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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOISESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL

EXECUO DE CORTES EM SOLOS E ROCHAS

Gabriel Csar Cunha 124311Jess Alves Cardoso de Oliveira 120967Marcos Aurlio Tiago de Oliveira 124322Victor Mariano Maciel 129316Zhou Guan Chen 128075

Introduo GeotecniaProfessor: Dr. Carlos Alberto Lauro Vargas

Novembro 2013Introduo

O que um corte?Basicamente, uma seco que se faz em determinado objeto a ser trabalhado. Este objeto, em questo, so os solos e rochas. Por sua vez, o que significam? So respectivamente: solo a camada que recobre as rochas, sendo constitudo de propores e tipos variveis de minerais (formados por intemperismo da rocha subjacente, a rocha-me) e de hmus (matria orgnica decomposta por ao de organismos do solo). O nome tcnico para o solo, em geologia, manto de intemperismo, e ele se localiza logo acima da litosfera. Tem diversas classificaes, podem ser argilosos, siltosos, arenoso, humoso e calvrio. Rocha, por sua vez, um agregado slido que ocorre naturalmente e constitudo por um ou maismineraisoumineraloides. A camada externa slida da Terra, conhecida porlitosfera, constituda por rochas. O estudo cientfico das rochas chamado de petrologia, um ramo da geologia. O tema a ser trabalhado execuo de cortes em rochas e solos. A abrangncia de nosso tema ser para a construo de taludes artificiais. Poderamos dizer sobre cortes em rochas no intuito de ornamentao, porm esse no ser o nosso foco de estudo. Neste ser desenvolvido dados bsicos para o entendimento de cortes em rochas e solos. A diferena de talude artificial e natural, por exemplo, ser abordada. Questes como a estabilidade de um talude, a orientao (xistosidade) das rochas e solos, fatores de segurana que determina uma carga menor que ser aplicada diante uma superior de ruptura , fratura de rochas e sistemas de conteno de taludes sero, tambm, abordados. Ser abordado, por final, um estudo de caso. Este se referir ao km 195 da rodovia Washington Lus, que necessitou realizar um corte na Serra dos Padres para que a rodovia pudesse continuar seu caminho. Porm, com o passar do tempo houve um aumento populacional em seu entorno, com aumento significativo do transporte rodovirio nesta rodovia, com a necessidade, ento, de se expandir a rodovia no sentido do talude. Ao iniciarem uma tentativa de expanso da rodovia em questo percebeu-se um escorregamento no talude, no entanto, aplicada uma soluo, simples, corrigiu-se o problema. No estudo de caso sero abordadas solues para diversos problemas diferentes existentes e como foi solucionado o problema do caso citado.Contedo1 Taludes51.1 Tipos de Taludes62 Estabilidades de taludes63 Escorregamentos74 Cortes75 Estudo de caso115.1 Sistematizao dos processos de estabilizao115.2 Consideraes sobre os principais mtodos115.3 Mudanas na geometria do talude125.4 Drenagem de gua subterrnea125.5 Reforo do macio135.6 Controle de desmonte135.7 Experincia brasileira na estabilizao de taludes135.8 Instrumentao de taludes145.9 Mtodos e tcnicas de instrumentao155.10 Topografia155.11 Fotogrametria area e terrestre165.12 Extensmetro de superfcie e medidores de fenda165.13 Instrumentao de subsuperfcie165.14 Medidores de presso e nvel de gua165.15 Medidores de carga e presses em estruturas de conteno e suportes165.16 Medidores de microrrudos166 Estudo de caso da rodovia Washington Lus KM 195176.1 O Talude da rodovia176.2 Soluo196.3 Monitoramento207 Concluso218 Referncias Bibliogrficas21

1 Taludes

Talude uma superfcie de solo que forma um ngulo com a superfcie horizontal que delimita um macio terroso ou rochoso, podendo ser natural ou artificial, (Oliveira e Almeida, 2011).O talude natural foi criado pela ao da natureza, pela ao geolgica ou pela ao das intempries (chuva, vento, deslizamentos etc.). Os taludes artificiais, o prprio nome diz que eles foram criados pelas mos humanas, encontramos tais taludes em minas a cu aberto, em valas para assentamento de tubo de gua na lateral de estradas, ruas, rios e at nos fundos das casas construdas em locais de aclive ou declive.As duas figuras, a seguir, mostram exemplos de taludes, sendo o primeiro natural e o segundo artificial.

Figura 1: Talude natural. Figura 2: Talude artificial.

Independente de sua origem, ele constitudo pelas seguintes partes tpicas, como ilustram as figuras.

Figura 3: Seco no talude Figura 4: Seco no talude ( 2)Observe que ele constitudo pelas seguintes partes: A crista ou topo sendo a parte mais elevada, saia do talude e o p do talude, a parte mais baixa. Sua altura a medida da distncia vertical entre o p e a crista e o seu ngulo medido entre a superfcie inclinada e a horizontal.1.1 Tipos de Taludes

Os taludes so dividos em:

Taludes naturais Taludes de escavao Taludes de aterro

2 Estabilidades de taludes

Existem diversos fatores que afetam a estabilidade de um talude, por exemplo: altura, inclinao, os planos e as zonas de fraqueza, resistncia, deformabilidade, heteregeneidade das camadas de subsolo, percolao da gua, ocorrncia de fendas de trao e a atuao de cargas dinmicas.Objetivando a comprovao das influncias dos fatores naturais sobre um talude natural, no trabalho de (Apud, SILVA, 2006), foi demonstrado que aps uma leve chuva, a tenso capilar variou de zero prximo superfcie at 1000 Kpa a um metro de profundidade, em um talude de siltito. A frente de saturao gerada por uma chuva pode atingir rapidamente o p do talude (no contato sola rocha), evento que contribui para a instabilidade do talude.A anlise de estabilidade de um talude de difcil realizao, o engenheiro civil responsvel disso ter que o fator de segurana do talude. Mudanas na geometria do talude consequentemente resultaro em mudanas nesse fator, (Braja, 2007).Enfatizando a ao humana na estabilidade de taludes, como a execuo de cortes, mudanas no regime hdrico do talude, desmatamento etc. Em seu trabalho YAMANOUCHI E MURATA, 1973,(apud SOUZA, 2006), descreveram que aps o terremoto Ebino, que ocorreu em 1968, vrios taludes de um solo residual vulcnico denominado shirasu desmoronaram, no evento os taludes naturais tiveram danos, entretanto, os taludes de corte foram os que sofreram os danos mais srios.A estabilidade de um talude uma medida que indica o que estrutura capaz de suportar, se ir ceder ou no quando houver eventos como a precipitao chuvas, que aumenta o peso especfico da massa e acentua a ao da gravidade no talude, se ela suporta carregamentos distribudos, e tambm se possvel a execuo de corotes, assim como outros fatores. 3 Escorregamentos

Medidas preventivas em taludes so necessrias devido aos desprendimentos ou deslizamentos de terras ou de massas que podem ocorrer com a superfcie, e infelizmente, dependendo da sua localizao ocorrer danos substanciais sendo eles econmicos materiais e os piores, as perdas e traumas humanos.SOUZA (2006), afirma que as causas que determinam o escorregamento de um talude dependem do fenmeno que contribuiu para o aumento da tenso de cisalhamento ou reduo da resistncia ao cisalhamento.Segundo (Varnes e Hungr) os deslizamentos podem ser divididos em cinco grupos:

a) Quedas ou desprendimentos (falls): destacamento ou descolamento de solo ou rocha de um talude ngreme. b) Desprendimento (topples): rotao de massa de solo ou rocha em um ponto ou eixo abaixo do centro de gravidade da massa deslizante. Pode levar ao movimento de queda ou escorregamento propriamente dito, dependendo da geometria do terreno. c) Escorregamento (propriamente dito ou slide): movimento de descida de massa de solo ou rocha, tendo uma superfcie de ruptura bem definida. Geralmente o centro de rotao est acima do centro de gravidade da massa deslizante. Quando ocorre lenta e progressivamente, pode receber tambm o nome de rastejo ou creep. d) Espalhamento (Spread): descreve movimentos relativamente rpidos de massas de argila, que se deslocam para frente por uma distncia considervel. e) Corridas de lama (mood flow): Movimentos muito rpidos de solo argiloso mole, que se move como se fosse um fluido viscoso. Movimentos de fluxo tambm podem acontecer com outros materiais, por exemplo, areia seca.

4 Cortes De acordo com a norma, DNIT 106/2009 ES, os cortes so realizados quando segmentos da rodovia requerem escavao do material constituinte do terreno natural ao longo dos limites que definem o corpo estradal. Ou seja, corte a retirada de material. Os cortes so divididos em corte a cu aberto praticado na superfcie do solo, corte a meia encosta que a escavao para passagem de rodovias mas que atinge apenas parte de sua seo transversal. O corte em caixo a escavao em que os taludes esto praticamente na vertical. A plataforma de estrada a superfcie do terreno que compreende entre os dois ps dos cortes, entre as duas cristas dos aterros ou do p do corte a crista do aterro quando a seo mista. As etapas do corte so dividas em:1) Escavar o terreno natural at atingir o greide de terraplenagem, podendo ultrapassar o greide quando ao atingi-lo encontrar rochas em decomposio, solos orgnicos ou solos de baixa capacidade de carga.2) Retiradas das camadas de m qualidade para garantir uma boa fundao.3) Carga, transporte e descarga dos materiais retirados para locais de depsitos apropriados. Os cortes podem ser classificados de acordo com a seo de projeto em cortes de seo plena ou em caixo e cortes de meia encosta ou de seo mista. No primeiro a implantao corresponde ao encaixe completo da seo escavada no terreno natural. No segundo quando a implantao corresponder ao encaixe parcial da seo do projeto no terreno natural, nesse caso preciso aterrar parte da plataforma. Os materiais que sero escavados para a realizao dos cortes so classificados em trs categorias:1) 1 Categoria: Solos em geral.2) 2 Categoria: So os materiais que apresentam uma resistncia ao desmonte mecnico inferior ao de uma rocha inalterada, so os blocos de rochas inferior a 2 m e as pedras de dimetro de 0,15 a 1,0 m. Sua extrao feita atravs de uma combinao de mtodos que utilizam um equipamento de escarificao.3) 3 Categoria: So os materiais que apresentam uma resistncia ao desmonte mecnico igual ao de uma rocha inalterada e compreendem os blocos de rocha com dimetro mdia de 1,0 m ou de volume igual ou superior a 2,0 m, sua extrao realizada somente com o emprego de explosivos. O terreno natural que ser submetido ao corte constitudo por solos, rochas alteradas, rochas ou associaes deste tipo. A seleo dos equipamentos para a execuo dos cortes deve ser de acordo com o nvel de dificuldade ao desmonte. Que tambm deve se preocupar com os custos das horas trabalhadas e a produtividade do equipamento.1) Cortes em solo: Sero utilizados tratores com lminas, escavo transportadores, ou escavadores conjugados com transportadores diversos. O processo ocorrer com a utilizao de tratores e motoniveladoras para a escarificao e tambm manuteno de servios e rea de trabalho, e tambm tratores para o pusher, ps carregadeiras e tambm ferramentas manuais.2) Cortes em rochas:Sero utilizados perfuratrizes pneumticas ou eltricas, compressores de ar, ferramentas de cortes para preparo das minas, tambm sero utilizados tratores com lminas para a limpeza da rea de trabalhoe escavadores conjugados com transportadores para a carga e transporte do material retirado. Sero utilizados tambm explosivos e detonadores adequados.3) Remoo dos solos orgnicos atravs de retroescavadeiras e escavadeiras com complementos adequados. Figura 5: Maquinrio de corte/escavao Figura 6: Maquinrio de corte/escavao

Figura 7: Maquinrio Figura 8: Maquinrio

Os cortes de rochas sero executados submetidos aos detalhes tcnicos do projeto que garantem a eficcia da execuo. Quando for alcanado o nvel da plataforma se for verificada a ocorrncia de rocha s ou em decomposio deve rebaixar o greide 0,4 m e preencher o rebaixo com material inerte. Se for verificada a ocorrncia de solos em expanso maior que 2% deve ser removido 0,6 m e tambm deve preencher com materiais selecionados de acordo com o projeto. A inclinao outro fator que deve ser considerado de acordo com o projeto de engenharia e a superfcie do talude deve estar desempenada. A medida que o corte executado deve-se manter a inclinao adequada, essa inclinao pode ser verificada com gabaritos. Para garantir a segurana do trnsito no permitido a presena de blocos de rochas que possa colocar em risco. Quando os cortes em rocha envolve uso de explosivos dever obrigatoriamente ser construdo locais para armazenamento situado em rea com pouco movimento, objetivando a segurana. A detonao deve ser feita em horrios marcados e seguidos rigorosamente e no trabalhar com os explosivos a noite. Tambm deve avisar a comunidade local e ao trfego de usurio bem como no permitir a presena de pessoas prximas ao local da execuo. A escavao deve ser realizada mediante a previso do destino dos materiais retirados, seja para aterros ou para rejeio. Os materiais retirados podem ser utilizados na confeco das camadas superficiais da plataforma. Assim como se detectado a convenincia tcnica do material retirado do corte para a fabricao de alvenarias ser feito o depsito dos materiais para ser utilizado posteriormente.Na execuo de cortes importante a preocupao com o meio ambiente, desenvolvendo cuidados que proporcionam um menor impacto. Para isso quando houver excesso de material e for impossvel incorporar todo material nos aterros sero feitos bota-foras. Que preferencialmente localizada a jusante da rodovia. Os taludes devero ter inclinaes adequadas para evitar escorregamentos. Nos bota-foras deve-se tomar o cuidado na execuo para evitar que escoamento de guas pluviais possa carregar o material que depositado. Tambm dever ser feito revestimento vegetal a fim de incorpor-los paisagem da localidade. E Na execuo importante evitar o transporte de mquinas e outros equipamentos de servios fora da rea de trabalho para evitar a degradao da paisagem natural.

5 Estudo de caso

Para qualquer caso estudado, as condies de contorno tm influncia importante no tipo de soluo que ser implantada. Assim evidente que a estabilizao de uma encosta em regio urbana, ou um talude de rodovia, ou ainda outro de minerao, podem constituir problemas semelhantes que precisam ser abordados com diferentes solues. Alm disso, precisa-se avaliar em qual estgio o problema se encontra para poder determinar se ser realizada uma correo preventiva ou corretiva.

5.1 Sistematizao dos processos de estabilizao

Segundo Guidicini & Nieble (1983), os processos preventivos ou corretivos, geralmente abrangem algumas providncias bsicas que so tomadas durante a correo do problema. Estas providncias so tomadas segundo as causas levantadas como principais geradoras do problema e segundo o modo de ao pelos quais so aplicadas, desse modo pode-se dizer que so cuidadosamente escolhidas abordagens especficas para cada tipo de caso. Estas providncias podem ser agrupadas em sete categorias, estas so:1- Eliminao da gua;2- Atenuao do dessecamento;3- Atenuao da presso da gua;4- Atenuao dos efeitos da gravidade;5- Atenuao e controle da eroso;6- Combate a ao do gelo, e;7- Diversos. importante lembrar que os taludes naturais ligados a rochas matrizes apresentam comportamento mecnico muito semelhante ao da rocha matriz. Assim os processos de estabilizao de taludes rochosos ou terrosos basicamente apresentam as mesmas abordagens sendo aplicados com diferentes intensidades de caso para caso.5.2 Consideraes sobre os principais mtodos Em 1974, Hoek e Londe resumiram as tcnicas de melhoria de estabilidade de taludes rochosos em quatro grupos bsicos:1- Mudana na geometria do talude;2- Drenagem de gua subterrnea;3- Reforo do macio, e;4- Controle de desmonte. Destes, os trs acima podem ser aplicados tambm a taludes terrosos. A seguir cada grupo ser comentado.5.3 Mudanas na geometria do talude

Quando se fala em mudana da geometria do talude geralmente se refere a reduo da altura do talude ou a reduo do ngulo de inclinao do talude. Quando esta uma medida apropriada, apresenta ainda a vantagem de ser o meio mais barato para se estabilizar um talude. Porm, nem sempre constitui a medida mais efetiva visto que a reduo ou da altura do talude ou do ngulo de inclinao implica em uma mudana das foras internas. Ento, ao mesmo tempo em que este tipo de tratamento reduz as foras solicitantes, as quais so responsveis por induzir a ruptura de um talude, tambm reduzem as foras de tenso normal e, consequentemente, o atrito resistente, responsvel pela resistncia dos taludes s rupturas. Por outro lado, os efeitos de uma mudana de geometria so permanentes; e esta a sua maior vantagem sobre os outros mtodos. Seus efeitos so permanentes, pois uma vez que o talude tenha sido alterado seus sistemas de foras procurar novo equilbrio atravs da utilizao das propriedades do talude. O sistema de fora tambm pode ser alterado por utilizao de drenos ou por reforo, porm para essas medidas existe a constante necessidade de manuteno. Por exemplo, se o dreno entupir as mudanas que ele causou ser anulada, ou se a carga do reforo for reduzida resultar em sua ineficincia.

5.4 Drenagem de gua subterrnea

A forma mais simples e barata de controlar o ndice de gua subterrnea minimizar a infiltrao de gua no topo e na face do talude. A gua que infiltra em fendas de trao pode gerar altas presses internas no talude. Quando fcil perceb-las no topo do talude deve-se preench-la com materiais porosos e sel-las com materiais impermeveis. Dessa forma impede-se que a gua penetre pelo topo sem impedir a drenagem da gua j infiltrada pela face do talude. importante lembrar que a face do talude precisa estar protegida para evitar escorregamentos. Quanto drenagem profunda, podem ser feitos vrios furos de martelete horizontais. Porm no h especificaes exatas quanto ao espaamento e profundidade dos furos. Alguns autores afirmam que eles devem ser igualmente espaados e com profundidade igual altura do talude. Entretanto para taludes grandes e com intenso fraturamento, essas especificaes podem constituir um risco e devem ser observadas muito cuidadosamente.Podem tambm ser realizados os furos verticais com bombas ou a construo de galerias subterrneas. Ambos os mtodos representam altos custos apesar da eficincia. As galerias apresentam as vantagens de interceptar grande nmero de descontinuidades e permitir a furao de drenos em regies crticas.

5.5 Reforo do macio

A estabilizao de um talude por meio de reforo do macio s vivel para taludes pequenos visto que necessrio aplicar 20% da massa instvel para realizar o reforo considerado, o que resultaria em inviabilidade econmica para taludes de grandes dimenses. Porm fica esclarecido que se o mtodo de reforo for adotado durante a construo de um talude artificial, este apresentar alta resistncia como resultado da aplicao do mtodo. tambm comum associar a utilizao de muros de arrimo a um sistema de drenagem para muitos taludes em solo. 5.6 Controle de desmonte O controle de desmonte geralmente no encarado como um meio para melhorar a estabilidade de um talude, contudo, no h dvida de que os resultados devido ao desmonte tm uma influncia significativa na estabilidade. A experincia mostra que taludes obtidos por desmonte controlado podem ser estveis com ngulos 5 a 10 maior que um talude que sofreu efeitos de fogos pesados.5.7 Experincia brasileira na estabilizao de taludes A cidade do Rio de Janeiro tem sido o maior centro de aplicao de tcnicas de estabilizao de taludes. As experincias obtidas no Rio de Janeiro foram agrupadas e documentadas por ocasio da primeira semana paulista de geologia aplicada. Posteriormente, essa coleo foi sintetizada por Fonseca (1974) que conclui que as principais solues utilizadas nas encostas da cidade foram:1- Para blocos soltos em encosta, desde o simples desmonte at a construo de redes de drenagem, colocao de gabies ou cunhas de apoio;2- Terraceamento com execuo de bancadas, rede de drenagem e proteo vegetal;3- Obras de conteno estrutural;4- Tratamento de superfcies rochosas com malhas de ao grampeadas e concreto projetado;5- Muralhas de impacto rgidas de grande massa e contrataludes de amortecimento contra quedas de blocos de rocha ou de muralha flexveis de concreto armada ou estrutura metlicas;6- Chumbamento ou atirantamento de blocos em taludes de rochas, arrimo com contrafortes ou muretas atirantadas na base e no prprio corpo;7- Drenagem profunda com drenos horizontais de pequeno dimetro para encostas e taludes apresentando grande movimentao;8- Cortinas de conteno atirantadas com tirantes ancorados em profundidade em solo. Estes foram considerados as principais solues adotadas nas solues de problemas de talude nas encostas da cidade do Rio de Janeiro.

5.8 Instrumentao de taludes A instrumentao de macios uma especializao que ganha mais importncia quando se leva em considerao o porte de inmeras obras executadas e das muitas obras em execuo. Como o nmero e a complexidade dos instrumentos de medida muito grande torna-se difcil detalhar algo sobre a instrumentao de taludes. Considerado isso, recomenda-se aos interessados consultarem bibliografias especializadas como Field Instrumentation in Geotechnical Enginnering (1985), por T. H. Hanna. Segundo Guidicini e Nieble (1983), instrumentar um talude significa sistematizar as observaes sobre o comportamento do mesmo, no importando quais instrumentos ou meios empregados. Segundo Kennedy (1971) duas razes so bsicas para se instrumentar um talude; necessrio verificar se um talude se comporta como previsto em projeto e acompanhar e predizer o comportamento de um talude que j exiba sinais de ruptura e que esteja se movimentando. Uma parte significativa da instrumentao de taludes se baseia no controle de movimentao do talude. As medidas de deformao so construdas em grficos em relao ao tempo, sejam horas, dias ou meses. Com isso feita a tentativa de predizer o comportamento do talude. Porm taludes no obedecem a leis conhecidas, o que acaba por dificultar a obteno de resultados de previso. Entretanto conhecido que raramente taludes rompem bruscamente, sem antes mostrarem indcios de instabilidade. Na maioria dos casos pode-se observar o surgimento de fendas por trao ou cisalhamento alm dos deslocamentos e deformaes em pontos situados prximos a regio instvel. Os dados obtidos dos ltimos estudos mostram que o movimento das massas gradativamente acelerado at que atinja o ponto de ruptura. Ento a partir da observao do aumento da velocidade dos deslocamentos pode-se prever a data de ruptura.

5.9 Mtodos e tcnicas de instrumentao Os mtodos de medio de movimentos so divididos em mtodos diretos e indiretos. Os mtodos diretos so: topografia, sistemas eletrpticos, fotografia area e terrestre, extensmetros de superfcie e medidores de fenda e instrumentao de subsuperfcie. Os mtodos de medio indireta so: medidores de presso e nvel da gua, medidores de carga e de presses em estruturas de conteno e suportes e medidores de microrrudos. Em geral, qualquer tipo de observao que fornea elementos sobre as condies de estabilidade de uma massa em estudo pode representar um mtodo indireto de medio de movimentos.Agora trataremos de cada mtodo separadamente.

5.10 Topografia So tcnicas econmicas e confiveis. Constitui em medies e comparao com medies anteriores. Podem ser realizadas utilizando teodolitos e at mesmo trenas. Baseia-se em medies de distncias precisas utilizando aparelhos que projetam feixes de luz em alvos refletores na face do talude.5.11 Fotogrametria area e terrestre um mtodo eficiente para a avaliao do comportamento de grandes massas apesar de ser menos preciso que os mtodos topogrficos e eletrpticos. Constitui-se em uma srie de fotos de uma regio significativa em intervalos de tempo determinados. A avaliao das fotos permite concluir se houve ou no movimento de massas.5.12 Extensmetro de superfcie e medidores de fenda So instrumentos instalados aps o surgimento de fendas de trao na face superior do talude com o propsito de detectar indicadores de eminncia de ruptura.5.13 Instrumentao de subsuperfcie A instrumentao de subsuperfcie compreende os medidores de deslocamento vertical tradicionais, os extensmetros mltiplos e os inclinmetros. Os erros que podem se acumular por no se levar em conta os efeitos de dilatao e contrao da temperatura, corroso e tensionamento levaram a desenvolver instrumentos eu registram a posio relativa desses equipamentos.5.14 Medidores de presso e nvel de gua So usados piezmetros, dos mais simples aos mais sofisticados, para aferir os valores de presso e nvel de gua visto que muitas vezes estes fatores esto relacionados a instabilidade de taludes.

5.15 Medidores de carga e presses em estruturas de conteno e suportes

Este tipo de instrumentao mostra se o sistema foi projetado adequadamente e tambm pode indicar se o talude evolui para situaes mais estveis ou instveis. Esforos em clulas de carga em forma de cilindro ou placas retangulares so medidos pela a deformao causada nas clulas e assim so avaliadas as cargas e presses no talude.5.16 Medidores de microrrudos

Os movimentos de massa so acompanhados por rudos que se tornam audveis no momento do colapso. Esses rudos podem ser detectados pro geofones ou detectores ligados a um amplificador e a um registro continuo. Apesar da tentativa de relacionar os microsssmicos com a natureza dos movimentos de macio, nenhuma correlao foi encontrada. Porm sabe-se que a quantidade de microsssmicos aumenta muito com o aumento da instabilidade e isso pode ser utilizador para prever escorregamentos.6 Estudo de caso da rodovia Washington Lus KM 195 Ao iniciarem uma tentativa de alargamento da rodovia Washington Luiz (SP-310), percebeu-se um escorregamento do talude, evidenciado por sintomas como a elevao do p do talude. A soluo foi simples e mostrou que uma maior ateno ao planejamento da expanso poderia ter evitado. Assim, hoje, mais de vinte anos aps o incidente, a soluo ainda surte efeito.6.1 O Talude da rodovia

O talude artificial nada mais que um corte feito na rocha ou no solo, objetivando uma melhoria antropolgica. No caso da rodovia Washington Luz, no km 195, necessitou-se realizar um corte na Serra dos Padres para que a rodovia pudesse continuar seu caminho. Dessa maneira, com o passar do tempo, houve o crescimento das cidades que a rodovia interliga, e consequentemente o aumento do fluxo de automveis que nela percorre, percebeu-se a necessidade de implementar uma pista ascendente. Baseando-se nesse objetivo, expandiram a rodovia no sentido do talude, atravs de um corte suficientemente largo para a implantao da nova pista.

Figura 9: Indicao de direo na qual se pretendia aumentar a pista A seta mostra o sentido e a direo na qual os engenheiros pretendiam estender a pista, ou seja, para o rumo do p do talude. Em funo da alterao da geometria no p do talude, houve um descarregamento de foras em sua base, gerando o desequilbrio delas, levando ao escorregamento do talude. Sintomas que mostram esse escorregamento no talude, podem ser vistas nas imagens tiradas da rodovia:

Figura 10: Trincas no montante do talude A imagem acima mostra a presena de trincas no montante do talude, marcada pelo contorno vermelho nmero 1. Essas trincas surgem em funo do desequilibro causado pela remoo de massa da base gerando um deslocamento da camada de terra do montante que cisalha uma sobre a outra, formando essas fraturas. O contorno nmero 2 mostra uma elevao causada no asfalto, em funo de uma camada do talude que cisalhou e escorregou.

Figura 11: Elevao. Essa segunda foto mostra claramente a elevao evidenciada por aquele contorno nmero 2. Assim, ao realizarem as investigaes - atravs de anlises tctil-visuais no campo e de sondagem, anlises petrogrficas, inclinmetros, ensaios geotcnicos, entre outros percebeu-se fraturas residuais verticais montante do talude, mostradas pelas trincas do contorno 1, que tem como consequncia a reduo resistncia ao cisalhamento. Outro detalhe encontrado no estudo foi uma brecha com baixa permeabilidade, que sustentava um lenol vertical suspenso, que tambm auxiliou na reduo resistncia ao cisalhamento. Portanto, o fenmeno foi definido como uma ruptura provocada pelo alivio de peso base do talude, desequilibrando os esforos e desestruturando o sistema. E com o problema definido, foi-se realizado estudo de retroanlise, atravs do mtodo de Spencer (1967).

6.2 Soluo A soluo dada ao nosso problema foi o retaludamento, atravs da descarga do montante, e da recarga da base. Tendo esse objetivo em mente, foram-se avaliadas diversas relaes corte/aterro, para encontrar um ponto de equilbrio entre o FS (fator de segurana) recomendvel e a menor quantidade de terra deslocada (fatores econmicos). Alm disso, projetou-se um dreno longitudinal base do talude, para captar o lenol que reduzia a resistncia ao cisalhamento do talude. Sendo mostrados na seguinte imagem:

Figura 12: Projeto de retaludamento6.3 Monitoramento

Aps a aplicao da soluo, percebeu-se que no houveram problemas mesmo depois de 20 anos aps o retaludamento. Isso se deve excelncia da correo e ao monitoramento constante que foi-se realizado. Entre eles, esto as inspees de campo, medio de inclinmetro e exames de possveis fraturas ou trincamentos, que mantiveram o talude ausente de problemas desde ento.

7 Concluso

Devido a grande escala de cortes em rochas e solos na construo civil, o estudo sobre este assunto de grande importncia. A segurana das pessoas que circulam em rodovias, por exemplo, deve ser assegurada, e para isso deve-se executar perfeitamente o projeto de engenharia. A necessidade de se implantar um novo projeto de retaludamento pode ocasionar a paralisao de determinado trecho de rodovia, impossibilitando a locomoo de pessoas e comrcio rodovirio, prejudicando, assim, a sociedade. Por conseguinte, ocasionar um aumento no gasto pblico, o que pode prejudicar outras reas de ateno do governo.

8 Referncias BibliogrficasGuidinici, Guido. Nieble, Carlos Manoel. Estabilidade de taludes naturais e de escavao. So Paulo. 2 edio. Editora Edgar Blcher. 1983OLIVEIRA, N. P.; Anlise da estabilidade de taludes usando tcnicas de busca automtica. Dissertao. Escola de Engenharia Civil-UFG, Goinia, 2011.SILVA, E. M.; Anlise de estabilidade em taludes em solos de alterao de rochas metamrficas do quadriltero ferrfero. Dissertao (Ps graduao em Engenharia Civil)- Departamento de Engenharia Civil Universidade Federal de Viosa, Minas Gerais, 2006.