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343o e Contas 2017 com CLC) - Banco de Portugal · 2018. 8. 21. · 5.2 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS (VALORES EXPRESSOS EM EUROS)..... 20 5.3 QUADRO GERAL DOS PRINCIPAIS ... Esta

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    RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS

    ÍNDICE

    1. CONVOCATÓRIA ....................................................................................................................................... 3

    2. SUMÁRIO EXECUTIVO .............................................................................................................................. 4

    3. ENQUADRAMENTO MACROECONÓMICO.................................................................................................. 6

    3.1 ECONOMIA INTERNACIONAL .................................................................................................................... 6

    3.2 ECONOMIA NACIONAL .............................................................................................................................. 7

    3.3 MERCADO BANCÁRIO NACIONAL ............................................................................................................. 9

    3.4 MERCADOS FINANCEIROS ..................................................................................................................... 12

    4. FACTOS RELEVANTES | CCAM DE VAGOS E CRÉDITO AGRÍCOLA .......................................................... 16

    5. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS .......................................................................................................... 19

    5.1 BALANÇO (VALORES EXPRESSOS EM EUROS)....................................................................................... 19

    5.2 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS (VALORES EXPRESSOS EM EUROS).............................................. 20

    5.3 QUADRO GERAL DOS PRINCIPAIS INDICADORES ................................................................................... 21

    6. PROPOSTA DE APLICAÇÃO DE RESULTADOS........................................................................................ 22

    7. PARECER DO CONSELHO FISCAL .......................................................................................................... 23

    8. CERTIFICAÇÃO LEGAL DAS CONTAS ..................................................................................................... 25

    9. ESTRUTURA E GOVERNO SOCIETÁRIO ................................................................................................. 31

    10. DECLARAÇÃO DA POLÍTICA DE REMUNERAÇÕES ................................................................................. 34

    11. CRÉDITOS CONCEDIDOS A MEMBROS DOS ÓRGÃOS SOCIAIS ............................................................. 38

    12. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E NOTAS ANEXAS ............................................................................. 39

    Documento redigido ao abrigo do anterior Acordo Ortográfico.

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    RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS

    1. CONVOCATÓRIA

    ASSEMBLEIA-GERAL ORDINÁRIA

    Nos termos da alínea c) do art.º 23º dos Estatutos, convocam-se todos os associados da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Vagos, C.R.L., Pessoa Colectiva n.º 501443380, com sede na Rua Padre Vicente Maria da Rocha, na vila, freguesia e concelho de Vagos, para se reunirem em Assembleia Geral, a realizar no dia 28 de Março de 2018 pelas 19:00 horas, no Auditório do NEVA – Núcleo Empresarial de Vagos, situado no Centro Social e Administrativo da Zona Industrial de Vagos, Lote 141, na vila, freguesia e concelho de Vagos, com a seguinte ordem de trabalhos:

    � Ponto Número Um: Discussão e votação do Relatório de Gestão da Caixa Agrícola, relativo ao exercício de 2017 e do relatório anual do Conselho Fiscal;

    � Ponto Número Dois: Deliberação sobre a Proposta de Aplicação de Resultados;

    � Ponto Número Três: Apreciação geral sobre a Administração e Fiscalização da Caixa Agrícola;

    � Ponto Número Quatro: Apresentação e apreciação do relatório com os resultados da avaliação anual das políticas de remuneração praticadas na Caixa Agrícola;

    � Ponto Número Cinco: Exoneração de associados;

    � Ponto Número Seis: Discussão de outros assuntos de interesse para a Caixa Agrícola.

    Nos termos do n.º 2, do artigo 25º dos Estatutos, se à hora marcada para a reunião, não estiver presente número suficiente de associados, a Assembleia reunirá, com qualquer número, trinta minutos depois.

    A Assembleia funcionará fora da sede social da Caixa Agrícola devido à inexistência de sala com condições para a realização da mesma.

    Nota: Não será admitido nesta Assembleia Geral o voto por correspondência, por força do disposto no nº 1 do Artigo 42º e do nº 1 do Artigo 43º do Novo Código Cooperativo, aprovado pela Lei nº 119/2015, de 31 de Agosto.

    Vagos, 12 de Março de 2018

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    RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS

    2. SUMÁRIO EXECUTIVO

    Pese a recuperação económica registada na economia nacional, que resultou do fortalecimento da procura interna e do desempenho favorável das exportações, o sector bancário manteve-se condicionado na sua actuação, num contexto ainda de forte ajustamento da sua capacidade instalada.

    O consumo privado beneficiou da recuperação do emprego e do rendimento disponível e o investimento viu-se favorecido pela permanência dos baixos custos de financiamento. O fortalecimento da procura global contribuiu, determinantemente, para a recuperação da capacidade produtiva instalada. Pese a melhoria do enquadramento externo, o sector bancário manteve-se ainda condicionado nos seus índices de rentabilidade e de sustentabilidade operacional, também resultado da manutenção em baixa das taxas directoras do Banco Central Europeu.

    O papel dos reguladores e supervisão voltou a adquirir uma grande relevância nos sectores bancário e financeiro que se viram obrigados promover os ajustamentos necessários e imperativos ao cumprimento do vasto quadro regulamentar aplicável à actividade.

    Segundo informação do Banco de Portugal para o sector, o volume de depósitos aumentou 2,8% enquanto o crédito bruto total arrefeceu na mesma medida face a 2016. A Caixa de Vagos, face ao ano anterior, cresceu 3,01% em depósitos e 4,88% em crédito bruto.

    Em 2017, o activo líquido da Caixa de Vagos estabeleceu-se nos € 121.183.142, traduzindo-se num crescimento de 3,39% comparativamente com o registo de 2016. A situação líquida da Caixa também se viu reforçada para os € 9.407.545, contribuindo para um também melhorado rácio de solvabilidade CET1 de 20,72%.

    Ainda bastante pressionado manteve-se o rácio de eficiência da Caixa de Vagos que, em 2017, se fixou nos 78,72%, ligeiramente acima do limite recomendando pela matriz de orientação da Caixa Central. Embora com melhorias face ao ano anterior, este indicador continua a ter influência relevante na actividade corrente da Caixa e deverá continuar a merecer um adequado acompanhamento pois trata-se de um importante indicador de sustentabilidade.

    O enquadramento macroeconómico registou, de facto, melhorias a vários níveis. Contudo a actividade bancária manteve-se limitada a outros factores como a concorrência, regulação e pressão operacional. Num contexto de alteração de paradigma, agora cada vez mais virado para a via digital, a Caixa de Vagos viu-se obrigada a iniciar a incorporação de novos modelos de actividade e de gestão, adoptando os programas de optimização operacional e de contenção de custos conforme orientações e recomendações da Caixa Central.

    Outra das áreas sobre a qual se manteve uma grande atenção foi a dos activos não correntes detidos para venda, cujo peso sobre o activo total se viu reduzido para 4,18%, menos cerca de 17% face ao período homólogo. Foi uma área que mereceu grande atenção da Caixa de Vagos, no sentido de serem reduzidos os encargos de gestão associados.

    A aposta na formação dos quadros da Caixa manteve-se como pilar estratégico e impreterível. O quadro regulatório aplicável às entidades bancárias e financeiras não abrandou no ano de 2017, tendo sido exigido um grande investimento na adaptação, renovação e consolidação dos conhecimentos de colaboradores e órgãos sociais.

    O contexto de negócio continua com um dinamismo muito acentuado, obrigando-nos a uma permanente adaptação ao contexto externo e aos desafios do sector. Entre vários domínios incluiu-se a adaptação de novos referenciais contabilísticos – Imparidades – que, substituído o regime de provisões, promovem uma nova visão sobre os riscos e encargos potenciais das entidades bancárias.

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    RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS

    Mesmo num contexto de forte pressão nos indicadores operacionais, a Caixa de Vagos tudo fez para conservar o seu estatuto de banca de proximidade, mantendo-se, no Concelho de Vagos, como a única entidade presente em algumas localidades com o serviço ATM. Das 13 máquinas instaladas, 11 estão em localidades onde não existe mais nenhum equipamento prestador deste serviço.

    Sem esquecer a sua natureza e vocação local, a Caixa de Vagos continuou a investir na cultura, educação, desporto e acção social, apoiando os projectos e entidades que acrescentam valor na comunidade e que, no âmbito das suas actividades, promovem actividades consistentes com os desígnios da marca Crédito Agrícola.

    Não queremos deixar de evidenciar o profissionalismo e abnegação dos colaboradores da CCAM de Vagos que, mesmo no quadro esforçado, sempre se mantiveram alinhados na concretização dos objectivos e sustentabilidade da nossa Instituição.

    Terminamos referindo que a Caixa de Vagos norteia as suas actividades e condutas pelos valores da Ética, Confiança, da Proximidade, da Solidez, da Autonomia e do Contributo Sócio-Económico, sendo que é neste espírito que promove as suas decisões de gestão. O foco destas terá sempre como missão principal a salvaguarda dos valores que nos são confiados por Associados e Clientes desta Instituição.

    Vagos, 6 de Março de 2018

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    RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS

    3. ENQUADRAMENTO MACROECONÓMICO

    3.1 ECONOMIA INTERNACIONAL

    A economia internacional registou um desempenho robusto em 2017, beneficiando da atenuação de alguns factores de risco de ordem política, de condições financeiras acomodatícias nos principais blocos desenvolvidos e da retoma do comércio internacional. Destacaram-se pela positiva as economias europeias – desenvolvidas e emergentes – e também os países asiáticos, regiões onde o crescimento esperado para 2017 tem sido revisto genericamente em alta. O ritmo de crescimento dos preços tem vindo a aumentar nos países desenvolvidos, mas aquém do desejado pelas autoridades monetárias. O Banco Mundial elevou as suas estimativas de crescimento do PIB Mundial para 3% em 2017.

    Em 2017, a economia da Zona Euro manteve-se robusta, apoiada pela manutenção das condições financeiras acomodatícias, baixo preço dos bens energéticos, recuperação da confiança entre os agentes económicos e redução dos riscos políticos. Ao longo de 2017, a economia ganhou ímpeto à medida que alguns receios que limitavam o crescimento e optimismo se foram dissipando, sendo que a procura interna continuou a ser o principal impulsionador do crescimento, mas a recuperação das exportações, graças à retoma da economia a nível global, permitiu que o contributo da procura externa fosse igualmente positivo.

    Os 19 países que compõem a Zona Euro fecharam o ano de 2017 a crescer ao ritmo mais forte em quase sete anos, ficando o crescimento real do PIB acima dos 2% no conjunto dos países da Área do Euro

    Fonte: Bloomberg, Janeiro 2018

    Fonte: Bloomberg, Janeiro 2018

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    RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS

    Com as condições económicas favoráveis na Zona Euro, a taxa de desemprego diminuiu, tendo ficado no final do ano nos 8,7%, valor que não se registava desde Janeiro de 2009. No entanto, a recuperação do emprego não foi acompanhado por um acréscimo nos salários. Assim, a variação anual dos preços ao consumidor manteve-se entre 1% e 2% ao longo do ano, tendo encerrado 2017 em 1,4%, valor que se situa ainda abaixo da meta do BCE.

    O BCE decidiu manter as principais taxas directoras inalteradas ao longo de todo o ano, em 0% no caso da taxa principal de refinanciamento, em -0,4% no caso da taxa dos depósitos, e em 0,25% no caso da taxa de cedência de fundos. Relativamente ao plano de compra de activos, em Abril, os montantes das compras mensais foram reduzidas para 60 mil milhões de euros, menos 20 mil milhões do que anteriormente. Em Outubro, em resposta às condições económicas favoráveis, o BCE decidiu cortar o seu programa de compras de obrigações para metade, i.e., 30 mil milhões de euros mensais a partir de Janeiro de 2018, tendo ficado expresso que este nível seria mantido até Setembro de 2018.

    A economia americana acabou o ano de 2017 num ritmo forte, sendo estimado um crescimento de 2,3% do PIB, aproveitando a continuação de uma dinâmica positiva registada no segundo e terceiro trimestres do ano, com os números dos mercados de capitais, confiança dos consumidores e de emprego a apresentarem os melhores resultados dos últimos anos – em alguns casos, de sempre.

    A taxa de desemprego ficou nos 4,1% perto do final do ano, sendo este o valor mais baixo em quase 17 anos. Os ganhos no mercado de trabalho foram consistentes e os empregadores estiveram activamente a recrutar para preencher as vagas em todo o país. Esta dinâmica de recuperação do mercado de trabalho suportou o consumo privado

    Em Dezembro, a inflação nos EUA registou a maior subida em 11 meses, com a inflação subjacente a subir para os 1,8% em termos homólogos, impulsionada pelo sector automóvel, imobiliário e de transportes.

    Já a encerrar o ano, a aprovação da reforma fiscal veio dar suporte à permanência de um cenário de crescimento em 2018. Os objectivos do plano são estabelecer um conjunto de cortes permanentes de impostos para empresas e indivíduos e simplificar o regime de deduções e créditos concedidos às famílias e empresas, eliminando ou reduzindo algumas das deduções agora previstas como forma de financiar a redução de impostos.

    3.2 ECONOMIA NACIONAL

    A economia portuguesa, em 2017, cresceu mais do que o conjunto dos países da Zona Euro (2,60% versus 2,40%), algo que já não acontecia desde 1999, beneficiando do fortalecimento da procura interna e do desempenho favorável das exportações associado ao bom momento económico dos principais parceiros comerciais.

    Fonte: Bloomberg, Janeiro 2018

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    RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS

    Na procura interna, o consumo privado beneficiou da recuperação do emprego e do rendimento disponível, tendo registado um crescimento médio anual de 2,2%. Já o investimento beneficiou da permanência dos baixos custos de financiamento e do fortalecimento da procura global que contribuiu para a recuperação da capacidade produtiva instalada, a qual se situava em 81,8% no 3º trimestre de 2017, valor acima dos 80,6% da média de longo prazo. Assim, o investimento registou um crescimento médio anual de 10,3% nos três primeiros trimestres do ano, depois de, durante o mesmo período de 2016, ter estagnado, tirando partido do investimento realizado pelo sector privado. O contributo da procura externa foi positivo, com as exportações nacionais a ficarem acima das importações. As exportações nacionais atingiram os 42% do Produto Interno Bruto em 2017 (que compara com 39,9% do PIB em 2016), um sinal da resiliência da economia nacional face a uma evolução na política monetária europeia.

    Indicadores macroeconómicos (2015-2017)2015 2016 2017

    Procura Externa tav 3,8 2,0

    EUR/USD Taxa de Câmbio 1,09 1,05 1,20

    Preço do Petróleo (Brent, USD por barril) 51,2 58,5 66,4

    Produto Interno Bruto tav 1,6 1,5 2,6

    Consumo Privado tav 2,6 2,1 2,2

    Consumo Público tav 0,8 0,6 0,1

    Formação Bruta de Capital Fixo tav 4,5 1,6 8,3

    Exportações tav 6,1 4,1 7,7

    Importações tav 8,2 4,1 7,5

    Índice Harmonizado de Preços no Consumidor tav 0,5 0,6 1,6

    Taxa de Poupança (%) vma 7,0 5,0 4,4

    Taxa de Emprego % 57,5 59,1 61,0

    Taxa de Desemprego % 12,4 11,0 9,1

    Remunerações por Trabalhador (sector privado) tav 0,4 2,1 2,0

    Balança Corrente e de Capital (%PIB) tav 1,7 1,7 1,5

    Balança de Bens e Serviços (%PIB) tav 1,8 2,2 1,8

    Taxa de referência do BCE (média) % 0,05 0,00 0,00

    Euribor 3 meses (média) % 0,00 -0,27 -0,33

    Yield das OT Alemãs 10 anos (média) % 0,63 0,20 0,35

    Yield das OT Portuguesas 10 anos (média) % 2,52 3,76 1,94

    Fonte: Banco de Portugal (Dezembro 2017), Banco Central Europeu (Dezembro 2017) e Bloomberg (Janeiro 2018)

    tav: Taxa anual de variação; vma: variação média anual

    Fonte: Bloomberg, Janeiro 2018

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    RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS

    Os principais indicadores económicos divulgados, no que se refere ao último trimestre do ano, sugerem um crescimento sólido e superior à Zona Euro que contribui para a redução do gap de riqueza por habitante entre Portugal e a região da moeda única.

    A taxa de desemprego nacional registou um das descidas mais acentuadas entre os países da Europa, situando-se no final de 2017 perto dos 9,1% (11,0% em 2016).

    O ritmo de crescimento dos preços ao consumidor registou, ao longo do ano, um movimento de gradual aceleração. Esta dinâmica foi particularmente alimentada pela subida dos preços dos bens energéticos, cujo contributo para a taxa de inflação média anual foi ganhando importância ao longo do ano. O assinalável dinamismo registado no turismo teve impacto nos preços praticados no sector hoteleiro e, consequentemente, contribuiu para a aceleração da inflação durante o ano. Contudo, em Dezembro, a taxa estabilizou em 1,5% (1,2% de excluirmos energia e alimentação), tendo-se verificado maior agravamento de preços nos transportes, restaurantes e hotéis (mais de 3% face ao mesmo período do ano anterior).

    O défice do conjunto das Administrações Públicas fechou o ano de 2017 em 2.574 milhões de euros, o que se traduziu numa melhoria de 1.607 milhões de euros face a 2016. Apesar da redução do défice em contabilidade pública entre 2016 e 2017, o seu valor em termos brutos ficou 104 milhões de euros acima da meta traçada. Em Outubro, aquando da actualização das estimativas para o ano de 2017 (O. E. 2018), o Governo fixou a meta do défice para 2017 em 1,4%. Posteriormente, o Governo tem vindo a apontar para objectivos mais ambiciosos, com o primeiro-ministro, António Costa, a adiantar que o défice do ano de 2017 terá ficado em torno de 1,2% do PIB.

    3.3 MERCADO BANCÁRIO NACIONAL

    O ano de 2017 ficou marcado pela conclusão de vários processos de reforço de capital e de reestruturação em alguns dos principais bancos a operar no mercado nacional, realçando-se mudanças na gestão e nas estruturas de controlo accionista. Em termos sucintos, temos: a operação de aumento de capital no BCP (1,3 mil milhões de euros) com a entrada de um novo accionista (Fosun); a conclusão da 2ª fase do plano de recapitalização da CGD, com a injecção de 2,5 mil milhões de euros no capital do banco público; a conclusão da oferta pública de aquisição lançado pelo CaixaBank sobre o capital do BPI (adquirindo uma posição maioritária de 84,52%); a conclusão da alienação de 75% do capital do Novo Banco ao Fundo Lone Star, mantendo-se os restantes 25% como propriedade do Fundo de Resolução; e o processo de integração do Banco Popular Portugal no Santander Totta, resultado do processo de resolução e venda do Banco Popular ao Banco Santander.

    Fonte: Banco de Portugal, Janeiro 2018

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    RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS

    Segundo a informação mais recente disponibilizada pelo Banco de Portugal, o volume de depósitos aumentou 2,8% em 2017 face a Dezembro de 2016. Para essa evolução contribuiu o acentuado crescimento dos depósitos de empresas em 14,9% (+5,9 p.p. que em 2016), sendo que nos particulares ocorreu uma estagnação no volume de depósitos 0,0% (-1,0 p.p. que em 2016).

    Ao invés, o crédito bruto total concedido a clientes registou um decréscimo de 2,8% em Dezembro de 2017 face ao registado no final de 2016, em parte justificado pela alienação de carteiras de crédito não produtivo (NPL) verificada em várias instituições do sector bancário. A quebra mais significativa verificou-se no crédito a empresas (-5,5%), mas também foi assinalada uma redução no crédito a particulares (-1,0%), ambos face a Dezembro de 2016.

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    RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS

    De acordo com a informação divulgada pelo Banco de Portugal, entre Dezembro de 2016 e Dezembro de 2017, o crédito total reduziu 2,8% com uma quebra percentual mais expressiva (de dois dígitos) no segmento das empresas nos distritos de Portalegre, Guarda e Castelo Branco. Em Lisboa, o crédito a empresas caiu 4,5 mil milhões de euros e, em sentido inverso, no distrito do Porto a concessão de crédito aumentou 0,7 mil milhões de euros, sendo que no país foi registada uma quebra no crédito a empresas global de 4,2 mil milhões de euros.

    Analisando detalhadamente o crédito a particulares, verifica-se que o decréscimo se deveu essencialmente à diminuição do crédito à habitação (-1,4% em Dezembro de 2017 face a Dezembro de 2016) que representa 81,3% do total do crédito a particulares. Relativamente ao crédito vencido de clientes particulares, este situou-se nos 3,8%, agravado, principalmente, pelo crédito a outros fins que, ainda assim, tem vindo a perder peso no agregado de crédito (-13,0% em Dezembro de 2017 face a Dezembro de 2016).

    No caso do crédito a empresas, o decréscimo de 5,5% deveu-se principalmente à redução do crédito a empresas do sector do transporte e armazenagem, construção, e energia. Nos sectores da agricultura e pescas, indústrias

    Valores em milhões de euros

    Evolução do crédito total por região - Dez.2017

    Particulares Empresas Total Particulares Empresas Total

    Aveiro 5.592 2.816 8.408 4,5% 0,0% -0,6% -0,2%

    Beja 1.335 409 1.744 0,9% 3,6% -7,3% 0,8%

    Braga 6.272 3.430 9.702 5,2% -0,3% -0,7% -0,4%

    Bragança 953 237 1.190 0,6% 5,5% -10,2% 2,0%

    Castelo Branco 1.451 296 1.747 0,9% 1,0% -26,4% -5,0%

    Coimbra 3.856 1.232 5.088 2,7% 0,7% -2,4% -0,1%

    Évora 1.725 959 2.684 1,4% 3,0% 7,4% 4,6%

    Faro 4.702 1.815 6.517 3,5% 0,9% 4,1% 1,8%

    Guarda 916 191 1.107 0,6% 4,2% -29,0% -3,6%

    Leiria 4.075 2.394 6.469 3,4% -1,1% -3,3% -1,9%

    Lisboa 41.417 38.669 80.086 42,7% -3,0% -10,4% -6,7%

    Portalegre 874 198 1.072 0,6% 0,6% -26,4% -5,8%

    Porto 17.108 12.917 30.025 16,0% -0,3% 5,7% 2,2%

    Santarém 4.017 1.529 5.546 3,0% 0,0% 2,0% 0,5%

    Setúbal 9.228 1.741 10.969 5,8% -1,1% -0,6% -1,0%

    Viana do Castelo 1.674 524 2.198 1,2% 2,1% 7,4% 3,3%

    Vila Real 1.318 301 1.619 0,9% -1,3% -12,2% -3,6%

    Viseu 2.582 1.116 3.698 2,0% 2,1% 3,1% 2,4%

    Reg. Autónoma Açores 2.721 1.044 3.765 2,0% 4,2% -1,9% 2,4%

    Reg. Autónoma Madeira 2.874 1.196 4.070 2,2% -1,9% -9,6% -4,3%

    Total 114.689 73.015 187.704 100% -1,0% -5,5% -2,8%

    Fonte: Banco de Portugal

    Crédito Peso total

    %

    Var. Homóloga

    Evolução do mercado de crédito a particulares por tipologia - Dez.2017

    Tipologia Volume de crédito (M€) Var. Homóloga Peso total % Crédito vencido %

    Habitação 93.216 -1,4% 81,3% 2,1%

    Consumo 13.857 11,1% 12,1% 4,6%

    Outros fins 7.616 -13,0% 6,6% 22,4%

    Total 114.689 -1,0% 100% 3,8%

    Fonte: Banco de Portugal

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    RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS

    extractivas, alojamento e restauração e actividades imobiliárias foi possível verificar um aumento do crédito concedido (3,0%, 7,8%, 1,4% e 4,3%, respectivamente). Relativamente ao crédito vencido a empresas, este situou-se nos 12,7%, sendo que os sectores com maior incumprimento continuam a ser o da construção, das actividades imobiliárias e das indústrias extractivas, que mantêm elevada representatividade no total do crédito a empresas.

    3.4 MERCADOS FINANCEIROS

    Com desenvolvimentos políticos favoráveis e dados económicos fortes, o mercado de capitais na Europa também se valorizou. Os investidores ficaram aliviados em Maio quando Emmanuel Macron ganhou as eleições francesas, no entanto, mais tarde, as preocupações voltaram com a incerteza política na Alemanha e em Espanha. O Stoxx 600 encerrou o ano a avançar 7,68%. Na Alemanha, apesar da incerteza política na segunda metade do ano, o DAX ganhou 12,51%. Nos periféricos, o PSI 20 encerrou o ano a subir 15,15% e a Borsa Italiana 13,61%. O IBEX 35 teve uma performance inferior, penalizado pela crise da Catalunha tendo, ainda assim, registado uma valorização de 7,4%.

    Actividade económica Var. Homóloga Total Crédito Peso %% Crédito

    Vencido

    Agricultura e Pescas 3,0% 2.357 3,2% 4,4%

    Indústrias Extractivas 7,8% 278 0,4% 10,8%

    Indústrias Transformadoras -1,0% 12.385 17,0% 7,8%

    Energia -18,8% 2.897 4,0% 0,0%

    Água e Saneamento -19,2% 1.112 1,5% 2,1%

    Construção -7,1% 10.030 13,7% 32,4%

    Comércio -2,4% 11.753 16,1% 10,1%

    Transporte e Armazenagem -14,0% 5.980 8,2% 4,1%

    Alojamento e Restauração 1,4% 4.630 6,3% 9,2%

    Actividades Imobiliárias 4,3% 9.573 13,1% 20,6%

    Saúde e Apoio Social 2,2% 1.309 1,8% 4,8%

    Outros -13,7% 10.711 14,7% 9,2%

    Total -5,5% 73.015 100,0% 12,7%

    Fonte: Banco de Portugal

    Valores em milhões de euros

    Evolução do mercado de crédito a empresas por CAE - Dez.2017

    Fonte: Bloomberg, Janeiro 2018

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    RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS

    No que diz respeito às principais moedas, o ano de 2017 foi um ano de valorização do euro relativamente às moedas rivais. Ao longo do ano, o euro registou uma apreciação acumulada de 14,15% face ao dólar, 9,16% face ao franco suíço, 10% face ao iene japonês e 4% face à libra esterlina. No início do ano com o EUR/USD nos 1,052 dólares, referia-se como provável a paridade entre as duas moedas. No entanto, o par fechou o ano a 1,20 dólares, valor que não era verificado desde 2015. Efectivamente, as expectativas quanto à solidez do crescimento da Zona Euro e quanto à remoção das medidas monetárias não convencionais levaram à maior procura do euro contra as restantes moedas.

    Segundo o Bank of International Settlements, o dólar continua a ser a moeda dominante em mais de 80% das transacções cambiais. Com as expectativas de maior suporte ao crescimento por parte das políticas da nova Administração a desvanecerem-se à medida que o tempo ia passando, nomeadamente com o adiamento dos planos de obras públicas e de introdução de um novo pacote fiscal, a moeda norte americana foi perdendo força ao longo do ano. Em termos políticos, foi igualmente significativa a forte oposição do Congresso às medidas prometidas em campanha eleitoral, como o fim imediato do programa conhecido por Obamacare. Quanto à política monetária, a Fed prosseguiu o ciclo de subida das taxas de juro que, embora tenha ampliado o diferencial de juros para o euro, não trouxe uma significativa apreciação da moeda, visto que os movimentos já tinham sido antecipados pelos mercados e tornaram-se num não-evento.

    Apesar do iene japonês se ter desvalorizado em relação ao euro, manteve grande firmeza face ao dólar. Na maior parte do ano o par USD/JPY variou dentro do intervalo largo compreendido entre 107 e 116, sem tendência. O Banco Central Nipónico defendeu sempre uma maior estabilidade da moeda, nunca hesitando em fazer intervenções no mercado de forma a evitar movimentos de apreciação da sua moeda.

    A libra acabou por ter um comportamento de maior estabilização no segundo semestre do ano, depois do movimento de depreciação que ocorreu entre Maio e Agosto. Ao longo de 2017, o comportamento da libra foi condicionado pelo Brexit e os avanços e recuos decorrentes de todo o processo. Até à data de Março de 2019, data final para o divórcio definitivo do Reino Unido da EU, será sempre um dos principais factores de mercado.

    No mercado monetário, a taxa Euribor a 1 mês apresentou uma tendência de subida encerrando o ano de 2017 a -0,368% e a Euribor a 1 ano desceu, fechando o ano em -0,186%.

    Fonte: Bloomberg, Janeiro 2018

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    RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS

    O mercado do petróleo teve alguns factores relevantes que condicionaram de forma significativa a sua evolução ao longo de 2017. Do lado dos produtores, esteve a preocupação para com um maior equilíbrio entre a oferta e a procura, uma vez que o desfasamento existente estaria a colocar em risco a evolução dos preços. O petróleo iniciou o ano perto dos $60, com fortes expectativas de retoma e reforço do consumo ao longo do ano de 2017. No entanto, o ciclo de crescimento em curso nos vários blocos não iria trazer acréscimos significativos da procura, havendo até, durante algum tempo, dúvidas em relação ao crescimento da actividade na China. Face à possibilidade de ocorrer um abrandamento mais expressivo do crescimento chinês, surgiram reacções negativas nos mercados de commodities. O petróleo chegou a registar um mínimo de $44 no final de Junho. Na segunda metade do ano houve uma recuperação dos preços do petróleo, com a maior visibilidade nos cortes de produção na OPEP e com a perspectiva de um aumento do consumo no ano seguinte. Assim, a tendência de subida dos preços foi surgindo de forma consistente e sistemática, levando o petróleo a encerrar o ano em torno dos $66.

    O ouro negociou durante a maior parte do ano dentro do intervalo dos $1.200-$1.300 e encerrou o ano a valorizar mais de 13% nos $1.302,8. Embora a Fed tenha continuado com o seu processo de normalização das taxas de juro e dos mercados accionistas terem acelerado, a performance do ouro foi assinalável.

    O mercado obrigacionista continuou condicionado pela permanência de políticas monetárias acomodatícias e baixos níveis de inflação. Estes factores limitaram o movimento de subida das yields dos principais benchmarks na Zona Euro e EUA que, embora tenham recuperado dos mínimos registados no ano anterior, se mantiveram em níveis historicamente muito baixos.

    Fonte: Bloomberg, Janeiro 2018

    Fonte: Bloomberg, Janeiro 2018

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    RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS

    Já entre os países da periferia da região da moeda única, foram verificados movimentos mais significativos, nomeadamente no caso da dívida pública nacional, que beneficiou do facto de duas agências de notação financeira terem elevado a avaliação do risco, voltando a colocar Portugal na classe de investimento. Nos 10 anos a yield portuguesa desceu dos 3,76% para os 1,94%, com o spread face à dívida alemã no mesmo prazo a cair para os 152 pontos.

    Contrariamente, Espanha e Itália viram as suas yields subir face ao seu valor de fecho de 2016, tendo as yields fechado 2017 a 1,56% e 2,29%, respectivamente, no prazo dos 10 anos. Em Espanha, a instabilidade política decorrente da situação da Catalunha e os receios quanto às consequências económicas prejudicaram as yields espanholas. Em Itália, os receios concentraram-se em torno das próximas eleições nacionais onde o Movimento 5 Estrelas tem aparecido bem posicionado nas sondagens.

    A yield do Bund alemão a 10 anos transaccionou num intervalo entre 0,18% e 0,60%, continuando condicionado pelo programa de compra de activos do BCE e também pelo baixo nível de oferta, reflexo da sua saudável situação fiscal.

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    4. FACTOS RELEVANTES | CCAM DE VAGOS E CRÉDITO AGRÍCOLA

    O reconhecimento da Marca CA por parte do público, como sendo forte, credível e de confiança; o prémio obtido, no ano 2017, enquanto “Melhor Banco no Serviço de Atendimento ao Cliente”; e o facto do SICAM se encontrar entre as instituições menos reclamadas no sistema bancário1, permitem afirmar o bom desempenho do Crédito Agrícola em 2017.

    Este reconhecimento não se restringe ao negócio bancário, estendendo-se às Seguradoras e à Gestora de Activos do Grupo. Pela sétima vez em dez anos, o terceiro ano consecutivo, a CA Seguros foi reconhecida como “A Melhor Seguradora Não Vida do seu segmento de dimensão”2. Por seu lado, a CA Vida foi eleita Empresa Líder, no Índice Nacional de Satisfação do Cliente do ECSI Portugal 2017, tendo repetido o 1º lugar no Índice de Lealdade do Cliente obtido em 2016 no mesmo estudo. Mais ainda, os Fundos CA Rendimento e CA Monetário foram os fundos mais rentáveis em 2017, na sua respectiva classe, e consequentemente elegíveis para a atribuição do prémio APFIPP.

    Consciente da sua missão, a Caixa de Vagos, alinhada com os compromissos da marca CA, manteve uma grande proximidade ao sector social e ao associativismo local, apoiando as iniciativas que, pela sua natureza, se identificassem com a substância da Caixa. O apoio à cultura, desporto e promoção social acaba por materializar o apoio prestado à organização da Gala Vaga D’Ouro/Crédito Agrícola de Vagos, evento de grande referência local e de afirmação da identidade do Crédito Agrícola em Vagos.

    Em termos de quota de mercado, assinale-se o reforço na posição da Caixa no Crédito concedido que, no geral, passou paras os 26,07%, num crescimento homólogo de 4,28%.

    Já em Depósitos, a Caixa viu diminuída a sua posição em termos de quota de mercado, que se estabeleceu nos 27,72%. Parece-nos ser uma redução natural considerando a enorme correcção feita no mercado que, no seu conjunto, cresceu cerca de 27 milhões de euros em termos absolutos.

    1 Segundo dados do relatório de supervisão comportamental do Banco de Portugal (1ºS’2017), o Crédito Agrícola (SICAM) apresenta 4 reclamações por cada 100 mil contas de depósitos à ordem enquanto a média do sistema é de 13. 2 Prémio atribuído pela revista Exame em parceria com a Deloitte e Informa D&B.

    Mercado CCAM Mercado CCAM

    Crédito Bruto 189.000 43.774 176.000 45.880Variação Homóloga 1,10% 5,50% -6,88% 4,81%Quota de Mercado 100,00% 23,16% 100,00% 26,07%

    Depósitos 359.000 103.862 386.000 106.991Variação Homóloga 5,90% 5,60% 7,52% 3,01%Quota de Mercado 100,00% 28,93% 100,00% 27,72%

    Depósitos

    Quota Mercado CCAM Vagos Indicadores 2016 2017

    Crédito

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    Outro aspecto importante relacionado com a actividade comercial da Caixa de Vagos prende-se com a tendência de crescimento do n.º de clientes. Em 2017, foram angariados 671 novos clientes, mais 15% do que o ano anterior.

    Em 2017, a Caixa de Vagos manteve o seu parque de ATM, constituído por 13 máquinas em serviço correspondentes a 60% da capacidade instalada no Concelho de Vagos. Dos 13 equipamentos instalados, 11 estão em localidades onde não existe mais nenhum equipamento desta natureza, facto que corrobora o investimento do Crédito Agrícola de Vagos no processo de coesão do território.

    No ano de 2017 incentivou-se o acompanhamento e dinamização de campanhas, com o objectivo de contribuir para um crescente envolvimento de todos os colaboradores com funções comerciais na comercialização de produtos estratégicos e dirigidos aos segmentos alvo. A Caixa de Vagos, alinhada com a Caixa Central, reforçou a eficácia da actividade comercial tendo ultrapassado os 100% do grau de realização comercial dos objectivos definidos pela Caixa Central. A Caixa de Vagos durante o ano de 2017, em articulação com a Caixa Central, promoveu a participação de colaboradores e órgãos sociais em 1.344 horas de formação, carga horária que correspondeu a um crescimento de 62% face ao volume de formação ministrada no ano anterior.

    2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

    Novos Clientes 444 420 476 450 587 584 671

    444 420476

    450

    587 584

    671

    0

    100

    200

    300

    400

    500

    600

    700

    800

    Evolução Novos Clientes

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    Com a utilização das redes sociais facebook, instagram e linkedin, o Crédito Agrícola tem vindo a reforçar a sua presença junto de um público mais jovem, tendo como exemplo no final de 2017 atingido quase os 100.000 fãs só no facebook. Desde 2009, o programa de actualidade financeira revela ser uma parceria acertada para a divulgação da marca Crédito Agrícola junto do público em geral. Em 2017 foi introduzido um programa “Especial Empresas”, transmitido semanalmente à 6ª feira, que para além de compilar temas de interesse para as empresas, fez a cobertura de eventos institucionais do CA, nomeadamente: Apresentação de Resultados do Grupo CA; Jantar PME Líder e Excelência CA; Jantar de Gala Concurso de Vinhos CA e Cerimónia de Entrega do Prémio Empreendedorismo e Inovação CA. Foi implementado o canal directo de comunicação aos Clientes, o e-mail Marketing. A utilização de canais digitais para comunicar é, hoje em dia, indispensável para se transmitir informação, divulgar iniciativas e promover a oferta junto de Clientes e potenciais Clientes. No âmbito Campanhas de Marketing e de outras Acções realizadas no final do ano 2017, através do canal de comunicação digital mais directo com os Clientes, o e-mail Marketing, foram implementadas as diversas acções de comunicação digital. Foram implementados diversos programas específicos para segmentos prioritários como o CA Nota 20, que pretende reconhecer o mérito escolar dos alunos do ensino secundário, oferecendo prémios aos melhores alunos a nível nacional do 7º ao 12º anos. Esta iniciativa que complementa também as acções de reconhecimento que são feitas localmente pelas Caixas Associadas tem vindo a ter um número crescente de participantes de ano para ano. Para o segmento dos jovens até aos 12 anos de idade foram também realizadas diversas iniciativas no âmbito do Clube do Cristas, clube digital para estes jovens e respectivos encarregados de edução, de que se destacam o lançamento de novos jogos na app do Clube, a agenda cultural e a promoção e oferta a Clientes do segmento do jogo Multipli, que pretende promover o conhecimento da matemática e foi reconhecido pela Sociedade Portuguesa de Matemática e pela Associação de Professores de Matemática.

    Em 2017, o CA patrocinou o programa televisivo “Os Extraordinários”,

    tratando-se do 1º e único programa onde as competências como a

    destreza mental e as habilidades de memória desempenham o papel

    principal.

    Este programa apresentado por Sílvia Alberto, o rosto do Crédito Agrícola

    nos últimos anos, contribuiu para aumentar a notoriedade do Grupo,

    trazendo-nos juventude, modernidade, sofisticação, simpatia e

    reforçando atributos como talento, destreza e inovação.

    Formação Profissional 2016 2017N.º de Horas de Formação 831 1344N.º de Horas de Formação/Por Colaborador 30 48

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    5. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 5.1 BALANÇO (VALORES EXPRESSOS EM EUROS)

    31-dez-16(Pro-forma)

    1-jan-16(Pro-forma)

    ACTIVO NotasActivo Bruto

    Provisões, Imparidades e amortizações

    Activo Líquido

    Activo Líquido

    Activo Líquido

    Caixa e disponibilidades em bancos centrais 4 833.062 - 833.062 686.678 703.439Disponibilidades em outras instituições de crédito 5 2.608.116 - 2.608.116 2.254.978 1.395.614Activos financeiros detidos para negociação 6 - - - - -Outros activos financeiros ao justo valor através de resultados 7 - - - - -Activos financeiros disponíveis para venda 8 3.263.782 - 3.263.782 2.006.251 1.086.905Aplicações em instituições de crédito 9 59.472.741 - 59.472.741 58.683.848 55.693.308Crédito a clientes 10 45.880.386 (1.643.226) 44.237.160 42.055.699 40.057.103Investimentos detidos até à maturidade 11 581.970 - 581.970 186.457 -Activos não correntes detidos para venda 12 5.063.152 (810.246) 4.252.906 4.907.207 5.120.262Outros activos tangíveis 13 2.982.080 (1.706.442) 1.275.638 1.305.259 1.361.630Activos intangíveis 14 181.945 (181.945) - - -Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos 15 3.444.035 (32) 3.444.003 3.441.438 3.441.438Activos por impostos correntes 16 - - - 6.061 174.603Activos por impostos diferidos 16 753.464 - 753.464 923.266 887.963Outros activos 17 881.226 (420.926) 460.301 535.043 440.183

    Total do Activo 125.945.958 (4.762.816) 121.183.142 116.992.185 110.362.449

    31-dez-17

    PASSIVO E CAPITAL Notas 31-dez-1731-dez-16(Pro-forma)

    1-jan-16(Pro-forma)

    Recursos de bancos centrais 18 - - -Outros passivos financeiros ao justo valor através de resultados 19 - - -Recursos de outras instituições de crédito 20 3.747.360 3.227.224 1.299.858Recursos de clientes e outros empréstimos 21 107.047.558 103.947.022 98.465.923Responsabilidades representadas por títulos 22 - - -Provisões 23 105.426 107.524 117.832Passivos por impostos correntes 16 46.468 - -Passivos por impostos diferidos 16 - - -Instrumentos representativos de capital 24 - - -Outros passivos subordinados 25 - - -Outros passivos 26 828.785 768.597 722.914 Total do Passivo 111.775.597 108.050.368 100.606.527

    Capital 28 5.126.145 5.135.440 5.173.850Prémios de emissão 28 - - -Outros instrumentos de capital 29 - - -Reservas de reavaliação 29 38.985 307 74.256Outras reservas e resultados transitados 29 3.806.070 4.587.668 4.507.816Lucro do exercício 436.345 (781.598) -Dividendos antecipados

    Total dos Capitais Próprios 9.407.545 8.941.817 9.755.922 Total do Passivo e dos Capitais Próprios 121.183.142 116.992.185 110.362.449

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    5.2 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS (VALORES EXPRESSOS EM EUROS)

    DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS Notas 31-dez-1731-dez-16

    (Pro-forma )

    Juros e rendimentos similares 30 1.983.690 1.945.066Juros e encargos similares 31 (163.369) (273.932)

    Margem financeira 1.820.321 1.671.134

    Rendimentos de instrumentos de capital 32 28.399 15Rendimentos de serviços e comissões 33 888.916 795.358Encargos com serviços e comissões 34 (104.571) (97.055)Resultados de activos e passivos avaliados ao justo valor através de resultados 35 - -Resultados de activos financeiros disponíveis para venda 36 49.274 -Resultados de reavaliação cambial 37 3.439 5.613Resultados de alienação de outros activos 38 (106.800) 1.374Outros resultados de exploração 39 266.647 195.932

    Produto bancário 2.845.626 2.572.371

    Custos com pessoal 40 (1.226.365) (1.756.838)Gastos gerais administrativos 41 (963.254) (934.731)Amortizações do exercício 13/14 (50.541) (66.662)Provisões líquidas de reposições e anulações 23 2.098 10.308Correcções de valor associadas ao crédito a clientes e valores a receber

    de outros devedores (líquidas de reposições e anulações) 43.244 (480.961)Imparidade de outros activos financeiros líquida de reversões e recuperações 23 (7.035) (10.942)Imparidade de outros activos líquida de reversões e recuperações 23 32.862 (55.764)

    Resultado antes de impostos 676.633 (723.219)

    Impostoscorrentes 16 (69.478) (693)diferidos 16 (170.810) (57.686)

    Resultado líquido do exercício 436.345 (781.598)

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    5.3 QUADRO GERAL DOS PRINCIPAIS INDICADORES

    Indicadores 2016 2017 V%

    Margem Financeira 1.671.134 1.820.321 8,93%

    Margem Complementar 698.303 784.345 12,32%

    Produto Bancário 2.572.371 2.845.626 10,62%

    Custos c/ Pessoal 1.756.838 1.226.365 -30,19%

    GGA 934.731 963.254 3,05%

    Custos de Funcionamento 2.691.569 2.189.620 -18,65%

    RLE* -781.598 436.345 155,83%

    Activo Líquido 117.212.347 121.183.142 3,39%

    Passivo 108.282.703 111.775.597 3,23%

    Situação Líquida 8.929.644 9.407.545 5,35%

    Crédito a Clientes Bruto 43.743.909 45.880.386 4,88%

    Crédito a Clientes Líquido 42.055.699 44.237.160 5,19%

    Disponibilidades e Aplicações 61.625.503 62.913.919 2,09%

    Depósitos de Clientes 103.862.390 106.991.137 3,01%

    Fundos de Investimento Mobiliários 1.363.815 878.987 -35,55%

    Fundos de Investimento Imobiliários 412.096 1.033.722 150,84%

    Seguros de Capitalização 13.689.960 12.071.878 -11,82%

    Total de Recursos de Clientes 119.328.261 120.975.724 1,38%

    Prémios Risco | Ramo Vida 142.312 145.615 2,32%

    Prémios Risco |Ramo Não Vida 403.972 461.071 14,13%

    Rácio de Solvabilidade /CET 1 20,59% 20,72% 0,63%

    CVL/CTL 2,08% 1,54% -25,96%

    Rácio Eficiência 107,23% 78,72% -26,59%

    PB/N.º Empregados 88.702 101.629 14,57%

    MC/Produto Bancário 27,15% 27,56% 1,51%

    Depósitos/ N.º Empregados 3.581.462 3.821.112 6,69%

    Activo Líquido Ajustado/N.º de Empregados 4.560.901 4.790.500 5,03%

    Rácio de Transformação 43,51% 44,41% 2,07%

    ANCDPV/AT 5,05% 4,18% -17,23%

    * Em 2016 o Resultado Líquido do Exercício apurado foi de € 184.548. Com a alteração do normativo contabilístico em

    2017, pela aplicação da IFRS 9, foram efectuados ajustamentos nos dados de 2016 para se garantir a efectiva

    comparabilidade entre exercícios, tendo por referência o novo regime de Imparidade.

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    6. PROPOSTA DE APLICAÇÃO DE RESULTADOS

    Nos termos da sua competência estatutária e demais legislação em vigor, o Conselho de Administração propõe à distinta

    Assembleia-Geral que o Resultado Líquido do Exercício apurado em 2017, no montante de € 436.345 (quatrocentos e

    trinta e seis mil trezentos e quarenta e cinco mil euros) seja aplicado, integralmente, em resultados transitados.

    Vagos, 6 de Março de 2018

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    7. PARECER DO CONSELHO FISCAL

    Nos termos das disposições legais aplicáveis e dos estatutos, vem o Conselho Fiscal da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Vagos CRL, apresentar o seu parecer ao relatório de gestão e contas apresentados pelo Conselho de Administração da CCAM de Vagos, relativo ao exercício de dois mil e dezassete, o que faz nos seguintes termos;

    Durante o exercício em análise, o Conselho Fiscal acompanhou a actividade da CCAM de Vagos, com base na documentação financeira disponibilizada pelos colaboradores, bem como na realização de reuniões com o Conselho de Administração e o Revisor Oficial de Contas e ainda nos relatórios intercalares de auditoria e no relatório adicional emitido pelo Revisor Oficial de Contas.

    Expressamos aqui o necessário agradecimento pela disponibilidade e colaboração, manifestada por todos os administradores, órgãos e colaboradores da CCAM de Vagos, na obtenção dos esclarecimentos solicitados, indispensáveis para a apreciação do trabalho que culminou no relatório e contas ora apresentado.

    Na apreciação do relatório de gestão e contas apresentado pelo Conselho de Administração relativo ao exercício de 2017, será antes de mais necessário alertar e considerar que:

    Tendo em consideração que foi alterado o referencial de relato financeiro que até 31 de Dezembro de 2016 se orientava pelas normas de contabilidade ajustadas (NCA) e passou a partir dessa data a ter de ser realizado por referência às normas internacionais de relato financeiro (IFRS), impostas de acordo com legislação europeia.

    Esta alteração do normativo contabilístico aplicável fez com que existisse a necessidade de expressar as demonstrações financeiras comparativas do exercício de 2016.

    Tal alteração fez com que os resultados apresentados nas demonstrações financeiras com a data de 31 de Dezembro de 2016 constassem com a menção “Pro-forma” e que não são aqueles que foram aprovados na competente assembleia geral.

    Dito isto, a realização da contabilidade da instituição segundo as IFRS levou a um reajustamento das imparidades, anteriormente designadas por provisões.

    Esta alteração levou ao recálculo das imparidades relativas ao crédito, que no ano em análise passaram a ter uma componente individual e uma colectiva.

    Foram também reconsideradas imparidades relativas a activos não correntes detidos para venda.

    Relativamente aos indicadores comparativos do exercício, verificam-se melhorias da margem financeira em 8.93% e do produto bancário em 10,62%, uma redução ao nível dos custos com pessoal de 30,19% por via da diminuição do número de colaboradores e do facto de em 2016 ter sido reforçado o fundo de pensões referente à saída dos mesmos colaboradores e ainda uma diminuição ao nível dos custos de funcionamento que atingiu 18,65% comparativamente com o ano de 2016.

    O activo líquido aumentou 3,39%, reflectido pelo aumento do crédito a clientes bem como o aumento de operações activas em 4,88% e o aumento das operações passivas em 3,01%.

    O rácio de solvabilidade/CET 1 fixou-se nos 20,72%, o que é demonstrativo da solidez financeira da instituição.

    Isto posto, a Caixa obteve um resultado líquido do exercício no valor de €436.345,00.

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    RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS

    Realça-se ainda que a Caixa manteve o seu investimento nas instituições do concelho, apoiando-as em projectos de vária ordem como sejam, culturais, sociais, desportivos e na área da educação.

    Em face do exposto, o Conselho Fiscal é de parecer de que está em condições de merecer a aprovação dos senhores associados o relatório de gestão e contas apresentado pelo Conselho de Administração da Caixa de Crédito Agrícola Mutuo de Vagos, nos exactos termos em que foi apresentado.

    Vagos, 12 de Março de 2018

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    8. CERTIFICAÇÃO LEGAL DAS CONTAS

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    9. ESTRUTURA E GOVERNO SOCIETÁRIO

    A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Vagos, CRL adopta o modelo de governação vulgarmente conhecido como “latino reforçado”, constituído pelo Conselho de Administração, Conselho Fiscal e Revisor Oficial de Contas. Os membros dos órgãos sociais e da Mesa da Assembleia-Geral são eleitos pela Assembleia-Geral, para um mandato de três anos.

    Organograma Geral da Caixa de Crédito Agrícola

    � Assembleia-Geral A Mesa da Assembleia-Geral foi constituída por um Presidente, um Vice-Presidente e um Secretário. A) Composição da Mesa da Assembleia-Geral Presidente: Maria Helena Marques dos Santos Vice-Presidente: Carlos Manuel Simões das Neves B) Competência da Assembleia-Geral A Assembleia-Geral delibera sobre todos os assuntos para os quais a Lei e os Estatutos lhe atribuam competências, em especial: � Eleger, suspender e destituir os titulares dos cargos sociais, incluindo os seus Presidentes; � Votar a proposta do plano de actividades e orçamento da Caixa Agrícola para o exercício seguinte; � Votar o relatório, o balanço e as contas do exercício anterior; � Aprovar a fusão, a cisão e a dissolução da Caixa Agrícola; � Aprovar a associação e a exoneração da Caixa Agrícola da CAIXA CENTRAL e de organismos cooperativos de

    grau superior; � Fixar a remuneração dos titulares dos órgãos sociais da Caixa Agrícola; � Decidir do exercício do direito de acção cível ou penal contra o revisor oficial de contas, administradores, gerentes,

    outros mandatários ou membros do Conselho Fiscal e da Mesa da Assembleia-Geral; � Decidir da alteração dos Estatutos.

    CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

    ASSEMBLEIA-GERAL

    CONSELHO FISCAL

    CF

    REVISOR OFICIAL DE CONTAS

    ROC

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    � Conselho de Administração O Conselho de Administração é composto por um número ímpar de membros efectivos, no mínimo de três e de um suplente. O Conselho de Administração foi composto por três membros, com mandato no triénio 2016/2018. A) Composição do Conselho de Administração Presidente: César da Silva Ferreira Vogal: Nelson Vilar Teles Vogal: António Miguel Carvalhais Simões Cordeiro Vogal Suplente: Helder Tiago da Rocha Reigota B) Competências do Conselho de Administração As competências do Conselho de Administração decorrem da Lei, competindo-lhe, em especial e de acordo com os Estatutos: � Administrar e representar a Caixa Agrícola; � Elaborar, para votação pela Assembleia-Geral, uma proposta de plano de actividades e de orçamento para o

    exercício seguinte; � Elaborar, para votação pela Assembleia-Geral, o relatório e as contas relativos ao exercício anterior; � Adoptar as medidas necessárias à garantia da solvabilidade e liquidez da Caixa Agrícola; � Decidir das operações de crédito da Caixa Agrícola. � Fiscalizar a aplicação dos capitais mutuados; � Promover a cobrança coerciva dos créditos da Caixa Agrícola, vencidos e não pagos; � Organizar, dirigir e disciplinar os serviços; � Alienar bens móveis ou imóveis, recebidos como dação em pagamento ou que tenham sido adjudicados à Caixa

    Agrícola em processo de execução. C) Reuniões do Conselho de Administração O Conselho de Administração, em 2017, realizou 96 reuniões ordinárias. D) Distribuição de Pelouros pelos Membros do Conselho de Administração Inexistem pelouros distribuídos expressamente a cada um dos administradores, sendo a administração exercida, conjuntamente, por todos eles. � Órgãos de Fiscalização A fiscalização da Caixa de Crédito Agrícola compete a um Conselho Fiscal e a um Revisor Oficial de Contas ou uma Sociedade de Revisores Oficiais de Contas.

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    As competências dos órgãos de fiscalização são as que decorrem da lei, competindo, ainda, ao Conselho Fiscal, de acordo com os Estatutos, emitir parecer sobre a proposta de plano de actividades e de orçamento. � Conselho Fiscal O Conselho Fiscal foi composto por três membros efectivos e, pelo menos, um suplente. A) Composição do Conselho Fiscal Presidente: Paulo Guilherme da Rocha Martins Vogal: José Carlos da Rocha Oliveira Vogal: Serafim Jorge Conceição Marques 1.º Vogal Suplente: Ana Maria da Silva Vasconcelos e Cruz B) Reuniões do Conselho Fiscal O Conselho Fiscal reúne, por regra, 1 vez por trimestre, tendo realizado, em 2017, um total de 5 reuniões ordinárias e 6 extraordinárias. � Revisor Oficial de Contas No mandato de 2016/2018 do Revisor Oficial de Contas, encontram-se designados para o cargo: Efectivo: Ribeiro, Rigueira, Marques, Roseiro & Associados, SROC, Lda. Representada por: Dra. Maria Filomena Neves Marques Suplente: Dr. Luís Alexandre Cantante Botelho Roseiro

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    10. DECLARAÇÃO DA POLÍTICA DE REMUNERAÇÕES

    Em 28 de Dezembro de 2016, a Assembleia-Geral Ordinária da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Vagos, C.R.L., apreciou e aprovou a Declaração sobre a Política de Remunerações dos Órgãos de Administração e Fiscalização da Instituição para o ano de 2017, em cumprimento do disposto na Lei n.º 28/2009, de 19 de Junho e do Aviso n.º 10/2011, do Banco de Portugal.

    Face à alteração legislativa entretanto verificada e nos termos do n.º 4 do Art. 115º - C do RGICSF, aprovado pelo Decreto-lei n.º 298/92, de 31 de Dezembro, na redacção que lhe foi dada pelo Decreto-lei n.º 157/2014, de 24 de Outubro, aqui fica reproduzida a referida declaração nos termos em que foi aprovada na referida Assembleia-Geral.

    A) Política de Remuneração de Órgãos de Administração e Fiscalização

    A política de remuneração dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização da CAIXA AGRÍCOLA no ano de 2017 seguiram os seguintes princípios orientadores:

    Em cumprimento das disposições legais e regulamentares aplicáveis, a Política de Remuneração dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Vagos, C.R.L. foi definida e elaborada de modo a reflectir adequada e proporcionalmente a dimensão, a organização interna e a natureza da Instituição, o âmbito e a complexidade da actividade por si desenvolvida, a natureza e a magnitude dos riscos assumidos e a assumir e o grau de centralização e delegação de poderes estabelecido no seio da mesma Instituição.

    A Política de Remuneração reflecte, em particular, a natureza jurídica de cooperativa da Instituição e a dela decorrente ausência de fins lucrativos, a imposição de restrições de natureza geográfica à actuação da dita Instituição e também o carácter acessório e complementar de outras actividades económicas de que se reveste, na maioria dos casos, o exercício de funções nos seus Órgãos de Administração e de Fiscalização.

    Nesta perspectiva, para além de se terem que considerar inaplicáveis à Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Vagos, CRL todas as disposições da Lei nº 28/2009, do Decreto-Lei nº 104/2007 e do Aviso nº 10/2011 que pressuponham que as entidades às mesmas sujeitas revestem a natureza jurídica de sociedades anónimas, houve que ponderar a aplicação de muitas das demais normas, sempre por referência ao princípio da proporcionalidade ínsito no corpo do Ponto 24 do Anexo ao Decreto-Lei nº 104/2007 e no art. 3º, nº 1, do Aviso nº 10/2011.

    � Considerações Gerais

    Nos termos e para os efeitos do nº 1 do art. 16º do Aviso nº 10/2011, declara-se que:

    a) A Política de Remuneração dos Órgãos de Administração e de Fiscalização é definida pela Assembleia Geral, sem a intervenção de quaisquer consultores externos, cabendo à mesma revê-la periodicamente, pelo menos uma vez por ano, em sede da sua aprovação nos termos do nº 4 do art. 115º-C do RGICSF;

    b) A presente política não contempla a atribuição de remunerações variáveis;

    c) Vistas a natureza e dimensões da Instituição, a inexistência de remunerações variáveis, o valor das remunerações pagas aos Membros dos respectivos Órgãos de Administração e de Fiscalização e o facto de, não sendo a Instituição uma sociedade anónima, lhe ser impossível pagar qualquer remuneração sob a forma de acções ou instrumentos nos termos do nº 3 do art. 115º-E do RGICSF, não será diferido o pagamento de qualquer parte da remuneração;

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    d) A Política de Remuneração é propícia ao alinhamento dos interesses dos Membros do Órgão de Administração com os interesses de longo prazo da Instituição e é igualmente consentânea com o desincentivo de uma assunção excessiva de riscos, na medida em que preconiza a atribuição de uma remuneração de valor moderado, compatível com as tradições e com a natureza específica do Crédito Agrícola;

    e) Atenta a natureza cooperativa da CAIXA AGRÍCOLA, o desempenho dos Órgãos de Administração e de

    Fiscalização é, em primeira linha, avaliado pelos Associados em sede de Assembleia Geral, reflectindo tal avaliação não só o desempenho económico da Instituição, mas também outros critérios directamente relacionados com a sobredita natureza cooperativa, incluindo a qualidade da relação estabelecida entre Administração e Cooperadores e da informação prestada aos membros sobre o andamento dos negócios sociais.

    � Remuneração do Conselho Fiscal

    A remuneração dos Membros do Conselho Fiscal, tendo em consideração a natureza da composição desse Órgão Social, consiste numa remuneração fixa mensal nos termos da deliberação da Assembleia-Geral de 30.12.2009.

    Acresce a esta remuneração o pagamento de despesas de representação ou outras incorridas no exercício das funções de Membro do Órgão de Fiscalização.

    � Remuneração do Conselho de Administração

    A remuneração dos Membros do Conselho de Administração consiste numa remuneração fixa mensal nos termos da deliberação da Assembleia-Geral de 30.12.2009.

    Acresce a esta remuneração:

    i) O pagamento de despesas de representação ou outras incorridas no exercício das funções de Membro do Órgão de Administração;

    ii) Atribuição de telemóvel de serviço;

    iii) Regalias sociais constantes no ACT aplicável às Instituições de Crédito Agrícola.

    Nos termos e para os efeitos dos arts. 115º-E e 115º-F do RGICSF e do nº 2 do art. 16º do Aviso nº 10/2011, mais se declara que:

    a) O órgão competente para a avaliação do desempenho individual dos Administradores é o Órgão de Fiscalização, sem prejuízo da competência da Assembleia-Geral, nos termos acima descritos;

    b) A remuneração dos Administradores não inclui uma componente variável, pelo que são inaplicáveis os arts. 115º-E e 115º-F do RGICSF e as alíneas b), c), d), e), f), g), h) e i) do nº 2 do art. 16º do Aviso nº 10/2011.

    c) Conforme referido acima, a remuneração dos Administradores não inclui uma componente variável, pelo que são inaplicáveis as regras constantes do RGICSF quanto à aquisição do direito à mesma e aos mecanismos de redução (“malus”) ou reversão (“clawback”).

    d) No exercício de 2016 não foram pagas nem se mostraram devidas compensações e indemnizações a Membros do Órgão de Administração devido à cessação das suas funções;

    e) A Instituição não celebrou com os Membros do seu Órgão de Administração qualquer contrato que lhes confira direito a compensações ou indemnizações em caso de destituição, incluindo pagamentos relacionados com a duração de um período de pré-aviso ou cláusula de não concorrência, pelo que o direito a tais compensações ou

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    indemnizações se rege exclusivamente pelas normas legais aplicáveis, sendo desnecessários os instrumentos jurídicos a que alude o art. 10º do Aviso nº 10/2011; de igual modo, não vigora na Instituição qualquer regime especial relativo a pagamentos relacionados com a cessação antecipada de funções, pelo que é igualmente inaplicável o nº 11 do art. 115º-E do RGICSF;

    f) Os Membros do Órgão de Administração da Instituição não auferiram quaisquer remunerações pagas por sociedades em relação de domínio ou de grupo com a Instituição;

    g) Não vigoram na Instituição quaisquer regimes complementares de pensões ou de reforma antecipada, nem são concedidos benefícios discricionários de pensão;

    h) Inexistem outros benefícios não pecuniários relevantes que possam ser considerados como remuneração.

    i) Os Membros do Órgão de Administração não utilizam quaisquer seguros de remuneração ou responsabilidade, ou quaisquer outros mecanismos de cobertura de risco tendentes a atenuar os efeitos de alinhamento pelo risco inerentes às suas modalidades de remuneração.

    j) Caso seja atribuída qualquer remuneração a Administrador eleito para o seu primeiro mandato que vise compensá-lo pela cessação de funções anteriores, esta terá em consideração os interesses de longo prazo da Instituição e será sujeita às regras que em cada momento vigorem quanto a desempenho, indisponibilidade mediante retenção pela Instituição, diferimento e reversão, sem prejuízo de, conforme referido, não ser actualmente diferido o pagamento de qualquer parte da remuneração.

    � Revisor Oficial de Contas

    A remuneração do Revisor Oficial de Contas é estabelecida com base nas práticas de mercado e definida no âmbito de contrato de prestação de serviços de revisão de contas.

    � Remunerações Pagas

    B) Política de Remuneração dos Colaboradores

    Dando cumprimento ao disposto no nº 3 do artigo 16º do Aviso do Banco de Portugal nº 10/2011, é prestada a seguinte informação, atinente à política de remuneração de colaboradores:

    1. Os colaboradores abrangidos pelo nº 2 do artigo 1º do Aviso do Banco de Portugal nº 10/2011 auferem uma remuneração fixa paga 14 vezes por ano, de acordo com as condições dispostas no ACT do Crédito Agrícola, a qual

    RemuneraçõesPresidente 54.600,00Administrador 40.040,00Administrador 40.040,00

    134.680,00

    Conselho de Administração

    RemuneraçõesPresidente 19.110,00Vogal 10.010,00Vogal 10.010,00

    39.130,00

    Conselho Fiscal

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    pode ainda integrar um complemento remunerativo mensal fixo, estabelecido contratualmente ou na sequência de reajustamento remunerativo casuístico.

    2. Também se atribuem até 2 horas de isenção de horário de trabalho às funções cujo nível de responsabilidade e exigência de disponibilidade assim o justifique.

    3. Pode ser atribuída anualmente uma remuneração variável, definida com base num processo de avaliação de um conjunto de competências críticas para a função, a qual corresponde apenas a um prémio de desempenho.

    4. A metodologia e critérios de avaliação de desempenho, aprovados pelo órgão de administração, são divulgados internamente, aprovados e aplicados de forma idêntica, para a generalidade dos colaboradores da instituição. O órgão de administração valida os resultados finais da avaliação de desempenho efectuada pela hierarquia directa dos colaboradores.

    5. Para os colaboradores em apreço a componente variável da remuneração tem tido como limite máximo 10 % da remuneração total anual (excluindo a majoração prevista no nº 4 da cláusula 71ª do ACT do Crédito Agrícola), percentagem esta que corresponde a cerca de 7% salários brutos por empregado. O limite e as orientações de atribuição são revistos anualmente pelo Conselho de Administração.

    6. A componente variável é assim atribuída anualmente, considerando o resultados da avaliação de competências específicas e transversais, que permitem verificar o respeito pelas regras e procedimentos aplicáveis à actividade, designadamente as regras de controlo interno e as que são relativas às relações com clientes e investidores.

    Pretende-se, deste modo, promover a sustentabilidade da instituição e a criação de valor a longo prazo.

    7.A remuneração variável quando atribuída é sempre paga em numerário tendo por base o desempenho do ano transacto.

    8. Não é diferida qualquer parte da componente variável da remuneração, porquanto o valor desta não tem expressividade para que o seu pagamento imediato e de uma só vez possa impedir que se atinja qualquer um dos objectivos que o diferimento visaria prosseguir.

    9. Atento o disposto no nº 3 do artigo 17º do Aviso do Banco de Portugal nº 10/2011, em 2017 os colaboradores abrangidos pelo nº 2 do artigo 1º do mesmo Aviso auferiram as seguintes remunerações:

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    11. CRÉDITOS CONCEDIDOS A MEMBROS DOS ÓRGÃOS SOCIAIS

    Em observância do n.º 9 do artigo 85º do RGICSF, introduzido pela Lei n.º 118/2015, de 31 de Agosto, informam-se todos os associados que, no exercício de 2017, e à semelhança de anos anteriores, não foram concedidos créditos a favor dos titulares dos órgãos de administração e fiscalização, quer directa quer indirectamente, nem a sociedades ou outros entes colectivos por eles directa ou indirectamente dominados.

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    12. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E NOTAS ANEXAS

    DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E NOTAS ANEXAS

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    1. NOTA INTRODUTÓRIA

    A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Vagos, C.R.L. (adiante designada por Caixa ou CCAM Vagos) é uma instituição de crédito constituída em 06 de Janeiro de 1984 sob a forma de Cooperativa de responsabilidade limitada. Constitui objecto da Caixa a concessão de crédito e a prática dos demais actos inerentes à actividade bancária, nos termos previstos na legislação aplicável. A Caixa é parte integrante do Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo (SICAM) o qual é formado pela Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, C.R.L. (Caixa Central) e pelas Caixas de Crédito Agrícola Mútuo suas associadas. Compete à Caixa Central assegurar a orientação, fiscalização e representação das entidades que fazem parte do Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo. Em 31 de Dezembro de 2017, a Caixa opera através da sua sede, situada na Rua Padre Vicente Maria da Rocha, em Vagos e através de uma rede de 6 balcões situados no concelho de Vagos.

    2. BASES DE APRESENTAÇÃO, COMPARABILIDADE DA INFORMAÇÃO E PRINCIPAIS POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS

    2.1. Bases de apresentação das contas Até 31 de Dezembro de 2016, as demonstrações financeiras em base individual da Caixa foram preparadas

    e apresentadas de acordo com as Normas de Contabilidade Ajustadas (NCA), tal como imposto pelo Aviso nº 1/2005 do Banco de Portugal.

    As NCA tinham por base as Normas Internacionais de Contabilidade (NIC), tal como adoptadas, em cada

    momento, por Regulamento da União Europeia, sendo contudo aplicáveis as derrogações previstas nos Avisos nº 1/2005 e nº 4/2005 do Banco de Portugal.

    Com a publicação do Aviso nº 5/2015 do Banco de Portugal, as entidades sujeitas à supervisão do Banco de

    Portugal passaram a estar obrigadas a elaborar as suas demonstrações financeiras em base individual de acordo com as NIC, tal como adoptadas, em cada momento, por Regulamento da União Europeia.

    As NIC incluem as normas contabilísticas emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB),

    bem como as interpretações emitidas pelo International Financial Reporting Interpretation Committee (IFRIC) e pelos respectivos órgãos antecessores.

    Apesar de o Aviso nº 5/2015 ter produzido efeitos a partir do dia 1 de Janeiro de 2016, as Caixas de Crédito

    Agrícola Mútuo integradas no Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo (SICAM) beneficiaram, durante o ano de 2016, do regime transitório previsto no artigo 3º do referido Aviso, pelo que nestas entidades a adopção das NIC apenas ocorreu no dia 1 de Janeiro de 2017. De notar que as demonstrações financeiras consolidadas do Grupo Crédito Agrícola (GCA), o qual inclui o SICAM, já eram preparadas e apresentadas de acordo com as NIC, pelo que esta adopção em 2017 ocorreu apenas a nível das contas individuais.

    As demonstrações financeiras da Caixa apresentadas reportam-se ao ano de 2017, período findo em 31 de

    Dezembro, tendo sido já preparadas de acordo com as NIC. As demonstrações financeiras estão expressas em Euros e foram preparadas de acordo com o princípio do

    custo histórico, com excepção dos activos e passivos registados ao justo valor. De notar que a preparação das demonstrações financeiras de acordo com as NIC requer que a Caixa efectue

    julgamentos e estimativas e utilize pressupostos que afectam a aplicação das políticas contabilísticas e os montantes de proveitos, custos, activos e passivos. Alterações em tais pressupostos ou diferenças destes face à realidade poderão ter impacto sobre as actuais estimativas e julgamentos.

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    RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS

    Estas demonstrações financeiras foram aprovadas em reunião do Conselho de Administração de dia 06 de Março de 2018.

    2.2. Alterações às políticas contabilísticas e comparabilidade da informação A entrada em vigor do Aviso nº 5/2015 do Banco de Portugal, impôs a necessidade de a Caixa elaborar as

    suas demonstrações financeiras individuais, a partir de 1 de Janeiro de 2017, de acordo com as NIC, deixando assim de ser aplicadas as NCA.

    Com a publicação do referido Aviso, foram revogados os Avisos nº 1/2005 e nº 3/95 do Banco de Portugal,

    os quais regulamentavam a constituição de provisões por parte das instituições de crédito, com as seguintes finalidades: (i) risco específico de crédito, (ii) riscos gerais de crédito, (iii) encargos com pensões de reforma e sobrevivência, (iv) menos-valias de títulos e imobilizações financeiras, (v) menos-valias de outras aplicações e (vi) risco-país.

    Neste sentido, o crédito concedido, as garantias prestadas e outras operações de natureza análoga

    passaram a estar sujeitas ao registo de perdas por imparidades de acordo com os requisitos da NIC 39 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração, deixando de se aplicar o modelo de provisionamento previsto no Aviso nº 3/95 do Banco de Portugal.

    Assim, a alteração resultante da revogação das NCA e adopção das NIC para efeitos da preparação e

    apresentação das demonstrações financeiras, a partir de 1 de Janeiro de 2017, teve impacto nomeadamente ao nível da diminuição das provisões para crédito a clientes e garantias, decorrente do reconhecimento de perdas por imparidade apuradas em conformidade com a NIC 39 por substituição do anterior referencial previsto no Aviso nº 3/95 do Banco de Portugal.

    De acordo com as NIC, a adopção do novo normativo contabilístico deve ser aplicada retrospectivamente,

    pelo que a Caixa ajustou as suas demonstrações financeiras de 2016 para efeitos comparativos. Assim, as demonstrações financeiras de 2017 são em todos os aspectos materialmente relevantes

    comparáveis com as demonstrações financeiras que se apresentam no presente documento referentes ao período anterior (ou seja, 2016).

    Apresenta-se nos quadros abaixo a reconciliação das principais rubricas das demonstrações financeiras

    aprovadas em 2016, as quais foram preparadas em base NCA, e as demonstrações financeiras de 2016, preparadas de acordo com as NIC, reportadas neste documento para efeitos comparativos:

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    a) Reconciliação entre o Balanço a 1 de Janeiro de 2016 preparado com base nas NCA e nas NIC

    b) Reconciliação entre o Balanço a 31 de Dezembro de 2016 preparado com base nas NCA e nas NIC

    Notas NIC Ajustamentos NCA

    Crédito a clientes 10 40.057.103 775.541 39.281.563Activos por impostos diferidos 16 887.963 0 887.963

    Outros elementos do activo

    4,5,8,9,11,12,13,14,15,17 69.417.383 0 69.417.383

    Total do Activo 110.362.449 775.541 109.586.908

    Provisões 23 117.832 (202.778) 320.610Outros elementos do passivo 20,21,26 100.488.695 0 100.488.695

    Total Passivo 100.606.527 (202.778) 100.809.305

    Outras reservas e resultados transitados 29 4.507.816 978.319 3.529.498Resultado do exercício 29 0 0 0Outros elementos do capital próprio 28,29 5.248.106 0 5.248.106

    Total Capital Próprio 9.755.922 978.319 8.777.604

    Total do Passivo e Capital Próprio 110.362.449 775.541 109.586.908

    Notas NIC Ajustamentos NCA

    Crédito a clientes 10 42.055.699 (220.162) 42.275.861Activos por impostos diferidos 16 923.266 923.266

    Outros elementos do activo

    4,5,8,9,11,12,13,14,15,17 74.013.220 0 74.013.220

    Total do Activo 116.992.185 (220.162) 117.212.347

    Provisões 23 107.524 (232.335) 339.859Outros elementos do passivo 20,21,26 107.942.844 0 107.942.844

    Total Passivo 108.050.368 (232.335) 108.282.703

    Outras reservas e resultados transitados 29 4.587.668 978.319 3.609.349Resultado do exercício 29 (781.598) (966.146) 184.548Outros elementos do capital próprio 28,29 5.135.747 0 5.135.747

    Total Capital Próprio 8.941.817 12.173 8.929.644

    Total do Passivo e Capital Próprio 116.992.185 (220.162) 117.212.347

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    c) Reconciliação entre a Demonstração dos Resultados a 31 de Dezembro de 2016 preparado com base nas NCA e nas NIC

    Adicionalmente, ocorreram em 2017 um conjunto de alterações às NIC, as quais apresentamos de seguida, que não tiveram qualquer impacto nas políticas contabilísticas ou nas demonstrações financeiras apresentadas a 31 de Dezembro de 2017.

    2.2.1. Impacto da adopção das alterações às normas que se tornaram efectivas a 1 de Janeiro de 2017:

    a) IAS 7 (alteração), ‘Revisão às divulgações’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de

    Janeiro de 2017). Esta alteração introduz uma divulgação adicional sobre as variações dos passivos de financiamento, desagregados entre as transacções que deram origem a movimentos de caixa e as que não, e a forma como esta informação concilia com os fluxos de caixa das actividades de financiamento da Demonstração do Fluxo de Caixa. Os impactos ainda não estão estimados a esta data.

    b) IAS 12 (alteração), ‘Imposto sobre o rendimento – Reconhecimento de impostos diferidos activos sobre perdas potenciais’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2017). Esta alteração clarifica a forma de contabilizar impostos diferidos activos relacionados com activos mensurados ao justo valor, como estimar os lucros tributáveis futuros quando existem diferenças temporárias dedutíveis e como avaliar a recuperabilidade dos impostos diferidos activos quando existem restrições na lei fiscal. Os impactos ainda não estão estimados a esta data.

    2.2.2. Normas (novas e alterações) e interpretações publicadas, cuja aplicação é obrigatória para períodos anuais que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2018, mas que a União Europeia ainda não endossou: a) IFRS 9 (nova), ‘Instrumentos financeiros’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro

    de 2018). A IFRS 9 substitui os requisitos da IAS 39, relativamente: (i) à classificação e mensuração dos activos e passivos financeiros; (ii) ao reconhecimento de imparidade sobre créditos a receber (através do modelo da perda esperada); e (iii) aos requisitos para o reconhecimento e classificação da contabilidade de cobertura.

    O Grupo Crédito Agrícola, onde se inclui a CCAM, definiu uma estrutura global de trabalho com o objectivo de adaptar os seus processos internos aos normativos explanados na IFRS 9, de modo a que estes sejam, simultaneamente, aplicáveis, uniformemente, a todas as CCAM do SICAM e sejam adaptáveis às características individuais de cada uma. Relativamente à estrutura de governance do projecto de implementação da IFRS 9, o Grupo criou um comité com a responsabilidade de acompanhar o projecto mas também de assegurar que estão envolvidos neste projecto todas as áreas relevantes para o sucesso do mesmo.

    Notas NIC Ajustamentos NCA

    Margem Financeira 1.671.134 1.671.134

    Produto bancário 2.572.371 2.572.371

    Provisões líquidas de reposições e anulações 23 10.308 29.557 (19.249)Imparidade de outros activos financeiros líquida de reversões e recuperações23 - - -Outros proveitos / (custos) que concorrem para o resultado antes de impostos40,41 (3.305.897) (995.703) (2.310.194)

    Resultado antes de impostos (723.219) (966.146) 242.927

    Impostoscorrentes 16 (693) (693)diferidos (57.686) (57.686)

    Resultado líquido do exercício (781.598) (966.146) 184.548

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    O Grupo Crédito Agrícola encontra-se actualmente na fase de implementação dos modelos e requisitos definidos, com o objectivo de assegurar a eficiente implementação dos normativos previstos na IFRS 9, optimizando os recursos necessários para o desenvolvimento dos requisitos e modelos definidos. Quando a fase de implementação estiver concluída, o Grupo irá testar os resultados obtidos pelos modelos implementados através de diversas simulações, por forma a assegurar que a transição para o novo normativo está de acordo com o estabelecido inicialmente. Esta última fase inclui um cálculo paralelo do montante de imparidade de acordo com os requisitos previstos na IFRS 9, como complemento e base de comparação às simulações internas que o Grupo desenvolveu ao longo do projecto de implementação da IFRS 9. A CCAM, enquanto parte integrante do Grupo Crédito Agrícola, encontra-se alinhada com o modelo, calendário e objectivos do Grupo para o projecto de implementação da IFRS 9. À presente data, a CCAM está a avaliar os efeitos e impactos da plena adopção dos normativos previstos na IFRS 9, pelo que os impactos estimados desta avaliação serão comunicados assim que esteja disponível uma estimativa razoável dos mesmos.

    b) IFRS 15 (nova), ‘Rédito de contratos com clientes’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2018). Esta nova norma aplica-se apenas a contratos para a entrega de produtos ou prestação de serviços, e exige que a entidade reconheça o rédito quando a obrigação contratual de entregar activos ou prestar serviços é satisfeita e pelo montante que reflecte a contraprestação a que a entidade tem direito, conforme previsto na “metodologia das 5 etapas”. Os impactos ainda não estão estimados a esta data.

    c) IFRS 16 (nova), ‘Locações’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2019). Esta nova norma substitui o IAS 17, com um impacto significativo na contabilização pelos locatários que são agora obrigados a reconhecer um passivo de locação reflectindo futuros pagamentos da locação e um activo de “direito de uso" para todos os contratos de locação, excepto certas locações de curto prazo e de activos de baixo valor. A definição de um contrato locação também foi alterada, sendo baseada no "direito de controlar o uso de um activo identificado". Os impactos ainda não estão estimados a esta data.

    d) IFRS 4 (alteração), ‘Contratos de seguro (aplicação da IFRS 4 com a IFRS 9)’ (a aplicar nos exercícios

    que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2018). Esta alteração atribui às entidades que negoceiam contractos de seguro a opção de reconhecer no Outro rendimento integral, em vez de reconhecer na Demonstração dos resultados, a volatilidade que pode resultar da aplicação da IFRS 9 antes da nova norma sobre contractos de seguro ser publicada. Adicionalmente é dada uma isenção temporária à aplicação da IFRS 9 até 2021 às entidades cuja actividade predominante seja a de seguradora. Esta isenção é opcional e não se aplica às demonstrações financeiras consolidadas que incluam uma entidade seguradora. Os impactos ainda não estão estimados a esta data.

    e) Alterações à IFRS 15, ‘Rédito de contratos com clientes’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou

    após 1 de Janeiro de 2018). Estas alterações referem-se às indicações adicionais a seguir para determinar as obrigações de desempenho de um contrato, ao momento do reconhecimento do rédito de uma licença de propriedade intelectual, à revisão dos indicadores para a classificação da relação principal versus agente, e aos novos regimes previstos para simplificar a transição. Os impactos ainda não estão estimados a esta data.

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    2.2.3. Normas (novas e alterações) e interpretações publicadas, cuja aplicação é obrigatória para períodos anuais que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2017, mas que a União Europeia ainda não endossou:

    2.2.3.1 – Normas

    a) Melhorias às normas 2014 – 2016 (a aplicar, em geral, nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de

    Janeiro de 2017). Este ciclo de melhorias afecta os seguintes normativos: IFRS 1, IFRS 12 e IAS 28. Os impactos ainda não estão estimados a esta data.

    b) IAS 40 (alteração) ‘Transferência de propriedades de investimento’ (a aplicar nos exercícios que se

    iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2018). Esta alteração ainda está sujeita ao processo de endosso pela União Europeia. Esta alteração clarifica que os activos só podem ser transferidos de e para a categoria de propriedades de investimentos quando exista evidência da alteração de uso. Apenas a alteração da intenção da gestão não é suficiente para efectuar a transferência. Os impactos ainda não estão estimados a esta data.

    c) IFRS 2 (alteração), ‘Classificação e mensuração de transacções de pagamentos baseados em acções’

    (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2018). Esta alteração ainda está sujeita ao processo de endosso pela União Europeia. Esta alteração clarifica a base de mensuração para as transacções de pagamentos baseados em acções liquidadas financeiramente (“cash-settled”) e a contabilização de modificações a um plano de pagamentos baseado em acções, que alteram a sua classificação de liquidado financeiramente (“Cash-settled”) para liquidado com capital próprio (“equity-settled”). Para além disso, introduz uma exceção aos princípios da IFRS 2, que passa a exigir que um plano de pagamentos baseado em acções seja tratado como se fosse totalmente liquidado com capital próprio (“equity-settled”), quando o empregador seja obrigado a reter um montante de imposto ao funcionário e pagar essa quantia à autoridade fiscal. Os impactos ainda não estão estimados a esta data.

    d) IFRS 9 (alteração), ‘Elementos de pré-pagamento com compensação negativa’ (a aplicar nos exercícios

    que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2019). Esta alteração ainda está sujeita ao processo de endosso pela União Europeia. Esta alteração introduz a possibilidade de classificar activos financeiros com condições de pré-pagamento com compensação negativa, ao custo amortizado, desde que se verifique o cumprimento de condições específicas, em vez de ser classificado ao justo valor através de resultados. Os impactos ainda não estão estimados a esta data].

    e) IAS 28 (alteração), ‘Investimentos de longo-prazo em associadas e empreendimentos conjuntos’ (a

    aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2019). Esta alteração ainda está sujeita ao processo de endosso pela União Europeia. Esta alteração clarifica que os investimentos de longo-prazo em associadas e empreendimentos conjuntos (componentes do investimento de uma entidad