DOUQUET, 2007) que

preserva a cena enunciativa dialogal através da qual se visibilizam as negociações entre os

escreventes e, também, o texto enquanto produto final de uma proposta de escrita gerenciada no

espaço escolar. Em nosso estudo, analisaremos dois processos escriturais registrados através de

material áudio-visual (câmera e áudio), capturando, em tempo real, a interação entre os alunos e

as operações metalinguísticas e metaenunciativas (AUTHIER-REVUZ, 1991, 1998) que orientam

o processo de escritura - textualização em curso - e a escrita do texto - enquanto produto final. As

análises de nosso material nos permitiram evidenciar que alunos em processo de aquisição de

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linguagem discutem não apenas sobre o que vão escrever textualmente, mas sobre questões

gramaticais heterogêneas, que vão desde o sistema gráfico (relação som-letra) até regras sintáticas

ainda não sedimentadas por eles.

Palavras-chaves: Escritura em ato, Escrita colaborativa, Manuscrito escolar, Operações

metalinguísticas

Ecrire une règle de jeu pour apprendre à parler en maternelle. Quelles reformulations

pour construire un texte mêlant explication et narration ?

Natacha Espinosa

MODYCO. Université Paris Nanterre. SUFOM ÉSPÉ Versailles (France)

Nous appuyant sur les travaux de Vion (2000 : 219), qui définit la reformulation comme une «

reprise avec modification de propos antérieurement tenus », nous souhaitons étudier la fonction

et les formes de reformulations utilisées par les enseignants de maternelle dans la perspective du

développement du langage, mais aussi le développement général des enfants, reprenant l’idée que

c’est « dans les énoncés que l’enfant entend – qui le concernent et qu’il retient – que l’enfant

cherche à savoir comment il va dire ce qu’il veut dire » (Martinot 2010 : 69).

A partir d’une recherche sur le type de discours spécifique des situations de jeux à règles et les

interactions langagières proposées dans des classes de maternelle, nous avons montré comment

les interactions éducatives peuvent favoriser l’apprentissage du langage oral de l’enfant (Canut et

Espinosa, 2016). Nous souhaitons dans cette communication présenter une analyse linguistique

des reformulations offertes par l’adulte et produites par l’enfant lors de l’écriture de règles de jeux

pour observer comment peut se construire dans ces situations langagières un discours narratif et

explicatif complet et structuré qui aide l’enfant à expliquer les règles du jeu auquel il joue et

produire en dictée à l’adulte un texte explicatif particulier.

L’analyse linguistique d’échanges adulte-enfants en situation scolaire portera principalement sur

les constructions syntaxiques des reformulations de l’adulte adressées aux élèves lors de

l’explication d’une règle de jeu. Nous montrerons ainsi que les formes de reformulation varient

selon le type de discours utilisé mais aussi, dans le cadre de l’explication de règle de jeu, selon

les étapes du jeu lui-même. Les textes en cours de production s’appuient sur ce que l’élève sait

ou croît savoir de ces textes particuliers.

Les principaux résultats exposés

— Description des formes variées de reformulations qui constituent le discours narratif et

explicatif que l’adulte peut proposer aux jeunes élèves pour les aider à expliquer une règle de jeu

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— Description des reformulations que les élèves sont capables de produire en s’appuyant sur les

offres langagières des adultes dans la perspective de l’élaboration d’un texte à écrire

L’objectif de cette communication est de proposer une étude descriptive des formes de

reformulation dans les situations d’apprentissage en milieu scolaire et d’envisager un éclairage

didactique qui permette aux enseignants de poursuivre une réflexion formative sur les interactions

langagières et la diversité des formes linguistiques nécessaires au développement des capacités

linguistiques des élèves (Canut, Espinosa et Vertalier, 2013).

Pistes bibliographiques

Canut, E., Espinosa, N. (2016). Jouer pour apprendre à parler à l’école maternelle. Regard sur la

posture langagière de l’enseignant, Le français aujourd’hui, 195, 93-104.

Canut, E., Espinosa, N. & Vertalier, M. (2013). Corpus et prise de conscience des processus

interactionnels d’apprentissage du langage pour repenser les pratiques enseignantes en

maternelle, LINX, 68-69, 69-94.

Espinosa, N. (sous presse). « Quelles reformulations pour aider le jeune enfant à construire un

discours explicatif ? L’exemple des reformulations de l’adulte en situation de jeu à règles

», in

H. Landolsi, M. Svensson et Coco Norén (éds), La reformulation : à la recherche d’une frontière,

117-130.

Martinot, C. (2010). Reformulation et acquisition de la complexité linguistique. Travaux de

linguistique, 61, 63-96.

Vion, R. (1992, 2000), La communication verbale. Analyse des interactions, Paris, Hachette.

La reformulation : pont ou obstacle dans l’enseignement/apprentissage du français via les

genres textuels au cycle secondaire au Liban

Paulette Ayoub

Université Libanaise et Université de Balamand (Liban)

Au Liban, pays pluriculturel et plurilingue, l’enseignement de la langue française dans les écoles

francophones débute à la première année de scolarisation, l’apprenant à trois ans apprend, au

même moment, l’arabe standard et la langue française, celle-ci sera l’intermédiaire de

l’enseignement/ apprentissage des disciplines non scientifiques tout le long de son parcours

scolaire.

Les manuels scolaires du cycle secondaire (lycée) destinés à l’enseignement de la langue française

renferment une variété thématique, plusieurs genres de textes y sont traités (dramatique, poétique,

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romanesque, médiatique, textes d’idées ...) ainsi qu’une variété de supports y est exploitée

(chanson, document sonore, vidéo clip, séquence filmique, document iconographique). Dans ces

classes, où le développement de la compétence de communication est exigé par la dernière

réforme pédagogique de 1997, enseigner et acquérir une langue exige le recours à plusieurs

procédés comme celui de la reformulation. C’est pourquoi nous nous sommes demandé : quelle

place occupe la reformulation dans les discours des actants de la classe et comment les apprenants

reformulent leurs idées à l’écrit ?

Pour pouvoir répondre à cette question nous énumérons les hypothèses suivantes :

• La difficulté de la reformulation est en corrélation avec le genre textuel traité

• La reformulation à l’oral est plus difficile qu’à l’écrit

• L’enseignant remédie aux lacunes de la reformulation à l’oral et à l’écrit.

Nous allons valider ces hypothèses en nous basant sur un corpus composé de trois observations

menées dans les classes secondaires, des entretiens semi-directifs avec les enseignantes des

classes concernées et des copies de 30 apprenants du cycle secondaire.

Nous nous appuierons sur les travaux de Schneuwly & Dolz (1997), Garcia Debanc (1999),

Nonnon (1990), Beacco (2004) et Adam (2011) pour effectuer nos analyses, infirmer ou confirmer

nos hypothèses. Enfin, notre argumentation débouchera sur quelques suggestions didactiques

susceptibles d’épauler l’enseignant dans sa mission éducative.

Mots-clés : Interaction verbale, plurilinguisme, reformulation.

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Séance | Sessão 3 (Salle | Sala 301) 14.30-16.30

Pratiques littéraires | Práticas literárias

Présidence de séance/Presidente da sessão : Hassan Moustir

Genres et reformulation chez Edmond A. El Maleh

Approche sémiotique

Anouar Benmsila

Université Moulay Ismaïl (Maroc)

L’intention première de notre communication est de proposer une approche sémiotique de la

relation interactive entre genres et reformulation. Il s’agit moins d’border théoriquement cette

relation que d’en élaborer une étude pratique. C’est pourquoi nous nous proposons d’inscrire notre

problématique dans une pratique textuelle bien précise, celle d’Edmond Amran El Maleh (1917-

2010), écrivain et « critique d’art » marocain de langue française. Cela dit, notre étude procède

d’une discipline circonscrite, la sémiotique en l’occurrence, plus spécifiquement la sémiotique

instituée par Algirdas Julien Greimas et ses compagnons dans le cadre de l’Ecole de Paris.

Comme tout objet de connaissance n’est pas donné, tout prêt, mais se construit sous un angle de

vue bien déterminé, nous commencerons par un essai de construction sémiotique de la

reformulation pour ensuite étendre cet exercice aux genres et à l’interaction entre genres et

reformulation. Cette tâche préalable s’effectuera à partir du corpus constitué par les textes

d’Edmond A. El Maleh, notamment Parcours immobile et Aïlen ou la nuit du récit. Nous

aborderons alors la reformulation, non plus dans un cadre phrastique et inter-phrastique, mais

transphrastique ; autrement dit textuel. De même, les genres textuellement parlant seront conçus

comme langages dans l’acception greimassienne de ce terme, acception qui s’enracine dans la

glossématique de Louis Hjelmslev (Prolégomènes à une théorie du langage). Une fois ce travail

préliminaire réalisé, nous procéderons à l’étude des genres et de la reformulation dans le corpus

retenu. Et c’est bien là que notre communication veut en venir. C’est là le noeud du problème.

Comment genres et reformulation s’articulent-ils dans la production textuelle d’Edmond A. El

Maleh et quelle est la portée sous-jacente à cette articulation ? Nous montrerons que cette

production tire justement sa cohésion, son unité organique de l’interaction entre genres et

reformulation. En effet, le scripteur, au fur et à mesure de la « textualisation », se saisit de langages

déjà construits, par eux-mêmes signifiants, afin de les soumettre à la relecture (interprétation).

Non seulement il en construit des significations suivant le principe d’équivalence, mais leur

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insuffle des significations nouvelles, voire contradictoires avec celles qu’ils renferment

initialement. Il se produit alors une transfiguration de l’identité respective de ces langages aussi

bien au niveau du contenu qu’au niveau de l’expression. Nous prendrons comme exemple concret

la neutralisation de la distinction habituelle entre littérature et photographie, qui sont tellement

imbriquées qu’elles donnent naissance à un langage syncrétique et inédit (langage iconico-

scriptural ?) Mais cette transposition sémiotique foncièrement subversive gagnera, croyons-nous,

à être inscrite dans un contexte plus large, celui de la culture et de l’idéologie, dans l’acception

sémiotique.

Ainsi pourrons-nous élucider la portée de la connexion entre, d’une part, genres et reformulation,

et d’autre part, entre la remise en question des genres textuels et la mise en cause d’une

représentation du genre cette fois au sens social. Il sera montré que la femme, d’habitude confinée

au mutisme, fait désormais acte de parole, produit un discours récusant les constructions

discursives convenues à son égard. La révision du genre et la subversion des genres textuels

s’avèreront indissolublement liées. C’est qu’au fond le genre socialement parlant est une

construction du discours et que les genres textuels, tout autant discursifs, font partie intégrante

d’une société ; celle-là même qui configure et codifie le genre social.

Références bibliographiques

ABLALI Driss, BOUHOUHOU Ayoub & TEBBAA Ouidad (éds), Les genres textuels, une

question d’interprétation ?, Limoges, Lambert-Lucas, 2015.

EL MALEH Edmond Amran, Parcours immobile, Paris, Maspero, 1980 (2015).

EL MALEH Edmond Amran, Aïlen ou la nuit du récit, Paris, Maspero, 1983 (2015).

FONTANILLE Jacques, Sémiotique du visible, Paris, PUF, 1995.

FONTANILLE Jacques, Sémiotique du discours, Limoges, PULIM, 1998.

FUCHS Catherine, La paraphrase, Paris, PUF, 1982.

GREIMAS Algirdas Julien & COURTES Joseph, Sémiotique. Dictionnaire raisonné de la théorie

du langage, tomes 1 & 2, Paris, Hachette Université, 1979-1986.

HJELMSLEV Louis, Prolégomènes à une théorie du langage, traduction française, Paris, Minuit,

1971 [1943].

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L’écriture circulaire ou la transgression des genres : Analyse de la figure de la répétition

dans l’oeuvre de A. Kilito

Saloua El Oufir

Université Mohammed V Rabat (Maroc)

Sous le titre « L’écriture circulaire ou la transgression des genres : Analyse de la figure de la

répétition dans l’oeuvre de A. Kilito », la présente communication se propose d’étudier la

corrélation entre la reformulation - comme tant une forme de répétition-substitution - et la

question générique dans l’oeuvre de l’écrivain Abdelfattah Kilito. Derrière une intertextualité des

plus fécondes, les récits et les essais de cet écrivain marocain subvertissent les frontières

génériques dans lesquelles le sens commun voudrait les enfermer. Foisonnement des références

livresques, hypertrophie des citations, réflexions sur les littératures d’orient et d’occident mais

aussi sur les problématiques de la lecture et de l’écriture donnent le ton à des écrits qui thématisent

la littérature et qui abordent autrement des « genres canoniques en transcendance » ( Genette,

Postscript) comme la critique et la théorie littéraires.

Notre propos sera de démontrer que cette thématisation de la littérature se donne à voir à travers

l’usage de la reformulation, de la répétition et de la réécriture. En effet, en emboitant le pas à des

auteurs comme Borges et Bakhtine, Kilito écrit, se réécrit et entraine le lecteur dans les dédales

d’une écriture circulaire qui produit immanquablement une impression de « déjà lu ». La

réécriture, qui est un « exercice d’admiration » pour lui, consiste à faire dialoguer ses propres

oeuvres les unes avec les autres mais aussi avec des textes d’autres auteurs ( Le Collier de le

colombe, La Divine comédie, Le Mille et une nuits , Don Quichotte, Bouvard et Pécuchet,

Barteleby, La métamorphose, Le livre de Sable, Le barron perché…) qu’il revisite de manière

quai-obsessionnelle.

Il s’agira donc d’analyser les différents aspects de la répétition et de démontrer qu’elle peut

prendre la forme d’ « auto-citations », de « reprises », de « prolongements » voire même d’

« appels au sens juridique du terme » (Kilito, Kilito en question). Nous déterminerons également-

à un niveau formel- les traits stylistiques qui matérialisent la réécriture comme l’usage récurent

de la parenthèse, sans pour autant perdre de vue que derrière la diversité des formes dans la

répétition du déjà dit, la réécriture demeure fondamentalement liée chez Kilito au phénomène de

l’hybridité générique. Car si ce dernier explore indifféremment les mêmes thèmes aussi bien dans

des essais que dans des récits dont il s’emploie à brouiller les frontières, c’est pour satisfaire avant

tout à l’exigence de la thématisation de la littérature. En d’autres mot, si l’anecdote fusionne chez

lui avec l’essai et si le commentaire chevauche la narration, c’est pour une immersion à l’intérieur

de le bibliographie qui permet de traiter librement de littérature voire d’apprivoiser le monde avec

la littérature.

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L’utilisation des reformulations dans la littérature contemporaine de langue anglaise :

spécificités liées au genre, et stratégies rhétoriques

Blandine Pennec

Université Toulouse II Jean Jaurès (France)

Le terme de reformulation se comprend comme un retour sur une formulation première, afin de

la réélaborer en tout ou partie, généralement dans une perspective d’amélioration du propos ou de

meilleure compréhension de la part de l’interlocuteur. A l’oral, les reformulations sont ainsi au

service d’une accommodation (cf. Giles et al. 1991) intersubjective. A l’écrit, tel n’est pas leur

unique rôle, et elles jouent aussi un rôle de cohésion et de structuration du discours (cf. Charolles,

1987). Au-delà de telles propriétés, force est de constater que la littérature contemporaine se

caractérise par des emplois de reformulations qui semblent propres au genre. Les reformulations

sont alors employées à des fins, non plus seulement d’intercompréhension ou de structuration,

mais servent des objectifs rhétoriques tout à fait spécifiques. Parmi eux, nous relevons tout

particulièrement :

- des stratégies de brouillage référentiel :

(1) Indeed my mother spoke of her as pretty, or almost pretty (as in, isn’t it too bad, she could be

pretty).

(Child’s Play, A. Munro, 2009, p. 195)

La deuxième qualification est-elle supposée coexister avec la première (la mère de la narratrice

choisissant tour à tour l’une ou l’autre description), ou encore l’amender ? Il semble en fait qu’un

phénomène de brouillage interprétatif soit en oeuvre.

- des stratégies d’approche des référents par petites touches, mimant les flux de conscience ou les

pensées après coup :

(2) He belonged to that class of men –vaguely unpre-possessing, often bald, short, fat, clever-

who were unaccountably attractive to certain beautiful women. Or he believed he was, and

thinking seemed to make it so. (Solar, I. Mc Ewan, 2010, p. 3)

La reformulation intervient de façon légèrement différée (comme une forme d’afterthought,

illustrant le regard réflexif à l’oeuvre). L’objectif est celui d’une meilleure adéquation du contenu,

non seulement avec la réalité, mais aussi avec la vision que le narrateur a de son personnage.

- des stratégies de revirement interne, se traduisant par des correctifs apportés au propos:

(3) He told - or, rather, politely asked - Mrs Strawson to get dressed again.

(A fatal inversion, B. Vine, 1987, BNC)

Cet acte de rectification après coup est exhibé à dessein. Il met en évidence une pensée qui se

précise, et s’auto-corrige.

- des jeux sur les mots et les expressions, incorporant parfois des stratégies de défigement:

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(4) Some thought this the typical buttoned-up formality of a Leningrader; but on top of that – or

underneath it – he knew he was a shy and anxious person.

(The Noise of Time, Julian Barnes, p. 12)

L’emploi de la reformulation non paraphrastique permet ici de jouer sur les termes, en défigeant

l’expression on top of that.

Nous examinerons dans quelle mesure les reformulations, en tant que procédés de réajustement

impliquant une « délinéarisation », sont des outils privilégiés traduisant les flux de conscience.

L’exhibition de ces derniers semble constituer une caractéristique récurrente des ouvrages de

littérature contemporaine, éventuellement en lien avec la mise en place de narrateurs non fiables

ou manipulateurs. Nous analyserons les caractéristiques métalinguistiques des reformulations, et

le fait qu’elles impliquent un regard réflexif particulièrement mis à profit dans le genre textuel

que constitue la littérature contemporaine. Le cadre linguistique utilisé sera majoritairement –

mais pas exclusivement – celui de la linguistique énonciative.

Eléments bibliographiques

Albrespit, Jean and Christelle Lacassain-Lagoin. « L’accommodation en linguistique – propos

liminaire ». Anglophonia [Online], 24 | 2017, Online since 28 November 2017, connection

on 17 April 2018. URL : http://journals.openedition.org/anglophonia/1096 ; DOI :

10.4000/anglophonia.1096

Bakthine, Mikhaïl. Esthétique et théorie du roman. Trad. Daria Olivier, Coll. Tel, Paris :

Gallimard, 1978 [1924].

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p. 311-339.

Charolles, Michel. « Spécialisation des marqueurs et spécificité des opérations de reformulation,

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Pennec, Blandine. “Tensions and Blurring Effects Linked to the Use of the Coordinator OR in

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Rossari, Corinne. Les opérations de reformulation. Analyse du processus et des marques dans

une perspective contrastive français-italien. Berne : P. Lang, 1997.

Roulet, Eddy. « Complétude interactive et connecteurs reformulatifs ». Cahiers de linguistique

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Séance | Sessão 4 (Salle | Sala 303) 14.30-16.30

Pratiques universitaires | Práticas universitárias

Présidence de séance/Presidente da sessão : Fátima Oliveira

Os dizeres de “quer dizer”

Ana Loureiro, Isabel Gil & Patrícia Rossi

CELGA-ILTEC. Universidade de Coimbra (Portugal)

O foco desta comunicação incidirá sobre as operações de reformulação introduzidas pela locução

quer dizer no âmbito do discurso político parlamentar.

Sendo este em larga medida um discurso ‘planificado’ (Marques, 2000), é também lugar de

intervenções marcadas pela espontaneidade; por outro lado, insere-se numa tipologia

deliberativa, sendo expectável uma elevada ocorrência de movimentos argumentativos, de força

ilocutória variável em função dos objetivos do locutor, da imagem que este de si pretende dar e

ainda da imagem que preveja que o Alocutário possa ter do Locutor. Deste modo, deparamo-nos

com eventos comunicativos que retomam e convocam outras vozes e outros discursos, levando

a uma organização polifónica e dialógica, diafónica, constitutiva da tessitura de um discurso

permeado pelo agonismo. A dimensão intertextual, interdiscursiva e dialógica deste género

propicia o aparecimento de múltiplas estratégias textuais-discursivas ao serviço da reformulação.

Neste âmbito, assume particular relevo o recurso à estrutura “quer dizer”, quer em usos como

sequência verbal plena, quer na sua versão gramaticalizada, enquanto marcador discursivo.

Partindo da tipologia de valores proposta em Lopes (2014), apresentamos algumas reflexões

sobre o comportamento específico deste item no discurso parlamentar. A análise dos exemplos

encontrados no corpus CRPC (Corpus de Referência do Português Contemporâneo) permitiu-

nos levantar as seguintes questões e hipóteses de trabalho: (i) se em múltiplas instâncias quer

dizer opera ao nível da reformulação, de modo a clarificar ou reconstruir objetos do discurso ou

pontos de vista, em muitos outros contextos a locução é usada na marcação de um segmento que

assume um papel resumptivo ou surge como operador de orientação argumentativa; (ii)

paralelamente, se como introdutor de reformulação é possível identificar claramente a voz do

Enunciador, noutros casos parece-nos que a origem enunciativa passa, entre outros, para o plano

do on-dit, aliado à ativação de uma memória discursiva, distanciando-se do ato de reformular.

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Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.

Lopes, A. C. M (2014). Contributo para o estudo sincrónico dos marcadores discursivos ‘quer

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Imprensa da Universidade de Coimbra.

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O artigo de opinião por universitários: a reformulação em contexto de investigação de

leitura

Sandra Patrícia Ataíde Ferreira, Audria Leal & Fabíola Mónica Da Silva Gonçalves

Universidade Federal de Pernambuco (Brasil); CLUNL. FCT (Portugal); Universidade Estadual

da Paraíba (Brasil)

O objetivo dessa apresentação é discutir a produção de sentidos de um artigo de opinião por

universitário(as), em particular o caso da reformulação, em contexto de investigação da leitura de

gêneros textuais. Em uma perspectiva materialista-dialética, o processo e produção de sentido é

sempre cultural e historicamente determinado (Santos, 2014) e a compreensão, um encontro entre

duas consciências e, portanto, sempre dialógica (Bakhtin, 1997; Vigotski, 1968/2004). Ademais,

em uma perspectiva de linguagem dialógica e constitutiva da consciência do sujeito, a

compreensão se materializa como resposta ao enunciado do outro no processo de alternância dos

discursos, em um cenário de tensão que envolve distintos sistemas de valores que participam da

construção dialógica dos sentidos (Barros, 2004; Santos, 2014). Dizendo de outra maneira, a

responsividade é o princípio constitutivo de qualquer compreensão e, por sua vez, implica a

consideração da alteridade constitutiva do enunciado, concebida notadamente pelo conceito de

exotopia. Ou seja, o excedente de visão explicado pelo fato de cada sujeito ocupar um lugar único

e insubstituível no mundo do qual pode contemplar o outro de uma posição exclusiva em um

movimento de identificação e de afastamento para novas elaborações de sentidos (Bakhtin, 1997)

ao texto polifonicamente tecido por diferentes vozes que “se polemizam entre si, se

complementam ou respondem umas às outras” (Barros, 2004, p. 4). Assumindo o pressuposto de

que a produção de sentidos de textos acontece na relação dialógica entre leitor-texto-contexto, e

que a leitura é “uma atividade social marcada pela historicidade dos sujeitos, as vozes que os

constituem e sua situação material de vida” (Santos, 2014), propôs-se uma metodologia de

investigação de leitura que privilegiou a história de leitura do sujeito e a criação não

predeterminada de sentidos do texto mediada por um único enunciado produzido pelo

investigador: “O que você

significou do texto?” (cf. Vigotski, 2001). Assim, discute-se a produção de sentido de três

estudantes universitários da UFPE, Brasil, na interlocução com um artigo de opinião, disposto em

suporte revista, intitulado “Adoção à brasileira”. Os estudantes, uma jovem do Curso de

Pedagogia, e mais uma jovem e outro jovem do Curso de Letras, todos leitores assíduos de

gêneros acadêmicos, religiosos e/ou profissionais, constituídos como tais em contexto familiar

e/ou escolar desde a infância. As categorias analisadas foram o movimento de antecipação e

apropriação do discurso do outro, bem como os momentos em que locutor concorda, discorda,

completa, critica, recusa, posiciona-se e reposiciona-se (Barbosa, 2014). Observaram movimentos

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de identificação à voz do autor para depois dele afastar-se em uma posição responsiva de

concordância, apropriação, ampliação, recusa, crítica e antecipação à resposta do outro, com a

presença marcada nos textos das vozes do autor, do leitor e de diferentes instâncias sociais

abalizadas pela situação material de vida de cada um e por um contexto histórico do Brasil de

defesa dos direitos da humanidade. Deste modo, avalia-se que a reformulação na proposta de

investigação da leitura caracterizada por um único enunciado em detrimento de questões mais

pontuais sobre o artigo de opinião possibilitou aos participantes, a partir de seu lugar único no

mundo, entrar no universo do autor do texto e retornar ao próprio universo para (re)formular novas

opiniões, novos sentidos ou para ocultá-los.

Palavras chave: Produção de sentidos; artigo de opinião; leitura dialógica; universitários.

Referências

Bakhtin, M. Estética da criação verbal. 4ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

Barbosa, A. A. de A. O agir de produção de sentidos no processo de interpretação em diários de

leitura/blog por estudante universitário, 2014. 158 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia

Cognitiva) - Universidade Federal de Pernambuco, 2014.

Barros, D. L. P. de. Dialogismo, polifonia e enunciação. In: Barros, D. L. P. de; Fiorin, J. L.

(Org.). Dialogismo, polifonia, intertextualidade: em torno de Bakhtin. São Paulo: Edusp,

1994. p. 1-10.

Santos, J. O. C. Uma discussão sobre a produção de sentidos na leitura: Bakhtin e Vugostsky.

Leitura: Teoria & Prática, Campinas, v. 32, n.62, p. 72-86, jun. 2014.

Vigotski, L.S. O problema da consciência. In Vigotski, L. S. Psicologia teoria e método, São

Paulo: Martins Fontes, 2004, p. 171-189 (publicado originalmente em 1968).

Vigotski, L.S. A construção do pensamento e da linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

Reformulação ou reformulações? O caso do género abstract

Paulo Nunes da Silva & Joana Vieira Santos

CELGA-ILTEC. Universidade Aberta. Universidade de Coimbra (Portugal)

No discurso académico (Swales 2004), o abstract tem suscitado estudos sobre movimentos

retóricos (Sidek et alii 2016), planos de texto (Wei et alii 2015), hibridismo (Lorés-Sanz 2016) e

comparação de textos de falantes nativos e não nativos de inglês (Noorizadhe e Chalak 2018),

entre outros temas.

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O abstract, requisito das teses de doutoramento, resulta de uma reformulação que implica

(re)escrita a partir desse texto-fonte, com o qual estabelece uma relação de género incluído

(Rastier 2001). Justifica-se uma análise comparativa de ambos numa perspetiva interacionista

(Bronckart 1997), com o objetivo de dilucidar como escolhas em componentes textuais e

dispositivos linguísticos interagem com as práticas das formações sociodiscursivas. Assumindo

estes pressupostos, o estudo propõe-se abordar três questões: a) que conteúdos da tese são mais

frequentemente selecionados para o abstract? b) o abstract replica o plano de texto da tese? c) as

suas estruturas sintáticas e lexicais são iguais às patentes na tese?

O corpus compreende 10 abstracts e respetivas teses de doutoramento, recolhidas no Estudo

Geral da Universidade de Coimbra: 5 de Ciências (C) e 5 de Ciências Sociais e Humanas e

Humanidades (CSHH). A análise global e contrastiva (C vs. CSHH) inicia-se pela identificação

dos conteúdos de cada abstract e pela explicitação do plano de texto, que é comparado com o da

tese. Incide ainda nas estruturas sintáticas e escolhas lexicais do abstract e de secções-chave da

tese.

Não obstante existirem matrizes epistemológicas comuns, reformulações diversas da tese-fonte

indiciam que a (re)escrita académica não é transversal. Os resultados refletem diferenças entre as

áreas de investigação mencionadas: os abstracts testemunham implicitamente abordagens

díspares do saber. Esta conclusão, aplicada à escrita académica, sustenta a necessidade de guiões

distintos para as reformulações inerentes aos abstracts nas diferentes disciplinas.

Referências

Bronckart, J.-P. 1997. Activité langagière, textes et discours. Lausanne: Delachaux et Niestlé.

Lorés Sanz, R. 2016. ELF in the making? Simplification and hybridity in abstract writing. Journal

of English as a Lingua Franca 5 (1), 53-81.

Noorizadhe, L., e Chalak, A. 2018. Comparative analysis of Architecture Research Article

Abstracts written by native and non-native authors: a cross-linguistic, cross-cultural study.

Theory and Practice in Language Studies 8 (3), 325-330.

Rastier, F. 2001. Arts et sciences du texte. Paris: PUF.

Sidek, H. M. et alii 2016. An analysis of rhetorical moves in abstracts for conference proceedings.

International E-Journal of Advances in Social Sciences, vol. II (4), 24-31.

Swales, J. 2004. Research genres. New York: Cambridge University Press.

Wei, M. et alii 2015. A Comparative Analysis of the Generic Structure of RA English Abstracts

in Chinese-Medium and English-Medium Linguistics Journals. English Language and

Literature Studies vol. 5 (4), 98-107.

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Mecanismos de reformulação no artigo científico

Matilde Gonçalves & Rute Rosa

CLUNL. NOVA FCSH. FCT (Portugal)

As práticas de linguagem da esfera académica suscitam um interesse atual, iniciado nos anos 80

(Swales, 1990, Fløttum & Rastier, 2003, Rastier, 2005), entre outros autores da área do texto e do

discurso). Para além das características da esfera académica, na qual a retoma e discussão do

conhecimento científico elaborado por pares é essencial/capital/primordial, importa ter em conta

a questão do género textual, enquanto modelo quer para a produção, quer para a interpretação

textual (Rastier, 2001, Bronckart, 2008). A presente proposta visa, assim, estudar no artigo

científico quais os processos de reformulação entre o resumo do artigo e o próprio artigo, bem

como a influência do funcionamento social do género nestes mesmos processos. Considera-se a

reformulação como um processo interpretativo, servindo para parafrasear, completar ou corrigir

(Gülich & Kotschi, 1983). Duas tipologias sobre a reformulação são atestadas: a parafrástica e a

não parafrástica. Relativamente à primeira existem três tipos definidos por Fuchs (1982):

designação, denominação e exemplificação. De acordo com Flottum (1995), Gülich e Kotschi

(1995), a reformulação parafrástica funciona como operação de expansão (pela especificação ou

de explicação) ou de redução (pelo resumo/síntese e pela denominação). Neste sentido, a presente

proposta visa identificar os processos de reformulação no artigo científico, comparando o resumo

peritextual com o corpo do artigo. Para tal, selecionou-se um corpus constituído por quatro textos

escritos em português europeu, inscritos em duas áreas de investigação – Direito e Ciências

Farmacêuticas. Em termos metodológicos, privilegiando uma abordagem descendente

(Voloshinov, [1929]1977) e uma perspetiva comparativa, articula-se uma análise de cunho

qualitativo com uma análise quantitativa. Assim, num primeiro momento, damos conta do

funcionamento social do género, seguindo-se a análise dos processos de reformulação presentes

nos exemplares selecionados, comparando-se, por um lado, os resumos peritextuais com o corpo

dos artigos e, por outro, os exemplares de Direito com os textos de Ciências Farmacêuticas. A

partir da análise efetuada, pretende-se demonstrar que os mecanismos de reformulação dependem

não só da inscrição genérica dos textos, mas também, em grande medida, das atividades sociais a

que o género pode estar associado.

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Séance | Sessão 5 (Salle | Sala 301) 17.00-19.00

Genre social | Género social

Présidence de séance/Presidente da sessão : Nicolas Couégnas

Reformulations normatives et reformulations déviantes du genre (masculin/féminin).

Une expérience in vitro.

Julie Abbou

Laboratoire Parole et Langage (LPL) – Aix-Marseille Université

CLESTHIA – Université Sorbonne Nouvelle (France)

Depuis Troubles dans le genre, Butler, qui elle-même s’appuie sur Derrida, a formulé l’idée

largement reprise depuis, que le genre (féminin/masculin) est une performance qui acquiert sa

force normative à travers l’itération. Ainsi, elle postule que le genre est une répétition sans énoncé

original, ce qui ne signifie pas pour autant que les reformulations du masculin et du féminin soit

affranchies de contraintes ou de conditions de possibilités. Ces répétitions sans cesse reformulées

se produisent sur une large gamme sémiotique, qui va du corporel au discursif, en passant par les

trajectoires socio-économiques ou encore les constructions nationales. Cette emphase sur la

répétition est importante car elle permet de saisir ensemble la force normative de la catégorisation

de genre et les brèches, les déviations qui peuvent se produire dans les reformulations de cette

norme, et qui ouvrent la possibilité de nouvelles performances de genre. Elle est également

importante en ce qu’elle souligne la dimension premièrement sémiotique du genre.

Mais pour le linguiste qui désirerait observer les traces en discours de ces répétitions sans cesse

reformulés, le corpus est difficile à constituer, tant ces réitérations sont omniprésentes et

multisémiotiques. Je propose donc, avec cette communication, d’échafauder une expérience pour

déclencher ces discours de catégorisation du genre, et observer comment ils se reformulent, d’un

individu à l’autre, mais aussi dans l’interaction : j’ai rassemblé un corpus de 40 photographies de

visages humains. Ces portraits sont présentés aux locuteur.es à qui il est demandé de catégoriser

en termes de genre. Ce que laisse entrevoir ce dispositif testé lors d’une étude pilote et dans un

contexte d’enseignement, c’est d’une part comment la reformulation des différents critères

d’interprétation du genre mobilisés par les locuteurs pour catégoriser, évoluent au fur et à mesure

de l’expérience, pour se dédire, se reprendre, se troubler ou bien au contraire s’affiner et

s’affirmer, et d’autre part le trouble semé dans l’interaction par la consigne. En effet, les

performances de genre des participant.es à l’expérience et celui de la chercheuse sont sans cesse

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reconfigurées, repositionnées par les propositions de catégorisation, les négociations, les silences,

les disfluences, etc. Et cette reconfiguration conduit à son tour à des reformulations dans les

qualifications de soi et de l’autre. Il s’agit donc en quelque sorte d’une expérience in vitro sur les

reformulations du genre.

En étendant cette expérience à un corpus plus large, il s’agit d’observer d’une part comment les

catégories du genre sont reformulées (au sens d’une réitération dialogique) d’un individu à l’autre,

et d’autre part, le rôle que jouent les reformulations au sein de l’interaction dans les performances

de genre, que ces reformulations soient des appropriations par les locuteur.es de catégorisations

normatives (qui peuvent être multiples), ou des reformulations offrant des possibilités de

déviation, voire de débinarisation, des normes de genre.

Textos e pessoas: uma (re)formulação interacionista da noção de género

Marta Fidalgo

CLUNL (Portugal)

A diversidade e a complexidade são inerentes à pessoa humana, refletindo-se necessariamente

nas suas atividades, como é o caso da produção de textos empíricos, também eles objetos

complexos e diversos. Contudo, se esta pluralidade é consensual relativamente aos textos, o

mesmo já não se pode afirmar em relação aos indivíduos.

Com o intuito de contribuir para a atual discussão sobre questões de identidade e expressão de

género, esta proposta, inserida na linha de trabalho do grupo Gramática & Texto do CLUNL

(NOVA FCSH), procurará evidenciar de que modo a Linguística do Texto, e mais

especificamente o quadro epistemológico do Interacionismo Sociodiscursivo (ISD), podem

constituir um contributo relevante para uma compreensão mais ampla dos géneros (textuais e

humanos) e do caráter híbrido que lhes pode estar associado.

Com base numa abordagem metodológica simultaneamente descritiva e qualitativa, o trabalho

prevê a análise de exemplos selecionados de textos concretos e imagens de indivíduos, cujos

géneros podem ser considerados ambíguos, a fim de atingir dois objetivos: em primeiro lugar,

pretende-se demonstrar que os princípios teóricos e as categorias descritivas do ISD, aplicáveis à

análise textual (Bronckart, 1997), podem igualmente promover o entendimento da pluralidade e

singularidade da pessoa humana, se os pressupostos interacionistas associados ao estatuto

dinâmico dos géneros (Miranda, 2010) forem transpostos para a reflexão sobre a ambiguidade do

próprio ser humano, por oposição à redução do género social a uma categoria binária estanque.

Em segundo lugar, o cruzamento proposto visa salientar que a articulação entre reformulação e

géneros pode advir da constatação de que as representações por vezes associadas à noção de

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género devem, elas próprias, ser reformuladas e continuamente atualizadas. Na verdade, as

configurações híbridas, sejam elas textuais ou humanas, são suscetíveis de gerar incompreensões

em relação aos textos e ao(s) outro(s). Por sua vez, a reformulação, enquanto processo com função

explicativa, remete não só para uma preocupação com o destinatário cuja interpretação importa

conduzir (Coutinho, 2004), mas também para a vontade do enunciador de ser compreendido, para

que o sentido (do texto ou de si) seja adequadamente respeitado.

Finalmente, esta proposta deverá conduzir a duas conclusões: i) a reformulação assim entendida

permite reduzir possíveis ambiguidades tanto no que se refere à produção do sentido de um texto,

enquanto exemplar de um género, como no que diz respeito à compreensão da

identidade/expressão de género de uma pessoa; e ii) tal como o género textual condiciona as

estruturas linguísticas mobilizadas nos textos, também a interpretação do género de cada

indivíduo deve considerar as implicações linguísticas decorrentes dessa construção interna e

externa. É, pois, nesta constante interação entre o social e o individual, entre representações

coletivas e representações individuais, que se dá a reformulação do(s) género(s), mediada ora pela

linguagem verbal ora pela linguagem do corpo (Butler, 2017).

Referências

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Miranda, F. (2010). Textos e géneros em diálogo: Uma abordagem linguística da

intertextualização. Lisboa: FCG/FCT.

Traduire l'inclusivité: Reformuler le langage inclusif, entre français et italien

Giuseppe Sofo

Università Ca’ Foscari- Venezia (Italia)

Ma communication propose une étude comparée des formes du langage inclusif développées en

langue française et en langue italienne, et essayera d’ouvrir le champ à une réflexion sur la

traduction de l’écriture inclusive, que j’estime nécessaire afin d’offrir des outils pour un langage

de plus en plus inclusif dans toute langue. La règle de la grammaire traditionnelle qui voit le

masculin « l’emporter » sur le féminin est commune aux deux langues, de même que dans ces

deux environnements linguistiques est présente une réflexion sur les stratégies à adopter pour

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remédier à cette règle établie dans le temps qui reflète une différenciation plus dangereuse et plus

vaste dans la société. Et pourtant, le français et l’italien n’admettent pas – ou bien ne suggèrent

pas – les mêmes solutions.

Le fait que l’écriture inclusive ait pris dans les deux langues des formes qui sont non seulement

différentes, mais parfois même opposées, en raison de sensibilités différentes quant aux mêmes

questions et de réalités linguistiques qui favorisent une solution plutôt que l’autre nous oblige à

nous poser plusieurs questions : il faut d’abord comprendre quelles sont les différences entres les

stratégies d’inclusivité utilisées dans les deux langues, et en comprendre les raisons, pour ensuite

passer à une discussion sur les difficultés que ces différences présentent dans la reformulation du

discours de genre en traduction, du point de vue théorique, et à une proposition de directions à

suivre ou à éviter dans la pratique de la traduction. En même temps, ce passage entre les langues

et les langages nous permettra d’introduire dans un contexte des formes d’inclusivité qui lui sont

inconnues, ou qui ne sont pas favorisées.

La traduction peut se faire porteuse d’une différence créatrice, aidant l’introduction dans le

contexte d’arrivée de formes d’inclusivité inédites. La question fondamentale qui se pose est donc

la suivante : faudrait-il traduire en respectant les choix du contexte de départ ou du contexte

d’arrivée ? Il me semble évident que le contact et même une étude comparée entre les langages

inclusifs de ces deux langues pourrait aider les deux contextes à adopter des choix qui

sembleraient impossibles dans une langue, mais que l’autre connait parfois depuis des siècles, en

aidant ainsi à effacer certaines stigmatisations qui caractérisent l’histoire de nos langues, et qui

ont de conséquent influencé notre pensée. Cet équilibre instable et complexe entre « dépaysement

» et « domestication » est probablement la seule façon de respecter les discours de genre et les

langages inclusifs des deux langues, en permettant en même temps aux discours de s’influencer

les uns les autres, pour aller non « contre » les langues mais plutôt « vers » les langues, pour

mieux les aider à exprimer la réalité dans laquelle nous vivons et que nous contribuons à forger.

Bibliographie

CERQUIGLINI, Bernard (dir.), Femme, j’écris ton nom, Paris, La documentation française,

1999.

DE MAURO, Tullio, Guida all’uso delle parole, Roma, Editori Riuniti, 1980.

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A repetição como estratégia de reformulação em discursos políticos de autoria feminina e

masculina: uma questão de género(s)?

Carolina da Costa Joaquim

CLUNL - FCT (Portugal)

Esta comunicação enquadra-se na área da Linguística do Texto e do Discurso e tem como proposta

abordar uma das estratégias de formulação textual - a repetição, com o intuito de refletir sobre a

ocorrência de determinadas estruturas constitutivas da reformulação por repetição no processo de

reconhecimento e interpretação do sentido, quer do ponto de vista da identidade do género, quer

do género textual.

Os estudos primordiais sobre reformulação remontam às décadas de 70 e 80 (Harris, 1976; Fuchs,

1982), impulsionados depois pela publicação de La Dame de Caluire que, já em 1987, faz da

reformulação um dos objetos de estudo mais trabalhados, assistindo-se a uma abertura disciplinar,

bem como à (re)definição do fenómeno linguístico em si (Gulich & Kotschi, De Gulmyn,

Charolles, 1987; Martinot, 1994; Charolles & Coltier, 1986; Garcia-Debanc, 2006; Kara, 2004,

2007; Rossari, 1993; entre outros).

Os estudos sobre a repetição como estratégia de reformulação predominam no domínio do oral,

salientando-se o papel crucial da repetição no processo de construção do saber (Volteau, 2007),

na estruturação do discurso (Koch, 2001), no processamento informacional e na preservação da

funcionalidade comunicativa (Marcuschi, 1996, 2006). Por seu turno, Lebaud & Ploog (2013)

frisam a sua importância como fenómeno não parafrástico e a sua heterogeneidade estrutural e

estilística no seio do mesmo campo discursivo e referencial.

É nesta última premissa que se situa o presente trabalho, alargando-se o enfoque do paradigma da

reformulação como paráfrase, e linguisticamente marcada pelos tradicionais mecanismos de

reformulação, ao processo de reformulação na sua ligação com as estruturas de repetição.

Perspetiva-se neste trabalho, ainda, contrariar a tendência dos estudos encetados sobre a repetição,

descentralizando-os do domínio oral para o domínio escrito, pelo que o corpus de análise

configura textos (escritos) que pertencem ao género textual discursos políticos, de instâncias

produtoras femininas e masculinas de destaque no panorama social e político português.

Assim, pretende-se:

- do ponto de vista da relação da reformulação com o género textual: i) determinar (e relacionar)

as estruturas de repetição que se colocam em evidência no género de texto discurso político; e ii)

perceber em que medida a reformulação sob a forma de estrutura de repetição pode configurar

uma característica desse género de texto;

- do ponto de vista da relação da reformulação com a identidade de género: iii) aferir se essas

estruturas de repetição são uma estratégia tendencialmente utilizada por instâncias produtoras

femininas ou se por masculinas; e iv) determinar se (e em que medida) essas estruturas estão (ou

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não) associadas à implicação/envolvimento de mulheres e/ou homens no processo de produção

textual.

Para a questão da identidade de género, a reflexão e análise orientam-se pelos pressupostos

teórico-metodológicos do Interacionismo Sociodiscursivo (Bronckart, 1999, 2006, 2008), mais

especificamente no que concerne ao conceito de folhado textual, por enquadrar as marcas

linguísticas e, consequentemente, os mecanismos de implicação, que possibilitam aferir se o

discurso é implicado ou não.

As análises apresentadas assumem-se provisórias, mas promissoras, revelando que a repetição

como estratégia de reformulação, do ponto de vista da sua relação com o género textual, parece

ser, também, uma característica do texto escrito, nomeadamente do género de texto discurso

político; e, do ponto de vista da sua relação com a identidade de género, parece ser um recurso

mais explorado, ou pelo menos, com maior ênfase, pelas instâncias produtoras femininas, em

segmentos que traduzem a sua implicação no texto.

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Séance | Sessão 6 (Salle | Sala 303) 17.00-19.00

Pratiques audiovisuelles et politiques |Práticas audiovisuais e políticas

Présidence de séance/Presidente da sessão : Françoise Bacquelaine

Reinventar, resistir, reformular

A tradução no feminino (de Brossard a Godard)

Hugo Amaral

Universidade de Coimbra (Portugal)

Derivando do trabalho de consciência feminista inscrito na dita escrita feminina [écriture

féminine], o sintagma tradução no feminino [traduction au féminin] não aponta tanto para a

tradução de textos feministas mas antes para as práticas de tradução (e para um certo pensamento

da tradução em torno) de obras de escritoras feministas francófonas do Quebeque (destacando-se,

de entre elas, a de Nicole Brossard, que trabalha também, na poesia, na ficção e no ensaio, a

questão da tradução – ou o fio temático da tradução em questão) por parte de tradutoras feministas

anglófonas e/ou teóricas da tradução (sobretudo Barbara Godard e Susanne de Lotbinière-

Harwood). Este gesto ou quase-movimento, que promove uma nova intertextualidade entre

mulheres e faz incidir um novo foco de luz sobre as relações entre literatura, tradução, linguística,

psicanálise, estudos culturais e a Desconstrução como idioma filosófico, é uma singular

experiência de reescrita que visa dar lugar ao esquecido e ao denegado, ou seja, que procura dar

visibilidade às mulheres (e às suas utopias) na linguagem e no mundo, logo um ato de

reformulação inventiva e criativa que, embora sendo confundida, muitas vezes, com uma prática

de tradução agressiva, excessiva ou antitradicional, não se distingue de um gesto político e

intervencionista, de um ato de resistência irredentista ao sistema patriarcal e heterossexista

enquanto gesto de desconstrução ou de reinvenção do tecido discursivo e textual da metafísica

falologocêntrica (Derrida dixit), da sua lógica e dos seus pressupostos.

Será, pois, a coreografia deste gesto de tradução no feminino (também chamada, por vezes, de

tradução feminista), não menos que o alcance político e ético ditado pela reformulação invetiva,

que a estrutura, da subjetividade masculina ou do masculino genérico hierarquizante das relações

de género, que procuraremos remarcar e retraçar em algumas obras de Nicole Brossard, Barbara

Godard e Susanne de Lotbinière- Harwood: obras que, na absoluta singularidade ou

intraduzibilidade dos seus idiomas, delineiam, nos seus cruzamentos, um gesto de reinvenção e

de resistência da linguagem, e da mulher na linguagem, como condição de possibilidade de criar

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novos sentidos, de refazer relações entre realidade, imaginário e simbólico, assim assinalando um

contributo de singular exceção para a vitalidade não só dos estudos sobre tradução e género mas

também da cultura do Quebeque e do seu papel no mundo.

Palavras-chave: tradução; feminino; invenção; resistência.

Le docufiction : entre reformulation et restitution d’un fait

Lise Henric

CEREGE. Université de Poitiers (France)

« Aujourd’hui, les fictions télévisuelles ne semblent plus pouvoir se contenter d’une répartition

dans les trois genres (téléfilms, feuilletons et séries) distinguées aux origines de la télévision. »

(Benassi, 2000).

Axant nos recherches sur le thème des docufictions à la télévision, genre difficile à contextualiser

et au contour flou, en raison de la frontière tenue entre fiction et réel, votre appel à

communications nous permet d’approfondir nos observations. Genre que l’on peut qualifier

d’hybride, le docufiction mêle les codes de la fiction et du documentaire. Jeux d’acteurs,

utilisation des images d’archives, prise de liberté avec les faits réels, voix-off, scènes de

reconstitution, effets numériques, musique entraînante ; autant d’éléments qui interrogent une

frontière que l’on pensait pouvoir tracer clairement. En brouillant fiction et réel, le docufiction

propose-t-il une nouvelle interprétation d’un fait ?

Dans le cadre de notre communication, nous souhaiterions discuter sur un genre populaire à la

télévision, le docufiction, en tentant de l’apprécier comme un genre médiatique spécifique pour

dépasser les enjeux d’hybridation entre réel et fiction. Pourquoi « genre » et non pas « format » ?

« Car tout genre médiatique repose sur la promesse d’une relation à un monde où le degré

d’existence conditionne l’adhésion ou la participation du récepteur. » (Jost, 2001). Effectivement,

le docufiction, par son genre spécifique, accentue, pour les spectateurs, acteurs de la

communication, ce besoin de connaître l’identité de genre afin de mieux appréhender les

modalités propres au docufiction.

Nous posons l’hypothèse que l’étude du genre « docufiction » nous permet de considérer la

reformulation non pas comme un simple acte de langage, mais comme un processus sémiotique

contraint par l’identité de genre. En effet, le docufiction fait émerger de nouvelles pratiques de

reformulation : jeux d’acteurs, scènes de reconstitution, voix-off… mais de quelles manières le

docufiction permet aux spectateurs de repenser le déjà-dit ?

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Dans quelle mesures la prise en compte de l’identité de genre invite-t-elle à repenser, à nouveaux

frais, le déjà-dit reformulé ? Comment le brouillage des genres textuels et des frontières (fiction

vs non-fiction) conditionne-t-il les pratiques de reformulation ?

Afin de répondre à cette problématique, notre communication s’axera autour de deux thématiques:

Identité du docufiction

— les critères internes : entre critères constitutifs et impératifs

— les critères normatifs à visée communicationnelle. L’utilisation de

— la fiction dans le cas de la dystopie : une visée créative du docufiction

Enjeux de la dualité : genre et reformulation

— La reformulation partie prenante du docufiction mais sous quelles formes ?

— Etude de cas :

Parcours meurtrier d’une mère ordinaire (De Lestrade, 2009)

Vol AF 447 Rio/Paris : les raisons d’un crash (De la Chaume, 2012)

En définissant dans un premier temps l’identité du docufiction puis en nous focalisant sur des

études de cas nous démontrerons les nombreuses interactions entre reformulation et le genre

docufiction.

Mots-clés : Docufiction, genre, télévision, réel, reformulation.

Bibliographie sélective

Benassi Stéphane, (2000), « Hybridation des genres fictionnels de la télévision » dans Séries et

feuilletons T.V. : pour une typologie des fictions, Liège, Cefal, pp.139-149.

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Jost François, (2001), « Faux et usages de faux : le champ de la feintise » dans La Télévision du

quotidien : entre réalité et fiction, Paris, De Boeck, pp. 79-108 ; 201-203.

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Le Grignou Brigitte, (2003), Du côté du public. Usages et réceptions de la télévision, Paris,

Édition Economica.

Niney François, (2000), L’épreuve du réel à l’écran. Essai sur le principe de réalité

documentaire, Paris, De Boeck Université.

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Veyrat-Masson Isabelle, (2008), Télévision et histoire, la confusion des genres. Docudramas,

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Veyrat-Masson Isabelle, (2013), « Au coeur de la télévision : l’histoire », Le Débat, vol. 177, n°.

5, novembre-décembre 2013, [en ligne] https://www.cairn.info/revue-le-debat-2013-5-p-

96.htm (consulté le 9 avril 2018).

Quand le cinéma de Kiarostami fait de la reformulation un moyen d’accéder aux formes

de vie

Hamid Reza Shairi

Université Tarbiat Modares (Iran)

Le cinéma de Kiarostami pose la question de la reformulation par la mise en relief d’un détail du

monde qui s’articule et se développe au fur à mesure que l’intrigue avance. Cette stratégie

discursive permet à l’énonciation cinématographique de poser des conditions filmiques où la

caméra se transforme en un moyen de découvrir les mystères de l’univers. En effet, chaque détail

de la vie, sous formes de récurrence et de persévérances trouve l’occasion de devenir dans le

cinéma de Kiarostami un moyen de revisiter le sens de la vie. Un tel sens ne peut pas s’obtenir

sur la base d’un scénario préétabli ou par l’usage d’un discours cognitif coupé du monde naturel.

Ce qui permet donc à ses films, (Et la vie continue , 1992, Où est la maison de mon ami 1987, Au

travers des oliviers en 1994, Le Goût de la cerise 1997, Le vent nous emportera 1999, Les Routes

2004) de nous réconcilier avec le vrai sens de la vie, c’est le recours à une reformulation qui nous

conduit vers la profondeur des objets par le billais d’une persistance et grâce à une présentification

de l’absence. Dans ce sens, un tissu devient important lorsque le vent l’agite ; une porte signifie

quand elle nous relie à l’origine des choses ; une route fait sens au moment où elle se remplit de

l’être du monde et enfin un arbre importe puisqu’il garantit le retour à l’essentiel et à la vie. Ainsi,

dans le cinéma de Kiarostami, la reformulation apparaît comme une possibilité d’accéder aux

formes de vie à travers un détail que la caméra nous invite à découvrir et à y habiter par un principe

axiologique qui consiste à soutenir une « continuation de la continuation ». Dans quelle mesure,

la reformulation nous ferait accéder aux formes de vie dans les films de Kiarostami ?

L’objectif principal de cette contribution repose sur le fait d’examiner, dans une perspective

sémiotique, la question de la reformulation et son lien aux formes de vie, dans certains films de

Kiarostami, par le recours à des détails qui s’imposent au cours de la vie par leur présence articulée

et récurrente.

Mots clés : reformulation, formes de vie, persévérance, détail du monde, films de Kiarostami

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Todes, todxs, tod@s ou quem? A linguagem como atuação política e não binária

Ana Cristina Ribeiro, Marilia Matos, Nelson Lima & Sônia Sampaio

Universidade Federal da Bahia (Brasil)

Esse trabalho versa sobre o uso da linguagem de forma não excludente em relação ao gênero. Nas

construções textuais e discursivas, algumas línguas se utilizam do gênero gramatical masculino

como universal. Esta escolha reforça o sexismo linguístico, invisibilizando a existência das

mulheres. Entretanto, não podemos simplificar a compreensão de gênero para uma binaridade

inscrita entre dois polos: homem x mulher. A construção da linguagem não binária e inclusiva

apresenta-se como uma estratégia política para o reconhecimento das diversas formas de se

constituir o gênero. Da mesma forma, a linguagem também é experienciada em sociedade e

mutável, por isso, em constantes atualizações. Visando uma linguagem inclusiva, é possível

encontrar manuais de termos não sexistas ou não segregatórias redigido por entidades e/ou

pessoas atentas ao debate de gênero. A partir dessas reflexões, o trabalho apresenta como objetivo

analisar a linguagem enquanto promotora de inclusão da diversidade do gênero. Foi realizada uma

pesquisa bibliográfica sobre as temáticas de gênero e linguagem. Esse tipo se mostra como

importante ferramenta para identificar, analisar e interpretar o que já foi produzido sobre o tema

em questão, levantando possíveis lacunas e/ou possibilidades de pesquisa. Para a revisão, a coleta

de dados foi realizada em dezembro de 2018, utilizando três bases de dados. Como critério de

inclusão, foi definido um período de publicação dos últimos dez anos (2008 e 2018), além de

artigos que estivessem disponíveis em sua totalidade nas bases de dados selecionadas. Como

critério de exclusão, não foram selecionados os trabalhos publicados fora do intervalo temporal

definido e os trabalhos que não possuíam relação com o tema. Após a leitura dos títulos e resumos,

24 trabalhos foram selecionados e estão em processo de análise que será encerrada antes da data

de entrega do artigo. O gênero ultrapassa as questões gramaticais e possui outro entendimento

quando nos referimos ao gênero “social”. Entre os trabalhos analisados até o momento, apenas

algumas autoras definem o conceito de gênero com o qual trabalham. Além disso, muitos

trabalhos simplificam o gênero a um tema da mulher ou, ainda, como um sinônimo de sexo. O

gênero é construído socialmente em um momento histórico específico e se transforma a medida

em que é vivido, estando próximo à sexualidade, mas não como conceitos iguais. Ao mesmo

tempo, a linguagem também não é estática, mas marcada por questões sociais e se constrói na

vivência em sociedade, fazendo-se importante a compreensão do seu papel enquanto promotora

e transformadora da realidade. Assim, para compreensão da emergência do gênero na linguagem,

é importante estudar para além de suas estruturas, contemplando os usos que as pessoas fazem

dela, construindo formas alternativas para línguas que generificam o discurso, muitas vezes

invisibilizando formas de existência que não a masculina tradicional. A partir do exposto,

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podemos perceber que existe uma dificuldade em compreender o gênero como importante fator

de vivência da linguagem, ao mesmo tempo em que a linguagem influencia o gênero. Por fim,

questionamos se essa dificuldade de identificar trabalhos sobre o tema denuncia o não

reconhecimento da importância da relação e do estudo entre a linguagem e o gênero. Esta

discussão carece de maiores estudos, ampliando a relação entre linguagem e gênero, não se

restringindo apenas a um interesse de autoras e publicações feministas.

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Séance | Sessão 7 (Salle | Sala 301) 10.30-11-30

Pratiques journalistiques | Práticas Jornalísticas

Présidence de séance/Presidente da sessão : Saloua El Oufir

Les formes interprétatives de discours rapporté dans le discours journalistique

Raluca Nita

Laboratoire FoReLLIS EA 3816. Université de Poitiers (France)

Nous souhaitons traiter ici de la reformulation à travers le discours rapporté qui peut en constituer

une instance par l’insertion, la reconstitution et la mise en scène dans l’énonciation en cours d’un

« acte d’énonciation » autre (J. Authier-Revuz, 1992-1993b : 10). Plus précisément, nous nous

intéressons ici aux formes interprétatives de discours rapporté que l’on peut rapprocher du

discours indirect libre, afin de montrer que celui-ci peut se construire en dehors du genre littéraire

auquel il est rattaché et par le biais duquel il s’est inscrit dans les études sur le discours rapporté

(Lips, 1926, Poncharal, 2003a, Rosier, 1999). Nous proposons l’étude des formes interprétatives

de discours rapporté telles qu’elles sont construites et employées dans les textes journalistiques

en français et en anglais. Par forme interprétative, nous entendons le fait que l’énoncé se construit

en tant que rapporté, rattaché à une énonciation et une source distinctes de l’énonciation en cours,

au fil du texte, à travers des marqueurs internes qui indiquent en contexte une contradiction entre

l’apparence d’énoncé primaire et son fonctionnement linguistique et textuel. Il s’agit, en d’autres

termes, d’une superposition d’énonciations qui se démêlent en contexte. Par cette construction, le

discours indirect libre sert dans les textes littéraires à « maintenir l’ambiguïté quant à

l’interprétation de l’énoncé, en d’autres termes laisser en suspens la réponse à la question : ‘Qui

parle ?’ » (B. Poncharal, 2003a : 71). Or dans les textes journalistiques, ce fonctionnement semble

aller à l’encontre des visées d’information et d’objectivité que l’on peut rattacher au discours

journalistique de par son ancrage institutionnel (Charaudeau, 2005, Biber et Conrad, 2009) et

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justifierait ainsi l’absence de discours indirect libre que constate L. Waugh : “The journalistic text

(…) seeks to eliminate ambiguities and tries not to create contradictions” (1995 : 151).

Cependant, la superposition des énonciations apparaît bien dans la presse et remplit alors des

fonctions spécifiques. D’une part, les cas de brouillages des voix, entre journalistes et

protagonistes du récit, se rencontrent avec prédilection dans les articles (reportage, société)

focalisés sur un témoin privilégié et semblent participer d’une construction « littéraire » du texte

journalistique, de sa « fictionnalisation ». D’autre part, les textes journalistiques semblent

construire dans un genre particulier, l’interview, une forme interprétative de discours rapporté

spécifique, qui n’a plus de lien fonctionnel avec la précédente ni avec le discours indirect libre

des textes littéraires. Il s’agit d’un échafaudage linguistique et contextuel qui permet la

superposition de deux situations de communication distinctes dans lesquelles le journaliste est

associé à deux postures différentes, celle d’interviewer dans la situation de communication

rapportée et celle d’« informateur » au sujet d’un événement particulier dans la situation de

communication en cours :

Raël se sent-il engagé moralement ? « Pas du tout ! Notre philosophie est la responsabilité

individuelle ». (Le Monde) L’énoncé interrogatif met en scène (ou mime) le discours même du

journaliste dans une situation d’interview (Raël se sent-il engagé moralement ?). On pourrait

envisager ce type d’énoncés spécifiques à la presse comme un réajustement de la forme

traditionnelle du discours indirect libre au profit des contraintes de vraisemblance, mais aussi de

la visée de captation du texte journalistique (Charaudeau, 2005). Il nous semble cependant qu’il

s’agit bien dans ce cas de la création d’une forme de discours rapporté spécifique à la presse.

Nous souhaitons montrer que les conditions d’apparition des formes interprétatives du discours

rapporté dans la presse suivent un schéma spécifique qui implique le niveau discursif (spécificité

du discours journalistique et de ses genres), textuel (organisation du texte, et mise en scène de la

situation d’énonciation rapportée) et linguistique (marqueurs spécifiques impliquant la modalité,

la détermination verbale et nominale). Nous soulignerons ainsi que les genres façonnent les

discours rapportés et se les approprient et que les formes interprétatives de discours rapporté sont

en lien avec les fonctions du discours journalistique et ses genres et méritent leur place dans les

études sur le discours rapporté. Nous appuyons notre analyse de la construction des discours

rapporté sur les concepts de la Théorie des Opérations Prédicatives et Enonciatives d’Antoine

Culioli.

Bibliographie

ADAM, J.-M. (2004) Linguistique textuelle : des genres de discours aux textes, Paris : Nathan.

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CHARAUDEAU, P. (1997) Le discours d’information médiatique. La construction du miroir

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Bruxelles : Editions De Boeck Université.

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Reformulation et (d)énonciation satirique

Annabelle Seoane

Crem. Université de Lorraine (France)

Dans le paysage de la presse française, le Canard Enchaîné s’est singularisé comme

hebdomadaire qui a institué un genre qui superpose énonciation satirique et énonciation

journalistique. La reformulation y est entreprise comme réappropriation et y devient le lieu de

cristallisation d’enjeux politico-médiatiques.

Dans un corpus constitué des numéros de l’année 2018, en particulier les Unes, les «

Minimares » (rubrique du Canard Enchaîné) qui sont ce que l’on pourrait considérer comme de

nouveaux genres discursifs créés par le journal, le cadre langagier de la reformulation comporte

une dynamique pragmatique forte, voire argumentative parfois. En effet, le procédé de

reformulation introduit une discontinuité énonciative et modale dans laquelle l’intentionnalité du

locuteur est un facteur déclenchant et active un système de pensée en dehors de l’énoncé lui-

même. Les reformulations, nombreuses, constituent les points névralgiques dans cette énonciation

satirique.

Une opposition surgit entre un discours de surface (l’énoncé reformulé) et un discours de la

deuxième strate (énoncé reformulant) qui requiert la réinterprétation du lecteur. Il s’agit là d’un

procédé reposant sur une stratégie de fonctionnement en décalage et sur un rapport à l’autre qui

table sur la capacité (ré) interprétative du lecteur : au coeur de cette tension énonciative, un jeu

interactionnel se met ainsi à l’oeuvre, bâti sur la base de mécanismes dialogiques de connivence

qui engage le lecteur dans une démarche coopérative.

Cet effet de contraste entre reformulé et reformulant permet alors de moduler le dire « vers

le haut (sarcasme) ou le bas (ironie) » (Chabrol, 2006 : § 3) en l’intégrant dans un processus de

non congruence du dit et du dire. Le lecteur est amené chercher du contenu au-delà du texte lui-

même, dans un espace interdiscursif dans lequel il se construit une connivence qui contribue

justement à établir l’ethos de modération et dénonciateur libre du journal. Apparaît ainsi une

discordance co(n)textuelle, sarcastique ou ironique. Les reformations fonctionnent comme des

micro- transgressions des codes routiniers de la presse écrite.

Mots-clé : énonciation satirique, ethos, intentionnalité, dialogisme, connivence, presse

Eléments de bibliographie

Chabrol Claude, 2006, « Humour et médias », Questions de communication n°10, p. 7-17.

Charaudeau Patrick, 2006, « Discours journalistique et positionnements énonciatifs. Frontières et

dérives », Semen [En ligne], 22 | 2006, mis en ligne le 01 mai 2007, consulté le 17 février

2017. URL : http://semen.revues.org/2793

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Horak André, 2016, Le Langage Fleuri: Histoire et Analyse Linguistique de L'euphémisme, Peter

Lang, Frankfort, vol. 111, Studien Zur Romanischen Sprachwissenschaft und

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Krieg-Planque Alice, 2004, « Souligner l’euphémisme: opération savante ou acte d’engagement?

», in SEMEN, « Argumentation et prise de position : pratiques discursives », n°17, p.59-

79, http://semen.revues.org/2351

López Diaz Montserrat et Sablayrolles Jean-François (dir.), 2016, L’euphémisation et ses

frontières dans le discours de la presse francophone actuelle, La Linguistique n°52, Paris,

Presses Universitaires de France.

Moirand Sophie, 2007, Les discours de la presse quotidienne, Paris, PUF.

Moirand Sophie, 1999, « Les indices dialogiques de contextualisation dans la presse ordinaire »,

Cahiers de praxématique [En ligne], 33, http://praxematique.revues.org/1978

Seoane, Annabelle, 2015, « Quand le Canard Enchaîné médit sans (vraiment) dire », SEMEN,

n°40, «Politesse et violence verbale détournée », coordonné par C. Moïse et A. Oprea, pp.

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Séance | Sessão 8 (Salle | Sala 303) 10.30-11.30

Écrits de savoir | Escritos de ciência

Présidence de séance/Presidente da sessão : Helena Topa Valentim

La reformulation dans des cours magistraux à l'université

Chantal Claudel

MoDyCo. Université Paris Nanterre (France)

La reformulation est une opération discursive à visée explicative (cf. Garcia-Debanc 2015)

particulièrement bien représentée dans les discours de transmission de connaissances (cf. Les

Carnet du Cediscor I). Elle repose sur de multiples procédés verbaux (paradigmes définitionnels

; dénomination ; caractérisation ; paradigmes désignationnels ; paraphrase ; etc.). Elle peut aussi

se réaliser de façon non verbale (comportements mimo-gestuels – comme faire semblant de faire

du vélo pour expliquer l’énoncé source (Griggs et Blanc 2010 : 9) -, prosodie... ) et/ou à la faveur

de certains artefacts (cf. Griggs et Blanc 2010) en fonction du cadre communicationnel dans

lequel elle est produite.

Dans le cours magistral à l'université (CM), le recours au tableau « noir» permet une médiation

des dires qui sert des objectifs variés. II peut être un espace commun de réflexion sur le

fonctionnement d’un concept, le siège de la mémoire du groupe, ou encore une aide à la réception

(Claudel 2012). Les conduites oralo-graphiques, dans le CM, s'accompagnent fréquemment de

comportements prosodiques et/ou de monstration au service d'un accès aux dires à travers la

reformulation. Dans l'extrait qui suit, l’énoncé source - selon la terminologie de Gü1ich & Kotschi

(1983) -: c'est à travers la procédure qu'on met en œuvre la fonction (en 2-P - verbal) donne lieu

à l'apparition graphique d'un doublon: ↑ (en 2-P - tableau) qui permet le passage non pas à une

équivalence sémantique, mais une « prédication d'identité » grâce à laquelle l'énoncé source et la

seconde opération « peuvent et doivent être compris comme« identiques » » (Gülich & Kotschi

(1983 : 308) cités par Fuchs 1994 : 36) :

Int. Comportements/Gestes Tableau Verbal

1-P fonction à la procédure \hein\ comment on utilise

couteau \ ben on l’attrape par le manche \ et puis la lame \ la lame du couteau \ c’est la fonction \ [ETC]

structure procédure

2-P retourne au tableau pour tracer une flèche entre procédure et fonction

fonction et c’est à travers \ c’est à travers la procédure qu’on mettre on œuvre la fonction \ \ c’est à travers la procédure qu’on mettre on œuvre la fonction […]

structure procédure

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La démarche adoptée pour l'analyse implique une articulation de comportements verbaux, para-

et non-verbaux et graphiques, qu'il conviendra d’interroger à la lumière du cadre

communicationnel – lequel dicte les conditions de production et de réception des dires -, afin de

cerner les modes de réalisation et la spécificité des procédures de reformulations dans le genre

CM. L’attention portée plus particulièrement aux conduites graphiques lors du passage de

l'énoncé source à l'énoncé doublon devrait permettre de déterminer l’usage que l'enseignant fait

du tableau « noir» dans ce contexte et plus largement, les pratiques discursives qu'il privilègie.

L'analyse s'effectuera sur un corpus d'une vingtaine d'heures d'enregistrement de cours de L1, de

L3 et de Ml, recueilli dans le champ des sciences de la communication, de la psychologie et de

l'économie sociale. et s’adressant à des classes regroupant des étudiants majoritairement

francophones pour les uns et essentiellement allophones pour les autres.

Éléments de bibliographie

Claudel, Chantal, 2012, «Le rôle du tableau "noir" dans le déroulement des interactions en cours

magistral », in Rivière, V., Spécificités et diversités des interactions didactiques, Paris,

Riveneuves Éditions, 319-335.

Fuchs, Catherine, 1994, Paraphrase et énonciation, Paris, Ophrys

Garcia-Debane, Claudine, 2015, « La reformulation : usages el contextes », Corela [En ligne],

HS1812015, mis en ligne le 15 novembre 2015, consulté le 23 septembre 2018. URL:

http://joumals.openedition.orglcorela/4032 ; DOl : I0.4000/corela.4032

Griggs, Peter, Blanc, athalie. 2010, « Reformulation et apprentissages dans le contexte

plurisémiotique d'une classe de langue ». In Rabatel, A. Les reformulations pluri-

sémiotiques en contexte de formation, Besançon. Presses universitaires de Franche-Comté,

169- 190.

Gülich, Elisabeth, Kotschi, Thomas, 1983, « Les marqueurs de. la reformulation paraphrastique

», Cahiers de Linguistique Française, 5,306-346.

Les carnets du Cediscor 1, 1992, « Un lieu d'inscription de la didacticité », Paris, PSN

Du doctorant à l’expert : la reformulation comme prisme pour étudier le chemin vers un

genre d’écrit scientifique

Carole Glorieux & Marie-Christine Pollet

Université libre de Bruxelles (Belgique)

Nous envisageons ici la question de la reformulation en lien avec un genre compris dans son

acception discursive : l’article scientifique. En effet, nous analyserons la manière dont une

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promotrice a transformé un texte produit par un doctorant afin qu’il corresponde, selon elle, aux

attentes concernant l’écriture scientifique dans leur discipline (l’Histoire). Plus particulièrement,

ce texte se situe sur le chemin vers l’article scientifique, chemin que la chercheuse experte tente

d’éclairer par la réécriture du draft d’article que l’étudiant doit produire dans le cadre d’un

colloque.

Dans ce cas précis, la promotrice considère que le doctorant ne maitrise pas les règles de l’écriture

scientifique et reformule de ce fait de nombreux passages. Cette pratique soulève plusieurs

questions. D’abord, celle du modèle : jusqu’à quel point les écrits des doctorants doivent-ils se

modeler sur ceux des experts ? Ensuite, celle des représentations d’un genre, chez l’étudiant et

chez la promotrice.

Dans un premier temps, nous tenterons donc de montrer en quoi les caractéristiques des

reformulations opérées permettent de cerner ces représentations. Dans un deuxième temps, nous

examinerons en quoi celles-ci correspondent aux descriptions qu’en ont établies les analystes du

discours (Grossmann, Rinck, Boch, …). Pour ce faire, nous serons amenées à comparer les deux

écrits. Tout d’abord, nous déterminerons la part et la nature des transformations (suppression ?

ajout ? reformulation ?). Ensuite, dans le cas de reformulations, nous verrons sur quels aspects

elles portent : le « style », le contenu, ou ce que l’on appelle la « phraséologie scientifique » (cf :

e.a. Tutin, Grossmann) qui entremêle les deux ?

La comparaison met au jour des naïvetés discursives dans le texte-source : on verra de quelle

manière le deuxième texte les transforme, notamment par la reformulation. Seront ainsi examinés

les aspects suivants : les routines rhétoriques, la polyphonie, l’effacement énonciatif vs la

visibilité de l’auteur, le lexique tant transdisciplinaire que disciplinaire, le processus argumentatif,

l’architecture textuelle.

Les reformulations proposées par la promotrice montrent le fossé entre les attentes de l’une et le

niveau de littéracie scientifique de l’autre, niveau modeste certes mais selon nous non criticable,

si l’on considère le paradoxe qui consiste à exiger d’un doctorant un écrit scientifique de niveau

expert alors qu’il est encore en travail de thèse, « écrit de recherche en formation » (Reuter). Pour

le dire autrement, cette constatation nous amène à plaider pour de véritables formations à

l’écriture scientifique, qui ne soient pas fondées sur l’idée de modèles à imiter.

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Séance | Sessão 9 (Salle | Sala 301) 12.00-13.00

Entre Langue et discours | Entre língua e discurso

Présidence de séance/Presidente da sessão : Iris Eshkol-Taravella

Textualisation et ajustements sémantiques :

les reformulations dans le processus de rédaction de deux genres discursifs

Georgeta Cislaru

CLESTHIA. Université Sorbonne Nouvelle (France)

La mise en texte nécessite de se soumettre à de nombreuses contraintes génériques, contextuelles,

linguistiques : rédiger un article scientifique ou une lettre implique un certain nombre de

connaissances au sujet du genre choisi et impose des choix discursifs. Ces choix ne sont pas

toujours spontanés, et l'analyse des manuscrits ou des brouillons met au jour les différentes étapes

de formulation et reformulation des textes. Peut-on dès lors affirmer que tout ce qui ne fait pas

l'objet d'une reformulation entre les versions d'un texte représente des acquis routinisés ? Rien

n'est moins sûr, car il faudrait encore se donner les moyens de saisir les dynamiques de

reformulation au fil même du processus de rédaction. C'est ce que nous nous proposons de faire

en étudiant l'écriture enregistrée en temps réel de deux genre discursifs : des rapports éducatifs de

la protection de l'enfance et des dossiers académiques rédigés par des étudiants de Master.

Les données ont été recueillies grâce au logiciel de suivi de rédaction Inputlog (Leijten & Van

Waes 2013), qui enregistre la chronologie du processus de rédaction et de révision du texte. Lors

de la rédaction, les scripteurs alternent les moments de pause et de production langagière. Les

pauses permettent de planifier la suite ou d'opérer des révisions sur le texte. Nous avons isolé les

cas de figure où les pauses marquent un geste de révision immédiate, et plus particulièrement les

cas de reformulation dans la linéarité de l'écriture. Nous considérons que c'est à ces endroits précis

que s'opèrent des ajustements permettant de rendre compte au plus près des normes et des

contraintes sémantiques caractérisant un genre discursif.

Bibliographie

Cislaru, G., Olive, T. 2018. Le processus de textualisation. Bruxelles : De Boeck.

Coseriu, E. 1992. Competencia lingűística. Elementos de la teoría del hablar. Madrid : Credos.

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Doquet, Claire. 2010. Une entrée linguistique dans l’écriture. Parcours de manuscrits, analyse

de brouillons. Synthèse en vue de l’HDR, Université de Nancy 2.

Fenoglio, Irène. 2015. « From writing under production to the finished product: A processual

threshold ». In Georgeta Cislaru (éd.) Writing(s) at the Crossroads: The Process-Product

Interface. Amsterdam – Philadelphia: John Benjamins, p. 127-150.

Fuchs, Catherine. 1982. « La paraphrase entre la langue et le discours ». Langue française 53(1)

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Hayes, John R. 2012. Evidence from language bursts, revision and transcription for translation

and its relation to other writing processes. In Michel Fayol, Denis Alamargot, Virginia

Berninger (éds) Translation of Thought to Written Text While Composing. New York:

Taylor & Francis Group, p. 15-26.

Leijten, Marielle & Van Waes, L. 2013. « Keystroke Logging in Writing Research: Using

Inputlog to Analyze and Visualize Writing Processes », Written Communication 30: 358–

392.

Olive, Thierry. 2011. « L’analyse du décours temporel de la production écrite ». In T. Ponchon

& I. Laborde-Milaa (éds) Sciences du langage et nouvelles technologies. Limoges :

Lambert-Lucas, p. 61-68.

Variété de genres et invariants de reformulation en langue vocale et en langue signée

Laurence Meurant & Aurélie Sinte

Université de Namur (Belgique)

La reformulation comme processus de retour sur un dire antérieur (Authier-Revuz, 1995; Rabatel

et Magri, 2015) constitue une ressource de soutien à l’élaboration et à la compréhension du

discours oral. Dans la ligne des voies ouvertes par Müller (2018) et Risler (2018), nous proposons

de considérer l’oral dans une perspective multimodale et contrastive, en comparant des

productions en langue des signes de Belgique francophone (LSFB) et en français. La

reformulation y est étudiée à travers les genres de la narration, de la conversation et de la

conférence-vidéo, afin d’identifier les variétés et les invariants de ses usages. Du point de vue de

leur forme, de leur fonction sémantique, de leur distribution et de leur enchainement dans le

discours, les reformulations varient-elles davantage d’un genre à l’autre ou d’une modalité

linguistique à l’autre ?

Trois types de données sont étudiées. D’abord, des productions narratives et conversationnelles

de 4 signeurs extraites du Corpus LSFB (Meurant, 2015), pour une durée totale de 20 minutes.

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Ensuite, des productions comparables mais en français parlé (4 locuteurs, en narration et en

conversation, 20 minutes), collectées dans les mêmes conditions d’enregistrement et avec le

même protocole que pour la LSFB. Enfin, des conférences d’experts diffusées en ligne sous

forme de vidéos complètent l’échantillon avec des productions qui intègrent l’usage d’un support

visuel (diapositives ou tableau). Vu la rareté de ce type de données en LSFB, la comparaison

porte sur 1 signeur et 1 locuteur, chacun observé dans un échantillon de 10 minutes.

Dans la ligne des travaux de Martinot (2009), Rabatel (2007, 2010) et Steuckardt (2009), c’est la

mise en équivalence d’un X et d’un Y qui a retenu notre attention dans l’identification du

phénomène de reformulation, sans considérer l’identité sémantique de X et de Y hors de la mise

en relation que produit le locuteur, et sans considérer la présence d’un connecteur spécifique

comme un critère définitoire. À la suite de Martinot (1994), nous considérons comme

reformulation tout processus de reprise d’un énoncé antérieur qui maintient, dans l’énoncé

reformulé, une partie invariante à laquelle s’articule le reste de l’énoncé, partie variante par

rapport à l’énoncé source (Martinot et al., 2008 : 221). Outre les éléments lexicaux produits

oralement en français et manuellement en LSFB, sont pris en compte les gestes co-verbaux

(manuels et non manuels) impliqués dans ce processus de mise en équivalence ainsi que, dans le

cas des conférences, les différents types d’articulation entre le verbal, le gestuel et le support

visuel utilisé.

Cette double comparaison – inter-genres et inter-modalités – indique que, dès lors que l’on

compare une langue vocale et une langue signée sur la base de données multimodales, la variété

de genre pose davantage de distinctions que la diversité des modalités, dans l’usage discursif de

la reformulation.

Références

Authier-Revuz, J. (1995), Ces mots qui ne vont pas de soi. Boucles réflexives et noncoïncidences

du dire, Paris, Larousse.

Rabatel, A. et Magri, V. (2015), « Répétitions, figures de répétition et effets pragmatiques selon

les genres », Le discours et la langue, 7-2, pp. 7-22.

Martinot, C. (2009), « Reformulations paraphrastiques et stades d’acquisition en français langue

maternelle », Cahiers de praxématique, 52, pp. 29-58.

Martinot, C., Gerolimich, S., Paprocka-Piotrowska, U., Sowa, M. (2008), « Reformuler pour

acquérir sa langue maternelle ? Investigation auprès d'enfants français, italiens et polonais

de 6, 8 et 10 ans ». In M. Schuwer, M.-C. Le Bot & E. Richard (éds.), Pragmatique de la

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Universitaires de Rennes.

Meurant, L. (2015), Corpus LSFB. Un corpus informatisé en libre accès de vidéos et

d'annotations de la langue des signes de Belgique francophone (LSFB), Namur :

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Laboratoire de Langue des signes de Belgique francophone (LSFB-Lab). FRS-F.N.R.S et

Université de Namur. http://www.corpus-lsfb.be.

Müller, C. (2018), « Gesture and Sign: Cataclysmic Break or Dynamic Relations? », Frontiers in

Psychology 9.SEP (2018): 1–20.

Rabatel, A. (2007), « Répétitions et reformulations dans L'Exode : coénonciation entre Dieu, ses

représentants et le narrateur », in M. Kara (éd.), Usages et analyses de la reformulation.

Recherches linguistiques, Université de Metz, pp. 75-96.

Rabatel, A. (2010), Les reformulations pluri-sémiotiques en contexte de formation. Presses

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Risler, A. (2018), « Changer de regard et de discours sur la langue des signes française », TIPA.

Travaux interdisciplinaires sur la parole et le langage [Online], 34, URL :

http://journals.openedition.org/tipa/2553 ; DOI : 10.4000/tipa.2553

Steuckardt, A. (2009), « Décrire la reformulation : le paramètre rhétorique », Cahiers de

praxematique, 52, pp.159-172.

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Séance | Sessão 10 (Salle | Sala 303) 12.00-13.00

Thérapies| Terapias

Présidence de séance/Presidente da sessão : Sandrine Reboul Touré

Reformuler pour soigner. Thérapie systémique et langage

Hassan Moustir

Université Mohammed V-Rabat (Maroc)

L’un des mérites de la systémique est d’avoir montré, dans le sillage du constructivisme de

Von Foerster, que la réalité est toujours construite (Watzlawick, L’Invention de la réalité, 1990),

aussi bien par le sujet souffrant que par le thérapeute qui tente d'y voir clair en la reformulant,

d'abord, dans un langage "convenu", ensuite, en la reformulant dans une configuration nouvelle à

même d'annuler la valeur du symptôme.

Parmi les a priori sur lesquels se fonde la thérapie systémique est en effet la considération

du symptôme comme langage lié à une réalité extra-individuelle. Son inscription dans une

dynamique relationnelle lui confère le statut de « signifiant », dépourvu dans l'immédiat de son

réseau sémantique implicite ; réseau perdu que l'analyste se doit de rétablir en tentant d'entrer au

plus profond de l'économie signifiante du symptôme dans le système, de quelque nature qu’il soit.

Cet acte constitue, à terme, une démarche d'accompagnement visant la reformulation du

dysfonctionnement comme nécessité d'expression. En d'autres termes, aucune thérapie ne peut

s'accomplir sans cette nécessaire reformulation ; c'est, peut-on dire, une exigence de genre.

Or, contrairement à la psychanalyse, la thérapie systémique ne s'intéresse pas qu'au tableau

clinique, sa visée est la provocation et la conduite du changement (Miermont, Psychothérapies

contemporaines, 2009). Reformuler le système considéré selon de nouvelles règles est le but

ultime de cette thérapie.

Autre aspect de la reformulation, dans la conduite même de l'entretien thérapeutique, elle

apparaît comme exigence linguistique cette fois-ci, qui a ses principes qu'il s'agira d'élucider. C'est

une procédure préalable qui tente de mettre des mots à la place d'autres afin, d'une part, de limiter

les effets de « résonnance » (El Kaïm, Si tu m’aimes ne m’aime pas, 1989) à l'échelle du système

formé par le sujet-groupe et le thérapeute et, de l’autre, de relativiser l'absolu de la réalité que se

représente le système considéré.

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L'art de l'entretien thérapeutique, la réussite ou l'échec de celui-ci, réside en somme à la

frontière entre la réalité empirique du sujet-groupe souffrant et la réalité construite, reformulée

qui, elle, s'articule autour de ce qu'on appellera « la poétique du signifié étrange ».

Cette communication vise à questionner, théorie et exemples de supervisons à l’appui, la

pratique de la thérapie systémique dans ses fondements à la fois heuristiques (les statuts de la

réalité et la reformulation du système conduit vers le changement) et procéduriers (la

reformulation comme outil fonctionnant à rebours de la construction de la réalité).

Reformuler pour réparer selon les genres

Driss Ablali & Brigitte Wiederspiel

Université de Lorraine & CREM-Praxitexte

Ce travail présente des interactions sociales en ligne sur le thème de la souffrance qui s’inscrivent

dans des formes interdiscursives que nous pourrions dire codifiées ou normalisées dans la mesure

où l’écoutant doit encourager la libre expression des sentiments du souffrant, adopter une attitude

de respect et d’ouverture à l’autre. La reformulation est dans ce cadre, considérée par les

spécialistes des approches centrées sur la personne comme un outil, ou plus exactement comme

un moyen d’expression de l’empathie. L’étude de la reformulation est donc ici tout sauf anodine.

Avec elle, on touche au cœur de la construction de l’écologie de l’attention (Citton 2013), la seule

à fournir une légitimation au discours des bénévoles, cantonnés à des relances-miroirs, reprenant

strictement le langage de leurs interlocuteurs.

L’entrée auctoriale que l’on privilégie dans cette contribution est inédite : nos travaux précédents

sur la souffrance sociale ont porté plus particulièrement sur les processus discursifs et sémiotiques

des récits des souffrant.e.s, et ce en limitant les réponses des bénévoles à des données langagières

pour la contextualisation des échanges. Or dans cette étude, la perspective d’analyse est inversée,

car nous ciblerons davantage les réponses des bénévoles pour décrire les différents liens qui

peuvent se tisser entre reformulation et genres de discours.

Cette contribution se déroulera en trois parties : après une présentation du corpus en lien avec la

question de l’éthique qui « répare » (Gefen), nous aborderons la reformulation à travers le

phénomène de la posture auctoriale et des types de reformulation que le genre de discours impose

(hétéro-auto-reformulation, Gaulmyn 1987). En lien avec cette interaction, genre reformulation,

l’exploitation du corpus nous amènera à traiter la question de l’intime indicible des clauses

métadiscursives hétéro-reformulantes (Apothéloz & Grossen 1996), de recentrage sur un thème

et de l’auto-reformulation requalifiante et rectifiante.

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Bibliographie sélective

Ablali D. & Wiederspiel B. (2015). « Quand le lien numérique maintient le fil narratif des

personnes en souffrance ». In Communication et Langages, 186, pp.77-98.

Ablali D. & Wiederspiel B. (2017a). « La médiation du monde numérique en situation de

souffrance ». In Badir, S. & Provenzano, F. (dir.), Pratiques émergentes et pensée du

médium. Louvain-la-Neuve : L’Harmattan-Academia, pp.177-199.

Ablali D. & Wiederspiel B. (2017b). « Ethos et mode de circulation des affects dans deux genres

d’écrits numériques ». In Revue française des sciences de l’information et de la

communication. http://journals.openedition.org/rfsic/2921 ; DOI : 10.4000/rfsic.2921

Adam, J.-M. et Revaz, (1989): « Aspects de la restructuration du texte descriptif : les marqueurs

d’énumération et de reformulation». Langue Française, 81, 59-98.

Apothéloz, D. et Grossen, M. (1996) : « Dynamique conversationnelle dans un entretien

thérapeutique : analyse des reformulations », Interaction et Cognitions, 1, 115-149.

Citton, Y. (2013). « Le point sur l’économie de l’attention », in RDL n°11, pp.72-79.

Cosnier J. & Kerbrat-Orecchioni, C, Décrire la conversation. Presse Universitaire de Lyon. 167-

198.

Gaulmyn M.-M. (1987). «Reformulation et planification méta-discursive, in COSNIER J. &

KERBRAT-ORECHIONJ C, Décrire la conversation. Presse Universitaire de Lyon. 167-

198

Gefen, A. (2017), Réparer le monde, Paris, Corti.

Rabatel, A. (2017). « Frontières de la reformulation : frontières supra-catégorielles, catégorielles,

infra- et trans-catégorielles », Analele Universităţii din Craiova, Seria Ştiinţe Filologice,

Anul XXI Nr 1, EUC, Editura Universitaria Craiova/Annales de l’université de Craiova,

Série sciences philologiques – langues et littératures romanes, Année XXI, n° 1, pp.66-

103. http://litere.ucv.ro/litere/node/131

Traverso, V. & Greco, L. (2016). L’activité de définition dans l’interaction : objets, ressources,

formats. Langages, 204 (4), 5-26. doi:10.3917/lang.204.0005.

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Séance | Sessão 11 (Salle | Sala 301) 14.30-16.30

Pratiques sémiotiques | Práticas semióticas

Présidence de séance/Presidente da sessão : Anouar Benmsila

Déguster, formuler, reformuler : le discours oenologique dans tous ses états.

Nicolas Couégnas, François Laurent & Audrey Moutat

CeReS. Université de Limoges (France)

Selon l’expression, de Léglise, rapportée par Peynaud et Blouin (2013), le dégustateur ne présente

pas un vin en disant « qu’il fleure bon l’acétate d’isoamyle, l’alpha-ionone, la glycyrrhysine et la

benzaldéhydecyanhydrine, mais plus simplement qu’il sent le bonbon acidulé, la violette, la

réglisse et la cerise ». Autrement dit, si la mise en mot est absolument indissociable du travail

d’un dégustateur, la reformulation l’est tout autant, et agit dès le début de l’opération de

perception et de catégorisation des sensations. Or les descriptions produites dépendent très

largement des contextes de dégustation, de leur visée pragmatique, mais aussi des situations de

communication où s’insère la description, et donc des contraintes génériques associées à celles-

ci.

Dans le cadre d’un programme de recherche plus large, portant sur les descripteurs

sémiolinguistiques des vins nature (sans intrant, Sans sulfite ajouté), on s’intéressera aux

descriptions oenologiques de ces vins particuliers, encore marginaux mais relativement

médiatisés, dans différents médias, genres, et situations. On distinguera notamment entre les

divers guides récents publiés sur le sujet, les bandes dessinées consacrées spécifiquement au vin

nature, des sites dédiés, émanant soit de professionnels soit de particuliers, et les descriptions

réalisées en situation de dégustation. Au-delà de la traduction du sensible en mots, nous verrons

également comment la pratique de dégustation des vins nature engendre de nouveaux genres

textuels qui visent à se singulariser des vins conventionnels.

Il y a, dans l’ambition de mieux connaître et de maîtriser les manières de parler du vin naturel un

enjeu sociétal, et plus précisément sanitaire. Mais aussi un enjeu théorique fort, centré sur la

question fondamentale de la mise en discours du sensible, que la problématisation en termes de

reformulation permet de poser à nouveaux frais. La recherche proposée se situe à la croisée de

différents champs de recherche sémio-linguistiques : 1) les travaux réalisés dans le champ de la

sémiotique du sensible, et plus spécifiquement sur la question de l’iconicité de la dégustation

oenologique (Bordron, Moutat), 2) les analyses linguistiques des lexiques de la dégustation

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(Normand S.) 3) le traitement de la question médiatico-générique (Ablali, Badir & Provenzano,

Couégnas), et enfin 4) les recherches en Sciences de l’Information et de la Communication sur la

dégustation (Boutaud J.-J., Stengel K.)

Bibliographie

Ablali D. (dir) Modèles et théories du genre en confrontation, revue Pratiques, Université de

Lorraine, n°157-158, juin 2013.

Badir S. & Provenzano F. (dir), Pratiques émergentes et pensée du médium, Academia, 2017

Couégnas N, Du genre à l’oeuvre, Lambert-Lucas, 2014.

Boutaud, J-J. « Le vin et l’éveil des sens. L’expérience du goût en partage », Hermès, La Revue-

Cognition, communication, politique, CNRS-Editions, 2016, 1 (74), pp.110-119.

Bordron J.-F. : « Perception et expérience », Signata - Annales des sémiotiques, Université de

Liège, 2010, 1, pp. 247-286.

Moutat, A. Du sensible à l’intelligible. Pour une sémiotique de la perception, Limoges, Lambert-

Lucas, 2015 ; « Discours transgressifs des vins naturels », Revue des oenologues, n°166,

Janvier 2018.

Normand, S. Les mots de la dégustation de champagne, Paris, Presses du CNRS, 2002

Stengel, K., « La dégustation du vin : Un acte expérientiel et identitaire entre théâtralisation et

culturalisation », Lexia -Rivista di semiotica, Aracne, 2015.

O sentido reformulado: questões de gênero em traduções intersemióticas

Taís de Oliveira

Universidade de São Paulo. CAPES (Brasil); University of Glasgow (Escócia)

Tomando como base teórica a Semiótica Discursiva (GREIMAS; COURTÉS, 2008;

FONTANILLE; ZILBERBERG, 2001), colocada em diálogo com as teorias da tradução

(WYLER, 2003; BERMAN, 2007; MILTON, 2002; JAKOBSON, 1959; VENUTI, 2002) e com

a semiótica cognitiva (GROUPE μ, 2015), analisamos como três romances canôninos ingleses

escritos por mulheres foram reformulados para o gênero cinematográfico. O corpus selecionado

é composto pelos romances Emma (AUSTEN, 1985 [1815]), Wuthering Heights (BRONTË, 2006

[1847], trad. O morro dos ventos uivantes) e Mrs. Dalloway (WOOLF, 2003 [1925]), e duas

traduções intersemióticas de cada um deles, respectivamente: Emma (Douglas McGrath, 1996) e

As patricinhas de Beverly Hills (Clueless, Amy Heckerling, 1995), O morro dos ventos uivantes

(Wuthering Heights, Peter Kosminsky, 1992) e a adaptação homônima da MTV (Wuthering

Heights, Suri Krishnamma, 2003) e Sra. Dalloway ou A última festa (Mrs. Dalloway, Marleen

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Gorris, 1997) e As Horas (The Hours, Stephen Daldry, 2002); sendo o primeiro de cada dupla um

filme de época e o segundo uma adaptação contemporaneizada, isto é, que traz a história para os

tempos atuais. Nossos resultados de análise apontam para um novo tratamento das problemáticas

colocadas pelas autoras do século XIX e início do XX, sobretudo nas traduções

contemporaneizadas. Nestas, há novas formas de se caracterizar as personagens femininas e seu

entorno para tratar de assuntos como as oposições liberdade versus opressão e vida versus morte,

que já estavam nos textos de partida. Na reformulação contemporaneizada de Emma (AUSTEN,

1985 [1815]), há a inserção de um personagem gay por quem a personagem principal se

apaixonada (As patricinhas de Beverly Hills [Clueless], Amy Heckerling, 1995). Na reformulação

contemporaneizada de Mrs. Dalloway (WOOLF, 2003 [1925]), a homossexualidade deixa de ser

motivo de opressão. As personagens têm relações homoafetivas oficiais, no nível da verdade (é e

parece) e não mais no nível do segredo (é e não parece) e a AIDS aparece como elemento opressor

(As Horas [The Hours], Stephen Daldry, 2002). Há, portanto, uma reformulação axiológica que

interfere nas questões de gênero. Mostraremos os mecanismos utilizados para a construção de tais

efeitos de sentido com exemplos das obras analisadas, cotejando-as segundo os critérios em

desenvolvimento pelo LabS (Laboratório de Semiótica) da UFF (Universidade Federal

Fluminense) (MANCINI, 2018).

Palavras-chave: traduções intersemióticas; literatura feminina; homossexualidade; cânone

inglês; cinema

Le texte littéraire comme reformulé et reformulant est-il aussi une question de genre ?

Djamel Kadik

Laboratoire de Didactique de la Langue et des Textes. Université Yahia Farès de Médéa

(Algérie)

Reformuler est une activité discursive récurrente dans les processus énonciatifs des locuteurs et

scripteurs d’une communauté linguistique quelconque. En effet, on peut parler des choses comme

on peut reproduire et reformuler notre propre parole actuelle ou antérieure, ou les propos des

autres. Reformuler est souvent défini par deux variables : l’équivalence (invariant sémantique) et

la singularité (variation). Equivalence du sens d’un énoncé de tiers parlant et singularité du

reformulateur dans le traitement de son propre dire ou celui d’autrui déjà-dits.

La reformulation a retenu l’attention de plusieurs chercheurs et auteurs, à titre d’exemples, ceux

des dictionnaires, des manuels de langue, ou de grammaire (style direct, indirect), ceux de la

didactique des langues, et également et non les moindres, des narratologues (discours narrativisé,

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transposé, rapporté, hypertexte, hypotexte…), des poéticiens (discours indirect libre), et des

analystes du discours (hétérogénéité énonciative, discours rapporté, intertextualité…), sans

oublier des recherches scientifiques sur l’identité et les fonctions de la reformulation.

Nous remarquons que ces contributions citées à grands traits donnent la priorité au linguistique

aux dépens du sémiotique. Les questions d’équivalence de sens, mais qui sont foncièrement

sémiotique comme la traduction, le transcodage, bref ce qui est nommé par Peytard « altération

», ou par un mot plus récent « multimodalité », ne sont pas étudiées, comme si la primauté du

langage verbal mène les chercheurs à sous-estimer les autres langages ou à les considérer comme

étant hors de leurs compétences.

Quant à la sémiotique, le terme « reformulation » est rarement utilisé, si on exclut certains travaux

de Peytard sur le discours relaté et sur l’altération en général. La sémiotique (si nos connaissances

sont bonnes) s’occupe davantage de la signification des formes, mais pas toujours des

transformations signifiantes à travers plusieurs formes. Comme exemple, notons l’absence de la

notion de « reformulation » du lexique des deux fameux dictionnaires de Greimas et de Courtés.

Ces auteurs parlent plutôt de paraphrase, d’élasticité du discours, d’expansion et de condensation.

Peirce sur la notion d’interprétant pour s’apercevoir que les signes eux-mêmes sont toujours en

pleine mouvance dans l’univers sémiotique, chaque signe interprète un autre signe en

équivalence. Mais est-ce que cela est de la reformulation, surtout lorsque le signe dépasse la

synonymie du mot, de l’équivalence d’un énoncé court ou d’une définition ? Cependant, peut-on

penser que toute équivalence de sens est une reformulation alors qu’on sait que ce terme est précis

pour les chercheurs qui l’utilisent? Par ailleurs, il est rarement pris en compte comme concept

pour aborder des pratiques discursives plus englobantes comme la généricité, c’est-à-dire

majoritairement des textes entiers à mettre en équivalence. De ce fait, peut-on mettre la

reformulation en rapport avec des « formes » plus générales comme les genres ?

C’est la question principale, à laquelle il s’agirait de donner une réponse affirmative dans cette

communication. Cette réponse se fera à partir d’un corpus littéraire composé de deux pièces de

théâtre, une pièce de Molière « L’Avare » et une autre celle de Camus « Le Malentendu ». La

première pièce sera étudiée dans sa transformation en texte en français facile. Quant à la deuxième

pièce, celle de Camus, il s’agira de faire le mouvement contraire, un fait divers qui avait été

transformé en une tragédie. Le mouvement d’analyse se fera en prenant en compte l’invariant

thématique et la variation. Il sera question d’observer des entailles en mouvement du texte

reformulé vers le texte reformulant. Des entailles thématiques, typologiques, pathétiques,

métalinguistiques et pluri-sémiotiques. Nous aurons l’occasion de donner cohésion à ces entailles

sans sous-estimer l’effet du changement des sphères d’activités discursives d’un genre de discours

à un autre.

Avant de développer davantage notre thématique, rappelons que le texte littéraire est un texte

intégrateur (Peytard) ou poreux (Reuter), il a cette capacité d’intégrer les diverses activités

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discursives des genres premiers et seconds. De ce fait, on peut trouver diverses manifestations de

la reformulation dans ses genres. Cette porosité est présente surtout dans les genres narratifs (voir

à ce sujet Aristote et les travaux de Genette dans ce sens). Nous ne discutons pas pour le moment

les modalisations fictionnelles de la reformulation par le récit. Laissons cela pour un

développement plus conséquent comme introduction, si cette proposition de communication sera

acceptée.

Remarquons aussi que la notion de genre est largement utilisée dans les recherches didactiques.

Il s’agira aussi de questionner l’identité générique du texte en français facile dans la multitude

des genres scolaires et scolarisés en relation bien entendu avec la notion de reformulation Sur le

plan méthodologique, il s’agira, dans cette communication, d’utiliser des concepts de la

sémiotique différentielle de Peytard, mais également ceux de la narratologie et de la didactique.

Il sera aussi question de se situer à partir de certaines notions de [Bakhtine] comme situation,

genres de discours. Les reformulations à partir de genres différents auront un impact certain sur

plusieurs formes : lexicales, morphosyntaxiques, scripturales, thématiques…

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Séance | Sessão 12 (Salle | Sala 303) 14.30-16.30

Corpus, numérique, outils | Corpora, digital e ferramentas

Présidence de séance/Presidente da sessão : Ana Loureiro

Marcadores de reformulação na interação oral: funções e valores semântico-discursivos

Fátima Silva, Ana Sofia Pinto e Fátima Oliveira

Faculdade de Letras / Centro de Linguística da Universidade do Porto (Portugal)

Os estudos sobre a reformulação, em geral, e sobre marcadores discursivos de

reformulação, em particular, em especial articulados com questões de natureza textual e genérica,

ainda são escassos no contexto do português europeu. Os estudos existentes analisam

essencialmente dados da escrita e inscrevem-se numa de duas linhas de trabalho: análise destes

marcadores no âmbito dos marcadores discursivos, fazendo parte de uma descrição global (Duarte

2003, Lopes & Carapinha 2013, Lopes 2016, e.o.) ou descrição circunstanciada de alguns destes

marcadores, com ou sem aplicação a um determinado género textual (Duarte & Léon 2013, Lopes

2014, Lopes & Pons Bordería 2014, Lopes & Carapinha 2017; Gonçalves e Valentim 2017, Pinto

2018, e.o.).

Este estudo tem como objetivo investigar as funções e valores semântico-discursivos dos

marcadores discursivos de reformulação em textos orais de diferentes géneros. Os dados da

análise foram extraídos de dois corpora orais de português europeu – o Projeto Fala Bracarense,

do CEHUM-Universidade do Minho, e o C-Oral-Rom, do CLUL-Universidade de Lisboa, com a

duração total de cerca de 111 horas.

Tomando como referência as propostas tipológicas de Cuenca (2003), Gómez (2008) e

Lopes (2016), procedemos a uma análise quantitativa e qualitativa dos corpora. Assim, numa

primeira etapa, quantificámos os marcadores de reformulação ocorrentes no sentido de verificar

a sua distribuição. Numa segunda etapa, procedemos à análise qualitativa do marcador mais

frequente nos dois corpora, ‘quer dizer’, para explicitar as funções e valores semântico-

discursivos deste marcador.

A análise dos dados permite concluir que o marcador ‘quer dizer’ é polivalente tanto no

que se refere à sua funcionalidade na construção do discurso oral quanto aos valores semântico-

discursivos que assume nos diferentes contextos de uso. Destaca-se, neste âmbito, o seu uso

explicativo, ao qual se pode associar, sob certas condições, um valor de retificação.

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Referências

Cuenca, M. J. 2003. Two ways to reformulate: a contrastive analysis of reformulation markers.

Journal of Pragmatics, 35, 1069-1093

Duarte, I. 2003. Aspectos linguísticos da organização textual. In M. H. M. Mateus et al. (Eds.).

Gramática da Língua Portuguesa. Lisboa: Caminho, 85-122.

Gómez, M. P. 2008. La organización del discurso: marcadores de ordenación y de

reformulación. Madrid: Iberoamericana.

Gonçalves, M. & Valentim, H. 2017. Marqueurs discursifs et reformulation en portugais: une

affaire de langue et d’activité langagière. Revista Paralingüística, 1, 18-33.

León, R. P. & Duarte, I. M. 2013. Aliás/alias: diferencias de empleo en português y en español.

In N. Delbecque, M. F. Delport & D. M. Maturana, Du significant minimal aux textes.

Éditions Lambert-Lucas, 137-152.

Lopes, A. C. 2014. Contributo para o estudo sincrónico dos marcadores discursivos ‘quer dizer’,

‘ou seja’ e ‘isto é’ no português europeu contemporâneo. Diacrítica, 28 (1), 33-50.

Lopes, A. C. 2016. Discourse Markers. In W. L. Wetzels, J. Costa & S. Menuzzi (Eds.). The

Handbook of Portuguese Linguistics. Wiley Blackwell, 441-456.

Lopes, A.C.M & Carapinha, C. 2013. Texto, coesão e coerência. Coimbra: Almedina.

Lopes, A.C.M. & Carapinha, C. 2017. Por outras palavras e digamos: marcadores de

reformulação? Revista Galega de Filoloxía, 18, 115-131.

Lopes, A.C.M. & Pons Bordería, S. 2014. Ou seja vs o sea: formal identity and functional

diversity. Revista de Estudos Linguísticos da Universidade do Porto, 9, 103-128.

Pinto, A. S. 2018. Marcadores de reformulação parafrásticos no género artigo científico.

Dissertação de Mestrado. Porto: FLUP.

Sequências reformulativas em comentários em linha. Uma descrição enunciativa

convergente com a caracterização do género

Helena Topa Valentim

CLUNL. NOVA FCSH (Portugal)

Partindo da observação de sequências reformulativas em comentários em linha de leitores de

notícias de temática política oriundos do corpus do português G&T.com, privilegia-se esta

apresentação construções em que ocorre eu diria com os efeitos discursivos de correção, de

discordância ou como confirmação de apreciação.

De um ponto de vista funcional, a reformulação é metadiscursiva (Briz, 1998). O controle

metadiscursivo sobre a produção do sentido implica, por parte do locutor, um comportamento

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cooperativo motivado pelo desejo de esclarecer possíveis equívocos e de superar obstáculos

comunicacionais. Em textos do género comentário em linha, as sequências reformulativas

sinalizam o caráter polémico e de contraposição dos mesmos relativamente ao conteúdo veiculado

nos textos que os precedem.

Mas, além da dimensão discursiva, a reformulação tem também um estatuto semântico, uma vez

que, na atividade de enunciar, a reformulação opera no âmbito de uma relação de pertinência entre

“o dizer” e “o querer dizer” (Culioli 2001: 280). Nesse sentido e numa perspetiva semântico-

enunciativa, o fenómeno de reformulação não se prende apenas com questões de adequação em

função de certa prática discursiva. A reformulação linguística, como qualquer outro fenómeno de

ajustamento intersubjetivo, é manifestação evidente de uma das dimensões da atividade da

linguagem, a regulação intersubjetiva, que contribui igualmente para a caracterização dos géneros

textuais.

Proceder-se-á, nesta apresentação, à descrição formal das operações subjacentes a este fenómeno,

procurando mostrar que estamos perante diferentes níveis do funcionamento da linguagem aqui

paradigmaticamente evidenciando uma relação de interdependência teórica, comprometendo

inclusive as fronteiras que ditam os domínios tradicionais do funcionamento da linguagem: o

discursivo, o textual, o gramatical.

Palavras-chave: Reformulação, comentário em linha, enunciação, regulação intersubjetiva

Referências

BRIZ, A. (1998): El español coloquial en la conversación: Esbozo de pragmagramática.

Barcelona, Ariel Lingüística.

CULIOLI, Antoine (2001): «Heureusement», en Mateus, M. H. M.; Correia, C. N. (orgs.) Saberes

no tempo – Homenagem a Maria Henriqueta Costa Campos, Edições Colibri, Lisboa, 279-

284.

Comment la communication numérique influence l’emploi des reformulations ?

Iris Eshkol-Taravella & Natalia Grabar

MoDyCo. Université Paris Nanterre (France)

La communication proposée porte sur le corpus des forums du Web qui fait partie de ce que nous

appelons « discours dialogique » (Eshkol & Grabar, 2016). Il s’agit des discussions menées

instantanément par deux ou plusieurs personnes dans les réseaux sociaux, les forums, les chats,

etc. Les études sur la communication électronique ont été inaugurées dans les années 2000 par

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(Anis 1999, 2006). Elles ont été poursuivies par beaucoup d’autres chercheurs dans les domaines

différents (Véronis et Guimier De Neef 2006, Lorenz 2013, Longhi 2012, 2013, Honeycutt et

Herring 2009, Java et al. 2007, Marcoccia 2016, Panckhurst 2007).

Le corpus analysé est constitué de messages postés sur le forum de santé Doctissimo. Ce corpus

présente des spécificités langagières d’écriture numérique (typographiques, orthographiques,

morphologiques, lexicales et syntaxiques) décrites dans les travaux ci-dessus. Ce type de

communication se rapproche aussi du langage oral : sa production est irréversible car les messages

sont envoyés souvent sans relecture.

Les reformulations auxquels ont recours les utilisateurs du web diffèrent-elles des reformulations

réalisées à l’oral ? C’est la question à laquelle la communication essayera de répondre.

La reformulation est étudiée en linguistique selon différents points de vue : dans les interactions

verbales (Gülich & Kotschi 1983, 1987, Roulet 1987), à travers ses marqueurs à l’écrit et à l’oral

(Dostie 2004, Fløttum 1994, Steuckardt 2005, Rossari 2005, Vassiliadou 2004), du point de vue

énonciatif (Rabatel 2006), etc. Les reformulations dans la communication numérique est un sujet

nouveau peu ou pas encore abordés dans les travaux de recherche, à notre connaissance.

Le travail présenté traite la reformulation comme un processus complexe et multidimensionnel.

Le modèle développé combine plusieurs dimensions : syntaxique, morphologique, lexicale et

sémantico-pragmatique. La notion de reformulation y est prise au sens large en tant que le procédé

de remplacement d’un segment par un autre dans le but d’expliquer, de définir, d’exemplifier, de

dénommer, de préciser, etc. ce qui a été dit précédemment. Ce remplacement peut être effectué

avec et sans marqueurs. Nos travaux antérieurs sur le corpus des entretiens de l’oral et le forum

du Web ont traité le procédé de reformulation introduit par trois marqueurs c’est-à-dire, je veux

dire, disons (Eshkol & Grabar, 2014, 2016). Le travail actuel concerne toutes les formes de

reformulation observées et annotées dans le corpus.

Après avoir introduit le contexte de la recherche menée, nous nous arrêterons sur les

caractéristiques de la communication numérique proposées dans les travaux de chercheurs en

sciences du langage et en TAL. Nous présenterons ensuite le corpus traité, ses particularités et la

distribution de reformulations annotées. Les résultats seront comparés avec ceux obtenus au cours

de nos travaux précédents sur le procédé de reformulation introduit par trois marqueurs c’est-à-

dire, je veux dire, disons dans le corpus de forum (Eshkol-Taravella & Grabar 2016) et sur le

procédé de reformulation dans les transcriptions des entretiens à l’oral (Eshkol-Taravella &

Grabar 2018, à paraître).

Références bibliographiques

Anis J. (1999). Internet, communication et langue française. Paris, Hermès.

Dostie G. (2004). Pragmaticalisation et marqueurs discursifs. Analyse sémantique et traitement

lexicographique, Bruxelles, Duculot.

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Gülich E., Kotschi T. (1983). Les marqueurs de la reformulation paraphrastique. Cahiers de

linguistique française 5, pp. 305-351.

Gülich E., Kotschi T. (1987). Les actes de reformulation dans la consultation La dame de Caluire,

in L’analyse des interactions verbales. La dame de Caluire : une consultation, Pierre Bange

(dir.), Berne, Peter Lang, pp. 15–81.

Honeycutt C., Herring S. (2009). Beyond Microblogging: Conversation and Collaboration in

Twitter. Proceedings of 42nd Hawaii International Conference on System Science

(HICSS), IEEE Press, Washington, pp. 1-10.

Java A., Song X., Finn T., Tseng B. (2007). Why we Twitter: Understanding microblogging usage

and communities. In Proceedings of Joint 9th WEBKDD and 1st SNA-KDD Workshop,

ACM Press.

Eshkol-Taravella I., Grabar N. (à paraître). Reformulation en tant que procédé multidimensionnel.

In H.Landolsi, C. Norén, M. Svensson (éds.) La reformulation : à la recherche d’une

frontière, Suède, Studia Romanica , n.87, Acta Universitatis Upsaliensis.

Eshkol-Taravella I., Grabar N. (2018). Reformulations avec et sans marqueurs : étude de trois

entretiens de l’oral. CMLF2018, Mons, Belgique.

Eshkol-Taravella I., Grabar N. (2016). Reformulation à l’oral et dans le forum Web. CMLF2016,

Tours, France.

Eshkol-Taravella I., Grabar N. (2014). Repérage et analyse de la reformulation paraphrastique

dans les corpus oraux. TALN2014, Marseille, France.

Fløttum K. (1994). La reformulation introduite par c’est-à-dire, Stavanger, Høgscolesenteret i

Rogaland.

Longhi J. (2013). Essai de caractérisation du tweet politique. L'Information Grammaticale, n°136,

pp. 25-32.

Lorenz P. (2013). Le chat en tant que phénomène langagier : étude comparative français-

espagnol-polonais. PAF.

Marcoccia M. (2016). Analyse la communication numérique écrite. Armand Collin.

Panckhurst R. (2007). Discours électronique médié : quelle évolution depuis une décennie. In J.

Gerbault (éd.), La langue de cyperspace : de la diversité aux normes, Paris, L’Harmattan,

pp.121-136.

Rabatel A. (2006). Du rôle des postures énonciatives de surénonciation et de sousénonciation

dans les analyses de corpus. : L'exemple des reformulations, des connecteurs et particules

discursives. In Guernier Marie-Cécile, Durand-Guerrier Viviane et Sautot, Jean-Paul

(éds.). Interactions verbales, didactiques et apprentissages. Recueil, traitement et

interprétation didactiques des données langagières en contextes scolaires, Presses

universitaires de Franche-Comté, pp.221-248.

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Rossari C. (2005). Cela dit : un marqueur de prise de conscience, Langues et langage 12, pp. 87-

101.

Reformulation et vulgarisation scientifique : tentative de définition discursivo-générique

Aurore Famy

CeReS. Université de Limoges (France)

La vulgarisation scientifique peut être décrite comme une transmission d’information savante

impliquant des opérations de reformulation et de transformation. Elle induit nécessairement deux

positions énonciatives dissymétriques, aux prises avec les questions de légitimité, de

reformulation et de co-construction du sens. La vulgarisation semble échapper à toute tentative

de consensus définitionnel1, ses définitions institutionnelles répondant le plus souvent de

l’obédience idéologique de ceux qui en parlent : la vulgarisation scientifique comme médiation

culturelle2, la vulgarisation scientifique comme outil démagogique et politique, la vulgarisation

scientifique comme parole experte édulcorée, etc. Une piste semble être à suivre, selon nous, du

côté d’une définition générique, spécifiée et élargie par le geste discursif, pour définir les

caractéristiques inhérentes de ce type de discours particulier. Nous proposons d’en rendre compte

dans cette communication.

Sortant du paradigme du « Troisième Homme » et d’une conception purement

communicationnelle de la vulgarisation scientifique, il est possible de considérer la vulgarisation

scientifique comme une pratique discursive et culturelle, répondant à des normes médiatiques et

sémantiques spécifiques. Afin de vérifier cette hypothèse, qui s’ancre théoriquement en sciences

du langage et plus précisément en sémiotique textuelle, nous proposons l’étude d’un corpus de

dossiers de revues de vulgarisation scientifique consacrés à une même thématique biomédicale :

l’épilepsie3. Pour réaliser l’analyse, l’outil méthodologique principal utilisé est le Socle

médiatico-générique, élaboré à partir d’une relecture des composantes textuelles de Rastier

revisitées par Badir, permettant de définir le genre comme une forme sémiotique. Ce modèle a

pour but d’identifier des composantes du plan de l’expression appelées formats médiatiques et

1 JACOBI Daniel et SCHIELE Bernard (éds.), Vulgariser la science : le procès de l’ignorance, Seyssel, Champ Vallon, 1988 (Collection Milieux) 2 MOLES Abraham et OULIF Jean, « Le troisième homme – Vulgarisation scientifique et radio », Diogène (58), 06.1967, pp. 29-40 3 Thématique objet de la thèse de doctorat de l’auteur de la proposition, soutenue en décembre 2018 et intitulée : « Le rôle des discours dans la construction des savoirs scientifiques : médiations sémiotiques de l’information savante, le cas de l’épilepsie ».

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des composantes du plan du contenu, appelées composantes sémantiques de la généricité.

L’ensemble permet de circonscrire tous les éléments constitutifs d’un genre et son fonctionnement

associé à un média donné.

Cette analyse permet, sans trop en dévoiler les résultats, de mettre au jour le caractere

éminemment générique de la vulgarisation scientifique qui apparait comme la reformulation

modalisée d’un autre genre connu : celui de l’article scientifique. Ce genre qui reformule apparait

donc surtout comme la reformulation d’un autre genre. Nous proposerons, à partir de ces résultats,

de nouvelles considérations théoriques élargissant le spectre heuristique du socle médiatico-

générique pour faire intervenir le geste discursif et le concept de voix sémiotique, lesquels

permettent d’appréhender de manière holistique le phénomène générique de la vulgarisation

scientifique. En effet, le modèle « élargi » permet d’en définir les dimensions textuelle et

générique bien sûr, mais également les dimensions pragmatique et existentielle.

Bibliographie synthétique

BADIR Sémir, « Six propositions de sémiotique générale », AS - Actes Sémiotiques, 10.04.2009.

BADIR Sémir, « L’énonciation d’une synthèse », AS - Actes Sémiotiques, 31.01.2017.

COUÉGNAS Nicolas, « Sémiotique textuelle du genre. La généricité des albums d’enfance »,

Pratiques. Linguistique, littérature, didactique (157-158), 01.06.2013, pp. 91-104.

COUÉGNAS Nicolas et FAMY Aurore, « L’interprétation générique des textes. Ou comment le

genre et le média participent à l’oeuvre », in: ABLALI Driss et DUCARD Dominique

(éds.), Louvain-la-Neuve, L’Harmattan-Academia, 2015 (Sciences du langage –

Carrefours et points de vue), pp. 175-189.

HJELMSLEV Louis, Prolégomènes à une théorie du langage [1943], Paris, Éditions de Minuit,

1968 (Arguments).

JEANNERET Yves, Écrire la science : formes et enjeux de la vulgarisation, Paris, Presses

Universitaires de France, 1994 (Science, histoire et société).

MAIA Tomás et FANGEAUX Philippe (éds.), O gesto da arte (Le geste de l’art), 2014.

PAVIS Patrice, « Le gestus brechtien et ses avatars dans la mise en scène contemporaine»,

L’Annuaire théâtral (25), 1999.

RASTIER François, Arts et sciences du texte, Paris, Presses universitaires de France, 2001

(Formes sémiotiques).