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    ANLISE GEOMORFOLGICA DOS MOVIMENTOS DE MASSAOCORRIDOS NA MT 170 JUINA/CASTANHEIRA

    ZOCCHE, Nilcineia; LEMES, Denise Peralta

    1Estudo realizado para o desenvolvimento do Trabalho Final de Graduao em Geografia- AJES.2 Graduada em Geografia, AJES - Instituto Superior de Educao do Vale do Juruena, Juna-MT.3 Prof Orientadora, AJES - Instituto Superior de Educao do Vale do Juruena, Juna-MT, Brasil

    .

    RESUMO

    A geomorfologia o ramo da geografia que estuda as formas de relevo atuantes na

    superfcie terrestre. Baseada nos conceitos geomorfolgicos, geolgicos e

    geogrficos este estudo tem por fundamento a anlise dos movimentos de massa e

    dos processos geomorfolgicos (escorregamentos de detritos, sulcos, ravinas)

    ocorrentes no morro do capia, localizado na rodovia MT 170, que liga o municpio

    de Juna a Castanheira. Esta regio se localiza na Mesorregio Norte e Microrregio

    de Aripuan na Depresso do Norte de Mato Grosso, no estado de Mato Grosso,

    regio onde se pode diagnosticar relevo bastante acidentado, e que no perodo de

    2008 a 2010 foi realizada a pavimentao asfltica da rodovia, considerando assim

    os acidentes geolgicos e geomorfolgicos encontrados, como conseqncia do uso

    excessivo de maquinas pesadas e a interferncia humana no ciclo natural ,observada no aterro realizado no morro e em vrios outros pontos da via, alm da

    mudana no curso do Rio das Pedras para a construo da ponte. Durante esta

    pesquisa foi possvel aprofundar acerca da geomorfologia regional e tambm

    identificar os riscos de desmoronamentos das encostas bem como outras vertentes

    que possam interferir diretamente no uso da rodovia pelos seus transeuntes. Para o

    melhor aprofundamento dos estudos fsicos da rea foram utilizados estudos

    topogrficos e imagens de satlite, alm de acervo fotogrfico, que possibilitaram a

    anlise da dinmica geomorfolgica. Para tanto se fez necessrio pesquisabibliogrficas sobre geografia fsica, geomorfologia e geologia, alm das pe squisas

    in loco, onde se pode ver a dimenso das eroses e a composio geomorfolgica

    da rea. Utilizou-se tambm do mapa topogrfico da rodovia construdo pelos

    profissionais da Constil (empresa responsvel pela construo do asfalto). Pode-se

    dizer, ento, que a rodovia passa por um momento de degradao, ou seja, os

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    movimentos de massa vm acontecendo gradativamente comprometendo a

    estrutura mesma.

    Palavras-chave: Geomorfologia; Vertentes; Rodovia; Pavimentao.

    RESUMENLa geomorfologa es la rama de la geografa que estudia las formas de relieve en la

    superficie activa. Conceptos basados en geomorfolgicas, geolgicas y geogrficas

    de este estudio se basa en el anlisis de los movimientos de masas y los procesos

    geomorfolgicos (restos deslizamientos de tierra, zanjas, barrancos) que ocurren en

    el cerro Campana, ubicado en la carretera 170 toneladas, que conecta la ciudad de

    Juina la Castaa. Esta regin se encuentra en la regin Norte y Meso -Micro-regin

    de la depresin Aripuan en el norte de Mato Grosso, estado de Mato Grosso, una

    regin donde se puede diagnosticar la topografa muy accidentada, y que en el

    perodo 2008 a 2010 se realiz la pavimentacin de la carretera, por lo tanto

    teniendo en cuenta las formaciones geolgicas y geomorfolgicas que se

    encuentran, como consecuencia del uso excesivo de maquinaria pesada y la

    interferencia humana en el ciclo natural, observada en el relleno sanitario en la

    colina y realiz varios otros puntos de la ruta y un cambio en el curso de las Pedras

    das Ro para la construccin el puente. Durante esta investigacin ha sido

    profundizar sobre la geomorfologa regional y tambin identificar los riesgos de

    deslizamientos en las laderas, as como otros aspectos que pueden afectar

    directamente el uso de la carretera por sus transentes. Para una comprensin ms

    profunda de los estudios de fsica de la zona se utilizaron imgenes topogrficas y

    de satlite, y la coleccin fotogrfica, que permiti el anlisis de la dinmica

    geomorfolgica. Para que la literatura de inve stigacin que resulten necesarias en la

    geografa fsica, geologa y geomorfologa, adems de la investigacin en el lugar

    donde se puede ver el tamao y la composicin de la geomorfologa de erosin de la

    zona. Tambin utiliza el mapa topogrfico de la ca rretera construida por

    profesionales Constil (empresa responsable de la construccin de asfalto). Por

    consiguiente, cabe decir que la carretera pasa a travs de un perodo de

    degradacin, o movimientos de masas han tenido lugar poco a poco minando la

    estructura misma.

    Palabras clave: Geomorfologa, Cobertizos, a la autopista, pavimentacin

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    1. INTRODUO

    No perodo de 2088 a 2010, a rodovia MT 170 passou pelo processo de

    pavimentao. Considerando as problemticas que envolvem este processo, este

    visa a anlise geomorfolgica dos movimentos de massa ocorrentes no morro do

    capia, localizado na rodovia MT170, territrio do municpio de Castanheira.

    Tambm apontar os principais tipos de eroses causados pelos mesmos no local,

    destacar a importncia da geomorfologia para a anlise e estudo do local a ser

    utilizado para o bem em comum e trazer possveis alternativas para melhorar a

    situao de degradao atual da via.

    Menos de um ano da liberao para o uso, a via tem apresentado varias

    alteraes em sua estrutura. Nos locais onde se realizou os aterros, h presena

    constante da ao dos movimentos de massa, podendo ser identificados diferentes

    tipos de eroses, do tipo sulcos e ravinas, por exemplo, comprometendo, assim, a

    qualidade e a segurana do asfalto.

    A construo deste estudo se deu da seguinte maneira: primeiramente foi

    realizado um embasamento bibliogrfico, de forma a ajudar na compreenso da

    temtica proposta, contextualizando um breve histrico da geografia fsica e da

    geomorfologia, e definies objetivas em relao s caractersticas naturais,

    geolgicas e geomorfolgicas, considerando a situao da rea de estudo.

    Realizou-se, a caracterizao ambiental e geomorfolgica da rea depesquisa, onde se considerou a situao antes e aps a pavimentao, foram

    abordadas sucintas demonstraes das caractersticas fsicas dos municpios de

    Juna e Castanheira, considerando que os mesmos so interligados pela rodovia

    MT170.

    No ltimo momento tem-se os resultados dos trabalhos realizados nas

    visitas in loco na MT170, e de acordo com os objetivos propostos e orientaes

    bibliogrficas; a organizao dos dados, bem como a anlise e interpretao dos

    fatos ocorrentes; demonstraes da situao atual da via ilustradas atravs de

    imagens.

    Finalizou-se ento, com a concluso, onde foi possvel chegar alm do

    diagnstico dos tipos, conseqncia e causas dos movimentos de massa, s

    probabilidades de recuperao ambiental da rea.

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    2. MATERIAL E MTODO

    A execuo desse trabalho foi fundamentada, primeiramente, no

    embasamento terico mediante reviso bibliogrfica. Posteriormente, foram

    realizadas pesquisas de campo e aquisio do material bsico, para

    contextualizao dos impactos causados pelos movimentos de massa.

    Algumas informaes sobre os danos na estrutura do asfalto da rodovia

    foram obtidas informalmente por motoristas que trafegam pela mesma.

    Foi realizada entrevista com o laboratorista da construtora responsvel pelo

    asfalto, para a obteno de dados sobre os principais estudos realizados no sol o da

    rea a receber o pavimento.

    3. FUNDAMENTAO TERICA

    A geomorfologia a cincia, ramo da Geografia, que estuda a estrutura dos

    relevos da superfcie terrestre, considerando sua evoluo natural ou modificada.

    De acordo com SESTINI (1999), os movimentos de massa so

    condicionados a partir das variveis geolgicas, antrpicas, climticas, pedolgicas,

    geotcnicas e geomorfolgicas. Estas atuam interativamente, portanto no devem

    ser estudadas isoladamente.

    Os movimentos de massa envolvem uma massa ou volume de solo ou rocha

    que se desloca em conjunto (FORNASARI FILHO, 2009). So movimentos naturais

    de terra que fazem parte do modelado do terreno. A fora da gravidade o agente

    primrio do movimento (VALCARCEL, 1991). Diferenciam-se das eroses, pois

    ocorrem de gro em gro.

    De acordo com suas caractersticas principais de formao, natureza do

    material, velocidade e natureza do movimento (como o material se move), os

    movimentos de massa podem ser designados: rastejos (movimentos lentos),

    corridas, escorregamentos ou deslizamentos (movimentos rpidos), quedas deblocos ou queda de detritos.

    Os principais tipos de eroses causadas pelos movimentos de massa so as

    eroses lineares, ou seja, causadas pelo escoamento hdrico. Dentre os principais

    exemplos temos as ravinas, os sulcos e as voorocas, os dois primeiros encontrados

    na rea de estudo.

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    4. REA DE ESTUDO

    Pertencente ao municpio de Castanheira, o morro do Capia se localiza na

    MT 170, a 34 km de distncia do municpio de Juna . Com 300 metros de altitude em

    relao ao nvel do mar, est sobre o Crton Amaznico, geomorfologicamente

    localiza-se na Depresso do Norte de Mato Grosso. De acordo com a classificao

    geolgica brasileira de AZIZ ABSABER, encontra -se no escudo cristalino (formao

    geolgica bastante antiga, na era Pr Cambriana), onde comum a ocorrncia de

    rochas metamrficas, ou seja, rochas gneas, magmticas e metamrficas que

    sofrem transformaes fsicas e qumicas, quando submetidas temperatura e

    presso do interior da Terra, condies diferentes daquelas de sua formao. Desta

    maneira os minerais podem se tornar instveis e reagir formando outros minerais

    estveis s novas condies.

    Segundo MIRANDA e AMORIN (2000), est localizada na microrregio de

    Aripuan, predominncia do clima Equatorial, ou seja, quente mido, com uma

    estao seca e outra chuvosa, o que favorece a qualidade do solo. Os principais

    tipos de solo encontrados foram: Alissolos, Latossolos, Neossolos.5. RELATRIO DAS SADAS DE CAMPO

    A pesquisa na Mt 170 e o acompanhamento do morro do capia, duraram

    exatos um ano de estudo. Durante este perodo foi acompanhado a evoluo das

    eroses do mesmo. O quadro abaixo mostra a evoluo das ravinas encontradas:

    RAVINAS 1 VISITA21/04/2010

    2 VISITA11/07/2010

    3 VISITA20/09/2010

    4 VISITA02/11/2010

    1

    LARG: 3 m

    PROF: 3 m

    EXTENSO: 10 m

    LARG: 10 m

    PROF: 6,5 m

    EXTENSO: 23m

    LARG: 11 m

    PROF: 7 m

    EXTENSO: 30m

    LARG: 12 m

    PROF: 6,5 m

    EXTENSO: 30 m

    2LARG: 3 mPROF: 3 m

    EXTENSO: 10 m

    LARG: 3 mPROF: 4 m

    EXTENSO: 25m

    LARG: 3 mPROF: 4 m

    EXTENSO:31m

    LARG: 3,5 mPROF: 4 m

    EXTENSO: 31 m

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    Fig.1: Encosta sem vegetao no capia

    Fonte: LANIO, 2009

    Fig.2: Sulcos nas encostas da rodovia MT170.Fonte: ZOCCHE, 2010.

    Na rea especfica de estudo, verificou-se alto ndice de degradao, ou

    seja, o local sofreu e vem sofrendo gradativamente com os processos

    geomorfolgicos, causados principalmente pela alterao relativa da velocidade dos

    movimentos de massa, foram identificados vrios sulcos e trs ravinas em processo

    de degradao contnua pelo intemperismo fsico, j com dimenses alteradas.

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    Nesta, alm do estudo especifico no morro do capia, fez -se analisar

    vestgios de alteraes geomorfolgicas e a estrutura do asfalto na rodovia. Logo no

    incio do trajeto, verificou-se a construo de sarjetas nas encostas, medida de

    preveno ao perodo das chuvas que se inicia.

    Fig.6:Sarjetas nas encostas da MT170.Fonte: ZOCCHE, 2010.

    Neste perodo, iniciou tambm a construo das pontes sobre o Rio Relgio

    e Rio das Pedras, melhorando as condies de trfego, porm trazendo transtornos

    ao ciclo natural dos mesmos.

    FIg.7:Construo da ponte sobre o Rio das Pedras, MT170.Fonte: ZOCCHE, 2010.

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    A quarta e ltima visita realizou-se no dia 02 de novembro de 2010. durante

    trajeto da rodovia verificou a quase concluso das pontes sobre o Rio Relgio e Rio

    das Pedras. Nas proximidades do Rio das pedras foi localizada e explodida pela

    construtora, uma imensa rocha de Gnaisse, tipo de rocha metamrfica originada dogranito, onde parte da mesma esta sendo distribuda como aterro nas eroses no

    percurso da rodovia, tambm ser usada como base do asfalto da rea onde se

    encontra.

    Neste mesmo ponto foram colocadas trs galerias sobre o Rio das Pedras,

    este mesmo teve seu percurso alterado e suas condies fsicas comprometidas

    pelo uso de mquinas.

    Fig.11: Ponte sobre o Rio do Relgio.Fonte: LEMES, 2010

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    Fig.12:Rocha gnaisse, explodida na MT170.Fonte: ZOCCHE, 2010.

    Em algumas localidades da rodovia verificaram-se ondulaes na estrutura

    do asfalto. O caso observado nas dimenses do morro do capia o mais

    alarmante, as ondulaes chegam a oito centmetros. Esta alterao na estrutura do

    asfalto causa transtornos aos motoristas que se utilizam da via. Numa conversa

    informal com o motorista de nibus do transporte universitrio da Ajes, o mesmo

    relatou que quando passa pelo local viaja pela contra mo. Segundo ele, d uma

    sensao de que o nibus est tombando, quando passa sob re as ondulaes.

    Fig.13: Ondulao na estrutura do asfalto nas dimenses do capia.Fonte: ZOCCHE, 2010.

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    Em entrevista com o laboratorista da construtora do asfalto na rodovia, foi

    possvel diagnosticar que toda a pavimentao seguiu os parmetros nacionais e foi

    durante todo o perodo de construo acompanhada por um fiscal engenheiro do

    governo federal.

    7. CONCLUSO

    Foi possvel diagnosticar alteraes na estrutura geomorfolgica em todo o

    trajeto da rodovia MT170, causadas, principalmente, por aes antrpicas durante o

    perodo de pavimentao da mesma. Desta maneira notvel, tambm, alteraes

    nos movimentos de massa e consequntemente, verificou-se muitas eroses, que

    comprometem a estrutura asfltica da rodovia.

    As eroses encontradas so de porte paisagstico, geomorfolgico e

    geolgico, desta maneira verifica-se que o processo de degradao, causa fortepresso ecolgica, prejudicando o ciclo natural da rea.

    Diante da situao evidenciada, no se pde prever nenhuma soluo

    definitiva ao problema. Porm podem ser realizadas algumas medidas para

    amenizar a situao. Mas para que isto acontea se faz necessrio, primeiramente,

    que as autoridades competentes tomem conhecimento da realidade da encosta do

    aterro no morro capia, de forma a realizar os estudos geomorfolgicos na rea,

    para ento tomar as medidas cabveis.

    O foco da pesquisa voltou-se, tambm, em levar a problemtica encontrada

    no capia, ao conhecimento da populao, vendo que a mesma ser a mais

    prejudicada com a condenao da rea.

    8. REFERENCIAL I LIOGRFICO

    FORNASARI FILHO, Nilton. Processos de Dinmica superficial . So Paulo:

    ABGE, 1998.

    MIRANDA, Leodete; AMORIM, Lenice. Atlas Geogrfico do Mato Grosso. Ed.

    Estrelinhas, Cuiab-MT, 2000.

    PLANO NACIONAL RODOVIARIO. Disponvel em: Acesso

    em: 10 nov. 2010.

    PRESS, SIEVER, GROTZINGER E JORDAN. Para Entender a Terra, Disperso

    de Massa, Cap. 12. Bookman, 2006.

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    SESTINI, Marcelo Francisco. Variveis geomorfolgicas no estudo de

    deslizamentos em Caraguatatuba-SP, utilizando imagens TM-LANDSAT e SIG.

    Disponvel em:. Acesso em: 10 set. 2010.

    VALCARCEL, Ricardo. Problemas de recuperao de reas degradadas nos

    Alpes italianos e franceses. Disponvel em: Acesso em: 17 out.

    2010.

    Acesso em: 20 out. 2010.