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Ficha para identificação da Produção Didático-pedag ógica – Turma 2016

Título: O dicionário como instrumento pedagógico na ampliação do léxico e na valorização da produção escrita

Autor: Ieda Maria Nesi Nascimento

Disciplina/Área:

Língua Portuguesa

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Colégio Estadual Presidente Costa e Silva – Ensino Fundamental e Médio

Município da escola: Cascavel

Núcleo Regional de Educação: Cascavel

Professor Orientador: Prof.a. Dra. Benilde Socreppa Schultz

Instituição de Ensino Superior: UNIOESTE – Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Resumo: Esta produção didática tem como objetivo aprimorar os conhecimentos linguísticos, a partir do uso do dicionário em sala de aula, já que este material didático serve como instrumento de apoio nos estudos de ampliação do conhecimento lexical dos alunos, estabelecendo através de suas indagações, como se pode avançar na produção textual. Preocupamo-nos também, em contemplar e levar em consideração o que está descrito nos documentos oficiais que regem o ensino público, bem como as teorias presentes, principalmente nas Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná (2008) e nos Parâmetros Curriculares Nacionais (1998) e que enfatizam a utilização desse importante recurso em sala de aula. Contudo, infelizmente este material é relegado ao esquecimento, sendo muitas vezes pouco utilizado. Partindo desses pressupostos, pretendemos primeiramente trabalhar a prática do dicionário em sala de aula,

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descrevendo a tipologia que envolve este material, o conhecimento da macroestrutura e microestrutura, para que o nosso aluno adquira habilidades no seu manuseio e em sua aplicabilidade no exercício das atividades pedagógicas. Em um segundo momento, desenvolveremos atividades que colaborem para a melhoria da produção oral e escrita do aluno, proporcionando subsídios para a prática em sala de aula, através de exercícios que envolvam diversos gêneros discursivos, nos quais o professor trabalhará conceitos e significados dos vocábulos, o sentido literal e figurado das palavras, o aprendizado de novas expressões e a ampliação do vocabulário com a consulta de palavras, bem como a escrita e reescrita de produções textuais que aos poucos vão se aperfeiçoando com o uso e manuseio do dicionário. Nessa perspectiva e perante tudo o que expusemos, optamos por trabalhar esta implementação nos moldes de organização de uma sequência didática.

Palavras-chave: Léxico, dicionários, atividades pedagógicas, leitura e produção escrita.

Formato do Material Didático:

Unidade Didática

Público Alunos do 7º ano- Ensino Fundamental II

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Apresentação

O dicionário é o instrumento que envolve um conjunto de informações detalhadas

sobre as palavras, as suas locuções, sua gramática e seu potencial de sentidos são de

significativa importância para as atividades de leitura e produção de textos.

De acordo com Krieger (2012, p. 63), “o dicionário é um lugar privilegiado de lições

sobre a língua, mas também sobre a linguagem, instrumento de grande valor pedagógico

e que favorece o desempenho cognitivo do aluno”. O dicionário deve ser visto como um

material que auxiliará o trabalho do ensino-aprendizagem, através de sua riqueza de

informações: a adequação semântica, o desenvolvimento do vocabulário do aluno para o

significativo avanço na produção escrita, a pesquisa e a escolha das unidades lexicais

como também, a análise crítica de suas definições. Ainda segundo a autora,

[...] é essencial saber lidar com o mundo das palavras, reconhecendo os arranjos semânticos e expressivos que seu uso adequado proporciona, além das condições gramaticais e sintáticas exigidas pela contextualização das palavras nas frases e nos textos (KRIEGER, 2012, p. 63).

Entendemos o dicionário como um material que trabalha essencialmente a palavra

através da compreensão linguística e que tem por objetivo maior, conhecer e dominar

cada vez mais a linguagem, em conjunto com o léxico, que é a parte da língua, em

constante evolução. Ambos, dicionário e léxico, instrumentos que auxiliam no

armazenamento e manutenção da língua, acumulando funções que englobam os

conhecimentos linguísticos, culturais ou científicos.

Conforme os tópicos abordados, devemos pensar que a aquisição do vocabulário

não deve ser algo estudado ou ensinado isoladamente, mas deve estar associado a

estratégias de leitura e escrita, que enriquecerão e expandirão o conhecimento lexical do

aluno. E para que estas propostas pedagógicas se concretizem o MEC organizou três

acervos envolvendo os dicionários escolares do Ensino Fundamental Anos Finais. A

seleção destes dicionários foi realizada a partir de um processo de avaliação e cada

classificação compreende propostas pedagógicas e de ensino lexical adequado a cada

nível escolar.

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Caracterização da escola

O Colégio Estadual Presidente Costa e Silva é um estabelecimento que se

caracteriza por ofertar o ensino fundamental e médio, comportando matrículas em 2016

de 805 alunos no ensino regular (29 turmas) e nas atividades complementares 240 alunos

(15 turmas).

No que se refere à matriz curricular, o ensino fundamental e médio trabalha com as

disciplinas da base comum e a parte diversificada que compreende a Língua Inglesa,

sendo a Língua Espanhola trabalhada como atividade complementar.

A taxa de aprovação dos alunos tanto no ensino fundamental quanto no médio

sempre foi acima de 87% e 74% respectivamente, sendo muitas vezes o pouco hábito de

leitura e a dificuldade de apresentação de uma escrita de qualidade por parte dos alunos,

uma das maiores queixas dos professores nos conselhos de classe.

Na tentativa de amenizar um pouco estes problemas e no decorrer de toda

organização e estudo deste projeto, nossa maior preocupação sempre foi com a leitura do

aluno, pois observamos em suas produções textuais que, muitas vezes, não apresenta

bons argumentos sobre determinado tema, ou ainda, não consegue desenvolver tópicos a

partir de sua expansão de ideias.

Além disso, ao buscarmos pesquisas que nos mostram os índices do Ideb, Saeb e

Saep, confirmamos nossos estudos e apontamentos diante da perspectiva de ensino da

leitura e escrita. Em contrapartida, o aluno não possui o hábito de ler e isto se torna

evidente quando observamos os resultados divulgados pelo INEP (Instituto Nacional de

Estudos e Pesquisas Educacionais). Secundo o Instituto, apenas 10% dos alunos do

Ensino Médio, atingem nível satisfatório de aprendizado nas escolas estaduais.

Concluímos, portanto, que a grande maioria possui dificuldades na apreensão dos

conteúdos e apresentam habilidades mínimas de conhecimento.

Para tanto, justificamos nossa escolha de implementação do projeto de intervenção,

baseando-nos nos tópicos que compreendem a sequência didática (SD). Pois é na SD

que se apoiam as etapas definidas de trabalho com os gêneros discursivos, e que,

consequentemente, se devidamente exploradas e sequenciadas, serve como um

instrumento pertinente ao desenvolvimento e aplicabilidade deste estudo.

Fundamentação Teórica

As Diretrizes Curriculares têm seu foco de ensino da Língua Portuguesa pautado no

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Conteúdo Estruturante “O discurso como prática social”. Esse trabalho de pesquisa e

implementação do projeto de intervenção pedagógica também tem por propósito buscar

esta compreensão de “atividade comunicativa entre os interlocutores” (PARANÁ, 2008,

p.63). Entendemos, então, que esta atividade comunicativa se caracteriza por ser social,

que não se esgota e tampouco se extingue.

Portanto, enfatizamos que “o discurso é produzido por um eu, um sujeito que é

responsável por aquilo que fala e/ou escreve. É o trabalho com os enunciados orais e

escritos” (PARANÁ, 2008, p.63): oral, que tece ideias do aperfeiçoamento linguístico para

situações que vão além da condição informal do falante, e escrita, que reflete um

posicionamento interligado com a fala, mas que compreende outros elementos, e que, por

isso, podem ser trabalhadas (fala e escrita) com o uso do dicionário, melhorando assim, o

rendimento da comunicação de nossos alunos.

O que observamos, ao buscarmos maiores informações sobre o ensino do léxico

nas DCEs (2008), é que este material compreende uma prática pedagógica que

reconhece “o aprimoramento da competência linguística do aluno com maior propriedade

se lhe for dado conhecer, nas práticas de leitura, escrita e oralidade, o caráter dos

gêneros discursivos” (PARANÁ, 2008, p. 53). Por conseguinte, entendemos por gênero

qualquer enunciado ou manifestação comunicativa, seja ela mais complexa, ou do próprio

cotidiano do aluno.

A partir de todos os apontamentos feitos até então, e de acordo com o objetivo que

temos com o uso do dicionário, “o aluno precisa conhecer e ampliar o uso dos registros

socialmente valorizados da língua, como a norma culta” (PARANÁ, 2008, p. 53). Norma

esta, que deve ser entendida como a busca pelo conhecimento linguístico, que culmina no

aperfeiçoamento do letramento do aluno e compreende um trabalho que parte das

práticas sociais de linguagem (oralidade, leitura e escrita) para o encontro do

conhecimento sistematizado e elaborado.

Diante de todo o esforço por um saber elaborado e compartilhando o que está

descrito nas DCEs, como aprendizagem da Língua Portuguesa compreendemos e

reforçamos que nosso objetivo neste trabalho não é apenas a compreensão e

representação das palavras. Ou seja, o básico para o ensino de uma língua é também o

desenvolvimento das práticas discursivas. Práticas estas que devem ser trabalhadas a

partir de materiais pedagógicos que utilizam a leitura como aperfeiçoamento de seus

conhecimentos linguístico-discursivos, em diferentes meios sociais, e assim, levando o

aluno à aquisição da norma formal da escrita.

Partindo desse pressuposto, destacamos ainda, que as Diretrizes Curriculares fazem

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inferência sobre como deve ser o encaminhamento linguístico a partir das práticas sociais

da linguagem (oralidade, leitura e escrita). Compreendemos que estes são os eixos da

Língua Portuguesa que complementam nosso discurso e que, trabalhados com o auxílio

da análise linguística, a partir da exploração de um texto, tornam-se o ponto de referência

para o bom desempenho da produção escrita, pois o estudo, a partir de frases soltas, não

é o encaminhamento ideal na busca da ampliação do conhecimento linguístico.

Nos conteúdos elencados para as práticas discursivas presentes nas DCEs, o uso

do léxico, também é pontuado através de uma caracterização que abrange o trabalho com

os detalhes lexicais de cada palavra. Ou seja, os sentidos dos vocábulos e a interpretação

das sentenças e dos enunciados, a fala e a escrita informais e formais, bem como o

sistema linguístico e seus componentes formando uma estrutura e uma prática que

reforça a reescrita e a reformulação do que o aluno produz.

Ainda, fazendo considerações a partir das DCEs (2008) observamos que o léxico

está presente principalmente quando os conteúdos básicos são elencados nos sextos e

sétimos anos do Ensino Fundamental Anos Finais e mais detalhadamente no oitavo e

nono anos do ensino, então denominado. Neste contexto, as DCEs em sua descrição de

conteúdos básicos para o aluno do Ensino Fundamental Anos Finais traz os seguintes

tópicos:

Oralidade: Recursos Semânticos, Variações Linguísticas. Leitura: Léxico, Figuras de Linguagem, Marcas Linguísticas, Sentido Figurado, Polissemia, Semântica, Intertextualidade. Escrita: Processo de formação de palavras, Semântica, Elementos Semânticos, Intertextualidade, Polissemia, Variações Linguísticas (lexicais, semânticas, prosódicas, entre outras), Significado das palavras e Sentido Figurado. (PARANÁ, 2008, p.91-97).

Dessa forma e pensando em quais encaminhamentos metodológicos as DCEs

(2008) contemplam, no ensino e ampliação do léxico. Nós, professores devemos estar

preparados para trabalharmos aspectos linguísticos da oralidade do aluno. Por

conseguinte, precisamos prepará-lo para que este desenvolva uma linguagem mais

elaborada e que desta forma consiga aproximar-se da norma padrão da língua materna,

tanto na fala quanto na escrita. Devemos então, auxiliar o aluno na utilização de uma

oralidade mais elaborada, e como consequência, a escrita dele também terá melhor

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aproveitamento e isto poderá tornar-se possível através das práticas desenvolvidas neste

projeto e que buscam isso através do uso do dicionário.

Já nos PCNs buscamos os objetivos gerais da Língua Portuguesa para o Ensino

Fundamental, procurando destacar o que o aluno deverá desenvolver em seu ensino-

aprendizagem, bem como os aspectos que ele necessitará dominar ao final do terceiro e

quarto ciclos do Ensino Fundamental, denominado nas DCEs como Ensino Fundamental

Anos Finais.

Os PCNs relatam como devemos compreender as ideias explícitas e implícitas nos

diversos gêneros discursivos inferindo sobre sua sintaxe, estabelecendo as relações

formais que interligam os componentes de uma sentença e, dessa maneira, o aluno

tornar-se-á capaz de aumentar e aprofundar o léxico, apropriando-se da evolução do

significado das palavras. Caracterizado pelos estudos a partir da seguinte reflexão:

O trabalho com o léxico não se reduz a apresentar sinônimos de um conjunto de palavras desconhecidas pelo aluno. Isolando a palavra e associando-a a outra apresentada como idêntica, acaba-se por tratar a palavra como “portadora de significado absoluto”, e não como índice para a construção do sentido, já que as propriedades semânticas das palavras projetam restrições selecionais (BRASIL, 1998, p.83).

Diante do que expusemos até o momento, o professor deverá buscar em conjunto

com o aluno a apropriação do léxico, através das mais diversas estratégias no trabalho

com o texto. O entendimento e compreensão das palavras precisam ser explorados e

analisados como um todo, levando em consideração a classe de palavras, a derivação,

sua etimologia, as diversas significações, os homônimos entre outros. Também, não

devemos nos esquecer da paráfrase, uma prática bastante importante na reescrita de

frases e textos, foco e objetivo de nossa pesquisa neste projeto.

Descrição da Experiência

Num primeiro momento, abordamos neste trabalho alguns conceitos envolvendo a

significação do que é o léxico e a importância do dicionário para a ampliação do

vocabulário dos alunos.

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Para fundamentarmos esse estudo utilizamos alguns autores que contribuíram para

a pesquisa através de suas teorias, estudos e concepções, entre os quais destacamos:

Maria da Graça Krieger (2012), Beatriz Nunes de Oliveira Longo e Bento Carlos Dias da

Silva (2006), bem como Claudio Cezar Henriques (2011).

De fato, todos estes teóricos, através de suas teorias e pesquisas mostraram-se

preocupados com os estudos de ampliação do conhecimento lexical de nossos alunos,

relatando através de suas indagações, como se pode avançar na produção textual,

utilizando práticas, atividades e encaminhamentos que envolvam o uso do dicionário.

Porém, não poderemos deixar de citar os documentos oficiais que regem o ensino

público, bem como as teorias presentes principalmente nas Diretrizes Curriculares do

Estado do Paraná (2008, doravante DCEs) e nos Parâmetros Curriculares Nacionais

(1998, doravante PCNs), compreendendo assim, o que pensam os educadores que

elaboraram estes estudos e que se manifestam, respectivamente, pela esfera estadual e

nacional.

Em um segundo momento, descrevemos as metodologias colocadas em prática para

o desenvolvimento do Projeto de Intervenção Pedagógica, como as atividades

desenvolvidas com os alunos dos sétimos anos do Ensino Fundamental Anos Finais do

Colégio Estadual Presidente Costa e Silva e o que se espera que eles produzam a partir

da aplicação do trabalho em sala de aula.

Já num terceiro momento, relataremos através de um breve comentário os

resultados que obtidos com o uso do dicionário em sala de aula, quais os avanços que os

alunos conquistaram no decorrer de todas as ações desenvolvidas nas práticas

discursivas da leitura e da escrita, no decorrer da implementação do projeto.

Utilizando este enfoque, o presente trabalho mostra a importância do léxico, através

do uso do dicionário em sala de aula, já que este desempenha um grande papel ao

mostrar o universo semântico que um vocábulo descreve, registrando não apenas a

ortografia, a gramática, e os significados de uma palavra.

Cumpre dizermos que o dicionário também se caracteriza como o instrumento

pedagógico que vai além da simples decodificação das palavras, da leitura das acepções,

da pesquisa envolvendo suas condições gramaticais, “é um lugar de lições sobre a língua”

(Krieger, 2012 p.47). Sendo que, este material lexicográfico precisa ser trabalhado em

sala de aula com o objetivo de proporcionar ao aluno o aperfeiçoamento das práticas

discursivas através da ampliação do seu vocabulário e consequentemente de um domínio

maior da produção escrita.

Entendemos por aperfeiçoamento do discurso a leitura de diversos textos que

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compreendem a temática trabalhada no momento da prática pedagógica, para que o

aluno adquira maior poder de argumentação. No decorrer desta prática o aluno terá

condições de apresentar tópicos a partir da delimitação do tema, analisando,

questionando, revisando e de fato reescrevendo sua produção textual. Deste modo,

teremos a reflexão do educando sobre o que escreveu, buscando alternativas diversas

para a utilização de outros vocábulos, que nesta pesquisa tem a intenção de ser ampliada

com o uso do dicionário.

Seguindo este parâmetro, procuraremos analisar, buscar informações e criar

possibilidades de práticas pedagógicas que envolvam o estudo do léxico e

consequentemente o uso do dicionário em sala de aula a partir das DCEs e dos PCNs

(material que se faz mais completo no que diz respeito ao ensino e ampliação lexical),

revisões bibliográficas estas que norteiam o trabalho de ensino da escola pública.

Sobre o trabalho com o uso dos dicionários utilizaremos ainda, outras fontes de

pesquisa e outros autores já citados anteriormente que, em seus estudos, fazem

reflexões, indagações e sugestões sobre a importância do ensino do léxico. Mas por se

tratar de um trabalho de implementação em sala de aula, o enfoque será dado a partir

destes dois materiais (DCEs e PCNs), pois os mesmos direcionam a nossa prática

pedagógica.

As DCEs e os PCNs, por delimitação, são os documentos oficiais que tanto o

governo estadual quanto o federal elaboraram através de seus pesquisadores e

organizadores, e que foram publicados para serem utilizados por seus professores na

Educação Básica, focalizando aqui, especificamente, o Ensino Fundamental Anos Finais,

objeto de estudo desta pesquisa.

Nesta perspectiva, pretendemos, neste trabalho, responder aos seguintes

questionamentos: qual a contribuição e/ou importância do dicionário para o

enriquecimento lexical e a ampliação do vocabulário dos alunos, nas aulas de Língua

Portuguesa? E como podemos utilizar este material em nossa prática pedagógica para

que o aluno amplie seus conhecimentos linguísticos e aumente sua capacidade de

produção textual?

Dessa forma e para organizar o trabalho com o dicionário em sala de aula,

sugerimos a seguinte sequência didática:

1. Apresentação da situação

2. Conversação inicial com os alunos

3. Contato inicial com o material em estudo

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4. Produção do texto inicial

5. Ampliação do conhecimento sobre o assunto

6. Organização e sistematização do conhecimento

7. Produção individual

8. Revisão e reescrita

Baseado em SCHNEUWLY & DOLZ (2004), apresentamos um esquema que

representa a sequência didática:

(DOLZ & SCHNEUWLY, 2004).

Apresentação da situação

O desenvolvimento da Produção Didática acontecerá no primeiro semestre de 2017,

no Colégio Estadual Presidente Costa e Silva Ensino Fundamental e Médio da cidade de

Cascavel – PR.

Com a Implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica pretendemos realizar

atividades que despertem no aluno o prazer do uso do dicionário como um instrumento

didático de significativa importância, utilidade e aplicabilidade nas aulas de Língua

Portuguesa.

E assim, para efetivarmos os encaminhamentos metodológicos presentes nas aulas

planejadas neste projeto de Intenção de Pesquisa, utilizaremos os estudos relatados no

livro “Dicionário em sala de aula: guia de Estudos e exercícios” de Krieger (2012), como

também, das ideias expostas no livro do MEC “Dicionários em sala de aula” (Egon Rangel

de Oliveira, 2006). Autores estes, que com suas obras serviram como ponto de partida na

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elaboração dos encaminhamentos metodológicos e atividades aqui descritas, a partir da

realidade dos alunos envolvidos neste projeto de Intervenção Pedagógica.

Para o desenvolvimento do trabalho com a oralidade buscaremos formas de

discussões e questionamentos dadas em cada início de apresentação de todas as

atividades que desenvolveremos com os alunos. No que se refere à leitura abordaremos

uma metodologia através do trabalho com diversos gêneros textuais, a partir da

investigação do sentido das palavras, concluindo ideias sobre os textos, emitindo

hipóteses e consequentemente ampliando o vocabulário dos alunos.

Já na escrita aprofundaremos os encaminhamentos para chegarmos à produção do

texto, sendo este momento, aquele em que acompanharemos o aluno na reescrita dos

seus registros, levando em consideração o uso correto da ortografia, o emprego das

metáforas, sinonímia e antonímia, paráfrases, entre outros pontos básicos da

argumentação textual. Buscaremos, simultaneamente, o espaço de tempo em que haverá

reflexões sobre qual palavra ou qual unidade fraseológica é a melhor a ser empregada,

objetivando assim, a aplicabilidade da escrita que se aproxima da norma padrão.

Para que consigamos atingir os objetivos propostos neste projeto de pesquisa

utilizaremos os dicionários classificados como de Acervo C, pois eles compreendem as

características e finalidades do Ensino Fundamental Anos Finais, o público alvo deste

estudo. Então, por que utilizar os dicionários denominados “Acervo C”?

Primeiramente, porque cada classificação compreende a linguagem acessível para

aquele determinado grupo de alunos; em segundo lugar, há a diferenciação de exemplos

de uso, de definições, de informações nos verbetes e a caracterização de cada vocábulo,

saindo da aquisição de conhecimentos mais simples para os mais complexos; e em

terceiro lugar, mas não menos importante faremos a escolha do livro (dicionário),

adequado e ao nível de letramento que o aluno possui. Lembramos ainda, que esta

classificação foi efetuada e registrada pelo MEC após vários estudos, com diversos

pesquisadores. E que o “Acervo C” compreende no mínimo 19.000 e no máximo 35.000

verbetes.

Na sequência e para que o aluno se familiarize com o uso e manuseio do dicionário,

explicaremos a diferença entre o dicionário e o glossário. Abordaremos ainda, o objetivo

de nossa pesquisa e o que pretendemos alcançar com o uso do dicionário em sala de

aula.

Também será nesta prática que lembraremos o aluno dos objetivos da Língua

Portuguesa. Como ela é importante, a função da oralidade, da leitura e da escrita e,

principalmente, como o ensino do léxico é relevante na ampliação e aquisição dos

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conhecimentos por parte daquele que ouve e escreve. E, dessa forma, para que ocorra

troca de informações, desenvolvimento da oralidade, ampliação do conhecimento mais

elaborado sobre o que é o dicionário e sua função, faremos alguns questionamentos orais

a serem discutidos em sala de aula:

Quem organiza um dicionário?

Por que o ensino e estudo do vocábulo a partir do uso do dicionário?

Quem estudará o mesmo?

Com que objetivo se aprende o significado das palavras?

Como o dicionário está organizado?

Por que utilizaremos os dicionários classificados como “Acervo C”?

O que é um verbete?

O que são sinônimos? Homônimos? E Parônimos?

Em que contexto o léxico está incorporado ou será estudado? É na fala? Na leitura?

Na escrita? Ou ele está presente em todas as práticas discursivas?

Após todos os encaminhamentos dados para o conhecimento do dicionário

desenvolveremos a prática didático-pedagógica em sua totalidade, seguindo os

parâmetros, cronograma e especificidades que nela comporta.

Módulo 1- Manuseio do dicionário

Neste momento utilizaremos o material apresentado em uma oficina do Seminário de

Prática de Ensino da Unioeste pelas professoras Benilde Socreppa Schultz e Márcia

Sepavicius Seide (2014) que nos mostra um pouco a história do dicionário, como este se

organiza, quais tipos de dicionários existem, entre outros tópicos relevantes. É uma aula

de introdução ao uso do dicionário que está organizada através do Powerpoint. A oficina

“Apresentando o dicionário em sala de aula” traz explicações do que é um dicionário, sua

macroestrutura, bem como a microestrutura, os vários tipos de obras lexicográficas e os

critérios de elaboração do mesmo. Esta troca de informações faz-se necessária para que

o aluno compreenda como um todo, o manuseio correto de um dicionário.

Exemplos de slides da apresentação de aula em PowerPoint.

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SCHULTZ, Benilde Socreppa. Oficina apresentada no III Seminário de Prática de Ensino. Apresentando o

dicionário em sala de aula . Unioeste: novembro 2014.

SCHULTZ, Benilde Socreppa. Oficina apresentada no III Seminário de Prática de Ensino. Apresentando o

dicionário em sala de aula . Unioeste: novembro 2014.

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MACROESTRUTURA

MICROESTRUTURA

SCHULTZ, Benilde Socreppa. Oficina apresentada no III Seminário de Prática de Ensino. Apresentando o

dicionário em sala de aula . Unioeste: novembro 2014.

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Neste módulo os alunos terão maior contato com os dicionários, manuseando os

mesmos, procurando informações e identificando como este se encontra organizado.

Módulo 2- Conhecendo o dicionário mais apropriado

TEXTO 1

Acne, ela incomoda

A higiene facial cuidada é a melhor forma de tratar a acne, uma doença que atinge

sobretudo os adolescentes, mas que pode prolongar-se até os 50 anos. Na maior parte

das situações, as acnes que aparecem principalmente no rosto não devem ser

espremidas.

“Tentamos manter o doente limpo até que chegue a natureza com a sua cura

natural”, explica o Doutor Picoto, dermatologista. “Lavar o rosto duas vezes por dia, pelo

menos, é um dos possíveis tratamentos para a sempre incômoda acne. Doença crônica

inflamatória dos folículos pilossebáceos, a acne assume diversos tipos de inflamações

clínicas, desde os pontos negros ou brancos, pápulas rosadas, pústulas, até formas

nodulares, quísticas e cicatriciais”, diz o especialista.

Embora continue a ser uma doença relativamente desconhecida, pois sabemos que

tem a ver com a parte hormonal, com a produção de androgênios, com a parte de

cornificação da glândula sebácea, mas não sabemos porque é que “em algumas pessoas

há a formação de lesões e em outras não, quando por vezes os graus de produção de

sebos são semelhantes”, afirma Antônio Picoto.

A acne vulgar, a mais comum, resulta de um aumento da produção de gordura a

partir das glândulas sebáceas, por ação da secreção de hormonas. Este excesso de

gordura bloqueia o canal de saída do folículo e, juntamente com a ação de uma bactéria

(Corynebacterium acnes), conduz a uma inflamação no interior da glândula.

A acne não tem um tratamento etiológico, tendo, portanto, de ser tratada caso a caso

de forma sintomática. Para além da higiene, o mais importante no tratamento, também há

tratamentos tópicos da acne, direcionados principalmente para a eliminação da

comunicação do folículo polissebáceo - onde se incluem os cremes e loções com vitamina

A, que ajudam a desbloquear o canal folicular da glândula sebácea, destinados às formas

mais ligeiras da doença – e tratamentos sistêmicos, baseados em antibióticos, como as

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tetraciclinas, os retinóides (para casos mais graves) e as intervenções físicas na acne,

onde são realizados peelings clínicos superficiais, que igualmente podem ser utilizados

para tratar cicatrizes causadas pela acne. Em certos casos, na mulher, empregam-se

também tratamentos hormonais.

É o que aponta Antônio Picoto, espremer os pontos brancos e negros e as pústulas

podem levar ao aparecimento de cicatrizes, pelo que há que apostar em “educar” o

doente de modo a que este perceba que a acne pode desaparecer por si sem agredir a

pele.

A doença atinge 40% das moças entre os 14 e os 16 anos e 35% dos rapazes entre

os 15 e 17, uma altura da vida em que “a pessoa quer ser agradável em relação ao sexo

oposto e em que liga muito à aparência” explica o dermatologista.

Antônio Picoto considera que a acne conduz “fundamentalmente a problemas de tipo

social, à não admissão no grupo, à exclusão, que causa muitas vezes sintomas de

depressão muito graves e pode conduzir ao suicídio”.

Por isso, avisa o especialista, a “doença das borbulhas” tem que ser encarada com

“cuidado, tentando estabelecer, sobretudo uma boa relação como doente e a família do

doente, de modo a evitar a agressividade, falta de confiança e sentimento de

ostracização” que afeta os adolescentes que sofrem de acne. A acne também pode ser

tardia, atingindo 5% das mulheres e cerca de 1% dos homens.

Anomalias hormonais ou efeitos de consumo de certos medicamentos podem ser

causas do aparecimento da acne na idade adulta. As sequelas cicatriciais e outras da

acne são tratadas com recurso a técnicas cirúrgicas e laser – resurfacing com resultados

animadores.

Matéria de Capa (sem autoria)

www.netron.com.br/vip/saude/materia_capa_acne.htm

(MEC, Caderno de Atividades de Apoio à Aprendizagem em Língua Portuguesa. Brasília, 2008. Volume

AAA6- Leitura e Processos de Escrita II p. 23 e 24 Disponível em

<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=469-aaa6-port-

prof&Itemid=30192 >. Acesso em julho de 2016).

Encaminhamentos para o trabalho com o texto 1.

Primeiramente serão trabalhadas atividades que introduzam o uso do dicionário

através do texto “Acne, ela incomoda ” em que aparecem palavras da área semântica da

medicina, desconhecidas para os alunos.

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Esta ação deverá ser feita a partir dos seguintes encaminhamentos:

a) fazer a leitura silenciosa e individual do texto.

b) ler em voz alta novamente o texto;

c) reler coletivamente, registrando em papel Kraft a lista de palavras que o aluno não

conhece;

d) reler novamente o texto em duplas, frisando as partes em que estes vocábulos difíceis

aparecem;

e) pesquisar no dicionário (diversas obras, de vários organizadores) o significado das

palavras, em duplas;

f) observar o conceito, as derivações, classes gramaticais de cada palavra, o sentido

literal e figurado, se vocábulo é homônimo ou parônimo, sua etimologia, entre outros;

g) registrar num cartaz tudo o que os alunos encontraram sobre as palavras neste

momento como se fosse um verbete;

h) reescrever em duplas, o texto dado pela professora com os sinônimos que os alunos

encontraram ao utilizar o dicionário;

i) observar e utilizar a palavra mais adequada;

j) apresentar para os colegas a reescrita do de texto de cada dupla;

k) discutir entre os colegas: “qual dicionário é o melhor a se utilizado em sala de aula”?

l) definir qual dicionário os alunos utilizarão nas próximas aulas.

Módulo 3- A ampliação do vocabulário a partir do pr eenchimento de lacunas no

texto

TEXTO A

A cidade encantada de Jericoacoara

Dizem alguns habitantes de Jericoacoara que, sob o serrote do farol, jaz uma cidade

encantada, onde habita uma linda princesa.

Perto da praia, quando a maré está baixa, há uma furna onde só se pode entrar de

gatinhas. Essa furna de fato existe.

Só se pode entrar pela boca da caverna, mas não se pode percorrê-la, porque,

dizem, é fechada por enorme portão de ferro.

A princesa está encantada no meio da cidade que existe além do portão.

A maravilhosa princesa está transformada numa serpente de escamas de ouro, só

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tendo a cabeça e os pés de mulher.

Diz a lenda que ela só pode ser desencantada com sangue humano.

No dia em que se imolar alguém perto do portão, abrigar-se-á a entrada do reino

maravilhoso. Com sangue será feita uma cruz no dorso da serpente, e então surgirá a

princesa com sua beleza olímpica no seio dos tesouros e maravilhas da cidade.

E, então, em vez daquela ponte escaldada e agreste, surgirão as cúpulas dos

palácios e as torres dos castelos, maravilhando toda gente.

Na povoação há um feiticeiro, o velho Queirós, que narra com a fé dos profetas e

videntes, os prodígios da cidade escondida.

Certo dia, o Queirós, acompanhado de muita gente da povoação, penetrou na gruta.

O feiticeiro ia desencantar a cidade.

Estavam de frente ao portão, que toda gente diz ter visto. Eis que surge a princesa à

espera do desencanto.

Dizem que ouviram cantos de galos, trinados de passarinhos, balidos de carneiros e

gemidos estranhos originados da cidade sepultada.

O velho mágico, entretanto, nada pôde fazer porque no momento ninguém quis se

prestar ao sacrifício.

Todos queriam sobreviver, naturalmente para se casar com a princesa.

Certo dia é que o feiticeiro pagou caro a tentativa. Foi parar na cadeia, onde

permanece até hoje.

A cidade e a princesa ainda esperam um herói que possa remi-las com seu sangue.

A princesa continua na gruta, metade mulher, metade serpente, como Melusina, e

como a maioria das mulheres.

CASCUDO, Câmara. Lendas Brasileiras. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002. p.47-49.

(MEC, Caderno de Atividades de Apoio à Aprendizagem em Língua Portuguesa. Brasília, 2008. Volume

AAA6- Leitura e Processos de Escrita II p. 109 e 110 Disponível em

<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=469-aaa6-port-

prof&Itemid=30192 >. Acesso em julho de 2016).

TEXTO B

Conto de Natal

Seriam porventura dez horas da noite...

Desde muitos dias os jornais vinham polindo a curiosidade pública estufados de

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notícias e reclamos de festa. O Clube Automobilístico dava seu primeiro grande baile.

Tinham vindo de Londres as marcas do cotilhão e corriam que as prendas seriam de

sublimado gosto e valor. Os restaurantes anunciavam orgíacos revelhões de Natal. Os

grêmios carnavalescos agitavam-se.

Seriam porventura dez horas da noite quando este homem entrou na praça Antônio

Prado. Trazia uma pequena mala de viagem. Chegara sem dúvida de longe e denunciava

cansaço e tédio. Sírio ou judeu? Magro, meão na altura, dum moreno doentio, abria

admirativamente os olhos molhados de tristeza e calmos como um bálsamo. Barba dura

sem trato. Os lábios emoldurados no crespo dos cabelos moviam como se rezassem. O

ombro direito mais baixo que o outro parecia suportar forte peso e quem lhe visse as

mãos notara duas cicatrizes como feitas por balas. Fraque escuro, bastante velho.

Chapéu gasto de um negro oscilante.

Desanimava. Já se retirara de muitos hotéis sempre batido pela mesma negativa: -

Que se há de fazer! Não há mais quarto!

Alcançada a praça, o judeu estancou. Pôs no chão a maleta e recostado a um poste

mirou o vaivém. O povo comprimia-se. Erravam maltrapilhos os grupos, conversando alto.

Os burgueses passavam, esmerados no trajar. No ambiente iluminado dos automóveis

esplendiam peitilhos e as carnes desnudadas.

O homem olhava e olhava. Parecia admiradíssimo.

ANDRADE, M. de. Conto de Natal. In: Obra Imatura. São Paulo: Martins, 1960. p. 15.

(MEC Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=463-

aaa3-port-prof&Itemid=30192>. Acesso em julho de 2016).

Encaminhamentos para o trabalho com os textos A e B

a) Trabalhar os textos A e B já redigidos;

b) dividir a classe em duas partes sendo que cada grupo recebe duas cópias do texto A, e

do B.

c) dividir as duas turmas em duplas,

d) ler o texto quantas vezes quiserem, consultando no dicionário as palavras ou

expressões novas.

e) separar as palavras novas e apagá-las numa das cópias de cada texto, uma precisa ser

a original;

f) escrever numa folha as palavras retiradas do texto desordenadamente;

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g) trocar entre as outras duplas os textos alterados;

h) ler os textos e as palavras retiradas dos mesmos;

i) dar um tempo necessário para que consultem quaisquer palavras que eles não

conheçam e para que discutam entre si algo relacionado ao texto que possuem em mãos;

j) passar cada cópia do texto original com as palavras/expressões apagadas para o grupo

que recebeu sua lista de palavras soltas;

k) ler o texto com lacunas, e reconstruir os textos originais preenchendo as lacunas com

as palavras soltas e desordenadas da folha de papel;

l) comparar as respostas com o texto original.

Módulo 3.1- Construindo definições de comidas a par tir do uso do dicionário e

aperfeiçoando a escrita e reescrita de textos

a) Distribuir folhas impressas com o texto abaixo para todos os alunos;

Feijoada?

A feijoada é um prato típico da culinária brasileira. Servido desde o império, surgiu

como alimento dos escravos na senzala. Quando nas fazendas de escravos um porco era

morto para servir a sua carne aos homens da casa grande, os escravos aproveitavam a

sobra de partes do corpo do animal e faziam um grande cozido com feijão preto. Essa

mistura, com o passar do tempo, ganhou um pouco de sofisticação e veio parar na mesa

de homens e mulheres da alta sociedade. Hoje a feijoada identifica a tradição da nossa

culinária que oferece a delícia deste prato a quem quiser experimentar a nossa história e

as nossas raízes.

(MEC, Caderno de Atividades de Apoio à Aprendizagem em Língua Portuguesa. Brasília, 2008. Volume

AAA5- Estilo, Coerência e Coesão - versão do professor p. 34. Disponível em <

http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=467-aaa5-port-

prof&Itemid=30192> Acesso em julho de 2016).

b) com o uso do dicionário, propor aos alunos que procurem o significado da palavra

feijoada;

c) os alunos deverão escrever todas as informações que conseguirem encontrar sobre a

palavra feijoada;

Page 22: Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica ......Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2016 Título: O dicionário como instrumento

d) na sequência procurarão informações sobre outras comidas/ pratos típicos como:

macarronada , bacalhoada , buchada , galinhada , entre outros pratos;

e) registrarão tudo o que encontrarem sobre a comida com o auxílio do dicionário;

f) após, pedir para que os alunos escrevam uma produção textual envolvendo o prato

típico escolhido, com o auxílio do dicionário;

g) o aluno utiliza o dicionário como um apoio no momento da escrita, fazendo anotações,

pesquisando palavras, procurando sinônimos e registrando conceitos;

h) logo após, o aluno reescreve o que registrou enquanto produção textual;

i) procurar sinônimos para as palavras já citadas, buscando novas informações que

ampliem seu vocabulário, como também a revisão ortográfica do texto, com o auxílio do

dicionário;

i) para finalizar a atividade, o aluno apresenta seu texto para os demais colegas de sala.

4- Os módulos

4.1- Criando polissemias

De acordo com Krieger, a polissemia encontra-se expressa pelos vários sentidos

que uma mesma palavra pode apresentar.

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KRIEGER, Maria da Graça. Dicionário em sala de aula: guia de estudos exercíc ios. Rio de Janeiro:

Lexicon, 2012.

HOUAISS, 2009. CD-ROM.

Conversação inicial com os alunos através dos questionamentos abaixo e na

sequência eles registram suas respostas.

Essa atividade será feita em dupla.

Page 24: Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica ......Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2016 Título: O dicionário como instrumento

a) Houve emprego de humor na tirinha acima? Se houve, explique o porquê isso

acontece.

b) Explique com suas palavras o que acontece na tirinha acima, relatando as ações

das personagens.

c) Escreva um pequeno diálogo em que não acontecesse essa ambiguidade (mal-

entendido).

d) Qual palavra é responsável pela polissemia? Encontre os significados e empregos

desta palavra. Indique sua classe gramatical e o que ela expressa (certeza, ordem,

pedido, hipótese) e em que modo ela foi empregada.

e) O que a polissemia trouxe para o autor dessa tira?

f) Crie outro desenho como exemplo de polissemia.

g) Pesquise palavras que sejam polissêmicas no dicionário.

Exemplos:

A partir desta atividade desenvolvida com os alunos criar novos exemplos de

polissemias com o uso de apresentações utilizando o Prezi, em grupos de quatro

componentes.

Os alunos terão que montar uma apresentação de exemplos de polissemias no Prezi

e depois apresentar aos colegas, explicando o sentido das palavras polissêmicas através

do uso do dicionário.

Exemplos de polissemia.

Page 25: Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica ......Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2016 Título: O dicionário como instrumento

Disponível em: www.ivancabral.com. Acesso em: 27 fev. 2012. (Foto: Reprodução/Enem)

Page 26: Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica ......Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2016 Título: O dicionário como instrumento

KRIEGER, 2012, p. 69.

Fonte: http://www.enem.inep.gov.br/quiz/3/QUIZ%20ENEM_03_html_m5c1d9c55.jpg.

Exemplo de apresentação de polissemias no Prezi.

Link: http://prezi.com/i8ovdm6nshkz/?utm_campaign=share&utm_medium=copy

4.2- Trabalhando com a paráfrase, os neologismos e as expressões idiomáticas:

criação de novos sentidos.

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Conforme nos relata Claudio Cezar Henriques (2011), a paráfrase é a reescrita de

uma frase, oração, parágrafo, enunciado ou texto, sem o comprometimento de

informações. Ou seja, é o emprego adequado dos sinônimos.

Já no neologismo temos a presença da criação de novas palavras ou de novos

sentidos. E nas expressões idiomáticas, representadas por duas palavras ou uma frase,

que diferencia o sentido denotativo do conotativo.

HOUAISS ELETRÔNICO, 2009, CD-ROM.

Locuções

HOUAISS ELETRÔNICO, 2009, CD-ROM.

Parafraseando poemas

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O BICHO

Vi um bicho

Na imundície do pátio

Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,

Não examinava nem cheirava:

Engolia com voracidade .

O bicho não era um cão ,

Não era um gato ,

Não era um rato .

O bicho , meu Deus, era um homem .

Manuel Bandeira: Antologia Poética, 1986

a)Trocar as palavras destacadas por outras que encontrar no dicionário digital,

reescrevendo o texto e parafraseando;

Traduzir-se (Ferreira Gullar)

Uma parte de mim

é todo mundo ;

outra parte é ninguém:

fundo sem fundo .

Uma parte de mim

é multidão ;

outra parte estranheza

e solidão .

Uma parte de mim

pesa , pondera :

outra parte

delira .

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Uma parte de mim

almoça e janta;

outra parte

se espanta .

Uma parte de mim

é permanente ;

outra parte

se sabe de repente .

Uma parte de mim

É só vertigem ;

outra parte ,

linguagem .

Traduzir -se uma parte

na outra parte

- que é uma questão

de vida ou morte -

será arte?

HENRIQUES, 2011, p.138.

a) Parafrasear o poema de Ferreira Gullar “Traduzir-se”, levando em consideração as

palavras negritadas. Utilize o dicionário para ampliar seu vocabulário.

Criando neologismos

NEOLOGISMO

Beijo pouco, falo menos ainda.

Mas invento palavras

Que traduzem a ternura mais funda

E mais cotidiana.

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Inventei, por exemplo, o verbo teadorar.

Intransitivo:

Teadoro, Teodora.

Manuel Bandeira: Antologia Poética, 1986

a) Reescrever o poema utilizando-se do neologismo (criação de novas palavras);

Interpretando expressões idiomáticas

a) Leia atentamente as expressões idiomáticas abaixo. Na sequência, através do uso do

dicionário, explique seus significados.

1. Márcia vive repetindo que seu apartamento custou os olhos da cara.

2. Você é mesmo um exagerado, vive fazendo tempestade em copo d’água!

3. Pedro tentou levar vantagem naquele negócio, mas o tiro acabou saindo pela culatra.

4. Para enfrentar essa situação, vamos ter de fazer das tripas coração.

5. Poupe seus esforços nesse caso, porque de nada vai adiantar dar murro em ponta de

faca.

6. Ninguém aqui me leva a sério.... Bem que o povo diz: santo de casa não faz milagre.

8. Eu sei como essa máquina funciona, não venha querer ensinar o padre-nosso ao

vigário.

9. Paulo sempre gosta de dizer que a vida dele é um livro aberto.

10. O Ari mora muito longe, lá onde Judas perdeu as botas.

11. Aqui todo mundo está muito irritado, por isso estou sempre pisando em ovos.

12. Nessa cidade tem restaurante bom a dar com o pau.

13. Aqueles dois vizinhos vivem em pé de guerra.

14. Ela foi acreditar em promessas falsas e ficou a ver navio.

15. O teatro estava lotado, com pessoas saindo pela chaminé.

16. Nossa empresa está indo de vento em popa.

17. Ela anda falando mal de você a torto e a direito.

18. O Geraldo está sempre com a cabeça no mundo da lua.

Esta atividade será desenvolvida em duplas.

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5- A produção final

A partir do texto “Pontos” de Luiz Fernando Veríssimo desenvolver os

encaminhamentos metodológicos abaixo.

Texto 1

Pontos

No início era um ponto. Ponto de partida. O ponto onde a gente toca a

circunferência, e faz-se a vida. Ponto pacífico.

O círculo é a timidez ponto. A linha é o ponto desvairado. O travessão é o ponto-

ante-ponto, a primeira exploração embevecida, a infância. Ligando as palavras. Nasceu

“Um ponto qualquer do mapa”. Sua mãe levou pontos depois do parto. Alinha reta é o

caminho mais chato entre o parto e o ponto final, preferiu o Ziguezague. Teve uma vida

pontilhada, os pontos que caíam nos exames, os pontos que subiam na Bolsa, os pontos

de macumba, os pontapés. Mas sempre foi pontual.

O ponto é uma vírgula sem rabo.

A vírgula não é como o ponto e vírgula. A vírgula qualquer um usa, mas o ponto e

vírgula requerem prática e discernimento, vírgula modéstia à parte, ponto.

Nova linha. Fez ponto em frente à casa da namorada, uma circunferência com vários

pontos positivos, apontada acima. Não dormiu no ponto, acabou convidado para entrar

quando estava a ponto de desistir, pontificou sobre vários pontos, não demora já era

como íntimo da casa jogava cartas (pontinhos) como a família, parecia um pontífice, não

desapontou. Casaram. Tinham muitos pontos em comum.

O sexo! Ponto de exclamação. Querida estou a ponto de ... não! Cuidado. Ponto

fraco. A tangente toca a circunferência. Outro ponto no mapa. Parto. Pontos

Tiveram muitos pontos em comum. Os outros caçoavam que pontaria. Discordavam

num ponto, a pílula.

Zig-zag-zig-zag. Os ponteiros andando. Um dia no futebol – jogava na ponta- sentiu

umas pontadas. Coração. O ponto chave.

O médico insistiu num ponto: - para.

Mas como? Chegara a um ponto que não podia parar, era um ponto projetado no

espaço, a vida é um ponto com raiva, parar como? A que ponto? Saiu encurvado. Como

um ponto de interrogação.

Só uma solução, dois pontos: os treze pontos da loteria. Senão era um ponto morto.

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A linha era no eletro, outro ponto pacífico, o ponto no infinito, onde as paralelas, a

distância mais curta entre, cheguei a um ponto em que, meu Deus...três pontinhos.

Jogou o que tinha num ponto de bicho e o que não tinha num ponto lotérico. Não

deu ponto.

Em casa a circunferência e os sete pontinhos. Resolveu pingar os pontos nos “ is”.

Melhor deixar uma viúva no ponto.

De um ponto de ônibus mergulhou, de ponta cabeça, no ponto de um táxi, ou de um

ponto de táxi, na ponta de um ônibus, é um ponto discutível. Entregou os pontos.

(VERÍSSIMO, 1973, p.97-98.)

Texto 2

Ponto O ponto assinala a pausa de máxima duração.

Quando separa períodos escritos na mesma linha, chama-se ponto simples.

Quando separa períodos em linhas diferentes, chama-se ponto parágrafo.

Quando termina um enunciado, chama-se ponto final.

MARTINS, 2003. In: (MEC, Caderno de Atividades de Apoio à Aprendizagem em Língua Portuguesa.

Brasília, 2008. Volume AAA5- Estilo, Coerência e Coesão - versão do professor p. 38 e 39. Disponível em <

http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=467-aaa5-port-

prof&Itemid=30192 < Acesso em julho de 2016).

Encaminhamentos para o módulo 5- Produção Final

a) Entregar uma cópia dos textos para cada aluno;

b) fazer leitura silenciosa e individual;

c) reler o texto em voz alta;

d) organizar a sala em duplas;

e) sublinhe todas as palavras “ponto” que encontrar no texto;

f) procurar a definição da palavra “ponto” no dicionário;

g) registrar no caderno a definição que cada dupla encontrou no dicionário;

h) o professor registra no cartaz com o auxílio dos alunos a melhor definição colocando

principalmente a classe gramatical, as derivações e os vários sentidos da palavra;

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i) registrar todos os significados no cartaz;

j) encontrar as expressões idiomáticas que aparecem no texto como “Entregou os pontos”

e escreva o que elas significam com o auxílio do dicionário;

k) o autor faz uma espécie de brincadeira com a palavra “ponto”, escolher uma das

palavras (academia – acne – folha – linha – botão – cara – ág ua- vela) e buscar no

dicionário os vários sentidos da palavra escolhida, escrevendo um texto narrativo sobre

este vocábulo, considerando como modelo o texto “Pontos” de Luiz Fernando Veríssimo;

l) reescrever o texto buscando melhorá-lo com o auxílio do dicionário;

m) apresentar o texto aos demais colegas.

A seguir disponibilizamos um esquema de autoria de para a elaboração do texto narrativo

5.1-Glossário Digital

Para realizar esta atividade levamos em consideração o esquema de sequência

didática adaptado por Terezinha Costa-Hübes que finaliza a SD, a partir da circulação de

gêneros. E nesta Unidade Didática será efetivada pela criação da apresentação em Prezi

de um glossário digital.

Esquema da SD adaptada por Costa-Hübes

Fonte: Swiderski e Costa-Hübes (2009).

A partir das palavras estudadas em todos os módulos construa e apresente em

grupos de quatro pessoas um glossário digital.

Conforme o link de apresentação no Prezi abaixo.

Link: http://prezi.com/yucc5bgb7bkb/?utm_campaign=share&utm_medium=copy

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Avaliação dos resultados

Como descrito, exemplificado e apresentado desde o início desta pesquisa, nosso

principal objetivo será o estudo e a ampliação do léxico a partir do uso dos dicionários em

sala de aula. Assim, após a realização de todas as atividades que compreendem a

Implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica, esperamos que o aluno, ao

trabalhar com as práticas discursivas da oralidade, da leitura e da escrita, utilize todas as

formas de compreensão de uma palavra, unidade fraseológica ou de um texto.

Preocupamo-nos neste projeto, através de todas as atividades planejadas, utilizar

procedimentos e encaminhamentos que auxiliem o aluno na interpretação e realização de

todas as ações propostas, que compreendem os objetivos, os registros, as atividades, os

enunciados ou gêneros discursivos, fazendo com que o educando delimite inferências ou

crie suposições sobre determinado assunto, ideia principal ou finalidade do texto.

Buscamos, com a utilização das estratégias de ações introduzidas neste projeto, que

o aluno produza textos ortograficamente corretos. Contudo, o que consideramos mais

importante é que, à medida que este trabalhe com o dicionário, consiga ampliar seu

vocabulário, faça uso de sinônimos, busque eliminar redundâncias e repetições, utilize

novas classes gramaticais e construa um texto adequado ao seu nível de aprendizado; e

através de todas essas práticas, possa a partir da paráfrase, revisar e aprimorar seus

conhecimentos. Pois é na reestruturação dos exercícios propostos na sua produção

textual que aprimoraremos a reescrita do aluno, para que esta se torne bem realizada.

Devemos levar em consideração ainda, a ampliação dos conhecimentos linguísticos

adquiridos pelo aluno, pois este se apropriará aos poucos de uma prática de reescrita

cada vez mais elaborada, responsável pela organização de seus registros, tanto na

elaboração de conceitos como na delimitação das ideias. O educando se preparará para a

busca de argumentos que se identificam com as práticas discursivas e seus contextos e

enfim, poderá ampliar o uso do léxico na conquista de uma linguagem mais formalizada.

Outra reflexão bastante pertinente que devemos fazer ainda, enquanto professor é

que o dicionário deve ser usado não apenas como um material de consulta em sala de

aula, mas como um livro de leitura, de fácil acesso, passível de empréstimo para os

alunos e não somente como o “tira dúvidas” da ortografia ou como algo estocado e

esquecido nas prateleiras da biblioteca.

Várias são as pesquisas e estudos que comprovam como é significativo o

desempenho do aluno perante a prática e utilização do dicionário em sala de aula

(Krieger, 2012; Jantz, 2012; Nunes, 2006). Por isso, pretendemos reforçar e comprovar

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através deste projeto e dos encaminhamentos metodológicos, como a utilização deste

material será relevante na ampliação dos conhecimentos adquiridos por nossos alunos.

Para concluirmos, os encaminhamentos e objetivos dados, a todas essas atividades,

terá como finalidade principal, a ampliação do vocabulário por parte do aluno. Este fará

uso do dicionário para reescrever os seus textos. Também utilizará a paráfrase como um

recurso de substituição de termos e empregará os sinônimos adequados para cada

vocábulo que será registrado em sua produção escrita.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, M. de. Conto de Natal. In: Obra Imatura . 24 ed. São Paulo: Martins, 1960, p.15. BANDEIRA, Manuel. Antologia Poética. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.

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