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RÉSUMÉS

Angkor et l’Islam. Note sur la stèle arabe du Bhnaṃ Pākhaeṅ (K.1081) Nasir ABDOUL-CARIME (fondateur de l’AEFEK) & Grégory MIKAELIAN

(chargé de recherche au Centre Asie du Sud-Est, UMR 8170, CNRS/EHESS) Un examen de la documentation portant sur la stèle arabe du Bhnaṃ

Pākhaeṅ découverte en 1920 suivi d’une discussion des interprétations historiques qui en ont été données en 1924 (George Groslier vs. Victor Goloubew) autorisent à poser qu’elle ne date pas du règne du roi khmer Rāma converti à l’Islam (r. 1642-1658) mais plus vraisemblablement du XVIe siècle. Une édition intégrale de la stèle par Ludvik Kalus figure à l’appui de cette démonstration en annexe, qui complète l’édition partielle donnée par Gabriel Ferrand en 1922.

Au-delà de la représentation d’Angkor Vat sur un plan japonais du XVIIe

siècle Nasir ABDOUL-CARIME (fondateur de l’AEFEK) Cette note est l’occasion de relativiser l’idée préconçue, encore largement

partagée, d’un dialogue bilatéral monopolistique qu’entretiendrait l’Occident avec le site angkorien. Plus précisément, que la redécouverte d’Angkor et de son prestige passé serait corrélative aux regards occidentaux, aussi bien par le récit d’Henri Mouhot que par les savants travaux de l’EFEO, bref une « affaire » entre Khmers et Occidentaux. Alors que l’histoire ne dit rien de tel. Vers la fin du XVIe s et tout le long du XVIIe s, la bouddhisation du site angkorien perpétue l’aura du lieu auprès des coreligionnaires asiatiques proches et lointains, générant à son profit un mouvement de pèlerinage religieux doublé de curiosité intellectuelle. Les premiers témoignages contemporains d’Occidentaux signalent ainsi la présence de Siamois, Laos, Pégouans, Birmans. Sans oublier ce fameux plan japonais d’Angkor du second quart du XVIIe siècle, qui illustre matériellement et historiquement l’existence de ce regard étranger non-occidental sur Angkor.

Relation Nouvelle et Curieuse du Royaume de Lao Père Giovanni Filippo de MARINI, éd. par Jacques NÉPOTE, chargé de

recherche au CNRS (†) & Marie-Sybille de VIENNE, professeur à l’INALCO. La présente relation (soit les six premiers chapitres de l’ouvrage du Père de

Marini en version française) est une compilation d’écrits jésuites et en particulier de ceux du Père Leria, par un confrère polygraphe résidant à Macao. Première monographie relative au Laos en langue occidentale, elle

Résumés 266

montre que le Lan Xang jouissait d’une grande prospérité au tournant des années 1640 et constituait une puissance régionale significative, dotée de surcroît d’un vif prestige religieux. Écrite dans une perspective apologétique, elle n’en reste pas moins un document de qualité, singulièrement par la richesse de ses informations relatives à l’histoire du bouddhisme ou aux peuples taïs.

Échapper aux pirates malais, de Malacca à Pulau Condor en 1789 Charles de CONSTANT, éd. par Marie-Sybille de VIENNE, professeur à l’INALCO

Le texte présenté ici est un extrait du journal du troisième voyage ‘à la Chine’ de Charles de Constant (1762-1835), issue d’une famille réputée pour ses talents littéraires. L’auteur y décrit les trois semaines de navigation de Malacca à Pulau Condor à l’été 1789, où il apparaît que les Hollandais n’exercent qu’une suzeraineté nominale non seulement sur les détroits, mais aussi sur les faubourgs de Malacca. La guerre fait rage avec les Bugis et leurs affidés malais au point que les navires occidentaux ne peuvent circuler qu’en convoi, et ce jusqu’aux côtes de Cochinchine.

Addenda à l’inventaire du Fonds Adhémard Leclère

Grégory MIKAELIAN (chargé de recherche au Centre Asie du Sud-Est, UMR 8170, CNRS/EHESS)

Près d’un siècle après sa mort, Adhémard Leclère (1853-1917) surprend encore les archivistes d’Alençon, sa ville natale. Quelques soixante-dix documents appartenant au Fonds Adhémard Leclère (FAL) ont en effet été retrouvés récemment par les bibliothécaires de la Médiathèque municipale, au hasard de recollements. Le présent inventaire sert de complément à l’inventaire détaillé du FAL publié en 2011.

Onorato Oddera (1864-1929) et l’aimable Maa’, la photographie d’un

groupe indigène au temps de l’expansion coloniale du début du XXe siècle Jean-Pierre CHAZAL, Historien des relations culturelles des mondes

austronésien et européen, Webmestre du site Montagnards.info

À partir du début du XXe siècle, une série de photographies constitue la première représentation conséquente des groupes de parler Môn-Khmer, Maa’ et Jroo. Œuvre de divers photographes, elle est rendue possible par un garde forestier, Honoré Odéra. L’article retrace le parcours de ce personnage clé des premiers contacts suivis avec les autochtones en relation avec la production photographique à ce moment particulier de la colonisation.

267

RESUMOS

Angkor e o Islão. Nota sobre a estela árabe do Bhnaṃ Pākhaeṅ (K.1081) Nasir Abdoul-Carime (fundador do AEFEK) & Grégory Mikaelian

(encarregado de investigação no Centro Ásia do Sudeste, UMR 8170, CNRS/EHESS)

Uma revisão da documentação sobre a estela árabe do Bhnaṃ Pākhaeṅ descoberta em 1920 seguido por uma discussão das interpretações históricas que foram feitas em 1924 (George Groslier vs. Victor Goloubew) permitem perguntar que não data do reino do rei khmer Rāma convertido ao Islão (r. 1642-1658) mas mais provavelmente do século XVI. Uma edição integral da estela por Ludvik Kalus parece apoiar esta demonstração em anexo, que completa a edição parcial dada por Gabriel Ferrand em 1922.

Para além da representação de Angkor Vat sobre um plano japonês do

século XVII Nasir Abdoul-Carime (fundador do AEFEK) Esta nota é a ocasião de relativizar a ideia preconcebida, ainda amplamente

compartilhada, de um diálogo bilateral monopolístico que manteria o Ocidente com o sítio Angkoriano. Especificamente, a redescoberta de Angkor e o seu prestígio passado seria correlativa aos olhos ocidentais, tanto pela narrativa de Henri Mouhot que pelos trabalhos cientistas do EFEO, resumidamente “um negócio” entre Khmers e Ocidentais. Enquanto que a história não diz nada do tipo. No final do século XVI e ao longo do século XVII, a « budisação » do sítio angkoriano perpetua a aura do lugar com os correligionários asiáticos parentes e afastados, gerando ao seu lucro um movimento de peregrinação religioso dobrado de curiosidade intelectual. Os primeiros testemunhos contemporâneos de Ocidentais indicam a presença de Siameses, Laos, Pégouans, Birmaneses. Sem esquecer o famoso plano japonês de Angkor do segundo quarto do século XVII, que materialmente e historicamente ilustra a existência deste olhar estrangeiro não-ocidental sobre Angkor.

Relação Nova e Curiosa do Reino de Lao Padre Giovanni Filippo de MARINI, ed. por Jacques NÉPOTE, encarregado

de investigação no CNRS (†) & Marie-Sybille de VIENNE, professor no INALCO.

A presente relação (ou seja os seis primeiros capítulos da obra do Padre de Marini em francês) é uma compilação de escritos jesuítas e em particular os do Padre Leria, por um confrade polígrafo residente de Macau. Primeira

Resumos

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monografia relativa ao Laos em língua ocidental, mostra que o Lan Xang gozava de uma grande prosperidade no momento decisivo dos anos 1640 e constituia uma potência regional significativa, dotada além disso de um vivo prestígio religioso. Escrita numa perspectiva apologética, permanece um documento de qualidade, especialmente pela riqueza das suas informações relativas à história do budismo ou aos povos tais.

Escapar aos piratas malaios, de Malacca a Pulau Condor em 1789 Charles de CONSTANT, ed. por Marie-Sybille de VIENNE, professor no INALCO

O texto aqui apresentado é um extrato do jornal da terceira viagem « à China » de Charles de Constant (1762-1835), que vem de uma família conhecida por seus talentos literários. O autor descreve as três semanas de navegação de Malacca a Pulau Condor no verão 1789, onde aparece que os Holandeses exercem apenas uma soberania nominal não só sobre os estreitos, mas também nos arredores de Malacca. A guerra continua com os Bugis e seus cúmplices malaios ao ponto que os navios ocidentais podem circular apenas em trem, até a costa da Cochinchina.

Addenda ao inventário do Fonds Adhémard Leclère

Grégory MIKAELIAN (encarregado de pesquisa no Centro Ásia do Sudeste, UMR 8170, CNRS/EHESS)

Quase um século após a sua morte, Adhémard Leclère (1853-1917) surpreende ainda os arquivistas de Alençon, sua cidade natal. Cerca de setenta documentos que pertencem ao Fundos Adhémard Leclère (FAL) foram encontrados recentemente pelos bibliotecários da Mediateca municipal, por acaso de inventários. Este inventário serve de complemento ao inventário detalhado do FAL publicado em 2011.

Onorato Oddera (1864-1929) e o amável Maa', a fotografia de um grupo indígena na época da expansão colonial no início do século XX

Jean-Pierre Chazal, Historiador das relações culturais dos mundos austronésio e europeu, Webmestre do site Montagnards.info

Desde do início do século XX, uma série de fotografias constitui a primeira representação consistente dos grupos que falam Môn-Khmer, Maa' e Jroo. Obra de varios fotógrafos, é tornada possível graças a um guarda florestal, Honoré Odéra. O artigo reconstitui o percurso desta personagem - chave dos primeiros contatos seguidos com os autóctones em relação à produção fotográfica neste momento particular da colonização.

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ABSTRACTS

Angkor and Islam. Note on the Arab stele of the Bhnaṃ Pākhaeṅ

(K.1081)

Nasir ABDOUL-CARIME (founder of AEFEK) & Grégory MIKAELIAN

(Southeast Asia Research Centre, UMR 8170, CNRS / EHESS).

A review of the literature dedicated to the Arab stele of the Bhnaṃ Pākhaeṅ

discovered in 1920, followed by a debate of the two historical interpretations

given in 1924 (George Groslier vs. Victor Goloubew) allows re-asserting its

datation. The stele has not been made during the reign of the Cambodian king

Rāma, converted to Islam (r. 1642-1658), but more likely belongs to the

sixteenth century. A complete edition of the stele epigraphs by Ludvik Kalus

is annexed in support of this demonstration, which completes the edition

published by Gabriel Ferrand in 1922.

Beyond the Representation of Angkor Vat on a 17th century Japanese

Map

Nasir ABDOUL-CARIME (founder and chairman of AEFEK)

This note aims to relativize the preconceived idea, still largely shared, of a

bilateral dialog with the site of Angkor, whose practice would be in the sole

hands of the Western World. More precisely, that the rediscovery of the site

and of its former prestige would be correlative with Western relations,

through Henri Mouhot’s description or EFEO erudite work: an affair between

Khmers and Westerners, which history does not corroborate. At the end of

the 16th century and during the whole 17

th century, the buddhisation of the

Angkorian site perpetuated the aura of the place, for close and further Asian

co-religionists as well, inducing the development of religious pilgrimages and

intellectual curiosity. The first contemporary Western testimonies relate the

presence of Siamese, Laos, Peguans, and Burmeses. The famous Japanese

map of Angkor drawn during the second quarter of the 17th century

illustrates materially and historically the existence of this non-Western

foreign knowledge.

New and Curious Relation on the Lao Kingdom

Père Giovanni Filippo de MARINI, ed. by Jacques NÉPOTE, senior

researcher, CNRS (†) & Marie-Sybille de VIENNE, professor at INALCO.

The present relation (i.e. the first six chapters of the French edition of

Father de Marini’s book) is the compilation of several Jesuit documents,

particularly those of Father Leria, by a fellow polygraph living in Macao.

First monograph relating to Laos written in a Western language, it shows that

Abstracts 270

the Lan Xang kingdom enjoyed a great prosperity around the years 1640 and

was a significant regional power, endowed with tremendous religious

prestige. Though the document is written from the apologetic point of view,

its quality is obvious, singularly by the number of informations relating to the

history of Buddhism or to the Tai people.

To escape Malay pirates, sailing from of Malacca to Pulau Condor in

1789

Charles de CONSTANT, ed. by Marie-Sybille de VIENNE, professor at

INALCO

The text presented here is extracted from the Journal of Charles de

Constant’s third voyage to China. The author (1762-1835), who belongs to a

family well known for its literary talents, describes here the three weeks and

a half sailing from Malacca to Pulau Condor during the summer 1789. It

reveals that the Dutch exert only a nominal suzerainty on the straits as on the

suburbs of Malacca. The war makes rage with the Malays and the Bugis so

that the Western vessels must navigate in convoy, up to the coasts of

Cochinchina.

Addenda to the inventory of the Fonds Adhémard Leclère

Grégory MIKAELIAN (resercher, Centre Asie du Sud-Est, UMR 8170,

CNRS/EHESS)

Nearly a century after his death, Adhémard Leclère (1853-1917) still

surprises the archivists of Alençon, his hometown. Some seventy documents

belonging to the Fonds Adhémard Leclere (FAL) have been recently found in

Alençon’s library. The paper draws up an inventory to complement the

detailed inventory of the FAL already published in 2011.

Onorato Oddera (1864-1929) and the Friendly Maa’, the photography

of an indigenous ethnic group during the French colonial expansion of the

early XXth century

Jean-Pierre CHAZAL, historian, specialized on the relationship between the

Austronesian and the European Worlds, Webmaster of

www.montagnards.info

Starting in the early years of the 20th century, a series of photographs is the

first substantial representation of Maa’ and Jroo, Môn-Khmer speaking

groups. Produced by various photographers, it is enabled by a forest ranger,

Honoré Odéra. The paper describes the career of this key figure of early

lasting contacts with indigenous populations in relation with the photographic

production of this particular stage of the French colonization of Indochina.

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Abstracts 272

273

Abstracts 274

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