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Leishmaniose Assintomática em Cães

Edição 01/2011

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Introdução

Quando a Bayer HealthCare, Divisão de Saúde Animal, realizou o 1º Simpósio

Internacional de CVBD* em 2006, abordamos a ameaça global de doenças trans-

mitidas por parasitas em cães (doenças transmitidas por vetores, CVBD*). O

tema teve como base a crença de que as doenças transmitidas por vetores devem

ser tratadas como um tópico, em nível global e de forma interdisciplinar. Atual-

mente, com o aumento das viagens internacionais e com o surgimento de alte-

rações climáticas, as doenças transmitidas por vetores tornaram-se um problema

global e passaram a ser de interesse público. Muitas das doenças transmitidas

por parasitas afetam seres humanos e animais. Entretanto, o cão, na qualidade

de melhor amigo do homem, tem um papel importante, já que é bastante afeta-

do e funciona como hospedeiro para alguns patógenos zoonóticos.

Devido ao interesse no assunto demonstrado durante o 1º Simpósio, pelos líde-

res de opinião em ciências naturais, medicina veterinária e medicina humana da

Europa, América do Norte, Austrália e Ásia a BayerHealthCare convidou estes

profissionais a formarem um grupo objetivando encontros anuais sobre CVBD*.

Formou-se o Fórum Mundial de CVBD*. Desde abril de 2006 o grupo se encontra,

pelo menos, uma vez ao ano em âmbito global para discutir os achados cientí-

ficos atuais, assim como futuras tendências e necessidades referentes à distri-

buição, patogênese, apresentação clínica, diagnóstico e prevenção de doenças

caninas transmitidas por vetores.

Além de reunir informações, o Fórum mundial de CVBD* busca chamar a aten-

ção para os riscos regionais específicos de CVBD* e promover medidas preventi-

vas. Por isso, um website (www.cvbd.org) foi criado para fornecer aos médicos

veterinários as mais recentes informações científicas clinicamente relevantes so-

bre CVBD*. Esse trabalho conta com o apoio da Bayer HealthCare, Divisão de

Saúde Animal.

No Boletim CVBD*, achados relevantes dos simpósios de CVBD* são apresenta-

dos periodicamente aos veterinários. A primeira edição começa com leishmanio-

se, um dos principais tópicos discutidos nos três primeiros simpósios realizados.

A leishmaniose é uma das principais doenças zoonóticas, sendo endêmica em

cerca de 70 países em todo o mundo. Em vários países, a importação da doença

é uma preocupação. Como a situação de cada região pode mudar rapidamente,

veterinários devem estar cientes da leishmaniose canina e, principalmente, das

implicações de cães assintomáticos.

*Canine Vector Borne Disease

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Trabalho adaptado do original “Asymptomatic Leishmaniosis in dogs”.Autor: Friederike Krämer Instituto de Parasitologia, Universidade de Medicina Veterinária, Hannover, Alemanha

Frequentemente mais de 50% dos cães com infecção por leishmania confirmada são portadores assintomáticos. Geralmente eles não são levados ao veterinário, mas podem transmitir a doença e, portanto, ajudar a manter a infecção em uma área endêmica. Os cães infectados sem sinais clínicos podem mudar para regiões anteriormente não endêmicas. A proteção geral dos cães por meio de um repe-lente parasiticida contra flebotomíneos pode reduzir o contato vetor-hospedeiro em portadores sintomáticos e assintomáticos infectados e, portanto, ajudar a controlar a doença.

A leishmaniose canina (Lcan) é uma doença severa transmitida por vetor, crônica, zoonótica com uma distribuição endêmica na Bacia do Mar Mediterrâneo, Ásia e América Latina. No Novo Mundo (América), o principal agente relacionado à leishmaniose visceral cutânea em cães é o protozoário Leishmania donovani / in-fantum, sin. L.chagasi, a qual pode causar leishmaniose visceral (LV) em humanos (Fig. 1). L. infantum é um parasita heteroxeno, isto é, precisa de dois hospedeiros para se desenvolver.

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Fig. 1: Formas amastigotas intracelular de Leishmania infantum em um macrófago de cão (citologia da medula óssea; esfregaço de sangue corado pela técnica de Giemsa)

(® Foto de Roura X., Barcelona, Espanha)

Os hospedeiros da leishmania são flebotomíneos do gênero Phlebotomus (Europa e Ásia) e Lutzomyia (América) (Fig. 2). Em relação aos vertebrados, os principais hos-pedeiros de L. infantum são os cães e outros membros da família canídea (raposas e lobos).

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Resposta imune

Infecção concomitante e/ou doença (por exemplo, Erliquiose, Hepatozoonose, Demodicose)

Imunossupressão ou terapia imunossupressora

Idade (2-4 anos, > 7 anos9)

Condição nutricional

Infecções repetidas

Virulência da Leishmania infantum isolada

O reservatório canino

O cão é um hospedeiro natural e um reservatório para L. infantum. Vivendo bem próximo ao homem, os cães também são os principais reservatórios para LV humana. Outros hospedeiros naturais, como, por exemplo, raposas, também são fontes adi-cionais para LV humana, mas é improvável que eles mantenham um ciclo de trans-missão independente dos cães infectados1.

Leishmaniose canina sintomática e assintomática

Várias pesquisas mostraram que mais de 50% dos cães com infecções confirmadas por L.infantum apresentam-se aparentemente saudáveis no diagnóstico clínico, o que os classifica como assintomáticos2, 3, 4, 5, 6. Influenciado por inúmeros fatores suspeitos (Tab.1), o curso da infecção é determinado principalmente pela natureza da resposta imune inata e adaptativa do hospedeiro (Fig. 3-5).

Fig. 2: Flebótomíneo (Phlebotomus spp.) alimentando-se em um dedo humano (® Foto de Pospischil R., Monheim, Alemanha)

Tabela 1: Fatores suspeitos de influenciar o curso da infecção por Leishmania infantum em cães (modificado ápos apresentação oral de Beneth G. no 3º simposio Int. de CVBD*)

*Canine Vector Borne Disease

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Sendo assim, nas áreas endêmicas, os cães com leishmaniose são geralmente classificados em quatro grupos: 1. Assintomáticos, cães resistentes, 2. Cães assin-tomáticos (pré-clínicos), 3. Cães oligossintomáticos (com sinais mínimos de leish-maniose), 4. Cães sintomáticos (sofrendo de diferentes formas de leishmaniose clínica)7. Os cães assintomáticos podem estar progredindo em direção à manifes-tação clínica da doença (casos prépatentes, grupo 2), permanecendo sem sinais por períodos prolongados (até durante a vida) ou tiveram remissão espontânea – os dois últimos, pertencentes ao grupo 1, são considerados resistentes (Fig. 6).

Essas diferentes apresentações clínicas, de subclínicas ou assintomáticas até a doença completamente desenvolvida, e os diferentes períodos de incubação en-tre 2 e 12 meses – com extensão a até mesmo alguns anos – dificultam muito os estudos epidemiológicos. Devido às sensibilidades massivamente diferenciadas dos testes diagnósticos, as pesquisas epidemiológicas podem subestimar a pre-valência de Lcan e o risco de transmissão do parasita8. Numerosos estudos com diferentes testes foram realizados a fim de melhorar a detecção de portadores assintomáticos. Até o momento, a combinação de sorologia e PCR altamente sensitiva é recomendada para uso em estudos de prevalência.

Fig. 3: Inflamação periocular severa com infecção bacteriana secundária (® Foto de Miró G., Madri, Espanha)

Fig. 5: Cão com lesões ulcerativas ao redor do olho

(® Foto de Miró G., Madri, Espanha)Fig. 4: Cão apresentando ceratouveíte (® Foto de Miró G., Madri, Espanha)

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Risco de transmissão

Tanto os cães assintomáticos quanto os sintomáticos são capazes de infectar fle-botomíneos. Epidemiologicamente, os cães assintomáticos desempenham um papel extremamente importante uma vez que eles são considerados saudáveis pelos seus donos e não são examinados e diagnosticados respectivamente como infectados ou potencialmente infectados. Eles representam um reservatório vivo duradouro para os vetores de leishmania, possivelmente levando a doença para áreas anteriormente livres de leshmaniose, caso o vetor esteja presente10.Ainda é questionável se os cães assintomáticos têm capacidade menor ou igual para infectar o vetor em relação aos sintomáticos. Sob condições experimentais, os cães sintomáticos mostraram ser quatro vezes mais infectáveis aos vetores flebotomíneos do que os cães oligo ou assintomáticos9.

Controle da LCAN

O controle deve ser focado na proteção de cães contra flebotomíneos em geral e, portanto, deveria afetar igualmente cães assintomáticos. A proteção pode ser conseguida evitando-se a exposição ao vetor e o controle do mesmo. Isto implica num comportamento adaptado às atividades circadianas e sazonais do vetor (por exemplo, os cães não deveriam ser levados para passear ao pôr-do-sol e dormir do lado de fora) e, especialmente a proteção de cães com produtos repelentes11.Em climas temperados, a proteção com repelentes durante os meses de verão pode ser suficiente para proteger cães domésticos. Em climas tropicais a trans-missão de leishmania ao longo do ano e o envolvimento frequente de grandes números de cães errantes requer uma proteção repelente prolongada que deve ser monitorada pelas autoridades de saúde pública. Além disso, é preferível o uso de um ectoparasiticida de amplo espectro para minimizar o risco de outras doen-ças transmitidas por carrapatos, pulgas e mosquitos. Ademais, ao viajar para áreas endêmicas os donos dos animais de estimação devem dar grande importância ao uso de repelentes para prevenir que os flebotomíneos se alimentem, inibindo con-sequentemente a transmissão da doença.

DoençaSintomática

Diagnósticos negativos

PCR Positivo

Soropositivo

Fig. 6: Distribuição de parâmetros de diagnósticos em uma população de cães em área endêmica

*Canine Vector Borne Disease

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Referências

1. Courtenay O., Quinnell R.J., Garcez L.M., Dye C. (2002): Low infectious-ness of a wildlife host of Leishmania infantum: the crab-eating fox is not important for transmission. Parasitol. 125, 407–14

2. Berrahal F., Mary C., Roze M., Berenger A., Escoffier K., Lamouroux D., Dunan S. (1996): Canine leishmaniasis: identification of asymptomatic carriers by polymerase chain reaction and immunoblotting. Am. J. Trop. Med. Hyg. 55, 273–277

3. Brandonisio O., Carelli G., Ceci L., Consenti B., Fasanella A., Puccini V. (1992): Canine leishmaniasis in the Gargano promontory (Apulia, South Italy). Eur. J. Epidemiol. 8, 273–276

4. Dantas-Torres F., de Brito M.E., Brandão-Filho S.P. (2006): Seroepidemio-logical survey on canine leishmaniasis among dogs from an urban area of Brazil. Vet. Parasitol. 140, 54–60

5. Lachaud L., Chabbert E., Dubessay P., Dereure J., Lamothe J., Dedet J.P.**, Bastien P. (2002): Value of two PCR methods for the diagnosis of canine visceral leishmaniasis and the detection of asymptomatic carriers. Parasi-tol. 125, 197–207

6. Miranda S., Roura X.**, Picado A., Ferrer L., Ramis A. (2007): Character-ization of sex, age, and breed for a population of canine leishmaniosis diseased dogs. Res. Vet. Sci., Oct. 15 (e-publication)

7. Oliva G.**, Foglia Manzillo V., Pagano A. (2004): [Canine leishmaniosis: evolution of the chemotherapeutic protocols.] Parassitologia 46, 231–234

8. Campino L., Santos-Gomes G., Rica Capela M.J., Cortes S., Abranches P. (2000): Infectivity of promastigotes and amastigotes of Leishmania infan-tum in a canine model for leishmaniosis. Vet. Parasitol. 92, 269–275

9. Michalsky E.M., Rocha M.F., da Rocha Lima A.C., França-Silva J.C., Pires M.Q., Oliveira F.S., Pacheco R.S., dos Santos S.L., Barata R.A., Romanha A.J., Fortes-Dias C.L., Dias E.S. (2007): Infectivity of seropositive dogs, showing different clinical forms of leishmaniasis, to Lutzomyia longipalpis phlebotomine sand flies. Vet. Parasitol. 147, 67–76

10. Capelli G. (2007): Asymptomatic and symptomatic dogs in endemic areas, their role in the epidemiology of canL. Proc. 2nd Int. CVBD Symposium 2007, 58–63

11. Otranto D.**, Paradies P., Lia R.P., Latrofa M.S., Testini G., Cantacessi C., Mencke N.**, Galli G., Capelli G.**, Stanneck D. (2007): Efficacy of a combination of 10% imidacloprid/50% permethrin for the prevention of leishmaniasis in kennelled dogs in an endemic area. Vet. Parasitol. 144 83–4): 270–8

** Membro do Fórum Mundial de CVBD*

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